1200302806.pdf

Upload: alexandre-dantas

Post on 01-Mar-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    1/77

    A pequena empresa

    e o desafio de crescer

    Banca Examinadora:

    Prof Orientador Dr Marcelo Aidar

    Prof Dr Tales Andreassi

    Alexandre Borges

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    2/77

    FUNDAO GETLIO VARGAS

    ESCOLA DE ADMINISTRAO DE EMPRESAS DE SO PAULO

    TIAGO DE MELO CRUZ

    A pequena empresa e o desafio de crescer

    Fundao

    Getulio Vargas

    Escola

    de Administrao

    .

    ttP

    Empre laS

    de SA.o Paulo

    Bihliotecat

    li

    \\l\\l\l\\\\l\ \ \l\\\

    I

    I

    200302806

    _.

    Dissertao apresentada ao Curso de

    Ps Graduao da FGV/EAESP

    rea de Concentrao: Organizao

    Recursos Humanos e Planejamento

    como requisito para obteno do ttulo

    de mestre em Administrao.

    Orientador: Prof.

    Dr

    Marcelo Aidar

    So Paulo

    2003

    ..

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    3/77

    ~ l de dministrao de

    presas d Sao Paulo

    Data

    de

    hamada

    J ~ . 1 0

    3 ~ . ~ ,tJ]'.J.

    ~ f

    ombO

    180C/20D3

    i . l

    .

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    4/77

    A minha av que de onde

    estiver estar m

    guiando com seus

    eternos ensinamentos.

    V

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    5/77

    Agradecimentos

    Nessa pgina gostaria de agradecer a todos aqueles que de alguma

    forma contriburam mesmo que indiretamente para a concluso de mais essa

    etapa de minha vida ficando um especial muito obrigado para:

    Meus familiares pelo total e incondicional apoio em todas as

    ocasies. Minha me

    Gina

    pelo carinho e exemplo. Meu pai

    Antonio

    pela

    ajuda sempre presente. Minha irm Bianca por trazer sempre um divertido

    sorriso. Meu irmo

    Pedro

    por ensinar-me um pouco mais sobre o que viver.

    Minha av Cloris e minha tia av Yolanda por todo amor e carinho.

    Luciana por tantas emoes e pelo futuro que a vida nos promete.

    Gina Campos

    meu segundo lar onde aprendo diariamente o que

    conviver e viver numa empresa. Maria Angela minha tia pela pacincia e

    confiana no meu trabalho.

    Meu tio Antonio Luiz pela persuaso de que o curso do MPA da

    FGV-EAESP era ideal para minha formao.

    Professor

    Tales Andreassi

    da FGV e

    Alexandre Borges

    por

    gentilmente aceitarem o convite de participar da minha Banca Examinadora.

    Meu orientador Prof. Dr

    Marcelo Aidar

    que confiou no meu

    potencial desde o incio do trabalho e esteve sempre disposto a contribuir para

    essa dissertao.

    v

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    6/77

    Sumrio

    LISTA DE FIGURAS TABELAS E GRFICOS ............................................. VIII

    LISTA

    DE

    ABREVIATURAS ............................................................................

    IX

    RESUMO ...........................................................................................................X

    ABSTRACT X

    0 INTRODU

    0

    1

    1. POR QUE CRESCER? ............................................. 3

    1 1 NECESSIDADE DE SEGURANA 4

    1.2 DESENVOLVIMENTO DO NEGCIO

    1.3

    MOTIVAO DAS PESSOAS

    7

    1.4 ECONOMIA DE ESCALA 9

    2 CONDIES PARA O CRESCIMENTO ....................11

    2 1 UTILIZAO DOS RECURSOS 13

    20101

    Base de recursos

    oooooooooo oooooooooooooooooooooooooooooooooooOoOOOOOOooooooooooooooo000014

    20102

    Aproveitamento dos recursosoooooooooooooOOOoooooooOOOOoooooooo000oooOOooooooooooOOoooooooo000015

    2.2 ESTRATGIA DE MERCADO 18

    2 201 Mercado

    j

    existente o o o o o o o o o o

    0000000

    o o o o o o o o o o o O o o o

    Ooo

    o o o o o o o o o o o o o o O o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o 18

    20202 Mercado novo

    oooooooooooooooooooooooOOOOOOOoooooOooooooooooOOoooooooooooooooooooooooooooooOOoooooooooo19

    2 2

    3 Empreendedorismo

    vso

    estratgia de mercado

    Ooo o o

    000000

    ooo 0000 oooo o o o o o o o 000000 21

    20204

    Escolha

    da

    estratgiaooooooooooooooooooooooooOOOOOooOOOOOOOOooOOOOOOOoooOoooooooooooooooooooooooooo23

    2.3

    ADMINISTRAO DO NEGCIO

    24

    V

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    7/77

    3. BARREIRAS PARA CRESCER .................... ........................27

    3 1

    MANUTENO DA BASE DE RECURSOS

    .......................................................28

    3.2

    ACESSO

    AO

    CAPITAL 30

    3.3

    INFRA ESTRUTURA LEGAL

    .........................................................................36

    3.4

    MUDANA NA POSTURA DE LIDERANA

    39

    4

    COMO CRESCER/

    .........................................................................................

    4 1

    SER COMPEtiTIVO ... ................................................................................

    45

    4.1.1 Sndrome

    da

    pequena empresa ................................................................ 45

    4.1.2

    Competitividade e Produtividade ............................................................ 47

    4.2

    CRIAR CONDIES INTERNAS

    48

    4 2.1 Base de recursos ..................................................................................... 48

    4 2 2 Escolha da estratgia ............................................. ; ............................... 49

    4.2.3 Administrao eficaz ............................................................................... 50

    4.3

    ENFRENTAR BARREIRAS EXTERNAS ...........................................................

    51

    4

    3.1 Manuteno da base de recursos ............................................................ 51

    4.3.2

    Acesso

    ao

    capital .................................................................................... 52

    4.3.3 Infra estrutura legal ...............................................................................54

    4

    3

    4

    Mudana

    da liderana ............................................................................ 55

    5

    CONCLUSES

    ..............................................................................................58

    5 1

    CONSIDERAES FINAIS ...........................................................................

    59

    5.2 5UGESTES .............................................................................................

    61

    6.

    E F E R ~ N C I S BIBLIOGRFICAS .................................................................62

    V l

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    8/77

    ista de

    breviaturas

    ABCR

    Associao Brasileira de Capital de Risco

    AMPROTEC Associao Nacional de

    Entidades Promotoras de

    Empreendimentos de Tecnologia Avanada

    APEX Agncia de Promoo de Exportaes do Brasil

    DGPYME Direccin General de Poltica de la PYME Espanha)

    GEM

    Global Entrepreneurship Monitor

    IBGE

    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    MO

    C

    Ministrio do Desenvolvimento da Indstria

    e Comrcio

    Exterior

    SBA

    United States Small Business Administration

    SEBRAE Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas

    SMBCGF Small

    and Medi

    um

    Business Credit

    Guarantee Fund

    Taiwan)

    X

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    9/77

    esumo

    O estudo da pequena empresa e do empreendedor um tema de

    crescente interesse no

    -meio

    cientfico tanto pela importncia

    da

    pequena

    empresa na economia mundial como tambm pelas caractersticas peculiares

    e especiais do empreendedor. Por outro lado as grandes empresas sempre

    estiveram presentes nos estudos acadmicos tendo sido exploradas nas mais

    diversas reas das cincias humanas e exatas.

    A passagem da pequena para a grande empresa

    contudo pouco

    estudada. Como ocorre esta transformao? Quais so os requisitos para que

    uma pequena empresa se torne uma grande corporao? Existe um processo

    de crescimento e desenvolvimento - onde a empresa se modifica muda sua

    postura e consegue sobreviver em um novo mercado - que raramente

    abordado. O que existe sobre o tema so estudos pontuais e sem uma viso

    holstica sobre o crescimento da organizao.

    Nesse trabalho analisado o processo de transformao do

    negcio sendo levantados os aspectos relevantes para o crescimento

    sustentvel da pequena empresa brasileira.

    X

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    10/77

    bstract

    The interest on scientific surveys about small companies and

    entrepreneurs is increasing due to the importance o small companies for the

    global economy and to the unique and special characteristics of entrepreneurs.

    On

    the other hand, huge companies have always been the subject of academic

    researches and have been deeply studied by different areas of knowledge.

    The process of transformation of a small company into a huge

    corporation is not however, so well studied. How does this transformation

    occur? What are the requirements for a small company to become a huge

    corporation? There is a process of growth and development in which the

    company is modified, change the way it acts and is able to survive in a new

    market. Such process is rarely mentioned, except for very specific esearches

    with no holistic perspectiva of the organization s growth.

    In this essay, the process of transformation

    Of

    business is analyzed

    and the most relevant aspects of the sustainable growth of Brazilian small

    companies are highlighted.

    X

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    11/77

    . INTRODUO

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    12/77

    A pequena empresa ganha um espao cada vez maior nos estudos

    de administrao de empresas. Isso devido principalmente ao importante

    papel desse tipo de empreendimento para a economia mundial. Tanto pela

    renda como pela quantidade de empregos gerada a pequena empresa tem um

    fundamental papel para a grande maioria dos pases.

    As grandes organizaes por sua vez sempre despertaram

    interesse e foram objtos de estudos das mais diversas reas do

    conhecimento. Incontveis so os estudos realizados e o conhecimento gerado

    sobre essas empresas de sucesso.

    No entanto a maioria das grandes corporaes foi um dia uma

    pequena empresa que precisou crescer para chegar a esse porte. Essa

    transformao da pequena para a grande organizao muito pouco explorada

    na literatura de administrao de empresas. Aqueles autores que abordam o

    tema o fazem de maneira parcial levantando apenas uma face do crescimento

    da pequena empresa. Alguns por exemplo abordam a parte comportamental

    focando no papel do lder para o crescimento da empresa. Outros tratam da

    dificuldade de acesso ao crdito da necessidade de organizao eficaz dos

    recursos entre diversas outras faces do crescimento.

    O presente trabalho pretende reunir de forma mais ampla quais so

    as condies e barreiras externas para o crescimento de uma pequena

    empresa procurando mostrar como esse processo de desenvolvimento.

    Dentro das condies levantado aquilo que internamente a pequena empresa

    precisa criar para ter uma base para o seu desenvolvimento enquanto as

    barreiras externas ressaltam as dificuldades enfrentadas e as possveis formas

    para contornar esses problemas. Desta forma so levantados os pontos

    essenciais para que uma pequena empresa que pretenda se desenvolver

    possa alcanar o almejado crescimento.

    2

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    13/77

    C PTULO

    i

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    14/77

    A empresa pode ser pequena e obter grande sucesso, contudo

    existem alguns estmulos para que a mesma procure um desenvolvimento

    maior. Este captulo ressalta os motivos pelos quais uma pequena empresa

    deve procurar o crescimento.

    O primeiro aspecto para se acreditar na necessidade de crescimento

    de qualquer empresa sempre a gerao de valor para os scios e o aumento

    dos lucros. O crescimento organizacional permite que a empresa alcance

    mercados novos, conquiste

    um

    maior nmero de clientes, venda mais e tenha

    maiores ganhos financeiros. O maior retorno financeiro faz

    com

    que os lucros

    aumentem e a empresa se valorize. Isso, contudo, no a nica razo pela

    qual as empresas desejam e/ou precisam crescer.

    Alm do apelo financeiro, existem outros direcionadores de

    crescimento para as pequenas empresas: a necessidade de segurana, o

    desenvolvimento do negcio, a motivao das pessoas e a economia de

    escala.

    1 1 Necessidade de Segurana

    Neste trabalho a necessidade de segurana contempla a idia de

    sobrevivncia do negcio, evitando a perda de recursos financeiros, trabalho e

    tempo; pois quem investiu em um negcio prprio certamente no deseja a

    perda desse patrimnio. Muito pelo contrrio, espera-se normalmente que o

    negcio traga frutos financeiros, alm de diversas outras realizaes

    pessoais. Dessa forma, a segurana do negcio consiste na perpetuao da

    empresa, bem como na garantia de um retorno financeiro maior (ou similar)

    quele realizado em investimentos equivalentes. (BIRLEY, 2001)

    No caso das novas empresas a segurana uma questo muito

    relevante dado que sua inexperincia no mercado traz uma alta mortalidade

    para esse tipo de organizao. O SEBRAE de So Paulo divulga, por exemplo,

    que 56% das pequenas e mdias empresas do estado no conseguem

    sobreviver por mais de trs anos. (SEBRAE-

    SP

    1999 (b))

    Hosmer e Semler colocam o fator segurana como um dos motivos

    pelos quais uma empresa deve crescer. Para tanto, esses autores defendem a

    diversificao tanto do negcio como de seus produtos, alegando que isso

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    15/77

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    16/77

    Gerber, por sua vez, acredita que o proprietrio deva enxergar a

    pequena empresa no como uma maneira de auto-sustento, mas sim como

    uma idia inovadora que possa gerar muito dinheiro

    1

    A partir do sucesso

    organizacional criado

    um

    modelo de negcio que incorpora aquilo que a

    empresa faz de melhor.

    Em

    outras palavras, esse modelo concentra o

    core

    business da organizao., devendo ser replicvel para que o crescimento da

    empresa ocorra

    com

    a multiplicao desse novo business Dessa maneira,

    para esse autor o crescimento uma forma clara de desenvolvimento do

    negcio, sendo este o caminho pelo qual a empresa pode alcanar o sucesso

    independendo, inclusive, da liderana do proprietrio. O modelo do negcio ir

    dar vida organizao

    sem

    que o lder precise operar cada novo

    empreendimento. (GERBER, 1990)

    Seguindo essa linha mais capitalista-empreendedora , Gertz faz

    um

    estudo com empresas americanas comprovando que:

    ( ... ) investidores atribuem um valor

    muito mais elevado quelas empresas que

    aumentaram seus lucros atravs do crescimento

    das receitas do que atravs do corte de custos .

    (GERTZ, 1999; p. 8)

    O crescimento empresarial e seu conseqente aumento de receita e

    lucros geram, assim, a valorizao e o desenvolvimento do negcio. Afinal o

    aumento do valor da empresa claramente um indicador de que o negcio

    est evoluindo.

    Outra forma pela qual o crescimento favorece o desenvolvimento do

    negcio est na constante reformulao da estrutura de cargos que este

    proporciona. Ao crescer a organizao forada a mudar sua estrutura, seja

    para atender melhor seus clientes, seja para produzir mais. Essa mudana traz

    novas oportunidades de emprego (dentro da prpria organizao), na medida

    1

    Apesar de no utilizar esse conceito, Gerber diferencia claramente o empreendedorismo por

    oportunidade daquele por necessidade. (GEM 2002) o autor reflete que a empresa no deve

    ser o sustento do proprietrio, mas este deve vislumbrar uma oportunidade e se utilizar o

    negcio para usufruir dessa idia inovadora. No prximo captulo explicado com mais detalhe

    as definies de empreendedorismo por necessidade e por oportunidade.

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    17/77

    em

    que a estrutura abre espao para promoes e uma remunerao melhor.

    (HOSMER, 1997;SEMLER, 1988)

    A mudana promovida pelo crescimento tambm abordada por

    Tomasko como uma maneira de desenvolver o negcio. Mais do que isso, o

    autor coloca que o crescimento da empresa

    um

    tipo de lubrificante para as

    mudanas. A empresa em crescimento est

    em

    constante movimento e isso

    facilita que mudanas necessrias para a melhoria do negcio sejam

    realizadas, dado que a empresa est acostumada a sofrer freqentes

    reformulaes. Assim, o crescimento

    um

    catalisador

    de

    mudanas que

    possibilita o desenvolvimento do negcio. (TOMASKO, 1999)

    Independentemente da forma como isso ocorre, o crescimento influi

    de diversas maneiras no desenvolvimento do negcio, na medida

    em

    que ele

    catalisa mudanas, promove novas estruturas organizacionais, valoriza o

    empreendimento e cria possibilidades que seriam impossveis para uma

    empresa estagnada. Assim, o crescimento organizacional cria condies

    favorveis para que o negcio melhore e seja mais competitivo.

    1.3 Motivao das Pessoas

    A viso maquinicista da organizao atualmente retrgrada

    principalmente pelo fato de colocar

    em

    segundo plano o fator humano. Hoje em

    dia, as pessoas so vistas como fundamentais para a operao da empresa,

    sendo consideradas por muitos autores como impulsionadoras das

    organizaes. Este fato pode ser comprovado pela crescente valorizao e

    pela inundao de livros sobre liderana, motivao, negociao e tudo mais

    que se refere aos relacionamentos humanos dentro das organizaes. Essa

    nova onda de valorizao do ser humano tambm sentida quando se pensa

    nos motivos para o crescimento de uma empresa.

    Os melhores profissionais tendem a buscar no somente as

    melhores empresas,

    m s

    tambm aqueles lugares que lhe forneam

    um

    maior

    aprendizado e uma bagagem profissional mais rica. Para tanto, a organizao

    deve ser atraente para o profissional, fornecendo condies para que ele se

    desenvolva e mostre a sua capacidade. Nesse aspecto uma empresa em

    crescimento

    se

    diferencia

    de

    uma organizao estagnada.

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    18/77

    Naturalmente a empresa em crescimento oferece mais

    oportunidades para seus funcionrios fornecendo desafios para os executivos

    (que devem gerenciar uma organizao em mutao), assim como expandindo

    e abrindo novas vagas para que os jovens funcionrios possam subir na

    estrutura da empresa. (HOSMER, 1977)

    Alm disso, segundo Semler:

    O crescimento necessrio porque

    respeita a natureza humana de sentir que h

    progresso no que se est fazendo . (SEMLER,

    1988;

    p.

    76)

    Novos produtos, a entrada

    em

    mercados promissores e o

    gerenciamento de uma nova equipe fazem com que os funcionrios percebam

    que a organizao est

    em

    movimento e que sua participao nesse processo

    importante. As pessoas com maior potencial produtivo sempre buscaro

    empresas que apresentem essa caracterstica progressista.

    Dessa maneira, seguindo essa perspectiva de atrao dos melhores

    profissionais, toma-se interessante fazer com que a empresa esteja em

    constante crescimento. Ao atrair pessoas mais capacitadas a organizao

    capaz de crescer e se desenvolver ainda

    mais.

    Uma organizao maior e mais

    desenvolvida atrai funcionrios com maior capacitao que tomam a empresa

    ainda mais interessante para

    se

    trabalhar. Esse crescimento faz com que a

    organizao entre em um ciclo virtuoso - mostrado na figura abaixo - onde a

    empresa atrai funcionrios e estes a fazem ainda mais atrativa.

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    19/77

    I

    I

    I

    I

    / uncionrios \

    ;

    capacitados

    :

    ' I

    '

    .

    ,

    _

    ---

    - - - - -

    - - - - - -

    ..

    Figura

    1.1

    - Ciclo

    virtuoso

    Assim a motivao das pessoas

    mais uma razo para que toda

    pequena empresa busque sempre o crescimento.

    1.4 Economia de Escala

    Algumas organizaes tm uma necessidade intrnseca de ter uma

    grande produo pois caso contrrio, tais empresas no seriam capazes de

    sobreviver dentro de seu mercado. Isso ocorre por exemplo, no mercado de

    automveis, cervejas e refrigerantes, petroqumicos e ao.

    O fenmeno que explica essa necessidade de altos volumes de

    produo a chamada economia de escala.

    Por definio, economias de escala na

    produo permitem que uma empresa reduza o

    seu custo comparando-se com produes de

    menor escala, e tais custos so uma parte

    importante na determinao dos preos a serem

    cobrados. Baixos custos marginais, tudo mais

    constante, levam a empresa a cobrar preos mais

    baixos, o que aumenta a demanda potencial do

    produto, que por sua vez permite um aumento na

    escala de produo. (MILGROM, 1992; p 10&-

    107)

    9

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    20/77

    Dessa forma na grande maioria dos mercados o produtor com

    maior volume de produo ter os benefcios de utilizar melhor seus ativos

    podendo especializar-se mais e ter custos menores. A empresa com a maior

    produo

    tem

    conseqentemente o maior potencial de obter economia de

    escala

    e

    usando bem isso poder ter o menor custo marginal do mercado.

    A pequena empresa via de regra estar

    em

    grande desvantagem

    em relao aos grandes competidores que tem uma maior economia de escala

    j que sua produo invariavelmente menor e com uma escala baixa. Para

    aproveitar tambm esse tipo de economia a pequena empresa precisa crescer

    e se desenvolver o quanto antes usufruindo desse mesmo benefcio que seus

    competidores.

    Desta forma a economia de escala mais um motivo pelo qual a

    pequena empresa deve buscar o crescimento pois

    sem

    uma escala

    competitiva ela estar em desvantagem em relao aos seus grandes

    competidores.

    Portanto a necessidade de segurana o desenvolvimento do

    negcio a motivao das pessoas e a economia de escala so estmulos para

    que a pequena empresa busque o crescimento. Apesar disso poucas so as

    organizaes que seguem esse caminho. O captulo seguinte discute as

    condies necessrias para que a pequena empresa cresa.

    1

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    21/77

    CAPTUL 2

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    22/77

    Este segundo captulo aborda as necessidades internas da pequena

    empresa para que ela possa ter uma sustentao para crescer.

    Sem

    estas

    condies mnimas a organizao estar fadada ao fracasso mesmo antes de

    tentar comear a crescer.

    Diversas pequenas empresas tm condies para crescer e, no

    entanto, a grande maioria delas mal consegue sobreviver aos primeiros anos

    de vida.

    No

    caso brasiliro 39 das microempresas fecham durante seu

    primeiro ano de vida; nos EUA cerca de 50 das empresas no sobrevivem

    mais de quatro anos. (MDIC, 2003; SBA, 2003(c)) Duas so as explicaes

    para esse alto ndice de mortalidade: a empresa foi incapaz de criar condies

    bsicas para sobreviver (1) ou mesmo tendo condies para sobreviver e

    crescer, a empresa enfrentou dificuldades dentro do mercado escolhido que

    levaram o negcio estagnao e ao posterior fechamento

    2).

    Teremos, dessa forma, duas hipteses para o crescimento da

    pequena empresa. A primeira est na satisfao das condies bsicas para

    sua sobrevivncia. Ou seja, toda organizao precisa de um mnimo de

    condies para operar e conseguir competir numa determinada economia.

    Nesse caso esto sendo tratadas as peculiaridades intrnsecas organizao,

    bem como as decises internas da empresa que podero criar os pilares para

    que ela possa sustentar o seu crescimento. Sem essas condies mnimas,

    mesmo os mercados menos agressivos iro fazer com que a organizao

    fracasse. Essa primeira hiptese est, desse modo, relacionada com o

    ambiente interno da organizao.

    J a segunda hiptese aponta para o ambiente externo empresa.

    Alm de preencher as condies bsicas da primeira hiptese, toda pequena

    empresa enfrentar algumas barreiras para conseguir crescer. Existiro foras

    mercadolgicas provenientes de competidores, governo, fornecedores e

    clientes que dificultaro o progresso da pequena empresa. Tais dificuldades

    so denominadas, nesse trabalho, barreiras para o crescimento.

    Neste captulo ser trabalhada a primeira hiptese. Sero estudados

    os fatores para que uma pequena empresa possa crescer e tornar se uma

    organizao de sucesso. ressaltado o que primordial para o seu

    crescimento, mostrando-se quais so as condies necessrias para

    possibilitar o sucesso de uma nova organizao.

    2

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    23/77

    A escolha de um mercado promissor, a utilizao eficiente de todos

    os recursos disponveis, o aproveitamento da agilidade de ser pequena e uma

    boa administrao so, sem dvida alguma, primordiais para o sucesso em um

    mundo globalizado, onde a competio fica cada vez mais acirrada.

    Mas como fazer isso sendo melhor que as

    outras grandes e j

    experientes organizaes? Onde deve estar o foco da pequena empresa para

    que ela possa direcionar seus esforos para

    um

    crescimento sustentvel?

    A bibliografia consultada mostra que os autores focam em reas

    especficas para explicar o que a pequena empresa deve fazer para crescer.

    Brush, assim como Bygrave, aponta como fundamental para a sobrevivncia

    dos empreendedores o uso produtivo dos recursos, criando-se uma base

    sustentvel na qual os esforos so concentrados naqueles recursos

    essenciais. BRUSH, 2002; BYGRAV 1997) Longenecker, Drucker e Kotler

    sugerem estratgias de nicho de mercado para que a pequena empresa

    comece a competir

    em

    mercados pouco explorados para, a partir da, expandir

    a sua atuao. LONGENECKER, 1998; DRUCKER, 2002; KOTLER, 1998)

    Autores como Hosmer, Kraemer e Bygrave acreditam ser primordial o

    aproveitamento de uma oportunidade no detectada por outras organizaes

    para que a pequena empresa

    pOssa

    crescer. HOSMER, 1977; KRAEMER,

    1994; BYGRAVE, 1997) Alm disso, todos esses e outros autores concordam

    que sem competncia gerencial nenhuma pequena empresa ser capaz de

    atingir seus objetivos, quaisquer que sejam estes. Sempre ser necessrio que

    a empresa seja bem administrada para que sua estratgia e seus recursos

    estejam alinhados e ela possa atingir o s) objetivo s) da organizao.

    Dessa maneira, atravs das perspectivas apontadas por esses

    autores, podemos classificar as condies bsicas para o crescimento da

    pequena empresa

    em

    trs facetas distintas: utilizao dos recursos, estratgia

    de mercado e administrao do negcio.

    2 1 Utilizao dos Recursos

    Recursos so todos aqueles fatores que uma empresa utiliza para

    criar um produto, servio ou ambos.

    m

    outras palavras, os recursos referem-

    3

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    24/77

    se a pessoas, dinheiro e informao que so usados

    no

    processo de produo

    de qualquer organizao. (BRUSH, 2002)

    Mesmo utilizando recursos idnticos, diferentes empreendedores

    podem obter resultados muito diversos. Cada pequena empresa

    tem

    uma base

    de recursos especfica que combina os recursos disponveis no ambiente de

    forma diferenciada. A maneira como cada empresa superutiliza

    ou

    subutiliza

    cada um desses recursos produzir um resultado mpar em termos de produtos

    e servios. Por exemplo, aquelas empresas que investem muito

    em

    tecnologia

    naturalmente tendem a ter um produto mais sofisticado enquanto uma

    organizao voltada para treinamento de venda dever obter um melhor

    atendimento para seus clientes. Dessa forma, o empreendedor deve saber

    como aproveitar os recursos para obter o resultado almejado.

    2.1.1 - Base e recursos

    A formao da base de recursos muito importante e a figura

    adiante mostra os quatro passos para sua criao (BRUSH, 2002):

    Figura

    2.1

    - Criao da base

    e

    recursos

    B SE

    E

    RECURSOS

    Bygrave ressalta que

    fundamental para o empreendedor escolher

    eficientemente os recursos necessrios para a pequena empresa. Mais do que

    isso, deve investir maciamente naqueles recursos que diferenciaro a

    pequena empresa dos concorrentes, aproveitando ao mximo os escassos

    recursos financeiros. (BYGRAVE 1997) Assim, conseguir identificar o que

    mais importante dentre os inmeros recursos existentes no ambiente

    empresarial o primeiro passo para a criao da base de recursos.

    4

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    25/77

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    26/77

    Segundo Porter, os clusters so:

    ( ...

    ) definidos

    como um

    sistema de

    empresas e instituies inter-relacionadas, cujo

    valor como um todo maior do que a soma das

    partes. (PORTER, 1999;

    p.

    226)

    Dentro de

    um cluster

    a existncia

    de

    diversos competidores provoca

    a criao de setores

    de

    apoio que fornecem recursos especializados para as

    empresas da regio. Compem esses setores de apoio: fornecedores,

    universidades com cursos especficos para o

    cluster

    sindicatos relacionados,

    associaes de classe, cmaras de comrcio, entre inmeros outros. Cria-se,

    ento, uma rede de relacionamento entre os profissionais, as empresas e as

    organizaes de apoio que esto na regio, gerando muita informao e

    desenvolvendo os recursos locais. Isso traz para cada uma das empresas

    acesso aos melhores recursos, podendo torn-la ainda mais competitiva.

    Alm

    disso, recursos regionais como mo-de-obra e matria-prima ficam mais

    especializados e so melhor explorados para atender

    s

    necessidades das

    empresas do cluster. (PORTER, 1999) O diamante porteriano - mostrado

    abaixo

    aponta quais so os itens importantes para a formao de

    um cluster

    que, por definio, uma regio com empresas altamente competitivas.

    Rivalidade

    /

    e

    Estratgia

    Condies

    Condies

    de de

    Fatores

    .Demanda

    ;

    /

    etores

    Correlatos

    e

    de Apoio

    Figura 2.2 - Diamante e suas quatro faces que juntas geram vantagem competitiva.

    6

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    27/77

    Porter enfatiza a relevncia de aproveitar esses recursos especficos

    para cada empresa ao definir os setores correlatos e condies de fatores

    (recursos disponveis na regio) como faces do diamante do

    cluster

    No caso dos distritos industriais italianos as pequenas empresas que

    tenham produtos similares unem-se em condomnios industriais, cooperando e

    usufruindo de recursos que somente uma grande empresa poderia ter. Por

    exemplo:

    A pequena e mdia empresa,

    isoladamente, dificilmente tem acesso

    tecnologia ou qualificao profissional; mas,

    quando empresas se juntam, podem conseguir

    estes benefcios. Isso tambm foi conseguido

    pelos distritos italianos. As empresas no

    conseguiam comprar tecnologia, nem contratar

    bons profissionais. Com a unio, tiveram acesso

    tanto tecnologia quanto aos bons profissionais,

    porque todo o distrito paga e todas as empresas

    tm acesso. (POLLASTRI, 2002; p. 22-23)

    Alm disso, fatores como maior poder de barganha para a compra

    de matria-prima, facilidade de acesso ao crdito (pelo maior nmero de

    empresas para pulverizar o risco), possibilidade de especializao (cada

    pequena empresa se especializa em um produto, mas o distrito como um todo

    tem um portflio variado), dentre inmeras outras vantagens.

    Independentemente da forma como o empreendedor consegue os

    ~ ~ Y ~ recursos, fundamental que a base criada seja inovadora e competitiva.

    Afinal, pequenas, mdias e grandes empresas so competidoras da

    organizao em crescimento e no sendo melhor que os concorrentes, a

    pequena empresa estar fadada ao fracasso.

    7

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    28/77

    2.2 - Estratgia de Mercado

    Uma outra condio bsica para o crescimento da pequena empresa

    est na adoo

    de

    uma estratgia de mercado eficaz. No basta ter uma base

    de recursos inovadora dentro de um mercado com grande concorrncia, pois

    outras empresas iro imitar a sua forma de operao, eliminando o diferencial

    competitivo existente. Uma estratgia de mercado adequada primordial para

    que a pequena empresa possa se desenvolver, tendo chance de crescer e da

    competir igualmente com as grandes organizaes.

    2.2.1 - Mercado

    j

    existente

    Quando o produto da pequena empresa muito similar aqueles

    oferecidos pelos concorrentes, os servios agregados podem ser o grande

    diferencial para a escolha da empresa. m vez de competir diretamente com

    uma (ou mais) organizao(es) j estabelecida(s), a pequena empresa deve

    escolher uma fina - mas caracterstica - fatia desse mercado, atendendo-a de

    maneira excepcional. O concorrente que atende uma grande quantidade de

    clientes no ir mudar a sua estratgia para competir dentro desse nicho, pois

    correr o risco de desagradar aqueles que no pertencem a essa fatia. Alm

    disso, ao montar uma estrutura dedicada para atender esse pequeno pblico, a

    grande empresa perderia o ganho de escala adquirido, no sendo interessante

    mudar a estratgia. A pequena empresa pode, ento, operar e conquistar

    esses clientes especficos, fortalecendo-se e adquirindo

    uma

    parte do mercado.

    (KOTLER, 1998; LONGENECKER, 1998; PORTER, 1996; DRUCKER, 2002)

    Quando o mercado j existe e est consolidado esse tipo de

    estratgia uma maneira de competir sem a necessidade de

    um

    produto ou

    servio totalmente diferenciado. A pequena empresa apenas atende o cliente

    selecionado melhor e de modo mais personalizado. No est havendo

    nenhuma grande inovao, mas sim uma melhoria no atendimento ao cliente.

    Quando a empresa cria um

    produto ou servio diferenciado, ficando

    clara uma inovao,

    um

    novo mercado pode estar surgindo. Nesses casos,

    mesmo que esse produto-ou servio seja designado para uma fatia especfica

    de mercado, essa fatia poder crescer e tornar-se um novo mercado.

    8

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    29/77

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    30/77

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    31/77

    empreendedor estar criando novos mercados nos lugares onde sua empresa

    estiver crescendo.

    Seguindo a linha schumpeteriana de empreendedorismo atravs da

    inovao, Fillion diz que o empreendedor de sucesso essa pessoa que

    consegue captar as melhores oportunidades do ambiente. Ele enxerga o

    mundo atravs de um prisma diferenciado, dedica uma enorme energia ao

    trabalho e lidera outros indivduos para concretizar essa sua viso. (FILLION,

    2000) O empreendedor aquele que aproveita a oportunidade para criar um

    negcio, atender clientes de uma nova maneira e

    com

    isso faz essa empresa

    crescer.

    Ao inovar, a pequena empresa pode trabalhar num mercado

    compatvel com seu tamanho e crescer medida que este se desenvolve.

    Nesse caso, o mercado estar sendo criado pela empresa e ambos crescero

    juntos. Esse o intuito daqueles que buscam o novo mercado como uma

    estratgia.

    2.2.3 Empreendedorismo vs. estratgia de mercado

    Existe uma provvel relao entre essas duas vises de estratgia

    de mercado (ressaltadas nos itens 2.2.1 e 2.2.2) e a definio de

    empreendedorismo adotado pelo GEM

    4

    .

    Segundo o GEM so duas as

    categorias nas quais podemos dividir os empreendedores:

    (a)

    eles( as) identificam uma

    oportunidade de negcio (isto

    escolhem um

    empreendimento dentre as possveis opes para

    suas carreiras), ou (b) eles(as) encaram o

    empreendedorismo como uma ltima alternativa

    (isto

    sentem-se de certa forma forados a

    iniciar seus prprios negcios porque inexistem

    quaisquer outras opes de trabalho ou porque as

    GEM Global Entrepreneurship Monitor uma iniciativa da Babson Col/ege da London

    Business Schoo/ e da Ewing Marion Kauffman Foundation para um projeto de pesquisa e

    monitoramento do empreendedorismo no mundo.

    2

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    32/77

    existentes so insatisfatrias). (GEM, 2002;

    p.

    20)

    Apenas para simplificar chamaremos daqui em diante o caso (a) de

    empreendedorismo por oportunidade e o caso (b) de empreendedorismo por

    necessidade.

    O empreendedorismo por oportunidade e a estratgia de mercado

    novo podem ter uma relao na medida em que ambas as definies buscam,

    por exemplo, um novo mercado ou um novo produto para um mercado j

    existente. Isso fica aparente na prpria pesquisa do GEM onde entre os

    empreendedores que buscam novos nichos de mercado, os empreendimentos

    por oportunidade tm uma maior participao percentual (mostrada na tabela

    abaixo):

    DESeRO,

    Nenhum

    nidlo

    dQ rneteado criado

    T3

    ro

    niCilo de

    mercado

    alado 20

    63

    Algum

    nicho dQ moo:ado criado

    6

    71

    Mximonicho P mercado

    criado

    79

    100

    Nlf fiTO

    u s s 9 129

    5 541

    61

    37

    34

    25

    15

    1o356

    37'%

    3

    3

    4

    5

    232

    3%

    100

    100

    100

    100

    100

    Pond&rada JX Ira fm

    d

    representao

    da

    populao a1\taloot1e

    elliOMda em

    emproondooorismo. OUtras mo1ivaes,

    1Tl900S de 3%

    da

    amoslragem 9Si

    incluida na coluna Todos . Todas as diferenas

    entre

    oportunidade e

    necessidade

    es1a11stlcanente

    slgnlllcante

    a

    0.0000

    ou melhof.

    Tabela

    2.1

    - Tipo

    de

    atividade empreendedora e

    criao de mercado

    (adaptada

    de

    GEM, 2002; p.

    23)

    A criao de um nicho de mercado aponta para a vontade do

    empreendedor aproveitar uma janela de oportunidade (vide figura 2.3) e

    usufruir os benefcios de

    um

    mercado em crescimento.

    Vale ressaltar que as definies do GEM consideram o motivador

    interno do empreendedor, pois os tipos de empreendedorismo so estipulados

    pelas opes que ele tinha ao fundar o negcio. Assim se no incio do

    empreendimento no existia outra opo melhor de trabalho - mesmo que o

    empreendedor tenha aproveitado uma oportunidade - esse tipo de

    empreendedorismo classificado como sendo por necessidade.

    22

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    33/77

    Flexibilizando essa condio e adotando como empreendedorismo

    por oportunidade aquele caso onde houve o aproveitamento de uma

    oportunidade (independente da falta opo de um trabalho melhor na fundao

    da empresa), a relao com a estratgia de novo mercado fica ainda mais

    forte. Afinal, havendo a busca por oportunidade est sendo procurado um novo

    produto, ou

    um

    novo mercado para

    um

    produto antigo , ou uma adaptao de

    conceitos novos para mercados locais que so formas de buscar

    um

    novo

    mercado.

    Por outro lado, a relao entre o empreendedorismo por

    necessidade e a estratgia de mercado j existente bastante frgil. Contudo,

    ao utilizar a definio independente das opes de fundao do

    empreendimento, pode-se dizer que h uma relao entre esse tipo de

    empreendedor e a estratgia de mercado j existente. A pessoa que no est

    em

    nenhum momento buscando uma oportunidade (e portanto um

    empreendedor por necessidade) estar sempre competindo

    em

    um mercado j

    existente e dessa forma, dever utilizar esse tipo de estratgia.

    2.2.4 Escolha da estratgia

    A estratgia de mercado escolhida deve, portanto, ser condizente

    com aquilo que a pequena empresa pretende produzir. No basta que o

    produto (ou servio) oferecido seja excepcional; ele precisa ser encaminhado

    para o mercado correto e da maneira certa. Segundo Drucker:

    (

    ...

    a

    maioria das novas invenes ou

    produtos de sucesso no consegue ir bem no

    mercado para o qual havia sido originalmente

    concebida. (DRUCKER, 2002;

    p.

    78)

    Cabe ao empreendedor estar atento no somente ao produto, mas

    tambm ao mercado. Ele o responsvel por colocar o produto no local onde

    este possa gerar o maior retorno para a pequena empresa. Caso o

    empreendedor falhe nessa tarefa, abre-se a possibilidade de que outras

    3

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    34/77

    organizaes deste mercado copiem esse produto ou utilizem produtos mais

    adequados que impediro o sucesso da pequena empresa.

    2.3 - dministrao do Negcio

    Uma ltima condio bsica para o crescimento da pequena

    empresa a administrao eficaz do negcio. aparentemente bvio citar que

    uma pequena empresa precisa ser bem gerenciada para crescer; afinal qual

    empresa, independentemente de seu tamanho ou estgio de maturidade, no

    precisa ser bem administrada? Contudo a constante transformao (da

    empresa e do mercado) faz da fase de crescimento uma perigosa armadilha

    para a pequena empresa.

    Em um estudo realizado pelo SBA

    5

    Dornelas aponta que a grande

    maioria dos fracassos das pequenas empresas americanas (45 ) foi causada

    por incompetncia gerencial. (DORNELAS, 2001) Note que esse valor

    referente s micro e pequenas empresas de um pas cuja tradio em

    administrao notadamente maior que a brasileira.

    E

    apesar de no ter sido

    encontrada pesquisa similar no Brasil, esse percentual norte-americano mostra

    quo importante a administrao do negcio para a pequena organizao.

    Muitas empresas que tm produtos de qualidade e consumidores j

    fidelizados acabam no conseguindo sobreviver por simplesmente serem

    incapazes de administrar seu fluxo de caixa. Essa sndrome, comum nas

    pequenas empresas em crescimento, ocorre quando a organizao reconhece

    a sua capacidade de atender ao mercado e procura cegamente a sua

    conquista. No entanto, o empresrio se esquece de que necessitar de flego

    financeiro para tanto ou mesmo de que financiamentos tm um custo alto,

    principalmente no Brasil. Ao deixar de cumprir suas obrigaes financeiras a

    pequena empresa desvia o foco de sua ateno da produo para a

    administrao financeira do negcio. Com isso ela permite que os

    competidores a alcancem na corrida estratgica, perdendo aquilo que a

    diferenciava das demais empresas.

    5

    SBA - United States Small Business Administration - rgo governamental responsvel pelo

    fomento e desenvolvimento das pequenas empresas nos EUA.

    24

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    35/77

    Drucker um dos poucos autores que apontam explicitamente essa

    incapacidade de administrar o fluxo de caixa como

    um

    problema para o

    crescimento da pequena empresa.

    (Os empreendedores) acreditam que o

    lucro o que mais importa numa nova empresa.

    Mas ele

    secundrio. O fluxo de caixa que

    importante. O autor ainda ressalta que

    investimentos nas novas empresas so

    constantes e deve-se prever que novos

    financiamentos sero necessrios. (DRUCKER,

    2002; p 78)

    dessa forma,

    um

    erro gerencial no fornecer os recursos

    financeiros necessrios para que a empresa possa se desenvolver.

    Outro autor que menciona a necessidade de uma boa administrao

    do negcio Dornelas. Para esse autor o final do processo empreendedor

    culmina na administrao daquilo que foi montado, que exatamente quando a

    empresa comea a operar e crescer.

    (O empreendedor) deve reconhecer

    suas limitaes e saber, antes de qulquer coisa

    recrutar uma excelente equipe de profissionais

    para ajud-lo a gerenciar a empresa,

    implementando aes que visem minimizar os

    problemas, e identificando o que prioridade e o

    que crtico para o sucesso do empreendimento.

    (DORNELAS, 2001; p 44)

    Ele destaca, dessa forma, a necessidade de que o empresrio

    reconhea a sua incapacidade administrativa e busque ajuda para administrar

    seu negcio. O autor aprofunda a viso de Drucker, pois assume que todo

    empreendedor necessita de apoio gerencial para poder administrar a pequena

    empresa.

    25

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    36/77

    Alm disso uma boa administrao dever buscar e trazer para a

    pequena empresa todo o conhecimento e a tecnologia necessrios para que a

    organizao esteja atualizada

    em

    relao ao seu mercado.

    Assim mesmo parecendo bvio a grande quantidade de empresas

    que fecham as suas portas devido incapacidade gerencial de seus lderes

    um

    fator que alerta para a necessidade de que haja uma administrao eficaz

    nas pequenas organizaes. O empreendedor no pode voltar sua ateno

    somente para a criao da base de recursos e para a estratgia de mercado

    pois uma m administrao pode inviabilizar o mais prdigo dos negcios.

    Desse modo administrar

    em

    o negcio escolher a estratgia de

    mercado correta e criar uma boa base de recursos so condies bsicas para

    a sobrevivncia da pequena empresa. Sem elas a organizao no tem apoio

    para poder

    se

    desenvolver e enfrentar as barreiras para o crescimento que

    sero descritas no prximo captulo.

    6

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    37/77

    CAPTUL 3

    arreiras p r

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    38/77

    O mercado no qual a empresa est inserida exerce uma seleo

    natural permitindo que somente aquelas mais preparadas sobrevivam. Essas

    barreiras externas so delineadas neste captulo mostrando-se o que a

    pequena empresa precisa enfrentar no ambiente competitivo para poder

    crescer.

    Seguindo a hiptese 2 formulada no incio do captulo anterior

    mesmo tendo as condies bsicas para crescer existem algumas dificuldades

    que podem atrapalhar o avano da pequena empresa rumo ao seu objetivo. A

    fase de crescimento

    um

    momento transitrio que exige das pequenas

    empresas a superao de algumas barreiras para poder

    se

    desenvolver.

    Essas barreiras so aquelas dificuldades enfrentadas por todas as

    pequenas empresas independentemente do setor onde elas atuam. Mais do

    que isso essas dificuldades so geradas por contextos polticos e

    macroeconmicos nacionais estando fora do alcance da empresa a sua

    influncia

    ou

    alterao. So barreiras decorrentes das foras mercadolgicas

    do capitalismo.

    Dentro desse contexto econmico mais amplo essas barreiras

    podem ser divididas

    em

    quatro categorias principais: manuteno da base de

    recursos acesso ao capital barreiras legais e burocrticas. e mudana na

    postura de liderana. Cada uma dessas barreiras ser discutida e tratada a

    seguir.

    3 1 Manuteno da base de recursos

    Como foi visto no captulo anterior o aproveitamento dos recursos

    primordial para que a pequena empresa tenha condies para crescer. Nas

    atividades iniciais e de crescimento recursos como dinheiro pessoas e

    informaes so muito importantes para a sobrevivncia de empreendimento.

    Torna-se necessrio criar essa base de recursos que apie o negcio.

    Mais do que desenvolver e coordenar esses recursos a pequena

    empresa precisa encontrar

    um

    sistema para que essa base possa estar sempre

    competitiva e atualizada

    em

    relao ao mercado. No basta ter uma base de

    recursos competitiva m s esttica pois

    em

    pouqussimo tempo os

    concorrentes a copiaro.

    8

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    39/77

    A pirmide de recursos, mostrada na figura 3.1 a seguir, mostra a

    transformao de recursos genricos numa vantagem competitiva ao se

    desenvolver a base de recursos da pequena empresa, apenas modificando a

    forma como esses recursos comuns so combinados.

    VANTAGF M

    \

    ATIVO

    COMPETi NCIAS

    \

    RECURSOS

    GENRICOS

    Figura 3.1 - Pirmide

    de

    Jlecursos

    adaptada

    de Brush

    2001)

    Conforme a pequena empresa consegue combinar mais

    eficientemente os recursos disponveis no ambiente, ela passa de recursos

    genricos e comuns a todas as empresas do mercado para competncias mais

    especficas. A partir das competncias

    possvel gerar

    um

    ativo, que algo

    capaz de gerar valor para a empresa. Por

    fim

    ao trabalhar diversos ativos a

    empresa pode criar uma vantagem nica que pode ser um produto ou servio

    diferenciado e que somente essa organizao consegue entregar para o

    consumidor.

    Mesmo chegando ao topo da pirmide de recursos, a empresa no

    deve acreditar que

    tem

    uma base de recursos imbatvel. Seus concorrentes

    tentaro alcanar essa vantagem o mais rpido possivel fazendo

    om

    que sua

    base de recursos volte a ser apenas um ativo. Assim, necessrio que a

    pequena empresa esteja melhorando a sua base de recursos para que a

    mesma seja suficientemente competitiva e tenha sempre uma vantagem nica.

    9

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    40/77

    3.2 Acesso ao capital

    Uma das maiores dificuldades da pequena empresa o acesso ao

    crdito. Enquanto grandes corporaes conseguem diversos tipos de

    financiamentos desde a venda de aes em bolsas de valores at mesmo

    emprstimos governamentais, as pequenas empresas sofrem para conseguir

    dinheiro para o financiamnto dos seus projetos.

    Dentre os muitos motivos pelos quais as pequenas empresas no

    conseguem crdito, dois podem ser citados para exemplificar essa barreira. O.

    primeiro deles se refere alta taxa de mortalidade das pequenas empresas.

    Afinal, como j foi visto anteriormente, 39% das pequenas empresas no

    sobrevivem ao primeiro ano de vida, crescendo muito o risco para o financiador

    e contribuindo para uma alta taxa de juros. (MDIC, 2003) Isso torna o custo do

    capital para a pequena empresa muito mais alto do que para outras

    organizaes, dificultando seu acesso ao crdito. Um segundo motivo pelo qual

    a pequena empresa no consegue financiamentos para seus projetos est na

    falta de ativos que possam servir como garantia para o crdito. Normalmente

    as pequenas empresas tm poucas mquinas e pouco estoque

    e,

    como so

    estes os ativos mais comuns para se garantir

    um

    crdito concedido, a

    organizao no consegue o almejado financiamento. Alm disso, as pequenas

    empresas so carentes em registros contbeis e informaes financeiras. Isso

    gera uma falta de transparncia que dificulta a avaliao apropriada da

    viabilidade dos investimentos e coloca um peso excessivo na exigncia de

    garantias. (PUGA, 2002)

    Outra explicao para a pequena procura de recursos externos

    organizao est na chamada barreira do controle.

    Esta barreira simbolizada pela

    impresso de que, para conseguir os recursos

    necessrios para que a organizao cresa e

    portanto sobreviva), o empreendedor tem que

    entregar o controle da organizao para os novos

    acionistas, para os banqueiros e para outros

    3

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    41/77

    dentro da prpria organizao. (LEVIE, 2001;

    p.

    188)

    O medo de no ter o pleno controle de seu negcio faz com que o

    empreendedor evite a todo custo emprstimos e/ou venda de participao no

    negcio.

    Uma pesquisado SEBRAE de So Paulo ilustra claramente essa

    dificuldade encontrada pela pequena empresa no Brasil; menos de 18% das

    empresas pesquisadas utilizaram instituies formais para conseguir crdito.

    Por outro lado, os meios mais comuns de financiamento

    so:

    pagamento de

    fornecedores

    prazo, pagamento de contas

    com

    cheques pr-datados, cheque

    especial/carto de crdito, desconto de duplicatas e outros ttulos, e dinheiro de

    amigos/parentes. (SEBRAE- SP 1999 (a))

    O acesso ao crdito um dos itens mais crticos para o crescimento

    das pequenas empresas tanto que instituies e rgos governamentais como

    o SEBRAE (Brasil), SBA (EUA), DGPYME

    (Espanha), SMBCGF (Taiwan) e a

    Agncia da Pequena e Mdia Empresa (Japo) procuram criar meios

    especficos de acesso ao crdito para as micro e pequenas empresas. Tais

    iniciativas so comumente chamadas micro-crditos no Brasil. O grau e o

    escopo do financiamento governamental depender tambm do tipo de poltica

    de apoio

    pequena empresa.

    A tabela a seguir ilustra a importncia da micro e pequena empresa

    (MPME) para o pas e as conseqentes polticas adotadas:

    Direccin General de Poltica de la PYME - Direo Geral da Poltica da MPME

    rgo

    espanhol responsvel pelo desenvolvimento de polticas voltadas

    pequena empresa.

    3

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    42/77

    r ~ ~ ~

    ,EUA

    l tlia

    I

    fTaiwan

    Espanha

    Japo

    Mxico

    i ~ r s i l _

    mportncia

    da

    IVIPME

    Poltica de

    apoio

    a

    MPIVIE

    assegurar o livre mercado

    reduzir desigualdades regionais

    atender mudana da demanda

    internacional

    reverter

    situao

    macroeconmica

    desfavorvel

    recuperar o crescimento da

    economia

    ajudar

    na

    insero no NAFTA

    reverter situao

    macroeconmica

    desfavorvel

    acesso

    ao crdito

    incentivo para regioes menos

    desenvolvidas

    transferncia

    de tecnologia

    gerao

    de emprego e renda

    criao e empregos e promoo

    de inovao

    substituio

    de

    importaes

    gerao

    de

    emprego e renda

    Tabela 3.1 - Poltica de apoio s pequenas empresas

    baseada em PUGA, 2000 e PUGA, 2002

    Podemos verificar que no caso dos

    EUA,

    a prpria poltica de apoio

    o acesso ao crdito, diferentemente de pases como, por exemplo, o Brasil,

    Espanha e Japo onde o objetivo do governo criar emprego. Certamente

    para a gerao do emprego necessrio facilitar o crdito pequena empresa,

    mas esse no o fim da poltica governamental. Assim, de se esperar que,

    nos EUA, o acesso ao crdito para a pequena empresa seja mais fcil do que

    em outros pases.

    No entanto, apenas o apoio governamental no suficiente para que

    a pequena empresa consiga capital para crescer. A organizao precisa saber

    encontrar dinheiro disposto a ser investido no seu negcio.

    Alm disso, o tipo de financiamento que cada empresa pode buscar

    tambm depender do estgio de crescimento no qual ela se encontra. No

    momento e fundao da

    -empresa,

    por exemplo, muito comum que o

    empreendedor utilize o seu dinheiro para iniciar o negcio. Contudo, conforme

    a empresa cresce o investimento necessrio tambm aumenta e investidores

    com maior capital so procurados. Essa mudana de financiadores mostrada

    na figura 3.2 adiante:

    BIBLIOTEC K RL

    A

    OEDECKER

    3

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    43/77

    Crescimento

    d empresa

    2

    venture capital

    1

    ------------zf-_.____ first round

    see

    money.

    I

    second round

    a n g e ~ ,

    ~

    l i

    Expanso

    j angels L

    i incubadoras --

    empreendedor

    arnigos

    I amlia

    i

    4

    venture capital

    PO

    bolsa de valores

    Consolida o

    Tempo

    Figura 3.2 - Estgios de investimento em empresas emergentes

    Do

    melas, 2001; p. 180)

    A fase pr-inicial ou d idia caracterizada pelo investimento inicial

    que ser colocado para criar a empresa. Nesse momento, a empresa no est

    constituda, existindo apenas

    um

    projeto para cri-la. Os financiadores mais

    comuns

    so

    os angels as incubadoras, o prprio empreendedor, os amigos

    e

    a

    famlia. DORNELAS, 2001)

    Os chamados ange/s so pessoas fsicas que assumem o risco de

    investir numa pequena empresa e buscam com isso um retomo mais alto que

    aquele de mercado. O

    angel

    entra, normalmente, como scio do

    empreendedor, gostando de opinar e de ser conselheiro do negcio. Segundo

    Domelas, esse tipo de empreendedor

    bastante comum nos Estados Unidos e

    est se tornando mais conhecido no Brasil. A grande dificuldade para o

    empreendedor consiste

    em

    encontrar

    um

    angel disposto a investir no seu

    negcio. Esse tipo de pessoa no divulga sua inteno de investir e o

    empreendedor precisa utilizar a sua rede de relacionamento para ach-lo.

    DORNELAS, 2001)

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    44/77

    As incubadoras, por sua vez comeam a exercer um papel muito

    importante para o financiamento das empresas porque, apesar de no fornecer

    dinheiro para a pequena empresa, ela empresta uma infra-estrutura inicial para

    que o negcio comece a funcionar. O Brasil tinha 183 incubadoras em 2002,

    sendo que em 1999 esse nmero era de apenas 100. Isso mostra o

    crescimento desse tipo de incentivo financeiro para a pequena empresa.

    Contudo, mesmo com a proliferao das incubadoras, apenas algumas poucas

    empresas so privilegiadas com esse apoio. Segundo a Anprotec a capacidade

    mxima mdia das incubadoras de apenas 10 empresas. A imensa maioria

    no tem, portanto, acesso s incubadoras, sendo necessrio procurar outras

    formas para investir na sua idia. (ANPROTEC, 2003)

    Dessa forma, na fase da idia existe uma grande dificuldade em

    encontrar

    angels

    interessados no negcio ou mesmo

    em

    obter apoio junto a

    alguma incubadora. Por conseguinte, a opo mais fcil e mais utilizada pelas

    empresas brasileiras o auto-financiamento (dinheiro do prprio

    empreendedor) e o emprstimo de famlia/amigos.

    A segunda fase, chamada de

    start-up

    consiste no perodo em que a

    empresa j est constituda e comea a operar. Excetuando-se os casos onde

    o produto muito promissor, poucos so os capitalistas interessados em

    investir na pequena empresa. A maioria deles prefere aguardar para ver como

    a empresa se comporta para da pensar em investir. (DORNELAS, 2001)

    Na fase de expanso, a pequena empresa j mostra o que capaz

    de produzir e necessita de capital para poder expandir o seu negcio. Nessa

    etapa muito comum a utilizao de capital de risco - tambm chamado de

    venture capital.

    Segundo uma pesquisa realizada pela ABCR e Thomson

    Ventura Economics sobre o mercado de capital de risco no Brasil, 58% do

    montante investido foi em empresas que estavam

    em

    expanso. (ABCR, 2003)

    . '

    A principal caracterstica do capital de risco est no financiamento de

    empresas que tenham um alto potencial de retomo (do investimento), sendo

    que esse emprstimo tem uma durao pr-definida.

    Os capitalistas agiro como scios

    minoritrios do negcio, mas por tempo

    determinado, previamente acordado, ao final do

    4

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    45/77

    qual ocorrer a sua sada do negcio.

    Independentemente do resultado obtido, ambas

    as partes podem estabelecer

    um

    acordo por um

    novo perodo, com outras condies.

    (DORNELAS, 2001; p. 181)

    Essa modalidade de financiamento contudo, muito pouco

    desenvolvida no Brasil. Enquanto nos EUA cerca de 1 5 em cada dez mil

    empresas financiada por capital de risco, no Brasil esse nmero de apenas

    0,33

    7

    Dessa forma, assim como o

    angel investor,

    o capital de risco muito

    difcil de ser encontrado no Brasil e apenas poucas pequenas empresas

    conseguem utilizar esse tipo de financiamento.

    A quarta e ltima fase, chamada de consolidao, caracterizada

    pela estabilizao da empresa. Nesse momento os capitalistas de risco

    procuram realizar o lucro obtido

    com

    o investimento, retirando aquilo que foi

    investido na pequena empresa. A organizao que normalmente pretende

    continuar a se expandir, via de regra, busca o financiamento atravs da

    emisso de papis nas bolsas de valores.

    O IPO lnitial Public

    ffering

    Oferta Pblica Inicial de Aes) a

    maneira mais comum de fazer com que os capitalistas de risco consigam sair

    do negcio (conforme havia sido planejado) e tambm para que a empresa

    financie a sua nova fase de expanso. A partir dessa oferta inicial, a empresa

    passa a participar da(s) bolsa(s) de valores

    e

    pode emitir novos papis para

    negociao conforme lhe convenha.

    Na medida

    em

    que a pequena empresa vai crescendo, o volume de

    investimento necessrio aumenta e novas formas de financiamento so

    exigidas. Cabe ao empreendedor conseguir viabilizar esses financiamentos

    para a sua empresa.

    Com

    a estabilizao econmica brasileira, novas

    modalidades de financiamento comeam a surgir, abrindo um novo leque de

    opes para as pequenas empresas, devendo o empreendedor estar

    preparado para busc-las quando for necessrio.

    7

    Valores calculados para o ano de 2000, calculados com informaes das referncias

    bibliogrficas: MDIC, 2003; ABCR, 2003; SBA, 2003 (a); e IGBE, 2003.

    5

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    46/77

    O acesso ao crdito ainda uma grande barreira pequena

    empresa, pois pela falta de transparncia financeira dessas organizaes, bem

    como pela sua alta taxa de mortalidade, o risco associado a essas empresas

    muito alto e torna o custo de capital invivel.

    3.3

    arreiras legais e burocrticas

    Os artigos 170 e 179 da constituio federativa brasileira de 1988

    dispem o seguinte:

    Art. 170. A ordem econmica,

    fundada na valorizao do trabalho humano e na

    livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos

    existncia digna, conforme os ditames da justia

    social, observados os seguintes princpios:

    ( .. )

    IX - tratamento favorecido para as

    empresas de pequeno porte constitudas sob as

    leis brasileiras e que tenham sua sede e

    administrao no Pas.

    Art. 179. A Unio, os Estados, o

    Distrito Federal e os Municpios dispensaro s

    microempresas e s empresas de pequeno porte,

    assim definidas em lei, tratamento jurdico

    diferenciado, visando a incentiv-las pela

    simplificao de suas obrigaes administrativas,

    tributrias, previdencirias e creditcias, ou pela

    eliminao ou reduo destas por meio de lei.

    (CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA

    DO BRASIL, 1988)

    Apesar de dispostos nos artigos constitucionais acima, o Brasil no

    consegue favorecer ou oferecer tratamento jurdico diferenciado de maneira

    eficiente para as pequenas empresas.

    36

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    47/77

    Com relao s obrigaes tributrias o chamado imposto SIMPLES

    uma primeira iniciativa para facilitar e reduzir tais encargos

    na

    esfera federal.

    No entanto, a maior crtica que as legislaes estaduais e municipais no

    acompanharam esse processo. O SIMPLES estadual no est alinhado com o

    federal, sendo diferente para cada unidade da federao. Por exemplo:

    ( ... ) os Estados do Paran e Minas

    Gerais consideram microempresa aquela que

    obtm receitas brutas anuais de at R$ 180 mil e

    em Sergipe o valor de enquadramento de R$ 60

    mil. Quanto empresa de pequeno porte, os

    valores anuais variam de

    R$

    360 mil

    em

    Sergipe a

    R$ 1.500 mil no Paran Cada Estado aplica

    legislaes diferenciadas para tal pblico.

    (SEBRAE, 2003; p. 22)

    ( ... os critrios de enquadramento nos

    SIMPLES estaduais nem sempre so expressos

    em

    termos de volume de faturamento, por vezes

    considerado, tambm, o nmero de empregados

    e o tipo de atividade exercida. (SEBRAE, 2003;

    p 21)

    Certamente a iniciativa federal j ajuda as pequenas empresas.

    Contudo existem pontos de melhoria importantes e ainda no se pode dizer

    que a carga tributria da pequena empresa brasileira seja totalmente

    simplificada.

    Existem tambm outras formas de apoio governamental pequena

    empresa como, por exemplo, a reduo ou at iseno de taxas para

    arquivamento de atos societrios nos registros de comrcio e para obteno de

    licenas e alvars obrigatrios. No entanto, apesar desses incentivos as

    pequenas empresas so obrigadas a conviver com a burocracia envolvida na

    obteno de todos os registros e licenas necessrios para seu funcionamento

    regular.

    7

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    48/77

    Cumpre destacar que as obrigaes previdencirias e trabalhistas

    so basicamente as mesmas para todos os tipos de empresas, sem levar em

    considerao o seu tamanho. Nesse caso, fica claro o desrespeito

    ao

    artigo

    179 da constituio federal, uma vez que o favorecimento s pequenas

    empresas vislumbrado na magna carta no existe na prtica.

    A concesso de tratamento jurdico diferenciado s pequenas

    empresas comum em diversos outros pases. Na Itlia, por exemplo, foi

    aprovada uma legislao em 1970, onde empresas com menos de 1

    funcionrios no tinham quase nenhuma obrigao fiscal, contbil e

    burocrtica.

    (POLLASTRI, 2002) Existia tambm uma grande preocupao com

    o desenvolvimento do sul do pas.

    At 1993, diversos incentivos foram

    concedidos a essa regio, destacando-se a

    iseno por 1

    anos do pagamento de impostos

    de renda das indstrias e de tributos locais,

    tratamento favorecido no pagamento do imposto

    sobre o valor adicionado, apoio financeiro,

    dispensa do pagamento da parcela dos

    trabalhadores no imposto sobre a previdncia

    social e reduo de determinadas tarifas. (PUGA,

    2000;

    p.30

    Essa poltica foi to marcante para o caso italiano que,

    em

    1996, as

    micro e pequenas empresas italianas produziam 43,6%

    em

    valor do total

    exportado do pas, enquanto no Brasil esse valor, em 2000, era de apenas

    12,4% do valor total exportado. (PUGA, 2000; MDIC, 2003)

    Outro exemplo o caso da Espanha, cujo governo, a partir de 1996,

    ( ...

    ) deu incio a

    um

    amplo programa

    de reforma da .legislao trabalhista e

    flexibilizao do mercado de trabalho, bem como

    de austeridade fiscal, com controle de gastos e

    privatizao de empresas. Uma especial ateno

    8

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    49/77

    foi dada s MPMEs, tendo

    em

    vista a sua

    importncia para a economia espanhola e o seu

    papel na gerao de emprego e renda. (PUGA,

    2002;p. 12)

    Dessa maneira, o governo brasileiro est dando apenas

    os

    primeiros

    passos para

    um

    relaxamento nas obrigaes legais da pequena empresa.

    preciso liberar a pequena empresa, propiciando

    um

    ambiente que favorea o

    seu desenvolvimento e no o dificulte como ocorre atualmente no pas.

    3 4

    udana na postura de liderana

    Talvez a principal barreira para o crescimento da pequena empresa

    esteja no prprio empreendedor. Segundo Gerber, existe uma fase depois da

    qual o empresrio comea a perder o controle do seu negcio:

    a chamada

    rea de segurana . Fora desta rea a pequena empresa tem

    um

    tamanho tal

    que os tentculos do empreendedor no conseguem mais alcanar todos os

    setores da organizao ao mesmo tempo. Para no voltar a ser pequeno, ir

    falncia

    ou

    ter de

    se

    desdobrar para conseguir liderar a empresa, o

    empreendedor precisa ter uma nova perspectiva

    do

    seu negcio. (GERBER,

    1990) Sua postura como lder deve ser mudada, afinal uma empresa em

    expanso demanda prioridades especficas e diferentes daquelas que o lder

    de uma pequena empresa est habituado.

    Ainda segundo Gerber, o empreendedor de sucesso no deve ter

    como foco trabalhar no empreendimento, mas

    sim

    desenvolver

    um

    empreendimento que seja nico e possa ser replicado. (GERBER, 1990) Essa

    postura de pensar no negcio no como

    um

    trabalho, e

    sim

    como

    um

    sistema

    que funciona para gerar lucro ao(s) scio(s) uma mudana radical para o

    empreendedor que j trabalhou

    em

    todas as reas da empresa que fundou.

    Levie, por outro lado, aborda a questo

    d

    mudana de postura do

    lder utilizando uma linguagem um pouco diferente. Para esse autor, o

    crescimento da pequena empresa faz com que o empreendedor passe de lder

    de equipe, para

    um

    lder de vrias equipes. Assim, a unidade

    com

    a qual o

    empreendedor trabalha no

    mais o indivduo, mas sim

    um

    conjunto de

    9

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    50/77

    indivduos. (LEVIE, 2001) Dessa forma, tal abordagem aponta para aumento da

    complexidade no gerenciamento de funcionrios como sendo a principal

    mudana necessria para o lder.

    Outro autor que explora essa questo da liderana da pequena

    empresa Fillion. Para ele, o empreendedor que no incio era capaz

    de

    executar e ensinar qualquer funcionrio a realizar todas as funes da empresa

    deve, conforme a organizao se expande, passar a coordenar e delegar

    tarefas.

    claro que a liderana do empreendedor deve continuar a ser

    exercida, no entanto,

    ele deve

    se

    preocupar mais

    com

    o aspecto gerencial. O

    volume de tarefas a serem feitas aumenta cada vez mais e o empreendedor

    precisa comear a determinar quem far qual delas. Assim, gradualmente o

    empreendedor passa da funo de executor para coordenador das tarefas. Ele

    deve ser mais

    um

    gerente do que

    um

    lder, conforme a empresa aumenta e se

    torna mais complexa. (FILLION, 2000)

    Bergamini explora essa diferena entre lder e administrador (ou

    gerente) definindo o primeiro como prtico, visionrio, flexvel, no controlado,

    criativo e que fomenta a mudana, enquanto o segundo racional, analtico,

    estruturado e organizado. (BERGAMINI, 2000)

    A

    palavra Administrador costuma

    indicar que o indivduo assim rotulado, ocupa um

    posto de direo numa organizao, decidindo

    sobre os processos atravs dos quais uma

    organizao funciona, alocando recursos com

    prudncia, utilizando seu pessoal da melhor

    maneira possvel.

    Lder usado para indicar algum que

    usa o processo de persuaso porque preocupa-se

    com

    aquilo que as coisas significam para as

    pessoas.

    s

    lderes se orientam na direo da

    inovao desafiando o status quo e inspirando

    confiana. capaz de intensificar o

    comprometimento e o entusiasmo dos

    empregados. Esse processo significa pessoas

    4

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    51/77

    rumo a novas direes e inspir-las a fazerem

    com

    que as coisas aconteam. (BERGAMINI,

    2000)

    O balanceamento entre liderana e gerenciamento durante

    os

    processos de mudana tambm discutido por Kotter. Dentro da sua

    perspectiva, o

    I der mais importante que o gerente - o autor inclusive coloca

    que uma transformao

    bem

    sucedida tem 70 a

    90

    de participao de

    liderana e apenas 1 a 30 de gerenciamento - mas que ambos so

    necessrios para uma mudana de sucesso. (KOTTER, 1999) Sendo a

    pequena empresa

    em

    crescimento uma organizao

    em

    constante

    transformao, esse modelo pode certamente ser aplicado aos

    empreendedores que buscam a expanso de seus negcios.

    Baseando-se no modelo kotteriano,

    Rego

    ratifica a tese de que a

    liderana e o gerenciamento devem estar juntos no processo de mudana.

    A liderana exige gesto para que a

    sobrevivncia no curto prazo esteja assegurada.

    A gesto requer liderana para que a organizao

    supere as fontes de inrcia e garanta o futuro.

    (REGO, 2003; p. 57)

    A liderana vista, desta forma, como uma perspectiva de longo

    prazo e que indica o caminho a ser seguido, enquanto o gerenciamento adota o

    horizonte de curto prazo e se preocupa com a execuo do que necessrio

    para se atingir os objetivos. Ambos, no entanto, so necessrios para uma

    empresa em crescimento.

    Desse

    modo,

    independentemente do grau de liderana e

    gerenciamento, fundamental que o empreendedor compreenda que a

    organizao est em evoluo e essa transformao exigir uma readequao

    do balanceamento entre o lder e o gerente.

    Um

    exemplo na mudana de postura do lder a concentrao nas

    tarefas cruciais para o negcio. Com a expanso da empresa o empreendedor

    passa a acumular um grande nmero de atividades diversas.

    fundamental

    4

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    52/77

    que o lder consiga canalizar suas energias para a execuo das tarefas

    cruciais para o negcio interrompendo ou delegando as atividades marginais.

    Nesse aspecto do acmulo de atividades e tambm com relao ao aumento

    da complexidade das tarefas a formao de equipes competentes dever ser

    uma preocupao da liderana para permitir que essa transformao obtenha o

    sucesso esperado.

    J com relao mudana da postura gerencial pode ser destacado

    como exemplo o favorecimento da empresa

    em

    prol da lealdade de

    funcionrios especficos. Apesar de crucial na pequena empresa a lealdade

    pode ser muito perigosa quando a empresa cresce e se torna mais complexa.

    Ao relevar a ineficincia de determinados funcionrios a empresa pode estar

    em srio risco. O empreendedor deve pensar sempre na empresa como um

    todo e no como indivduos isolados. Se algum funcionrio no est

    respondendo devidamente a funo para qual foi requisitado a empresa deve

    procurar algum que o faa melhor.

    O gerente deve entender que seu

    compromisso maior ser com a comunidade de funcionrios clientes

    fornecedores e investidores.

    Outro exemplo relativo mudana da postura gerencial a adoo

    de uma viso holstica do negcio. O empreendedor enxerga s vezes atravs

    de

    um

    nico prisma Por exemplo aquele que veio da rea de engenharia

    acredita que a soluo para os problemas da empresa est em ter produtos

    com mais tecnologia enquanto outro com formao em marketing fixa sua

    mente nas vendas da empresa e assim por diante. O empreendedor precisa

    conhecer e incentivar todas as reas da empresa apoiando conforme

    necessrio e evitando fixar mais

    em

    apenas uma vertente.

    Dessa maneira o empreendedor precisa ter a conscincia de que a

    empresa que ele fundou est crescendo e

    se

    transformando. Isso exigir dele

    uma mudana significativa de postura abandonando a execuo de atividades

    e passando a coorden-las bem como balanceando melhor o tempo que ele

    passa liderando e gerenciando o negcio.

    4

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    53/77

    As barreiras para o crescimento so portanto situaes que toda

    pequena empresa ir enfrentar independentemente do tipo de negcio Ao

    menos no Brasil toda pequena empresa necessitar manter uma base de

    recursos atualizada e competitiva financiar seu crescimento e conviver com

    leis e entraves burocrticos que dificultam seu desenvolvimento. Alm disso os

    dirigentes das pequenas empresas precisam estar conscientes de que sua

    postura frente aos novos desafios do crescimento so diferentes daqueles de

    gerenciar uma organizao recm-fundada.

    Como

    ento enfrentar esses

    desafios?

    4

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    54/77

    CAPTUL 4

    7

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    55/77

    A partir das condies e barreiras ressaltadas nos dois captulos

    anteriores, podem ser levantadas algumas aes que a empresa deve tomar

    para ser capaz de se transformar numa grande organizao. As formas como

    ela poder agir para alcanar o objetivo de crescer, criando condies e

    enfrentando as dificuldades impostas pelo mercado, esto includas nesse

    captulo.

    Para o pequeno empreendedor que no est satisfeito em ter um

    negcio apenas para seu sustento, o crescimento passa a ser a nica soluo

    para alimentar a sua ambio. No basta ao empreendedor apenas criar uma

    empresa e fazer com que ela sobreviva, ele deseja que o negcio cresa e se

    perpetue.

    Talvez esse seja o desejo da grande maioria daqueles que iniciam o

    prprio negcio. No entanto, mesmo dentre os empreendimentos que

    sobrevivem fase inicial de criao estabilizao da empresa, a maior parte

    no consegue

    se

    transformar numa mdia ou grande empresa. Quais so,

    ento, as solues para isso?

    4 1 er competitivo

    4.1.1 Sndrome da pequena empresa

    Um

    dos principais problemas do pequeno empresrio brasileiro a

    sndrome da pequena empresa. s empreendedores nacionais tm uma

    tendncia a acreditar que a pequena empresa brasileira no tem apoio do

    governo) e isso faz com que seja impossvel crescer. Certamente o auxlio

    governamental pode favorecer o desenvolvimento de inmeros

    empreendimentos, mas o empresrio no pode apenas depender disso para

    fazer com que sua organizao se desenvolva. Ele precisa abandonar essa

    sndrome e buscar alternativas para o crescimento de seu negcio.

    Apenas para exemplificar essa situao mostrado um grfico

    elaborado pelo SEBRAE de So Paulo que revela a opinio dos

    empreendedores sobre as maiores dificuldades enfrentadas pelas suas

    empresas.

    45

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    56/77

    concorrncia inlama

    ueda no

    consumol

    5%

    dMdas

    1%

    concorrncia com importados

    1%

    aumento dos sal6rios

    1%

    5%

    25%

    25%

    nto

    teve

    d i f i c u l d d e s ~ ~ ~

    ~ = = = = l = = = = = = = = = = d = = = = = = = = = = d

    0%

    10%

    20%

    30%

    Grfico 4.1 -Principal dificuldade enfrentada pelas MPEs paulistas em

    2001

    (resposta nica)

    (SEBRAE - SP,

    2001

    ; p. 4

    Fom.te:

    SEBRAE SP/F.ipe.

    Nota: *)

    Tratam se

    dos

    custos

    com

    insumos materiais

    e mercadorias compradas pelas

    MPEs

    Quase todos os itens .mostrados no grfico anterior no so

    exclusivos para uma determinada empresa, muito pelo contrrio, eles so

    decorrentes de uma situao macroeconmica que afeta o mercado em geral.

    Ora,

    se

    a concorrncia interna, ~ m como a concorrncia dos importados,

    aumentou para a sua empresa, ela tambm cresceu para os seus concorrentes

    diretos. O mesmo ocorre para a queda no consumo, aumento nos custos dos

    insumos, inadimplncia de clientes, impostos e aumento de salrios. Todos os

    concorrentes foram afetados por esses fatores. Alguns foram obrigados a

    fechar o negcio, enquanto outros se reestruturaram e sobreviveram. Assim, o

    empresrio deve abandonar essa sndrome de achar que todos esto contra

    ele e procurar brigar'' com seus concorrentes. Afinal vale o clebre conceito

    atribudo a Akio Morita: no preciso correr mais que um leo, preciso

    apenas correr mais que seu competidor pois o leo

    se

    encarregar dele.

    O foco do empreendedor no deve ser direcionado para a situao

    econmica do pas, pois esta igual para todos os seus concorrentes. Sua

    ateno dever

    se

    voltar para a competio com

    as

    outras organizaes,

    sejam elas pequenas, mdias

    ou.

    grandes.

    46

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    57/77

    4.1.2 Competitividade e Produtividade

    Para que a pequena empresa possa competir

    com

    outras mdias e

    grandes fundamental que ela seja melhor que seus concorrentes. Dessa

    forma a empresa deve ser produtiva oferecendo um pacote incluindo produtos

    e servios melhores que aqueles de seus competidores. Afinal dentro de um

    mercado competitivo onde o cliente tem a opo de escolher o que deseja os

    produtos com melhor custo-benefcio sero os privilegiados.

    bastante comum acreditar que a pequena empresa nunca ser

    mais produtiva do que seus grandes competidores dado que esta primeira tem

    um menor acesso a recursos financeiros conhecimento e pessoal capacitado.

    No entanto essa argumentao desconsidera totalmente a grande flexibilidade

    do pequeno empresrio bem como a facilidade de controle das operaes da

    sua empresa. As grandes corporaes

    so

    geralmente muito morosas para se

    adaptar s mudanas de mercado. Existe um alto custo de transao para a

    grande empresa decorrentes das estruturas mais inchadas e complexas

    dessas organizaes. Enquanto numa pequena empresa a mesma pessoa

    encarregada de decidir sobre 5 questes diferentes e est em contato com 5

    reas diversas na grande empresa cada uma delas ter um responsvel. Isso

    comumente possibilita para a pequena empresa um controle mais global de

    suas operaes e tambm uma maior agilidade nas operaes. Por outro lado

    a grande empresa tende a ter decises de melhor qualidade e uma capacidade

    de aproveitar um nmero maior de possibilidades devido aos maiores

    investimentos

    em

    pessoas conhecimento e tecnologia.

    Assim ilusrio acreditar que o tamanho da empresa fundamental

    em todos os mercados. Excetuando-se aqueles mercados onde a economia de

    escala decisiva para o sucesso da organizao a pequena empresa sempre

    poder competir com as grandes corporaes. A pequena empresa dever ser

    mais produtiva que seus concorrentes independentemente de quem eles

    sejam. Somente

    com

    produtos melhores a pequena empresa ser escolhida

    pelos clientes sendo competitiva e conseguindo vender mais aumentar a

    produo e crescer.

    7

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    58/77

    4.2 Criar condies internas

    Ser competitivo no contudo uma tarefa fcil de ser realizada.

    primordial que a pequena empresa tenha condies para possibilitar o

    fornecimento de bons produtos ao mercado certo. A organizao precisa ser

    eficiente produzindo produtos de qualidade a um preo acessvel bem como

    ser eficaz fornecendo os produtos certos ao mercado que necessita deles.

    Como foi visto no captulo

    2

    as condies internas para isso so trs: criao

    de uma base de recursos diferenciada escolha da estratgia correta e boa

    administrao da organizao.

    4.2.1 Base de recursos

    Assim como qualquer outra organizao a pequena empresa dever

    utilizar seus recursos da melhor forma possvel. A criatividade na combinao

    dos recursos disponveis ser fundamental para a criao de uma base de

    recursos que ajude a empresa a tornar-se competitiva. Mais do que isso dados

    os escassos recursos da pequena empresa a priorizao destes ser

    imprescindvel para o sucesso organizacional.

    Diferentemente das grandes corporaes as pequenas empresas

    tm recursos bastante limitados estando distante dos oramentos ideais para

    contratao de pessoas investimentos em pesquisa e desenvolvimento

    montagem de estruturas fsicas compra de

    roya/ties

    dentre outros. Os

    recursos devem ser priorizados investindo-se naquilo que capaz de trazer

    maior retorno para a empresa. Desse modo necessria muita criatividade e

    inteligncia na utilizao de recursos. Afinal o desperdcio de recursos muito

    mais crtico para uma pequena empresa que poder ir a falncia do que para

    uma grande corporao.

    Alm disso o empreendedor precisa buscar os recursos melhores e

    mais baratos para a pequena empresa.

    Um

    bom exemplo de recursos mais

    acessveis so os

    clusters

    assim como

    os

    distritos industriais italianos e

    tambm os consrcios para exportao brasileiros.

    Como j foi explicado no captulo

    2

    os

    clusters

    so concentraes

    geogrficas de empresas onde a proximidade gera inmeros benefcios para as

    8

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    59/77

  • 7/25/2019 1200302806.pdf

    60/77

    empresa deve conhecer muito bem o produto que tem em mos e tambm as

    suas eventuais aplicaes.

    Conhecendo os possveis clientes, o pequeno empresrio deve

    escolher o mercado onde sua empresa ir atuar

    e

    a partir da, optar pela

    melhor estratgia. Como foi ressaltado no captulo 2 a estratgia de nicho

    dever ser aplicada nos .casos onde produtos bastante similares existem e o

    mercado j est consolidado. Caso contrrio, a estratgia de mercado novo a

    mais indicada, pois o empreendedor pode aproveitar as oportunidades de um

    mercado ainda no totalmente estruturado. A pequena empresa deve, dessa

    forma, adotar uma boa estratgia para no desperdiar seus esforos tentando

    vender produtos para quem no deseja compr-los.

    4.2.3 - dministraoeficaz

    A terceira condio para que uma pequena empresa esteja

    preparada para crescer consiste numa boa administrao do negcio. Assim

    como qualquer outra organizao, a pequena empresa precisa ser

    bem

    administrada para ter a sua sobrevivncia garantida. Alm disso, nas empresas

    em crescimento, a administrao deve estar atenta s suas famintas

    necessidades de expanso.

    Aquelas empresas que esto crescendo tm geralmente uma grande

    demanda por novos funcionrios, novas tecnologias e conhecimento, novas

    estruturas fsicas, e tambm por recursos monetrios para financiar todas

    essas necessidades. Caber administrao da pequena empresa ser

    suficientemente eficaz, trazendo para a organizao esses recursos na medida

    certa e no tempo correto. Por exemplo, de nada adianta empresa ter uma

    grande quantidade de recebveis de longo prazo se ela no tem capital de giro

    para operar no momento. A empresa no conseguir pagar suas contas e ter

    de pedir falncia. Um raciocnio similar tambm pode ser aplicado para os

    outros recursos.

    A responsabilidade da administrao dessa maneira, alimentar'' a

    pequena empresa para que a mesma possa ter um