1.000 perguntas e respostas sobre direito penal

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8/16/2019 1.000 Perguntas e Respostas Sobre Direito Penal http://slidepdf.com/reader/full/1000-perguntas-e-respostas-sobre-direito-penal 1/44 1.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO PENAL 91 entregar voluntariamente a coisa; na extorsão, a vantagem econômica indevida é obtida mediante violência ou grave ameaça, que fazem a vítima entregar a coi- sa contra sua vontade. 716) Em que circunstâncias ocorre o estelionato privilegiado, e como é pu- nido? R.:  Estelionato privilegiado ocorre quando o prejuízo é de pequeno valor e o criminoso é primário, conforme dispõe o art, 171, § Io, do CP. Dispõe, ainda, o referido artigo que a pena poderá ser aplicada conforme o art. 155, § 2o (furto  privilegiado). 717) Cometido estelionato em razão do exercício do comércio, e falindo a empresa do agente, que crime estará caracterizado? R.; O estelionato passa a se constituir em crime falimentar. 718) Em que circunstâncias ocorre o estelionato qualificado, e como é puni- do? R.:  Estelionato qualificado  é aquele que ocorre em detrimento de entidade de Direito Público ou de instituto de economia popular, assistência social ou bene- ficência. A pena deverá ser aumentada de 1/3. 719) Como se caracteriza o estelionato, no caso de pagamento com cheque? R.: Caracterizase pela emissão de cheque sem suficiente provisão de fundos, ou pela emissão de cheque e posterior atuação do agente, no sentido de impedir o pagamento ao sacador. 720) Como pode ser frustrado o pagamento do cheque? R.: O agente pode frustrar o pagamento retirando da conta bancária os fundos suficientes para honrar o cheque, ou pode sustálo, isto é, pode dar ao banco uma contraordem de pagamento, sem motivo justo. 721) Em que momento se consuma o crime de estelionato, no caso de paga- mento por meio de cheque? R.: Se o cheque não tiver fundos, ou se o agente frustra o pagamento, consu mase o crime no momento da recusa do banco em pagar, ao ser apresentado o cheque. 722) O agente emite cheque sem suficiente provisão de fundos. Seu pai, sa-  bendo do ocorrido, corre ao banco e efetua um depósito na conta do filho. Ficará caracterizado o crime de estelionato? R.: Sim, mas na forma de tentativa. 723) Cheque dado em garantia de dívida caracteriza estelionato? R.: Não, porque o cheque é titulo de crédito emitido para pagamento à vista. Se utilizado como promessa de pagamento, ficará descaracterizado o título de cré- dito, não se considerando, no caso, que tenha ocorrido estelionato.

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entregar voluntariamente a coisa; na extorsão, a vantagem econômica indevidaé obtida mediante violência ou grave ameaça, que fazem a vítima entregar a coi-

sa contra sua vontade.716) Em que circunstâncias ocorre o estelionato privilegiado, e como é pu-nido?R.:  Estelionato privilegiado ocorre quando o prejuízo é de pequeno valor e ocriminoso é primário, conforme dispõe o art, 171, § Io, do CP. Dispõe, ainda, oreferido artigo que a pena poderá ser aplicada conforme o art. 155, § 2o (furto privilegiado).

717) Cometido estelionato em razão do exercício do comércio, e falindo aempresa do agente, que crime estará caracterizado?R.; O estelionato passa a se constituir em crime falimentar.

718) Em que circunstâncias ocorre o estelionato qualificado, e como é pun i-do?R.:  Estelionato qualificado é aquele que ocorre em detrimento de entidade deDireito Público ou de instituto de economia popular, assistência social ou bene-ficência. A pena deverá ser aumentada de 1/3.

719) Como se caracteriza o estelionato, no caso de pagamento com cheque?R.: Caracterizase pela emissão de cheque sem suficiente provisão de fundos,ou pela emissão de cheque e posterior atuação do agente, no sentido de impediro pagamento ao sacador.

720) Como pode ser fru strado o pagamento do cheque?R.: O agente pode frustrar o pagamento retirando da conta bancária os fundossuficientes para honrar o cheque, ou pode sustálo, isto é, pode dar ao banco

uma contraordem de pagamento, sem motivo justo.721) Em que momento se consuma o crime de estelionato, no caso de paga-mento por meio de cheque?R.: Se o cheque não tiver fundos, ou se o agente frustra o pagamento, consumase o crime no momento da recusa do banco em pagar, ao ser apresentado ocheque.

722) O agente emite cheque sem suficiente provisão de fundos. Seu pai, sa-

 bendo do ocorrido, corre ao banco e efetua um depósito na conta do filho.Ficará caracterizado o crime de estelionato?R.: Sim, mas na forma de tentativa.

723) Cheque dado em garan tia de dívida caracteriza estelionato?R.: Não, porque o cheque é titulo de crédito emitido para pagamento à vista. Seutilizado como promessa de pagamento, ficará descaracterizado o título de cré-dito, não se considerando, no caso, que tenha ocorrido estelionato.

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92 JOSÉ CRETELLA JÚNIOR E JOSÉ CRETELLA NETO

724) O agente emite cheque sem suficiente provisão de fundos. Recusado o pagamento, o sacador dirigese à Delegacia de Polícia e denuncia o fato,

instaurandose inquérito policial. Antes de recebida a denúncia, o sacado paga o valor do cheque. Ficará caracterizado o delito de estelionato?R.: A doutrina considera que o delito não desaparece, mas a jurisprudênciatemse afirmado no sentido de que não haveria justa causa para a ação penal.

725) Qual a conseqüência, para o agente, se o cheque é pago após o recebi-mento da denúncia?R.: Neste caso, há justa causa para a propositura da ação penal (Súmula 554 do

STF). O pagamento ao sacador, no entanto, constitui fato a ser considerado naaplicação da pena.

726) Onde deve ser p roposta a ação penal no caso de estelionato na modali-dade de cheque sem fundo?R.: De acordo com a Súmula 521 do STF, o foro competente é o do local ondese verifica a recusa do pagamento pelo sacado.

727) Cliente de uma prostituta emite cheque, sem suficiente provisão de

fundos, para pagamento de relações sexuais, Ficará caracterizado o delitocapitulado no art. 171, § 2o, VI, do CP?R.: O entendimento jurisprudencial dominante é de que não se caracteriza o de-lito, porque inexiste patrimônio a ser juridicamente tutelado.

728) Um cheque é emitido em São Paulo, no dia 05/03/1994. O sacadorapresentase no guichê do banco no dia 06/04/1994. O banco recusase a

 pagar o cheque por falta de fundos. Ficará caracterizado o delito do art.

171, §2°, VI, do CP?R.: Sim. Embora tenha ocorrido a prescrição civil do título, subsiste a responsa-

 bilidade no plano penal.

729) O agente falsifica um cheque, dandoo como pagamento por mercado-rias. Ficará caracterizado o delito do art. 171, § 2o, VI, do CP?R.: Não, pois a obtenção de vantagem econômica indevida não foí obtida pormeio do cheque, e sim por meio de uma falsificação, ou seja, meio fraudulento.

Por isso, a capitulação correta é a do art. 171, caput 

730) O endossante de cheque sem fundos pode ser, acusado de estelionato,no caso de o cheque ser recusado pelo banco?R.: A doutrina entende que não, pois a ação do agente é indicada pelo verbo“emitir”, que não eqüivale a avalizar ou transferir o título. Além disso, a condu-ta de “frustrar” o pagamento do cheque não pode ser praticada pelo endossante,que não tem poderes para tanto.

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1.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO PENAL 93

731) O beneficiário do pagamento de um cheque tem conhecimento de que

o emitente não tem fundos em sua conta bancária. Mesmo assim, para po-der dispor de título executivo extra judicial, que lhe perm ita acionar o emi-tente na Justiça Civil, aceita o cheque como pagamento da dívida.Recusado o cheque, poderá o emitente ser acusado de estelionato pelaemissão de cheque sem fundos?R.: O tipo subjetivo do delito é o dolo, que se manifesta pela fraude no paga-mento. Se o beneficiário tinha conhecimento de que o agente não dispunha defundos e, mesmo assim, aceitou o cheque, não se pode falar em fraude. Logo,não poderá o emitente ser acusado de estelionato.

732) Será admitido, em sede de habeas corpus, o argumento de que o che-que recusado pelo banco, por falta jile fundos, foi dado em pagamento dedívida? jR.: Não, porque esse argumento é matéria de fato, que necessita ser provada.Em sede de habeas corpus,  alegação envolvendo o mérito da ação penal não

 pode ser discutida, pois se trata de rito exígüo.

11,3.8, Receptação

733) Em que consiste o delito de receptação?R.:  Receptação consiste em adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultarcoisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boafé, a ad-quira, receba ou oculte.

734) Qual o objeto jurídico protegido pela norma penal?R.: O objeto jurídico protegido é o patrimônio,

735) Qual o objeto material do delito de receptação?R.: O objeto material do delito de receptação deve ser coisa móvel, ou imóvelmobilizada.

736) Quais as espécies existentes de receptação?R.: A receptação pode ser própria -  adquirir, receber, transportar, conduzir ou

ocultar coisa que sabe ser produto de crime (art, 180, caput, Ia parte), ou impró pria  influir para que terceiro, de boafé, adquira, receba ou oculte (art. 180,caput, in fine).

737) O terceiro de boafé é considerado coautor do delito?R.: Não, o terceiro de boafé não comete qualquer crime.

738) Qual o delito cometido por terceiro que adquire, recebe, transporta,conduz ou oculta coisa que sabe ser produto de crime?

R.: O terceiro de máfé comete o crime de receptação própria.

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94 JOSÈ CRETELLA JÚNIOR E JOSÉ CRETELLA NETO

739) Receptação é crime material ou formal?R.: Receptação própria (primeira parte do caput) é crime material,  receptaçãoimprópria (segunda parte do caput) é crime formal.

740) Admitese a tentativa na receptação própria?R.: Sim. Admitese a tentativa, pois a ação do agente pode ser fracionada, desdeque o receptador não consiga ter a posse ou a detenção da coisa por motivoalheio à sua vontade.

741) Admitese a tentativa na receptação im própria?

R.: Não. Uma vez que a ação de “influir” nào pode ser fracionada, o crime éunissubsistente, não podendo haver tentativa.

742) Por que a receptação é considerada crime acessório?R.: Porque o objeto material do delito deve ser, necessariamente, produto decrime anterior ou crime principal.

743) Como se classifica o delito de receptação?R.: É crime comum quanto ao sujeito, doloso, comissivo, autônomo, material

(primeira parte) ou formal (segunda parte).

744) Qual o prérequisito imprescindível para que seja punido o delito dereceptação?R.: Requerse obrigatoriamente a prova material do delito anterior, para que se 'tenha a certeza de que o objeto é produto de crime.

745) Um deficiente mental subtrai determinado objeto móvel, que depois

tenta vender a terceiros. Alguém que compra a coisa, sabendo que foi fur-tada, pra ticará delito de receptação?R.: Sim, porque a receptação é caracterizada, independentemente da inimputa

 bilidade do autor do delito anterior.

746) Subtra ído objeto móvel, o ladrão esconde o produto do crime. Estarácometendo, além do furto, também o delito de receptação?R.: Não, porque a ocultação do produto do crime é tãosó o prolongamento da

 própria ação de subtração do objeto.

747) O proprietário de um relógio penhorao . A agência de penhores, ondeestá guardado o relógio, é assaltada. Posteriormente, um dos ladrões vende,o relógio ~ facilmente reconhecível pelo proprietário, por determinadascaracterísticas que lhe são peculiares ao próprio dono. Estará este pra ti-cando o delito de receptação?R.: Sim, o proprietário também pode ser sujeito ativo do delito de receptação,desde que tenha ciência de que o objeto é produto de crime anterior. Reconhe-

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1.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO PENAL 95

cendo o objeto como seu e adquirindoo de um ladrão, estará praticando o crimede receptação.

748) Ficará caracterizado o delito de receptação se a coisa adquirida, rece- bida ou ocultada for produto de contravenção e não de crime?R.: Não ficará caracterizado, porque o dispositivo penal fala em produto de“crime", e contravenção não é crime.

749) Um ladrão rouba diversos aparelhos eletrônicos de uma loja e marcaencontro com interessado em adquirir a mercadoria, que sabe roubada.Enquanto estão negociando o preço, a polícia prende o ladrão e o potencial

receptador em flagrante. Estará consumado o delito de receptação?R.: Não, porque o interessado ainda estava tratando do preço da mercadoria,não tendo praticado, ainda, qualquer ação delituosa descrita no tipo penal.

750) Um ladrão pratica vários roubos, vendendo depois todos os objetos aum receptador, seu conhecido. O receptador responderá por um único de-lito ou por vários delitos de receptação?R.: O receptador responderá por um único delito, pois a ação dele é única.

751) Um ladrão p ratica um único roubo, conseguindo subtra ir diversos ob- jetos. Vende cada um deles a um receptador diferente. Haverá diversas re~ceptações ou uma única?R.: Haverá diversas receptações, respondendo cada agente em relação aoobjeto por ele comprado.

752) Conhecido recep tador adquire, na mesma da ta, diversos objetos, quesabe serem produto de crimes praticados por vários agentes. Haverá um

único delito ou vários?R.: Haverá vários delitos de receptação, distintos entre si, praticados em con-curso material.

753) Ladrão e receptador são processados criminaimente. O primeiro éabsolvido por falta de provas quanto à autoria, mas fica demonstrado queo objeto provém de furto. O recep tador será, também, absolvido?R.: Não, porque a absolvição se fundou na falta de provas quanto à autoria, per-

manecendo a coisa como produto de crime.754) Ladrão e receptador são processados criminaimente. O primeiro éabsolvido por falta de provas quanto à existência do delito de furto. O re-ceptador será, também, absolvido?R.: Sim, porque, faltando provas quanto à existência de delito, que constitui

 précondição para que seja reconhecida a receptação, o objeto não pode ser con-siderado produto de crime.

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96 JOSÉ CRETELLA JÚNIOR E JOSÉ CRETELLA NETO

755) O que é receptação sucessiva?

R.: Receptação sucessiva é a ocorrência do delito de receptação de coisa já an-teriormente receptada, o que é admissível somente se a coisa adquirida conser-va o caráter de produto de crime, e os sucessivos receptadores têmconhecimento de sua origem delituosa.

756) A uma pessoa é oferecido um relógio Rolex de ouro, po r preço corres- pondente a 10% de seu valor de mercado. Aquele que p rocurou o compra-dor não é vendedor habitual e oferece o relógio em atitude suspeita,falando baixo, escondendose e olhando preocupado para os lados. Que de-lito esta rá praticando a pessoa, se efetivamente com prar o Rolex?R.: Oferecida coisa por preço manifestamente desproporcional a seu valor, ou

 por pessoa que, por sua condição, não poderia estar vendendo o objeto, deveriao comprador desconfiar de tantas facilidades. Adquirindo o Rolex por preçodesproporcional a seu valor, estará o comprador praticando o delito de recepta

ção culposa,

757) Qual o elemento materia l da receptação culposa?

R.: Na descrição do tipo, aparecem os verbos “adquirir” e “receber”. Logo,“ocultar” não consiste em elemento material da receptação culposa, pois ocultação pressupõe dolo, sendo incompatível com a forma culposa.

758) João insiste com Pedro , seu prim o do in terior, que não conhece o mer-cado da Capital, pa ra que este compre determinado objeto, aproveitando o

 preço baixo excepcionalmente oferecido. João devia presumir a origem ilí-cita do objeto, mas Pedro não tem a menor idéia do preço desse tipo de pro-

duto. Como responderá criminalmente cada um?R.: Nenhum deles responderá criminalmente. Pedro porque desconhecia aorigem ilícita do produto. João porque, como mediador culposo, não pode ser

 partícipe em crime doloso.

759) Em que momento se consuma o delito de receptação culposa?R.: Sendo delito instantâneo e comissivo, consumase no momento em que oagente adquire ou recebe o objeto.

760) Uma pessoa, alegando dificuldades financeiras, oferece um relógioRolex de ouro a outra, po r preço muito inferior ao de mercado. O potencialcomprador desconfia, e pede ao vendedor que lhe apresente provas da ori-gem legítima do relógio. O vendedor, então, apresenta nota fiscal falsa,com aparência perfeita, induzindo o com prador a acred itar que a origem élegal. Como responderão criminalm ente o vendedor e o comprador?R.: O vendedor poderá responder por estelionato. O comprador, induzido pelovendedor a acreditar que o negócio era legal, adquiriu o relógio de boafé e, por

isso, não responderá por qualquer delito.

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761) Em caso concreto de receptação culposa, como deverá o juiz analisaro grau de previsibilidade que deveria ter o agente acerca da origem crimi-nosa da coisa?R.: O juiz deverá avaliar as condições pessoais do agente, no sentido de apurar se eleestaria à altura de empregar a diligência comum do homem médio; deverá tambémanalisar o fàto e as circunstâncias em que ocorreu a ação, de modo a aferir se exigiri-am atenção e cautela extraordinárias ou apenas normais, para poder ser evitada.

762) Em que casos cabe perdão judicial em relação à receptação?

R.: Cabe perdão judicial somente na modalidade culposa do delito; em segundo lu-gar, de acordo com o § 5o, primeira parte, do art. 180 do CP, o agente deverá ser pri-mário; a jurisprudência acrescentou, ainda, a possibilidade de perdão judicialquando o acusado age com culpa levíssima, ou quando o valor da coisa é irrisório.

763) Em que casos o condenado por receptação dolosa pode receber algum benefício?R.: A segunda parte do § 5o, do art. 180 do CP, indica que, no caso de receptaçãodolosa, cabe o disposto no art. 155, § 2o, relativo a furto privilegiado. O agente

condenado por receptação dolosa pode receber o mesmo benefício do condena-do por furto privilegiado —substituição da pena de reclusão pela de detenção,diminuição de um a 2/3, ou aplicação somente de pena de multa no caso deser réu primário e a coisa de pequeno valor.

764) Em que circunstâncias fica carac terizada a receptação qualificada?R.: A receptação qualificada é aquela em que o agente: a) adquire, recebe, trans-

 porta, conduz, oculta, tem em depósito, demonstra, monta, remonta, vende, expõe àvenda, ou de qualquer forma utiliza, em proveito próprio ou alheio, no exercício de

atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber produto de crime (equipa-rase à atividade comercial qualquer forma de comércio irregular ou clandestino,inclusive o exercido em residência); b) adquire ou recebe coisa que, por sua nature-za ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a ofere-ce, deve presumirse obtida por meio criminoso; c) pratica os atos tipificados no art.180 do CP em relação a bens e instalações pertencentes ao patrimônio da União, deEstados, de Municípios, de empresa concessionária de serviços públicos ou socie-dade de economia mista (art. 180, §§ Io a 6o).

H.4. CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO ECONTRA O RESPEITO AOS MORTOS

II.4.1. Vilipendio a Cadáver 

765) Em que consiste o delito de vilipendio a cadáver?R.: Vilipêndio a cadáver  consiste em aviltar os restos mortais de pessoa huma-na, por meio de palavras, escritos ou gestos ofensivos.

766) Qual o objeto juríd ico protegido pela norma penal?R.: O objeto jurídico protegido é o sentimento de respeito aos mortos.

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98 JOSÉ CRETELLA JÚNIOR E JOSÉ CRETELLA NETO

767) Como se classifica o delito?R.: E crime comum quanto ao sujeito, doloso, comissivo e material.

II.5. CRIMES CONTRA OS COSTUMES

11.5.1. Crimes con tra a Liberdade Sexual

11.5.1.1. Estupro

768) Em que consiste o delito de estupro?R.;  Estupro consiste em o homem forçar mulher, mediante violência física ougrave ameaça, a manter relações sexuais com ele.

769) Qual o objeto jurídico protegido pela norma penal?R.: O objeto jurídico protegido é a liberdade sexual da mulher.

770) Quem pode ser sujeito ativo do crime de estupro?R.: A descrição do tipo penal indica que o delito fica caracterizado quandoocorre “conjunção cama!”, o que significa relação sexual normal, entre homeme mulher. Logo, somente o homem pode ser sujeito ativo do delito.

771) Quem pode ser sujeito passivo do delito?

R.; Somente a mulher pode ser sujeito passivo  do delito.772) A mulher nunca pode ser sujeito ativo do crime dê estupro?R.: Isoladamente não, mas pode ser partícipe do crime, em conjunto com ho-mem, em concurso de agentes, conforme o art. 29 do CP.

773) Para que fique configurado o delito de estupro, a mulher deve, obriga-toriamente, ser virgem?R.: Não, pois o atributo “virgindade” não aparece na descrição do tipo, não sen-do, portanto, requisito para que fique caracterizado o delito.

774) Uma prostituta pode ser vítima do crime de estupro?R.: Sim, porque o objeto jurídico tutelado é a liberdade sexual da mulher. O fatode entregarse livremente a vários homens, não a obriga a manter relações comqualquer pessoa em particular.

775) Mulher casada pode ser es tuprada po r seu marido?R.: Atualmente o entendimento afirmativo é pacífico, desde que haja fundadasrazões para recusarse a esposa a cumprir o débito conjugal. Forçando a esposaque não deseja manter relações sexuais, a fazêlo, o marido pratica abuso de di-reito, ficando tipificado o crime de estupro.

776) Em que sentido é entendida a expressão “conjunção carnal”?R.: A expressão deve ser entendida em sentido restrito, como o ato,sexual habi-tual entre homem e mulher, a cópula ou coito vagínico. Qualquer outro ato se-xual diverso dessa modalidade é genericamente denominado “ato libidinosodiverso da conjunção camai”, que se enquadra no tipo do art. 214 do CP, e nãono do art. 213 (vide pergunta n° 788).

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1.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO PENAL 99

777) De que forma deve manifestarse o dissenso da vítima à conjunção

carnal?R.: Deve ser manifestado de forma inequívoca, sincera e positiva, devendoopor categórica.resistência. Não é suficiente a mera recusa verbal ou oposição

 passiva e inerte (exceto se causada a inércia por pânico), ou simbólica.

778) Se o agente, ao obrigar mulher virgem a manter relações sexuais comele, não rompe o hímen da vítima nem ejacula, terá praticado estupro ten-tado?R.: Não. A jurisprudência temse firmado no sentido de que, para que o delito

seja consumado, não são necessários nem o rompimento do hímen nem a ejacu-lação. Até mesmo a cópula parcial é suficiente para caracterizar o estupro con-sumado e não o tentado.

779) Ficará caracterizado o estupro caso a violência ou a grave ameaçaseja dirigida à pessoa diversa da vítima?R.: No caso de violência, entendese que não, devendo a violência ser emprega-da somente contra a pessoa da vítima para que se caracterize o delito. No caso

de grave ameaça, o entendimento é que o estupro pode ficar caracterizado,como, por exemplo, no caso de o agente dirigila a uma irmã da vítima, para for-çála a manter relações sexuais.

780) O delito de estupro admite tentativa?R.: Sim. Embora de difícil comprovação, na prática, como a realização do deli-to pode ser fracionada em diversas etapas, é admissível que o agente, emboraobjetivando a conjunção carnal com a vítima, tenha frustrada sua pretensão pormotivo alheio à sua vontade.

781) O estupro pode ser cometido em concurso material com outro crime?R.: Sim, como no caso de o agente adentrar uma casa para subtrair objetos (de-lito de furto, art. 155) e, ao se deparar com a empregada, a estupra.

782) O estupro pode ser cometido em concurso formal com outro cime?R.: Sim, como no caso de o agente sofrer de moléstia grave e infectocontagiosa,transmitindoa à vítima durante a conjunção cama! (art. 131 do CP).

783) Como será responsabilizado o agente que comete estupro, no caso decausar lesões corporais à vítima?R.: Se as lesões forem leves, integrarão o tipo e o agente responderá por estupro emsua forma simpíes, conforme o art. 213 do CP; no caso de lesões graves, o agenteresponderá por estupro em sua forma qualificada, segundo o art. 223, caput.

784) Quais as mais importantes alterações introduzidas pela Lei dos C ri-mes Hediondos (Lei n° 8.072/90) no art. 213 do CP?R.: Essa lei incluiu o estupro no rol de crimes hediondos, aumentando a pena

 prevista no art. 213, anteriormente de três a oito anos, alterada para seis a 10

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100 JOSÉ CRETELLA JÚNIOR E JOSÉ CRETELLA NETO

anos. Foi também aumentada a pena no caso de estupro em suas formas qualifi-cadas (art. 213). Além disso, quanto ao art. 224, que trata da presunção de vio-

lência nos crimes contra os costumes, a nova lei dispõe que a pena para o delito,se cometido contra vítima que se encontra em qualquer das situações descritasno referido artigo (vítima cuja idade é inferior ou igual a 14 anos, se é alienadaou débil mental, conhecendo o agente essa circunstância, ou se, ainda, não

 pôde, por qualquer outra causa, opor resistência), será aumentada de metade,até o máximo de 30 anos. O delito, como crime hediondo, passa a ser insuscetí-vel de fiança, anistia, graça ou indulto e a pena passa a ser cumprida integral-mente em regime fechado. Em caso de apelação, o juiz decidiráfundamentadamente sobre a possibilidade de o réu poder fazêla em liberdade.A liberdade condicional somente será concedida após cumprimento de pelo me-nos 2/3 da pena.

II.5.1.2. Atentado Violento ao Pudor 

785) Em que consiste o delito de atentado vioiento ao pudor?R.: Atentado violento ao pudor consiste em constranger alguém, mediante vio-

lência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidi-noso diverso da conjunção carnal.

786) Qual o objeto jurídico protegido pela norma penal?R.. O objeto jurídico protegido é a liberdade sexual.

787) Quem pode ser sujeito ativo e sujeito passivo do delito?R.: Pode ser sujeito ativo e passivo do delito qualquer pessoa física, homem oumulher.

788) Qual o significado da expressão "ato libidinoso diverso da conjunçãocarnal”?R.: É expressão ampla, que abrange qualquer forma de manifestação sexual di-versa da cópula ou coito vagínico, implicando necessariamente contato físico.Ex.: carícias íntimas, coito anal, felação (vide pergunta n° 776).

789) A contemplação lasciva caracteriza atentado violento ao pudor?

R.: Dependerá das circunstâncias e do comportamento do agente e da vítima nocaso concreto. Há divergência, a respeito, na doutrina.

790) O atentado violento ao pudor pode ser praticado em concurso com ocrime de estupro?R.: Sim, desde que os dois delitos sejam cometidos de forma distinta. Se os atoslibidinosos forem praticados como preparatórios para a conjunção camai, o tipodo art. 213 (estupro) absorverá o atentado violento ao pudor.

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LOOO PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO PENAL 101

791) A esposa pode ser vítima de atentado violento ao pu dor praticado Deiomarido? r 

R.: Sim, pois embora manter relações sexuais constitua obrigação conjuga]normal, a mulher não pode ser constrangida a praticar atos libidinosos que aten-tem contra a sua vontade, o que violaria sua liberdade sexual.

792) Como será responsabilizado o agente que comete atentado violento ao pudor, no caso de causar lesões corporais à vítima?R.. Se as lesões forem leves, integrarão o tipo, e o agente responderá por atenta-do viojento ao pudor em sua forma simples, conforme o art. 214 do CP; no casode lesões graves, o agente responderá pelo delito em sua forma qualificada se-

gundo o art. 223, capuí.

793) Quais as mais importantes alterações introduzidas pela Lei dos Cri-mes Hediondos (Lei n° 8.072/90) sobre o art. 214 do CP?R.: Essa lei incluiu o atentado violento ao pudor no rol de crimes hediondos, au-mentando a pena prevista no art. 214, anteriormente de dois a sete anos, alterada

 paraseis a 10 anos. Além disso, quanto ao art. 224, que trata da presunção deviolência nos crimes contra os costumes, a nova lei dispõe que a pena para o de-lito, se cometido contra vítima que se encontra em qualquer das situações des-

critas no referido artigo (vítima cuja idade é inferior ou igual a 14 anos, se éaljenada ou débil mental, conhecendo o agente essa circunstância, ou se, ainda,não pôde, por qualquer outra causa, opor resistência), será aumentada de meta-de, até o máximo de 30 anos. O delito, como crime hediondo, passa a ser insus-cetível de fiança, anistia, graça ou indulto e a pena passa a ser cumpridaintegralmente em regime fechado. Em caso de apelação, o juiz decidirá fundamentadamente sobre a possibilidade de o réu poder fazêla em liberdade. A li-

 berdade condicional somente será concedida após cumprimento de pelo menos2/3 da pena.

II.5.2. Sedução e Corrupção de Menores

II.5.2.1. Sedução

794) Em que consiste o delito de sedução, conforme tipificado em nosso Có-digo Penal?

R.: Sedução consiste em manter conjunção carnal com mulher virgem maior de14 e menor de 18 anos, aproveitandose de sua inexperiência ou justificável

confiança.795) Qual o objeto jur ídico protegido pela norm a penal?R.: O objeto jurídico protegido é a integridade ou a virgindade da mulher maiorde 14 e menor de 18 anos.

796) Quem pode ser sujeito ativo e sujeito passivo do delito?R.: Sujeito ativo, somente o homem; sujeito passivo, somente a mulher maiorde 14 e menor de 18 anos.

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102 JOSÉ CRETELLA JÚNIOR E JOSÉ CRETELLA NETO

797) Em que consiste o comportamento criminoso do agente?R.: Consiste em persuadir a vitima, aproveitandose de sua inocência e inexpe-

riência, ou de sua justificável confiança no agente, a manter relações sexuais.798) Quais as diferenças entre os delitos de sedução e de estupro?R.: Na sedução, não ocorre violência física nem grave ameaça, como no estu

 pro-, na sedução, a vítima pratica o ato sexual voluntariamente, enquanto no es

tupro, ela o faz contra a vontade.

799) A palavra “inexperiência” indica que a vítima é inocente ou ingênua?R.: Não, inexperiência significa que a vítima não possuía noção correta sobre o

significado e as conseqüências do ato sexual.800) Como deve ser reconhecida a “justificada confiança” da vítima noagente?R.: Deve ser avaliada, de modo objetivo, a relação preexistente entre vítima eagente, no sentido de se determinar se havia namoro, promessa de casamento,amizade antiga, ou outra circunstância que possibilitasse ao agente obter favo-res sexuais da vítima.

801) Em que momento se considera consumado o delito de sedução?R.: Considerase consumado quando realizada a cópula vaginal, com ou semejaculação.

802) M ulher anteriorm ente estuprada pode ser vítima de sedução?R.: Não. A jurisprudência dominante tem determinado que a prática de con-gresso sexual anterior, mesmo por meio de estupro, é circunstância que obsta aque a jovem seja considerada vítima do crime de sedução, exigindose, para acaracterização do delito, a virgindade material da vítima, não sendo suficiente a

virgindade moral.

803) O crime de sedução admite tentativa?R.: Embora haja dissenso na doutrina, é possível admitirse a tentativa, pois oiter criminis pode ser fracionado e o agente, aproveitandose da inexperiênciaou da justificável confiança da jovem, consegue seu consentimento, mas, a se-guir, é impedido de consumar o delito, por motivo contrário à sua vontade.

804) Qual delito esta rá praticando o terceiro que auxiliar o agente, no sen-

tido de induzir a jovem?R.: Deverá responder por sedução e lenocínio (art, 227 do CP), praticados em.concurso formal.

805) Que delito estará praticando o terceiro que cede cômodos, de formahabitual, para que se realizem encontros libidinosos?R.: Sedução e lenocínio (nos termos do art. 229, manutenção de casa de prosti-tuição), cometidos em concurso formal.

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1.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO PENAL 103

806) No curso de uma ação penal, o acusado pelo crime de sedução ajitiza

açao de investigação de pate rnidade, a fim de comprovar não ser o pai dacriança gerada pela vítima, que afirma o contrário. A ação de investigaçãode paternidade pode suspender a ação penal? *R.: A jurisprudência firmouse no sentido de que a ação de investigação de pa-ternidade não e questão prejudicial à ação penal por crime de sedução razão

 pela qual prosseguira o feito na Justiça Criminal, independentemente da açãocivil. y

807) No crime de sedução, qual o peso da palavra da vítima, em matéria proba tona?R.: O crime de sedução é cometido longe de possíveis testemunhas, o que contere especial importância à palavra da vítima, que deve, no entanto, ser aprecia-da com a necessana cautela pelo juiz. O peso da palavra da vítima é, portantorelativo, pois ela pode, inclusive, estar interessada em casarse. A versão da ví-tima deve ser obrigatoriamente confrontada com os demais elementos que ins-truem o processo.

808) Exigese o exame de corpo de delito, no crime de sedução?R.. Sendo crime material, será imprescindível a realização de exame de corpode delito, cuja falta, no processo, implicará em nulídade insanável.

809) Se o acusado confessar ter seduzido a jovem, poderá ser condenadosem que se faça exame de corpo de delito?R.: A jurisprudência temse consolidado no sentido de que a confissão não su-

 pre a falta de exame de corpo de delito.

810) Qual a espécie de ação penal cabíve! no crime de sedução?R.; Ação penal privada mediante queixa da vítima.

f?r P °breJ quem prom overá a ação em seu lugar?Público, que será legitimado para representar a vítima, promo-

vendo a chamada ação penal pública, condicionada à representação da vítima.

812) Em ação penal po r crime de sedução, demonstrase que a vítima con-tava 13 anos, à data do delito. Continuará a ficar caracterizado o crime desedução?

R.: Não. O sujeito passivo do crime de sedução é obrigatoriamente mulher maiorde 14 anos e menor de 18 anos. Jovem de 13 anos deflorada só pode figurar COmÍLY2ílin£! cr*me de estupro com presunção de violência, nos termos doart. 224, a, do CP.

fic^d^?*3^5 °S  Cr*meS C0n r̂a a liberdade sexual em que existe a forma quali

R.: Os crimes contra a liberdade sexual em que existe a forma qualificada são oestupro e o atentado violento ao pudor, por serem os únicos em que a violência

e elemento constitutivo do tipo.

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104 JOSÉ CRETELLA JÚNIOR E JOSÉ CRETELLA NETO

814) Se o agente pra tica estupro, disso decorrendo a morte da vitima, como

será responsabilizado?R.: Se não desejava o resultado morte, tratase de delito preterdoloso, ou preterintencional, o que acarreta responsabilidade pelo crime de estupro, sendo amorte imputada a título de culpa em sentido estrito, isto é, o resultado ultrapassaa intenção original do agente. Se o agente desejava o resultado, será responsabi-lizado por estupro e por homicídio, praticados os delitos em concurso material.

815) Qual o significado da expressão “presunção de violência”?R.: Significa que não se exige violência real, em determinadas circunstâncias,

 para que fiquem caracterizados os delitos sexuais. Ocorrendo fatos sob as cir-cunstâncias descritas no art. 224 do CP, temse a violência f id a , isto é, não é ne-cessário que seja provada para ficar caracterizado o crime sexual.

816) Se a vítima não conta, ainda, 14 anos de idade e mantém conjunçãocarnal com o agente, a presunção de vioiência é relativa ou absoluta?R.: Doutrina e jurisprudência concordam em que a presunção é relativa, pois

 pode ser vencida, caso a vitima já tenha comportamento permissivo antes dos

fatos ou apresente características físicas que induzam a considerála mais ve-lha.

817) A presunção do a r t 224, b, do CP é absoluta ou relativa?R.: A presunção será relativa, caso a vítima seja alienada ou débil mental, co-nhecendo o agente essas circunstâncias. Deverá ser feita a prova, no caso con-creto, que poderá vencer a presunção de violência.

818) A presunção do art. 224, c, do CP é absoluta ou relativa?

R.: A presunção será relativa, caso a vítima não possa, por qualquer outra causa(que não as relacionadas nas alíneas b e c do art. 224), oferecer resistência aoagente. Deverá ser feita a prova, no caso concreto, que poderá vencer a presun-ção de violência.

819) Qual a reg ra geral para a espécie de ação penal nos casos de crimes se-xuais?R.: A regra geral é a ação privada mediante queixa da vítima.

820) Em que casos poderá a ação penal vir a ser pública, mediante repre-sentação da vítima?R.: No caso de o réu ser pobre, ou de o crime ser cometido com abuso do pátrio

 poder ou da qualidade de padrasto, tutor ou curador.

821) Por que motivo o legislador adotou a reg ra geral de que a ação penaldeve ser privativa da vítima?R,: Porque o ofendido, por questões de foro íntimo, poderia não desejar tornar

 pública a ofensa. Se fosse obrigado a depor, possivelmente não iria colaborar na

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1.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO PENAL 105

elucidação dos fatos verdadeiros, o que dificultaria o desenvolvimento'do pro-cesso. O legislador procurou levar em conta os interesses pessoais do ofendido.

822) Ao permitir que o ofendido ofereça queixa significa que o Estadotransfere o direito de punir ao particular?R.: Não. Transfere ao particular apenas a possibilidade da iniciativa para a pro

 positura da ação penal, permanecendo o direito de punir nas mãos do Estado.

823) De que espécie será a ação penal nos crimes sexuais praticados emsuas formas qualificadas, isto é, estupro e atentado ao pudor com resultadolesão grave ou morte?

R.: A ação será, obrigatoriamente, pública incondicionada.824) As exceções constantes do art. 225, § Io, inciso I, do CP, são absolutasou relativas?R.: No caso do inciso I, a exceção é relativa, pois a prova de miserabüidade nãoé suficiente, exigindose que o ofendido ofereça representação para que o MP

 proponha ação; no caso do inciso II, a exceção é absoluta, isto é, se o crime é co-metido com abuso de pátrio poder, ou da qualidade de padrasto, tutor ou cura-dor, o MP poderá propor ação penal pública incondicionada, ou seja,

independentemente de manifestação do ofendido.825) De que espécie é a ação penai nos casos em que os crimes sexuais de es-tupro e atentado violento ao pudor são cometidos com violência presumida?R.: Ação penal privada.

826) Quais as causas extintivas da punibilidade, nos crimes contra os cos-tumes (arts , 213 a 227), previstas no art. 107 do CP?R.: O art. 107 prevê extinção da punibilidade pelo casamento do agente com a

vítima (inciso VII) e da vítima com terceiro, desde que os crimes tenham sidocometidos sem violência real ou grave ameça, e desde que a ofendida não re-queira o prosseguimento do inquérito policial ou da ação penal no prazo de 60dias (inciso VIII).

827) Como se conta o prazo de 60 dias?R.: Entendese que o prazo mencionado é de direito material, e não processual. Logo, nos termos do art. 10 do CP, o dia do início é computado, sendo contados

 pelo calendário comum os dias, meses e anos.

828) Dois agentes estupram uma jovem, agindo em concurso. Posterior-mente, um deles manifesta seu desejo de casarse com a ofendida. Contraí-do o matrimônio, ficará a punibilidade extinta para os dois agentes?R.: A questão ligase à comunicação de circunstâncias pessoais entre osagentes. A jurisprudência tem entendido que o casamento de um dos agentescom a vítima, causa que extingue a punibilidade para ele, tem o efeito de extinguir, também, a punibilidade com relação ao outro agente.

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106 JOSÉ CRETELLA JÚNIOR E JOSÉ CRETELLA NETO

829) Em que momento se extingue a punibilidade do agente?R.: A punibilidade do agente se extigue no próprio dia do casamento da ofendi-da, com ele próprio ou com terceiro.

II.5.3. Lenocínio e Tráfico de Mulheres

II.5.3.1. Lenocínio

830) Em que consiste o delito de lenocínio?R.:  Lenocínio consiste em induzir alguém, homem ou mulher, a satisfazer osdesejos sexuais de outrem.

831) Quem pode ser sujeito ativo e passivo do delito?R.: Qualquer pessoa, sem distinção de sexo, pode ser sujeito ativo ou sujeito

 passivo do delito,

832) Qual o objeto juríd ico protegido pela norm a penal?R .: A moralidade pública.

833) Quais as formas qualificadas do delito?

R.: O lenocínio pode ser praticado em sua forma qualificada nos seguintes ca-sos: a) se a vítima é maior de 14 anos e menor de 18; b) se o agente é ascendente,descendente, marido, irmão, tutor ou curador da vítima, ou ainda, se esta foi con-fiada ao agente para fins de educação, tratamento ou guarda; c) se ocorre violên-cia, grave ameaça ou fraude; d) se o agente visa a lucro (lenocínio questuário).

834) O lenocínio admite tentativa?R.: Admitese a tentativa de lenocínio, mas a doutrina recomenda e enfatiza anecessidade de extrema cautela para sua configuração, ao analisar casos práti-cos.

IL5.3.2. Rufianismo

835) Em que consiste o delito de rufianismo?R.: Consiste em tirar proveito da prostituição de homens ou de mulheres, rece-

 bendo, deles, dinheiro.

836) Qual o objeto jurídico protegido pela norma penal?R.: A norma penal visa a coibir o aproveitamento econômico da prostituição.

837) Quem pode ser sujeito ativo e passivo do delito?R.: Sujeito ativo: qualquer pessoa, homem ou mulher, embora muito mais fre-qüente jerem homens; sujeito passivo: qualquer pessoa, homem ou mulher, em-

 bora muito mais freqüente serem mulheres.

838) Levados à Delegacia de Polícia rufião e diversas meretrizes, prestamestas depoimento em que alegam estar de pleno acordo em entregar dinhei-

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ro a ele. O consentimento das meretrizes em serem exploradas descaracte-riza o delito?R.: Não, pois a exploração da prostituição ofende o senso de moralidade

 pública, sendo irrelevante, para a caracterização do delito, o consentimento dasvítimas.

839) Como se consuma o delito de rufianismo?R.: Uma vez que rufianismo é crime permanente, consumase com a repetiçãohabitual da conduta do agente.

11.6. CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

II.6.1. Moeda Falsa

840) Em que consiste o crime de falsificar moeda?R.: Falsificar moeda consiste em fabricar ou alterar, por conta própria ou alheia{caput  do art. 289 do CP), ou, ainda, importar, exportar, adquirir, vender, trocar,

ceder, emprestar, guardar ou introduzir em circulação (art. 289, § Io), moedametálica ou papelmoeda de curso legal no Brasil ou no exterior.

841) Quando ocorre falsificação de moeda na modalidade de crime privile-giado?R.: Quando o agente, tendo, de boafé, recebido moeda falsa, recülocaa em cir-culação, depois de ter conhecimento da falsidade.

IL6.2. Falsificação de Documento Público

842) Em que consiste o delito de falsificação de documento público?R.: Falsificação de documentopttblico consiste na confecção ou na adultera-ção, no todo ou em parte, de documento público.

843) Em que sentido deve ser entendida a expressão “documento público”?R.:  Documento público é aquele elaborado por funcionário público no desem-

 penho de suas atribuições, de acordo com as formalidades legais. A doutrina in-clui ainda como documento público aquele que é formalmente público, mas

substancialmente privado.844) Qual o objeto juríd ico protegido pela norm a penal?R.: O objeto jurídico protegido é a fé pública, em especial com relação à auten-ticidade dos documentos de natureza pública.

845) Quem é sujeito ativo e sujeito passivo do delito?R.: Sujeito ativo é qualquer pessoa, pois o crime é comum, mas, se for funcio-nário público, estará praticado o crime em sua forma qualificada; sujeito passivo 

é o Estado, pessoa jurídica de Direito Público interno. Caso a falsificação acar-rete prejuízo a particular, este poderá figurar como sujeito passivo secundário.

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108 JOSÉ CRETELLA JÚNIOR E JOSÉ CRETELLA NETO

846) Falsificação grosseira caracteriza o delito?R.: Não. Entendese que somente a falsificação verossímil, capaz de iludir ter-ceiros, caracteriza o crime. Falsificação grosseira remete o delito à categoria decrime impossível.

847) Documento público falsificado, que não acarreta prejuízo, caracteri-za o delito?R.: O entendimento da jurisprudência é o de que não caracteriza, pois o dano é

 pressuposto essencial do crime.

848) Cópia xerox não autenticada de documento público constitui docu-mento público?R.: Não. Somente cópias autenticadas constituem documento público.

849) O agente falsifica documento, mas guardao, não fazendo uso dele.Haverá delito?R.: A jurisprudência temse manifestado no sentido de não considerar crimeessa conduta, justificando sua posição pelo fato de que não ocorre a produçãode qualquer efeito jurídico,

850) Qual a orientação predominante na jurisprudência quan to à condutado agente que falsifica documento público e o emprega para cometer o de-lito de estelionato e qual a tendência atual?R.: Encontramse quatro orientações: a) o estelionato absorve a falsificação; b)a falsificação absorve o estelionato; c) há concurso material; e d) há concursoformal. Fundada em princípios de política criminal, a jurisprudência mais atua-lizada inclinase pela mitigação da pena, reconhecendo a existência de um úni-co crime, ou de concurso formal (posição d), o que acaba por impor pena menos

severa, ao agente, do que seria, no caso de somarse as penas de cada delito, porexemplo.

II.7. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

11.7.1. Crimes Praticados por Funcionário Público contra aAdministração

11.7.1.1. Peculato851) Em que consiste o delito de peculato?R.: Peculato consiste na apropriação, por parte de funcionário público, de di-nheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que ele ououtrem tenha a posse, em razão do cargo, ou desviálo, em proveito próprio oualheio.

852) Qual o bem jurídico protegido pela norma penal?R.: O bem jurídico protegido é a Administração Pública, em seus aspectos pa-trimoniais e morais.

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853) Quais as espécies de peculato previstas no art. 312 do CP?

R.: As espécies de peculato previstas no art. 312 do CP são: a) no caput,pecu- lato-apropriação e peculato-desvio; b) no § V*, peculato-furto; e c) no § 2o, pe

culato culposo.

854) Qual a semelhança e a diferença entre os crimes de apropriação indé- bita e peculato?R.: Semelhança: o núcleo do tipo é o mesmo, o verbo “apropriarse” ; diferença: apropriação indébita é crime comum, enquanto que peculato é crime próprio,que somente pode ser praticado por funcionário público.

855) Particular, que nâo é funcionário público, pode responder pelo delitode peculato?R.: Sim, como coautor, desde que participe com o funcionário público que co-mete o deüto.

856) Admitese concurso m ateria l entre os delitos de peculato e falsificaçãode documento?R.: Sim, desde que seja possível demonstrar que a falsificação de documento

não foi elementar, configurando meio para a prática de peculato.857) Funcionário público entra na repartição em que trabalha, fo ra do ho-rário normal de expediente, e arromba gavetas, daí subtraindo valores.Estará cometendo peculatofurto?R.: Não, pois a subtração dos valores não foi obtida mediante facilidade propi-ciada pelo cargo. O agente responderá pelo crime de furto qualificado (subtra-ção de coisa móvel, mediante violência à coisa), nos termos do art. 155, § 4o, I,do CP.

858) Um funcionário público m ora ao lado de uma escola estadual, onde es-tão sendo realizados serviços de reforma e manutenção. Durante o fim desemana, utiliza a pácarregadeira pertencente ao Estado, ociosa nesse pe-ríodo, para executar serviços particulares, em sua residência. Esta rá sujei-to à persecução penal por crime de peculato?R.: Não, pois inexiste a figura punível de peculato de uso em nosso sistema

 penai. O funcionário poderá sofrer punição apenas na esfera administrativa.

859) Em que consiste o peculato culposo, conforme dispõe o art. 312, § 2o,do CP? D ar exemplo.R.: Peculato culposo consiste na negligenciado funcionário público, que deixade observar o necessário dever de cuidado ou zelo a que estava obrigado pelascircunstâncias, possibilitando a ação criminosa de terceiro, funcionário públicoou particular. Por exemplo: o funcionário da repartição, encarregado da guardade dinheiro da seção, enquanto atende ao público, deixa aberta a gaveta de suamesa, onde se encontram esses valores; aproveitandose do descuido, alguém

que estava na fila, subtrai os valores.

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110 JOSÉ CRETELLA JÚNIOR E JOSÉ CRETELLA NETO

860) Como será punido o funcionário público que comete o delito de pecu-lato culposo, caso venha a ressarcir o prejuízo?R.: Se o ressarcimento for anterior ao trânsito em julgado da condenação penal,ocorrerá a extinção da punibilidade; se for posterior, a pena imposta será redu-zida à metade.

861) Se o agente se apropria r de dinheiro ou de qualquer outra vantagemeconômica, devida a erro de terceiros, que delito estará cometendo?R.: Estará cometendo o delito tipificado no art. 313 do CP, ou seja, crime de pe-

culato mediante erro de outrem.11.7.1.2, Concussão

862) Em que consiste o delito de concussão?R.: Concussão consiste em exigir o funcionário público vantagem indevida, decunho econômico, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, durante oexercício de sua função, fora dela, ou mesmo antes de assumir o cargo, mas emfunção dele.

863) Como se classifica o delito de concussão?R.: E crime doloso, formal (de mera conduta, que se consuma com a própriaexigência, não com o efetivo recebimento da vantagem) e próprio (o agentedeve ser, necessariamente, funcionário público).

864) O que é excesso de exação?R.: Excesso de exação é a exigência, feita pelo funcionário público ao particu-lar, para que este pague imposto, taxa ou emolumento que sabe indevido, ou,ainda quando devido, empregando o agente público meio vexatório ou gravoso,

não autorizado por lei, para efetuar a cobrança.865) Em que consiste o delito de concussão em sua forma qualificada?R.: Concussão qualificada consiste no excesso de exação, desviando o funcio-nário público, em proveito próprio ou alheio, o que recebeu para recolher aoscofres públicos e, indevidamente, não o recolhe.

866) Quais as diferenças entre os delitos de concussão e corrupção passiva?R.: Em ambos os delitos, o agente deseja obter, para si ou para outrem, vanta-gem indevida. Há, no entanto, basicamente 2 diferenças: a) na concussão, o

agente exige a vantagem, enquanto na corrupção passiva, o agente meramentesolicita ou recebe a vantagem indevida; b) na concussão,  o sujeito passivo éaquele de quem se exige a vantagem; na corrupção passiva, o sujeito passivo éo Estado, a entidade de Direito Público, ou, ainda, o terceiro prejudicado; aque-le que propicia a vantagem será acusado por corrupção ativa.

11.7.1.3. Prevaricação

867) Em que consiste o delito de prevaricação?R.: Prevaricação consiste no comportamento do funcionário público que retar-

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1.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO PENAL   111

da ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou o pratica contra expres-sa disposição de lei, com a finalidade de satisfazer interesse ou sentimento

 pessoal.

868) Se o funcionário público deixa de praticar ato de ofício, por preguiçaou negligência, estará cometendo o delito de prevaricação?R.: Não, pois o delito somente se caracterizará se sua finalidade for a satisfaçãode interesse ou sentimento pessoal. Preguiça ou negligência no desempenho desuas funções poderão ensejar providências de natureza administrativa contra ofuncionário, mas não de natureza penal.

869) O funcionário público deve expedir certidão a um cidadão que procu-ra a repartição. Entretanto, por desentendimentos anteriores e particu-lares entre o funcionário e o cidadão, o primeiro passa a retardar demasiada-mente a entrega da certidão. A animosidade entre os dois poderá ensejarresponsabilização do funcionário pelo delito de prevaricação?R.: A jurisprudência considera que o retardamento, por animosidade ao cida-dão, revela satisfação de sentimento pessoal, configurando, pois, o delito de

 prevaricação.

870) Funcionário público, encarregado de recolhimento de taxas, exige do particular pagamento do valor exato por este devido. O particular recusase a efetuar o pagamento e o funcionário, então, re tarda indevidamentea expedição de determ inado documento anteriormente solicitado pelo par-ticular. Ficará caracterizado o crime de concussão?R.: Pelo fato de a exigência não ter sido superior à devida, o retardamento naexpedição do documento caracteriza o delito de prevaricação.

II.7.1.4. Advocacia Administrativa

871) Em que consiste o delito de advocacia administrativa?R.: Advocacia administrativa consiste em patrocinar, direta ou indiretamente,interesse privado perante a Administração Pública, aproveitandose o agente de

sua condição de funcionário público para praticar o delito.872) Quem é sujeito ativo e passivo do delito?R.: Sujeito ativo: qualquer funcionário público, não sendo necessário que sejaadvogado, apesar de, no nomen jitris do delito, figurar a palavra “advocacia”;sujeito passivo: o Estado.

873) Em que hipótese admite esse delito forma qualificada?R.: Esse delito admite a forma qualificada na hipótese de o interesse do agenteser ilegítimo, desde que ele tenha conhecimento da ilegitimidade.

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112 JOSÉ CRETELLA JÚNIOR E JOSÉ CRETELLA NETO

11.7.2. Crimes Praticados po r Particula r contra a Administração

IL7.2.1. Contrabando ou Descaminho

874) Em que consiste o delito de contrabando ou descaminho?R.: Consiste na importação ou na exportação de mercadoria proibida, ou iludir,no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada,

 pela saída ou pelo consumo de mercadoria.

875) Quem é sujeito ativo e passivo do delito?R.: Sujeito ativo: qualquer pessoa; se for funcionário público, o crime será de

facilitação ao contrabando ou descaminho (art. 318 do CP). Sujeito passivo: oEstado.

876) Qual a diferença entre contrabando e descaminho?R.: No contrabando, mercadoria (isto é, bem móvel) proibida entra ou sai doPaís. No descaminho, não se trata de mercadoria proibida, e sim de fraude ou burla às autoridades alfandegárias, no sentido de furtarse o agente ao paga-mento dos tributos devidos, que incidiriam sobre a importação ou a exportaçãode bens ou serviços de livre comércio.

877) Qual a Justiça competente para julgar esses delitos?R.: A competência é da Justiça Federal.

878) Caso a importação ou exportação seja de drogas ilegais, que legislaçãodeverá ser aplicada?R.: Pelo princípio de que ltlex specialis deirogat legern generalem”, não deveráser aplicado o art. 334 do CP, e sim, a Lei n° 6.368/76, a chamada Lei de Tóxicos.

11.7.3. Crimes contra a Administração da Justiça

11.7.3.1. Falso Testemunho ou Falsa Perícia

879) Em que consiste o delito de falso testem unho ou falsa perícia?R.: Falso testemunho ou falsa perícia consiste em fazer afirmação falsa, negar oucalar a verdade, durante processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízoarbitrai, na condição de testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete.

880) Qual o objeto jurídico protegido pela norma penal?R.: A norma penal protege a administração da justiça e, particularmente, a vera-cidade das provas obtidas em juízo.

881) Quem pode ser sujeito ativo e sujeito passivo do delito?R.: Sujeito ativo: testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete ao prestar'depoimento; sujeito passivo: o Estado e, secundariamente, qualquer pessoa pre-

 judicada peia falsidade.

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i.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO PENAL 113

882) Quais as formas qualificadas do delito?R.: As formas qualificadas do delito são aquelas em que é cometido: a) mediantesubomo; e b) com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo

 penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração públicadireta ou indireta (§ 1Ddo art. 342, redação segundo a Lei n° 10.268, de28.08.2001).

883) Em que hipótese o delito não será punível?R.: O delito não será punível se, antes da sentença no processo em que ocorreuo ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.

ÍI.7.3.2. Coação no Curso do Processo

884) Em que consiste o delito de coação no curso do processo?R.: Coação no curso do processo consiste na utilização de violência ou de gra-ve ameaça, por parte do agente, visando favorecer interesse próprio ou alheio,contra autoridade, parte ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada aintervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitrai.

885) Quem pode ser sujeito ativo e sujeito passivo do delito?R.: Sujeito ativo: qualquer pessoa; sujeito passivo: em primeiro plano, o Esta-do, secundariamente, a pessoa coagida.

886) E necessário que o agente obtenha o resultado almejado para que fi-que caracterizado o delito?R.: Não. E suficiente que o agente empregue violência ou grave ameaça, sendoo delito consumado independentemente do resultado alcançado.

887) Se a coação for exercida antes do início do inquérito policiai, que deli-

to ficará caracterizado?R.: Se exercida antes do inquérito, ficará caracterizado o delito de ameaça doart. 147 do CP.

II.7.3.3. Exercício Arbitrário das Próp rias Razões

888) Em que consiste o delito de exercício arbitrá rio das próprias razões?R.: Exercício arbitrário das próprias razões consiste na ação do particular, nosentido de, pelas próprias mãos, satisfazer pretensão própria, embora legítima

ou que creia legítima, sem recorrer à Justiça, exceto nos casos expressos em quea lei o permita.

889) Se o agente subtrai , à força, coisa móvel, de terceiro, para garantir dívi-da, estará praticando roubo ou exercício arbitrár io das próprias razões?R.: Se a coisa móvel foi subtraída à força, sem o intuito de apoderarse o agente,definitivamente, da coisa, mas somente de conservarlhe a posse até que a dividaseja paga, estará cometendo o delito de exercício arbitrário das próprias razões.

890) Qual o objeto jurídico protegido pela norm a penal?

R.: O objeto jurídico protegido é a administração da justiça.

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114 JOSÉ CRETELLA JÚNIOR E JOSÉ CRETELLA NETO

II.7.3.4. Patrocínio Infiel

891) Em que consiste o delito de patrocínio infiel?R.: Patrocínio infiel consiste na traição do dever profissional do agente ou do procurador da vítima, que lhe prejudica interesse confiado em juízo.

892) Qual o objeto jurídico protegido pela norma penal?R.: O objeto jurídico protegido é a administração da justiça. Sendo o advogadoconsiderado indispensável à administração da justiça (CF, art. 133; Estatuto daOAB, Lei n° 8.906, de 04/07/1994, art. 2o), presta, em seu ministério, serviço

 público relevante, tendo deveres profissionais estabelecidos em lei.

893) Quem é sujeito ativo e passivo do delito?R.: Sujeito ativo: somente o advogado regularmente inscrito na OAB, ou pro-curador judicial (estagiário, provisionado); sujeito passivo: o Estado e, secun-dariamente, a parte prejudicada.

894) Qual a diferença entre patrocínio simultâneo e tergiversação?R.: O parágrafo único do art. 355 do CP tipifica o delito de patrocínio infiel nas

modalidades de patrocínio simultâneo e de tergiversação. Patrocínio simultâneo consiste em ter, como representados judicialmente, ao mesmo tempo, autore réu da mesma ação; tergiversação consiste em, tendo sido advogado de umadas partes, passar a patrocinar a causa da parte contrária, na mesma ação, apôsabandonar ou ser dispensado pela parte primitiva.

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CAPÍTULO m - CONTRAVENÇÕES PENAIS

III .l. PARTE GERAL

895) Qual o diploma legal que rege as contravenções penais?R.: O diploma legal que rege as contravenções penais é o DecretoLei n° 3.688,de 03/10/1941, denominado Lei das Contravenções Penais (LCP).

896) Como se distinguem os crimes (ou delitos) das contravenções?R.: Ambos são espécies, de que “infração” é gênero, consistindo em condutascontrárias à lei. A distinção é feita examinandose a natureza (mais grave nocaso de crimes, menos grave no caso de contravenções), quantidade ou gravida-

de de pena aplicável: os crimes (ou delitos) são apenados mais severamente doque as contravenções.

897) Em quantas partes se divide a LCP?R.: Dividese em duas partes: Geral e Especial.

898) Quais os benefícios, para a sociedade, de se aplicar a LCP, isto é, de punir as contravenções?R.: Costumase dizer que a contravenção é a antesala do crime. O benefício

 para a sociedade, ao coibir as contravenções, reside no fato de que, em o fazen-do, estáse evitando a ocorrência de violações mais graves à norma penal,

899) Quais as penas previstas para os crimes e para as contravenções?R.: Para os crimes: privativas de liberdade (reclusão e detenção), restritivas dedireitos (serviços à comunidade, interdição temporária de direitos, limitação defim de semana) e multa; para as contravenções: prisão simples e multa, esta úl-tima nunca aplicada isoladamente.

900) Quais as contravenções mais freqüentes?R.: As contravenções mais freqüentes, atualmente, são as vias de fato, os jogos de azar  e o jogo do bicho.  As contravenções de porte de arma  e disparo de arma de fogo , bastante comuns, e que constavam, respectivamente, dos arts. 19e 28 da LCP (referentes à incolumidade pública), passaram a ser consideradoscrimes, por força da Lei n° 9.437, de 20.02.1997, tipificados agora nos arts. 10,capat  e 10, § Io, III, desse novo diploma legal; direção de veiculo sem habilita-

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116 JOSÉ CRETELLA JÚNIOR E JOSÉ CRETELLA NETO

ção, e direção perigosa , anteriormente consideradas contravenções, igualmen-

te freqüentes, e que constavam, respectivamente, dos arts. 32 e 34 da LCP(também referentes à incolumidade pública), passaram a ser consideradas in

 frações gravíssimas, pela Lei n° 9.503, de 23.09.1997 (novo Código de Trânsi-to BrasüeiroCTB), arts. 162,1, e 170.

901) Como se aplicam as regras gerais do Código Penal à LCP?R.: As regras gerais do CP aplicamse integralmente à LCP, exceto quando a le-gislação contravencional, que é especial, expressamente dispuser de modo di-verso.

902) Dar exemplo em que, confrontadas normas do CP e da LCP, prevalecea norm a da segunda, de acordo com o princípio ulex specialis derrogat le- gem generalem”,R.: Pela norma do CP (art, 14), a tentativa é punida com a pena do crime consu-mado, diminuída de um a 2/3; já pela norma especial, da LCP (art. 4o), atentativa não é punida.

903) Citar três princípios consagrados pelo CP, que também encontram

aplicação na LCP.R.: Princípios da legalidade (“não há crime sem lei anterior que o defina; nãohá pena sem prévia cominação legal”), da retroatividade da lei penal mais be-néfica ao agente (“novatio legis in melius”), e do devido processo legal (udue 

 process ofla w” ou “nullapoena sine judicio”).

904) Quais os regimes de cumprimento de pena previstos na LCP?R.: Regime semi-aberto e regime aberto.

905) Em que consiste o regime semi-aberto?

R.: Regime semi-aberto consiste no cumprimento da pena em estabelecimento penal denominado colônia agrícola, industrial ou similar.

906) Em que consiste o regime aberto?R.: Regime aberto consiste no cumprimento da pena em casa de albergado ouestabelecimento adequado, aplicável somente quando o condenado não. for re-incidente.

907) O critério de reincidência é igual para o CP e para a LCP?R.: Não. Para o CP, a prática de contravenção anterior, pela qual o agente já te-nha sido julgado e irrecorrivelmente condenado, não gera reincidência. Para aLCP, gera reincidência a condenação irrecorrível anterior, por crime no Brasilou no exterior —ou por contravenção, somente no Brasil.

908) O agente pratica contravenção, sendo julgado e condenado. Temposdepois, comete um crime. Será considerado réu primário ou reincidente?R.: Uma vez que ocorreu, primeiramente, condenação por contravenção penal,e depois um crime, deve ser aplicado o CP, art. 63, ou seja, o réu será considera-do primário. ■

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1.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO PENAL 117

909) O agente pratica crime, no exterior, sendo julgado e condenado. Tem-

 pos depois, pratica uma contravenção, agora no Brasil. Será consideradoréu p rimário ou reincidente?R.: Por ter sido condenado, primeiramente, por um crime, ainda que no exte-rior, o agente, após praticar contravenção, será considerado reincidente, inde-

 pendentemente da homologação da sentença estrangeira.

9X0) Será concedido sursis ao agente reincidente em contravenção penal?R.: Não, pois a reincidência é impedimento à concessão de sursis, conforme

 previsão do CP, que não é repudiado pela LCP, conforme se depreende da reda-

ção do art. 11.911) Quando é o agente considerado multirreincidente?R.: O agente é considerado multirreincidente quando já tiver sido definitiva-mente condenado três ou mais vezes.

912) Pelo CP, a ignorância e a compreensão errada da lei não eximem oagente de pena. Vale o mesmo princípio pa ra a LCP?R.: Não. Nesses casos, ao julgar o agente por contravenção, poderá o juiz, a seu

critério, ao examinar o caso concreto, deixar de aplicar a pena.913) Os erros de tipo e de proibição estão previstos na LCP?R.: Não, inexiste previsão legal na LCP, tanto sobre erro de tipo, como sobreerro de proibição.

914) Admitese concurso entre crime e contravenção? Dar exemplo.R.: Sim, pois, mediante a realização de dois atos distintos, pode o agente praticaratos tipificados no CP (ou em lei penal especial) e outra na LCP. Ex.: o agente, porimperícia ao volante, atropela um pedestre, causandolhe lesão corporal (art. 303

da Lei n° 9.503/97 Código de Trânsito BrasileiroCTB). Abordado pela autori-dade, o motorista recusase a fornecer sua identidade (art. 68 da LCP).

III.2. AÇÃO PENAL NAS CONTRAVENÇÕES

915) Quais os principais artigos da LCP e do CPP, relativos à ação penalcabível no caso das contravenções, revogados com a promulgação da Cons-tituição Federal de 1988, em particu lar pelo a r t 129 da CF?R.: O art. 129, em seu inciso I, estabeleceu que cabe ao MP, como uma de suasfunções institucionais, promover, privativamente, a ação penal pública. O vo-cábulo “privativamente” leva ao entendimento de que nenhuma outra autorida-de terá competência para promover esse tipo de ação penal. No sistema anteriorà Constituição Federal de 1988, a ação penal, no caso das contravenções, podiaser iniciada com o auto da prisão em flagrante do contraventor ou por portariada autoridade policial ou da autoridade judiciária. A promulgação da CF revo-gou os arts. 26 e 531 do CPP e art. 17 da LCP, não vigorando mais o procedi-

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1!S JOSÉ CRETELLA JÚNIOR E JOSÉ CRETELLA NETO

mento denominado “juridicialiforme”. Foi também revogada a Lei n°4.611/65,que tratava do rito para a apuração de homicídio cuiposo e de lesão corporalculposa, particularmente os arts. 121, § 3o 129, § 6o do CP, modalidades penaisgeralmente originadas por acidente de trânsito, permitindo que a ação penal,nesses casos, também pudesse ser iniciada por portaria da autoridade policialou judiciária, o que não mais pode ser feito.

916) Qual deverá ser o procedimento da autoridade policial ao tom ar co-nhecimento de que foi praticada uma contravenção?R.: A ocorrência deverá ser investigada mediante a instauração de inquérito po-

licial, pela autoridade. Ao término do inquérito, deverá remetêlo ao MP para promover a ação penal, se cabível.

917) Qual deverá ser o procedimento da autoridade judicial ao tom ar co-nhecimento de que foi pra ticad a uma contravenção?R.: Deverá requisitar à autoridade policial que instaure inquérito, não mais po-dendo, de ofício, instaurar a ação penal.

918) Qual deverá ser o procedimento do representante do MP ao receber o

inquérito policial?R.: Deverá adotar um dos três procedimentos seguintes: a) oferecer denún-cia, com o que se inicia a ação penal pública incondicionada; b) requerer ar-quivamento, alegando inexistência de contravenção ou outro fundamento; ou c)determinar o reenvio dos autos à autoridade policial, para que complemente asinvestigações.

919) Se o contraventor for preso em flagrante e iniciado o inquérito policial

 pelo auto de prisão, qual o prazo para que o MP a ofereça denúncia?R.: Dois dias.

920) Qual o prazo para o interrogatório do contraventor, estando ele preso?R.: Cinco dias.

921) Se o contraven tor estiver em liberdade, qual o prazo para o Promotorde Justiça oferecer a denuncia?R.: 15 dias.

922) Como é feita a citação do contraventor, para darlhe ciência da ação penal e para que compareça ao in terrogatório?R.: A citação será, sempre que possível, pessoal; não encontrado o contraven-tor, será citado por edital, em cinco dias.

923) Qual o prazo para o contraven tor apresentar defesa prévia, após o in-terrogatório?R.: Três dias.

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1.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DíREíTO PENAL 119

924) Quantas testem unhas poderão ser arroladas pelo MP e pela defesa?R.: Poderão ser anoladas até cinco testemunhas por cada um.

925) Se o agente comete um crime e um a contravenção, como deverá p ro-ceder a autoridade policiai e o MP?R.: A autoridade policial elaborará um único inquérito, em que deverá apurar ocrime e a contravenção; o MP deverá oferecer, também, uma única denúncia,

 pelo crime e pela contravenção, praticados em concurso.

926) E possível o oferecimento de denúncia por tentativa de contravenção?R.: Não, porque a tentativa de contravenção não é punida.

III.3. PARTE ESPECIAL

III.3.1. Jogos de Azar (art. 50 da LCP)

927) Em que consistem os jogos de azar?R.: Jogos de azar  são aqueles cujo resultado depende mais da sorte do que deraciocínio ou de habilidade, ou somente da sorte, como jogos de cartas em ge-

ral, roleta, ou dados.928) Apostas em corridas de cavalo são consideradas jogos de azar?R.: Nem sempre. A legislação considera que, se realizadas fora do hipódromoou fora do local onde sejam autorizadas, serão consideradas jogos de azar.

929) Apostas sobre competições esportivas são consideradas jogos de azar?R.: A LCP considera contravenções penais quaisquer apostas sobre competi-ções esportivas.

930) Quais os elementos essenciais do tipo descrito pelo art. 50 da LCP?R.: O agente deve estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ou aoqual o público tenha acesso.

931) A cobrança de en trada ao público é qualifícadora?R.: Não. A pena será a mesma, quer o agente cobre ou não pelo ingresso ao re-cinto.

932) Em que circunstâncias ocorrerá a contravenção em sua forma qualifi-cada?R.: Caso haja menor de 18 anos no local, como empregado ou participando,como apostador.

933) Os jogadores serão também apenados?R.: Sim. Qualquer pessoa encontrada no local, como ponteiro ou apostador,será apenado com multa.

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120 JOSÉ CRETELLA JÚNIOR E JOSÉ CRETELLA NETO

934) Incorrem em contravenção os jogadores encontrados disputando partida de pôquer a dinheiro, em residência particula r, onde habitualm en-

te se encontram para fazêlo?R.: Sim, pois a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando deles

 participam habitualmente pessoas para jogar que não sejam da familia que lá re-side, é equiparada a lugar acessível ao público, enquadrandose tal a conduta notipo.

935) Que outros estabelecimentos são também equiparados a lugar públi-co, para efeitos de enquadramento no a r t 50 da LCP?

R.: Hotéis ou casas de habitação coletiva, que proporcionam a seus hóspedesou moradores jogos de azar, bem como sociedades ou associações em que serealizam esses jogos, além de quaisquer estabelecimentos, ainda que dissimu-lados, onde se realizem jogos de azar são equiparados a lugar público, paraefeitos de enquadramento na lei.

936) O que ocorrerá com os equipamentos utilizados, os móveis e a decora-ção do local em que se realizam jogos?R.: A condenação dos infratores estenderseá à perda dos equipamentos, mó-

veis e decoração do local.

IXI.3.2. Vias de Fato ( a r t 21 da LCP)

937) O que significa a expressão “vias de fato”?R.: Significa a prática de violência ou força contra pessoa humana, com o obje-tivo de provocarlhe dano físico.

938) Que tipo de conduta se contrapõe às “vias de fato”?

R.: Vias de direito, que implica violência ou força contra pessoa humana, mas praticadas com autorização legal.

939) Qual a diferença entre vias de fato e lesão corporal, delito tipificadono a r t 129 do CP?R.: As duas condutas implicam comportamento violento do agente, mas, no

 primeiro caso, o agente não chega a causar lesão à vítima. Já no caso do art. 129do CP, a conduta típica do agente inclui dano físico à vítima.

940) Qual o objeto protegido pela norma jurídica?R.: O objeto protegido é a vida humana, que deve ser protegida contra a violên-cia, que representa perigo à vida, à integridade física ou à saúde.

941) Grave ameaça configura a contravenção de vias de fato?R.: Não. A violência, nas vias de fa to , deve ser  física, dela não resultando danocorporal à vítima. A grave ameaça não configura violência física, não podendo,assim, ser enquadrada na categoria de vias de fato.

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1.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO PENAL   121

942) Se o agente desfere tapa no rosto da vítima, sem causarlhe lesão cor- poral, mas visando a atingir sua honra, que espécie de delito poderá ficarcaracterizado?R.: Poderá ficar caracterizado crime contra a honra, desde que demonstrada aintenção do agente de ofender a vítima. Tratase do crime de injúria real, tipifi-cado no art. 140, § 2°, do CP.

943) Qual o elemento subjetivo da contravenção de vias de fato?R.: O entendimento majoritário da doutrina é o de que a contravenção fica tipi-ficada quando existe dolo, por parte do agente, que demonstra sua intenção decausar dano físico à vítima.

944) Duas pessoas se desentendem numa festa e uma delas dirigese à ou-tra, revelando a intenção de atingila fisicamente. Antes de conseguir ap ro-ximarse, é contida por outros convidados, que impedem que ocorraqu alq ue r contato físico entre as duas pessoas. Aquele que investiu contra ooutro poderá responder pela contravenção de vias de fato?R.: Não, pois a tipificação da conduta implica o contato físico do agente com a víti-ma. Não chegando a ocorrer o contato físico, não responderá pela contravenção.

945) Socos, pontapés e empurrões podem caracterizar a contravenção devias de fato?R.: Sim, desde que nao resultem lesões corporais de qualquer grau (leves, gra-ves ou gravíssimas). Essas formas são, aliás, as mais comuns da prática de viasde fato; resultando lesão corporal, ficará caracterizado o crime de lesão corpo-ral do art. 129 do CP.

III.3.3. Contravenções referentes ao Patrimônio (arts. 24 a 26 da LCP)

946) Quais são as contravenções referentes ao patrimônio?R.: As contravenções referentes ao patrimônio são: a) instrumento de empregousual na prática de furto (art. 24); b) posse não justificada de instrumento deemprego usual na prática de furto (art. 25); c) violação de lugar ou objeto (art.26). O art. 27, que tipificava a exploração da credulidade pública  que consis-tia em iludir pessoas ignorantes ou de boafé, delas recebendo pagamento emtroca de sortilégios, predição do futuro, explicação de sonho ou práticas congê-neres ~ foi revogado pela Lei n° 9.521, de 27.11.1997.

947) Em que consiste a contravenção de instrumento de emprego usual na prática de furto?R.: Consiste em fabricar, ceder ou vender gazua (ferro curvo ou torto com oqual se pode abrir fechadura, ou chave falsa, “micha”). Ou instrumento empre-gado usualmente na prática de crime de furto.

948) Em que consiste a contravenção de posse não justificada de instru-mento de emprego usual na prá tica de furto?R.: Consiste em ter alguém em seu poder, depois de condenado por crime defurto ou roubo, ou enquanto sujeito à liberdade vigiada, ou quando conhecido

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122 JOSÉ CRETELLA JÚNIOR E JOSÉ CRETELLA NETO

como mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas, instrumentos empregadosusualmente na prática de crime de furto, desde que não prove destinação legíti-ma. A simples posse  desses instrumentos, não tendo sido o agente condenado 

 por furto ou roubo não será considerada contravenção.

949) Em que consiste a contravenção de violação de lugar ou objeto?R.: Consiste em abrir, no exercício da profissão de serralheiro ou ofício análo-go, a pedido ou por incumbência de pessoa de cuja legitimidade não se tenhacertificado previamente, fechadura ou qualquer outro aparelho destinado à de-

fesa de lugar ou objeto.950) Como poderá o serralheiro certificarse de que a pessoa que lhe incum-

 biu de abrir determinada fechadura tem legitimidade para a solicitação?R.: O serralheiro deverá pedir prova de que o contratante é proprietário ou pos-suidor do imóvel no qual está situada a fechadura, ou de que recebeu a devida

 procuração para administrálo.

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CAPÍTULO IV - EXECUÇÃO PENAL

951) Qual o diploma legal que disciplina, atualmente, a execução penal?R.: O diploma legal que disciplina, atualmente, a execução penal é a Lei n°

7.210, de 11.07.1984, conhecida como Lei de Execução Penal (LEP), que mo-dificou profundamente, e mesmo revogou, em parte, o Livro IV (Da Execução arts. 668 a 779) do Código de Processo Penal.

952) Qual a natureza jur ídica da execução penal?R.: A execução penal tem natureza jurídica mista, administrativa, processual e

 penal, pois é regulada, simultaneamente, pelo Direito Administrativo, pelo Di-reito Processual Penal e pelo Direito Penal. É atividade complexa, híbrida, dela

 participando o Poder Judiciário e o Poder Executivo.

953) A que se destina a execução penal?R.: No plano processual, a efetivar as disposições da sentença ou decisão cri-minal; no plano social, a proporcionar condições para a harmônica integraçãodo condenado e do internado à sociedade, prevenindo sua reincidência median-te a humanização do cumprimento da pena.

954) Quais os princípios jur ídicos básicos sobre os quais se funda a execu-ção penal?R.: Princípio da legalidade e princípio da jurisdicionalidade.

955) Quais os direitos concedidos ao condenado e ao internado?R.: Ao condenado e ao internado concedemse todos os direitos, exceto os ex-

 pressamente suspensos pela sentença penal condenatória.

956) Citar três direitos especificamente assegurados ao condenado e ao in-ternado.R.: Direito à instrução, à assistência judiciária e ao trabalho remunerado.

957) Por que a lei manda individualizar a pena na execução?R.: Uma vez que as pessoas são diferentes entre si, chegouse à conclusão deque a execução penai não pode ser idêntica para todos os presos, e nem pode serhomogênea durante todo o período de cumprimento. A lei manda, assim, classi-ficar os condenados, segundo seus antecedentes e personalidade.

958) Quem tem competência para classificar os condenados?R.: A competência é de uma Comissão Técnica de Classificação.

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959) Quais as atribuições da Comissão Técnica de Classificação?R.: As atribuições da Comissão Técnica de Classificação são: a) classificaçãodos delinqüentes; b) elaboração do programa de execução da pena; c) acompa-

nhamento da execução; d) propor ou emitir pareceres visando à conversão das penas; e) pareceres, quando do pedido de livramento condicional, no caso decrime doloso cometido com violência ou grave ameaça; e f )  acompanhamentoda execução das penas restritivas de direitos.

960) Em que consiste a assistência ao preso e ao internado, por parte doEstado?R.: A assistência, dever do Estado, consiste em providências de ordem mate-rial, sanitária, jurídica, educacional, social e religiosa, visando prevenir o crimee orientar o retomo do preso e do internado ao convívio social, estendendose,também, ao egresso.

961) Quem é considerado egresso, pela lei?R.: A lei considera egresso o condenado liberado, nas seguintes situações: a) oliberado definitivo, pelo prazo de um ano a contar da saída do estabelecimento;e b) o liberado condicional, durante o período de prova.

962) Em que consiste a assistência ao egresso?

R.: Consiste em medidas de apoio, para reintegrálo à vida em sociedade, alémdas providências enumeradas na resposta à questão anterior; se necessário,deve também o Estado fornecerlhe alojamento e alimentação, em estabeleci-mento adequado, pelo prazo de dois meses, prorrogável uma única vez.

963) Qual a finalidade do traba lho penitenciário?R.: Se o condenado tinha o costume de trabalhar, a finalidade é manterlhe o há-

 bito, impedindo que, pelo recolhimento à prisão, se degenere; se não o tinha, otrabalho servirá à finalidade de incorporar à sua personalidade o hábito do tra-

 balho, disciplinandolhe a conduta. Em qualquer caso, considerase que o hábi-to de trabalhar tem forte conteúdo ético e educativo, servindo para conferirdignidade ao ser humano.

964) Além das obrigações legais inerentes a seu estado, cumpre ao conde-nado submeterse às normas de execução da pena. Citar cinco deveres docondenado duran te o cumprimento da pena.R.: a) comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença; b) urbani-dade e respeito no trato com os demais condenados; c) execução do trabalho,

das tarefas a das ordens recebidas; d) submissão à sanção disciplinar imposta; eé) indenização à vítima ou aos seus sucessores.

965) A lei impõe a todas as autoridades o respeito à integridade física e moraldos condenados e dos presos provisórios. Citar cinco direitos do preso, que de-vem ser garantidos pelas autoridades durante o cumprimento da pena.R.: a) alimentação suficiente e vestuário; b) previdência social; c) constituiçãode pecúlio; d)  exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e

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1.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO PENAL 125

desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena; e e) au-diência especial com o Diretor do estabelecimento.

966) Em que consiste a disciplina prisional e quem está sujeito a eia?R.: Consiste na colaboração com a ordem, na obediência às determinações dasautoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho. Estão sujeitos à disci-

 plina prisional o condenado à pena privativa de liberdade ou restritiva de direi-tos e o preso provisório, que deverão ser cientificados, no início da execução da

 pena ou da prisão.

967) Como são legalmente classificadas as faltas disciplinares?R.: As faltas disciplinares são legalmente classificadas em leves, médias e gra

ves, às quais correspondem sanções proporcionais.

968) Como é sancionada a tentativa, ao não se consumar a falta disciplinar?R.: A tentativa é punida com a mesma sanção da falta disciplinar, se consumada.

969) Cita r as faltas consideradas graves, pela LEP, quanto aos condenadosà pena privativa de liberdade.R.: a) incitar ou participar de movimento para subverter a ordem e a disciplina;b) fugir; c) possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade

física de outrem; d) provocar acidentes de trabalho; e) descumprir, no regimeaberto, as condições impostas;,/) inobservar os deveres previstos no art. 39, in-cisos II (obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva re-lacionarse) e V (execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas); e g) 

 prática de fato previsto como crime doloso.

970) Citar as faltas consideradas leves e médias pela LEP, quanto aos con-denados à pena privativa de liberdade.

R.: A LEP determina que a legislação local deverá especificar as faltas leves emédias, e as respectivas sanções.

971) Citar as faltas consideradas graves pela LEP, quanto aos condenadosà pena restritiva de direitos.R.: a) descumprimento injustificado à restrição imposta; b) retardamento injus-tificado do cumprimento da obrigação imposta; e c) inobservância dos deveres

 previstos no art, 39, incisos II e V.

972) Quais as sanções previstas para serem impostas ao condenado, nocaso de falta disciplinar, e quem tem competência para aplicálas?R.: a) advertência verbal; b) repreensão; c) suspensão ou restrição de direitos,conforme o parágrafo único do art. 41 da LEP; e d) isolamento, na própria celaou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo,nos termos do art. 88 da LEP. As sanções a , be c  serão aplicadas pelo Diretor doestabelecimento, e a sanção d, por conselho disciplinar, de acordo com o regu-lamento.

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126 JOSÉ CRETELLA JÚNIOR E JOSÉ CRETELLA NETO

973) Qual a finalidade das recompensas dadas ao condenado e o que deve

ser levado em conta para sua concessão?R.: A existência de um sistema de recompensas é considerada elemento impor-tante no processo de readaptação do condenado, e fator de boa convivência noregime carcerário. Constituise em incentivo ao preso, e, para sua concessão, le-vase em consideração seu comportamento, a colaboração com a disciplina e adedicação ao trabalho.

974) Quais as recompensas legalmente previstas aos condenados?R.: Elogio e concessão de regalias, sendo estas últimas disciplinadas pela legis-lação e regulamentos locais, que estabelecerão a natureza e a forma da conces-são de regalias.

975) Quais os órgãos da execução penal?R.: Os órgãos de execução fisca l são: a) Conselho Nacional de Política Crimi-nal e Penitenciária; b) Juízo de Execução; c) Ministério Público; d) ConselhoPenitenciário; é) Departamentos Penitenciários;/) Patronato; e g) Conselho daComunidade.

976) Qual o órgão judiciário apropriado para dirim ir conflitos de compe-tência entre juizes encarregados da execução, de Estados diversos?R.: O STF decidiu que o órgão competente era o Tribunal Federal de Recursos.Após sua extinção pela CF de 1988, o órgão atualmente competente é o STJ.

977) Qual a função legal do Ministério Público na execução das penas e dasmedidas de segurança, e como pode exercêla?R.: A função legal do MP é como custos legis (fiscal da lei), consistindo na de-fesa da ordem jurídica e dos interesses indisponíveis da sociedade. Pode exer-

cêla de duas formas: por requerimento, passando a ser parte processual; e porintervenção, sempre que necessário. Além disso, incumbe ao MP o exercício deatividades específicas (vide ar£. 68 da LEP, que indica as atribuições de formaexemplificativa), tanto na esfera administrativa quanto na judiciária.

978) A que se destinam os estabelecimentos penais, e quais as espécies exis-tentes?R.: Destinamse ao condenado, ao submetido a medidas de segurança, ao preso provisório e ao egresso. As espécies existentes são: Penitenciária, Colônia

Agrícola, Industrial ou similar, Casa do Albergado, Centro de Observação,Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico e Cadeia Pública.

979) A que se destina a Penitenciária?R.: Destinase aos condenados a penas de reclusão, em regime fechado. Dispõea lei que os detentos serão alojados em celas individuais, que conterão dormitó-rio, aparelho sanitário e lavatório, em área mínima de seis metros quadrados.Para as mulheres, recomendase a existência de seção para gestante e parturiente, e de creche.

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1.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO PENAL 127

980) A que se destina a Colônia Agrícola, Industrial ou similar?R.: Destinase ao cumprimento da pena em regime semiaberto. Dispõe a leique o condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo, observados osrequisitos de salubridade do ambiente, seleção adequada dos presos e o limitede capacidade máxima que atenda aos objetivos de individualização da pena.

981) A que se destina a Casa do Albergado?R.: Destinase ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime aber-to, e da pena de limitação de fim de semana, consistindo em simples prisão no-

turna, sem obstáculos físicos contra a fuga.

982) A que se destina o Centro de Observação?R.: O Centro de Observação é o local apropriado para a realização de examesgerais e o exame crimínológico, cujos resultados serão encaminhados à Comis-são Técnica de Classificação, podendo ainda ser utilizado para a realização de

 pesquisas criminológicas; deverá ser instalado em unidade autônoma ou emanexo a estabelecimento penal. Na falta do Centro de Observação, os exames

 poderão ser realizados pela Comissão Técnica de Classificação.983) A que se destina o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico?R.: Destinase ao tratamento dos inimputáveis e semiimputáveis referidos noart. 26 do CP, sendo arquitetônica e funcionalmente concebido para funcionarcomo hospitalpresídio.

984) Ao praticar o delito, o agente tem píena consciência de seus atos, sendo, portanto , imputável. Condenado pela infração penal, passa a cum prir pena

em estabelecimento prisional. Durante o cumprimento da pena, sobrevêmlhe doença mental, que o torna incapaz de entender o significado da sançãoque lhe está sendo aplicada. Que providência deve ser tomada em relação aocondenado?R.: Sobrevindo doença mental que o tome incapaz de compreender as medidasressocializadoras da pena, deverá ser internado em Hospital de Custódia e Tra-tamento Psiquiátrico.

985) A que se destina a Cadeia Pública?R.: Destinase ao recolhimento de presos provisórios, isto é, daqueles que de-vem ficar à disposição da autoridade judicial durante o inquérito ou a ação pe-nal, devendo permanecer separados dos presos irrecorrivelmente condenados;destinase, também, à prisão civil e administrativa, cuja finalidade é exercercoação sobre o preso para que satisfaça suas obrigações, tais como restituiçãode coisa depositada (depositário infiel), ou pagamento de pensáo alimentícia.Cada Comarca terá, pelo menos, uma Cadeia Pública.

986) Qual o juiz competente para a execução da sentença?R.: Embora o art. 65 da LEP mencione que o juiz competente deva ser o “juiz da

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sentença”, a expressão deve ser assim compreendida: a) a execução cabe ao juiz

que juigou a ação penal, mesmo que substituída por provimento de tribunal su- perior; b) no caso de decisão do Tribunal do Júri, a execução cabe ao seu Presi-dente; c)  a execução compete aos tribunais superiores quando tiveremcompetência originária para o julgamento da questão, mesmo que o acórdão te-nha sido reformado pelo STF; d) em casos excepcionais, cabe também aos tri-

 bunais superiores a execução parcial de sentença proferida em primeirainstância.

987) O que é guia de recolhimento? .

R.: Guia de recolhimento é o instrumento da sentença penal condenatória tran-sitada em julgado, expedido pela autoridade judiciária, e que é título executório

 para o cumprimento da sentença, expedida somente após seu trânsito em julga-do e também somente se o réu estiver ou vier a ser preso. Era anteriormente de-nominada “carta de guia”. É instrumento indispensável para o recolhimento docondenado à pena privativa de liberdade.

988) O que deverá conter a guia de recolhimento?R.: A guia de recolhimento deverá conter nome, qualificação, número do regis-tro geral no órgão oficial de identificação, informação sobre antecedentes egrau de instrução do condenado, o inteiro teor da denúncia e da sentença conde-natória, a certidão de trânsito em julgado, a data da terminação da pena e outras

 peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento peniten-ciário. Se o condenado, ao tempo do fato, era flincionário da administração daJustiça Criminal, essa circunstância deverá ser mencionada.

989) Em que consiste a progressão na execução da pena p rivativa de liber-

dade?R.: A progressão na execução da pena privativa de liberdade consiste na mu-dança na forma de cumprimento da pena, com transferência para regime menosrigoroso, a ser determinado pelo juiz, quando o preso já tiver cumprido pelomenos 1/6 da pena no regime anterior, e tenha sido considerado digno de mérito

 para receber o benefício. O mérito não se limita ao bom comportamento; devetambém ficar comprovada a capacidade provável do condenado de adaptarseao novo regime, analisandoselhe globalmente a conduta. A progressão so-

mente é concedida após parecer da Comissão Técnica de Classificação.990) Quais os requisitos exigidos do condenado para que passe a cumprir

 pena em regime aberto?R.: O condenado deve aceitar o programa e as condições impostas pelo juiz, de-vendo ainda estar trabalhando, ou pelo menos comprovar a possibilidade de que possa fazêlo. Deve apresentar fundados indícios de que irá ajustarse ao novoregime, com autodisciplina e senso de responsabilidade. A legislação local po-

derá estabelecer normas complementares para o cumprimento da pena privativa

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1.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO PENAL 129

de liberdade em regime aberto. As condições impostas ao condenado, que passa

a cumprir pena em regime aberto, podem ser modificadas de ofício, a requeri-mento do MP, da autoridade administrativa ou do próprio condenado, desdeque as circunstâncias o recomendem.

991) Em que condições poderá o condenado cum prir pena em regime aber-to, em residência particular?R.: Quando tiver mais de 70 anos, quando for acometido de doença grave,quando tiver filho menor ou com deficiência mental ou quando a condenada for

gestante.992) Em que circunstâncias o cumprimento da pena privativa de liberdade

 poderá ficar sujeito à forma regressiva, com a transferência para qualquerdos regimes mais rigorosos?R.: Quando o condenado: a) praticar crime doloso ou falta grave, como tais de-finidos; b) for condenado, por.crime anterior, cuja pena, somada ao restante da

 pena em execução, tome incabível o regime; c) frustrar os fins da execução; oud) não pagar, podendo fazêlo, a multa cumulativamente imposta. Em qualquer

caso, deverá o condenado ser previamente ouvido.993) Quais as circunstâncias que autorizam a saída de condenados que cum-

 prem pena em regime fechado ou semiaberto, e dos presos provisórios?R.: Os condenados, nas condições acima, poderão receber permissão de saída,

 por parte do Diretor do estabelecimento, sempre sob escolta, quando ocorrer fa-lecimento ou grave doença de cônjuge, companheira, ascendente, descendenteou irmão, ou, ainda, quando houver necessidade de serem submetidos a trata-mento médico. A duração deverá ser limitada ao motivo da saída.. Cumprindo

 pena em regime semiaberto, os condenados poderão receber permissão parasaída temporária, sem escolta, para visitar a família, freqüentar curso supletivo

 profissionalizante, segundo grau ou curso superior (na Comarca do Juízo daExecução), ou, ainda, para participar de atividades que concorram para o retor-no ao convívio social.

994) Em que consiste a remição da pena?R.: A remição da pena consiste em abreviar o tempo da condenação do preso

 por meio de seu trabalho, contandose a redução à razão de um dia de pena portrês dias de trabalho. O tempo remido será computado para a concessão de li-vramento condicional e de indulto. No entanto, se o condenado for punido porfalta grave, perderá o direito ao tempo já remido.

995) C ita r cinco vantagens para a sociedade e para o condenado, ao se apli-ca r penas pecuniárias, em lugar de penas restritivas de liberdade, a conde-nados p or ilícitos penais de menor gravidade.R.: A substituição de penas de encarceramento por penas pecuniárias reflete

tendência atual da política criminal. Dentre as vantagens para a sociedade, po-

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130 JOSÉ CRETELLA JÚNíOR E JOSÉ CRETELLA NETO

demos citar: a) o condenado permanece no convívio da família; b) o condenado

continua a trabalhar; c) ao não entrar em contato com outros presos, o condenadonão se corrompe; d) a pena pecuniária tem valor intimidativo, uma vez que atingeo patrimônio do acusado; e é) não sobrecarrega financeiramente o Estado.

996) O que é excesso ou desvio de execução?R.: Excesso ou desvio de execução é a prática de qualquer ato além dos limitesfixados na sentença, em normas legais ou regulamentares.

997) De que natureza é o procedimento correspondente às situações previs-

tas na LEP?R.: É de natureza judicial, desenvolvendose perante o Juízo da Execução, ini-ciandose de ofício, mediante requerimento do MP, do interessado, de quem orepresente, de seu cônjuge, parente ou descendente, ou mediante proposta doConselho Penitenciário ou, ainda, da autoridade administrativa.

998) Qua! o recurso cabível das decisões proferidas pelo juiz , no Juízo.deExecução, sobre m atéria regulada pela LEP?R.: Cabe o recurso de agravo em execução.

999) Quais os efeitos desse recurso?R.: O agravo terá efeito meramente devolutivo, não suspensivo.

1.000).Quanto a prazos, ritos e demais requisitos, quais regras devem seraplicadas ao recurso de agravo em execução?R.: Doutrina e jurisprudência majoritárias entendem que, quanto a prazos, ritose demais requisitos, deverá ser aplicado o Código de Processo Civil, que prevêesse tipo de recurso, e não o Código de Processo Penal, pois a denominação“agravo” não consta do CPP.

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COSTA JÜNíOR, Paulo José da.  Direi to Penal —Curso Com pleto, T   ed., Ed. Saraiva, 2000.

DELMANTO, Celso et al. Código Penal Comentado, 53 cd., Ed. Renovar, 2000.FRANCO, Alberto Silva et a l Código Penal Anotado, 71 cd., vols. 1 e 2, Ed. Revista dos Tribunais, 2001.

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culdade de Filosofia da USFJ para, em vernáculo 

escorreito, dir lg ir-se a fodos os estudantes e pro

fissionais, por meio desta coleção, como o mestre 

que é, "dialogando" com todos, po r meio de per- 

guntaserespostas.

JOSÉ CRETELLA NETO é advogado e Doutor  

em Direito pela Faculdade de Direito da USR Co- 

auto r desta coleção, já tem publicadas, pela FO

RENSE, as obras Do Contrato Internacional de  

Franchising, Dicionário de Processo Civil, Funda- mentos Príncipiológicos do Processo Civil  e Direito  

Processual na Organização Mundial do Comércio  

- OMC  Tem como dreas de interesse especifico o 

Direito Processual, o Direito Comercial e o Direi

to Internacional. Sua formação anterior, de en

genheiro e administ rador de empresas, aliada à 

sua vivência em negócios internacionais aportam 

à coleção pragmatismo, organização e rigor, com 

vistas a uma formulação conceituai objetiva, di

recionada a leitores exigentes, mas que dispõem 

de pouco tempo para ler ou reler a extensa bi

bliografia que demanda o preparo adequado 

para exames. Tendo sido durante muitos anos 

Diretor-Geral de empresas multinacionais no 

Brasil, atua como consultor jurídico de diversas 

delas, sendo também árbitro internacional per

tencente aos quadros do INAMA - Instituto Na

cional de Mediação e Arbitragem, entidade de 

que é Diretor e Presidente do Conselho de Ética.

A Edito ra Forense orgulha-se de apresentar  

ao público a coleção L000 Perguntas e Respos- 

tas , certa de que a obra, a mais completa já edi

tada no Brasil, no gênero, permite aos leitores 

alcançar, em curto espaço de tempo, o nível de 

preparação de que necessitam p ara obter resul

tados excelentes nas provas, nos exames e nos 

concursos.

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