111

18
Observação e Classificação de indivíduos de Drosophila Melanogaster Giovanni Alessandro Begossi Iana Ciara Santos de Albuquerque João Pedro Lobo Antunes Mara Cristiane Ferreira de Oliveira Ruan Garcia de Medeiros

Upload: ladymdark-mistery

Post on 09-Aug-2015

124 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 111

Observação e Classificação de indivíduos de

Drosophila Melanogaster

Giovanni Alessandro Begossi

Iana Ciara Santos de Albuquerque

João Pedro Lobo Antunes

Mara Cristiane Ferreira de Oliveira

Ruan Garcia de Medeiros

Natal/RN

2013

Page 2: 111

Giovanni Alessandro Begossi

Iana Ciara Santos de Albuquerque

João Pedro Lobo Antunes

Mara Cristiane Ferreira de Oliveira

Ruan Garcia de Medeiros

Observação e Classificação de indivíduos de

Drosophila Melanogaster

Trabalho apresentado à disciplina de

Biologia do IFRN Campus Natal-Zona Norte,

ministrada pelo professor Doutor Neyvan Renato

Rodrigues, para efeito de avaliação.

Natal/RN

2013

Page 3: 111

Sumário

1. Introdução.........................................................................................................................................4

2. Materiais e métodos..........................................................................................................................5

3. Introdução Teórica............................................................................................................................6

3.1 Definição de Organismo Modelo:....................................................................................................6

3.2 Estudo da Drosophila........................................................................................................................6

3.2.1 Importância da Drosophila...............................................................................................................6

3.2.2 Diferenças entre Machos e Fêmeas..................................................................................................7

3.2.3 Genética da Drosophila....................................................................................................................8

3.2.4 Mutações...........................................................................................................................................8

4. Prática laboratorial..........................................................................................................................10

4.1 Zaprionus........................................................................................................................................10

4.2 Drosophila Drosophila Imigrans....................................................................................................10

4.3 D. Sophopora Melanogaster (selvagem)........................................................................................11

4.4 Ebony White...................................................................................................................................11

4.5 Yellow............................................................................................................................................12

4.6 Yellow White..................................................................................................................................12

4.7 Sépia...............................................................................................................................................13

4.8 Vestigial..........................................................................................................................................13

5. Considerações Finais......................................................................................................................14

6. Referências.....................................................................................................................................15

Page 4: 111

1. Introdução

O presente documento é um registro referente à aula prática do dia 22 de janeiro de 2013, na qual o

grupo observou e classificou indivíduos de Drosophila Melanogaster de uma mesma linhagem de modo a

compreender melhor os conhecimentos teóricos relacionados com a transmissão das suas características

hereditárias à descendência.

O experimento se deu sob a supervisão dos professores Doutores Neyvan Renato Rodrigues e José

Ferreira dos Santos, no laboratório de química e biologia do IFRN campus Natal – Zona Norte.

A aula, que logrou reunir teoria e prática, veio para fazer o fechamento do estudo de genética do 3º

de Informática, de modo que os alunos pudessem visualizar o conteúdo estudado no primeiro semestre do

ano letivo de 2012 aplicado de modo prático com o auxílio do objeto de estudo do professor Dr. José Ferreira

dos Santos da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), a mosca Drosophila melagogaster.

Página | 4

Page 5: 111

2. Materiais e métodos

No dia 22 de Janeiro desse ano, a turma no terceiro ano de informática, participou de uma aula

prática coordenada pelo professor Dr. José Ferreira, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na

qual foram mostradas as diferenças genotípicas e fenotípicas entre moscas do gênero Drosophila, cuja

espécie Drosophila Melanogaster fora a primeira dos organismos complexos a ser usada como modelo para

estudos genéticos. Para a prática, o professor trouxe organismos de sua própria criação, para a exposição em

sala e posterior discussão.

Para observação das moscas, utilizou-se de uma lupa do próprio laboratório de Biologia e Química,

cuja lente tinha poder de ampliação de até quatro vezes. A maioria dos espécimes fora trazida com vida para

o IFRN campus Natal - Zona Norte, e para realizar-se a sua observação, foi necessário que o professor Dr.

Ferreira as asfixiasse com álcool. A partir de então, fez-se a observação das características fenotípicas dos

espécimes, aplicando a elas os conhecimentos obtidos sobre a genética, leis de Mendel, dominância de um

gene, e mutação; além de outros.

Página | 5

Page 6: 111

3. Introdução Teórica

3.1 Definição de Organismo Modelo:

Para compreender-se a importância da Drosophila, faz-se necessário uma breve conceituação

do viria a ser um “organismo modelo”. Entende-se, pois, por organismo modelo aquele que têm

singular importância para determinado estudo. Geralmente, escolhem-se como organismos modelos

àqueles que possuem características que se adaptam bem aos estudos de um pesquisador, sendo ainda

mais simples para estudos por diversas outras peculiaridades. Usa-se, então, um organismo modelo

por este apresentar o melhor 'custo benefício' em relação a outros seres. Muitas vezes, toma-se como

organismo modelo aquele com o maior número de características interessantes e compatíveis para os

objetivos do estudo.

3.2 Estudo da Drosophila

A Drosophila Melanogaster foi primeiro organismo complexo a virar Organismo Modelo de

estudos genéticos, devido à facilidade na manutenção dos cultivos, reprodução das espécies e ao fato

de que seu genoma já foi completamente sequenciado. Os seus estudos foram aprofundados e

ganharam importância partir de 1910, com Thomas Morgan, embriologista da Universidade de

Colúmbia (NY – EUA), que, em 1933 acabou ganhando o prêmio Nobel por seus estudos.

O gênero Drosophila pertence ao filo Artropoda, à classe Insecta e à ordem Diptera. A

espécie que foi estudada, Drosophila Melanogaster, é um organismo holometabólico, ou seja, tem

metamorfose completa – com ovo, larva, pupa e inseto – e tem por sua vez o corpo dividido em

cabeça, tórax e abdome. A espécie possui, também, três pares de patas na região do tórax.

3.2.1 Importância da Drosophila

Além dos pontos já mencionados anteriormente, as drosófilas são excelentes para o

estudo de genética pela fácil observação. Estas moscas possuem um ciclo de vida curto (cerca de

30 dias), porém, durante a vida, reproduzem-se o suficiente para que sejam geradas novas

linhagens, o que é excelente para a observação e comparação de várias gerações, num curto

período de tempo. Afinal, são cerca de 30 gerações por ano, cerca de mil novos ovos cada. Além

disso, é fácil distinguir os machos das fêmeas, o espaço que ocupam é pequeno, o custo para

mantê-las é baixo e, o que é mais importante, as moscas do gênero Drosophila têm uma

organização genômica semelhante aos dos seres humanos. Vera Valente (UFRS), em suas

Página | 6

Page 7: 111

pesquisas sobre este gênero, diz que “A drosófila é um organismo-modelo e é muito mais

próxima dos humanos do que se pensava antigamente. Tem uma organização genômica muito

sofisticada.”.

3.2.2 Diferenças entre Machos e Fêmeas

Como citado, um dos fatores que influenciam no uso da Drosophila é a diferença notável

entre machos e fêmeas (ver Fig. 1 e Fig. 2), dentre as quais, o professor Dr. Ferreira destacou:

Enquanto nas fêmeas o Tergito (Placa dorsal dos segmentos dos artrópodes) são

separados, nos machos estes são fusionados;

Presença de Ovopositor nas fêmeas;

Nas fêmeas, as asas são mais longas que nos machos;

Tal como os seres humanos, enquanto os machos são heterogaméticos, as fêmeas são

homogaméticas.

Figura 1 – Drosophila Melanogaster macho

Fonte: Slide fornecido pelo professor Dr. José Ferreira dos Santos

Figura 2 – Drosophila Melanogaster fêmea

Página | 7

Page 8: 111

Fonte: Slide fornecido pelo professor Dr. José Ferreira dos Santos

3.2.3 Genética da Drosophila

Para o estudo das moscas, dividem-se seus grupos em Coleções, ou seja, seres da mesma

espécie que possuem características em comum. Depois, comparam-se as observações feitas com

as coleções e com suas linhagens. Linhagens são descendentes de uma determinada Coleção. Por

exemplo, as amostras Ebony White e a Selvagem, de duas coleções diferentes, terão suas

linhagens diferentes, mesmo que ambas pertençam à espécie Drosophila Melanogaster.

Em Drosophila, as características observadas são definidas por vários genes (Poligenia),

entretanto, a herança de cada um destes genes é mendeliana. As características observadas nas

moscas são monogênicas, ou seja: são determinadas por um único par de genes. Obedecendo a

primeira lei de Mendel, que determina que os pares de fatores determinantes (genes) segregam-se

durante a formação dos gametas e que estes não se misturam. Foi através desta observação, que

Mendel propôs a teoria dos genes dominantes (que aparecem em todas as gerações) e genes

recessivos (que não apareceriam necessariamente em todas as gerações). Tais estudos são usados

até hoje, inclusive na observação de Drosophila.

3.2.4 Mutações

Algumas das mais interessantes descobertas no estudo da Drosophila Melanogaster são as

suas mutações, que acontecem quando se cruzam linhagens diferentes. Em laboratório, cientistas

conseguiram moscas com diversos fenótipos diferenciados do seu padrão (selvagem), tais como:

Ebony: corpo preto;

Yellow: corpo amarelo;

Vestigial: asas reduzidas;

White: olhos brancos;

Sépia: olhos quase pretos;

Scarlet: olhos laranja vivo;

Brown: olhos marrons.

Página | 8

Page 9: 111

4. Prática laboratorial

A aula prática se deu a partir da observação das características fenotípicas dos espécimes com a lupa.

O professor Dr. José Ferreira asfixiou as moscas em álcool e as disponibilizou para os alunos, na seguinte

ordem:

4.1 Zaprionus

A primeira mosca a ser observada era uma do gênero Zaprionus. Esta possui listras brancas

ladeadas por linhas pretas (ver Fig. 3).

Figura 3 – Zaprionus

Fonte: http://www.freshfromflorida.com/pi/pest-alerts/zaprionus-indianus.html

4.2 Drosophila Drosophila Imigrans

A segunda pertencia ao gênero Drosophila e subgênero Drosophila Imigrans, possuindo

olhos negros e corpo amarelo (ver Fig. 4).

Figura 4 – D. Drosophila Imigrans

Fonte: http://www.diptera.info/forum/viewthread.php?thread_id=44040&pid=192799

Página | 9

Page 10: 111

4.3 D. Sophopora Melanogaster (selvagem)

O terceiro espécime denominava-se D. Sophopora Melanogaster (ou Drosophila Sophopora

Melanogaster), era selvagem, e considerado como padrão do estudo, sendo também o mais encontrado

na natureza (ver Fig. 5). Alimenta-se de fungos, bactérias, e materiais orgânicos em decomposição.

Figura 5 – D. Sophopora Melanogaster Fonte: http://www.diptera.info/forum/viewthread.php?

thread_id=44040&pid=192799

4.4 Ebony White

A quinta mosca, Ebony White (ver Fig. 6), combina as mutações Ebony (corpo escuro) e

White (olhos brancos).

Figura 6 – Drosophila Melanogaster com mutação do tipo Ebony White (corpo preto e olhos brancos)

Fonte: Slide fornecido pelo professor Dr. José Ferreira dos Santos

Página | 10

Page 11: 111

4.5 Yellow

A mosca Yellow tinha corpo amarelo claro (ver Fig. 7); suas asas eram pequenas em relação

às outras. O fato de suas asas serem menores se dá pelo fato de que a herança da asa da D.

melanogaster é quantitativa, poligênica, ou seja, nas características herdadas, os pares de genes

envolvidos determinam variações gradativas, onde se manifestam com efeito aditivo.

Na observação do sexto espécime, o professor solicitou para que se fizesse uma comparação

de sua cor dos olhos, então se concluiu que este se diferenciava por possuir os olhos de cor sépia, cor

responsável por sua denominação.

Figura 7 – Yellow (corpo amarelo claro)

Fonte: http://biocientistas.blogspot.com.br/2007/12/drosophilas-melanogaster.html

4.6 Yellow White

A sexta mosca observada, Yellow White (ver Fig. 8), apresentava corpo de cor amarelo-claro

e olhos brancos. Essas características são derivadas por determinações de origem poligênica.

Figura 8 – Yellow White (corpo amarelo claro e olhos brancos)

Fonte: http://biocientistas.blogspot.com.br/2007/12/drosophilas-melanogaster.html

Página | 11

Page 12: 111

4.7 Sépia

A sétima mosca observada, Sépia (ver Fig. 9), apresentava corpo de cor amarelo-claro e

olhos marrom-escuro. Na mosca observada, o caráter diferenciado da Selvagem era apenas a mutação

na cor dos olhos. Sendo possível observar a presença de um tipo de mutação isoladamente.

Figura 9 – Sépia

Fonte: http://www.kelvin.com/Merchant2/merchant.mv?Screen=PROD&Product_Code=860066

4.8 Vestigial

Por fim, a última mosca observada denominava-se vestigial, por possuir minúsculas asas, o

que impossibilitava o voo da mesma (ver Fig. 10).

Figura 10 – Vestigial (asas curtas)

Fonte: http://biocientistas.blogspot.com.br/2007/12/drosophilas-melanogaster.html

Página | 12

Page 13: 111

5. Considerações Finais

A aula prática decorreu sem quaisquer tipo de problemas e o grupo entende que os objetivos iniciais

foram cumpridos. As características morfológicas de Drosophila Melanogaster são bastante evidentes à lupa,

o que permitiu obter os resultados pretendidos.

Na verdade, toda a atividade permitiu conhecer melhor a Drosophila Melanogaster, que tem grande

relevância nos estudos da Genética, assim como as suas técnicas de manipulação laboratorial, que não

apresentaram quaisquer dificuldades. Além disso, tendo em conta a sua importância atual e futura, esta

abordagem laboratorial ao modelo animal é um grande contributo para a fomentação do conhecimento

científico adquirido, normalmente, pelos manuais. Magnífico é verificar laboratorialmente dados que, à

partida, não seriam mais do que fundamentos teóricos.

Após esta atividade de familiarização com a espécie, foi possível compreender melhor os

conhecimentos teóricos relacionados com a transmissão das suas características hereditárias à descendência.

A observação de indivíduos de Drosophila é, sem dúvida, o ponto de partida para algo maior.

Destaca-se, por fim, o privilégio que os alunos do 3º ano de Informática puderam gozar a partir do

momento que lhes é trazido um professor Doutor especializado para lhes propiciar uma vivência que muitas

vezes não se tem nem mesmo na Universidade.

Página | 13

Page 14: 111

6. Referências

EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES E SELEÇÃO NATURAL. Disponível em:

<http://www.algosobre.com.br/biologia/evolucao-das-especies-e-selecao-natural.html> Acessado em 02 de

Fevereiro de 2013.

MOSCA DROSÓFILA TEVE PAPEL FUNDAMENTAL NO ESTUDO DA GENÉTICA. Disponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u447418.shtml> Acessado em 02 de Fevereiro de 2013.

GRUPO DECIFRA O GENOMA DAS 12 ESPÉCIES CONHECIDAS DE DROSÓFILA. Disponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u343827.shtm l > Acessado em 02 de Fevereiro de 2013.

RELATÓRIO I: OBSERVAÇÃO DE INDIVÍDUOS DE DROSOPHILA MELANOGASTER. Disponível

em: <http://www.mokidros.ibmc.up.pt/materiais_grupo_garcia/Relatorio1_Observacao_de_individuos.pdf>

Acessado em 02 de Fevereiro de 2013.

DROSOPHILA. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Drosophila> Acessado em 02 de Fevereiro de

2013.

DROSOPHILAS MELANOGASTER. Disponível em

<http://biocientistas.blogspot.com.br/2007/12/drosophilas-melanogaster.html> Acessado em 02 de Fevereiro

de 2013.

Página | 14