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8/13/2019 115644696-ROMANCES http://slidepdf.com/reader/full/115644696-romances 1/126 Título: A Dama da Meia Noite Título original: My Lady Midnight Autora: Laurie Grant Género: Romance Histórico (Inglaterra, 1140) Protagonist as: ir Alain de Ha!"s!ell e Lad# $laire de $o%erl# _______________________________ _______________________________ Será que o ve Será que o verdadeiro amor pode realmente vencer qualquer barreira? vencer qualquer barreira? Inglaterra, 1140 Lorde Alain, o im&onente 'aro de Ha!"s!ell, sentiase cada %e* mais atra+do &ela 'ela e misteriosa o%em inglesa -ue cuida%a de seus .il/os Alti%a, sensual e im&etuosa, a-uela moa de ca'elos dourados e intensos ol/os a*uis n o &oderia ser a&enas uma ser%a $omo uma .ada das antigas lendas, ela surgira de re&ente em seu castelo, mudando &ara sem&re sua %ida e a de todos -ue a con/eciam2 Mas &or -ue ele tin/a a im&resso de -ue ela no era -uem realmente di*ia ser3

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Título: A Dama da Meia NoiteTítulooriginal:

My Lady Midnight Autora: Laurie GrantGénero: Romance Histórico (Inglaterra,

1140)Protagonistas:

ir Alain de Ha!"s!ell e Lad#$laire de $o%erl#

_______________________________ _______________________________ Será que o veSerá que o verdadeiro amor pode

realmente vencer qualquer barreira?vencer qualquer barreira?Inglaterra, 1140

Lorde Alain, o im&onente 'ar o deHa!"s!ell, sentia se cada %e* mais atra+do &ela'ela e misteriosa o%em inglesa -ue cuida%a de

seus .il/osAlti%a, sensual e im&etuosa, a-uela mo a deca'elos dourados e intensos ol/os a*uis n o&oderia ser a&enas uma ser%a $omo uma.ada das antigas lendas, ela surgira de re&enteem seu castelo, mudando &ara sem&re sua %idae a de todos -ue a con/eciam2

Mas &or -ue ele tin/a a im&ress o de -ue elan o era -uem realmente di*ia ser3

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PrólogoCastelo de Coverly, Inglaterra, Janeiro de 1135.

5amos l6, diga me2 $omo 7 seu noi%o3 Acaso 7 'onito3 $laire &erguntou a 89lia, suamel/or amiga e tam'7m &rima distante ua %o* esta%a im&regnada com a-uele ti&o decuriosidade, 'em &ró&ria da adolesc:ncia

Ac/o -ue sim 89lia res&ondeu, sacudindo os om'ros sem demonstrar muito interesse

&elo assunto Ali6s, &arecia mais &reocu&ada em &entear seu ca'elo dourado ;ara -uem&re.ere os morenos, n o de%e /a%er /omem mais 'onito com&letou com uma &onta deironia, mostrando -ue n o esta%a nem um &ouco im&ressionada com o .uturo marido

$laire ol/ou &ara a amiga, meneando a ca'e a, incon.ormada com sua atitude .ria <ra, 89lia2 =ala de seu noi%o como se ele .osse um -ual-uer -ue seu &ai escol/eu a esmo,

só &ara castig6 la2 eu noi%o, &or7m, 7 um 'ar o, muito rico e &oderoso, res&eitado &or toda acorte2

>m %e* de retrucar, 89lia .i?ou toda aten o em uma min9scula manc/a de %in/o na mangade seu %estido %erde Durante alguns segundos, agiu como se n o e?istisse mais nada nomundo, al7m da-uela desagrad6%el nódoa escura >nt o, de re&ente, como se ti%esseacordado de um transe, %oltou a agir de acordo com seu tem&eramento .esti%o e alegre,desatando a .ita -ue &rendia a e?tremidade de uma das tran as da &rima

$laire riu, tentando rea%er a .ita a*ul, en-uanto a &rima corria &elo -uarto, como nos %el/ose 'ons tem&os de in.@ncia em d9%ida alguma a-uela era a 89lia -ue con/ecia2 > n o gosta%ade %: la taciturna e &reocu&ada, como acontecera minutos atr6s

> dai -ue ele 7 um 'ar o3 >s&era%a um conde &ara marido2 89lia retomou a con%ersacom ares de su&erioridade e arrog@ncia

$laire arregalou os ol/os, im&ressionada, n o com as &ala%ras, mas sim com a e?&ress o daamiga $omo em um &asse de m6gica, a-uele ar esno'e &arecia destruir todo e -ual-uer sinalda incr+%el 'ele*a de 89lia, trans.ormando a em uma &essoa des&ro%ida de encantos Ali6s, n oera a &rimeira %e* -ue &erce'ia esse e.eito desagrad6%el na a&ar:ncia da &rima ;or7m, &aran o mago6 la, amais l/e dissera uma &ala%ra so're isso

Do -ue est6 se -uei?ando, a.inal3 Meu noi%o, Haimo d Audemer 7 a&enas um ca%aleirodo rei sem considerar o .ato de ser o segundo .il/o de um no're, o -ue o &ri%a de -ual-uerdireito ao t+tulo e Bs &ro&riedades do &ai

Al/eia Bs &ala%ras animadoras de $laire, ela continuou a enumerar os &ontos negati%os deseu casamentoC

< $astelo de Ha!"s!ell n o 7 nen/uma mara%il/a2 Durante a semana -ue esti%e l6 &araas cele'ra es do noi%ado, &areceu me um lugar e?cessi%amente .rio e misterioso N o 7como Einc/le#2 acudiu os om'ros, co'erta de des@nimo

;or -ue seu &ai o escol/eu &ara genro, en.im3 <ra, $laire2 Nem &arece -ue %i%emos no mesmo reino2 N o ou%iu di*er -ue o rei

Henri-ue est6 morrendo3 ral/ou, meio im&aciente $aso sua .il/a Matilde su'a ao trono,todos os no'res -ue l/e s o leais estar o em condi es &ri%ilegiadas2

Fem sa'e -ue n o me interesso muito &or &ol+tica descul&ou se, com um sorriso&ueril Na %erdade, ao contr6rio de 89lia, -ue adora%a estar 'em in.ormada so're osacontecimentos do reino, tin/a /orror Bs intrigas e dis&utas da corte, &re.erindo %i%er como senada da-uilo e?istisse

>n.im, como o 'ar o de Ha!"s!ell .a* &arte dos de.ensores da &ro%6%el .utura rain/a,&a&ai acertou esse casamento >m'ora se a &artid6rio de >ste% o de Flois 89lia concluiu ae?&lica o com ar &ro.essoral

A&ós um 're%e sil:ncio, $laire retomou a con%ersaC N o se &reocu&e com o $astelo de Ha!"s!ell Een/o certe*a de -ue, em &ouco tem&o,

ir6 modi.ic6 lo ao seu gosto e torn6 lo mais elegante de toda Inglaterra2 89lia en.im sorriu, mais animada

>s&ero -ue Haimo traga me &ara %isit6 la assim -ue nos casarmos e .or &reciso, ireiim&lorar l/e -ue me conceda esse .a%or2

Humm2 89lia &rotestou, tornando a .icar mal /umorada N o com&reendo &or-ue seu&ai n o ir6 tra*: la &ara meu casamento na &rima%era2 Gostaria tanto -ue esti%esse a-uicomigo2

$laire sus&irou, melancólica Eam'7m era doloroso estar longe da amiga em um momento

t o im&ortante como a-uele Mas o -ue &oderia .a*er3 eu &ai 6 decidira ;a&ai disse -ue estaremos muito &ró?imos do meu casamento &ara %ia armos Al7mdisso, -uer estar 'em longe da-ui -uando o rei Henri-ue der seu 9ltimo sus&iro, dei?ando otrono &ara sua insu&ort6%el .il/a

A Dama da Meia Noite 2

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Homens2 a &rima redarg iu com des&re*o Resol%em tudo sem se im&ortarem comnossos dese os ou %ontades2

As duas .icaram -uietas &or alguns minutos, &erdidas em seus &ró&rios &ensamentos Dessa%e*, entretanto, .oi 89lia -uem -ue'rou o sil:ncioC

N o .a* id7ia dos 'oatos -ue circulam na corte so're o meu .uturo marido =i-uei/orrori*ada2

ue 'oatos s o esses3

89lia .i?ou os ol/os a*uis em $laire, em 'usca de um &ouco de con.orto e es&eran a ;arece -ue lorde Ha!"s!ell con-uistou muitos cora es na corte, tanto entre as ser%as-uanto entre as damas Di*em at7 -ue tem um .il/o 'astardo, /eran a dos tem&os em -ueera a&enas um ca%aleiro

N o &ense nesses 'oatos As &essoas adoram .alar so're a %ida al/eia, in%entandoestórias mira'olantes Al7m do mais, muitos no'res solteiros t:m .il/os 'astardos &elo mundo >s.or ou se, ao m6?imo, &ara a&arentar uma calma -ue esta%a longe de sentir No .undo,esta%a cada %e* mais &reocu&ada com o destino da amiga

ma risada amarga ecoou &ela sala $ertamente -ue sim2 A.inal, os /omens controlam o mundo2 >les .a*em o -ue -uerem, só

restando Bs mul/eres o'edec: los2 86 se deu conta disso3$laire 'ai?ou os ol/os, constrangida a'ia -ue 89lia di*ia a %erdade, mas, &ensar nisso, n o

l/e seria de nen/uma a uda ;elo contr6rio, esses &ensamentos a dei?ariam a&enas triste e

re%oltada ;re.eria &reocu&ar se com a .elicidade -ue es&era%a encontrar em seu casamento$on/ecia muito &ouco o noi%o, De .ato, o %ira a&enas duas ou tr:s %e*es Mas, como todosl/e di*iam -ue o amor era .ruto da con%i%:ncia, tin/a es&eran a de -ue ela e Haimoaca'assem &erdidamente a&ai?onados2 >nt o, recriminando se &or a-uele instante deego+smo, -uando a amiga &recisa%a de sua a uda, %oltou a se concentrar nos &ro'lemas de

89lia N o &ense assim, -uerida2 Mesmo -ue esses 'oatos se am %er+dicos, esse

com&ortamento de lorde Ha!"s!ell 7 .ruto da %ida li%re e des&reocu&ada de um solteiro$ertamente, de&ois de des&os6 la, ele mudar6 de conduta2 >?i'iu um de seus sorrisos maisternos e a.etuosos 5er6 o -uanto ele %ai se a&ai?onar &or %oc:, amando a e res&eitando acomo sua es&osa er o .eli*es untos e ter o muitos .il/os, os leg+timos /erdeiros do $astelode Ha!"s!ell

;ode ser 89lia sus&irou desanimada, %oltando a &entear o ca'elo

A Dama da Meia Noite 3

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Capítulo I Castelo de Coverly, Inglaterra, Janeiro de 1140.

De%ia ter adi%in/ado -ue a encontraria a-ui .ora, $laire 8unto com os .il/os dos ser%osDe%ido ao tom irritado, lad# $laire &erce'eu -ue o irm o n o esta%a nada satis.eito com

a-uela desco'erta, mas isso n o a sur&reendia Ne%ille nunca escondera o ódio e o des&re*o-ue sentia &elos ingleses -ue os ser%iam De .ato, n o era e?agero di*er -ue ele demonstra%a

mais a.eto &or seu .alc o e c es de ca a Descul&em me, crian as Agora &reciso me retirar murmurou em ingl:s, B &e-uenadu&la de ca'elos loiros .eito &al/a -ue a .ita%a com %erdadeira adora o De&ois, lan ando umol/ar signi.icati%o na dire o de Ne%ille, com&letouC H6 uma tem&estade .ormando se no/ori*onte

Fran e >lga tam'7m .itaram lorde Ne%ille com o canto dos ol/os, tam&ando as 'ocas &aran o rirem

;are de .alar essa l+ngua de '6r'aros, $laire2 ordenou, ainda mais r+s&ido do -ue antes e dese a &erder seu tem&o com os ser%os, seria mel/or -ue os ensinassem a .alar .ranc:sAssim eles &oderiam se comunicar conosco, seus mestres2

Dece&cionada, $laire tornou a ol/ar &ara o irm o < cor&o alto e .orte de Ne%ille 'lo-uea%ao sol, lan ando uma som'ra gigantesca so're ela e as crian as, -ue esta%am sentadas nagrama do &6tio de $o%erl#

Na %erdade, antes -ue se a&ro?imasse, esta%a ensinando l/es .ranc:s, milorde >s.or ou se &ara su&rimir da %o* -ual-uer sinal de re&ro%a o N o -ueria dei?6 lo ainda mais*angado na &resen a das crian as

A &o're >lga 6 esta%a toda encol/ida, tremendo de medo, diante do sem'lante irado dolorde normando Fran n o reagia de .orma di.erente >m'ora ainda .ossem &e-uenos, os dois

6 tin/am a&rendido a culti%ar o medo e a o'edi:ncia ao sen/or da-uelas terras ;osso l/e assegurar -ue, muito antes do -ue imagina, estar o .alando .ranc:s como se

ti%essem nascido nos arredores de ;aris orriu l/e, tentando con-uistar sua sim&atia N o7 isso o -ue dese a, milorde3

Ne%ille recusou se a res&onder, ol/ando ao redor, como se as crian as n o e?istissem Fem, &elo %isto, ac/o -ue nossa con%ersa n o &oder6 es&erar at7 o .im de min/a aula,

n o 73 $laire comentou, &rocurando adi%in/ar o -ue o irm o teria a l/e di*er com tantaurg:ncia

J ó'%io -ue n o2 eus ol/os &areciam lan ar &e-uenas la'aredas de .ogo, taman/aera sua .9ria >stou muito descontente com sua insol:ncia, irm 2

>la &ermitiu se alguns instantes de de%aneio, dei?ando -ue sua mente a le%asse &ara 'emlonge dali $ontudo, como n o &oderia .ugir &ara sem&re, %oltou a en.rentar o irm o, antes -ueele &erdesse o &ouco da &aci:ncia -ue l/e resta%a

</2 De%e estar se re.erindo B min/a recusa em casar me no%amente2 Fem 'em Meneou a ca'e a, tran- ila, .a*endo -uest o de demonstrar -ue ele n o a assustara, como.a*ia com as crian as inglesas into muito se o desagrado, mas n o &osso .a*er nada so'reisso, Ne%ille

De%e me o'edi:ncia, $laire de $o%erl#2 Eem ra* o, milorde $ontudo gostaria de lem'r6 lo da &romessa -ue me .e* -uando

Haimo d Audemer morreu Acaso, n o se recorda3 Ar-ueou as so'rancel/as, assumindo

uma &osi o desa.iadoraMeu Deus2 $omo /a%ia mudado nos 9ltimos anos2 A o%em son/adora, meiga e o'ediente/a%ia dado lugar a uma mul/er .orte e decidida, -ue n o tin/a medo de lutar &elo -uedese a%a2

Antes -ue Ne%ille &udesse retrucar, %oltou a atac6 loC $asei me uma %e* &ara satis.a*er os dese os e os interesses de min/a .am+lia ;or7m, no

.uneral de Haimo, %oc: garantiu -ue amais tornaria a me &edir isso ;ois 'em, estou &rotegida&or sua &ala%ra <u ser6 -ue n o /onra suas &romessas3

;odia sentir os m9sculos do irm o contraindo se de ódio, de'ai?o da m6scara de .rie*a esu&erioridade -ue ostenta%a

Mas Haimo morreu sem l/e dei?ar din/eiro ou .il/os2 Dessa .orma, aca'amos n ogan/ando nada com esse casamento2 redarg iu, em tem acusador ;arecia cul&ar $laire&elo terr+%el acidente -ue matara o cun/ado

Haimo d Audemer -ue'rara o &esco o em uma -ueda de ca%alo, morrendo no mesmoinstante>la sacudiu os om'ros

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$omo 6 l/e disse, sinto muito, mas n o &osso a ud6 lo, Ne%ille 86 cum&ri min/a &arte noacordo e n o &retendo me casar no%amente a&enas &ara satis.a*er sua %ontade <l/ou derelance &ara as crian as Ali6s se esse 7 o 9nico assunto -ue tem a tratar comigo, am'osestamos &erdendo tem&o J mel/or eu %oltar &ara os meus alunos

De .ato, em'ora esse assunto n o l/e agrade, &recisamos .alar um &ouco mais so'reisso Dis&ense esses &e-uenos 'astardos2

$laire a'riu a 'oca &ara &rotestar, di*endo l/e -ue >lga e Fran eram .il/os t o leg+timos

-uanto ela e Ne%ille ;or7m, &ensando no acesso de .9ria do irm o, &re.eriu calar se <smeninos 6 esta%am assustados demais &ara assistirem a uma cena de&rimente da-uelas Frin-uem um &ouco no &6tio, crian as $ontinuaremos nossa aula mais tarde

comunicou l/es, em ingl:s >nt o irei l/es contar a /istória de um &oderoso drag onormando -ue .oi castigado &or um 'ra%o ca%aleiro da Inglaterra

As crian as re&rimiram o riso como da outra %e*, mirando o Kdrag oK, 'em na .rente de lad#$laire De&ois sa+ram correndo &elo &6tio, com Fran imitando os &ro%6%eis urros da-ueleanimal t o .ant6stico, -uanto assustador

$laire -uedou se a o'ser%6 los, es-uecendo se, &or alguns segundos, da &resen a do irm o;or .im, retomando B realidade, ergueu se do gramado e .itou Ne%ille de $o%erl#

>stou ou%indo, milorde Diga me o -ue dese a2 De re&ente, &erce'eu -ue esta%a com onari* em&inado e os 'ra os so're o %entre, e?atamente como o irm o Li%rando se da-uela&ose autorit6ria, acrescentouC Antes -ue comece, -uero -ue .i-ue 'em claro -ue n o %ou

des&osar =ul" de Erou%ille2 m &ati.e como es&oso 6 7 o 'astante2 N o -uero re&etir a dose2 N o &recisa ser =ul" Ne%ille argumentou, im&aciente com a teimosia de $laire H6muitos outros no'res com os -uais nosso tio gostaria de .a*er alian as

Nosso tio2 ela &rotestou ;elo amor de Deus, Ne%ille2 er6 -ue nunca %ai a&render aandar com suas &ró&rias &ernas3 N o consegue &ensar em nada -ue n o %en/a da ca'e a delorde Eres/am3

A&enas -uando terminou a 9ltima s+la'a, $laire &erce'eu a tolice -ue aca'ara de .a*er e/a%ia uma coisa -ue Ne%ille odia%a era ter sua autoridade contestada Eodas as %e*es em -ueisso acontecia, ele agia como um tirano, .a*endo com -ue suas ordens gan/assem o &eso deleis e .ossem cum&ridas imediatamente a -ual-uer custo

Nosso tio, o conde d >%reu? e du-ue de Eres/am, 7 um /omem muito im&ortante, amigo+ntimo do rei >ste% o Ne%ille ad%ertiu a, entre os dentes em&re considerei um ato de&rud:ncia seguir seus consel/os

A res&osta .ora muito mais 'randa do -ue $laire es&era%a < irm o &arecia estar .a*endoum es.or o inacredit6%el &ara conter seus +m&etos de cóleraHum2 ;arece 'om demais &ara ser %erdade < -ue ser6 -ue ele est6 tramando3, &ensou,

descon.iada $laire ele recome ou, em tom muito gentil, -uase carin/oso e n o &retende se

casar, o -ue dese a .a*er de sua %ida3 $ertamente, n o est6 &ensando em %i%er a&enas &araensinar um 'ando de ser%os ignorantes, n o 73 De%eria em&regar seus talentos com -ue osmerecessem

<'rigada, irm o2 >stou 'o-uia'erta com seu es&+rito caridoso2 re&licou, 6s&era eir nica ;ara sua in.orma o, sinto me e?tremamente .eli* e 9til -uando ensino algo a essascrian as Ali6s, eles n o s o 'astardos, nem seres in.eriores, como adora di*er2

;or um minuto, &ensou -ue Ne%ille .osse reagir %iolentamente, 'errando l/e desa.oros ouordenando -ue .icasse em seus a&osentos, como se ainda .osse uma menina $ontudo, outra%e*, ele a sur&reendeu, limitando se a menear a ca'e a &ara os lados, em sinal dedescontentamento

Im&orto me com essas crian as muito mais do -ue imagina2 ela declarou, sincera >las signi.icam mais &ara mim do -ue Haimo amais signi.icou <u at7 mesmo %oc: 8untodelas, &osso ser eu mesma, sem ter -ue %iolentar min/a consci:ncia &ara agradar os outros2

Adora crian as, n o 73 Ne%ille en.ati*ou, atacando o &onta .raco da irm J uma&ena -ue n o -ueira ter seus &ró&rios .il/os Ainda 7 muito o%em, $laire e des&osassealgu7m, &oderia ter uma d9*ia de 'e':s er6 -ue nunca &ensa nisso3

$laire des%iou os ol/os, a .im de -ue ele n o &erce'esse o -uanto isso mac/uca%a suaalma Ein/a a sensa o de -ue um &un/al esta%a cra%ado em seu &eito, cada %e* -ue &ensa%anesse assunto >ntretanto &re.eria nunca sentir o gosto da maternidade, a des&osar outrono're insens+%el e .an.arr o2

im Gostaria muito de ser m e admitiu, com %o* .raca Mas somente se euencontrar um /omem a -uem &ossa amar de %erdade2 Nem mesmo uma d9*ia de .il/os ,como %oc: di*, %ale o sacri.+cio de aturar outro Haimo em min/a %ida2 $aso isso nuncaaconte a, .icarei .eli* cuidando dos .il/os de outras &essoas

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>m'ora a&arentasse determina o e con.ian a, $laire sa'ia -ue n o teria escol/a, seNe%ille realmente -uisesse .or 6 la a se casar A menos, 7 claro, -ue entrasse &ara umcon%ento ;or7m, a&esar de desiludida com os /omens e o amor, n o tin/a %oca o &ara ser.reira

<ra, %amos entrar, $laire Eio Hardouin &ode e?&licar l/e outras maneiras de ser 9til anossa .am+lia, assim como a nosso rei

>la em&alideceu, sentindo o cora o &arar &or alguns segundos

<utras maneiras32 o're o -ue est6 .alando, milorde3Ne%ille a encarou, im&ass+%el Acredito -ue nosso tio dese a di*er l/e tudo &essoalmente Girando nos calcan/ares,

seguiu &ara o interior do castelo, .a*endo sinal &ara -ue ela o acom&an/asse$laire res&irou .undo, em uma tentati%a de manter o auto controle Alguns minutos se

&assaram e continuou em &7, imó%el, no meio do &6tio >ntretanto, &ouco a &ouco, acuriosidade .oi minando sua teimosia, at7 -ue n o conseguiu mais se controlar e correu atr6sdo irm o ;recisa%a sa'er o -ue Hardouin d >%reu? esta%a &lane ando &ara ela < tio n omencionara uma só &ala%ra so're isso, -uando c/egara ao castelo, no in+cio da man/

$om &assos r6&idos, alcan ou Ne%ille, -ue &arecia ter &erdido a l+ngua de t o silencioso>n-uanto cru*a%a o imenso &6tio interno do castelo, $laire ainda ac/ou um modo de

es-uecer tem&orariamente todas a-uelas &reocu&a esma das la%adeiras esta%a .lertando com um ar-ueiro ;areciam t o a&ai?onados, -ue um

casamento n o tardaria a acontecer no &o%oado -ue cerca%a o $astelo de $o%erl# < ar-ueiroera um 'om /omem, do ti&o -ue n o &recisa%a es&ancar a es&osa &ara con-uistar seures&eito

A/2 sus&irou, em tom -uase inaud+%el er6 -ue algum dia encontraria um /omem -uea amasse da-uele modo sim&les e %erdadeiro3

>n-uanto os &ensamentos a condu*iam &ara um mundo de son/os, adentrou o castelo,su'indo dois andares da imensa escada es&iral -ue da%a acesso aos a&osentos &rinci&ais im,&ois nen/um -uarto seria 'om o su.iciente &ara Hardouin d >%reu?, a n o ser o do &ró&riosen/or de $o%erl#2

Nessas ocasi es, Ne%ille cedia seus a&osentos, sem um murm9rio se-uer No entanto $lairesentia -ue isso o desagrada%a &ro.undamente

;arando diante da &esada &orta de car%al/o com o 'ras o da .am+lia ental/ado 'em nocentro, Ne%ille sorriu, sarc6stico N o era nem um &ouco agrad6%el ter -ue 'ater na &orta,antes de entrar em seu &ró&rio -uarto uem 73 uma %o* in.le?+%el e autorit6ria indagou, do outro lado

J Ne%ille, tio Erou?e $laire &ara %: lo >ntrem<s irm os o'edeceram, como se ainda .ossem crian asL6 dentro, a escurid o reina%a -uase a'soluta Eodas as anelas esta%am .ec/adas e

somente uma %ela grossa ilumina%a o -uartoAssim -ue se acostumou B &enum'ra, $laire conseguiu distinguir a .igura im&onente e

ma estosa do tioentado em uma &oltrona &eito da lareira, -ue esta%a a&agada, lorde Hardouin

acom&an/a%a cada gesto da so'rin/a Da%a a im&ress o de -ue &odia adi%in/ar l/e os&ensamentos mais secretos, t o intenso e &enetrante era seu ol/ar

A&ro?imem se disse, em tom im&erioso, .a*endo sinal &ara -ue tam'7m se sentassem$laire ocu&ou uma cadeira mais a.astada, dei?ando -ue Ne%ille .icasse entre ela e o tio

>m'ora n o con.iasse muito no irm o, tin/a menos con.ian a ainda em lorde Hardouin, conded >%reu? e du-ue de Eres/am

;or .a%or, tio, descul&e os tra es in.ormais de min/a irm Ne%ille .alou, cauteloso,-ue'rando o sil:ncio aterrador -ue tomara conta do a&osento $laire esta%a no &6tio, comalgumas crian as &le'7ias, e ac/ei mel/or n o .a*: lo es&erar at7 -ue ela trocasse de rou&aAli6s, ac/o de&lor6%el -ue min/a irm se misture com esse ti&o de gente, mas

A menos -ue ten/a algo 9til a di*er, .i-ue em sil:ncio, so'rin/o2 Hardouin ointerrom&eu, sem o menor constrangimento >nt o, %oltando se &ara $laire, entrou no assunto,de .orma direta e incisi%aC Ne%ille contou me -ue re eitou o 'ar o -ue ele /a%ia arran ado&ara des&os6 la

$om um gesto in%olunt6rio, ela a&ertou uma do'ra do %estido entre os dedos, tentando

conter o ner%osismo -ue amea a%a tur%ar l/e o racioc+nio Mais do -ue nunca, &recisa%a .icar'em atenta Bs &ala%ras e &ro&ostas do tio, .amoso &or sua ast9cia de ra&osaDe alguma .orma, a Igre a e o >stado de%eriam .ormular alguma lei -ue garantisse Bs %i9%as

o direito de continuarem como tal ;or7m isso n o &assa%a de um son/o im&oss+%el e distante2

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Homens &oderosos como Hardouin d >%reu?, sem&re arran ariam um eito de o'rigar asmul/eres da .am+lia a .a*erem e?atamente o -ue dese a%am

m es&asmo de &a%or sacudiu l/e o cor&o, en-uanto /istórias terr+%eis domina%am l/e amente, aos 'or'ot es <u%ira muitos relatos so're garotas, ainda mal sa+das da in.@ncia,o'rigadas a des&osar ti&os cru7is e odiosos ou ent o sen/oras de meia idade -ue ti%eram -ueunir se a o%ens %iolentos e &ródigos Eudo &ara satis.a*er os interesses de &arentes &oderosose desumanos

entia se entre a cru* e a es&ada, sem ter &ara onde .ugir, ou a -uem &edir a uda Dere&ente, a seguran a de um con%ento &areceu l/e uma alternati%a muito mel/or do -ue ter-ue se su'meter aos ca&ric/os de um /omem como =ul" de Erou%ille $ontudo resta%a l/esa'er se ainda &oderia .a*er essa escol/a

;or .a%or, milorde come ou a se e?&licar, com %o* tr:mula Mas, B medida em -ue.ala%a, ia gan/ando mais e mais coragem uero -ue com&reenda -ue n o sou contr6ria acasamentos >s&ero tornar a me casar algum dia ó n o -uero ter como marido o 'ar o de

Erou%ille<s dois /omens continuaram -uietos e imó%eis, .or ando a a e?&or todos os seus

argumentos =ul" 7 cruel 7 sang in6rio2 Di*em at7 -ue gosta de torturar &essoas inocentes N o

&osso %i%er ao lado de algu7m assim, tio2 encerrou seu discurso, em uma s9&licacomo%ente a'ia -ue Hardouin gosta%a de mul/eres meigas e .r6geis e, se isso .osse

su.iciente &ara a.ast6 la de um casamento indese 6%el, seria a mo a mais c@ndida so're a Eerra </2 N o %im a-ui &ara discutir sua .alta de interesse no 'ar o de Erou%ille o tio

redarg iu, ir nico >le 7 um tolo -ue traria &oucas %antagens &ara nosso .am+lia Ali6s, senunca mais -uiser se casar, res&eitarei sua %ontade, so'rin/a

$laire ogou a ca'e a &ara tr6s, como se ti%esse le%ado um ta&a no rosto A-uele e?cessode com&ai? o n o com'ina%a com Ne%ille e muito menos com o tio ;or alguns segundos,c/egou at7 a -uestionar sua ca&acidade de audi o mas logo certi.icou se de -ue esta%aou%indo muito 'em >m seguida, d9%idas atro*es &assaram a tortur6 la

ue &lanos tor&es o conde teria em mente &ara sua so'rin/a3 er6 -ue c/egaria ao &ontode &ro&or l/e como marido algu7m &ior do -ue =ul" de Erou%ille3

;erce'endo os temores de $laire, Hardouin adiantou seC 5e o -ue est6 descon.iada Mas, n o /6 moti%o &ara isso =e* uma &ausa, %oltando se

&ara um -uei o enorme, so're uma mesa lateral $ortou uma .atia, sa'oreando a lentamente,sem o.erecer nem uma isca aos so'rin/os uero a&enas l/e sugerir uma maneira de a udarnossa .am+lia e o rei >ste% o, sem -ue &recise se casar com ningu7m comunicou &or .im,cra%ando os ol/os im&iedosos no rosto a.lito de $laire

>la -ueria &edir l/e mais e?&lica es, toda%ia esta%a muda de es&anto e medo < -ue ten/o a l/e &ro&or ir6 e?igir toda sua intelig:ncia e &erse%eran a, -ualidades -ue

seu irm o, -ue n o en?erga um &almo B .rente do nari*, n o se cansa de -uei?ar se -ue %oc:&ossui

Ne%ille a'riu a 'oca &ara &rotestar, com os &un/os cerrados de ódio Eoda%ia, antes -ue&ro.erisse a &rimeira s+la'a, Hardouin .e* um gesto com a m o, ordenando l/e sil:ncio

Dese a -ue eu .a a algo &ara a udar a causa do rei >ste% o3 $laire &erguntou,tentando & r ordem em seus &ensamentos > isso n o tem rela o com alian as atra%7s decasamentos3

A garganta esta%a seca e o cora o 'atia descom&assado, taman/a era sua a.li o Dealguma .orma, &ressentia -ue um c+rculo se .ec/a%a ao seu redor, em&urrando a diretamente&ara uma armadil/a er6 -ue &oderia es&erar um &ouco de dem:ncia da-ueles /omensinsens+%eis3

5e o -ue com&reendeu e?atamente o teor de min/as &ala%ras, $laire Hardouindeclarou, satis.eito Ali6s se aceitar min/a &ro&osta, tam'7m ter6 uma ótima recom&ensaN o a&enas l/e darei uma &ro&riedade, como tam'7m, uma grande soma, ca&a* de garantirsua inde&end:ncia at7 o .im da %ida, sem -ue &recise de um marido <u, se &re.erir, &oder6 secasar com algu7m de sua escol/a contanto -ue n o se a inimigo de nossa .am+lia

>la deu um 'elisc o discreto no 'ra o, &ara ter certe*a de -ue esta%a acordada >mseguida, mantendo a %o* e o sem'lante tran- ilos, do mesmo modo -ue seu tio .a*ia, resol%eue?aminar mel/or a-uele terreno &antanoso &ara onde esta%a sendo condu*ida

$omo es&era -ue eu em&regue min/a intelig:ncia e &erse%eran a a ser%i o do rei,milorde3

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Hardouin sa'oreou mais um &eda o de -uei o antes de dar a res&osta Eudo isso .a*ia &artede sua t7cnica ardilosa &ara minar a con.ian a da so'rin/a, dei?ando a .r6gil e deses&eradaassim ela n o teria meios de esca&ar de suas garras

>stou me re.erindo B sua grande .lu:ncia l+ngua inglesa, 'em como B a.inidade -ue&ossui com os cam&oneses e seu modo de %ida r9stico Le%antou se da &oltrona, alisando olongo ca'elo dourado de $laire

Mesmo sem entender aonde ele &retendia c/egar com a-uela con%ersa, ela estremeceu

5:, com esse ca'elo loiro e os ol/os a*uis, &ode &assar tran- ilamente &or uma mul/eringlesa > &or -ue eu de%eria .a*er isso, tio3 J uma mul/er &ers&ica*, $laire a'e como ter a a&ar:ncia -ue mel/or l/e con%7m no

momento ade-uado >?atamente como est6 .a*endo agora Do -ue est6 .alando, milorde3 resol%eu .ingir se de desentendida >ntrou nesse -uarto com o .irme &ro&ósito de re.utar toda e -ual-uer &ress o &ara

des&osar o 'ar o de Erou%ille Eoda%ia, sa'endo -ue n o &oderia en.rentar me a'ertamente,assumiu uma &ostura meiga e .r6gil &ara tentar me mani&ular

$laire engoliu em seco, a&a%orada ua m6scara /a%ia ca+do na .rente de todos, dando l/euma inc moda sensa o de nude*

Isso &ode .uncionar com Ne%ille e muitas outras &essoas, mas amais surtir6 e.eito so'remim < conde lan ou um ol/ar desconcertante, 'eirando o des&re*o, &ara o so'rin/o Logo

%oltou a se concentrar na mo a Gosto de me considerar um estudioso da alma /umana, $laire em&re estou atente aosm+nimos detal/es do com&ortamento da-ueles -ue me cercam ;ortanto &osso %er sua%erdadeira nature*a &or de'ai?o dessa .alsa candura2

Descul&e me, tio N o tin/a a inten o de 'al'uciou, sem sa'er ao certo o -uedi*er

>le a interrom&eu com uma risada maliciosa <ra, menina, n o se &reocu&e2 Admiro essa sua -ualidade2$laire 'uscou os ol/os do irm o, ansiosa &or res&ostas Mas logo &erce'eu -ue ele

com&artil/a%a de sua &er&le?idade Ne%ille tam'7m n o tin/a a menor id7ia so're o teor dos&lanos do tio

$omo Hardouin &udera en?ergar sua %erdadeira &ersonalidade3 >sta%a certa de -ue agiracom todo o cuidado &ara &arecer o'ediente, assim -ue atra%essara a &orta da-uele -uarto Amenos -ue ele ti%esse %isto, &ela anela, sua discuss o com Ne%ille no &6tio do castelo <uent o, &ior ;oderia ter es&i es em $o%erl#, %igiando cada &asso de seus so'rin/os

Min/a nossa, isso 7 /orr+%el2, concluiu, c/ocada com a-uela &ossi'ilidade, nada remota,diga se de &assagem < conde d >%reu? era .amoso &or sa'er tudo so're todos, o -ue se de%iatanto ao seu grande &oder de o'ser%a o, -uanto a uma discreta e &oderosa rede de es&i es,es&al/ada &or toda a >uro&a

entindo -ue 6 /a%ia 'rincado demais com os ner%os da so'rin/a, Hardouin decidiu aca'arde uma %e* com o sus&ense

uero -ue use suas /a'ilidades, &assando se &or uma inglesa, a .im de se a&ro?imar do'ar o de Ha!"s!ell

Ao ou%ir a-uele nome, $laire -uase des.aleceu, lem'rando se de sua &o're &rima 89lia ;ensei -ue ele .osse leal B im&eratri* Matilde limitou se a di*er Fem, min/a cara so'rin/a, ac/a -ue &recisaria de sua a uda &ara c/egar &erto de algu7m

so' os dom+nios de >ste% o3 redarg iu, sarc6stico$ertamente -ue n o2 $laire res&ondeu mentalmente De s9'ito, como uma .lec/a, uma

id7ia in.ame &assou l/e &ela ca'e a Milorde, n o es&era -ue eu me &reste a nen/um &a&el indecoroso, n o 7 mesmo3

$olou os ol/os no c/ o, en-uanto o ru'or tingia sua .ace de %ermel/o N o est6 sugerindo-ue eu com&artil/e da cama de lorde Ha!"s!ell, &ara es&ion6 lo3

Hardouin riu maldosamente da ingenuidade da so'rin/a Isso amais &assou &or min/a ca'e a2 egundo o -ue Ne%ille me contou a seu res&eito,

.a*: la &assar &or amante de lorde Ha!"s!ell seria desastroso e in9til2 ;arece -ue n o temnen/um interesse em com&artil/ar a cama com mais ningu7m, n o 7, $laire3

>la a&rumou os om'ros e ergueu o nari*, co'rindo se de dignidade $ontudo sentia uma dorlancinante na alma, -ue esmaga%a seus sentimentos sem misericórdia

$om os ol/os c/eios de l6grimas, %irou se &ara Ne%ille, em 'usca de alguma e?&lica o&ara a-uele coment6rio maldoso Eoda%ia, su'itamente, o irm o desen%ol%era um interessegigantesco &or suas lu%as, de onde n o desgruda%a os ol/os ;erce'endo -ue seria im&oss+%elin-uiri lo, tratou de en?ugar o rosto e encarar o tio

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e n o sir%o &ara amante de lorde Ha!"s!ell, de -ue maneira es&era -ue eu mea&ro?ime dele3 > -ual seria a .inalidade disso3

m 'ril/o de satis.a o iluminou os ol/os de Hardouin Di%ertia se com os lam&e os deast9cia, em meio B ingenuidade de $laire Eal%e*, se ela n o ti%esse tantos escr9&ulos,&udesse trans.orm6 la em uma grande disc+&ula

< 'ar o de Ha!"s!ell controla todo o %ale ao sul de Londres J um guerreiro incans6%el etemido, a ser%i o de Matilde Ali6s, 7 um de seus mais .i7is %assalos 86 tentamos de tudo,

&or7m n o conseguimos .a*: lo &assar &ara o lado de >ste% o >n.im, um /omem de /onra2 $laire e?clamou com ironia ue raridade2Hardouin ar-ueou uma das so'rancel/as, em e%idente desagrado $ontudo &rosseguiuC >ste% o -uer domin6 lo2 >nt o &lane a em'oscar lorde Ha!"s!ell, .ora de suas terras $laire com&letou, saga*

Mas, o -ue eu ten/o a %er com tudo isso3Ignorando o sarcasmo da so'rin/a, Hardouin limitou se a res&onderC >st6 enganada, $laire N o disse -ue >ste% o &lane a ca&tur6 lo im&lesmente

-ueremos -ue ele &asse a de.ender nossa causa, re eitando a im&eratri* Matilde>la .ran*iu a testa, cada %e* mais con.usa > -ual seria o meu &a&el nessa trama3 >le 7 %i9%o, mas, logo no in+cio, disse me -ue esse

&lano n o en%ol%ia casamento Eam'7m n o es&era -ue eu o sedu*a >nt o, o -ue -uer demim3

$laire $laire >st6 menos&re*ando suas -ualidades ao considerar a&enas essas duas/i&óteses o tio comentou, ocoso >la'orei um es-uema com&le?o, 'aseado em suaa&ar:ncia inglesa e seu grande talento &ara dissimula o

Ein/a -ue concordar -uanto B a&ar:ncia >n-uanto os normandos, em geral, tin/am ol/os eca'elos escuros, ela era loira e clara como os sa? es $ostuma%am di*er l/e -ue era a có&iae?ata da a%ó sa?

Andando de um lado &ara outro da sala, o conde %oltou a e?&licar seu &lanoC A es&osa do 'ar o deu B lu* uma crian a, uma menina, &ara ser correto, antes de morrer

de .e're no ano &assado >le tam'7m &ossui um .il/o ileg+timo, -ue %i%e em Ha!"s!ell Deuum sorriso %itorioso ;elos rumores, &arece -ue 7 um &ai muito de%otado ;ortanto esse 7o &onto .raco de lorde Alain2

into di*er, milorde Mas continuo sem entender o -ue es&era de mimHardouin %oltou se &ara encar6 la < -ue dese o de %oc:, so'rin/a, 7 -ue %6 &ara o $astelo de Ha!"s!ell, como umasim&les mo a inglesa, e consiga tornar se a &rece&tora dessas crian as

$laire .icou &asma Ha%ia su'estimado seu &oderoso tio uer -ue eu .a a Bs %e*es de es&i 3 ua %o* agora dei?a%a trans&arecer o ner%osismo

-ue l/e corro+a as entran/as =rancamente, meu tio, ac/a -ue ele dei?aria esca&ar segredosde estado na .rente de uma criada3

Mas 7 ó'%io -ue n o2 retrucou, en.6tico Een/o outros &lanos &ara %oc: Assim -uecon-uistar uma &osi o de con.ian a unto a lorde Ha!"s!ell, -uero -ue ra&te seus .il/os e ostraga &ara mim2 $ertamente, ele &assar6 &ara nosso lado, se as crian as esti%erem em &erigo2

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Capítulo II

uer uer -ue eu ra&te as crian as3 em estado de c/o-ue, $laire gague ou, emHardouin a'riu um largo sorriso

Isso mesmo, min/a so'rin/a2 N o 7 um &lano 'ril/ante3 Ignorando o es&anto e are&ulsa no rosto dela, &rosseguiuC uem iria sus&eitar de uma sim&les ser%a3

Mas tio o o%em lorde $o%erl# &rotestou, t o estarrecido com a-uele gol&e -uanto airm $ale se, Ne%ille >st6 &arecendo um idiota2 <l/ou &ara $laire, como se esti%esse diantede uma mina de ouro

Assim -ue gan/ar a con.ian a deles, in%ente uma descul&a e saia do castelo com ascrian as >starei es&erando, ansioso, &ara & r as m os nos .il/os de lorde Ha!"s!ell2

Milorde, o -ue o le%a a crer -ue conseguirei me in.iltrar no castelo dos inimigos3 -uestionou, con.usa e atormentada &or montes de d9%idas

< -u:3 >st6 se o&ondo ao meu &lano, $laire3 ;ensei -ue gostaria de %ingar a morte de 89lia N o eram t o amigas3

Decididamente, Hardouin sa'ia como a'ordar uma &essoa, atacando seus &ontos .racosem d9%ida, esse era o 9nico moti%o ca&a* de .a*: la tomar &arte de um &lano sórdido comoa-uele2 Mas, em'ora odiasse Alain de Ha!"s!ell &or tudo o -ue .i*era a 89lia, a id7ia de ra&tarcrian as inocentes era re&ulsi%a2

> se eu me recusar a .a*er &arte desse estratagema3Hardouin arregalou os ol/os, sur&reso com a ousadia da-uela o%em >nt o, min/a cara, ac/o mel/or ir se acostumando com a id7ia de ser es&osa de =ul" de

Erou%ille Mas, disse -ue n o iria me o'rigar a aceit6 lo como marido lem'rou, aludindo ao

in+cio da-uela con%ersa Eam'7m .alou -ue res&eitaria meu dese o de n o %oltar a mecasar2 A indigna o e a re%olta alastra%am se &or seu cor&o ra&idamente, como se .ossemum %eneno &oderoso, destruindo todos os seus son/os e es&eran as

De .ato, disse isso, $laire $ontudo n o ten/o a menor &aci:ncia com &essoasim&roduti%as2 ua %o* era .ria e cortante como a l@mina de uma es&ada e n o -uer&restar au?ilio B sua .am+lia, o m+nimo -ue es&ero 7 -ue se case e dei?e de ser um .ardo &aranós2

eu rosto .icou %ermel/o de rai%a e /umil/a o er considerada um .ardo erae?tremamente desagrad6%el2 Re&rimindo o c/oro, -ue amea a%a %ir B tona a -ual-uerinstante, resol%eu en.rentar o tio Nada &oderia &iorar sua situa o Ao menos, era o -ue&ensa%a

Acredito -ue ainda me resta a escol/a de tonar me .reira e?clamou, decidida a cum&rira-uela &romessa, se eles n o a dei?assem em &a* At7 mesmo entrar &ara um con%ento era&re.er+%el, a render se aos ca&ric/os de Hardouin d >%reu?

Du%ido -ue isso aconte a2 ele de%ol%eu l/e o desa.io Nen/um con%ento da >uro&air6 aceit6 la se eu .or contra

N o /a%ia d9%idas de -ue Hardouin conseguiria .a*er com -ue isso acontecesse em dote&ara entregar a -ual-uer ordem religiosa, -ue a'adessa iria cometer a loucura de rece': la,contrariando a %ontade de um &arente &oderoso3

Ao mesmo tem&o, uma %o* gan/a%a .or a em seu interior er6 -ue n o de%ia .a*er algo

&ara %ingar a memória de 89lia3< sil:ncio tomou conta do -uarto, en-uanto ela en.renta%a uma %erdadeira guerra interior&ara c/egar a uma conclus o Ne%ille n o se arrisca%a a a'rir a 'oca, agindo como se n oesti%esse &resente uanto ao conde d >%reu?, aguarda%a com &aci:ncia, con.iante de -ue aso'rin/a /a%ia ca+do em sua armadil/a

$omo &ode sa'er -ue serei aceita como ama3 disse, &or .im, 6 -uase aceitando&artici&ar da-uele &lano As crian as 6 de%em ter -uem cuide delas

De .ato, meus es&i es a&uraram -ue /6 a&enas uma mul/er res&ons6%el &elos .il/os do'ar o >, como 6 7 uma sen/ora idosa, de%er6 .icar ali%iada &or rece'er a uda

ue con%eniente2 $laire declarou em tom 6cido2 >ra im&ressionante a ca&acidade -ueHardouin tin/a &ara a%aliar um &ro'lema &or todos os @ngulos2 Fem, %oltando ao nossotrato e concordar com esse &lano, .icarei li%re, assim -ue l/e entregar as crian as3

>le .e* um sinal a.irmati%o Nesse caso, &oderia dar me a escritura das terras -ue irei rece'er3 uanta descon.ian a, min/a menina2$laire o .u*ilou com os ol/os J 'om ser &re%idente, n o ac/a, tio3 Assim &osso e%itar sur&resas desagrad6%eis

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Milad#, ele só esta%a -uerendo &roteg: la como todo irm o mais %el/o de%e .a*er2 disse, de.endendo a &osi o do menino ;ode /a%er gente m6 &eram'ulando &elosarredores do castelo ;or isso n o de%eria andar &or a+, sem ningu7m &ara l/e socorrer emcaso de necessidade

Dirigindo se ao menino, .e* l/e uma re%er:ncia, res&eitosa J .il/o do lorde Ha!"s!ell, n o 73 into me /onrada em con/ec: lo ou Guerin de Ha!"s!ell a&resentou se, come ando a sim&ati*ar com $laire eu

nome 7 Haesel3 Isso mesmo, milorde Fem, &ode %ir conosco, se -uiser ;reciso le%ar min/a irm de %olta ao castelo antes -ue

comece a c/o%er ;a&ai est6 &ara c/egar e I%# tem medo de -ue ele se *angue, se ;err# aindan o ti%er %oltado

>nt o Alain de Ha!"s!ell trata a ama de seus .il/os com a mesma crueldade -ue dis&ensouB es&osa3 >le n o &assa de mais um tirano, sem cora o, e?atamente como eu o /a%iaimaginado

Nem terminara de concluir a-uele &ensamento, ;eronelle contestou o irm oC <ra, Guerin, de%e estar mais &reocu&ado do -ue I%#2 a'e muito 'em -ue &a&ai nunca

disse uma &ala%ra r+s&ida &ara nossa 'oa ama2Ao ou%ir a-uilo, $laire .icou um &ouco con.usa ;or7m, no momento, n o tin/a tem&o &ara

&ensar no &ro%6%el car6ter do 'ar o De%ia &or em &r6tica o &lano de seu tio

5en/a conosco, Haesel a menina %oltou a con%id6 la, estendendo l/e a m o min9sculama id7ia re%olucion6ria cru*ou sua mente, como um raio -ue ilumina a .loresta duranteuma tem&estade >sta%a com os dois .il/os de lorde Ha!"s!ell nas m os ;oderia muito 'emle%6 los &ara Hardouin agora mesmo, sem ter -ue correr o risco de entrar no castelo doinimigo

Isso, 7 claro, se os soldados -ue a escoltaram at7 ali, ainda esti%essem B es&reita<l/ou ao redor, es&eran osa, mas n o encontrou nen/um sinal da &resen a deles

$ertamente, 6 de%iam ter se retirado &ara alguma ta'erna mais &ró?ima$om um sus&iro desanimado, &egou a modesta trou?a de rou&as -ue trou?era e seguiu as

crian as, rumo ao cora o dos dom+nios de lorde Ha!"s!ell>n-uanto camin/a%am, $laire o'ser%a%a ;eronelle, encontrando in9meros tra os

semel/antes aos de 89liaA menina tin/a os mesmos ol/os l7&idos e inteligentes, o nari* arre'itado e as co%in/as2

<l/ando mel/or, %iu -ue at7 seu andar era id:ntico ao da m e2 Na %erdade, a &e-uena erauma có&ia e?ata, em'ora morena, de sua -uerida amigam &ouco emocionada com a-uelas semel/an as, &assou a e?aminar o menino Guerin

era muito di.erente da irm Ein/a tra os aristocr6ticos e alti%os, o nari* era retil+neo e o rosto,o%al < 9nico as&ecto -ue com&artil/a%a com a meia irm era o tom dos ol/os e ca'elos,escuros como o 7'ano

er6 -ue sa'iam -ue eram a&enas meio irm os, ou descon/eciam com&letamente suasorigens3 im, &ois, trata%am se de igual &ara igual, sem dar rele%@ncia ao .ato de ;eronelle ser.il/a leg+tima e /erdeira de lorde Ha!"s!ell, en-uanto Guerin n o &assa%a de um 'astardo,cu a m e era uma sena

A &ró&ria $laire .icou c/ocada com o teor de seus sentimentos &elo menino Nunca sentiraesse ti&o de &reconceito ;or7m, lem'rando se de 89lia, n o &odia dei?ar de sentir uma certaa%ers o &elo menino e seu &ai

Meu Deus2 er6 -ue o 'ar o o'rigara 89lia a recon/ecer Guerin como seu .il/o &rimog:nito3Isso era re%oltante2

Nesse e?ato momento, c/egaram Bs mural/as do castelo e $laire .icou 'o-uia'erta com suagrandiosidade $omo a &rima &udera ac/6 lo insigni.icante3 >ra muito maior e mais .orti.icadodo -ue o &ró&rio $astelo de $o%erl#

5en/a, Haesel N o ten/a medo ;eronelle a c/amou, &erce'endo a /esita o de mo aMal &oderia adi%in/ar seus %erdadeiros receios

Ine?&ugn6%el .oi a mel/or &ala%ra -ue encontrou &ara de.inir, com e?atid o, o es&+ritoda-uele castelo ó &odia re*ar &ara -ue o 'ar o n o .osse t o inating+%el -uanto a-uelas%el/as &aredes de &edra sólida

Assim -ue seus sa&atos de couro r9stico &isaram na &onte le%adi a, um arre&io de &a%or&ercorreu l/e o cor&o Ao atra%essar a-uela &onte, sua tare.a de ra&tar as crian as estaria

o.icialmente iniciada ma %e* do outro lado, n o &oderia mais recuar e 7 -ue, em algummomento, realmente ti%era outra o& o, al7m da-uelaLorde Hardouin .i*era -uest o de .risar -ue, caso tentasse engan6 lo, teria &ra*er de ca 6 la

&elo reino, como se .osse uma &o're ra&osa acuada &or sua matil/a de c es

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$laire .icou ainda mais emocionada com a-uelas &ala%ras tocantes N o es&era%a -ue ascrian as ti%essem se a&egado a ela com tanta ra&ide* $/ega%a a ter remorsos, ao lem'rar-ue teria -ue tra+ los

Lorde Ha!"s!ell resistiu o -uanto & de Bs s9&licas dos .il/os, &arecia sus&eitar de $laire;or .im, aca'ou reconsiderando sua decis oC

>st6 'em, n o &odemos .icar discutindo a-ui na c/u%a 5ou &ermitir -ue ela entre, mas,a&enas &or essa noite N o &osso /os&edar todo mendigo -ue %ier &edir asilo em meu castelo2

As crian as 'ateram &almas de contentamento uanto a %oc:, lad# ;eronelle disse, 'em s7rio uero -ue tire essas rou&asmol/adas e &e a descul&as a I%#, &or ter sido t o le%ada

A crian a assentiu, de imediato =icar6 conosco &or essa noite, mul/er comunicou l/e seu %eredito, em ingl:s$laire a oel/ou se, agradecida <'rigada, milorde2>nt o todos seguiram &ara o interior do castelo, en-uanto a c/u%a .ica%a cada %e* mais

.orte;assar a&enas uma noite em Ha!"s!ell n o ser%iria aos &ro&ósitos de Hardouin Mas, de

-ual-uer .orma, 6 era um come o >, se a sorte l/e sorrisse no%amente arran aria um meio deesticar sua &erman:ncia ali

Een/o um certo encanto, n o 73, as &ala%ras sarc6sticas e maliciosas de lorde Alain n o l/e

sa+am da ca'e a N o com&reendia e?atamente &or -ue, mas a-uele coment6rio a dei?ara.uriosa Iria .a*: lo a&render a res&eitar uma mul/er, no're ou n o2

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$om os ol/os ainda lacrime antes, os .il/os o .itaram, es&eran osos >sta%am l/eim&lorando -ue dei?asse Haesel .icar em Ha!"s!ell eria correto dece&cion6 los em ummomento di.+cil como esse3

em sa'er -ue solu o tomar, Alain &erscrutou o rosto de Haesel, B &rocura de umares&osta ;or7m .icou ainda mais con.uso com o -ue %iu N o /a%ia nen/um sinal de s9&lica&arecia orgul/osa demais &ara isso $ontudo, uma aura de /onestidade e ternura a en%ol%ia

A %o* da ra* o continua%a a insistir &ara -ue a mandasse em'ora agora mesmo A-uela

mul/er só &oderia l/e causar &ro'lemas Eoda%ia, de s9'ito, sur&reendeu se, indagandoC < -ue me di*, Haesel3 Gostaria de .icar em Ha!"s!ell e ser a ama dos meus .il/os3;reciso de algu7m am6%el e carin/osa, -ue os trate como se ti%essem nascido de seu &ró&rio%entre

>la n o es'o ou nen/uma rea o, esta%a &etri.icada ;ense muito 'em antes de me res&onder 86 de%e ter &erce'ido o -uanto essas crian as

s o im&ortantes &ara mim2 ;ortanto n o terei dem:ncia com a-ueles -ue os mac/ucaremAo terminar seu discurso, Alain &erce'eu -ue .ora e?cessi%amente se%ero e amea ador com

a o%em, em'ora essa n o .osse a sua inten o Mesmo assim, n o mo%eu uma &al/a &arades.a*er o mal entendido

ma som'ra de &reocu&a o tur%ou o 'ril/o da-ueles ol/os a*uis No entanto lorde Alainn o deu a de%ida im&ort@ncia B-uele detal/e $onsiderou o .ato muito natural, diante de todaa res&onsa'ilidade -ue a mo a iria assumir, se .icasse Nem de longe &oderia imaginar o -ue

de .ato /a%ia &or tr6s da-uela e?&ress o soturna Aceito, milorde murmurou, &or .im, &ara al+%io das crian as into me /onrada &orser a no%a ama de seus .il/os e &rometo cuidar muito 'em deles2

>m meio a toda a-uela triste*a, era 'om %er um lam&e o de .elicidade, mesmo -ue .uga*,no rosto dos .il/os $ontudo n o esta%a satis.eito a&enas &or-ue arran ara uma maneira deminimi*ar o so.rimento das crian as No +ntimo, tam'7m esta%a um &ouco eu.órico &or sa'er-ue a 'ela Haesel continuaria so' seu teto

Muito 'em, crian as ergueu se, tentando agir de modo &r6tico Agora -ue 6acertamos tudo, &or -ue n o % o at7 a co*in/a e comer algo -uente3 De&ois, &odem a udarHaesel a se acomodar no castelo

;eronelle e Guerin acataram a ordem do &ai, correndo &ara a &orta>m tom mais 'ai?o, &ara -ue a&enas Haesel ou%isse, Alain acrescentouC 5ou tomar as &ro%id:ncias &ara -ue o cor&o se a remo%ido &ara a ca&ela Manten/a as

crian as na co*in/a o m6?imo -ue &uder $ertamente -ue sim, milorde sussurrou 5en/a, Haesel2 ;eronelle c/amou, o'rigando $laire a &artirAntes de se a.astar de lorde Alain, no entanto, ela sur&reendeu se, sorrindo &ara eleAlain te%e a sensa o de -ue Rou-uin, seu gigantesco ca%alo, o /a%ia derru'ado da sela

$or&o, instintos e sentimentos .oram c/acoal/ados %igorosamente &or a-uele sim&les sorriso

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Capítulo IV

ma /ora mais tarde, $laire .inalmente .oi a%isada de -ue o cor&o de I%# 6 .ora remo%ido&ara a ca&ela >nt o resol%eu le%ar as crian as de %olta ao -uarto, &an -ue se 'an/assem e%estissem rou&as lim&as

<s tr:s atra%essaram %6rios sal es e corredores at7 c/egarem B escada -ue condu*ia aosa&osentos &rinci&ais < sil:ncio e a &enum'ra reina%am no castelo, de%ido B morte de I%#

>n-uanto su'ia a escada atr6s das crian as, $laire ol/ou, es&eran osa, &ara o sal o dearmas, B &rocura de lorde Alain $ontudo nem sinal deleMa o que " i o? , ral/ou consigo mesma, &er&le?a &or acalentar o dese o de re%: lo N o

conseguia entender o -ue esta%a acontecendo com seus sentimentos, em rela o a Alain2 <ódio &arecia estar se misturando com uma &itada de ternura No entanto te%e -ue dei?aressas &reocu&a es &ara mais tarde, 6 -ue assuntos mais urgentes e?igiam sua aten o

Ao c/egarem B &orta do -uarto, as crian as .icaram imó%eis e &6lidas, como est6tuas dem6rmore

>la 6 se .oi3 gague ou ;eronelle, co'rindo < rosto com as m os, dominada &elomedo

im, &odemos entrar I%# n o est6 mais a-ui >la 86 .oi le%ada &ara a ca&ela $laireres&ondeu, tentando &assar con.ian a &ara seus &u&ilos >nt o, girando a ma aneta, a'riu a&orta de madeira maci a &ara -ue ele %issem, com seus &ró&rios ol/os, -ue o -uarto esta%a%a*io

Meio descon.iados, os irm os adentraram o a&osento &7 ante &7, ol/ando &ara os lados,como se &rocurassem algum %est+gio da antiga ama

< -ue aconteceu com o es&+rito de I%#3 Eam'7m .oi em'ora ou %ai %oltar &ara assom'raresse -uarto3 Guerin indagou, de re&ente, e?igindo de $laire muito tato e &aci:ncia

>la res&irou .undo, em 'usca de ins&ira o A.inal teria -ue satis.a*er as e?&ectati%as dascrian as, utili*ando a&enas os recursos -ue uma ser%a ignorante teria

>ra uma &ena -ue ti%essem %isto I%# da-uele modo aterrador, ainda mais so' o &onto de%ista in.antil Eoda%ia .ica%a se &erguntando se n o era mel/or assim, do -ue criar ilus es &ara&ou&6 los da morte de um ente -uerido ;or mais di.+cil -ue .osse, a morte era uma realidade&ara esses &e-uenos n o uma /istória distante e .antasiosa como a -ue l/e .ora a&resentada-uando a m e morrera

>m um &iscar de ol/os, sentiu se uma garotin/a outra %e*, um ou dois anos mais %el/a do-ue ;eronelle ;an e?&licar o desa&arecimento de sua m e, todos l/e disseram -ue ela /a%ia&artido e .icaria longe &or muito, muito tem&o uiseram &ou&6 la da terr+%el %erdadeC a m emorrem durante o &arto do terceiro .il/o, -ue tam'7m &erdera a %ida /oras de&ois $ontudoessa mentira causou l/e muito mal Durante anos, $laire sentiu se tra+da e a'andonada &elam e at7 -ue .inalmente sou'e da %erdade

Assim concluiu -ue de%eria a ud6 los a en.rentar essa &erda de modo &ositi%o, lem'randode I%# &or sua 'ondade e carin/o, n o &ela 9ltima cena

J claro -ue ela n o ir6 assom'rar esse -uarto, nem -ual-uer outro c modo do castelo2 res&ondeu, con%icta Disseram -ue I%# era uma &essoa de 'om cora o -ue os ama%a comose .ossem seus .il/os ;ortanto ela .oi direto &ara o c7u

>la %ai se es-uecer de nós3 Guerin tornou a &erguntar, tomado &or um misto de dor ecuriosidade

Lógico -ue n o2 L6 do c7u, ela %ai continuar a o'ser%6 los, &edindo aos an os -ue os&rote am de todos os males, Deu um sorriso con.ortador Guardem a&enas as lem'ran asdo carin/o e a.ei o I%#, e, dessa .orma, uma &arte dela sem&re continuar6 %i%a em seuscora es

Mas seu cor&o %ai .icar na ca&ela, &ara &odermos %isit6 la sem&re -ue ti%ermossaudades3 ;eronelle -uestionou .ungando

N o, -uerida A oel/ou se ao lado da menina, .icando a&enas um &ouco mais alta do-ue ela As mul/eres do castelo ir o la%ar e %estir I%# com uma mortal/a, antes de coloc6 laem um cai? o, de&ois, .icar o orando &or sua alma, at7 -ue seu cor&o se a .inalmenteenterrado

>nterrado32 ;eronelle re&etiu, /orrori*ada 5 o & r min/a I%# de'ai?o da terra3 Masassim ela n o conseguir6 res&irar3 eu cor&o .r6gil esta%a tr:mulo, e l6grimas sentidasrola%am &or seu rosto

$laire a a'ra ou c/eia de ternura <u a, crian a Lem'ra se do -ue eu contei so're o c7u3 ;ois 'em, a&enas o cor&o %el/o edoente de I%# ser6 enterrado, sua alma 6 gan/ou um outro cor&o, -ue amais ir6 morrer e?&licou, re*ando &ara -ue a menina com&reendesse e acreditasse em suas &ala%ras

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;or um instante, a .or a do /6'ito so're&u ara a ra* o e $laire /a%ia se com&ortado como adama -ue era >ntretanto de%eria con%encer todos no castelo Ha!"s!ell de -ue n o &assa%ade uma /umilde ser%a2 8amais de%eria &ermitir -ue sua concentra o a a'andonasseno%amente, nem mesmo &or um segundo2 ua %ida &oderia de&ender de detal/es como esse2

Ainda &reocu&ada com a-uela distra o, $laire acomodou se no 9ltimo lugar %ago na mesados ser%os Ao seu lado, esta%a um /omem alto e cor&ulento

>nt o &retendia sentar se na mesa com lorde Ha!"s!ell3 ele *om'ou, em um ingl:s

so.r+%el$laire ol/ou ao redor, B &rocura de outro lugar &ara .icar >ntretanto n o /a%ia esca&atória,teria -u: sentar se ao lado desse /omem incon%eniente

>u n o con/ecia essas regras, &ois 7 a &rimeira %e* -ue tra'al/o em um casteloretrucou, di*endo uma meia %erdade Mas isso n o l/e d6 o direito de escarnecer de mim2

>le ar-ueou uma so'rancel/a, sur&reso com a-uela rea o es&irituosa uanta alti%e* &ara uma sim&les ser%a, n o ac/a, min/a &e-uena3>la mordeu a l+ngua &or mais a-uele desli*e ;recisaria conter seu orgul/o, ou aca'aria

traindo sua origem no're A&arentando /umildade, tentou consertar a situa oC Descul&e me, sir ó estou en%ergon/ada &or meu erroua mod7stia con%enceu o soldado de -ue .ala%a a %erdade, &ois ele %oltou a sorrir l/e e a 'em %inda a Ha!"s!ell, min/a &e-uena saudou $laire, com um gesto

magn@nimo N o sou nen/um sir , &ois ainda n o .ui sagrado ca%aleiro

<'rigada agradeceu, sem nen/um entusiasmo Eodos me c/amam de Hug/ le Gros, -ue signi.ica Hug/, o Grandal/ o, min/a &e-uenaL6 adiante, est6 Hug/ la 8aune E:te, Hug/, o $a'e a Amarela continuou a .alar, a&ontando&ara outro soldado, no meio da mesa, cu os ca'elos eram claros como &al/a

A/2 ela e?clamou, irritada com a-uele tratamento +ntimo N o dera nen/uma con.ian aa ele &ara -ue se &usesse a c/am6 la de Omin/a &e-uenaP

Hug/ la 8aune E:te 7 o ca&it o de armas o acom&an/ante &rosseguiu, ignorando odesinteresse de $laire Hei2 Dei?e me ser%ir l/e um &ouco desse enso&ado de coel/o N o 7um &rato t o .ino -uanto os -ue ser%em na mesa &rinci&al, onde -ueria sentar se, mastam'7m 7 muito gostoso, min/a &e-uena

Claire sentiu o sangue ferver com mais aquela provocaçã o Ein/a %ontade de %irar a tigela com o talenso&ado na ca'e a da-uele &retensioso, metido a engra ado ;or7m conseguiu controlarse a tem&o de n o .a*er uma 'esteira

ou Haesel De onde %em, Haesel3 $omo ela /esitasse em res&onder, Hug/ adiantou seC $on.esse, min/a &e-uena 86 recon/eci a cad:ncia de seu sota-ue 5i%ia &erto de/re!s'ur#, n o 73

$laire deu um riso amarelo >le n o &oderia estar mais enganado so're sua origem Al7m dee?celente con-uistador, ser6 -ue Hug/ le Gros tam'7m se considera%a um &erito emsota-ues3 ue idiota2 $ontudo ac/ou mais s6'io concordar com a-uele normando tolo, do -ueiniciar uma &erigosa discuss o so're suas ra+*es

=ingindo estar concentrada a&enas na comida, $laire interrom&eu o di6logo ó tira%a osol/os de seu &rato, de %e* em -uando, &ara %eri.icar como as crian as esta%am ;or7m,a&arentemente, n o /a%ia moti%o &ara &reocu&a es Guerin e ;eronelle &areciam estarreagindo 'em B morte s9'ita da ama

De re&ente, seus ol/os a*uis &ousaram so're lorde Alain e, como se ti%essem ad-uirido%ontade &ró&ria, recusa%am se a se a.astar da-uele /omem &oderoso

>le, ao contr6rio, n o &arecia ter nen/um interesse &or $laire, &re.erindo manter umacon%ersa animada com o &adre, sentado B sua direita Nem uma 9nica %e*, ol/ou na dire odela

Meu Deus2 Alain de Ha!"s!ell era o /omem mais c/armoso e atraente -ue 6 %ira2 eucor&o musculoso &arecia trans&irar %irilidade &or todos os &oros uanto ao rosto, era .orte eorgul/oso, como con%in/a a um guerreiro destemido $omo 89lia conseguira des&re*ar oc/arme irresist+%el da-uele /omem3

Lorde Alain 7 muito sedutor J nele -ue est6 &ensando, n o 73 uma mul/er rison/a ede .ace corada indagou, adi%in/ando l/e os &ensamentos mais secretos ou Annis, uma dasla%adeiras do castelo a&resentou se, com uma e?&ress o amistosa

$/ocada com a-uele e?cesso de e?tro%ers o, $laire retri'uiu l/e o cum&rimento com um

sorriso t+mido Meu nome 7 HaeselDe%eria sentir al+%io &or estar sendo aceita &elos outros os, a&esar do incon%eniente Hug/ le

Gros >m %e* disso, esta%a incomodada &or ter sido sur&reendida admirando lorde Alain

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im, &ode se di*er -ue milorde 7 um /omem e tanto concordou, escol/endo as&ala%ras com cuidado $ontudo n o era &ara lorde Alain -ue esta%a ol/ando, o'ser%a%a o&adre >le me lem'ra algu7m mentiu duas %e*es seguidas

J &oss+%el2 ;adre Gregor# c/egou a esse castelo /6 dois dias a&enas a mul/er in.ormouao acaso >le .oi en%iado, a&ós a morte re&entina do &adre ;eter

;adre Gregor# era um /omem roli o, de altura e idade medianas , com um sorriso agrad6%elno rosto

J 'om -ue n o acalente nen/uma es&eran a em rela o a lorde Alain >le n o se dei?adominar &elos cantos de nen/uma mul/er Annis disse, %oltando a .alar so're o 'ar o deHa!"s!ell >le tem agido sim, desde -ue a-uela sua es&osa distra+da morreu de .e're uesua alma in9til descanse em &a*2

$laire calou se, decidida a encerrar a con%ersa na-uele instante >sta%a o.endida com o eito cruel e desumano como a mul/er .alara so're a &o're 89lia2

A &ró&ria Annis encarregou se de dar &rosseguimento di6logo, sem se im&ortar com osil:ncio da com&an/eira

Fem, na %erdade, milorde n o aderiu ao celi'ato uando a lu?9ria domina seu es&+rito,ele %isita min/a irm na aldeia declarou, com uma &onta de orgul/o na %o*

ua irm 7 amante de milorde3 $laire retrucou, sentindo uma dor aguda no &eito,como se .osse atingida &or uma seta com %eneno No .undo, gostaria de entender &or-uea-uela re%ela o a dei?a%a t o .uriosa e amargurada A.inal, a %ida amorosa da-uele /omem

n o l/e di*ia res&eito2 Amantes32 Nossa2 Isso .a* com -ue as %isitas de lorde Alain &are am mais regulares do-ue s o na realidade2 Annis declarou, es&irituosa >le só %ai %: la duas ou tr:s %e*es &orm:s

$laire n o emitiu nen/um som, nem e?&ressou -ual-uer emo o >sta%a a&6tica eindi.erente, como se .osse uma roc/a

Mais uma %e*, entretanto, a &ró&ria Annis encarregou se de manter con%ersa $om umsorriso malicioso, n o tardou a acrescentarC

;or outro lado, Gilda 7 9nica mul/er -ue tem rece'ido esse ti&o de aten o de milorde,desde -ue ele .icou %i9%o a'e, min/a irm 7 uma mul/er de sangue -uente, -ue sa'e comoagradar um /omem na cama A&ro?imou se mais de $laire, con.idenciando l/eC >la di*-ue milorde 7 um amante .ant6stico2

>s&ero -ue sua irm ten/a momentos muito agrad6%eis com ele2 declarou,demonstrando um des&eito -ue gostaria de ocultar uanto a mim, &re.iro n o me en%ol%ercom nen/um desses no'res2 Eentar con-uist6 los 7 como agarrar a luaC im&oss+%el2 A-ui emHa!"s!ell, -uero a&enas tomar conta das crian as e nada mais2

J uma garota es&erta2 Annis a.irmou, a&ro%ando a-uela decis o Logo, &or7m, deu umsus&iro &ro.undo, c/eio de melancolia Mas ainda 7 muito o%em &ara des&re*ar os carin/osde um /omem, Haesel As noites tornam se longas e .rias, -uando os %entos de in%ernoso&ram ao redor das &aredes de &edra desse castelo De%e .icar .eli* se a&arecer um /omem&ara di%idir a cama com %oc:

Descontente com a indi.eren a de $laire, Hug/ le Gros a&ro%eitou a &ausa na con%ersaentre as duas &ara cati%ar a aten o da mo a mais uma %e*

Aceita um &eda o de -uei o3 o.ereceu, tocando a m o de $laire em dar l/e tem&o deres&onder, cortou uma .atia, com a mesma .aca -ue usa%a &ara le%ar lascas do enso&ado decoel/o at7 a 'oca

Eentando ocultar o asco -ue sentia &or a-uele /omem, $laire &egou o -uei o A/2 Nossa garota de ca'elos dourados de%e estar .aminta2 comentou, a&ro?imando se

mais de $laire $om o ol/ar trans'ordando de lu?9ria e dese o, sussurrou l/e ao ou%idoC Eal%e* /a a outras coisas -ue des&ertem seu a&etite, min/a &e-uena endo assim, o.ere ome &ara satis.a*: la no -ue &recisar Ali6s, &osso l/e garantir -ue n o sou con/ecido comoHug/, o Grandal/ o, B toa

>m'alado &elo %in/o, ele resol%eu em&reender um ata-ue mais direto e %igoroso Dessa.orma, colocou a m o so're o oel/o de $laire, &or 'ai?o da mesa, &ara -ue os outros n o%issem

<.endida e sur&resa com a atitude de Hug/, ela em&inou o nari*, tirando a-uela m oimunda de sua &erna

Dis&enso -ual-uer a uda de /omens como %oc:2 > .icaria imensamente agradecida, se

&arasse de me tratar com toda essa intimidade, Hug/ le Gros2 N o sou o ti&o de mul/er -ueimagina2 a.irmou, com os ol/os in etados de rai%a Al7m disso, &retendo gastar todamin/a energia cuidando das crian as

Hug/ mordeu os l6'ios e .icou %ermel/o de indigna o

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N o est6 se considerando su&erior demais, sendo a&enas uma ser%a .ugiti%a3 A cada&ala%ra, sua ira ia aumentando, acom&an/ada &elo tom de sua %o* uero -ue sai'a -ue /6uma legi o de mul/eres -ue .icariam .eli*es &or rece'erem meus .a%ores2

$laire em&alideceu ao &erce'er -ue todos na sala ol/a%am &ara ela Dei?e o .alar, Haesel2 Hug/ se imagina como o mel/or amante da regi o < -ue se &ode

.a*er, al7m de ignor6 lo3 Annis aconsel/ou, a&oiando a atitude da no%a com&an/eira >nt o,dirigindo se &ara o soldado, disse, *angadaC ;are de im&ortunar a mo a, Hug/ N o &erce'e

-ue ela n o gostou de %oc:3 =i-ue -uieto em seu lugar, -ue milorde 6 est6 ol/ando &ara c62$om o cora o 'atendo, descom&assado, $laire lutou com /ero+smo contra o im&ulso deol/ar &ara a mesa &rinci&al ;or .im, n o resistiu e aca'ou cedendo B tenta o de o'ser%arAlain >, no mesmo instante, .oi tomada &or .orte arre&endimento

</, Deus2 Nada teria sido mais em'ara oso do -ue a-uilo2 De seu trono, lorde Alain ol/a%adiretamente &ara ela e, em uma -uest o de segundos, seus ol/ares aca'aram se cru*ando

;ara a dece& o de $laire, a-uele rosto moreno era inescrut6%el, como a &ró&ria .ortale*ade Ha!"s!ell >le &arecia usar uma m6scara, e%itando, assim, -ue suas emo es esentimentos %iessem B tona

Inca&a* de adi%in/ar l/e os &ensamentos, ela continuou a o'ser%6 lo, en-uanto %6riasd9%idas a a.ligiam

Eeria %isto o soldado im&ortun6 la3 <u, mais im&ortante ainda, ser6 -ue a %ira rec/a ar asin%estidas da-uele con-uistador3 Eal%e* ele só ti%esse dado aten o ao acorrido, -uando Hug/

erguera a %o* e .osse assim, lorde Alain &oderia &ensar -ue n o &assa%a de umaencren-ueira %ulgar, des-uali.icada &ara cuidar de seus .il/os2entindo se trans&assada &or a-ueles ol/os &ro.undos, -ue mais &areciam .lec/as

.lame antes, ela esta%a a &onto de se retirar da mesa ;or7m, antes -ue se le%antasse, oscriados entraram no recinto, tra*endo a so'remesa A re.ei o esta%a c/egando ao .im,&ortanto, mais alguns minutos e &oderia sair da-uele lugar na com&an/ia de seus &u&ilos

Ignorando os arom6ticos 'olos de mel -ue os criados esta%am l/e ser%indo, lorde Alainle%antou se $om a ca'e a erguida e &assos .irmes, como con%in/am ao sen/or de um castelo,ele rumou na dire o de $laire em a&arentar nen/um receio, Hug/ continuou 'e'endo %in/ocomo se nada de anormal ti%esse acontecido $laire, ao contr6rio, tremia dos &7s B ca'e a,como se .osse uma condenada es&erando &ara rece'er a senten a de morte 5irgem Maria2er6 -ue ele %in/a &ara re&reend: la &essoalmente3 ;ior ainda, &oderia %ir &ara e?&uls6 la do$astelo de Ha!"s!ell2

$omo am'as as &ossi'ilidades eram aterradoras, ela come ou a re*ar com .er%or &ara-ue esca&asse do castigo de lorde Alain2 ;or7m, a cada segundo, ele c/ega%a mais &erto damesa, sem des%iar os ol/os dos dela ;or .im, com o cora o -uase e?&lodindo de agonia,aca'ou .ec/ando os ol/os

De re&ente, sentiu uma 'risa sua%e no rosto e tornou a a'rir os ol/os, &ronta &ara en.rentarseu destino No entanto, &ara sur&resa e ali%io, Alain de Ha!"s!ell /a%ia &assado diretamente&or ela, sem l/e dirigir nen/uma &ala%ra de censura

Re&arou no rosto de milorde, Haesel3 ;arece -ue uma tem&estade co'ria seus ol/os2 Annis comentou, meio eu.órica Hug/, seu tolo2 N o l/e disse -ue aca'aria desagradandonosso amo com seus e?cessos3

N o re&arei $laire gague ou, ainda assustada >le de%e estar *angado comigo Le Gros, ac/o -ue 6 7 /ora de sair dessa sala o*in/o, 7 claroNen/um dos tr:s /a%ia &erce'ido a a&ro?ima o do outro /omem, -ue agora esta%a &arado

atr6s de Hug/Claire o i entificou rapi amente! era "erel# o escu eiro e lorde Alain > &or -ue de%eria me im&ortar com o -ue %oc: ac/a, /ein3 e est6 incomodado com

min/a &resen a, saia %oc:2 Hug/ res&ondeu, grosseiro eus ol/os .u*ila%am o o&onente e am o escorrega%a &ara &erto do &un/o da es&ada

56 em &a*, en-uanto ainda &ode, Le Gros N o dese a ser 'anido dessa sala & r medesacatar, n o 73 5erel argumentou, ra*o6%el A&enas saia e n o %olte a im&ortunar essamo a Een/o certe*a de -ue de%e /a%er, nesse castelo, &elo menos uma mul/er -ue n o seim&orte com seus modos rudes2 ;ortanto, %6 &rocur6 la

Le Gros continuou a encarar o o%em escudeiro com animosidade, como se esti%esse &restesa atac6 lo Eoda%ia, ao notar a a&ro?ima o de sir Gautier, conte%e seus +m&etos 'elicosos ele%antou se, &re&arando se &ara sair

Garoto intrometido2 Hug/ ainda %oci.erou, cam'aleando de%ido ao e?cesso de %in/o >st6 .a*endo uma tem&estade &or nada2 5ai continuar ac/ando -ue n o /6 moti%os, -uando milorde o e?&ulsar do castelo &or

causa de seu eito .an.arr o3 Annis atacou, de.endendo $laire com a.inco ei muito 'em

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-ue 6 .oi ad%ertido outras %e*es &elas mesmas ra* es2 De agora em diante, dei?e Haesel em&a*, ou ter6 -ue se %er comigo2 >ntendeu, seu normando gordo3

Hug/ retirou se da sala, &rague ando em .ranc:s ;or sorte, antes de corar, $laire lem'rouse -ue n o &oderia demonstrar ter entendido todas a-uelas o'scenidades

>le ir6 dei?6 la sossegada agora, eu es&ero a'e, ac/o -ue ele tem medo de mim Annis ga'ou se, com um sorriso a.etado,

< escudeiro ol/ou ao redor &ara n o rir

<'rigada, Annis $laire disse, com sinceridade Ali6s, o'rigada aos dois >stou muito agradecida Fem %inda a Ha!"s!ell2 5erel saudou, .itando a com admira o Logo come ou a

sorrir l/e Na realidade, .oi %oc: -uem me .e* um .a%or N o 7 'om &ara um escudeiro&assar um dia sem um ato ca%al/eiresco

A/2 >nt o esse .oi o seu ato ca%al/eiresco do dia 3 $laire redarg iu, retri'uindo osorriso Gosta%a da com&an/ia do o%em escudeiro ele era muito am6%el e gentil, o o&osto dodescon.iado lorde Alain

Nesse e?ato minuto, as crian as %ieram ao seu encontro, segurando grossas .atias de 'olo 86 terminamos de comer, Haesel > %oc:3 ;eronelle indagou, ogando se em seus

'ra os Ainda n o escureceu totalmente ;or .a%or, &odemos ir at7 o ardim do &6tio 'rincarum &ouco de ca'ra cega3

Guerin tam'7m re.or ou os &edidos da irm =eli*mente, n o /a%ia mais nen/um sinal de

ang9stia ou medo &ela morte de I%# nos rostos das crian as er6 -ue seu &ai %ai se im&ortar3 $laro -ue n o, Haesel2 o &ró&rio Guerin .e* -uest o de tran- ili*6 la I%# sem&re nos

dei?a%a ir &ara o &6tio de&ois do antar, sem&re -ue o tem&o esta%a 'om

De&ois de andar a esmo no alto da mural/a -ue cerca%a castelo, lorde Alain .inalmentesentou se em um degrau >sta%a &ró?imo da torre norte, so're a &assagem -ue liga%a o sal o&rinci&al com o &6tio interno L6 de cima, & de %er o mal /umorado Hug/ le Gros dirigir se&ara seu -uarto, com &assos cam'aleantes

Ao a%ist6 lo, sentiu a rai%a %oltar a en%enenar l/e o sangue e te%e %ontade de arremessaruma &edra so're a ca'e a do soldado2 Mas conte%e se N o .icaria 'em agredir um de seus%assalos, &or causa de uma ser%a rec7m c/egada ao castelo No m+nimo, iriam &ensar -ueesta%a a&ai?onado &ela mo a#ue ab urdo! $u, lorde de %a&' &ell, apai(onado por uma erva que, al"m de tudo, " umade conhecida! , &ensou, mais /orrori*ado diante da /i&ótese de estar so' o e.eito seta de$u&ido, do -ue &ela origem social da mo a

;recisa%a acalmar se, ou n o conseguiria dormir na-uela noite esta%a e?cessi%amenteirritado Ein/a tanto ódio de Hug/ -uanto de si mesmo, &ois n o conseguira manter os ol/osa.astados de Haesel durante todo o antar2 ;elo menos, tomam o cuidado de admir6 lasomente -uando tin/a certe*a de -ue ela n o iria &erce'er seu ol/ar N o -ueria -ue Haeselsou'esse -ue /a%ia des&ertado dese os &rimiti%os e intensos no sen/or de Ha!"s!ell

Mesmo B dist@ncia, /a%ia &erce'ido as in%estidas insolentes de Hug/ le Gros so're a &o'remo a ;or isso resol%era dei?ar o sal o, antes -ue &erdesse a &aci:ncia e aca'asse dando umsoco no soldado2

)o a, o que e tá acontecendo comigo? , indagou se, angustiado entia algo di.erente &orHaesel, um sentimento -ue amais /a%ia e?&erimentado antes N o era a&enas dese o de tocara-uele cor&o %olu&tuoso, 'ei ando seus ca'elos loiros com so.reguid o -ueria muito mais do-ue isso2 A.inal, Gilda 'asta%a &ara a-uec: lo, -uando seu cor&o clama%a &elas car+cias deuma mul/er

Deu um sus&iro, amargurado Ah! *omo go taria de mimá+la e proteg +la, deitar a cabe-a em eu colo para que ela me

a.aga e como .a/ com meu .ilho !A&esar de .orte, esse dese o era insano2 N o tin/a a m+nima inten o de se casar, nem de

ter uma %ida em comum com nen/uma mul/er ;ro%a disso, 7 -ue &re.eria %isitar a amanterui%a em sua ca'ana, do lado de .ora da mural/a, do -ue tra*: la &ara a seguran a do casteloAssim, &odia &artir -uando -uisesse

us&eita%a -ue Gilda tam'7m a&recia%a a-uele arran o a.inal, isso l/e garantia li'erdade

&ara rece'er outros amantes, en-uanto lorde Alain esta%a ocu&ado longe dali At7 mesmo a&ossi'ilidade de Gilda dormir com outros /omens amais o incomodara >nt o &or -ue .icara.urioso com Hug/ le Gros &or ter tentado sedu*ir Haesel3

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>ra in9til tentar se con%encer de -ue &retendia a&enas e%itar -ue as mul/eres do castelo.ossem molestadas &elos /omens < ódio -ue sentira, ao %er Hug/ colocar a m o no oel/o deHaesel, im&edia Alain de se agarrar a essa descul&a Ali6s, &elo mesmo moti%o, n o &odiaalegar -ue se &reocu&a%a com a mo a a&enas &or-ue seus .il/os gosta%am dela

Nesse instante, risos in.antis, %indos do &6tio, .i*eram no a'andonar a-ueles de%aneiosLe%antando se, dei?ou -ue a 'risa -uente de %er o so&rasse em seu rosto, so' a lu* &rateadada lua

L6 em'ai?o, ;eronelle e Guerin grita%am e riam, c/eios de alegria, en-uanto gira%amHaesel, -ue esta%a com uma %enda nos ol/osDe&ois de solt6 la, as crian as come aram a correr ao seu redor, rindo com mais

intensidade sem&re -ue ela ro a%a os dedos &or suas t9nicas, sem, contudo, conseguir agarr6los

;or .im, ;eronelle a%enturou se &erto demais e Haesel conseguiu &rend: la A menina aindatentou se soltar, mas seus es.or os .oram in9teis diante da sagacidade e ra&ide* da o%emama

Atento B 'rincadeira, lorde Alain ou%iu os &rotestos da .il/a se trans.ormarem em risos de.elicidade, -uando a ama a dominou, .a*endo l/e cócegas na 'arriga >nt o Haesel deu l/e uma'ra o carin/oso, 'ei ando l/e o ca'elo negro

eu cora o de &ai enc/eu se de ternura, diante da-uele gesto a.etuoso, -ue &arecia t onatural &ara Haesel como a &ró&ria res&ira o >ntretanto, con.orme seu ol/ar a.astou se

delas, %iu -ue Guerin esta%a &arado, &erto das duas, es&erando &or um &ouco de carin/o>m'ora seu rosto in.antil n o dei?asse d9%ida do -uanto dese a%a ser a.agado &ela no%aama, n o mo%ia um m9sculo &ara c/amar sua aten o

>sse menino tem a dignidade de um no're2, Alain o'ser%ou, orgul/oso do menino Aomesmo tem&o, sentia remorso &or %: lo t o solit6rio e &udesse, gritaria &ara -ue Haeseltam'7m o a'ra asse

De re&ente, Haesel tirou a %enda e segurou o 'ra o de Guerin, &u?ando o &ara &erto de si>nt o ela o a'ra ou com o mesmo carin/o e a.ei o -ue demonstrara &or ;eronelle, .a*endo a.elicidade de &ai e .il/o

N o demorou muito e as crian as aca'aram derru'ando a ama na rel%a, anin/ando se emseu colo, como se .ossem &e-uenos &6ssaros em 'usca de a.eto e &rote o maternais <s tr:sriram, .eli*es, dando a im&ress o de -ue se con/eciam /6 anos

Lorde Alain n o des%ia%a os ol/os da-uela cena, encantado com a meiguice de Haesel Eal%e* a o%em ama n o ti%esse con-uistado a&enas o cora o das crian as, mas tam'7m o do&ró&rio sen/or da-uele castelo

De -ual-uer .orma, só o tem&o &oderia con.irmar isso

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Capítulo V

As crian as 6 /a%iam adormecido /6 um 'om tem&o e $laire continua%a acordada, rolandode um lado &ara outro no catre estreito e duro -ue l/e deram ua cama, se 7 -ue a-uelecolc/ o r9stico e irregular so're uma arma o de madeira &oderia ser considerado como tal,.ica%a entre os leitos de Guerin e ;eronelle, &ara -ue &udesse acordar, ao menor ru+do ouc/amado de seus &u&ilos

Nunca imaginara -ue .osse sentir tanta saudade de sua cama macia e con.ort6%el, re%estidacom &er.umados len óis de lin/o2 Fem, de .ato, se realmente .osse uma ser%a inglesa rude eignorante como Haesel, a-uela cama sim&les teria sido a mel/or de toda sua %ida

uando 6 esta%a -uase &egando no sono, um &ensamento tene'roso &assou &or suamente, des&ertando a de imediato < -ue teria acontecido com I%o e 8ean, os /omens deHardouin .oram ca&turados &or Alain de Ha!"s!ell3 Meu Deus2 >sti%era t o en%ol%ida com osacontecimentos das 9ltimas /oras, -ue se es-uecera com&letamente deles2

entou se na 'eira da cama, com o cora o aos &ulos e a garganta seca >sta%a em &@nico2< cor&o &arecia &etri.icado, como se uma .eiticeira a ti%esse trans.ormado em &edra mas amente tra'al/a%a em ritmo acelerado, .ormulando uma s7rie de /i&óteses &ara o &ro'lema

er6 -ue lorde Alain /a%ia torturado os &risioneiros &ara desco'rir o -ue .a*iam nas&ro?imidades do castelo3

>le disse -ue os &risioneiros esta%am em urna cela, a'ai?o do celeiro &ensou, recordandouma con%ersa -ue ou%ira entre lorde Alain e sir Gautier

Nossa2 ;ro%a%elmente, a essa /ora, estariam em um cu'+culo escuro e 9mido, de'ai?o daterra, com os cor&os -ue'rados e c/eios de .eridas A.inal, era muito comum torturar&risioneiros &ara se o'ter in.orma es

Imagens /orr+%eis dos a&arel/os utili*ados &ara tortura nos cala'ou os dos castelos&o%oaram a mente de $laire, .a*endo a sentir remorsos &or estar des.rutando da-uele con.ortorelati%o ;ois, a&esar de tudo, esta%a segura e alimentada, em um local -uente e lim&o

I%o e 8ean, como o resto dos /omens -ue a escoltaram at7 Ha!"s!ell /a%iam tratado $lairede modo rude, contudo n o l/e .altaram com res&eito De -ual-uer modo, im&orta%a se comseus destinos, &ois n o su&orta%a %er ningu7m so.rendo

im, 6 /a%ia decidido2 No dia seguinte iria &rocur6 los &ara sa'er o -ue l/es acontecera e%er se &oderia a ud6 los De re&ente, na escurid o do -uarto, um &ensamento ainda maisassustador tomou a de assalto > se, so' tortura, eles ti%essem re%elado sua identidade e os%erdadeiros &ro&ósitos de sua &resen a no castelo3

Durante alguns segundos, $laire te%e a sensa o de -ue o cora o /a%ia &arado de 'ater eo sangue esta%a .rio como se esti%esse B 'eira da morte N o conseguia &ensar em nada,taman/o era seu ner%osismo

Aos &oucos come ou a res&irar .undo, lutando &ara se acalmar Do contr6rio, n oconseguiria re.letir so're a situa o caótica em -ue esta%a metida

Lorde Alain n o era o ti&o de /omem -ue &ermitiria -ue uni traidor &ermanecesse cincominutos entre suas &aredes de&ois de ter sido desmascarado Dei?ar -ue antasse no sal o ou'rincasse com seus .il/os, aca'ando at7 &or dormir no mesmo -uarto -ue eles, esta%atotalmente .ora de cogita o2 ;ortanto I%o e 8ean n o /a%iam re%elado nada, ou ent o aindan o tin/am sido torturados

m cala.rio &ercorreu l/e a es&in/a N o conseguia imaginar -ue a-ueles /omens rudes ecru7is, recrutados &essoalmente &or Hardouin na Normandia, .icassem em sil:ncio diante dador, a&enas &ara &roteger uma mul/er Mais do -ue nunca, era im&erati%o encontrar 8ean e I%odia seguinte2 Eal%e*, se l/es &rometesse uma recom&ensa adicional -uando a-uela miss oc/egasse ao .im, conseguiria con%enc: los a guardarem segredo so're ela

Na man/ seguinte, -uando $laire e as crian as entraram no sal o &rinci&al, ela &erce'eu-ue teria -ue colocar de lado seus &lanos &ara encontrar 8ean e I%o Ao menos, &or algumtem&o

Muitos /a'itantes do castelo de Ha!"s!ell 6 esta%am acordados, &artici&ando da &rimeirare.ei o do dia, incluindo o &ró&rio lorde Alain Ali6s, ao a%istar os .il/os, ele .e* sinal &ara -uea ama os le%asse ao seu encontro

$rian as, .a am a re.ei o com ra&ide* disse, ignorando &or com&leto a &resen a de$laire < .uneral de I%# ter6 in+cio assim -ue os ser%os terminarem de lim&ar esse sal o;ortanto temos &ouco tem&o &ara ir B ca&ela, render l/e nossas 9ltimas /omenagens

Guerin e ;eronelle arregalaram os ol/os, assustados, .icando imó%eis &erto de $laire >ssaatitude &areceu irritar o &ai, -ue contraiu os m9sculos da .ace, im&aciente

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J mel/or come arem logo a comer < tem&o est6 se esgotando$laire engoliu em seco, trans'ordando de indigna o Antes de mais nada, ele de%eria dar

'om dia aos .il/os2Al7m disso, as crian as ainda esta%am meio sonolentas &ara -ue ele l/es .alasse com tanta

ris&ide* e, ainda &or cima, so're um assunto t o triste -uanto a-uele>le 7 um insens+%el, sem cora o2, e?&lodiu, mentalmente, 7 claro, 6 -ue n o &oderia

e?ternar sua re%olta como Haesel

De&ois de acomodar as crian as ao lado de lorde Ha!"s!ell, ela se dirigiu ao seu lugar, namesa dos ser%os, tomando a &recau o de 'ai?ar os ol/os ;ois, se algu7m ol/asse dentrodeles, %eria o 'ril/o da re%olta, com&letamente inade-uado &ara uma /umilde ser%a

>ra ó'%io -ue tam'7m teria -ue com&arecer ao .uneral de I%# &ara dar a&oio Bs crian as, o-ue lorde Alain certamente n o .aria er6 -ue ele era t o insens+%el, a &onto de n o &erce'eras marcas de so.rimento na-uelas .aces in.antis3 Guerin tenta%a ser .orte, mas ainda esta%amuito a'atido com a morte da ama uanto B irm , a&esar dos es.or os de $laire &ara consol6la, ainda tin/a di.iculdade &ara aceitar o .ato de -ue o cor&o de I%# seria colocado de'ai?o daterra

As crian as ainda n o tin/am terminado de comer o & o, -uando lorde Alain su'itamentele%antou se, comunicandoC

5amos, 6 est6 na /oraGuerin ergueu se de imediato, engolindo seus temores unto com um gole de leite, &ara

seguir os &assos do &ai $ontudo ;eronelle n o demonstrou a mesma coragemA menina tardou a sair da mesa, lan ando ol/ares a.litos na dire o de $laire ó conseguiureunir .or as &ara &rosseguir -uando %iu -ue a ama tam'7m /a%ia se le%antado >nt o correuat7 a entrada da sala, .icando B sua es&era

N o se &reocu&e, -uerida Eudo %ai aca'ar 'em $laire murmurou, segurando a m omin9scula -ue a menina l/e estendera ;eronelle esta%a gelada, como se ti%esse 'rincado nane%e, e seu rosto, sem&re t o .aceiro, &erdera todo o colorido e a %i%acidade

Mo%ida &or um im&ulso incontrol6%el de ternura e amor, a'ra ou a crian a, mantendo a deencontro ao &eito at7 &erce'er -ue ela esta%a mais calma

Agora &recisamos ir, -uerida disse, com um sorriso con.iante;eronelle en?ugou as l6grimas e, de m os dadas com Haesel, a&ressou se a seguir o &ai,

-ue 6 esta%a 'em distante < sol esta%a come ando a iluminar o &6tio, &raticamente deserto esilencioso B essa /ora Dentro de &oucos minutos, o mo%imento de ser%os, soldados eca%aleiros tomaria conta da-uele lugar, agora ocu&ado a&enas &or algumas galin/as, &orcos eca'ras

Guiadas &or ;eronelle, atra%essaram o imenso &6tio, -uase duas %e*es maior do -ue o do$astelo de $o%erl#, rumando &ara a torre sul, do lado direito do &ort o &rinci&al Lorde Alain eGuerin seguiam 'em B .rente e, durante todo o &ercurso, n o se %oltaram uma só %e* &aratr6s ;or .im, elas c/egaram ao seu destinoC a ca&ela onde o cor&o de I%# esta%a sendo %elado

A ca&ela do $astelo de Ha!"s!ell era uma constru o antiga, de dois andares, toda .eita de&edras < oratório .ica%a so' a reentr@ncia de uma enorme anela, decorada com um %itral da5irgem Maria orando o're o altar /a%ia um 'el+ssimo e antigo cruci.i?o de madeira, em cu a'ase .ica%a um cordeiro e acima da cru*, uma &om'a de &rata m .ei?e de lu* do solatra%essa%a o %itral e incidia diretamente so're o rosto da ama, desmanc/ando se em raios%ermel/os, a*uis e dourados

<l/e o rosto de I%#, Haesel2 ;eronelle e?clamou, assim -ue &useram os &7s na ca&ela ;arece um arco +ris2 A %o* da menina ecoou &or toda a ca&ela, c/amando a aten o delorde Alain

Imediatamente, ele ol/ou na dire o da .il/a, sem ocultar a sur&resa -ue a &resen a deHaesel l/e causa%a No entanto n o l/e dirigiu a &ala%ra, limitando se a .a*er um gesto &ara-ue ;eronelle se a&ro?imasse

em sa'er se era 'em %inda, $laire &ermaneceu na soleira da &orta < rosto de I%# est6 assim &or causa do sol da man/ -ue re.lete as cores do %itral

lorde Alain e?&licou, a&ontando &ara a imagem colorida da 5irgem Maria>n-uanto a menina ainda tenta%a entender a m6gica da-uele .en meno, ol/ando ora &ara o

cor&o da %el/a ama, ora &ara o %itral, ele %oltou a di*erC Agora &recisamos re*ar &ela alma de I%#, crian as Re*arei, &a&ai Mas, ela n o &recisa de nossas ora es Guerin anunciou, con%icto de

suas &ala%ras I%# era t o 'oa -ue .oi direto &ara o c7u, ten/o certe*a disso$laire o'ser%ou lorde Alain contem&lar o .il/o com uma e?&ress o indeci.r6%el

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N o /6 d9%ida de -ue est6 certo -uanto B 'ondade de nossa I%#, Guerin Nesse caso,tal%e* de%a re*ar &ara -ue Deus o ilumine &ara -ue se a t o 'om -uanto ela .oi e?&licou,com sa'edoria >m seguida, a oel/ou se e uniu as m os &ara orar

$laire tam'7m tentou re*ar mas n o conseguiu se concentrar na ora o ó conseguia&ensar na imagem do &oderoso sen/or, a oel/ado unto dos .il/os, orando &or uma sim&lesser%a de seus %astos dom+nios Al7m do mais, outro raio de sol come ou a incidir so're a-uelaca'eleira negra, criando a ilus o de um /alo de lu* acima de sua ca'e a

>le merece esse /alo tanto -uanto Hardouin2 No .undo, eles n o s o nada di.erentes2,&ensou, ir nica e amargurada ;ai Guerin c/amou, assim -ue Alain ergueu a ca'e a uando era um garotin/o, I%#

tam'7m costuma%a l/e dar um 'ei o de 'oa noite, de&ois de contar /istórias so're 8esus eseus a&óstolos3

$laire le%ou um c/o-ue At7 agora n o tin/a &erce'ido -ue I%# n o .ora a&enas ama deGuerin e ;eronelle, mas /a%ia cuidado do &ró&rio lorde Alain2

$om os ol/os atentos a cada mo%imento dele, %iu -ue &iscou duas ou tr:s %e*es,emocionado, antes de res&onder ao .il/o >nt o com&reendeu -ue ele tam'7m esta%aen.rentando a &erda de uma &essoa -uerida e so.ria com isso

er6 -ue esse 7 o moti%o -ue o le%ou a ser rude no sal o3, indagou se, em &ensamento,cada %e* mais at nita -uanto &ersonalidade de Alain de Ha!"s!ell >le &arecia ter &oder-uase so'renatural &ara sur&reend: la

im ele res&ondeu, en.im, a&ós um longo sil:ncio Mas, na-uela 7&oca, I%#&re.eria contar as /istórias de Feo!ul., o Grande $a%aleiro Ac/o -ue dei l/e 'astantetra'al/o =ui um garoto muito &eralta, -ue o se cansa%a de a&rontar tra%essuras

eus ol/os negros esta%am ine?&ressi%os, como se esti%esse muito longe dali De'ru andose so're o cai? o, &osou um 'ei o na testa de ala'astro da antiga ama A&ós instante de/esita o, as crian as re&etiram seu gesto ;ouco tem&o de&ois, o som incon.und+%el demuitos &assos c/egou at7 a ca&ela, anunciando o in+cio da missa ;eronelle ent o %irou se &araHaesel, .a*endo l/e sinais &ara -ue ela se a&ro?imasse

$laire ol/ou &ara lorde Alain, &or7m, mais uma %e*, e limitou se a ignor6 la Inter&retandoa-uilo como uma autori*a o, .oi &ara &erto de seus &u&ilos, de onde assistiu a toda acerim nia

uando a missa c/egou ao .im, oito ser%os seguraram cai? o, carregando o &ara .ora daca&ela, com &assos lentos e solenes ;adre Gregor# a'ria o corte o .9ne're, acom&an/ado &ordois coroin/as, en-uanto lorde Alain, seus .il/os e Haesel %in/am logo a&ós o cor&o <s demais/a'itantes do castelo, -ue decidiram &artici&ar do enterro, seguiam atr6s do sen/or deHa!"s!ell

>m sil:ncio -uase a'soluto, -ue'rado a&enas &elas ora es em latim de &adre Gregor#,atra%essaram o &6tio e sa+ram do castelo &elo &ort o &rinci&al ;ois, &ara c/egar ao cemit7rio,a &rociss o tin/a -ue &assar &elos case'res, aos &7s da mural/a sul do castelo, -ue constitu+ao %ilare o de Ha!"s!ell

Durante o &ercurso, todos -ue cru*a%am com o corte o, a oel/a%am se e .a*iam o sinal dacru*, ou ent o .ec/a%am &ortas e anelas, com o intuito de demonstrar res&eito No entanto,contrariando esse costume, em certo momento, uma mul/er alta e esguia, cu os ca'elos rui%os.ica%am &ouco escondidos de'ai?o do %7u, emergiu de uma das casas >la .icou a o'ser%ar a&rociss o, como se admirasse um des.ile de artistas saltim'ancos Ein/a uma e?&ress o&ro%ocante e lasci%a no rosto

Mesmo antes -ue sir Gautier dirigisse um gesto de re&ro%a o &ara a mul/er, $laire sou'einstinti%amente -ue se trata%a de Gilda, a amante do sen/or de Ha!"s!ell

;or sua %e*, assim -ue a a%istou, lorde Alain .e* um aceno com a ca'e a, dando &ermiss o&ara -ue Gilda se untasse ao corte o

$laire .icou dece&cionada consigo mesma, ao &erce'er -ue a sim&les %is o da-uela mul/era dei?a%a .uriosa A.inal, n o era da sua conta se a amante de lorde Alain &artici&a%a ou n odo enterro da %el/a ama2

$laire, %oc: est6 a-ui &ara reali*ar uma tare.a &ara Hardouin -ue ir6 %aler sua li'erdade2Nada do -ue acontecer a-ui de%e l/e im&ortar2

< enterro transcorreu na mais &er.eita calma, sem nen/um incidente &ara atra&al/6 loMesmo as crian as agiram de modo e?em&lar, dei?ando $laire ali%iada e orgul/osa >sti%era

muito &reocu&ada com a rea o de seus &u&ilos, &rinci&almente de ;eronelle, -uando o cai? oa.inal 'ai?asse B co%a=eli*mente, antes -ue come assem a co'rir o 'uraco na terra, Annis a&ro?imou se das

crian as, entregando l/es duas rosas >m seguida, sussurrou l/es algo no ou%ido e os dois

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ogaram as .lores so're o cai? o >ssa atitude sim'ólica conseguiu &re&arar l/es o es&+rito&ara o &ró?imo e derradeiro &asso do enterro

uando o co%eiro come ou a ogar terra so're o cai? o, Guerin e ;eronelle c/oraram, masn o .i*eram nen/um esc@ndalo

Agora tudo /a%ia terminado m a um, todos .oram saindo do cemit7rio, &assando ao largoda no%a se&ultura A atmos.era era densa, carregada de triste*a e so.rimento

$laire /a%ia se es-uecido com&letamente de seus &lanos &ara locali*ar I%o e 8ean No

momento, só se im&orta%a em ac/ar algo agrad6%el -ue &udesse distrair ;eronelle e Guerin>ra de cortar o cora o %er a melancolia tomar &osse da-ueles rostos in.antis Eal%e*, nos &ró?imos dias, &udesse le%6 los at7 um ardim &ara -ue col/essem .lores, com

as -uais iriam decorar a se&ultura de I%# Agora, entretanto, es-uecer a-uela cerim nia seria omel/or rem7dio

ó -ue nem tudo correu como esta%a &lane ando Eer6 algumas /oras de descanso, Haesel lorde Alain a in.ormou, com %o* retum'ante

As crian as de%em assistir Bs aulas com &adre Gregor#, como de costume Mas, milorde tentou &rotestar, &or7m calou se a tem&o, engolindo a indigna o N o

era con%eniente -ue uma ser%a contestasse a ordem de um su&erior, ainda mais tratando sedo &ró&rio sen/or do castelo

Mas, &or Deus2 er6 -ue ele n o com&reendia -ue os .il/os &recisa%am de um &ouco dedistra o, em %e* das li es a'orrecidas de um &adre3

Ac/o -ue ser6 mel/or se Guerin e ;eronelle seguirem sua rotina /a'itual ele e?&licou,como se &udesse ler os &ensamentos tortuosos de Haesel =icar6 li%re at7 a /ora do antar>sse n o 7 um dia comum, milorde &ensou em argumentar, &or7m n o emitiu uma só

&ala%ra $om uma e?&ress o desolada, limitou se a ol/ar as crian as se a.astarem com o&adre >m'ora se es.or asse &ara n o demonstrar os %erdadeiros sentimentos -ue l/e iam&ela alma, 'asta%a um m+nimo de sensi'ilidade &ara &erce'er os %est+gios de rai%a &ulsandoem cada m9sculo de sua .ace

>ssa ser%a inglesa 7 'astante incomum, Alain concluiu, intrigado ;ois, mesmo acalentandon+tidos dese os de re%olta, Haesel era inteligente e &ers&ica* &ara conter seus +m&etos

Notando a ruga de a&reens o na testa de lorde Alain, $laire resol%eu .rear os im&ulsos'elicosos -ue l/e tur%a%am a mente >m %e* de atracar se com o sen/or da-uele castelo,de%eria gastar energias na conclus o da-uele &lano, -ue re&resenta%a sua li'erdade em ascrian as, teria a o&ortunidade de locali*ar os dois &risioneiros

H6 algum &ro'lema se eu e?&lorar o castelo, milorde3 indagou, tomando cuidado &aramanter os ol/os 'ai?os e o tom de %o* su'ser%iente ;ara dar um to-ue de realismo B-uelas&ala%ras, te%e -ue recorrer a uma mentiraC Nunca esti%e em um lugar t o grande e ricocomo esse2 Na ca'ana onde mora%a, /a%ia a&enas um c modo e, durante o in%erno, tin/a -uedi%idi lo com a %aca e o &orco

m ar de desgosto a&oderou se da-uele rosto moreno e %iril &or7m, n o tardou adesa&arecer, dando lugar a uma e?&ress o de &ro.undo t7dio

N o me interessa o -ue .a* do seu tem&o, en-uanto as crian as esti%erem com &adreGregor# comunicou, r+s&ido A&enas n o distraia os /omens -ue est o de guarda nos&ort es e n o a'orre a Gu#, o .erreiro >le estar6 colocando as .erraduras no meu ca%alo deguerra e sem&re .ica de mau /umor -uando .a* isso

em .a*er mais nen/uma considera o, lorde Alain se %irou, come ando a dei?ar ocemit7rio com os outros

$ontudo sir Gautier %eio se untar a ele, a&ressado Milorde, /6 muitos assuntos -ue e?igem sua aten o < c/e.e da guarda -uer l/e .alar,

seguido &elo carcereiro > tam'7m /6 corres&ond:ncia da im&eratri*$laire tomara a &recau o de manter se &ró?ima o 'astante &arar ou%ir a con%ersa entre os

dois /omens ;or isso, -uando o ser%i al mencionou a .igura da im&eratri*, te%e umso'ressalto

$orres&ond:ncia de Matilde2, re&etiu mentalmente, c/eia de es&eran as ;recisa%a teracesso ao conte9do da-uela mensagem de -ual-uer .orma, &ois &oderia conter algo -ueinteressasse ao tio Eal%e*, se a-uela in.orma o .osse muito %aliosa &ara Hardouin, eleaca'asse desistindo da id7ia grotesca de ra&tar as crian as2

$omo sem&re, sua ma estade e?ige -ue l/e res&onda imediatamente e -ueime a carta,assim -uer terminar a leitura sir Gautier acrescentou, &ara deses&ero de $laire

<s dois /omens esta%am conscientes de sua &resen a No entanto, como ulga%am -ue elan o com&reendesse .ranc:s, .ala%am so're a-ueles assuntos de estado sem nen/umconstrangimento

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=ingindo se de desentendida, ela te%e -ue re&rimir a .rustra o -ue a in%adiu ao ou%ir a9ltima .rase eu &lano /a%ia ido &or 6gua a'ai?o ;elo %isto, di.icilmente teria a c/ance deler a-uela carta, antes -ue .osse destru+da

im, sim lorde Alain resmungou, com tra os e im&aci:ncia na %o* > o -ue mais3 A/2 < c/e.e do canil &ediu me &ara in.orm6 lo -ue sua cadela .a%orita aca'ou de dar B

lu* uma nin/ada e$om um sus&iro &esado, ele interrom&eu sir GautierC

In.eli*mente, os c e*in/os ter o -ue es&erar Antes de tudo, %erei o c/e.e da guarda e ocarcereiro >m seguida, encontre me em meus a&osentos &ara %ermos o -ue Matilde dese adessa %e*

Nesse momento, os tr:s c/egaram B escada e?terna -ue condu*ia ao sal o &rinci&al, ondeela .inalmente dei?ou de segui los >n-uanto os /omens ruma%am &ara o grande sal o, $laireseguiu &ara o &6tio

>sta%a ali%iada ;arece -ue lorde Alain tin/a a.a*eres de so'ra &ara mant: lo ocu&adodurante todo o dia ;ortanto &oderia circular &elo castelo, B &rocura dos soldados de Hardouin,sem se &reocu&ar em ser .lagrada em algum lugar sus&eito &elo sen/or de Ha!"s!ell

$om um estudado ar de inoc:ncia, dirigiu se ao celeiro, re*ando &ara -ue &udesseencontrar a cela com .acilidade >m seu &ercurso, cum&rimentou %6rios con/ecidos, .a*endode tudo &ara n o des&ertar a aten o de nen/um morador do castelo

De&ois de ada&tar a %is o B &enum'ra do celeiro, constatou -ue, &or sorte, n o /a%ia

nen/uma &essoa &resente ;il/as e mais &il/as de sacos de gr os, .rutas, carne e &ei?esalgados iam do c/ o de &edras ao teto, dei?ando o ar im&regnado com um odor .orte, -uemescla%a o c/eiro de todos esses alimentos ;or7m n o /a%ia nem sinal dc &ortas, escadas ou-ual-uer outro ti&o de &assagem -ue le%asse a um &iso in.erior er6 -ue ele /a%ia se re.eridoa outro celeiro do castelo3

N o &ode ser sussurrou, dando %o* aos &ensamentos ;oderia /a%er outros de&ósitosde mantimentos em um castelo, &or7m, um 9nico lugar rece'ia o nome o.icial de celeiroDe.initi%amente, esta%a no lugar certo Fasta%a a&enas &rocurar mel/or

$on.orme a%an a%a &ara o interior do c modo gigantesco, um sil:ncio so'renaturala&oderou se do lugar, dei?ando daiQ arre&iada Mas, em'ora esti%esse com muito medo, n odesistiu, &assando a e?aminar tudo com aten o do'rada

Anda%a &7 ante &7, temendo de&arar se com alguma aran/a ou rato, seu grande &a%ordesde a in.@ncia, ou , ent o algo muito &ior ;oderia ser sur&reendida &or algum guarda

ua imagina o .7rtil, incenti%ada &elo &a%or, &rega%a l/e muitas &e as A todo instante,imagina%a -ue um soldado enorme e mau sairia do meio dos mantimentos &ara atac6 la ;or.im, com os ner%os B .lor da &ele, resol%eu dar &or encerrada a-uela ins&e o, concluindo -uea cela de%eria .icar em outro &onto do castelo 8ustamente -uando esta%a saindo da-uele lugarsoturno, a &oeira e o c/eiro de 'olor, %indos de alguns mantimentos estocados, demonstraramsinais de .or a In.iltrando se nas narinas de $laire, &ro%ocaram l/e alguns es&irros

Logo a seguir, ela ou%iu um ru+do distante e a'a.ado, como se .osse um lamento Eeria%indo do assoal/o3

$om a &ulsa o acelerada, &ermaneceu imó%el e com os ou%idos 'em a'ertos, B es&era demais algum som e a guiasse $omo n o aconteceu mais nada nos mitos -ue se seguiram,decidiu arriscar

<l6 Eem algu7m ai3 &erguntou em ingl:s A &rinc+&io, o 9nico som -ue c/egou aosseus ou%idos eram as 'atidas a&ressadas de seu cora o $ontudo, escutou uma %o*masculina, -ue &arecia sair do &iso de &edras

uem est6 a+3 algu7m retrucou, em ingl:s com sota-ue normando >u disse, calando se a'ru&tamente De%eria identi.icar se como $laire ou Haesel3

A.inal, como &oderia ter certe*a de -ue .ala%a com um dos /omens de Hardouin uem 7%oc:3 decidiu indagar, atenta B dire o do som

I%o de $aen2 > %oc:, -uem 73 A %o* &arecia &assar &elas .endas entre as &edras, 'emde'ai?o de onde $laire esta%a

I%o2 H6 mais algu7m com %oc:3 N o &oderia re%elar se at7 -ue ti%esse a certe*a de-ue n o /a%ia nen/um guarda com o soldado do tio

omente 8ean res&ondeu, &assando a .alar em .ranc:s J %oc:, lad# $laire3 im Eam'7m come ou a usar a l+ngua .rancesa Aonde est o3 >st6 no celeiro, n o 73

Isso mesmo Fem, estamos em uma cela, 'em de'ai?o de %oc: 5en/a at7 a-ui Mas como3 N o %e o nen/uma &orta H6 um al a& o no assoal/o Eateie at7 encontr6 lo2

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>st6 certo ela assentiuArre&endida &or n o ter tra*ido um lam&i o ou mesmo uma %ela, $laire &assou a tatear

cada cent+metro do c/ o com os &7s at7 es'arrar em uma sali:ncia mais acentuadaAgac/ando se, ergueu a-uela &edra com as m os, desco'rindo uma argola de .erro, com cercade -uatro &olegadas de di@metro

Ac/o -ue encontrei comunicou, o.egante J uma argola de metal3 Isso mesmo2 Agora, &u?e a &ara cima e %en/a at7 a-ui2 I%o ordenou, irritado com

a-uela demora;or um momento, $laire /esitou, sentindo o ru'or su'ir l/e B .ace, diante da-uele tomdesres&eitoso Mas, creditando a irrita o do soldado ao seu con.inamento aca'ou seguindosuas indica es

No come o, a&esar de seus es.or os, o al a& o n o se mo%eu ;or7m, como manti%esse.or a constante, aca'ou &or sus&end: lo, o -ue re%elou uma &assagem estreita &ara 'ai?o<l/ou dentro do 'uraco, a%aliando os &rós e os contras de entrar ali L6 adiante, /a%ia uma lu*.raca, mas su.iciente &ara tornar &oss+%el a descida &or uma escada de &edra 'astante+ngreme ;or7m, n o /a%ia nen/um sinal de I%o ou 8ean er6 -ue aca'aria dentro da cela,onde eles esta%am3

>sse &ensamento causou l/e cala.riosA&esar de estarem su&ostamente do mesmo lado, n o con.ia%a em nen/um da-ueles

/omens -ue a escoltaram de $o%erl# at7 Ha!"s!ell >les &areciam ol/6 la como se .ossem

lo'os .amintos diante de uma o%el/a des&rotegida >ssa escada aca'a diretamente dentro de sua cela3 -uis sa'er, antes de mergul/arna-uele lugar assustador

<u%iu gargal/as des&re*+%eis Ac/a -ue o 'ar o de Ha!"s!ell seria t o tolo, a &onto de &ermitir -ue assust6ssemos os

/omens -ue %:m nos tra*er comida3 N o, milad#, nossa cela .ica na 'ase da escada Des aat7 a-ui e %er6

eria um tru-ue &ara agarr6 la3 ;ode ser Mas, de -ual-uer .orma, n o &oderia mantera-uele im&asse &or mais tem&o Algu7m &oderia c/egar

Reunindo toda a coragem de -ue dis&un/a, resol%eu ir ao encontro dos /omens deHardouin

As &aredes eram 9midas e .rias, mas n o /a%ia lodo co'rindo as >, uma %e* l6 em'ai?o, %iu-ue a &rec6ria ilumina o %in/a de uma toc/a, .i?ada ao lado de uma &orta de madeira, comum 'uraco na &arte su&erior, &rotegido &or 'arras de .erro >sse 'uraco, a&esar de &e-ueno,&ermitiu -ue %isse os rostos de I%o e 8ean

86 era /ora, milad#2 8ean a saudou, satis.eito Erou?e a c/a%e &ara nos soltar3 $/a%e32 re&etiu, &er&le?a N o, claro -ue n o2 N o sei onde 7 guardada 5im

a&enas &ara %er como esta%am N o l/e disse -ue ela n o se &reocu&aria em tra*er a c/a%e3 ou%iu I%o di*er a 8eanRe&rimindo a indigna o &or mais a-uela amostra de desres&eito, %oltou a &erguntarC 86 .oram interrogados3 ;assaram &or alguma tortura3 im, 6 .omos interrogados &elo &ró&rio 'ar o de Ha!"s!ell Mas n o l/e dissemos nada N o .oram .eridos3 insistiu na &ergunta, &reocu&ada com o estado dos dois /omens

>st o 'em3 $laro -ue n o estamos 'em2 ;assamos a&enas &or um interrogatório, n o &or uma

sess o de tortura2 Eoda%ia estamos com .ome, .rio e a comida -ue milorde nos en%ia mais&arece la%agem de &orcos2 8ean in.ormou, em uma e?&los o de .9ria

>le disse -ue os torturaria3 continuou insistindo, ignorando a m6 %ontade dos /omensN o su&orta%a a id7ia de tortura, nem de &essoas &resas em condi es su' /umanas Dandouma es&iada atra%7s das 'arras, sentiu a ansiedade diminuir >m'ora .osse &e-uena, /a%iaco'ertores e &al/a na cela

N o, mas certamente o .ar62 ;or isso encontre a c/a%e e tire nos da-ui de&ressa2$laire e?as&erou se com a trucul:ncia da-ueles /omens A.inal, n o /a%iam sido torturados

e tam'7m n o esta%am em condi es desumanas into -ue ten/am sido &resos Mas n o ser6 assim t o sim&les li'ert6 los2 comunicou,

im&rimindo um to-ue de autoridade na %o* Mesmo se conseguisse tir6 los dessa cela,aca'ariam reca&turados, tentando esca&ar do castelo

entiu .ar&as de ódio sa+rem dos ol/os dos dois $ontudo n o se intimidou, &rosseguindo

com sua e?&lica o Isso iria signi.ica o .im de nossa miss o a .a%or do rei >ste% o2 Lorde Alain mo%eria c7us eterras &ara desco'rir -uem os /a%ia li'ertado

I%o .e* um gesto o'sceno, mostrando -ue &ouco se im&orta%a com a causa de >ste% o

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Dis&osta a n o &ermitir -ue eles a tirassem do s7rio, $laire agiu como se n o ti%esse %istoa-uela &ro%oca o

;recisam ser &acientes Eal%e*, -uando lorde Alain .icar con%encido de -ue n o sa'emnada, concorde em li'ert6 los

$laro -ue sim, e o ;a&a 7 uma mul/er2 8ean redarg iu, uma risada grotesca ;elo menos, ter o -ue es&erar at7 -ue eu a&renda me deslocar &or esse castelo uero

lem'r6 los de -ue u a-ui /6 menos de um dia &onderou com .irme*a, demonstrar medo

Assim -ue .or &oss+%el solt6 los m uma 'oa margem de seguran a, eu o .arei2 >n-uanto Qso,tentarei tra*er l/es algo mel/or &ara comerem 1Q Nossa, -uanta gentile*a de sua &arte, milad#2 >stou emocionado com seu es&+rito

caridoso2 I%o resmungou A cul&a 7 toda sua &or estarmos a-ui2 Min/a23 im2 Eer+amos encontrado um meio de ra&tar os s de lorde Ha!"s!ell sem sua a uda

Mas te%e -ue intrometer em nosso camin/o, n o 73$omo ele ousa%a trat6 la da-uela .orma %ulgar e, ainda &or cima, acus6 la de um monte de

mentiras2 8amais &edira a Hardouin &ara &artici&ar da-uele &lano2 Ao contr6rio, .ora&raticamente .or ada a tomar &arte dele, mesmo .erindo sua consci:ncia2

N o me cul&em &or sua &ró&ria incom&et:ncia2 re&reendeu, com .irme*a digna deuma rain/a e ti%essem se escondido corretamente, lorde Alain amais teria ca&turado2

De re&ente, um ru+do de &assos interrom&eu a-uela discuss o Logo, a c/ama 'ru?uleante

de uma toc/a &assou a iluminar a escada$om o sangue congelando dentro das %eias, $laire te%e a sensa o de -ue o cora o &aroude'ater &or alguns segundos

uem est6 a+3 um %o* incon.und+%el indagou, em .ranc:sLorde Alain2 Mas o -ue ele .aria ali, B-uela /ora3 er6 -ue 6 /a%ia se des%encil/ado do

c/e.e da guarda, do carcereiro e da corres&ond:ncia da im&eratri* Matilde3 86 disse, -uem est6 a+3 %oltou a &erguntar, dessa %e* em ingl:sN o /a%ia esca&atória ;or mais di.+cil -ue .osse, teria -ue en.rentar a-uela situa o ou eu, milorde Haesel gague ou, em &@nico, diante da &ossi'ilidade de ser

desmascarada>le terminou de descer a escada, antes de tornar a l/e dirigir a &ala%ra < -ue .a* a-ui, Haesel3 ua %o* esta%a t o .ria como as &aredes -ue os rodea%am

;or -ue est6 .alando com esses /omens3Fuscando re.9gio na .igura da ser%a sim&lória, $laire tentou e?&licar o -ue &areciaim&oss+%elC Disse -ue eu &odia andar &elo castelo, milorde Aca'ei %indo ao celeiro e esse /omens

me c/amaram Isso 7 tudo2 N o &retendia &ro%ocar sua ira, eu uro2 Nesse &onto, esta%asendo sincera

=e* uma &ausa, es&erando alguma rea o e?as&erada de Alain ;or7m ele &ermaneceu emsil:ncio, &erscrutando seu rosto, com um ol/ar descon.iado e im&iedoso

=i-uei com &ena deles %oltou a .alar, en-uanto as &ernas tremiam mais do -ue as'andeiras do castelo em dia de %entania Disseram -ue esta%am com .rio e .ome, milordeó -ueria diminuir seu so.rimento como uma 'oa crist

;or um segundo, ela te%e o &ressentimento de -ue a ira de Alain era t o grande -ue iriaes'o.ete6 la Mas ele n o mo%eu um m9sculo se-uer, aumentando o ner%osismo e a ang9stiade $laire

ua &iedade 7 t o grande a &onto de le%6 la &ara dentro da cela desses /omens, Haesel3 Eal%e* assim, &ossa .a*er de tudo &ara a-uec: los e tornar sua estada a-ui mais agrad6%el aca'ou -ue'rando o sil:ncio com esse coment6rio morda*

L6grimas sentidas e aut:nticas rolaram de seus ol/os, &or ser /umil/ada da-uela maneiraa'ia -ue ele esta%a com a ra* o, a.inal, n o &assa%a de uma es&i en%iada &elo inimigo$ontudo era doloroso ter -ue aceitar a %erdade

$laro -ue n o, milorde2 e?clamou, entre solu os ó esta%a .alando com eles2;assaram se mais alguns minutos, longos e angustiantes, at7 -ue Alain .inalmente tornou a

.alar Durante todo o tem&o, entretanto, ele a mediu de alto a 'ai?o, c/eio de descon.ian a Muito 'em, Haesel 5amos di*er -ue, dessa %e* aceitarei sua descul&a eu rosto esta%a

tomado &or desgosto e sus&eita Nunca mais %olte a-ui em'ai?o, entendeu3>la .e* um sinal a-uiescente com a ca'e a, en-uanto as l6grimas mol/a%am l/e a te*

macia >sses /omens s o mercen6rios, &erigosos e cru7is N o teriam o menor escr9&ulo emestu&r6 la e cortar seu &esco o no instante seguinte Agora, saia da-ui2

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$laire n o es&erou segunda ordem u'iu a escada o mais de&ressa -ue suas &ernastr:mulas l/e &ermitiram Mentalmente, agradecia a Deus -ue Alain n o a ti%esse ou%ido .alarem .ranc:s

Assim -ue Haesel &artiu, Alain %oltou se aos seus /ós&edes in%olunt6rios, -ue esta%amatr6s das grades da &orta

Fem, 6 ti%eram tem&o su.iciente &ara reconsiderarem suas &osi es durante a noite

;ortanto, de uma %e* &or todas, o -ue esta%am .a*endo na .loresta de Ha!"s!ell3 86 l/e dissemos >st6%amos indo ao encontro das .or as do rei >ste% o o /omemc/amado 8ean res&ondeu, com m6 %ontade

$omo ontem, continuo a n o acreditar nisso2 Alain redarg iu, com uma seguran a -ueesta%a longe de sentir ainda mais de&ois de ter encontrado a no%a sena con%ersando com os&risioneiros Nen/um 'atal/ o de >ste% o est6 acam&ado nas &ro?imidades de Ha!"s!ell,&ois ten/o o controle a'soluto do %ale

e n o -uer acreditar no -ue di*emos, o &ro'lema 7 seu2 o outro /omem a.irmou,r+s&ido

Ac/am -ue sou um idiota &ara cair nessa /istória a'surda3 ;ois -uem est6 em a&urosa-ui s o %oc:s, n o eu2 A.inal, n o estou con.inado em uma cela Alain de%ol%eu a&ro%oca o, com um sorriso de ironia nos l6'ios >m seguida, .ran*iu o cen/o, ad-uirindo umae?&ress o im&iedosa ;or -ue est o a-ui3 >s&era%am se in.iltrar no castelo3

N o, milorde < -ue ele disse 7 %erdade2 o &risioneiro de nome I%o garantiu J uma &ena -ue continuem a insistir nessa mentira Alain comentou, sacudindo osom'ros com descaso

>nt o %ai nos torturar, milorde3 N o temos medo2 8ean 'radou, em'ora a in-uietudeem seu ol/ar denunciasse o contr6rio

;ode ser <u tal%e*, sim&lesmente, es-ue a -ue est o a-ui em'ai?o Deu una risadaamea adora Imaginem, /omens, nada de comida ou de 6gua, ningu7m &ara %isit6 los As/oras trans.ormando se em dias, os dias em semanas ;or -uanto tem&o ag entariam3

< 'astante &ara %er esse castelo cair nas m os de >ste% o2 I%o .e* -uest o deretrucar, cus&indo &ara o lado com des&re*o

A-uela res&osta seria a&enas uma &ro%oca o, ante a amea a iminente de tortura ou de.ome3 <u tal%e*, con/ecendo algum &lano de >ste% o &ara atacar o castelo em 're%e,acreditassem em uma li'erta o r6&ida3 ó o tem&o &oderia solucionar essa d9%ida

$m%ora não ei&asse transparecer# 'lain não aprovava o uso e tortura para arrancar informaç(es e nen)um prisioneiro* +or isso a mel)or alternativa para fa,er com que f alassem seria mant: los &resos &elom6?imo de tem&o Assim aca'aria minando a con.ian a e a resist:ncia de am'os

< .ato ines&erado nessa /istória toda era a estran/a &resen a de Haesel na-uela &arte do$astelo de Ha!"s!ell >m'ora ela agisse como se esti%esse e?&lorando sua no%a moradia,/a%ia uma enorme dist@ncia entre andar &elos corredores, c modos e escadarias sem .im deum castelo e erguer um al a& o, descendo em um cala'ou o su'terr@neo

ua intui o l/e di*ia &ara .icar 'em atento aos &assos da-uela descon/ecida >, at7 agora,seus &ressentimentos amais .al/aram

Deu um sorriso maroto ao lem'rar das caras de es&anto de sir Gautier e do c/e.e daguarda, -uando resol%era interrom&er a con%ersa, sem dar l/es nen/uma e?&lica o A.inal,como &oderia di*er -ue ti%era um &ressentimento de -ue de%eria %er os &risioneiros na-ueleinstante3 e .i*esse isso, no m+nimo, iriam &ensar -ue esta%a louco, ou ent o en.eiti ado

Fem, de certa .orma, todos os moradores do castelo 6 esta%am acostumados com essesseus rom&antes, a&esar de continuarem .icando 'o-uia'ertos $ircula%am at7 'oatos de -ue o'ar o &odia ler &ensamentos e en?ergar a %erdadeira alma das &essoas A %el/a I%#costuma%a di*er -ue ele /erdara esse dom de um ante&assado druida

De -ual-uer maneira, Alain sa'ia a&enas -ue, Bs %e*es, inde&endente de sua %ontade,imagens l/e %in/am B ca'e a, seguidas &or estran/os &ressentimentos, os -uais sem&re secon.irma%am $ontudo, dessa %e*, .icara t o at nito -uanto seus ser%os, ao se de&arar comHaesel, con%ersando com os &risioneiros

A'andonando re&entinamente a-ueles de%aneios, %oltou se &ara os /omens de HardouinC =alam ingl:s3 &erguntou, tentando &eg6 los des&re%enidos $aso a res&osta .osse

negati%a, a /istória de Haesel iria &or terra A.inal, ela alega%a n o .alar .ranc:s >ssa l+ngua de '6r'aros3 8a

Alain ou%iu um 'arul/o, acom&an/ado &or um gemido, como se I%o ti%esse le%ado um ta&ano om'ro < su.iciente &ara trocar algumas &ala%ras com a-uela garota loira 8ean encarregou se

de .ornecer a res&osta a&ro&riada

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im, a-uela mo a seria ca&a* de me .a*er .alar at7 latim2 I%o comentou, malicioso J sua amante, milorde3

em retrucar, Alain retirou se, antes -ue aca'asse estrangulando a-ueles dois2 N o sa'ia&or-ue, mas ou%i los .alar so're os atri'utos .+sicos de Haesel o dei?a%a .urioso2

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J admitiu, %oltando a .itar >!ald Mas como sa'e disso3 Annis 7 min/a es&osa e?&licou N o esti%e no antar de ontem, mas ela me contou o

-ue aconteceu e esse soldado %oltar a incomod6 la, 'asta di*er a Annis, -ue eu meencarregarei de &uni lo &elo atre%imento

<'rigada, 7 muita gentile*a de sua &arte e a 'em %inda a Ha!"s!ell, Haesel2 Lem'rando se da es&ada -ue tin/a nas m os,

acrescentouC A con%ersa est6 'oa, mas ac/o mel/or %oltar ao tra'al/o en o nunca %ou

terminar essa armaDiscretamente, o'ser%ou a o.icina de >!ald, 'em como a sala ao lado, onde .ica%amguardadas muitas armaduras e armas dos mais %ariados ti&os e modelos >nt o des&ediu se e%oltou &ara o imenso &6tio

Res&irou .undo, tomando . lego Ainda /a%ia muito o -ue andar se -uisesse ter uma no ogeral de como era o $astelo de Ha!"s!ell2

Ao .inal de duas /oras, $laire 6 /a%ia %isitado a sala de .ermenta o, a estre'aria, agigantesca co*in/a e os est6'ulos $on/ecera muitas &essoas e nen/uma delas descon.iara desua %erdadeira origem no're e normanda

Meio cansada de sua &eregrina o, dei?ou os est6'ulos &ara tr6s, c/egando ao reser%atóriode 6gua do castelo, a'astecido &or tr:s &o os >m um canto, de'ru ada so're um enormetan-ue, encontrou Annis

A la%adeira a rece'eu com entusiasmo e carin/o, .a*endo com -ue se sentisse realmente-uerida De&ois, a&resentou l/e uma com&an/eira de ser%i o, L#ssa >stou .eli* &or con/ec: la2 $laire disse, radiante No entanto a rea o indi.erente da

mo a te%e o mesmo e.eito de um 'an/o de 6gua .ria em seus @nimos em dei?ar se a'ater&or a-uela demonstra o gratuita de &ouco caso, resol%eu insistir Eal%e* a mo a .osse t+mida De antem o &e o l/e descul&as, caso eu %en/a a con.undir seu nome 86 con/eci tantas&essoas esta man/ , -ue min/a ca'e a est6 *on*a2 orriu, tentando con-uistar a sim&atiade L#ssa 5e amosC Hert/a 7 a cer%e eira, Gu#, o .erreiro, Marie, Eans#, =lora e ;etertra'al/am na co*in/a A/2 $laro2 Eam'7m con/eci seu marido, Annis

>!ald 7 um 'om /omem2 ela e?clamou, com um ril/o a&ai?onado no rostoL#ssa, entretanto, continuou calada, medindo cada cent+metro do cor&o de $laire com um

ol/ar desden/oso e c/eio de rancor$laire 6 esta%a come ando a se &reocu&ar com a-uela atitude /ostil er6 -ue /a%ia algo

errado com seu so-ue3 >n.im, aca'aria desmascarada3;erce'endo o clima tenso entre as duas, Annis &iscou $laire >m seguida, ol/ousigni.icati%amente &ara Hug/ le Gros, -ue ainda .a*ia a ronda na mural/a, acima de ondeesta%am

A-uele gesto sim&les lan ou um .oco de lu* so're o &ro'lema A o%em la%adeira esta%aa&ai?onada &or le Gros, &or isso considera%a a descon/ecida como sua ri%al2 $laire te%e -ue sees.or ar &ara re&rimir o riso, diante temores a'surdos da mo a Ao menos, resta%a l/e oconsolo de n o ter des&ertado sus&eitas -uanto B sua identidade

A&ós a-uela desco'erta /il6ria, des&ediu se das la%adeiras e continuou a e?&lorar o &6tio=alta%a ainda a e sul, no e?tremo o&osto B entrada do sal o &rinci&al a -ue sa'er o -ue /a%iano 'loco retangular, &ró?imo torre da ca&ela

$omo se ti%esse adi%in/ado as d9%idas de $laire, sir Gautier &assou &or ela, a&ressado,entrando e?atamente no &r7dio em -uest o ;ortanto concluiu tratar se dos a&osentos dosca%aleiros e demais moradores im&ortantes castelo

atis.eita com a desco'erta, ela deu meia %olta, a&ro?imando se mais uma %e* da ca&ela>nt o, ao &assar &or um dos enormes %itrais coloridos, ou%iu as %o*es de Guerin e ;eronellerecitando li es de catecismo Dessa .orma, tam'7m .icou sa'endo em -ue &onto do castelo o&adre leciona%a &ara as crian as

Fem, agora -ue 6 ti%era uma %is o geral da cidadela, como era c/amada a &arte internadas mural/as, 6 era tem&o de a%enturar se do lado de .ora

;assando atra%7s do &ort o e da &onte le%adi a do castelo, .ica%a uma grande .ai?a deterra, &rotegida &or uma segunda mural/a essa 6rea tam'7m era con/ecida &elo nome de&6tio e?terno, < %ilare o, o cemit7rio e algumas 6reas &ara o culti%o de alimentos e cria o deanimais .ica%am dentro desse es&a o &rotegido Al7m da segunda mural/a, estendiam se osgrandes dom+nios do .eudo de Ha!"s!ell, com&osto &or 'os-ues e cam&os &ara a agricultura

$laire n o te%e di.iculdade alguma &ara atra%essar o &ort o, &ois Ha!"s!ell n o esta%a emestado de alerta No entanto, como acontecia com -ual-uer castelo, diante da imin:ncia de-ual-uer &erigo, ningu7m &oderia cru*ar essa lin/a sem a &ermiss o de um ca%aleiro A.inal,essa era a 9nica &assagem &or onde os in%asores &oderiam &enetrar no interior da .ortale*a

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ma %e* do outro lado, resol%eu seguir &ara a es-uerda Al7m de sa'er -ue o %ilare o e ocemit7rio .ica%am B direita, -ueria e%itar -ual-uer &ossi'ilidade de encontro com Gilda N osa'ia 'em o &or-u:, mas a-uela mo a rui%a a dei?a%a terri%elmente irritada

;or sorte, seguindo o camin/o -ue escol/eu, aca'ou se de&arando com um sur&reendente e'em cuidado ardim, onde a grande %edete era a rosa Ha%ia roseiras de %6rias cores etaman/os, e?alando um &er.ume ine'riante Magnólias, cam7lias, 'ocas de le o, tre&adeiras ein9meras outras es&7cies tam'7m com&artil/a%am os canteiros, criando uma atmos.era de

rara 'ele*a$laire riu, e?tasiada com a-uela .esta de cores e &er.umes 86 desco'rira o lugar onde ascrian as &oderiam col/er um magn+.ico 'u-u: &ara o t9mulo de I%# >nt o sentou se so're arel%a macia, dei?ando sua mente %agar &ela terra da .antasia e dos son/os

;erdeu o no o do tem&o -ue .icou na-uele mundo contem&lati%o, onde nen/um &ro'lemaou d9%ida &oderiam , atorment6 la ;or7m, como nada dura &ara sem&re, uma indaga o .eitaao acaso, a o'rigou a a'andonar a-uele estado de &a* &ara cair, outra %e*, na dura realidade

er6 -ue 89lia tam'7m encontra%a a mesma tran- ilidade alegria -ue estoue?&erimentando, ao redor desses canteiros3

;ronto2 A triste*a %oltou a assolar seu cora o, como uma er%a danin/a -ue %ai c/egandode%agar e, em &ouco tem&o, domina tudo2 ;ensar em 89lia .e* com -ue $laire recordasse suadi.+cil e &erigosa miss o nesse castelo

entindo outra %e* o &eso da res&onsa'ilidade so're os om'ros, le%antou se da rel%a e

&rosseguiu seu camin/o m &ouco B .rente, na dire o da torre norte, come a%a uma /ortagigantesca, duas %e*es maior e com o tri&lo de %ariedades de legumes da /orta do $astelo de$o%erl# Era'al/ando com esmero em um dos canteiros, $laire encontrou o res&ons6%el &ora-ueles ardinsC um %el/o desdentado e com rosto c/eios de rugas, -ue se a&resentou comoLe!

A&ós uma r6&ida con%ersa, ela continuou a%ante, encontrando agora um tan-ue .indo, ondeera criada a maioria dos &ei?es -ue a'astecia o castelo >m'ora /ou%esse %6rios rios cortandoa regi o, nem sem&re era seguro &escar, &ois /a%ia o risco de ata-ues de inimigos ou mesmode .oras da lei, -ue %aga%am de um .eudo a outro, escondendo se nas .lorestas Al7m disso,era muito &rudente manter .ontes de a'astecimento dentro dos limites das mural/as Assim,em caso de guerra, um castelo &oderia .icar sitiado durante meses

A seguir, c/egou ao &omar, dominado &or macieiras e cere eiras edu*ida &elo odorcon%idati%o das .rutas, $laire n o resistiu B tenta o e a&an/ou algumas cere as maduras deum gal/oMais B .rente, /a%ia um am&lo gramado, &alco de concorridas dis&utas entre ca%aleiros, nas7&ocas de .estas, mas -ue, no dia a dia, tam'7m era utili*ado como 6rea de treinamento

Gostaria de &rosseguir com a-uela e?curs o, dando a %olta com&leta ao redor da mural/ae?terna ;or7m esse &asseio teria -ue .icar &ara outro dia, 6 esta%a tarde e n o sea&ressasse, n o conseguiria c/egar B cidadela antes da re.ei o do meio dia2

>n-uanto camin/a%a, a&ressada, &elo mesmo camin/o -ue %iera, ia com&arando a&ros&eridade e a seguran a da-uele castelo com a .igura im&onente de seu mestreC Alain deHa!"s!ell $omo &udera crer -ue seria ca&a* de desa.iar o &oder desse /omem, dentro deuma .ortale*a como essa3

$om uma ruga de &reocu&a o na testa, lorde Alain sentou se ao redor da mesa &rinci&al,ladeado &elo &adre e &or sir Gautier, ca%aleiro -ue tam'7m administra%a o castelo

ir Gautier con/ecia seu mestre muito 'em &ara sa'er -ue de%ia dei?6 lo em &a*, sem&re-ue a-uela e?&ress o distante e &ertur'ada domina%a l/e o rosto $ontudo o mesmo n oacontecia com o &adre, -ue c/egara ao castelo /6 &oucos dias e, &or isso, ainda n o ti%eratem&o de con/ecer todas as nuances de /umor do 'ar o

A todo custo, &adre Gregor# tenta%a manter um di6logo com milorde, en%eredando &or%6rios temas di.erentes, sem o'ter sucesso

>sse assado de ant+lo&e est6 .ormid6%el, n o ac/a, milorde3 tentou mais uma %e*, semdesanimar, mastigando uma .atia da carne suculenta

Alain ol/ou &ara a .ace rosada do &adre, com as 'oc/ec/as muito salientes, de%ido aoe?cesso de comida na 'oca e o com&arou a um es-uilo Mesmo assim, n o ac/ou gra a nasemel/an a, nem sentiu se inclinado a &rosseguir com a-uela con%ersa tola, -uando suamente .er%il/a%a de d9%idas

Eal%e* N o estou com muito a&etite /o e Nada como um enterro, logo de man/ , &ara estragar o dia da gente J como se umanu%em negra ti%esse co'erto o 'ril/o do sol o &adre retrucou, meneando ca'e a, como secom&artil/asse da mesma a.li o No entanto, as &ala%ras seguintes deram outras dimens es

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aos seus sentimentosC ei -ue as crian as gosta%am muito da %el/a ama, milorde $ontudon o de%e &ermitir -ue a morte de uma mul/er do &o%o, com o cor&o marcado &elo &assar demuitos anos, &ossa entristec: lo De%e agarrar as r7deas do dia em suas m os e mano'r6 las eacordo com sua %ontade

Alain colocou a ta a de %in/o na mesa, com %iol:ncia $ertamente, o sucessor do caridoso&adre ;eter n o &assa%a de um tolo, .9til e 'a ulador2 entia o c/eiro de &ro'lemas no ar

;ensei -ue todos .ossem iguais &erante os ol/os de Deus, &adre Gregor#2 argumentou,

com o rosto cris&ado censura e indigna o <u ser6 -ue uma mul/er do &o%o, com o cor&omarcado &elo &assar de muitos anos , 'oa e caridosa, 7 considerada Oin.erior &elo Alt+ssimo3 A e?&ress o *angada de Alain ou a ironia de seu coment6rio de%em ter alertado &adreGregor# de -ue entrara em um terreno &erigoso, &ois ele se a&ressou a des.a*er o malentendidoC

</2 J claro -ue tem ra* o, milorde2 uas &ala%ras s6'ias só %:m acrescentar mais uma-ualidade Bs muitas -ue &ossui No entanto de%o alert6 lo -ue se &reocu&a demais com osdestinos de seu &o%o >m seu lugar, amais teria a'andonado meus im&ortantes a.a*eres &aracom&arecer ao .uneral de uma ser%a

Alain deu as costas ao &adre, %irando se &ara sir Gautier e ti%esse -ue di*er algo B-ueleidiota &om&oso, certamente suas &ala%ras %iriam acom&an/adas &or um 'om soco, -ue era o-ue ele merecia

De todas as asneiras -ue &adre Gregor# dissera, entretanto, em um as&ecto esta%a com a

ra* o < enterro da-uela man/ en%ol%era tudo em uma atmos.era de agonia e dor, como se,de .ato, uma nu%em negra esti%esse &airando so're o castelo >ra como se a morte esti%esserondando Ha!"s!ell, com seu odor maligno e nausea'undo

;rimeiro, .ora o 'om &adre ;eter, agora era I%# Duas mortes re&entinas e igualmentedolorosas &ara todos os moradores do castelo em um curto es&a o de tem&o J claro -ueam'os eram idosos e as condi es em -ue seus cor&os .oram encontrados n o le%anta%amsus&eitas de nen/um crime No entanto n o dei?a%a de ser uma coincid:ncia in.eli* Al7mdisso, todo a-uele ritual de se&ultamento .a*ia emergir do .undo de sua alma o remorso &elamorte de 89lia Ha%ia tantas coisas -ue gostaria de ter l/e dito, tantas maneiras de tentaralcan ar seu cora o endurecido Mas era tarde demais &ara descul&as e nada &oderia alterarisso2

5oltou a &egar a ta a, &rocurando a.ogar as m6goas com alguns goles de %in/o ;or7m issosó .e* mudar a dire o de suas &reocu&a es >m %e* de .icar remoendo as tristeslem'ran as de seu casamento com 89lia, &assou a &ensar na atitude es-uisita da no%a ama deseu .il/os, Haesel

N o /a%ia digerido as e?&lica es &ueris da mo a so're o &or-u: de estar no cala'ou o,con%ersando com os &risioneiros er6 -ue ela era t o inocente assim, a &onto de entrar emum 'uraco escuro e .7tido como a-uele, onde .ica%am assassinos &erigosos, a&enas &or seusde%eres crist os3 <u ela estaria escondendo algo3

Imediatamente, lan ou um ol/ar .urti%o &ara Haesel, sentada na mesa dos criados Guerin e;eronelle a ladea%am, dis&utando sua aten o, como se &artici&assem de um torneio de %idaou morte $iente da dis&uta entre os irm os, ela distri'u+a seus carin/os com igualdade, sem&ri%ilegiar um deles em detrimento do outro

;ai, dei?e nos sentar com Haesel dessa %e* ;eronelle l/e su&licara, com os ol/oslacrime antes >stou t o triste com a morte de I%# e só Haesel sa'e como acalmar min/ador

Deus .oi t o 'ondoso ao mand6 la &ara cuidar de nós, -uando resol%eu c/amar I%# aoc7u2 Guerin acrescentara, aca'ando &or derru'ar suas 9ltimas restri es B-uele &edido

Agora, ao o'ser%ar os dois, rindo .eli*es com Haesel, tin/a certe*a de -ue tomara a decis ocorreta, dei?ando -ue .i*essem a re.ei o na mesa dos ser%os

Diante do modo a.etuoso como ela trata%a seus .il/os, seria usto sus&eitar de Haesel3 ma'oa .arsante &oderia iludir muitas &essoas, mas ningu7m amais conseguiria enganar ocora o de uma crian a, .ingindo dis&ensar l/e um a.eto -ue n o sentia

Meu Deus2 N o sa'ia o -ue &ensar so're essa mul/er -ue, de s9'ito, in%adira sua %ida2 Milorde, esta tarde, de%emos &re&arar uma res&osta &ara a carta de lad# Matilde

Eam'7m &recisamos &onderar a mel/or estrat7gia &ara com'ater o no%o gol&e de >ste% o sir Gautier lem'rou, interrom&endo os de%aneios do 'ar o

Alain res&irou .undo, relem'rando o conte9do da carta da im&eratri*

Matilde esta%a col7rica com a mais recente t6tica usada &elo ri%al &ara desa.iar seu &oderem nen/um escr9&ulo, >ste% o %in/a distri'uindo, entre os seus %assalos, os mesmos .eudos-ue 6 &ertenciam aos no'res leais B causa da im&eratri* Gra as B essa estrategia, os

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sen/ores .eudais rec7m em&ossados luta%am 'ra%amente &ara de.ender suas &ro&riedades econ-uistar toda a Inglaterra &ara >ste% o

Na segunda &arte da carta, Matilde &assa%a de um tom solene e &reocu&ado &ara algo mais&re&otente >?igia -ue Alain, custe o -ue custasse, &usesse um .im nas &retens es a'surdasde Hardouin d >%reu? de con-uistar -ual-uer &arte dos dom+nios estrat7gicos de Ha!"s!ell;or -ue ele ainda n o &artira &ara o ata-ue, esmagando as tro&as do du-ue de Eres/am, comose .ossem um &un/ado de .ol/as secas so' seus &7s3

=6cil reclamar, milad# No entanto sa'e &er.eitamente o moti%o -ue me o'riga a&ermanecer em meu castelo, Alain /a%ia &ensado ao ler a-uelas &ala%ras agressi%as como osgol&es de um mac/ado ;ara Matilde, dar ordens era t o natural -uanto res&irar2

$omo de costume, ela encerra%a a carta, .a*endo in9meras considera es so're Guerin>ntre outras coisas, sugeria no'res -ue &oderiam rece': lo &ara seu treinamento de ca%aleiroe enumera%a uma s7rie de ogos de guerra -ue o a udariam a desen%ol%er as /a'ilidades &araluta $/ega%a ao &onto de mencionar as .am+lias com as -uais Alain de%eria .a*er alian as,atra%7s do &oss+%el casamento &recoce de Guerin2

m sorriso .ortuito esca&ou l/e dos l6'ios, ao &ensar na-uela -uest o < -ue Matilde iriadi*er -uando sou'esse -ue Guerin n o &retendia se casar, muito menos tornar se umca%aleiro3 $ertamente, ela teria um cola&so ner%oso ao desco'rir -ue o menino resol%eraseguir a carreira eclesi6stica >, antes -ue &udesse se re.a*er do c/o-ue e tirar algum &ro%eitodessa decis o, ela rece'eria um no%o gol&e Guerin tam'7m n o &retendia entrar &ara

nen/uma ordem ilustre, nem tornar se um alto mem'ro do clero Dese a%a a&enas ser um&adre sim&les e /umilde Milorde3 86 &ensou em como iremos res&onder Bs &ro%oca es de lorde Hardouin3 De%e

demonstrar .irme*a e ousadia, caso contr6rio, ele &ensar6 -ue Ha!"s!ell 7 um lugar .6cil deser &il/ado sir Gautier ad%ertiu

$oncordo com sua o&ini o, meu 'om Gautier &assando as m os &elo ca'elo, com umgesto de t7dio $ontudo dei?arei essa tare.a &ara outro dia >sta tarde, &retendo le%ar meus.il/os at7 o canil &ara -ue &ossam %er a no%a nin/ada

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Capítulo VII

Na man/ seguinte, $laire .oi des&ertada &elo 'arul/o ensurdecedor de um tro% o,en-uanto uma monumental tem&estade desa'a%a so're o %ale de Ha!"s!ell A.lita com asintem&7ries clim6ticas, deu um longo sus&iro, dese ando -ue o sol %oltasse a 'ril/ar o maisde&ressa &oss+%el $/u%a signi.ica%a con.inamento, o -ue iria retardar e muito o cum&rimentode sua miss o2

;ara seu deses&ero, entretanto, a-uele dese o n o se reali*ouDurante cinco dias consecuti%os, n o &arou de c/o%er um só minuto em Ha!"s!ell com aaltern@ncia entre le%es c/u%iscos e %iolentas &ancadas >m conse- :ncia disso, $laire te%e-ue a'andonar tem&orariamente -ual-uer &iano de le%ar seus &u&ilos &ara um &asseio na.loresta, -uando iria entreg6 los aos /omens de Hardouin ó l/e resta%a ser &aciente ees&erar &elo momento ade-uado

ua consci:ncia cul&ada n o se cansa%a de re&etir -ue as c/u%as ininterru&tas eram umcastigo de Deus, &or ter concordado em &artici&ar de algo t o sórdido -uanto o ra&to decrian as inocentes Ainda &or cima, de%ido essa demora, esta%a se a.ei oando cada %e* maisa ;eronelle e Guerin, o -ue tornaria tudo muito mais di.+cil

<utro &ro'lema decorrente desses longos dias c/u%osos era arran ar ati%idades &araentreter as crian as e mant: las dentro do castelo ;ara tanto, te%e -ue recorrer B toda suacriati%idade, in%entando ogos ou lem'rando de %el/as 'rincadeiras de sua &ró&ria in.@nciaMesmo assim na tarde do -uinto dia, seu re&ertório 6 /a%ia se esgotado

A&ro%eitando urna ligeira diminui o na intensidade da Qc/u%a, as crian as conseguiramcon%encer $laire a le%6 las ao est6'ulo, &ara -ue &udessem l/e mostrar seu & nei Dac#

N o satis.eitos com esse r6&ido &asseio, tam'7m se a%enturaram a correr &elo &6tioalagado, como se .ossem dois &6ssaros -ue aca'a%am de sair de um gaiola

>la só conseguiu tir6 los da c/u%a, &rometendo -ue .ariam um &asseio &elas redonde*as t ologo o sol %oltasse 'ril/ar >nt o le%ou os dois de %olta ao -uarto e &ediu aos outros ser%os -ueenc/essem a 'an/eira com 6gua -uente &ara a-uecer as crian as

>n-uanto os irm os 'rinca%am na 'an/eira, a&ro%eitou &ara trocar suas rou&asenc/arcadas &or outras, secas e lim&as, atr6s de um 'iom'o >m seguida, secou os longosca'elos loiros com uma toal/a e os a eitou em uma tran a, -ue sa+a da nuca e alcan a%a suacintura

A&esar de todas as &recau es de $laire, as crian as acordaram res.riadas e com .e're naman/ seguinte, usto -uando o sol torna%a a %isitar o %ale Gra as a isso, en.rentaram maisdois dias de con.inamento, -uase sem dei?ar a cama

$laire desdo'rou se &ara cuidar dos dois, recorrendo Bs indica es de &adre Gregor# &ara&re&arar cata&lasmas e c/6s B 'ase de er%as Aca'ou desco'rindo -ue o 'om /omem &ossu+aum %asto con/ecimento so're &lantas e &o es medicinais

em&re -ue o deses&ero e a ansiedade amea a%am &or causa da-uela semana &erdida,&rocura%a 'uscar consolo no .ato de -ue as crian as esta%am se recu&erando ra&idamente

>m sua d7cima noite no castelo, ao deitar se em sua modesta cama, $laire .e* um 'alan ode sua estada em Ha!"s!ell, concluindo -ue seu tem&o n o .ora de todo &erdido 86 &odiadeslocar se com .acilidade &ara -ual-uer &onto do castelo /a%ia encontrado 8ean e I%o, e lordeAlain &arecia ter aceitado sua descul&a &or .alar com os &risioneiros, &ois nunca mais tornara a

mencionar o assunto Eam'7m .i*era algumas ami*ades entre os /a'itantes do castelo, o -ue seria de grandea uda &ara a conclus o de sua tare.a uanto menos descon.iassem de sua &resen a, mais.6cil seria ultra&assar a-uelas mural/as de &edra, le%ando consigo os .il/os do 'ar o deHa!"s!ell >m'ora nem todos sim&ati*assem com ela, Annis, &adre Gregor# e 5erel, osorridente escudeiro de lorde A am, &rocura%am .a*er de tudo &ara -ue se sentisse em casa

em d9%ida alguma, seu maior trun.o era ter con-uistado o a.eto e a con.ian a de ;eronellee Guerin <s dois corriam, ansiosos, ao seu encontro, a&ós as aulas do &adre, contando o -ue/a%iam a&rendido Eam'7m &re.eriam sentar se com ela, durante as re.ei es, em %e* de.icarem unto do &ai, na im&onente mesa &rinci&al ma &ontada de remorso -ueimou l/e asentran/as, como se ti%esse engolido um .erro em 'rasas, ao &ensar na dece& o -ue seusador6%eis &u&ilos teriam, -uando desco'rissem -ue era uma .arsante Eal%e* nunca mais%oltassem a con.iar em algu7m

</, Meu Deus2 < -ue %ai ser de mim3 entia se in-uieta e c/eia de remorso &elo -ue iria.a*er >sta%a come ando a &ensar se n o teria sido mel/or ter se casado com a-uele terr+%el&retendente -ue o irm o escol/era ;elo menos assim, n o teria -ue %i%er com a-uela dor naconsci:ncia

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Atormentada, sentou se na cama, o'ser%ando carin/osamente as crian as Dormiam t o-uietas e tran- ilas, sem imaginar o &erigo -ue as rodea%a

N o, isso nunca2 ;osso entreg6 los a Hardouin, mas amais &ermitirei -ue l/es aconte a-ual-uer mal2, &ensou, determinada >sta%a dis&osta a cum&rir essa &romessa de -ual-uermaneira, mesmo -ue ti%esse -ue sacri.icar a &ró&ria %ida

Mais calma, %oltou a se deitar, &rocurando es%a*iar a mente de -ual-uer &reocu&a o 86era 'em tarde da noite e ainda n o conseguira adormecer A&esar de seus es.or os, as

crian as logo %oltaram a ocu&ar l/e os &ensamentosNa-uele mesmo dia, %i%era uma cena muito terna com os doisGuerin c/egara da aula, di*endo l/e -ue &re.eria muito mais as aulas de &adre Gregor# do

-ue as ma antes li es do .alecido &adre ;eterAo ou%ir a-uilo, os ol/os de ;eronelle enc/eram se de l6grimas Mas I%# gosta%a muito do &adre ;eter, ent o ele de%ia ser um 'om /omem Ac/o -ue

eles de%em estar untos ,no c7u murmurara, caindo em um &ranto con%ulso;o'res crian as2 E o o%ens e 6 /a%iam en.rentado a &erda de tantas &essoas -ueridas2

$omo se n o 'astassem as mortes de I%# e do &adre ;eter, n o .a*ia muito tem&o -ue 89lia.alecera

;ensar na amiga, le%ara $laire a se indagar como de%eria ter sido o relacionamento deGuerin com a madrasta $omo n o tin/a coragem de a'ordar a-uele assunto e as crian as

e%ita%am .alar so're 89lia, sa'ia muito &ouco so're a curta %ida da &rima em Ha!"s!ell Dere&ente, outra -uest o %eio &ertur'6 la uem seria a m e de Guerin, a.inal3 >staria %i%a oumorta3 Ningu7m, nem mesmo o menino, amais /a%ia .eito -ual-uer men o B essa mul/ermisteriosa

$laire %irou se mais algumas %e*es na cama, &rocurando encontrar uma &osi o maiscon.ort6%el $onseguiu a&enas su'stituir as d9%idas so're a origem de Guerin &or outro&ro'lema er6 -ue .i*era 'em ao &ermitir -ue as crian as l/e ensinassem .ranc:s3

;eronelle e Guerin esta%am t o .eli*es com a &ossi'ilidade de &oderem l/e ensinar algo,-ue n o te%e coragem de dece&cion6 los J claro -ue toma%a o cuidado de re&etir as &ala%rase .rases curtas com %6rios erros de &ron9ncia, &ara -ue n o descon.iassem de -ue o .ranc:sera sua l+ngua materna ;or7m, isso iria modi.icar 'astante sua situa o em Ha!"s!ell

At7 agora, lorde Alain e seus ca%aleiros n o se im&orta%am em tratar assuntos im&ortantes&erto dela, crentes de -ue n o entendia um &ala%ra de .ranc:s No entanto, da-ui em diante,seria mais di.+cil conseguir in.orma es no castelo;elo menos, de%eria ter e%itado mostrar muitos &rogressos na .rente de lorde Alain,recriminou se, recordando a %isita -ue .i*eram ao canil

;udera &erce'er o 'ril/o de sur&resa e descon.ian a nos ol/os de Alain, ao constatar ara&ide* com -ue a &o're e ignorante Haesel esta%a a&rendendo a no%a l+ngua Eoda%ia ele n o.ora o 9nico a se sur&reender $laire tam'7m .icara &er&le?a com o amor e o carin/o -ue elededica%a aos seus c es, -ue o adora%am

>n-uanto as crian as 'rinca%am com os animais, Alain ti%era a &aci:ncia de e?&licar B 'elaser%a inglesa a di.eren a entre as %6rias ra as -ue &ossu+a Alguns dos animais, entretanto, 6eram con/ecidos de $laire &ois, como em todo castelo, os c es &re.eridos tin/am a /onra detransitar &elo sal o &rinci&al

>m&olgados &ara mostrar ao &ai o e?celente tra'al/o -ue esta%am .a*endo com Haesel,Guerin e ;eronelle resol%eram a&ro%eitar a-uele am'iente &ara ensinar no%as &ala%ras.rancesas &ara a ama No%amente, &ara n o dece&cionar as crian as, $laire se &ermitirareali*ar muito mais acertos do -ue a &rud:ncia l/e recomenda%a

>m dado momento, lorde Alain resol%era su'stituir os .il/os, &assando a ministrar l/e&essoalmente as li es $om uma e?&ress o indeci.r6%el, ele a&onta%a algo e di*ia o nome em.ranc:s, -ue de%eria ser re&etido &or $laire De re&ente, ele a&ontou &ara o muro e disse, meioao acasoC

La m7re Le ela come ara, calando se, de s9'ito, ao &erce'er -ue esti%era &restes a corrigi lo2

Muro, em .ranc:s, era le mur e n o la m7re, como ele disseraA-uele interesse re&entino de lorde Alain no a&rendi*ado de Haesel, na %erdade, n o

&assa%a de uma encena o 'astante astuta &ara desmascar6 la2 ;ortanto ele anda%a muitomais descon.iado a seu res&eito, do -ue &oderia imaginar

Descul&e me, milorde $omo .oi mesmo -ue disse3 ela indagara, /umildemente,recorrendo, mais uma %e*, a su&osta ignor@ncia de Haesel &ara se de.ender Min/a ca'e a 6 est6 .er%endo com tantas &ala%ras no%as

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>le tin/a cra%ado um ol/ar in-uisidor no rosto de $laire, como se -uisesse des%endar seus&ensamentos mais +ntimos

;assaram se alguns segundos, antes -ue ele tornasse a .alar, &or7m $laire ti%era asensa o de -ue .oram /oras

Ac/o -ue 6 a&rendeu coisas demais &ara um 9nico dia De -ual-uer .orma, tam'7mde%o retornar Bs min/as o'riga es

De s9'ito, um ru+do %indo da cama de uma das crian as .or ou $laire a a'andonar todas

a-uelas recorda es &ara se concentrar no &resente Le%antando se, %iu -ue ;eronelle c/ora%a'ai?in/o, em'ora continuasse dormindo$arin/osa, sentou se &erto da menina e a.agou l/e os ca'elos negros at7 -ue tornasse a

.icar tran- ilaIguais aos de Alain sur&reendeu se a &ensar, en-uanto segura%a uma mec/a do ca'elo de

;eronelleLorde Alain Lorde Alain a/3 Meu Deus2 < -ue est6 acontecendo comigo3 ;or mais -ue

tente, -uando dou &or mim, estou &ensando nesse /omem2 Isso 6 est6 se trans.ormando emid7ia .i?a2 A&ertou a ca'e a com as m os, como se esse sim&les gesto 'astasse &ara li%r6 lada imagem ines-uec+%el de Alain de Ha!"s!ell

Atormentada, .oi at7 a anela em 'usca de um &ouco de ar .resco >m'ora n o esti%essecom .e're, tin/a a sensa o de -ue o cor&o esta%a &egando .ogo

Nossa2 er6 -ue n o conseguiria dormir essa noite3 H6 /oras %in/a tentando &egar no sono,

&or7m, com o &assar do tem&o, esta%a .icando mais ner%osa e a.litae tomasse um &ouco de %in/o, certamente iria se desligar de todas a-uelas &reocu&a es,aca'ando &or adormecer No entanto n o esta%a em seu -uarto, no $astelo de $o%erl#, ondeuma arra de %in/o sem&re era mantida ao lado da cama

Ali em Ha!"s!ell, se -uisesse um ta a da 'e'ida, teria -ue descer at7 o sal o &rinci&al, ouir diretamente &ara a co*in/a Eoda%ia am'as as alternati%as eram muito &erigosas na-uela/ora da noite &oderia ser molestada &or algum /omem em'riagado -ue ainda %aga%a &eloscorredores do castelo

De -ual-uer modo, &recisa%a .a*er alguma coisa, e .icasse mais algum tem&o ali noescuro, &ensando, aca'aria enlou-uecendo2 Al7m disso, &oderia at7 acordar as crian as comtoda a sua agita o Eal%e* um &asseio &ela torre conseguisse acalm6 la

em &ensar duas %e*es, ogou o modesto ?ale so're os om'ros e saiu do -uarto A essa/ora da noite, di.icilmente iria encontrar algu7m na-uela &arte do castelo, onde &oderiaadmirar as estrelas e sentir a 'risa re.rescante do norteA 'el+ssima lua c/eia .oi a &rimeira coisa -ue %iu, ao c/egar ao alto da torre, dois andaresacima do -uarto das crian as >nt o, en.eiti ada &ela grandiosidade da nature*a, sentou se emuma sali:ncia do muro e .icou a o'ser%ar o c7u estrelado, -ue at7 &arecia um tra e de %eludonegro, sal&icado de diamantes =i*era 'em ao tra*er o ?ale a 'risa noturna esta%a mais .ortedo -ue &oderia imaginar, agitando seus ca'elos

=inalmente, de&ois de 'oce ar algumas %e*es, le%antou se, sa'endo -ue 6 esta%a na /orade regressar ao -uarto $ontudo, no intimo, n o esta%a com a menor %ontade de dei?ar esselugar 'elo e tran- ilo, onde os &ro'lemas n o &oderiam alcan 6 la ;or isso resol%eu contrariara %o* da &rud:ncia, am&liando sua &erman:ncia ali em cima

lu* do luar, contem&lou o %ale e, de&ois, o &6tio interno do castelo, Eudo &areciamergul/ado em sono &ro.undo, e a&enas algumas toc/as continua%am acesas ao redor damural/a e em alguns &ontos do &6tio <s 9nicos a -ue'rarem essa calmaria eram os guardas-ue .a*iam a ronda noturna

Eentando retardar mais um &ouco sua &artida, $laire continuou a o'ser%ar o cen6rio aoacaso ;or7m aca'ou desco'rindo uma lu*, %inda de uma anela do outro lado do &6tio, ind+ciode -ue n o era a 9nica &essoa a so.rer de ins nia na-uela noite

$uriosa, concentrou se na-uele &onto iluminado, concluindo -ue de%eria ser o -uarto de&adre Gregor# m &ensamento estran/o &assou l/e &ela ca'e aC o -ue o calmo &adreGregor# estaria .a*endo, acordado at7 a-uela /ora3

$omo uma gota em um oceano, logo a-uela o'ser%a o &erdeu im&ort@ncia Ha%ia tantascoisas s7rias &ara se &reocu&ar, em %e* de imaginar o -ue o &adre estaria .a*endo demadrugada >nt o %irou se &ara o lado de .ora das mural/as $om um &e-ueno es.or o, da%a&ara distinguir a estrada -ue le%a%a a Londres, a maior e mais im&ortante cidade da Inglaterra

A-uele -ue controla Londres, 7 o sen/or de todo o reino , todos di*iam >, nesse momento,

os cidad os londrinos .a%oreciam o rei >ste% o, dando as costas B im&eratri* Matilde Mas, ser6-ue essa situa o &ersistiria &or muito tem&o3 A Inglaterra esta%a %i%endo dias di.+ceis Dois/erdeiros dis&uta%am a coroa, mergul/ando o reino em uma sangrenta guerra ci%il

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De um lado, esta%a >ste% o de Flois, so'rin/o de Henri-ue I $om o a&oio de uma 'oa &arteda no're*a, resol%era contrariar a %ontade do tio, usur&ando o trono -ue de%eria ser da &rima

No outro e?tremo, /a%ia Matilde, im&eratri* do acro Im&7rio, -ue .ora nomeada /erdeira dotrono da Inglaterra &or seu &ai No entanto, em'ora .osse c/amada de rain/a &or seusde.ensores, ainda n o .ora de .ato coroada ;ara conseguir o -ue l/e era de direito, &recisaria&ersuadir os l+deres de Londres a aceit6 la como so'erana

$laire e toda sua .am+lia eram &artid6rios de >ste% o, en-uanto o &oderoso sen/or de

Ha!"s!ell era um dos &rinci&ais de.ensores de MatildeNesse cen6rio de lutas, intrigas e trai es, era di.+cil &re%er -uem seria o %encedor>ntretanto, segundo os relatos de Hardouin, a &artir do ano crist o de 1140, a rede dees&ionagem do rei >ste% o come ara a se mostrar de.iciente >m conse- :ncia, os &artid6riosdo rei &areciam estar sem&re um &asso atr6s de Matilde, como se tudo n o &assasse de umgigantesco ta'uleiro de ?adre*

Eantas eram as d9%idas -ue a a.ligiam, -ue te%e a sensa o de -ue sua ca'e a iriae?&lodir2

e a situa o da Inglaterra &odia ser com&arada B um ogo de ?adre*, -ue &a&7is estariamre&resentando Guerin, a &e-uena ;eronelle e ela &ró&ria3 Ali6s, caso seguisse B risca os &lanosde Hardouin, -uem &oderia garantir -ue lorde Alain .icaria B merc: dos dese os de >ste% o3 >,mesmo -ue ele o .i*esse isso seria su.iciente &ara -ue os &artid6rios do rei dessem um ?e-uemate na im&eratri*3 < &ior de tudo era sa'er -ue a-uele n o era um ogo de 'rincadeira,

lida%a com a %ida de &essoas, cada lance &oderia signi.icar a destrui o ou a morte de muitagenteA.inal, &or -ue de%eria se &reocu&ar com &essoas -ue tin/am ol/os &ara ogos de &oder e

am'i o3 No .undo, Hardouin, >ste% o, Matilde, lorde Alain e todos os outros no'res seriamca&a*es de %ender a &ró&ria .am+lia &or &oder2 Eodos eles se mereciam2 A 9nica di.eren aentre eles 7 -ue esta%am em lados o&ostos

ma %o* interior, %inda do recantos mais &ro.undos sua alma, tentou de.ender Alain,alegando -ue ele amais &oderia ser &osto ao lado do dia'ólico Hardouin >%reu? $ontudo,re&rimiu essa %o* com %eem:ncia, comentando -ue &recisa%a &ensar em si mesma, ouaca'aria esmagada &or a-uela rede de intrigas

Mal &odia acreditar -ue, assim -ue com&letasse a-uela miss o, estaria li%re2 <u mel/or,teria a mesma li'erdade -ue as mul/eres de sua 7&oca &oderiam des.rutar, &ara -uem nadatin/a, a-uilo &arecia o &ara+so2

Moti%ada &ela &ossi'ilidade de escol/er seus &ró&rios camin/os dali &ara a .rente, des%iou aaten o &ara a %ista de Ha!"s!ell, 6 sua es-uerda No sil:ncio da noite, & de ou%ir o cantoa&ai?onado do rou?inol, -ue ta%a sedu*ir alguma .:mea Mas, de re&ente, -ue'rando a-uelaatmos.era rom@ntica, o grito &a%oroso de uma coru a cortou o ar

$laire .icou toda arre&iada, em'rul/ando se no ?ale ua antiga ama costuma%a di*er -ueas coru as carrega%am as almas &erdidas de todos -ue /a%iam morrido sem rece'er ossacramentos Mais alguns minutos e sentiu um cala.rio na es&in/a, ao ou%ir o gritodeses&erado de um animal, &ro%a%elmente um coel/o ou um es-uilo, -ue de%ia ter sidoa&an/ado &ela coru a

Eremendo dos &7s B ca'e a, disse a si mesma -ue era rid+culo dei?ar -ue uma antigasu&ersti o a assustasse da-uela maneira Mas esse argumento n o surtiu o e.eito es&erado econtinuou a 'ater o -uei?o de medo >nt o recostou a ca'e a na &edra .ria do &ara&eito,en-uanto o cora o &ulsa%a acelerado

=ora um grande e-ui%oco, %ir at7 a torre, crente de -ue o 'ril/o da lua &udesse a ud6 la adormir ó conseguira arran ar mais &ro'lemas &ara se &reocu&ar

uem est6 a+3 uma %o* rouca indagou em .ranc:s, -uase matando $laire de sustoNo mesmo instante, ela se ergueu, ol/ando na dire o da %o* ;or7m a &enum'ra en%ol%ia

o rec7m c/egado, im&edindo a de identi.ic6 lo#ui come ou a .alar em .ranc:s, mas, ao &erce'er a .al/a, &assou imediatamente

&ara a l+ngua inglesa uem 7 %oc:3 N o &osso %: lo>m %e* de res&onder, o estran/o come ou a a%an ar, &ara deses&ero de $laire, -ue .oi

retrocedendo at7 se encostar na &arede ;or -ue &ergunta3 Acaso esta%a B es&era de algu7m3 ele retrucou, c+nico Iluminado

&elo luar, sua identidade .inalmente .oi re%elada < estran/o n o era outro sen o lorde Alainem carne e osso2

5estia a mesma t9nica -ue usara no antar, re%elando -ue ainda nem /a%ia tentado dormir,e segura%a um c6lice nas m os A lu* do luar, seus ca'elos negros gan/a%am re.le?o a*ulado,tornando o mais atraente e sedutor Ma que ab urdo! *omo po o pen ar em uma coisa

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de a ne e momento!?, re&reendeu se, con.usa com as emo es contraditórias -ue ain%adiam

N o estou es&erando ningu7m, milorde < -ue .a* a-ui3 2ola! *omo erva, n3o tem odireito de que tionar enhor!

>le esta%a t o &ró?imo agora, -ue $laire & de %: lo sus&ender as so'rancel/as, ir nico esur&reso com a imin:ncia da-uela &ergunta

< -ue eu estou .a*endo a-ui32 <ra, esta torre 7 min/a2 <u acaso n o sou o sen/or de

Ha!"s!ell3 a&esar das &ala%ras arrogantes, n o /a%ia .9ria em sua %o*, mas sim, sarcasmo >?iste alguma ra* o, -ue eu descon/e a, -ue me im&e a de %agar &or a-ui e 'e'er o,-uando -uiser3

$on.usa, $laire .e* um gesto negati%o com a ca'e a Gostaria de sair correndo dali, masesta%a encurralada a uma das &aredes da torre, Bs suas costas, e o gigantesco Alain 'em B.rente, 'lo-ueando l/e o camin/o

$laro -ue n o, milorde N o -uis di*er isso tentou descul&ar se, gague ando óesta%a sur&resa %: lo a-ui ;ensei -ue todos esti%essem dormindo B /ora a&ro?imando seainda mais de $laire, ele 'e'eu um &ouco da ta a, antes de res&onderC

im, 7 o -ue eu de%eria estar .a*endo Mas estou sem sono =itando a-ueles ol/osa*uis, de maneira sarc6stica e &ertur'adora, acrescentouC Fem, agora 6 res&ondi sua&ergunta, %ou de%ol%er l/e a mesma ent o < -ue .a* a-ui3 >st6 es&erando algum amante3Hug/ Le Gros, tal%e*3

>la .icou l+%ida, diante de taman/a o.ensa N o, milorde2 e esti%esse B &rocura de um /omem, certamente n o seria Hug/2 Mas o.ato 7 -ue n o

>le a cortou, 6s&eroC Eem certe*a3 Hug/ &arecia 'astante em&olgado com %oc: na-uele antar Descul&e me, milorde e &ensa assim, n o de%e ter me %isto rec/a ar as &ro&ostas

indecentes dele2Lorde Alain sacudiu os om'ros, com t7dio Algumas mul/eres gostam de sedu*ir os /omens, .ingindo des&re*6 los ;ensei -ue essa

.osse sua t6tica$laire .icou muda de es&anto, ao ou%ir a-uela insinua o maldosa ue direito ele tin/a

&ara /umil/6 la da-uela maneira e, ainda &or cima, in ustamente3 ;ois est6 muito enganado a meu res&eito, milorde2 N o sou esse ti&o de mul/er2

e?clamou, en.6tica, assim -ue conseguiu recu&erar a %o* Ali6s, coincid:ncia ou n o, só %imat7 a-ui &elos mesmos moti%os -ue o sen/or, isto 7, ins nia2A .irme*a e a cólera de $laire o dei?aram sem a o &or alguns momentos $ontudo, -uando

tornou a .alar, esta%a mais sarc6stico do -ue nuncaC Muito 'em, %amos admitir -ue n o esta%a B es&era de Le Gros ou de -ual-uer outro ;or

acaso n o l/e ocorreu -ue algum /omem &oderia encontr6 la a-ui em cima e &ensar -ueesti%esse B &rocura de com&an/ia3

>la em&alideceu Nesse &onto, ele esta%a com toda a ra* o Meus soldados &atrul/am as mural/as durante toda a noite, Haesel ele &rosseguiu,

atento B cada nuance da .isionomia de $laire o 'ons /omens, &or7m um tanto rudesest o acostumados a &ensar -ue mul/eres decentes n o dei?am seus -uartos no meio danoite &ara contem&lar a lua Ainda mais usando tra es t o sum6rios

$onstrangida, $laire 'ai?ou os ol/os, a&ertando ainda mais o ?ale contra o cor&o ó agorarecorda%a -ue %estia &enas uma .ina camisola de algod o, &or 'ai?o do ?ale

N o tin/a coragem de .it6 lo outra %e* =ora acusada de ser uma mul/er le%iana e seustra es &areciam con.irmar as sus&eitas dele Ein/a %ontade de es'o.ete6 lo2 Mas, mesmo a/umilde Haesel, n o &oderia e?tra%asar sua rai%a dessa .orma

entiu as l6grimas umedecerem seus ol/os, mas cerrou dentes com .or a e engoliu o c/oro>ra orgul/osa .eria morrer a c/orar na .rente dele agora2

>sta%a muito a'a.ado l6 no -uarto e eu n o conseguia adormecer Eam'7m .i-uei commedo de acordar crian as %oltou a insistir na-uela descul&a, -ue, de contas, era%erdadeira ua %o* esta%a rouca e tr:mula, mas conseguia dis.ar ar 'em a ira into muitoo o.endi, milorde 5oltarei ao -uarto agora mesmo2 Nunca &ensei -ue %ir at7 a-ui &udessedesagrad6 lo

=e* um mo%imento &ara a.astar se, no entanto aca'ou detida &elas m os .ortes e -uentes

de Alain N o, .i-ue mais um &ouco, Haesel disse, mudando radicalmente sua &ostura >m %e*de c+nico, agora esta%a gentil e at7 am6%el Gostaria -ue me &erdoasse, se a tratei

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in ustamente A .alta de sono sem&re me dei?a mal /umorado Al7m do mais, .ico .urioso só deimaginar -ue &udesse ser atacada &or algum de meus /omens

>le &arecia ter es-uecido -ue ainda segura%a o &ulso dela, &ois n o .a*ia a menor men ode solt6 lo Eal%e* ignorasse o -uanto a-uele sim&les to-ue me?esse com as emo es dela,ele%ando seus 'atimentos card+acos Bs alturas

Atra%7s da-ueles dedos, $laire tin/a a im&ress o de -ue &assa%a um .lu?o de 6gua .er%ente-ue ia incendiando l/e as entran/as, B medida em -ue &enetra%a em seu cor&o $ontudo n o

era algo ruim ao contr6rio, sentia se em'riagada de .elicidade, com o cor&o entor&ecido&raticamente im&lorando &ara rece'er mais car+cias<s minutos .oram &assando e continuaram na-uela mesma &osi o, em sil:ncio a'soluto

>le &arecia es&erar &or uma res&osta, en-uanto ela ol/a%a .i?amente &ara a m o -ue l/esegura%a o &ulso

Ainda n o a ou%i di*er -ue me &erdoa, Haesel Alain murmurou, retomando o di6logo </2 Lamento, milorde2 res&ondeu, assustada, como se sa+sse de um transe Logo em

seguida, &erce'endo o rid+culo de sua rea o, &rocurou im&or um &ouco de dignidade B suatriste .igura At7 &arecia uma adolescente a&ai?onada, diante de seu &rimeiro 'ei o, e nemse-uer .ora 'ei ada ainda >ndireitando os om'ros e .a*endo o &oss+%el &ara remo%er a-uelae?&ress o a'o'al/ada do rosto, a&ós uma 're%e &ausa, acrescentouC N o /6 nada &ara ser&erdoado, lorde Alain Eem toda a ra* o so're min/a %inda B esta torre =oi um gesto muitoim&rudente de min/a &arte, -ue amais tornarei a re&etir

Eome, 'e'a um &ouco deste %in/o ele recomendou, entregando l/e a rica ta a de ourocom incrusta es de &edras &reciosas 5ai a ud6 la a rela?ar$laire /esitou, sa'endo -ue o mais &rudente seria recusar a o.erta e %oltar &ara o -uarto

das crian as $om a-uela camisola .ina e o ?ale, sentia se -uase nua, como ele &ró&rio ti%era aindelicade*a de l/e di*er2 Al7m disso na-uele momento, sem a-uela e?&ress o arrogante econ%encida, ele &arecia o /omem mais sedutor e atraente da .ace da Eerra2 $omo &oderiaresistir a todos a-ueles encantos, ainda mais so' os e.eitos da magia da lua3

urda aos a&elos da &rud:ncia, &ermaneceu onde esta%a, /i&noti*ada &elo ol/ar &enetrantede Alain Alguns goles de %in/o n o iriam l/e .a*er nen/um mal, muito &elo contr6rio, tal%e*l/e trou?essem o t o dese ado sono

;erce'endo a indecis o de $laire, ele resol%eu dar l/e um ligeiro incenti%oC e n o com&artil/ar da min/a ta a, terei a certe*a de -ue n o me &erdoou, Haesel 86 -ue coloca as coisas desse modo, milorde ;ro%arei do seu %in/o ua %o* era um

sussurro rouco e sensual, como o miado de uma gata>n.eiti ado &ela 'ele*a da-uela mul/er, Alain le%ou l/e a ta a aos l6'ios &ara -ue ela&ro%asse a 'e'ida arom6tica Nesse instante, nem se-uer lem'ra%a -ue era o sen/or docastelo e ela, a ser%aC em seu cora o, eram a&enas /omem e mul/er

em des%iar os ol/os dele, $laire lentamente sor%eu um &ouco do %in/o adocicado e, aomesmo tem&o, instigante

J delicioso, lorde Alain comentou, com os l6'ios mol/ados com a 'e'ida carmim $/ama se /i&ocra*, Haesel J um %in/o misturado com mel e canela$laire sa'ia disso =re- entemente costuma%a 'e': lo no $astelo de $o%erl# No entanto,

como Haesel, n o &oderia admitir o .ato As crian as est o muito .eli*es com sua com&an/ia Alain admitiu, .a*endo l/e um

sur&reendente elogio >m'ora /ou%esse l/e soltado o &ulso, esta%a t o &ró?imo, -ue ela &odiasentir seu /6lito -uente Eem se es.or ado 'astante &ara diminuir a dor dos meus .il/os &elamorte de I%#

o crian as muito sens+%eis e inteligentes =oram muito 'em educadas &or I%# e o &adre-ue morreu /6 &ouco tem&o > tam'7m &ela m e de ;eronelle, sua .alecida es&osa, milorde

Ma que tola! N o conseguia entender &or-ue .i*era a-uela alus o B 89lia ustamenteagora A menos -ue, inconscientemente, &retendesse im&or alguma dist@ncia entre os dois

e sua inten o .ora a.ast6 lo, ti%era :?ito com&leto2 Alain %irou se de costas, contem&landoo %ale, so' as som'ras da noite m sil:ncio se&ulcral a'ateu se so're eles e a atmos.era .icoudensa, como se .altasse ar

Mesmo sentindo se cul&ada &or ter criado a-uele clima &esado, $laire n o te%e coragem dedi*er mais nada Ali6s, nen/uma descul&a &oderia de%ol%er a serenidade e a /armoniaanterior

>nt o 6 c/egou aos seus ou%idos -ue Guerin n o era .il/o de lad# 89lia3

>la 'ai?ou a ca'e a, em sil:ncio Fem, a %erdade 7 -ue 89lia dedica%a muito &ouco tem&o a ;eronelle e nen/um ao&e-ueno 'astardo -ue eu a o'riguei a rece'er neste castelo, como costuma%a re.erir se aGuerin Ali6s, ela n o &erdia uma só o&ortunidade de c/am6 lo de 'astardo imundo

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Eornou a .it6 la, e?i'indo a mesma .isionomia distante de sem&re Agora, entretanto, tam'7m/a%ia tra os de so.rimento

$laire esta%a &etri.icada A cada &ala%ra dele, sentia -ue uma &arte de seu cora o sedes&eda a%a, como se .osse atingido &or um dardo >ra terr+%el ou%i lo di*er a-uelas coisassórdidas so're sua -uerida 89lia, a mul/er -ue elegera conto +dolo >ntretanto, &or mais -uel/e doesse, sa'ia -ue ele .ala%a a %erdade > isso era o mais triste ,

8amais a cul&ei &or ter ódio de mim ou mesmo &or n o gostar de meu .il/o, .ruto de um

romance clandestino ;odia entender seus sentimentos ele &rosseguiu, como se a-uelacon.iss o l/e tirasse um &eso da alma Mas nunca a &erdoei &or descontar sua rai%a emnossa .il/a inocente2 ;or isso .oi um al+%io &ara am'os, -uando ela morreu

>ssa 9ltima .rase .oi o gol&e de misericórdia no mac/ucado cora o de $laire Durantealguns segundos, te%e a sensa o de -ue iria des.alecer Eudo come ou a rodar e a %istaescureceu Eoda%ia era muito mais .orte do -ue imagina%a e, logo, reuniu .or as &ara encar6lo, um tanto incr7dula eria mesmo &oss+%el -ue 89lia ti%esse se %oltado contra a &ró&ria .il/a3

>u a c/o-uei com min/a sinceridade, Haesel3 ele indagou, ir nico Ac/a -ue soumuito odioso e cruel3 eu ol/ar de indigna o &arece me di*er -ue %ai dei?ar o castelo t ologo aman/e a

N o 7 isso, milorde 'al'uciou, ainda en.rentando a tur'ul:ncia gerada &or a-uele%erdadeiro ciclone, -ue sacudira suas emo es >sta%a desorientada, sem sa'er se esta%a B.a%or de Alain ou de 89lia ;or .im, dei?ou -ue o cora o a guiasse into muito -ue

carregue tanta m6goa no &eito, milorde De%eria 'uscar consolo &ara suas a.li es no .ato deter acol/ido Guerin ;oucos &ais demonstram tanta considera o &or seus .il/os 'astardos< rosto som'rio e &esado de Alain se descontraiu Eem um modo 'astante &eculiar e carin/oso de %er as coisas, Haesel Fe'a mais um

&ouco de %in/oDessa %e*, $laire aceitou a o.erta de imediato e n o tardou a sentir os e.eitos rela?antes da

'e'ida em seu cor&o ;recisa%a es&airecer, ou seu c7re'ro iria e?&lodir com tanto &ro'lemase &reocu&a es ma %o* interior, cada %e* mais deses&erada, continua%a a insistir -ue 6 era/ora de regressar ao -uarto das crian as

em dar aten o aos a&elos de sua consci:ncia, de%ol%eu a ta a a lorde Alain, de&ois detomar alguns goles Hi&noti*ada &or a-uela 'ele*a m6scula, %iu -ue ele 'e'eu no mesmo&onto onde seus l6'ios /a%iam terminado de tocar a ta a

Eome o restante ele sugeriu, entregando l/e a ta a outra %e*>la esticou a m o &ara rece': la e, acidentalmente, seus dedos tocaram nos dele <ndas decalor e &ra*er a tomaram de assalto, dei?ando a ainda mais %ulner6%el aos encantos de Alain

de Ha!"s!ell >st6 .eli* a-ui, Haesel3 -uis sa'er, de s9'ito, -uando ela termina%a de sor%er o

conte9do da ta a>la o .itou, sur&resa com a-uela &ergunta >m geral, os no'res n o se interessa%am &elos

dese os e %ontades de seus ser%osNesse momento, uma gota de %in/o escorreu dos l6'ios de $laire, maculando a al%ura de

sua &ele Mas, antes -ue &udesse lim&6 la, lorde Alain col/eu o l+-uido com o dedo,a&ro%eitando &ara acariciar l/e a .ace macia

=eli*3 ela re&etiu a &ala%ra, tentando conseguir algum tem&o &ara se recu&erar dose.eitos da-uele to-ue < &adre do meu %ilare o costuma%a nos ensinar -ue a .elicidade n o7 deste mundo < m6?imo -ue &odemos sentir 7 satis.a o

>le riu, ogando a ca'e a &ara tr6s, com c/arme ue se a2 >st6 satis.eita com sua %ida em Ha!"s!ell3 </2 im, milorde Ac/o -ue sim que e5e e pera que eu diga?, -uestionou se, sem sa'er aonde ele &retendia c/egar com

a-uele assunto >nt o de%o .icar satis.eito com sua res&osta3$ada %e* mais con.usa, com os &ró&rios sentimentos, $laire limitou se a .a*er um aceno

&ositi%o com a ca'e a Fem, Haesel, %amos selar nosso acordo de &a* com um 'ei o, tendo a lua &or testemun/a

&ro& s, colocando a ta a no c/ o Acordo de &a*3 Fei o23 'al'uciou, amedrontada No entanto n o esta%a com receio

de Alain, mas sim de seus &ró&rios sentimentos ;or -u:3

<ra, am'os somos crist os e aca'amos de nos entender, a&ós trocarmos &ala%rasr+s&idas $omo estamos em &a* agora, nada mais usto do -ue comemorarmos com um 'ei o

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;or um tri*, n o retrucou se ele tam'7m costuma%a 'ei ar o .erreiro, os soldados ou mesmosir Gautier cada %e* -ue decidiam um assunto &endente, mas n o conseguiu emitir nen/umsom >sta%a -uieta e o.egante, a es&era do t o .alado 'ei o

De%agar, ele se a&ro?imou e tocou o rosto de $laire com l6'ios -uentes, 'ei ando &rimeiroum lado e, de&ois, o outro Durante esse &rocedimento, Alain .ec/ou os ol/os, en-uanto ela .e*-uest o de dei?6 los 'em a'ertos Ao sentir a-uele cor&o %iril ro ando no seu, .oi sacudida &oruma en?urrada de emo es t o .ortes -uanto estran/as 8amais /a%ia e?&erimentado esse

ti&o de sensa o antes, nem mesmo durante o inicio de seu casamento com Haimo dAudemer <ndas de .rio e de calor alterna%am se sucessi%amente o %entre -ueima%a, comose ti%esse engolido 'rasas, e o mundo &arecia girar ao seu redor >m meio a tudo isso, uma9nica coisa a &reocu&a%aC admirar o rosto aristocr6tico e 'elo de Alain de Ha!"s!ell

>n.im, ao a'rir os ol/os, ele de&arou se com o ol/ar contem&lati%o de $laire, colado em sua.ace Instinti%amente, sorriu sur&reso &or %er -ue ela os manti%era a'ertos

A/2 uis %er se eu n o iria de%or6 la, de&ois de dar l/e o 'ei o da &a*3<utra %e*, ela só conseguiu mo%er a ca'e a, tentando negar a a.irma o dele No entanto,

no intimo, recea%a -ue Alain esti%esse com a ra* o;aciente, ele aguardou -ue $laire &arasse de tremer, segurando a com .irme*a &elos

om'rosA-ueles dedos &areciam -ueimar l/e a &ele, &assando atra%7s do ?ale e da camisola, como

se essas rou&as nem e?istissem

>st6 &ronta &ara retri'uir o 'ei o3 &erguntou, sim -ue a res&ira o dela %oltou aonormale n o esti%esse recostada na &arede, certamente teria ido ao c/ o Nunca /a%ia l/e

&assado &ela ca'e a -ue ele &udesse l/e .a*er um &edido semel/ante2 Fei o23 >u3Fastou o'ser%ar de relance o 'ril/o desa.iador no rosto de Alain, &ara sa'er -ue ele amais

a dei?aria sair dali, a menos -ue .i*esse o -ue l/e dissera 86 -ue /a%ia dei?ado a situa oc/egar nesse &onto, o mel/or a .a*er seria terminar logo com isso e correr &ara a seguran a do-uarto dos &u&ilos2

< -ue a &reocu&a%a 7 -ue n o se sentia como uma condenada, &restes a en.rentar oc/icote do carrasco Muito &elo contr6rio A&esar de toda essa /esita o, esta%a ansiosa &ara'ei 6 lo2

Nos minutos -ue se seguiram, o tem&o &areceu ad-uirir uma dura o di.erente, mais lentae &ausada >m conse- :ncia, cada gesto, cada mo%imento &odiam ser o'ser%ados em todosos seus detal/es

Eomando coragem, $laire su'iu na &onta dos &7s e deu um 'ei o sua%e e terno na-uela .acemorena De&ois, &rendeu a res&ira o, %irando se &ara 'ei ar a outra .ace >n-uanto reali*a%aesse mo%imento sutil, algo ines&erado aconteceu

Eal%e* ele ti%esse se mo%ido, ou ent o, inconscientemente, ela &ró&ria .ora a res&ons6%el&or a-uela mudan a De -ual-uer .orma, em %e* de 'ei ar o rosto de Alain, sua 'oca &ousoudiretamente so're a-ueles l6'ios2

ua &rimeira rea o .oi de es&anto e re&9dio $om 'ra%ura, tentou a.astar se da-ueles'ra os -ue en%ol%eram sua cintura como duas tena*es Mas, nos momentos seguintes, sualuta .oi &erdendo a intensidade at7 -ue toda sua energia aca'ou canali*ada em outra dire oCe?&lorar loucamente cada cent+metro da-uela 'oca2

em nen/uma /esita o, A am a 'ei a%a %olu&tuosamente, &u?ando a cada %e* mais &ara unto de seu &eito musculoso >n-uanto isso, suas m os continua%am a agir, .a*endomassagens sensuais nas costas e co?as de $laire

uando a-uele longo e eletri*ante 'ei o c/egou ao .im, continuaram colados um ao outro,loucos de dese o e e?cita o

A/2 Haesel Doce, Haesel sus&irou em seu ou%ido, mordiscando l/e o ló'ulo daorel/a

$laire sentia se em del+rio de &ai? o, como se esti%esse em um mundo de son/os, en%olta&or nu%ens macias e S&er.umadas No entanto os &ensamentos seguiam um camin/o&ró&rio, dissociados das sensa es .+sicas

$omo &udera &ermitir -ue a-uilo acontecesse3 er6 -ue ele iria &ossu+ la ali mesmo, natorre3 ;erguntas, recrimina es e consel/os s6'ios .oram em&urrados &ara o .undo de suamente Na-uele momento, só -ueria saciar seus dese os de mul/er2

Haesel ele sussurrou mais uma %e*, &assando a acariciar l/e o seio macio Hei, %oc:s2 < -ue est o .a*endo ai3 uma %o* *om'eteira ecoou &ela torre<s dois le%aram taman/o susto com a-uela interru& o -ue, no mesmo instante, a.astaram

se Alain &rague ou, .urioso, %irando se &ara encarar a-uele 'is'il/oteiro incon%eniente $laire,

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&or sua %e*, encol/eu se contra a &arede, desco'rindo -ue /a%ia &erdido o ?ale durantea-uelas tórridas caricias N o tin/a nen/um &ingo de coragem &ara .itar o intruso

Milorde2 ele e?clamou, a&a%orado, ao recon/ecer 'ar o de Ha!"s!ell Ali6s, &areciamais &er&le?o do -ue os dois ;erdoe me, n o sa'ia -ue se trata%a do sen/or, >u uro2

%ugh te 6ro ! S7 .altava i o para que a noite .icasse com pleta!, $laire &ensou,identi.icando o soldado mais .alastr o e namorador do castelo

$onstrangida, tentou se esconder atr6s da sil/ueta .orte de Alain Ein/a &lena consci:ncia

do -uanto a camisola de%ia estar trans&arente, so' o re.le?o da lua, 'em como dos ol/os6%idos de Hug/ so're as cur%as sinuosas de seu cor&o uma da-ui, soldado2 lorde Alain gritou, com toda a autoridade -ue l/e com&etiaDe -ual-uer modo, o &o're Hug/ 6 esta%a se retirando, ca'is'ai?o, ciente de -ue cometera

um grande desli*e De%eria t: lo atirado &elo &ara&eito2 Alain acrescentou, com os &un/os cerrados de

ódio, assim -ue Hug/ &artiu >nt o, es-uecendo se &or com&leto da rai%a, %oltou seno%amente &ara $laireC Min/a -uerida Haesel, estou t o

N o me to-ue2 interrom&eu, em&urrando Alain &ara o lado &ara -ue &udesse &assarma .or a imensa /a%ia 'rotado em seu +ntimo, e?&andindo se &or todo o cor&o, como seesti%esse mesclada ao sangue 86 era /ora de recu&erar o controle de seus atos, &ois n oag enta%a mais .icar B merc: da-ueles instintos e dese os de lu?9ria2

At nito, ele n o .e* nen/um mo%imento &ara det: la $ontudo seus ol/os negros solta%am

.a+scas de ódio 8amais .ora t o des&re*ado &or uma mul/er, muito menos &or uma ser%a2$/eia de dignidade, $laire &egou o ?ale no c/ o e o ogou so're os om'ros >m seguida,deu meia %olta e saiu da torre a &assos largos, ignorando a &resen a do /omem -ue .a*ia seucora o 'ater mais de&ressa N o interrom&eu sua marc/a, nem se %oltou &ara tr6s, atealcan ar o -uarto das crian as

$om a res&ira o o.egante e o cor&o mol/ado de suor, deitou se em sua cama, co'rindo seat7 a ca'e a com o modesto len ol >sta%a t o &ertur'ada -ue n o se lem'rou nem mesmo deo'ser%ar as crian as ó -ueria dormir e es-uecer

Nunca &oderia e?istir nada entre Alain de Ha!"s!ell e ela, lad# $laire de $o%erl#2 Ha%iauma %erdadeira mua de ra* es a se&ar6 losC &ertenciam a .am+lias ri%ais .ora casado com 89liae a .i*era muito in.eli* Mas, sem d9%ida, o &ior de todos era o moti%o -ue a le%ara ali,dis.ar ada de ser%a

im, era mel/or es-uecer a %oracidade de seus 'ei os, a ternura de suas car+cias lasci%asA.inal, a-uele /omem era &roi'ido2

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De&ois -ue conseguisse suas terras, nunca mais teria -ue se su eitar Bs %ontades dos/omens2 Nunca mais

Haesel2 Haesel2 Acorde uma %o* in.antil a c/amou, ao mesmo tem&o em -ue erasacudida &elos om'ros

Qu est-ce que. come ou a .alar em .ranc:s =eli*mente, em uma .ra o desegundos, a memória retornou, ad%ertindo a de onde esta%a No mesmo instante, &assou &ara

a outra l+nguaC < -ue .oi3 < -ue aconteceu3Guerin esta%a sentado na 'eira de sua cama, com o rosto &6lido e uma ruga de&reocu&a o na testa ;arecia n o ter notado -ue $laire /a%ia res&ondido em .ranc:s

$/ora%a alto, Haesel >st6 doente3Ainda com as &6l&e'ras &esadas de sono, es.regou os ol/os com as m os, &ara tentar

.ocali*ar mel/or as imagens >nt o %iu -ue ;eronelle tam'7m se le%antara, com umae?&ress o de &uro &a%or no rosto in.antil

entiu se &7ssima &or ter assustado as crian as, mas, mesmo tem&o, esta%a .eli* -ue eles ati%essem socorrido, li%rando a de um &esadelo /orr+%el

N o se &reocu&em, -ueridos >stou 'em =oi a&enas um son/o ruim a&ressou se aacalmar seus &u&ilos orriu l/es, tentando con%enc: los de -ue di*ia a %erdade

Mas 6 7 de man/ ;eronelle retrucou, con.usa, a&ontando &ara a sua%e claridade daaurora -ue &enetra%a &elas anelas do -uarto Anin/ando se no colo de $laire sem cerim nias

&rosseguiuC ;ensei -ue &esadelos só acontecessem de noite Nem sem&re, -uerida ual .oi o seu &esadelo Haesel3 Guerin -uis sa'er I%# sem&re nos &edia -ue l/e

cont6ssemos os nossos Alega%a -ue, dessa .orma os monstros -ue n o nos assustariam eaca'ariam se desmanc/ando no ar, como se .ossem .uma a, e n o &oderiam nos .a*er mal

>u >u n o me lem'ro mentiu, com as imagens assustadoras ainda 'em n+tidas emsua mente $omo &oderia di*er l/es -ue o Omonstro era seu &ró&rio tio desalmado, .a*endol/e amea as terr+%eis, caso n o cum&risse sua &arte do &lano

<ra, n o se &reocu&e, Haesel2 >sse monstro 6 de%e ter ido em'ora com a lu* do sol2 ;eronelle tentou con.ort6 la, agindo como se .osse uma adulta >m seguida, &ara al+%io de$laire, mudou su'itamente de assuntoC >stou com .ome ;odemos .a*er a re.ei o matinal3

im, 6 7 tarde >st6%amos es&erando -ue %oc: acordasse, -uando come ou a c/orar Guerin re%elou

entindo remorsos &or ter assustado as crian as, $laire le%antou se de&ressa e trocou acamisola &or seu %estido %erde Na %erdade, seu guarda rou&a era e?tremamente redu*ido,com&osto &or meia d9*ia de &e as r9sticas, algumas conseguidas gra as B 'ondade de AnnisMesmo assim, .a*ia -uest o de a eitar se o mel/or &oss+%el com a-ueles tra es modestos,&er.umando se e mantendo os ca'elos im&ec6%eis

< &rimeiro &ro'lema da man/ seria o con.ronto com lorde Alain De%eria torcer &ara -ueele n o re&reendesse os .il/os &or a-uele atraso $aso isso acontecesse, teria -ue e?&licar l/e-ue a cul&a era toda sua >, nessa altura dos acontecimentos, -ueria e%itar ao m6?imo todocontato direto com ele

> claro -ue n o &oderia morar ali, desem&en/ando a .un o de ama, e nunca mais tornar adirigir a &ala%ra ao sen/or do castelo ;or7m tin/a es&eran as de -ue a-uilo só %iesse aocorrer -uando 6 ti%esse 'anido, &ara os con.ins de sua memória, as lem'ran as da-uele'ei o arre'atador Eal%e* assim &udesse en.rent6 lo, sem -ue o rosto enru'escesse

Eodas essas &reocu&a es .oram in9teis ;ois, -uando c/egou ao grande sal o, unto comas crian as, n o /a%ia menor sinal de lorde Alain Mas, em %e* de al+%io, .icou desa&ontada

Eal%e* ele tam'7m esti%esse tentando e%itar a-uele encontro <u ent o, de&ois -ueHaesel /a%ia des&ertado o seu a&etite se?ual, ti%esse ido &assar a noite com Ilda, na aldeiaentiu o sangue .er%er de rai%a ao considerar a 9ltima /i&ótese como a mais &ro%6%el A&esarde n o se con.rontar com Alain na-uela man/ , ela n o conseguiu esca&ar ilesa da re.ei o,sem rece'er uma re&rimenda Antes de le%ar as crian as &ara aulas, &adre Gregor# aadmoestou &or a-uele atraso As crian as /a%iam &erdido a missa e, sem d9%ida, a-uela a n o/a%ia &assado des&erce'ida &ara lorde Alain

$nt3o ele e teve aqui! Eomar con/ecimento desse .ato com -ue se sentisse le%e como uma&luma igni.ica%a -ue ele /a%ia &assado a noite no castelo e n o na aldeia2

Descul&e me, &adre N o &erderemos a missa aman/ &rometeu, lutando &ara

dis.ar ar sua alegria Assim -ue .icou so*in/a, entretanto, &ensamentos nada agrad6%eiscome aram a minar sua e.:mera .elicidadeDe acordo com sua &ró&ria teoria, se Alain esti%era &resente B missa logo cedo, esta%a

&ro%ado -ue dormira no castelo $ontudo isso n o e?clu+a a &ossi'ilidade de -ue ten/a .eito

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uma r6&ida %isita B Gilda durante a madrugada 9are de e preocupar com i o, *laire! u irá p:r tudo perder!, a %o* da ra* o a re&reendeu, o'rigando a a concentrar nos moti%os de sua&resen a ali A &rimeira &ro%id:ncia era desco'rir se lorde Alain esta%a dentro ou .ora docastelo $on.orme a res&osta, %eria se era seguro %isitar I%o e 8ean &ara le%ar l/es &ouco decomida, con.orme limes &rometera

$om esse o' eti%o em mente, escondeu &eda os de -uei o e de & o em seu ?ale e dei?ou orecinto Dessa %e* de%eria .a*er tudo com calma e 'astante cuidado, &ara n o ser a&an/ada

em .lagrante2$om o m6?imo de discri o, &ara n o des&ertar sus&eitas, %ascul/ou os &rinci&ais &ontosdo castelo aonde &oderia encontrar lorde Alain, ou ter alguma &ista acerca de seu &aradeiroA&ós algumas tentati%as .rustradas aca'ou &or %: lo sair do canil, acom&an/ado &or umamatil/a de c es

$laire a'ai?ou se, .ingindo tirar algum &edregul/o da sola do sa&ato ;recau o in9til, &ois,ele esta%a t o ocu&ado com os c es -ue nem notou sua .igura, continuando seu camin/o &arao est6'ulo

>la n o &ensou duas %e*es &ara segui lo at7 l6, contudo &arou na &orta Atenta a todos osmo%imentos dele, iniciou uma con%ersa com >!ald, o armeiro, como &rete?to &ara sua&resen a ali Desse modo, &ode %er -uando A am montou seu garan/ o e %estiu unia lu%a decouro -ue c/ega%a at7 seu coto%elo

$ertamente, era uma lu%a a&ro&riada &ara a&arar .alc es de ca a ;or7m onde estaria o

&6ssaro3 $laire n o %ira nen/um soldado segurando o animal, nem /a%ia %i%eiros nas&ro?imidades do est6'ulo ou em -ual-uer outra &arte do &6tio>n-uanto isso, montando seu ca%alo negro, Alain atra%essou o &ort o &rinci&al,

acom&an/ado a&enas &or seus c es>ncerrando a-uela con%ersa tola com >!ald $laire continuou a segui lo, mantendo uma

dist@ncia segura >sta%a intrigada com o &aradeiro do &6ssaro er6 -ue ele o guarda%a naaldeia3

N o, im&oss+%el2 Nen/um no're manteria um &6ssaro t o %alioso .ora de seu castelo Amenos -ue

>ngoliu em seco, sem coragem de com&letar o racioc+nio Mesmo assim, n o demorou muito&ara -ue a-uela id7ia %oltasse a &ertur'6 la com .or a total ,,

A meno que ele guarda e o lá5c3o na cabana de ua amante!, concluiu, &or .im, sentindouma &ontada no est mago No entanto n o te%e coragem de admitir -ue, agora, continua%a asegui lo &ara sa'er se ele iria %isitar Gilda >nco'riu a-uele moti%o, di*endo &ara si mesma -uesó esta%a se certi.icando de -ue &oderia ir at7 a cela de I%o e 8ean, em seguran a

em &erd: lo de %ista, andou entre as ca'anas da aldeia, ignorando a &resen a de seusmoradores Na %erdade, nem conseguia distinguir os %ultos, t o intensa <ra a rai%a -ue sentiano &eito

De&ois de cru*ar a segunda mural/a, ele &arou, no 'orda da .loresta Logo tirou algo&e-ueno do cintur o

$laire a&ertou os ol/os e & de %er -ue o o' eto era uma 'ola de couro, atada B lu%a de lordeAlain &or um cord o com&rido < -ue %iu em seguida, causou l/e grande di%ertimento eadmira o

Alain deu um asso'io e arremessou a &e-uena 'ola &ara longe Minutos de&ois, um .alc ogigantesco emergiu da .loresta, a&an/ando a isca com a %elocidade de um raio

em sa'er -ue era o'ser%ado, Alain deu uma risada de satis.a o e orgul/o -uando o&6ssaro &ousou em seu 'ra o, tra*endo a 'ola nas garras >nt o retirou o o' eto do mascote,.a*endo l/e um ca.un7 na ca'e a em&lumada

$omo &r:mio, o .alc o ainda gan/ou um &eda o de carne crua -ue seu mestre tra*iaguardado em um al.or e, &reso B sela

uando o &6ssaro .inalmente terminou de de%orar a-uele &etisco, retornou aos ares,seguindo do alto lorde Alain e a matil/a de c es

$laire deu um sus&iro &ro.undo, mara%il/ada com a cena -ue aca'ara de testemun/arA-uele .alc o era t o 'em treinado -ue %i%ia em total li'erdade na .loresta sem nen/uma%enda &ara ceg6 lo, ou cordas atadas Bs ganas Fasta%a um asso'io agudo &ara -ue atendesseao c/amado do mestre

uanta di.eren a entre esse &6ssaro e o .alc o &eregrino de Hardouin2 < in.eli* mascote dotio era mantido &reso em uma gaiola de ouro, com a ca'e a co'erta &or um ca&u* e sinos de

&rata amarrados Bs garras, &ara denunciarem seus m+nimos mo%imentos ó des.ruta%a de um&ouco de li'erdade durante as in9meras ca adas de seu dono Nessas ocasi es, era li'ertado&ara -ue %oasse &elos ares e trou?esse alguma &renda &reciosa &ara seu mestre A&ós cum&rirsua tare.a, no entanto, o ca&u* era recolocado e as garras amarradas B lu%a do tio

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m cala.rio &assou l/e &ela es&in/a No%amente &ensou na semel/an a entre o &6ssaro deHardouin e sua &ró&ria situa o ua gaiola de ouro era o $astelo de $o%erl# o ca&u* era ode%er de cum&rir todas as %ontades da .am+lia .alta%am l/e a&enas os sinos2

;e u ! Será que e a mi 3o em %a&' &ell, ob a prome a de conqui tar minhaindepend ncia, tamb"m n3o pa a de uma e. mera ilu 3o de liberdade?

N o te%e o&ortunidade de a%aliar mel/or essa /i&ótese, &ois uma %o* .eminina, grosseira enada amistosa, dirigiu se a ela, em ingl:sC

< -ue &ensa -ue est6 .a*endo a-ui3A &rimeira rea o de $laire .oi de susto, como se ti%esse sido desmascarada >nt o,controlando os ner%os, %irou &ara en.rentar sua interlocutora ual n o .oi sua sur&resa aodesco'rir -ue se trata%a de Gilda, a amante de lorde Alain2 A rui%a a .ita%a de alto a 'ai?o comtanto des&re*o e ódio, -ue $laire, instinti%amente, retrocedeu alguns &assos

uem, eu3 ó estou dando um &asseio disse, .ingindo indi.eren a N o de%ia nen/umadescul&a B-uela mul/er, lem'rou se, com o orgul/o .erido

De%e ser muito 'om n o ter nada &ara .a*er, al7m de seguir meu sen/or &or a+ Gilda&ro%ocou, com uma risada %ulgar Ningu7m mais a-ui em Ha!"s!ell tem tem&o &ara .icar%agando 6 toa

A aud6cia e a .erocidade da-uele ata-ue %er'al sacudiram $laire, dei?ando a aturdidaLogo, &or7m, o c/o-ue .oi dando lugar B ira incontrol6%el N o iria &ermitir -ue Gilda amaltratasse2

N o esta%a seguindo ningu7m2 ó dei?ei o castelo &ara dar uma %olta $laire re&etiusua descul&a N o ten/o nen/uma o'riga o &ara cum&rir B tarde, &or-ue cuido dascrian as de lorde Alain Mas isso n o 7 da sua conta2

Eudo o -ue di* res&eito a lorde Alain 7 da min/a conta sim2Moti%ada &or uma rai%a imensa, -ue n o era outra coisa, al7m de ci9me, atacou a ri%al,

sem &iedadeC A/, 7 mesmo3 >nt o, em %e* de me im&ortunar, de%eria mant: lo ocu&ado2 <u ser6 -ue

n o consegue .a*er isso3A mul/er ergueu as so'rancel/as, colocando as m os na cintura, em uma &ose desa.iadora

>sta%a dis&osta a &artir &ara um con.ronto .+sico, mas, antes, retrucou, sarc6sticaC =a o meu tra'al/o B noite, sem&re -ue milorde me dese a > -uando ele n o est6 na

min/a cama, sou li%re &ara .a*er o -ue -uero, como a-uele .alc o2As duas trocaram ol/ares in.lamados de cólera e ri%alidade Nossa2 uanta im&on:ncia e alti%e* &ara uma &o're At7 &arece -ue 7 di.erente de mim2Mas, na %erdade, cam&onesa2 Gilda *om'ou, com um sorriso de esc6rnio N o &assa de

uma .ugiti%a2 Ali6s, %oc: tem um eito estran/o de .alar De onde 7 -ue %eio3Antes -ue as sus&eitas de Gilda seguissem &ara camin/os &erigosos, $laire resol%eu

satis.a*er sua curiosidade, usando as su&osi es de Hug/ le Gros Do norte Mas, certamente, %oc: nunca este%e t o longe No +ntimo, ac/ou di%ertido

-ue Gilda a rotulasse de .ugiti%a em um es.or o &ara tentar menos&re*6 laA outra a&ertou os l6'ios, com rai%a De .ato, nunca sa+ dessas terras2 Mas &or -ue iria dei?ar Ha!"s!ell, se ten/o tudo o -ue

&reciso a-ui mesmo3 >rgueu a ca'e a, mirando $laire com desd7m ou amante dogrande sen/or do castelo, -ue sem&re me d6 &resentes generosos2

$om um ar de orgul/o e su&erioridade, Gilda esticou a m o &ara a ri%al >m um de seusdedos, /a%ia um anel escuro com uma &edra tosca no centro N o &assa%a de uma óia 'arata,%endida em -ual-uer .eira da Inglaterra &or um &ene ou dois

Recu&erando a ra* o, $laire enc/eu se de &iedade &ela mo a -ue tenta%a im&ression6 la,e?i'indo um anel ordin6rio e sem %alor Du%ida%a at7 mesmo -ue ela o ti%esse gan/o de lordeAlain

;arece acreditar -ue -uero tirar o 'ar o de sua cama &onderou, mais com&lacente,&ensando na %ida di.+cil e sem &ers&ecti%a da &o're mo a

> n o 7 o -ue &retende3 Gilda contra argumentou, incr7dula $omo se &udesse2 N o im&orta se &osso ou n o Nesse momento, lem'rou se de em&regar os

argumentos -ue uma ser%a como Haesel usaria < .ato 7 -ue n o -uero ser amante denen/um no're2

;ensou -ue essa descul&a seria de.initi%a &ara con%encer a rui%a de -ue n o re&resenta%anen/uma amea a &ara seu romance com o sen/or de Ha!"s!ell, Mas, em %e* de a&a*iguar

l/e os @nimos, só conseguiu irrit6 la ainda mais ;or -u:3 Acaso, ac/a -ue 7 'oa demais &ara isso3 a%an ou em sua dire o, como se.osse agredi la .isicamente $laire deu mais dois &assos &ara tr6s, o -ue só aumentou a/ostilidade da ri%al >nt o, com&reendendo -ue o 9nico meio de se li%rar de Gilda era mostrar

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coragem, &artiu &ara o ata-ue $om um gesto r6&ido, tirou uma .aca -ue guarda%a na .ai?a dacintura e amea ou sua o&onente

N o me deito com nen/um /omem &or din/eiro &resentes2Gilda a encarou, com uma animosidade assustadora, esconder o dese o de esganar $lame

;or7m, &endo na .aca, conte%e seus im&ulsos $omo 6 disse, %oc: 7 im&onente demais &ara o meu gosto, estran/a2 Mas %ou l/e dar um

a%iso =i-ue longe do meu sen/or e n o ter6 nada a temer de mim

N o ten/o medo de %oc: $laire re&licou, a%an ando alguns &assos, com a .aca em&un/o > tam'7m n o estou nem um &ouco interessada em me tornar o &assatem&o do'ar o2

;erce'endo -ue &erdera tem&o demais discutindo com a mul/er ciumenta, $laire deu l/e ascostas e %oltou o castelo 86 era /ora de se &reocu&ar com assuntos mais im&ortantes,a&ro%eitando -ue lorde Alain e as crian as esta%am ocu&ados, cada -ual com suas ati%idades

>n-uanto lorde Alain ca a%a e lad# $laire ou%ia as -uei?as .uriosas dos dois &risioneiros,uma carta im&orte era lida, em um castelo muitas mil/as a sudeste

<9ara meu enhor, conde d $vreu( e duque de 2re ham, Sauda-=e

Lady *laire con eguiu er admitida em %a&' &ell )o entanto o homen que a e coltaram

n3o tiveram muita sorte >oram urpreendido na .lore ta pelo pr7prio lorde Alain, .rente deuma patrulha %ouve um combate .ero/ e doi de eu homen acabaram morto e outra dupla.oi capturada e tra/ida para o ca telo )3o há ind8cio de que e te@am endo torturado emtroca de in.orma-=e *ontudo, creio que concordará comigo que eu de tino n3o noimportam, milorde

Sua obrinha e tá e aindo muito bem ne a mi 3o e de empenha eu papel de ervaingle a com tanta naturalidade que eu pr7prio me dei(aria iludir, ca o n3o oube e daverdade At" me mo lorde Alain aceitou+a de imediato corno a pobre campone a que alegavaer 2odavia duvido que ele permiti e que uma e tranha cuida e do .ilho , e a antiga aman3o tive e morrido no me mo dia em que lady *laire chegou ao ca telo Maravilho acoincid ncia, n3o acha?

$mbora um pouco cautelo o no in8cio, a cada dia que pa a lorde Alain tem e mo tradomai ati .eito com a nova ama 9ortanto n3o tenho d vida de que muito em breve miladycon iga levar a crian-a para .ora da muralha , ob o prete(to de um pa eio< re tante de eu oldado e tá e condido na .lore ta, milorde $ntretanto pe-o+lhe queenvie mai quatro homen , @unto com o portador de ta carta, para ub tituir o que .orammorto ou capturado

Seu .iel ervo B

ma risada aterrori*ante esca&ou da 'oca de Hardouin , en-uanto o .ogo da lareira destru+aa mensagem rec7m rece'ida

;adre Gregor#, eu o %erei mais tarde Alain comunicou, dei?ando a mesa, a&ós teremalmo ado ma %e* -ue a c/u%a destruiu todas as &ers&ecti%as de ati%idades .ora docastelo, irei cuidar de min/a corres&ond:ncia =a*endo um r6&ido e?ame de consci:ncia,reiterou seC u&on/o -ue n o ten/o moti%o &ara me -uei?ar, &ois, esti%e ca ando na.loresta ainda esta man/ , antes -ue o tem&o mudasse

A/2 J es&l:ndido -ue escre%a suas &ró&rias cartas, ando ainda e?istem tantos no'resanal.a'etos2 No ente .icaria imensamente satis.eito se &udesse tirar esse do de seus om'ros,milorde o &adre se o.ereceu, le%antando se tam'7m ó &recisa ditar a mensagem eu meencarregarei de escre%: la

>sse 7 o &ro'lema, &adre N o sei 'em o -ue %ou re%er ate -ue segure a &ena entremeus dedos descul&ou se, com um sorriso gentil, &ondo a m o so're o om'ro do &adre ;ortanto só estaria des&erdi ando o seu tem&o e o meu

</2 Mais um moti%o &ara -ue eu o a ude, milorde2 &adre Gregor# e?clamou, insistente $omo &adre, treinado na arte da retórica

Agrade o seus &r7stimos, 'om &adre Mas, mesmo sa'endo -ue sua a uda &oderiaa&rimorar a -ualidade min/as cartas, n o &osso aceit6 la, Acredito -ue o ao duelo entre a &ena

e o &a&el 7 um e?celente e?erc+cio &ara o &ensamento N o tome essa recusa como algo &essoal, &adre Gregor# >le amais delegou essa .un oa ningu7m, nem mesmo a mim, o administrador do castelo sir Gautier comentou,incon.ormado, en-uanto lorde Alain su'ia a ada &ara seu -uarto

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Assim -ue se %iu a sós em seus a&osentos, Alain sentiu se .atigado e sem ins&ira o &arares&onder a carta &ara a im&eratri* Ha%ia tantas coisas -ue -ueria di*er l/e, mas ela n ogostaria de ou%ir ou ler2 Matilde di.icilmente aceita%a consel/os, caracter+stica -ue /erdara do&ai, o Henri-ue I

;ois 'em, 6 -ue &usera de lado a mensagem da im&eratri*, iria res&onder a carta de Hug/Figod >sse no're esta%a tentando con%enc: lo a tomar &arte nas 'atal/as, &or ele mesmoiniciadas em Anglia do Leste, contra o rei >ste% o Mas como &oderia e?&licar -ue um

&oderoso e %alente no're, como o 'ar o de Ha!"s!ell n o esta%a dis&osto a arriscar a&ros&eridade de seus dom+nios e a seguran a dos .il/os, tra%ando uma guerra contra o rei3Al7m do mais, o &ró&rio Figod n o era um /omem con.i6%el %i%ia mudando de lado, ao sa'ordo %ento >m um m:s ou dois, tal%e* %oltasse a ser um dos mais .i7is %assalos de >ste% ono%amente2

A&ós %6rias tentati%as .rustradas de colocar no &a&el sua decis o, aca'ou desistindo datare.a ua mente esta%a muito longe dali, &resa Bs lem'ran as da noite anterior

;ara ser sincero, n o .icara t o sur&reso ao encontrar Haesel na torre, como .ingira estarAtacado &or .orte ins nia e atento aos m+nimos ru+dos da noite, o ranger das do'radi as, na&orta do -uarto dos .il/os, c/amara sua aten o a'ia -ue se trata%a da o%em e e?u'eranteser%a inglesa, &ois nen/uma das crian as amais /a%ia dei?ado os a&osentos no meio da noite

No in+cio, manti%era se -uieto, em seu &ró&rio -uarto, consumindo mais uma ta a de %in/o;or7m, medida em -ue o ru+do de &assos &arecia condu*ir B torre norte, resol%era in%estigar

a-uele mist7rio >m'ora n o de%esse e?&lica es a ningu7m do castelo, le%ara uma ta a c/eiade %in/o &ara ser%ir de &rete?to B sua %isita inusitada B torre, no meio da madrugadaA cada degrau, sua rai%a ia crescendo assustadora mente, moti%ada &or sus&eitas de -ue

Haesel iria encontrar se com Hug/ le Gros ou -ual-uer outro soldado ma ser%a, maisinteressada em sedu*ir um guerreiro do -ue se concentrar nas &ró&rias o'riga es, era um&erigo &ara a seguran a de Ha!"s!ell2 uem sa'e, o o' eti%o de Haesel .osse e?atamenteesteC distrair os guardas da mural/a2

>n.urecido, c/egara ao to&o da longa escadaria, 6 imaginando o modo como iria colocarHug/ e Haesel &ara .ora de seus dom+nios2 $ontudo, ao %er -ue ela esta%a so*in/ao'ser%ando o c7u, toda sua ira /a%ia se dissi&ado, como &or encantamento

=i*era de tudo &ara se con%encer de -ue .icara a&enas .eli* &or n o ter -ue castigarnen/um de seus /omens as, no intimo, n o &odia negar -ue a 'ele*a da-uela mul/er, me?eradrasticamente com seus sentidos >sta%a *on*o e emoti%o, sem sa'er como agir, diante detanta .ormosura < luar mudara o dourado da-ueles ca'elos ara uma tonalidade mais&latinada, con.erindo a Haesel ma aura de misticismo, como se .osse uma .ada das antigaslendas celtas

>m'e%ecido &or a-uela %is o, .icara imó%el &or muito tem&o, somente a o'ser%6 la Noentanto, assim -ue ela e %irara, &erce'endo sua &resen a &erdera a ca'e a e come ara aatac6 la com &ala%ras2 ;or -ue .ora t o ris ido e mal /umorado, -uando tudo o -ue gostaria de.a*er era co'rir a-uela 'oca de 'ei os3

Meu Deus2 A-uela mul/er o tira%a do s7rio com&lemente2 >, o -ue era &ior, em %6riossentidos2 em -ue ela .i*esse nen/um es.or o &ara isso, conseguia sedu*i lo, &ro%ocando l/eos mais ardorosos e incontrol6%eis dese os Fasta%a contem&l6 la, &ara sentir o sangue .er%ere o cor&o late ar, como se n o &assasse de um adolescente, .ace Bs &rimeiras desco'ertasse?uais Al7m disso, &erto dela, n o conseguia &ensar direito di*endo coisas ou agindo de umamaneira -ue amais .aria se esti%esse so' o dom+nio da ra* o

ue id7ia mara%il/osa tra*er a-uela ta a de %in/o2Gra as a isso, conseguira minimi*ar o clima desagrad6%el, gerado &or suas criticas 6s&eras

>m'ora n o /ou%esse um &ingo de %ulgaridade na atitude de Haesel, -ual-uer ser%a &rudenteteria recusado de &ronto a o.erta &ara com&artil/ar da ta a de um no're

A&ertou a ca'e a entre as m os, atordoado &or tantas d9%idas2 ;or -ue tudo o -ue sere.eria a Haesel era am'+guo e contraditório3 >la era /umilde e modesta, como uma ser%ade%eria ser, contudo seus gestos e &ala%ras &areciam en%oltos em um %7u de .idalguia&ró&rios da no're*a >ra 'ela e sedutora, em'ora manti%esse uma &ostura c@ndida e inocente;or .im, o &assado dessa mul/er era um com&leto enigma2

$omo lorde e mem'ro da no're*a normanda, Alain tin/a o direito de decidir o destino de-ual-uer um dc seus %assalos &odia, inclusi%e, escol/er &ara amante -ual-uer mul/er inglesadescom&rometida Eoda%ia amais se %alera desse arti.+cio &ara con-uistar os .a%ores de

nen/uma o%em ó /a%ia se deitado com mul/eres -ue dese aram sua com&an/ia de li%re ees&ont@nea %ontadeGilda, sua atual amante, 6 costuma%a deitar se com /omens em troca de moedas ou de

alguns &resentes /6 muito tem&o Ali6s, n o tin/a d9%idas de -ue a rui%a continua%a a .a*: lo,

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mesmo contando com o &oderoso sen/or de Ha!"s!ell entre os .re- entadores de suaca'ana < mesmo n o &oderia ser dito so're Haesel

im, ao senti la em seu 'ra os, ti%era a certe*a de -ue ela n o era virgem < modo comores&ondera aos seus 'ei os e car+cias denota%a alguma e?&eri:ncia no cam&o amoroso Aomesmo tem&o, ti%era a sensa o de -ue era a &rimeira %e* -ue ela esta%a e?&erimentando o&ra*er com&artil/ado entre um /omem e uma mul/er Al7m disso, ela relutara em entregar seB &ai? o, o -ue nen/uma mul/er le%iana .aria, se ti%esse a o&ortunidade de sedu*ir o sen/or

de um casteloer6 -ue Haesel .ora &ossu+da B .or a &or algum guerreiro sel%agem3 Isso era muito.re- ente nesses tem&os de guerra e 'rutalidade A/2 $omo gostaria de mostrar l/e asdel+cias da arte do amor2

>nt o sua mente atormentada o le%ou mais uma %e* &ara as lem'ran as da-uela noite noe?ato momento em -ue Hug/ le Gros interrom&era a-uele 'ei o a%assalador

Maldito, Le 6ro !, &rague ou, em &ensamento e n o .osse &or a-uela intromiss o, tal%e*ti%esse &ossu+do a-uela mul/er deslum'rante2 >m %e* disso, .ora &ara a cama morto de dese oe &ai? o, de&ois de ter c/egado t o &erto do &ara+so2

;oderia ter ido consolar suas .rustra es nos 'ra os -uentes e sem&re carin/osos de GildaMas, cada %e* -ue lem'ra%a da do ura da-ueles l6'ios e o &er.ume da-ueles ca'elos loiros,c/ega%a a sentir asco da rui%a N o -ueria &ara a-uela ca'ana na aldeia, mas sim &ara a camade Haesel, -ue /a%ia se re.ugiado no -uarto de seus .il/os2 Ali6s, esse .ora o 9nico moti%o -ue

o im&edira de arrom'ar a-uela &orta e su&licar &elo amor da-uela mul/er2Min/a nossa2 < -ue esta%a &ensando3 Acaso estaria enlou-uecendo de &ai? o3Mal conseguira &regar os ol/os durante o resto da noite ;or isso, t o logo os &rimeiros raios

da aurora surgiram no /ori*onte, dera in+cio a uma %erdadeira maratona de ati%idades ;elomenos assim, tentaria ocu&ar a mente e o cor&o com outro assuntos, al7m de Haesel N oresol%era &assar o dia ca ando na .loresta sim&lesmente &ara adiar a-uele reencontro Aocontr6rio lo constatar a aus:ncia de Haesel durante a re.ei o matinal, ti%era receio de -ue ela&artira de Ha!"s!ell, assustada ou o.endida com sua rea o im&etuosa ual n o .ora seual+%io e alegria ao a%ist6 la na mesa dos ser%os, na /ora do almo o2

Demonstrando muita .i'ra, ela n3o /a%ia l/e dirigido um ol/ar se-uer Agira como se Alainn o e?istisse2 $om tudo as &ro.undas ol/eiras so' os ol/os e a &alide* do rosto contrasta%amcom a a&ar:ncia de calma -ue -ueria e?&ressar

$om certe*a, de agora em diante, Haesel tomaria todas as &recau es &ara n o .icar a sósem sua &resen a2 Eam&ouco .aria &asseios &elo castelo &ara admirar as estrelas >la odes&re*ara com %eem:ncia2

De s9'ito, um raio de es&eran a cru*ou l/e o c7re'ro , > se tentasse %encer a 'arreiras deHaesel com carin/o a.eto e &erse%eran a3 er6 -ue ela se renderia a seus dese os3 ;oderiatentar De -ual-uer .orma, tomaria todo o cuidado &ara -ue nen/um 'is'il/oteiro, como ointrometido te Gros, &udesse atra&al/ar uma segunda c/ance de sedu*ir Haesel2

$om um misto de ansiedade e ang9stia, /a%ia aguardado &elo almo o, -uando ela de%eriaestar &resente Mas, agora -ue %ira Haesel, sentia se de m os atadas2 Eentar a'ord6 la esta%atotalmente .ora de cogita o2 A tentati%a .rustrada da noite anterior ainda era muito recente&ara -ue ti%esse sucesso nessa no%a a&ro?ima o Eeria -ue ser &aciente ;or7m, assim -ue acon-uistasse, n o dei?aria -ue &artisse t o cedo, se 7 -ue algum dia &ermitiria -ue ela se.osse

Gilda .icada &ossessa ao desco'rir -ue .ora su'stitu+da, em'ora, no .undo, ela sem&resou'esse -ue nunca /a%eria .uturo &ara a-uele relacionamento No entanto, de&ois de dar l/euni generoso &resente de des&edida, ela iria se acalmar, dirigindo seus a.agos e car+cias &araseus outros %isitantes

>s-uecendo se &or com&leto da carta &ara Hug/ Figod, Alain &assou a .a*er &lanos &ara o.uturo Eodos en%ol%endo Haesel, 7 claro2

Iria mant: la ao seu lado &ara sem&re, at7 mesmo -uando a im&eratri* cum&risse a &ala%rade arran ar l/e um casamento com outra /erdeira normanda Ali6s, essa era uma &romessa-ue n o .a*ia a menor -uest o de %er cum&rida e n o &recisasse de um .il/o legitimo &ara/erdar t+tulo de 'ar o de Ha!"s!ell, amais aceitaria des&osar outra mo a no're e 'emnascida como 89lia2 N o -ueria nen/uma aristocrata esno'e em seu castelo, maltratando o&o%o e re.erindo se a Guerin como 'astardo2

Res&irou .undo, esticando os 'ra os &ara o alto, a .im e a.astar a tens o No .undo, mais

cedo ou mais tarde, teria -ue se resignar com a id7ia de um no%o casamento arran ado, comosem&re acontecia na no're*a >ntretanto, o cora o seria li%re &ara amar a mul/er -uedese asse2

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< 'ur'urin/o de %o*es in.antis, entremeado &elo tim're le%e e incon.und+%el de %ae el .e*com -ue Alain a.astasse a-ueles de%aneios &ara se concentrar no mo%imento de sua &ortaLogo, no entanto, tudo silenciou, -uando as crian as e a ama entraram no -uarto cont+guoFastou ou%ir a-uela %o*, doce como o canto de um &6ssaro, &ara -ue a &ai? o, -ue oconsumia, %oltasse a incendiar o cor&o, como se esti%esse em uma .ogueira2

>le riu, com uma e?&ress o maliciosa na .ace 86 -ue n o era &oss+%el estar com Haesel, aomenos, &oderia %: la

A&ro?imando se da &arede -ue di%idia os dois -uartos, ergueu um &eda o da &esadata&e aria, -ue narra%a as &eri&7cias de um ante&assado, re%elando um &e-ueno ori.+cio >le&ró&rio .i*era a-uele 'uraco entre as &edras, -uando 89lia .icara irritada com a trans.er:ncia de;eronelle &ara o mesmo -uarto ocu&ado &or Guerin e a antiga ama ;ara a&a*igu6 la,.ornecendo l/e um meio de o'ser%ar &rocedimentos de I%#, -uando ulgasse estar a sós com o'e':

A-uela tentati%a n o alcan ara nen/um sucesso, uma %e* -ue 89lia n o se &reocu&ara como estado do 'e': ua 9nica &reocu&a o era a con%i%:ncia entre a .il/a e o irm o 'astardo

Desde o in+cio, o grande usu6rio desse 'uraco de o'ser%a o .ora o &ró&rio Alain >m'oracon.iasse &lenamente na .alecida I%#, temia -ue as crian as ti%essem -ual-uer &ro'lemadurante a noite e a %el/a n o &udesse ou%i los

Agora, entretanto, daria uma no%a utilidade &ara o 'uracoC o'ser%ar a 'ela e sedutora amadas crian as

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Capítulo IX

Ali esta%a Haesel, sentada na cadeira -ue &ertencera a I%#, com Guerin e ;eronellea oel/ados aos seus &7s &ara ou%irem estórias

endo um rei, Al.red n o esta%a /a'ituado a e?ecutar tare.as sim&les, como cuidar de um.og o ;or isso, assim -ue .icou a sós na co*in/a, seus &ensamentos o le%aram &ara 'em longedali es-ueceu de %igiar os 'olos -ue assa%am e &assou a se &reocu&ar com uma maneira dee?&ulsar os dinamar-ueses da inglaterra$laire .e* uma &ausa, con.erindo maior :n.ase dram6tica narrati%a As crian as &areciam&etri.icadas, de emo o e ansiedade, en-uanto aguarda%am &elo resto da /istória

J lógico -ue os 'olos aca'aram -ueimando2 $laire anunciou, em tom solene,&ro%ocando uma %erdadeira en?urrada de risos em seus dois &u&ilos >, -uando a %i9%a%oltou &ara a co*in/a, Al.red ainda esta%a sentado diante do .og o, sem nem &erce'er o c/eirode -ueimado -ue se es&al/a%a &elo ar

Guerin e ;eronelle tornaram a rir > o -ue a %i9%a .e*3 o menino -uis sa'er, a.lito com o des.ec/o da /istoria <ra, ela .icou .uriosa com a-uele tolo -ue &ermitira -ue seus deliciosos 'olos .ossem

trans.ormados em cin*as2 Mas n o sa'ia -ue a-uele mendigo era na %erdade o rei;eronelle 'ateu &almas de contentamento, o irm o, no entanto, continua%a &reocu&ado >le n o disse B %i9%a -ue era o rei3 </2 Imagino -ue algu7m l/e contou &osteriormente, mas n o adiantou2 ;ara a %i9%a,

Al.red seria sem&re o /omem -ue /a%ia dei?ado seus 'olos -ueimarem2< menino arregalou os ol/os, 'o-uia'erto N o se &reocu&e, Guerin $laire &rocurou tran- ili*6 lo Al.red &odia ser um

&7ssimo co*in/eiro, mas era um e?celente rei2 em ele, a regi o de Tesse? teria sidocon-uistada &elos dinamar-ueses e, em conse- :ncia disso, /o e em dia toda a Inglaterra&oderia ser &ag

J mesmo3 ele in-uiriu, meio descon.iado im Al.red lutou contra os dinamar-ueses at7 -ue o rei deles concordou em ser 'ati*ado

e dei?ar a Inglaterra &ara sem&reA-uela res&osta satis.e* Guerin, &ois seu sem'lante, antes carregado e tenso, descontraiu

se em um sorriso de ali%io $onte nos mais /istórias so're os /eróis ingleses Haesel2 ele &ediu, c/eio de

entusiasmo Mas logo %oltou a ostentar uma .isionomia de &reocu&a o H6 outros, n o 73<s &adres nunca nos contam nada so're eles >m geral, di*em -ue os ingleses ti%eram muitasorte &or terem sido con-uistados &elos normandos, res&ons6%eis &ela ci%ili*a o dessasregi es inós&itas e '6r'aras

Do outro lado da &arede, Alain ou%iu a risada doce e sensual de Haesel >les t:m a coragem de di*er isso3 ue a'surdo2 &rotestou, entre risos <ra,

crian as, &recisam lem'rar -ue eles s o &adres normandos e isso .a* uma enorme di.eren a2As crian as se entreol/aram, atra&al/adas$laire sentiu se no de%er de e?&licar sua &osi o < engra ado 7 -ue tam'7m era uma

normanda, mas esta%a de.endendo o &onto de %ista dos ingleses, culturalmente in usti adosAli6s, desde sua in.@ncia, .ica%a irritada com esse sentimento de su&erioridade de seu &ró&rio&o%o, o -ue n o era nada crist o2

Na História da Humanidade, os %encedores sem&re &rocuram %alori*ar suas &ró&riascon-uistas, menos&re*ando as -ualidades de seus o&onentes &ara -ue eles se sintamin.eriores Res&irou .undo, &rocurando manter se calma Fem, os &adres -ue l/esdisseram essas 'o'agens so're os ingleses de%em ter se es-uecido das leis .eitas &elo reiAl.red, -ue at7 /o e s o utili*adas Isso, sem mencionar os %6rios li%ros -ue ele mandoutradu*ir do latim, &ara -ue o &o%o &udesse con/ec: los

Dessa %e*, at7 Alain .icou &er&le?o N o es&era%a tanta erudi o de uma ser%a Realmente,essa mul/er n o era nada comum

> -uanto aos /eróis ingleses3 ;eronelle insistiu, cada %e* mais interessada na-ueleassunto

$laire %ascul/ou a memória, B &rocura de algo interessante >ra delicioso lem'rar de todasas /istórias e lendas -ue ou%ira de suas amas inglesas durante sua &ró&ria in.@ncia

Dei?e me %er ;osso l/es contar a /istória de He!ard, o 5igilante Du%ido -ue /a amuitos normandos -ue con/e am os .eitos desse /erói $alou se, de s9'ito, meio /esitanteNo .undo, -ueria a&enas &ro%ocar ainda mais interesse nas crian as Fem, tal%e* se amel/or dei?armos Here!ard no es-uecimento

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ua t6tica te%e :?ito a'soluto2 ;eronelle e o irm o &rotestaram com %eem:ncia contra aamea a de sil:ncio da ama

$onte nos, Haesel2 im, agora -ue mencionou o nome de Here!ard, %ai ter -ue nos contar sua /istória2Alain acom&an/a%a o desenrolar da cena com grande interesse >sta%a duas %e*es

.ascinado &ela o%em inglesa Al7m da &ers&ic6cia e da 'oa memória, &ossu+a um eito todoes&ecial &ara cuidar de crian as >la conseguia manter a disci&lina a&enas com amor, sem

usar &ala%ras se%eras ou amea as Here!ard, o 5igilante2 a menina re&etiu, rindo >sse nome 7 muito engra ado2 ;ode &arecer estran/o &ara seus ou%idos normandos, ;eronelle Mas, &ara os ingleses,

Here!ard 7 uma lenda2 ;or -u:3 Fem, ele se recusou a aceitar o dom+nio normando, de&ois -ue Tilliam, o $on-uistador,

%enceu os ingleses em enlac e tomou o trono =e* uma &ausa estudada e acrescentou, emtom con.idencialC Here!ard urou amais se cur%ar diante de um rei normando ;or isso elese re.ugiou na .loresta com muitos outros guerreiros ingleses, os -uais, so' sua lideran a,continuaram a lutar contra os in%asores

As crian as .icaram mudas, com&letamente e?tasiadas Al7m de nunca ter l/es contadoessas /istórias, a %el/a I%# n o &ossu+a nem um ter o da elo- :ncia, sutile*a e imagina o.7rtil de Haesel Recorrendo a arti.+cios de entona o, gestos, ol/ares e &ausas, ela conseguia

acrescentar um colorido es&ecial a cada .rase ou trec/o da narrati%a, tornando tudo maisinteressante < rei Tilliam n o tentou ca&tur6 lo3 Guerin indagou $laro -ue sim2 Mas Here!ard era muito es&erto e, &or muito tem&o, conseguiu manter

seu gru&o re'elde a sal%o dos ata-ues normandos $omo3 .oi a %e* de ;eronelle -uestionar <ra, ele con/ecia essas .lorestas como a &alma de sua m o, o -ue n o acontecia com os

normandos ;ortanto conseguia desa&arecer dentro da mata .ec/ada, 'em no nari* de seusinimigos Aos &oucos, mais e mais /omens .oram se untando ao gru&o de Here!ard, em sualuta &ara recon-uistar a Inglaterra

< -ue aconteceu com ele, ent o3$laire deu um sus&iro triste m dia um es&i o in.iltrou se entre seus /omens, re%elando ao rei Tilliam como c/egar

at7 o acam&amento de Here!ard < rei o matou3 a menina interrom&eu, a.lita com o destino do /erói N o, mais uma %e* Here!ard e alguns de seus /omens conseguiram .ugir, mantendo a

lenda em torno Ide seu nome Muitos di*em -ue ele amais .oi ca&turado e -ue rumou &ara a Eerra anta, a .im de lutar contra os in.i7is Haesel concluiu

Do outro lado da &arede, Alain sorriu, com um misto de contentamento e d9%ida ;odia ter acerte*a de -ue Haesel .aria o &oss+%el &ara -ue seus .il/os a&rendessem -ue os ingleses n oeram in.eriores aos normandos ;ara tanto, ela n o /esitaria em l/e contar a %ers o inglesa acon-uista da Inglaterra

Eal%e* de%esse se &reocu&ar com o .ato, &ois n o era &rudente -ue seus .il/os&assassem a admirar um /omem como Here!ard, o 5igilante, um re'elde -ue desa.iaraautoridade normanda Mas, no .undo, ac/ou essa e?&eri:ncia mais 9til do -ue &erigosa A.inal,con/ecendo os dois lados da mesma /istória, seus .il/os seriam ca&a*es de tirar suas &ró&riasconclus es, desen%ol%endo a usti a e o senso cr+tico

Agora, conte alguma /istória so're os santos Guerin sugeriu, com um ol/ar c/eio decandura ue tal a %ida de o 8orge3

N o, dei?em me reser%ar algumas /istórias &ara mais tarde Agora, &reciso cer*iralgumas rou&as Haesel retrucou, &ara dece& o das crian as

>m seguida, tentando conciliar os interesses de todos, &ro& sC ue tal se continuarmos com as li es de .ranc:s3 ;osso re&etir as &ala%ras, en-uanto

tra'al/o Ali6s &arece -ue .icaremos &resos nesse -uarto &elo resto do dia, &ois umatem&estade est6 se a&ro?imando

Alain sus&irou, resignado, dei?ando cair a ta&e aria -ue oculta%a o 'uraco >ra sem&reGuerin -uem &edia /istórias de santos, nunca ;eronelle

J ó'%io -ue o menino nasceu com %oca o &ara a %ida religiosa 9or Ceu , lutarei para

que ele iga eu caminho, sem me importar com a provávei retalia-=e de Matilde!, ele&ensou, com o sem'lante anu%iado $ontudo, antes -ue esse &ro'lema %iesse B tona, teria -ueen.rentar os desmandos da im&eratri* &or um outro moti%oC a ordem &ara -ue des&osasseoutra /erdeira

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<s &ensamentos de $laire a le%aram &ara 'em longe do -uarto das crian as, en-uanto.ingia se concentrar nas &ala%ras .rancesas -ue seus &u&ilos se es.or a%am &ara l/e ensinar

De&ois da-uele con.ronto com a /ostil Gilda, no lado de .ora das mural/as, retornara &ara o&6tio interno e, sem -ue ningu7m a %isse, /a%ia se esgueirado at7 o cala'ou o, de'ai?o doceleiro

>m %e* de l/e agradecerem, os dois soldados de Hardouin mostraram se 'astante o.endidos

com sua o.erenda m &eda o de & o3 Isso 7 o mel/or -ue & de .a*er, milad#3 8ean rosnara, como se.osse um c o sel%agem ansioso &ara trucidar sua %+tima

;or acaso, ac/a -ue eu &oderia esconder uma tigela de enso&ado em min/as %estes, semc/amar a aten o de algu7m3 re'atera, es.or ando se &ara n o demonstrar medo 86 .oimuito arriscado tra*er l/es essa garra.a de %in/o e ainda continuam a reclamar

Nossa2 >st6 se trans.ormando em uma e?celente ladra, milad#2 I%o /a%ia *om'ado,sarc6stico Mas ainda n o conseguiu rou'ar a c/a%e de nossa cela, estou certo3 Eam'7mde%o &resumir -ue, tam&ouco le%ou a-ueles &irral/os &ara .ora desse castelo, o grande moti%o-ue trou?e todos nós at7 a-ui, n o 73

86 l/es disse -ue n o %ou arriscar o sucesso do nosso &lano, tentando &reci&itar ascoisas2 Ali6s, se interessa sa'er, estou &restes a le%ar as crian as &ara um &asseio do outrolado das mural/as2

5erdade3 >stou im&ressionado2 8ean dissera, ir nico, .icando muito &arecido com umaco'ra -ue destila%a %eneno &ela l+ngua > -uando ser6 esse grande dia3 86 .i* on*e marcasna &arede, uma &ara cada dia -ue estou a-ui

>m 're%e >ra irritante ser acuada &or uma du&la de mercen6rios, sem car6ter Ascrian as gostam de mim, ou se a, con.iam na min/a &ala%ra < &ai est6 come ando a con.iarem mim tam'7m, o -ue 7 im&rescind+%el &ara -ue nosso &lano ten/a sucesso

At7 agora n o acrescentou nada de no%o ao -ue 6 os re%elara da 9ltima %e* em -ueeste%e a-ui2

ó estou re.rescando l/es a memória2 Al7m disso, ti%emos cinco dias consecuti%os dec/u%a e as crian as .icaram doentes2 Ali6s, &arece -ue %ai c/o%er de no%o esta tarde

N o diga3 ;ois sai'a -ue, se eu esti%esse li%re, o castelo de Ha!"s!ell 6 estaria nasm os do conde O>%reu? B essa altura2

J muito .6cil di*er2 $errara os &un/os, tomada a ira ;or -ue ainda se &reocu&a%a comesses &ati.es arrogantes3 Agora %e o nitidamente &or-ue meu tio escol/eu me &ara essamiss o em %e* de con.i6 la a /omens como %oc:s2

A rea o .uriosa e %eemente de $laire /a%ia &ego os dois &risioneiros de sur&resa ;or issoeles aca'aram se calando

Meu tio de%e ter imaginado -ue eu agiria de modo lento e cuidadoso, con-uistando acon.ian a do 'ar o e das crian as, antes de ra&t6 las2 Ao contr6rio de %oc:s, -ue, certamente,iriam amarrar os dois logo na &rimeira o&ortunidade, tentando atra%essar o &ort o do castelona 'ase da .or a 'ruta2

Isso 7 mel/or do -ue tentar .a*er ami*ades &or todo o castelo2 8ean tornara a .alar,com a as&ere*a -ue l/e era caracter+stica

eus tolos2 Agindo assim, só conseguiriam assustar as crian as2 > o conde n o dese aarriscar a seguran a delas2

<u%iu isso, 8ean3 I%o dissera, soltando uma gargal/ada /ist7rica Milad# n o -uer-ue as crian as corram nen/um risco2

<s dois riram a %aler, en-uanto $laire os o'ser%a%a, indi.erente No entanto, &or tr6sda-uele ar de su&erioridade, ela tremia dos &7s a ca'e a, com receio do -ue &udesse %ir aacontecer com as crian as

;or -ue est6 t o &reocu&ada assim com esses .edel/os3 Acaso, est6 .icando com &enadeles, milad#3 8ean &erguntara, trocando o cinismo &or uma e?&ress o amea adora Antes -ue comece a ter id7ias &ara mudar de lado, gostaria de lem'r6 la de -ue Hardouin 7es&ecialmente cruel com os traidores

>la .ora sacudida &or tremores ainda mais .ortes eus ner%os 6 n o esta%am maissu&ortando toda a-uela tem s o a'ia muito 'em -ue Hardouin sentia um &ra*er animalescoem torturar &essoas, contudo reluta%a em aceitar -ue o tio &udesse mac/uc6 la A.inal, am'ostin/am o mesmo sangue nas %eias2

im, milad# > mel/or .a*er, de uma %e* &or todas, o -ue a trou?e a esse lugar I%o.i*era coro ao com&an/eiro, di%idindo o mesmo ol/ar .ero*

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uem 7 esse no're3 %oltou a &erguntar > ó'%io -ue lad# $laire sa'ia -uem era esseno're, con/ecimento ate ao -ual a &o're Haesel amais teria acesso ;ortanto, &ara dar mais%erossimil/an a ao seu dis.arce, tin/a -ue agir como a ser%a

J um dos no'res leais B im&eratri* Matilde, cu o castelo .oi sitiado &elas tro&as do rei>ste% o, no ano &assado

< -ue ser6 -ue ele dese a de lorde Alain3 er6 -ue a im&eratri* mandou c/am6 lo &aralutar com suas tro&as3 $laire .e* .or a &ara re%estir seu rosto com uma e?&ress o de

ingenuidade e ignor@ncia ;recisa%a demonstrar -ue .a*ia todas a-uelas &erguntas B toa, &or&ura curiosidade caso contr6rio, come aria a le%antar sus&eitas dos moradores do castelo Isso ainda n o aconteceu e es&ero -ue esse dia nunca c/egue2 Annis e?clamou,

en.6tica, .a*endo o sinal da cru* ei -ue os castelos &odem ser atacados, mesmo com a&resen a de seus sen/ores Mas, -uando os no'res est o ausentes, &artici&ando de algumaguerra com seus soldados, os &oucos /omens -ue restam &ara guardar as mural/as n o s oca&a*es de resistir &or muito tem&o aos ata-ues2 Nem -ueira sa'er o -ue os inimigos .a*emcom o &o%o, ao redor das .ortale*as dominadas2

$laire .icou em sil:ncio, com&artil/ando dos receios de Annis ;or7m, a&ós uma &ausaconsider6%el, tornou a tocar no assunto, 'om'ardeando a amiga com no%as e instigantes&erguntasC

N o ac/a estran/o -ue lorde Alain ainda n o ten/a sido c/amado3 <u%i di*er -ue aim&eratri* Matilde %em en.rentando uma situa o muito di.+cil, o -ue a le%ou a con%ocar &ara a

luta todos os seus %assalosAnnis encol/eu os om'ros, com descaso Isso tudo n o me im&orta, 7 assunto &ara os no'res ó agrade o a Deus -ue ainda

este amos .ora da guerra Mas -uem sa'e &or -uanto tem&o3 im, e -uem &ode di*er -ue a guerra n o %ai c/egar aos &ort es de Ha!"s!ell e o rei

>ste% o resol%er trans.ormar milorde em um de seus seguidores3 >!ald acrescentou,entrando na con%ersa das duas

$laire gostaria de tran- ili*6 los, re%elando -ue os seguidores de >ste% o n o &retendiamatacar o castelo &ara o'ter a lealdade de lorde Alain $omo n o &oderia .a*er a menor men oa esse &lanos, engoliu suas ang9stias com um 'om gole de %in/o

Isso est6 nas m os de Deus .oi tudo o -ue disse >m seguida, lan ou um ol/ar&erscrutador &ara a mesa &rinci&al, &erce'endo -ue lorde Alain mantin/a uma con%ersaanimada com seu con%idado Gostaria de ser uma a'el/a &ara &oder ou%ir a-uela con%ersa,sem des&ertar sus&eitas2ue /omem de &rinci&io a-uele2 Ao mesmo tem&o em -ue &arecia muito terno e amorosoem rela o aos .il/os, continua%a leal B causa de Matilde Muitos no'res, -ue antes /a%iam

urado .idelidade B im&eratri*, 6 &assaram &ara o lado de >ste% o, em troca de terras, ouro eoutras %antagens reais $ontudo Alain &ermanecia sólido como uma roc/a, do lado -ueescol/era &ara de.ender desde o &rinc+&io da-uela dis&uta

A.inal de contas, o -ue le%ara Alain de Ha!"s!ell a .icar do lado de Matilde3 eria umasim&les -uest o de lealdade aos dese os do %el/o rei3 ;odia ser, mas sua intui o l/e di*ia -ueisso n o era tudo

A maioria dos no'res -ue uraram res&eitar os direitos da /erdeira de Henri-ue I, mudaramde id7ia assim -ue ti%eram -ue se entender com a arrogante e &re&otente Matilde >ssamudan a ocorreu, em es&ecial, a&ós a coroa o de >ste% o como rei, e, at7 agora a im&eratri*do acro Im&7rio n o /a%ia sido coroada rain/a da Inglaterra

er6 -ue Alain era mais /onrado do -ue os outros no'res3 e esse .osse o moti%o, $laire erao'rigada a se render B sua tenacidade No entanto era e?tremamente &erigoso admirar os&rinc+&ios e a coragem do /omem -ue esta%a tentando derrotar Isso &oderia en.ra-uec: la

>m deses&ero, agarrou se B id7ia de -ue Alain n o &oderia ser t o /onrado assim A.inal,tin/a um .il/o 'astardo, -ue &arecia educar &ara ser o &ró?imo 'ar o de Ha!"s!ell, e o'rigaraa es&osa a %i%er so' o mesmo teto -ue essa crian a2 ;o're 89lia

$omo era o casamento de lorde Alain e a .alecida lad# 89lia3 indagou, de re&ente,le%ada &ela grande m6goa -ue a morte da amiga a'rira em seu &eito

Annis a .itou descon.iada >st6 .a*endo um monte de &erguntas so're um /omem &or -uem alega n o ter nen/um

interesse es&ecial ;assou a %: lo com os mesmos ol/os de Gilda, ou estou enganada3$laire sentiu o ru'or tingir l/e a .ace de %ermel/o

$laro -ue n o2 J a&enas curiosidade2 >u <ra, n o &recisa .icar en%ergon/ada só &or-ue Gilda 7 min/a irm Annis declarou,im&ertur'6%el Gilda .a* as %e*es de &rostituta desde seus tre*e ou cator*e anos e milordedei?ar de %isit6 la, n o ir6 demorar muito &ara -ue arran e outro -ue &ossa su'stitui lo

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Mesmo de&ois de ou%ir isso, $laire n o te%e coragem de encar6 la $ontinua%a em'ara ada&elo .ato de Annis sus&eitar da nature*a de seus interesses &or lorde Alain, o -u:, de .ato, era%erdade2 Al7m disso, ser6 -ue Gilda tin/a contado B irm -ue a %ira seguindo os &assos demilorde, no &6tio e?terno3

De.initi%amente, est6 enganada2 insistiu, .or ando o c7re'ro &ara ac/ar algumae?&lica o &ara seu interesse na-uele assunto ó &erguntei so're Milad# &or causa dascrian as ueria sa'er como %i%iam antes da morte de lad# 89lia, se ela e lorde Alain eram

.eli*es Annis ainda a encarou com certa descon.ian a Aos &oucos, .oi aceitando a descul&a de$laire A.inal, ela &arecia t o sincera e interessada &elas crian as Fem, sa'e como s o os casamentos entre os no'res, n o 73 Eudo n o &assa de arran os

entre as .am+lias >les n o se casam &or amor como nós, mas &or interesseLan ou um ol/ar %olu&tuoso &ara o marido, o -ual .oi &rontamente corres&ondido com

um 'ei o a&ai?onado;or um momento, $laire n o & de e%itar de sentir uma &onta de in%e a da .elicidade do

casal J claro -ue sa'ia so're a-uelas regras, e como2 entira os e.eitos da-ueles arran osentre as .am+lias na &ró&ria &ele2

Mesmo assim, ac/o -ue lorde Alain gosta%a de lad# 89lia, -uando se casou com ela Annis acrescentou, assim -ue o 'ei o aca'ou, sem &erder o .io da meada Ao menos, ele&arecia muito .eli* durante a cerim nia nu&cial, na ca&ela

> lad# 89lia3 >la tam'7m &arecia .eli*3

A la%adeira .e* uma &ausa, remoendo um &ouco a-uela &ergunta >nt o cortou uma .atia de-uei o, %oltando a .alarC uando ela c/egou ao castelo, &arecia .uriosa e desa.iadora Ac/o -ue n o esta%a nem

um &ouco satis.eita com seu casamento Mas, na man/ da cerim nia, em %e* de cólera /a%iaa&enas medo em seu rosto At7 .i-uei com &ena, &arecia t o o%em

$laire concordou com a o&ini o de Annis a'ia o -uanto a &rima esta%a aterrori*ada com aid7ia de mudar se &ara 'em longe do castelo onde crescera, a .im de des&osar um /omem -ue

amais /a%ia %isto Eudo isso &ara satis.a*er o dese o de seu &ai, -ue alme a%a uma alian acom o &oderoso lorde de Ha!"s!ell 89lia tam'7m tin/a medo do -ue a es&era%a na cama deseu .uturo marido

>sse &a%or da noite de n9&cias .ora causado &ela irm mais %el/a de 89lia, -ue entrara &araum con%ento t o logo /a%ia se tornado %i9%a >la narrara B irm ca ula todos os /orrores de se&erder a %irgindade, carregando nas cores dram6ticas >m % o, $laire tentara destruir essaimagem monstruosa, alegando -ue nem todos os casamentos de%iam ser t o in.eli*es -uantoa-uele No entanto, como ainda era solteira e %irgem nessa 7&oca 89lia n o l/e dera ou%idos

> de&ois do casamento3 $laire insistiu no assunto, escondendo a emo o -ue sentia aolem'rar da amiga morta As coisas mudaram3

Annis ol/ou com mal+cia na dire o de lorde Alain Lad# 89lia &arecia muito .eli* na man/ seguinte, o -ue se re&etiu &or -uase um m:s

Milorde tam'7m &arecia muito contente anda%a &elo castelo, asso'iando e sorrindo, como secamin/asse em nu%ens A mul/er res&irou .undo com des@nimo In.eli*mente, isso n odurou muito

< -ue .oi -ue aconteceu3 Fem, lorde Alain te%e -ue %ia ar &or alguns dias e, -uando %oltou, trou?e consigo um

'e': >ra o &e-ueno Guerin$laire .ingiu estar c/ocada com a-uela re%ela o uer di*er -ue Guerin n o 7 .il/o de lad# 89lia3 >nt o -uem 7 a m e dele3 eria Gilda3Annis .e* um mo%imento en.6tico com a ca'e a N o milorde nem ol/a%a &ara Gilda na-uela 7&oca Ali6s, ningu7m sa'e -uem 7 a m e

de Guerin De%e ser alguma mul/er .rancesa, &ois, antes de se casar, lorde Alain &assou algumtem&o em An ou, na corte da im&eratri* Matilde e seu marido, o conde Geo..re#

$laire gostaria de sa'er o -ue acontecera B-uela in.eli* garota .rancesa Eeria morridodurante o &arto ou ainda %i%ia, escondida em alguma &arte do acro Im&7rio3

Lad# 89lia n o de%e ter .icado nada satis.eita com a c/egada do 'e':, n o 73 5oc: .icaria3 Annis retor-uiu, 6s&era ;ois eu n o2 8amais &erdoaria um /omem -ue

me tra+sse2 >u tam'7m n o $laire concordou com a mul/er, &ensando nos tormentos -ue 89lia

de%ia ter en.rentado so*in/a, nesse local estran/o > -uanto a ;eronelle3

A/2 A menina 7 .il/a legitima do casal >la nasceu cerca de um ano de&ois do casamentoMas 6 era tarde demais &ara unir os dois Milad# ignora%a Guerin, dei?ando o inteiramenteso' os cuidados de I%# Agia como se o menino .osse in%is+%el2

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$omo assim3 entia uma lan a .incada no &eito, dilacerando seu cora o Mesmoassim, &recisa%a sa'er ,o -ue acontecera com 89lia

Annis meneou a ca'e a, tam'7m .icando triste com a-uelas lem'ran as Durante toda a gra%ide*, lad# 89lia &arecia de&rimida e miser6%el e mesmo o nascimento

de ;eronelle n o conseguiu alterar seu estado Milad# n o tin/a interesse &or mais nada a.il/a, o marido, o castelo &areciam n o e?istir uando a .e're a atacou, no in%erno &assado,ela nem se-uer tentou resistir Dei?ou se %encer &ela morte

er6 -ue teriam sido .eli*es, se lorde Alain n o ti%esse tra*ido Guerin &ara %i%er emHa!"s!ell3 $laire indagou se, em %o* altaAnnis sacudiu os om'ros 8amais sa'eremos, n o 73 Mas, se -uer min/a o&ini o, ac/o -ue ela .oi uma tola &or n o

&erdo6 lo2$laire .icou muda, atordoada <ra, Annis2 Disse -ue nunca &erdoaria o /omem -ue a tra+sse2 argumentou, em

con.us o, assim -ue recu&erou a %o* > manten/o o -ue disse2 No entanto milorde n o traiu a es&osa Guerin 7 .ruto de um

relacionamento -ue terminou antes das 'odas de lorde Alain e lad# 89lia2 ;or esse moti%o, ac/o-ue ela de%eria t: lo &erdoado2

$laire calou se, &ensati%a Na %erdade, Annis esta%a certa 89lia .ora muito in.antil erancorosa ao n o &erdoar o marido &or um erro do &assado2 e ao menos &udesse ter estado

unto da amiga &ara aconsel/6 la< antar 6 esta%a &restes a terminar, -uando $laire .inalmente %islum'rou uma c/ance deconseguir um sal%o conduto &ara sair do castelo, acom&an/ada &or seus &u&ilos Lorde Alain eseu /ós&ede esta%am dei?ando o recinto e tudo indica%a -ue seguiriam &ara uma reuni o comsir Gautier, nos a&osentos de milorde

Ao seguir na dire o dos dois /omens, $laire encontrou as crian as no meio do camin/oem &erder tem&o, comi seguiu con%enc: los a irem 'rincar no &6tio interno, so' a &romessade -ue logo iria se untar a eles

Milorde c/amou, em tom res&eitoso, interce&tando a marc/a de Alain 86 com o &7 no &rimeiro degrau, ele %irou se na dire o da-uela %o* Ao dar com a .igura

esguia e tentadora de Haesel, ar-ueou as so'rancel/as, com um ar malicioso e &ro%ocante$laire engoliu em seco, sentindo um calor insu&ort6%el e anormal tornar conta de todo seu

cor&o Milorde Descul&e me &or im&ortun6 lo ó -ueria sa'er se come ou outra %e*,gague ando Mantin/a os ol/os no c/ o, sem coragem alguma de ergu: los Eemia n o ter

.or as &ara sustentar o ol/ar, diante das lem'ran as do 'ei o im&etuoso -ue trocaram na noiteanterior

>nt o, dei?ando se %encer &ela curiosidade, ol/ou de relance &ara o /ós&ede e -uase caiude &ostas, .ulminada &or um ata-ue card+aco Min/a nossa2 Ein/a certe*a de -ue con/eciaesse /omem2 ;ensando mel/or, o &ró&rio Haimo os /a%ia a&resentado, durante ascomemora es da coroa o do rei >ste% o, alguns anos atr6s N o conseguia recordar o nomedele, mas isso n o %in/a ao caso

Min/a Nossa en/ora, ser6 -ue ele se lem'ra de mim3 < -ue %ou di*er se me &erguntar o-ue estou .a*endo a-ui ? >sta%a em &@nico2 Mais do -ue nunca &recisa%a encontrar umasolu o r6&ida &ara o &ro'lema Mas, como .aria isso3

im, Haesel3 < -ue dese a3 lorde Alain retrucou, o'rigando a a lem'rar -ue /a%iadei?ado seu &edido &ela metade

;or um segundo, ela te%e a sensa o de -ue ia des.alecer =icou &6lida como cera e a %istaescureceu, mas antes -ue os sintomas se agra%assem, lem'rou -ue um desmaio só iriac/amar a aten o do /ós&ede &ara sua &essoa ;ortanto tratou de controlar os ner%os emanter se .irme e .orte no &a&el de sena inglesa

Lan ando um segundo ol/ar na dire o do /omem, conseguiu se tran- ili*ar um &ouco >leesta%a do lado es-uerdo de lorde Alain, cu o cor&o enco'ria &arcialmente %is o do rosto de$laire

A/2 im conseguiu di*er, com muito custo Gostaria de &edir l/e &ermiss o &arale%ar as crian as at7 .loresta aman/ $alou se no%amente De%ido ao medo, as id7iasesta%am meio em'aral/adas em sua ca'e a

Alain continua%a a .it6 la, B es&era de uma e?&lica o >sta%a adorando a-uele ner%osismo

de Haesel, &ois, acre la%a -ue sua &resen a m6scula e %iril a esti%esse &ertur'ando 8amais&oderia imaginar a %erdadeira causa a-uele com&ortamento arredio

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;or causa da c/u%a, os dois t:m &assado tanto tem&o trancados nesse castelo -ue ac/ei-ue adorariam .a*er m &asseio &elo 'os-ue Res&irar um &ouco do ar .resco .loresta l/es .aria'em en.im conseguiu e?&licar u &onto de %ista

Deus2 e lorde Alain resol%esse a&resent6 la ao con%ido, teria -ue encar6 lo2 >nt o&recisaria de um milagre ara -ue ele n o a recon/ecesse2

De re&ente, no meio de toda a-uela con.us o mental, uma id7ia .oi tomando cor&o < -uea-uele /omem estaria .a*endo ali, como um mensageiro de um dos maiores aliados da

im&eratri* Matilde3 A.inal, ele esti%era na coroa o de >ste% o, agindo como um leal s9dito dorei;or sorte, ele &areceu n o dar muita im&ort@ncia a $laire Ao %er -ue se trata%a de uma

ser%a maltra&il/a, -ue .ala%a a&enas ingl:s, ele %irou se &ara o lado o&osto, es&erando -ue o'ar o terminasse a-uela con%ersa

Alain, &or sua %e*, n o tin/a a menor inten o de a&resent6 la Nen/um no're amaisa&resenta%a seus ser%os a outros no'res, a menos -ue .osse design6 los &ara algum ser%i oNo entanto, mais uma %e*, ela /a%ia se es-uecido de -ue n o esta%a em Ha!"s!ell como lad#$laire de $o%erl#, mas sim como uma /umilde criada

Eem toda ra* o, Haesel2 ele concordou, animado m &asseio &elo 'os-ue ser6 muito 'om &ara as crian as2 Mas &e a B co*in/eira -ue

&re&are algo &ara le%arem >m seguida, ele se %oltou &ara a escada, .a*endo um gesto &ara-ue o /ós&ede o seguisse

>n-uanto os dois desa&areciam no to&o da escadaria $laire continua%a imó%el, l6 em'ai?o,.eito uma est6tua Gra as a Deus, conseguira esca&ar da /umil/a o de ser desmascarada2 Eoda%ia a &resen a da-uele /omem, como mensageiro de Frian =it*$ount, a intriga%a A.inal,ele era um %assalo de Matilde ou de >ste% o3

$laire gemeu, sentindo um a&erto no cora o e ele .osse um dos /omens de >ste% o,.ingindo estar do lado da im&eratri*, Alain corria &erigo2

>la tentou encontrar algum consolo no .ato de ter o'tido &ermiss o &ara dei?ar o castelocom as crian as Ali6s, n o es&era%a -ue .osse conseguir isso com tanta .acilidade2 >sta%aali%iada2 >m menos de %inte e -uatro /oras, entregaria ;eronelle e Guerin nas m os dosinimigos de lorde Alain

>sse &ensamento a .e* cair no %el/o dilema < -ue a com a cul&a e o remorso de ter tra+doa con.ian a e &essoas -ue acreditaram em sua &ala%ra3

Lembre+ e da prome a de %ardouin de ter ua proa terra ! )unca mai terei que mecurvar diante da e(ig ncia de meu tio ou de )eville!, re&etiu &ara si tensa, di%ersas %e*es;or -ue ser6 -ue a-uela id7ia n o &arecia mais t o agrad6%el -uanto antes3

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Capítulo X

e a 'em %indo, milorde2 Gilda disse, com um sussurro en%ol%ente, ao a'rir a &orta&ara lorde Alain

$/o%ia .orte l6 .ora, de modo -ue as rou&as e as 'otas de Alain esta%am enc/arcadas esu as de lama

</2 Milorde2 N o de%ia es&erar na c/u%a2 Fasta a'rir a &orta e ir entrando A.inal, tudo o-ue /6 a-ui dentro l/e &ertence Incluindo eu, milorde a mo a &rotestou, com sua%idade,&assando os 'ra os em torno do &esco o dele

$om essa mano'ra, os seios .ados encostaram no &eito musculoso de Alain, ao mesmotem&o em -ue l/e o.ereceu os l6'ios carmins &ara serem 'ei ados

Ignorando a-uela 'oca, Alain des%encil/ou se da mul/er >nt o tirou uma sacola de couro,enco'erta &elo manto, e a & s so're a mesa Ein/a es&eran as de -ue sua rea o .ria Bscar+cias de Gilda, o o&osto do -ue sem&re acontecia, &udesse alert6 la so're os %erdadeirosmoti%os dessa sua %isita

Erou?e l/e um &resente, Gilda comunicou, sa'endo -ue ela n o aceitaria muito 'em o-ue tin/a a l/e di*er

>la ogou os ca'elos &ara tr6s, com um riso a.etado e %ulgar <'rigada, meu adorado2 sarei esse din/eiro &ara com&rar algo 'onito &ara agrad6 lo

ua %o* .oi desa&arecendo no ar, B medida em -ue seus ol/os &erce'iam a -uantidadeele%ada de moedas -ue lorde Alain /a%ia colocado so're a mesa

>le &ermaneceu em sil:ncio, com uma e?&ress o s7ria e com&enetrada ;or Deus, milorde2 Isso 7 muito mais do -ue costuma me dar De re&ente, tudo .e*

sentido, como as &e as de um -ue'ra ca'e a -ue se encai?am a&ós in9meras tentati%as>rguendo os ol/os, 'uscou os dele, -uase em deses&ero ;or -ue est6 .a*endo isso, milorde3

Gilda, eu come ou, calando se logo de&ois Eenta%a escol/er as &ala%ras ade-uadas&ara a-uele momento

Mesmo sa'endo -ue iria .erir a&enas o orgul/o .eminino de Gilda, gostaria -ue /ou%esse ummodo de encerrar esse relacionamento sem mago6 la2 a'ia -ue ela n o o ama%a, mas, emconsidera o aos instantes de &ra*er -ue /a%iam des.rutado untos, -ueria diminuir seuso.rimento

>st6 -uerendo me di*er adeus, n o 73 >sta%a &6lida e com os l6'ios tr:mulos >ssa 7sua maneira de se des&edir de mim3 A&ontou &ara a &il/a de moedas de ouro so're a mesa

Alain engoliu em seco, c/ateado com essa situa o constrangedora Gostei muito dos momentos -ue &assamos untos, Gilda Ac/o -ue sa'e disso, n o 73 >nt o &or -ue %ai aca'ar com eles, milorde3 =e* a &ose sensual, ol/ando &ara a cama

Ainda n o terminei de l/e mostrar tudo o -ue &osso .a*er 5en/a, deite se migo2 >u o .areides.rutar de &ra*eres indescrit+%eis2

em se como%er com os a&elos e con%ites da mul/er, Alain mante%e se im&ass+%el N o, Gilda2 5im at7 a-ui somente &ara l/e di*er -ue est6 tudo aca'ado entre nós>la a.astou se &arecia ter sido em&urrada com %iol:ncia &ara tr6s, em'ora ele nem se-uer

a ti%esse tocado eu rosto esta%a contra+do, com uma e?&ress o de dor e agonia &ro.unda >st6 me e?&ulsando de Ha!"s!ell, milorde3 a mo a indagou, com um .ia&o de %o*

De%o untar meus &ertences e &artir3 Mas, -uando3 $laro -ue n o, Gilda2 A&ro?imou se dela, tocando l/e o om'ro &ara l/e transmitir

seguran a > li%re &ara .icar ou &artir, con.orme seu dese oDe agora em diante, n o &recisar6 mais temer min/as c/egadas re&entinas, en-uantoentret7m outros amantes , acrescentou, mentalmente

Recu&erando se do c/o-ue inicial, ela untou .or as &ara reagir A.astou se de Alain,ol/ando o com um misto de agonia e de rai%a ;arecia uma ra&osa .erida &ela lan a de umca ador

J &or causa da no%a ser%a, n o3>le &re.eriu se .a*er de desentendido Do -ue est6 .alando, Gilda3 N o entendo aonde -uer c/egar com essa con%ersa ;osso ser ignorante, milorde2 Mas ten/o os ol/os muito a'ertos2 A cólera tomou conta

de seus mo%imentos >m uma -uest o de segundos, a &alide* de sua .ace .oi su'stitu+da &elo%ermel/o .ogo Ac/a -ue n o &erce'i o modo como ol/a &ara a-uela ser%a .ugiti%a, deca'elos loiros3 A-uela -ue todos c/amam de Ha#le# ou coisa &arecida2

Haesel ele a corrigiu >ssa mul/er n o tem nen/uma rela o com o -ue est6acontecendo conosco Gilda >la 7 a&enas a ama dos meus .il/os

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A-uele &rotesto soou .also at7 mesmo &ara seus ou%idos $ontudo n o &oderia &ermitir -ueseus dese os &or Haesel .ossem de%assados &ela l+ngua a.iada de Gilda ;elo menos, at7 -ueconseguisse con-uistar os .a%ores da o%em ser%a

De onde tirou essa id7ia maluca de -ue estou interessado nela3 tornou a -uestionar,.ingindo des&re*o &or Haesel 86 %in/a &ensando em dis&ens6 la de suas o'riga es comigo/6 um 'om tem&o, muito antes da c/egada de Haesel ao castelo

=ar&as de ódio sa+ram dos ol/os %erdes de Gilda >sta%a ainda mais .uriosa com a-uela

descul&a, -ue at7 se es-ueceu de -ue .ala%a com o sen/or do castelo de Ha!"s!ell De onde tirei essa id7ia, milorde3 re&etiu, ir nica Eal%e* se a do 'ril/o de dese o eco'i a em seus ol/os, -uando ela est6 &or &erto Muitas &essoas 6 &erce'eram isso tam'7m,de modo -ue n o &recisa continuar negando2

A-uela re%ela o o sacudiu com a .or a de um terremoto Meu Deus2 e Haesel continuassea resistir contra suas in%estidas, .icaria desmorali*ado diante de seu &o%o >ntretanto 8amais.or aria um mul/er a se deitar em sua cama contra a %ontade e a o%em inglesa -uisessedes&re*ar suas car+cias, &aci:ncia2 Eeria -ue su&ortar o .ato

Milorde, sa'e muito 'em -ue n o &recisa escol/er uma de nós ;ode .icar com as duas2A.inal, 7 um no're normando Gilda &ro& s, dei?ando a rai%a de lado &ara tentar sal%ar suasitua o ;osso l/e &rometer -ue, em &ouco tem&o, %ira correndo &ara meus 'ra os, ansadoda-uela loira &6lida e esno'e2

Deu outra gargal/ada /ist7rica, &assando as m os &elas cur%as do cor&o, de .orma

insinuante >ssa loira tem um eito estran/o de se &ortar At7 &arece -ue tem o rei na 'arriga2Mesmo assim, garanto -ue ela n o %ai sa'er como agrad6 lo, milorde N o como eu

Al/eio B-uela argumenta o, A am se dirigiu &ara a &orta Dese o l/e sorte, Gilda >nt o dei?ou a ca'ana sem ol/ar &ara tr6s N o -ueria .erir

ainda mais os sentimentos da mo a, a.irmando -ue uma mul/er com Haesel amais o .aria&erder o interesse

egundos de&ois de ter .ec/ado a &orta, & de ou%ir o 'arul/o das moedas sendoarremessadas contra a &arede, seguido &or solu os e c/oro Gilda &arecia inconsol6%el2

Nossa2 H6 comida su.iciente &ara de* &essoas a-ui dentro2 $laire e?clamou, aorece'er a cesta da co*in/eira $rian as, %amos encontrar um 'om local &ara o nossode euner sur l /er'e, como seu &ai disse -ue de%o c/amar esse &asseio na .loresta

;eronelle soltou risos de satis.a o e Guerin 'ateu &almas 5amos comer na .loresta2 a menina comunicou a 5erel, o escudeiro de lorde Alain, -ueesta%a &assando &ela co*in/a nesse momento

Ugeis como coel/os, as crian as saltaram os degraus de &edra -ue se&ara%am a co*in/a do&6tio, im&acientes com a demora da ama >sta%am t o alegres e e?citadas com a-uele&asseio, -ue nem /a%iam &erce'ido a e?&ress o taciturna e ca'is'ai?a de $laire

$ontrastando com a le%e*a dos &u&ilos, ela camin/a%a com di.iculdade, como se esti%essecarregando %inte -uilos nas costas N o /a%ia nen/um moti%o &ara sentir se .eli* >m %e* doson/ado 'an-uete na .loresta, as crian as seriam ca&turadas &elos /omens de Hardouin eaca'ariam comendo a-uelas guloseimas como &risioneiras >nt o sa'eriam -ue a mul/er em-uem con.ia%am e esta%am come ando a amar n o &assa%a de uma %il traidora2

>n-uanto atra%essa%am o &6tio, rumo ao &ort o &rinci&al, encontraram &adre Gregor#,diante de seus a&osentos

>stamos a camin/o de nosso d7 euner sur l /er'e, &adre Guerin disse, com o &eitoestu.ado de .elicidade

< rosto angelical do &adre iluminou se com um sorriso ue not+cia mara%il/osa, &e-ueno Guerin2 5irando se &ara $laire, cum&rimentou aC

=a*er um &asseio &ela .loresta .oi uma e?celente ideia2 ue Deus a a'en oe, min/a .il/a2 <'rigada, &adre agradeceu, retri'uindo o sorriso ;or7m, &or tr6s dessa a&ar:ncia

alegre, escondia um certo receio de -ue o &adre -uisesse acom&an/6 los nesse &asseio.at+dico >le &arecia muito entusiasmado com a id7ia a'ia -ue de%eria con%id6 lo, aomenos, &or educa o as, n o tin/a coragem de di*er uma &ala%ra A.inal, -ue .aria se eleaceitasse o con%ite3

=alsa2, recriminou se, com .9ria, en-uanto &rosseguiam na-uela marc/a < sorriso, aternura com as crian as, lealdade Eudo .also2

Ignorando os con.litos de $laire, todos os moradoresHa!"s!ell, -ue encontra%a &elo camin/o, sauda%am com carin/o e ami*ade at7 mesmo asisuda Hert/a, cer%e eira, reser%ou l/e um sorriso2 Eudo isso só aumenta%a seu sentimento decul&a

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$omo iriam amaldi oar seu nome, ao desco'rir sua ame &artici&a o no ra&to dascrian as2 >sse &ensamento a dei?ou ainda mais arrasada, como se isso ainda .osse &oss+%el

86 esta%am atra%essando o &ort o, -uando, de re&ente, a %o* &oderosa e .amiliar ecoou&elos ares

Hei2 >s&erem um &ouco2$laire %irou se de%agar, em'ora 6 sou'esse -uem iria encontrarC lorde Alain2 Ao contr6rio

dela, ele camin/a%a ra&idamente, %estindo rou&as de ca a

8esus2 De alguma .orma, ele de%ia ter descon.iado da teia -ue /a%ia se armado ao redor deseus .il/os e %in/a &ara im&edi la2 $ertamente, seria a&risionada no mesmo cala'ou o -ue 8ean e I%o e 7 -ue lorde Alain o l/e reser%aria um destino &iorC a morte2

medida em -ue .oi recu&erando o auto controle, $laire notou -ue n o /a%ia nen/um tra ode ira ou -ual-uer outra emo o negati%a no rosto dele Ao contr6rio, lorde Alain &arecia .eli* edes&reocu&ado Fastou a&enas uma .a+sca da-ueles ol/os negros &ara trans.ormar o gelo deseu cora o em 'rasa &ura

Milorde, aconteceu algo3 disse, /esitante >st6%amos ustamente a camin/o da.loresta, mas, se n o -uiser, &odemos dei?ar esse &asseio &ara outro

Antes -ue conclu+sse a .rase, ;eronelle a interrom&eu, c/orosa, e, como de costume, Guerin untou se Bs s9&licas da irm $ontudo, no +ntimo, $laire dese a%a -ue Alain a im&edisse dele%ar as crian as &ara .ora das mural/as de Ha!"s!ell

Nada de caras tristes ou &rotestos, crian as2 ele a%isou, 'em /umorado N o %im

im&edir esse &asseio, mas sim .a*er algumas modi.ica es e aceitarem, 7 claro ;ois n o, milorde3 $laire retrucou, ansiosa a&ara aca'ar de %e* com a ang9stia -ue aconsumia

</2 >ssas mudan as n o ser o um transtorno &ara %oc:s, assim es&ero $ontinua%a asorrir l/es, &arecendo a imagem %i%a de um -ueru'im ó -ueria sa'er se &oderiaacom&an/6 los nesse d7 euner sur l /er'e

;eronelle e Guerin ogaram se nos 'ra os do &ai, mal ca'endo em si de tanta .elicidade $laro -ue sim, &a&ai2 ;or .a%or, %en/a conosco a menina e?clamou, es.u*iante

Diga a ele -ue &ode %ir, Haesel2 5ir conosco re&etiu, en.rentando uma gigantesca con.us o mental N o conseguia

colocar as id7ias em ordem e tudo &arecia estran/o e sem ne?o;ai e .il/os se entreol/aram, sem com&reender o -ue esta%a acontecendo com a mo a Mas,

antes -ue a situa o se com&licasse &ara $laire, ela conseguiu reagir e, em um estalar dededos, entendeu o -ue esta%a acontecendo A/2 Milorde, dese a nos acom&an/ar no &asseio3

Eodos .i*eram um sinal a.irmati%o com a ca'e aMin/a nossa2 < -ue .aria agora3 >sta%a &erdida2 N o 7 mara%il/oso, Haesel3 o menino indagou, rece'endo a&enas um sorriso amarelo

como res&ostaNa %erdade, os &ensamentos de $laire a le%aram &ara Qmuito longe dali, de modo -ue mal

&odia ou%ir o -ue di*iam a sua %olta Eemores, ang9stias e incerte*as .ormaram umQtor%elin/o &oderoso em sua mente, -ue a im&edia de %isuali*ar -ual-uer sa+da segura &araa-uela crise S< -ue aconteceria com lorde Alain, -uando os mercen6rios de Hardouinsurgissem do meio do 'os-ue3 $omo &ai e guerreiro -ue era, ele amais &ermitiria -uele%assem os .il/os sem lutar No entanto, &or esta%a so*in/o e desarmado, &oderia ser .eridoou at7 mesmo morto &elos in%asores2

Lamento, .il/os Mas, ten/o outra altera o a sugerir lorde Alain anunciou, dei?ando osus&ense no ar >m %e* de camin/armos &ela .loresta, &oder+amos .icar no &6tio e?terno

;6tio e?terno32 as crian as e?clamaram untas, meio con.usas Ainda n o /a%iama%aliado muito 'em s conse- :ncias da-uela mudan a de &lanos, &or isso seus rostosmescla%am alegria e dece& o

>?atamente eria muito agrad6%el sa'orear essa comida de'ai?o das 6r%ores do &omarAl7m disso, ter+amos di%ers o e?tra Mandei 5erel e outros guerreiros &raticarem nosarredores

$laire sentiu o sangue .luir &or suas %eias outra %e*, mo se ti%esse %oltado B %ida, a&ósc/egar 'em &erto a morte Lentamente, a cor .oi retornando B sua .ace, antes &6lida eine?&ressi%a

< -ue me di*em3 ele indagou, &or .im Ha%ia um o entusiasmo in.antil em seus ol/os

negros, mesclado %alentia e B autoridade -ue emana%am de sua .igura sa mistura incomum otorna%a ainda mais atraente

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A &rinc+&io, $laire n o acreditou no -ue aca'ara de ou%ir, < &oderoso 'ar o de Ha!"s!ell,-ue tin/a o direito de decretar a %ida ou a morte de seus %assalos, su'metera uma de suasdecis es B a&recia o dos .il/os2 8amais %ira taman/o e?em&lo de mod7stia entre os no'res

As crian as tam'7m esta%am &er&le?as, mas &or outro moti%o ueriam sa'er onde seriaa-uele &asseio, a.inal Ansiosas, ol/a%am ora &ara $laire, ora &ara o &ai

=ant6stico, milorde2 a&ressou se a res&onder agarrando se com garra B-uela t6'ua desal%a o, -ue l/e era atirada na 9ltima /ora e &ermanecessem no &6tio e?terno n o /a%eria

&erigo de serem molestados &elos /omens de Hardouin;eronelle e Guerin soltaram gritos de .elicidade, comemorando a decis o > -uanto ao seu con%idado, milorde3 >le tam'7m nos .ar6 com&an/ia3 $laire

&erguntou, tendo um so'ressalto ao se lem'rar do no're -ue con/ecera em Londres Eemia-ue ele tam'7m a recon/ecesse

Nossa2 >ssa %ida du&la de es&i era c/eia de re%ira%oltas mira'olantes, sem&re em ritmo%ertiginoso Eantas incerte*as, descon.ian as e receios esta%am aca'ando com seus ner%os>m um instante, go*a%a de seguran a e tran- ilidade, mas, no &ró?imo, esta%a B 'eira de uma'ismo2

essa /ora, Fr#s de Fallero# de%e estar se &re&arando &ara &artirNo%amente, $laire e?&erimentou uma sensa o de ali%io Dei?e me a ud6 la com a cesta De%e estar &esada ma e?&ress o inocente e

*om'eteira tomou conta de seu sem'lante, como a de um garoto tra-uina de&ois de ter

a&rontado alguma arte De .ato, de%o con.essar -ue in.ormei B co*in/eira -ue tal%e*tomasse &arte nesse &asseio ;or isso, con/ecendo meu grande a&etite, ela de%e ter re.or adoa -uantidade de comida

A-ueles ol/os negros cintilaram de um modo malicioso como se des&issem $lairementalmente ;arece -ue seu grande a&etite n o se limita%a aos enso&ados e 'olos, mastam'7m a ela

ans dou te, monseigneur retrucou &ro&ositalmente em .ranc:s, &ara distra+ lo N o-ueria -ue ele &erce'esse os e.eitos arrasadores -ue um sim&les ol/ar e?ercia so're seucor&o

A/2 5e o -ue &rogrediu 'astante no .ranc:s2 Er7s 'ien2 5amos &ara o &omar2 Dirigindose &ara os .il/os &roclamouC 86 %ou a%isando -ue estou .aminto, &oderia de%orar so*in/otodo o conte9do dessa cesta

>ntre &rotestos de Guerin e ;eronelle, o &e-ueno gru&o cru*ou os &ort es, a%an ando &arao &omar uem n o os con/ecesse diria -ue eram uma .am+lia unida e .eli*Ao c/egarem ao seu destino, escol/eram um recanto agrad6%el, de'ai?o de uma macieira$laire ocu&ou se de a eitar a comida so're uma toal/a -ue trou?era do castelo Lorde Alain,acom&an/ado &elos .il/os, a.astou se &ara o'ser%ar seus /omens, -ue treina%am arco e.lec/a, ali &erto

Nossa2 Isso 7 um %erdadeiro 'an-uete2 e?clamou, ao retornar &ara unto de $laire De%o en%iar meus cum&rimentos B co*in/eira

>ra uma .esta &ara os ol/os %er todas a-uelas guloseimas dis&ostas graciosamente so're atoal/a2 Ha%ia 'olo de carne, enso&ado de .rango, tortas de cere a, & o, um &ote de manteiga.resca, -uei o e uma garra.a de %in/o

A am acomodou se no c/ o, recostando se no tronco Q de uma 6r%ore os .il/os o ladearame $laire sentou se a 'em B sua .rente >nt o te%e in+cio o 'an-uete2

Humm2 Adoro as tortas de cere a de Marie2 Guerin a.irmou, lam'endo os dedosmelados com o rec/eio de .rutas

Guerin2 De%ia reser%ar as tortas &ara a so'remesa2 ;eronelle criticou, com autoridadematernal >ntretanto, &ara certi.icar se de -ue n o seria &ri%ada da-ueles &ra*eres, reser%oulogo duas .atias &ara si mesma

>ssas regras n o se a&licam &ara re.ei es ao ar li%re Alain a%isou, de%orando umaco?a de .rango A 9nica regra -ue %ale 7 di%idir o -ue tem com seu irm o

De%+amos comer desse modo todos os dias2 a menina &onderou, en.6tica, ignorando a'ronca do &ai

N o ac/a, Guerin3 ue tolice2 < -ue .ar+amos nos dias de c/u%a ou durante o in%erno3 <ra, esta%a me re.erindo a&enas aos dias de sol N o seria di%ertido, Haesel3 im assentiu, admirando os tra os .ortes de lorde Alain, &rotegida &ela som'ra

&ro%idencial de um gal/o >le &arecia t o tran- ilo e 'em /umorado, o o&osto do ca%aleironormando -ue a rece'era com ris&ide* no dia de sua c/egada ao $astelo de Ha!"s!ell m &ouco de %in/o, Haesel3 orriu l/e de modo encantador, en-uanto derrama%a o

l+-uido arom6tico em uma das canecas de madeira -ue %iera dentro da cesta A-uele sorriso

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esta%a en%olto em uma aura de 'ril/o e magia, como se ti%esse a &retens o de imitar asestrelas

$laire res&irou .undo, tentando manter o auto controle entada na rel%a macia, B som'rada macieira, ol/ando .i?amente &ara Alain, sentiu se trans&ortada &ara o mundo et7reo das.adas das antigas lendas inglesas < -ue l/e im&orta%a os dese os a'surdos do tio, sua miss oali, os con.litos entre >ste% o e Matilde3 Nada2 A'solutamente nada2

Na-uele momento, es-ueceu se do tem&o, de sua %erdadeira identidade, at7 mesmo da

&resen a das crian as -ue adora%a Eodos os seus sentidos e a ra* o esta%am%oltados a&enas &ra ele A-uele /omem enigm6tico, um aut:ntico mestre da al-uimia,ca&a* de unir -ualidades o&ostas, trans.ormando as em uma mistura /omog:nea e rara2 =rutodesse &rocesso, a &ersonalidade marcante de Alain mescla%a autoridade com carin/o,im&on:ncia com mod7stia, &ai? o com ternura

A/2 Meu Deus2 Ein/a uma %ontade louca de ogar se na-ueles 'ra os .ortes, co'rindo seusl6'ios de 'ei os %ora*es e a&ai?onados ueria -ue ele a &ossu+sse com toda a intensidade,a&lacando o dese o -ue a atordoa%a, sem se im&ortar com o -ue %iesse de&ois2

In.eli*mente, como todo son/o desa&arece ao des&ertarmos, .eito uma nu%em de .uma a,do mesmo modo, $laire logo %oltou a si Ein/a a sensa o de -ue &assara /oras na-ueleredemoin/o de id7ias alucinadas, em'ora ti%esse &assado a&enas alguns minutos entregueB-ueles de%aneios de lu?9ria Ainda 'em -ue n o .i*era nen/uma loucura, &ermanecendoimó%el e calada

e Alain /a%ia &erce'ido o -ue se &assara em sua mente, era uma incógnita >le 'rinca%acom as crian as, ostentando uma e?&ress o indeci.r6%el no rosto $ontudo mantin/a os ol/os.i?os em $laire

Hei2 eus marotos2 $omeram a torta inteira, sem dei?ar nen/uma isca &ara Haesel e eu2 gritou, de s9'ito, .ingindo estar *angado

Descul&e, &ai A torta esta%a t o gostosa, -ue nem &erce'i Guerin 'ai?ou a ca'e a,constrangido, desen/ando c+rculos no c/ o com a &onta dos &7s

> %oc:3 < -ue tem a me di*er, mocin/a3 e?igiu uma e?&lica o de ;eronelleMais desen%olta -ue o irm o, a menina n o se demorou nas descul&as $omo era seu

costume, &re.eriu agir de modo &r6tico, encontrando uma alternati%a &ara o &ro'lema N o .i* &or mal, &a&ai Mas 6 sei como resol%er isso2 >u e Guerin %amos col/er algumas

cere as &ara -ue %oc:s ten/am uma so'remesa2Antes -ue lorde A am &udesse se mani.estar, ela le%antou se, correndo na dire o das

cere eiras 5amos, Guerin2 Hei2 $uidado com as %es&as2 $laire recomendou, lem'rando -ue %ira %6rias colmeias

&erto das 6r%ores N o se &reocu&e, sa'emos e%it6 las2 86 estamos crescidos2 o menino res&ondeu,

endireitando se &ara &arecer mais alto $rescidos23 >les mal sa+ram dos cueiros2 lorde Alain comentou, com uma mistura de

ironia e orgul/o o 'oas crian as, milorde2eus ol/ares se cru*aram, e os dois mergul/aram em um sil:ncio a'soluto Eudo esta%a t o

calmo e -uieto -ue &odiam ou%ir at7 mesmo o &ulsar a&ressado de seus cora esInes&eradamente, $laire sentiu se dominada &or uma timide* arre'atadora Des%iou o ol/ar,

enru'escendo diante dos &ensamentos eróticos -ue &o%oa%am sua ca'e a N o esta%a/a'ituada com esses arrou'os de &ai? o ua %ida com Haimo sem&re .ora des&ro%ida deternura, amor e dese o As 9nicas emo es .ortes -ue sentira ao lado do marido .oram medo,ódio e re%olta

im, s o crian as mara%il/osas2 >u os amo demais2 ele %oltou a .alar, sentindo -uede%eria & r .im B-uele sil:ncio constrangedor >les gostam muito de %oc:, Haesel

>la colou os ol/os no c/ o, morti.icada &elo remorso o muito am6%eis e carin/osos comigo, milorde $/ego a .icar emocionada com tanta

a.ei o2 ;odia sentir os ol/os &enetrantes de Alain, analisando minuciosamente cada um deseus gestos

86 de%e ter &erce'ido -ue se tornou uma &essoa muito im&ortante na %ida deles, n o 73Ac/o -ue .oi Deus -uem a en%iou a Ha!"s!ell &ara alegrar a %ida dos meus .il/os > amin/a tam'7m, acrescentou, em &ensamento

$laire .icou ainda mais aca'run/ada, encol/endo se como se esti%esse morta de .rio N o.ora e?atamente Deus -uem a en%iara, nem esta%a ali &ara o 'em das crian asAi, 5irgem agrada2 5olta e meia, min/a consci:ncia %em me torturar com as mesmas

acusa es2 At7 &arece ruma ladain/a, re&etida B e?aust o2 Eal%e* nunca mais %olte a ter &a*

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<'rigada, milorde 'al'uciou, sentindo -ue &recisa%a di*er algo &ara n o des&ertarsus&eitas ;or7m n o tin/a coragem de encar6 lo, co&iando o gesto de Guerin, .a*endo c+rculosno c/ o com os &7s

>s&ero -ue este a .eli* a-ui em Ha!"s!ell, Haesel im, estou gostando muito da-ui =ui muito 'em rece'ida &or todos Eratam me com

carin/o e &rocuram .a*er com -ue eu me sinta em casa entiu uma &un/alada no &eito Eoda %e* -ue &ensa%a nisso, seu so.rimento aumenta%a

;arece -ue tam'7m est6 con-uistando o cora o de todo o meu &o%o, Haesel incluindo o meu2, gostaria de di*er, mas seu orgul/o e?acer'ado n o l/e &ermitiu At7 mesmo sir Gautier, sem&re t o racional e e?igente, n o se cansa de elogi6 la$laire sorriu com timide* J mesmo3 ;ois ele sem&re me ol/a com se%eridade, como se esti%esse desa&ro%ando

tudo o -ue .a oLorde Alain riu, 'alan ando a ca'e a, c/eio de c/arme <ra, n o d: im&ort@ncia &ara isso ir Gautier sem&re .oi meio ra'ugento, mas tem um

'om cora o Ali6s, de%o ad%erti la de -ue ele tem uma certa atra o &or mo as 'onitas,es&ecialmente as loiras, como %oc:

No%amente a .ace .icou ru'ori*ada Ein/a a sensa o de -ue lorde Alain esta%a usando a.igura do %el/o ca%aleiro &ara .alar so're seus &ró&rios sentimentos &or ela

em gra a, le%antou se da rel%a, ol/ando &ara as mural/as sólidas do castelo, como

&rete?to &ara dar uma &ausa B-uele di6logo ;recisa%a de alguns segundos &ara se recom&or,&ois esta%am en%eredando &or assuntos um tanto tórridos e &erigosos em&re %i%eu a-ui, lorde Alain3 -uis sa'er, a.lita &ara mudar os rumos da con%ersa>le acom&an/ou o ol/ar de $laire, o'ser%ando a im&onente torre norte do castelo eu

sem'lante enc/eu se de orgul/o im, nasci a-ui mesmo >ssas terras .oram dadas a meu &ai &elo rei Henri-ue 1, como

recom&ensa &or sua lealdade< &ai de $laire tam'7m .ora um dos mais leais %assalos do rei Henri-ue $ontudo, -uando

seu &rimog:nito morrera e o rei &roclamara Matilde como sua /erdeira a coroa da Inglaterra,lorde $o%erl# decidira a.astar se da corte Recusa%a se a se tornar um %assalo de uma mul/ergeniosa e irasc+%el2

$omo n o &odia com&artil/ar da-uelas in.orma es com Alain, &re.eriu mudar de assuntooutra %e*

>ra o .il/o mais %el/o, milorde3 Eem irm os ou irm s3A res&osta 7 n o &ara a &rimeira &ergunta e sim &ara a segunda >ncostou a ca'e a notronco, ante o &eso da-uelas lem'ran as tr6gicas >ra o terceiro .il/o do 'ar o, cu o destinoseria a carreira eclesi6stica

>le .e* uma &ausa, com o ol/ar &erdido no /ori*onte$laire res&eitou a-uele sil:ncio, concluindo -ue tocara em um assunto muito delicado &ara

o 'ar o Mas, &ara sua sur&resa, a&ós alguns instantes, ele .e* -uest o de l/e contar o -ueacontecera com sua .am+lia

Meus dois irm os eram .il/os da &rimeira es&osa de meu &ai Ger%aise, o &rimog:nito,aca'ou morrendo no nau.r6gio do T/ite /i&, untamente com o o%em &r+nci&e, .il/o deHenri-ue I 86 ou%iu .alar so're esse desastre, n o .oi, Haesel3

>la /esitou er6 -ue uma ser%a inglesa sa'eria /istória do nau.r6gio -ue matara o /erdeiroda coroa da Inglaterra e muitos o%ens das .am+lias mais no'res3 em c/egar a nen/umaconclus o de.initi%a, decidiu arriscar

=oi &or causa disso -ue a .il/a do rei Henri-ue tornou se a /erdeira do trono3 retrucou,cautelosa

Isso mesmo > o -ue aconteceu com seu outro irm o, milorde3 Dois anos mais tarde, uma da-uelas .e'res -ue atacam os castelos e &o%oados durante o

in%erno a'ateu se so're Ha!"s!ell Deu um sus&iro angustiado Le%ou meu irm o, min/am e e uma das min/as irm s

into muito J muito triste &erder tantos entes -ueridos de uma só %e* $ondoeu seda-uela trag7dia uantos anos tin/a na-uela ocasi o3

ete ma nu%em de ang9stia &airou so're seu rosto, tur%ando l/e o sem'lante,sem&re t o seguro de si >nt o, -uando &erdera a m e, lorde Alain n o era muito mais %el/o

do -ue Guerin na 7&oca em -ue 89lia morrera Eem outras irm s3 im, mais uma >la 7 a'adessa em um con%ento em Vor"s/ire

A Dama da Meia Noite 72

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Vor"s/ire3 re&etiu, como se amais ti%esse ou%ido a-uele nome antes =ica muitolonge da-ui3

>le sorriu da singela ignor@ncia da mo a J um lugar muito distante da-ui =ica ao norte, &erto da >scócia ;or isso, raramente, %e o

min/a irmN o &recisa%a .a*er muito es.or o &ara sa'er -ue o tam'7m /a%ia morrido $aso contr6rio

Alain ainda o teria rece'ido o t+tulo de 'ar o de Ha!"s!ell

> 'ar o /6 muito tem&o, milorde3 >sta%a cada %e* mais curiosa so're a /istória da.am+lia dele N o com&reendia &or -ue, mas sentia uma %ontade incontrol6%el de con/ecertudo o -ue se re.eria a Alain

Meu &ai 6 esta%a muito %el/o e cansado -uando sagrei me ca%aleiro ;or7m, tal%e*ti%esse %i%ido mais alguns anos se eu n o interrom&eu a .rase, a'ru&tamente >lemorreu -uando eu esta%a ser%indo em An ou, na corte da im&eratri* Matilde e seu marido,Geo..re#, o Felo

< -ue ser6 -ue ele iria di*er3 Ha%ia desa&ontado o &ai de alguma maneira, durante sua&erman:ncia do outro lado do canal da Manc/a3 e a o -ue .or, ele logo se encarregou deenco'rir -ual-uer &ista so're a-uele assunto

m &intassilgo come ou a cantar, de um gal/o da macieira, 'em acima de onde esta%amua melodia doce e um tanto melancólica tocou o cora o de am'os, im&elindo os a uma no%aeta&a de sil:ncio

$ada um dos dois mergul/ou &ro.undamente em seus &ró&rios son/os, temores ede%aneios, como se esti%essem so*in/os em il/as remotas e isoladas ue mul/er intrigante %oc: 7, Haesel2 Alain e?clamou, &or .im, recu&erando a

%i%acidade $onseguiu .a*er com -ue eu l/e contasse min/a /istória, em'ora ainda n o sai'anada so're %oc:2 ;recisamos e-uili'rar essa situa o imediatamente2

Nesse e?ato momento, as crian as retornaram .a*endo um grande al%oro o $ol/i mais cere as do -ue Guerin2 a menina ga'ou se, esticando a cesta re&leta de

.rutas $laro -ue sim2 ;ois ocu&ou se em col/er as -ue esta%am no c/ o2 Guerin atacou,

o.endido $ol/i as min/as no alto das 6r%ores, &a&ai2 Am'os .i*eram um e?celente tra'al/o, meus .il/os2 a.irmou, conciliador Agora,

sentem se Haesel esta%a &restes a me contar sua /istória $om um ol/ar matreiro e&ers&ica*, indagou l/eC N o 7 mesmo3

;eronelle sentou de &ronto, deitando a ca'e a no colo do &ai Guerin, toda%ia, continuouimó%el, incomodado com algo Mas, &a&ai 5erel &rometeu ensinar me a mane ar um arco Muito 'em Mas use a&enas um arco de madeira Ainda 7 muito o%em &ara usar um arco

cru*ado2< menino mal ou%iu as 9ltimas s+la'as e 6 esta%a a correndo &ara unto dos guerreiros, le%e

com um &6ssaro <s meninos s o todos iguais Adoram lutas, armas e ca%alos2 $laire comentou, sorrindo

ao recordar as 'rincadeiras de Ne%ille, -uando ainda eram crian as =ico muito .eli* sem&re -ue Guerin se interessa &or esse ti&o de es&orte >le 7 muito s7rio

e com&enetrado Res&irou .undo, sa'endo -ue isso ainda iria causar l/e 1 muitosdesentendimentos com Matilde Eal%e*, se desen%ol%er alguma /a'ilidade no arco e .lec/a,&ossa se Qentrosar mel/or com os outros meninos, -uando ti%er -ue &artir

Re.ere se ao treinamento &ara ca%aleiro3 arriscou se a &erguntar Mas ele dese a setornar um &adre, n o 7 mesmo3

Alain .e* um sinal a-uiescente > eu a&oiarei sua decis o, se a ela -ual .or2 $ontudo -uero -ue ele ten/a a certe*a de

-ue est6 seguindo o camin/o correto >m tom mais 'rando, -uase con.essional, re%elouC a'e, -uando desco'ri os &ra*eres -ue se &ode des.rutar unto de uma mul/er, agradeci aDeus &or n o ter seguido a carreira eclesi6stica ;or isso -uero ue ele con/e a o mundo antesde .a*er sua escol/a2

$laire ou%ia tudo com aten o, sor%endo cada &ala%ra orno se .osse um n7ctar deliciosoLorde Alain con%ersa%a m ela como se n o e?istissem di.eren as sociais entre s dois >le&arecia ter se es-uecido de -ue era um no're e ela, uma sim&les ser%a2 Ali6s, esse n o era um&ri%il7gio u, &ois em suas andan as &elo castelo, %ira -ue ele ata%a todos os seus su'alternos

com res&eito e considera o, o -ue era raro &ara um no're2 Eal%e* esse .osse um dos muitosmoti%os &elos -uais o &o%o de Ha!"s!ell o idolatra%a < -ue .a*ia -uando era &e-uena, Haesel3 ;eronelle &ediu, .eli* &or ter a aten o dos

dois adultos só &ara si <nde mora%a e como eram seu &ai e sua m e3

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$laire tomou . lego N o seria .6cil in%entar uma /istória %eross+mil em um &iscar de ol/os$omo n o tin/a alternati%a, resol%eu mesclar um &ouco de .ic o com a &ura realidade

Nasci nas &ro?imidades do ;a+s de Gales come ou, lem'rando se -ue Gilda e Hug/ leGros acredita%am -ue .osse da-uela regi o

86 este%e em Gales3 ;eronelle &erguntou, com os ol/os 'ril/ando de curiosidade a'e .alar gal:s3

Nunca .ui at7 l6 8amais /a%ia me a.astado de casa, at7 -ue c/eguei a-ui uanto B

l+ngua, meu &ai a .ala%a, mas nunca c/eguei a a&rend: la ua .am+lia era numerosa, Haesel3 lorde Alain -uis sa'er, alternando se com a .il/ana-uele %erdadeiro interrogatório

Min/a m e te%e a&enas dois .il/os, eu e Ne%ille Ne%ille32 >sse n o 7 um nome .ranc:s3$laro -ue 72, &ensou, amaldi oando se &or a-uele descuido Agora n o adianta%a c/orar,

&recisa%a arran ar uma e?&lica o con%incente &ara esse .ato > r6&ido2 >le .oi 'ati*ado com o nome do sen/or do .eudo -ue era um no're normando;assado o susto, riu se da e?&ress o di%ertida de lorde Alain ;elo eito, ele de%ia ter

conclu+do -ue Ne%ille era o .il/o 'astado de algum no're Nossa casa era uma ca'ana r9stica com a&enas dois c modos m &ara nós e o outro

&ara os animais durante os meses de in%erno continuou a narrar, dando asas B imagina o 5i%iam todos em um 9nico c modo32 ;eronelle mani.estou se, c/ocada com a-uele

.ato ua m e, seu &ai, %oc:, seu irm o e os animais .ica%am de'ai?o do mesmo teto3 Isso mesmo Mas 7ramos .eli*es assim, &elo menos, at7 min/a m e morrer >sse&onto era %erdadeiro A .elicidade reinara no $astelo de $o%erl# en-uanto sua m e ainda %i%ia

$laire -uase n o &odia mais se lem'rar do rosto dela, -ue morrera /6 mais de de* anos$ontudo sua meiguice, %i%acidade e .or a .icariam gra%ados em sua memória &elo resto de sua%ida A todo custo, a m e tentara ensinar l/e a ser .orte em um mundo dominado &or/omens

Meu &ai morreu -uando .i* de*esseis anos contou outra %erdadeDesde ent o, Ne%ille &assara a ser o no%o sen/or de $o%erl# Mas, como era muito o%em e

ine?&eriente &ara assumir tantas res&onsa'ilidades, ainda mais em um &er+odo de guerra,aca'ara se cur%ando ante os ca&ric/os e %ontades do tio, Hardouin d >%reu?

ue /istória triste2 a menina e?clamou, dei?ando esca&ar um 'oce o eus ol/osescuros mantin/am se a'ertos com grande di.iculdade, &ois as &6l&e'ras esta%ame?tremamente &esadas < -ue esse Ne%ille ac/ou de sua .uga, Haesel3 lorde Alain in-uiriu, anin/ando a .il/a nocolo

N o l/e contei mentiu, sacudindo os om'ros com descaso >le n o &ode serres&onsa'ili*ado &elo -ue n o sa'ia, n o 73

Gostaria de gritar a &lenos &ulm es -ue Ne%ille sa'ia e?atamente onde esta%a e n o .i*eranada &ara a ud6 la Ao contr6rio, ele a .or ara a tomar &arte dos es-uemas sórdidos do tio2

</2 Ac/o -ue .i* sua .il/a adormecer com min/a /istória, milorde orriucarin/osamente &ara ;eronelle, -ue .ora derrotada &elo sono

Alain alisou os ca'elos da .il/a, com o ol/ar em'e%ecido de amor >nt o, com cuidado,colocou a so're uma cama im&ro%isada com sua ca&a A menina deu alguns sus&iros, mas n odes&ertou

>m seguida, ele %ascul/ou as redonde*as at7 a%istar Guerin, -ue esta%a 'em distante,rece'endo li es de manuseio de arco com 5erel

Fem, &arece -ue .inalmente .icamos a sós, Haesel2

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Capítulo XI

Lorde Alain sorriu &ara Haesel, como se ti%esse gan/o uma 'atal/a 6rdua>ra 'om demais &ara ser %erdade2 ;eronelle dormia &esadamente, Guerin esta%a longe,

com a aten o %oltada a&enas &ara as li es de 5erel, e, &or causa das co&as densas dasmacieiras, tam'7m esta%am &rotegidos dos ol/ares indiscretos dos sentinelas das mural/as

$laire sentiu um .rio na es&in/a, ao &erce'er o &erigo -ue essa situa o re&resenta%a <dese o e a lu?9ria esta%am im&ressos no rosto de Alain, de modo -ue n o /a%ia a menord9%ida -uanto Bs suas inten es de a'ord6 la Mas isso ainda n o era o &ior eu maior&ro'lema era -ue n o con.ia%a em si mesma2

A-uele /omem sedutor e %i'rante me?ia com todas as .i'ras de seu cor&o, como amaisson/ara -ue algu7m &udesse .a*er entia calores, alternados com ondas de .rio, a &ele .ica%aarre&iada e as &ernas tremiam tudo isso só &or-ue /a%ia se imaginado nos 'ra os dele

N o2 ;recisa%a resistir a esses a&elos carnais, lutando contra os encantos desse /omem,en-uanto ainda esta%a em condi es de .a*: lo2

Milorde, eu come ou a di*er, .a*endo men o de le%antar se eus mo%imentos són o .oram mais r6&idos, &or-ue suas &ernas esta%am muito tr:mulas

Adi%in/ando o -ue se &assa%a na mente de $laire, ele adiantou se, interce&tando l/e aa o $ontudo n o &recisou segur6 la, 'astou .i?ar os ol/os 'em dentro dos dela

>m um segundo, imagens de tórridas cenas de amor e &ai? o in%adiram os &ensamentos de$laire, 'oicotando -uais-uer tentati%as de agir racionalmente eus instintos de mul/erclama%am &ara serem saciados2

N o &recisa me c/amar de milorde -uando esti%ermos a sós, Haesel Diga a&enasAlain ua %o* era rouca, &ausada, incri%elmente sedutora

Min/a Nossa en/ora, a ude me a resistir B essa tenta o2, orou, em deses&ero A cadainstante -ue &assa%a, seu auto controle .ica%a mais .raco e t:nue, como se .osse uma corda&restes a se rom&er

5endo -ue ela em&alideceu ainda mais com suas &ala%ras, Alain &rocurou acalm6 la, comum tom meio ir nico e maliciosoC

A/2 > n o /6 nada a temer N o %ou atac6 la2$laire sentiu a rai%a dominar l/e os sentidos Mas -ue desa.oro2 $omo ele &odia ser t o

arrogante assim32 ue tal &ro%armos essas cere as3 As crian as se es.or aram 'astante &ara col/: las

ele sugeriu em es&erar &or uma res&osta, le%ou uma .ruta aos l6'ios, des&ertando o dese ode $laire >m seguida, escol/eu mais uma e o.ertou l/e, de modo &ro%ocante

$laire inclinou se &ara a .rente, a .im de a&an/ar a cere a, mas ele continuou a segurar a.ruta entre os dedos

;ermita me sussurrou, lac nico, a&ro?imando se cada %e* mais dela >nt o,a&ro%eitando se de sua /esita o, ele le%ou a .ruta at7 seus l6'ios

m es&asmo de &ra*er a sacudiu, en-uanto sa'orea%a a cere a adocicada >ntretanto n oera a .ruta -ue l/e causa%a essa sensa o de %ol9&ia, -uase a'andono, mas a &ró&riasensualidade da-uele momento

Inconscientemente, lem'rou se da cena '+'lica, na -ual Ad o e >%a &ro%am o .ruto &roi'idoó -ue dessa %e* era o /omem -uem tenta%a sedu*ir a com&an/eira

Humm2 sussurrou, e?tasiada, ao terminar de sa'orear a .ruta

Aceita outra3>la limitou se a .a*er um aceno l@nguido com a ca'e a A essa altura, 6 esta%acom&letamente dominada &or a-uele ol/ar &enetrante e enigm6tico N o teria .or as &ara l/enegar -ual-uer &edido

$iente de seu &oder de sedu o, Alain escol/eu mais uma cere a, 'em madura e %ermel/a,re&etindo o gesto anterior

&rimeira mordida, um l+-uido es&esso escorreu dos l6'ios de $laire, aumentando a cargaerótica da situa o

$omo se di* suco em .ranc:s, Alain3 &erguntou, in%ertendo as &osi es desse ogo desedu o

;ertur'ado, &or ou%i la &ro.erir seu nome sem o t+tulo, ele .icou &etri.icado &or algunssegundos em&re ti%era um eito todo es&ecial &ara tratar as mul/eres, conseguindodes&ertar l/es dese os adormecidos e &ai? es incontrol6%eis Eoda%ia ningu7m amais odei?ara sem a o, como Haesel aca'ara de .a*er De ca ador esta%a &restes a se trans.ormarem ca a

8uteu? murmurou, ainda atordoado com a en?urrada de sensa es -ue 'rota%am deseu &eito, es&al/ando se ra&idamente &or todos as e?tremidades de seu cor&o

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8uteu? ela re&etiu, sugando todo o sumo da-uela .ruta, como se o esti%esse .a*endoum con%ite B sedu o N o sa'ia &or-ue esta%a agindo dessa .orma ousada e &ro%ocante

Eal%e* -uisesse dar l/e um &ouco de seu &ró&rio rem7dio, &ara e-uili'rar o ogo <u ent oesta%a cedendo aos seus im&ulsos mais &rimiti%os e misteriosos

>sta%a come ando a &erce'er -ue /a%ia uma outra $laire, guardada a sete c/a%es, dentrode sua alma >ra uma mul/er mais im&etuosa, sensual, lasci%a e insaci6%el, ca&a* de derreteruma geleira com o calor de seu ol/ar

> &ensar -ue Haimo sem&re a considerara .ria e desinteressante2 ue tolo2 < 'rutamontesde seu marido nem se-uer conseguira des&ertar essa &arte de seu ser &or um instante .uga*2 Mais uma &ediu eus l6'ios esta%am ainda mais ru'ros e tentadores de%ido ao suco

da cere aAlain &egou mais uma .ruta da cesta, &or7m, em %e* de le%6 la at7 a 'oca de $laire, &ousou

seus l6'ios nos delaNo in+cio, sor%eu com delicade*a os res+duos adocicados da .ruta, en-uanto &assa%a os

'ra os em torno das costas e cintura de $laire Gradati%amente, contudo, o 'ei o .oi .icandomais -uente e %ora* e suas car+cias, mais ousadas

Na-ueles 'ra os, $laire sentia ter renascido e desco'erto um no%o signi.icado &ara a %ida2 Eudo ao seu redor gan/a%a mais cor e alegria, tornando se a'solutamente es&ecial2 5i%er n oera mais um castigo ou uma &ro%a o di%ina, &elo contr6rio, era uma d6di%a de Deus2

uando a.inal seus l6'ios se se&araram dos dele, ela n o sentiu remorso, nem cul&a,

a&enas um .renesi de &ura .elicidade2 Agora, tin/a certe*a de algo muito im&ortanteC eletam'7m a dese a%a2 A/2 Haesel um doce murm9rio esca&ou l/e da 'oca, como se .osse o canto de um

rou?inol Gostaria de le%6 la &ara longe da-ui um lugar discreto, onde &ud7ssemos nosentregar &lenamente B &ai? o

>la sorriu, com&artil/ando o mesmo dese oIn.eli*mente, n o &odiam consumar a &ai? o -ue os consumia nesse momento, &ois

go*a%am de uma relati%a &ri%acidade Ha%ia o risco de -ue ;eronelle acordasse de s9'ito sem.alar em Guerin, -ue &oderia retornar a -ual-uer momento

Alain ela sussurrou, entre sus&iros de &ra*er, en-uanto ele mordisca%a o ló'ulo desua orel/a

>u sei, -uerida 8amais .i-uei t o ansioso, B es&era do anoitecer2De s9'ito, ol/aram se dentro dos ol/os, em m9tua e sagrada contem&la o, .icando em

sil:ncio La os in%is+%eis e indissol9%eis de &ura lu* os en%ol%eram, criando ao redor deles umcasulo de amor, com&reens o e ternura >ra como se .ossem duas metades de um 9nico ser-ue, a&ós um longo &er+odo de se&ara o, a.inal, %olta%a a se unir Dessa %e*, &ara todo osem&re2

Am'os tin/am uma im&ress o .orte e indescrit+%el de -ue 6 se con/eciam &ro.undamentede um &assado long+n-uo, onde eram c/amados &or outros nomes e %estiam rou&as distintas eet7reas

Meu adorado es&oso , uma %o* antiga e c/eia de saudade ecoou &ela mente de $laire,%inda dos recantos mais &ro.undos e misteriosos de sua alma N o &odia encontrar nen/umae?&lica o &laus+%el &ara o -ue esta%a l/e acontecendo Mas, nesse instante, n o -ueria se&reocu&ar com &ensamentos racionais ueria a&enas entregar se essa corrente desensa es mara%il/osas -ue 'rota%am de seu &eito, e?&andindo se &ara todas ase?tremidades de seu cor&o

Min/a Alena =inalmente, tornamos a nos reencontrar2, esse &ensamento, carregado deemo o, %arreu todo o cor&o de Alain com a .9ria de um %enda%al entiu es&asmos de alegria,misturados a uma saudade in.inita, como amais &ensou -ue .osse &oss+%el e?istir N o sa'ia o-ue esta%a acontecendo, mas, assim como $laire, isso n o tin/a a menor im&ort@ncia ueriaa&enas sentir n o entender

Eal%e* a 9nica e?&lica o &ara o -ue esta%a l/es acontecendo esti%esse nas antigas lendasceltas, -ue, a&esar da &ersegui o im&lac6%el dos &adres e dos dominadores normandos,continua%am a circular entre o &o%o ingl:s <s antigos /a'itantes da Gr Fretan/a, de -uemdescendiam os ingleses, acredita%am -ue as &essoas %olta%am a renascer, a&ós a morte

5erdade ou mentira3 Ningu7m &oderia di*er com certe*a < .ato 7 -ue $laire e Alain

esta%am sentindo na &ele os e.eitos de um .en meno t o incr+%el, -uanto descon/ecido eesta%am so.rendo uma alucina o, ou milagrosamente /a%iam se recon/ecido de uma outra%ida, a res&osta %erdadeira e de.initi%a &ertencia a&enas a Deus ;ortanto cada -ual de%eriaescol/er a e?&lica o -ue mel/or satis.i*esse seus anseios +ntimos

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Ines&eradamente, o som agudo de uma trom'eta cortou os ares, -ue'rando a magiada-uele momento sagrado

aindo da-uele transe, Alain sentiu se arremessado com toda %iol:ncia &ara a realidadeAinda *on*o, &erce'eu -ue a-uele som n o era &ro%eniente de um instrumento -ual-uer, massim do c/i.re em es&iral, -ue só era utili*ado em raras ocasi es, como a %isita de /ós&edesmuito ilustres ou acontecimentos gra%es no .eudo

N o /a%ia tem&o &ara e?&lica es $omo sen/or de Ha!"s!ell, era sua res&onsa'ilidadedesco'rir o -ue esta%a acontecendo em seus dom+nios e tomar as &ro%id:ncias ade-uadas ;orisso le%antou se de um salto, limitando se a di*erC

>s&ere a-ui com ;eronelle N o -uero -ue ela acorde so*in/aAtordoada &or todas as e?&eri:ncias -ue aca'ara de %i%enciar, $laire demorou a entender o

-ue esta%a se &assando eus &ensamentos só come aram a clarear, -uando 5erel, Guerin eos outros soldados %ieram correndo ao encontro de lorde Alain Algo muito s7rio aca'ara deacontecer2

< &e-ueno gru&o 6 esta%a &restes a correr &ara o &ort o &rinci&al, no e?ato momento em-ue um intr7&ido ca%aleiro a%an ou &or entre as 6r%ores do &omar ;arando ao lado de lordeAlain, desmontou, es'a.orido

A&esar do elmo, $laire & de recon/ec: lo com .acilidade >ra Fr#s de Fallero#2 Milorde, aca'o de retornar, tra*endo l/e uma not+cia muito gra%e Eomou . lego &ara

&rosseguir a narrati%a A ca'ana de um de seus ser%os, nas &ro?imidades do cam&o deculti%o B oeste, .oi 'rutalmente atacada < cam&on:s .oi morto, mas c/eguei 'em a tem&o desur&reender um mercen6rio estu&rando sua mul/er

$laire o'ser%ou o c/o-ue e a rai%a tomarem conta do sem'lante de Alain eus tra os.ica%am mais duros e im&iedosos, B medida em -ue ou%ia os relatos do outro /omem

< -ue .e* com o &ati.e3 >le tentou esca&ar, mas n o .oi muito longe >u o trans&assei com uma .lec/a2Alain meneou a ca'e a, em silenciosa a-uiesc:ncia Mas ele n o &oderia ter .eito todo a-uele estrago so*in/o &onderou, ol/ando &ara

oesteDe Fallero# .e* um gesto a.irmati%o 5islum'rei um %ulto em'ren/ando &elo 'os-ue, en-uanto eu e meu escudeiro

&ersegu+amos o outro .ac+nora Mesmo assim, milorde, toda a-uela destrui o n o &ode tersido o'ra de a&enas dois /omens$laire te%e uma .orte dor no est mago, como se ti%esse le%ado um soco N o /a%ia d9%idasde -ue se trata%am dos /omens de Hardouin2

>ntediados com a longa es&era, a-ueles miser6%eis de%iam ter atacado a-uela &o're gente&ara &assar o tem&o N o /a%iam &osto .ogo na ca'ana, como era costume em &il/agens, &ara-ue a .uma a n o c/amasse a aten o dos sentinelas das mural/as $ontudo, &or uma incr+%elcoincid:ncia, .oram sur&reendidos &or Fr#s de Fallero# e seu &e-ueno gru&o omente &orisso, o crime %iera B tona com tanta ra&ide*

ma id7ia assustadora in%adiu a mente de $laire, dando l/e um c/o-uee De Fallero# .or um dos /omens de >ste% o, esse ata-ue &ode ter sido uma armadil/a2 > a mul/er3 Alain -uis sa'er, cada %e* mais trans.igurado &elo ódio <nde ela est63 Meu escudeiro a est6 tra*endo mais lentamente >la est6 muito .erida, milorde Al7m de

estu&r6 la, os malditos a es&ancaram com %iol:nciaAlain cerrou os &un/os, com os ol/os in etados, cada tra o de seu rosto trans&ira%a um

misto de rancor e %ingan a ;arecia um urso &restes a dilacerar sua &resa >les % o &agar &or isso2 Ningu7m molesta o &o%o de Ha!"s!ell en-uanto eu .or o sen/or

dessas terras 5erel2 'radou &ara o escudeiro $on%o-ue todos os ca%aleiros e .orme uma&atrul/a airemos do castelo, B ca a desses miser6%eis, assim -ue todos esti%erem armados2

Milorde, es&ere2 Een/o algo im&ortante &ara l/e di*er2 $laire o c/amou, a.lita, ao %er-ue Alain se a.asta%a unto com os outros /omens

Fu.ando, im&aciente, ele se %irou &ara encar6 la Haesel, n o ten/o tem&o &ara con%ersar agora Dei?e esse assunto &ara mais tarde2Algo na .isionomia de $laire de%e t: lo alertado de -ue se trata%a de um assunto realmente

gra%e ;ois, a&esar da &ressa, ele interrom&eu a marc/a>la o encarou, com o cora o aos &ulos, B es&era de -ue os outros /omens se a.astassem

Milorde, de%e acreditar em mim come ou, sa'endo -ue n o seria nada .6cil di*er o-ue &recisa%a 86 %i esse tal ca%aleiro De Fallero# na com&an/ia do no're res&ons6%el &elasterras onde eu %i%ia Am'os eram %assalos do rei >ste% o2

>le a.astou se alguns &assos, at nito com a-uela re%ela o

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Ac/a -ue De Fallero# 7 um dos /omens de >ste% o3 Ar-ueou as so'rancel/as, semcom&reender aonde ela -ueria c/egar com a-uilo Mesmo assim, o -ue isso teria a %er comesses .oras da lei -ue se re.ugiaram na .loresta de Ha!"s!ell3

> se n o .orem .oras da lei, milorde3 eu tom era gra%e e, ao mesmo tem&o, dei?a%atrans&arecer grande ast9cia >sse ata-ue &ode ser uma armadil/a &ara .a*: lo sair docastelo N o %6 eu l/e im&loro2

L6grimas sentidas rolaram &or sua .ace, só de imaginar Alain a&risionado &or a-ueles

.ac+noras, -ue &oderiam inclusi%e tirar l/e a %ida2>le a .itou, com&adecido de seu so.rimento Doce, Haesel murmurou, en?ugando l/e as, l6grimas com a &alma das m os N o

tema &or mim Een/o muitas ra* es &ara crer na lealdade de De Fallero# ;ortanto, tudo ir6terminar 'em

;or um segundo, -uase caiu na tenta o de aca'ar com a-uela .arsa, re%elando os &lanosma-uia%7licos do tio No entanto as &ala%ras .icaram &resas em sua garganta, de%ido aomedo Mas, dessa %e*, seus receios eram causados &or ra* es di.erentes N o temia maiscastigos, torturas ou mesmo a morte, nem as &ro%6%eis retalia es de Hardouin só se a.ligiaao &ensar na desilus o de Alain ao desco'rir -ue era uma im&ostora

;elo -ue &arece, esses /omens s o realmente .oras da lei, -ue n o de%em lealdade anen/um sen/or ele continuou a l/e e?&licar, gentil >, de modo algum, &osso &ermitir-ue essa escória mate e ata-ue meu &o%o im&unemente, n o concorda3

>la engoliu em seco, em&urrando toda a %erdade &ara o .undo da alma >nt o assentiu, comum gesto 'astante contido Agora ten/o -ue &artir, Haesel <s /omens de%em estar B min/a es&era e ainda ten/o

-ue %estir a armadura ;or .a%or, a ude a cuidar da &o're mul/er -ue est6 sendo tra*ida &ara ocastelo

Mais uma %e*, ela .e* um aceno a-uiescente, mordendo os l6'ios com .or a &ara n o cairem um &ranto con%ulso a'ia -ue sua miss o em Ha!"s!ell seria di.+cil, &or7m, amais&oderia a%aliar as dimens es dos con.litos interiores -ue seria o'rigada a en.rentar =a*erami*ades, dei?ar -ue as &essoas se a.ei oassem e con.iassem nela, &ara de&ois tra+ las damaneira mais sórdida e cruel23 ;or Deus2 Nada, a'solutamente nada no mundo &oderia

usti.icar um ato desses2 Isso n o era digno de um ser /umano2$/orando suas m6goas, de'ai?o da macieira, & de %er -uando a &atrul/a, liderada &or lorde

Alain, atra%essou os &ort es da mural/a e?terna Eodos %estiam armaduras e carrega%am umarsenal com&leto de armas, incluindo es&adas, ma as, lan as e .lec/as De .ato, esta%am acamin/o de uma 'atal/a sangrenta2

A-uela %is o du&licou o so.rimento de $laire se 7 -ue isso ainda era &oss+%el >ntretanto,lem'rando se da mul/er .erida -ue &rometera cuidar, criou .or as &ara reagir >n?ugando asl6grimas, acordou a &e-uena ;eronelle, -ue ainda dormia o sono dos ustos, e retornou aocastelo Agora, só l/e resta%a re*ar &ara -ue Deus e seus an os &rotegessem lorde Alain, osen/or de seu cora o2

A cam&onesa .ora le%ada &ara a ca'ana de Annis e >!ald, no %ilare o, &rotegido &elamural/a e?terna A&ós certi.icar se de -ue ;eronelle e Guerin .icariam so' a su&er%is o *elosade &adre Gregor#, $laire correu at7 l6, dis&osta a a udar no -ue .osse &reciso

;or Deus2 Ao %er o estado da mul/er, seus ol/os enc/eram se de l6grimas de &iedade ere%olta 8amais %ira algu7m %+tima de tanta crueldade e sel%ageria2

De Fallero# n o e?agerara ao descre%er os a'usos so.ridos &or a-uela &o're criatura2A-ueles %il es miser6%eis a es&ancaram tanto -ue, mais alguns minutos, e a teriam matado de&ancadas

Eodo seu cor&o esta%a co'erto de assustadoras manc/as ro?as, sem contar os cortes, .eitosB .aca, nas &ernas, 'ra os e seios De%ido a socos, um dos ol/os esta%a .ec/ado e os l6'iossangra%am muito, com uma &e-uena marca em es&iral, &ro%a%elmente causada &or algumanel do agressor No lado direito de sua .ace, /a%ia um corte &ro.undo em .orma de um ; ,indicando -ue um dos malditos ainda ti%era a ousadia de cra%ar suas iniciais na-uela %+timainde.esa2

;edindo &erd o a Deus, &or alimentar &ensamentos e %ingan a, $laire dese ou -ue Alainca&turasse a-ueles animais -ue se di*iam /omens e os .i*esse &agar &or tanta maldade2

>ngolindo o c/oro, -ue a toda /ora em'a a%a seus ol/os, lim&ou os .erimentos da mul/er

com uma mistura e 6gua e er%as, colocando todo seu amor e carin/o em da gesto >nt o, coma a uda de Annis, &assou a a&licar ung entos nas .eridasGra as aos 'ons an os, a&rendera a mani&ular algumas er%as medicinais com sua antiga

ama, -ue con/ecia os segredos dos antigos &o%os da Inglaterra >m'ora os &adres torcessem o

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nari* &ara essas &r6ticas &ag s &or ser uma católica de%otada e caridosa, $laire amais ti%era&ro'lemas Ao contr6rio, eles %iam essas suas /a'ilidades como uma d6di%a de Deus2

>la disse alguma coisa3 Annis indagou, ao retornar &ara unto da en.erma com maisum &ote de ung entos

N o, ela est6 em estado de c/o-ue res&ondeu, a&licando uma no%a camada de er%asna-uele detest6%el ;

;or mais -ue se es.or asse &ara atenuar os contornos da-uela letra, $laire sa'ia -ue a

cicatri* iria &ermanecer no rosto da mul/er &ara sem&re, untamente com %6rias outras,es&al/adas &elo cor&o No entanto, sem som'ra de d9%ida, as &iores marcas .icariam gra%adasna alma da in.eli*

>m'ora o estado let6rgico em -ue ela se encontra%a assustasse um &ouco Annis, nomomento, $laire o considera%a uma ':n o2 Dessa .orma, era &ou&ada das dores dosmac/ucados e da &erda do marido

>st6 .a*endo um e?celente tra'al/o Annis elogiou, sentando se ao seu lado$laire agradeceu, com um sorriso triste ;erdera a conta do n9mero de %e*es -ue ti%era -ue

usar a-ueles mesmos con/ecimentos &ara cuidar dos mac/ucados -ue Haimo l/e causara <es&oso era um ade&to con%icto do uso da .or a 'ruta no trato com as mul/eres >, de&ois,ainda era acusada de ser .ria2

>n-uanto mantin/a as m os ocu&adas com os curati%os, re&etia mentalmente umain.inidade de &reces &ara -ue nada de mal acontecesse a Alain

Eal%e* esti%esse enganada so're a autoria da-uele ata-ue A.inal, 'andos de .oras da lei,-ue rou'a%am e mata%am sem &iedade, in.esta%am as .lorestas da Inglaterra Eoda%ia alem'ran a de um dos mercen6rios de Hardouin mais &recisamente o sargento, n o l/e da%asossego A-uele /omem usa%a um anel grosso, com a imagem de um drag o em alto rele%o;oderia ser uma coincid:ncia, mas o corte no l6'io da mul/er a le%a%a a acreditar -ue ele .oraum dos agressores2

>st6 &reocu&ada com ele, n o 73 Annis .alou, mais como se constatasse um .ato do-ue .i*esse uma &ergunta

$laire n o te%e .or as &ara negar a'ia -ue a %erdade esta%a n+tida em seus ol/os N o se &reocu&e >le 7 um guerreiro muito /6'il e &oderoso Annis &rocurou con.ort6

la, colocando a m o em seu om'ro ;or -ue n o %olta &ara o castelo agora3 ;osso terminarde .a*er os curati%os

Eem certe*a de -ue n o %ai mais &recisar de min/a a uda3 56 tran- ila 5oc: 6 .e* tudo o -ue &odia &or essa mul/er Al7m disso, &odem &recisarde %oc: no castelo em&re -ue uma &atrul/a sa+a da .ortale*a &ara uma miss o -ue

en%ol%esse certo risco, todos os moradores se mo'ili*a%am &ara rece': los Ataduras,ung entos e at7 uma dose e?tra de comida eram &re&arados &ara o caso de -ual-uere%entualidade

De re&ente, uma som'ra a%an ou so're as tr:s mul/eres, %inda da &orta da ca'ana, -ue.ora dei?ada a'erta &ara .acilitar a ilumina o

$laire ergueu os ol/os, le%ando um susto imenso ao %er -ue se trata%a de Gilda A rui%aa%an ou em sua dire o, com os ca'elos desgren/ados e o rosto contra+do de ódio ;areciaestar a um &asso de &erder a ra* o

A-ui est6 %oc:2 disse, enrolando as s+la'as Annis colocou se na .rente de $laire,'lo-ueando a tra etória da irm

56 em'ora, Gilda2 ;arece -ue tomou um 'arril de cer%e a2 > tudo cul&a sua2 'radou, tentando alcan ar $laire com os 'ra os < -ue ac/a de

ser a no%a amante do 'ar o, /ein3 <u ainda n o est6 interessada3Annis em&urrou a irm &ara tr6s, de.endendo a amiga ;are de di*er 'o'agens e %6 &ara sua casa2 $omo &ode %er, temos muito tra'al/o a .a*er

&or a-ui2 Im&aciente, a&ontou &ara a cama, onde a mul/er esta%a deitada N o 7 'o'agem2 >stou l/e di*endo a %erdade, Annis2 >ssa estran/a, de ca'elos dourados,

rou'ou lorde Alain de mim2 Gilda insistiu, .u*ilando $laire com os ol/os >le nunca mais ir6 me %isitar, a%isou me esta man/ Deu me uma 'olsa c/eia de

moedas e disse -ue estou li%re &ara rece'er -uem -uiser olu os amarguradosinterrom&eram seu discurso

<ra, isso n o tem nada a %er com Haesel2 Annis a.irmou, con%encida da inoc:ncia daamiga uantas %e*es eu l/e a%isei -ue isso iria acontecer um dia3 Mas recusou se a me

ou%ir2 Ac/a%a -ue conseguiria &rend: lo &ara sem&re, como se .osse uma dama da corte2 > cul&a dela2 Gilda gritou outra %e*, a&ontando &ara $laire >la est6 dormindo comlorde Alain2

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J mentira2 $laire mani.estou se, indignada com a-uela acusa o in usta Nunca medeitei com lorde Alain

Gilda deu uma gargal/ada /ist7rica Mas &retende deitar se, n o 7 mesmo3 5oc: o dese a muito, &osso %er o 'ril/o da

lu?9ria em seus ol/os2$laire em&alideceu ao ou%ir a-uela .rase eus sentimentos &or Alain eram t o ó'%ios

assim3

Algum dia %ai sentir na &ró&ria &ele o -ue eu estou &assando agora, garota2 >le %ai secansar de %oc: tam'7m e, -uando isso acontecer, ir6 troc6 la &or outra2 N o 7 %erdade2 $laire &rotestou, sem sa'er direito a -ue &arte es&ec+.ica esta%a se

re.erindo Diante das amea as amargas de Gilda, esta%a con.usa, magoada e com medo e n o tem interesse em lorde Alain, %6 em'ora de Ha!"s!ell2 a rui%a desa.iou, com

arrog@ncia >m seguida, %oltou a rir Mas, se o -ue digo .or %erdade, n o serei mes-uin/acom %oc: =a o -uest o de l/e contar -ue ti&o de car+cias lorde Alain gosta de rece'er, -uandoest6 na cama2

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Capítulo XII

Gilda2 56 em'ora neste instante2 Annis 'radou, .uriosa como uma leoa Algumas%e*es, como agora, ten/o %ergon/a de sermos da mesma .am+lia2

N o, Annis $laire mani.estou se, &rocurando & r &anos -uentes na-uele tumulto uem de%e &artir sou eu A.inal, Gilda 7 sua irm

Annis, entretanto, n o mudou de o&ini o olid6ria & s a m o no om'ro da amiga,encarando a irm com um misto de des&re*o e cólera N o %ai sair dessa ca'ana, Haesel2 ua &resen a 7 muito 'em %inda a-ui2 Al7m disso, .e*uma grande tra'al/o, cuidando dessa mul/er com dedica o e carin/o Gilda, ao contr6rio, n oa udou em nada e só %eio semear discórdia

As duas trocaram ol/ares a.etuosos$omo%ida, $laire .icou com os ol/os 9midos, diante dessa demonstra o e?&l+cita de

ami*ade >m %e* de a udar a irm a rec/a 6 la dali, Annis &re.eriu .icar do seu lado2 entiuuma admira o imensa &or essa mul/er de .i'ra e car6ter2

uando %oltaram a ol/ar &ara a &orta, Gilda 6 /a%ia desa&arecido dentro da noite into muito &elo -ue min/a irm l/e disse, Haesel Annis descul&ou se, en%ergon/ada

Mas n o guarde rancor de Gilda >la disse uma monte de asneiras &or-ue esta%a com aca'e a %irada &elo e?cesso de cer%e a J claro -ue %oc: interrom&eu a .rase, semcoragem de conclui la

N o seria amante de lorde Alain3 $laire terminou o &ensamento, no lugar da amigaA la%adeira n o conseguiu esconder a curiosidade > %oc: 73 N o, nunca me deitei com milorde2;elo menos at7 agora Mas, se min/a &erman:ncia em Ha!"s!ell se estender &or muito

tem&o, n o terei .or as &ara resistir ao c/arme irre%erente desse mestre da sedu o2, &ensou,lem'rando do -ue acontecera no &omar

Acredito em sua &ala%ra, Haesel ;or7m %e o a c/ama do dese o 'ailando l6 no .undo deseus ol/os a*uis oltou um riso malicioso >st6 a&ai?onada &or milorde, n o 7 mesmo3

$laire 'ai?ou a ca'e a, sem coragem de encarar a amiga 86 -ue a %erdade esta%a n+tidaem sua .ace, seria in9til continuar sustentando a-uela mentira Ao mesmo tem&o, seu orgul/oe?cessi%o n o l/e &ermitia con.irmar o .ato em %o* alta ;or isso dei?ou -ue o sil:ncio .alasse&or si

<ra, %amos2 ;ara -ue tanta %ergon/a3 Annis insistiu, 'rincal/ona ue mul/er, ems consci:ncia, conseguiria manter se im&ass+%el .rente a uma /omem como lorde Alain3 > n o7 &or-ue ele 7 um no're, n o2

$laire sorriu, meio enca'ulada N o tin/a o /6'ito de .alar li%remente so're amor, se?o esentimentos, como as &essoas do &o%o .a*iam >ntre os no'res, tudo sem&re %in/a en%olto emum manto ine?&ugn6%el de /i&ocrisia e .alsidade

e algum dia %ier a se en%ol%er com lorde Alain, n o &recisa se &reocu&ar comigo, ousentir remorsos de Gilda Annis &rosseguiu, dei?ando -ue sua intui o condu*isse acon%ersa $om seu eito %ulgar e de'oc/ado, ela n o consegue manter o interesse de um/omem &or muito tem&o Antes mesmo de sua c/egada, milorde 6 esta%a cansado dela

;ode ser, mas Gilda acredita -ue eu a&ressei o .im de seu relacionamento com lordeAlain Lem'rando se de -ue de%eria usar a lógica de uma ser%a como Haesel acrescentouC

Al7m disso, n o -uero me tornar uma cortes 2 <ra, uma mul/er 'onita e meiga como %oc: amais ter6 o mesmo .im -ue Gilda2 uas&ala%ras %in/am im&regnadas de con%ic o Mesmo -ue %en/a a ser amante &assageira demilorde, isso n o im&ede -ue, no .uturo, algum /omem de Ha!"s!ell se case com %oc:2

<'rigada &elos consel/os, Annis 8amais %ou es-uecer o -uanto .oi 'ondosa e gentilcomigo

A mul/er 'alan ou a ca'e a, meio sem eito &or rece'er a-uele elogio Isso n o .oi nada, só .i* -ue min/a consci:ncia mandouAo contr6rio de mim , $laire concluiu, angustiada Agora, 7 mel/or %oltar &ara o castelo 86 est6 .icando muito escuro l6 .ora Deu uma

ol/ada na en.erma, -ue &ermanecia imó%el na cama N o se &reocu&e com ela, Haesel Ir6se recu&erar ao menos, dos .erimentos do cor&o

$laire concordou, com um aceno de ca'e a >nt o des&ediu se de Annis e dei?ou a ca'ana,ol/ando ao redor B &rocura do %ulto de Gilda No momento, a 9ltima coisa -ue -ueria era umno%o con.ronto com a rui%a

;or sorte, n o /a%ia o menor sinal da mo a, como se ela ti%esse se dissi&ado no ar, .eito.uma a Ali6s, $laire n o cru*ou com mais ningu7m em seu tra eto at7 os &ort es da mural/a

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interna Eudo esta%a assustadoramente -uieto como sem&re acontece antes das grandestem&estades

$om medo de -ue a-uele incidente &udesse se trans.ormar em algo muito mais gra%e eim&re%is+%el, o &o%o do %ilare o /a%ia se re.ugiado em suas ca'anas, ou ent o, corrido &aradentro das mural/as internas do castelo

A.inal, um &ouco de cautela n o era de se estran/ar &ara -uem 6 /a%ia testemun/adotantas desa%en as sim&les terminarem em com'ates sangrentos

A medida em -ue a%an a%a &ara a &arte do castelo /a'itada &ela .am+lia do no're, a&reocu&a o e o remorso tornaram a &esar so're os om'ros de $laire >n-uanto esti%eraocu&ada com os curati%os da cam&onesa, conseguira a.astar a-ueles &ensamentos de suamente Agora, no entanto, eles &areciam %oltar com .or a redo'rada, mesclados a umain.inidade de d9%idas -uanto a um &oss+%el en%ol%imento amoroso com Alain de Ha!"s!ell

< -ue aconteceria se aca'asse se rendendo aos 'ei os %ora*es e Bs car+cias ine'riantes deAlain3 $ertamente, %i%eriam um romance lindo e m6gico, em'ora e.:mero como uma 'risa de%er o As conse- :ncias desse rom&imento, entretanto, seriam muito mais tr6gicas do -ue asde um sim&les romance entre um no're e sua ser%a A.inal, cedo ou tarde, seu dis.arceaca'aria sendo re%elado A/2 e Annis sou'esse o -uanto sua situa o era com&licada2

Mesmo -ue a'andonasse o &lano do tio, re%elando toda a %erdade a Alain, ele amais a&erdoaria &or ter se in.iltrado no castelo do modo -ue .i*era >le nunca mais tornaria a

acreditar em sua &ala%ra e &assaria a trat6 la como se .osse a mais %il das criaturas so're a.ace da Eerra2As &oss+%eis torturas -ue so.reria, a &ris o ou mesmo a morte n o a amedronta%am

$ontudo sua alma sens+%el n o su&ortaria o des&re*o do /omem -ue, a cada dia, con-uista%ano%os territórios do seu cora o2

$om tenacidade e &erse%eran a inacredit6%eis, su&ortara os maus tratos e as /umil/a esconstantes de Haimo Eoda%ia só conseguira essa &roe*a &or-ue amais /a%ia amado o maridoMas, com Alain, tudo seria di.erente m ol/ar de ódio dele iria mac/uc6 la mais do -ue um.erro em 'rasas so're sua &ele2

Deu um sorriso melancólico, imaginando um &oss+%el meio de .a*er a-uela re%ela o&at7tica

a'e, Alain, n o sou Haesel, uma &o're ser%a inglesa Na %erdade, sou lad# $laire de$o%erl# e %im &ara seu castelo, dis.ar ada, com o &ro&ósito de ra&tar seus .il/os

N o2 De.initi%amente, n o &oderia di*er l/e a %erdade2Ao mesmo tem&o, outra decis o esta%a 'em clara em sua ca'e a De maneira alguma,le%aria a ca'o os &lanos de Hardouin2 Eremia só de imaginar Guerin e ;eronelle nas m osda-ueles mercen6rios im&iedosos, -ue o tio contratara &ara le%6 los de %olta ao $astelo de$o%erl#2

Agora, só /a%ia uma coisa a .a*er Assim -ue lorde Alain retornasse ao castelo, s o e sal%o,da-uela &ersegui o aos su&ostos .oras da lei, iria em'ora de Ha!"s!ell ;or7m n o %oltaria&ara $o%erl#

N o seria .6cil es-ui%ar se dos mercen6rios -ue %aga%am &elos 'os-ues de Ha!"s!ell, Bsua es&era $ontudo, com .7 e um &ouco de sorte, aca'aria c/egando a Londres >nt o,a&ro%eitando se do anonimato em -ue mergul/ara, 'uscaria re.9gio em algum con%ento

A id7ia de se tornar uma .reira amais a agradara muito menos agora, -ue desco'rira o -ueera o amor %erdadeiro eu consolo era a certe*a de -ue n o causaria nen/um mal &araa-ueles -ue ama%a

De&ois de tomar essa decis o, $laire sentiu um grande al+%io na alma A triste*a&ermanecia ali6s, tin/a certe*a de -ue esse sentimento seria seu com&an/eiro inse&ar6%elat7 o .im de seus dias ;or7m as garras a.iadas e insens+%eis do monstro c/amado remorso ,.inalmente a dei?ou em &a*

A.astando se um &ouco de seus con.litos interiores, &restou mais aten o ao -ue aconteciaao seu redor >m cada rosto, em cada gesto /a%ia a&enas in-uietude e a&reens o

At7 mesmo as &aredes sólidas do castelo &areciam ter ad-uirido %ida, com&artil/ando dae?&ectati%a de seus moradores, -uanto B c/egada da &atrul/a de lorde Alain >n-uanto $lairecru*a%a o grande &6tio interno, o sentinela da torre norte gritou &ara a multid o -ue ali seaglomera%a, B es&era de not+ciasC

5e o um &e-ueno gru&o saindo do 'os-ue2 J a &atrul/a de lorde Alain, Diccon3 >!ald

-uestionou, do &6tio, resumindo o sentimento de todos< sentinela a&ertou os ol/os, .a*endo um es.or o so're /umano &ara distinguir algum sinalcon/ecido em meio B-ueles ca%aleiros

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im2 J lorde Alain e nossos /omens2 >les est o retornando2 Diccon anunciou, com a%o* em'argada de emo o

Logo de&ois, o som incon.und+%el do c/i.re de guerra de Ha!"s!ell soou ao longe,con.irmando a %is o do sentinela

$laire &ermaneceu imó%el onde esta%a Mesmo se -uisesse, n o conseguiria mo%er umm9sculo, de%ido B tens o ner%osa

>st o todos com milorde3 .oi a %e* de Hert/a indagar, erguendo a %o* &ossante acima

do 'ur'urin/o -ue toma%a conta do casteloDessa %e*, entretanto, a res&osta n o .oi multo animadora Lorde Alain est6 tra*endo algu7m em seu ca%alo Atra%essado na sela3 >!ald re&licou, es&eran oso Eal%e* se a o cor&o de um dos

mal.eitores2 N o, milorde o carrega em seus 'ra os o sentinela corrigiu, com &esar ;arece -ue

est6 muito .erido, mas n o consigo %er -uem 7 </2 Deus2 Een/a misericórdia2 L#ssa 'errou, caindo de oel/os, com as m os erguidas

&ara o c7u ue n o se a Hug/2 ue n o se a Hug/2L6grimas escorreram &elo rosto de $laire ao testemun/ar a-uela cena como%ente A guerra

era algo terr+%el -ue mutila%a ou tira%a a %ida tanto dos no'res, -uanto dos /omens sim&les do&o%o er6 -ue algum dia o ser /umano a&renderia a resol%er suas di.eren as de um modomais &ac+.ico, -ue n o en%ol%esse derramamento de sangue3

Durante alguns instantes, .rases como a de L#ssa ecoara &or todo o &6tio, a&enas alterandoo nome do soldado 8unto com o c/oro das mul/eres e as s9&licas a Deus, ou%iam se tam'7m&erguntas insistentes so're a identidade do ca%aleiro .erido Eoda%ia a &atrul/a ainda esta%a auma dist@ncia consider6%el do castelo, de modo -ue o sentinela era inca&a* de atender osa&elos da multid o A ansiedade e a ang9stia da es&era .oram crescendo %ertiginosamente,at7 atingir n+%eis insu&ort6%eis, -ue 'eira%am a /isteria coleti%a

J 5erel, o escudeiro de lorde Alain2 o sentinela gritou, &or .im, &ara al+%io de alguns eso.rimento de outros >le tem uma .lec/a ou &eda o de lanc/a cra%ado 'em no meio de sua'arriga ;osso %er o sangue escorrer atra%7s da cota de mal/a

Ao ou%ir a in.orma o, um gemido de deses&ero ecoou &elo &6tio, em un+ssono ue Deus ten/a &iedade de nos2 $laire ou%iu &adre Gregor# orar em latim 5irando se

na dire o da %o*, &ode %: lo na &orta da ca&ela, come ando a re*ar um ;ai Nosso< resto do &o%o acudiu, a.lito, &ara unto dos &ort es a .im de rece'er seus %alentes

soldados No meio do tumulto, $laire conseguiu di%isar duas ca'ecin/as morenas, -ue corriamde um lado a outro do &6tio$/eia de tenacidade, tentou interce&tar as crian as, antes -ue &udessem &resenciar mais

uma cena triste e assustadoraNo%amente o c/i.re tocou e os &ort es da mural/a e?terna .oram a'ertos, ao mesmo tem&o

em -ue a &onte le%adi a era 'ai?ada Logo os /omens, liderados &or lorde Alain, entraram emHa!"s!ell, de'ai?o de sauda es entusi6sticas do &o%o do castelo e da cidadela ao seu redor

De longe, &arecia -ue Alain n o esta%a .erido no entanto, $laire &recisa%a &ou&ar seus&u&ilos de uma sur&resa desagrad6%el e dolorosa A&ertando o &asso, conseguiu alcan ar ascrian as, antes -ue cru*assem os &ort es da mural/a interna

Guerin2 ;eronelle2 gritou, conseguindo segurar l/es &elos 'ra os eu &ai est6 'em,mas o escudeiro 5erel .oi .erido ;reciso -ue me a udem a socorr: lo2

Antes -ue ti%essem tem&o de &rotestar, ela tomou . lego e deu l/es uma 'oa ra* o &arao'edec: laC

$orram &ara o -uarto e &re&arem o m6?imo de ataduras -ue conseguirem N o tardarei air 'usc6 las

Gra as a Deus, am'os a o'edeceram de &ronto, a.astando se ra&idamente da-uele &alco de/orrores eus rosto in.antis mescla%am ali%io, &elo retorno seguro do &ai, so.rimento, &eloestado de 5erel, e alegria, &or serem 9teis na-uela /ora de emerg:ncia

De&ois -ue as crian as &artiram, $laire %oltou toda sua aten o &ara Alain Mo%ida &elodeses&ero, atra%essou uma %erdadeira mural/a /umana at7 c/egar 'em &erto de onde eleesta%a, montado em seu garan/ o, ainda com 5erel nos 'ra os

<s dois /omens esta%am co'ertos de sangue, -ue escorria, .eito cascata, &elas &ernas doca%alo at7 c/egar ao c/ o >m'ora a .erida do escudeiro .osse 'em %is+%el o sangue era tanto-ue mal da%a &ara sa'er se a-uela era a 9nica .onte

8esus2 er6 -ue Alain tam'7m est6 .erido3, esse &ensamento &assou l/e &ela ca'e a,&ro%ocando l/e uma dor atro* no &eito>!ald e sir Gautier .oram ao encontro do 'ar o &ara a ud6 lo a desmontar e socorrer o

.erido

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De%agar, &elo amor de Deus2 Alain ordenou, en-uanto os outros /omens tenta%amtirar 5erel de cima do ca%alo >le n o &ode su&ortar mais sola%ancos2

Realmente, o sentinela n o e?agerara ao descre%er o estado de 5erel ma .lec/aconseguira &er.urar a armadura, atingindo em c/eio seu a'd men, de onde escorria sangueem &ro.us o eu cor&o &arecia &esado e inerte, como se a %ida 6 o ti%esse a'andonado

Assim -ue remo%eram o elmo, $laire & de %er -ue o rosto do o%em tin/a a e?&ress o damorte Ha%ia &erdido a consci:ncia esta%a e?cessi%amente &6lido e com os l6'ios ro?os Al7m

disso, nen/um ru+do, &or mais le%e -ue .osse, esca&ou l/e da 'oca, -uando sir Gautier e >!aldo tomaram dos 'ra os de lorde AlainDes%iando o ol/ar da-uela %is o t7trica, $laire concentrou se em Alain ;recisa%a sa'er se

ele esta%a .erido ou n o2=eli*mente, ele n o a&arenta%a ter nen/um .erimento ao menos, nada -ue .osse gra%e

Eoda%ia saltou do ca%alo como se todos os m9sculos de seu cor&o doessem, de%ido B .adiga eao es.or o >ntregando o corcel a um ca%alari o retirou o elmo e sacudiu os ca'elos negros,mol/ados de suor >nt o seu ol/ar encontrou se com o de Haesel e am'os &ermaneceramimó%eis suas almas &areciam em &lena comun/ o, como se n o /ou%esse mais ningu7m no&6tio

Mal conseguimos a%istar o 'ando, at7 -ue um dos &ati.es acertou 5erel2 Alain contou aHaesel, atormentado &elas lem'ran as da 'atal/a Ainda consegui re%idar, cra%ando uma.lec/a na ca'e a do maldito2 Mas agora, sinto -ue de%eria t: lo &ou&ado &ara .a*: lo .alar

Ignorando as de*enas de ol/ares curiosos -ue acom&an/a%am os m+nimos mo%imentos docasal, $laire a&ro?imou se dele &ara con.ort6 lo Eeria se ogado em seus 'ra os, sem nen/umconstrangimento, caso n o ti%esse sido interrom&ida &ela %o* gra%e de sir Gautier

Milorde, &ara onde de%emos le%6 lo3 o ca%aleiro indagou, /esitante ;ara os meus a&osentos2 re&licou, des%iando o ol/ar de Haesel, como se des&ertasse

de um son/oaindo do meio da multid o, &adre Gregor# &assou &or $laire com uma agilidade es&antosa

&ara um /omem t o cor&ulento Mas, milorde mani.estou se, res&eitoso H6 muitos degraus at7 seus a&osentos

5erel seria su'metido a es.or os demasiados tal%e* &erdesse mais sangue aindaAlain o encarou, meio &er&le?o, como se a-uelas &ala%ras n o .i*essem o menor sentido ;oderia le%6 lo &ara meu -uarto, .ica 'em mais &ró?imo da-ui o &adre e?&licou, c/eio

de lógica Al7m disso, 7 onde guardo todas os meus ung entos e er%as medicinais A&ósuma r6&ida re.le? o, Alain assentiu com um gesto N o /a%ia tem&o a &erder$laire de%eria ir ao encontro das crian as, %er como esta%am No entanto suas &ernasteimaram em acom&an/ar lorde Alain uando deu &or si, esta%a na &orta do -uarto do &adre,o'ser%ando sir Gautier e >!ald colocarem 5erel na cama

Eemos -ue .a*: lo 'e'er um &ouco desse suco &adre Gregor# a%isou, mani&ulandoalgumas de suas er%as com grande e?&eri:ncia Isso ir6 a ud6 lo a ag entar a dor, en-uantoremo%emos a .lec/a

N o &odemos retir6 la agora2 5erel est6 muito .raco, n o %ai su&ortar2 >!ald&rotestou, com %eem:ncia

;adre Gregor# o .u*ilou com os ol/os e dei?armos a .lec/a &or mais tem&o em sua 'arriga, seguramente ele morrer6 antes do

aman/ecer2Diante da %eracidade da-uela a.irma o, todos se calaramLi%re &ara agir, o &adre se entregou ao &re&aro da-uela o&era o, en-uanto >!ald e sir

Gautier retira%am a armadura de 5erel Lorde Alain mantin/a se na ca'eceira da cama,tentando inutilmente estancar o sangue com &eda os de tecido

;ronto2 o &adre e?clamou, le%ando uma caneca at7 a 'oca do doente $om di.iculdade,conseguiu .a*: lo 'e'er mais da metade da mistura amarga Agora temos -ue aguardaralguns instantes &ara -ue o rem7dio .a a e.eito

>le %ai so're%i%er, &adre3 Alain indagou, torturado &elo so.rimento do escudeiro Resta nos alguma es&eran a 3

em&re /6 es&eran a, milorde De%emos re*ar &ara -ue Deus ten/a com&ai? o dessera&a*

Alain cerrou os &un/os, irado com a-uela res&osta %aga Diga me a %erdade, &adre2 < .erimento 7 mortal3

;adre Gregor# res&irou .undo, encarando a .9ria do no're com uma &lacide* in%e 6%el N o /6 muita c/ance de so're%i%:ncia o .erimento 7 gra%e e ele &erdeu muito sangueMas, como era muito saud6%el, ainda &oder6 le%ar alguns dias antes de morrer

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Nesse caso, tal%e* de%a ministrar l/e a e?trema un o $laire ou%iu Alain sugerir, com%o* .raca e a'atida

</2 $laro -ue sim2 5ou 'uscar o ant+ssimo na ca&ela agora mesmo2 8untamente com os outros tr:s /omens, ela aguardou com o &eito tomado de ang9stia, o

retorno do sacerdote >m'ora &adre Gregor# a.irmasse -ue o escudeiro &oderia ag entar maisalguns dias, temia -ue ele n o so're%i%esse &ara rece'er os 9ltimos sacramentos $adares&ira o o.egante de 5erel &arecia ser a derradeira

No momento em -ue o &adre retornou com os o' etos sagrados, ironicamente, o ra&a*a&resentou uma discreta mel/ora ;iscou os ol/os, reco'rando &arte da consci:ncia, e seuritmo res&iratório esta%a mais regular

;oderiam me dei?ar a sós com o en.ermo3 &adre Gregor# &ediu, solene N o sei se5erel ter6 condi es de se con.essar mas 7 meu de%er tentar >, como 'em sa'em, a&enas euestou autori*ado &or Deus &ara ou%ir seus &ecados

5erel n o tem nen/um &ecado esca'roso &ara con.essar, &adre2 lorde Alain 'radou,en.urecido Eoda%ia saiu do -uarto, .a*endo sinal &ara -ue os outros o acom&an/assem

Assim -ue a &orta se .ec/ou, co'riu o rosto com as m os, num gesto de &uro deses&ero erai%a

Eolo &om&oso2 desa'a.ou, em uma demonstra o e?&l+cita de desagrado, diante dos&rocedimentos do no%o &adre do castelo >nt o, recu&erando o auto controle, dirigiu se &ara

$laire, com ines&erada ris&ide*C 5olte &ara unto das crian as>la a'riu a 'oca &ara &rotestar, alegando -ue &oderia ser 9til no tratamento de 5erelGra as aos seus con/ecimentos de er%as, 6 esta%a /a'ituada a cuidar dos soldados .eridos do$astelo de $o%erl#, com grande sucesso, diga se de &assagem ;or7m calou se no 9ltimosegundo N o &oderia .ornecer l/e uma e?&lica o consistente, sem &or em risco seu dis.arce

Ao &erce'er -ue .ora muito rude, descontando em Haesel toda a rai%a -ue sentia &or a-uelasitua o, Alain tentou se redimir Eocou l/e a .ace com a &onta dos dedos te disse, com %o*a%eludadaC

;or .a%or < -ue est6 &ara acontecer n o ser6 nada agrad6%el, e n o -uero -uetestemun/e tanto so.rimento Al7m disso, Guerin e ;eronelle de%em estar a.litos e %oc: &ossuium talento es&ecial &ara con.ort6 los

;elo menos, em rela o Bs crian as, ele esta%a certo ;or isso,ela se a.astou, sem &rotestos

;eronelle esta%a sentada em sua cama, mastigando um &eda o de 'olo de mel, com gestosmec@nicos Guerin, &or sua %e*, &ermanecia em &7, de.ronte B anela, o'ser%ando as estreiasAssim -ue os dois &erce'eram a &resen a de Haesel, correram &ara ela, ogando se em seus'ra os

Aonde est6 &a&ai3 ;eronelle e?igiu sa'er o &e-ueno rosto esta%a marcado &oremo es -ue só de%eriam molestar adultos, tais como, a.li o e melancolia

$omo est6 5erel3 ;adre Gregor# conseguiu .a*: lo mel/orar3 .oi a &ergunta ansiosa deGuerin, -ue sem&re coloca%a o 'em estar dos outros antes de si mesmo

$laire tomou . lego, &re&arando se &ara uma con%ersa di.+cil N o &oderia enganar ascrian as so're o real estado de 5erel ao mesmo tem&o, tam'7m n o dese a%a .a*: los so.rerainda mais ;ortanto teria -ue recorrer a todo seu tato em oratória &ara di*er a %erdade, de.orma sua%e e cuidadosa

A oel/ando se, .icou da altura das crian as >nt o come ou a e?&licarC eu &ai e &adre Gregor# est o cuidando de 5erel =icariam orgul/osos se %issem como

am'os est o se es.or ando &ara cur6 lo2 Res&irou .undo, &ara conter as l6grimas -ue 6esta%am esca&ando de seus ol/os Mas %oc:s sa'em >le est6 muito .erido

</2 Deus2 Ao %er a dor estam&ada na-ueles rostos in.antis, te%e um a&erto no cora o$omo -ueria &rometer l/es -ue 5erel .icaria 'om2 Mas n o tin/a o direito de dar l/es .alsases&eran as A.inal, as c/ances do escudeiro so're%i%er eram muito escassas, e as crian as&recisa%am estar &re&aradas &ara essa &erda

$omo &uderam atacar 5erel3 >le 7 t o 'ondoso2 Ningu7m &oderia t: lo .erido2 ;eronelle desa'a.ou, em sua lógica in.antil, caindo em

um &ranto deses&eradoGuerin tam'7m come ou a &rotestar, em'ora lutasse &ara conter o c/oro N o com&reendo2 ;or -ue &a&ai te%e -ue sair do castelo com a-uela &atrul/a3 >le n o

nos disse nada2$laire en%ol%eu as crian as em um a'ra o .orte e &rotetor <s tr:s &ermaneceramenla ados, com&artil/ando das mesmas dores e a.li es &or longos minutos >nt o, sentindo-ue de%eria di*er l/es algo, $laire se recom& s

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H6 /omens muito mal%ados no mundo, crian as Muitos deles s o .oras da lei, -ue %i%emescondidos nas .lorestas, molestando &essoas inocentes

Dois &ares de ol/os, ansiosos &or mais in.orma es, .icaram cra%ados no rosto de $laire m dos cam&oneses de Ha!"s!ell .oi atacado e morto &or um desses 'andos eu &ai

te%e -ue correr &ara tentar ca&tur6 los &or isso n o te%e tem&o &ara l/es dar nen/umae?&lica o2

> &a&ai conseguiu a&an/6 los3 o menino indagou

Milorde a&an/ou um deles e o &uniu e?em&larmente contudo, antes disso, esse 'andidoconseguiu .erir 5erel uero %er 5erel2 > &a&ai2 Guerin gritou, a.astando se de $laire e da irm , cu os ol/os 6

esta%am inc/ados de tanto c/orar into muito, -uerido Mas, no momento, isso n o 7 &oss+%el $laire retrucou, usando a

dose certa de .irme*a e ternura na %o* >st o tratando do .erimento de 5erel, e nossa&resen a ali só iria atra&al/ar

< menino .ungou, en-uanto duas l6grimas esca&aram a rigide* de seu auto controle,escorrendo &or sua .ace >nt o o so.rimento trans.ormou se em &ura re%olta e ódio, dei?ando omenino des.igurado

< -ue %amos .a*er ent o, Haesel3 =icar sentados a-ui, comendo 'olo de mel, en-uanto5erel est6 se es%aindo em sangue3 =ran*iu a testa, e?alando ódio &or todos os &oros ueria ser adulto &ara ir atr6s dos 'andidos -ue .i*eram isso2

$laire .icou gelada &or &resenciar a-uela trans.orma o 8amais %ira sentimentos t omes-uin/os e sórdidos no rosto &uro e 'ondoso de Guerin De maneira alguma &oderia&ermitir -ue esse triste acidente a'alasse a .7 do menino de -ue sem&re /a%ia algo de 'omem todo ser /umano, at7 mesmo no mais cruel

Mas, a.inal de contas, o -ue &oderia di*er ao menino3 N o a&enas entendia, como tam'7mcom&artil/a%a de sua re%olta e de seu dese o de %ingan a &rinci&almente, de&ois de %er o -ue/a%iam .eito B-uela &o're cam&onesa, ultra ada e .erida com todos os re-uintes de crueldade2

$omo se n o 'astasse tudo a-uilo, o remorso %olta%a a tortur6 la Ein/a certe*a de -uea-ueles 'andidos eram os mesmos /omens -ue a escoltaram at7 Ha!"s!ell ;ortanto, dealguma .orma, sentia se cul&ada &ela morte do cam&on:s, os .erimentos da mul/er e de 5erel

A&ós alguns instantes de /esita o, orou a Deus &ara -ue a a udasse a solucionar essedilema Acima de tudo, n o &odia dei?ar -ue os germes da maldade .ossem &lantados noscora es da-uelas crian as2

Meu -uerido, sem d9%ida alguma, todos os mal.eitores de%em ser &unidos disse, aindasem ter certe*a dos argumentos -ue usaria $ontudo n o de%emos nos es-uecer de -ue,acima da usti a dos /omens, est6 Deus oni&otente e glorioso2 > ningu7m consegue esca&ardo acerto de contas com >le, o ;ai de todos nós

o' o im&acto da-uelas &ala%ras, ;eronelle &arou de c/orar, .itando $laire, com uma t:nue.agul/a de es&eran a nos ol/os escuros Guerin, a&esar de &arecer mais calmo, aindaen.renta%a %iolentos con.litos interiores

uando Deus ulgar ade-uado, esses criminosos &agar o &or todo o mal -ue .i*eram,acreditem2 $laire &rosseguiu, re&etindo as &ala%ras -ue ecoa%am &or sua ca'e a, semsa'er de onde %in/am Mas n o de%emos alimentar sentimentos de %ingan a, nem .icar.eli*es com a &uni o de ningu7m2 Ao contr6rio, de%emos orar &ara -ue esses &o'res&ecadores rece'am a misericórdia di%ina e, a&ós &agarem seus &ecados no &urgatório,consigam alcan ar a .elicidade do c7u2

>ssas .rases .oram decisi%as &ara 'anir, de uma %e* &or todas, o ódio do cora o de Guerin>mocionado e com remorso, ele tornou a encarar $laire, com os mesmos ol/os &iedosos de

sem&re >st6 certa, Haesel2 >stou en%ergon/ado de mim mesmo </2 N o, -uerido2 N o se sinta mal com o -ue aca'ou de acontecer2 e?clamou, ainda

&erce'endo a-uela ins&ira o di%ida .luir &or seu cor&o e alma at7 se trans.ormar em &ala%ras omos seres /umanos e estamos su eitos a sentir amor, ódio, in%e a e todos os outrossentimentos 'ons e maus, &ró&rios da nature*a /umana2

< -ue de%emos .a*er, ent o, Haesel3 ;eronelle -uis sa'er, sentindo se con.usa er 'om n o 7 &ermitir -ue nos .a am mal, nem dei?ar de &unir a-ueles -ue merecem

castigo Mas n o de%emos .icar alegres com isso2 e?&licou, &er&le?a com a &ro.undasa'edoria do -ue aca'ara de di*er

Isso 7 muito com&licado, Haesel2 ;arece at7 contraditório o menino &rotestou;or um momento, $laire n o sou'e o -ue res&onder De .ato, a &rinci&io, a-uilo &areciaincoerente >nt o, &ara sua sur&resa, como em um &asse de m6gica, tudo .e* sentido

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uando sentirmos -ue algo ruim est6 tentando .incar ra+*es no nosso cora o, de%emoslutar contra essa er%a danin/a -ue tenta se a&oderar de nós2 esclareceu, en.6tica $asocontr6rio, n o seremos muito di.erentes dos 'andidos e outros &ecadores -ue condenamos

<s tr:s .icaram em sil:ncio &or alguns instantes, re.letindo so're a-uilo tudo, cada -ual Bsua maneira

Deus est6 triste comigo, n o 73 Guerin retrucou consternado ;ensa%a -ue eracaridoso Mas, -uando .ui testado, .racassei

<ra, meu menino, est6 muito enganado2 $omo 'om ;ai, Deus sem&re nos &erdoa,-uando estamos realmente arre&endidos2 $laire a.irmou, com seguran a Al7m disso, as&ro%as e os o'st6culos da %ida ser%em &ara -ue &ossamos a&render algo de 'om, mesmo -uese a &erce'er nossos &ontos .racos >n-uanto .ala%a, sentiu -ue de%eria a&licar esseracioc+nio B sua &ró&ria situa o

> isso n o 7 ruim3 ;eronelle %oltou a indagar, ainda con.usa $laro -ue n o2 Eer consci:ncia de nossas .ra-ue*as 7 o &rimeiro &asso &ara com'at: las2

=e* uma r6&ida an6lise de seus &rocedimentos nas 9ltimas semanas, sorrindo com asa'edoria de -uem 6 &ro%ara desse mesmo rem7dio amargo >, &osso l/es garantir,en?ergar nossos &ró&rios de.eitos e?ige muita coragem e .or a de %ontade &ara nos modi.icar2

<nde a&rendeu tudo isso, Haesel3 o menino &erguntou, at nito com a intensidadeda-uelas e?&lica es <s &adres nunca nos ensinaram essas coisas so're Deus nas aulas decatecismo

>la encol/eu os om'ros, dando um sorriso maroto ;ara .alar a %erdade, n o sei2 =alei o -ue esta%a em meu cora o<s tr:s sorriram untos, sentindo se de 'em com a %ida Mas, essa tran- ilidade durou

&ouco Logo a lem'ran a do escudeiro, B 'eira da morte, %oltou a ocu&ar l/es as mentes ;odemos ir at7 a ca&ela, re*ar &or 5erel3 Guerin sugeriu, com os ol/os 'ril/ando de

es&eran a$laire esta%a relutante so're tirar as crian as da seguran a da-uele -uarto A.inal, o resto

do castelo %i%ia um %erdadeiro al%oro o, com /omens guardando armas, en-uanto re&etiamincansa%elmente cada detal/e da-uela e?curs o Al7m disso, como a ca&ela era ao lado dosa&osentos do &adre, temia -ue as crian as &udessem ou%ir os gritos de 5erel, -uando a .lec/a.osse retirada de seu cor&o

Lamento, mas n o de%emos sair desse -uarto at7 aman/ anunciou, %endo odesa&ontamento no rosto das crian as Mas &odemos re*ar &or 5erel a-ui mesmo

Mais uma %e*, a menina .e* -uest o de &erguntarC > ser6 igual3 $laro -ue sim2 A'riu um largo sorriso Desde -ue re*emos com o cora o, n o

im&orta onde esti%ermos Nossas &reces sem&re c/egar o at7 Deus2 Isso n o 7 mara%il/oso3<s irm os concordaram, %oltando a demonstrar es&eran aMinutos mais tarde, os tr:s re*a%am com todo o .er%or &ela recu&era o de 5erel

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Capítulo XIII

Alain ogou se &esadamente em sua &oltrona, diante da lareira da sala de tro.7usAinda %estia &ares da armadura e a cota de mal/a, su as de sangue e lama, -ue usara na

&ersegui o dos .oras da lei entia se e?aurido, como se toda a .or a ti%esse a'andonado seucor&o de uma só %e* erguer uma sim&les ta a &arecia l/e o mais se%ero dos e?erc+cios

>st6 e?austo, rnilorde a %o* melodiosa de Haesel ecoou &ela sala %a*ia eria umson/o3A'rindo os ol/os, %iu Haesel em carne e osso, na entrada da sala Mais atr6s, &ró?imos daescadaria, esta%am Guerin e ;eronelle

5ou 'uscar l/e alguma comida, milorde Eem alguma &re.er:ncia3 ela tornou a .alartomando as r7deas da situa o

N o, Haesel2 retrucou, antes -ue ela dei?asse a sala N o ten/o o m+nimo a&etiteó &reciso de algu7m -ue me a ude a tirar essa armadura ua %o* .oi diminuindo at7desa&arecer >ssa era uma das o'riga es de 5erel

=a o -uest o de au?ili6 lo, milorde sir Gautier anunciou, com seu %o*eir o &otente, aoentrar na sala Mostrando e.ici:ncia, c/amou um dos ser%os -ue &assa%a &ela &orta,ordenandoC Le%e 6gua -uente e toal/as &ara os a&osentos de lorde Alain

$om grande sacri.+cio, Alain ergueu se da &oltrona e, a udado &or sir Gautier, seguiu &araseu -uarto Ao &assar &elas crian as, limitou se a .it6 las com carin/o N o esta%a emcondi es de con%ersar com ningu7m, muito menos com seus ador6%eis .il/os entia seesgotado .+sica e emocionalmente

Milorde2 Haesel ousou c/am6 lo, caiando se, de imediato, ao rece'er um ol/ar .uriosode sir Gautier ;or7m, antes -ue o ca%aleiro a re&reendesse %er'almente a ousadia, o &ró&riolorde Alain %oltou se &ara ela, .a*endo sinal &ara -ue &rosseguisse

$omo est6 5erel3 indagou, com receio de -ue a res&osta .osse desagrad6%el Ainda res&ira limitou se a di*er, %endo o a'atimento no rosto dos .il/os A .lec/a

.oi retirada e &adre Gregor# est6 a&licando %6rios ti&os de ung entos &ara tentar estancar a/emorragia

>le est6 consciente3 N o, caiu em um sono &ro.undo, t o logo a .lec/a arrancada de seus a'd men>m seguida continuou a galgar os degraus da imensa escadaria, mostrando a Haesel -ue a

con%ersa esta%a encerrada

$om o cora o a&ertado, ela o %iu desa&arecer no andar su&erior, a'ra ada Bs crian as, -uerecome aram a c/orar ueria muito encontrar uma maneira de .a*: lo re&ousar e comer um&ouco, mas, no momento, sa'ia -ue essa 'atal/a 6 esta%a &erdida <s de%eres do sen/or deHa!"s!ell esta%am B .rente de tudo

Le%ou muito tem&o at7 -ue $laire conseguisse acalmar as crian as outra %e* e .a*: lasdormir uando, en.im, te%e certe*a de -ue esta%am em sono &ro.undo, le%antou se de seucatre ;7 ante &7, &ara n o des&ert6 los, %estiu um manto de l e saiu do -uarto

Agonia e deses&ero -ueima%am em seu &eito, c/egando a causar l/e .alta de ar óconseguiria um &ouco de &a*, de&ois de sa'er se lorde Alain esta%a 'em

$om esse &ensamento em mente, esgueirou se at7 o -uarto dele, a'rindo a &orta com o

m6?imo de delicade*a &ara n o &ro%ocar ru+dos L6 dentro, le%ou alguns segundos at7 -ueseus ol/os se acostumassem com a &enum'ra, &ois a&enas uma %ela, 'astante a.astada dacama, ousa%a desa.iar o reinado a'soluto da escurid o ;or .im, conseguiu %islum'rar um %ultoadormecido, so're a cama

Min/a nossa2 A-uilo 'astou &ara e?citar sua imagina o .7rtil >m um estalar de dedos,esta%a 'em longe dali, recordando a tarde mara%il/osa -ue /a%iam des.rutado untos no&omar <s 'ei os ardentes, as car+cias trocadas

Mal &osso es&erar at7 -ue anoite a , Alain /a%ia sussurrado em seu ou%ido,sedutoramente

$om certe*a, se a rotina do castelo n o ti%esse sido atro&elada &elo ata-ue e a &ersegui oda-ueles 'andidos, B essa /ora, estaria deitada com ele nessa mesma cama2 Deu um sorrisotra%esso, corando diante do erotismo das imagens -ue l/e %in/am B ca'e a

N o demorou muito e a moralidade .reou seus de%aneios a&ai?onados, c/amando l/e aaten o2 $omo &odia admitir a /i&ótese de .a*er amor com um /omem -ue n o era seumarido3 > &ior, dis.ar ada de ser%a como esta%a, só &oderia alme ar tornar se sua concu'ina2>ra degradante2

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Res&irou .undo, assustada, ao se dar conta do -ue sua &resen a ali re&resenta%a2 MeuDeus2 <nde esta%a com a ca'e a &ara, deli'eradamente, in%adir o -uarto de um /omem, nomeio da noite3 > &ior, n o se trata%a de -ual-uer /omem, mas sim do sen/or da-uele castelo2

86 esta%a &restes a sair, -uando atentou &ara um 'arul/o 'astante curioso, %indo da cama>nt o te%e -ue tam&ar a 'oca &ara n o rir2 N o &oderia /a%er desco'erta mais /il6ria e antirom@ntica do -ue a-uelaC lorde Alain ronca%a2

Distra+da, te%e ter dei?ado esca&ar alguma risada, &ois, ele se mo%eu na cama

uem est6 a+3 a &ergunta soou, com o e.eito de c/icotada nos ner%os de $laire> agora3 $omo iria se e?&licar3 >m &@nico, &ermaneceu imó%el e sem .ala>le tornou a re&etir a &ergunta, sentando se na 'orda da imensa cama ou >u Milorde Haesel gague ou, sentindo o cora o -uerer sair l/e &ela 'oca Haesel32 ele re&etiu, t o sur&reso -uanto ela < -ue .a* a-ui, mul/er3>la -uase caiu de costas, de susto e de %ergon/a, ao &erce'er, .inalmente, -ue a-uele

/omem n o era lorde Alain uem esta%a deitado, roncando, na cama do 'ar o de Ha!"s!ellera o roli o &adre Gregor#2

5im %er se milorde esta%a 'em Na .alta de um 'om &rete?to, res&ondeu com a%erdade Gostaria -ue um 'uraco se a'risse de'ai?o de seus &7s, li%rando a da-uela situa oem'ara osa

< /omem a&an/ou a %ela e a&ro?imou se de $laire, -ue tremia como %ara %erde No meio da noite3

acudiu os om'ros, constrangida >nt o, de s9'ito, in%erteu as &osi es, &assando de ca aB ca adora > o sen/or3 < -ue est6 .a*endo a-ui, no -uarto de lorde Alain3

Ee%e a im&ress o de ca&tar um 'ril/o dia'ólico nos ol/os do &adre mas, se isso de .atoocorreu, .oi muito &assageiro Logo, o 'om /omem e?i'iu a mesma e?&ress o am6%el decostume Eal%e* tudo n o ti%esse &assado de uma ilus o de ótica a.inal, esta%a meio escuroMesmo assim, $laire .icou intrigada

J claro -ue era min/a o'riga o &assar a noite ao lado do mori'undo come ou ae?&licar, colocando se na de.ensi%a Mas lorde Alain insistiu tanto &ara -ue eu %iesse &arac6 e re&ousasse um &ouco, -ue aca'ei cedendo B sua %ontade

Milorde est6 tomando conta de 5erel32 ou%iu se di*er, estu&e.ata ;o're Alain2 >leesta%a e?austo, &recisa%a descansar, antes -ue aca'asse desmaiando de .adiga e inani o2

im Milorde sente se cul&ado &elo acidente de 5erel ;or isso n o o contrariei niu asm os, em uma &rece silenciosa ó Deus sa'e, se o escudeiro estar6 %i%o ao aman/ecer<s dois .icaram -uietos &or algum tem&o, meditando

< -ue %eio .a*er a-ui, min/a .il/a3 ele -ue'rou o sil:ncio, retornando B-uele assuntodesagrad6%el

86 l/e disse, &adre >sta%a &reocu&ada com milorde >le n o comeu nada desde -ue a&atrul/a retornou, &or isso $alou se, tendo uma id7ia e?celente, ca&a* de resol%er dois&ro'lemas de uma só %e* <ra, %ou le%ar alguma comida -uente &ara lorde Alain, l6 nosseus a&osentos, &adre Gregor#

Min/a .il/a, seria mais &rudente -ue %oltasse &ara o -uarto das crian as eleargumentou em % o, &ois $laire 6 /a%ia &artido, r6&ida como um tu. o

Decidida a e?ecutar a-uele &lano, muniu se de um casti al e .oi direto &ara a co*in/a ;orsorte, & de contar com a a uda %aliosa de ;eter, -ue esta%a dormindo em um dos cantos, &ertoda lareira 8untos, es-uentaram uma &or o de enso&ado de coel/o, .i*eram um c/6 de er%asdigesti%as e, de&ois, arrumaram tudo dentro de uma cesta J claro -ue $laire acrescentou um&eda o de & o, -uei o e uma garra.a de /i&ocra*, o %in/o .a%orito de milorde

>scoltada &or ;eter, $laire atra%essou o imenso &6tio interno, o -ual, B essa /ora da noite,gan/a%a um as&ecto desolado e assustador =inalmente, -uando c/egou ao seu destino, area o de Alain agiu como um 'alde de 6gua .ria em seus @nimos

Haesel32 Alain e?clamou, com uma mescla de .9ria e sur&resa, ao %: la &arada nasoleira da &orta < -ue .a* a-ui3

N o es&era%a ser rece'ida com .esta, nem com elogios ou agradecimentos &ela iniciati%amas .icou terri%elmente o.endida com os modos r+s&idos dele N o eram as &ala%ras -ue amagoa%am, mas o eito como ele as dissera

Dei?ando %ir B tona seu orgul/o de no're, sim&lesmente ignorou a &resen a de lorde Alain

$oncentrou toda sua aten o no garoto -ue, ainda sonolento, mal &odia com&reender o -ueesta%a se &assando ali <'rigada &or me acom&an/ar, ;eter ;egou a cesta de suas m os ;ode %oltar a

dormir agora

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N o -uer -ue eu a es&ere, Haesel3 o menino &erguntou, c/eio de 'oa %ontade N o se &reocu&e, ;eter ;osso me arran ar so*in/a orriu l/e agradecida Een/a

uma 'oa noiteA&enas -uando o garoto se .oi, .ec/ando a &orta atr6s de si, ela se dignou a .itar lorde Alain

essa altura, ele esta%a de -uei?o ca+do com a &etul@ncia e iniciati%a da-uela sim&les ser%aem'ora, no +ntimo, sentisse -ue sua admira o &or ela /a%ia aumentado

em dar nen/uma e?&lica o, $laire le%ou a cesta &ara &erto de uma mesa, onde come ou

a dis&or as guloseimas -ue trou?era 5erel n o &ode comer nada, Haesel >le continua inconsciente .oi seu 9nico coment6rioat7 a-uele momento ua &er&le?idade o im&edia de raciocinar direito >ssa mul/er n o eraa&enas linda, meiga e sedutora era uma aut:ntica cai?a de sur&resas2

</2 $laro -ue n o, milorde2 e?clamou, lutando &ara a&arentar calma No entanto umto-ue de im&aci:ncia &odia ser notado em sua %o* Isso 7 &ara o sen/or

N o ten/o .ome2 >u sei Mas &recisa .a*: lo2 a.irmou, e%itando encarar Alain &ara -ue ele n o notasse

toda a im&etuosidade de sua e?&ress o e &retende ter .or as &ara cuidar de 5erel, om+nimo -ue tem a .a*er 7 se alimentar2 $aso contr6rio, aca'ar6 adoecendo2

A-uele argumento &areceu ter e.eito so're a teimosia de Alain Mesmo /esitante, ele sea&ro?imou, aos &oucos, da mesa, inalando o aroma delicioso dos &etiscos

Eal%e* este a com a ra* o

$ertamente -ue sim, milorde2 Mordeu a l+ngua, &erce'endo -ue esse coment6rio .oramuito &retensioso Logo, a&ressou se &ara consertar o estrago A seguran a de muitas&essoas a-ui em Ha!"s!ell est6 em suas m os ;ortanto de%e manter se .orte e saud6%el &araen.rentar -uais-uer o&ositores > se as .or as do rei >ste% o resol%erem sitiar o castelo, &ore?em&lo3

Eodas essas res&onsa'ilidades &esam so're meus om'ros, Haesel Mas, no momento, umde meus %assalos &recisa muito de mim =e* uma &ausa ent o, desa'a.ouC Een/o -uecuidar de 5erel, min/a consci:ncia e?ige isso2

N o de%e se cul&ar &elo -ue aconteceu a ele, milorde ;or mais triste -ue &are a, 5erelesta%a se &re&arando &ara ser um ca%aleiro Logo um acidente como esse amais &oderia serdescartado

>le ainda nem .oi sagrado ca%aleiro Eal%e* nunca o se a2 > tudo &or min/a cul&a2 em &erce'er, erguera o tom de %o*, o -ue .e* com -ue a 9ltima .rase .icasse ecoando &elo-uarto durante alguns segundosDiante do mal estar -ue tomou conta do recinto, Alain encarou Haesel, com ol/os .e'ris ealucinados

A-uela .lec/a era &ara ter me atingido, Haesel2 re%elou, em um rom&ante de emo o 5erel &erce'eu o ata-ue e, em uma .ra o de segundo, colocou se na min/a .rente

$laire te%e -ue se a&oiar na cadeira &ara n o ir ao c/ o As &ernas mal tin/am .or as &aramant: la de &7, de tanto -ue tremiam ;or e?&eri:ncia &ró&ria, sa'ia -ue o remorso era ca&a*de destruir uma &essoa &ortanto, de .orma alguma, -ueria -ue ele continuasse so.rendoda-uela maneira Ein/a -ue .a*er algo &ara reanim6 lo2

$om&reendo sua dor, milorde Mas min/as &ala%ras continuam %alendo De%e &ensar emseus outros s9ditos &onderou Desse momento em diante, 6 n o -ueria mais sa'er se umaser%a como Haesel .alaria coisas desse ti&o ou n o2 ó &ensa%a em a udar Alain2

>le ol/ou de relance &ara a comida, di%idido entre a id7ia de se auto &enitenciar, ou cederBs necessidades do cor&o Hesitante, aca'ou cortando uma .atia 'em .ina de -uei o

<ra, milorde2 e?clamou, .ingindo estar o.endida >?&erimente tam'7m o enso&adoA &o're co*in/eira saiu da cama no meio da noite, só &ara &oder es-uentar isso &ara o sen/or2

De%ido B-uela mentira, $laire .e* um grande es.or o &ara n o corar se 'em -ue, no .undo,n o esta%a di*endo nen/uma in %erdade Marie era muito de%otada ao seu amo e, casosou'esse de suas inten es, teria .eito -uest o de &re&arar algo &ara lorde Alain&essoalmente2

>st6 certo Mas %ou a&enas &ro%ar2 assentiu, .a*endo a-uela concess o em res&eito Bsua 'oa e .iel co*in/eira

$laire sentou se res&eitosamente do outro lado da mesa Ein/a a inten o de entret: lo comuma 'oa con%ersa, de modo -ue ele n o &erce'esse o -uanto esta%a comendo

$omo est o as crian as3 -uis sa'er, 'e'endo um c6lice de %in/o Nem &ude l/es

dar aten o, no meio de toda essa 'al'9rdia >st o &reocu&ados com 5erel, assim como todos no castelo Mas re*amos 'astante eac/o -ue as &reces tam'7m os con.ortaram <s dois aca'aram adormecendo, milorde

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86 l/e disse &ara me c/amar a&enas de Alain, -uando esti%ermos a sós, Haesel ele acorrigiu, terno

Descul&e me, Alain re&etiu o nome, com um sorriso encantador nos l6'ios J o/6'ito

eu &lano esta%a dando certo em &erce'er, ele 6 esta%a de%orando todo o enso&ado >msua 'usca &or assuntos, aca'ou &erguntando so're o escudeiro A.inal, as &reocu&a es deAlain esta%am totalmente %oltadas &ara o o%em .erido

De onde 5erel %eio3Na-uela 7&oca, -ual-uer &essoa do &o%o sa'ia -ue os .il/os dos no'res eram en%iados &araoutros .eudos, &ara serem treinados como ca%aleiros >ra uma &re&ara o 6rdua e longa -ueo'edecia uma r+gida ordem /ier6r-uica ;rimeiramente, o o%em ocu&a%a o cargo de &a ema&ós alguns anos, &oderia %ir a se tornar escudeiro ;or .im, -uando o no're res&ons6%el &orsua educa o o ulgasse digno de &ertencer B <rdem da $a%alaria, torna%a se um de seusmem'ros In.eli*mente, muitos o%ens n o conclu+am essa ornada, &erdendo a %ida antes dealcan ar seus o' eti%os ó es&era%a -ue esse n o .osse o caso de 5erel

>le 7 de /ro&s/ire$laire n o es&era%a uma res&osta t o curta, de modo -ue te%e -ue insistir no assunto, &ara

n o dei?ar -ue a con%ersa se encerrasse ali H6 -uanto tem&o ele est6 a-ui em Ha!"s!ell3>ntre um 'ocado e outro de comida, ele res&ondeuC

5erel %eio &ara esse castelo -uando meu &ai ainda era o 'ar o $omo esse t+tulo 6 me&ertence /6 mais de sete anos, creio -ue est6 conosco /6 uns sete ou oito anos Deu umlongo sus&iro, como se sustentasse so're os om'ros o &eso do mundo >u o &romo%i aescudeiro ainda no ano &assado

N o &odia dei?ar -ue ele &ensasse no -uanto 5erel era o%em, &or isso, tratou de des%iaresse &onto, com /a'ilidade

>le 7 muito gentil </, sim2 89lia costuma%a di*er -ue ele iria des&eda ar muitos cora es na corteNaturalmente, Alain n o &oderia a%aliar o -uanto a sim&les men o do nome de 89lia a

magoa%a ;or7m, em %e* de se entristecer, de%eria .icar .eli*, &ois ele n o toca%a no nome daes&osa com .acilidade Logo esse era m sinal de -ue con.ia%a nela

> &ensar -ue antes de con/ec: lo, o ulgara cul&ado ela in.elicidade e morte da amiga2;o're 89lia, dei?ara -ue a morte a le%asse, &or .alta de algu7m -ue l/e desse 'ons consel/os2

Hei2 ua garota arteira2 Aca'ei comendo a tra%essa toda, en-uanto con%ers6%amos2 ele e?clamou, de s9'ito, &erce'endo -ue .ora ludi'riado>la riu, sacudindo os om'ros com ar %itorioso >?atamente, milorde2 > agora, ten/o outra sugest o a l/e .a*er Mas, dessa %e*, n o

/a%er6 nen/um tru-ue >u uro2>ssa mul/er era um %erdadeiro mist7rio2 >la .ala%a com a desen%oltura de uma dama,

em'ora amais dei?asse de ser res&eitosa como uma ser%a 5amos l6, o -ue tem a me di*er3 ;or -ue n o dorme algumas /oras, milorde3 >u mesma &osso tomar conta de 5erel

Diante da e?&ress o incr7dula de Alain, acrescentouC Eam'7m sei mani&ular algumas er%ase 6 cuidei de muitos .eridos no lugar onde mora%a

5oc: 7 muito 'ondosa, Haesel retrucou, enternecido com a o.erta Mas, con.ormesua &re%is o, comer algo resta'eleceu min/as .or as Agora, 6 ten/o condi es de en.rentar oresto da noite, %elando &or 5erel Al7m disso, .icarei mais tran- ilo, sa'endo -ue estar6 commeus .il/os, caso eles acordem assustados

Diante desses argumentos, n o mais /a%ia o -ue insistir $omo -uiser, milorde Le%antando se, &egou o casti al -ue dei?ara so're um 'a9,

&erto da &orta Gostaria -ue eu a acom&an/asse at7 o sal o &rinci&al3 < &6tio .ica muito escuro B essa

/ora>sta%a louca &ara di*er um sim ueria muito a com&an/ia dele, mesmo -ue .osse a&enas

&ara atra%essar o &6tio2 ;or7m n o seria usto tir6 lo de &erto de um doente, a&enas &arasatis.a*er seus dese os ego+stas

$om dor no cora o, retrucouC N o se &reocu&e, Alain >starei 'em, n o ten/o medo do escuro Antes de sair,

&rometeuC 5oltarei &ara %isitar o en.ermo, assim -ue as crian as .orem &ara as aulas <'rigado, HaeselA-uele agradecimento sincero ecoou &or sua ca'e a, como se .osse a mais 'ela das

m9sicas, en-uanto camin/a%a &ela noite .ria

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Hug/ le Gros esta%a de guarda na mural/a na-uela noite ;or isso %ira com &recis o,-uando Haesel e ;eter sa+ram da co*in/a e se dirigiram &ara os a&osentos do &adre ;oucode&ois, o'ser%ara -ue o menino .i*era o camin/o de %olta, sem sua 'ela acom&an/ante

Malicioso, .icara a imaginar se a sensual e inating+%el mo a de ca'elos loiros &assaria anoite nos 'ra os de Lorde Alain, so' o &rete?to de a ud6 lo a cuidar de 5erel A.inal, tam'7mera de seu con/ecimento -ue &adre Gregor# .ora dormir em outra &arte do castelo

De re&ente, &ara sua sur&resa, eis -ue surge Haesel rio &6tio, andando a&ressada $edendoaos seus im&ulsos mais &rimiti%os, Hug/ dei?ou seu &osto, na mural/a, e correu &arainterce&tar a-uela mul/er

At7 -ue en.im, %oc: ser6 min/a2 disse, en.6tico, agarrando a &ela cinturaAinda *on*a, &or a-uela a'ordagem %iolenta e insólita, $laire le%ou alguns segundos &ara

com&reender o -ue esta%a acontecendo Logo em seguida, come ou a se de'ater, tentandodeses&eradamente se li'ertar de seu agressor com c/utes e ta&as

ua rea o .oi in9til ;erto da-uele /omem cor&ulento, sua .or a &oderia ser com&arada ade uma .ormiga diante de um touro Al7m do mais, isso só conseguiu e?cit6 lo, &ois elecome ou a rir com a mesma %ulgaridade de Gilda

Hug/ le Gros2 'radou, recon/ecendo o in.ame < -ue &ensa -ue est6 .a*endo, seu%erme32 olte me agora mesmo2

uem 7 %oc: &ara me dar ordens3 N o &assa de uma descon/ecida, errante2 re&licou,

em&urrando a &ara um cu'+culo, de'ai?o da torre norte A-ui dentro, ningu7m ir6 ou%ir suaslam9rias, en-uanto eu tomo &osse do -ue -uero$omo um animal acuado, $laire ol/ou ao redor, em 'usca de algo -ue &udesse a ud6 la a

esca&ar do ata-ue da-uele /omem ;ara &iorar sua situa o, a sala esta%a com&letamente%a*ia n o /a%ia nem mesmo uma &edra no c/ o, -ue &udesse ser%ir l/e de arma2

N o demorou muito, ele &artiu &ara uma segunda in%estida, tentando arrancar l/e a saia atodo custo

Decidida a lutar contra a-uele /omem odioso at7 a morte, se .osse &reciso, cra%ou as un/asno rosto dele com toda a .or a -ue conseguiu reunir

Hug/ urrou de dor, arremessando Haesel contra a &arede ;oder+amos ter nos di%ertido muito untos Mas, %oc: estragou tudo eu ol/ar tin/a

um 'ril/o demon+aco ;assando a m o &elo sangue -ue escorria do rosto, &rometeuC uando eu terminar, %ai se arre&ender de ter nascido2

Gelada de &a%or, $laire %iu a-uele /omem se a&ro?imando, sentindo -ue n o &oderia .a*ernada &ara im&edi lo >nt o ele se deitou so're seu cor&o .r6gil, lutando &ara imo'ili*6 la,tare.a das mais di.+ceis, 6 -ue ela se de'atia com uma .9ria sel%agem

< -ue est6 acontecendo a-ui3 uma %o* m6scula e im&onente ecoou &elo cu'+culo, em.ranc:s

$om a %ista o.uscada &ela toc/a tra*ida &elo rec7m c/egado, tanto $laire, -uanto Le Gros.icaram imó%eis &or alguns instantes, tentando des%endar sua identidade

</, Deus2 A-uele /omem iria sal%6 la da-uele 'ruto ou sim&lesmente se contentaria em sero segundo, na-uele ata-ue desumano3

86 disse2 < -ue est6 acontecendo a-ui3 Res&onda me, /omem2 o descon/ecido tornoua &erguntar

Le Gros le%antou se, ainda segurando os 'ra os de $laire ;arece -ue 7 ó'%io, sen/or >stou tentando .a*er se?o com essa mul/er2 N o me &arece -ue ela este a de acordo2 o /omem a.irmou, atento B e?&ress o de

&@nico no rosto de $laireLe Gros 'alan ou os om'ros, com des&re*o > da+3 >la n o &assa de uma ser%a mesmo olte a mo a imediatamente2 N o dou a m+nima im&ort@ncia &ara sua o&ini o2 Hug/ rosnou, entre dentes Ali6s,

se -uiser, tam'7m &ode se di%ertir com a garota$om um mo%imento r6&ido, o outro agarrou o &esco o de Le Gros, o'rigando o a soltar a

mo a >nt o deu l/e alguns socos e &onta&7s, mais do -ue merecidos, e o ogou &erto da&orta

$omo se ainda .osse &oss+%el, $laire sentiu o sangue .icar ainda mais gelado ao recon/ecer

seu de.ensor >ra Fr#s de Fallero#2Le%antando se com di.iculdade, Hug/ encarou o o&onente, com a l+ngua a.iada e c/eia deinsol:ncia ;arecia dis&osto a en.rentar sir Fr#s tam'7m

;ode ser um ca%aleiro, mas n o 7 meu sen/or ;ortanto n o l/e de%o o'edi:ncia

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Capítulo XIV

N o /a%ia como mentir < 'ril/o de con%ic o nos ol/os de Fr#s de Fallero# demonstra%a-ue ele n o tin/a d9%idas de -ue esta%a diante de lad# $laire de $o%erl#2

<'rigada &or me sal%ar, sir Fr#s ela agradeceu, em .ranc:s .luente N o sa'ia -ue&ermanecera no castelo, a&ós a &ersegui o

>ndireitando os om'ros e erguendo o &esco o, $laire tentou a&arentar o m+nimo dedignidade antes -ue a con%ersa en%eredasse &or camin/os tortuosos e ine%it6%eis < moti%ode estar em Ha!"s!ell, dis.ar ada de ser%a inglesa, &or e?em&lo2

Ac/ei -ue seria mais &rudente adiar min/a &artida, &ara %er se lorde Alain &recisaria demais alguma a uda res&ondeu, ainda atordoado com a desco'erta Mas Mas, &ortodos os santos, lad# $laire2 < -ue esta%a acontecendo a-ui3 A-uele /omem esta%a l/e.a*endo a corte3

<ra, a-uele 'ruto tentou me estu&rar2 A indigna o tomou conta de seu sem'lante $omo & de &ensar em outra coisa, mesmo -ue .osse &or um instante se-uer3

;e o l/e min/as descul&as, milad# > -ue tudo est6 me &arecendo t o insólito e con.uso-ue N o conseguiu terminar a .rase eu c7re'ro tra'al/a%a .reneticamente, tentandoencai?ar todas as &e as da-uele com&licado -ue'ra ca'e a, mas seus es.or os &areciamin9teis

>la es&erou &acientemente at7 -ue Fr#s recome asse o di6logo, sustentando o &orteorgul/oso e re&etindo &ara si mesma -ue manteria a dignidade at7 o .im

A noite &assada, &ensei %er uma mul/er muito &arecida com milad#, sentada na mesados ser%os, unto com os .il/os de lorde Alain ele -ue'rou o sil:ncio, reca&itulando osacontecimentos em %o* alta Ac/ei a semel/an a incr+%el, mas n o dei muita aten o ao.ato A.inal, o -ue lad# $laire de $o%erl# estaria .a*endo a-ui em Ha!"s!ell, .ingindo ser umaser%a3 eu marido 7 um dos mais .erren/os seguidores de >ste% o

>ra corrigiu, tremendo dos &7s a ca'e a Haimo morreu /6 -uase um ano ue sua alma descanse em &a* ua e?&ress o de des&re*o contradi*ia o teor de suas

&ala%ras Mesmo assim, milad#, o -ue est6 .a*endo a-ui3 Eocou de le%e a manga domanto grosseiro de $laire, como se n o acreditasse em seus &ró&rios ol/os > %estida dessa.orma

>u N o &osso l/e di*er 'al'uciou, mordendo os l6'ios &ara n o ceder B &ress o dasl6grimas -ue amea am domin6 la Meu Deus2 N o &oderia encarar Alain, -uando Fr#sre%elasse sua %erdadeira identidade2

$om&reendo, milad#2 ua %o* ad-uiriu um tom 6s&ero e cruel J uma es&i de>ste% o2 In.iltrou se no $astelo de Ha!"s!ell &ara atrai oar lorde Alain, meu grande amigo ealiado da im&eratri* Matilde2

N o 7 %erdade2 Im&loro -ue acredite em mim, sir Fr#s2 gritou, com %eem:ncia J claro-ue sua miss o era muito &ior do -ue es&ionar, contudo isso n o im&orta%a mais A.inal, 6/a%ia decidido &artir de Ha!"s!ell, sem cum&rir as e?ig:ncias do tio

Fr#s de Fallero# n o se dei?ou con%encer com tanta .acilidade $ontinuou a .it6 la, c/eio desus&eita

>u uro -ue n o &retendo causar nen/um mal ao sen/or de Ha!"s!ell2 ela insistiu,com ol/ar su&licante

8ura &elo cruci.i?o3 indagou, tirando o o' eto sagrado de dentro da cota de mal/a

5irgem anta2 Agora, n o /a%ia mais nen/um meio de retroceder $om coragem, 'ei ou ocruci.i?o e disseC 8uro &ela cru* de 8esus -ue n o causarei nen/um mal a lorde Alain de Ha!"s!ell, nem a

nen/um de seus %assalosA-uele gesto sim&les e, ao mesmo tem&o, grandioso &areceu satis.a*er o ca%aleiro ua %o*

tornou se mais sua%e, -uase terna, &or7m ele a 'rindou com uma c/u%a de &erguntasC >st6 se escondendo de algu7m, ent o3 ;or -ue est6 se .a*endo &assar &or uma ser%a

inglesa3 er6 -ue sua .am+lia &retende arran ar l/e um marido -ue des&re*a3Fem, ao menos, a 9ltima &ergunta corres&ondia B %erdade ;ortanto $laire assentiu com um

gesto de ca'e a, sem nen/um remorso uerem -ue eu me case com um /omem t o detest6%el e cruel -uanto Haimo2Fr#s arregalou os ol/os %erdes, sim&ati*ando com a causa da mo a De%o admitir -ue era re%oltante %er uma mo a t o distinta e meiga casada com algu7m

t o mal -uanto Haimo Ee%e muita sorte &or ter se li%rado dele, milad# > n o a cul&o &ortentar .ugir de outro matrim nio como a-uele <'rigada &or me com&reender, sir Fr#s agradeceu, sincera >nt o, lem'rando se de

suas &ró&rias sus&eitas so're a lealdade do ca%aleiro B causa de Matilde, resol%eu esclarecer o

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assuntoC Mas %oc: tam'7m 7 um los /omens de >ste% o, n o 73 5eio at7 Ha!"s!ell &araes&ionar lorde Alain3

>le a .itou, indignado e .urioso, como se ti%esse rece'ido a &ior o.ensa N o me ol/e desse modo, sir Fr#s2 Min/a &ergunta 7 muito usta2 e?clamou, com seu

eito im&etuoso >ste%e &resente B coroa o de >ste% o, onde, ali6s, .omos a&resentados2>le aca'ou se descontraindo, con-uistado &elas maneiras cati%antes da-uela mul/er >la

sa'ia ser meiga ou en7rgica, -uando necess6rio, alternando esses momentos t o

contraditórios com o m6?imo de es&ontaneidade em d9%ida, lad# $laire de $o%erl# era muitoes&ecial2 Eem ra* o, sua &ergunta 7 mais do -ue usta, milad# Mas n o sou um dos /omens de

>ste% o Assim como Alain, sou leal B im&eratri* 5endo ainda sinais de d9%ida no rosto de$laire, esclareceuC Na %erdade, -uando me %iu na coroa o, esta%a es&ionando &araMatilde

8ura isso &ela cru*3em /esita o, ele 'ei ou o cruci.i?o -ue tra*ia &endurado no &eito 8uro &ela cru* -ue n o &retendo .a*er mal a um .io de ca'elo -ue se a de lorde Alain ou

de -ual-uer outra &essoa a-ui de Ha!"s!ell2 >?cluindo a-uele mal.eitor -ue tentou atac6 la<s dois trocaram ol/ares de cum&licidade, satis.eitos com os uramentos m9tuos ;ode di*er a %erdade a lorde Alain so're sua origem, milad#2 Fr#s e?clamou, de s9'ito,

tentando con%encer $laire a aca'ar com a-uele dis.arce >le ir6 &roteg: la >u l/e &rometo2

N o &ode mais continuar .ingindo -ue 7 uma ser%a 7 ultra ante2>la tentou sorrir, mas sua .isionomia .icou ainda mais triste ei -ue ele me &rotegeria, sir Fr#s Mas /6 ra* es muito .ortes -ue n o me &ermitem

aca'ar com essa .arsa Acredite em mim2 N o causarei mal a ningu7m, contudo n o &ossodi*er -uem sou a lorde Alain2 $laire o .itou im&lorando l/e a uda ;or .a%or, &rometa me-ue n o l/e dir6 nada2

>le le%ou algum tem&o &ara se decidir, sem sa'er -ual o camin/o mais usto a tomar ;or.im, aca'ou cedendo Bs s9&licas como%entes de $laire ual-uer -ue .osse o moti%o -ue atrou?era a Ha!"s!ell, %ia sinceridade na-ueles 'elos e &ro.undos ol/os a*uis

>st6 'em, milad# Guardarei segredo so're sua identidade Mas &retende &assar o restode sua %ida a-ui, como ama das crian as3 Meneou a ca'e a, incon.ormado 8esus2 Alainacredita -ue %oc: 7 uma ser%a inglesa2

$laire des%iou o ol/ar, en?ugando discretamente duas l6grimas -ue rolaram &or sua .ace N o .icarei muito tem&o a-ui ;retendo &artir em 're%e Nesse caso, est6 tudo 'em Ar-ueando as so'rancel/as, com um certo to-ue gentil,

ele continuouC De%o &artir aman/ , &ois 6 estou um dia atrasado, de%ido B-ueles .oras dalei Mas estarei de %olta at7 o .im da semana e aceitar min/a a uda, .arei -uest o de le%6 laaonde -uiser, milad#2

entindo -ue n o /a%ia segundas inten es na-uela o.erta, a&enas o dese o sincero deau?ili6 la, sem es&erar nada em troca, ela .inalmente conseguiu sorrir

<'rigada no%amente, sir Fr#s $ontudo, de%ido ao .erimento de 5erel, de%o adiar min/a&artida N o seria usto a'andonar lorde Alain e as crian as em um momento di.+cil como esse2

>ntendo seus moti%os e .ico .eli* ao %er -ue tam'7m se &reocu&a com Alain a'e,7ramos como irm os no &assado

Meio en%ergon/ada, $laire aca'ou con.essandoC N o %ai acreditar, mas tentei alert6 lo so're sua &resen a na corte de >ste% o2 Ac/ei -ue

.osse um es&i o2>n-uanto am'os riam, as 9ltimas &ala%ras de Fr#s continuaram a ecoar &or sua ca'e a

>nt o, decidida, indagouC < -ue -uis di*er com 7ramos como irm os no &assado 3 ;or acaso, 'rigaram3 Fem, n o .oi e?atamente uma 'riga <l/a%a &ara os lados, e%asi%o >nt o, o -ue aconteceu &ara a.ast6 los35endo -ue n o conseguiria esca&ar das &erguntas incisi%as de $laire, resol%eu satis.a*er l/e

a curiosidade Ao menos, em &arte >m &leno .uror da adolesc:ncia, aca'amos dis&utando as aten es de uma mesma

mul/er ;assou as m os &elo ca'elo rui%o, com gestos ner%osos ue tolice2 Ho e ela n osigni.ica nada &ara nen/um de nós >m'ora nossa ami*ade ten/a so're%i%ido B-uela&ro%a o, nunca mais .oi como antes Mas 6 7 muito tarde, lad# $laire

Haesel2 re&licou, com energia ;or .a%or, &recisa tomar 'astante cuidado &ara n ome c/amar &or meu %erdadeiro nome =icarei atento, Haesel2 Fei ou l/e a m o, com um gesto galante ;artirei com o

nascer do sol e es&ero -ue Deus a &rote a

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ó &osso agradec: lo mais uma %e* e di*er -ue o incluirei em min/as &recesFr#s de Fallero# deu um sorriso radiante Fem /umorado, a%isouC Agora %ou escolt6 la de %olta ao -uarto das crian as &ara e%itar -ue mais algum a'usado

tente agarr6 la2 >m'ora, no .undo, n o &ossa cul&6 los &or alimentarem esse son/o ,acrescentou, mentalmente

Mi Milorde3

A &rinc+&io, lorde Alain &ensou estar son/ando ou con.undindo seus dese os com o'ur'urin/o -ue toma%a conta de Ha!"s!ell todas as man/ s Mesmo descrente, ergueu aca'e a, .i?ando os ol/os em 5erel, -ue continua%a deitado em seu leito de morte, &6lido e sem.or as &ara mo%er um m9sculo

A&ós alguns instantes de o'ser%a o, &erce'eu -ue n o .ora ludi'riado &or uma tolamiragem ;ara seu grande es&anto, o escudeiro a'riu os ol/os e, com imensa di.iculdade, %irouo rosto em sua dire o2

5erel32 e?clamou, -uase sem . lego de t o emocionado >ncarando o o%em en.ermocom a ternura de um &ai, disseC >stou 'em a-ui, meu .iel escudeiro2 $omo se sente3

>stou com sede, milordeA %o* esta%a muito .raca e tr:mula, mas o sim&les .ato de o ra&a* estar .alando 6

signi.ica%a uma %itória A.inal, diante da gra%idade de seu estado, at7 mesmo os mais cr7dulos/a%iam &erdido as es&eran as de %: lo acordar no%amente

Alain tocou a testa de 5erel e constatou o ó'%ioC ele esta%a em 'rasas ;egando uma arrade 6gua .resca, so're a mesa de ca'eceira do &adre, entornou seu conte9do em um co&o demadeira

A-ui est6 disse, le%ando a 6gua at7 os l6'ios do mo o Fe'a de%agar, semagita o

>le o'edeceu, tentando &ou&ar es.or os $ontudo, %olta e meia, .ortes es&asmos de dor osacudiam, en-uanto gotas geladas de suor escorriam l/e &ela .ace

< -ue aconteceu3 5erel -uis sa'er, em um dos inter%alos da dor, -uando esta setorna%a menos insu&ort6%el Lem'ro a&enas -ue est6%amos &erseguindo os 'andidos &ela.loresta De re&ente, tudo .icou escuro

=oi al%e ado &elos .oras da lei eu tolo, a-uela .lec/a se destina%a a mim e %oc: se ogouna min/a .rente, rece'endo a em c/eio2 e?&licou, .ingindo estar *angado De&ois, sorriu l/e,com gratid o e ternura 5ai .icar 'om, 5erel ó &recisa descansar, en-uanto seu cor&o serecu&era do .erimento>m %e* de res&onder, o escudeiro deu um gemido de dor, contorcendo se na cama <ses&asmos esta%am .icando cada %e* mais intensos e &rolongados

Een/a calma, 5erel ;or acaso, es&era%a -ue um .erimento desse ti&o n o doesse nada,/ein3 tentou acalm6 lo, em tom de 'rincadeira No +ntimo, esta%a mais a.lito do -ue o ra&a*,&or %: lo so.rer da-uele modo 5ou c/amar &adre Gregor# >le &ode &re&arar l/e algo -uediminua a dor

Nem /a%ia aca'ado de &ro.erir a-uela .rase, a &orta do -uarto se a'riu e o &ró&rio &adreGregor# entrou, como se ti%esse adi%in/ado os dese os de lorde Alain

A/, eis -ue surge nosso &6roco2 Le%antando se da cadeira, anunciou, e?ultanteC 5e a -uem acordou, &adre2

;adre Gregor# &iscou os ol/os %6rias %e*es, como se esti%esse diante de um aut:nticomilagre No entanto demonstrando ter tato, n o dei?ou -ue o doente &erce'esse suasur&resa

Fom dia, 5erel 5e o -ue acordou na /ora costumeira >le est6 .e'ril e com dores, &adre Alain in.ormou;adre Gregor# o'ser%ou atentamente o ra&a*, dirigindo se, logo em seguida, &ara sua

&rateleira de er%as e medicamentos >m um &iscar de ol/os, terei uma &o o &ara ali%iar l/e todos esses tormentos

Dirigindo se &ara lorde Alain, sugeriu, com 'om sensoC ;or -ue n o come algo e descansaum &ouco em seus a&osentos, milorde3 Gra as ao sen/or, &ude dormir algumas /oras e estouem condi es de .icar com ele &elo resto do dia

Alain assentiu Agora -ue 5erel a&resenta%a mel/ora &oderia descansar sem remorsos>ntretanto tin/a es&eran as de encontrar Haesel antes de se trancar em seu -uarto ueriacom&artil/ar com ela a-uela 'oa not+cia, 'em como agradecer l/e &ela solicitude da noite

&assadaAo dei?ar o -uarto do en.ermo &ara tr6s, lem'rou -ue a-uela teria sido sua &rimeira noite

de amor com Haesel, caso a-ueles terr+%eis incidentes n o ti%essem acontecido ;or7m,

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Hug/ le Gros le%antou se do c/ o, ainda atordoado, B essa altura mais &elo rumo dosacontecimentos do -ue &elo soco

Mas, milorde tentou se e?&licar >st6 me e?&ulsando da-ui s7 &or-ue tentei .lertarcom uma ser%a3

=lertar32 re&etiu, e?as&erado com toda -uela /i&ocrisia Desde -uando umatentati%a de estu&ro &ode ser considerada um .lerte3 Al7m disso, n o me im&orta se ela 7 umaser%a ou no're, n o tolero esse ti&o de a'uso em meus dom+nios2

Isso 7 a&enas &or-ue dese a Haesel &ara si mesmo Le Gros retrucou, desres&eitoso $ale se2 La 8aune E:te ordenou, le%ando a m o B 'ain/a da es&ada e .osse &reciso,esta%a &ronto &ara de.ender seu sen/or de -ual-uer ata-ue

De%e estar louco de dese o &or a-uela ser%a inglesa, &ara agir desse modo, milorde;oder+amos t: la di%idido &er.eitamente Le Gros %oltou a &ro%ocar, ignorando oscomandos do ca&it o

Alain sentiu uma es&7cie de 'ola de .ogo, -ue &ulsa%a em seu est mago, e?&lodir,irradiando ódio &or todas as &artes de seu cor&o uando deu &or si, esta%a es&ancandoa-uele insolente com uma .9ria incontrol6%el

Isso 7 &or mim2 a.irmou, ao dar o 9ltimo soco >nt o saiu do alo amento, dei?andoHug/ le Gros ca+do em um canto

$om &assos .irmes, &assou &elo sal o &rinci&al sem dirigir o ol/ar &ara ningu7m >sta%a.urioso com a ousadia e o desres&eito da-uele soldado ali6s, ti%era -ue se conter &ara n o

trans.ormar a-uela e?&uls o em en.orcamento Eam'7m &erdera todo o a&etite e, nesseinstante, só uma coisa l/e im&orta%aC .alar com Haesel2em &erder tem&o %agando &elo castelo, .oi direto &ara os a&osentos dos .il/os, onde ulgou

-ue os tr:s esti%essem $om cuidado &ara n o .a*er ru+do, a'riu a &orta do -uarto, %endo -ueHaesel esta%a cortando o ca'elo de Guerin, &erto da anela ;eronelle 'rinca%a no c/ o comuma 'oneca de &ano

=i-ue -uieto, Guerin2 <u &osso aca'ar cortando sua orel/a, em %e* das mec/as deca'elo2 ela ral/ou em tom .irme, mas maternal

<ra, Haesel2 N o entendo &or-ue &reciso cortar o ca'elo2 o menino &rotestou,.ran*indo a testa ;err# nunca corta o seu2

;err# 7 menina, &or isso &ode dei?ar os ca'elos 'em com&ridos Mas, segundos nossos&adr es sociais, os /omens de%em dei?6 los curtos A menos, 7 claro, -ue -ueira .icar &arecidocom um '6r'aroMuito a contragosto, ele .e* uma careta, cru*ando os 'ra os no &eito Mas &arou dereclamar

;ensei -ue -uisesse ser &adre, Guerin Haesel trou?e o assunto B 'aila, determinadaa %encer a resist:ncia do menino $aso siga a carreira eclesi6stica, ter6 -ue cortar umaaur7ola no alto da ca'e a < -ue me di*, ent o3

>ssa id7ia causou um acesso de riso em ;eronelle, &or7m Guerin &ermaneceu s7rioAlain continuou na soleira da &orta, o'ser%ando a-uela cena .amiliar, .ascinado &ela

candura de Haesel Min/a nossa, como dese a%a essa mul/er2>le de%e ter .eito algum ru+do in%olunt6rio, ou tal%e* seu ol/ar &enetrante aca'ou &or ati ar

a &erce& o agu ada de Haesel ;ois, de re&ente, ela se %irou &ara tr6s e o sur&reendeu Milorde2 N o sa'ia -ue esta%a a-ui2 e?clamou, en-uanto sua %o* mistura%a se aos

cum&rimentos es.u*iantes das crian as$omo sem&re, ;eronelle correu ao encontro do &ai, agarrando se aos seus oel/os Alain a

&egou no colo, dando l/e um .orte a'ra o $omo est6 5erel, &a&ai3 a menina .oi logo &erguntando Gra as a Deus, &osso l/es contar -ue ele mel/orou e &arece -ue est6 .ora de &erigo2Gritos animados das crian as enc/eram o -uarto de alegria Fem, mas &recisam sa'er -ue %ai le%ar algum tem&o at7 -ue ele se recu&ere totalmente

e %olte a 'rincar com %oc:s &elo &6tio < .erimento .oi muito gra%e, %oc:s sa'em >n-uanto.ala%a, n o des%ia%a os ol/os do rosto &er.eito e e?&ressi%o de Haesel

</, milorde2 ue 'oa not+cia2 ;arece -ue Deus ou%iu nossas &reces2Alain .icou como%ido com tanta naturalidade >ssa mul/er era 9nica e es&ecial2 Gostaria de

tom6 la nos 'ra os agora mesmo, co'rindo a de 'ei os e car+cias >nt o lem'rou -ue, antes demais nada, &recisa%a tratar de um assunto nada agrad6%el

Haesel, &recisamos con%ersar 5irando se &ara os .il/os, in.ormouC $rian as, .i-uem'rincando a-ui dentro, mas, com&ortem se >u a de%ol%erei em um instanteDe&ois, .e* sinal &ara -ue ela o acom&an/asse at7 seu -uarto ua e?&ress o tra*ia

im&resso o &eso da &reocu&a o

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momento, qualquer incur 3o de lady *laire e a crian-a .lore ta 2odavia creioque, com algum @eito, ela logo con eguirá um modo de contornar e e problema

)a verdade, apena um .ator t3o bi/arro quanto inconceb8vel, e tá me preocupando, milorde 2enho notado que uma pai(3o .orte e ava aladora e tána cendo entre ua obrinha e lorde Alain 9ortanto temo que ela acabe erebelando contra a orden de raptar o .ilho do bar3o

$ pero ua ábia orienta-=e

Seu leal ervo B Hardouin amassou o &a&el, com .9ria, ogando o na lareira Algo errado, tio3 Ne%ille -uestionou, sa'endo -ue Hardouin lia uma mensagem de seu

in.ormante em Ha!"s!ell A in.eli* da sua irm aca'ou se a&ai?onando ustamente &or nosso inimigo, lorde Alain2

$om isso, est6 &ondo em risco o sucesso de todo o &lano2 Acalme se, milorde Een/o certe*a de -ue $laire n o se atre%eria a deso'edec: lo Ac/o 'om mesmo, Ne%ille2 ;ois, se ela ousar inter.erir em meus &lanos, ir6 se arre&ender

amargamente2 Arran arei &ara ela um marido t o cruel -ue .ar6 Haimo e =ul" de Erou%ille&arecerem santos2

Ne%ille arregalou os ol/os, assustado, es.or ando se &ara n o tremer diante do tioHardouin andou em c+rculos, a&ertando as m os de ódio De s9'ito, %irou se &ara o

so'rin/o, com uma e?&ress o sat@nica na .ace 86 sei como neutrali*ar -ual-uer su&osta tentati%a de trai o de sua maldita irm 2 mriso /orri&ilante ecoou &ela sala sarei, contra ela, seu &ró&rio segredo2

Na man/ seguinte, $laire só .icou sa'endo -ue 5erel ainda %i%ia, -uando o &adre &ediu-ue todos orassem &elo escudeiro, durante a missa

er6 -ue ele %ai conseguir se recu&erar3 Anis indagou, logo de&ois, ao sentar se Bmesa &ara o des e um

>le est6 nas m os de Deus disse, com &ouca %ontade de manter um di6logo mamontan/a de &reocu&a es esta%a se acumulando em sua ca'e a, dei?ando a mais do -ueangustiada

;elo menos, a mul/er do cam&on:s est6 mel/or a amiga in.ormou, en-uantomastiga%a um &eda o de & o

$laire a .itou, sentindo uma mistura de alegria e remorso No meio de tantosacontecimentos, /a%ia se es-uecido com&letamente da &o're cam&onesa atacada ue 'om2 > como ela est63 N o .ala -uase nada, mas, ao menos, come ou a se alimentar Annis sacudiu os

om'ros, melancólica De%e sentir -ue &recisa .a*er isso &elo 'em do 'e':, -ue carrega no%entre

$laire .icou de -uei?o ca+do $uidara da mul/er, mas n o &erce'era nen/um sinal degra%ide* em seu cor&o mac/ucado

Ainda n o est6 muito %is+%el, contudo ela est6 gr6%ida de uns dois meses a outrae?&licou, com&reendendo o es&anto da amiga =oi um %erdadeiro milagre n o ter &erdido acrian a &or causa da %iol:ncia -ue so.reu, n o ac/a3

em d9%ida2 Al7m disso, esse 'e': %ai dar l/e um 'om moti%o &ara continuar a %i%er >sta%a emocionada com a-uela re%ela o

Lorde Alain ir6 arran ar l/e um tra'al/o a-ui dentro do castelo Isso se Eom n o seo.erecer &ara des&os6 la Meneou a ca'e a, com um ol/ar maroto >le tam'7m 7 %i9%o e,sendo o%em, ela n o .icar6 so*in/a &or muito tem&o, a n o ser -ue -ueira

$laire .icou calada, &ensando em tudo a-uilo Eudo era t o di.erente no $astelo de $o%erl#2e uma %i9%a se recusasse a casar no%amente, Ne%ille n o teria o menor escr9&ulo de

e?&uls6 la de suas terras, só com as rou&as do cor&o2 Alain, ao contr6rio, era usto e res&eita%aos dese os de seu &o%o n o admira -ue .osse t o amado &or todos2

Durante o resto do dia, $laire n o %iu Alain uma só %e*, &ois ele se recusa%a a dei?ar aca'eceira de 5erel

Al7m disso, ela esta%a so'recarregada de tare.as, uma %e* -ue as aulas matinais dascrian as esta%am sus&ensas &ara -ue o &adre tam'7m .icasse unto do escudeiro

;ressentindo -ue 5erel /a%ia &iorado, Guerin e ;eronelle esta%am e?cessi%amente agitadose in-uietos nada conseguia manter a aten o dos dois &or muito tem&o $laire 6 n o sa'iamais o -ue .a*er &ara distra+ los, -uando, de s9'ito, te%e uma id7ia

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86 -ue a morte ronda%a o castelo, &recisa%a &re&arar seus &u&ilos &ara essa &oss+%ele%entualidade Assim, caso o ra&a* morresse, as crian as n o .icariam re%oltadas contra Deus,ac/ando -ue suas &reces /a%iam sido em % o ;ortanto nada mel/or do -ue .a*er uma %isitaao cemit7rio, onde esta%am os cor&os das &essoas -ueridas -ue /a%iam &artido > seria mais.6cil &ara eles lem'rar -ue a alma dos 'ons crist os ia &ara o c7u, en-uanto o cor&o %olta%a Bterra -ue l/e dera origem

$om a &ermiss o do ardineiro, col/eram algumas .lores e .oram coloc6 las nos t9mulos de

I%# e de &adre ;eter De&ois, oraram &or suas almas N o -uer & r um &ouco de .lores no t9mulo de sua m e, ;eronelle3 $laire sugeriu, dere&ente, incomodada &elo .ato de a menina amais mencionar 89lia

Ao ou%ir a-uilo, Guerin a.astou se, com uma e?&ress o ressentida>le sa'e -ue n o era .il/o de 89lia2, concluiu, atenta ao com&ortamento es-ui%o do garoto Ac/o -ue n o ;eronelle res&ondeu, c/ocando $laire com sua indi.eren a >la

nunca gostou da min/a com&an/ia mesmo>m'ora n o derramasse uma l6grima, $laire c/orou &or dentro .oi um &ranto so.rido e

silencioso, .eito do sangue -ue &arecia escorrer de seu cora o mac/ucado Aca'ara de ou%ir acon.irma o de -ue 89lia realmente /a%ia negligenciado a &ró&ria .il/a2

uero -ue se a min/a mam e, Haesel2 a menina e?clamou, come ando a c/orar>nt o agarrou se Bs &ernas de $laire, -ue ainda continua%a em c/o-ue

A oel/ando se, a'ra ou a menina com todo seu amor

Agora, seu rosto tam'7m esta%a 'an/ado em l6grimas </, ;err#2 =ico muito .eli* &or ou%ir isso, mas Nunca ti%e m e, Haesel Mas agora -uero -ue se a %oc:2 Guerin a.irmou, ogando se

nos 'ra os de $laire Meus -ueridos, eu amo %oc:s dois2 Mas, &restem aten o Isso nunca ser6 &oss+%el eu

&ai 7 um no're normando e eu n o &asso de uma ser%a inglesa Deus era testemun/a do-uanto gostaria de ser a m e da-uelas crian as e es&osa de Alain $ontudo, em'ora mentisseem rela o a sua origem social, ser so'rin/a de Hardouin d >%reu? era o &ior dos o'st6culos&ara a-uele casamento

<ra, Haesel2 Meu &ai n o se im&orta com isso >le 7 di.erente dos outros no'res Guerindeclarou, orgul/oso

im, eu seim /omem -ue mantin/a o .alc o li%re na .loresta, &reso a&enas &elos la os da a.ei o, e

-ue era t o amado &or seu &o%o só &odia ser es&ecial2 >le gosta muito de %oc:2 a'emos disso2 ;eronelle acrescentou, com ar de sa'edoria ;rometa -ue %ai .icar sem&re conosco, Haesel2 ;or .a%or2

5irgem ant+ssima2 > &ensar -ue só esta%a es&erando -ue 5erel mel/orasse &ara &artir ;err#, n o &osso l/e .a*er essa &romessa2 Isso n o est6 em min/as m os2 MasNesse e?ato momento, as trom'etas soaram, anunciando o antarAgradecendo a Deus &or a-uela 'endita interru& o, $laire le%antou se, sacudindo a &oeira

da saia 5amos, crian as2 ;recisamos correr se -uisermos la%ar as m os e o rosto antes -ue o

antar se a ser%idoGra as a um arti.+cio 'astante saga*, $laire conseguiu des%iar a aten o das crian as

da-uele assunto desagrad6%el e &enoso &ara ela durante todo o antar ;rometendo le%6 losat7 o canil a&ós a re.ei o, .e* com -ue a con%ersa girasse em torno de temas relacionadosdiretamente com animais de estima o, como nomes, &articularidades de ra as e as&re.er:ncias de cada um Guerin gosta%a mais de cac/orros, en-uanto a irm , de gatos

uando os tr:s 6 esta%am a camin/o do canil, rindo e cantarolando, como se esti%essemimunes B nu%em de &reocu&a es -ue ronda%a Ha!"s!ell, encontraram &adre Gregor# -ueaca'ara de sair do celeiro

ue 'om %: la, Haesel2 >sta%a ustamente B sua &rocura>la gelou, sentindo o mundo desa'ar ao seu redor >ntretanto mante%e se -uieta Aca'ei de .alar com os &risioneiros de lorde Alain e eles me &ediram &ara con%enc: la a

%isit6 los o &adre &rosseguiu, com %o* calma Lamento, &adre N o &osso .a*er isso Mas, min/a .il/a, &ense ao ato de caridade -ue estar6 .a*endo ao %isitar a-ueles &o'res

/omens2 >les só -uerem agradec: la &or ter sido t o 'ondosa >st o em uma situa o muitodi.+cil$laire -ueria gritar com todas as suas .or as -ue, de maneira alguma, %oltaria a .alar com

a-ueles dois mercen6rios2 Moti%os n o l/e .alta%am &ara isso, a come ar &or sua decis o de

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n o cum&rir o trato com Hardouin ;or7m, ao &erce'er os ol/ares desa&ontados das crian aste%e -ue engolir a re&ulsa e acatar o &edido do &adre

>st6 'em, .alarei com eles &or um instante, &adre Gregor#<s rostos das crian as .icaram radiantes $omo 'ons crist os, &re*a%am gestos de caridade

e 'ene%ol:ncia =ico .eli*, min/a .il/a disse, untando as m os, como se suas &reces ti%essem sido

atendidas De&ois disso, des&ediu se dos tr:s, seguindo &ara seu -uarto

A&ós instruir as crian as &ara -ue es&erassem &or ela no canil, $laire .oi so*in/a at7 oceleiro Logo ao c/egar, %iu -ue o al a& o esta%a a'erto, sinal incontest6%el de -ue o &adretin/a certe*a a'soluta de -ue conseguiria tra*: la at7 ali >nt o, res&irando .undo, come ou adescer os degraus de &edra -ue le%a%am ao cala'ou o

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Capítulo XVI

At7 -ue en.im, a 'ela dama se dignou a nos %isitar2 I%o *om'ou, ao %islum'rar a .iguraalti%a de $laire

>la engoliu a rai%a, consciente de -ue &recisa%a manter a calma e o auto controle < -ue -uerem3 indagou, sem rodeios $omo tem a coragem de nos .a*er essa &ergunta3 a'e muito 'em o -ue -ueremos,

milad#2 8ean res&ondeu, em tom amea ador ;or -ue ainda n o tirou as crian as dessecastelo3 De%iam &erguntar isso aos seus com&arsas2 >les atacaram a ca'ana de um cam&on:s de

lorde Alain mataram o &o're /omem, estu&raram sua mul/er e ainda .eriram o escudeiro do'ar o2 ua %o* era .irme e a.iada como um &un/al Gra as a esse incidente, n oconseguirei atra%essar as mural/as com as crian as &or um 'om tem&o2

uisera estar entre eles &ara me %ingar dessa gente de Ha!"s!ell2 8ean e?clamou,rindo &ara o colega

$laire sentiu asco da-ueles /omens maus, -ue n o &ossu+am um &ingo de &iedade em seuscora es endurecidos, se 7 -ue o &ossu+am

=eli*mente, est o tranca.iados a-ui2 disse, em uma e?&los o de re%olta e -ueremsa'er a %erdade, n o %ou mais tomar &arte nesse &lano dia'ólico de meu tio2 Lorde Alain 7 um/omem /onrado e usto, -ue n o merece ter os .il/os ra&tados &ara .icar B merc: dosdesmandos de Hardouin2

N o &ode .a*er isso, sua maldita2 I%o 'radou, com os ol/os in etados de .9ria LordeHardouin %ai trucid6 la, isso se eu n o &user min/as m os em %oc: antes2

N o ten/o medo de meu tio, muito menos de %oc:s2 86 esta%a se &re&arando &aragalgar os degraus de %olta ao celeiro, -uando um &ensamento terr+%el a dei?ou &etri.icadaa-ueles dois re%elassem sua identidade &ara Alain, antes -ue &udesse .ugir do castelo3 >rauma /i&ótese -ue merecia aten o A.inal, mesmo -ue isso n o os a udasse, &elo menos,conseguiriam %ingar se dela Min/a nossa2 De maneira alguma, &oderia &ermitir -ue issoacontecesse2 $aso contr6rio, Alain amais iria acreditar -ue era inocente e /a%ia resol%idodesistir da-uele &lano

Reunindo todas as suas .or as, %oltou &ara &erto da cela, dis&osta a en.rentar a-uelestratantes

Antes -ue &ensem em me trair, -uero a%is6 los -ue &retendo contar a %erdade a lordeAlain ainda esta noite2 'le.ou, atenta B rea o dos dois Min/a situa o %ai .icar di.+cil,mas a de %oc:s estar6 ainda &ior

Hou%e alguns instantes de sil:ncio, o -ue aumentou ainda mais a tens o do am'iente Nem -uero &ensar no -ue ir6 l/es acontecer, -uando milorde sou'er o -ue %ieram .a*er

a-ui2 Desgra ada2 Du%ido -ue ten/a coragem de .a*er isso2 8ean come ou a gritar,

acrescentando um monte de desa.orosI%o, no entanto, &areceu ter com&reendido a gra%idade da situa o >m&alideceu e .icou

-uieto, como se esti%esse morto de medo, ante uma %is o terr+%el A&ós alguns segundos,mani.estou seC

$ale se, idiota2 u'stituindo ent o a *om'aria e o desres&eito &or mod7stia ea.a'ilidade, c/amou $laireC Hei, milad#2 N o .a a isso2 ;odemos .a*er um acordo -ue se a

con%eniente &ara nós tr:s>m'ora manti%esse uma e?&ress o de t7dio e indi.eren a, $laire res&irou ali%iada >rae?atamente a-uilo -ue es&era%a ou%ir2 A.inal, de maneira alguma, &retendia contar a %erdadea Alain ;lane a%a .ugir de Ha!"s!ell sem dei?ar &istas, con.orme dissera a Fr#s de Fallero#

e .icarem de 'oca .ec/ada so're min/a identidade e o &lano de lorde Hardouin, tam'7mme com&rometo a manter esse nosso segredo $ontudo, se sus&eitar -ue &lane am me trair,n o /esitarei em re%elar tudo a lorde Alain >ntenderam3

em demora, os /omens assentiram, amedrontados$laire sa'ia -ue n o &oderia con.iar na-ueles dois, mas &retendia &artir, antes -ue a

%erdade %iesse B tona

Na-uela noite, esta%a &raticamente im&oss+%el &egar no sono H6 /oras, $laire rola%a de umlado &ara outro da cama, sem conseguir se-uer coc/ilar Ei%era muitos sustos, emo es econ.rontos &ara um dia só2=eli*mente, as crian as n o en.rentaram o mesmo &ro'lema Am'os esta%am t o e?austos-ue dormiram .eito an os, &ouco de&ois de se acomodarem entre os len óis

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Atenta aos m+nimos ru+dos da noite, n o l/e &assou des&erce'ido o 'arul/o do trinco da&orta do -uarto de lorde Alain Imediatamente, te%e um so'ressalto, seguido &or uma .ortesensa o de ang9stia N o sa'ia &or-ue, mas sentia o cora o a&ertado e dolorido, como seuma lan a o ti%esse atingido

;oderia ser a&enas &adre Gregor#, retornando &ara mais uma noite de sono, en-uanto o'ar o .ica%a de %ig+lia ao lado de 5erel $ontudo tin/a o &ressentimento de -ue, dessa %e*,lorde Alain decidira dormir em sua &ró&ria cama

;rendeu a res&ira o, assustada A&enas uma mudan a muito dr6stica no estado de 5erel&oderia a.astar Alain da ca'eceira do doente <u o mo o esta%a .ora de &erigo, ou ent oacontecera o &ior2

$om o &assar dos minutos, sua a.li o .oi aumentando, at7 atingir um n+%el insu&ort6%elN o &oderia .icar ali deitada, sem sa'er o -ue /a%ia acontecido at7 o aman/ecer2

em /esitar, &ulou da cama e esgueirou se &ara .ora do -uarto das crian as o're acamisola r9stica, usa%a a&enas o %el/o ?ale de l

$om cuidado, a'riu uma .resta da &orta dos a&osentos do 'ar o, o su.iciente &ara -ue&udesse dar uma es&iada em seu interior >m meio B &enum'ra, &rocurou distinguir o %ulto deseu ocu&ante

Haesel, 7 %oc:3 a %o* incon.und+%el de Alain a c/amou, no mesmo instante em -ueaca'ara de identi.ic6 lo

im, milorde

>ntre$laire o'edeceu, .ec/ando a &orta atr6s de si > 5erel3 &erguntou, em'ora 6 sus&eitasse da %erdade, de%ido ao sem'lante

transtornado de Alain >st6 morto;or um segundo, te%e a sensa o de -ue a %ida tam'7m a'andonara seu cor&o, taman/o o

c/o-ue -ue sentiu ao ou%ir a-uela not+cia >m'ora lamentasse &ro.undamente a morteda-uele o%em %aloroso e /onrado, o -ue mais a angustia%a era &ensar no so.rimento dascrian as ao tomarem con/ecimento do .ato 'em como no remorso e a.li o -ue Alain de%eriaestar sentindo

=oi min/a cul&a2 ele -ue'rou o sil:ncio, com um desa'a.o emocionado >le deu a%ida &or mim e n o &ude .a*er nada &ara sal%6 lo2

entiu uma ternura imensa &or a-uele ca%aleiro im'at+%el e &oderoso -ue, ao contr6rio damaioria dos /omens, era ca&a* de ter com&ai? o &or seus semel/antes </, &or Deus2 N o de%e se morti.icar &elo -ue aconteceu, Alain2 5erel -uis sal%6 lo&or-ue o admira%a, como todos a-ui em Ha!"s!ell2 ;ense no -ue teria acontecido a toda essagente se %oc: ti%esse morrido $laire sentia as &ala%ras .lu+rem &or seus l6'ios, como umacac/oeira de 6guas l+m&idas e cristalinas uas .rases eram guiadas &or seu cora o, com o9nico intuito de con.ort6 lo

Eocado &ela sinceridade e do ura da-uela o%em descon/ecida -ue, em &ouco tem&o, /a%iase trans.ormado na sen/ora de seu cora o, Alain &ermitiu se conceder uma &ausa em todoseu so.rimento

De .ato, Haesel esta%a certa ;or mais -ue l/e doesse a &erda de 5erel, era .or ado aadmitir -ue o /ero+smo do ra&a* .i*era um grande 'ene.+cio a todo o &o%o de Ha!"s!ellendo o sen/or da-uele .eudo, sua morte iria desencadear uma %erdadeira a%alanc/e decat6stro.es, -ue atingiria n o somente seu &o%o, mas tam'7m seus amados .il/os emorresse, os inimigos de Matilde n o tardariam a in%adir suas terras, massacrando seus%assalos, desorientados &ela .alta de seu l+der ;eronelle e Guerin teriam sorte secontinuassem %i%os, mas seus .uturos seriam som'rios &rinci&almente, se descon.iassem da%erdadeira origem do menino

Eem ra* o, Haesel admitiu, em tom -uase inaud+%el, a&ós um longo sil:ncio A %ida7 uma luta sem tr7guas, -ue n o aceita nen/um ti&o de a&atia ;or isso, em'ora a morte de5erel ainda -ueime em meu &eito, &reciso &ensar em meus de%eres como sen/or deHa!"s!ell

>la sorriu, .eli* &or %: lo reagir B-uele duro gol&e Deite se comigo &or um instante ele a c/amou alisando os len óis de lin/o de sua

cama gigantesca N o %ou atac6 la , só -uero .icar &erto de algu7m -ue se im&ortecomigo

$laire /esitou a'ia -ue Alain esta%a sendo sincero e, a&ós con/ec: lo mel/or, tin/acerte*a a'soluta de -ue ele amais .aria amor com uma mul/er contra sua %ontade Mesmoassim, n o &odia negar -ue a intensa atra o -ue e?istia entre eles era um .ator im&re%is+%el

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Antes -ue &udesse decidir o -ue .a*er, suas &ernas agiram &or conta &ró&ria, le%ando a&ara &erto dele Eremeu ao sentir o c/eiro m6sculo e e?tremamente sedutor -ue e?ala%ada-uele cor&o re&leto de m9sculos, co'erto a&enas &or uma .ina t9nica de l

Alain tam'7m sentiu algo muito es&ecial dominar l/e os sentidos 8amais e?&erimentarauma sensa o como essa antes >ra uma es&7cie de e?&los o de .elicidade, -ue l/e causa%a%ertigens, cala.rios e tor&or $om&letamente /i&noti*ado &or a-uele ol/ar, mistura insólita demeiguice e sensualidade, -uedou se a admir6 la, como se o'ser%asse um ser di%ino, um ser

angelical, ou ent o uma .ada das antigas lendas<s dois &ermaneceram em sil:ncio, lado a lado, sem se tocarem ens+%eis no cor&o e naalma, nesse momento, n o &recisa%am de &ala%ras ou to-ues &ara alimentar a &ai? o -ue osen%ol%ia, como uma nu%em m6gica ;or .im, um 'ei o ine%it6%el marcou o in+cio da uni o desuas almas

Agindo instinti%amente, entre car+cias e 'ei os cada %e* mais a&ai?onados, come aram a sedes&ir, li%rando se da-ueles tra es inc modos, grandes o'st6culos &ara a total consuma o deseu amor

A&ós o &rimeiro im&acto, em um lam&e o de ra* o, $laire %iu se nua so're os len óisInstantaneamente, as lem'ran as das e?&eri:ncias dolorosas com Haimo %ieram l/e B menteaos 'or'ot es, dominando a &or inteiro >m uma .ra o de segundo, sentiu se remetida ao&assado, encol/endo se e c/oramingando como uma crian a inde.esa diante de uma &uni o/orr+%el

Haesel, min/a -uerida < -ue /ou%e3 Alain indagou, &reocu&ado com a s9'itamudan a de sua amadaInca&a* de res&onder, ela come ou a c/orar N o com&reendia, nem controla%a o -ue

esta%a l/e acontecendo >m'ora ainda n o ti%essem consumado a-uela rela o, 6 &odia sentir-ue Alain seria di.erente do maldoso Haimo Mesmo assim, um medo irracional e incontrol6%ela domina%a, o.uscando at7 mesmo a c/ama da &ai? o -ue ardia em seu cor&o

>m %e* de re&udi6 la ou seguir em .rente B .or a, ele continuou a acariciar $laire, com maisternura e sua%idade In.eli*mente, 6 %ira muitas mul/eres %itimas de /omens %iolentos, &arasa'er -ue ela de%eria ter &assado &or alguma e?&eri:ncia dram6tica

Aos &oucos, o carin/o de Alain conseguiu so're&u ar as mural/as do medo, e $laireentregou se a ele A /esita o do &rinc+&io logo cedeu lugar a sensa es indescrit+%eis de &uro&ra*er e :?tase a'soluto >ra como se ti%esse alcan ado o c7u2

Ainda *on*a de .elicidade, a&ertou as m os de Alain, -uando ele se deitou ao seu lado, como &eito ar.ando e uma e?&ress o &lena de alegria no rosto Min/a adorada, son/a%a com este momento desde o &rimeiro instante em -ue a %i, comos ca'elos mol/ados &ela c/u%a e um ar de incerte*a na .ace con.essou, alisando umamec/a de ca'elo loiro -ue ro a%a l/e o seio

</, Alain2 De%o admitir -ue sem&re -uis o mesmo, mas lutei contra esse sentimento at7o 9ltimo instante orriu emocionada, en-uanto l6grimas de 9'ilo escorriam de seus ol/os omente agora desco'ri o -ue 7 o amor2

>le a a&ertou nos 'ra os, 'ei ando l/e a 'oca com &ai? o $om&artil/a%a da-uelasemo es, &ois, em'ora 6 ti%esse &ossu+do muitas mul/eres, a&enas agora a&rendera adi.eren a entre amor e se?o

Min/a -uerida dama da meia noite2 e?clamou, &erdidamente a&ai?onado &or $laire Dama da meia noite32 re&etiu, intrigada com o modo como ele a c/amara Isso mesmo A noite, como uma .ada das /istórias de I%#, %oc: me en%ol%e com seus

encantos et7reos e m+sticos, le%ando me Bs &ortas do &ara+so A&enas so' a lu* da lua,&odemos seguir li%remente os im&ulsos dos nossos cora es, sem nos im&ortar com o mundo-ue nos cerca com suas regras r+gidas e im&lac6%eis

N o &ensei -ue a&reciasse as lendas dos antigos &o%os comentou, mudandoligeiramente o .oco da con%ersa >sta%a desconcertada com tantos elogios

Alain riu, erguendo se da-uele leito de amor, sem se &reocu&ar com a nude* >m seguida,estendeu as m os &ara $laire, c/amando aC

5en/a, min/a -uerida ;reciso mostrar l/e algo>la o seguiu, com o cor&o nu en%olto a&enas em seus longos ca'elos loiros, como se .ossem

uma t:nue ca&a de seda douradaA.astando a ta&e aria da &arede, Alain mostrou l/e o ori.+cio &or onde &odia es&iar os

acontecimentos no -uarto dos .il/os

;er&le?a, ela o .itou, B es&era de alguma e?&lica o uando ;eronelle nasceu, eu mesmo .i* esse 'uraco &ara -ue 89lia &udesse o'ser%6 ladurante a noite acudiu os om'ros, com triste*a Mas ela nunca se interessou em cuidarda .il/a

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$laire engoliu em seco ;or7m, a&ós desco'rir a %erdade so're o car6ter ego+sta emes-uin/o de 89lia, /a%ia decidido n o so.rer mais &or ela

Eem me es&ionado, ent o32 e?clamou, de s9'ito, com a .ace tingida de %ermel/o $on.esso -ue -uase sucum'i B tenta o de admir6 la durante o 'an/o Mas, &or

res&eito, controlei me Acariciou l/e o rosto >ntretanto, como sem&re .i*, desde -ue ascrian as nasceram, n o me &ri%ei de o'ser%6 las, a .im de ter certe*a de -ue esta%am seentendendo 'em com %oc: =oi assim -ue ou%i suas /istórias so're os /eróis ingleses, como

Here!ard e Feo!ul. > a&ro%ou meu desem&en/o como ama3 &erguntou, 'em /umorada 5oc: 7 mara%il/osa, Haesel2 $om as crian as e comigo2 di*endo isso, tomou $laire nos

'ra os, carregando a de %olta &ara a cama>ntre gemidos de :?tase e sussurros de &ai? o, entregaram se no%amente ao amor, unindo

seus cor&os como se .ossem a&enas um 9nico ser

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Capítulo XVII

Na man/ seguinte, o dia aman/eceu cin*ento e triste, com &esadas nu%ens negrasco'rindo todo o %ale de Ha!"s!ell >ra como se a nature*a tam'7m com&artil/asse da mesmador -ue lorde Alain e seus %assalos sentiam &ela morte de 5erel

< sino da ca&ela c/amou &ara a missa de cor&o &resente com de*oito 'adaladas, uma &aracada ano de %ida do o%em escudeiro, e a maioria dos moradores do castelo com&areceu Bcerim nia5estindo uma rica t9nica %erde musgo, ornada com o 'ras o e as óias de sua .am+lia, lordeAlain esta%a B direita do cai? o, &restando as 9ltimas /omenagens ao seu %alente escudeiroMuito a'atidos, seus .il/os esta%am ao lado, na com&an/ia de Haesel -ue se es.or a%a &araconsol6 los

<'ser%ar o so.rimento da-uelas crian as corta%a o cora o de -ual-uer um A cadainstante, uma delas a.unda%a o rosto nas rou&as sim&les de $laire, dei?ando o tecido mol/adode l6grimas

A morte de 5erel .ora um grande c/o-ue &ara Guerin e ;eronelle Mais do -ue -uais-ueroutros do castelo, os dois esta%am con.iantes e es&eran osos da &lena recu&era o do amigo;ortanto n o .ora nada .6cil acord6 los, aos &rimeiros raios da aurora, &ara dar l/es a-uelanot+cia triste

$laire .i*era -uest o de estar unto de Alain na-uele momento, con.ortando tanto os .il/os-uanto o &ai Na %erdade, em'ora os con/ecesse /6 &oucas semanas, ama%a a-ueles tr:scomo se .ossem sua &ró&ria .am+lia >ram t o di.erentes da .rie*a e da maldade de Hardouinou de Ne%ille, isso &ara n o mencionar o cruel Haimo Eal%e*, desde a morte de seus &ais,n o ti%esse mais sentido os %erdadeiros la os de amor, de&end:ncia e carin/o -ue unem uma.am+lia ue &ena -ue teria -ue dei?ar tudo isso &ara tr6s, logo -ue &artisse2

>n%ergon/ada &or &ensar em seus &ró&rios in.ort9nios, -uando as &essoas -ue ama%anecessita%am de sua solidariedade e com&ai? o, 'aniu a-uele assunto da ca'e a,concentrando se a&enas na cerim nia

;a&ai, 5erel n o ser6 enterrado no cemit7rio onde est o I%# e o &adre ;eter3 Guerin&erguntou, con.uso, ao %er as &essoas se dissi&arem B &orta da ca&ela, em %e* deacom&an/arem o corte o .9ne're

N o, .il/o < cor&o de nosso amigo ser6 en%iado &ara seus &ais, lad# e lorde Darro! Res&irou .undo, angustiado ao &ensar na dor da-uela .am+lia >les tem o direito de se&ult6lo unto aos seus ante&assados, em Darro!.ield

< menino 'ai?ou a ca'e a, com&reensi%oAgarrada B saia de $laire, ;eronelle mantin/a se em sil:ncio, -ue'rado a&enas &or um ou

outro solu o mais .orteAinda esta%am diante da ca&ela, -uando sir Gautier %eio c/amar lorde Alain &ara solucionar

alguns &ro'lemas do castelo Antes de se a.astar, entretanto, ele deu um a'ra o a.etuoso emcada um dos .il/os e dirigiu um ol/ar de ternura e &ai? o &ara $laire

m &ar de ol/os sinistros acom&an/ou a-uela cena com grande interesse or%ia cadagesto, cada &ala%ra e e?&ress o com um &ra*er insaci6%el, como se esti%esse&ro%ando uml+-uido raro e delicioso N o &erdeu se-uer um detal/e, &rinci&almente a troca de ol/ares entrelorde Alain e sua su&osta ser%a, 'em como a .isionomia e?tenuada e .eli* de lad# $laire

$om certe*a, eles se tornaram amantes2 ;osso %er as &ro%as dessa in.@mia inscritas emseus rostos a&ai?onados2 ;reciso agir de&ressa &ara neutrali*ar -ual-uer a o de lad# $laire$aso contr6rio, essa traidora &oder6 arruinar de %e* os &lanos de lorde Hardouin2

Muito 'em, sir Gautier Do -ue se trata3 Alain indagou, assim -ue c/egaram B'i'lioteca do castelo Ali &oderiam con%ersar B %ontade so're assuntos estrat7gicos e secretos,sem o &erigo de serem ou%idos &or ningu7m

;recisa res&onder a carta da im&eratri*, milorde 86 .a* dois dias -ue c/egou < -ue Matilde dese a dessa %e*3ir Gautier enc/eu o &eito, &re&arando se &ara resumir o conte9do da carta Desde os

tem&os em -ue .ora ca%aleiro do &ai de lorde Alain, era &arte de suas atri'ui es .a*errelatórios so're a corres&ond:ncia rece'ida e tam'7m redigir todas as cartas e documentos deHa!"s!ell

>m'ora .i*esse -uest o de escre%er suas &ró&rias cartas, Alain &ermitia -ue sir Gautiercontinuasse a ler e a resumir a corres&ond:ncia -ue c/ega%a ao castelo < %el/o ca%aleirosentia se orgul/oso &or desem&en/ar essa .un o

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Al7m das considera es de costume so're o .uturo de Guerin, a carta tra* uma grandeno%idade Matilde .inalmente arran ou l/e uma noi%a, milorde2

ur&reso com a not+cia, Alain engasgou, .icando %ermel/o de cólera e susto >ssa not+cian o &oderia ter c/egado em &ior /ora2 8ustamente -uando desco'rira o amor nos 'ra os deHaesel, seria .or ado a des&osar outra mul/er2

Erata se da o%em .il/a de lorde de LKAige De%e con/ecer essa .am+lia, n o 73 sirGautier &rosseguiu al/eio B rea o de desagrado de Alain <s De LKAige s o muito ricos e

&oderosos, com grande in.lu:ncia na corte de >ste% o e de Matilde =eli*mente, manti%eram se.ora da dis&uta entre os dois monarcasAlain com&reendia muito 'em todas as im&lica es da-uele casamento Na %erdade,

Matilde n o &oderia ter l/e arran ado uma uni o mais %anta osa Des&osando lad# imone,rece'eria um %alioso dote da noi%a e, gra as Bs liga es da .am+lia De LKAige, Ha!"s!ell .icariasem&re em &osi o .a%or6%el ao rei da Inglaterra, n o im&ortando -uem esti%esse no trono$ontudo, a&esar de todas essas %antagens, n o &oderia .icar imune aos dese os de seucora o Ama%a Haesel e n o -ueria &erd: la so' /i&ótese alguma2

ma &oss+%el solu o &ara esse im&asse seria manter Haesel como amante, en-uantodes&osa%a lad# imone De .ato, esse &rocedimento n o iria causar nen/um esc@ndalo nasociedade, contanto -ue n o colocasse as duas mul/eres so' o mesmo teto Muitos no'resres&eitados n o tin/am escr9&ulos em manter uma, duas ou at7 mais amantes 'em B %ista dacorte

Decididamente, n o &osso .a*er uma coisa dessa2 N o seria usto com nen/uma das duas2,concluiu, a.astando a-uela id7ia &erniciosa de sua ca'e a Al7m disso, só de imaginar a dor-ue causaria a Haesel, -uando a in.ormasse de seus &lanos, sentia uma dor aguda no &eito

Haesel n o era como Gilda, -ue se su eitaria a -ual-uer coisa &ara manter os .a%ores de umno're ua alma sens+%el aca'aria esmigal/ada, caso aceitasse desem&en/ar um &a&elda-ueles Ein/a certe*a de -ue ela &artiria antes -ue a o%em lad# Ha!"s!ell c/egasse aocastelo e desco'risse sua e?ist:ncia

Res&irou .undo, meditando so're a-uela &ossi'ilidadeA %ida sem Haesel n o teria mais sentido2 Eudo .icaria som'rio e melancólico, sem nada -ue

&udesse con.ortar seu cora o, atormentado &or todas as res&onsa'ilidades -ue ca'iam a umsen/or .eudal Al7m disso, nen/uma no're normanda trataria Guerin e ;eronelle com o mesmoamor e carin/o de Haesel >, mesmo -ue n o .osse t o .ria e desumana -uanto 89lia, sua no%aes&osa iria des&re*ar o menino, -ue todos acredita%am ser seu .il/o 'astardo com uma ser%a

Lad# imone de LKAige tem a&enas -uin*e anos, mas di*em -ue 7 muito 'ela e meiga sir Gautier continua%a a .alar so're as %antagens da-uele casamento No entanto 6 esta%a&reocu&ado com o sil:ncio e a .isionomia carregada de lorde Alain

Lentamente, ele .itou o ca%aleiro e, com toda a calma do mundo, e?& s sua &osi o so'rea-uele assuntoC

N o %ou me casar com lad# imone de LKAigeir Gautier .icou mudo de es&anto >sta%a &6lido e o.egante, como se esti%esse cara a cara

com um urso Matilde n o &ode me tratar como um garoto, -ue de%e o'edecer todas as suas ordens

sem retrucar2 medida em -ue toma%a consci:ncia da .elicidade e da sensa o de al+%io-ue sua decis o l/e causa%a, sua %o* ia se tornando mais .orte e %i'rante

Mas, milorde tentou argumentar, recu&erando se do &rimeiro im&acto ;recisa%ademo%: lo da-uela id7ia a'surda o -uanto antes2 86 es&er6%amos -ue isso .osse acontecerAli6s, c/egou at7 a &edir B im&eratri* -ue l/e arran asse uma noi%a o mais 're%e &oss+%el2

>ra %erdade No entanto a entrada de Haesel em sua %ida /a%ia mudado tudo2 Agora -uecon/ecia o aconc/ego e a .elicidade -ue o amor aut:ntico tra* B-ueles -ue o e?&erimentam,n o iria a'rir m o disso &or nada2

86 me decidi N o %ou me casar com lad# imone, nem com nen/uma outra mul/er -uen o se a escol/ida &or mim2

ir Gautier sus&irou, resignado $on/ecia Alain o su.iciente &ara sa'er -ue ele 6 tomarauma &osi o e -uando isso acontecia, raramente %olta%a atr6s

medida em -ue o sol se &un/a, o cora o de $laire come ou a 'ater mais de&ressa,tomado &or ansiedade e e?cita o $ontou os minutos at7 -ue as crian as adormecessem,a&ós o antar ;or .im, -uando te%e certe*a de -ue os dois &eraltas .oram %encidos &elo sono,

esgueirou se at7 os a&osentos de Alain, como na noite anterior >sta%a morta de saudades,&ois n o /a%iam se encontrado durante o resto do dia

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A/, min/a dama da meia noite2 ele a rece'eu com um sus&iro, e?tasiado >ssalonga es&era esta%a se trans.ormando na &ior das torturas2 Eemia sucum'ir de &ai? o eaca'ar in%adindo o -uarto das crian as, B sua &rocura

orrindo de alegria, $laire correu &ara os 'ra os de Alain, entregando l/e os l6'ios 9midos esensuais

Erocaram um 'ei o longo e %olu&tuoso &or %e*es, 'eirando a %iol:ncia, taman/a era asaudade -ue sentiam um do outro < dese o os consumia com a .9ria de%astadora de um

%enda%al, n o so'rando es&a o &ara nen/uma outra .orma de comunica o, a n o ser alinguagem do cor&o ;recisa%am amar se com urg:ncia, como se suas %idas de&endessemdisso =a*er amor era o o?ig:nio -ue os mantin/a %i%os

>ntre gemidos e 'ei os, deitaram se na cama, amando se com so.reguid o Na @nsia loucade saciarem a-uela &ai? o, 6 /a%iam se des&ido, -uase sem &erce'erem Eudo era muitonatural e es&ont@neo -uando esta%am untos seus cor&os esta%am em tal sincronia -ue da%aa im&ress o de terem sido .eitos &ara se com&letarem

;or .im, o.egantes e tr:mulos de .elicidade, deitaram se lado a lado, de m os dadas Agora&oderiam con%ersar calmamente, sem -ue seus cor&os e?igissem &ressa &ara serem saciados

$laire a&oiou se nos coto%elos, o'ser%ando a .isionomia alti%a de Alain N o im&orta%a o-ue l/e acontecesse, a-ueles momentos .eli*es estariam gra%ados em sua memória &arasem&re, dando l/e .or as &ara su&ortar -uais-uer des%enturas -ue o destino l/e reser%asse

uisera -ue a noite amais terminasse, min/a adorada

>la deitou a ca'e a so're o &eito de Alain, escondendo o rosto N o -ueria -ue ele&erce'esse a nu%em de triste*a -ue se a&ossara de seu sem'lante Mais alguns dias e teria-ue &artir

>u te amo, Alain2 e?clamou, entre l6grimas, mo%ida &or uma en?urrada de emo es,t o incontrol6%eis -uanto contraditórias uando ele desco'risse -uem era, tal%e* %iesse aodi6 la eu 9nico consolo era com&artil/ar com ele o sentimento -ue inunda%a seu cora onesse &onto, n o /a%ia .arsas, nem mentiras, a&enas a %erdade

>le ergueu o rosto de $laire, en?ugando l/e as l6grimas carin/osamente com as m os </, Haesel2 ;or -ue c/ora3 Acaso n o a .a o .eli*3 $laro -ue sim2 8amais &ensei -ue &udesse e?istir tanta .elicidade na Eerra2 orriu l/e

de modo encantador, com os ol/os ainda em'a ados &elo c/oro ó estou com medo de -ueisso c/egue ao .im logo

N o tema, min/a -uerida m amor como o nosso amais ir6 se aca'ar Nada nemningu7m conseguir6 nos se&arar2 N o sa'ia -ue o amor %erdadeiro 7 uma ':n o di%ina,ca&a* de resistir a todas as &ro%a es3 <l/ou dentro da-ueles ol/os a*uis, 'uscando a almade $laire >nt o, declarou, soleneC >u tam'7m te amo, Haesel

>les se a'ra aram .ortemente, .icando assim, colados um ao outro, &or longos minutosueriam es-uecer o mundo -ue os cerca%a com seus &reconceitos, maledic:ncias e regras dedisci&lina >m seus cora es, eram a&enas um /omem e uma mul/er -ue se ama%am e issoera tudo o -ue l/es im&orta%a2

De re&ente, Alain -ue'rou a-uela atmos.era de encantamento -ue os en%ol%ia, tra*endo os&ara a realidade e 'em -ue, &ara $laire, suas &ala%ras &areciam sa+das de um conto de.adas

Haesel, -uero me casar com %oc: &rinc+&io, ela &ensou -ue esti%esse delirando, em'riagada &ela .elicidade -ue a &resen a

desse /omem l/e causa%a A.inal, ningu7m em s consci:ncia &oderia acreditar em uma&ro&osta da-uelas Aos &oucos, entretanto, .oi &erce'endo -ue n o esta%a louca, nemson/ando acordada Alain esta%a realmente dis&osto a des&os6 la2

No mesmo instante, a con.us o tomou conta de sua mente e de seu cora o, mergul/andoa em um redemoin/o de emo es antag nicas e tem&estuosas Eudo a-uilo era mara%il/oso ea'surdo demais &ara ser %erdade Des&osar Alain era o -ue mais dese a%a no mundo2 Mesmoassim n o &odia ir se entregando aos seus son/os sem considerar os &rós e os contras dasitua o, -ue &or sinal eram muitos

Isso 7 loucura2 conseguiu di*er, com muito custo, ainda com a %o* .raca 5oc: 7 umno're normando e eu, uma ser%a inglesa2

ual 7 o &ro'lema3 Nós nos amamos, e isso 7 tudo o -ue de%e nos im&ortar2 uae?&ress o era de uma sinceridade &ro.unda e como%ente ;or conta do -ue sinto &or %oc:,aca'ei de recusar o casamento com uma no're normanda, escol/ida &or Matilde Agora, -uero

tom6 la min/a es&osa &erante os ol/os de Deus e dos /omens, Haesel2$laire -ueria gritar -ue a-uilo era um a'surdo, um ato insano, mas, n o conseguiu emitiruma só &ala%ra m tro% o &areceu ecoar em sua ca'e a, mostrando l/e um no%o camin/o aseguir de re&ente, tudo &assou a .a*er sentido

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e ele tin/a coragem &ara contrariar a im&eratri* e toda a sociedade, casando se com umaser%a, ela tam'7m de%eria agir como uma &essoa de .i'ra e en.rentar todos os seus medoseguiria os a&elos de seu cora o, aceitando unir se ao /omem -ue ama%a2 J claro -ue issoim&lica%a em contar l/e -uem realmente eraC lad# $laire de $o%erl#, &rima de 89lia e so'rin/ado terr+%el e ardiloso Hardouin d >%reu? $ontudo amais mencionaria o -ue de .ato a trou?eraat7 o $astelo de Ha!"s!ell Eemia -ue nem mesmo o mais .orte dos amores resistisse a umare%ela o &esada como a-uela

>u aceito disse, timidamente, a&ós uma &ausa &rolongada, -ue &areceu durar /oras&ara os ner%os de AlainAo %er a e?&ress o de al+%io e de in.inita alegria no rosto dele, rendeu se B e?&los o de

contentamento -ue .lu+a &or suas %eias, misturado ao seu sangue </, Alain2 >stou t o .eli*2 uero muito ser sua es&osa e m e de Guerin e ;eronelle2elaram a-uele acordo com um 'ei o im&etuoso e emocionado, &ren9ncio de uma no%a %ida

&ara am'os >m seguida, &assaram a se amar louca e insacia%elmentem 9ltimo &ensamento ainda &ertur'ou $laire, antes de se entregar inteiramente aos

dom+nios da &ai? o eria mel/or di*er l/e a %erdade no dia seguinte assim manteria intacta agrandiosidade da-uele instante m6gico

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Capítulo XVIII

Na man/ seguinte, Guerin e ;eronelle .oram os &rimeiros a rece'er a not+cia, da 'oca dos&ró&rios noi%os >, certamente, ningu7m .icou mais .eli* do -ue eles ;ularam, 'ateram &almase a'ra aram Haesel, c/amando a de mam e >ssa rea o es.u*iante dos .il/os 'astou &aracon.irmar a Alain -ue tomara a decis o certa

>m menos de uma /ora, a not+cia do inusitado casamento de lorde Alain com a ser%a Haeseles&al/ou se &elo castelo inteiro ;or todo canto, comenta%a se o assunto com alegria e 9'ilo<s /a'itantes de Ha!"s!ell, -ue 6 admira%am seu amo &or ser usto e 'ondoso, agora seorgul/a%am ainda mais dele Des&osar uma ser%a inglesa era um ato de coragem -ue tam'7m%alori*a%a um &o%o t o des&re*ado &elos no'res normandos Al7m disso, Haesel era muito-uerida &or todos, e?ceto Gilda e alguns outros de m6 re&uta o no castelo

ma &essoa sinistra, entretanto, odiou a-uela no%idade acima de tudo A&ós analisar asitua o, concluiu -ue 6 era /ora de .a*er lad# $laire &agar &or ter tra+do seu amo, lordeHardouin

Al/eia B &resen a dessa criatura das som'ras, $laire reuniu se com Annis, Marie e suasa udantes &ara .alar so're os &re&arati%os do casamento Mal ca'endo em si de alegria, Anniscum&rimentou a amiga com um a'ra o caloroso e sincero

Agora, &recisamos arran ar l/e rou&as de dama, Haesel declarou, en.6tica N o .ica'em andar &or a+ %estida com esses tra es sim&les

A co*in/eira e suas a udantes concordaram de imediato, a&esar da /esita o de $laireLogo, .icou decidido -ue Annis se encarregaria de &re&arar o en?o%al da no%a sen/ora deHa!"s!ell, usando os %eludos, os 'rocados e demais tecidos no'res, guardados em uma salaes&ecial do castelo

Marie, no entanto, esta%a mais &reocu&ada com as comidas -ue iria &re&arar &ara ascomemora es ueria um card6&io so.isticado e ines-uec+%el &ara a-uela data, digno das.estas na corte de Matilde

$laire ou%ia tudo, satis.eita &or %er -ue seu casamento tam'7m era do agrado do &o%o deHa!"s!ell $ontudo, at7 -ue esse dia c/egasse, .a*ia -uest o a'soluta de manter suasati%idades normais como ama de ;err# e Guerin

Desse modo, seguiu sua rotina com &recis o, sendo -ue a 9nica mudan a -ue aceitou .a*er.oi &re&arar se com *elo &ara o antar da-uela noite >ra uma data es&ecial, &ois iria sentar seB mesa de lorde Alain &ela &rimeira %e*

m &ouco antes do antar, .oi &ara o -uarto 'an/ar se e %estir o tra e de %eludo a*ul,'ordado com &7rolas, -ue Annis l/e arran ara

86 esta%a -uase &ronta, -uando, de s9'ito, &erce'eu um en%elo&e colocado de maneiraestrat7gica so're sua cama De%ia estar t o entusiasmada com os &re&arati%os, -ue nem o/a%ia notado ao entrar no -uarto

<9ara %ae elB esta%a escrito no centro do en%elo&e $om o cora o em so'ressalto e asm os tr:mulas, come ou a ler a mensagem, .icando mais &6lida e ner%osa, B medida em -uetoma%a ci:ncia do conte9do assustador da-uelas lin/as, escritas em .ranc:s

<*ara lady *laire,

Lorde %ardouin, eu tio, tem olho por toda parte, incluindo e te ca telo9ortanto ele me pede para lembrá+la do compromi o que a umiu, ante quee a tola .anta ia de amor lhe turva em a ra/3o $ que-a e e rid8culoca amento com lorde Alain e cumpra eu devere em mai demora! *a ocontrário, uma da crian-a o.rerá na pele, por ua trai-3o! $ tou certo de queme compreendeu per.eitamente B

J claro -ue a carta n o esta%a assinadaAo terminar de l: la, $laire sentia se gelada e catat nica, como se ti%esse aca'ado de

rece'er o 'ei o .rio da morte A %ida &arecia n o mais &ulsar em seu cor&o, t o grande era omedo, o c/o-ue e a re%olta -ue a domina%am

Assim -ue conseguiu sair da-uele estado de a&atia, &ensamentos terr+%eis tomaram l/e amente de assalto

Meu Deus2 e e?iste um es&i o de Hardouin entre estas &aredes, Alain e as crian as corremrisco de %ida2

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Durante o antar, $laire n o conseguiu se descontrair nem &or um segundo >sta%a ner%osae a&reensi%a, &or causa da carta an nima -ue rece'era

Discreta, o'ser%ou todos os rostos B sua %olta, tentando .lagrar -ual-uer atitude sus&eita-ue a le%asse ao temido es&i o A.inal, essa &essoa n o &oderia ser um sim&les ser%o, 6 -uesa'ia escre%er e domina%a o .ranc:s com &er.ei o

<utra /i&ótese &oss+%el, a&esar de remota, era -ue algum dos mercen6rios de Hardouinti%esse escrito a-uela mensagem e arran ado um eito de .a*er com -ue c/egasse Bs m os de

$laire Isso a tran- ili*a%a um &ouco, mas, só um &oucoDe -ual-uer .orma, .icaria de ol/os 'em a'ertos, B es&era de -ue esse tratante sedenunciasse At7 l6, seria ca&a* de sacri.icar sua &ró&ria %ida &ara &roteger as crian as2

< ner%osismo de Haesel n o &assou des&erce'ido &ara Alain $ontudo considerou ocom&ortamento da noi%a natural, diante da &ress o de ser a&resentada o.icialmente como a.utura 'aronesa de Ha!"s!ell

Mais tarde, entretanto, -uando .icaram a sós em seus a&osentos, ela ainda se mostra%aagitada e a.lita, como se algo a incomodasse

< -ue /ou%e, -uerida3 ;arece ner%osa Alain comentou, assim -ue ela es-ui%ou se deseu 'ei o de 'oas %indas As crian as a maltrataram3

$laro -ue n o2 >les s o mara%il/osos2 e?clamou, com %eem:ncia, .ugindo da-uelesol/os &erscrutadores

>nt o o -ue .oi3 Acaso algu7m a des&re*ou ou o.endeu3

>la .e* um gesto negati%o com a ca'e a Eodo o &o%o de Ha!"s!ell est6 sendo muito 'om comigo ;arece -ue nosso casamentocaiu nas 'oas gra as de seus s9ditos

Alain cra%ou os ol/os escuros em seu rosto, B &rocura de &istas -ue o a udassem a desco'riros moti%os da-uele com&ortamento reser%ado

a'endo -ue n o conseguiria esconder a %erdade &or muito tem&o, caso ele continuasse a&ression6 la, $laire ac/ou mel/or se a.astar Nesse momento, sentia se .raca e sem coragem&ara con.ront6 lo com os .antasmas -ue a atormenta%am

ó estou cansadaAlain a a'ra ou, com&reensi%o Min/a -uerida dama da meia noite2 >stou sendo cruel com %oc:2 ;assamos as 9ltimas

duas noites &raticamente em claro, .a*endo amor > ainda te%e -ue su&ortar a energiainesgot6%el das crian as durante o dia Deu l/e um 'ei o terno na .ace De%e estare?austa2$laire sentiu o cor&o inteiro arre&iar se com a-uele to-ue, ao mesmo tem&o em -ue seucora o se contorceu de remorso &or esconder l/e a %erdade ueria co'ri lo de 'ei os ecar+cias, mas sa'ia -ue, se o .i*esse, teria -ue aca'ar com a-uela .arsa $omo o medo .aloumais alto do -ue a &ai? o, só conseguiu recuar

Descanse esta noite, Haesel Am'os ti%emos um longo dia Alain declarou, semdemonstrar m6goa

>la agradeceu com um sorriso e, mais do -ue de&ressa, retornou ao -uarto das crian as$om o cora o &esado de remorso, &rometeu a si mesma -ue contaria toda a %erdade no diaseguinte

Dois dias se &assaram e $laire n o conseguiu reunir coragem &ara re%elar a trama deHardouin No entanto seu com&ortamento estran/o 6 esta%a c/amando a aten o de %6rias&essoas Al7m de &arecer angustiada e ner%osa, n o dei?a%a as crian as so*in/as &or uminstante, a n o ser durante as aulas de &adre Gregor# uanto a Alain, &rocura%a e%it6 lo atodo custo, arran ando descul&as es.arra&adas &ara n o &assar as noites com ele óconseguia &ensar em desco'rir o es&i o e &roteger Guerin e ;eronelle2

;recisamos &ro%ar seu %estido de noi%a Annis anunciou, logo a&ós o almo o Docontr6rio, n o conseguirei a&ront6 lo &ara o casamento2

$laire lan ou um ol/ar deses&erado &ara as crian as >sta%a um lindo dia de sol, &ortantoseria di.+cil a.astar seus &u&ilos do &6tio, en-uanto e?&erimenta%a as rou&as do en?o%al Aomesmo tem&o, 6 usara todas as descul&as &oss+%eis &ara esca&ar de Annis no dia anterior, demodo -ue n o &oderia mais adiar a-uele com&romisso

$rian as, %en/am comigo at7 o -uarto ;rometo -ue .aremos um 'elo &asseio &elo &6tio,assim -ue eu e?&erimentar as rou&as

<s dois .oram un@nimes ao &rotestar N o &odiam entender &or-ue Haesel esta%a agindoda-uele modo es-uisito nos 9ltimos dias, nem mesmo I%# costuma%a ser t o *elosa e&reocu&ada assim

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sando muito tato e sim&atia, ela conseguiu con%enc: los a cola'orar ;or7m, am'osesta%am .icando cada %e* mais arredios e descon.iados de sua %igil@ncia cerrada

Annis o'ser%ou toda a cena, ac/ando e?agerada a &reocu&a o de Haesel Eoda%iamante%e se calada

Assim -ue c/egaram ao -uarto, entretanto, $laire se deu conta das di.iculdades da-uelasitua o $omo iria se des&ir na .rente de Guerin3

ue tal es&erarem &or mim nos a&osentos de seu &ai3 sugeriu, &erce'endo -ue teria-ue ceder um &ouco<s irm os se entreol/aram, aceitando a-uela &ro&osta sem &estane ar Mas &rometam me -ue n o ir o sair dali at7 -ue eu %6 encontr6 los2 eu ol/os a*uis

&areciam su&licar &ara -ue as crian as a o'edecessem >st6 'em disseram em coro, correndo &ara .ora do -uarto, como dois &6ssaros -ue

gan/a%am a li'erdade N o de%ia se &reocu&ar tanto assim com as crian as Annis aconsel/ou, en-uanto .a*ia

os a ustes no 'elo %estido a*ul celeste -ue a noi%a de%eria usar na cerim nia de casamento A.inal, os .il/os do 'ar o est o &er.eitamente seguros dentro das mural/as do castelo

<s ol/os de $laire enc/eram se de l6grimas e o cora o .icou a&ertado </, Deus2 $omogostaria de com&artil/ar suas a.li es e temores com Annis2 Mas de%eria ser cautelosa-ual-uer um no castelo, com e?ce o de lorde Alain, &oderia ser o es&i o ou seu c9m&lice

Annis nem &erce'eu a melancolia de Haesel =ala%a sem &arar, e?citada com o casamentoda amiga com o 'ar o de Ha!"s!ell A-uilo at7 &arecia um conto de .adas2 Nunca te%e .il/os3 indagou, tentando &u?ar con%ersa Descul&e se estou sendo

muito 'is'il/oteira, acontece -ue sa'emos &ouco so're sua %ida antes de c/egar a Ha!"s!ell >st6 tudo 'em tran- ili*ou a N o ti%e .il/os, &or7m 6 .ui casada >le morreu /6

um ano disse, sem nen/uma emo o na %o* Deus me &erdoe, mas a-uela morte .oi uma':n o &ara mim2 Meu marido era um /omem muito cruel e %iolento

Annis lan ou l/e um ol/ar recon.ortante 86 %ira muitas mul/eres, do &o%o e at7 da no're*a,so.rerem nas m os de maridos inescru&ulosos ;or isso com&reendia o ressentimento deHaesel

$om lorde Alain, garanto -ue ser6 a mais .eli* das mul/eres so're a .ace da Eerra2 >leconseguir6 a&agar todas essas cicatri*es de m6goa e triste*a -ue %oc: ainda tra* no cora o

>la sorriu, de &leno acordo com a o&ini o de Annis Ningu7m &oderia dese ar um maridomel/or do -ue Alain De%e ser &or isso -ue anda ner%osa e &reocu&ada com as crian as Acalme se ea&ro%eite a .ase dos &re&arati%os2 continuou a dar consel/os B noi%a, en-uanto a .a*ia&ro%ar um %estido atr6s do outro

Angustiada com a demora, $laire nem &resta%a aten o nos tra es ou na con%ersa ó-ueria sair dali de&ressa e .icar unto de Guerin e ;eronelle2 A.inal, -uando terminou dee?&erimentar a-uela montan/a de %estidos, sais, ca&as e camisolas, correu &ara os a&osentosde Alain >nt o, te%e uma terr+%el sur&resa eu grito de &a%or cortou o ar, atraindo Annis e o&ró&rio lorde Alain, -ue esta%a nas &ro?imidades Ao entrarem no -uarto, os dois encontraramHaesel 'ranca e com os ol/os es'ugal/ados, como se ti%esse aca'ado de %er um .antasma

As crian as sumiram gague ou, dominada &elo &@nico <ra, de%em ter se cansado de es&erar e .oram &ara o &6tio Annis comentou, ali%iada

&or sa'er -ue nada de gra%e acontecera ;ela rea o de Haesel, es&era%a se de&arar com umatrag7dia

;rocure &or eles, Annis lorde Alain ordenou, en-uanto &rocura%a acalmar a noi%aAgora, tin/a certe*a de -ue Haesel esta%a l/e escondendo algo muito s7rio Desde o

an9ncio do casamento, ela /a%ia se trans.ormado em uma outra &essoa Anda%a melancólica eatormentada, com os ner%os B .lor da &ele, al7m de .ugir de -ual-uer contato mais +ntimo Iriaesclarecer a-uele assunto, agora mesmo2

;recisamos encontr6 los2 ela a.irmou, de re&ente, 6 correndo &ara a &ortaDiante da a.li o de Haesel, Alain come ou a se sentir angustiado com o &aradeiro dos

.il/os Iria ac/6 los &rimeiro, mas, de&ois, teria uma con%ersa muito s7ria com a noi%aGra as aos santos, logo -ue c/egaram ao sal o &rinci&al, encontraram ;eronelle na

com&an/ia de Annis $laire a'ra ou a menina, c/orando con%ulsi%amente N o -ueria dei?6 la triste ;rometo -ue n o %ou mais deso'edec: la a menina

descul&ou se, a.agando os ca'elos cor de mel de Haesel ó .ui 'rincar com os gatin/os Aonde est6 Guerin3 $laire indagou, ansiosa >le .oi %er os c es

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Nem aca'ou de ou%ir isso, saiu correndo na dire o do canil, sem es&erar &or Alain ou;eronelle

</2 Deus2 gritou, assim -ue c/egou ao &6tio;adre Gregor# %in/a carregando Guerin < menino esta%a desacordado, com o cor&o

co'erto de sangue < -ue aconteceu3 Alain 'radou, tomando o .il/o nos 'ra os N o sei o -ue /ou%e, milorde o &adre e?&licou, consternado >u o encontrei ca+do,

&erto da sala de armas ;arece -ue .oi atingido no om'ro &or um gol&e de adaga ou &un/alAlain nem &restou aten o ao -ue o &adre di*ia, nesse instante, só se &reocu&a%a emsocorrer Guerin &ara -ue n o ti%esse o mesmo .im de 5erel Eoda%ia, mais tarde, iria in%estigar&essoalmente o -ue acontecera ao .il/o

$laire entregou ;eronelle aos cuidados de Annis e .e* -uest o a'soluta de tratar do.erimento do menino ua &ostura era t o determinada e segura, -ue nem mesmo Alain ou&adre Gregor# conseguiram a.ast6 la da ca'eceira de Guerin Recorrendo Bs suas e?&eri:nciascom er%as, &re&arou um ung ento &ara estancar o sangue -ue orra%a do om'ro do menino

Alain e o &adre, redu*idos a &osi o de coad u%antes, a&enas a o'ser%a%am agir com a&er+cia de uma curandeira, encarregando se de &ro%idenciar o -ue ela l/es &edia

Horas mais tarde, -uando o sol esta%a se &ondo, a situa o &areceu se normali*ar A/emorragia diminu+ra e Guerin &arecia res&irar com menos di.iculdade >ntretanto continua%ainconsciente

>nt o Alain dis&ensou a com&an/ia do &adre, &edindo -ue orasse &elo resta'elecimento do.il/o Mais do -ue nunca, -ueria .icar a sós com Haesel ma s7rie de &erguntas sem res&ostasgira%a em sua ca'e a, como &e as de um enigma -ue &recisa%a deci.rar

< -ue tem a me di*er3 in-uiriu, sem rodeios $omo descon.iou de -ue as crian ascorriam risco de %ida3

$laire res&irou .undo, reunindo todas as suas .or as, e encarou Alain >n.im, c/egara omomento de aca'ar com a-uela .arsa

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>n%enenamento2 Alain concluiu, a&ós e?aminar ra&idamente os cor&os eu inimigo eramuito mais ardiloso e astuto do -ue imagina%a

Aca'run/ado, dei?ou o cala'ou o com &assos l7&idos, es-ui%ando se da con%ersa entre sirGautier e os soldados, -ue os acom&an/a%am, so're a morte dos &risioneiros ueria estar

unto dos .il/os &ara &roteg: los2Dessa .orma, só conseguiu a&a*iguar seu cora o angustiado, -uando %iu as crian as s s e

sal%as, so' a tutela de $laire

Guerin ainda esta%a inconsciente, &or7m a res&ira o %oltara ao normal e a .ace esta%amenos &6lida ;eronelle &or sua %e*, dormia calmamente, com a ca'e a a&oiada no colo de$laire Assustada com o acidente do irm o, a menina só conseguira se acalmar unto de sua-uerida ama

ó Deus &oderia e?&licar &or-ue ainda tin/a coragem de dei?ar a-uela im&ostora cuidar deseus .il/os >m'ora contrariasse -uais-uer im&ulsos racionais, sentia -ue ela n o &ermitiria-ue .i*essem nen/um mal Bs crian as

Meu Deus2 N o sa'ia o -ue &ensar so're essa mul/er2 Amor e ódio, con.ian a e temormescla%am se em seu cora o, con.undindo o er6 -ue algum dia conseguiria &erdo6 la3

Atire a &rimeira &edra -uem nunca &ecou , a c7le're .rase de 8esus $risto l/e %eio Bmente, como um ensinamento de /umildade e &erd o A.inal de contas, -uem era ele &ararecriminar eternamente algu7m -ue cometera um erro, do -ual, ali6s, 6 esta%a arre&endido3

$om o cora o ali%iado &elo '6lsamo do &erd o, sentou se em uma cadeira, &erto da cama

$laire sussurrou, com %o* a%eludada>la mo%eu a ca'e a na dire o de Alain, mas n o te%e coragem de encar6 lo $ul&a,remorso e %ergon/a da%am l/e a triste sensa o de -ue era a &ior criatura so're a .ace da

Eerra 86 /a%ia se decidido, em %e* de .ugir, aceitaria -ual-uer &uni o -ue Alain -uisesseim&ingir l/e como .orma de &enit:ncia

< .erimento n o .oi &ro.undo >le .icar6 'om limitou se a di*er $laire, .ui muito 6s&ero e in usto com %oc: >m min/a ira, n o &esei as &ala%ras,

aca'ando &or mago6 la Eocou l/e o 'ra o, de le%e ;oderia me &erdoar3 ;er&le?a, ela.inalmente atre%eu se a encar6 lo

$omo &ode me &edir tal coisa, se eu mesma 7 -uem de%eria su&licar seu &erd o3>le segurou l/e as m os entre as suas, 'ei ando as a.etuosamente Min/a -uerida, -uando l/e disse -ue um grande amor &oderia ultra&assar -ual-uer

o'st6culo, n o imagina%a o -ue teria -ue en.rentarAm'os sorriram Agora, entretanto, sei -ue esta%a certo >u a amo ainda mais, &or sua coragem e .i'ra2

&rosseguiu, guiado &or seu cora o Ao re%elar toda a %erdade, su eitando se at7 a sere?ecutada, deu me a maior &ro%a de amor ;oderia sim&lesmente ter mantido a .arsa, ouent o .ugido de Ha!"s!ell

L6grimas %oltaram a rolar &elo rosto de $laire, só -ue, dessa %e*, eram de alegria Isso -uer di*er N o conseguiu com&letar a .rase, t o emocionada esta%a Ainda aceita min/a &ro&osta de casamento, lad# $laire de $o%erl#3

Eomando cuidado &ara n o des&ertar ;eronelle, escorregou &ara .ora da cama e ogou senos 'ra os de Alain

Eeremos -ue en.rentar muitos o'st6culos ei disso2 > -uanto B res&osta3 Ainda n o disse se me aceita como marido3 <ra, seu 'o'o, 7 claro -ue aceito2 elou o com&romisso com um 'ei o %ora* e

alucinado, e?tra%asando toda a ang9stia -ue %i%era nas 9ltimas /oras Nesse caso, t o logo Guerin se recu&ere, cele'raremos nossas n9&cias < &eito ar.a%a

e os ol/os ardiam de &ai? o, des&ertada &or a-uele 'ei o Eoda%ia, in.eli*mente, te%e -ue seconter n o &oderiam consumar seus dese os nesse momento Fem, /6 algo -ue &reciso l/econtar so're meu &assado

$laire tentou silenci6 lo com outro 'ei o, mas Alain es-ui%ou se ;or intui o, ela sa'ia -uese trata%a do nascimento de Guerin e n o -ueria discutir esse assunto Ama%a o menino comose .osse seu .il/o, n o l/e im&ortando -uem .osse a m e %erdadeira

N o -uero -ue /a a nen/um segredo entre nós, min/a -uerida As %e*es, cul&o me &orn o ter dito a %erdade a 89lia, dei?ando -ue ela se a.undasse mais e mais na-uele mundo desolid o e triste*a -ue a le%ou B morte

N o .oi sua cul&a a&ressou se a de.end: lo Ama%a 89lia como se .osse min/a irm

>ntretanto as e%id:ncias .or aram me a recon/ecer -ue ela culti%ou sua &ró&ria in.elicidade,&or &uro ego+smoAlain agradeceu l/e com um ol/ar terno Mesmo assim, iniciou sua narrati%aC

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Ainda era um o%em ca%aleiro, sem &ers&ecti%a de %ir a ser o 'ar o de Ha!"s!ell,-uando aca'ei .ascinado &elos encantos de uma dama da corte, mais %el/a e e?&eriente -ueeu Lutei contra essa &ai? o o -uanto &ude, &ois a dama era casada No entanto aca'amos%i%endo um tórrido e e.:mero romance Desse relacionamento, restou a&enas ami*ade e o&e-ueno Guerin

=e* uma &ausa, ol/ando carin/osamente &ara o .il/o Muito saga*, ela usou a descul&a de um retiro es&iritual &ara se re.ugiar em um

con%ento, antes -ue os sinais da gra%ide* se tornassem e%identes =oi l6 -ue Guerin nasceu e,&ouco de&ois, .oi entregue a mim$laire esta%a at nita uando sou'er o nome dessa dama, ir6 com&reender &or-ue esse segredo en%ol%e muito

mais do -ue a re&uta o de uma no're da corte Na realidade, as origens de Guerin a'alariamos alicerces da no're*a euro&7ia

N o me diga -ue a m e de Guerin 7 a im&eratri* Matilde3 arriscou, sentindo o sanguegelar

>la mesma sua e?&ress o era melancólica < o%em &r+nci&e Henri-ue, .ruto de seucasamento com o conde d An ou, ser6 o /erdeiro das coroas da Inglaterra e do acro Im&7rio$ontudo Matilde &retende reser%ar terras e t+tulos im&ortantes &ara Guerin

>le con/ece a identidade da m e3 N o .a* a menor id7ia ;retendo contar l/e a %erdade -uando .or mais %el/o

Agora tudo .a*ia sentido2 A lealdade de Alain B im&eratri*, 'em como o moti%o de estara.astado das 'atal/as contra as tro&as de >ste% o ;ermanecendo em Ha!"s!ell, Alain&oderia manter seu .il/o em seguran a2

De re&ente, o menino a'riu os ol/os, sussurrando os nomes de Haesel e do &ai Am'oscorreram at7 ele, constatando -ue a .e're /a%ia cedido e o .erimento n o sangra%a mais

Aman/ecia em Ha!"s!ell, e a aurora tra*ia es&eran a de um .uturo mais .eli* &ara todos

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Capítulo XX

A&ós dois dias de con%alescen a, a recu&era o de Guerin 6 era um .ato incontest6%el Ascores /a%iam retornado B sua .ace e 6 esta%a di.+cil mant: lo de re&ouso na cama

De&ois de ter certe*a de -ue o .il/o n o teria uma reca+da in.eli*, como acontecera com5erel, Alain &assou a em&reender &atrul/as &ela .loresta, a .im de ca&turar os mercen6rios deHardouin No entanto seu maior tormento era criar uma armadil/a &ara o tem+%el es&i o -uese esgueira%a &elo castelo como uma %+'ora, antes -ue /ou%esse mais alguma %+tima ;or essemoti%o, resol%eu manter em segredo a %erdadeira identidade de $laire

;eronelle tam'7m esta%a e?ultante de .elicidade com a mel/ora do irm o >ntretanto, emsua inoc:ncia in.antil, n o entendia &or-ue de%eria .icar &resa ali $laire 6 esgotara seure&ertório de /istórias e 'rincadeiras &ara mant: la entretida, &or7m nada mais conseguiasatis.a*er a menina

< -ue ac/a de re*armos um &ouco na ca&ela, ;eronelle3 &adre Gregor# sugeriu,tentando a udar a ama, -ue a&arenta%a grande cansa o

A menina 'ateu &almas, ac/ando a-uela id7ia mara%il/osa >nt o, lem'rando -ue o &ai l/eordenara -ue n o sa+sse de &erto da ama, lan ou l/e um ol/ar su&licante

De .ato, $laire -uase n o &regara o ol/o desde o acidente de Guerin e a morte dos&risioneiros Anda%a &6lida e com ol/eiras .undas, al7m de sentir %ertigens e en os Mesmoassim, reluta%a em .icar longe das crian as &or um minuto -ue .osse Dessa %e*, entretanto, osa&elos de ;err# e do &ró&rio &adre .oram t o %eementes -ue, tal%e* &or cansa o, aca'oucedendo A.inal, acom&an/ada &elo &adre, a menina n o estaria correndo nen/um risco

Logo -ue os dois sa+ram, Guerin adormeceu, mergul/ando o -uarto em um sil:ncio -uasea'soluto ;arecia -ue o destino cons&ira%a &ara -ue ela .inalmente &udesse descansar algunsinstantes >, de .ato, $laire aca'ou coc/ilando, recostada em uma &oltrona, B 'eira da cama

De re&ente, acordou so'ressaltada, com o cor a o a&ertado $orreu at7 Guerin, mas eleainda dormia, tran- ilo como um an o

< -ue /ou%e3 Annis indagou, ao &erce'er a a.li o da amiga Al7m do &adre, era a9nica &essoa -ue tin/a li%re acesso B-uele -uarto

N o sei into uma ang9stia muito .orte, como se algo ruim esti%esse &ara acontecer murmurou, o.egante

Acalme se, de%e ter sido a&enas um &esadelo $orreu 'uscar um co&o de 6gua &ara$laire

</, Deus2 er6 -ue acontecera algo a Alain3 >le &artira 'em cedo, com uma &atrul/a,dis&osto a &render ou e?terminar os mercen6rios -ue ronda%am o castelo

> ;eronelle3 Ainda n o %oltou Annis riu ;ela demora, o &adre de%e t: la con%encido a re*ar um

ros6rio inteiro2Ao ou%ir a-uilo, uma id7ia terr+%el in.iltrou se em seus &ensamentos, gan/ando mais

consist:ncia a cada segundo > se &adre Gregor# .osse o es&i o3Meu Deus2 $omo n o /a%ia &ensado nisso antes3 Ha%ia muitos rumores de -ue mem'ros do

clero &artici&a%am de intrigas e dis&utas na corte < &ró&rio arce'is&o de $anter'ur# /a%ia sedeclarado leal a >ste% o, conclamando seus .i7is e su'ordinados a com'aterem Matilde

Annis, cuide de Guerin &ara mim ;reciso encontrar ;eronelle disse, 6 trans&ondo a

&orta do -uarto>n-uanto corria &elo &6tio, sem sentir o solo so' seus &7s, re*a%a &ara -ue esti%esseenganada so're o &adre No entanto, ao c/egar a seu destino, encontrou a ca&elacom&letamente %a*ia2

A .loresta2 e?clamou, em deses&ero, sa'endo -ue esse era o 9nico lugar &ara onde&oderiam ter ido

N o /a%ia um segundo a &erder2 ;recisa%a encontrar a-uele /omem, antes -ue conseguissesair do castelo com a &e-uena ;eronelle2

=eito louca, seguiu em dire o B mural/a e?terna, es'arrando em algumas &essoas eanimais, durante sua 'usca desen.reada >m'ora a&arentasse certa aliena o, seus ol/os%arriam cada cent+metro da 6rea, na es&eran a de a%istar o &adre ou a menina ;or7m aca'ouc/egando B 'orda da .loresta, sem ac/ar nen/um %est+gio dos dois

Res&irou .undo, &etri.icada de medo e des@nimo $omo gostaria -ue Alain esti%esse aliagora2 Mas isso seria im&oss+%el2 Eam&ouco &oderia &edir a uda a algu7m, &ois, at7 e?&licar do-ue se trata%a, teria &erdido um tem&o %alioso Eem&o, ali6s, do -ual n o dis&un/a2

em outra alternati%a, tratou de reunir coragem e se em'ren/ou na .loresta, %oltando acorrer, sem dar im&ort@ncia aos es&in/os -ue rasga%am suas rou&as e .eriam sua &ele ;or7m,

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como n o /a%ia &istas, n o tin/a meios de sa'er se esta%a na dire o certa ou n o De s9'ito,n o auge do deses&ero, aca'ou caindo, ao tro&e ar em um emaran/ado de gal/os e ra+*es

</, Deus2 Een/a &iedade de ;err#2 A ude me B encontr6 la, antes -ue algum mal l/eaconte a2, re*ou com todo .er%or, entre l6grimas de agonia

u'itamente, ainda com os ol/os em'a ados &elo c/oro, a%istou um &eda o de tecidoamarelo, &reso em um ar'usto Ao &eg6 lo, te%e certe*a de -ue se trata%a de um .ragmento darou&a de ;eronelle Mais con.iante, %oltou a correr &or entre as 6r%ores dessa %e*, sa'endo

-ue esta%a no rumo certo2Alguns minutos de&ois, -uase te%e um es&asmo de .elicidade ao ou%ir a %o* da menina,lamentando se com o &adre $laire a&ressou o &asso e logo %eio a encontr6 los, em umaclareira2

;are aonde est6, &adre Gregor#2 gritou, com .irme*aur&reso com a-uela a&ari o, ele .itou $laire com os ol/os in etados de rancor Haesel2 ;err# e?clamou, sorrindo No entanto n o &ode se a&ro?imar da ama, uma %e*

-ue o &adre a segurou .ortemente &elos om'ros olte a menina2 ela ordenou, em&un/ando a .aca -ue le%a%a &resa B cintura N o d: mais um &asso, ou a &e-uena ir6 &agar &or sua trai o, lad# $laire2 ;ara &ro%ar

-ue n o esta%a 'le.ando, o &adre a&ertou o &esco o da crian a como se -uisesse esgan6 la$laire .icou &aralisada Ein/a -ue &ensar e agir r6&ido ou as duas iriam &arar nas m os

cru7is de Hardouin2

Wtimo2 ;arece -ue n o &erdeu de todo o u+*o, milad#2 retrucou, ir nico, mostrando a%erdadeira &ersonalidade Agora, só &recisamos es&erar -ue os soldados c/eguem e amiss o estar6 cum&rida2

Assustada e sur&resa com a-ueles acontecimentos, ;eronelle n o tin/a .or as &ara reagirA&enas .ita%a $laire, com ol/os arregalados, im&lorando &or a uda

eu %erme2 $onseguiu enganar todos com &er.ei o2 &rague ou, re%oltada a'ia -ue o.im esta%a &ró?imo >le estu.ou o &eito, soltando uma risada maldosa, muito &arecida com ado &ró&rio conde d >%reu?

Agradecido, milad#2 ;ara mim, isso n o 7 o.ensa, mas um grande elogio2Ao ou%ir a-uilo, $laire te%e uma id7ia Eal%e*, se conseguisse distrair a-uele tolo %aidoso,

&udesse li'ertar ;eronelle antes -ue os soldados a&arecessem ;elo -ue %e o, de%e ter mantido meu tio a &ar de tudo o -ue aconteceu em Ha!"s!ell

nessas 9ltimas semanas disse, &ondo seu &lano em &r6tica >%idente -ue sim2 Ali6s, sinto di*er l/e, milad# Lorde Hardouin sa'er6 castig6 la comomerece &or sua trai o2 $omo & de mac/ucar uma crian a como Guerin3 retrucou, em uma e?&los o de .9ria

n o resta%a d9%idas de -ue ele .ora o autor do atentado ao menino<utra risada ecoou &ela .loresta, como se ti%esse sa+do do in.erno ua tola, de%ia ter dados ou%idos B carta -ue l/e en%iei2 >m %e* disso, &ensou -ue

&oderia %igiar as crian as &ara sem&re2 >scarneceu, com ar %itorioso $onsegui atacar omenino 'em na sua %ista, assim como, agora, estou com ;eronelle em min/as m os2

N o sente remorsos, &adre3 Min/a 9nica &reocu&a o 7 ser%ir lorde Hardouin, mostrando l/e min/as in9meras

-ualidades2>m'ora esti%esse cada %e* mais eno ada com a-uelas con.iss es, $laire n o &erdia um só

mo%imento do &adre Eam'7m matou I%o e 8ean, n o .oi3 Ainda du%ida3 Ali6s, esses n o .oram os meus 9nicos .eitos nesse castelo2 ma

e?&ress o de &uro deleite tomou conta de seu rosto gorduc/o A %el/a I%# e 5erel -ue odigam2

;eronelle soltou um le%e gemido, demonstrando -ue, a&esar da a&atia, esta%a ou%indo tudoo -ue acontecia ao seu redor

$laire .icou *on*a, ao assimilar a-uela e?tensa e sórdida lista de maldades2 De .ato, &adreGregor# era um disc+&ulo digno de seu mestre, o desalmado Hardouin d >%reu?2

8esus2 Eam'7m teria en%enenado Guerin, se eu n o ti%esse me res&onsa'ili*ado &or seutratamento2 concluiu, em %o* alta, aterrori*ada com a .rie*a da-uele /omem

> &or -u: n o3 indagou, com toda a naturalidade A.inal, lorde Hardouin só&recisa%a de um dos .il/os do 'ar o de Ha!"s!ell2

eu monstro2 e?clamou, re*ando a Deus &or dem:ncia2 ;ois, a cada minuto, asc/ances de sal%ar ;eronelle .ica%am mais escassas <s soldados do tio n o tardariam ac/egar

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e ti%esse cum&rido sua &arte, milad#, min/a &artici&a o nesse &lano n o teria sidonecess6ria2 Dessa .orma, lorde Hardouin ainda &ossuiria um in.ormante em Ha!"s!ell2 <l/ou &ara $laire, c/eio de ódio e des&re*o N o .oi nada .6cil &enetrar nesse castelo2

5ai me di*er -ue tam'7m .oi res&ons6%el &ela morte de &adre ;eter3 $laire redarg iu,em tom de *om'aria

$laro -ue sim2 < arce'is&o de $anter'ur# n o &oderia me en%iar &ara esse castelo,en-uanto o antigo &6roco esti%esse %i%o2

J mentira2 'radou, &erce'endo -ue ele come a%a a se descuidar de ;eronelle N oesta%a em Ha!"s!ell, -uando &adre ;eter morreu2 De .ato, esta%a longe da-ui2 >ssa tare.a e?igiu todo meu em&en/o, &aci:ncia e

/a'ilidade2 ga'ou se, c/eio de orgul/o Le%ei meses &ara con-uistar a con.ian a do %el/o;eter, mantendo uma corres&ond:ncia ass+dua com ele, so' o &rete?to de discutir teologia2 ;or.im, en%iem l/e um %idro de t nico &ara suas dores nas costas

>st6 mentindo2 insistiu e /ou%esse %eneno nesse rem7dio, algu7m iria descon.iar2 ;or isso mesmo considero essa tare.a min/a o'ra &rima2 < %eneno esta%a muito dilu+do,

de modo -ue uma só dose n o .aria mal a uma mosca2 $ontudo seu uso &rolongado econstante causaria morte certa2 >n%aidecido com seu &ró&rio .eito, en.im, &adre Gregor# sedescuidou da menina

a'endo -ue n o teria outra c/ance como essa, $laire o em&urrou &ara longe e &egou;eronelle no colo >nt o saiu correndo &ela .loresta, tentando a%istar as mural/as do castelo

;ossesso de rai%a, o &adre grita%a uma s7rie de maldi es e &ragas Eoda%ia, de%ido ao seu&eso, .ica%a cada %e* mais di.+cil alcan ar as .ugiti%asuando 6 acredita%a ter se li%rado do &adre, $laire te%e uma in.eli* sur&resa >m um

&iscar de ol/os, os /omens de Hardouin as cercaram2;err#, a.undou o rosto nos ca'elos da ama, morta de medo Agora, só um milagre as

sal%aria2 Mesmo assim, $laire n o desistiu >m&un/ou a .aca no%amente, dis&osta a amais seentregar sem luta2

Desista, milad#2 >st6 tudo aca'ado2 o &adre declarou, o.egante, untando se ao gru&o$laire .ec/ou os ol/os, &or um instante, &re&arando se &ara morrer em de.esa da menina =i-uem longe delas2 a %o* incon.und+%el de Alain ecoou &ela .loresta, en-uanto seu

ca%alo se coloca%a entre as duas e os soldados inimigos e -uiser li'ert6 las, ter6 -ue nos en.rentar2 o ca&it o inimigo res&ondeu, &re&arando

se &ara a lutaAntes -ue ela &udesse ter certe*a de -ue n o esta%a son/ando, ou%iu Alain ordenar l/e,&reocu&adoC Le%e ;eronelle da-ui, $laire2>m seguida, te%e in+cio um com'ate .ero* e sangrento >, de%ido ao e-uil+'rio entre os dois

gru&os, ningu7m &oderia &re%er -uem seria o %encedor

$o'rindo a ca'e a de ;err#, &ara -ue ela n o se assustasse ainda mais com a-uelas cenas'6r'aras, $laire a.astou se do local do com'ate Re*a%a sem &arar &ara -ue Alain conseguissederrotar os inimigos2

Maldita2 5ai &agar &or ter destru+do nossos &lanos2 &adre Gregor# gritou, seguindo$laire Era*ia na m o uma adaga, a mesma -ue de%eria ter usado &ara .erir Guerin

Antes -ue ele conseguisse c/egar mais &erto das duas, Alain conseguiu interce&t6 lo,cra%ando l/e uma .lec/ada certeira no om'ro direito

Aca'ou, &adre Gregor#2 =oram derrotados2 ele e?clamou, a&ontando &ara a cena docom'ate

<s /omens de Hardouin /a%iam sido com&letamente esmagados &ela tro&a de Ha!"s!ell;adre Gregor# soltou mais uma de suas risadas dia'ólicas >nt o, com um gesto r6&ido,

tirou um .rasco min9sculo da cintura e sor%eu todo seu conte9do < %eneno de%eria sere?tremamente .orte, &ois ele come ou a se contorcer &elo c/ o, .eito um %erme raste ante >muma -uest o de segundos, esta%a morto2

</, -ue /orror2 $laire e?clamou, agarrada a ;eronelle Am'as tremiam e c/ora%amsem &arar

Alain desmontou e .oi ao encontro das duas ;egou a .il/a no colo, &u?ando $laire &ara&erto de seu cor&o

Agora est6 tudo 'em, min/as -ueridas2 >st o sal%as2

<s tr:s .icaram a'ra ados assim &or muito tem&o >n-uanto isso, la os de amor osen%ol%iam com&letamente, agindo como um '6lsamo di%ino -ue acalma%a suas almas ecura%a todas as .eridas de seus cora es atormentados

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5amos &ara casa2 ele disse, &or .im, dominado &ela emo o ;or 'ai?o de seurelu*ente elmo negro, l6grimas de al+%io e .elicidade 'an/a%am seu rosto de guerreiro

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Capítulo XXI

A&ós a-uele terr+%el con.ronto na .loresta, a &a* %oltou a reinar em Ha!"s!ell Guerinrecu&erou se &lenamente do .erimento so.rido e ;eronelle, a&esar do trauma causado &ela&ersegui o, aos &oucos %oltou a ser a menina alegre e tra%essa de sem&re

A %erdade so're &adre Gregor# %eio B tona, causando um enorme esc@ndalo na corte e noalto clero da Igre a, -ue aca'ou re%ertendo a .a%or de Matilde

Alain re%elou a todos a %erdadeira identidade de $laire, declarando -ue ela arriscara a&ró&ria %ida &ara sal%ar ;eronelle No entanto te%e o 'om senso de ocultar os reais moti%os-ue a trou?eram a seu castelo Eemia -ue Matilde, em um acesso de cólera, condenasse Bmorte a mul/er -ue ousara &artici&ar de um &lano contra a %ida do &ró&rio .il/o < .ato de$laire ter se arre&endido e au?iliado na ca&tura dos mal.eitores seria irrele%ante &ara a%ingati%a im&eratri*

No in+cio, os moradores de Ha!"s!ell ac/aram estran/o -ue a ser%a inglesa .osse umano're normanda $laire, no entanto, 6 con-uistara o res&eito de todos com seu eito meigo ees&ont@neo, de modo -ue &assou a ser ainda mais admirada &or sua %alentia

As crian as, cu os cora es 6 &ertenciam a $laire, ac/aram a-uela /istória em&olgante,digna de um conto de .adas Mas, Bs %e*es, ainda a c/ama%am de Haesel &or engano =osseser%a ou no're, nada iria alterar o amor -ue sentiam &or ela, sua no%a m e, tal%e* a &rimeira&essoa -ue realmente esta%a desem&en/ando essa .un o

Dessa .orma, assim -ue o no%o &adre c/egou ao castelo, Alain de Ha!"s!ell tornou lad#$laire de $o%erl# sua leg+tima es&osa &erante as leis da Igre a >, Deus n o tardou a a'en oaressa uni o, &lantando uma semente di%ina no %entre da noi%a

A no're*a, entretanto, n o com&artil/a%a da mesma .elicidade dos noi%os e do &o%o deHa!"s!ell &or esse casamento A.inal, trata%a se da uni o entre um &oderoso aliado deMatilde e a so'rin/a de lorde Hardouin d >%reu?, o mais temido de.ensor de >ste% o Eoda%ia,como a Inglaterra en.rentasse um &er+odo de 'atal/as intensas, &assaram se -uase tr:s mesessem -ue nen/uma das duas alas se mani.estasse o.icialmente so're essa uni o

=oram dias de incerte*a e de medo &ara $laire Eemia -ue um dos gru&os, sen o am'os,e?igisse o .im desse matrim nio ;oderiam conseguir -ue a Igre a anulasse o casamento, ouent o marc/ar &ara Ha!"s!ell com seus e?7rcitos, o'rigando o 'ar o a re&udiar a es&osa >m-ual-uer uma das /i&óteses, tin/a certe*a de -ue Alain n o iria ceder >ntretanto, em'orae%itasse comentar esse assunto com ele, amais iria &ermitir -ue sua .elicidade custasse a dore a destrui o do &o%o &artiria &ara 'em longe se /ou%esse -ual-uer amea a de guerra &orsua causa

>m uma 'ela tarde de outono, $laire col/ia ma s com ;eronelle e Guerin, -uando sentiu-ue a-uele im&asse en.im esta%a &restes a ser resol%ido

Alain %eio encontr6 los, tra*endo algumas cartas &resas ao cintur o >m'ora 'rincasse comos .il/os, $laire &odia %er claramente -ue algo o &reocu&a%a, &or tr6s da-uela m6scara dealegria

N o /a%ia mais nen/um segredos entre os dois e esta%am em tal sintonia, -ue eramca&a*es de &erce'er e inter&retar a mais sutil altera o .ision mica no &arceiro

Eemos -ue con%ersar Alain anunciou, logo con.irmando as sus&eitas da es&osa

Aca'ei de rece'er uma carta de Matilde Do -ue se trata3 -uis sa'er, sem ocultar sua agonia>le sorriu, tentando tran- ili*6 la N o se a.li a, min/a -uerida >st6 tudo 'em>nt o, dei?ando as crian as so' os cuidados da no%a ama, os dois seguiram &ara o ardim Leia %oc: mesma disse, entregando l/e uma carta com o sinete do acro Im&7rio$om m os tr:mulas e %o* oscilante, $laire come ou a ler a mensagem da im&eratri*

<9ara Alain, bar3o de %a&' &ell, e ua e po a, lady *laire de *overlySauda-=e

$nt3o, milorde, re@eitou o ca amento com Simone de LEAige, que empenhei+me em arran@ar+lhe, para .a/er ua pr7pria e colha! 2al ou adia de agradou+me terrivelmente! *ontudo, devoadmitir, n3o .iquei urpre a com ua atitudeCe de a "poca em que .reqFentava minha corte, @á demon trava n3o er o tipo de homemque e dei(a dominar por nada ou por ningu"m 6o ta de trilhar eu pr7prio caminho, meucaro bar3o! 2alve/ e@a i o o que eu mai admire em ua pe oa Aliá , into que o pequeno

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6uerin herdou e a ua me ma determina-3o, ou devo denominá+la imple mente deteimo ia?

Ce qualquer .orma, quanto ao .uturo do garoto, re olvi dei(á+lo livre para e colher eude tino Se 6uerin de e@a eguir ua voca-3o religio a, que a im e@a!

Surpre o com minha deci 3o?2alve/ a maturidade e te@a amolecendo um pouco meu cora-3o in.le(8vel, meu caro Alain

A.inal, " muito tri te ver parte da Inglaterra mergulhada em angue e de trui-3o

Gem, voltando a tratar de eu matrim:nio, dou+lhe minha aprova-3o *omo n3o podemo prever de que modo e a di puta irá terminar, pode er um ato de prud ncia po uir la-o.amiliare t3o 8ntimo com no o rivai

#uanto a lorde %ardouin, conde d $vreu( e duque de 2re ham, tio de ua e po a, devoin.ormar+lhe que n3o preci amo mai no preocupar com ua armadilha e rede dee pionagem $le .oi morto em )ottingham, quando Hoger de 6louce ter, no o aliado, itiou acidade

Sincero voto de pa/ e harmonia para voc e ua e po aMatilde, imperatri/ do Sacro+Imp"rio e rainha da Inglaterra B

N o acredito Hardouin est6 morto2 $laire murmurou, meio at nita e ali%iadaDe .orma alguma, &oderia lamentar a-uela morte, n o a&enas &elo mal -ue o tio l/e

causara, mas tam'7m &or todas as atrocidades -ue ele in.ligira a mil/ares de &essoas Ao

mesmo tem&o, sua consci:ncia crist n o l/e &ermitia .icar .eli* com a desgra a al/eia,mesmo tratando se de algu7m t o desumano como Hardouin ue Deus ten/a &iedade de sua alma disse, &or .im, .a*endo o sinal da cru*Alain deu l/e um .orte a'ra o N o es&era%a uma rea o di.erente de sua -uerida $laire

;or res&eito, em'ora a-uela not+cia o enc/esse de alegria, guardou esses sentimentos &ara si Fem, o -ue me di* da a&ro%a o de Matilde3 indagou, mudando de assunto$laire sorriu e, &or um momento, seu rosto &areceu mais 'ril/ante -ue o &ró&rio sol J mara%il/oso2 At7 &arece um son/o2 Logo em seguida, ar-ueou as so'rancel/as, meio

descon.iada ue estran/o uando c/egou ao &omar, esta%a certa de -ue algo o&reocu&a%a < -ue est6 me escondendo, milorde3

A/, min/a dama da meia noite2 Nada esca&a aos seus ol/os &ers&ica*es2 5e o -ue &odeat7 ler meus &ensamentos2

<ra, n o t o 'em -uanto %oc:, Alain2<s dois riram, em deliciosa cum&licidade >nt o ele tirou outra carta do cinto, entregando a&ara $laire >sta mensagem aca'ou de c/egar ao castelo $omo esta%a em seu nome, n o tomei a

li'erdade de a'ri laAgradecida, lan ou l/e um ol/ar maroto Realmente a gentile*a e a considera o de Alain

eram -ualidades muito raras, mesmo entre a no're*a A maioria dos /omens n o teria omenor escr9&ulo em a'rir as cartas da es&osa, sendo -ue muitos nem se-uer as entregariam Breal destinat6ria

>m meio B-ueles &ensamentos, toda sua alegria se trans.ormou em uma e?&ress o de&a%or, assim -ue &artiu o lacre

</, c7us2 J de Ne%ille2 Agora -ue Hardouin est6 morto, ser6 -ue meu irm o resol%eule%ar adiante a %ingan a de nosso tio contra mim3 A.astou a carta, a&ertando a de encontroao &eito, a.lita N o ten/o coragem &ara continuar a leitura

Alain &assou o 'ra o em torno dos om'ros de $laire, demonstrando -ue amais a dei?ariadesam&arada

e a o -ue .or, min/a -uerida ó ter6 &a* de&ois de tomar ci:ncia do conte9do dessamensagem ;rocurando descontra+ la, 'rincouC Al7m do mais, onde est6 a mul/er cora osa&or -uem me a&ai?onei3

>la deu um sorriso %acilante, es'an ando c/arme em dar aten o Bs 'atidasdescom&assadas de seu cora o, &assou a ler o te?to em %o* altaC

<9ara minha irm3, lady *laire de *overly e, de agora em diante, barone a de %a&' &ell

*ongratula-=e por eu ca amento com lorde AlainCe de que no o tio morreu, venho .a/endo um pro.undo e(ame em minha con ci ncia

oc me ma can ou de me di/er que eu preci ava pen ar e agir por conta pr7pria, ignorando ain.lu ncia ne.a ta de %ardouin ou de qualquer outro nobre podero o 9oi bem, en.im, re olvieguir eu con elho, irm3

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Heconhe-o que .alhei ao permitir que %ardouin a obriga e a participar daquele e quema7rdido e pe-o que me perdoe por i o 2amb"m devo con.e ar+lhe que n3o quero alimentarnenhuma inimi/ade entre n7 , *laire In.eli/mente, n3o poderemo manter um relacionamentomai e treito at" que a guerra termine, poi continuo leal cau a do rei $ tev3o *ontudoaguardo, an io o, o dia em que a pa/ volte a reinar na Inglaterra e po amo iniciar um novorelacionamento como irm3o , ba eado em amor e con.ian-a

#ue Ceu aben-oe eu ca amento

Lorde )eville de *overly B $laire sus&irou, com&letamente &er&le?a Nen/uma atitude de Ne%ille &oderia me sur&reender tanto2 s %e*es, sinto -ue ele muda

de o&ini o ao sa'or do %ento Eal%e* esse se a seu &onto em comum com o rei >ste% o Alain comentou, aludindo ao

tem&eramento %ol9%el do monarca im, mas nosso amor amais .icar6 B merc: do %ento inconstante 7 sólido como uma

&edra &reciosa2 con.essou, com o ol/ar trans'ordando de &ai? oem encontrar &ala%ras -ue e?&rimissem a grandiosidade de seu amor &or $laire, Alain

&re.eriu se e?&ressar com um 'ei o longo e im&etuoso