10 – exercÍcios domiciliares
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EXERCÍCIOS DOMICILIARES
Segundo a LDB (Lei 9394/96), em seu § 3° do art. 47: “É obrigatória a
freqüência de alunos e professores, salvo nos programas de educação a distância.”
Ainda em vigência, o Decreto-Lei 1044/69, que dispõe sobre “tratamento
excepcional aos alunos portadores de afecções congênitas e adquiridas, infecções,
traumatismo ou outras condições mórbidas, determinando distúrbios agudos ou
agudizados”, possibilitando atribuir a esses estudantes, “como compensação da
ausência às aulas, exercícios domiciliares com acompanhamento da escola,
sempre que compatível com seu estado de saúde e as possibilidades do
estabelecimento.” (art. 1°)
O tratamento excepcional, com a aplicação dos exercícios domiciliares,
depende de condições fixadas nas alíneas do art. 1°, quais sejam:
a) “incapacidade física relativa incompatível com a freqüência aos trabalhos
escolares; desde que se verifique a conservação das condições
intelectuais e emocionais necessárias para o prosseguimento das
atividades escolares em novos moldes;
b) ocorrência isolada ou esporádica;
c) duração que não ultrapasse o máximo ainda admissível em cada caso,
para a continuidade do processo pedagógico de aprendizado...”
Em 25/08/2005 a UNESP expediu a Resolução nº 79, que dispõe sobre a
aplicação do regime de exercícios domiciliares aos alunos submetidos a tratamento
excepcional. A Resolução procurou, dentro da legislação vigente, estabelecer critérios
para o regime de exercícios domiciliares, dos quais destacamos:
a necessidade das condições intelectuais e emocionais necessárias ao
aprendizado estarem preservadas;
a compatibilidade entre a natureza dos componentes curriculares com o
exercício domiciliar, excluindo-se estágio e atividades eminentemente
práticas;
a necessidade de períodos de afastamento muito longos, que possam
afetar a continuidade do processo pedagógico, serem analisados para que
se pondere a suspensão da matrícula do aluno.
Não está contemplada pela Resolução a possibilidade de exercícios
domiciliares relativos aos componentes curriculares que exigem condições especiais para
cumprimento, como é o caso dos estágios, do internato médico ou de disciplinas de
natureza eminentemente prática que exijam equipamentos, trabalhos de campo ou
atendimento a pacientes.
A Resolução Unesp nº 79/2005 concede também à aluna gestante o regime
de exercícios domiciliares, por um período de 120 dias, a partir do 8º mês de gestação.
Em casos excepcionais, devidamente comprovados por atestado médico, o período de
repouso antes e depois do parto poderá ser dilatado.
Em ambos os casos, não se trata de abono de faltas, mas sim de
compensação de ausência às aulas, mediante o cumprimento de plano de atividades
elaborado pelo(s) docente(s) responsável(is) pela(s) disciplina(s).
A legislação do ensino superior não permite o abono de faltas, exceto quando
há convocação para o serviço militar e reunião do CONAES/SINAES. Casos não
contemplados pelas exceções ou pelos exercícios domiciliares não terão suas faltas
compensadas. É importante observar que o Regimento Geral da UNESP (art. 78, § 3º)
exige o cumprimento de 70% de frequência.
Finalmente, resta deixar claro que o aluno submetido ao regime de exercícios
domiciliares deverá ser avaliado conforme estabelecido no projeto pedagógico de seu
curso, da mesma forma que os demais alunos. Em outras palavras, o tratamento
excepcional não dispensa a avaliação do aproveitamento.
LEGISLAÇÃO PERTINENTE
Decreto-Lei 1044, de 21/10/1969
Lei Federal n° 6202, de 17/04/1975
Parecer CEB/CNE 6/69
Resolução UNESP n° 79, de 25/08/2005