í1111 - bnmemoria.bn.br/pdf/709603/per709603_1868_00004.pdf · 2015. 6. 26. · tes, e-nifim, cia...

4
0 > \ hM%m%m\l\\mmVm\. PAGAKBflTO ADUJITADO. Anno . . 7*000 jSemestre . . -4*000 <-j> *¦* DIRIMI1 li \ í1111 _.«_^*.Stí**/ JOllVtl. Dl PltOVIXCI-t DE SANTA CATHIHIW l Dr. ti. P. Schutfl. r.I_DA(T()].ES PRINCIPAES. ( Ihtcliard L. A. Crespo. Publica «o : A's Quartas-feiras e Sabbados. Annuncio,a linha 10 r$ Numero 4. Desterro 19 tio Sctcinliro «lo iSCS. AnBt 1. i . i i-_c 'II1. " i A Regeneração. Desterro 12 di Setembro dr 1868. A coramoçfio que imprimiu em todo o Paiz a subida ao poder do partido conservador com o Gabinete ltaborahy, alcançou a pobre Pro- vincia de.Santa Catharina, que parecia pre- servada pelo espirito calmo e pacifico de seus habitantes. I* A maneira insólita e offensiva das institui- ções com que se apresentou esse ministério,as medidas de excesso, e discripçao de que se ar- mou, a tropelia com que acossou as Leis, in- Yestindo-o, na phrase do Sr. Zacarias, de Yerdadeia-,dictadura, nao podiam deixar de le- vantar* no Império o clamor geral que se ouve pela imprensa de todas as Cidades, de todas as Provincias. As queixas que cobrem as columnas dos jornaes desta Capital,a leitura do Expediente da Presidência, desde que tomou a adminis- tração, da Provincia o Commendador Couti- tinho, cotejado com as informações que qual- quer cidadfto insuspeito pôde prestar a res- peito dos nomeados e dos dsmittidos, e da eausa desses actos, o procedimento daa auto- ridades, dos chefes de Repartições, dos agen- tes, e-nifim, cia vontade do Governo : mostram , Lem claro quanta fraqueza era a do Gabinete actual, e que medo, ou antes certeza, havia de sua derrota nas urnas, si nao fossem em- pregados os meios violentos de que lançou mtto em tamanha necessidade e apuro. O estado de acabrunharaento e vexame que se nota na população em geral, não é por certo a expressão da alegria, da satisfação que causa uma feliz mudança de cousas na governança do Paiz : é antes o aspecto da re- aignaçfto/que dobra o colo ao poder da força esperando que o direito por sua vez possa go- vernar fazendo respeitar a Lei, distribuindo justiça é promovendo o bem geral do povo, livre e soberano. Nao pôde ser duradoura a dictadura ; seus actos revoltando a rasao e o bom senso, vao cavando sua proxima ruina. A falta de lealdade,mesmo entre si,a triste escolha do pessoal de que lança mao, quer para os cargos publicos,quer para as agencias eleitoraes semi-officiaes, destroem qualquer esperança de garantia (jue o Paiz podesse nu- trir sobre esse ministério. Si a guerra externa trazia contristados os espíritos, _aao havia ainda o aviltamento do povo, e os sacrifícios se faziao custosos, po- rém ennobrecidos pelo amor da pátria, e pelo sagrado dever que faz verter lagrimas, mas lagrimas honrosas. A tristesa hoje é outra, porque o sacrifício também é outro. Nao é mais a pátria que pede ao cidadão o sangue de seus filhos para desaffronta e so- berania da. dignidade nacional; é a pressão arbitraria, é o abuso do poder e da authori- dade, fazendo calar a razfto e a justiça,e for- cando ao sacrifício dos brios, da dignidade, d'aquillo que mais caro preza o filho do Im- nerio da Santa Cruz,—o sacrifício da sua li- berdade, no acto em que mais esplendida ella se manifesta,—na eleiçfto. Que dolorosos pensamentos assaltam os es- piritos sensatos, quando encaram para a ig- norancia, a vileza e o vicio, apoiados na au- thoridadedesenfreando todas ns paixOes me€- qüinhás e sórdidas que açulam contra o mi- soro povo ! E ousarem os seryís escravos da ambição e da dictadura. fallar em liberdade, em pro- gresso, em felicidade ! Atreverem-se a invo- car os priiicipios de nossas santas institui- çoes ! % Cepos, que não querem ver como ellas são despedaçadas : loucos, que revestidos da.s iu- signias respeitadas da authoridade, mostram ao povo a taboa da Lei,esquecendo que ao er- guel-a sobre suas cabeças, caliem-lhe os pe- dacos quebrados pelo abuso e arbitrio ! Na vertigem em que se lançam, não cal- culam, não medem os passos que dão ; desa- fiando o vendaval, soltaram-no da superfície ao fundo do occeano das populações, e não cuidaram que de envolta com a procella se- rão tomados na voragem e precipitados no abysmo profundo donde sãhiram. A queda do ministério está lavrada pelos seus próprios actos ; a perda irremissivel do partido conservador é preparada por seus próprios membros,—e a condemnacão do sys- ma insólito e descommunal de governar pela oppress^o, se erguerá provocada pelas po- lires victimas a elle immoladas, e reforçada pelos incautos e illudidos que serviram a se- mel li ante facção. Em nome das idéas generosas do partido liberal, em nome da razão, da justiça e dos direitos que a Constituição nos outorga, do alto da tribuna da Imprensa, levantamos nosso brado de protesto contra a violência com que foi coagida a maioria do.s habitantes desta Provincia de Santa Catharina no exer- cicio da mais nobre de suas garantias— a li- berdade do voto. Communicado. Os conservadores, esses inculcados partida- rios do Governo, cumprirão a sua promessa. Ameaçarão-nos com espadas, e as espadas apparecerão e facas e rewolvers. Ameaçarão-nos com a perturbação da or- dem, e a ordem foi alterada, aqui em S. José, como em quasi toda a Provincia. Jactarão-se da impunidade, e não consta que a lei tenha tido effectividade para elles. Proclamavão que saltaria© por cima da lei, para conseguir o triumpho; e a lei ahi está espesinhada, desconceituada aos olhos do po- vo, porque o seu inculcado triumpho se ia converter em vergonhosa derrota. Sim vergonhosa; porque, a despeito das ameaças, dos vexames que a titulo de indo- gações policiaes, (que homens !) fissrão soffrer os liberaes, não obstante as transações com os guardas designados, promettendo-se-lhes isempcoes a troco do seu e dos votos dos seus- parentes, a maioria liberal nesta cidade seria o resultado das urnas. nao falíamos nas ameaças de recruta- mento, nos varejos em casas de familias, sa- be-o a authoridade superior, e ninguém afiir- mará que o sabe. Nao fallaremos agora nas promettidas vio- lencias, nos abusos de maiores e mais effica- ses conseqüências, porque os iremos acompa- nhando, para que se desengane a opinião, e se convença do que é moralidade do partido que se diz do Goveeno e até da ordem ! ! Que ironia ! . _> Nem mesmo o sanetuario de Deus foi aca- tado pelo Delegado desta Cidade, homem sem capacidade e moderação para um cargo tfto delicado e importante nesta epocha. O processo eleitoral corria calmo ; nenhu- ma reclamação, nenhum protesto. O partido que se diz do Governo,estava an- cioso, contrariado por isso. tinhão em sua companhia um Juiz de Paz Conrado, de Santo Amaro, para com elle fa- zerem o que depois fizeram, contando que o Governo da Provincia sanecionaria a mons- truosidade eleitoral, que tinham architectado como a mais perfeita de todas as tricas passa- das e futuras, em negócios eleitoraes. Era o meio de encobrir a sua fraqueza e os extremos se pozeram em pratica. _Vs 5 horas da tarde tinham os conserva- dores uma maioria de 10 votos, mas eram es- gotadoa os seus votantes, e os liberaes tinham ainda grande votação fora. A derrota era um espectro,depois de tantas tropelias, depois das escandalosas transacções com os designados, que nfto poucos votos nos custaram. A policia estava prompta, as ordens dadas, o signal convencionado. À mesa recusou um phosphoro que vinha pelos conservadores, para fazer o incêndio. O Sr. Ferreira, que marcava as entradas, foi o primeiro que appellou para a turma dos seus, etodos,una você, disseram em alarido,é este o próprio, cujo nome chamou a mesa. O Sr. Gaspar deu um murro na mesa, e disse, branco como um cadáver, ha de votar por força. O Presidente com a calma e dignidade que a todos admirou, respondeo: por força, não não ha de votar. * Retira-se o Sr. Gaspar e apparece um heróc digno de Esôpo, e também de eternas lumi- nanás. O Delegado de Policia, desejava dar copia de sua grandesa. E porque a nao daria ? Grita á policia e os guardas nacionaes ar- mados, que avançassem, e a força de espadas em punho, cerca a meza, ameaçando os me- sarios. E o Sr. Zeferino apita, declara que o recu- sado votaria â força, insulta o Juiz de Paz, que era desarmado, mas cujo vulto destaca- va-sè calmo e heróico reclamando ordem,con- tra a desordem que promovia o delegado de Policia. Então o entervello começou; da tur- ma do Delegado vio-se o luzir das facas e o reflexo dos revolwers. No meio do tumultuar dos homens, a voz do Delegado sobresahia, nao para impor a sua authoridade a bem da ordem,mas paraprecitar os desacatos, e Deos sabe, se o morticínio. Então um caboclo que ha muito acompanha o Tenente-Coronel Gaspar, um homem sus- peito de crimes, com os olhos esgaseados, fa- ces patibulares, atirou-se ao Juiz de Paz. E' voz publica que ia armado de uma im- mensa faca. quiz Deos porém qne o Templo nao ficasse polluto,[Elle velou o Pae de Fami- lia que todos respeitao e venerao. Seria ura assassinato, calculado, premedi- tado, para livrar os conservadores da legiti- ma e vasta influencia do Juiz de Paz Lemos ? E, se esse homem suspeito, que nao reside \ em S. José, que nao é votante nem aqui co- nhecido, esteve sempre perto da Mesa, qual o seu fim ? Qne interesse próprio ahi o con- servou ?

Upload: others

Post on 14-Sep-2020

4 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: í1111 - BNmemoria.bn.br/pdf/709603/per709603_1868_00004.pdf · 2015. 6. 26. · tes, e-nifim, cia vontade do Governo : mostram, Lem claro quanta fraqueza era a do Gabinete actual,

0

>

\

hM%m%m\l\\mmVm\.

PAGAKBflTO ADUJITADO.

Anno . . 7*000jSemestre . . -4*000

<-j> *¦*

DIRIMI1 li \ í1111_.«_^*.Stí** /

JOllVtl. Dl PltOVIXCI-t DE SANTA CATHIHIW

l Dr. ti. P. Schutfl.r.I_DA(T()].ES PRINCIPAES.

( Ihtcliard L. A. Crespo.

Publica «o :A's Quartas-feiras e

Sabbados.Annuncio,a linha 10 r$

Numero 4. Desterro 19 tio Sctcinliro «lo iSCS. AnBt 1.

i . i i-_c'II1. " i

A Regeneração.

Desterro 12 di Setembro dr 1868.

A coramoçfio que imprimiu em todo o Paiza subida ao poder do partido conservador como Gabinete ltaborahy, alcançou a pobre Pro-vincia de.Santa Catharina, que parecia pre-servada pelo espirito calmo e pacifico de seushabitantes.I* A maneira insólita e offensiva das institui-ções com que se apresentou esse ministério,asmedidas de excesso, e discripçao de que se ar-mou, a tropelia com que acossou as Leis, in-Yestindo-o, na phrase do Sr. Zacarias, deYerdadeia-,dictadura, nao podiam deixar de le-vantar* no Império o clamor geral que se ouvepela imprensa de todas as Cidades, de todasas Provincias.

As queixas que cobrem as columnas dosjornaes desta Capital,a leitura do Expedienteda Presidência, desde que tomou a adminis-tração, da Provincia o Commendador Couti-tinho, cotejado com as informações que qual-quer cidadfto insuspeito pôde prestar a res-peito dos nomeados e dos dsmittidos, e daeausa desses actos, o procedimento daa auto-ridades, dos chefes de Repartições, dos agen-tes, e-nifim, cia vontade do Governo : mostram

, Lem claro quanta fraqueza era a do Gabineteactual, e que medo, ou antes certeza, haviade sua derrota nas urnas, si nao fossem em-

pregados os meios violentos de que lançoumtto em tamanha necessidade e apuro.

O estado de acabrunharaento e vexame quese nota na população em geral, não é porcerto a expressão da alegria, da satisfaçãoque causa uma feliz mudança de cousas nagovernança do Paiz : é antes o aspecto da re-aignaçfto/que dobra o colo ao poder da forçaesperando que o direito por sua vez possa go-vernar fazendo respeitar a Lei, distribuindojustiça é promovendo o bem geral do povo,livre e soberano.

Nao pôde ser duradoura a dictadura ; seusactos revoltando a rasao e o bom senso, vaocavando sua proxima ruina.

A falta de lealdade,mesmo entre si,a tristeescolha do pessoal de que lança mao, querpara os cargos publicos,quer para as agenciaseleitoraes semi-officiaes, destroem qualqueresperança de garantia (jue o Paiz podesse nu-trir sobre esse ministério.

Si a guerra externa trazia contristados osespíritos, _aao havia ainda o aviltamento dopovo, e os sacrifícios se faziao custosos, po-rém ennobrecidos pelo amor da pátria, e pelosagrado dever que faz verter lagrimas, maslagrimas honrosas.

A tristesa hoje é outra, porque o sacrifíciotambém é outro.

Nao é mais a pátria que pede ao cidadão osangue de seus filhos para desaffronta e so-berania da. dignidade nacional; é a pressãoarbitraria, é o abuso do poder e da authori-dade, fazendo calar a razfto e a justiça,e for-cando ao sacrifício dos brios, da dignidade,d'aquillo que mais caro preza o filho do Im-nerio da Santa Cruz,—o sacrifício da sua li-berdade, no acto em que mais esplendida ellase manifesta,—na eleiçfto.

Que dolorosos pensamentos assaltam os es-

piritos sensatos, quando encaram para a ig-norancia, a vileza e o vicio, apoiados na au-thoridadedesenfreando todas ns paixOes me€-

qüinhás e sórdidas que açulam contra o mi-soro povo !

E ousarem os seryís escravos da ambição eda dictadura. fallar em liberdade, em pro-gresso, em felicidade ! Atreverem-se a invo-car os priiicipios de nossas santas institui-çoes ! %

Cepos, que não querem ver como ellas sãodespedaçadas : loucos, que revestidos da.s iu-signias respeitadas da authoridade, mostramao povo a taboa da Lei,esquecendo que ao er-guel-a sobre suas cabeças, caliem-lhe os pe-dacos quebrados pelo abuso e arbitrio !

Na vertigem em que se lançam, não cal-culam, não medem os passos que dão ; desa-fiando o vendaval, soltaram-no da superfícieao fundo do occeano das populações, e nãocuidaram que de envolta com a procella se-rão tomados na voragem e precipitados noabysmo profundo donde sãhiram.

A queda do ministério está lavrada pelosseus próprios actos ; a perda irremissivel dopartido conservador é preparada por seuspróprios membros,—e a condemnacão do sys-ma insólito e descommunal de governar pelaoppress^o, se erguerá provocada pelas po-lires victimas a elle immoladas, e reforçadapelos incautos e illudidos que serviram a se-mel li ante facção.

Em nome das idéas generosas do partidoliberal, em nome da razão, da justiça e dosdireitos que a Constituição nos outorga, doalto da tribuna da Imprensa, levantamosnosso brado de protesto contra a violênciacom que foi coagida a maioria do.s habitantesdesta Provincia de Santa Catharina no exer-cicio da mais nobre de suas garantias— a li-berdade do voto.

Communicado.

Os conservadores, esses inculcados partida-rios do Governo, cumprirão a sua promessa.Ameaçarão-nos com espadas, e as espadasapparecerão e facas e rewolvers.

Ameaçarão-nos com a perturbação da or-dem, e a ordem foi alterada, aqui em S. José,como em quasi toda a Provincia.

Jactarão-se da impunidade, e não constaque a lei tenha tido effectividade para elles.

Proclamavão que saltaria© por cima da lei,para conseguir o triumpho; e a lei ahi estáespesinhada, desconceituada aos olhos do po-vo, porque o seu inculcado triumpho se iaconverter em vergonhosa derrota.

Sim vergonhosa; porque, a despeito dasameaças, dos vexames que a titulo de indo-gações policiaes, (que homens !) fissrão soffreros liberaes, não obstante as transações comos guardas designados, promettendo-se-lhesisempcoes a troco do seu e dos votos dos seus-parentes, a maioria liberal nesta cidade seriao resultado das urnas.

Já nao falíamos nas ameaças de recruta-mento, nos varejos em casas de familias, sa-be-o a authoridade superior, e ninguém afiir-mará que o sabe.

Nao fallaremos agora nas promettidas vio-lencias, nos abusos de maiores e mais effica-ses conseqüências, porque os iremos acompa-nhando, para que se desengane a opinião, ese convença do que é moralidade do partidoque se diz do Goveeno e até da ordem ! !

Que ironia ! .

_>

Nem mesmo o sanetuario de Deus foi aca-tado pelo Delegado desta Cidade, homem semcapacidade e moderação para um cargo tftodelicado e importante nesta epocha.

O processo eleitoral corria calmo ; nenhu-ma reclamação, nenhum protesto.

O partido que se diz do Governo,estava an-cioso, contrariado por isso.

Já tinhão em sua companhia um Juiz de PazConrado, de Santo Amaro, para com elle fa-zerem o que depois fizeram, contando que oGoverno da Provincia sanecionaria a mons-truosidade eleitoral, que tinham architectadocomo a mais perfeita de todas as tricas passa-das e futuras, em negócios eleitoraes.

Era o meio de encobrir a sua fraqueza e osextremos se pozeram em pratica.

_Vs 5 horas da tarde tinham os conserva-dores uma maioria de 10 votos, mas eram es-gotadoa os seus votantes, e os liberaes tinhamainda grande votação fora.

A derrota era um espectro,depois de tantastropelias, depois das escandalosas transacçõescom os designados, que nfto poucos votos noscustaram.

A policia estava prompta, as ordens dadas,o signal convencionado.

À mesa recusou um phosphoro que vinhapelos conservadores, para fazer o incêndio.

O Sr. Ferreira, que marcava as entradas,foi o primeiro que appellou para a turma dosseus, etodos,una você, disseram em alarido,éeste o próprio, cujo nome chamou a mesa.

O Sr. Gaspar deu um murro na mesa, edisse, branco como um cadáver, ha de votarpor força.

O Presidente com a calma e dignidade quea todos admirou, respondeo: por força, nãonão ha de votar.

* Retira-se o Sr. Gaspar e apparece um herócdigno de Esôpo, e também de eternas lumi-nanás.

O Delegado de Policia, desejava dar copiade sua grandesa.

E porque a nao daria ?Grita á policia e os guardas nacionaes ar-

mados, que avançassem, e a força de espadasem punho, cerca a meza, ameaçando os me-sarios.

E o Sr. Zeferino apita, declara que o recu-sado votaria â força, insulta o Juiz de Paz,que era desarmado, mas cujo vulto destaca-va-sè calmo e heróico reclamando ordem,con-tra a desordem que promovia o delegado dePolicia. Então o entervello começou; da tur-ma do Delegado vio-se o luzir das facas e oreflexo dos revolwers. No meio do tumultuardos homens, a voz do Delegado sobresahia,nao para impor a sua authoridade a bem daordem,mas paraprecitar os desacatos, e Deossabe, se o morticínio.

Então um caboclo que ha muito acompanhao Tenente-Coronel Gaspar, um homem sus-

peito de crimes, com os olhos esgaseados, fa-ces patibulares, atirou-se ao Juiz de Paz.

E' voz publica que ia armado de uma im-mensa faca. quiz Deos porém qne o Templonao ficasse polluto,[Elle velou o Pae de Fami-lia que todos respeitao e venerao.

Seria ura assassinato, calculado, premedi-tado, para livrar os conservadores da legiti-ma e vasta influencia do Juiz de Paz Lemos ?

E, se esse homem suspeito, que nao reside \em S. José, que nao é votante nem aqui co-nhecido, esteve sempre perto da Mesa, qualo seu fim ? Qne interesse próprio ahi o con-servou ?

Page 2: í1111 - BNmemoria.bn.br/pdf/709603/per709603_1868_00004.pdf · 2015. 6. 26. · tes, e-nifim, cia vontade do Governo : mostram, Lem claro quanta fraqueza era a do Gabinete actual,

a hegeneràçâo.¦s aãfiife

O Delegado nao seria iniciado no trama, abavel-o como o declara a toz publica %

Porque nao inquerio ello do que fazia essehomem suspeito, e que se diz ser ura crimi-noso, a quem o Juiz de Paz Lemos, quandoDelegado mandou capturar e conseguiu tugira escolta ?

Com authoridade» que tudo sacnhcão aoPartido, o que se pôde esperar ? Sem garan-tias de liberdade, son'i possivel que as não te-nhamos também devida?

Estarão os liberaes fóra da lei, condemna-dos ao extermiuio, elles que ainda hontemerão optimos auxiliares do governo, e ate daconfiança do actual Presidente da Província,

que lhes conhece o prestimo e a dedicação acausa publisa ?

Perca-se embora uma eleição, salve-se po-réra o prestigio da authoridade: salve-se o

principio da ordem, que do contrario, a anar-chia apparccerá.

A mesa parochial, vendo-se insultada pelaauthoridade policial com força armada, tevede abandonar a eleição. <

Era o resultado aguardado pelos conserva-dores, esse o fructo do escândalo com que in-sultárao a Deus em sua magestade, ao povoein sua soberania.

Elles apoderáram-se da urna, livros de ac-tas, listas de chamada etc, etc. Reunem-se,e em pleno templo fazem discursos sacrilegos,e dao vivas ao partido conservador e ao Mo-narcha, a quem acabavam de offender, offen-dendo a Constituição de que éElle o primeiroDefensor.

No dia 8o JuizdePazCamargo,homem sem

jurisdicção nesta Paròchia, assume a Presi-dencia da Mesa que organisa com intrusos, eassim escarnecendo, insultando alei, conti-mia uma [eleição, absolutamente nulla, e taomonstruosa como ,a Mesa intrusa que a com-

põe. . .Dessa Mesa fazem parte o Sr. Ferreira, 4.

Vice-Presidente desta Provincia, o ProfessorPublico Thomaz Xavier, o Tabeiliao Seara eCapUao Constancio. Que juvisperitos,que ho-mens de ordem e autoridades que sao elles !!.

A Mesa intrusa tem funccionado até hoje,recebeu as cédulas que quiz, e faz a apuraçãocomo lhe parece, porque lá nenhum só liberalcompareceu para sanccionar tanta ignorância.

Mas nao... nao é a ignorância, resignam-se a essa imputãção, porque do acto contamtirar proveito.

Apurada a eleição a seu geito, arranjamuma maioria de peso, publicam o resultadono seu jornal,e depois dirão anchos de si e dama obra :

Tínhamos nma maioria Immensa I A vido-ria era nossa decididamente.

Manejo rediculo, por demais conhecido.....Quem provocou o tumulto ? Quem determi-

nou a nullidade da eleição ?Foram os conservadores !Logo, elles receiavam, e assim procederam

para colorir o seu descalabro, para com afalsa apuração illudir o povo.

E quem assim procede pôde ser alliado do

governo ? Pôde ser gente do governo ?O Exm. Sr. Presidente da Provincia será

insensivel,fechará os olhos,a todos estes abu-sos, quando o povo começa a acreditar falsa-mente, que de sua iniciativa sao as ordensneste sentido? Oh!nao,um magistrado recto,nunca consentirá que a sua toga, na cadeiraPresidencial, seja nodoada pelos especulado-res, que aceitao cargos sem habilitações paraexercel-os, pouco se lhes dando de quem osnomeia, com tanto que dêem largas ao seugênio.

O Dr. Juiz Municipal, homem novo na ter-ra, sem politica nesta Provincia, preáencióumuitos dos factos allegados; foi elle quem se

- oppoz aos excessos do Delegado, foi à sua in-terferencia que o conflicto nao attingio asproporções para que fôra arranjado.

O Dr. Juiz Municipal pode prestar a S.Ex. informações precisas.já que a nossa qua-lidade de partidário o inhibe de aceitar todasas nossas asserções.

Esperar é saber... esperemos pois que ve-nha de cima o correctivo ao abuso.

S. José, 9 de Setembro.

Noticiário.

Chegou da corte a 9 do corrente o vaporGuuporé, da carreira.

As noticias mais importantes são de carac-ter politico, dizendo respeito ao movimentoeleitoral quo agita o Império.

Na cOrie parece certo o triumpho do parti-do liberal apesar das violências e ameaças do.sagentes do Coverno. A redacção do Diário doHio quiz impor a chapa conservadora aos seustypographos, mas elles a repelliram e deixa-ram seus lugares preferindo perder o pão afaltar a fé politica.

O Diário Fluminense diz :—" Os artistasempregados nos arsenaes da corte e suas de-pendências, hão de levar às urnas, como ga-rantia da liberdade de voto nas próximaseleições, chapas de carimbo especial. E' essaa resolução do govorno ; e esses pobres ho-mens devem obedecer, porque o imperialismoo quer neste governo de liberdade, e paraque... subsisla a harmmia, santa harmonia ldos brasileiros. ''* Por toda parte é a mesmagente." —Foi removido por Decreto de 29 de Agos-to o Juiz de Direito João Ignacio Silveira daMòttà da Comarca de Jacarehy em S. Paulopara a desta Capital do Desterro.

—Fez-se mercê da serventia vitalicia aJoão Narcizo da Silveira, do officio de parti-dor do termo da Capital desta Provincia ; —e a Francisco Xavier Luiz Buchelê do de es-crivão de brphaos e ausentes do termo de Ita-

jahy.—Foram dispensados os serviços do Bacha-rei Joáo Carlos Greenhalgh ajudante do enge-nheiro Cunha Sampaio incumbido de medirterras devolutas nesta Provincia, sendo no-meado o agrimensor Leão Amoldi para au-xiliar os trabalhos desta commissão.^

—Foi concedida ao Bacharel F? IgnacioWernek a demissão que pedio de Juiz Mu-nicipal e de Orphãos üos termos de S. Miguele Tejucas. í

—Por decreto n. 4232 de 5 de Agosto,publi-cado a 5 de Setembro foi authorisado o mi-nistro da Fazenda,, para emittir no exerciciode 18(58-1869 até a importância de quarentamil contos de réis.'

O effeito que produzio a publicação destedecreto foi prompto e desastroso, segundocartas que tivemos;o cambio desceu e as tran-saçoes commerciaes paralisaram excitandoum pânico terrível na Praça.

Sobre este assumpto, chamamos a attençãodos nossos leitores para a transeripção quefazemos do artigo do Sr. Conselheiro Zactia-rias: a habilidade financeira do Sr. de Itabo-rahy está se patenteando.

—Consta-nos que o Sr. José Maria do Vai-le Junior vai ser apresentado candidato á De-putacao desta Provincia, achando apoio offi-ciai lio Sr. Muritiba, que de nem um modopôde acceitar o Bacharel Galvão, visto comoeste nunca foi conservador, e antes fez-lhesguerra em S. Paulo. Com o Sr. Lamego,quese apresenta só, e o Sr. Luz, e o Sr. Cotrim,que agora parece também resolver-se, saocinco os candidatos do partido conservador.

— No dia 7 do corrente começaram ostra*balhos da eleição para Vereadores e Juizes <icPaz. correndo nesta Capital em paz e socego.Esse-a trabalhos terminaram hontem, e veri-ficando-se o apparecimento de cédulas emmaior numero que o de votantes, foi apresen-tado um protesto por parte do partido liberal,e depois um contraprotesto pelos conservado-res- _ assim acha-se nullificada esta eleiçãopor aquelle vicio que contem.

—Na cidade de S. José igualmente corriamem soeego os trabalhos quando pretendendoalguns individuos violentar a decisão daMesa, forçando-a a aceitar um phosphoro, ca-pitaneados pelo Sr. Gaspar Neves e Delegadode Policia, o Presidente abandonou os traba-lhos que nao podiam continuar assim coagi-dos. Deu parte á Presidência da Provincia quemarcou para o dia 11 do futuro mez de Outu-bro nova eleição naquelle lugar.

Corre por certo que os conservadores ar-raujaram a seu modo um Juiz dc Paz de ou-

tra Freguezia e com elle continuou a apura-ção de votos',

,,«;»

A' Pedidos.ft«Sí?m:#

.'.'A. tU A tu\Mr.

I.'t<Scbii nome.

Questão da G. N. • • $&**$P. — Pode um Official Superior entrar nr

exercicio do cargo sétn apresentar a patentide nomeação ... m

R.—A lei diz que nao,' mas 'óútr&s dizenquesim. . „ . M^^,^^,r^~, ,.

Não os entendo ; a verdade é que ha entrnós caso julgado. , • v !.*,çiça: &

Ave do Gabinete do Dr. Web.— Cuidado conum falcão que appareceu pela Laguna e S.Pedro Apóstolo,fazendo contradançar os pro-fessores. ... . ',

Concurso especial.—Eslá annunciado o daescola do sexo feminino da Cidade da Lagu-na :—irá mesmo a concurso,.... ou já se sabehoje quem é a protegida futura Professora ?Que responda o Sr. Luiz dás artes.

Nomearão acertada.— Gon sintam qué fileesta do noticiário. Quero referir-me á do com-mandante do Deposito da mixambomba. Estn,também seria das taes de inspiração ou de im-posição ? Que me dizem, senhores flo Grêmio?

O Figaro entende que foi das inspiradas,mesmo porque nao ha quem serqueira nomea-do, imposto pelos senhores do armazém daPraça, nem tão pouco quem queira s.ro indi-cador da idéa com receio de alguma esporadado joven tf alio.

Çommandps Superioi-ts extinctffl.[ — Foramcomo taés declarados dous da Pròvinea de...por officio da Preáidéncia, é entretanto o Go-verno Imperial apenas os reuniu.—Tomem notae levem-na de presente ao republicano de '1839. 'i '-cr-, mm fi >>

Ontra curiosidade ria G. N.— Fulano de talque é Capitão,assigna o seu peregrino nome,São Thiago servindo de Mfíjor Ajudante "dé •Ordens. A patente ainda se está fabricandona Secretaria da Justiça.

A[s armas!—A unia corre perigo ; inutili- ^se-se os liberaes aquartelandò-se os seus vo-tantes. E que fal o manejo do homem das bo-tas da Provincia ! Realmente jôjô Carlinhos é,um politico de mão cheia'/'

jV Thesouraria rapasitídür—Oü cofres estftoregorgitando.... de cédulas. Ha tanto dinheiroque até chega para pagar o pret de um bata-lháo aouartelado: e saberá disto o Sr. minis-tro da F izenda ?• • O íí Hn, ¦

I

Volo livre.— Usando do seu direito, Figaroo depositou na urna com receio de ser demittv-do...recrutado... emaw.latlo para o Paraguay.

Viva a Constituição !Uma prisão justa.— Está soffrendo um Offi-

ciai daG. N. porque... adoeceu ! Disto só sevê na Ilha dos raros casos governada pelospintos e leitões.

Revista ad hoc.-— Será verdade que o Gover-nador de certo Porto, na revista geral a queprocedera em ocasião azada,fez um eloqüentediscurso mostrando a razão porque se inte-ressava na condidaturaepois na eleiç,ao,equedisse ser o motivo unico saber quem votavacom elle, tomando os nomes e promettendosua valiosa protecção aos condescendentes, ereservando suas deliberações sobre os íecalci-trantes? Que a isto assistiu certa authoridadepolicial que tem escriptorio de occasiâo noBazar da Praça ?

Qual, Figaro nao cri, — como nfto crê emuns maldizentes que contam certas historiasde pagamentos de expedientes e direitos de prar-ticagem exigidos na China pelo mandarim doPorto, porque isso nada tem que Têr com estaboa terra de christãos e de constitucionaes.

Lógica de....l duzentos.—Sua nobreza o no-bre Senhor do matto-Orande, condecoradocom a ordem do Cordão, dignou-se emfim §a-hir do seuPalacio,e para fins só conhecidos desua alta intenção,convenceu pela força de du-zentos argumentos \im pobre votante doPaiz do Atlas è este teve de mudar dè opiniftoavista da exigência da lógica. Que liberdade !

Candidato pasquineiro.—Conheço um quecm S. Paulo tosquioü alguns conservadores e

Page 3: í1111 - BNmemoria.bn.br/pdf/709603/per709603_1868_00004.pdf · 2015. 6. 26. · tes, e-nifim, cia vontade do Governo : mostram, Lem claro quanta fraqueza era a do Gabinete actual,

A REGENERAÇÃO. 3¦ÍO

entre elles um próprio Exm. actual do Conse-iho. E hoje se apregoa conservador-e pretendea honra de ser apresentado pelo Gabmele: émuito cynismo, Sr. Galvanico.

Está salva a patri*.—O commercio amma-do o cambio alto, apezar do terremoto quehouve na praça do Rio com a emissão de40-000 conto» de réis em papel-moeda. Quegrande quináo levou o Sr. Zacarias!

Cato virgem.— Appareceu na lagoa um |i-tóo a distribuir chapas: e que tal! Até a rarasuina engrossou as fileiras do partido conser-vador. i >-; • * <¦

Anachronismo.- Nflo ha na seguinte no li-cia Dbus cidadãos Lusitanos no anno de I808trepados sobre um banco fizeram sentinella atrabalhos eleitoraes no Brasil !—Miséria !

Prutidigüaçòes do grêmio, — Votantes pro-«ente» 4!,'JCédulas para Vereadores oô 1Ditas para Juizes de Paz 4bb

Total 1,003• Pois, que querem,—si andava o Diabo met-

tido na urna..;.Requerimento especial.—Illm. e Exm. br.—

Diz o Capitão Fulano por seu advogado abaixoassignado, que tendo sido dissolvida a assem-bléa parochial da Freguezia da L...- e n.losendo mais de receiar a presença do Suppli-cante n aquelle lugar» vem pedir a \. bx.que o mande pôr em lil>erdade, e espera queV. Fi„; attendendo nao só a circunstancia ex-posta como tambem k de jà se achar o Sup-

plicante restabelecido da moléstia que ocea-sionoü a sua prisão, deffira o seu pe-dido.-E. RM.

Figaro.

A ettbile da -fLO.OOOsO*©* àe pa-pel-ntoeda.

Publica-o Diário Official de hoje sob n.4232 um decreto de 5 de Agosto ultimo auto-risando o ministro da fazenda a emittir, noexercicio de 1868 a 1869, até a importânciade. 40,000:0008 de papel-moeda.

Nao impugno a medida nem os spus funda-mentos em geral, porque o ministério tran-aacto. tinha prompta, quando se retirou dopoder, uma proposta para apresentar as ca-mardj^pedindo autorisação semelhante.

ffo venho, tao^»ouco exprobrar a alguéma incoherentia com que, chamando nio hamuito tempo a emissão de papel sem autori-sáçad das câmaras roubo, agora nao duvidaemittir larga cópia de papel-moeda sem leique o àutorise.

Tambem nao me excita reparo o facto devir na exposiçfto dt motiros que precede aodecreto, reconhecida pela sabedoria collectivado ministerio, a insuficiência da emissão detitulo» a prazo mais qu menos largo e de va-

Parte Commercial.CÂMBIOS E METAES

Sobre Londres 181/2—OnçasLibras

PREÇOS CORRENTES.Gentrot nacionaet

403000123000

AguardenteAmendoimArrozAssucar brancoDito mascavoArarutaCaféCalCarne seccaCebo coadoCourosCostadinho 20

palmos C. P.Farinha de man-

diocaFavasFeijãoGomaGraxaMilhoMeladoVranchocs de

Medida 400Sacco 3$200

„ 93000Arroba 53500

2*8003J80063000

Moio 243000Arroba

Libra

3300073000

280

5004,S00010S00053800330004S5007,S000

25S0003380073500

320

Duiia 113000 113500

2 alq.'Sacco

»»•»

ArrobaSaccoBarril

238002S800635004f0005|00033000103000

2S8403340073000630007S0003S500

nsooo

Ior fixo para evitar-se o expediente do papel-moeda.

A data do decreto e a de sua publicaçãopodiao desafiar algumas reflexões, que igual-mente omit.to.

Venho somente protestar contra a exposi-çao de motivos na parte em que o ministérioparece lançar a culpa da câmara dos deputa-tios o arbítrio a que recorre, dizendo :

•• O procedimento do eamara dos deputa-dos, recusando-se a decretar os meios de quetao urgentemente se precisa, collocou o go-verno na dolorosa necessidade ou de fazer sus-pender os pagamentos do.s enípenhos contra-hidòs polo Estado e de dissolver immediata-mente a.s forças de terra e mar que estão ope-rando contra"o Paraguay, ou de recorreramedidas qui1 nüo cabem na alçada do poderexecutivo. Nao e preciso, senhor, encareceriis consciências iataes do primeiro arbitrio;o o.s ministros de V. M. Imperial se julgariaomerecedores de execração do Brazil se naotomassem sobre si a responsabilidade do se-gundo..,

])ir_.se-hia que o governo, aterrado com opeso da dictadura que assumira, quer a todotranse nma escusa, e entào nenhuma se lheafigura melhor do que a do procedimento dacâmara, porque assim faz de uma via dousmandados: descarrega parte da responsabili-dade atirando-a sobre outrem, e ceva o seuódio contra os intrusos que por algum tempoexcluirão de suas herdades, por meio de cir-culo de ferro, os respectivos proprietários.

O ministério commette um engano de data:pensa que a dictadura nasceu no dia 17 deJulho com o brioso procedimento da câmaratemporária, quando nasceu no dia 16 com ogabinete.

A dictadura procedeu necessariamente,ine-vitavelmente da assençao do partido conser-vador fora das condições normaes que confe-rem o poder nas monarchias representativas.

Como bem dizia o nobre visconde de S. Vi~cente no senado, era impossivel subir o par-tido conservador ao poder sem- dissolver im-mediatammle a câmara, assumindo com reso-lução e firmeza a dictadura.

Não acreditarão, ou fingirão nao acreditaras advertências do amigo previdente, mas in-suspeito, e inculcando ter meios de subir aopoder sem exercer dictadura,aceitarão as pa.s-tas e apresentárao-se á câmara com palavrassibyllinas que erão uma nova injuria aceres-centada ás innuineras com que incessante-mente a molestavão, palavras sibyllinas comoestas: " as conseqüências deste passo, querseja em um, quer em outro .«sentido, podemser de graves conseqüências para o nosso paize talvez para as nossas instituições. .,

Nao é, pois, ao governo que assiste o di-reito de queixar-se da eamara, como se quei-

cedro Duzia 223000Ditos de canella 248000Ripas Cento 43000Sualho garu-

ba C. P. DuziaTaboado,canel-

Ia de 12pol.de 25 a 30paim. e 3pol. de gros-sura

Toros de cedrode 20 palmosde 15/15

Toros de Ipé eCabrué de 4palmos ljr*14 a 18/

Tapioca ..mVaras . 'Vigas de 25 a

30 palmosde 9/9

Gêneros estrangeiros.Azeite doce Pipa 5803000

xa no periodo acima transcripto. A câmara 6(piem podia dizer e disse h, nação :

" O procedimento do gabinete de 16 de Ju-lho, aceitando o poder nas circunstancias ac-tuaes do paiz, sem ter nesta casa mais de 10votos, em nome de um partido que atacavaconstantemente os brios e até a legitimidadedo ramo popular da legislatura, colloca-o nadura necessidade ou de suspender as leis dahonra e transigir com a violação das regrasdosystema constitucional, ou de usar do expe-cliente extraordinário de recusar-lhe os meiosde que necessita. Nao é preciso encarecerao paiz as conseqüências fataes do primeiroarbitrio: e os vossos immediatos representan-tes se julgariao merecedores da execração doBrazil, se não tomassem sobre si a responsa-bilidade do segundo..,

A dictadura que procura fúteis desculpasd/i indícios de fraqueza.

Z. de Góe.s e Vasconcellos.Rij, 5 de Setembro de 1808.

(Do Jornal do Commercio.)

Sr. Redactor.Para que se veja nesta Provincia o conceito

que póde merecer o actual Gabinete, pedimosa publicidade do seguinte artigo que se lê noJornal do Commercio da Corte.

A. emissão dc papel-moeda.O commercio do Rio de Janeiro ficou hon-

tem espantado lendo o decreto que auto-risa ao »Sr. ministro da fazenda a emittir40,000:0003 de papel moeda.

Ficou espantado, não de ver que o Sr. vis-conde de Itfioorahy via-se forçado a lançarmão do meio tão reprovado pelo seu collegado império na câmara dos deputados na ses-são do anno passado, em vez de enipregar asmedidas então propostas pelo Sr. Paulino.

Nao, não foi isto que espantou os commerciantes desta praça, porque era convicção ge-ral que o unico meio que tinha o governo dehaver recursos era esse — papel-moeda. Oqueporém, indignou a praça, foi saber que haum mez o Sr. visconde deltaborahyjpga.como commercio uma partida, mas partida desi-gual, porque as cartas estavão marcadas porS. Ex. No dia 5 de Agosto assignou-se odecreto que autorisa a emissão de mais40.000:0003 de papel-moeda, mas o Sr. mi-nistro da fazenda guardou-o cuidadosamentena sua gaveta: o ouro baixou, o cambio su-bio, e S. Ex. depois de ter tomado a 300,000lb. ao cambio de 19 e 19 l/8,publica odecre-to justamente um mez depois de assignado,na véspera da sahida de um paquete, paraainda mais perturbar as operações realiza-das e as que ainda o não estavão, com a bai-xa immediata que produziono cambio.

243000253000

43500

83000 93000

Duzia

Um

UmLibraCento

403000

83000

5300050

103000

453000

93000

6300070

113000

Uma 53000 63000

de peixe MedidaBacalháo TinaCerveja DuziaFarinha de tri-

go Barrica

13500223000

83000

650S00013600

253000123000

KeroseneSalVinho tinto

branco«»

38*000 42SQ00

Caixa 203000 243000Alqueire 13300 13500Pipa 2703000 3003000

2903000 3103000Observações.

Das farinhs estão quase completas as en-comendas, devendo ter lugar a baiza logo quoabarrotem os tres navios á que faltam. ^

O feijão sustenta o preço, sendo o fim dacolheita,e deve augmentar devido a procura.

O milho tem de conservar o estado.O arl-oz sustenta-se.A carne secca vae tendo sahida e deve con-

servar os preços : ha pouca em ser.

MOVIMENTO DO PORTO.Entradas.

Do dia 10 de Setembro.Itio de Janeiro.—Brigue nac. Maria Virgínia,

195 tons. M. J. J. da Motta, equip. 5, c.mercadorias da praça.

Cardiff.—Brigue Norte Julie, 256 toni. M. A.F. Ahrens, c. carvão de pedra.

Havana.—Barca hespanhola Rota Carmen.331 tons. M. J. Esbert, c. gêneros do paiz.

Sahidas.Rio Grande.—Dito, dito Cursor, 123 tons. M.

F. S. do Fascimcnto, c. diversas merca-do rias.

Page 4: í1111 - BNmemoria.bn.br/pdf/709603/per709603_1868_00004.pdf · 2015. 6. 26. · tes, e-nifim, cia vontade do Governo : mostram, Lem claro quanta fraqueza era a do Gabinete actual,

A RKf.ENERAÇAO

•^«¦¦"¦'^¦¦¦^¦¦«¦•¦¦¦fM-Jf^BUM'»^! .-

Annuncios,

AO!S PIIARIIACEIJTICOS DA PHO-

VINCIA.¦ > *v

Na loja, rua do Princi pc esquina da doOuvidor n. 32

iJmsovlimentode drogas dc superior qua-Hdude vindas d'Europa, e que se vendem apreços módicos—a saber:

, -.

AUhén. descascadaAconito—DigilalisCarbonato de ferroCitrato de ferroCreosotaEssência de ca nella''•ni!"ridas inteirasJ.is*íonina pura

Medidas desiQs ordom só podem sor tolera-dos sendo oxiu-klas polus circuinstancias ex-traordinariasem que sc acha o paiz, dando-se-lhes a maior publicidade no momento em

que se deita máo dellas.Quem pqdevá iifíinmir que o Sr. Itaboraliy

não tom na sua pasta üm outro decreto paraa emissão de mais sessenta ou sem milhem-tos de papel moeda, de que o paiz só terá co-nhecimento daqui a um, dois, Ires ou seismezes"?

Ninguém contava que oSr.Itaborahyvies-se jogar com a praça do Kio de Janeiro; to-dus esperam de S.Ex. amaiorloaldade,eacre-ditovam que S. Kx. não seria capaz de abu-sar de sua pozicão para jogar com as-medi-' das que pretendo iomiw embaçando 9 commer-cie- e prejudicândo-oseriamente em proveitodo thesouro.

A confiança quo havia no Sr. Itaboraliycomo financeiro desapareceu; já se vo que S.Em. não sahe mais que os seus antecessorese a íinal teve de lançar mão do papol-inoedacom elles, aproveitando-se. porém, dà ocea-sião que lhe offoreceua occultacão da sua me-dida. para lazer as suas operações de cambioom prejuízo do commorcio nacional e estran-

geiro cíesta praça.•f Para isto nao'valia a pena inverter freneti-camente a politica do Krazil o meter o arradopolitico no paiz. •

Rio de Janeira 6 de Setembro de 18G8.

Macclla—SennèSulfato de sodaMagnesia calcinadaOleo de CrotonEssência de mostardaDita dc limãoErgotinaValeria na to de ferro

Aileriaiialo de Zinco Idem de Quininaü$o, e tintura ChloroformioCápsulas dc Cubebas Nit. de prata fundidoLe-itoy legitimo EscamoncadcAleppoDigilalina Sulfato de quininaAloès-ou cezebro Iodurcto de ChumboTarlaro ernelico Iodurcto dc SódioIodurcto de ferro Perchlorurelo dc ferroIdem de Cal Pepsina puraSulfato"de magnesia (sal amargo)Ferro reduzido pelo hydrogenoC.-emor de tarlaro solúvel'¦^slilhas de sãntonina.7§\í\ de louro-cerejoCápsulas de copaibaDita de. oleo dc'BacalháoNitrato de prata crystalizadoVesica torio de Erbi (systema d'Àlbespeyrc)Vinho do Porto quinadoExtractos dc toda qualidadeExtraio de quina c ferroPyrophosphato de ferroExtracto de ferro ammoniacaiTar tra to de ferro e potassaCitlralo de magnesiaHypophosphito de Soda

Rcgcner.*. Catbar.*.

Sessões ordinárias todas as Quartas-feiras pelas 0 lioras da tarde; sessõesmagnas,quando se annunciar.

110ü

A rnrnTH

21 Ilua do Príncipe 21

lia ])ara vender om casa do (iautier & ls-nardv us seguintes objectos de moda muitomodernos o cie muito boíngostò;

Tamandarés de panno preto enfeitados, di-tos de cassimira de,cures, ditos de paiino parainverno muito enfeitados; cache-nez de. lã,lansinhas listradas, mozambique de lã, floresfrancezas. tamandaivs de nobreza preta, capasde nobreza; morim francez. chita em cassade vários padrões, saut-onbarque de nobreza,meias para meninos, chalés de cachemira lí-nos. cansouth branco para vestidos, escoei alina muito largaj mol-mol fino, nobrezas pre-tas de differentes larguras,chitas francezas emmorim, cobertores de lã escuros, colletes parasenhoras, gravatas pata senhoras, ditas parahomens, vestidos de batizado, sapatinhos para"crianças, bonots para meninos, bonets parabatizado, cortes do vestidos finos lustrados,camizas do algodão para homens, saias finasbordadas, camizinhas bordadas, corpinhos desoda finos, rendas francezas de differentes lar-guras, tiras bordadas, entromeios bordados,tiras bordadas largas para saias, lenços hor-dados finos, fitas para enfeites, gregas pretascom vidrilho, ditas de cores com ditos, botõesde diversas qualidades, trancelins, perfuma-rias, canivetes, cintos para senhoras, fivellasdouradas para cintos, brincos preto*, e umagrande quantidade de enfeites para vestidas(jue se vendem por preços muito razoáveis;roupa feita para homons, chapeos de -soldealgodão, c uma grande quantidade de brin-quedos para meninos quo se vendem muitobarato; tozouras finas para bordar, assim comoarmas de fogo, pistolas e revolvers.

TOSda cidade do Desterro para quadros, vende-se na lilográpbia dos Srs. Schwarze &Ro-hlacher, á rua do Principe 11. 10.

DRAMAS.As pessoas amadoras da bella collecçao de

dhalias da chácara do Sr. Oautior, qúe asquizerem obter agora, são rogadas a fazersuas encommendas na mesma chácara, ruade S. Sebastião nl 35;

Preço de dúzia 10$000;

\Wm%

tSsttrz

•/~}j.r*m>53)

smr

ADVOCACIA.

Cândido Gonçalves d'01i-veira, advogado provisiuno-do nos auditórios da Capi-tal n'csta cidade do Desler-ro c da de S. José; oílereceseu prestimo áquelles Srs.que delle precisarem : tratadc causas eiveis, commer-ciaes, e de cobranças queramigáveis, quer judicial-mente, e de ludo niivfc queó próprio de sua proíistó.

mBacharel Luiz Augusto Crespo

Advogado.

i3.—Rua do Imperador—J3.

*

l

VERDADEIRO LE ROÍdt SlGXtRET, Doetenr-Médeeln ' '

Ruo de Soino, 51, à. PARIS.

». ->

"4s, % ^

$ l| T 5 'X k Ir. htns i

X 'Ir ss? i^k • B *m* ' WÚ *\m S3

AíT *mé » «-" u*í ir^

VVVAisSg ¦¦¦¦«'

y V^ ^i. \ ^ B ®m Oi >S" ^

¦•/* j-. /e* >i

q«|•Sil*? ai. 'WÚüX^Gã GUm1! X

filvsaj

, c ;t

m,

tfí\t\ft

nm

Em cada garrafa, rai, entr» a rolha e o |mpel azulque leva o meu tinetc, um rotulo impresso cm ama-rellocom o Sello laráftUL.Do iíuverko riiRui.

/? NB. -BemeU/\s7f ^ tendo^euma lettra

^Jk£rJ'qfSywMx? ie 400 franco» so-"~~* bre Parli, aceitareiDOcrf-MÉOtOltt^ ;. S£g£*

XAROPElf JONIQO REGENERADOR.

DE QUINA E 0E FERRO ;"De

GRIMAULT e C», pharmaceuticos em Paris tDebaixo'ü:úriíá'!òrma lii^jiillâ 6 acra- 1

o tônico pôr excellencia, ie o ferro, um fdos principae»blementoádft|angue. t

Ê adoptado pelos mais celebres medi- Acosd(eHarisparacuraraehlerosis(cores fpallidas), facilitar o desenvolvimento da$( Àmeninas, c dar ao cp'rpof o vigor alterada i

A'Zimm ¦ 'í ' 7-, 7-J *^ JL? *| l,í 1 IU ili* Áou perdido. ,., t ,, * _ tFaz com que desápparecem rápida- |f

menlc as dores do estômago. Ais veiesintoleráveis, causadas pela anemia ou aíeucorrhea, e que ás scnlloríis pacêdemtão á miúdo; regula c facilita' a mens-trüação, e 6 receitado com buccoséo para >>osníçninos,palliodos, lympbaticps.ou* Àcscrolulosos. Emfim, excite o appetite, ^favorece a digestão e convém a todas' as |pessoas cujo sangue está óXTiaífctjo pelo. |s>trabalho, üs doenças, ou as conviiles-cencias prolongadas e difficeis.

Nunca sc fazem esperar .08 ?eus |Abons resultados.

i fílíl Úí) 61 íl '3Deposito no Rió-Janeiro, ft, Chevpl**.

rua do Carmo, 18 D^ em Santa-Catharina,Staiubto setaatel. ' :*v

i>

t*l1

PASTILHAS !e DOSES-MGES'í-deBURIHduM'JSS0.N ;

COM UCTATE DE SODA E MAGNESIAEste excellente medicamento é receitado

pelos mais afam ados nicilicos tia Françacontra a perturbação das funeções digesti-vas do estômago taes que Gatlriles, GatlraX-gias, Ditjestõcs lentas, difíceis oujieniveis, aterupções, énchaçffo do estômago e dot intes-Unos, vômitos depois das comidat, inappe-tencia, emmagrecimento^ ictttieia' branca,doenças do figado t dos rins.

Deposito no Rio-Janciro, _ .rua do Carmo, 18 D; em Santa-Catharinar,fltantfeto sekutel. • ¦

u,i.x±txiixix.x.i*ixii!

ChevoUt, C.rn*i,n*.ft*/r'-wr' ***'•

WtOllÁEBIISSÀ

yiéo?<

I !*

•r tuEscrÍ|iiorio ile Advocacia.

1» Rua (lb1 Vigário. 19

i

O Bacharel Olympio Adolpho deSouza Pitanga- coi)áfl.ú|i a tar sqa cs-;criptorio de Advocacia na easa darua do Vigário n. lD,.onde poderáser procurado todos osdias uteis paranegócios de sua profissão, das í) ho-ras da manhã ás 3. da tarde.

r*u nt,

uvvw

Typ. da a Rcgcucraéfto > — f 89 8