1002-diario oficial 29 de janeiro itaoca

1
Diário Oficial Poder Executivo - Seção I II São Paulo, 124 (19) quarta-feira, 29 de janeiro de 2014 s dias 12 e 13 de janeiro ficarão marcados para sempre na memó- ria dos moradores de Itaoca, dis- tante 340 quilômetros da capital paulista. Fortes chuvas afetaram o município e, passados 15 dias da tragédia, a cidade, de 3,3 mil habitantes, tenta refazer a sua vida. O desastre atingiu cerca de 100 moradias e deixou 25 mortos. O Graças ao esforço de diversas secretarias de Estado, sob a coordenação da Defesa Civil, o município se refaz dos prejuízos “O somatório de esforços facilitou o tra- balho do Corpo de Bombeiros. Esse fator ficou bem nítido. Recebemos todo o apoio necessário para desenvolver nosso tra- balho”, salienta o capitão PM Henguel Ricardo Pereira, comandante da força- -tarefa do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. Nos últimos 15 dias, ocorreu a deso- bstrução de vias e pontes, a arrecadação de donativos e as vistorias de comunida- des. Com o apoio da Defesa Civil Estadual (Cedec-SP), a prefeitura já encaminhou o Plano de Resposta para a Secretaria Nacional, adquiriu o Cartão de Pagamento de modo a agilizar o repasse de recursos do Governo federal. Além disso, a Cedec-SP disponibi- lizou materiais de ajuda humanitária: água potável, cestas básicas, remédios, colchões, kits de vestuário (agasalho), de higiene pessoal e limpeza e, ainda, banheiros químicos. O coordenador esta- dual de Defesa Civil, coronel PM Marco Aurélio Alves Pinto, ficou em Itaoca durante cinco dias e instalou um Posto de Comando Unificado no Fundo Social de Solidariedade do município. O Posto de Comando Unificado facili- ta a vida da comunidade local e dos pro- fissionais que se deslocam para ajudar na reconstrução da cidade. “Todos os dias nos reunimos com a comunidade e as autoridades locais para verificar o que já foi feito. O resultado foi excelente”. Divisor de águas – O coordena- dor da Defesa Civil informa que as ações desenvolvidas após a catástrofe resultante “Parecia que o mundo ia aca- bar. Perdi minha casa, mas con- segui salvar minha família”, diz Pedro Santos, morador do bairro Lajeado. A situação do lavrador Osvaldo Martins é a mesma de outras pessoas. Ele tinha uma casa no município, mas, depois da enxurrada, não tem onde morar. “Não tenho para onde ir. Tenho um lugar, mas não sei se vai dar para construir outra casa, porque ali ficou perigoso. Tenho medo que aconteça tudo de novo”. A infraestrutrura da cidade foi abalada, mas em 24 horas Itaoca teve o abastecimento de água e energia elétrica e as vias de acesso e de transporte públi- co restabelecidos. Tudo isso, graças ao esforço concentrado da Defesa Civil Estadual, com a colaboração de equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Grupo de Resgate e Atendimento a Urgências (Grau/Secretaria de Saúde), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp). de enchentes em São Luiz do Paraitinga, ocorridas em 2010, tornaram-se parâme- tro para os pequenos municípios terem sua própria Defesa Civil. “Aprendemos muito com a história da cidade, pois ficou mais clara a necessidade permanente de se ter uma Defesa Civil própria”. O oficial informa que a Defesa Civil age preventi- vamente, priorizando os riscos. Ele tam- bém salienta que o Estado de São Paulo possui, há um ano, o plano São Paulo Riscando o Risco. Com ele, os agentes da defesa civil das cidades trabalham em conjunto com a sociedade civil e o Governo estadual.” Municípios vizinhos como Apiaí, Ribeira (PR), Barra do Chapéu, Iporanga, Guapiara, Itapirapuã Paulista, São Vicente e Barra do Turvo também deram sua colaboração, por exemplo, empres- tando caminhões e retroescavadeiras para ajudar nos trabalhos de limpeza e de desobstrução de vias. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), por sua vez, forneceu água potável e caminhão-pipa para lim- peza das ruas. Maria Lúcia Zanelli Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial Acima, o local onde havia a ponte do centro da cidade durante as fortes chuvas; no recorte o local após a Cel. PM Aurélio – reuniões com a comunidade Unidos para reconstruir Para fazer doações às vítimas da ocorrência, a Prefeitura infor- ma os números das contas bancárias do Fundo Social de Itaoca (Banco Bradesco, agência 2027-3, conta cor- rente 1003321-7). SOS Itaoca (Banco do Brasil, agência 3637-4, conta 100000- 4). A Secretaria da Educação do Estado enviou doações para os moradores e desabrigados da cidade por meio do Programa Escola da Família. De acordo com o major PM Walter Nyakas Junior, da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, as arrecada- ções atingiram o seu ápice; e agradece a colaboração de todos. “Os interessados podem fazer doações por meio das con- tas bancárias postas à disposição para ajudar o município. Como ajudar Linha de crédito Itaoca contará, agora, com uma linha de crédito especial que vai auxi- liar na reconstrução de empresas atingi- das pelas enchentes. O financiamento da Desenvolve SP oferece juros de apenas 1% ao ano, com subsídio do Estado, e prazo de até dez anos para pagamento, incluin- do 24 meses de carência. “A ação do Governo do Estado de subsidiar os juros do financiamento e atuar prontamente nos casos de desas- tres naturais é um grande incentivo para a recuperação das cidades afetadas e A ajuda que veio do céu (Águia da PM) Cedec-SP enviou água, remédios, colchões A infrae ... concentrado para restabelecer vias de acesso CEDEC-SP/DIVULGAÇÃO GENIVALDO CARVALHO CEDEC-SP/DIVULGAÇÃO CEDEC-SP/DIVULGAÇÃO CEDEC-SP/DIVULGAÇÃO CEDEC-SP/DIVULGAÇÃO Diário Oficial Poder Executivo - Seção I quarta-feira, 29 de janeiro de 2014 São Paulo, 124 (19) III Entenda o que ocorreu A enxurrada que atingiu o município de Itaoca, no Alto Ribeira, interior de São Paulo, resultou de forte chuva localizada em uma região cercada por rios, serras e montanhas. Itaoca acabou sendo o alvo, pois situa-se em meio a essa paisagem. O município nunca havia sido vítima de uma tempestade como a deste ano, que matou 25 pessoas e assustou tanto os moradores, a ponto de eles compararem a enxurrada a um tsunami. O temporal em Itaoca começou por volta das 19 horas de domingo (dia 12) e durou até o amanhecer da segunda-feira (13). As avaliações técnicas do Instituto Geológico, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, realizadas após a enchente, mos- traram que o nível do Rio Palmital subiu de 4 a 5 metros e acabou transbordando. “No mesmo local e período, estima-se que, em 6 horas, choveu 150 milímetros em Itaoca”, explica Jair Santoro, do Instituto Geológico. O responsável pela Somar Metereologia, Marcos Massari, explica que esse é o volume previsto para 15 dias Segundo Santoro, houve deslizamen- tos na serra, que acabaram movendo árvo- res até o rio, que também transbordou por causa da grande quantidade de água. “A chuva causou um fenômeno conheci- do como corrida de detritos (com grande poder de destruição). A água levou todos os sedimentos para o Rio Palmital. Esse movimento atinge uma grande velocidade, uma grande força, que entrou na cidade”. Ações – O Instituto Geológico sugeriu um estudo hidrológico da região, para verifi- car a possibilidade de ações a médio e longo prazos. “Segundo estudos, há mais de 70 anos não ocorria um fenômeno desse tipo na cida- de”. O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) enviou equipes para avaliar os estragos nas moradias e na região. “No dia 18 de janei- ro, fomos acionados para ajudar na contenção do barreamento no Rio Fuzil (no município de Apiaí), que poderia piorar ainda mais a situa- ção em Itaoca”, explica Luiz Antonio Gomes, geotécnico do IPT. Nesta semana, o Instituto fará nova avaliação para estudar a dinâmica do desastre que prejudicou Itaoca e a con- centração de chuvas nas cabeceiras dos rios da região. Os desabrigados e desalojados foram levados para a Escola Municipal Elias Lages de Magalhães, no centro da cidade. Para fazer as buscas pelos desa- parecidos, a Polícia Militar conta com 15 bombeiros, quatro cães farejadores e cinco viaturas. O Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo enviou para Itaoca força-tarefa com 30 homens, quatro cães, oito viaturas, duas viaturas especiais com equipamento de salvamen- to, localizador de vítima soterrada e para trabalho aquático. “A força-tarefa é aciona- da para missões de catástrofes naturais. Já participamos de diversas missões como a de enchentes em Santa Catarina e Alagoas. Todos os bombeiros trabalham volunta- riamente”, explica o capitão PM Henguel Ricardo Pereira. O oficial diz, emocionado, que a tare- fa em Itaoca tinha como foco a recupera- ção das vítimas. “Trabalhávamos, incan- savelmente e, infelizmente, encontramos 25 corpos. A maioria era crianças”. Em uma das missões, um bombeiro quase morreu ao tentar resgatar um corpo. “Na descida do rio, um dos nossos compa- nheiros chocou-se contra uma pedra e afundou com o corpo que carregava, mas, graças à presteza dos colegas, consegui- mos salvá-lo”, finaliza. desobstrução e a reconstrução Cap. PM Henguel: Esforços facilitaram trabalho r o município de Itaoca para reconstruir favorece os empresários que tiveram seus negócios atingidos”, afirma o presidente da Desenvolve SP, Milton Luiz de Melo Santos. Essa linha de crédito subsidiado está disponível para empresas com fatura- mento anual de até R$ 16 milhões. O interessado deve solicitar o financiamen- to diretamente no site da Desenvolve SP (www.desenvolvesp.com.br) ou procu- rar a prefeitura de Itaoca (www.itaoca. sp.gov.br) para ter acesso ao processo de solicitação. São Luiz do Paraitinga: parâmetro para os municípios terem sua própria Defesa Civil Força-tarefa na busca pelos desaparecidos Santoro: em 6 horas, choveu 150 milímetros Deslizamentos na serra moveram árvores, causando o fenômeno corrida de detritos (foto menor) estrutrura da cidade ficou muito abalada. Esforço ... Luiz Antonio Gomes, geotécnico do IPT GENIVALDO CARVALHO GENIVALDO CARVALHO GENIVALDO CARVALHO GENIVALDO CARVALHO CEDEC-SP/DIVULGAÇÃO CEDEC-SP/DIVULGAÇÃO

Upload: maradickel

Post on 10-Dec-2015

17 views

Category:

Documents


5 download

DESCRIPTION

Diário Oficial-Desastre Itaóca

TRANSCRIPT

Diário Ofi cial Poder Executivo - Seção III – São Paulo, 124 (19) quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

s dias 12 e 13 de janeiro ficarão marcados para sempre na memó-ria dos moradores de Itaoca, dis-tante 340 quilômetros da capital paulista. Fortes chuvas afetaram o município e, passados 15 dias da tragédia, a cidade, de 3,3 mil habitantes, tenta refazer a sua vida. O desastre atingiu cerca de 100 moradias e deixou 25 mortos.

O

Graças ao esforço de diversas secretarias de Estado, sob a coordenação da Defesa Civil, o município se refaz dos prejuízos

“O somatório de esforços facilitou o tra-balho do Corpo de Bombeiros. Esse fator ficou bem nítido. Recebemos todo o apoio necessário para desenvolver nosso tra-balho”, salienta o capitão PM Henguel Ricardo Pereira, comandante da força--tarefa do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.

Nos últimos 15 dias, ocorreu a deso-bstrução de vias e pontes, a arrecadação de donativos e as vistorias de comunida-des. Com o apoio da Defesa Civil Estadual (Cedec-SP), a prefeitura já encaminhou o Plano de Resposta para a Secretaria Nacional, adquiriu o Cartão de Pagamento de modo a agilizar o repasse de recursos do Governo federal.

Além disso, a Cedec-SP disponibi-lizou materiais de ajuda humanitária: água potável, cestas básicas, remédios, colchões, kits de vestuário (agasalho), de higiene pessoal e limpeza e, ainda, banheiros químicos. O coordenador esta-dual de Defesa Civil, coronel PM Marco Aurélio Alves Pinto, ficou em Itaoca durante cinco dias e instalou um Posto de Comando Unificado no Fundo Social de Solidariedade do município.

O Posto de Comando Unificado facili-ta a vida da comunidade local e dos pro-fissionais que se deslocam para ajudar na reconstrução da cidade. “Todos os dias nos reunimos com a comunidade e as autoridades locais para verificar o que já foi feito. O resultado foi excelente”.

Divisor de águas – O coordena-dor da Defesa Civil informa que as ações desenvolvidas após a catástrofe resultante

“Parecia que o mundo ia aca-bar. Perdi minha casa, mas con-segui salvar minha família”, diz Pedro Santos, morador do bairro Lajeado. A situação do lavrador Osvaldo Martins é a mesma de outras pessoas. Ele tinha uma casa no município, mas, depois da enxurrada, não tem onde morar. “Não tenho para onde ir. Tenho um lugar, mas não sei se vai dar para construir outra casa, porque ali ficou perigoso. Tenho medo que aconteça tudo de novo”.

A infraestrutrura da cidade foi abalada, mas em 24 horas Itaoca teve o abastecimento de água e energia elétrica e as vias de acesso e de transporte públi-co restabelecidos. Tudo isso, graças ao esforço concentrado da Defesa Civil Estadual, com a colaboração de equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Grupo de Resgate e Atendimento a Urgências (Grau/Secretaria de Saúde), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp).

de enchentes em São Luiz do Paraitinga, ocorridas em 2010, tornaram-se parâme-tro para os pequenos municípios terem sua própria Defesa Civil. “Aprendemos muito com a história da cidade, pois ficou mais clara a necessidade permanente de se ter uma Defesa Civil própria”. O oficial informa que a Defesa Civil age preventi-vamente, priorizando os riscos. Ele tam-bém salienta que o Estado de São Paulo possui, há um ano, o plano São Paulo Riscando o Risco. Com ele, os agentes da defesa civil das cidades trabalham em conjunto com a sociedade civil e o Governo estadual.”

Municípios vizinhos como Apiaí, Ribeira (PR), Barra do Chapéu, Iporanga, Guapiara, Itapirapuã Paulista, São Vicente e Barra do Turvo também deram sua colaboração, por exemplo, empres-tando caminhões e retroescavadeiras para ajudar nos trabalhos de limpeza e de desobstrução de vias. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), por sua vez, forneceu água potável e caminhão-pipa para lim-peza das ruas.

Maria Lúcia Zanelli

Imprensa O�cial – Conteúdo Editorial

Acima, o local onde havia a ponte do centro da cidade durante as fortes chuvas; no recorte o local após a Cel. PM Aurélio – reuniões com a comunidade

Unidos para reconstruir

Para fazer doações às vítimas da ocorrência, a Prefeitura infor-ma os números das contas bancárias do Fundo Social de Itaoca (Banco Bradesco, agência 2027-3, conta cor-

rente 1003321-7). SOS Itaoca (Banco do Brasil, agência 3637-4, conta 100000-4). A Secretaria da Educação do Estado enviou doações para os moradores e desabrigados da cidade por meio do Programa Escola da Família.

De acordo com o major PM Walter Nyakas Junior, da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, as arrecada-ções atingiram o seu ápice; e agradece a colaboração de todos. “Os interessados podem fazer doações por meio das con-tas bancárias postas à disposição para ajudar o município.

Como ajudar Linha de crédito Itaoca contará, agora, com uma

linha de crédito especial que vai auxi-liar na reconstrução de empresas atingi-das pelas enchentes. O financiamento da Desenvolve SP oferece juros de apenas 1% ao ano, com subsídio do Estado, e prazo de até dez anos para pagamento, incluin-do 24 meses de carência.

“A ação do Governo do Estado de subsidiar os juros do financiamento e atuar prontamente nos casos de desas-tres naturais é um grande incentivo para a recuperação das cidades afetadas e

A ajuda que veio do céu (Águia da PM)

Cedec-SP enviou água, remédios, colchões

A infrae

... concentrado para restabelecer vias de acesso

CED

EC-S

P/D

IVU

LGA

ÇÃ

O

GEN

IVA

LDO

CA

RVA

LHO

CED

EC-S

P/D

IVU

LGA

ÇÃ

O

CED

EC-S

P/D

IVU

LGA

ÇÃ

O

CED

EC-S

P/D

IVU

LGA

ÇÃ

O

CED

EC-S

P/D

IVU

LGA

ÇÃ

O

Diário Ofi cial Poder Executivo - Seção Iquarta-feira, 29 de janeiro de 2014 São Paulo, 124 (19) – III

Entenda o que ocorreuA enxurrada que atingiu o município

de Itaoca, no Alto Ribeira, interior de São Paulo, resultou de forte chuva localizada em uma região cercada por rios, serras e montanhas. Itaoca acabou sendo o alvo, pois situa-se em meio a essa paisagem. O município nunca havia sido vítima de uma tempestade como a deste ano, que matou 25 pessoas e assustou tanto os moradores, a ponto de eles compararem a enxurrada a um tsunami.

O temporal em Itaoca começou por volta das 19 horas de domingo (dia 12) e durou até o amanhecer da segunda-feira (13). As avaliações técnicas do Instituto Geológico, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, realizadas após a enchente, mos-traram que o nível do Rio Palmital subiu de 4 a 5 metros e acabou transbordando. “No mesmo local e período, estima-se que, em 6 horas, choveu 150 milímetros em Itaoca”, explica Jair Santoro, do Instituto Geológico. O responsável pela Somar Metereologia, Marcos Massari, explica que esse é o volume previsto para 15 dias

Segundo Santoro, houve deslizamen-tos na serra, que acabaram movendo árvo-res até o rio, que também transbordou por causa da grande quantidade de água. “A chuva causou um fenômeno conheci-do como corrida de detritos (com grande poder de destruição). A água levou todos os sedimentos para o Rio Palmital. Esse movimento atinge uma grande velocidade, uma grande força, que entrou na cidade”.

Ações – O Instituto Geológico sugeriu um estudo hidrológico da região, para verifi-car a possibilidade de ações a médio e longo prazos. “Segundo estudos, há mais de 70 anos não ocorria um fenômeno desse tipo na cida-de”. O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) enviou equipes para avaliar os estragos nas moradias e na região. “No dia 18 de janei-ro, fomos acionados para ajudar na contenção do barreamento no Rio Fuzil (no município de Apiaí), que poderia piorar ainda mais a situa-ção em Itaoca”, explica Luiz Antonio Gomes, geotécnico do IPT. Nesta semana, o Instituto fará nova avaliação para estudar a dinâmica do desastre que prejudicou Itaoca e a con-centração de chuvas nas cabeceiras dos rios da região.

Os desabrigados e desalojados foram levados para a Escola Municipal Elias Lages de Magalhães, no centro da cidade. Para fazer as buscas pelos desa-parecidos, a Polícia Militar conta com 15 bombeiros, quatro cães farejadores e cinco viaturas.

O Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo enviou para Itaoca força-tarefa com 30 homens, quatro cães, oito viaturas, duas viaturas especiais com equipamento de salvamen-to, localizador de vítima soterrada e para trabalho aquático. “A força-tarefa é aciona-da para missões de catástrofes naturais. Já participamos de diversas missões como a

de enchentes em Santa Catarina e Alagoas. Todos os bombeiros trabalham volunta-riamente”, explica o capitão PM Henguel Ricardo Pereira.

O oficial diz, emocionado, que a tare-fa em Itaoca tinha como foco a recupera-ção das vítimas. “Trabalhávamos, incan-savelmente e, infelizmente, encontramos 25 corpos. A maioria era crianças”. Em uma das missões, um bombeiro quase morreu ao tentar resgatar um corpo. “Na descida do rio, um dos nossos compa-nheiros chocou-se contra uma pedra e afundou com o corpo que carregava, mas, graças à presteza dos colegas, consegui-mos salvá-lo”, finaliza.

desobstrução e a reconstrução

Cap. PM Henguel: Esforços facilitaram trabalho

r o município de Itaoca

para reconstruir

favorece os empresários que tiveram seus negócios atingidos”, afirma o presidente da Desenvolve SP, Milton Luiz de Melo Santos.

Essa linha de crédito subsidiado está disponível para empresas com fatura-mento anual de até R$ 16 milhões. O interessado deve solicitar o financiamen-to diretamente no site da Desenvolve SP (www.desenvolvesp.com.br) ou procu-rar a prefeitura de Itaoca (www.itaoca.sp.gov.br) para ter acesso ao processo de solicitação.

São Luiz do Paraitinga:parâmetro para os municípiosterem sua própria Defesa Civil

Força-tarefa na busca pelos desaparecidos

Santoro: em 6 horas, choveu 150 milímetrosDeslizamentos na serra moveram árvores, causando o fenômeno corrida de detritos (foto menor)

estrutrura da cidade �cou muito abalada. Esforço ...

Luiz Antonio Gomes, geotécnico do IPT

GEN

IVA

LDO

CA

RVA

LHO

GEN

IVA

LDO

CA

RVA

LHO

GEN

IVA

LDO

CA

RVA

LHO

GEN

IVA

LDO

CA

RVA

LHO

CED

EC-S

P/D

IVU

LGA

ÇÃ

O

CED

EC-S

P/D

IVU

LGA

ÇÃ

O