1.1. apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... a importância evolutiva...

60
1 I. Introdução 1.1. Apresentação Meu interesse pelos ritmos biológicos surgiu a partir do estudo de ecologia trófica em peixes pelágicos. O tema da minha dissertação foi, entre outros pontos, a variação da composição e atividade alimentar ao longo de 24 horas de um carangídeo zooplanctófago coletado em estações fixas no litoral norte de São Paulo (Carvalho, 2000). Os resultados deste estudo apontaram para evidências de um padrão diário de atividade alimentar e migração vertical de acordo com os itens alimentares identificados. Qual sinal ambiental deveria servir como marcador temporal para tais comportamentos? As primeiras idéias para o projeto de doutorado estavam relacionadas à influência sincronizadora do ciclo claro/escuro na atividade alimentar de peixes que realizassem migrações verticais na coluna de água e que estariam sob diferentes intensidades luminosas. Porém, diante da escassez de trabalhos, questões mais básicas para a compreensão dos ritmos em peixes marinhos deveriam ser antes respondidas. No ambiente costeiro, caracterizado pela presença de inúmeras variáveis cíclicas, vivem organismos, entre eles os peixes, que podem revelar-se como modelos adequados para estudos que visam a compreensão da adaptação temporal. Assim, o robalo foi adotado como modelo adaptado ao ambiente costeiro. Nesta tese estão presentes algumas das perguntas e respostas iniciais aos amplos questionamentos sobre os ritmos e funcionamento do sistema de temporização em peixes marinhos. 1.2. Ritmos Biológicos Os seres vivos apresentam oscilações que podem estar relacionadas ao clima, à hora do dia e às estações do ano. Há uma organização dinâmica nos organismos que permite a adaptação a um ambiente cíclico. Admitir o tempo como dimensão fundamental implica reconhecer o caráter determinante que a organização temporal tem sobre a viabilidade das espécies (Cerejido, 1983 apud Marques & Menna-Barreto, 2003). O tempo aparece, na maioria dos estudos, como um cenário inerte onde a matéria viva se modifica espacialmente. Este olhar, predominantemente espacial, pode nos

Upload: lethu

Post on 21-Dec-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

1

I. Introdução

1.1. Apresentação

Meu interesse pelos ritmos biológicos surgiu a partir do estudo de ecologia

trófica em peixes pelágicos. O tema da minha dissertação foi, entre outros pontos, a

variação da composição e atividade alimentar ao longo de 24 horas de um carangídeo

zooplanctófago coletado em estações fixas no litoral norte de São Paulo (Carvalho,

2000). Os resultados deste estudo apontaram para evidências de um padrão diário de

atividade alimentar e migração vertical de acordo com os itens alimentares

identificados. Qual sinal ambiental deveria servir como marcador temporal para tais

comportamentos?

As primeiras idéias para o projeto de doutorado estavam relacionadas à

influência sincronizadora do ciclo claro/escuro na atividade alimentar de peixes que

realizassem migrações verticais na coluna de água e que estariam sob diferentes

intensidades luminosas. Porém, diante da escassez de trabalhos, questões mais básicas

para a compreensão dos ritmos em peixes marinhos deveriam ser antes respondidas. No

ambiente costeiro, caracterizado pela presença de inúmeras variáveis cíclicas, vivem

organismos, entre eles os peixes, que podem revelar-se como modelos adequados para

estudos que visam a compreensão da adaptação temporal. Assim, o robalo foi adotado

como modelo adaptado ao ambiente costeiro. Nesta tese estão presentes algumas das

perguntas e respostas iniciais aos amplos questionamentos sobre os ritmos e

funcionamento do sistema de temporização em peixes marinhos.

1.2. Ritmos Biológicos

Os seres vivos apresentam oscilações que podem estar relacionadas ao clima, à

hora do dia e às estações do ano. Há uma organização dinâmica nos organismos que

permite a adaptação a um ambiente cíclico. Admitir o tempo como dimensão

fundamental implica reconhecer o caráter determinante que a organização temporal tem

sobre a viabilidade das espécies (Cerejido, 1983 apud Marques & Menna-Barreto,

2003). O tempo aparece, na maioria dos estudos, como um cenário inerte onde a matéria

viva se modifica espacialmente. Este olhar, predominantemente espacial, pode nos

Page 2: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

2

privar de reconhecer na organização temporal uma forma de adaptação relevante dos

seres vivos e de suas relações (Marques & Menna-Barreto, 2003).

Um dos primeiros registros com caráter científico frente à repetição ao longo do

tempo de eventos na natureza foi de Andróstenes de Thasos em 325 a. C. que descreveu

o movimento periódico das folhas de Tamarindus indicus. O relato seguinte data do ano

de 1729, no qual o astrônomo Jean-Jacques de Mairan também observou movimentos

regulares nas folhas de uma espécie de Mimosa sob condições constantes de iluminação,

ou seja, é a partir deste experimento que a visão de tempo meramente como cenário dos

fenômenos começa a mudar, pois este foi o indício da existência de um sinal temporal

interno com relativa independência dos sinais ambientais. Os estudos dos ritmos

biológicos passaram a descrever, até o final do século XIX, oscilações em diversas

variáveis, principalmente em humanos, enquanto outra vertente tinha o objetivo de

entender o funcionamento dos ritmos através da manipulação do ambiente (Figura 1).

No século passado esta linha de investigação ampliou-se para diversos organismos o

que levou à constatação de que a ritmicidade é uma característica geral na matéria viva

(Moore-Ede et al., 1982).

Figura 1. Representação de actógrafo usado nos primeiros estudos de ritmos relacionados à atividade locomotora em roedores mantidos com alimento e água sem restrição. A atividade locomotora foi medida através de interrupção de feixe de infra-vermelho, registrada ao longo das manipulações de ciclo ambiental claro/escuro, sendo o registro chamado actograma (modificado de Morgan, 1995).

bebedouro

feixe de infra-vermelho

alimento

claro/escuro (CE)

escuro constante (EE)

emissor

fotocélula receptora

actograma

Page 3: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

3

Os ritmos biológicos são a expressão da organização temporal e são definidos

como qualquer evento que se repete de maneira regular num organismo. Os ritmos mais

estudados são aqueles associados às mudanças cíclicas ambientais. As mudanças

ambientais podem ocorrer de forma periódica ou aperiódica, sendo que a diferença da

influência sobre a biologia do animal é a previsibilidade. Um evento cíclico caracteriza

um ambiente diante do qual o animal pode se adaptar. Por outro lado, mudanças

aperiódicas são irregulares e afetam a expressão rítmica tendo também um significado

ecológico (Morgan, 2004). Todos os ambientes apresentam características cíclicas, tanto

no meio abiótico quanto no biótico. Um organismo para se adaptar a esse meio precisa

oscilar também, a adaptação temporal consiste na sincronização entre a ritmicidade

biológica e os ciclos ambientais. Possivelmente existe valor adaptativo em ritmos

biológicos que não apresentam correlatos ambientais, pois tais ritmicidades seriam

resultantes de uma organização intrínseca do organismo, cujos processos estariam

relacionados a uma economia temporal interna. (Marques & Menna-Barreto, 2003)

A sincronização ocorre através de dois mecanismos: arrastamento e

mascaramento. O arrastamento envolve o sistema de temporização (osciladores),

estruturas responsáveis por gerar o ritmo biológico sincronizado a um ciclo ambiental,

neste caso denominado endógeno.

Aschoff (1960) denominou de zeitgeber (neologismo do alemão que significa

doador de tempo) o ciclo ambiental que promove o arrastamento dos ritmos biológicos,

compreendendo não só os ciclos geofísicos, como também ciclos determinados por

disponibilidade de alimento ou ainda aqueles relacionados a ciclos sociais.

O organismo é capaz de antecipar as oscilações ambientais e expressar ritmo em

livre-curso (ausência de ciclo ambiental). O ritmo endógeno ocorre dentro de uma faixa

próxima ao do período natural (Pittendrigh & Bruce, 1959). Não há sincronização

imediata diante de alterações nos ciclos ambientais, situação de transição cujos ciclos

com períodos instáveis são conhecidos como transientes.

O mascaramento, por outro lado, não envolve o sistema de temporização na

geração do ritmo. O ritmo exógeno, neste caso, é a expressão imediata em resposta às

alterações de ciclos ambientais. O mascaramento foi interpretado por Aschoff em 1960

como resultante de condições experimentais que impediam e confundiam a medição da

expressão de um ritmo arrastado por um zeitgeber. A preocupação em relação ao

mascaramento consistia em como medi-lo para posteriormente desprezá-lo e conseguir

enfim, medir o ritmo “puro” relacionado ao arrastamento (Minors & Waterhouse, 1987).

Page 4: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

4

O mascaramento foi negligenciado por cronobiólogos até o reconhecimento deste como

mecanismo fundamental na plasticidade dos organismos, com importante papel na

adaptação temporal, o que não era observado em ritmos que ocorriam somente através

de rígidos mecanismos de arrastamento (Page, 1989). O mesmo agente arrastador pode

atuar como agente mascarador sobre um mesmo ritmo. A importância evolutiva do

mascaramento baseia-se na flexibilidade observada na ritmicidade dos organismos, que

juntamente, com a variedade fenotípica capacita as espécies à adaptação temporal,

através da evolução do sistema de temporização (Marques & Waterhouse, 1994).

Os ritmos biológicos que ocorrem uma vez a cada 20 ou até 28 horas são

chamados circadianos, os mais comuns são aqueles sincronizados ao ciclo claro/escuro.

Os ritmos que ocorrem em freqüências menores são chamados infradianos, como por

exemplo ciclos sazonais de migração; aqueles que ocorrem com maiores freqüências

são chamados ultradianos, como é o caso de organismos na zona entre-marés que

efetuam deslocamentos ao longo do dia sincronizados pelo ciclo da maré. Tanto

arrastamento quanto mascaramento foram detectados em ritmos de outras freqüências,

como por exemplo o ciclo de marés (na faixa ultradiana) e as oscilações sazonais (na

faixa infradiana).

O ciclo claro/escuro (CE) é um zeitgeber presente na maioria dos ambientes, e

os ritmos circadianos a ele relacionados estão presentes nos mais variados grupos de

invertebrados e vertebrados e são os mais estudados. Outros ciclos ambientais têm o

papel de zeitgebers como: disponibilidade de alimento, ciclos lunares, marés, interações

sociais como competição e predação. Tais ciclos podem apresentar uma relação

hierárquica entre si atuando com forças diferentes na sincronização das atividades

rítmicas de um organismo. É importante ressaltar que o termo zeitgeber define uma

relação funcional, ou seja, um sinal periódico ambiental que apresenta a capacidade de

sincronizar ritmos nos organismos. Em outras palavras, o que é zeitgeber para uma

espécie pode não o ser para outra.

O ciclo de disponibilidade alimentar é um importante sincronizador para vários

grupos de vertebrados. O acesso ao alimento restrito a determinados horários promove

comportamentos de antecipação por parte do organismo, o que evidencia uma

sincronização através de arrastamento, podendo também promover sincronização

através de mascaramento. De modo geral, a sincronização pode ser constatada tanto

através de comportamento, como através de variáveis como temperatura corpórea

(Stephan, 2002). A maioria dos estudos cujo objetivo é o melhor entendimento dos

Page 5: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

5

mecanismos de sincronização pelo ciclo alimentar foi realizada em mamíferos (p. ex.

Lax et al., 1999; Davidson, et al. 2001; Davidson, et al., 2003; Stokkan et al., 2001), as

conclusões apontam para um sistema independente de sincronização daquele já

conhecido para o arrastamento fótico. Este tema será retomado no item Discussão.

Assim como existem vários zeitgebers capazes de promover sincronização dos

ritmos biológicos, vários são os ritmos sincronizados aos ciclos ambientais que ocorrem

dentro de um organismo gerados por diferentes sistemas e órgãos. Os sistemas de

temporização que geram tais ritmos são acoplados e os ritmos também estão

sincronizados, ou seja apresentam uma relação estável de fase entre si, refletindo um

padrão rítmico selecionado ao longo da evolução do organismo em seu hábitat; tal

sincronização entre os ritmos tem sido definida como Organização Temporal Interna

(Marques & Menna-Barreto, 2003).

O conceito de plasticidade no contexto cronobiológico pode ser aplicado à

variação nas relações de fase entre os ritmos e os ciclos ambientais em indivíduos de

uma espécie, ou mesmo em um mesmo indivíduo. Na década de 70 ratos Wistar (animal

com expressão rítmica variável) eram utilizados em algumas pesquisas em

cronobiologia, as quais passaram a utilizar roedores conhecidos como hamsters por

apresentar maior rigidez na expressão rítmica, além de respostas mais homogêneas entre

os indivíduos. A rigidez ou flexibilidade na expressão rítmica comportamental pode ser

lida como uma forma adaptativa dos sistemas de temporização em relação a ambientes

com maior ou menor estabilidade. A plasticidade temporal de um organismo depende da

estabilidade do acoplamento entre os sistemas. Mudanças nas relações de fase entre os

ritmos podem ser uma característica adaptativa diante de um ambiente em que as

relações entre os ciclos não sejam necessariamente sincrônicas, como é o caso do ciclo

claro/escuro de 24h e o ciclo de marés que varia em torno das 12h.

1.3. Ciclos no Ambiente Costeiro

Os ciclos ambientais presentes em ambientes costeiros como o Sistema

Cananéia-Iguape são relacionados à: salinidade, temperatura, disponibilidade

alimentar, maré (corrente de reversão, pressão hidrostática), além do ciclo

claro/escuro.

A foto de satélite reproduzida na Figura 3 ilustra a geografia local. O Sistema

Cananéia-Iguape é separado do oceano pela Ilha Comprida com aproximadamente

Page 6: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

6

70km de extensão. Nas suas porções central e sul está localizada a Ilha de Cananéia,

separada do continente por um canal denominado Mar de Cubatão ou Mar de Dentro,

e da Ilha Comprida por outro canal, Mar de Cananéia ou Mar de Fora. Estes dois

canais estão interligados mais ao sul por uma ampla área denominada Baía de

Trapandé (Tessler & Souza, 1998).

O Sistema apresenta ao longo de seus canais um padrão hidrodinâmico

fortemente influenciado pelas correntes geradas por oscilações das micromarés (< 1m)

e, em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram no

sistema.

A precipitação média anual é de 2300mm com verões chuvosos e invernos

secos. A temperatura média mensal mais baixa ocorre no mês de julho (~20oC) e a

mais alta no mês de fevereiro (~28oC) (Silva, 1989). A salinidade varia de acordo com

a maré e com a descarga fluvial (Miranda et al., 1995).

1.4. Ritmos Biológicos em Peixes

Os estudos de ritmos biológicos em peixes foram direcionados de forma

semelhante aos estudos realizados em outros grupos de vertebrados. Primeiramente foi

constatada a existência de ritmos sincronizados ao ciclo claro/escuro em peixes.

Vários estudos descritivos comportamentais foram realizados, sobretudo sobre

espécies comerciais de regiões temperadas (p. ex. Eriksson, 1973; Ali, 1964; Davis &

Bardach, 1965, Davis, 1962). As questões foram ampliadas rumo à constatação de

outros ritmos fisiológicos que também eram sincronizados pelo ciclo claro/escuro

como ritmo de cortisol e tiroxina (Spieler & Noeske, 1984), ou ainda glicose e

insulina (Cerdá-Reverter et al., 1998), melatonina e hormônios relacionados à

reprodução (Bayarri et al., 2004).

A glândula pineal (Figura 2) foi reconhecida como importante órgão envolvido

na geração dos ritmos biológicos através de seu hormônio melatonina, além de ter a

capacidade de fotorrecepção (Kavaliers, 1980; Fálcon et al., 2003, Ooka-Souda et al.,

2000). Entretanto, através de estudos de outros ritmos como o alimentar, por exemplo,

surgiu a proposta de um sistema multioscilatório (Sánchez-Vázquez et al., 2000)

envolvendo outras estruturas como coração e fígado (Cahill, 2002). Diante da

possibilidade da existência de um sistema multioscilatório, o conceito de plasticidade

mostrou-se adequado para o melhor entendimento do sistema de temporização deste

Page 7: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

7

grupo (Sánchez-Vázquez, 1995a e 1995b; Sánchez-Vázquez, 1997). No Brasil os

primeiros estudos sobre ritmos de peixes foram referentes ao comportamento de

peixes de caverna (Trajano & Menna-Barreto, 1995; 1996; 2000; Duarte, 2002).

Figura 2. Fotos da vista dorsal externa e interna (porção anterior para cima), com a localização da glândula pineal em peixe teleósteo com tratamento de marcação luminescente (modificado de Gothilf, 1999).

A família Centropomidae possui representantes em águas tropicais e

subtropicais costeira, estuarina, lagunar e água doce, dentre as espécies da subfamília

Centropominae nas Américas, doze são do gênero Centropomus, seis estão distribuídas

na costa pacífico-americana (C. medius, C. nigrescens, C. viridis, C. unionensis, C.

robalito, C. armatus) e seis na costa atlântico-americana (C. undecimalis, C. parallelus,

C. mexicanus, C. ensiferus, C. pectinatus e C. poeyi) (Rivas, 1986). Das doze espécies

de Centropominae, C. undecimalis tem sido a mais estudada, principalmente na costa da

Flórida. Foram realizados estudos de alimentação, crescimento e reprodução (Rojas,

1975, Couto & Guedes, 1981; Tucker & Campbell, 1988; Grier & Taylor, 1998; Taylor

et al., 1998, Roberts et al., 1999; Taylor et al., 2000). São conhecidos também alguns

estudos de fisiologia relacionados ao consumo de oxigênio dissolvido (Peterson &

Gilmore, 1988; 1991). Existem ainda estudos sobre alimentação e distribuição em C.

parallelus, C. pectinatus, C. ensiferus, C. mexicanus na Costa Rica (Aliaume, et al.,

1997), no Rio de Janeiro (Della-Patrona, 1984) e no Sistema Cananéia-Iguape (Itagaki,

nervo olfatório

PINEAL nervo óptico lobo óptico

cerebelo

lobo auditivo

Page 8: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

8

2005). Em relação à aqüicultura, há estudos sobre adaptação à ração em C. undecimalis

(Bórquez & Cerqueira, 1998), estudo da fase larval de C. parallelus (Cerqueira, 2002),

efeito da densidade de presas na sobrevivência de larvas de C. parallelus (Temple et al.,

2004), experimentos referentes aos efeitos toxicológicos de um surfactante em C.

parallelus em diferentes salinidades (Rocha, 2005) e relacionados ao efeito da

salinidade no metabolismo e crescimento de juvenis desta espécie (Rocha et al., 2005).

Os peixes das espécies Centropomus parallelus (robalo-peva) e C. undecimalis

(robalo-flexa) são encontrados em regiões estuarinas e lagunares, sendo encontrados

também em água doce (Figueiredo & Menezes, 1980). São hermafroditas protândricos e

o comprimento de primeira maturação é por volta dos 200mm em robalo-peva (Taylor

et al., 2000) e aproximadamente 330mm em robalo-flexa (Peters et al., 1998). A

alimentação é composta principalmente por peixes, crustáceos (Figueiredo & Menezes,

1980; Aliaume et al.,1997).

As espécies do gênero Centropomus são exploradas tanto pela pesca com fins

comerciais, como pela pesca recreativa, o que pode provocar a redução das populações

de regiões como o Sistema Cananéia-Iguape, como já descrito para robalo-peva

(Mendonça, 1998) e robalo-flexa (Volpe, 1959). Além da pesca, alterações ambientais,

como por exemplo alteração de fluxo dos rios que favorecem a eutrofização de

ambientes estuarinos e lagunares, representam ameaça para populações da família

Centropomidae (Aliaume et a.l., 2000).

Diante da perspectiva de contribuição para o melhor entendimento dos ritmos

biológicos em peixes tropicais, os robalos-flexa e peva mostraram-se adequados para

este estudo por serem espécies já estudadas em outros contextos, além da importância

ecológica e econômica que estas espécies representam no ambiente costeiro que

ocupam.

Page 9: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

9

II. Objetivos

• Verificar se o Ciclo Claro/Escuro e o Ciclo de Disponibilidade Alimentar

promovem sincronização da atividade locomotora de robalos juvenis

• Entender uma possível relação de hierarquia entre estes dois ciclos

ambientais através de sincronização simultânea pelos dois ciclos com

períodos diferentes

• Observar diferenças de sincronização entre os indivíduos e diferenças no

mesmo indivíduo

• Promover o melhor entendimento do funcionamento do sistema de

temporização de peixes teleósteos

• Entender o fenômeno da sincronização no contexto de um ecossistema

costeiro

Page 10: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

10

III. Material e Métodos

3.1. Coleta dos Peixes

Os exemplares de Centropomus parallelus e C. undecimalis foram coletados na

região sul do Sistema Cananéia-Iguape (São Paulo, Brasil - 25o 05’S – 47o55’W), em

quatro coletas realizadas entre 2003 e 2005 (Tabela 1). Para a captura dos indivíduos foi

utilizada rede do tipo picaré de 1,5m de altura, 3m de largura e malha de 0,5mm. Os

arrastos foram realizados em canais de maré ou gamboas em cinco localidades (Figura

3).

Figura 3. Foto de satélite referente aos locais de coleta dos exemplares de C. parallelus e C. undecimalis. (1) Rio da Ilha Comprida, (2) Rio Nóbrega, (3) Rio Buguaçu, (4) Rio Aratu, (5) Estaleiro. Google earth®.

As coletas foram executadas preferencialmente quando a maré não estava

totalmente cheia. Foram consultadas previamente as tábuas de marés, assim como a fase

da lua e horário de nascer e pôr-do-sol (Harari & Mesquita, 2001 e 2003) (Tabela 1). Na

coleta de maio de 2005 a temperatura da água foi registrada com termômetro de

mercúrio em todas as localidades e variou de 25 a 28oC e a intensidade luminosa

1

2

3

4

5

Baía de Trapandé

Barra de Cananéia

Ilha de Cananéia

Ilha Comprida

Mar de Cananéia

Mar de Cubatão

1km

Page 11: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

11

incidente foi medida com luxímetro portátil próximo à superfície da água e apresentou

valores extremos de 50 e 17000lx respectivamente às 17:30h e 13:00h.

Depois de coletados, os peixes foram transportados para São Paulo em

recipientes providos com aeradores, com água do próprio local de coleta e transferidos

para aquários do Laboratório de Ritmos Biológicos do GMDRB (Grupo

Multidisciplinar de Desenvolvimento e Ritmos Biológicos) – Departamento de

Fisiologia e Biofísica/ICB/USP. Primeiramente os peixes permaneceram em aquário

não experimental de 84l e depois foram transferidos individualmente para os aquários

experimentais de 48l e 36l preparados previamente com água do local de coleta (Figura

4). Para as observações da atividade locomotora foram utilizados nove indivíduos

saudáveis com comprimento padrão entre 35mm e 180mm: sete exemplares de

Centropomus parallelus (CEPA1, CEPA2, CEPA3, CEPA4, CEPA7 CEPA8 e CEPA9)

e dois exemplares de C. undecimalis (CEUN5 E CEUN6).

Tabela 1. Informações sobre as coletas dos peixes utilizados nos experimentos de atividade locomotora.

Local Horário (h) Maré (baixa/alta) Nascer/Pôr-do-sol Fase da luaColeta 117/05/03 Rio da Ilha Comprida Horário (h) 08:54h/16:15h 06:42/17:34h

07:30 às 15:30

Coleta 2 8/11/03 Rio Aratu/Rio da Ilha Comprida 08:00 às 16:00 08:04h/14:36h 06:19h/19:32h9/11/03 Rio Buguaçu " 08:36h/15:08h 06:19h/19:33h10/11/03 Rio Buguaçu " 09:04h/15:39h 06:18h/19:33h

Coleta 3 19/05/04 Rio da Ilha Comprida 08:00 às 16:00 08:04h/ 15:58h 06:43h/17:34h20/05/04 Rio Buguaçu/ Rio da Ilha Comprida " 08:39h/ 16:39h 06:43/17:33h21/05/04 Estaleiro " 09:09h/ 17:13h 06:44h/17:33h

Coleta 417/05/05 Rio da Ilha Comprida 08:00 às 16:00 10:15h/16:36h 06:42h/17:34h18/05/05 Estaleiro " 17:28h/11:06h 06:42h/17:34h19/05/05 Rio Nóbrega " 05:39h,18:15h/11:43h 06:43h/17:34h

Page 12: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

12

3.2. Manutenção dos Peixes

Todos os aquários permaneceram no Laboratório de Ritmos Biológicos do

GMDRB em sala com isolamento acústico, temperatura controlada em torno de 24oC,

temperatura da água dos aquários mantida entre 25 e 30oC; além destes valores estarem

próximos às temperaturas registradas em locais de coleta, foi observado que a

manutenção sob estas condições impediu a infestação por fungos. O ph permaneceu

com valores próximos a 7,8 e o teor de amônia foi controlado com testes comercias. A

salinidade registrada nos aquários variou de 20 a 30‰. A alimentação foi administrada

manualmente, o alimento foi composto por ração em pellets para peixes marinhos,

alimento seco (Gammarus lacustre) e alimento vivo (Artemia salina e pequenos

caracídeos).

A intensidade luminosa da fase clara foi de 90lux, proveniente de lâmpadas

localizadas a 20 cm da superfície da água, a fase escura foi de 10lux, uma lâmpada

vermelha distante 1m dos aquários permanecia ligada durante todo o ciclo, inclusive na

fase clara (Figura 4). Todos os aparelhos da sala foram ligados a um sistema de

suprimento emergencial de energia (no-break), para que possíveis interrupções na

corrente elétrica não prejudicassem o andamento dos experimentos.

Page 13: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

13

Figura 4. Foto do Laboratório de Ritmos Biológicos do GMDRB - Sala de experimentos. L1, lâmpada de 10lx; L2 e L3, lâmpadas de 90lx; E1, aquário experimental 1 (48l); E2, aquário experimental 2 (48l); E3, aquário experimental 3 (36l); NE1, aquário não experimental 1 (72l). NE2, aquário não experimental 2 (84l) não está visível na foto.

3.2.1. Peixes coletados em maio/2003

Os peixes coletados em maio de 2003 (n= 27) permaneceram em aquário não

experimental de 90l (Figura 4) durante três dias, quando ocorreu a transição de

alimento vivo (Artemia salina) para alimento comercial (Gammarus lacustre). Foi

adotado ciclo claro/escuro (CE) de 11:13h por ser próximo ao ciclo do ambiente de

coleta, sendo 7:00h a hora inicial do zeitgeber (HZ0), correspondente ao horário em

que a luz acendeu; 18:00h1. a hora em que a luz apagou (HZ11).

3.2.2. Peixes coletados em novembro/2003

Os peixes coletados em novembro de 2003 (n= 34) foram mantidos no aquário

não experimental 2 (90l) (Figura 4) e submetidos a ciclo claro/escuro (CE) de 13:11h

(HZ0= 6:00h e HZ13= 19:00h), correspondente ao CE do ambiente de coleta (Tabela

1). A transição para alimento comercial (Gammarus lacustre) ocorreu depois de 7

dias, depois de 12 dias a luz relativa à fase clara do ciclo foi modificada de branca

para luz azul. Tal alteração foi baseada no comprimento de luz predominante em

L1

E3

E1 NE1

E2

L1

L3

L2

Page 14: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

14

águas costeiras, além de prevenir o estresse em indivíduos de espécies de peixes de

água doce (Volpato & Barreto, 2001). Dois exemplares maiores (CEPA1, 75mm e

CEPA2, 70mm) foram transferidos para aquário experimental, depois de 5 meses de

permanência em laboratório.

3.2.3. Peixes coletados em maio/2004

Os peixes da coleta de maio de 2004 (n= 20) foram trazidos para o laboratório,

dois indivíduos maiores (ambos entre 60mm e 80mm) permaneceram no aquário não

experimental de 84l, os menores (~ 30mm) no aquário não experimental de 72l

(Figura 4). Foram mantidos sob luz azul e o CE permaneceu em 13:11h (HZ0= 6:00h

e HZ13= 19:00h), optou-se por manter esse CE como padrão para todos os peixes que

fossem coletados a partir desta data, pois não havia a possibilidade de manipulação

independente de CE para peixes provenientes de diferentes coletas (Tabela 1). A

transição do alimento vivo para alimento comercial ocorreu depois de trinta dias.

CEPA3 (~ 80mm) foi transferido para aquário experimental 1 depois de 300 dias.

3.2.4. Peixes coletados em maio/2005

Entre os peixes da coleta de maio de 2005 (n= 20) o indivíduo maior, CEPA4

(C. parallelus) com 180mm, foi transferido diretamente para o aquário experimental 1

(48l). Os exemplares menores (entre 40mm e 110mm) foram separados por

semelhança de tamanho entre dois aquários não experimentais de 72l e 84l (Figura 4).

Os peixes menores com comprimento entre 30mm e 40mm foram alimentados com

Artemia salina e os maiores (entre 100mm e 120mm) com pequenos caracídeos, todos

os peixes permaneceram sob CE de 13:11h.

A Tabela 2 resume as condições prévias de manutenção, duração, regimes de

CE, horários em que a luz acendia e apagava (HZ0 e HZ11/HZ13) e regime de

disponibilidade alimentar (Alimentação/Jejum - AJ). No caso da condição prévia o

regime adotado, quando presente, correspondeu à alimentação manual em horários

irregulares na fase clara do ciclo.

1 HZ (hora do zeitgeber) corresponde à tradução de ZT (zeitgeber time) que significa a hora referente ao ciclo ambiental, no caso o ciclo claro/escuro (CE), neste caso coincidente com o horário local.

Page 15: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

15

Tabela 2. Condição prévia de manutenção dos exemplares de Centropomus parallelus (CEPA1, CEPA 2, CEPA 3, CEPA 4) e C. undecimalis (CEUN5 E CEUN6) coletados em novembro de 2003 (N2003), maio de 2004 (M2004) e maio de2005 (M2005).(x) significa presença e (-), ausência.

2 As condições prévias a que foram submetidos os exemplares CEPA7, 8 e 9 estenderam-se por mais dias sob condições correspondentes às experimentais de CEPA4, 5 e 6 (Tabela 3), sendo que CEPA7 permaneceu mais 73 dias em CE, 55 dias em CC, 9 dias sob CE de 25h e 33 dias sob CC novamente. CEPA8 e 9 apresentaram as mesmas condições prévias, com a diferença que permaneceram 25 dias em CC antes do início dos experimentos.

Peixe Coleta Condição

Prévia CE HZ0 HZ11/HZ12 Intensidade

Luminosa (lux) AJ

CEPA1 N2003 150 dias x 7:00h 18:00h 10/90 lx -

CEPA2 N2003 155 dias x 7:00h 18:00h 10/90 lx irregular

CEPA3 M2004 300 dias x 6:00h 19:00h 10/90 lx irregular

CEPA4 M2005 0 dias x 6:00h 19:00h 10/90 lx irregular

CEUN5 M2005 71 dias x 6:00h 19:00h 10/90 lx irregular

CEUN6 M2005 71 dias x 6:00h 19:00h 10/90 lx irregular

CEPA72 M2005 290 dias x 6:00h 19:00h 10/90 lx irregular

CEPA82 M2005 290 dias x 6:00h 19:00h 10/90 lx irregular

CEPA92 M2005 290 dias x 6:00h 19:00h 10/90 lx irregular

Page 16: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

16

Figura 5. Foto do aquário experimental com o sistema de fotocélulas e a interface digital.

3.3. Procedimentos Experimentais

O ciclo claro/escuro imposto como condição prévia após a coleta (Figura 6)

promoveu a ambientação dos indivíduos em laboratório. Os regimes de claro/escuro

(CE) foram alterados de acordo com o experimento através do uso de um temporizador

previamente programado.

Esquema Geral

Coleta em campo condição prévia (laboratório) condição experimental (laboratório)

Figura 6. Representação esquemática das etapas da coleta, condição prévia e condição experimental. Alimentação manual, fase clara, fase escura.

Os exemplares CEPA1, CEPA3 e CEPA7 foram submetidos à condição

experimental de CE e alimentação em diferentes horários na fase clara do ciclo, já os

indivíduos CEPA2 e CEPA4 depois do CE foram submetidos à escuro constante (EE)

com alimentação irregular (no caso de CEPA2) e claro constante (CC) e ciclo de

disponibilidade alimentar (AJ) de 24h (CEPA4) para observar tanto a presença de

ritmos em livre-curso, como detectar a sincronização do ritmo locomotor pelo AJ,

fotocélulas

Page 17: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

17

quando somente este ciclo está presente. CEPA4 foi submetido também a CE de 25h e

ciclo de disponibilidade alimentar (AJ) de 24h, situação também repetida para CEPA5 e

6. Esta situação simula um conflito entre zeitgebers (CE= 25h e AJ= 24h) (Tabela 3).

Tabela 3. Resumo das manipulações nos experimentos: CE: Claro/Escuro; EE: Escuro/Escuro; CC: Claro/Claro; AJ: Alimentação/Jejum; irregular: alimentação fornecida em horários irregulares, horário regular aproximado da alimentação. Os horários correspondem à hh:mm.

Novembro/2003 Novembro/2003CEPA1 CEPA2 irregular

CE - 24h 3 dias CE - 24h 20 dias

irregularMaio/2004 EE 10 dias

CEPA3 irregularCE - 24h 57 dias irregular

CE - 24h 160 dias

Maio/2005Maio/2005 CEUN5 e 6

CEPA7CE - 24h 9 dias CC/AJ - 24h 18 dias

CE - 24h/AJ - 24h 90 diasMaio/2005

CEPA4 irregularCE - 24h 73 dias CE - 25h/AJ - 24h 19 dias

CC/AJ - 24h 55 dias

CC/AJ - 24h 24 diasCE - 24h/AJ - 24h 123 dias

CE - 25h/AJ - 24h 9 dias Maio/2005CEPA8 e CEPA9

CC/AJ - 24h 8 dias

CC/AJ - 24h 25 dias CE - 24h/AJ - 24h 9 dias

07:00h18:00h

07:00h18:00h

06:00h19:00h

06:00h19:00h

06:00h19:00h

06:00h19:00h

06:00h19:00h

07:00h20:00h

06:00h

19:00h

07:00h20:00h

06:00h

19:00h

06:00h19:00h

06:00h19:00h

Page 18: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

18

3.4. Coleta de Dados

A atividade locomotora dos peixes foi registrada individualmente através das

interrupções causadas pelo corpo do peixe nos feixes de luz infra-vermelha. Os feixes

foram gerados por emissores de luz e detectados por fotocélulas; os pares emissor-

fotocélula foram distribuídos na superfície e fundo dos aquários, seis no aquário

experimental 1 e oito nos aquários experimentais 2 e 3 com intervalo de 16cm (aquário

experimental 1) e 10cm (aquários experimentais 2 e 3) (Figura 4). A interrupção foi

convertida em pulso elétrico por uma interface digital (Figura 5) e através dos

programas The Fish Watcher®e ICB2 (Fajardo et al, 1999), registrada em uma planilha

no formato data, hora, minuto e segundo referente à interrupção. O registro foi feito

com um intervalo de 3 segundos, ou seja, interrupções em diferentes feixes ou em um

mesmo feixe com intervalo menor que 3 segundos foram registrados como uma única

interrupção. Posteriormente os registros de interrupções dos feixes de infra-vermelho

foram agrupadas em intervalos de uma hora.

3.5. Análise dos Dados

Os dados foram processados através do programa “El Temps”(Diez-Noguera,

2005); foram confeccionados actogramas, recurso gráfico utilizado para representar a

distribuição da atividade e repouso ao longo do tempo em relação a um ciclo. Para

melhor visualização dos padrões da atividade e repouso, cada linha dos actogramas

apresentados neste estudo representa um dia duplicado e a quantidade de interrupções

dos feixes de infra-vermelho (atividade) variaram entre 0 (limite mínino) e 400 (limite

máximo), sendo que alguns animais, essa variação foi bem menor, ficando

compreendida entre 0 e 50 interrupções. O dados do exemplar CEPA1 estão

representados graficamente na forma de plexograma, no qual foi calculada a média e os

desvios das interrupções dos feixes de infra-vermelho entre os dias de experimento. Esta

representação foi utilizada neste caso por não haver dias de coleta de dados adequados

para a construção de actograma. Os periodogramas de Lomb-Scargle resultantes da

análise espectral foram utilizados para identificar as periodicidades significativas

(representadas por período em horas, p.ex. 24,23h) dentro do intervalo de 600 a 1600

minutos (10,00 e 26,67h), compreendendo assim periodicidades ultradianas (ritmos com

período entre 10 e 20h) e circadianas. Nesta análise as potências de todos os harmônicos

são calculadas de acordo com um algoritmo, expressando o quanto determinado período

contribui para a variabilidade da série temporal. Devido à existência de flutuações

Page 19: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

19

aleatórias, associa-se ao periodograma um teste de hipótese que detecta quais

periodicidades podem ser consideradas significativas. A linha horizontal nos actogramas

representa o nível crítico para siginificância (p<0,05) (Menna-Barreto et al., in press).

Foram calculadas as porcentagens de atividade locomotora em cada fase (claro,

escuro, jejum e alimentação) baseadas no número total de horas da fase correspondente.

As porcentagens foram então comparadas em todas as condições experimentais, para

todos os indivíduos. As comparações foram feitas através do teste Z com correção de

Yates (Zar, 1999), com o auxílio do programa estatístico SigmaStat versão 3.11. Os

testes foram realizados com nível de significância de p<0,05.

Page 20: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

20

IV. Resultados

Os resultados estão apresentados primeiramente num contexto geral em relação

às manipulações experimentais do ciclo claro/escuro (CE), do ciclo de disponibilidade

alimentar (AJ), em relação à presença dos dois ciclos, ao tempo de permanência em

laboratório e em relação às análises das oscilações. Os resultados detalhados de cada

indivíduo experimental estão organizados e agrupados de acordo com a seqüência

experimental das manipulações (Tabela 3).

4.1. Resultados Gerais

4.1.1. Sincronização ao Ciclo Claro/Escuro (CE)

A sincronização ao ciclo claro/escuro (CE) foi verificada através da análise

visual dos actogramas, ou seja, se a fase de atividade e repouso ocorre regularmente em

relação a uma determinada fase do ciclo ambiental (CE), fenômeno conhecido como

sincronização, caracterizada como relação estável de fase.

Houve sincronização da atividade locomotora ao CE em cinco dos nove

indivíduos, sendo que quatro deles não apresentaram sincronização a este ciclo em

nenhuma das condições experimentais a que foram submetidos. Dentre os exemplares

com ritmicidade relacionada ao CE, pode-se classificar os animais de acordo com a fase

do dia em que predominaram suas atividades locomotoras em: diurnos, noturnos e

crepusculares (podendo haver tendência diurna ou noturna). CEUN5 e 6 caracterizaram-

se como noturnos (Figuras 7 e 8), CEPA2 como diurno, passando a noturno depois de

submetido ao EE (Figura 9) e CEPA4 foi caracterizado como crepuscular, sendo que na

primeira condição de CE apresentava maior atividade na fase clara (tendência diurna) e

depois da condição de CC, quando submetido novamente a CE passou a ser mais ativo

na fase escura do ciclo (tendência noturna) (Figura 10). CEUN5 apresentou uma

ritmicidade de 720min (12h) (Figura 7) que pode ser interpretada como uma expressão

em livre-curso relacionada ao ciclo de maré, já que não houve alteração das condições

referentes à maré, como variação da pressão hidrostática ou salinidade em laboratório.

Em condição constante em relação ao ciclo CE (EE e CC) não houve presença

de periodicidades significativas e no caso dos peixes submetidos a CE 25h (1500min),

Page 21: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

21

houve sincronização ao CE, sendo que CEPA4, CEUN5 e 6 sincronizaram-se a este

ciclo, e CEPA4 apresentou sincronização exclusiva ao CE (Figuras 7, 8 e 10).

Os indivíduos CEPA1, 3 ,7 e 9 não demonstraram sincronização da atividade

locomotora ao CE (Figuras 11, 12, 13 e 14). CEPA1 foi submetido somente a um ciclo

(CE) por 3 dias, depois de 150 dias de permanência em condição prévia (CE) em

laboratório. A condição experimental de CEPA3 foi: presença do ciclo CE por 57 dias,

depois de uma condição prévia de 300 dias. Os experimentos com CEPA7 e 9

iniciaram-se depois de 290 dias, e tiveram duração de 9 e 17 dias, sendo que CEPA9 foi

exposto a CC antes de CE. Diante destes resultados verifica-se que a de sincronização

não está relacionada nos casos descritos acima, nem ao tempo de condição prévia, nem

à duração do experimento (tabela 2 e 3).

4.1.2. Sincronização ao Ciclo de Disponibilidade Alimentar (AJ)

A sincronização somente ao AJ ocorreu em CEUN5 e 6, quando submetidos a

AJ de 24h (1440min). CEUN5 locomoveu-se mais ativamente na ausência do alimento,

enquanto CEUN6 mostrou-se mais ativo na presença do alimento, demonstrando a

fragilidade de AJ como zeitgeber nesta sincronização (Figura 15).

Na presença dos dois ciclos de 24h (1440min), CE e AJ, não é possível saber se

a sincronização ocorreu relacionada à AJ. De qualquer forma, tal sincronização não

deve ser muito robusta, uma vez que não foi detectada em situações de CC ou EE e AJ.

4.1.3. Sincronização pelo Ciclo Claro/Escuro (CE) de 25h X Sincronização ao Ciclo de

Disponibilidade Alimentar (AJ) de 24h

Os indivíduos CEPA4, CEPA5 e CEPA6 foram submetidos à condição

experimental com ciclos de diferentes períodos (CE de 25h e AJ de 24h). CEPA4 e 6 na

presença dos dois ciclos apresentaram maior porcentagem de atividade locomotora na

fase escura do ciclo (Figura 16), e em relação ao ciclo alimentar, a atividade locomotora

foi alocada na fase referente à presença de alimento (Figura 15). CEPA5, por outro lado,

apresentou maior atividade na fase clara do ciclo e na fase de ausência de alimento

(Figuras 15 e 16).

Page 22: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

22

4.1.4. Tempo de Permanência em Experimento

O amortecimento da expressão dos ritmos de animais em função do tempo de

permanência em laboratório sob condições experimentais (damping) parece não ter

ocorrido nos peixes deste estudo. De acordo com a Figura 17, não há um padrão de

aumento ou diminuição da atividade dos peixes sob tais condições.

4.1.5. Análise das Oscilações

4.1.5.1. Porcentagem de Alocação da Atividade Locomotora

Os peixes CEPA3 e 9, de acordo com a aplicação do teste Z, não apresentaram

diferença na quantidade de atividade locomotora executada nas diferentes fases do ciclo

CE e AJ. CEPA4, por outro lado, apresentou diferença entre todas as fases das

diferentes manipulações do ciclo CE e AJ (Tabela 4).

4.1.5.2. Periodicidades Significativas

Os indivíduos CEPA1, 3, 7 e 9 não apresentaram periodicidades significativas de

acordo com a análise espectral representada pelos periodogramas de Lomb-Scargle. As

periodicidades significativas referentes aos peixes CEPA2, CEPA4, CEUN5, CEUN6 e

CEPA8, variaram de 720min (12h) a 1540min (25,67h), sendo que a maioria dos

valores significativos refere-se a valores próximos a 1440min (24h) (Tabela 5).

Page 23: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

23

4.2. Resultados Detalhados

4.2.1. Manipulação 1:

Ciclo Claro/Escuro e Alimentação Aleatória ou Ciclo de Disponibilidade Alimentar O indivíduo CEPA1 sob condições de CE (claro/escuro) sem alimentação

regular (Figura 11), apesar de se locomover predominantemente na fase clara (65%)

(Figura 18, Tabela 4), não apresentou nenhum padrão regular de atividade ao longo do

dia e nenhum período significativo na análise espectral (tabela 5). Neste caso, não foi

confeccionado um actograma pelo número de dias de experimento ser reduzido.

CEPA3 não apresentou periodicidade significativa em CE com alimentação

regular na fase clara (Figura 12, Tabela 5). Sua atividade parece estar distribuída

igualmente nas duas fases (Figura 18, Tabela 4).

O exemplar CEPA7 foi submetido a CE e AJ (alimento na fase clara) e, apesar

de apresentar maior quantidade de atividade na fase escura (84%), não foi detectada

periodicidade significativa que demonstre uma ritmicidade (Figuras 13 e 18, Tabela 4 e

5).

Page 24: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

24

4.2.2. Manipulação 23:

Ciclo Claro/Escuro e Alimentação Aleatória

Escuro Constante e Alimentação Aleatória

Ciclo Claro/Escuro e Alimentação Aleatória

CEPA2 quando submetido primeiramente a CE com alimentação oferecida na

fase clara sem horário regular (Figura 9), apresentou periodicidade significativa de

1505min (25,08h) (tabela 4) que não parece estar relacionada a nenhum ciclo externo.

58% da atividade foi alocada na fase clara. Em seguida o peixe foi submetido à EE

(escuro constante) com alimentação alocada em uma das fases sem horário regular,

nesta situação não houve periodicidade significativa e sua atividade não apresentou

regularidade (Figura 19, Tabelas 4 e 5). Submetido novamente a CE, as periodicidades

significativas estão em torno de 1440min (24h) (Tabela 5) e sua maior atividade

locomotora passa a ser na fase escura do ciclo (83%) (Figura 19, Tabela 4).

3 As setas representam a seqüência das manipulações experimentais.

Page 25: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

25

4.2.3. Manipulação 3:

Ciclo Claro/Escuro e Alimentação Aleatória

Claro Constante e Ciclo de Disponibilidade Alimentar

Ciclo Claro/Escuro de 24h e Ciclo de Disponibilidade Alimentar de 25h

Claro Constante e Ciclo de Disponibilidade Alimentar

Sob CE com alimentação regular na fase clara CEPA4 apresentou periodicidade

significativa de 1435min (23,92h), com 58% da atividade locomotora presente na fase

clara (Tabelas 4 e 5, Figuras 10 e 20). Sob CC e alimentação regular este peixe

apresentou maior atividade na presença de alimento (65%) e periodicidades de 1440min

(24h) e 1410min (23,5h) (Figura 20, Tabelas 4 e 5). Submetido novamente a CE

apresentou periodicidades significativas próximas à 1440min (24h), locomoveu-se mais

na fase escura (81%), invertendo tal atividade em relação aos primeiros dias de

experimento, antes de ser submetido à CC (claro constante) (Tabela 5 e 4, Figura 20).

Em condições de CE de 1500min (25h) e AJ (alimentação/jejum) de 1440min (24h),

96% da atividade foi alocada na fase escura (Figura 16). As periodicidades

significativas nestas condições foram: 1495min (24,92h) e 1230min (20,5h) (Tabela 5).

Quando a atividade locomotora foi comparada somente levando em consideração o

ciclo alimentar, foi constatada maior atividade na fase de alimentação (64%) (Figura

15). Comparando as fases de alimento e jejum somente em condições de escuro, 72% da

atividade locomotora foi constatada na fase onde ocorreu a alimentação (Figura 21,

Tabela 4). Em relação à fase clara não houve tanta diferença entre a atividade quando o

alimento estava presente, ou ausente (60 e 40%) (Figura 22, Tabela 4). Em condições

novamente de CC e AJ, o peixe teve 64% da atividade na fase de alimentação, mas

nenhuma periodicidade significativa foi detectada (Figura 23, Tabelas 4 e 5).

O peixe CEUN5 foi submetido à CC e AJ e a atividade não apresentou uma

distribuição preferencial em nenhuma das fases (49% da atividade na fase de alimento)

e também não foi detectado periodicidade significativa (Figuras 7 e 20, Tabelas 4 e 5).

Posteriormente submetido à CE e AJ com alimentação regular na fase clara, 66% da

atividade locomotora ficou concentrada na fase clara, as periodicidades significativas

apresentaram valores próximas à 1440min e 720min (24h e 12h) (Figura 20, Tabelas 4 e

5). Sob CE de 25h e AJ de 24h as periodicidades significativas foram 1535min e

1456min (25,58h e 24,27h) (Tabela 5). Quando as fases clara e escura foram

Page 26: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

26

comparadas, pôde-se observar que a atividade concentrou-se na fase clara (78%) (Figura

16, Tabela 4). Em relação somente ao AJ a fase com maior atividade foi a fase de jejum

(80%) (Figura 15, Tabela 4). A comparação entre a fase de jejum e alimentação no

escuro demonstrou que a atividade locomotora foi distribuída homogeneamente nas

duas fases (Figura 21). Considerando apenas a fase de claro, 85% da atividade ocorreu

na fase de jejum (Figura 22). Quando submetido novamente a CC e AJ os resultados

foram semelhantes a esta mesma condição no início do experimento: ausência de

periodicidades significativas e fase preferencial de maior atividade (53% na fase de

alimentação e 47% na fase de jejum) (Tabelas 4 e 5, Figura 23).

Sob CC e AJ o peixe CEUN6 não apresentou nenhum indício de ritmo na

atividade locomotora (48% da atividade na fase de alimento) (Figuras 8 e 20, Tabela 4).

Submetido a CE e AJ (alimentação na fase clara) a atividade deste peixe foi maior na

fase escura do ciclo (89%) com períodos significativos de 1440min (24h) e 1415min

(23,59h) (Figura 20, Tabela 4 e 5). A atividade continuou maior na fase escura (84%)

quando CE passou a ser de 25h e AJ permaneceu de 24h e as periodicidades

significativas foram: 1500min (25h), 1400min (23,33h) e 1320min (22h) (Figura 16,

Tabelas 4 e 5). Em relação somente ao AJ, 65% da atividade ocorreu na fase com

presença de alimento (Figura 15, Tabela 4). A comparação entre as fases de alimentação

e fases de jejum no escuro não demonstrou diferença na atividade na presença (52%) e

ausência (48%) do alimento, o mesmo ocorrendo quando comparadas no claro (Figuras

21 e 22, Tabela 4). Submetido novamente a CC e AJ, não foi detectada periodicidade

significativa e a atividade pareceu estar distribuída entre as fases de alimento e jejum de

forma uniforme (57% da atividade na fase de jejum) (Tabela 4, Figura 23).

Page 27: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

27

4.2.4. Manipulação 4:

Claro Constante e Ciclo de Disponibilidade Alimentar

Ciclo Claro/Escuro e Ciclo de Disponibilidade Alimentar

O peixe CEPA8 sob CC e AJ não apresentou periodicidade significativa e 49%

da atividade locomotora ocorreu na fase de alimento, não caracterizando uma fase

preferencial da atividade (Figuras 24 e 25, Tabelas 4 e 5). Depois sob CE e AJ (fase

clara) foi caracterizada periodicidade significativa de 1235min (20,58h) e sua atividade

permaneceu homogênea nas duas fases (Figura 25, Tabelas 4 e 5). Para CEPA9, tanto

na condição de CC e AJ, quanto sob CE e AJ (fase clara) não foi detectada

periodicidade significativa em CEPA9 e a atividade parece estar distribuída de forma

quase uniforme entre as diferentes fases (Figuras 14 e 25, Tabelas 4 e 5).

Page 28: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

28

Tabela 4. Resultado da aplicação do teste Z com correção de Yates, entre as porcentagens de atividade locomotora dos diferentes experimentos com ciclo claro/escuro (CE) e ciclo de disponibilidde alimentar (AJ). O tamanho amostral dos experimentos é expresso em horas.

Indivíduo Experimento Signif. Resultado N CEPA1 CE 11:13h Sim Z= 2,735; p = 0,006 42

CE e AJ 11:13h Sim Z= 4,924; p ≤ 0,001 486 EE e AJ 11:13h Não Z= 0,373; p = 0,710 264 CEPA2 CE e AJ 11:13h Sim Z= 59,875; p ≤ 0,001 4118

CEPA3 CE e AJ 13:11h Não Z= -0,0385; p = 0,969 1350 CE e AJ 13:11h Sim Z= 9,829; p ≤ 0,001 1733CC e AJ 13:11h Sim Z= 15,607; p ≤ 0,001 1321CE e A:J (2)13:11h Sim Z= 45,935; p ≤ 0,001 2675CE 13:12h (25h) e AJ 13:11h (24h) Sim Z= 19,595; p ≤ 0,001 229 CE 13:12h (25h) e AJ 13:11h (24h) Sim Z= 5,392; p ≤ 0,001 206 CE 13:12h (25h) e AJ 13:11h (24h), na fase escura Sim Z= 6,390; p ≤ 0,001 106 CE 13:12h (25h) e AJ 13:11h (24h), na fase clara Sim Z= 2,821; p = 0,005 109

CEPA4

CC e AJ 13:11h (2) Sim Z= 6,111; p ≤ 0,001 590 CC e AJ 13:11h Não Z= 0,821; p = 0,411 416 CE e AJ 13:11h Sim Z= 20,794; p ≤ 0,001 2160CE 13:12h (25h) e AJ 13:11h (24h) Sim Z= 16,754; p ≤ 0,001 455 CE 13:12h (25h) e AJ 13:11h (24h) Sim Z= 17,776; p ≤ 0,001 455 CE 13:12h (25h) e AJ 13:11h (24h), na fase escura Não Z= 0,608; p = 0,543 351 CE 13:12h (25h) e AJ 13:11h (24h), na fase clara Sim Z= 17,249; p ≤ 0,001 313

CEUN5

CC e AJ 13:11h (2) Não Z= 1,934; p = 0,053 557 CC e AJ 13:11h Não Z= 1,083; p = 0,279 415 CE e AJ 13:11h Sim Z= 51,225; p ≤ 0,001 2159CE 13:12h (25h) e AJ 13:11h (24h) Sim Z= 20,492; p ≤ 0,001 457 CE 13:12h (25h) e AJ 13:11h (24h) Sim Z= 9,004; p ≤ 0,001 457 CE 13:12h (25h) e AJ 13:11h (24h), na fase escura Não Z= 0,746; p = 0,456 221 CE 13:12h (25h) e AJ 13:11h (24h), na fase clara Sim Z= 2,080; p = 0,037 236

CEUN6

CC e AJ 13:11h (2) Sim Z= 4,613; p ≤ 0,001 557 CEPA7 CE e AJ 13:11h Sim Z= 5,033; p ≤ 0,001 195

CC e AJ 13:11h Não Z= 0,266; p = 0,790 174 CEPA8 CE e AJ 13:11h Sim Z= 2,325; p = 0,020 204 CC e AJ 13:11h Não Z= 0,266; p = 0,790 174 CEPA9 CE e AJ 13:11h Não Z= 1,921; p = 0,055 204

Page 29: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

29

Tabela 5. Periodicidades significativas e valor da potência espectral (P) de acordo com os periodogramas de Lomb-Scargle para cada exemplar de Centropomus parallelus (CEPA1, CEPA2, CEPA3, CEPA4, CEPA7, CEPA8 e CEPA9) e C. undecimalis (CEUN5 e CEUN6) em diferentes condições experimentais: ciclo claro/escuro sem oferta de alimento (CE), ciclo claro/escuro e ciclo de disponibilidade alimentar (CE/AJ-1), claro constante e ciclo de disponibilidade alimentar (CC/AJ-1), escuro constante e ciclo de disponibilidade alimentar (EE/AJ), ciclo claro/escuro e ciclo de disponibilidade alimentar (CE/AJ-2), ciclo claro/escuro de 25h e ciclo de disponibilidade alimentar de 24h (CE25h/AJ24h) e, claro constante e ciclo de disponibilidade alimentar (CC/AJ-2). NS= períodos não significativos.

CE CE/AJ-1 CC/AJ-1 EE/AJ CE/AJ-2 CE25h/AJ24h CC/AJ-2CEPA1 NS CEPA3 NS CEPA7 NS CEPA2 1505min (P=10) NS 1435min (P=115)

1490min (P=30) 1390min (P=15)

CEPA4 1435min (P=11) 1440min (P=37) 1440min (P=300) 1495min (P=30) NS 1410min (P=10) 1460min (P=60) 1230min (P=10) 1420min (P=40)

CEUN5 NS 1445min (P=105) 1535min (P=42) NS 720min (P=20) 1456min (P=38) 1540min (P=15) 1390min (P=15)

CEUN6 NS 1440min (P=400) 1500min (P=60) 1415min (P=15) 1400min (P=16) 1320min (P=10)

CEPA8 NS 1235min (P=9,5)

CEPA9 NS NS

Page 30: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

30

Figura 7. Actograma (A) e periodogramas Lomb-Scargle (B) referentes a um exemplar

de Centropomus parallelus (CEPA5) sob condições experimentais de: claro constante e

ciclo de disponibilidade alimentar (CC/AJ), ciclo claro/escuro e ciclo de disponibilidade

alimentar (CE/AJ), ciclo claro/escuro de 25h e ciclo de disponibilidade alimentar de 24h

(CE25h/AJ24h) e claro constante e ciclo de disponibilidade alimentar (CC/AJ). Oferta

de alimento.

CC/AJ CC/AJ

CE/AJ CE/AJ

CE25h/ AJ24h

CC/AJ

CE2 5h/AJ24h

CC/AJ06:00h

19:00h

A B

Page 31: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

31

Figura 8. Actograma (A) e periodogramas Lomb-Scargle (B) referentes a um exemplar de Centropomus parallelus (CEPA6) sob condições experimentais de: claro constante e ciclo de disponibilidade alimentar (CC/AJ), ciclo claro/escuro e ciclo de disponibilidade alimentar (CE/AJ), ciclo claro/escuro de 25h e ciclo de disponibilidade alimentar de 24h (CE25h/AJ24h) e claro constante e ciclo de disponibilidade alimentar (CC/AJ). Oferta de alimento.

CC/AJ

CE/AJ

CE25h/ AJ24h

CC/AJ

CC/AJ

CE/AJ

CE25h/AJ24h

CC/AJ

06:00h

19:00h

A B

Page 32: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

32

Figura 9. Actograma (A) e periodogramas de Lomb-Scargle (B) referentes a um exemplar de Centropomus parallelus (CEPA2) sob condições experimentais de ciclo claro/escuro e ciclo de disponibilidade alimentar (CE/AJ), escuro constante e alimentação irregular na fase clara do ciclo (EE/AJ) e ciclo claro/escuro e alimentação irregular na fase clara do ciclo (CE/AJ). Oferta de alimento.

A B

CE/A

EE/A

CE/A

CE/AJ

CE/AJ

EE/AJ

07:00h 18:00h

Page 33: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

33

Figura 10. Actograma (A) e periodogramas de Lomb-Scargle (B) referentes a um exemplar de Centropomus parallelus (CEPA4) sob condições experimentais de: ciclo claro/escuro e ciclo de disponibilidade alimentar (CE/AJ), claro constante e ciclo de disponibilidade alimentar (CCE/AJ), ciclo claro/escuro e ciclo de disponibilidade alimentar (CE/AJ), ciclo claro/escuro de 25h e ciclo de disponibilidade alimentar de 24h (CE25h/AJ24h) e claro constante e ciclo de disponibilidade alimentar (CC/AJ). Oferta de alimento.

A B

CE/AJ

CC/AJ

CE/AJ

CE25h/AJ24h

CE/AJ

CC/AJ

CE/AJ

CC/AJ

CE25h/ AJ

CC/AJ

06:00h 19:00h

Page 34: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

34

Figura 11. Plexograma (A) e periodograma de Lomb-Scargle (B) correspondentes a um exemplar de Centropomus parallelus (CEPA1) sob condições experimentais de ciclo claro/escuro sem oferta de alimento.

-100

0

100

200

300

400

500

0 5 10 15 20 25

horário (h)

Inte

rrup

ções

nos

feix

es d

e in

frav

erm

elho

A

B

Page 35: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

35

Figura 12. Actograma (A) e periodograma de Lomb-Scargle (B) referentes a um exemplar de Centropomus parallelus (CEPA3) sob condições experimentais de ciclo claro/escuro e alimentação irregular na fase clara do ciclo. Oferta de alimento.

CE

06:00h 19:00h

A B

Page 36: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

36

Figura 13. Actograma (A) e periodograma de Lomb-Scargle (B) referentes a um exemplar de Centropomus parallelus (CEPA7) sob condições experimentais de: ciclo claro/escuro e ciclo de disponibilidade alimentar (CE/AJ). Oferta de alimento.

06:00h 19:00h

CE/A

A B

Page 37: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

37

Figura 14. Actograma (A) e periodogramas de Lomb-Scargle (B) referentes a um exemplar de Centropomus parallelus (CEPA9) sob condições experimentais de: ciclo claro/escuro e ciclo de disponibilidade alimentar (CE/AJ), claro constante e ciclo de disponibilidade alimentar (CC/AJ) e ciclo claro/escuro e ciclo de disponibilidade alimentar (CE/AJ). Oferta de alimento.

CE/AJ

CC/AJ

CC/AJ

CE/AJ

A B

06:00h 19:00h

Page 38: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

38

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

cepa 4

ceun 5

ceun 6

Indi

vídu

o ex

perim

enta

l

Atividade locomotora, %

Alimentação Jejum

*

*

*

Figura 15. Distribuição das porcentagens de alocação da atividade locomotora de exemplares de Centropomus parallelus e C. undecimalis (CEPA4, CEUN5 e CEUN6) entre as fases de alimentação e jejum, apenas considerando o ciclo de alimentar, nas condições experimentais de ciclo claro/escuro de 25h e ciclo de disponibilidade alimentar de 24h. *Porcentagens de atividade significativamente diferentes de acordo com o teste Z.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

cepa 4

ceun 5

ceun 6

Indi

vídu

o ex

perim

enta

l

Atividade locomotora, %

claro escuro

*

*

*

Figura 16. Distribuição das porcentagens de alocação da atividade locomotora de exemplares de Centropomus parallelus e C. undecimalis (CEPA4, CEUN5 e CEUN6) entre as fases de claro e escuro, apenas considerando o ciclo claro/escuro, nas condições experimentais de ciclo claro/escuro de 25h e ciclo de disponibilidade alimentar de 24h. *Porcentagens de atividade significativamente diferentes de acordo com o teste Z.

Page 39: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

39

-10000

40000

90000

140000

190000

co nd ição exp eriment al

CEPA1CEPA2CEPA3CEPA4CEUN5CEUN6CEPA7CEPA8CEPA9

Figura 17. Atividade locomotora (número total de interrupções nos feixes de infra-vermelho por número de fotocélulas) de exemplares de Centropomus parallelus (CEPA1, CEPA2, CEPA3, CEPA4, CEPA7, CEPA8 e CEPA9) e C. undecimalis CEUN5,CEUN6) em diferentes condições experimentais: claro/escuro (CE), claro/ escuro e ciclo de disponibilidade alimentar (CE/AJ1), claro constante e ciclo de disponibilidade alimentar (CC/AJ1), escuro constante e ciclo de disponibilidade alimentar (EE/AJ), claro/escuro e ciclo de disponibilidade alimentar (CE/AJ2), claro/escuro de 25h e ciclo de disponibilidade alimentar de 24h (CE25/AJ24), claro constante e ciclo de disponibilidade alimentar (CCAJ2).

Page 40: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

40

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

cepa 1

cepa 3

cepa 7

Indi

vídu

o ex

perim

enta

l

Atividade locomotora, %

claro escuro

*

*

Figura 18. Distribuição das porcentagens de alocação da atividade locomotora de exemplares de Centropomus parallelus (CEPA1, CEPA2 e CEPA7) entre as fases de claro e escuro (CE, 11:13h para CEPA1 e 2 e CE, 13:11h para CEPA7). CEPA1 permaneceu sem oferta de alimento, CEPA3 recebeu alimentação em horários irregulares e CEPA7 recebeu alimento em horários regulares na fase clara. *Porcentagens de atividade significativamente diferentes de acordo com o teste Z.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

CE-1

EE (AJ)

CE-2

Con

diçã

o ex

perim

enta

l

Atividade locomotora, %

claro escuro alimentação jejum

*

*

Figura 19. Distribuição das porcentagens de alocação da atividade locomotora do exemplar de Centropomus parallelus CEPA2 entre as fases de claro e escuro (CE-1 e CE-2) e escuro constante (EE) com alimentação irregular. *Porcentagens de atividade significativamente diferentes de acordo com o teste Z.

Page 41: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

41

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

cepa 4 (CE-1)

cepa 4 (CC)

ceun 5 (CC)

ceun 6 (CC)

cepa 4 (CE-2)

ceun 5 (CE-2)

ceun 6 (CE-2)In

diví

duo

expe

rimen

tal

Atividade locomotora, %

claro escuro alimentação jejum

*

*

*

*

*

Figura 20. Distribuição das porcentagens de alocação da atividade locomotora de exemplares de Centropomus parallelus e C. undecimalis (CEPA4, CEUN5 e CEUN6) entre as fases de claro e escuro, nas condições de ciclo claro/escuro (CE-1 e CE-2), entre as fases de alimentação e jejum em condições de claro constante e alimentação regular (CC). *Porcentagens de atividade significativamente diferentes de acordo com o teste Z.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

cepa 4

ceun 5

ceun 6

Indi

vídu

o ex

perim

enta

l

Atividade locomotora, %

Alimentação Jejum

*

Figura 21. Distribuição das porcentagens de alocação da atividade locomotora de exemplares de Centropomus parallelus e C. undecimalis (CEPA4, CEUN5 e CEUN6) entre as fases de alimentação e jejum, somente na fase de escuro, nas condições experimentais de ciclo claro/escuro de 25h e ciclo de disponibilidade alimentar de 24h. *Porcentagens de atividade significativamente diferentes de acordo com o teste Z.

Page 42: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

42

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

cepa 4

ceun 5

ceun 6

Indi

vídu

o ex

perim

enta

l

Atividade locomotora, %

Alimentação Jejum

*

*

*

Figura 22. Distribuição das porcentagens de alocação da atividade locomotora de exemplares de Centropomus parallelus e C. undecimalis (CEPA4, CEUN5 e CEUN6) entre as fases de alimentação e jejum, somente na fase clara, nas condições experimentais de claro/escuro de 25h e ciclo de disponibilidade alimentar de 24h. *Porcentagens de atividade significativamente diferentes de acordo com o teste Z.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

cepa 4

ceun 5

ceun 6

Indi

vídu

o ex

perim

enta

l

Atividade locomotora, %

Alimentação Jejum

*

*

Figura 23. Distribuição das porcentagens de alocação da atividade locomotora de exemplares de Centropomus parallelus e C. undecimalis (CEPA4, CEUN5 e CEUN6) entre as fases de alimentação e jejum (AJ, 13:11h), expostos a claro constante, após exposição a ciclo claro/escuro de 25h e ciclo de disponibilidade alimentar de 24h.*Porcentagens de atividade significativamente diferentes de acordo com o teste Z.

Page 43: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

43

Figura 24. Actograma (A) e periodogramas de Lomb-Scargle (B) referentes a um exemplar de Centropomus parallelus (CEPA8) sob condições experimentais de: ciclo claro/escuro e ciclo de disponibilidade alimentar (CE/AJ), claro constante e ciclo de disponibilidade alimentar (CC/AJ) e ciclo claro/escuro e ciclo de disponibilidade alimentar (CE/AJ). Oferta de alimento.

CE/AJ

CC/AJ

CC/AJ

CE/AJ

A B

06:00h 19:00h

Page 44: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

44

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

cepa 8 (CC)

cepa 9 (CC)

cepa 8 (CE)

cepa 9 (CE)

Indi

vídu

o ex

perim

enta

l

Atividade locomotora, %

alimentação jejum claro escuro

*

Figura 25. Distribuição das porcentagens de alocação da atividade locomotora de exemplares de Centropomus parallelus (CEPA8 e CEPA9) entre as fases de alimentação e jejum (AJ, 13:11h), expostos a claro constante (CC) e entre as fases de claro e escuro, expostos a ciclo claro/escuro e ciclo de disponibilidade alimentar (CE).*Porcentagens de atividade significativamente diferentes de acordo com o teste Z.

Page 45: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

45

V. Discussão

A idéia central deste estudo é a capacidade que o ciclo claro/escuro (CE) e o

ciclo de disponibilidade alimentar (AJ) têm de promover sincronização da atividade

locomotora de robalos, dentre as inúmeras variáveis ambientais cíclicas presentes no

ambiente costeiro. Tal hipótese não foi totalmente comprovada para exemplares juvenis

das espécies Centropomus parallelus e C. undecimalis, pois somente o ciclo

claro/escuro sincronizou esta atividade em alguns animais testados.

5.1. Sincronização ao Ciclo Claro/Escuro (CE)

A importância evolutiva dos ritmos biológicos endógenos está baseada, entre

outras características, na capacidade de antecipação aos eventos ambientais cíclicos. Os

organismos que exibem esta adaptação preparam-se fisiologica e comportamentalmente,

apresentando maior chance de sobrevivência frente a uma mudança ambiental cíclica,

como variação do nível da água, presença de predadores, disponibilidade de presas. Por

outro lado, os organismos fazem uso do mascaramento como mecanismo de

sincronização mais versátil, uma vez que, diferente da rigidez relativa observada no

arrastamento, o organismo responde imediatamente às alterações do ambiente, sendo

elas cíclicas ou não. Arrastamento e mascaramento podem ocorrer diante de um mesmo

sinal temporal ambiental (Mrosovsky, 1994; Marques & Waterhouse, 1994) podendo

causar uma diminuição da expressão da variável em estudo, sendo denominado

negativo, ou promovendo um aumento desta expressão, sendo chamado mascaramento

positivo (Mrosovsky, 1999).

O ciclo claro/escuro representa para os peixes, assim como para outros grupos de

vertebrados, um importante sinal temporal, promovendo o arrastamento dos ritmos

comportamentais através de um sistema de temporização. A maioria dos estudos

referentes a ritmo locomotor em peixes demonstra a existência desta ritmicidade de

caráter endógeno em várias espécies (p.ex. Ali, 1964; Spieler & Noeske, 1984; Sánchez-

Vázquez et al., 1995a; 1995b; Ryer & Olla, 1999; Hurd et al., 1998; Gerkema et al.,

2000). Algumas espécies, porém, apresentam ritmos arrastados por outros ciclos

ambientais, como por exemplo, ciclo de maré e ciclo de disponibilidade alimentar

(Cummings & Morgan, 2001; Sánchez-Vázquez et al., 1997), refletindo assim a

diversidade de ciclos aos quais os peixes estão submetidos no meio aquático, bem como

Page 46: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

46

suas diferentes histórias evolutivas. A luz no meio marinho varia de acordo com a

profundidade e com a quantidade de partículas dissolvidas na água. A luz incidente na

água tem várias de suas características alteradas como polaridade, composição do

espectro e intensidade luminosa de acordo com a profundidade (MacFarland, 1986,

Gerkema et al., 2000). Os organismos estão expostos a diferentes intensidades

luminosas de acordo com a profundidade em que se encontram, além de terem a

capacidade de controlar a iluminação ao abrigar-se em tocas ou locais menos

iluminados, nestes casos a variação luminosa pode não estar relacionada a um padrão

diário de oscilação (Reebs, 1994).

Neste estudo o ciclo claro/escuro (CE) sincronizou a atividade locomotora de

alguns dos robalos juvenis, através do mecanismo de mascaramento, ou seja, o sistema

de temporização parece não estar envolvido na geração deste ritmo, uma vez que em

condições constantes de claro (CC) ou de escuro (EE) todos os indivíduos

apresentaram-se arrítmicos. Condições constantes de luminosidade promoveram a

arritmicidade em outras espécies de peixes que, associadas ao tempo de permanência

dos animais em laboratório, pareceram causar a dessincronização de ritmos

comportamentais. (Hurd et al., 1998; Sánchez Vázquez, 1995b; Richardson &

MacCleave, 1974; Mashiko, 1979; Goudie et al, 1983; apud Tabata, 1992).

A antecipação às alterações de fase de CE não foi observada na maioria dos

indivíduos, porém o indivíduo CEPA4 antecipou as mudanças de fase. Tal fato deve, no

futuro, direcionar novos experimentos para verificar se este resultado repete-se ou não

em outros indivíduos. Levando em consideração a presença do ciclo claro/escuro, 55%

dos indivíduos estudados sincronizaram-se a este ciclo, sendo que três foram

caracterizados como noturnos, um diurno e um crepuscular com tendência diurna. O

exemplar CEUN5, também sob CE, apresentou uma ritmicidade de 720min (12h),

possivelmente relacionada ao ciclo de maré. Esta periodicidade pode ser relacionada a

uma situação de livre-curso, uma vez que nas condições experimentais não houve

simulação de maré. Porém, estudos complementares relacionados à sincronização pela

maré deverão ser feitos para elucidação deste resultado observado em apenas um peixe.

Além dos exemplares de robalo exibirem diversidade de hábitos quanto à atividade

locomotora, alguns indivíduos (CEPA2 e 4) apresentaram inversão de fase de atividade

depois de submetidos ao EE e CC, passando de diurno a noturno e crepuscular com

tendência diurna a crepuscular com tendência noturna respectivamente.

Page 47: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

47

A plasticidade dos ritmos biológicos em peixes é evidente e caracteriza-se pela

presença de diferentes padrões temporais de atividade locomotora em indivíduos de

uma mesma espécie, assim como a variação de hábitos em um mesmo indivíduo (Ali,

1992). Reebs (2002) reuniu trabalhos relacionados à plasticidade dos peixes baseada na

capacidade de mudança de hábito em diversas condições. Algumas espécies como

Carassius auratus apresentaram diferença de atividade locomotora entre as fases do

ciclo CE, havendo alteração de fase de atividade em um mesmo indivíduo ao longo do

tempo (Iigo & Tabata, 1996). Hurd et al. (1998) observou que 86% dos exemplares de

Danio rerio sob CE com fase de luz com baixa intensidade (12 lux) eram diurnos. Entre

salmonídeos foi detectada variedade de hábitos relacionados à atividade natatória

(Godin, 1981), assim como variações ontogenéticas associadas à época de migração

(Fraser et al., 1993), ou ainda alteração de hábito relacionado à atividade de

forrageamento (Fraser & Metcalfe, 1997). Sánchez-Vázquez et al. (1995a) detectaram

mudança de fase em Dicentrarchus labrax mantidos sob CE entre inverno e verão. Os

exemplares exibiram hábito diurno de atividade alimentar no verão e noturno no

inverno, o que deve estar relacionado à alteração da disponibilidade de alimento entre as

estações do ano, pois não responderam às manipulações de temperatura e fotoperíodo

(Aranda et al. 1999a; 1999b). Exemplares de Diplodus puntazzo, quando submetidos a

CE, expressaram, na sua maioria, padrão diurno de atividade locomotora, porém no

decorrer do experimento 40% dos peixes tornaram-se noturnos espontaneamente, o que

não foi observado para a atividade alimentar que permaneceu diurna em todos os

indivíduos (Vera et al., 2006).

Os casos de inversão de fase descritos para 2 indivíduos do presente estudo

(CEPA2 e 4), não parecem estar relacionados com alterações sazonais, e em relação à

fase de desenvolvimento dos indivíduos, eles apresentavam tamanhos diferentes (~70 e

180mm), não correspondendo a nenhum evento fisiológico relacionado ao

desenvolvimento ontogenético comum aos dois exemplares já descrito para a espécie C.

parallelus (Della Patrona, 1984).

Na maioria dos casos, espécies distintas apresentam-se ativas em diferentes

momentos do dia. Os vários padrões de atividade diária pressupõem diversos usos dos

recursos, e ainda, diferentes níveis de exposição a predação (Kronfeld-Schor & Dayan,

2003). Só há ocorrência da competição por recurso se este estiver disponível de forma

variável ao longo do dia. A divisão temporal na escala diária deve favorecer a

coexistência, sendo que a interferência direta da competição pode prevalecer sobre a

Page 48: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

48

competição por recursos (Carothers & Jaksic, 1984). Além da diversidade entre as

espécies, os indivíduos também apresentam diversidade referente a determinados ritmos

biológicos dentro de uma mesma espécie, refletindo a plasticidade fenotípica do sistema

de temporização (Marques & Waterhouse, 1994).

Um padrão temporal regular (ritmo) pode ser gerado através de mascaramento,

sem a participação de um sistema de temporização, o que provavelmente deve ter

ocorrido com os exemplares deste estudo, e assim, de modo semelhante com o que

ocorre com ritmos endógenos, foi observada diferença entre os robalos juvenis na

resposta de sincronização ao CE. O conceito de plasticidade temporal de uma espécie

relacionado à variedade de padrões temporais dos indivíduos, até o momento, tem sido

aplicado a ritmos com origem endógena. De acordo com os resultados aqui

apresentados, propomos que este conceito deva ser ampliado também a ritmos

exclusivamente exógenos, provavelmente o caso dos ritmos descritos neste estudo. A

capacidade de responder de diferentes formas aos ciclos ambientais faz com que os

indivíduos explorem temporalmente de maneira diferente o ambiente, tal fato somado

ao “ajuste fino” promovido pelo mascaramento junto a ritmos arrastados, resulta na

plasticidade da organização temporal.

5.2. Sincronização ao Ciclo de Disponibilidade Alimentar (AJ)

Centropomus parallelus e C. undecimalis exibem em sua dieta alimentar um

amplo espectro de organismos, principalmente crustáceos e peixes, cuja composição

altera-se sazonalmente e geograficamente (Figueiredo & Menezes, 1980; Gilmore et al.,

1983; Della Patrona, 1984; Guevara et al., 1994), sendo que as fases de larvas e juvenis

também apresentam alteração na composição alimentar. Exemplares de C. undecimalis

coletados na região de Tampa (Flórida – EUA) apresentaram alteração na composição

alimentar a partir do comprimento padrão de 45mm, consumindo menos copépodes,

passando a consumir mais peixes e camarões (McMichael et al., 1989). Foi observada

mudança em itens alimentares de Crustácea em larvas e juvenis de C. parallelus entre 7

e 35mm coletados ao sul do Sistema Cananéia-Iguape, tal alteração pode estar

ralacionada ao tamanho ou volume do item alimentar (Itagaki, 2005). A disponibilidade

dos itens ingeridos por exemplares juvenis do gênero Centropomus pode ocorrer de

forma cíclica ao longo do dia, se levarmos em conta que o zooplâncton, importante

componente das cadeias alimentares de regiões costeiras, apresentam ciclos diários de

Page 49: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

49

migração vertical relacionadas ao ciclo claro/escuro, ciclo de salinidade e ciclo de maré

(Fraser & Metcalfe, 1997; Perkins, 1974; Heinle, 1966 apud Day Jr et al.,1989).

Migrações de maré são movimentos periódicos que várias espécies executam de um

local para outro em sincronia com o ciclo de maré. Um dos tipos de migração é

relacionada com transporte pela corrente de maré utilizada por peixes em fases larvais e

adultos que são levados a diversos destinos relacionados à reprodução, áreas de berçário

e alimentação (Gibson, 2003).

Os robalos devem efetuar tais migrações, podendo apresentar um padrão rítmico

diário relacionado à composição alimentar, ou seja, os itens ingeridos, assim como os

locais de alimentação devem mudar ao longo do dia. Este fato explicaria a existência de

melhores horários para a pesca do robalo relatada por pescadores. As melhores fases do

dia para a captura de robalos são aquelas com pouca luminosidade, referentes

principalmente aos horários correspondentes aos crepúsculos (Itagaki, 2006 comum.

pessoal). Nas coletas deste estudo, os horários de maré baixa eram os melhores para a

captura, não somente por facilitar a técnica de captura empregada (rede picaré), como

também, pelo fato da redução das áreas inundadas diminuírem o espaço total de

locomoção para os robalos. Porém, os estudos sobre deslocamentos e hábito alimentar

do gênero Centropomus levam em conta variações sazonais, geralmente relacionadas ao

ciclo reprodutivo das espécies (p. ex. Aliaume et al., 1997, Guevara et al., 1994, Della

Patrona, 1984, Itagaki, 2005, McMichael et al., 1989, Gilmore et al., 1983) não há

informações sobre variações ao longo do dia.

Vários estudos revelaram a capacidade de sincronização, inclusive de

arrastamento, do ciclo alimentar sobre as atividades de diversas espécies de peixes

(Spieler, 1992), inclusive em alguns casos caracterizando-se como potente zeitgeber,

havendo até mesmo independência entre as atividades locomotoras sincronizadas ao CE

e aquelas sincronizadas aos horários de alimentação. Há indícios de que existam dois

sistemas de temporização independentes, um arrastado pelo ciclo alimentar (FEO – food

entrainable oscillator) e outro arrastado pelo ciclo claro/escuro (LEO – light

entrainable oscillator). A flexibilidade do sistema de temporização circadiano em

peixes, que provavelmente envolve vários osciladores fragilmente acoplados, reflete a

estrutura complexa do sistema de temporização neste grupo (Sánchez-Vázquez, et al.,

1995b). Em estudos complementares verificou-se que o ciclo alimentar é capaz de

arrastar a atividade locomotora, embora seja suscetível ao mascaramento pelo ciclo

claro/escuro (Herrero et al., 2005).

Page 50: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

50

Entre os exemplares de robalos juvenis da espécie Centropomus undecimalis

submetidos à situação de conflito de sinais temporais ambientais, ciclo claro/escuro

(CE) de 25h e ciclo de disponibilidade alimentar (AJ) de 24h, a sincronização somente

ao AJ ocorreu em 2 indivíduos. CEUN5 apresentou maior atividade na ausência do

alimento, enquanto CEUN6 mostrou-se mais ativo na presença do alimento. Este

resultado reflete a fragilidade da sincronização pelo AJ que também não foi observada

em condições constantes de luminosidade.

O ciclo de disponibilidade alimentar não sincronizou a atividade locomotora de

robalos juvenis, talvez pelo sinal temporal alimento/jejum não ter significado biológico

para os animais. O sinal temporal presente no ambiente natural destes peixes deve estar

relacionado à diferente composição alimentar, assim como diferentes locais visitados ao

longo do dia. A combinação entre a variação do nível da água e a perspectiva de novos

ambientes para a procura de presas deve ser capaz de sincronizar a atividade locomotora

dos robalos juvenis. A limitação do tamanho do aquário neste estudo pode ter impedido

a expressão do comportamento de migração diário relacionado à alimentação.

5.3. Hipótese Interpretativa

Embora os resultados possam ser explicados levando-se em conta as condições

controladas do laboratório, eles possivelmente podem ser generalizados para as

condições naturais levando-se em conta o caráter adaptativo da sincronização observada

em alguns indivíduos deste estudo.

Organismos que vivem em ambientes constantes em relação às variações

circadianas de lumonosidade (CE) atuante como zeitgeber, como o ambiente de

caverna, podem apresentar perda de expressão circadiana de ritmos comportamentais

(Trajano & Menna-Barreto, 1995), mas ainda assim conservar mecanismos capazes de

responder e de serem arrastados pelo ciclo claro/escuro, como por exemplo os ritmos

circadianos retinomotores observados em exemplares de Astyanax mexicaus cegos

(Espinasa & Jeffery, 2006). O ambiente costeiro, em contraste com o das cavernas, é

repleto de variáveis cíclicas que podem promover a sincronização de diversos ritmos.

Enquanto em ambientes mais estáveis em relação a variáveis circadianas (caso extremo

de ambientes abissais, por exemplo) os organismos podem ou não manter ritmos

Page 51: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

51

circadianos; em ambientes costeiros, a adaptação temporal deve estar relacionada à

capacidade de responder a vários ciclos ambientais.

A exemplo do conceito de Organização Temporal Interna (ver Introdução,

página 5), deve haver uma correspondente Organização Temporal Externa a ser lida na

relação de fase entre os ciclos presentes no ambiente costeiro (como ciclo de maré e

disponibilidade alimentar) e os ritmos biológicos dos organismos. O sinal temporal para

os organismos não deve estar baseado somente em um ciclo, mas em conjuntos de

alguns deles que apresentem sincronia. Combinações entre ciclos de maré,

disponibilidade e composição alimentar, claro/escuro, salinidade, e temperatura podem

sincronizar e até mesmo arrastar os ritmos comportamentais dos organismos a eles

submetidos. Por outro lado, na presença de ciclos ambientais sem uma relação de fase

estável como ciclo claro/escuro (24h) e ciclo de maré (~10h) (não sincronizados) pode

ser mais funcional para os organismos responder ora a um ciclo ora a outro,

caracterizando uma maior plasticidade e portanto acoplamento frágil entre os sistemas

de temporização envolvidos.

Page 52: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

52

VI. Perspectivas e Aplicações

• Detalhar o mascaramento pelo ciclo claro/escuro sobre a atividade locomotora

através de experimentos com pulsos de luz

• Entender melhor a relação dos indivíduos das espécies Centropomus parallelus e

C. undecimalis com outros ciclos ambientais

• Esclarecer a relação temporal com outras espécies para o melhor entendimento

do funcionamento do ecossistema

• Contribuir para a compreensão da plasticidade e complexidade dos mecanismos

de sincronização dos ritmos biológicos através de observações em peixes

• Fornecer subsídios, a partir do conhecimento mais detalhado dos hábitos de

espécies importantes ecologicamente e comercialmente, para aplicação em

técnicas de manejo e pesca, além da aplicação direta na aqüicultura

Page 53: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

53

VII. Referências Bibliográficas

Ali, M.A. 1964. Diurnal rhythm in the rates of oxygen consumption, locomotor and

feeding activity of yearling atlantic salmon (Salmo salar) under, various light

conditions. Proc Indian Acad Sci, vol.60 (4):249-263.

Ali, M.A. 1992. Rhythms in fishes (ed). New York, Plenum Press. NATO ASI Series

A: Life Sciences, 236p.

Aliaume, C.; Zerbi, A.; Joyeux, J.C.; Miller, J.M. 2000. Growth of juvenile

Centropomus undecimalis in a tropicalisland. Envir. Biol. Fish., vol. 59:299-308.

Aliaume, C.; Zerbi, A.; Miller, J.M. 1997. Nursery habitat and diet of juvenile

Centropomus species in Puerto Rico estuaries. Gulf of México Science, vol.

15(2):77-87.

Aranda, A.; Madrid, J.A.; Zamora, S.; Sánchez-Vázquez, F.J. 1999b. Synchronizing

effect of photoperiod on the dual phasing of demand-feeding rhythms in sea

bass. Biol. Rhythm. Res., vol. 30:392-406.

Aranda, A.; Sánchez-Vázquez, F.J.; Madrid, J.A. 1999a. Influence of water temperature

on demand-feeding rhythms in sea bass. J. Fish. Biol., vol. 55:1029-1039.

Aschoff, J. 1960. Exogenous and endogenous components in circadian rhythms. Cold

Spring Harbor Symp. Quant. Biol., vol. 25:11-28.

Bayarri, M.J.; Rodríguez, L.; Zanuy, S.; Madrid, J.A.; Sánchez-Vázquez, F.J.; Kagawa,

H.; Okusawa, K.; Carrillo, M. 2004. Effect of photoperiod manipulation on the

daily rhythms of melatonin and reproductive hormones in caged European sea

bass (Dicentrarchus labrax). Gen Comp. Endocrinol., vol. 136:72-81.

Bórquez, A. & Cerqueira, V.R. 1998. Feeding behavior in juvenile snook,

Centropomus undecimalis. I. Individual effect of some chemical substances.

Aquaculture., vol. 169:25-35.

Cahill, G.M. 2002. Clock mechanisms in zebrafish. Cell Tissue Res, vol..309:27-34.

Carothers, J.H. & Jaksic, F.M. 1984. Time as a niche difference: the role of interference

competition. Oikos, vol. 42:403-406.

Carvalho, M.R. 2000. Ecologia trófica de Trachurus lathami Nichols, 1920

(Carangidae) na Costa Sudeste do Brasil. Dissertação de Mestrado. Universidade

de São Paulo, Instituto Oceanográfico, 81p.

Page 54: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

54

Cerdá-Reverter, J.M., Zanuy, S.; Carrillo, M.; Madrid, J.A. 1998. Time-course studies

on plasma glucose, insulin, and cortisol in sea bass (Dicentrarchus labrax) held

under different photoperiodic regimes. Physiol Behav, vol.64 (3):245-250.

Cerqueira, V.R. 2002. Cultivo do robalo: aspectos da reprodução, larvicultura e

engorda. Florianópolis. 94p.

Couto, L.M.M. & Guedes, D.S. 1981. Estudo ecológico da região estuarina de

Itamaracá, Pernambuco, Brasil. XXII. Reprodução de Centropomus undecimalis

(Bloch, 1972), (Pisces: Centropomidae), no canal de Santa Cruz. Trab.

Oceaogr. Univ. Fed.PE., Recife., vol. 16:217-228.

Cummings, S.M.; Morgan, E. 2001. Time-keeping system of the EEL pout, Zoarces

viviparous. Chronobiol Int, vol.18 (1):27-46.

Davidson, A.J.; Aragona, B.J.; Houpt, T.A.; Stephan, F.K. 2001. Persistence of meal-

entrainment circadian rhythms following area postrema lesions in the rat.

Physiol Behav, vol.74:349-354.

Davidson, A.J.; Poole, A.S.; Yamazaki, S.; Menaker, M. 2003. Is the food-entrainable

circadian oscillator in the digestive system? Genes, Brain and Behavior, vol.

2:32-39.

Davis, R.E. 1962. Daily rhythm in the reaction of fish to light. Science, vol. 137:430-

432.

Davis, R.E.; Bardach, J.E. 1965. Time-co-ordinated prefeeding activity in fish. Anim

Behav, vol.13:154-162.

Day, John W. Jr.;. Hall, C. A. S.;. Kemp, W. M.; Yanez-Arancibia, A. 1989. Estuarine

Ecology. New York: John Wiley and Sons. 558 p.

Della Patrona, L. 1984 Contribution à la biologie du “robalo” Centropomus parallelus

(Pises: Centropomidae) du sud-est de Brésil: posibilités aquacoles. Tese de

Doutorado, Institut. National Polythecnique de Tolouse França, 175p.

Diez-Noguera, A. 2005. “El Temps” verson 214. http://www.el-

temps.com/principal.html

Duarte, L.L. 2002. Cronobiologia do comportamento alimentar e atividade locomotora

em bagres epígeos Pimelodella transitória e troglóbios Pimelodella kronei do

Alto Ribeira, SP (Siluriformes: Heptapterinae). Dissertação de Mestrado.

Universidade de São Paulo, Instituto de Ciências Biomédicas, 50p.

Page 55: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

55

Eriksson, L.O. 1973. Spring inversion of the diel rhythm of locomotor activity in young

sea-going brown trout, Salmo trutta trutta L., and atlantic salmon, Salmo salar

L. Aquilo Ser. Zool.,vol 14:68-79.

Espinasa, L. & Jeffrey, W.R. 2006. Conservation of retinal circadian rhythms during

cavefish eye degeneration. Evol. Develop., vol. 8(1):16–22.

Fajardo, G.; Pettri, A.; Menna-Barreto, L. 1999. Um programa escrito em linguagem C,

para detecção do comportamento alimentar dos peixes. In: Reunião Anual da

Federação de Sociedades de Biologia Experimental, 14, Caxambu. Resumos

Fesbe. p. 156.

Falcón, J.; Gothilf, Y.; Coon, S.L.; Boeuf, G.; Klein, D.C. 2003. Genetic, temporal and

developmental differences between melatonin rhythm generating systems in the

Teleost fish pineal organ and retina. J Neuroendocrinol, vol. 15:378-382.

Figueiredo, J.L. & Menezes, N.A. 1980. Manual de peixes marinhos do sudeste do

Brasil: III Teleostei (2). São Paulo, Universidade de São Paulo, Museu de

Zoologia, 90p.

Fraser, N.H.C. & Metcalfe, N.B. 1997. The costs of becoming nocturnal: feeding

efficiency in relation to light intensity in juvenile atlantic salmon. Funct. Ecol.,

vol. 11:385-391.

Fraser, N.H.C.; Metcalfe, N.B.; Thorpe, J.E. 1993. Temperature-dependent swich

between diurnal and nocturnal foraging in salmon. Proc. R. Soc. Lond. B., vol.

252:135-139.

Gerkema, M.P.; Videler, J.J.; De Wiljes, J.; Van Lavieren, H.; Gerritsen, H.; Karel, M.

2000. Photic entrainment of circadian activity patterns in the tropical labrid fish

Halichoeres chrysus. Chronobiol Int, vol.17 (5):613-622.

Gibson, R.N. 2003. Go with the flow: tidal migration in marine animals. Hydrobiol.,

vol. 503:153-161.

Gilmore, R.G.; Donohoe, C.J.; Cooke, D.W. 1983. Observations on the distribuition

and biology of east-central Florida populations of common snook Centropomus

undecimalis (Block). Florida Sci., vol. 46 (3/3):313-336.

Godin, J.G.J. 1981. Temporal variations in daily patterns of swimming activity and

vertical distribution in juvenile pink salmon (Oncorhynchus gorbuscha). Can. J.

Zool., vol. 62:72-79.

Gothilf, Y.; Coon, S.L.; Toyama, R.; Chitnis, A.; Namboodiri, M.A.A.; Klein, D. 1999.

Zebrafish serotonin N-acetyltransferase-2: marker for development of pineal

Page 56: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

56

photoreceptors and circadian clock function. Endocrinology 140(10):4895-

4903.

Grier, H.J. & Taylor, R.G. 1998. Testicular maturation and regression in the common

snook. J. Fish. Biol., vol. 53:521-542.

Guevara, E.; Bosch, A.; Aguilar, C.; Lalana, R.; Beltrán, R.Y. 1994. Alimentación

natural de tres especies de robalos (Pises: Centropomidae) en la Laguna

Guanaroca, Cienfuegos. Rev. Invest. Mar.,Universidad de La Habana., vol. 15

(2):119-123.

Harari, J. & Mesquita, A.R. 2001. Tábuas das marés: Ubatuba, Santos e Cananéia.

Bolm Climatol. Inst. oceanogr. p 25-27.

Harari, J. & Mesquita, A.R. 2003. Tábuas das marés: Ubatuba, Santos e Cananéia.

Bolm Climatol. Inst. oceanogr. p 13-17.

Herrero, M.J.; Pascual, M.; Madrid, J.A.; Sánchez-Vázquez, F.J. 2005. Demand-

feeding rhythms and feeding-entrainment of locomotor activity rhythms in tench

(Tinca tinca).Physiol Behav. vol. 84(4):595-605.

Hurd, M.W.; Debruyne, J.; Straume, M.; Cahill, G.M. 1998. Circadian rhythms of

locomotor acitivity in zebrafish. Physiol Behav, vol. 65 (3):465-472.

Iigo, M. & Tabata, M. 1996. Circadian rhythms of locomotor activity in the goldfish

Carassius auratus. Physiol. Behav., vol. 60 (3):775-781.

Itagaki, M.K. 2005. Potencial de recrutamento das larvas e juvenis de robalo-peva,

Centropomus parallelus (Teleostei: Centropomidae) no sistema Canaéia-Iguape,

São Paulo, Brasil. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, Instituto

Oceanográfico, 159p.

Kavaliers, M. 1980. The pineal organ and circadian rhythms of fishes. NATO Adv

Stud Inst Ser A. Life Sci, vol.35:631-645.

Kronfeld-Schor, N. & Dayan, T. 2003. Partitioning of time as a ecological resource.

Annual Rev. Ecol. Evol. Syst., vol. 34:135-181.

Lax, P.; Zamora, S.; Madrid, J.A. 1999. Food entrainment to 4-h T cycles in rats kept

under constant lighting conditions. Physiol Behav, vol.67 (2):307-314.

MacFarland, W.N. 1986. Light in the sea – correlations with behaviors of fishes and

invertebrates. Amer. Zool.., vol. 26:389-401.

Marques, M.D. & Waterhouse, J.M. 1994. Masking and the evolution of circadian

rhythmicity. Chronobiol. Int., vol. 11(3):146-155.

Page 57: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

57

Marques, N. & Menna-Barreto, L. (orgs). 2003. Cronobiologia: princípios e aplicações.

3a edição. São Paulo, EDUSP/Editora Fiocruz. 435p.

McFarland, W.N. 1986. Light in the sea-correlations with behaviors of fishes and

invertebrates. Am Zool, vol.26:389-401.

McMichael, R.H.; Peters, K.M.; Parsons, G.R. 1989. Early life history of the snook,

Centropomus undecimalis, in Tampa Bay, Florida. Northeast Gulf Sci., vol.

10:112-125

Mendonça, J.T. 1998. A pesca na região de Cananéia-SP, nos anos de 1995 e 1996.

Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo, Instituto Oceanográfico,

90p.

Minors, D.S.; Waterhouse, J.M. 1987. The problem of masking and some ways to deal

with it. In: Hildebrandt, G.; Moog, R. Raschke, F. Chronobiology and

chronomedicine: basic research and applications. Frankfurt Main, Peter Lang.

p.119-139.

Miranda, L.B.; Mesquita, A.R.; França, C.A. 1995. Estudo da circulação e dos

processos de misturas no extremo sul do Mar de Cananéia: condições de

dezembro de 1991. Bolm Inst. oceanogr., S Paulo, 43(2):101-113.

Moore-Ede, M.C.; Sulzman, F.M.; Fuller, C.A. 1982. The clocks that time us:

physiology of the circadian timing system. Cambridge, Harvard University

Press.

Morgan, E. 1995. Measuring time with a biological clock. Biol Sci, 70:2-5.

Morgan, E. 2004. Ecological significance of biological clocks. Biol. Rhythm Res., vol.

35(1/2):3-12.

Mrosovsky, N. 1994 In praise of masking: behavioral responses of retimally degenerate

mice to dim light. Chronobiol. Int., vol. 11(3):343-348.

Mrosovsky, N. 1999. Masking: history, definitions, and measurement. Chronobiol.

Int., vol. 16(4):415-429.

Ooka-Souda, S.; Kadota, T.; Takeuchi, H.A. 2000. Circadian rhythms in locomotor

activity of the hagfisch, Eptatretus burgeri VI. The effects of cutting the spinal

cord. Zool Sci, vol.17:329-333.

Page, T.L. 1989. Masking in invertebrates. Chronobiol Int, 6:3-11.

Peters, K.M.; Giordano, S.D.; Adans, J.M.; Fenwick, R.W.; MacWilliams, R.W.; Berill,

N.J. 1998. Factors influencing the distribution of larvae of the common snook,

Page 58: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

58

Centropomus undecimalis (Block) in southwest Florida. Florida Department of

Environmental Protection. Florida Marine Research Institute., vol.53:1-31.

Peterson, M.S. & Gilmore, R.G. 1988. Hematocrit, osmolality, and ion concentration in

fishes: consideration of circadian patterns in the experimental design. J. Exp.

Mar. Biol. Ecol., vol. 121:73-78.

Peterson, M.S. & Gilmore, R.G. 1991. Eco-physiology of juvenile snook Centropomus

undecimalis (Block): life history implications. Bull. Mar. Sci., vol. 48:46-57.

Pittendrigh, C.S. & Bruce, V.G. 1959. Daily rhythms as coupled oscillator systems and

their relation to thermoperiodism and photoperiodism. In: Withrow, A.R. &

Withrow, R. (orgs.). Photoperiodism. Washington, AAAS, Publ. 55:475-505.

Reebs, S.G. 1994. The anticipation of night by fry-retrieving convict cichlids. Anim.

Behav., vol 48:89-95.

Reebs, S.G. 2002. Plasticity of diel and circadian activity rhythms in fishes. Rev. Fish.

Biol. Fisheries., vol. 12:349-371.

Rivas, L.R. 1986. Systematic review of the perciform fishes of the genus Centropomus.

Copeia, vol. 3:579-611.

Roberts, S.B.; Jackson, L.F.; King, W.V.; Taylor, R.G.; Grier, H.J.; Sullivan, G.V.

1999. Annual reproductive cycle of the common snook: endocrine correlates of

maturation. Trans. Amer. Fish. Soc., vol. 128:434-445.

Rocha, A.J.S. 2005. Efeito das concentrações subletais de DSS C-12 (dodecil sulfato de

sódio linear) e da salinidade sobre a bioenergética de juvenis de Centropomus

parallelus (Poey). Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, Instituto

Oceanográfico, 145p.

Rocha, A.J.S.; Gomes, V.; Ngan, P.V.; Passos, M.J.A.C.R.; Fúria, R.R. 2005.

Metabolic demand and growth of juveniles of Centropomus parallelus as

function of salinity. J. Exp. Mar. Biol. Ecol., vol. 316:157-165.

Rojas, J.C. 1975. Contribuición al conocimiento de la biología de los robalos

Centropomus undecimalis y C. Poeyi en la Laguna de Terminos, Campeche,

México. Bol. Inst. Oceanogr. Univer. Orient., vol. 14:51-70.

Ryer, C.H. & Olla, B.L. 1999. Light-induced changes in the prey comsuption and

bahavior of two juvenile planktivorous fish. Mar. Ecol. Prog. Ser., vol. 181:41-

51.

Page 59: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

59

Sánchez-Vázquez, F.J.; Iigo, M.; Madrid, J.A.; Tabata, M. 2000. Pinealectomy does not

affect the entrainment to light nor the generations of the circadian demand-

feeding rhythms of rainbow trout. Physiol Behav, vol. 69:455-461.

Sánchez-Vázquez, F.J.; Madrid, J.A., Zamora, S. 1995a. Circadian rhythms of feeding

acitivity in sea bass, Dicentrarchus labrax L.: Dual phasing capacity of diel

demand-feeding pattern. J Biol Rhythms, vol.10 (3):256-266.

Sánchez-Vázquez, F.J.; Madrid, J.A.; Zamora, S.; Tabata, M. 1997. Feeding

entrainment of locomotor activity in the goldfish is mediated by a feeding-

entrainable circadian oscillator. J. Comp. Physiol. A.,vol. 181:121-132.

Sánchez-Vázquez, F.J.; Zamora, S.; Madrid, J.A. 1995b. Light-dark and food

restriction cycles in sea bass: effect of conflicting zeitgebers on demand-feeding

rhythms. Physiol Behav, vol.58 (4):705-714.

Silva, J.F. 1989. Dados climatológicos de Cananéia e Ubatuba (Estado de São Paulo).

Série de 1956 a 1985. Bolm Climatol.Inst. oceanogr., S Paulo, 6:1-12.

Spieler, R.E. & Noeske, T. 1984. Effect of photoperiod and feeding schedule on diel

variations of locomotors activity, cortisol and tiroxine in gold fish. Trans. Am.

Fish. Soc., vol. 113:528-539.

Spieler, R.E. 1992. Feeding-entrained circadian rhythms in fishes. In: Ali, M.A.

Rhythms in fishes. New York, Plenum Press, p.137-147.

Stephan, F.K. 2002. The “other” circadian system: food as a zeitgeber. J Biol

Rhythms, vol.17 (4):284-292.

Stokkan, K.A.; Yamazaki, S.; Hajime, T.; Sakaki, Y.; Menaker, M. 2001. Entrainment

of the circadian clock in the liver by feeding. Science, vol. 291:490-493.

Tabata, M. 1992. Photoreceptor organs and circadian locomotor activity in fishes. In

Ali, M.A. Rhythms in fishes. New York, Plenum Press, 236 p.

Taylor, R.G. & Whittington, J.A. 1998. Spawning rhythms of common snook in

Florida. J. Fish. Biol., vol. 53:502-520.

Taylor, R.G.; Whittington; Grier, H.J.; Cabtree, R.E. 2000. Age, growth, and protandric

sex reversal in common snook, Centropomus undecimalis, from the east and the

west coast of south Florida. Fish. Bull., vol. 98:612-624.

Temple, S.; Cerqueira, V.R.; Brown, J.A. 2004. The effects of lowering prey density on

the growth, survival and foraging bahavior of larval fat snook (Centropomus

parallelus poey 1860). Aquaculture., vol. 233:205-217.

Page 60: 1.1. Apresentação · entender o funcionamento dos ritmos através da ... A importância evolutiva do ... em menor proporção pela influência das descargas de água doce que adentram

60

Tessler, M.J. & Souza, L.A.P. 1998. Dinâmica sedimentar e feições sedimentares

identificadas na superfície de fundo do sistema Cananéia-Iguape, SP. Bolm Int.

oceanogr., S Paulo, 46(1):69-83.

Trajano, E. & Menna-Barreto, L. 1995. Locomotor activity pattern of brazilian cave

catfishes under constant darkness (Siluriformes, Pimelodidae). Biol. Rhythm.

Res., vol. 26:341-353.

Trajano, E. & Menna-Barreto, L. 1996. Free-running locomotor activity rhythms in

cave-dwelling catfishes, Trichomycterus sp., from Brazil (Teleostei,

siluriformes) Biol. Rhythm. Res., vol. 27:329-335.

Trajano, E. & Menna-Barreto, L. 2000. Locomotor activity in cave catfishes, genus

Taunaya, from eastern Brazil (Teleostei: Siluriformes: Heptapterinae). Biol.

Rhythm. Res., vol. 31:469-480.

Tucker, J.W. & Campbell, S.W. 1988. Spawning season of common snook along the

East Central Florida Coast. Fl. Scientist., vol. 51(1):1-6.

Vera, L.M.; Madrid, J.A.; Sánchez-Vázquez, J.F. 2006. Locomotor, feeding and

melatonin daily rhythms in sharpsnout seabream (Diplodus puntazzo). Physiol.

Behav., vol. 88(1-2):167-72.

Volpato, G.L. & Barreto, R.E. 2001. Environmental blue light prevents stress in the

fish Nile tilapia. Braz. J. Med. Biol. Res., vol. 34:1041-1045.

Volpe, A.V. 1959. Aspects of the biology of the common snook, Centropomus

undecimalis (Bloch) of southwest Florida. Florida State Board of Conservation,

Marine Laboratory Technial Series, vol. 31. 37p.

Zar, J.H. 1999. Biostatistical analysis. 4th ed. New Jersey, Prentice Hall. 663p.