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Alexandre Soares Rosado Unidade de Ecologia microbiana e biotecnologia do Petróleo do polo de Biotecnologia BIOINOVAR - UFRJ 13 de setembro de 2013 -UERJ Biorremediação de ambientes contaminados por petróleo e derivados

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  • Alexandre Soares Rosado

    Unidade de Ecologia microbiana e biotecnologia do

    Petróleo do polo de Biotecnologia BIOINOVAR -

    UFRJ

    13 de setembro de 2013 -UERJ

    Biorremediação de ambientes

    contaminados por petróleo e

    derivados

  • Origem do Petróleo

    O petróleo é originado de grandes deposições fósseis, é uma

    mistura bastante complexa de compostos orgânicos e com um alto

    conteúdo de energia.

    Rocha geradora

  • Tipos de hidrocarbonetos encontrados no

    Petróleo)

    • Fração saturada – Parafinas ( n-alcanos, alcanos ramificados) e Naftenos ( cicloalcanos)

    • Fração insaturada (aromáticos, oleofinas, diolefinas e acetilênicos)

    • Compostos não hidrocarbônicos, como os ácidos naftênicos e sulfurados

  • Os efeitos tóxicos imediatos

    Os efeitos crônicos da poluição com petróleo são pouco conhecidos.

    Moléculas de baixa

    massa molecular

    Moléculas de alta massa

    molecular

    Toxicidade

  • Efeitos carcinogênicos e

    citogenéticos de longo prazo

    Diminuição da diversidade de espécies

  • Petróleo

    A principal fonte de energia do planeta, de distribuíção não

    homogênea entre os países e um recurso não-renovável

    A sociedade atual é extremamente dependente da utilização de

    petróleo para o seu desenvolvimento.

  • O Petróleo se tornou provavelmente a mais importante substância

    negociada entre países e corporações levando a guerras, massacres e

    extermínios.

    Crise do petróleo na década de 1970

    A Primeira Guerra do Golfo

    Diferentes guerras entre os países árabes, inclusive a Guerra Irã-Iraque

    A luta pela independência da Chechênia

    Guerra Iraque-Estados Unidos (Invasão do Iraque)

    Petróleo

  • FONTES DE POLUIÇÃO DE HIDROCARBONETOS NO MAR

    Esgoto Industrial e Urbano 62%

    Navios não Petroleiros 15%

    Fonte Natural 10%

    Operação de Petroleiros 7%

    Acidentes com Petroleiros 3%

    Exploração & Produção 2%

    Terminais / Refinarias 1%

  • Biodegradação

    Utilização de hidrocarbonetos por microrganismos:

    ZoBell, 1946, observou a capacidade degradativa de

    bactérias pertencentes a 30 gêneros

    Ampla distribuição na natureza.

    Utilização dependente da natureza química e das

    condições ambientais.

  • Ataque inicial por oxigenases

    O2 O2

    Degradação por vias periféricas

    Ciclo TCA

    CO2

    H2O

    PO4 3-

    SO4 2-

    Fe3+

    Biomassa celular

    Multiplicação

    NH4=

    HIDROCARBONETOS

    O2

  • http://www.miamisci.org/microbes/images/soil-bacteria.gif

    http://archive.globe.gov/sda/tg97/soil/img/big/forest_soil.jpg

    http://www.umcpegypt.umd.edu/img/dna2.jpg

    http://earthstar2000.com/ebay/microtube.jpg

    http://www.bio.ic.ac.uk/research/rhac/Gel020706-3.gif http://www.stanford.edu/group/CFRL/chromatogram.jpg

    http://plantbio.berkeley.edu/~volkman/courses/dendrogram.gif http://www.santarosa.edu/lifesciences/ensatree.gif

    DIVERSIDADE E BIOTECNOLOGIA

    MICROBIANA PROMOVENDO

    SUSTENTABILIDADE”

  • O que procuramos?

    Estudos sobre a diversidade

    e

    Bioprospecção

    microbiana

    Uso de “ Tecnologias Limpas”

    Aplicação

    de ações que levem ao desenvolvimento sustentável

  • Estratégias de Remediação

    Quantidade do contaminante

    Características do ambiente

    Seleção

    Tecnologias mais

    adequadas

    •Melhor relação custo-benefício

    •Tempo de tratamento

  • Biorremediação

    Processo Promissor

    Aceitação

    •Agências

    Reguladoras

    •Opinião pública

    FORMA “NATURAL” DE TRATAMENTO

  • Técnica de remediação Euro/m3

    Incineração Ex-situ 785

    Aterro Ex-situ 231

    Lavagem/Trat. térm. 226-229

    Fitorremediação 122 (22-222)

    Imobilização In/Ex-Situ 112-139

    Air Sparging/Bomb. Trat. 91-71

    Biorremediação-Landfarming 62-73

    Muros reativos/de contenção 50-55

    Atenuação natural monitorada 20

    Fonte: www.cordis.lu (junho, 2006)

    Custos de técnicas de remediação

    Países (11) da CEE

    http://www.cordis.lu/

  • Bioestimulação

    Bioaumento

    Correção de fatores e/ou adição de

    nutrientes específicos para garantir a

    quantidade e a qualidade da

    microbiota nativa

    Adição de linhagens microbianas

    compatíveis com o local contaminado

    TÉCNICAS DE TRATAMENTO BIOLÓGICO

  • EMM

  • Manguezais no Brasil:

    Também conhecidos como florestas de mangue ou simplesmente mangues, estes ecossistemas costeiros, situam-se na faixa tropical e subtropical do mundo. No Brasil, estes ambientes distribuem-se ao longo da costa desde o Estado do Amapá até Santa Catarina, perfazendo uma área total de 25.000 Km2 (Vergara-Filho, 1993).

  • Avaliação de diferentes estratégias para

    biorremediação de manguezais

    I. Avaliação Pré-tratamento

    II. Experimento de microcosmo

    III. Experimento Piloto

  • Amostra de manguezal

    Análise físico-química

    Análise textural

    Análise microbiológica

    Análise da profundidade de penetração do óleo e potencial Redox

    Técnicas convencionais Isolamento e Contagem de

    Rizosfera e sedimentos

    Caracterização dos isolados e Potencial de biodegradação

    Seleção dos isolados degradadores

    Técnicas Moleculares Rizosfera e sedimentos

    Biblioteca de clones

    Perfil genético da comunidade microbiana (PCR/DGGE)

    Etapa I

  • Planejamento fatorial

    Microcosmos

    Sem a planta Com a planta

    Etapa II

  • Experimento Piloto

    Químico (TPH, óleo residual) Monitoramento Físico químico

    Toxicológico Ecológico

    Etapa III

  • Diagnóstico do ambiente

    Portão Efluente

    3m 3m 3m

    Amostra composta controle 1

    Amostra composta controle 2

    Amostra composta controle 3

  • 0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    Gama proteobacteria

    alpha proteobacteria

    delta proteobacteria

    beta proteobacteria

    Gama proteobacteria

    alpha proteobacteria

    delta proteobacteria

    beta proteobacteria

  • a b

    c d

    e

    Bacteria (a); Pseudomonas (b); Actinobacteria (c); Betaproteobacteria (d) and; Alphaproteobacteria (e). O manguezal é representado por nove pontos (1A, 1B, 1C, 2A, 2B, 2C, 3A, 3B, 3C) e o manguezal de referência é representado pela sigla “cab”. S e R indicam amostras de sedimento ou rizosfera, respectivamente.

  • log CFU/ml

    log CFU/ml

  • Amostras Contagem

    (NMP de mo. Deg.de óleo/ 100mL)

    R ctr 23 X 102

    R3A 43 X 102

    R3B 24 X 103

    R3C 21 X 103

    R2A 23 X 102

    R2B 23 X 102

    R2C 93 X 102

    R1A 23 X 102

    R1B < 3 X 102

    R1C 15 X 102

    S ctr < 3 X 102

    S1 comp. 4 X 102

    S2 comp. 9 X 102

    S3 comp. 2,3 X 103

    A B C D E F

    1 2 3 4

    Isolamento e caracterização de microrganismos degradadores de óleo

  • Produção de Biossurfactantes

  • Inoculação das estirpes degradadoras em meio BH

    líquido acrescido de óleo a 0,1% para

    acompanhamento do perfil de degradação.

  • Compostos alvo (µg/l, ppb)

    Controle

    Estirpe R1C -2A

    % de degradação

    n C10

    825,02

    21,09

    97,44 n C11

    1186,84

    5,6

    99,52 n C12

    1401,15

    3,25

    99,77 n C13

    1954,97

    40,58

    97,92 n C14

    2211,94

    47,21

    97,86 n C15

    2471,63

    3,1

    99,88 n C16

    2452,62

    1,68

    99,93 n C17

    3220,89

    28,75

    99,1 n C18

    1961,78

    50,58

    97,42 n C19

    1631,63

    1,1

    99,93 n C20

    1440,83

    1,6

    99,99 n C21

    1388,57

    5,61

    99,59 n C22

    1193,70

    8,05

    99,32 n C23

    1123,38

    10,74

    99,04 n C24

    1046,75

    18,62

    98,22 n C25

    1040,54

    2,42

    99,77 n C26

    849,03

    31,54

    96,28 n C27

    783,62

    2,45

    99,7 n C28

    550,06

    16,09

    97,07 n C29

    480,66

    15,37

    96,8 n C30

    376,32

    18,83

    95 n C31

    526,44

    31,52

    94 n C32

    383,55

    27,80

    92,75 n C33

    288,29

    22,84

    92,07 n C34

    185,65

    12,67

    93,17 n C35

    144,77

    9,72

    93,28 n C36

    114,29

    14,40

    87,4 Total

    333.521,8

    1.287,56

    99,61

  • Montagem do Consórcio

    Utilização de bomba peristáltica para formação de células em grânulos

  • Microcosmos

  • Produção e plantio das mudas

    Montagem do Experimento de campo

  • Montagem do Experimento de campo

  • Experimento de biorremediação – Campo e Viveiro

    Crescimento Vegetal

  • Fisiologia Vegetal

    Taxa de atividade fotossintética das mudas no viveiro e no manguezal

  • Produção de pigmentos pelas mudas no viveiro e no campo

  • Taxa de atividade fotossintética das mudas do

    campo e no viveiro submetidas aos diferentes

    tratamentos de biorremediação

  • Análise de teores de nutrientes em amostras foliares

  • Análises microbiológicas Sedimento

    Campo -9 meses após inoculação

  • Análises microbiológicas Rizosfera

    Campo –Antes da inoculação e 3 meses após inoculação

    L. racemosa

  • Análises microbiológicas Rizosfera

    Viveiro – 3 meses após inoculação

    L. racemosa

  • Análises microbiológicas Rizosfera

    Campo – 6 meses após inoculação

    R. mangle

  • Conclusões, Considerações finais e

    Recomendações

    O projeto intitulado “Avaliação de diferentes

    estratégias para biorremediação de manguezais”

    contribuiu de maneira bastante abrangente para guiar

    futuros estudos de biorremediação de manguezais.

    Além de ter contribuído com um extenso

    levantamento acerca da diversidade microbiana de

    um manguezal brasileiro, esse trabalho pioneiro,

    utilizou pela primeira vez diferentes estratégias de

    biorremediação in situ em manguezal brasileiro e

    técnicas moleculares de monitoramento microbiano.

  • Esse é o primeiro estudo a realizar esse tipo de mapeamento e correlação entre a diversidade microbiana (utilizando-se métodos convencionais e moleculares) e a estrutura heterogênea química de manguezais, demonstrando que essa diversidade corresponde às variações químicas de diferentes nichos dentro de um mesmo ambiente.

    “DNA Barcoding” Indicadores de qualidade

  • Montagem do consórcio bacteriano de degradação de óleo a ser aplicado nos

    experimentos de biorremediação

    Nesse ponto, a equipe se deparou com um dos desafios desse projeto; Montar uma estratégia que permitisse a manutenção do consórcio microbiano e do fertilizante (Bioestímulo) em campo ao longo do tempo, sem que houvesse uma “lavagem” desses inóculos devido à ação da maré. Solução encontrada-Fertilizantes: Fertilizantes de liberação lenta, enterrados no sedimento contido

  • Solução desenvolvida – Consórcio: As bactérias do consórcio foram “encapsuladas” em uma matriz que além de permitir a manutenção física das bactérias no campo, permitiu ainda a liberação desses organismos gradativamente.

  • Dessa forma, desenvolvemos e utilizamos uma estratégia utilizando os microrganismos e fertilizantes associados às mudas do replantio, garantindo não apenas a manutenção dos inóculos em campo como ainda o estabelecimento desses nas rizosferas das mudas. Assim, além da aplicação na degradação do óleo no sedimento, as próprias mudas puderam utilizar esses inóculos, que por sua vez permitiram um melhor e mais rápido desenvolvimento das plantas.

  • Segundo obstáculo

    A grande heterogeneidade da distribuição do óleo em manguezais (não permite uma avaliação clara dos resultados das análises de HTP e HPA)

    Nossa recomendação é que em estudos de biorremediação de manguezais outros

    parâmetros sejam levados em conta para avaliar a recuperação do ambiente, entre eles, o uso de indicadores biológicos de

    recuperação como a diversidade microbiana e as respostas vegetais.

  • Microrganismos já são propostos na literatura como excelentes indicadores de alterações e recuperação ambiental; Quanto aos vegetais, eles são uma das bases do ecossistema manguezal. Dessa forma, havendo recuperação das espécies vegetais em manguezais, outros organismos tendem a retornar a esse ambiente e todo o ecossistema tende a se reestruturar e recuperar.

  • O monitoramento microbiológico e do desenvolvimento de plantas revelou o eficiente estabelecimento dos inóculos através da observação das alterações dos perfis microbianos de áreas sob diferentes tratamentos (microrganismos indicadores de alterações, no caso, dos tipos de tratamento estabelecidos);

    O tratamento de Bioestímulo + Bioaumento proporcionou melhor desenvolvimento das espécies vegetais (tanto L. racemosa quanto R. mangle).

  • Resultado... Estimulo no crescimento das plantas, degradação de

    hidrocarbonetos, manutenção da microbiota nativa

    =

    Recuperação do ambiente sem causar impactos secundários

    EMM

  • Exploring our microbial collection potential

  • Agradecimentos:

    Raquel Peixoto, Norma

    Rumjanek, Andrew Macrae,

    Heitor Coutinho

    Flavia Freitas, Gina Vasques,

    Staffan Kjellberg

    Fábio Mota & Lucy Seldin

    Petrobras

    Embrapa

    CNPq

    [email protected]

    mailto:[email protected]