12 e 13

52
muvuvuuuuummmuiiiu 11 A MENTALIDADE, 0 MODELO E AS MÁXIMAS DA PREPARAÇÃO hi estivera me armando de coragem durante três semanas, mas não dava mais I Mia levai a coisa em “banho-maria” nem mais um dia. Teria de despedir um mem- I...... la ei|iiipc i!os Ministérios Caminhada Bíblica. Eu jamais despedira alguém antes, l ii a i.sst i havia esperado três semanas para reunir a coragem necessária. Cheguei até a e\i levei o que falaria e a ensaiar um pouco. Andava tão ansioso, que antes de i hegar o dia D, já havia despedido meu cachorro, meus filhos e minha sogra. Sentia-me com um terrível sentimento de culpa. O funcionário era um cara muito legal. “bom, a culpa é dele”, pensei tentando me consolar. “Se ele trabalhasse com maior consciência, não teria de despedi-lo.” Então fiz o que era preciso. ( :l icgou o dia D. Chamei aquele jovem à minha sala. Depois de nervosamen- te conversar sobre o tempo, quebrar a borracha de um lápis, e fazer algumas perguntas idiotas sobre sua esposa e filhos (ele era solteiro e eu sabia), respirei fundo e comecei meu discurso. De certa forma, despedir alguém quando se está apenas ensaiando não é o mesmo que fazê-lo diante de uma pessoa viva, que respira. Bastou uma fração de segundo para que eu descobrisse o que me esperava. Nesse ínterim, as pala- vras que eu tanto ensaiara ficaram engasgadas na garganta. Em meio ao deses- pero, soltei meio abruptamente:

Upload: otawiomartins

Post on 19-Nov-2015

227 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

  • muvu

    vuuu

    uumm

    muiii

    u

    11A M E N T A L ID A D E , 0 M O D E LO E AS MXIMAS D A

    PREPARAOh i estivera me armando de coragem durante trs semanas, mas no dava mais

    I Mia levai a coisa em banho-maria nem mais um dia. Teria de despedir um mem-I...... la ei|iiipc i!os Ministrios Caminhada Bblica. Eu jamais despedira algum antes,l ii a i.sst i havia esperado trs semanas para reunir a coragem necessria. Cheguei at a e\i levei o que falaria e a ensaiar um pouco. Andava to ansioso, que antes de i hegar o dia D, j havia despedido meu cachorro, meus filhos e minha sogra.

    Sentia-me com um terrvel sentimento de culpa. O funcionrio era um cara muito legal.

    bom, a culpa dele, pensei tentando me consolar. Se ele trabalhasse com maior conscincia, no teria de despedi-lo.

    Ento fiz o que era preciso.( :l icgou o dia D. Chamei aquele jovem minha sala. Depois de nervosamen-

    te conversar sobre o tempo, quebrar a borracha de um lpis, e fazer algumas perguntas idiotas sobre sua esposa e filhos (ele era solteiro e eu sabia), respirei fundo e comecei meu discurso.

    De certa forma, despedir algum quando se est apenas ensaiando no o mesmo que faz-lo diante de uma pessoa viva, que respira. Bastou uma frao de segundo para que eu descobrisse o que me esperava. Nesse nterim, as palavras que eu tanto ensaiara ficaram engasgadas na garganta. Em meio ao desespero, soltei meio abruptamente:

  • a LEDA preparaao 253

    - Bem, como voc acha que vem se saindo nos Ministrios Caminhada Bblica?

    Pensei que estava lhe dando uma boa oportunidade de reconhecer seu fraco desempenho, com o que ele saberia qual a sua sina. A eu s concordaria e... comecei a pensar que eu tinha bolado uma ttica administrativamente genial.

    Mas para minha surpresa e espanto, aquele jovem imediatamente inclinou o corpo para frente, sentou na ponta da cadeira, com um brilho nos olhos.

    - Muito bem! replicou.No parece a resposta de um homem prestes a se enforcar, pensegcomigo.- mesmo? Fale-me um pouco de seu trabalho, soltei num estalo.E nos vinte minutos seguintes ele alistou todas, as coisas maravilhosas que vinha

    fazendo no ministrio. O entusiasmo dele se tomou to flagrante, que ficou de p e comeou a andar de um lado para o outro. No conseguia conter a empolgao.

    Quando chegou concluso (quase pensei que ele iria fazer um apelo evangelstico), sentia-me profundamente tocado. Que lista inspiradora de realizaes aquele jovem acabara de me relatar! Que empregado! Sem piscar, dei um salto da cadeira, estendi a mo para ele e lhe dei um aumento!

    Bruce, voc fez o qu?? perguntei-me mais tarde. E isso a: dei um aumento a ele. Mas e todos os problemas que ele tinha? De repente compreendi tudo - o problema no era ele. Era o patro. Aquele jovem vinha realizando um senhor trabalho.. Infelizmente, as atividades dele estavam 180 graus fora do alvo, daquilo que eu esperava que ele estivesse fazendo.

    Mas como eu nunca lhe dera uma descrio de cargo, elr tinha nas maos a invivel tarefa de adivinhar o que o patro queria. Eu havia violado mu dos princpios mais elementares de toda teoria e prtica organizacional, ao di-is.u d. comunicar-lhe claramente que esperava que ele, como cmpirgadi >, leali, a . .,E pensar que quase o responsabilizei pelo meu fracasso! Q u e lu ao m em otavi I1 Ns dois concordamos acerca das tarefas especficas que eu desejava qm i f realizasse no cargo que ocupava, e ele as realizou, conseguindo vu a sei um empregado muito acima da mdia.

    Uma descrio de funo um documento de extrema importam ia, i erlo? Ela define, de forma clara e objetiva, o que o chefe espera que seu liderado realize. O lder responsvel por definir essas expectativas com clareza. O su bordinado tem a responsabilidade de atender a essas expectativas da melhor maneira que puder. Minha histria teria um final bastante diferente se aquele jovem estivesse de posse de uma clara descrio de cargo e ainda assim tivesse, intencional e freqentemente, negligenciado as instrues nela contidas.

    As questes primordiais deste captulo so: 1) Qual a descrio bblica do cargo de professor cristo? e 2) O professor comum est cumprindo essas responsabilidades ou se rebelando contra elas?

    A MENTALIDADE DA PREPARAO

    Algum dia, cada um de ns comparecer individualmente perante o Senhor para a avaliao final de desempenho. Conforme lemos em 1 Corntios 3 e 2

  • 254 AS 7 LEIS DO APRENDIZADO

    Corindos 5, Deus haver de nos responsabilizar por aquilo que fizermos de nossa vida.

    O que acontecer se Deus lhe perguntar:- Diga-me como voc acha que se saiu na terra?Eu me pergunto se, ao final de nosso relato, o Senhor no dir a muitos de

    ns:- Bem interessante. Vejo que essas coisas foram importantes para voc. Mas

    o que voc me diz daquilo que lhe pedi que realizasse para mim?Voc saberia a que o Senhor estaria se referindo naquele momento crucial?

    Sabe o que o Senhor escreveu na descrio divina do cargo de professor?Ao contrrio daquele jovem que passou pelo trauma de haver feito as coisas

    erradas e ter de reajust-las para atingir as metas do patro, quando eu e voc estivermos diante do Senhor naquele dia, a ocasio ser de avaliao final, e no simplesmente uma correo de rumos no meio.do processo. Quando nosso dia chegar, no ser possvel voltar e reajustar nossa vida para que se harmonize com os mandamentos do Senhor. Ser tarde demais.

    b j que estamos absolutamente seguros de que haver uma avaliao futura, e como ser trgico descobrirmos que atingimos nossos alvos e no os do Senhor, voc sabe onde encontrar a descrio divina do cargo para professor? Se no souber, pode bem ser que voc esteja visando ao alvo errado como professor cristo.

    Isso me lembra um torneio de golfe que os Mmistrios Caminhada Bblica costumavam promover anualmente entre seus funcionrios., Nenhum de ns jogava l grande coisa, mas durante o retiro anual de planejamento, tirvamos as teias de aranha dos tacos e competamos. Eu e Dale Houchin, gerente da grfica do MCB, vnhamos disputando milmetro a milmetro nos ltimos anos; e havamos passado todo o inverno mexendo um com o outro acerca do torneio que se aproximava.

    Quando chegou o dia, eu me encontrava em ligeira vantagem sobre meu oponente, Dale, e recebi no pouca gozao enquanto procurava manter minha dianteira com todo cuidado. Por fim chegamos a um buraco que no podamos enxergar por causa de uma elevao no meio do caminho. Com a primeira tacada, ns nos colocvamos em posio de enxergar a ponta da bandeirola. Em seguida, tnhamos de efetuar uma tacada cega, de forma a atingir o crculo verde que se achava do outro lado, fora de nossa vista.

    Minha primeira tacada foi forte. Caiu direto entre as rvores que estavam direita. Mais gozao do Dale (parece que os presidentes no merecem muito respeito). Assim que terminamos aquela rodada, ouvi Dale, do outro lado do morro, depreciar minha pontuao um tanto elevada naquele buraco.

    Eu estava prestes a recolocar a bandeira na taa quando me dei conta de um fato. Dale tambm no podia enxergar o buraco. Quem sabe o Senhor estava fornecendo uma escapadela para o justo. Bastante determinado, peguei a bandeira e a enfiei firmemente na maior armadilha de areia que pude encontrar, bem longe do buraco.

    De onde estava, do outro lado do morro, gritei para Dale que ele teria de

  • A LEI DA PREPARAAO 255

    chegar prximo ao buraco para ganhar de mim. Nossa dupla se retirou para perto das rvores para observar as excentricidades que estavam por vir. Dale deu a tacada e conseguiu contornar a colina com perfeio - certamente a melhor tacada dele naquele dia. Ele sentiu isso e falou:

    Olhe s, Sr. Presidente, bem prxima ao buraco! Eu sei que foi! Mais uma vez a grfica d um banho no pessoal do escritrio!

    Que comentrios carnais!A bola dele caiu a menos de um metro da bandeira que eu deslocara e sumiu

    no meio da areia. Eu daria tudo para ter fotografado a expresso do rosto de Dale quando ele subiu a colina e viu a bandeira deslocada e sua bola bem no meio de um mar de areia!

    Qual foi o problema da tacada de Dale? Sua percia? Sua intensidade? Seu desejo de fazer o melhor? Nada disso. Ele se saiu muito bem em todos os quesi- tos acima. Ele atirara a bola bem no alvo. Mas era o alvo errado. Perdera todo o trabalho, porque estivera mirando no alvo errado.

    Como temos abordado desde o incio do primeiro captulo, a maioria dos professores pensa que sua primordial responsabilidade cobrir a matria ou explicar o esboo aos alunos. Quando muitos deles contornarem a i I tima colina, eu me pergunto se descobriro que sua vida esteve voltada para a areia, em lugar do buraco. A ser tarde demais, no mesmo? Contudo se, ao ler este captulo, voc descobrir que se acha mirando na direo errada, ainda d tempo de efetuar algumas correes de rumo no meio do percurso.

    Antes de tratarmos da descrio bblica do cargo de professor, talvez valha a pena voc pensar em quais so os pontos principais dessa descrio.

    Podemos ver a comunidade dos professores cristos como o corpo docente" da igreja, e Deus como nosso Diretor. Deve haver algumas coisas que ele espera que estejamos fazendo neste seu empreendimento. Mas quais so elas? Como que podemos ter certeza de que ele far uma avaliao do trabalho que realizamos para ele?

    Jesus Cristo nos alerta para a tremenda importncia dessa avaliao final, quando diz em Mateus 25, que tudo na vida uma questo de mordomia. O senhor que ele focalizou na parbola dos talentos recompensou apenas os servos que se utilizaram dos recursos que ele forneceu, da maneira que ele esperou que fizessem. Ele os elogiou bastante e deu-lhes importantes posies de liderana. O terceiro servo, entretanto, recebeu uma repreenso severa e disciplina pelo uso inadequado dos recursos do senhor.

    A questo no se estamos fazendo ou no uma coisa boa; a questo : estamos ou no fazendo a obra do Senhor? A Lei da Preparao foi elaborada de forma a revelar a descrio de tarefa do professor feita por Deus. No captulo seguinte, vamos trein-lo para ensinar luz do plano eterno de Deus.

    Onde , ento, que encontramos na Bblia a descrio de tarefa do professor? A passagem mais completa e definitiva Efsios 4.11,12. Leia-a cuidadosamente para captar todo o quadro, e a haveremos de mergulhar em suas ricas perspectivas:

  • 256 AS 7 LEIS DO APRENDIZADO

    E ele [Cristo] designou alguns para apstolos, outros para profetas, outros paraevangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obrado ministrio, para que o corpo de Cristo seja edificado." (NVI.)

    Dentro desse texto encontramos uma clara descrio de tarefa para aqueles c|in foram chamados a ensinar no corpo de Cristo. Nele h trs princpios que imediatamente vm tona.

    I'riucpio I: O propsito primordial do professor preparar.I Jn (undo, l emos o seguinte. A Bblia revela que os professores foram dados por

    I ii tr. 1'iinundialmente para preparar e no simplesmente explicar.!"' "IIia unia classe, qualquer uma. Assista aula e logo descobrir que na

    mau a | mi ir de la, a concentrao de esforos est no explicar o significado da hiMia ini clo contedo.

    I' " mais trgico nisso tu d o -e que se repete milhares de vezes semanalmente rm nossas melhores igrejas e escolas que, embora a aula possa ser interessante, informativa, instrutiva e at agradvel, ela no coerente com a descrio di) cargo de professor feita por Deus. Um aluno numa sala de aula ou nos bancos de uma igreja pode at estar sendo informado, instrudo e entretido, mas no preparado.

    Cristo designou professores para preparar os santos para a obra do ministrio/ Preparar significa dar o que for necessrio para qualquer propsito ou empreendimento. A idia por detrs do termo grego (katartizo) adequar, tornar pronto ou completo, ou restaurar. O termo empregado em Mateus 4-21 para descrever o conserto das redes em preparao para a pesca.

    hm Hfsios 4.11, preparar significa tornar algum pronto para o servio e mi list ei io. O apstolo Paulo est nos ajudando a perceber que a principal tarefa ili 11 ii "lessor preparar o aluno para fazer alguma coisa. Nosso foco de ateno piei is;i ii alm do conhecimento e se concentrar em aplicar na prtica o conhe- ( imento obtido.

    Princpio 2: O principal pblico dos professores os cristos.Alm de deixar claro o que temos a fazer, Deus tambm explicitou a quem

    devemos faz-lo: ... com o fim de preparar santos... para que o corpo de Cristo seja edificado. (Ef 12.4 - NVI.) A atividade preparar. O alvo dessa preparao so os cristos.

    Uma das reclamaes que ouo com mais ffeqncia de crentes que freqen- tam igrejas onde se cr na Bblia, :

    Por que o meu pastor/professor expe mensagens/aulas evangelsticas para os que no pertencem igreja, todos os domingos? Temos ouvido o evangelho reiteradas vezes, e estamos desejando o alimento slido da Palavra.

    Negligenciando por completo o plano de Deus, muitos professores resolveram que o auditrio primordial de suas aulas so os no-salvos. Os pregadores e professores esto se dirigindo s pessoas erradas. No preparam os cristos para fazerem a obra do ministrio durante a semana e procuram faz-la por eles no domingo.

  • A LEI DA PREPARAO 257

    Princpio 3: O resultado primordial da preparao os cristos realiza* rem a obra do ministrio com a edificao do corpo de Cristo.

    Como voc pode saber se seu ensino est tendo os resultados esperados? Os santos esto efetuando a obra de modo que, na medida em que cada parte realiza a sua funo [e] pelo auxlio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor (Ef 4.16 * NVI).

    A descrio do cargo de professor feita por Deus.Portanto o que ser que o Senhor procurar, quando avaliar nossa atuao?

    Consideremos algumas das surpreendentes questes centrais que Deus revelou, e que provavelmente cairo na prova final.

    1. A natureza do ministrio em que nossos alunos esto envolvidos ("obra do ministrio) .

    Com re lao ao en sino , ns tendem os a ter uma m entalid ad e diametralmente oposta de Deus. Ele sempre d mais nfase ao que nossos alunos fazem; ns damos ao que ns, professores, fazemos. Ele valoriza mais a obra do ministrio em que nossos alunos esto envolvidos. Ns valoriza* mos o esboo do curso e as anotaes em que estamos mergulhados. A primeira pergunta que Deus provavelmente nos far poder concentrar-se na obra especfica de ministrio que nossos alunos esto realizando como resul tado de nossas aulas.

    2. O percentual de nossos alunos que esto ministrando pessoalmente ('\ ada pai te).

    Repare novamente a diferena de mentalidade. Deu:, sempre d m ar., nla , total participao de todos os membros. Ns a damos aos 20% que pana em ser os fiis. De alguma forma, transigimos e permitimos que houvesse >l< falta de participao. O padro de Deus diz cada parte. Portanto, ele im\ a va liar com base nisso. 3

    3. A proporo na qual os alunos esto efetuando a obra do ministrio, de acordo com a capacidade de cada um deles ("a sua funo").

    Que magnfica mentalidade Deus revela nessa e em outras passagens do Novo Testamento! Ele deu a cada crente no apenas uma personalidade singular, mas tambm concedeu, soberanamente, um dom espiritual para o propsito do ministrio. Muito freqentemente pensamos que enquanto uma pessoa estiver ao menos fazendo alguma coisa para Deus, ns cumprimos nosso comissionamento. O Senhor no est esperando que aceitemos que pessoas que receberam dez talentos efetuem uma obra equivalente do que recebeu dois. E ele tambm no fica satisfeito quando seus filhos so colocados fora do contexto de atuao para o qual ele soberanamente os capacitou.

  • 258 AS 7 LEIS DO APRENDIZADO

    4. A qualidade e a quantidade do trabalho efetuado por nossos alunos (uma obra excelente"*).

    Quando Deus encerrou a obra da criao, olhou-a, avaliou-a e disse: muito bom! Deus opera com excelncia, e todas as suas obras so perfeitas. Ele espera que ns, oficiais comissionados de seu exrcito doutrinrio, treinemos continuamente e melhoremos o desempenho de nossos alunos. Como nossa mentalidade difere da de Deus! So pouqussimas as classes cujo padro objetivo de desempenho vai alm do pr prova o conhecimento do contedo. Deus no est apenas interessado em que nossos alunos estejam trabalhando, mas sim que atuem eficientemente. E para haver trabalhadores eficientes preciso que haja bons professores.

    5. O percentual de crescimento de nossas classes (o corpo cresce").Sempre que confiamos na Palavra do Senhor e efetuamos a obra dele sua

    maneira, podemos ter certeza de que obteremos os resultados que ele prometeu. A medidque cada crente exercitar ativamente seus dons espirituais no minis- t crio efifcaz, o Senhor promete que isso causar o crescimento do corpo. Uma classe assim s pode crescer! Entretanto, em vez de ter a mentalidade de Deus que se harmoniza com suas promessas, acreditamos que um ensino eficaz no havei a, necessariamente, de resultar no crescimento da classe. Contudo o texto di' lisios afirma que um ensino eficaz produz o aumento, o que no deve se limitar meramente ao avano espiritual. Se quisermos um exemplo bblico, repare no fantstico crescimento da igreja crist nos primeiros captulos de Atos.

    6. Um ministrar mtuo, constante, habitual e espontneo entre os membros da classe (edifica-se a si mesmo em amor) .

    A mentalidade da maioria dos professores a de que eles so quase os nicos responsveis pelo ensinamento de seus alunos. Em contraste, o Senhor espera que nosso trabalho de preparao dos alunos seja to minucioso e completo que lhes permita ministrarem uns aos outros como se cada um deles fosse o professor, o pregador. Deus est interessado em que os cristos no apenas se congreguem, mas que o faam para se edificarem mutuamente. Ele deseja que cada membro da igreja tenha um senso de iniciativa cada dia maior, de forma que ao ouvirem falar de uma necessidade qualquer, logo se mobilizem levados por um sentimento de irmandade e responsabilidade.

    Como se pode ver, a mentalidade tpica de um professor cristo significativamente diferente do comissionamento do Senhor para os mestres. possvel que a diferena bsica entre nossa maneira de pensar e o modo como Deus gostaria que pensssemos esteja ligado perspectiva. Nossa tendncia, como professores, concentrar a ateno no que fazemos, sobretudo durante a aula. O Senhor nos impulsiona fortemente a olhar mais o que os alunos fazem, em especial entre as aulas!

    * A expresso uma obra excelente no consta da verso portuguesa que estamos utilizando, mas aparece na verso inglesa usada pelo autor. (N. do E.)

  • II

    Que esta Lei da Preparao o capacite para ser aprovado na avaliao final que dever ser aplicada por seu Supervisor-Mor. Que voc o oua dizer: Muito bem, professor bom e fiel..."

    O MODELO DA PREPARAO

    Para melhor compreendermos Efsios 4-11 e 12, vamos estudar o grfico a seguir, que flui da esquerda para a direita.

    A LEI DA PREPARAAO 259

    O retngulo esquerda representa o orador, ou professor, e a Bblia faz duas afirmaes bastante curiosas acerca dele nesse versculo.

    Primeiro, diz ela que Deus designou alguns... mestres, o que significa que os professores so um presente dele para a igreja. Que revelao fantstica! O Senhor nos enxerga como um dom, um presente para aqueles a quem ministramos. No somos introduzidos numa sala de aula por engano ou acaso, mas sim por uma suprema nomeao do prprio Criador.

    Segundo, Deus a fonte dos professores. Ele no quer que paire qualquer dvida quanto origem da ddiva. Por isso, da prxima vez que voc abrir a porta da sala de aula e se perguntar se realmente a pessoa certa para ensinar aquela classe, lembre-se de que o Senhor soberanamente o escolheu para ministrar ali, naquele dia. Entre, portanto, confiando no poder e no chamado do Senhor.

    A segunda figura, a do meio, representa os santos (o termo bblico para aqueles que conhecem a Jesus Cristo como seu Salvador pessoal) que so os recipientes desse dom chamado mestres. Deus deu sua ddiva aos cristos, no aos no-cristos. Embora sejamos comissionados para irmos a todo o mun-

    rrrJTT

    iTT

    rrii * ri

  • AS 7 LEIS DO APRENDIZADO

    1.1, i is chamados a ensinar so comissionados por Deus para trabalhar primordi- ilmrnic no meio dos santos.

    ( ) I crceiro e ltimo compartimento representa o mundo, que engloba todos ip-, 1111 no fazem parte da categoria dos santos. Assim sendo, o mundo repre- rua ns no-salvos, os no-santos.

    , \ irsponsabilidade delegada aos professores a de preparar"; a tarefa confi- ii Li a lodos os santos, professores inclusive, a de evangelizar".

    i ' 111 o so nota claramente que o professor tpico se conduz de vrias manei-............ lulilu as. Primeiro, muito comum na igreja o professor concentrar sua...................pihl o errado. Vemos pelo grfico que a nfase bblica no que o

    i - i i,i dirija diretamente ao mundo. Se ele fizer isso, se abandonar seu.ui lii"i io |o a M iiiirio, estar desviando-se da responsabilidade que Deus lhe atribuiu

    " i:uo, 1.1, ...... los professores tm a tendncia de preparar no visando a for-..... ...... ilunc is um carter santo ou a capacit-los para um servio eficaz, mas

    11111 -1, oto 1111 | o i ii m ando cobrir uma certa matria. O ensino bblico concentra i .................... Iruio produzido pelo aluno, eno apenas nas anotaes do mestre.

    leu eiro, a maioria dos professores tem como alvo dar o contedo, e no li 'imai ,1 i aik-r. Pm muitas igrejas, escolas e faculdades crists, o carter e a ini i'!;i idade no so estudados em nenhuma matria. E rara a instituio educa-........ai i i isi : que procura conhecer o carter dos alunos, embora Efsios 4-13afirme crisialinamente que um dos objetivos de Deus para o ensino cristo "que Iodos... cheguemos maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cris- i, >" (N V I). Por que que quase nunca ensinamos visando formao do carter,, amda mais raramente colocamos o carter dos alunos prova? Cristo espera ,|ii, o, isso car ler seja objetivamente observvel pelos outros e cuidadosa- no nie posio prova (reporte-se a 1 Timteo eT ito).

    As duas selas restantes, que apontam para cima e para baixo, a partir dos iMfi is , indicam as duas coisas especficas que os alunos devem fazer, depois de

    irm pii paiados pelos professores. A seta superior, aobra do ministrio", consumi o primeiro resultado do esforo de preparao realizado pelo professor. A mleiior, edificao do corpo, o segundo resultado.

    Num certo sentido, a preparao a base para o desenvolvimento do plano de I lus de edificar a sua igreja. Ele delineia o fluxo da principal estratgia de Deus, i |ue comea com a ddiva divina, os mestres e vai at a apresentao do prprio I Vi is como a Ddiva ao mundo e seu nico meio de alcanar a vida eterna.

    O fator decisivo nesse grfico s ns, que somos os professores designados pelo Senhor, cumpriremos nossa mais importante tarefa - preparar os santos. Se no os prepararmos, eles no sero capazes de realizar aquilo para que foram comissionados. No podero efetuar a obra do ministrio, nem edificar o corpo", nem evangelizar o mundo.

    D para perceber como alguns de ns tm se desviado da estratgia divina? Muitos reclamam que o ministrio do ensino por demais difcil. Talvez seja difcil assim porque no estamos dispostos a nos submeter s instrues claras que nos vm do Senhor.

    1 60

  • A LEI DA PREPARAAO 261

    Infelizmente a verdade que alguns de ns estamos empenhados em realizar o ministrio nossa prpria moda, no mesmo? Ainda pensamos que o que realmente conta o que ns fazemos, e no o que eles fazem.

    Isso me lembra os desenhos animados do Bip, Bip a que costumvamos assistir quando nossos filhos eram pequenos. O coiote vivia perseguindo o ps- saro Bip, Bip, e em muitas ocasies quase o apanhava. Mas seus esforos enge- nhosos sempre falhavam, e o resultado final era frustrao e dor. No sei quantas vezes que ele caiu do penhasco e se estatelou no fundo do desfiladeiro em meio a uma nuvem de poeira.

    Por mais que o coiote corresse, sempre comia poeira. E embora lesse- ten- tamente os letreiros errados, acabava no cho. Por mais cuidadoso que fosse ao montar sua bomba ou equilibrar a pedra no alto da montanha, terminava com a cara no p. Por vezes ele chegava bem prximo de seu alvo, mas afinal caa.

    O montante de esforo no o que basta, no mesmo? O mximo de preparao no suficiente. Nada adianta se, em ltima anlise, acabarmos comendo poeira.

    Quando estivermos diante do Senhor, ele no perguntar se tentamos ou se nos preparamos. Ele no est interessado em que nos empenhemos em fazer qualquer coisa. Quer que empenhemos nosso esforo em fazer aquilo que ele ordenou que fizssemos.

    S existe uma coisa pior do que no saber o que seu patro espera de voc. E saber o que ele quer que faa, mas empenhar-se em faz-lo sua prpi ia manei ra.

    Deus disse: Preparem os santos para que eles efetuem a obia do minisin iu e edifiquem o corpo. Talvez j esteja na hora de trabalharmos de acordo com a descrio de tarefas tendo em vista nossa iminente avaliao de dcsempcnh >".

    AS MXIMAS DA PREPARAO

    Se a descrio de tarefa do professor apresentada em Efsios 4 .11-16 1c vou-o a reconsiderar seriamente o que voc vem fazendo na sala de aula, ento voc est prestes a vivenciar uma explosiva ruptura no seu modo de ensinar.

    E possvel que uma das razes mais fortes pelas quais no obtemos os resultados que desejamos em nosso ensino seja o fato de estarmos concentrados nas coisas erradas. Fazer as coisas erradas deforma certa - e at mesmo com as motiva- es certas-ainda equivale a estar fazendo a coisa errada! O interesse de Deus no se limita apenas s motivaes que temos para nosso desempenho. O Senhor espera que faamos o que ele nos ordenou, e que alcancemos os objetivos de desempenho que ele estabeleceu.

    Como que nossa classe est, se comparada aos objetivos do Senhor, conforme o parmetro de Efsios 4.11-16? Pense nas perguntas a seguir. Que elas abram seus olhos para ver como teria sido sua checagem de desempenho, caso Deus o tivesse chamado hoje para prestar contas.

  • AS 7 LEIS DO APRENDIZADO

    1. Os meus alunos efetuam realmente muita obra do ministrio?2. Que percentual de meus alunos est envolvido num ministrio significativo, a

    maior parte do tempo?3. Que percentual da sua capacidade de ministrio, meus alunos esto utilizando

    ao trabalhar? Esto servindo a Cristo de todo o corao, de toda a alma e de toda a mente?

    4- O servio de seus alunos ao Senhor se tornou substancialmente mais eficaz como resultado de sua preparao? Cite alguns exemplos.

    5. Qual o ndice de crescimento (numrico e espiritual) que sua classe experimentou no ano passado?

    6. Quantas atividades ministeriais que so espontneas, e no normalmente patrocinadas pela igreja, ocorrem entre os membros de sua classe a cada semana?

    7. Quantas pessoas seus alunos levaram ao Senhor nos ltimos doze meses?

    D o que pensar, no d.1 2 3 4 5 6 7Sabe por que isso nos deixa pensativos? Porque no temos analisado as

    questes prretas. Temos estado como que dormindo embalados por uma falsa sensao de confiana. De alguma maneira, temos nos afastado tanto dos verdadeiros objetivos do Senhor, que quando consideramos essas questes seria- menir, por um instante que seja, sentimos a boca seca e a palma da mo umedecida.

    Observe, por um instante, o marcante contraste entre a lista de objetivos de Deus e o foco normal de ateno de um professor. Veja a lista mais comum:

    1. Preparei a aula?2. Cheguei na hora certa?3. A maioria dos meus alunos compareceu?4. Fizeram boas perguntas para discusso em sala de aula?5. Consegui cobrir a matria?6. Terminei a aula na hora certa?7. A maioria dos alunos gostou da aula?

    Imagine s a incrvel revoluo que estouraria na sala de aula se o professor intencionalmente buscasse cumprir os objetivos de Deus! Veja a seguir algumas diferenas que poderiam resultar de imediato:

    1. O foco da ateno no seria mais o que o professor fez, mas o que o aluno fez.2. O foco da ateno no estaria mais na matria que foi dada em sala, mas no

    ministrio que foi realizado fora da classe,3. A preocupao maior do professor no seria mais cobrir a matria, mas ajudar

    o aluno a realizar a obra do ministrio.4. O foco da ateno no seria o ministrio do professor, mas o dos alunos.5. O foco da ateno no seria o nmero daqueles que assistem aula, mas o dos

    que ministram fora da sala.6. O foco da ateno deixaria de ser terico para ser prtico, seria o que funcio

    na, em lugar do que soa bonito.7. O foco da ateno no seria dar um contedo para a igreja, mas para a nossa

    atuao no mundo. Procuraramos ver como se deve viver o cristianismo no emprego, na vizinhana, no clube, e assim por diante.

    IbZ

  • A LEI DA PREPARAO 26 3

    Veja o quanto nos desviamos dos objetivos certos!Um dos grandes proveitos de viajar e ministrar em vrias partes do pas que

    conheo professores e pastores que realmente praticam Efsios 4.11. Um exem- pio uma igreja que fica na regio de Atlanta, e onde dei alguns estudos num final de semana.

    Todos esto ministrando. O entusiasmo geral. Tanto o culto quanto a esco- la dominical esto abarrotados. O maior problema deles arranjar espao para tanta gente. A ateno est concentrada nas pessoas, e no na liderana. Esta serve aos crentes e est sempre preparando mais e mais crentes para o minist- rio. A liderana est constantemente se gabando do ministrio, do trbalho e do sacrifcio dos membros. So estes que dirigem tudo. E todos esto fazendo trs ou quatro coisas para o Senhor e gostando muito. Eles parecem estimula- dos. Percebem que sua contribuio importante, que so valorizados. Sentem- se desafiados. Tm conscincia de que foram chamados a ministrar. Sabem o que fazer, e o fazem sempre.

    Um ano depois de eu haver visitado aquela igreja ouvi outro comentrio sobre ela. Estvamos comemorando o quinquagsimo aniversrio de um dos vice-presidentes do MCB. A certa altura, um outro diretor nosso, que recentemente ministrara queles irmos, exclamou:

    Que igreja incrvel! Todo mundo ali est envolvido no trabalho. Eu senti a eletricidade no ar. Aqueles crentes amam sua igreja!

    Por qu? Porque a igreja resolveu fazer a coisa moda de Deus. E como esto agradando ao Senhor, seu poderoso brao vem atuando maravilhosamente no meio deles. Sabe quem est mais empolgado com aquela igreja? No o pastor, no so os diconos, no so os crentes, nem mesmo a comunidade. Acrediin que o mais entusiasmado com ela o Senhor Deus. O sonho dele est se tomando realidade. Uma igreja resolveu seriamente tentar cumprir o plano de Deus e est descobrindo que quem resolve fazer as coisas da maneira divina obtm resultados extraordinrios.

    Assim sendo, colega professor, assim como Josu perguntou a seus alunos, tambm eu indago: por que no escolhe hoje a quem voc servir?

    Se est cansado de resultados medocres, de aulas maantes, de alunos apticos e distantes, de uma flagrante falta de participao, jamais atribua isso a outro que no seja o professor. Faa tudo moda de Deus e experimentar as miraculosas recompensas da bno dele.

    Obedea a Deus. Prepare os santos. E desfrutar da bno divina!

    Mxima 1: Preparar responsabilidade do professor. medida que voc passar os prximos minutos considerando estas mxi

    mas, perceber que Deus se concentra reiteradamente no preparar outros para o servio, enquanto ns tendemos a falar para dar conhecimento.

    Fico fascinado ao ver o quanto Deus leva a srio essa questo da preparao e atua com relao a ela. Ao analisar a Lei da Aplicao, por exemplo, estudamos 2 Timteo 3.16,17 e descobrimos os seguintes princpios primordiais:

    *

    l

    **

    1 1

    a

    a

    a

    aaa

    a

    a

    a

    a

    **

    * -

    m

    *

    m

    2

  • AS 7 LEIS DO APRENDIZADO

    \ l'uhivra de Deus foi ddiva dele; r I. l,i a Escritura inspirada [conseqentemente, dada] por Deus)

    , i J i, h la primordialmente para o pblico cristo ("a Uni de que o homem de Deus)

    I mi a 11 propsito da edificao ("m1'1 perlcito ou maduro)

    , pua 11 propsito de preparar i". pi ili ilamenlc habilitado)

    i a h li i h i wsultado de boas obras ('p u a h la hou olira).

    Ma " 11 i 11.1 l'n-parao, analisamos Efsios 4.11-16 e descobrimos, entre i a . i ' a M p.iiintes princpios importantes. Compare-os com os que aca-

    liiii 'i ili i ii.n i i il i.M-i ve o incrvel conjunto de semelhanas!

    I ) pi.ilr .Mil dr I Vus (voc) uma ddiva de Deus("I ' li un aim concedeu uns... para pastores e mestres)

    vi ilt ai lo pi imordialmente para um pblico cristo (para os santos e para o corpo de Cristo)

    pai a o propsito de edificao("para a edificao do corpo de Cristo)

    i pai a o propsito de preparar("i mu o dm de preparar os santos)

    vi'.amlo ao resultado de boas obras (p ua a obra do ministrio).

    No r lancinante? Tanto a Bblia quanto o professor:

    so ddivas de Deus; existem para a comunidade crist; existem para o propsito da edificao e da preparao; existem visando ao resultado de boas obras.

    Deus poderia ter escolhido muitos propsitos, mas selecionou estes dois: rdilicao e preparao. O primeiro se concentra no carter e o segundo na conduta do cristo. Portanto no percamos de vista que a preparao um dos principais propsitos do Senhor para suas ddivas mais significativas.

    O mais trgico, entretanto, que aqueles que tm sido chamados a preparar outros no apenas raramente o fazem, mas tambm usam incorretamente o outro agente do processo de preparao (a Bblia) vendo-o como um livro a ser estudado visando ao conhecimento, em lugar de um livro a ser praticado.

    264

  • A LEI DA PREPARAAO 265

    Voc no acha um tanto fascinante que jesus tenha dito: Se me amais, guardareis os meus mandamentos"'! Mas ao assistir a muitas aulas crists, sou levado a pensar que ele disse: Se me amais, conhecereis os meus mandamen- tos .

    Mxima 2 : 0 processo de preparao acontece mais plenamente quando o professor assume o papel que as Escrituras lhe atribuem.

    Deus no gaguejou nem murmurou quando disse que designou mestres para preparar os membros da igreja para a obra do ministrio, e para edificarem-se mutuamente. O resultado que Deus deseja 100% d nossos alunos servindo totalmente a ele atravs de boas obras. Ele designou q mestre (professor) para ajudar os alunos a realizarem mais ministrio, e de forma melhor.

    Se voc pudesse observar uma centena de professores (escolhidos ao acaso) durante um ano para ver o que estavam procurando realizar, o que concluiria? No pareceria que eles estavam preparando os alunos para o exame de final de ano, que constaria de mil perguntas de mltipla escolha e de verda- deiro ou falso? Mas como que voc se sentiria acerca dessa preparao se pudesse abrir os arquivos celestes e olhar o exame final elaborado por Deus? Voc descobriria que Deus no est muito interessado em respostas de perguntas, mas sim em atos de servio. Ele busca frutos, e no fatos; quer discpulos, e no dados.

    Deus j imprimiu o exame final e nos alertou, a ns, professores, pai a que preparemos nossos alunos para as perguntas que ele far, e no para as que n:u > cairo na prova. Reconheo que extremamente importante conhecer o eon tedo. Contudo muito mais essenciais so os atos de obedincia. ( ) contemln r sempre servo da conduta! Sempre que entronizamos a informao as custas dns atos de servio, o rei errado que est no poder.

    Por isso, que papel deveramos assumir para melhor realizar os propsitos de Deus? J que nossa tarefa primordial preparar ou treinar, ou capacitai", precisamos assumir a posio de um tcnico. Ele ensina o time a jogar de forma eficaz. Alm disso trabalha cada jogador para melhorar o desempenho individual. O tcnico dirige o time a treinar em conjunto para atingir os alvos predeterminados.

    Ser que Um tcnico passa informaes? claro, e muitas. Mas seu objetivo que os atletas joguem melhor. Ele lhes d informaes para que eles as repitam numa prova escrita? No! As provinhas no mudam absolutamente nada, nem avaliam a profundidade com que o aluno utiliza a informao. A verdadeira questo no se os jogadores conhecem as jogadas, mas sim se eles sabem execut- las com preciso.

    Parece que alguns professores acham que so a estrela do time, e no o tcnico. Eles se produzem para o grande jogo semanalmente e vo para o estdio (sua sala de aula ou santurio da igreja), onde os alunos se renem para saber que novas jogadas ele preparou nessa semana.

    O professor corre para o meio do campo, d o pontap inicial, lana a bola na

  • AS 7 LEIS DO APRENDIZADO

    ponta direita, corre para l e recebe seu prprio passe, dribla um lateral imaginrio, cruza a bola, corre na rea, pula mais alto que o zagueiro, cabeceia e... goooool! Os espectadores festejam. Que aula! A matria foi fantstica! Infeliz- mente, porm, ningum nas arquibancadas jogou bola.

    Voc assim? Meu amigo, saia de campo! Arranque seu uniforme! Tire as chuteiras e comece a colocar as caneleiras nos seus jogadores. O tcnico no existe para jogar, mas sim para preparar os atletas para isso.

    Deus quer seu time completo no campo, jogando com toda a raa possvel. Ningum deve ficar assentado no banco de reservas, a no ser por exausto (descanso fsico) ou por carto vermelho (pecado grave). As regras de Deus no limitam o nmero de jogadores em campo. O tcnico deve ser o nico a permanecer na lateral do campo - torcendo!

    Mxima 3: O processo de preparao mais bem avaliado por aquilo que o aluno faz depois da aula.

    Na poca em que eu jogava basquete e futebol na universidade, ningum parecia muito interessado em assistir aos nossos treinos. No havia torcida, nem pipoca, nem as lderes de torcida - cheerleaders. E no entanto ramos os mesmos jogadores que nas noites de tera-feira e nas tardes de sbado jogavam com as arquibancadas lotadas. O fato que os espectadores sabiam a diferena entre um treino e um jogo. E no era apenas a torcida, mas os jogadores tambm. Mesmo quando um coletivo pegava fogo e os com camisa ganhavam suado dos sem camisa, a glria do momento era passageira; era apenas um treino. Aquilo no valia nada. Era apenas um preparativo para o jogo de verdade.

    Exatamente o oposto acontece na igreja ou na sala de aula. Todo mundo vem para o treino, mas ningum presta ateno no jogo de fato. O verdadeiro jogo acontece no mundo l fora, e no na sala de aula. E no nas provinhas semanais que ganhamos esse jogo, mas nos altos e baixos da vida. O problema que ficamos de olho nos gols marcados no treino, mas no nos do jogo de verdade.

    Sejamos prticos por um instante e vejamos se podemos confirmar o que estou dizendo. Como que avaliamos o rendimento de um time de basquete? O placar final o elemento mais crtico na avaliao. Ele determina se o time venceu ou perdeu. Os placares menos importantes so as porcentagens de arremessos e de lances livres convertidos, de nmero de assistncias, de rebotes, de erros, e de faltas cometidas. As estatsticas, entretanto, nunca so to importantes quanto o placar final.

    Mas como que observamos o placar na igreja? Os pastores-mestres do mundo inteiro vem o placar da mesma forma. Cada vez que falo numa conferncia de pastores, ouo-os discutindo o placar no cafezinho.

    Quantos membros tem sua igreja? De quanto seu movimento mensal? Quantos obreiros de tempo integral vocs tm?

  • A LEI DA PREPARAAO 267

    Como anda o programa de construo? Quantos vocs batizaram no ano passado?

    primeira vista, essas metas parecem razoveis e compreensveis. Mas ser que elas refletem o verdadeiro placar1 Quantas delas revelam se os pastores-mes- tres prepararam os santos? Quantas delas nos antenam para o verdadeiro re- sultado que Deus vem registrando no seu placar eletrnico eterno?

    Quantas dessas perguntas demonstram se os santos esto ou no realizando a obra? Ser que a freqncia dos membros indicativa de que os estamos preparando bem, ou poderia ser demonstrao de que temos um grand pregador ou um prdio novo? O nmero de obreiros indicativo de que eles esto reali zando a obra do ministrio ou que eles esto preparando os muitos leigos para que estes faam a obra do ministrio? E ser que o nmero de batismo resul tante do culto que o pastor dirige, ou do fato de que seus alunos esto ganhando outros para Cristo?

    Entendeu? Ento que tipo de informao temos de coletar e registrar paia termos uma viso da obra do ministrio realizada pelos alunos? Eis algumas mi gestes:

    Teste da eficcia do professor na preparao dos alunos para um eficiente trabalho < ?s di >,e meses?

    Que porcentagem dos novos convertidos que vm ffeqentando a igreja in>s ul timos doze meses resultado de esforos evangelsticos dos membros e no da pregao do pastor ou do trabalho de outros obreiros?

    Que percentual dos membros que se uniram igreja no ano passado est envolvido numa classe de treinamento evangelstico?

    Que porcentagem dos novos convertidos veio atravs de ministrio na vizinhana ou no local de trabalho, e no atravs de iniciativas gerais da igreja?

    Teste da eficcia do professor na preparao dos alunos para um eficiente trabalho de discipulado.

    Que porcentagem de seus alunos est envolvida numa reunio regular e programada com outros membros, visando ao crescimento espiritual e prestao de contas, sem considerar atividades normais da igreja?

    Quantos cursos de discipulado o pastor j deu para preparar os crentes para discipularem outros?

    Que percentual dos alunos est envolvido na ministrao de um estudo bblico ou na direo de um grupo de discipulado fora das atividades oficialmente patrocinadas pela igreja?

    Que percentual dos alunos passou, nos ltimos doze meses, por uma classe de treinamento de professores, de durao mnima de seis horas, objei ivaiulo prepa r-los para ensinarem com maior eficincia?

  • 268 AS 7 LEIS DO APRENDIZADO

    Que porcentagem dos estudos bblicos liderados por membros conseguiu dar origem a outro grupo nos ltimos doze meses?

    Testes da eficcia do professor na preparao dos alunos quanto vitalidade espiritual.

    Que percentual dos alunos mantm uma hora silenciosa regular (pelo menoscinco vezes por semana) ? Que percentual deles realiza um culto domstico regular (pelo menos trs vezes

    por semana) ? Que percentual deles possui um ministrio regular no qual serve ao Senhor pelo

    menos uma vez por semana? Que percentual deles d o dzimo? Qui percentual deles daria nota 7 ou mais, sua prpria vida e crescimento

    crHt&os?

    I 'i * ii > c|t;ie d para voc perceber a tremenda diferena que haveria se observssemos os placares corretos! Eles redirecionam a ateno do professor tirando a daquilo que ele faz (dirigir o treino) e passando-a para o que os jogadores fazem (jogar).

    Mxima 4: O processo de preparao deve impactar tanto o carter como a conduta.

    Somos chamados a preparar pessoas, no apenas para fazerem a obra do ministrio, mas tambm para que cada uma seja um ministro. E preciso no cm |tiroT que todo o trabalho do Senhor brota essencialmente de nossa caminha- d;i i um o Senhor. Nossa conduta resultante de nosso carter. Aquilo que somos ilcicimina o que (azemos.

    I i a i.M i, a preparao influencia tanto as aes como as atitudes. O Senhor di 11 u iiiNirou isso quando alistou seus requisitos para a liderana de igreja. Quase i "di *; esses requisitos so qualidades de carter, e no competncia de habilidades Se um homem irrepreensvel, marido de uma s mulher, sbrio, pruden- Ie, respeitvel, hospitaleiro, apto para ensinar, no apegado ao vinho, nem vio- lenio, mas sim amvel, pacfico e no apegado ao dinheiro, ento a conduta e " mmislrio dele sero plenamente aceitveis. Sua caminhada validar o seu lular, e sua vida falar mais alto que suas palavras.

    Se estivermos comprometidos em preparar outros, nossas atividades dirias devero, ento, se focalizar em alvos idnticos. Como curiosidade, revisei minha agenda nas ltimas semanas para verificar que formas de preparao venho I a atiando nos ltimos tempos. Estaria eu investindo mais tempo em preparar o carter ou a conduta das pessoas?

    Identifiquei dezessete interaes com pessoas, no trabalho, na igreja, em casa, onde estive procurando preparar outros quanto ao carter ou conduta. A seguir, alisto as dez primeiras interaes (envolvendo treze pessoas), subdivididas de acordo com as reas em que eu estava trabalhando na vida de cada uma.

  • A LEI DA PREPARAAO 269

    PessoasEnvolvidas

    Preparando o Carter

    Preparando a Conduta

    Pessoa 1 100% 0%Pessoas 2 e 3 20 80Pessoa 4 20 80Pessoas 2 a 6 50 50Pessoas 7 a 11 50 50Pessoa 1 0 100Pessoa 12 50 50 ;Pessoa 4 60 40Pessoa 13 0 100Pessoa 1 0 100

    Total 35% 65%

    Em seguida, analisei as dez interaes anteriores a essas, e as mdias se inverteram: o tempo total em que passei preparando o carter foi de 71%, e o da conduta foi de 29%.E claro que as porcentagens havero de variar semana a semana, dependen

    do das necessidades dos alunos e de nosso desejo e determinao de prepar-los. Pare por um instante e pense em algumas pessoas com quem voce se ielai imiui, e verifique se esteve ativamente envolvido em prepara las. Em i um > ala mal ivi i, voc investiu mais tempo preparando-as quanto ao caraiei ou .i i ondula' Mi nha esperana que suas intenes possuam propsitos e se ioiu enirem mu|ui lo que de valor eterno.

    Mxima 5: O processo de preparao deveria concentrar atcnuo mais intensa nos mais compromissados.

    Uma das caractersticas mais decisivas de um bom preparador e que ele :,elr ciona cuidadosamente aqueles a quem vai preparar. No interessante que o Senhor tenha convivido com os apstolos por um perodo de tempo antes de escolh-los? Ele chamou pessoas que j havia selecionado e deliberadamente concentrou nelas o seu esforo de preparar.

    Um lder eficiente concentra deliberadamente seus recursos nas metas estratgicas de sua organizao. Um preparador eficiente dirige seus esforos para os candidatos mais fiis, que demonstram ser mais promissores quanto a um ministrio cristo significativo e longo.

    Um preparador ineficiente desperdia seu mais precioso recurso - o tempo de que dispe. Torna-se reativo em lugar de pr-ativo. Em vez de buscar os que ele selecionou, permite que os interesses dos outros moldem os dele.

    Por que Cristo no investiu tempo equivalente na preparao de cada um dos discpulos? Por que passou certo tempo com os setenta, mais tempo com os doze e mais ainda com trs? Ele sabia que precisava administrar seu tempo

  • /./ \J AS 7 LEIS DO APRENDIZADO

    e energias para maximizar o crescimento do reino. Ns precisamos fazer o mesmo.

    No podemos preparar a todos na sala de aula, mas devemos seguir o exemplo de Cristo e preparar alguns de nossos alunos num nvel mais profundo. Quando voc for determinar o crculo ntimo que haver de preparar, selecione-os cuidadosamente. Teste a determinao deles. Ao escolher aqueles a quem voc vai preparar, deve testar o nvel de interesse e do desejo deles em relao a isso.

    Um dos preparadores mais eficientes que conheci praticava isso regularmente. Quando algum lhe pedia que o discipulasse, ele conversava com a pessoa para discutir a possibilidade e a dizia:

    Eu te encontro amanh s 5:30 no Dennys*. Traga estes trs versculos memorizados.

    A reao dela revelava seu nvel de interesse.No impressionante que antes de Jesus escolher os dze que ele haveria de

    preparar, tivesse passado a noite toda orando?! Ele sabia que o processo de seleo seria tremendamente importante. Voc se recorda de como ele colocou o intiTrsse desses homens prova? Pediu que abandonassem suas redes de pes- i a" e sua mesa de coleta de impostos, e o seguissem. Jesus ps prova a determinao deles! Voc tem posto a determinao de seus alunos prova?

    Paulo toca no cerne desta mxima quando escreve a seu aluno Timteo: E as coisas que me ouviu dizer na presena de muitas testemunhas, confie a homens fiis que sejam tambm capazes de ensinar a outros. (2 Tm 2.2 - NVI.) Ele sabia que o processo de preparao era o elo vivo de Deus para passar o ministrio de uma gerao a outra.

    Portanto, no concentre sua ateno - no invista seu tempo - nos infiis. Alm de tolo, voc est sendo desobediente. Selecione cuidadosamente os mais fiis, e prepare-os ao mximo.

    Mxima 6: O processo de preparao requer conhecimento, habilidade e um compromisso a longo prazo.

    A preparao uma das atividades mais difceis que voc far em toda a vida. Precisamos lembrar disso sempre que o fizermos.

    Achamos que ser mais fcil do que realmente .Achamos que ser mais rpido do que realmente .Achamos que ser mais curto do que realmente .Achamos que estar terminado, quando ainda no estiver.

    Mas uma das maneiras mais estratgicas de voc investir sua vida. Se h poucos preparadores hoje em dia, porque a tarefa mais complexa do que

    * Dennys: popular rede de restaurantes dos Estados Unidos. (N. do E.)

  • A LEI DA PREPARAAO 271

    imaginamos. bem mais difcil do que eu pensava. E por ter expectativas nada realistas, a princpio senti muita frustrao.

    Quando os Ministrios Caminhada Bblica estavam comeando a decolar, no incio dos anos 70, experimentei toda sorte de temores e dvidas acerca de seu futuro. Naquela poca, o Dr. Howard Hendricks veio nossa cidade, e o convi- dei para almoar. Ento perguntei:

    - Prof, o que o senhor acha dos Ministrios Caminhada Bblica?- Acho bom, Bruce, disse ele.- No, Prof. Quero dizer o que o senhor realmente acha?Ele sorriu, e replicou: i- Bem, o trabalho obviamente est sendo abenoado pelo Senhor, portanto,

    anime-se.Infelizmente, eu no estava animado, ento lhe perguntei uma terceira vez:- Por favor, seja franco comigo, Prof. Diga-me, em s conscincia, como o

    senhor acha que vai ser o verdadeiro futuro dos Ministrios Caminhada Bblica?Eu queria me certificar de que meu pequeno sonho haveria de dar certo.Ele reparou que eu havia parado de comer e que precisava de uma respo.Ma

    mais profunda. O que ele disse a seguir foi um dos conselhos mais imporiaiiii -, que j recebi acerca da natureza do processo de preparao.

    - Bruce, a questo de fato no o que os Ministrios Caminhada Bblica esto fazendo hoje, ou o que faro no ano que vem, ou daqui a dez anos. A verdadeira prova reside naquilo que esse ministrio estar realizando daqui a quinze, vinte e at mesmo vinte e cinco anos. No momento voc pode fazer tudo sozinho, mas o exame para valer ser quando o Senhor abenoar tanto o ministrio, que voc no seja mais capaz de trabalhar sozinho. E a que voc realmente ser posto prova! Ser que consegue preparar outras pessoas para expandir o ministrio bem alm de suas habilidades? E isso, Bruce; a verdade acerca dos Ministrios Caminhada Bblica s ser conhecida daqui a muitos anos, quando os frutos do seu trabalho estiverem comeando a amadurecer. Ou eles revelaro que voc aprendeu a preparar outros, ou no. Esse o segredo do sucesso desse ministrio.

    Ele acertou em cheio, no mesmo? Deus quer de ns uma perspectiva a longo prazo, e no a curto prazo. Ele deseja que nos comprometamos a preparar outros no apenas para os 100 metros rasos, mas para a maratona da vida.

    Jamais me esquecerei do momento em que vislumbrei a maratona de outro homem. Estvamos num enorme, auditrio abarrotado, assistindo a uma importante conveno nacional crist. Sentei mais ao fundo, ao lado de um dos maiores educadores cristos dos Estados Unidos. Ele altamente respeitado na comunidade crist e foi o mentor de vrios homens e mulheres com quem j trabalh ei Todos eles sempre falavam dele com profundo respeito e carinho.

    A medida que ouvamos o orador da sesso plenria, entretanto, percebemos que, infelizmente, ele se tornara perito na arte do tdio. Depois de algum tempo,' aquele sbio mestre deu um suspiro e tirou do bolso do palet um pequeno mao de cartes. J estavam amassados e amarelados, de tanto uso, mas, pela forma como os tratou, compreendi que o contedo deles era de extrema impor-

  • 272 AS 7 LEIS DO APRENDIZADO

    i ncia. Minha curiosidade me fez dar uma olhada discreta neles. Cada um tinha [ rs a quatro nomes e embaixo de cada um seis ou sete pontos. Lentamente, ele lia um por um dos nomes do carto e depois passava ao seguinte.

    Aps a reunio, batemos um papo, tomando cafezinho. Disse-lhe que havia i rparado nos cartes, e perguntei se estava revisando suas anotaes para alguma prova. Ele sorriu, e disse:

    Aquela a lista dos alunos que fizeram estudos de ps-graduao sob minha liderana. Oro por todos eles, nome por nome, diariamente, e tenho mantido ' mi aio com muitos deles ao longo desses anos. Eles so meus dedos, minha boca iiirir, |>s. Eu os preparei e agora esto preparando outros espalhados pelo mun- d", 11 " a causa de Cristo. Sempre que recordo meus anos de trabalho, depois de 11.1 lainilia, esses homens e mulheres so minha maior realizao.

    \i' - pai cee o apstolo Paulo! Que compromisso de orao e correspondncia a longo prazo!

    I 'manic uma viagem Malsia, Truett Cathy, o fundador de Chick-Fil-A (fil I'' 11 a d) :p), reparou numa folhagem singular. O guia explicou que se tratava de um lipo i aro de bambu com um padro de crescimento fantstico. Planta-se a semen- le num monte de terra, rega-se e aduba-se. Nada acontece durante um ano inteire i. dorna a regar e adubar no segundo ano e nada acontece tampouco. No terceiro ano de rega e adubagem, ainda nada acontece. Repete a operao mais um ano, o quarto, e ainda nada. Por fim, completa-se o quinto ano de constante rega e adubagem, e ele brota. Em noventa dias, ele cresce quase trinta metros!

    Precisamos ter muito cuidado com a instantaneatite em nosso ministrio de preparao. As vezes o processo exige anos de constante rega e adubagem, paia depois vermos o crescimento. A preparao um compromisso de longo pia o la! vez aquele de quem voc est querendo desistir precise s de mais um iui > de rega. No desista!

    M.ncinia 7: objetivo supremo do processo de preparao formar I (reparadores independentes.

    Num domingo pela manh, encontrei-me com um dos melhores professores da igreja que freqentamos. Ele tinha a aparncia de quem carregava nos ombros um enorme desnimo.

    - O que houve? perguntei, na esperana de encoraj-lo.Mais um casal saiu de minha classe hoje, respondeu. Minha classe uma

    porta rotativa. Entre doze e dezoito meses de aula, meus alunos saem e tenho de comear tudo de novo. No sei o que h de errado, mas estou pensando seriamente em parar de lecionar.

    A coisa no soava muito bem, mas arrisquei-me e fui um pouco mais fundo.- O senhor faz alguma idia do porqu de eles estarem saindo? Ser que o

    contedo est deixando a desejar?- No. Acredito que o assunto est acertando na mosca. Os alunos crescem

    maravilhosamente e a saem. S neste ano, perdi seis casais extraordinrios, com quem eu vinha trabalhando. Todos abandonaram minha classe para se tornarem professores.

  • A LEI DA PREPARAAO 273

    No dava para acreditar no que eu estava ouvindo. Que problema e tanto esse homem tinha nas mos! Rapidamente partilhei com ele o que o Senhor pensava acerca de seu problema. Obviamente, ele era um professor extremamente eficiente pois estava preparando seus alunos para ensinarem a outros! Quem sabe um dia aprenderemos todos a comemorar as verdadeiras vitrias?

    Os preparadores independentes so aqueles que se tornaram peritos em algum servio ministerial, que o esto utilizando ativamente, e que renem outros com semelhantes dons e interesses, e que os treinam para serem competentes, e a os enviam, com a orientao constante de. que faam o mesmo.

    D para voc entender o poder inerente ao mtodo de multiplicao de Deus? Ele no quer que apenas ensinemos. Quer que treinemos pessoas para que elas se tornem treinadores, isto , possam ensinar outros a serem treinadores tambm.

    Os alunos entram em nossa classe precisando de orientao e superviso. Nossa tarefa a de continuar levando-os a crescer, luz dos dons espirituais que possuem, para se tornarem obreiros ativos no ministrio, ao ponto de se reproduzirem.

    Isso reproduz com fidelidade o ciclo vital de Deus para ns, no mesmo? Ele vai desde o nascimento idade adulta, ao casamento, reproduo, ao treinamento dos filhos at que se tornem independentes, ao fortalecimento exercido pelos avs. Em ltima anlise, Deus deseja ver uma linhagem crist crescer e exercer cada dia mais influncia, atravs da multiplicao fisii a i< ului i\o. Nossa responsabilidade mais importante passar o basto a g e ia a o seguiu te, de forma eficiente. Se o passarmos a corredores estreis" que n ao l iv < rem o compromisso de se reproduzirem, o processo ser tremendamenlc pie judicado.

    Infelizmente h um fato que pode comprometer esse processo e deixar cair o basto: professores interessados em passar matria e no em preparar os alunos. Seja l o que fizermos, no podemos deixar cair o basto que o Senhor nos confiou. Corra, portanto, meu amigo, sabendo que sua prova s tem uma volta, e que a qualidade e quantidade de corredores a quem voc passar o basto determinar o impacto eterno de sua corrida pessoal.

    SIGNIFICADO

    A Essncia da Lei da Preparao : LPrepare para o servio".

    O professor deve treinar seus alunos para uma vida de servio e edificao.

  • 274 AS 7 LEIS DO APRENDIZADO

    CONCLUSO

    J era tarde da noite, e tnhamos tido trs dias de reunio com Peter Drucker, o guru da administrao. Trinta pessoas haviam participado - todas convidadas lderes das maiores organizaes crists ou pastores de igrejas de influncia nacional. Foram momentos empolgantes, com boas oportunidades de crescimento pessoal. Para mim, entretanto, a experincia mais memorvel veio inesperadamente atravs de um homem relativamente jo vem, cuja igreja havia desfrutado de um crescimento incrvel atravs do evangelismo e do discipulado. Pedi-lhe que relatasse algumas das lies que aprendera.

    A princpio, a coisa toda quase me matou. Alis, cheguei ao ponto de pensar seriamente em abandonar o pastorado.

    Concordei com um gesto de cabea.No cqn.seguia atender a todas as necessidades criadas a partir desse cresci-

    mcnio, c a bpisa estava acabando comigo. Implorei a Deus que me desse algum I ipo do alvio, caso contrrio - disse a ele estaria tudo acabado.

    Na manh seguinte, no decorrer de minha hora silenciosa, li Efsios 4-11- 16. J conhecia esses versculos e havia pregado sobre eles vrias vezes. Mas, como um raio do cu, Deus me ajudou a enxergar, pela primeira vez na vida, o que eles estavam dizendo. ............................................ ......... ----------- ~

    Eu sabia ser minha responsabilidade preparar os santos para a obra do ministrio e para a edificao do corpo, e achava que estava fazendo isso. Mas Deus me mostrou que no estava nem perto. A convico me atingiu to em cheio, que ca de joelhos e disse ao Senhor que faria exatamente o que a Bblia determina e que confiaria nele quanto aos resultados. Se a igreja fracassasse... Bem, e da? Eu at j tinha resolvido desistir de tudo mesmo.

    Ento contei aos diconos que o Senhor deixara claro que estvamos errados no que vnhamos fazendo, e pedi que eles se associassem a mim nesse compromisso de obedincia irrestrita. Todos ficaram entusiasmados com a idia. Na mesma semana, elaboramos uma lista dos membros mais fiis que, sabamos, preenchiam os pr-requisitos de liderana apresentados em 1 Timteo e Tito. Identificamos 147 homens e mulheres.

    Tivemos um encontro individual com cada um deles, ou, se eram casados, com o casal, e lhes falamos do comissionamento que o Senhor nos dera para prepar-los como ministros. Pedimos que orassem a respeito da possibilidade de fazerem um treinamento intensivo com a durao de um ano, para que pudessem ser preparados e ordenados como ministros leigos. Mal pude acreditar - todos toparam. A coisa mexeu comigo e com toda a liderana. As pessoas esta- vam s esperando que algum as convidasse e treinasse.

    Os doze meses seguintes foram intensos e empolgantes, e, mais depressa do que espervamos, chegou o grande domingo. L estava eu, diante da congregao, e de p, frente da igreja, estavam aqueles 147 crentes - homens e mulheres de Deus, comprometidos, e agora preparados. Pedi que se ajoelhassem, e naquela manh os ordenei a todos como ministros leigos da igreja. Em seguida,

  • A LEI DA PREPARAO 275

    preguei acerca do que Deus pensa sobre todos ns fazermos a obra do ministrio. Disse quelas 147 pessoas que, naquele momento, eu estava lhes dando o ministrio. Jamais deveriam duvidar de que tivessem sido chamadas ou de que iriam ou no suprir uma necessidade. Deveriam agir da mesma forma que eu - como um ministro totalmente comprometido com a misso de suprir as necessidades do povo de Deus.

    Que histria incrvel! disse a ele. Quanta inspirao! Mas, deu certo? O que aconteceu com seu stress e com a carga excessiva de trabalho?

    Voc no vai acreditar. Eu tambm no acreditei, a princpio. Em geral, toda segunda-feira pela manh o telefone toca sem parar, transbordando necessidades de aconselhamento e toda sorte de emergncias. Sabe o que aconteceu? Ningum telefonou na segunda-feira. Achei que havia pisado na bola com meu sermo e que ofendera a congregao. Alm disso, naquela manh um dos principais lderes teve um acidente pavoroso e, por causa de outras emergncias, eu s consegui visit-lo aps o jantar.

    Fui correndo ao hospital, direto entrada da UTI para obter permisso de visitar meu amigo. A a enfermeira me disse que ningum poderia entrar na UTI, exceto familiares chegados ou o pastor. E me perguntou quem eu gostaria de visitar. Disse o nome dele e acrescentei que era seu pastor.

    Ela pulou da cadeira, e disse: No, o senhor no , no! No me venha com essa de que o senhor tambm pastor dele! Perguntei o que ela queria dizer. Ela respondeu: O senhor a oitava pessoa hoje que vem visitar esse homem dizendo ser seu pastor.

    A compreendi tudo! No tnhamos oito pastores, ramos apenas dois. Isto , at aquele domingo pela manh. Agora tnhamos 147! Oito deles haviam estado l. E nem sequer havamos telefonado para eles informando do ocorrido.

    Bruce, esse o segredo da exploso que tomou conta de nossa igreja. Minha carga de trabalho parece ter sido cortada em 90% e o ministrio efetuado pelos membros da igreja e entre eles explodiu para mais de 1.000%.

    No comeo deste captulo afirmei que quando alinhamos nosso ensino com o que o Senhor pede, ele abenoa nossos esforos sobrenaturalmente. Essa histria uma prova viva disso, no ?

    Voc gostaria de experimentar esse tipo de emoo ao ensinar? No gostaria de ver a tremenda alegria e a verdadeira celebrao de seus alunos quando eles descobrirem que podem fazer a obra do ministrio e encontrar, atravs da mesma, um maravilhoso senso de realizao e de satisfao? Ento por que no adota esse revolucionrio mtodo de ensino e voc, um instrutor designado por Deus, no comea a preparar os alunos que ele lhe confiou?

    Em todas as direes em que olharmos, veremos que o trabalho est incompleto. Mas em toda sala de aula que visitarmos, veremos que no se est preparando obreiros. Devote-se realizao do chamado do Senhor: Ele designou mestres com o fim de preparar os santos para a obra do ministrio, para que o corpo de Cristo seja edificado.

  • 276 AS 7 LEIS DO APRENDIZADO

    ' QUESTES PARA DISCUSSO

    I. Nosso estudo de Efsios 4 revelou uma srie de princpios-chaves acerca da preparao: (1) O propsito primordial do professor preparar; (2) Aprimei- ia turma que os professores preparam so os cristos; (3) O principal resultado i la preparao dos cristos que eles realizam a obra do ministrio e a edificao di > ci irpo de Cristo. Avalie seu prprio ministrio de ensino luz desses princpi- > Pergunte a voc mesmo: At que ponto esses princpios esto presentes na mmlia prtica de ensino? O que preciso mudar para que estejam? Como que di vo eletuar essa mudana?

    Voc concorda que a maior parte do ensino se concentra no contedo e..........a lonnao do carter e da conduta? Na sua opinio, por que que se temd ido i .ii i pouca prioridade formao do carter nesses ltimos anos? No que i 1 ivilundar/ Quanto das suas duas ltimas aulas contribuiu para a formao i Ir um u te r cristo em seus alunos?

    Q que voc acha que aconteceria se as igrejas comeassem a registrar os u-Miliados da preparao, tais como os delineados na Mxima 3, no tocante a i ada classe de escola dominical e cada culto de adorao? O que nos leva a nos alasiar das diretivas claras do Senhor, e o que sofremos por agirmos assim?

    4- O tempo e as oportunidades limitados impem-nos a necessidade de in- \ cst ir nossa vida criteriosamente. Paulo disse que temos de comunicar a verdade aos iis. Portanto invista tempo preparando aqueles que j deram provas de serem o tipo de crente mencionado em 1 Timteo e Tito ( importante ajudarmos a ruais duas ou trs pessoas especiais, claro, dando-lhes maior ateno p.iia que cheguem a esse nvel). Maximize seus esforos escolhendo sua equipe . mdadosauiente. Aliste (de trs a cinco pessoas) os principais que voc sente i |iie ileve preparar para o Senhor. Comece com seus familiares. Que tal dar os........ passos hoje? Depois, marque uma hora com cada um para conversar'.i ibie seu desejo de prepar-los.

  • 120 M T O D O E OS M AXIM IZAD O RES D A

    PREPARAO domingo. O coral da igreja acaba de cantar um nmero especial, quando o

    superintendente da escola dominical entra pela porta lateral e cochicha algo no ouvido do pastor. Em seguida, dirige-se ao plpito com expresso tensa. IV repente, voc se sente ansioso. J viu essa cena antes. Parece que todos sua volta mostram-se nervosos. Alguns olham para o cho. Outros comeam a ler o boletim.

    O superintendente principia fazendo um pequeno e bonito discurso, dizendo como maravilhoso servir a Deus como professor de escola dominical e como os professores so essenciais vida da igreja. A essa altura, os olhares esto no teto. Todos sabem o que vir a seguir. Cada palavra que ele pronuncia visa a gerar mais e mais sentimento de culpa, at que ele finalmente diz:

    Ns precisamos de voc! Posso lhe prometer que o prepararemos. Ns o treinaremos! Mas se no conseguirmos seis voluntrios neste instante, no poderemos continuar o culto. Ento, enquanto no virmos seis mos se levantando, o pastor no poder pregar. Quem, ento, ser voluntrio hoje?

    Lentamente voc coloca as mos debaixo das pernas, s para se garantir. H apenas trs mos de voluntrios levantadas e a tenso tanta que quase ningum suporta mais. De repente, sua esposa bate o cotovelo em suas costelas, e como reflexo da dor voc levanta o brao.

    Estou vendo sua mo, irmo. Obrigado! Temos um promissor grupo de meninos pr-adolescentes esperando um professor inspirativo como o irmo.

  • 276 AS 7 LEIS DO APRENDIZADO

    QUESTES PARA DISCUSSO

    1. Nosso estudo de Efsios 4 revelou uma srie de princpios-chaves acerca da preparao: (1) O propsito primordial do professor preparar; (2) A primeira turma que os professores preparam so os cristos; (3) O principal resultado da preparao dos cristos que eles realizam a obra do ministrio e a edificao i lo corpo de Cristo. Avalie seu prprio ministrio de ensino luz desses princpi- i':;. Pergunte a voc mesmo: At que ponto esses princpios esto presentes na "linha prtica de ensino? O que preciso mudar para que estejam? Como que devo efetuar essa mudana?

    Voc concorda que a maior parte do ensino se concentra no contedo e.........a lormao do carter e da conduta? Na sua opinio, por que que se temd.idi i i aii pouca prioridade formao do carter nesses ltimos anos? No que r o i redundar? Quanto das suas duas ltimas aulas contribuiu para a formao de um i inlcr cristo em seus alunos?

    h I'!' que voc acha que aconteceria se as igrejas comeassem a registrar os resultados da preparao, tais como os delineados na Mxima 3, no tocante a cada classe de escola dominical e cada culto de adorao? O que nos leva a nos afastar das diretivas claras do Senhor, e o que sofremos por agirmos assim?

    4. O tempo e as oportunidades limitados impem-nos a necessidade de investir nossa vida criteriosamente. Paulo disse que temos de comunicar a verdade aos fiis. Portanto invista tempo preparando aqueles que j deram provas de serem o tipo de crente mencionado em 1 Timteo e Tito ( importante ajudarmos a mais duas ou trs pessoas especiais, claro, dando-lhes maior ateno para que cheguem a esse nvel). Maximize seus esforos escolhendo sua equipe i iiidadosamente. Aliste (de trs a cinco pessoas) os principais que voc sente que deve preparar para o Senhor. Comece com seus familiares. Que tal dar os pi imeiros passos hoje? Depois, marque uma hora com cada um para conversar sobie seu desejo de prepar-los.

  • 120 M T O D O E OS M AXIM IZAD O RES D A

    PREPARAO domingo. O coral da igreja acaba de cantar um nmero especial, quando o

    superintendente da escola dominical entra pela porta lateral e cochicha algo no ouvido do pastor. Em seguida, dirige-se ao plpito com expresso tensa. I V repente, voc se sente ansioso. J viu essa cena antes. Parece que todos sua volta mostram-se nervosos. Alguns olham para o cho. Outros comeam a lei o boletim.

    O superintendente principia fazendo um pequeno e bonito discurso, dizendo como maravilhoso servir a Deus como professor de escola dominical e como os professores so essenciais vida da igreja. A essa altura, os olhares esto no teto. Todos sabem o que vir a seguir. Cada palavra que ele pronuncia visa a gerar mais e mais sentimento de culpa, at que ele finalmente diz:

    Ns precisamos de voc! Posso lhe prometer que o prepararemos. Ns o treinaremos! Mas se no conseguirmos seis voluntrios neste instante, no poderemos continuar o culto. Ento, enquanto no virmos seis mos se levantando, o pastor no poder pregar. Quem, ento, ser voluntrio hoje?

    Lentamente voc coloca as mos debaixo das pernas, s para se garantir. H apenas trs mos de voluntrios levantadas e a tenso tanta que quase ningum suporta mais. De repente, sua esposa bate o cotovelo em suas costelas, e como reflexo da dor voc levanta o brao.

    Estou vendo sua mo, irmo. Obrigado! Temos um promissor grupo de meninos pr-adolescentes esperando um professor inspirativo como o irmo.

  • 278 AS 7 LEIS DO APRENDIZADO

    Voc ainda olha ao redor para ver com quem ele est falando, e a entende tudo. Voc est frito! O corao dispara. As palmas das mos transpiram. Voc magoou sua esposa! Promete a si mesmo que essa foi a ltima vez que esqueceu o aniversrio dela!

    A um certo alvio toma conta de seu corao. Afinal, ele .disse que lhe daro a preparao necessria. E s voc sabe o quanto precisa desse preparo! Provavelmente um semestre de treinamento. Talvez no seja l to ruim assim.

    Sua esposa lhe d outra cotovelada. Mas dessa vez voc est atento e no levanta a mo. Em meio a um entorpecimento atordoante, voc ouve:

    Precisamos de voc hoje mesmo. Hoje. Por favor, encontre-me no corredor.Os outro cinco voluntrios esto saindo pela porta lateral. Os restantes j

    podem respirar e o pastor sorri.Voc o ltimo dos seis a chegar ao corredor. H todo um burburinho de

    atividade quando o superintendente da escola dominical atira a revista do trimestre u;s' suas mos. Em seguida, ele vai saindo rumo ao final do corredor, e voc o oiiVe dizer:

    Muito, muitssimo obrigado. E que Deus os abenoe!Ao virar o corredor, voc v duas cadeiras voando pela porta. Um apagador

    atinge a parede do outro lado. E a sua sala de aula.Conhece a cena? Por alguma razo embora eu no tenha certeza de que

    isso jamais aconteceu em sua igreja - creio que voc sabe exatamente do que estou falando.

    E qual a frmula secreta da igreja para o treinamento? Exortao + sentimento de culpa + revista trimestral da escola bblica dominical = treinamento.

    Eu me pergunto o que iramos descobrir se pudssemos ser uma mosquinha pousada na parede da sala de aula desse professor, nesse momento. Como que ele se sente? Como que os alunos se sentem? Mais importante que isso tudo, como que Cristo avalia a preparao dos santos para a obra do ministrio realizada pela igreja numa situao dessa? Como que ela ficaria em relao s prioridades dele para cada um de ns?

    Se voc deseja uma resposta clara a essas perguntas, observe as prioridades de Cristo quando ele ministrou neste mundo. Ser que ele manipulou algum e depois simplesmente jogou uma revista trimestral nas mos dessa pessoa? De jeito nenhum! Cristo investiu trs anos de muito trabalho, preparando e treinando seu corpo docente para ensinar e ministrar. S Cristo deu o exemplo de ter um interesse to profundo no treinamento, ento como devemos avaliar nosso fiasco de treinamento?

    No toa que nos questionrios annimos, 80 a 90% dos alunos afirmam que suas aulas so maantes e irrelevantes. No sem razo que os professores esto experimentando o desgaste. Sentem-se to mal preparados! Tudo tem limites.

    De alguma forma ns, da igreja, aceitamos a idia de que o treinamento no prioritrio. Mas fora dos limites da igreja, l no mundo, acontece exatamente

  • A LEI DA PREPARAAO 279

    o oposto. Sempre que virmos empresas que possuem um desempenho acima da mdia, veremos tambm que ali houve um treinamento acima da mdia. Por outro lado, sempre que encontrarmos uma empresa com um baixo controle de qualidade e um atendimento ao pblico que deixe a desejar, podemos estar certos de que seus funcionrios recebem pouqussimo ou nenhum treinamento. As empresas e os professores ineficientes so gerados no ventre de um treinamento malfeito.

    Constantemente fico admirado de ver como o mundo, volta e meia, tyopea nos segredos do sucesso esboados pelas Escrituras. Enquanto isso, nos, que temos a Palavra de Deus nas mos, no cremos nesses segredos o suficiente para p-los em prtica. Cristo dedicou o cerne de seu ministrio preparando seus discpulos. Deus quer que concentremos nosso esforo bsico no treinament de nossos alunos e professores.

    Ento, o que que fazemos?Meu amigo Ron Blue, um conhecido consultor financeiro cristo, costu

    ma dizer que d para conhecer as prioridades de uma pessoa simplesmente examinando seu talo de cheques e sua agenda. No importa o que uma pessoa diga acerca de suas prioridades, o dinheiro e o tempo dela e qm revelam a verdade.

    Para descobrir o verdadeiro compromisso que uma organizao, uma escola, uma igreja tm com treinamento, repare no tempo e nos recursos financeiros c humanos que ela investe treinando seu pessoal.

    J estudei o oramento de vrias igrejas, procurando descobrir o montan te de dinheiro que elas empregam com o treinamento de professores e liderana. A maioria no possui sequer um item especfico no oramento para treinamento. E as que possuem, geralmente gastam menos de um dcimo de um por cento em treinamento. O que isso revela acerca de nossas prior iria des?

    Nos Ministrios Caminhada Bblica, ns levamos o treinamento muito a srio. Cremos que o exemplo e a comisso de Cristo no foram dados apenas igreja, mas a toda obra e ministrio.

    O treinamento multiplica grandemente os resultados a longo prazo. E fre- qente os jovens me perguntarem se recomendo que faam ou no um curso universitrio. Geralmente respondo dando o seguinte exemplo.

    Suponhamos que sua vida representada por um campo aparentemente sem fim. Sua responsabilidade limpar o campo, ar-lo, plant-lo e colher dele para o resto de sua vida. O desafio colher as safras certas (um fruto que dure para sempre) nas maiores quantidades possveis (cem vezes mais). Voc possui algumas opes: 1 2 3

    1. Quem abandona os estudos antes de concluir o segundo grau, ter apenas uma enxada para trabalhar seu campo, mas pode comear imediatamente.

    2. Quem estuda s at o segundo grau, ter uma dzia de ferramentas manuais.3. Quem pra de estudar aps a faculdade, ter um minitrator com combustvel

    ilimitado.

  • /H O AS 7 LEIS DO APRENDIZADO

    4. Quem pra depois da ps-graduao ter um trator diesel nas mos, e mais um certo nmero de implementos agrcolas.

    'i No pare nunca, nem mesmo aps sua ps-graduao. Continue aprendendo, e voc ir gradualmente colecionando uma srie de tratores, maquinaria suplementar, sistemas de irrigao, tudo que voc pode imaginar para cuidar do seu campo.

    I rm, quem pra de estudar antes de concluir o segundo grau, poder plan- .......... 111ci algumas safras antes que aquele que faz a faculdade. Por algum

    0 mi" . Ir Irm a impresso de que fez a coisa certa. Mas espere o pequeno........ .... "i ( 111 alor a diesel realizarem um ano de trabalho, e a analise os resul-1 i. h . .

    I 1 1 i ' m i pm vber a incrvel diferena que o processo de preparao faz na id iil' i mim | )i:,M ia, e o que ela poder fazer com os dons que Deus lhe confiou? " m 1111 * 1111. dermos ateno e devotarmos recursos-chaves preparao dos Mil"., m i 111 11| i c a remos grandemente o perene frutificar dos mesmos no Reino

    de ( i Isl i ).lI 1111M .1:i C i isto conceda dons a todos ns - e embora ele tenha dado igreja

    ........eu:, r mulheres com o dom de ser professores, pastores e assim por diante -I' nos i u i mil e decidir como iremos usar esses dons. Como vemos pela Parbo-

    I i d. i lalctiins, o Senhor nos julga a todos com base naquilo que fizemos com i > i a ii eli nos (leu.

    1 > | a ui -esso de preparao no uma opo. Nem mesmo uma sugesto. ' 11' 1111ai ulameiito. Obedea a ele. Nade contra a correnteza. Jogue fora a enxada i ligue o Iraror.

    C) MTODO DA PREPARAO

    i Miuiucmiix Ccaminhada Bblica, costumo encorajar nosso pessoal com umlema

    Se voc deseja um produto perfeito, aperfeioe, ento, o processo subjacente.

    Quando desejamos ter professores eficientes (produto perfeito), preciso di .envolver e gerenciar um currculo de treinamento de professores que seja In a. e contnuo (aperfeioe o processo).

    Os cinco passos do Modelo da Preparao so universais e se aplicam a qualquer pessoa, em qualquer lugar, com quaisquer alunos, com qualquer habilidade. Eles do bom resultado, quer estejamos ensinando algum a jogar tnis, ou a andar a cavalo, ou a pregar um sermo, ou a testemunhar de Cristo na comunidade, ou a administrar um oramento caseiro. O processo funciona entre o professor e o aluno, o pai e o filho, o patro e o empregado, ou praticamente em qualquer relacionamento.

  • A LEI DA PREPARAO z o i

    No h dvida de que voc j est se utilizando de alguns destes passos, mas chamando sua ateno para todos eles, estaremos capacitando-o a enxergar, no futuro, exatamente o que precisa ser feito e em que ordem. Geralmente, quando o processo de treinamento no est funcionando bem, porque um passo im- portante foi deixado de fora, ou porque foi apresentado na ordem errada.

    Primeiro passo: InstruirO primeiro passo no ensino de uma capacitao instruir" os alunos, pas

    sando-lhes os fatos bsicos e a informao relativa a essa capacitao. O profes- sor deve educar" seus alunos e preparados" com as verdades fundamentais necessrias sobre as quais essa capacitao se alicera.

    H alguns anos, eu e minha filha Jennifer passamos algumas semanas no Colorado, enquanto eu ministrava aulas na faculdade, durante um curso de vero. Durante uma refeio, conhecemos o filho de um dos meus alunos. O rapaz era instrutor de tnis, e logo fisgou o interesse de Jennifer. Acabou se oferecendo para dar-lhe algumas aulas de tnis grtis.

    Algumas horas mais tarde, ela veio como que nas nuvens at nossos aposentos. Estava evidente que ela havia se divertido muito, mas ao que parecia no havia jogado muito tnis.

    - Como foi, filha? perguntei- Maravilhoso! No jogamos muito, porque ele passou a maior parte do tempo

    me ensinando as regras e a estratgia do jogo. Pai, eu nunca pensei que houvesse tanta coisa no tnis! Agora entendo o jogo, e acho que estou apta para comear a aprender a jogar.

    Aquele jovem j estava um grande passo adiante dos demais de sua idade. Ele no apenas percebeu a tremenda jogada que minha maravilhosa filha representava, mas reconheceu tambm que a instruo o primeiro estgio para se aprender qualquer coisa.

    Ao final deste primeiro passo, seus alunos devem saber bem como funciona aquilo que voc est lhes ensinando. At essa altura, voc deve permanecer no estgio da apresentao dos fatos.

  • 282 AS 7 LEIS DO APRENDIZADO

    Segundo passo: ExemplificarO segundo passo do ensino de uma habilidade o exemplificar para os alu

    nos como ela quando est sendo utilizada. Exponhamos" ao uso da informao do primeiro passo, praticando a habilidade. D-lhes uma previso de forma que as palavras do primeiro passo agora se tornem uma cena viva. Voc precisa conduzi-los do eu entendo para o eu estou vendo.

    Infelizmente, a grande maioria daqueles que preparam jamais sai do primeiro passo, dizer. A maioria dos professores acha que ensinou algum a fazer alguma coisa assim que lhe passou a teoria relacionada com a atividade em si.

    Mas ser que voc j sabe jogar tnis s porque entendeu a diferena entre um forehand e um bakhandi

    Precisamos evitar pensar que o processo de preparao simplesmente capacitar algum para repetir uma informao memorizada. Saber fazer algo em nossa mente no implica em saber faz-lo na prtica. Ainda assim, em meus nove anos de faculdade seminrio, menos de 5% dos professores sequer tentaram chegar ao segundo passo!

    Vrios anos atrs, fiz um curso sobre como testemunhar, que durou mais de irs meses. O professor s nos deu provas para verificar se conseguamos nos remi da i das anotaes dele. No houve uma oportunidade sequer em que ele ten- ias.se demonstrar o que testemunhar na prtica. Na mente dele, preparar igual a conhecer, e no a fazer! O treinamento se limitava a dar informao. Aps o trmino do curso, muitos dos alunos no se achavam mais aptos a testemunhar do que eram antes. E nem passaram a testemunhar com mais freqncia depois disso. Ainda assim, alguns receberam a nota mxima, num curso em que o professor ensinara algo que eles jamais viram demonstrado, nem praticaram.

    E triste, no ?

    Terceiro passo: EnvolverO terceiro passo no ensino de uma competncia envolver" os alunos na

    prtica dessa habilidade. A essa altura, eles precisam experimentar" pratic-la por si mesmos. Oriente-os numa aula prtica, de forma que passem do eu entendo para o estou vendo, e afinal para o estou fazendo.

    At esse passo, os alunos se achavam passivos. No primeiro, eles ouviram acerca da competncia. No segundo, eles viram uma demonstrao dela. Agora eles vo para a prtica.

    aqui que o ideal se torna real. O conhecimento de sala de aula se transforma em conhecimento de rua. Como professor, sua responsabilidade praticar a competncia com eles como se fora um tcnico-jogador. Esteja prximo deles, sempre incentivando novas tentativas.

    H vrios anos, atuei como pastor de jovens numa igreja do estado de Nova Jrsei. L, desafiei doze dos melhores jovens do grupo a participarem de um nvel avanado de discipulado e servio cristo. Uma das jovens tinha uma verdadeira veia artstica, e resolvi ensin-la a se utilizar de um flipchart para apresentar o evangelho nas praias de Long Island.

  • A LEI DA PREPARAAO 283

    Aps haver lhe explicado como funcionava (primeiro passo: instruir) e demonstrar eu mesmo numa reunio de jovens na praia (segundo passo: exemplificar), incentivei-a a participar do processo. Ela desenhou as ilustraes, enquanto eu palestrava (terceiro passo: envolver).

    No dia seguinte, incentivei-a a falar enquanto eu desenhava. Por sugesto dela, fomos a uma parte mais segura da praia. Mas ao final do dia, ela estava fazendo tudo sozinha. Eu estava, como se diz, fora de campo, torcendo silenciosamente, enquanto ela fazia uma apresentao bastante dinmica da boa nova de Cristo a um pblico de mais de 125 pessoas, entre.'adultos e crianas. ;

    Esse passo intermedirio, portanto, o importante piv do mtodo da preparao. Ele determina, em grande escala, o grau de sucesso que os alunos acabaro tendo. Por isso nele, mais do que em qualquer outro, que precisamos dar ateno especial ao progresso e estabilidade emocional dos alunos. Se a experincia deles for desastrosa, cercada de constrangimento e decepes, pode estar certo que seu esforo de preparar no ter sido eficaz. Mas se voc puder proporcionar-lhes uma maravilhosa experincia de aprendizagem, de modo que se sintam bem consigo mesmos e com suas realizaes, o restante do processo ser um prazer.

    Faa tudo para que seus alunos obtenham sucesso. No se preocupe com o placar a essa altura do campeonato. Limite-se a incentiv-los. Um aluno normal cheio de insegurana e ansiedade, portanto demonstre apreo com relao a tudo que seus alunos fizerem. Assegure-se do sucesso neste passo, tirando todo o risco de fracasso e vergonha para fora de cena. Nunca atire o aluno na parte funda, para submergir ou nadar. Ao terminar este terceiro passo, eles devero estar curtindo o processo e sentindo um gostinho de quero mais!

    Quarto passo: AperfeioarO quarto passo o aperfeioar essa habilidade que o aluno j adquiriu. A

    essa altura, eles precisam desenvolv-la e se tornarem mais eficientes", efetuam do-a diversas vezes. Voc dever conduzi-los do eu entendo, do estou vendo e do estou fazendo para o estgio do estou ficando melhor nisso.

    O processo do aperfeioamento interminvel para todos os que almejam ser campees. Portanto podemos dizer que esse passo nunca se encerra. Para adquirirmos uma habilidade todos ns temos de passar do noviciato ao estgio intermedirio, da ao nvel de especialista, e at ao nvel de campeo. Nos Ministrios Camz- nhada Bblica, chamamos isso de a incessante busca da excelncia.

    Como preparadores, temos de trazer tona o mximo e o melhor ds dons e talentos naturais de nossos alunos. Nossa misso lev-los a desabrocharem ao mximo.

    As necessidades dos alunos variam de um para outro. Alguns precisam ser empurrados para fora do ninho, enquanto outros precisam ser mantidos nele at que desenvolvam mais algumas penas. Como professores, precisamos estar conscientes dessas necessidades de cada um e nos arriscarmos a ser alvo do descontentamento momentneo dele, se tivermos que segur-lo um pouco ou empurr- lo antes que ele ache que est pronto.

  • 284 AS 7 LEIS DO APRENDIZADO

    Vrios anos atrs, eu estava treinando um jovem a compartilhar sua f em ( iristo. Ele me viu testemunhar a uma srie de pessoas. Pouco a pouco, comecei a deixar a bola com ele, mas ele sempre parecia querer devolv-la para mim antes de trinta segundos. Tinha medo de errar ou se sentir envergonhado. Ele receava que a pessoa a quem estivesse testemunhando lhe fizesse alguma pergunta difcil, como:

    " ( lotno ficam as pessoas na frica que jamais ouviram falar de Jesus?( )nde que os dinossauros e os homens das cavernas se encaixam na B-

    bllu?"Quem loi a esposa de Caim?niau treinamos as respostas para cada uma delas e para mais uma dezena

    I' 1 i" 'gunias, at eu ficar convencido de que ele sabia dar as solues bblicas.' las | Min ia que ele continuava com medo. Afinal, um dia, ao testemunharmos paia uma lamlia, vi a mesma expresso de pnico reaparecer nos olhos dele.I las ais ti a eu sabia que ele s precisava de um empurro para sair do ninho e voai sozinho.

    Espet ei que algum fizesse uma dessas perguntas difceis. O filho de dezessete anos, que evidentemente no queria dar o brao a torcer, perguntou acerca das pessoas na frica. A eu disse:

    ( )l ima pergunta, e o meu amigo Mike tem uma grande resposta. Mas neste momento, estou precisando ir ao banheiro. Algum pode me mostrar onde fica?

    E nem olhei para o Mike. Antes que ele pudesse replicar, sa pelo corredor, entrei no banheiro, e fechei a porta. Eu sabia que ele podia alar vo - mas s o im i;i se no houvesse escapatria. Felizmente, ali havia algumas revistas a folheie iima ve.: que cronometrei minha licena de servio em quinze minutos.

    Quando voltei sala, Mike estava sentado na ponta da poltrona. Ele avana- i .i I >i-in na exposio do evangelho e todos pareciam encantados. At mesmo o i ip.i de dezessete anos acabou dando o brao a torcer. Mike estava revoando e "i m I iiuli >" ( ada minuto do vo.

    < i al vi i do quarto estgio conduzir os alunos ao ponto em que tenham com- Ileiem ia, de forma que sem nossa orientao ou at mesmo sem nossa presena, 'ls possam realizar plenamente a habilidade em questo, com excelncia.

    Quando preparamos algum, ns o treinamos para que atinja o nvel de competncia. E animador descobrir professores que compreendem esse princpio e o praticam. Um de meus colegas do seminrio tinha uma maneira um tanto incomum de pr seus alunos prova, quando atingiam esse nvel de competncia e realiza- o. Quando se formou, voltou para sua terra, a Indonsia, e fundou ali um seminrio. O requisito final para que o aluno se formasse era criar uma igreja, iniciando da estaca zero, e lev-la automanuteno. S depois que a igreja