11. participação em rixa

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  • 8/18/2019 11. PARTICIPAÇÃO EM RIXA

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    § 11º — Crime de participação em rixa

    I. — Participação em rixa: divergências jurisprudenciaisCaso nº 1 Crime de participação em rixa — artigo 151. Em Abril, numa discoteca, A envolveu-se em

    desordem com Y e Z, gerente e porteiro da mesma. Num dia de Novembro seguinte, A,acompanhado de um grupo de amigos, entrou em outra discoteca, que era então gerida pelosmesmos Y e Z. Estava j ali algu!m, que comunicou a entrada de A a Z. "abilmente, A #oientão atra$do ao bar. No bar, Z perguntou a A se se lembrava da cena anterior na primeiradiscoteca, altura em que %, que estava escondido, agarrou A e com a ajuda de Z arrastou-o paraa porta de emerg&ncia, empurrando-o para o e'terior. Então, (, empregado do bar, trancou a porta e impediu que os amigos de A a abrissem, por serem essas as ordens que havia. )amb!m por isso, o mesmo ( ordenou a *, seu subordinado, que impedisse qualquer liga+ão tele# nica para o e'terior e este assim #e , quando os amigos de A quiseram servir-se do tele#one. Noe'terior da discoteca, %, Y e Z procuravam sovar o A, des#erindo-lhe murros e pontap!s emv rias partes do corpo, e picando-o v rias ve es com uma navalha. A, que #ora campeão dekickboxing , de#endia-se com denodo. , que entretanto chegara / discoteca, passou tamb!m aagredir A, em conjuga+ão de es#or+os e de inten+0es, mas não conseguindo os quatro agressoresdar conta de A, pu'ou dum rev lver e com ele empunhado procurou intimidar o A, enquantoos restantes continuavam a agredi-lo, mas mesmo assim A não se intimidou e continuou a lutar.

    oi então que Z, j e'austo, tirou o rev lver das mãos de e contra a vontade deste e dosrestantes agressores, com ele disparou um tiro na pessoa de A, atingindo-o de raspão na barriga. oltou a disparar novo tiro, apesar dos es#or+os dos outros por impedi-lo. 2este modo,atingiu A no dorso, onde lhe provocou les0es determinantes de doen+a por 344 dias. A, que aovolante do seu autom vel conseguiu #ugir em busca de socorro, s não morreu por circunst5ncias alheias / vontade de Z. (, logo que tudo terminou, queimou uma camisolaensanguentada, com o intuito de iludir a actividade probat ria das autoridades tendente /

    recolha de ind$cios da responsabilidade dos agressores de A. Z, ao e#ectuar os disparos, admitiua possibilidade de, com algum deles, causar a morte de A, e con#ormou-se com esse resultado., % e Y agiram com o prop sito de maltratar e molestar #isicamente A.

    Z #oi condenado por homic$dio volunt rio na #orma tentada 6artigos 337, 387, 9:7, n7 1, e1817;.V , X e Y por co-autoria de um crime de o#ensas corporais do artigo 1::7.Q pela pr tica de um crime de #avorecimento pessoal 6artigo 8 =upremo 6ac rdão do =)? de 8 de Novembro de 1@@:, ?, 1@@:; entendeu, por maioria,que não houve ri'a. > que houve #oi um acordo inicial e conjuga+ão de es#or+os de X , Y e

    Z para agredirem A, o que #i eram, sendo a sua ac+ão complementada pela adesão deV /queles acordo e conjuga+ão de es#or+os. Aqui e'iste simples comparticipa+ão criminosaBtrata-se do vulgar caso de co-autoria material de quatro agressores, per#eitamenteidenti#icados, de um crime contra as pessoas, em que o o#endido se limitou a de#ender-se daagressão.

    C. Cigue Darcia. Direito penal . *arte especial, F 117 6participa+ão em ri'a;, *orto, 3449

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    Não e'istindo ri'a, não podemQ e P ser condenados pelo crime do artigo 1G17, nem pode#alar-se de cumplicidade neste crime. E tamb!m não h cumplicidade no crime de o#ensascorporais por não poder e'cogitar-se aqui o dolo, elemento essencial da cumplicidadeB não basta a presta+ão de au'$lio / pr tica por outrem de um #acto il$cito doloso, ! tamb!m

    necess rio que o au'$lio seja doloso. > comportamento deQ e P #oi o normal nas indicadascircunst5ncias. Ao #echar a porta e ao impedir as comunica+0es tele# nicas, no cumprimentode instru+0es gen!ricas da ger&ncia, não #oram motivados pelo prop sito de permitir aagressão. Na verdadeira ri'a não se sabe bem quem ataca e quem de#endeH h pancadariagenerali ada entre todos os intervenientes, sem que se possa determinar com precisão quemagride quem. *recisamente por isso, e para que não #icasse totalmente impune a participa+ão em ri'a de que resultou a morte ou a o#ensa corporal grave de algu!m, por nãoser poss$vel apurar o autor da ac+ão de que proveio esse resultado, o legislador introdu iu oartigo 1G17. A ri'a pressup0e que não h acordo ou pacto pr!vio entre os intervenientes. =ehouver esse acordo, entramos no campo da comparticipa+ão nos crimes de o#ensascorporais ou de homic$dio. 2ei'a de haver a$ o acontecimento mItuo e con#uso entre

    diversas pessoas que são simultaneamente o#ensoras e o#endidas, o que ! o sinalcaracter$stico da ri'a.J uma posi+ão que coincide, no essencial, com a acolhida no ac rdão do =)? de : de

    evereiro de 1@@8,CJ 1@@8, tomo 1, p. 1K9B os intervenientes numa ri'a são punidos pelosimples #acto de nela intervirem. *rovando-se a responsabilidade de algum deles em crimede homic$dio ou de o#ensas corporais, responder por estes crimes, j que a puni+ão pela participa+ão em ri'a #ica consumida pela puni+ão deles.

    (. posição minorit!ria: nada impede o concurso entre o #omic)dio e a rixa> objecto da incrimina+ão não ! o pretender-se punir apenas a conduta de um agente nos

    casos em que se não consiga determinar quem, no calor de uma luta, cometeu determinadaso#ensas corporais ou homic$dio, mas o pretender-se conseguir a puni+ão aut noma daactua+ão de quem, independentemente de produ ir ou não o#ensas corporais ou de praticar um homic$dio no decurso da mencionada re#rega, nela interv!m, pois que, atrav!s dessa suainterven+ão, toma uma atitude potenciadora, coadjuvante, e e'acerbadora da pr tica de taisil$citos. 2a$ que se entenda que a individuali a+ão 6no sentido de se determinar a autoria doscrimes de o#ensas corporais ou de homic$dio que sejam cometidos durante a luta; da autoriadesses crimes não impede que cada um dos intervenientes na briga cometa, em acumula+ãoreal, tamb!m o crime do artigo 1G17, j que o conceito de Linterven+ãoM a que o artigo sere#ere se contenta e #ica per#eito logo que o agente Linterv!m na desordem, isto !, nelatome parte activa, quer cometa quer não crimes, aut nomos dos atr s indicados.

    2esta #orma, dar-se-ia como assente queV , X e Y cometeram igualmente o crime do artigo1G17. As condutas volunt rias deQ de trancar a porta de emerg&ncia e impedir o acesso damesma a clientes e de P de negar o estabelecimento de rela+0es tele# nicas com o e'terior,#oram de mani#esto querido au'$lio aos agressores e permitiram que estes mais #acilmente pudessem desenvolver e prosseguir na luta com A, mas não #oram indispens veis para areali a+ão dos actos por estes praticados, nem #oram motivadas pelo prop sito espec$#icode permitir a agressão da parte dos outros, pois se demonstrou que constitu$am atitudesLnormaisM daqueles, por ordem dos gerentes da discoteca, nos casos em que se tornavanecess rio e'pulsar clientes briguentos do estabelecimento. )ais atitudes, desta #orma, são per#eitamente enquadr veis no conceito de cumplicidade que nos ! dado pelo artigo 39.7 do

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    digo *enal 6presta+ão de au'$lio material / pr tica por outrem de um #acto il$citodoloso;, cumplicidade esta que se veri#ica em rela+ão ao crime de participa+ão em ri'a.

    *. +m resumo:eri#ica-se, como se v&, a e'ist&ncia de dois sentidos antag nicos para o termorixa o de

    corresponder a uma luta grave, com armas, entre pessoas determinadas, e o decorresponder a uma desordem, da qual resultam consequ&ncias graves, sem se conseguir determinar adequadamente quem ter sido o respectivo causador. Acr)tica que se #a / posi+ão maiorit ria ! a de se tradu ir numa imputa+ão objectiva, solid ria, destinada a#iccionar e a presumir um culpado nos casos em que a investiga+ão não conseguiu apurar aautoria das o#ensas graves produ idas, o que pode parecer insustent vel perante o claro princ$pio da presun+ão de inoc&ncia constante do n7 3 do artigo 837 da onstitui+ão.Caso nº ( A encontrava-se num parque de estacionamento juntamente com B, com quem vivia

    maritalmente, eC . A e decidiram aguardar naquele local para ali virem a assaltar umaqualquer mulher que ali passasse para se apropriarem de objectos e valores alheios e, assim,obterem dinheiro para adquirirem estupe#acientes, que, depois, todos consumiriam. Enquantoaguardavam a oportunidade, gerou-se discussão entre a companheira do A e , que a invectivou por querer abandonar o local. )endo-se o A intrometido na discussão, em de#esa dacompanheira, pegou numa #aca, que se encontrava no interior do ve$culo, e, dela munido,envolveu-se em con#ronto #$sico com o A. No decurso da luta, so#reu um golpe no polegar damão direita e um outro na co'a da perna direita, altura em que o A logrou apoderar-se da #aca.2e posse dessa #aca, e continuando envolvido em luta com , o A espetou-lhe a #aca no peito,atingindo-o a n$vel do t ra'. A #aca atingiu o cora+ão da v$tima. As les0es traum ticas tor cicas#oram causa directa e necess ria da morte de .

    > ac rdão do =)? de 8 de 2e embro de 3441, proc. n7 41*8:88, entendeu que se, ap sdiscussão, a v$tima munida de uma #aca, se envolveu em con#ronto #$sico com o A, duranteo qual aquela so#reu dois golpes e perdeu a posse da #aca para o A que, sempre envolvidoem luta com a v$tima, acabou por espetar-lha no peito, matando-a, deve entender-se que,al!m do homic$dio, o A tamb!m cometeu 6embora em concurso aparente; um crime de participa+ão em ri'a. )odavia, para ovencido #oi poss$vel desenhar a conduta de cada umadelasB do arguido e da v$tima, pelo que não h participa+ão em ri'a. 2isse o =upremo na#undamenta+ãoB tamb!m a ri'a entre duas pessoas constitui um crime de perigo, pois queuma tal ri'a não dei'a de constituir uma tal situa+ão de perigo para os bens jur$dicos 6vida eintegridade #$sica substancial;. J certo 6)aipa de arvalho,Comentário , O-81K; que a ri'aPpressup0e um acordo e'presso ou t cito 6p. e'., a aceita+ão # ctica do desa#io, ou oespont5neo envolvimento #$sico de duas ou mais pessoas na sequ&ncia de uma a eda trocade palavras ou de injIrias; nas o#ensas corporais rec$procasQ. Cas no caso, se bem quetenha sidoC que 6Pmunido de uma #acaQ; Pse envolveu em con#ronto #$sico com o arguidoQ6Pna sequ&nciaQ, ali s, Pde uma a eda troca de palavrasQ entre ambos;, a verdade ! queeste, mesmo depois de se apoderar da #aca do advers rio, Pcontinuou envolvido em lutaQcom ele. > que pressup0e, entre ambos, um pr!vio ou contempor5neo Pespont5neoenvolvimento #$sicoQ e, de algum modo, a aceita+ão t cita de uma Pdin5mica de escalada deo#ensas corporais rec$procasQ. 2onde que - contendo o artigo 1G17, n7 3, Pum tipo legal decrime concreto para a vida ou integridade #$sicaQ e apesar de Ps uma ri'a grave poder constituir perigo concreto de morte ou o#ensa corporalQ e de Ptamb!m s a participa+ãonesta ri'a preencher o tipo legal objectivo respectivoQ 6Comentário , O-81@R834; - não se possa negar o designativo jur$dico-penal t$pico de Pparticipa+ão em ri'aQ ao Pcon#ronto#$sicoQ e / PlutaQ em que arguido e v$tima estiveram envolvidos. E se Pa Inica causa de justi#ica+ão pens vel em rela+ão / participa+ão em ri'a ! a leg$tima de#esa, pr pria ou

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    alheiaQ, j , Pem rela+ão / leg$tima de#esa pr pria, uma ve que cada um dos participantes !,simultaneamente, agressor e agredido, nunca poder um participante na ri'a e'ercer qualquer direito de leg$tima de#esa, enquanto não abandonar, mani#estamente, a ri'aQ6Comentário , O-83:;.

    Note-se que no caso não consta - nem resulta, minimamente, dos #actos provados - que o A,ao Pespetar a #aca de que estava munido no peito da v$timaQ, o tivesse #eito no pressuposto6mesmo que errado; de que o advers rio estava decidido e se preparava para o matar.

    II. — Participação em rixaCaso nº * 2urante uma #esta ao ar livre, grupos de rapa es de aldeias vi inhas envolvem-se em acesa

    pancadaria. (uando A, um dos participantes, veri#icou que j havia #acas desembainhadas,a#astou-se. om a chegada da pol$cia, pSs-se termo ao con#lito e ao mesmo tempo apurou-seque E , uma das pessoas que por ali estavam e que se chegara para apartar alguns doscontendores, tinha sido apunhalado. Não se conseguiu apurar quem apunhalou esse indiv$duo.2urante o inqu!rito, A sustentou que tinha dei'ado o local antes de E ter sido #erido. Tm outroindiv$duo, , de#endeu-se di endo que interviera na contenda j quando E se encontrava #eridoe ca$do no chão. Não se conseguiu apurar se isso correspondia / verdade.

    *unibilidade de A e de . Na ri'a, qualquer dos contendores pode /s tantas #icar LcansadoM e retirar-se, desistindo decontinuar. )amb!m pode acontecer que um novo interveniente se entusiasme e adira / pancadaria. A doutrina alemã ocupa-se de casos como estes acentuando que ! pun$vel como participante aquele quede!i!te antes de se dar a morte ou a o#ensa / integridade #$sica gravede algum dos contendores. A ra ão est na sua contribui+ão para a perigosidade da ri'a queem regra se estende para al!m do momento da desist&ncia. Cas se #icam s dois, então jnão haver ri'a. Ao contr rio, j não ser punido quem entrar depois de ocorrer a condi+ãode punibilidade, para a qual não contribuiu. No digo *enal, a participa+ão em ri'a !crime de perigo a,stracto . A presun+ão de perigo ! dedu ida de umacondição o,jectiva de puni,i%idade 6morte ou o#ensa corporalgrave de algu!m;. A quali#ica+ão destes elementos como condi+0es objectivas de punibilidade 6impr prias; constitui uma ced&ncia / responsabilidade objectiva e ! de evitar,embora se compreendam as di#iculdades processuais de prova que a determinam. #. Uui

    arlos *ereira, > dolo de perigo, p. 1G1H igueiredo 2ias, 2ireito *rocessual *enal,1@KKRK@H olVer WreX, =tra#recht, ), and 1, @ ed., 1@@8, p. 13:. =egundo uma opiniãoartigo 1G17 pretende punir e'actamente as denominadasvias de facto , isto !, incriminando a participa+ão em ri'a para al!m dos casos em que se veri#ique lesão corporal grave ou amorte, pois as pessoas não devem participar em ri'as. J uma visão das coisas queacompanha a necessidade de estabelecer uma protec+ão antecipada. Note-se por!m oargumento da posi+ão contr riaB ao que se atende na puni+ão ! a gravidade do resultado,isto !, / e'ist&ncia de o#ensas corporais graves ou a morte. #. as Actas, Acta n7 :G, p. :@@e G43B

    III. — Indicaç-es de %eituraArtigo 8437 do digo *enalB crime departicipação em motim .

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    Ui'a / brasileiraB ri'a ! o con#lito desordenado e generali adoH ! a luta tumultu ria e con#usa, que surgequase sempre de inopino, onde ! di#$cil estabelecer a certe a das autorias dos #erimentos. )odos agridemtodos e recebem pancadas, sem saber e'actamente de quem. J sururu, sarilho, entrevero, quebra-pau, ban !, #u u&, rolo. *aulo ?os! da osta ?r., p. 3:4.

    A ri'a no * espanhol 6art. 1G:;B L(uienes ri[eren entre s$, acometi!ndose tumultuariamente, X utili andomedios o instrumentos que pongan en peligro la vida o integridad de las personas, ser n castigados por su participaci n en la ri[a con la pena de prisi n de seis meses a un a[o o multa superior a dos X hastadoce meses.M oment rioB con#igura-se a ri[a como um crime de perigo concreto e simpli#ica-se asitua+ão t$pica, prescindindo da nota da con#usão , que de algum modo mantinha vivo o intoler velesp$rito pragm tico dos antigos delitos de homic$dio ou les0es em ri[a tumultu ria, que tinham como pressuposto t$pico a impossibilidade de conhecer o autor do #acto 6?. C. )amarit =umalla,in D. (uintero>livares e ?. C. alle Cu[i ,Comentario! a la Parte E!pecial del Derec"o Penal , Aran adi, 1@@utubro de 1@@utubro de 1@@

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    contendores sem que seja poss$vel individuali ar ou distinguir a actividade de cada um não poderestringir-se a duas pessoas, como crime colectivo que !, ou de concurso necess rio, porquanto nessecaso haver apenas um con#lito rec$proco e não ri'a. A participa+ão em ri'a pressup0e que não hacordo ou pacto pr!vio entre os intervenientes, j que, a e'istir esse acordo, j se estaria em

    comparticipa+ão nos crimes de homic$dio ou o#ensas corporais o que signi#ica que a individuali a+ãodo ou dos autores dos crimes de o#ensas corporais ou de homic$dio que sejam cometidos durante a lutaimpede que cada um dos intervenientes na ri'a cometa em acumula+ão real o crime do artigo 1G17.

    Ac rdão do =)? de 13 de Novembro de 1@@9 B&J :91, p. :KB No crime de participa+ão em ri'a a morte e ao#ensa corporal grave são meras condi+0es objectivas de punibilidade. Assim, aquele crime consuma-seindependentemente da ocorr&ncia de algum dos re#eridos eventos, mas, não se veri#icando algum deles,o crime não ! pun$vel. Na de#ini+ão legal, a ri'a ! constitu$da pelo m$nimo de tr&s pessoas #ormandoduas #ac+0es que reciprocamente se agridem #isicamente, não e'istindo ela quando s um grupo ataca eo outro se de#ende. 2este modo, não cometeram o crime de artigo 1G17 os arguidos que, agindo emcomunhão de es#or+os, em locais e momentos di#erentes, o#enderam corporalmente v rios indiv$duos

    sem que estes tivessem respondido /s agress0es. > termo participa$%o do artigo 1G17 evidencia a ac+ãoindividual de cada agente. ada participante ! autor paralelo de um crime de participa+ão em ri'a, não !co-autor do mesmo crime comum. A e'pressão Lquem intervier ou tomar parte em ri'aM constante doartigo 1G1 signi#ica que ! punido tanto aquele que volunt ria e conscientemente deu in$cio / briga, comoaquele que interveio nela depois de iniciada e ainda não terminada. > autor da morte ou das o#ensascorporais graves não ! punido como participante em ri'a, dada a regra da consun+ão.

    Ac rdão do =)? de 18 de 2e embro de 3441, proc. n7 41*8:88. =e, ap s discussão, a v$tima munida de uma#aca, se envolveu em con#ronto #$sico com o arguido, durante o qual aquela so#reu dois golpes - um, no polegar direito e, outro, na co'a direita - e perdeu a posse da #aca para o arguido que, sempre envolvidoem luta com a v$tima, acabou por espetar-lha no peito, matando-a, deve entender-se que, al!m do

    homic$dio, o arguido tamb!m cometeu 6embora em concurso aparente; um crime de participa+ão emri'a. NotaB segundo o voto devencido , s intervieram duas pessoas e #oi poss$vel desenhar a conduta decada uma delas, do arguido e da v$tima, da$ que não acompanhe o recurso / #igura de participa+ão emri'a. A participa+ão em ri'a e'ige, para al!m do interventor, pelo menos mais 3 pessoas.

    Ac rdão do =)? de 33 de ?unho de 1@K@B Não #icou provado que tenha sido o arguido a disparar os tiros por acto volunt rio seuH nem tão-pouco que ele tenha querido provocar a morte do *imenta. > que sucedeu !que a pistola disparou duas ve es seguidascom o! movimento! de todo! ele! 6isto !, dos envolvidos nadesordem;, tendo ido atingir o X , que se encontrava sentado num muro. *erante esta #actualidade, nãoresulta que o arguido tenha previsto a morte de X , como consequ&ncia dos seus actos, e muito menos quese tenha con#ormado com a reali a+ão desse resultado, pelo que #ica a#astado o dolo quanto ao crime dehomic$dio. (uanto ao crime de participa+ão em ri'a, #icou provado que o arguido tomou parte numaviolenta desordem com outras pessoas, tendo, al!m de outros resultados, como consequ&ncia a morte deuma pessoa artigo 1G17 do digo *enal.

    Ac rdão do =)? de 3@ de ?aneiro de 1@@3, B&J :18, p. 3

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    todos os intervenientes #icavam impunes. > artigo 1G17 apenas pune os intervenientes em ri'a se não se provar a sua responsabilidade em crime de homic$dio ou de o#ensas corporaisH provando-se qualquer destes, respondem por ele e não por participa+ão em ri'a, que então #ica consumida.

    Ac rdão do =)? de : de evereiro de 1@@8 B&J :3:, p. 8