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Boletim dos Professores Boletim dos Professores ISSN 1646-0219 www.min-edu.pt Janeiro 2009 ISSN 1646-0219 www.min-edu.pt Janeiro 2009 13 Plano Nacional de Leitura na vida das escolas Modernização dos estabelecimentos do ensino secundário Plano Nacional de Leitura na vida das escolas Modernização dos estabelecimentos do ensino secundário Prémio Nacional de Professores distingue cinco docentes Prémio Nacional de Professores distingue cinco docentes

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Boletim dos ProfessoresBoletim dos Professores

ISSN 1646-0219

www.min-edu.pt

Janeiro 2009

ISSN 1646-0219

www.min-edu.pt

Janeiro 2009

13

Plano Nacional de Leitura na vida das escolas

Modernização dos estabelecimentos do ensino secundário

Plano Nacional de Leitura na vida das escolas

Modernização dos estabelecimentos do ensino secundário

Prémio Nacional de Professores

distingue cinco docentes

Prémio Nacional de Professores

distingue cinco docentes

O Plano Nacional de Leitura na vida das escolas

Os resultados da introdução do Plano Nacional de Leitura (PNL), há dois anos,

já são visíveis nas escolas portuguesas, nas quais se está a gerar um autêntico

movimento leitor, que abrange os alunos dos diversos níveis de ensino.

Sempre gostei de ir a escolas. Basta-me captar as vozes

das crianças, mesmo antes de chegar ao portão, basta-

-me entrar nos átrios, percorrer corredores e espreitar

salas, para compreender o que ali se vive. As escolas são

o meu ambiente natural.

Com o PNL, o prazer redobrou. Os colegas acolhem-me

com uma simpatia ainda mais calorosa, as crianças

olham-me com sorrisinhos, ou sorrisos de conspiração

positiva, conforme a idade. E, sem querer ser juíza

em causa própria, é inegável que se gerou (ou reforçou)

um movimento leitor.

Num esforço para identificar os aspectos mais visíveis

do movimento, enumero cinco pontos fortes:

1. A leitura entrou nas aulas como uma actividade – as listas de obras recomendadas para cada ano

natural, indispensável. de escolaridade;

Todos a encaram como genuinamente útil e, ainda – o apoio financeiro aos agrupamentos e escolas

por cima, dá prazer a alunos e a professores. para aquisição de livros, com financiamento

2. A biblioteca escolar e a biblioteca pública conjunto do Ministério da Educação,

são motores essenciais do movimento. Contribuem das autarquias, de mecenas e de parceiros;

para aproximar as escolas de cada agrupamento – a selecção e a aquisição dos livros

em torno de objectivos e recursos comuns, têm da responsabilidade de educadores e professores;

um papel central e a sua influência é visível – a sugestão para que adquirissem 12 exemplares

nos espaços colectivos das escolas. de cada título escolhido, um livro para cada

3. As crianças e os jovens desejam os momentos dois alunos, e que organizassem uma rotação

de leitura na aula, são presença constante e têm dos conjuntos, de turma para turma e de escola

relação próxima com a biblioteca, requisitam livros para escola;

para ler em casa, têm orgulho em informar que – o lançamento do Clube de Leituras e de vários

já leram e gostam de ler. concursos, comemorações e iniciativas;

4. Alunos, professores, pais e outras pessoas – a recepção e divulgação constante da acção

da comunidade estão disponíveis para actividades das escolas na promoção da leitura, nos sítios

que celebrem o prazer de ler, como o Concurso da RBE e do PNL.

Nacional de Leitura ou as que são preparadas

e realizadas com entusiasmo na Semana da Leitura. Quando agora vou a uma escola, sinto que a leitura está

5. A leitura orientada na sala de aula tornou-se viável, presente e se instala, cada vez mais, no meu ambiente

graças a algumas decisões, e algum apoio do PNL e natural.

da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE), que as escolas

acolheram, transformaram e integraram na sua prática: Isabel Alçada

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Coordenadora do PNL

Avaliação externa do 2.º ano do PNL revela aumento

do interesse dos alunos pela leitura

A avaliação externa do 2.º ano do PNL revela um

aumento do interesse ou gosto dos alunos do pré-escolar

e dos 1.º e 2.º ciclos pela leitura, de acordo com A habitual carta ao Pai Natal, recheada de pedidos

um inquérito feito em linha a todos os agrupamentos de brinquedos, de PlayStations, de jogos, de carros

de escolas e escolas não agrupadas. e de bonecas, este ano já é diferente na sala

da educadora Teresa Durand, conhecida por Tila.

O inquérito apresenta como resultados e impactos No Jardim-de-Infância de Silves, com apenas 5 anos,

do PNL um crescimento do interesse ou gosto dos alunos já há quem troque brinquedos por livros.

pela leitura, bem como o desenvolvimento e a melhoria

de competências e resultados dos alunos e o reforço A educadora revela o segredo para cativar os alunos:

das actividades de promoção da leitura nos “Insistindo, trabalhando, falando no livro. É uma

agrupamentos de escolas e nas escolas não agrupadas. brincadeira com rigor”, afirma, considerando que os seus

alunos têm uma relação afectiva com o livro.

As respostas das escolas demonstram uma intensificação

das práticas de leitura dos alunos, em diversos contextos, Desde os 3 anos que é dada a possibilidade de escolha

bem como um aumento da frequência da utilização dos livros às crianças. O jardim-de-infância requisita-os

de bibliotecas pelos alunos. à biblioteca municipal, mas quem os escolhe são

os alunos, exibindo o respectivo cartão de leitor. Dentro

A quase totalidade dos agrupamentos e das escolas do livro, está uma ficha de leitura que os alunos devem

desenvolveu leitura orientada em sala de aula preencher em casa com a ajuda dos pais.

no pré-escolar (82,4 por cento), no 1.º ciclo (98,3

por cento), no 2.º ciclo (98,4 por cento) e no 3.º ciclo O projecto curricular da escola, cujo tema é O livro

(83,3 por cento). e a família na construção do sucesso, colocando a leitura

no centro da actividade, casa bem com o projecto

O segundo ano do PNL ficou também marcado pela Sempre a Ler, no âmbito da iniciativa A Ler +, do PNL.

inovação ao nível das actividades, nomeadamente através

da distribuição de um livro a todos os alunos que Este projecto, que começou no passado ano lectivo,

entraram no 1.º ano de escolaridade em 2008/2009. assenta em três grandes níveis de intervenção: todos

os jardins-de-infância do Agrupamento Vertical

Dr. Garcia Domingos, a interacção entre os alunos

dos diferentes estabelecimentos de ensino do

agrupamento, e a comunidade, por meio da biblioteca

municipal e dos pais.

A adesão à requisição dos livros parece ser cada vez

maior. Maria Madalena Santos, coordenadora local

da Rede de Bibliotecas Escolares do agrupamento,

conta um episódio que revela o crescente interesse

dos alunos pela leitura. Numa deslocação à biblioteca

municipal, comentou com a responsável: “Estão aqui

os meus clientes.” Ao que a responsável reagiu: ”Cada

vez mais.”

Os alunos têm o hábito de ir à biblioteca municipal

requisitar livros e filmes com a educadora e, por vezes,

ouvir contos através das “noites de contos” que se

realizam por regra em cada período lectivo ou através

das “noites de poesia”.

Jardim-de-Infância de Silves:

Já há crianças que pedem livros ao Pai Natal

Jardim-de-Infância de Silves:

Já há crianças que pedem livros ao Pai Natal

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Para mais informações, consultar www.min-edu.pt

As tarefas para casa também envolvem frequentemente Abraço de Leitura – assim se intitula o projecto A Ler +,

os pais, sensibilizados pelo jardim-de-infância para do PNL, que entusiasma os alunos desta escola, sentados

a importância da leitura e para o projecto Sempre a Ler, em círculo no meio da sala de aula. “Surpresa!” –

seja através da escolha de uma poesia de Natal, seja a professora retira do centro da roda um pano que, como

partilhando com as crianças o que elas retiveram na aula por magia, traz consigo um conjunto de livros arrancando

sobre um determinado texto. um enorme sorriso e alegria nos seus alunos.

Resultados de tudo isto? Ainda que os efeitos só a longo Nesta iniciativa, sempre em articulação com a biblioteca

prazo sejam visíveis, pelo menos os alunos da educadora escolar e com a área de projecto do 1.º ano Ler é

Tila já dizem que “Ler é bom e faz crescer”. Divertido, há um trabalho conjunto da comunidade,

dos funcionários, dos alunos, da família, da câmara

e da biblioteca municipais. A coordenadora do projecto,

Antónia Lança, afirma mesmo que na prova de aferição de

Língua Portuguesa foi visível uma melhoria dos resultados.

Em cada matéria nova, há sempre uma história para contar

e a leitura está presente nas mais diversas áreas do saber…

até na Matemática. No 2.º ano, os alunos trabalharam a

centena através de um jogral e utilizando um poema (A

Centena) que aproveitaram para fazer leitura dramatizada.

Variando um pouco, a professora exibe uma revista com

uma abóbora. Uma abóbora porquê? Os alunos depressa

se recordam do Dia da Alimentação, em que fizeram doce

de abóbora e uma sangria especial de xarope de groselha,

sumo e fruta. A última tarefa destes alunos na sala de aula

consiste em abraçar os livros, e todos sem excepção o fazem

bem- dispostos. Com este ritual, os meninos e as meninas

do 1.º ano parecem ouvir, cada vez mais, o pedido dos

livros que Antónia Lança não se cansa de repetir: “Eles estão

sempre a dizer venham ter connosco, leva-me contigo.”

Ler é divertido porque…“podes imaginar que és uma

princesa poderosa ou um dinossauro assustador”, porque

“podes fazer um novo amigo” e até “podes sonhar”, O convite para integrar o projecto A Ler +, no âmbito do

explica a professora Vera Lourenço aos alunos do 1.º ano PNL, além de funcionar como uma forma de reconhecimento

da Escola Básica de Alvalade do Sado, que, entretidos e de divulgação do trabalho desenvolvido na Escola EB 2,3

com as ilustrações e as letras do livro, vão adivinhando Delfim Santos, em Lisboa, permitiu também dotar o

os porquês de abraçar a leitura. estabelecimento de ensino dos meios financeiros necessários

para dar continuidade ao trabalho desenvolvido, desde

Noah, que já sabe ler, não só com imagens, mas 2005, no âmbito da promoção da leitura.

com letras de verdade, apressa-se a responder

com entusiasmo a tudo antes de a professora virar Bernardette Capelo Pereira é o rosto visível do projecto

a página, e o reparo ao seu comportamento é este: A Escola a Ler que, desde há três anos, procura levar

“Temos de respeitar os outros colegas que estão os alunos, os professores, os funcionários e os pais

a aprender.” Noah vive num monte, mas todas as sextas a desenvolverem o gosto pela leitura, de modo

à tarde precisa de ir para Lisboa, por isso a professora a transformar o estabelecimento de ensino numa

empresta-lhe semanalmente um livro para ler em casa. autêntica comunidade de leitores.

Escola EB1 de Alvalade:

A escola onde os alunos abraçam os livros

Escola EB 2,3 Delfim Santos:

Uma escola leitora

Escola EB1 de Alvalade:

A escola onde os alunos abraçam os livros

Escola EB 2,3 Delfim Santos:

Uma escola leitora

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Sugestões para desenvolver um ambiente integral

de leitura na escola

Quando assumiu a coordenação da biblioteca da escola, O projecto A Ler +, que decorre em 33 escolas, neste

esta professora de Língua Portuguesa decidiu, ano lectivo, visa o desenvolvimento de uma cultura

de imediato, que não desejava dedicar-se a tarefas integrada de leitura, através da acção conjugada dos

burocráticas, apostando na delineação de actividades estabelecimentos de ensino e das bibliotecas escolares,

de carácter pedagógico, de tipo permanente e pontual, em estreita parceria com as bibliotecas públicas

que estimulassem o gosto pela leitura em toda a escola. e com a comunidade.

Entre as actividades de carácter permanente, contam-se o Lançada pelo PNL, pela Rede de Bibliotecas Escolares

convite personalizado aos alunos para visitarem a biblioteca, e pela Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas,

a realização de exposições bibliográficas sobre um tema ou esta iniciativa divulga diversas sugestões, de carácter

um escritor, os encontros com autores ou a divulgação das prático, para desenvolver um ambiente integral

actividades desenvolvidas através de brochuras informativas. de leitura na escola.

O Livro Peregrino, uma das actividades que mais Dar grande visibilidade à leitura: Tornar a leitura

entusiasma os alunos, consiste em colocar livros a circular visível, colocando painéis criativos sobre leitura em toda

livremente na escola, que podem ser lidos pelos estudantes a escola, incluindo, por exemplo, um painel com imagens

que o desejarem e, a seguir, são novamente deixados noutro de professores, alunos ou membros da comunidade local

local para que possam ser encontrados por outros colegas. “apanhados a ler”.

A Semana e a Maratona da Leitura são actividades Entrada com leitura: Colocar prospectos sobre

que têm como objectivo a intensificação da leitura a escola, livros, revistas e jornais para os visitantes

em toda a escola, no primeiro caso durante uma semana do estabelecimento de ensino lerem, pedindo-lhes

inteira, e no segundo ao longo de um dia, durante sugestões de leitura e tirando-lhes fotografias com

o qual o desafio é ler ininterruptamente. os livros que andam a ler para afixar nos painéis.

A Comunidade de Leitores implica a leitura de um livro Tornar a leitura inevitável: Colocar livros em todos

por todos os inscritos, sejam alunos ou professores, os locais da escola e não apenas na biblioteca.

que depois se reúnem na biblioteca para debaterem

a obra lida e realizarem actividades alusivas à mesma. Reuniões de leitura: Organizar reuniões em que

os professores, os funcionários, os alunos e pessoas

A Festa da Poesia e os Ateliers de Poesia são outros dos da comunidade falem das suas leituras preferidas.

pontos altos da programação, contando com actividades

apelativas como fazer poemas voar presos a balões, Novas tecnologias: Utilizar as novas tecnologias

colocar poesia em árvores, escrever poemas no chão para difundir mensagens sobre leituras recomendadas

da escola ou, ainda, realizar actividades surpreendentes e divulgar informações aos pais.

que conduzam à construção de novos poemas a partir de

versos de poetas consagrados. Histórias à hora do almoço: Pedir a um professor,

a um familiar, a um funcionário ou a um aluno mais

Contando agora com o enquadramento e o apoio velho para fazer uma sessão de leitura à hora do almoço.

do PNL, a intenção é lançar propostas de motivação

para a leitura, acolhendo sempre as sugestões vindas Jornal da escola: Incluir no jornal da escola referências

de todos os intervenientes no projecto, desenvolvido às leituras dos professores quando eram crianças

com o objectivo central de fazer do acto de ler uma e na actualidade. Abordar, também, as leituras preferidas

forma de abertura ao outro e ao mundo. dos alunos.

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O ensino especializado da Música regista, neste ano

lectivo, uma evolução significativa, traduzida no

aumento do número de alunos, em mais investimento,

em mais escolas e em melhores instalações.

Os indicadores disponibilizados pela Agência Nacional

para a Qualificação demonstram que, no ano lectivo

de 2008/2009, o total de alunos aumentou 47 por cento

relativamente ao ano lectivo anterior, ascendendo a 25 443.

Se, por regime de frequência, o aumento do número

de alunos se deve aos cursos de iniciação e aos ensinos

articulado e integrado, já por tipo de estabelecimento

o principal contributo vem das escolas particulares

e cooperativas, que, ao aumentarem as inscrições em

62 por cento, permitiram o acesso a mais 7800 alunos.

Enquanto no primeiro caso o número de alunos aumenta

de 4958 para 9071, no segundo caso sobe de 5840 A existência de 96 escolas do ensino regular com aulas

para 10 064. de iniciação, que são frequentadas por 3454 alunos,

é outros dos factores a relevar.

Estes números superam as metas estabelecidas para

este ano lectivo, que apontavam para o aumento das É de salientar que o financiamento público, para

inscrições nos cursos de iniciação musical entre 50 e 100 este ano lectivo, ascendeu a 55 milhões de euros, o que

por cento e nos regimes articulado e integrado em 30 por representa um crescimento de 57 por cento relativamente

cento, elevando o número de alunos para mais de 25 mil. ao ano lectivo anterior.

Este acréscimo, em mais de 8000 alunos, resulta

do aumento em 83 por cento dos inscritos

no regime de iniciação, e de 72 por cento

nos regimes articulado e integrado.

Este acréscimo, em mais de 8000 alunos, resulta

do aumento em 83 por cento dos inscritos

no regime de iniciação, e de 72 por cento

nos regimes articulado e integrado.

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Ensino especializado da Música regista evolução positiva

Testemunho da Academia de Música e Dança do Fundão A celebração de protocolos entre escolas, a constituição

de turmas dedicadas, a construção de horários comuns

O ano lectivo de 2008/2009 representa, para o ensino e a partilha de instalações são actos da maior importância

especializado da Música, o início de um percurso que, para o êxito destes alunos.

se for levado até ao fim, poderá mudar de forma profunda

este subsistema de ensino. Assim, pela primeira vez, foi possível constituir turmas

dedicadas no 5.º ano de escolaridade nos quatro

A aposta no regime integrado, como sendo o modelo ideal, agrupamentos com os quais estabelecemos parcerias.

é óbvia: basta perceber as dificuldades em conciliar E agora, que estamos próximo do final do primeiro período,

os horários nas escolas de ensino regular e artístico, a somar é possível fazer um primeiro balanço:

às constantes deslocações que os alunos tinham necessidade

de fazer, com todo o desgaste físico inerente. – O número de alunos que usufruem do ensino especializado

da Música aumentou significativamente;

A criação de condições de articulação entre as escolas do – A organização dos horários permite uma maior

ensino regular e artístico para o desenvolvimento do modelo disponibilidade para a frequência do currículo e de tempo

de regime articulado é talvez a medida de maior relevância. disponível para estudar;

– A deslocação e a leccionação das disciplinas artísticas

Uma vez que a maior parte das escolas do ensino artístico não na escola de ensino regular possibilita uma maior percepção

possui condições físicas para proporcionar o regime integrado, por parte da comunidade escolar do trabalho, da disciplina

esta opção é aquela que claramente irá abranger um maior e da exigência com que estes alunos são confrontados;

número de alunos. – A solicitação para a participação em actividades

interdisciplinares e no desenvolvimento de projectos no âmbito

da turma ou da própria escola aumentou significativamente.

Prémio Nacional de Professores distingue cinco docentes Prémio Nacional de Professores distingue cinco docentes

A cerimónia de atribuição e de divulgação dos prémios O Prémio de Mérito Inovação foi atribuído

realizou-se no dia 24 de Novembro, às 10h00, na Casa a Carlos Pinheiro, coordenador do Centro de Recursos

da Música, no Porto. Educativos na Escola Básica 2, 3 Padre Alberto Neto,

em Rio de Mouro.

O Prémio Nacional de Professores foi atribuído a Jacinta

Moreira, professora de Biologia e Geologia na Escola Este prémio coloca em evidência professores que introduzam

Secundária Carolina Michaëlis, no Porto. métodos inovadores de ensino na sua prática educativa.

O objectivo deste prémio é reconhecer e galardoar O Prémio de Mérito Liderança foi atribuído a João Paulo

os docentes que contribuam de forma excepcional Mineiro, presidente do Conselho Executivo da Escola

para a qualidade do sistema de ensino, quer no exercício Secundária com 3.º Ciclo Quinta das Palmeiras, na

da actividade docente, em contacto directo com alunos, Covilhã.

quer na defesa de boas práticas com impacto

na valorização da escola. Este prémio reconhece professores que revelem um

desempenho excepcional nas actividades de coordenação

O Prémio de Mérito Carreira foi atribuído a Afonso Rema, e dinamização ou de gestão da escola.

professor de Português e de Francês na Escola Secundária

Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves, em Valadares. O Prémio de Mérito Integração foi atribuído a José Alves

Rocheta, professor de Educação Tecnológica na Escola

Este prémio distingue professores que revelem, ao longo Básica 2, 3 com Ensino Secundário Dr. Azevedo Neves.

da carreira, a adopção de boas práticas e capacidade

de lidar com as dificuldades, tornando-se uma referência Este prémio destaca professores que dêem particular

para os seus pares e para os seus alunos, bem como atenção às necessidades educativas dos alunos com ritmos

para a restante comunidade educativa. e estilos diversos de aprendizagem ou de diferentes culturas.

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Prémio Nacional de Professores distingue cinco docentes Prémio Nacional de Professores distingue cinco docentes

Na segunda edição do Prémio Nacional de Professores, que decorreu

em 2008, foram premiados cinco docentes, um na categoria Prémio Nacional

de Professores e os restantes nas quatro categorias de mérito: Carreira,

Inovação, Liderança e Integração.

Na segunda edição do Prémio Nacional de Professores, que decorreu

em 2008, foram premiados cinco docentes, um na categoria Prémio Nacional

de Professores e os restantes nas quatro categorias de mérito: Carreira,

Inovação, Liderança e Integração.

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Jacinta Moreira:Uma professora que faz por melhorar as suas práticasJacinta Moreira:Uma professora que faz por melhorar as suas práticas

Acção, reflexão e relação são os três vértices do triângulo que enquadram

a actividade profissional de Jacinta Moreira, professora de Biologia e Geologia,

na Escola Secundária Carolina Michaëlis, no Porto, que foi distinguida

com o Prémio Nacional de Professores, na edição de 2008.

Acção, reflexão e relação são os três vértices do triângulo que enquadram

a actividade profissional de Jacinta Moreira, professora de Biologia e Geologia,

na Escola Secundária Carolina Michaëlis, no Porto, que foi distinguida

com o Prémio Nacional de Professores, na edição de 2008.

“As boas práticas não nascem do nada” – quem o diz Fazendo justiça à percentagem dos 10 por cento

é Jacinta Moreira, professora de Biologia e de Geologia de inspiração e 90 por cento de transpiração,

que, ao longo de 20 anos de docência, tem tomado as actividades que realiza envolvem a planificação

nas mãos a responsabilidade de fazer com que as suas pormenorizada das diferentes etapas, a construção

práticas contribuam, de uma forma cada vez mais eficaz, de livros de campo, a preparação de protocolos

para a aprendizagem dos alunos. experimentais, o desenvolvimento de guiões

de exploração, bem como a disponibilização

Como acredita que “um bom professor se faz”, se juntar de instrumentos de recolha de dados.

às qualidades que já possui um trabalho sério

e uma reflexão consistente, apostou em fazer-se melhor

professora, investindo no conhecimento científico

e didáctico específico da sua área de docência.

Consciente de que a formação inicial não lhe tinha

ensinado tudo quanto era necessário saber para lidar

com os alunos num mundo em mudança, em que o acto

de fazer aprender parecia cada vez mais complexo “Vê-se que gosta de nós”, reconhecem os alunos,

de concretizar, há cerca de 10 anos confrontou-se com a afirmando que a professora permite a aproximação

necessidade de procurar respostas para as suas perguntas. e a cumplicidade, sem nunca deixar de impor o respeito

e de negociar as regras. “É uma 'stora' alegre que está

O desenvolvimento do ensino experimental, sempre bem-disposta”, acrescentam outros, para quem

nomeadamente de trabalho de campo, foi a resposta estas qualidades são determinantes para apreciarem

encontrada para promover o sucesso dos alunos as aulas. “Faz a sua parte do trabalho: prepara bem

e a melhoria das suas aprendizagens, através as aulas e procura fazer actividades diferentes”, apreciam

de um aprender em acção, sempre cuidadosamente alguns, conscientes da importância da preparação

preparado, sistematizado e avaliado. do trabalho docente.

Além da aposta no trabalho com os alunos na escola,

Jacinta Moreira procurou tornar o seu conhecimento

científico e didáctico cada vez mais sólido, através

da realização do mestrado no âmbito da Geologia,

em 2001, e do doutoramento no ramo das Ciências

da Educação, em 2007.

Esteve requisitada na Faculdade de Ciências

da Universidade do Porto, em 2001/2002, a leccionar

a disciplina de Didáctica da Geologia, mas optou

por voltar para a Escola Secundária Carolina Michaëlis,

onde lecciona desde 1996.

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A estes dois vértices de acção e reflexão junta

o vértice relação, sem o qual, na sua opinião,

um professor, por mais conhecimentos

que possua, não consegue fazer passar

a mensagem aos estudantes.

A estes dois vértices de acção e reflexão junta

o vértice relação, sem o qual, na sua opinião,

um professor, por mais conhecimentos

que possua, não consegue fazer passar

a mensagem aos estudantes.

Percurso académico

– Licenciatura em Geologia, Ramo Educacional,

na Faculdade de Ciências da Universidade

do Porto (1989)

Depois da reflexão sobre o acto de fazer aprender, – Mestrado em Geologia para o Ensino, na Faculdade

integra na sua vocação contribuir para outros de Ciências da Universidade do Porto (2001)

aprenderem a ensinar. – Doutoramento no ramo de conhecimento

em Ciências da Educação, na Faculdade

Os alunos que estagiaram com a professora no ano de Psicologia e Ciências da Educação

lectivo anterior testemunham a seriedade com que da Universidade do Porto (2007)

prepara o trabalho e o apoio que lhes prestou

na planificação das suas aulas, salientando ainda a sua Percurso profissional

disponibilidade para aceitar sugestões de actividades

novas, numa postura de abertura à mudança – Início da actividade docente (1989)

e à inovação, desde que bem pensada e estruturada. – Professora na Escola Secundária com 3.º Ciclo

Carolina Michaëlis (desde 1996)

A elaboração de manuais escolares para as disciplinas

de Ciências da Natureza, do ensino básico, e de Geologia, Outras experiências profissionais

do ensino secundário, foi outra das experiências

profissionais significativas, de sistematização e de partilha – Autora de manuais escolares para as disciplinas

do saber acerca da didáctica da sua área de docência. de Ciências da Natureza, do ensino básico,

e de Geologia, do ensino secundário (entre 1993

Em todas estas actividades tem sido uma constante e 1999)

a interrogação, o estudo e a experimentação, essenciais – Orientadora de estágios pedagógicos (desde 1999)

para o desenvolvimento profissional e para – Professora requisitada na Faculdade de Ciências

o aperfeiçoamento do ensino. da Universidade do Porto a leccionar a disciplina

de Didáctica da Geologia (2001/2002)

– Formadora de professores certificada pelo Conselho

Científico-Pedagógico da Formação Contínua

– Investigadora do Centro de Investigação

e Intervenção Educativas, da Faculdade

de Psicologia e Ciências da Educação

da Universidade do Porto

– Membro da Comissão Técnico-Pedagógica

da Casa das Ciências – Portal Gulbenkian

para os professores de ciências

– Orientadora de teses de mestrado

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Prémio Nacional de Professores distingue cinco docentes Prémio Nacional de Professores distingue cinco docentes

O contacto com a universidade mantém-se

através da orientação de estágios pedagógicos,

que assumiu, de forma continuada, desde 1999.

O contacto com a universidade mantém-se

através da orientação de estágios pedagógicos,

que assumiu, de forma continuada, desde 1999.

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Afonso Rema:O convite para entrar nas obras de referência da literatura portuguesa

Afonso Rema:O convite para entrar nas obras de referência da literatura portuguesa

Afonso Rema, professor de Português e de Francês durante mais de três décadas, foi distinguido

com o Prémio de Mérito Carreira, pelo muito que fez ao cativar gerações de alunos para

a literatura portuguesa, com repercussões nos resultados escolares dos estudantes da Escola

Secundária Dr. Joaquim Ferreira Alves, que se distinguiram a nível nacional.

Afonso Rema, professor de Português e de Francês durante mais de três décadas, foi distinguido

com o Prémio de Mérito Carreira, pelo muito que fez ao cativar gerações de alunos para

a literatura portuguesa, com repercussões nos resultados escolares dos estudantes da Escola

Secundária Dr. Joaquim Ferreira Alves, que se distinguiram a nível nacional.

Entra dentro de um livro e transforma-se numa O segredo talvez seja muito simples, tal como admite

das personagens principais. Depois, já de dentro da obra Afonso Rema. Talvez até nem haja mistério algum. E, se

literária, chama os alunos e convida-os a entrar. Não há o há, reside certamente no gosto que o próprio professor

como recusar um convite destes, para habitar dentro tem pela leitura, nomeadamente pela literatura portuguesa.

de um livro, povoando-o de personagens.

E os alunos entram, quase sem darem por isso,

nos volumes de leitura obrigatória, na disciplina

de Português do ensino secundário, pela mão

do professor Afonso Rema, que conclui, neste ano lectivo,

uma carreira de mais de três décadas, ao longo das quais

viajou com os estudantes, não só nas páginas dos livros, Este gosto pela leitura das obras traduzia-se nos

mas também nos cenários onde se moviam os escritores. resultados escolares dos alunos, tanto na avaliação

interna quanto na externa. De tal forma, que, em 2004,

Da Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves, os seus 28 alunos de Português A obtiveram a mais

em Valadares, partia com os estudantes, em visitas elevada média da disciplina, mais exactamente 15,8,

de estudo, rumo aos locais que tinham servido entre escolas públicas e privadas.

de cenário à elaboração das obras a estudar.

Na opinião do professor, para esses bons resultados teve

Essas viagens pelos cenários das histórias, que fascinavam grande peso o facto de ter acompanhado esses alunos

os alunos, funcionavam como verdadeiras facilitadoras durante três anos seguidos, do 10.º ao 12.º ano,

da leitura, contribuindo para o virar das páginas das obras o que considera uma oportunidade privilegiada

de leitura obrigatória que começavam por parecer pouco para desenvolver um trabalho consistente.

apelativos. Começavam, é bem verdade, mas depois,

contagiados com o entusiasmo do professor, o que Mas, segundo garantem os estudantes, não se trata

é certo é que os estudantes acabavam por entrar nos livros apenas de uma questão de trabalho, mas também

e por os ler do princípio ao fim. de relação e de exemplo. Ao nível do relacionamento,

consideram este professor como um amigo, que permite

a proximidade sem nunca deixar de impor o respeito.

O respeito, a admiração e o afecto que os jovens têm pelo

professor estão estreitamente relacionados com o exemplo

que constitui para os alunos. Com um comportamento

eticamente irrepreensível, dá-se como modelo a seguir.

Foi por tudo aquilo que ensinou, mas também pelas

qualidades humanas e pelos valores transmitidos, que

Afonso Rema marcou as gerações de estudantes que lhe

passaram pelas mãos, até ao ano lectivo de 2007/2008.

São os alunos que o dizem. E são unânimes.

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Prémio Nacional de Professores distingue cinco docentes Prémio Nacional de Professores distingue cinco docentes

Só se pode transmitir um gosto que efectivamente

se tem. E este professor gosta de ler não só

as obras dos escritores como também livros sobre

os homens que havia por detrás dos escritores.

Só se pode transmitir um gosto que efectivamente

se tem. E este professor gosta de ler não só

as obras dos escritores como também livros sobre

os homens que havia por detrás dos escritores.

Nesta escola, a biblioteca é um espaço inovador onde os Sempre envolvido em projectos relacionados com as TIC,

alunos vão ao encontro não apenas de histórias mas de lançou também a página Ler para crer, com o objectivo de

experiências novas e, sobretudo, onde começam a sentir apoiar e divulgar as actividades realizadas nas escolas do

que o ensino está mais próximo dos seus interesses. Agrupamento de Escolas de Rio de Mouro Padre Alberto

Neto, no âmbito Plano Nacional de Leitura. Este projecto

Daniela, 13 anos, já sabe o que quer ser quando for proporciona aos alunos o acesso a fichas e guias de

grande: fotógrafa. A convicção nasceu na escola, através leitura, bem como a trabalhos realizados pelos estudantes.

de uma das várias iniciativas do professor Carlos,

a exposição Apanhados a ler. Com o objectivo

de desenvolver o gosto pela leitura, os alunos,

apanhados a ler e fotografados pelos colegas, chegaram

à conclusão de que “ler é fixe”.

É que, se o aluno não vai à biblioteca, o professor faz

com que a biblioteca vá ter com ele. O CRE da escola

tem um perfil no Hi5 onde permanentemente são

sugeridos livros. “A ideia é aproveitar a presença maciça Ainda da sua autoria, o blogue Ler para crer, já

dos jovens no Hi5 levando a biblioteca ao sítio onde eles reconhecido internacionalmente por países como Espanha

estão”, refere. e Bélgica, é outra das ferramentas ao dispor de alunos

e professores de todas as escolas e além-fronteiras.

A leitura recreativa e a escrita são incentivadas pelo

professor através do livro do mês, proporcionando Desenvolveu o ensino em diferentes plataformas on-line

aos alunos o contacto com os autores e realizando e em blend-learning permitindo um ensino diferenciado,

as olimpíadas da leitura. respeitando diferentes ritmos de aprendizagem.

A biblioteca digital da escola, da sua inteira As suas práticas são partilhadas a nível regional, com

responsabilidade, permite que alunos e professores, a participação em encontros de docentes e educadores

através do CRE, tenham acesso a um conjunto do concelho de Sintra; a nível nacional, através

de materiais digitais, tais como jornais, fichas da colaboração com o Gabinete da Rede de Bibliotecas

de avaliação e de trabalho, fotografias das actividades Escolares e com os coordenadores interconcelhios

desenvolvidas na escola e 300 livros em formato digital. na difusão dos seus projectos; e a nível internacional,

através do acesso directo on-line.

Criou um portal de recursos electrónicos com materiais

pedagógicos, recursos seleccionados na Internet, O interesse pelas TIC é transmitido a outros professores

disponíveis para todos, denominado byblos.malha.net. que com ele trabalham através de acções de formação.

Nas palavras do presidente do conselho executivo,

“Carlos Pinheiro é um agente modificador das pessoas

e, através delas, particularmente da escola”.

11

Carlos Pinheiro:O encontro com os alunos de forma inovadoraCarlos Pinheiro:O encontro com os alunos de forma inovadora

Professor de História durante 18 anos, coordenador do centro de recursos educativos (CRE) da Escola

Básica dos 2.º e 3.º Ciclos Padre Alberto Neto, formador de professores, impulsionador da biblioteca

digital, Carlos Pinheiro, vencedor do Prémio Mérito Inovação, encara as novas tecnologias de informação

e comunicação (TIC) como um desafio e tenta encontrar todos os dias novas estratégias que convidam

os alunos a ler e a ocupar os tempos livres de forma original.

Professor de História durante 18 anos, coordenador do centro de recursos educativos (CRE) da Escola

Básica dos 2.º e 3.º Ciclos Padre Alberto Neto, formador de professores, impulsionador da biblioteca

digital, Carlos Pinheiro, vencedor do Prémio Mérito Inovação, encara as novas tecnologias de informação

e comunicação (TIC) como um desafio e tenta encontrar todos os dias novas estratégias que convidam

os alunos a ler e a ocupar os tempos livres de forma original.

Prémio Nacional de Professores distingue cinco docentes Prémio Nacional de Professores distingue cinco docentes

Carlos Pinheiro tenta cativar o gosto dos alunos

pela leitura e pelo conhecimento através das mais

variadas formas.

Carlos Pinheiro tenta cativar o gosto dos alunos

pela leitura e pelo conhecimento através das mais

variadas formas.

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João Paulo Mineiro:O líder que aceita as dificuldades como desafios João Paulo Mineiro:O líder que aceita as dificuldades como desafios

Em criança, amigos e familiares delegavam-lhe a organização das brincadeiras. Já nessa altura

gostava de se assumir como “professor”, planeava, dirigia as actividades, criava e distribuía

materiais, fichas e avaliava. João Paulo Mineiro, vencedor do Prémio Liderança, é visto pelos

alunos como “o pilar” da Escola Secundária com 3.º Ciclo Quinta das Palmeiras, na Covilhã.

Em criança, amigos e familiares delegavam-lhe a organização das brincadeiras. Já nessa altura

gostava de se assumir como “professor”, planeava, dirigia as actividades, criava e distribuía

materiais, fichas e avaliava. João Paulo Mineiro, vencedor do Prémio Liderança, é visto pelos

alunos como “o pilar” da Escola Secundária com 3.º Ciclo Quinta das Palmeiras, na Covilhã.

A campainha da escola toca para intervalo. A aparente Mas nem sempre foi assim. Quando começou

calma e o silêncio dão lugar a uma multidão entretida a leccionar, na então Escola n.º 3 da Covilhã, desafiou-o

com as actividades das listas concorrentes à associação o facto de ser uma escola que recebia os alunos

de estudantes. “Stor, stor! Fiz aquilo que me disse de povoações de áreas limítrofes da cidade com um

e resultou”, ouve-se um aluno, de passagem baixo nível socioeconómico e cultural e ainda muitos

pelo professor, ladeado de alunos. alunos com problemas variados e necessidades

educativas especiais.

O cargo de presidente do Conselho Executivo não o

impede de estar presente entre os estudantes, seja através

dos clubes e dos vários projectos que coordena e dirige,

seja simplesmente nos intervalos, muitas vezes na sala

dos alunos, onde os jovens o desafiam para uma partida

de matraquilhos, ou até mesmo numa aula

de substituição que faz questão de dar quando é preciso.

Apesar de considerar que numa escola “há sempre

mais e mais para fazer”, João Paulo Mineiro fala

com satisfação dos projectos que acompanha e dirige,

desde o museu da escola ao projecto democrático

de eleição para a associação de estudantes, passando

pelo laboratório de línguas e pelas diversas parcerias da

escola com universidades, empresas e outras instituições.

O desafio levou-o a criar inúmeros projectos que

Dentro e fora da aula, organiza eventos, funda clubes envolveram e mobilizaram grande número de alunos e de

escolares, aposta na dinamização das actividades a partir professores, abriram a escola à comunidade, motivando e

do envolvimento dos próprios alunos, cria jogos para os proporcionando uma convergência de esforços de

incentivar, concursos para animar a revisão da matéria, autarquias, de empresas e de associações em torno dos

e procura ligar assuntos do quotidiano às aprendizagens. mesmos objectivos.

Levou a cabo estes projectos com a ajuda de parceiros

que recrutou, desde equipas de técnicos de saúde a

colegas, a auxiliares e a psicólogos. Não tardava que o

reconhecessem como um líder exemplar, mobilizando

grande parte da comunidade escolar, que reconhece o

seu empenho e adere com entusiasmo às suas iniciativas.

Nesta escola, todas as salas estão equipadas com quadros

interactivos, onde os alunos assumem a responsabilidade A proposta de escola que defende assenta numa nova

de compor o seu próprio espaço (a sala dos alunos foi visão do currículo que procura proporcionar respostas

pintada por eles), onde não se vê um único papel no chão. adequadas e diferenciadas às diferentes necessidades e

características de cada aluno.

Prémio Nacional de Professores distingue cinco docentes Prémio Nacional de Professores distingue cinco docentes

A maior parte dos colegas atribui-lhe o mérito de

ter contribuído para a construção de uma escola de

excelência, onde diariamente decorrem inúmeros

projectos nas mais diversas áreas do saber.

A maior parte dos colegas atribui-lhe o mérito de

ter contribuído para a construção de uma escola de

excelência, onde diariamente decorrem inúmeros

projectos nas mais diversas áreas do saber.

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Para tornar possível o que parecia impossível, este Conforme o problema, assim a solução: o seu papel pode

professor não poupa esforços e, sem perder tempo, consistir em ajudar as famílias nas tarefas necessárias

mete as pernas ao caminho. Quando os alunos não vão para proceder à legalização, em arranjar uma consulta

até à escola, é ele quem vai aos bairros onde habitam no dentista, ou ainda em ir comprar roupa ou sapatos para

bater-lhes à porta. Pode ir uma, duas ou três vezes, os jovens se apresentarem no estágio, chegando a adiantar

as que forem necessárias, para saber qual a razão do seu bolso a quantia necessária para pagar as despesas.

do absentismo e, sobretudo, como se pode resolver.

Sentido prático e generosidade é o que não falta a este

Naquela que é considerada a escola “mais africana” docente para quem, com estes alunos, “não basta ser

da Europa, com uma percentagem de alunos originários apenas um professor”. Nas suas palavras, “tem de ser

dos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) também pai, irmão, tio”, enfim, “um familiar que seja,

que ultrapassa os 75 por cento, a realidade é marcada antes de tudo o mais, capaz de os ouvir e de perceber

por uma elevada taxa de abandono e de insucesso escolar, qual é o problema”.

em grande parte reflexo de dificuldades socioeconómicas.

E, como os problemas não escolhem hora nem dia, é

necessário um grande empenho para resolver as questões

quando estas surgem. Tal como reconhecem os colegas,

este professor tem uma “grande disponibilidade”, que inclui

“acompanhar os alunos a qualquer hora do dia ou da

semana, nomeadamente aos sábados e aos domingos”.

Incansável, contribui com o seu tempo, determinação Mas a resposta para trazer estes alunos de volta

e também teimosia para encontrar soluções para ao sistema de ensino passa também pela própria escola,

os muitos problemas com que se defrontam os jovens. que teve de se reestruturar para ir ao encontro

das expectativas e das necessidades dos jovens.

Os problemas podem ser tantos e tão variados

como falta de documentação, dor de dentes, gravidez A diversificação da oferta educativa, com a aposta

na adolescência, criminalidade, delinquência, falta de no ensino profissionalizante, foi a forma encontrada para

dinheiro para comprar o passe social ou até mesmo não motivar os alunos a permanecerem na escola, concluindo

ter roupa apresentável para ir fazer o estágio profissional. uma formação que lhes conferisse uma certificação

escolar e profissional. Neste âmbito, José Rocheta passou

a leccionar no Curso Profissional de Restauração

e no Curso de Educação e Formação (CEF) de Serviço

de Mesa, que também coordena.

São as soluções encontradas por uma escola com

vocação humanista, onde se tenta encontrar respostas

concretas para os problemas dos alunos. Há 21 anos

a leccionar neste estabelecimento, José Rocheta conta

com o apoio do conselho executivo e de um corpo

docente estável, composto por professores que, apesar

das muitas dificuldades do meio, desejam permanecer

na escola e fazem de cada dia de trabalho uma luta

diária por manter os jovens no sistema de ensino.

13

José Rocheta:Uma luta permanente para que os alunos não desistam da escola

José Rocheta:Uma luta permanente para que os alunos não desistam da escola

Não há impossíveis para José Rocheta quando se trata de lutar para que os alunos permaneçam

na escola e consigam uma qualificação para ingressarem no mundo do trabalho ou prosseguirem

estudos. Professor de Educação Tecnológica na Escola EB 2, 3 com Ensino Secundário

Dr. Azevedo Neves, na Damaia, foi distinguido com o Prémio de Mérito Integração.

Não há impossíveis para José Rocheta quando se trata de lutar para que os alunos permaneçam

na escola e consigam uma qualificação para ingressarem no mundo do trabalho ou prosseguirem

estudos. Professor de Educação Tecnológica na Escola EB 2, 3 com Ensino Secundário

Dr. Azevedo Neves, na Damaia, foi distinguido com o Prémio de Mérito Integração.

Prémio Nacional de Professores distingue cinco docentes Prémio Nacional de Professores distingue cinco docentes

José Rocheta, a quem, há mais de 10 anos, foi

atribuída a missão de fazer a ponte entre a escola

e os bairros onde vivem os alunos, é a face visível

dessa aproximação.

José Rocheta, a quem, há mais de 10 anos, foi

atribuída a missão de fazer a ponte entre a escola

e os bairros onde vivem os alunos, é a face visível

dessa aproximação.

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Terceira edição do Prémio Nacional de ProfessoresTerceira edição do Prémio Nacional de Professores

A terceira edição do Prémio Nacional de Professores, a decorrer em 2009, é dirigida

a todos os educadores de infância e professores dos ensinos básico e secundário.

A terceira edição do Prémio Nacional de Professores, a decorrer em 2009, é dirigida

a todos os educadores de infância e professores dos ensinos básico e secundário.

As candidaturas podem ser submetidas electronicamente O processo de análise e selecção das candidaturas deve

através do Portal da Educação (www.min-edu.pt), estar concluído até 30 de Outubro de 2009, e a

até 31 de Maio, para as categorias previstas cerimónia de atribuição e de divulgação dos prémios

no concurso: Prémio Nacional de Professores, Prémio deve ocorrer até 15 de Dezembro.

de Mérito Carreira, Prémio de Mérito Liderança, Prémio

de Mérito Inovação e Prémio de Mérito Integração. O Ministério da Educação promove a atribuição anual

de um Prémio Nacional de Professores, desde 2007,

tendo realizado duas edições do concurso.

Na primeira edição, o Prémio Nacional de Professores

foi atribuído a Arsélio Martins, professor de Matemática

na Escola Secundária de José Estêvão, que integrou

o júri da segunda edição do concurso.

As propostas de candidatura ao prémio devem apresentar

professores em exercício efectivo de funções, sendo Ainda nesta edição, o Prémio de Mérito Carreira foi

que cada entidade pode propor apenas um docente, atribuído a Teresa Pinto de Almeida, professora de Inglês

especificando o prémio a que o candidata. na Escola Secundária Carolina Michäelis, o de Liderança

a Armandina Soares, presidente do conselho executivo

O Prémio Nacional de Professores tem o valor de 25 000 do Agrupamento de Escolas de Vialonga, e o de Inovação

euros. Os restantes prémios são materializados a Paula Canha, docente de Biologia e Geologia na Escola

por Diplomas de Mérito Pedagógico, visitas de estudo Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves.

a instituições de referência europeias ou publicação

de trabalhos dos candidatos.

A análise das propostas apresentadas e a escolha

dos candidatos vencedores cabe a um júri formado

por oito personalidades de reconhecida competência

e idoneidade.

Para mais informações, consultar www.min-edu.pt

Prémio Nacional de Professores distingue cinco docentes Prémio Nacional de Professores distingue cinco docentes

Os candidatos podem ser propostos pelos

estabelecimentos de ensino, por associações

profissionais de docentes ou por um grupo

constituído por um mínimo de 50 docentes.

Os candidatos podem ser propostos pelos

estabelecimentos de ensino, por associações

profissionais de docentes ou por um grupo

constituído por um mínimo de 50 docentes.

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Programa Competências TIC prevê a certificação de 90 por cento dos professores até 2010

O programa Competências TIC, do Plano Tecnológico da Educação (PTE),

concebido para integrar os sistemas de formação contínua dos professores

e do pessoal não docente, prevê certificar as competências TIC de pelo menos

90 por cento dos professores até 2010.

No âmbito do eixo da formação do PTE, o programa Encontra-se em fase de preparação a regulamentação

Competências TIC tem como objectivo desenvolver do programa, a criação de um sistema de informação

e implantar um sistema de formação e de certificação de suporte, a formação de formadores e a divulgação

de competências TIC modular, sequencial do programa junto das comunidades educativas. Para

e disciplinarmente orientado. o desenvolvimento do programa, o Ministério

da Educação conta ainda com o apoio das grandes

O programa visa a valorização dos recursos humanos empresas tecnológicas com trabalho reconhecido

das escolas, a difusão de práticas inovadoras no ensino em matéria de formação de professores.

e a melhoria dos resultados escolares dos alunos. Para

certificar as competências TIC de pelo menos 90 Prevê-se que o programa esteja em pleno funcionamento

por cento dos professores, o programa prevê três níveis no primeiro trimestre de 2009.

de formação e de certificação.

O primeiro nível destina-se à aquisição e à certificação

de competências digitais e visa a utilização instrumental

das TIC e o domínio de ferramentas de escrita, de cálculo Grandes empresas tecnológicas vão acolher

e de comunicação em formato digital. No caso centenas de alunos do ensino profissional

dos docentes, o segundo nível abrange a formação

e a certificação de competências pedagógicas com TIC O programa de Estágios TIC visa a valorização do ensino

e tem em vista a integração destas tecnologias profissional nas áreas das TIC, promovendo a integração

nos processos de ensino e de aprendizagem. dos alunos em formação em contexto de trabalho

nas grandes empresas da economia do conhecimento.

O terceiro nível tem por objectivo a aquisição e a certificação

de competências pedagógicas avançadas, procurando que Este programa de estágios em grandes empresas

sejam os próprios professores a criar soluções de utilização tecnológicas resulta de um protocolo de parceria para

da tecnologia e de conteúdos de forma inovadora. a valorização do ensino profissional, celebrado entre

o Ministério da Educação e 30 grandes empresas

O estudo de implantação do programa Competências nacionais e multinacionais.

TIC resulta do trabalho colaborativo de um conjunto

de investigadores da Universidade de Lisboa, São elegíveis as candidaturas dos alunos que,

da Universidade de Évora e da Universidade do Minho, cumulativamente, estejam a frequentar ou tenham

sob a coordenação de Fernando Albuquerque Costa, concluído a parte escolar de um dos cursos abrangidos

tendo contado com a participação activa de professores pelo programa de Estágios TIC, tenham realizado todos

e de alunos, de directores de centros de formação os módulos com conclusão prevista até à data da

e de centros de competência, de responsáveis pela candidatura, conforme a calendarização estabelecida pela

educação em empresas de referência e de outros peritos. respectiva escola, e correspondam ao perfil de candidato

definido pela empresa que cria o lugar do estágio.

Os procedimentos de selecção realizam-se obrigatoriamente

através de plataforma electrónica do programa de Estágios

TIC, sendo da responsabilidade da escola a inscrição, bem

como a candidatura aos lugares de estágio para os quais

o aluno tenha manifestado o seu interesse.

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Para mais informações, consultar o programa Competências TIC

em www.escola.gov.pt

Para mais informações, consultar o Despacho n.º 27 545/2008,

publicado no Diário da República, ou www.estagiostic.gov.pt

Programa de Modernização das Escolas do Ensino Secundário: resultado das intervenções-piloto

O Programa de Modernização das Escolas do Ensino Secundário teve início com

quatro intervenções-piloto, nas escolas D. Dinis e Pólo de Educação e Formação D. João

de Castro, em Lisboa, e Rodrigues de Freitas e Artística Soares dos Reis, no Porto.

O Programa de Modernização das Escolas do Ensino

Secundário, da responsabilidade da Parque Escolar, EPE,

arrancou em Março de 2007, com o desafio

de requalificar 330 escolas, até 2015.

Para este programa foram delineados três grandes objectivos:

– Requalificar e modernizar os edifícios das escolas,

repondo a eficácia física e funcional, numa perspectiva

de criar condições para a prática de um ensino

moderno, adaptado aos conteúdos programáticos

e às novas tecnologias de informação e comunicação;

– Criar condições para uma efectiva abertura da escola

à comunidade, recentrando a escola no meio social

e cultural envolvente, permitindo que os edifícios

possam ser utilizados pela comunidade, em actividades

associadas à formação pós-laboral, aos eventos

culturais e sociais, ao desporto e ao lazer;

– Criar um novo modelo de gestão das instalações,

garantindo uma optimização de recursos instalados

e uma correcta gestão da conservação e manutenção

dos edifícios após a intervenção.

A metodologia de concretização assenta num grande

envolvimento e responsabilização das escolas, que se inicia

na definição do plano estratégico e se desenvolve na

apreciação do projecto e do plano de reequipamento, na

definição do faseamento construtivo e normas de segurança,

bem como do acompanhamento circunstanciado das obras.

Em Setembro de 2008, foram concluídas as quatro

escolas da fase-piloto: no Porto, a Escola Secundária

Rodrigues de Freitas, que passou a integrar

o Conservatório de Música do Porto, e a Escola Artística

Soares dos Reis; e em Lisboa, a Escola D. Dinis e o Pólo

de Educação e Formação D. João de Castro.

Neste momento, estão em curso intervenções em 26

escolas e em projecto 75 escolas, cujas obras terão início

no segundo semestre de 2009. Até ao final do primeiro

trimestre do próximo ano, estarão seleccionadas

as escolas que integrarão a próxima fase de intervenção,

para as quais se prevê o início da obra em 2010.

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João Sintra NunesPresidente da Parque Escolar, EPE

Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas (Porto)

O projecto de modernização assentou na renovação

e na modernização do edifício existente, com base

na permanência da Escola Básica e Secundária Rodrigues

de Freitas e na instalação do Conservatório de Música

do Porto, que se encontrava sediado no antigo palacete

da família Pinto Leite, em situação de precariedade.

Assim, a escola ocupa a ala nascente do edifício,

enquanto para o conservatório é destinada a ala poente.

O projecto contemplou a construção de novos edifícios,

articulados com o existente, nomeadamente do auditório

do Conservatório de Música e de um pavilhão

gimnodesportivo polivalente. Neste conjunto de novas

instalações, está ainda incluída uma escola do 1.º ciclo

com ensino integrado vocacionado para a música.

1. Pátio interior da Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas2. Sala de música com piano do Conservatório de Música do Porto,

que passou a integrar as instalações da Escola Rodrigues de Freitas3. Laboratório de ciências

2 3

1

Escola Secundária D. Dinis (Lisboa)

Escola Artística Soares dos Reis (Porto)

A intervenção de modernização contemplou, a par

O projecto de modernização corresponde a uma da correcção de programas construtivos, a melhoria

intervenção que decorre da passagem da escola para as das condições de conforto ambiental, de segurança,

instalações da antiga Escola Secundária Oliveira Martins, de acessibilidade e de arranjo dos espaços exteriores,

actualmente desactivada. bem como a reorganização e ampliação dos espaços

lectivos e não lectivos.

Esta passagem tomou por base as definições

programáticas estabelecidas pela Escola Artística Soares Para tal, foi construído um novo edifício, que garante a

dos Reis, procedendo ao ajustamento dos espaços ligação entre os diferentes pavilhões existentes, albergando

e ao dimensionamento das instalações de acordo a biblioteca, a sala polivalente, áreas de trabalho para

com o funcionamento pedagógico pretendido. docentes, salas de directores de turma e salas de estudo.

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1. Fachada da Escola Secundária D. Dinis. 2. Laboratório de ciências3. Novo auditório, com capacidade para 217 lugares, que funciona

como sala polivalente

1. Fachada da Escola Artística de Soares dos Reis2. Sala para ensino das artes visuais3. Laboratório de ciências

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Normas orientadoras para a Concurso “A minha escola Ano Internacional da Astronomia

constituição de territórios educativos e a prevenção da infecção VIH/sida” 2009 comemorado nas escolas

de intervenção prioritária portuguesas

de segunda geração O Ministério da Educação

e o Ministério da Saúde promovem O Ano Internacional da Astronomia

A definição de normas orientadoras o concurso “A minha escola 2009, uma iniciativa a nível mundial,

para a constituição de territórios e a prevenção da infecção VIH/sida”, organizada em Portugal pela

educativos de intervenção prioritária dirigido às escolas dos 2.º e 3.º ciclos Sociedade Portuguesa de Astronomia,

de segunda geração (TEIP 2) pretende e do secundário, com o objectivo propõe actividades para as escolas

contribuir para a criação de condições de premiar acções desenvolvidas nas que incluem concursos, sessões

de promoção do sucesso escolar escolas que privilegiem a informação de observação e oficinas, destinadas

dos alunos integrados em comunidades ou a formação na área da prevenção a alunos e a professores.

educativas atingidas por problemas da infecção VIH/sida promovendo

sociais e económicos. o diálogo e a cooperação entre A comissão nacional, responsável pela

os diferentes destinatários. elaboração do plano de actividades,

Esta medida abrange as escolas ou prestará o apoio necessário às escolas

os agrupamentos com elevado número No âmbito da Promoção e Educação para a realização das actividades

de alunos em risco de exclusão social para a Saúde, pretende-se estimular previstas ou de outras propostas por

e escolar identificados a partir a realização de projectos e divulgar parte dos estabelecimentos de ensino.

da análise de indicadores de resultados boas práticas na área da prevenção

do sistema educativo e de indicadores da infecção VIH/sida que as escolas Esta iniciativa conta com o apoio da

sociais dos territórios em que vêm desenvolvendo. Fundação para a Ciência e a Tecnologia,

as escolas se inserem, bem como da Agência Nacional Ciência Viva

os estabelecimentos de ensino já Para além dos três prémios atribuídos e da Fundação Calouste Gulbenkian.

incluídos no primeiro programa TEIP. aos projectos vencedores, o primeiro

de 10 000 €, o segundo de 7500 €

As escolas que reúnam as condições e o terceiro de 5000 €, são também

para integrar o programa TEIP 2 devem distribuídos prémios de mérito para Cartaz comemorativo

orientar a elaboração dos respectivos os projectos que se destaquem por do 35.º aniversário do 25 de Abril

projectos educativos de modo a incluir impacto na comunidade (2500 €),

um conjunto diversificado de medidas e inovação (2500 €) e coordenação A Associação 25 de Abril promove,

de acções que favoreçam a promoção do projecto (2500 €). em parceria com a Direcção-Geral

do sucesso escolar, a transição para a de Inovação e de Desenvolvimento

vida activa e a integração comunitária. As propostas deverão ser apresentadas Curricular (DGIDC), um concurso que

até ao dia 28 de Fevereiro, através do visa seleccionar e premiar um projecto

O projecto educativo elaborado pelas preenchimento da ficha de inscrição, de cartaz original, a adoptar enquanto

escolas constitui a base de negociação disponível na página www.sida.pt, cartaz comemorativo do 35.º

do contrato-programa a assinar com e enviadas pelo correio. aniversário do 25 de Abril de 1974.

o ME, através da direcção regional

de educação respectiva. Estes Os projectos vencedores serão O concurso, de âmbito nacional, dirige-

contratos-programa devem privilegiar divulgados em Setembro de 2009, -se aos alunos do ensino secundário que

mecanismos de diferenciação positiva, nas páginas da Direcção-Geral frequentam, no presente ano lectivo, os

por parte das escolas, relativamente aos de Inovação e de Desenvolvimento cursos seguintes: científico-humanístico

recursos e aos meios disponibilizados Curricular e da Coordenação Nacional de Artes Visuais; tecnológicos

pelo sistema de ensino. da Infecção do VIH/Sida. de Multimédia e de Design de

Equipamento; do Ensino Artístico

Especializado no domínio das Artes

Visuais e dos Audiovisuais; e profissionais

das áreas de formação de Audiovisuais

e Produção dos Media; de Design;

e de Marketing e Publicidade.

NotíciasNotícias

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Para mais informações,

consultar o Despacho Normativo n.º 55/2008.

Para mais informações,

consultar www.astronomia2009.org

Para mais informações, consultar www.sida.pt

19

A candidatura, realizada on-line, nas deslocações dos seus filhos para a O programa Parlamento dos Jovens

e os projectos apresentados a concurso escola, ao mesmo tempo que pretende tem como objectivo promover

são avaliados por um júri composto incentivar, desde a infância, a utilização a educação para a cidadania e

por representantes da Associação 25 regular dos transportes colectivos como o interesse dos jovens pelo debate

de Abril e da DGIDC, bem como por alternativa aos transportes individuais. de temas da actualidade.

individualidades de reconhecido mérito

na área do design e das artes plásticas. Abrangendo um universo potencial de Traduz-se na realização de duas

1,6 milhões de estudantes, este passe sessões nacionais, preparadas ao longo

O prémio destinado ao autor do cartaz destina-se às crianças e aos jovens do ano lectivo, com a participação

vencedor, no valor de 1000 €, dos 4 aos 18 anos, inclusive, que não de deputados, designadamente

é entregue em sessão pública, em data beneficiem de transporte escolar da Comissão de Educação e Ciência,

e local a anunciar posteriormente. da competência dos municípios. órgão parlamentar responsável

pela orientação do programa.

O passe [email protected] poderá ser

adquirido nos 12 meses do ano

Festa das Escolas de Música no CCB com um desconto de 50 por cento,

relativamente aos passes de tarifa Futurália

A segunda edição da Festa das Escolas inteira correspondentes, mediante

de Música, organizada pelo Ministério da a apresentação do respectivo cartão A Futurália, um evento dedicado à

Educação, com a colaboração do Centro nos operadores de transporte. juventude, à educação, à qualificação

Cultural de Belém (CCB), decorreu e ao emprego, decorreu na Feira

no dia 28 de Setembro, no CCB. Este passe abrange todos Internacional de Lisboa (FIL), entre

os transportes públicos colectivos 10 e 13 de Dezembro.

Esta festa, designada 1001 Músicos, de passageiros, nomeadamente os

juntou, pelo segundo ano consecutivo, rodoviários, os ferroviários e os fluviais, O objectivo deste certame consistiu em

num mesmo palco, os alunos e os a nível nacional, e ainda os transportes disponibilizar informação e contactos

professores das escolas do ensino artístico urbanos dos municípios que vierem que incentivem o desenvolvimento

especializado de Música, desenrolando- a aderir a esta iniciativa. humano e permitam o encontro de

-se ao longo de um dia inteiro. soluções de qualificação e de emprego,

em torno das seguintes áreas temáticas:

A abertura foi protagonizada pelos

Pequenos Cantores do Instituto Parlamento dos Jovens – Oferta da formação/educação

Gregoriano de Lisboa, pelo Coro secundária e pós-secundária;

dos Pequenos Cantores da Academia O programa Parlamento dos Jovens,

dos Amadores de Música e pelo Grupo promovido pela Assembleia da – Oferta de qualificação avançada

de Percussão da Escola Profissional República, em colaboração com o para activos, designadamente,

de Música de Espinho. Ministério da Educação e com o Instituto pós-graduações, mestrados,

Português da Juventude, seleccionou doutoramentos e formação

O encerramento esteve a cargo dois temas para este ano lectivo. especializada para quadros

da Orquestra Aproarte e da OJ.COM superiores;

Orquestra de Jovens dos Conservatórios Para os alunos do ensino básico,

Oficiais de Música. o tema a abordar é a Alimentação – Oferta de novas oportunidades

e a Saúde. A sessão nacional terá lugar de reconhecimento, validação

Passe escolar permite desconto nos dias 20 e 21 de Abril de 2009. e certificação de competências;

de 50 por cento para estudantes

dos 4 aos 18 anos Quanto aos estudantes do ensino – Inserção na vida activa, emprego

secundário, o tema seleccionado é a e empreendedorismo;

O passe escolar [email protected], uma Participação Cívica dos Jovens, estando

medida destinada aos estudantes dos 4 a sessão nacional agendada para – Serviços e equipamentos de apoio

aos 18 anos que permite um desconto os dias 25 e 26 de Maio. à formação/educação.

de 50 por cento na aquisição do

passe, visa o apoio social às famílias

NotíciasNotícias

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eiro 2009

Para mais informações, consultar a página

electrónica do Passe escolar [email protected].

Para mais informações, consultar

app.parlamento.pt/webjovem2009/index.html

Para mais informações,

consultar www.dgidc.min-edu.pt

A educação e a formação de adultos, – A concepção e a regulamentação dos Cursos

nomeadamente o sistema nacional de Educação e Formação de Adultos (EFA)

de Reconhecimento, Validação e Certificação de nível secundário e das formações

de Competências (RVCC), consolidaram-se modulares certificadas;

em Portugal, oito anos depois da criação – A disponibilização de um novo quadro

dos primeiros Centros RVCC. de financiamento através do Programa

Operacional do Potencial Humano (POPH);

Esta consolidação evidencia-se através da adesão – O aumento progressivo dos jovens estudantes

totalmente surpreendente da população adulta do ensino secundário em vias profissionalizantes.

portuguesa à iniciativa Novas Oportunidades:

são já perto de 650 mil os que se envolveram em Evolução do número de Centros Novas

modalidades de educação e formação de adultos Oportunidades em funcionamento

(cerca de 20 por cento dos trabalhadores que não

completaram o ensino secundário), promovidas

através dos 456 Centros Novas Oportunidades

ou de outras entidades formadoras, públicas

ou privadas (escolas públicas, centros de formação

profissional, autarquias, empresas de formação,

entre outras).

No 2.º encontro nacional de Centros Novas

Oportunidades, que decorreu no dia 2 de

Dezembro de 2008, no Centro de Congressos

de Lisboa, foram mais de 1300 os participantes

que ilustraram a dimensão da iniciativa

Novas Oportunidades.

Actualmente, presenciamos tempos muito

Após três anos de execução, esta iniciativa diferentes dos que se viveram no pós-25 de Abril

conta já com alguns resultados muito e nos movimentos de educação popular de luta

expressivos, quer no eixo jovens quer no eixo contra o analfabetismo, dos de desenvolvimento

adultos, o que evidencia as principais etapas do ensino recorrente enquanto oferta educativa

do caminho percorrido. para adultos, mas também dos que se viveram

no início da intervenção da ANEFA

Entre estas etapas conta-se: e dos primeiros Centros RVCC.

– O lançamento do Referencial de Competências- Estes são tempos de multiplicação,

-Chave para a Educação e Formação de massificação e de generalização para todos

da Adultos Nível Secundário e, posteriormente, os que decidiram participar neste “movimento

do Catálogo Nacional de Qualificações, social” a favor da qualificação, transformando-o

que conta já com mais de 200 qualificações numa verdadeira nova oportunidade

com os referencias para o reconhecimento de aprendizagem, de realização individual e,

de competências e para a formação; sobretudo, de aumento de qualificações.

– Os sucessivos alargamentos e reorganização da

rede nacional de Centros Novas Oportunidades; Maria do Carmo Gomes

Um encontro para Novas Oportunidades: um “movimento social” a favor da qualificaçãoUm encontro para Novas Oportunidades: um “movimento social” a favor da qualificação

O 2.º encontro nacional de Centros Novas Oportunidades foi um momento

de balanço da iniciativa Novas Oportunidades, funcionando como um

tempo de reflexão para Novas Oportunidades presentes e futuras.

ISSN 1646-0219

www.min-edu.pt

Janeiro 2009

13

Propriedade

Secretaria-Geral

do Ministério da Educação

Av. 5 de Outubro, n.º 107

1069-018 Lisboa

Director

João S. Batista

Projecto gráfico

Filipe Pinto

Paginação

Filipe Pinto

Fotografia

José Manuel Vasconcelos

(capa e destacável)

Henrique Bento

(páginas 2 e 15)

Jorge Padeiro / Agência Zero

(páginas 3 e 4)

Pedro Zenkl / Agência Zero

(páginas 5)

Academia de Música do Fundão

(páginas 6)

By Comunicação e Francisco Piqueiro

(páginas 16 e 17)

Revisão

Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

Impressão e Distribuição

Editorial do Ministério da Educação

Estrada de Mem Martins, 4 – S. Carlos

Apartado 113

2726 Mem Martins

Tiragem

150 000 exemplares

Periodicidade Bimestral

Depósito legal

ISSN

1646-0219

Esta publicação

é de distribuição gratuita.

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Fonte: Agência Nacional para a Qualificação, 30 de Novembro de 2008