1 universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo … · resultados de aceitáveis a bons. ... quando...

39
1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE PEDAGOGIA EMPRESARIAL: PROCESSOS GRUPAIS: A IMPORTÂNCIA DOS PROCESSOS GRUPAIS PARA AS EQUIPES E GRUPOS NAS RELAÇÕES DE TRABALHO DAS ORGANIZAÇÕES Por: Bruna Casal Viana Orientador Profº. Jorge Vieira Rio de Janeiro 2010

Upload: vanphuc

Post on 11-Dec-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PEDAGOGIA EMPRESARIAL:

PROCESSOS GRUPAIS: A IMPORTÂNCIA DOS

PROCESSOS GRUPAIS PARA AS EQUIPES E GRUPOS

NAS RELAÇÕES DE TRABALHO DAS ORGANIZAÇÕES

Por: Bruna Casal Viana

Orientador

Profº. Jorge Vieira

Rio de Janeiro

2010

2

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PEDAGOGIA EMPRESARIAL:

PROCESSOS GRUPAIS: A IMPORTÂNCIA DOS

PROCESSOS GRUPAIS PARA AS EQUIPES E GRUPOS

NAS RELAÇÕES DE TRABALHO DAS ORGANIZAÇÕES

Monografia apresentada como pré-requisito para

conclusão do curso de Pós-Graduação “Latu-Sensu”

em Pedagogia Empresarial, da Universidade

Cândido Mendes, sob orientação do professor Jorge

Vieira, por Bruna Casal Viana.

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a meu amado Deus po r ma is essa Conqu is ta , a m inha famí l ia e am igos .

4

DEDICATÓRIA

A todas as pessoas que contribuíram para a execução desse trabalho monográfico: Deus, família, professores, amigos e ao professor Jorge Vieira pela orientação.

5

RESUMO

O tema da presente monografia são os processos grupais, a

diferenciação entre grupos e equipes e como as equipes são imprescindíveis

para a obtenção de melhores resultados nas organizações.

Pois em função das profundas transformações sociais, as empresas

precisam adaptar-se rapidamente a novas situações, sendo o trabalho em

equipe uma das configurações permissíveis a isto.

Como objetivo geral foi analisado a importância da organização possuir

equipes, e não apenas grupos, para melhor qualidade na produção de

resultados.

Como objetivo específico foi apresentado uma breve reflexão sobre

processos grupais. A visão de grupos e equipes. E uma reflexão de como é

imprescindível para as organizações a visão de Equipes para obtenção de

melhores resultados.

6

METODOLOGIA

O presente estudo baseia-se em pesquisa bibliográfica nos seguintes autores:

AMARU (1993), CHIAVENATO (2005), PICHON-RIVIÈRE (1991), entre outros.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------------- 08

CAPÍTULO I

BREVE DESCRIÇÃO SOBRE PROCESSOS GRUPAIS -------------------------- 10

CAPÍTULO II

A DIFERENCIAÇÃO ENTRE GRUPOS E EQUIPES ------------------------------- 20

CAPÍTULO III

COMO É RELEVANTE E IMPRESCÍNDIVEL PARA AS ORGANIZAÇÕES, A

VISÃO DE EQUIPE PARA OBTENÇÃO DE MELHORES RESULTADOS ---- 32

CONSIDERAÇÕES FINAIS ---------------------------------------------------------------- 37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ------------------------------------------------------ 38

ÍNDICE-------------------------------------------------------------------------------------------- 39

8

Introdução

O tema a ser estudado neste estudo é Processos Grupais. A Importância

dos Processos Grupais para as Equipes e Grupos nas Relações de Trabalho

das Organizações.

A questão central deste trabalho será: Preocupar – se com a qualidade

do trabalho em Equipe é uma questão crucial para o sucesso das

organizações?

Portanto, o presente trabalho objetiva mostrar que Dentro das

organizações está cada vez mais perceptível a formação de Grupos. O

desenvolvimento de capacidade coletiva não faz parte da visão de Grupos,

mas sim de Equipes.

Sabemos da importância que o trabalho cooperativista possui, pois ele é

muito mais eficiente que o trabalho competitivo, principalmente dentro das

organizações empresariais. Para que isso seja possível são imprescindíveis os

trabalhos com a visão de Equipe. Algumas regras devem ser observadas para

que o trabalho em conjunto torne-se produtivo e contribua para o

desenvolvimento da capacidade da empresa. Departamentos, Áreas ou mesmo

dentro das próprias Equipes, sempre que as pessoas se referem ao seu Grupo

de trabalho, mesmo os próprios Gerentes, utiliza o termo "Minha Equipe".

Baseados na afirmação que toda Equipe é um Grupo, porém, nem todo Grupo

é uma Equipe, há uma pergunta que precisa ser respondida: Como está a sua

empresa, vocês trabalham em Grupo ou Equipes?

É necessário compreender que Grupo é um conjunto de pessoas com

objetivos comuns, em geral se reúnem por afinidades. O respeito e os

benefícios psicológicos que os membros encontram, em geral, produzem

resultados de aceitáveis a bons. No entanto este Grupo não é uma Equipe. É

um conjunto de pessoas objetivando, atuando no cumprimento de metas

9específicas. A formação da Equipe deve considerar as competências

individuais necessárias para o desenvolvimento das atividades e atingir metas.

O respeito aos princípios da Equipe, a interação entre seus membros e

especialmente o reconhecimento da interdependência entre seus membros nas

produções dos resultados da Equipe, deve favorecer ainda os resultados das

outras Equipes e da organização como um todo. Por isso a importância no

âmbito empresarial de se trabalhar com a visão de equipes e não de grupos.

Esse é o diferencial do trabalho em Equipe e isso que torna o trabalho

desse Grupo um verdadeiro trabalho em Equipe.

O objetivo desta pesquisa é analisar a importância da organização

possuir equipes, e não apenas grupos, para melhor qualidade na produção de

resultados. Apresentando uma breve reflexão sobre processos grupais.

Para o desenvolvimento deste estudo serão analisados os seguintes

temas, assim organizados no capítulo I: A Breve descrição de Processos

Grupais. Já no segundo capítulo: A Diferenciação de Grupos e Equipes. No

terceiro e último capítulo, haverá a definição de como é imprescindível para as

organizações a visão de Equipes para obtenção de melhores resultados. Já

que para o sucesso nas organizações é crucial preocupa – se com a qualidade

do trabalho em Equipe. Onde há o desenvolvimento de práticas de diálogo e

discussão, de visão compartilhada, objetivando resultado produtivo e

consequentemente positivo.

Os procedimentos metodológicos nesta pesquisa serão teóricos, através

de pesquisa bibliográfica em livros da área: AMARU (1993), CHIAVENATO

(2005), PICHON-RIVIÈRE (1991), entre outros. Pesquisa iniciada em Março de

2010 com término em Julho de 2010.

10

CAPÍTULO I

BREVE DESCRIÇÃO SOBRE PROCESSOS

GRUPAIS

Processos Grupais são as caracterizações e as implicações de uma

rede de relações equilibrante de poder, entre as pessoas que participam, ou

pelo um líder, ou por uma hierarquia de liderança detentora do poder e

determinante nas obrigações e normas que rege a vida grupal.

O que influência o grau participativo dos integrantes no processo

comunicativo interno, na sistematização de normas, nas aplicações, punições e

decisões, são as relações de poder grupal.

Há uma historicidade em todo grupo e através desta história, pode se

verificado as mudanças. O normativo existente altera – se quando há a criação

de novas normas ou quando há revisão das já existentes.

“O grupo é visto como a-histórico numa sociedade também a-histórica.

A única perspectiva histórica se refere, no máximo, à história da

aprendizagem de cada indivíduo com os outros que constituem o grupo.”

(LANE, 2001, p. 2)

A sistematização do sistema de punição dada aos infratores pode vir a

ser conseguentemente rigoroso ou não, dependente das intenções grupais no

controle que o grupo objetiva manter na questão comportamental de seus

membros.

Um fundamental fator no conjunto de revisões e operações de normas,

ou seja, de manutenção grupal é o sentimento de solidariedade. Podendo

haver o surgimento de conflitos relacionados a valores na questão de cumprir

ou não a tarefa imposta, o conflito normativo, que é o juízo sobre quem não

cumpre a tarefa dada deve receber uma punição. E outros conflitos derivados

11da vida grupal. Conflitos estes, originados dos confrontos que permeiam entre

a diversidade nas percepções presentes no grupo. O conflito pode ser

considerado um estágio do crescimento do grupo, por isso não leva

necessariamente a sua dissolução.

O processo de desenvolvimento grupal proporciona e assim, condiciona

a seus integrantes a evolução e crescimento pessoal. Estar num grupo é

compartilhar crenças, emoções, informações, representações e ponto de vista.

Segundo Pichon-Rivière, citado no artigo de Silvia Lane (2001), “grupo é um

conjunto restrito de pessoas ligadas entre si por constantes de tempo e espaço,

articuladas por sua mútua representação interna, que se propõe de forma explícita

ou implícita uma tarefa a qual constitui sua finalidade, interatuando através de

complexos mecanismos de atribuição e assunção de papéis.”

1.1- Alguns Processos Grupais

Coesão

Pode ser considerada como a quantidade de pressão efetuada ou

praticada sobre os integrantes de um grupo, com o fim de que continuem nele.

É a concordância resultante das forças exercidas sobre um membro para sua

permanência no grupo.

As razões que levam as pessoas a fazerem parte de um grupo são

inúmeras. Podendo ser a atração por alguns integrantes do grupo ou pelo

grupo. Outra seria por meio de algum interesse através do ingresso ao grupo.

Para alguns estudiosos, quanto maior for à coesão do grupo, maior será

o prazer experimentado por seus membros; maior será o quantitativo de

influência exercida pelo grupo e seus membros; maior será a quantidade

12comunicativa entre os integrantes e maior será a produtividade grupal. Um

grupo com a percepção de coesão é acabado, um grupo ideal.

Não são apenas vantagens que gera a coesão grupal, já que os grupos

altamente coesos podem estar sujeitos ao pensamento grupal, o que gera o

probabilismo de fazer com que o grupo tenha a atitude de tomar decisões

desastrosas. Pois, quando a união entre os membros são de grande proporção,

eles se tornam menos críticos, consequentemente podendo haver distorção da

realidade social vivida pelos participantes.

Cooperação

Associação de pessoas trabalhando juntas em prol de um ou mais

objetivos. É a ação em conjunto de alguns indivíduos objetivando influenciar

nos resultados de determinadas pessoas.

Certos indivíduos de um grupo formam coalizões quando isto lhes

parece oportuno, quando há resultados que o compensa. É uma estratégia

permissível que diferenças iniciais de poder entre os membros de um grupo

venham a ser anuladas.

Cooperação pressupõe também que os individuos se preocupem com os

outros, que pense no grupo. Por algumas vezes o indivíduo tem que se

sacrificar pelo grupo proporcionando, assim um maior desenvolvimento e

progressão grupal e por consequência do individual também.

Inserir a cultura de cooperação para os meios organizacionais pode

significar a ideia de aumento de produtividade, redução conflituais e melhor

comunicação para o aumento dos lucros. Mas para que tudo isso aconteça e

haja a transformação nas empresas, os indivíduos que compõem as

organizações precisam passar pelo processo de transformação primeiramente.

13Inserida esta visão, tanto a empresa quanto a sociedade estarão caminhando

rumo a coperação e a consciência grupal.

Formação de Normas

Podemos conceituar normas sociais como padrões, expectativas

comportamentais partilhadas pelos indivíduos de um grupo, que utilizam estes

padrões como forma de julgar a propriedade ou adaptação de seus

comportamentos, sentimentos e reflexões. É imprescindível para o grupo

estabelecer normas para o seu funcionamento adequado. Pois o grande

objetivo é evitar conflitos e atritos para assim, existir uma convivência

harmoniosa.

Os grupos de menos coesão há probabilidades de se ter dificuldade em

instituir normas, por causa dos múltiplos interesses.

As normas grupais são imprescindíveis substitutos para a utilização do

poder que por vezes é um gerador de tensão nos membros do grupo. Já que

alguns líderes trabalham com a sua capacidade de influenciar seus liderados

para a demonstração e o exercício de poder. Com a utilização das normas

grupais, o líder terá um facilitador no seu trabalho com seu grupo.

As normas sociais são grandes facilitadoras a vida dos integrantes de

um grupo. Pois elas não precisam ser explicitadas, mas inseridas,

compartilhadas, conhecidas e seguidas pelos membros do grupo.

Os grupos que há existência de integrante que não partilha, que não

aceita as normas sociais, este integrante é isolado pelos demais do grupo. Os

convívios no meio social, as relações sociais, necessitam de normas sociais.

Liderança

14A construção, o estereótipo de um líder durante décadas, era de

características nas quais apresentavam auto confiança, criatividade,

inteligência, persistência e sociabilidade. Estas são características que ajudam

no processo de desenvolvimento no potencial de liderança. Mas para ser um

líder é necessário mais do que tais características.

Liderança é um fenômeno relacionado à estrutura e às formas de

organização de papéis e funções do grupo.

Ser chefe não significa ser líder. Como um líder nem sempre é um chefe.

Pois a chefia está relacionada à função de comando organizacional com

atribuição sempre de fora para dentro do grupo.

Um chefe que leva consigo o autoritarismo, paternalismo, permissivo

não é um líder e só prejudica o crescimento do grupo. A liderança nasce no

grupo conforme as circunstâncias, situações, objetivos e atribuição de tarefas

no grupo. Assim, a essência da democracia precisa está presente no espírito

de um líder, para o favorecimento de planejamento e decisões de um grupo.

“O líder ‘centrado no grupo’ só pode sê-lo completamente no seu

papel de formador. Nesse papel, em compensação, toda outra

atitude está condenada ao insucesso.”

(MUCCHIELLI, 1980, p.126)

Para a existência da motivação grupal, ela precisa ser compartilhada

para que todos do grupo possam trabalhar o exercício em função de comandar,

coordenar e monitorar o grupo, objetivando a autonomia e auto gestão grupal.

Esta liderança “compartilhada” possui consistência na co-

responsabilidade de todos os integrantes do grupo, as tarefas, por exemplo, de

animação, coordenação, moderação serão rotativas. Os membros do grupo

irão exercer funções diferentes, favorecendo a participação de todos os papéis

no grupo.

15Atualmente a posição de liderança como fenômeno que decorre da

interação entre participantes com ressaltante dependência dos objetivos e

expectativas do grupo são mais aceita.

Segundo os estudos de Kurt Lewin, citados por Minicucci (1991),

“liderança é a capacidade de um indivíduo para controlar ou dirigir a questão

comportamental de um grupo." Parte do pressuposto a relação entre pessoas

em que é legitimada a influência e o poder de maneira desigual, porém,

legítima.O líder é percebido, sobretudo pela sua visão, pela sua confiança que

é essencial para todas as organizações e tem como determinante principal a

constância, já que as pessoas possuem uma tendência em seguir indivíduos

em que elas confiam mais, mesmo discordando de seus pontos de vista. E

autoconfiança, que é perceptível ao grupo, e pela adesão e colaboração que

consegue obter de todos os integrantes.

São identificados três tipos de lideranças na visão de Kurt Lewin:

Autocrítica

Na liderança autocrítica ocorre a centralização do poder, exercido

através da coerção, somente o líder toma decisões.

Democrática

A democracia impera no grupo, pois as decisões são tomadas pelos

seus integrantes e o líder é um representante procurando atender as

necessidades e decisões grupais.

Permissiva

16 É permissivo que cada pessoa dentro do grupo é quem decida o que

deve ser feito perante as situações, não havendo efetivamente uma ação da

liderança.

Levando em consideração os estudos realizados pelo psicólogo a

respeito dos três tipos de classificação de liderança, podemos chegar à

conclusão de que:

A democrática desenvolve mais autonomia e sucessivamente menos

dependência do líder.

A classificação autocrítica gera dependência total do líder. Não há

produtividade no grupo se o líder não estiver presente.

A liderança Permissiva é geradora de um líder passivo, que não critica,

nem elogia os membros do grupo dando – lhes autonomia no poder de

decisões. Por conseqüência a produtividade é menor e a insatisfação é maior

já que gera uma problemática que são as discussões freqüentes no centro do

grupo durante as realizações de tarefas.

Concluindo o sentido de liderança, ela é um processo interacional que

possui características próprias, o líder nasce durante o processo de interação

entre os participantes. As probabilidades são praticamente inexistentes quando

se refere em estabelecer com total certeza qual é a pessoa mais preparada

para ser líder de um determinado grupo. Liderança é um fenômeno social

necessário para os grupos, sendo assim, a relação existente entre as pessoas

dentro da estrutura social e não por traços característicos e ações individuais.

“A liderança é encarada por um fenômeno social

e que ocorre exclusivamente por grupos sociais”.

(CHIAVENATO, 1983, p. 125)

Status

17É um termo psicológico que descreve a posição relativa de um indivíduo

dentro de um grupo específico. Podendo ser dividido em dois tipos, o subjetivo

e o social.

O chamado status subjetivo é a posição ocupada por um indivíduo no

grupo; é o prestígio desfrutado por ele. É como o indivíduo é percebido.

O status social é a percepção que todos os membros do grupo têm do

indivíduo.

O primeiro status pode ou não ser correspondente ao segundo. Caso

haja comparações referentes ao resultado obtidos pelos outros membros do

grupo.

Temos o status subjetivo elevado que significa como um dos membros

considera–se recebedor de resultados mais gratificantes. Pois o indivíduo se

destaca dos outros membros referentes à sua gratificação recebida que é a

melhor do grupo.

Caso os outros membros do grupo consideram esse indivíduo como

alguém fundamental, um gerador de benefícios, que possui a aprovação da

maioria, este indivíduo terá o status social elevado dentro do seu grupo. O bom

desempenho do status social poderá ou não ser significativo, isto dependerá de

alguns atributos pessoais e da natureza do grupo.

Pode haver a falta de equilíbrio entre os status, isso poderá ocasionar na

causa de problemas de adaptação do participante no grupo. Caso seu status

seja subjetivo elevado e o status social seja baixo, o participante se sentirá

desconfortável no grupo, havendo probabilidade de ocasionar um

desligamento.

18 Já se o caso for contrário, o status subjetivo for baixo e o social for alto,

o participante poderá permanecer no grupo, por causa do tratamento amigável

por parte dos membros, mas isto poderá ocasionar no grupo dificuldades no

seu funcionamento. No status subjetivo a pessoa espera ser recompensada

pelo grupo. Não sendo atendidas as suas expectativas surgem os problemas

de adaptação do membro ao grupo.

Papel Social

A maioria dos membros de um grupo social possui um status, um papel

que lhe cabe desempenhar. Tal papel seria a soma total de modos de sua

conduta num determinado posicionamento dentro do grupo.

Todo grupo social para seu bom funcionamento precisa estabelecer

papéis para os seus participantes. Quando há diversidade de papéis a serem

cumpridos pelo membro de um grupo, frequentemente ocorrerá tensão e

conflitos entre os indivíduos. Ocasionando o abandono ou a expulsão do

membro do grupo.

As normas sociais, o status subjetivo e social influi no papel que os

membros de um grupo venham a desempenhar. Quando o mesmo conjunto de

normas é dirigente no comportamento de um indivíduo, ele desempenha o

mesmo papel.

Para a obtenção de um processo harmônico no grupo é fundamental que

o papel subjetivo do indivíduo seja coerente com o que os outros membros do

grupo esperam dele.

Os aspectos influentes no estabelecimento de papéis são entre outros,

cultural, nível educacional, status, idade, sexo e outros.

19 As expectativas dos papéis em desenvolvimento dos participantes são

geradas a partir do desenvolvimento do grupo. Sendo assim, os integrantes

desempenham os papéis de acordo com suas peculiaridades grupais.

Esta breve reflexão contribui sutilmente para a compreensão de alguns

processos grupais, objetivando perceber alguns fenômenos fundamentais no

funcionamento dos grupos, onde a questão comportamental é referente em

como o comportamento de um indivíduo dentro de um grupo influência

interagindo nos demais e a recíproca é a mesma. Pois cada grupo que

pertencemos ou que viemos a pertencer existe normas e padrões. E é

perceptível que para adotarmos novas normas, especialmente se elas forem

radicalmente diferentes, são despertados dentro de nós certos grau de

incômodo. Podemos perceber também que o que guia o comportamento dentro

dos grupos na maior parte do tempo é o processo de coesão, cooperação,

liderança, status e papel social.

No próximo capítulo veremos a diferenciação entre Grupos e Equipes,

como tais influenciam nos resultados de produção das empresas.

20

CAPÍTULO II

A DIFERENCIAÇÃO ENTRE GRUPOS E EQUIPES

O Homem possui a necessidade histórica de somar esforços para a

obtenção de seus objetivos nos quais, isoladamente poderiam não obter, ou

até obteriam, mas ainda assim, seria um processo relativamente mais árduo.

Pois podemos perceber que com o desenvolvimento e a complexidade do

mundo moderno, são geradas relações de complementaridade de

conhecimento e habilidades para a conquista dos objetivos almejados ou a

dependência entre os indivíduos nas produções organizacionais. Sendo assim,

é necessária a reflexão sobre a diferenciação entre Grupos e Equipes. E este é

o objetivo deste capítulo.

2.1– Reflexões sobre grupo

Podemos definir Grupo como um conjunto de pessoas que interagem

entre si com afinidades, necessidades, com objetivos comuns. A função do

grupo é na definição de papéis e, consequentemente, a identidade social de

cada indivíduo, garantindo a sua produtividade social.

“Cada grupo desenvolve um processo próprio, em função das suas

condições reais de vida e das características peculiares dos indivíduos

envolvidos.”

(LANE, 1981, p. 70)

No Grupo todos trabalham objetivando as mesmas metas e possuem

seus papéis e funções bem definidas. Possuindo um trabalho isolado. Sendo

mensuráveis o respeito e os benefícios psicológicos que os indivíduos

encontram no geral, são produzidos resultados consideráveis no meio de

produção.

Uma das principais vantagens de utilizar grupos é a oportunidade de

obter um tipo de sinergia.

21As pessoas que trabalham em grupo são capazes de produzir mais

resultados, ou de melhor qualidade, do que teriam produzido caso cada um

trabalhasse de maneira individual.

No trabalho em grupo não há a escuta sensível, consequentemente, as

pessoas não sabem exatamente ao certo o que o outro pensa. Já que não

há uma comunicação construtiva para ser expresso o que os indivíduos

pensam.

“Grupos... as pessoas conseguem trabalhar umas com as outras, mas é só

isso. Essa ênfase produz um clima de solidariedade mecânica, que agrega

as pessoas essencialmente em torno de temas de trabalho.”

(AMARU, 1993, p. 44)

Às vezes alguns se expressam, porém de maneira desordenada. A visão

é mais individualista, geralmente os membros não pensam muito em ajudar os

outros, gerando o individualismo e o egocentrismo. Pois há muitas divergências

atribuídas a problemas relacionados ao trabalho e diferenças de valores

culturais. Tais razões, por vezes são manifestadas por outras, sendo

mascaradas por razões políticas.

“Nos grupos... o resultado é um ambiente de tensão e frustração, no

qual as pessoas sacrificam muitos aspectos de suas vidas pessoais

em nome da eficiência, da empresa e da lealdade ao chefe.”

(AMARU, 1993, p. 44)

A liderança dentro de um Grupo para se afirmar e até mesmo se

diferenciar, mantêm uma relação distinta com os membros, comparecendo na

maioria das vezes só para dar ordens.

Os indivíduos do Grupo geralmente não possuem liberdade para

expressarem suas opiniões relativas aos seus colegas e nem muito menos

22relativa aos seus chefes, que na maioria do tempo se comportam de maneira

objetiva e rude.

“O chefe autoritário e diretivo fica não só desadaptado, mas ainda

descontrolado e inquieto quando a tarefa exige que o grupo esteja

descontraído e não mais sob tensão, criativo e não mais executante

e à procura de um acordo grupal sobre a própria tarefa, que no início

era imprecisa e não mais urgente.”

(MUCCHIELLI, 1980, p. 98)

Ninguém neste ambiente toma a iniciativa para perceber – se como é

visto. A atitude é contraria, pois todos ficam no posicionamento defensivo e

possuindo tendência a sentir o chamado Feedback como uma ataque, ou seja,

fornecer opinião para ajudar na melhoria e assim, no desempenho do Grupo ou

de uma pessoa no sentido de ajudá–la atingir seus objetivos, geralmente é um

posicionamento negativo quando deveria ser positivo.

O desenvolvimento de um trabalho em Grupo é um processo

individualista. A ênfase é nas habilidades técnicas. As tarefas são estritamente

definidas como já citado anteriormente.

“A equipe não é uma família, nem mesmo um grupo de amigos, nem

um bando; o trabalho a ser cumprido, a missão a ser executada, a

obra a ser realizada em conjunto, dá à unidade sócio-afetiva uma

comunidade de orientação e de horizontes que reflete por sua vez

sobre a unidade moral.”

(MUCCHIELLI, 1980, p. 16)

Os coordenadores que determinam o trabalho e as informações são

restritos a eles.

A recompensa é no desempenho individual. E quando um membro do

Grupo resolve assumir riscos é desencorajado e punido.

23Nos Grupos de trabalhos a maioria das pessoas não sabe ao certo o que

elas ou o que outros fazem. Os objetivos frequentemente não são claros. Há

uma competitividade dentro e fora do Grupo.

Os problemas frequentes dentro de um Grupo são:

Reuniões

• As pessoas geralmente se atrasam;

• As reuniões na maioria das vezes acabam passando do tempo

estabelecido;

• Não há contribuições para as discussões;

• As probabilidades de uma ou no máximo duas pessoas dominarem a

reunião o tempo todo são maiores;

Então, como tentar reverter este quadro?

• Nas reuniões as pautas devem ser circuladas com antecedência;

• Deve haver um tempo preestabelecido para as reuniões;

• É necessário algum indivíduo presidir na reunião com eficiência;

• Ocorrer uma avaliação conjunta no encerramento, para a avaliação

da eficiência de quem liderou a reunião.

“Uma reunião é a oportunidade para observar o relacionamento entre

os membros do grupo, seu estilo de trabalho e muitos outros

aspectos de seu comportamento.”(AMARU, 1993, p. 82)

24

Conflitos

• O conflito faz parte da vida grupal, ou seja, é repetitivo;

• As pessoas não refletem e não respeitam a opinião do outro, por isso

se magoam;

• O modo de comunicação é num tom mais amargo;

• E justamente por causa deste tom mais pessoal e amargo muitos

abandonam o grupo.

E como podemos modificar tais atitudes?

• Deixando bem definido os papéis e as responsabilidades de cada

um;

• O estabelecimento de limites e de tarefas entre os indivíduos são

fundamentais;

• A liderança precisa tomar a atitude de dar um feedback as pessoas

do grupo, com o trabalho de orientação para aqueles que traduzem

comportamento inadequado.

Comunicação destrutiva

• Quando um membro do grupo tenta humilhar o outro;

• Tende a incitar, ou seja, aumentar a ansiedade de um indivíduo no

grupo;

25

• E quando tenta fugir das suas tarefas, de suas responsabilidades

grupais.

Alguns são os fatores que fazem um grupo torna-se uma equipe. Pois

sabemos muito bem que nem todo grupo é uma equipe.

No ambiente de trabalho são as imagem externas, estilos gerenciais e a

administração. No fator indivíduo o que influência são os seus valores,

interesse, formação, aptidões, experiências, atitudes, percepções e

comportamentos. No grupo é idade, historicidade, tamanho, compreensão dos

objetivos e todos os indivíduos engajados em alcançá-los de maneira

compartilhada, percepções mútuas, comunicação verdadeira, onde as opiniões

divergentes são estimuladas, confiança, habilidades complementares, respeito

para haver cooperação, contínuo processo de avaliação e conflitos resolvidos

objetivando crescimento.

2.2- Dialogando sobre os conceitos de equipe

Segundo Mucchielli (1980), “equipe viria do francês antigo, que

designava originariamente uma fila de barcos amarrado uns aos outros e

puxados por homens... há nesta palavra, portanto, um vínculo, um objetivo

comum, uma organização, um duplo dinamismo que vem tanto da ‘cabeça’

como do conjunto; uma vitória a ser alcançada em conjunto.”

Em uma equipe o indivíduo tem em comum os mesmos objetivos, com

papéis e funções bem definidas, possuindo vários fatores positivos que o

diferencia de um grupo.

“A estrutura da equipe é variável conforme o tipo de ação e o contexto de

seus objetivos, mas é necessária uma organização dos papéis assim como

uma distribuição do trabalho.” (MUCCHIELLI, 1980, p. 14)

26No trabalho em equipe existe uma clareza, unidade entre todas as

pessoas. Todos compartilham o que sentem o que percebem o que almejam

quando o assunto é relacionado ao trabalho. Há um trabalho com uma

formação construtiva. O nível de colaboração é mútuo. Os membros sabem

que um pode contar com a ajuda do outro. O apoio é espontâneo e verdadeiro.

Dentro desse âmbito não significa que não há desentendimentos, até

porque os conflitos fazem parte das relações humanas e de seu crescimento,

se os membros da equipe trabalhar de maneira em que transformem os

conflitos em um diálogo produtivo.

O conflito interpessoal no grupo é gerado pela falta de recursos que

satisfaça as necessidades e desejos individuais. As necessidades de poder e

afetividade geram conflitos grupais maiores.

Os conflitos grupais são muitas vezes percebidos como negativo, por

está relacionado a brigas e tensões, porém o conflito em si não é ocasionado

com tais objetivos, mas para gerar o crescimento, desenvolvimento e

mudanças no grupo.

O conflito faz parte da dinâmica interpessoal. Seus pontos positivos são:

romper o equilíbrio da rotina, revelar o nível de energia do sistema, acaba com

as acomodações de posicionamento referente à ideia, revela problemas ocultos

no grupo, as pessoas possuem percepções e raciocínio mais aguçado. Exercita

o lúdico, ou seja, a imaginação e a criatividade.

“Em qualquer lugar existe um conflito potencial entre os indivíduos e

em qualquer organização existe um conflito potencial entre grupos,

se houver uma competição – interesses disputando um mesmo

objetivo ou os mesmos recursos.”

(AMARU, 1993, p. 26)

27Existem dois conjuntos de táticas como modalidade para o

enfrentamento de conflitos. São eles, luta/fuga e tática de diálogo.

As táticas de luta/fuga são as mais utilizadas mesmo sendo um tanto

ineficaz. Dentro da tática de luta temos a competição que é o reconhecimento

dos conflitos e engajamento na luta aberta contra o adversário, tendo uma

postura de competição honesta e ética.

A tática de fuga abrange a repressão e a evasão. Na repressão é

utilizado o uso da força como forma de aniquilamento do conflito, mas apenas

os sintomas do conflito desaparecem e o conflito continua.

Na evasão não há o enfrentamento do conflito, só o abrandamento dos

sentimentos. Nela é sugerido o controle unilateral da situação, ocorrendo o

afastamento de maneira voluntária de um contendor. Ou seja, não há o

enfrentamento da discórdia. É como fugir dos problemas.

É a tática mais usada nas empresas, porém a mais ineficiente, já que

não podemos fugir das problemáticas. E é a que menos promove progresso

nos relacionamentos grupais e nos resultados das empresas.

Na tática de diálogo há uma modalidade de administrar os conflitos e

nela temos o apaziguamento, negociação, confrontação e resolução dos

problemas.

Na tática de apaziguamento há a ajuda de alguém para administrar o

conflito interpessoal e é uma tática que propicia a resolução dos conflitos pelo

encaminhamento da situação para ser negociado entre os envolvidos.

A tática de negociação é adequada perante a recuperação das emoções

fortes. Já que para se negociar é necessário não haver desavenças, brigas,

28revoltas, enfim, é preciso o equilíbrio emocional para iniciar o diálogo que

servirá como forma de negociação do conflito.

É necessário também na tática de negociação há existência de mútua

motivação positiva, pois ambas as partes precisam está disponíveis para a

resolução dos conflitos. E a comunicação clara e objetiva também precisa está

presente nesse âmbito por cada participante, pois a compreensão dos valores

e do ponto de vista do outro é imprescindível.

Essa é uma fase chamada de diferenciação do diálogo onde são

expressas as diferenças perceptivas, emocionais, direcionadas a preconceitos,

ideias e sentimentos. Só assim, ocasionará a compreensão compartilhada da

situação e alternativas constituídas de ação para a solução do problema para a

convivência grupal.

Na tática de confrontação há um elemento neutro no grupo de confiança

que se propõe a acompanhar, ouvir, apoiar os esforços dos indivíduos do grupo

em que se encontram na situação de desacordo, mas sem interferir no

merecimento da briga.

A tática de resolução dos problemas possui dois tipos de diálogo: a

diferenciação e a integração. Na diferenciação exploram-se profundamente as

percepções e emoções de ambas as partes. É o alivio da tensão acumulada e

o caminho para a comunicação positiva. Na integração se reformula as

problemáticas existentes como forma participativa ao estabelecer prioridades e

a elaboração de opções para a resolução.

A solução dos conflitos está numa visão onde há busca de alternativas

que controlem os problemas. O grupo percebe, expõem, ouve e produz

caminhos direcionados a resolução positiva e produtiva das questões

problemáticas.

29E esta é a postura de uma equipe. E por isso a importância de haver

uma liderança participativa com a visão de equipe. Uma liderança que atua em

conjunto com toda a equipe. Ocorrendo interação para o favorecimento da

criatividade e maior comprometimento mútuo.

O líder dentro de uma equipe precisa ser seguro para não se sentir

ameaçado pelas ideias dos membros que compõe a equipe.

“Os participantes e o líder têm um elevado grau de confiança em

cada um dos demais.”

(AMARU, 1993, p. 50)

É importante que não haja a pretensão de ninguém querer se sobressair

isoladamente. Destaque só para os resultados, pois numa equipe quando um

indivíduo consegue obter resultados positivos, toda a equipe vibra, já que todos

saem ganhando.

O feedback é uma prática constante neste momento. É dado de maneira

clara, construtiva e com receptividade de todos. O feedback é dado pelos

líderes e liderados.

A liderança numa equipe é exercida com a visão de pessoas que

realmente acreditam que um precisa do outro para obtenção de êxito na

missão comum e há o ato de contribuir por inteiro com a sua parte nas tarefas.

Os membros auto-suficientes, por mais que sejam competentes na

execução de tarefas as probabilidades de exercer liderança autêntica na

equipe são mínimas.

Uma questão básica dentro das equipes é a comunicação. Há o aumento

da compreensão mútua, empatia, todos ouvem um ao outro, evitando

manifestação de preconceito, julgamento impróprio, ficando na evidência a

ótima relação de interação.

30“As pessoas que se orienta para a comunicação – o comunicador –

enfatizam os processos e não o conteúdo dentro de um grupo de

trabalho. Ela é capaz de ouvir bem e de facilitar a participação

alheia, a resolução de conflitos, o consenso e o surgimento de um

clima amigável e descontraído.”

(AMARU, 1993, p. 80)

A criatividade, a qualidade e a produtividade são em maiores proporções

e assim, todos saem no lucro, pois a empresa tem resultados produtivos, as

pessoas ficam mais satisfeitas, havendo melhor qualidade de vida no trabalho.

O trabalho em equipe é satisfatório tanto para a empresa quanto para seus

funcionários.

Numa equipe há compreensão dos objetivos grupais e todos lutam para

alcançá-los de maneira compartilhada. A comunicação grupal é verdadeira,

transparente e as opiniões divergentes são estimuladas.

Na equipe assumem-se riscos, há investimento no crescimento. Para um

grupo torna-se uma equipe ele precisa ter mais atenção na sua forma de

operar, procurando a resolução dos problemas que prejudicam o seu

funcionamento quanto grupo.

O trabalho em equipe pode ser compreendido como forma estratégica

percebida pelo homem para o desenvolvimento da melhor efetividade no

trabalho, elevando o grau satisfatório do trabalhador.

A união das equipes é em prol de objetivos em comum, ocorrendo um

acordo dos membros a uma meta e a disponibilidade de reconhecimento que o

desempenho individual não pode garantir o resultado almejado.

“Um grupo, na verdade, somente é um grupo quando seus

integrantes se percebem como tal, como partes da mesma

identidade coletiva.”

(AMARU, 1993, p. 43)

31O nível de comprometimento com o trabalho nas equipes é maior. Pois

há mais oportunidades para os seus membros nas decisões de trabalho e nas

responsabilidades de execução de tarefas. Sucessivamente o grau de

comprometimento do empregado aumenta e consequentemente este resultado

é positivo para as empresas.

2.3- A diferença entre as mentalidades de Grupo e Equipe

Nos grupos o trabalho é individual; Ênfase nas habilidades técnicas; As

atividades e tarefas são estritamente definidas; Coordenadores determinam o

trabalho; Informações restritas ao coordenador; Recompensa no desempenho

individual; O individuo no grupo que assumir riscos é desencorajado e punido;

As metas são compartilhar informações; A sinergia é neutra; A

responsabilidade é individual; As habilidades são casuais e variadas.

Nas equipes o trabalho é junto; Ênfase nas habilidades interpessoal;

Tarefas nas habilidades e conhecimento amplo; Coordenadores e equipe

determinam e planejam juntos; As informações são compartilhadas entre todos;

A recompensa é individual e para a equipe; A equipe é encorajada a assumir

riscos; As metas vêm do desempenho coletivo; A sinergia é positiva; A

responsabilidade é individual e mútua; As habilidades são complementares.

Concluindo o capítulo, podemos perceber que grupo é um conjunto de

pessoas almejando os mesmos objetivos e se reúnem por afinidades.

Enquanto equipes são pessoas com objetivos comuns que atuam no

cumprimento de metas específicas. Então, podemos concluir que as empresas

precisam de equipes no seu âmbito, para melhor produtividade na obtenção de

seus resultados organizacionais.

32

CAPÍTULO III

COMO É IMPRESCÍNDIVEL PARA AS ORGANIZAÇÕES,

A VISÃO DE EQUIPE PARA OBTENÇÃO DE MELHORES

RESULTADOS.

“As organizações representam um dos meios pelos quais a

sociedade se estrutura para prestar serviços a seus integrantes; ao

mesmo tempo, é a ferramenta que possibilitam aos indivíduos juntar

esforços para atingir objetivo.”

(AMARU, 1993, pág. 3)

As empresas e a sociedade estão vivenciando um momento histórico de

transformações. As organizações precisam urgentemente adaptar - se as

novas mudanças, sendo o trabalho com a visão de equipe uma das formas que

permite isso. Para acompanhar essas transformações e preservar sua

permanência e participação no mercado, está ocorrendo algumas modificações

nas estruturas organizacionais, são elas: informação, carreira e incentivos de

desempenho que anteriormente eram verticais, funcionais e hierárquicos e que

atualmente passam a possuir uma hierarquia menos conservadora, de maneira

horizontal, possuindo menos níveis, com um trabalho caracterizado por uma

visão compartilhada, com equipes dedicadas a produtos, projetos e clientes.

Em decorrência dessas transformações as empresas passa ir à busca de

profissionais onde existam características pessoais que inclua a integração

social como facilitador, que esteja disponível e apta a cultura de exercer

atividades em grupo e a atuação em equipe.

De acordo com Galbraith et al. (1995), “em função da intensificação das

pressões competitivas, passa-se a exigir das organizações flexibilidade,

velocidade, qualidade e eficiência, fazendo com que acelerem e ampliem a

implementação de equipes. Essas equipes são a forma da organização fazer

33com o que o trabalho seja feito. São as unidades básicas de desempenho para

resultados específicos.”

As empresas atualmente não estão mais enfatizando a competição

individual. E sim o trabalho que visa à cooperação, a comunicação intergrupal.

Pois, quanto mais for à comunicação entre as pessoas, melhor será para a

produtividade e lucratividade da organização.

Essas mudanças pelas quais as organizações estão passando,

apresentam o trabalho com a visão de equipe como uma das possíveis

soluções para que as empresas possam conseguir manter – se em um

mercado de extrema competição.

Os novos modelos estruturais e o surgimento de novas formas de

produção vêm fazendo com que as empresas transformem seu trabalho. Pois

elas estão passando pelo processo de modernização pela busca de maior

competitividade.

Segundo MONTANA & CHARNOV (1980), “a organização é definida

como sendo um grupo de pessoas unidas por objetivos comuns, e, em uma

visão microscopia, como sendo uma coleção de grupos inter-relacionados,

sendo que todo o comportamento dos funcionários ocorre dentro e entre esses

grupos.”

No âmbito das organizações nem sempre um grupo possui

características de equipe. Para que um grupo venha ser uma equipe é

necessário que exista coesão, participação e o primordial que é a cooperação

entre seus membros. E é disso que as empresas precisam em suas relações

de trabalho para gerar produtividade.

34Uma das maiores contribuições que equipe pode prestar as empresas é

no setor do trabalho intelectual, pois ela é planejada como complemento da

organização funcional.

A equipe dentro das organizações é um complemento de extrema

necessidade à concepção funcional. Ela pode vir a se tornar um princípio

funcional extremamente eficaz e a realizar ideais organizacionais.

De acordo com MAXIMIANO (1995), “a equipe é um grupo de pessoas

com um objetivo comum, que pode decidir como fazer para alcançá-lo, e que

trabalha dentro de uma área de autonomia definida de comum acordo com a

administração.”

Dentro das empresas a equipe é percebida como um natural e melhor

princípio de planejamento para as tarefas permanentes, como serviço de alta

direção e como uma organização geradora de trabalho inovador.

Nas atividades de produção de massa ou no trabalho administrativo e

principalmente no intelectual, a equipe é um complemento importante e

imprescindível à estrutura funcional.

O processo de transição da concepção dentro da organização como

uma estrutura de relações individuais para a concepção de uma estrutura de

relações grupais, não é um processo fácil. Porém esse processo é inevitável.

Já que dirigir uma empresa complexa, interdependente e cooperativista,

baseando-se nas premissas de total ilusão de que ela é composta de relações

individuais não é viável para a organização.

No âmbito empresarial um novo perfil profissional está fazendo-se

fundamental e cada vez mais contemporâneo. Pois a estrutura nas

organizações e seu modelo de gestão estão em transformações.

35Como relembra GALBRAITH ET AL (1995), “é importante contar com um

bom quadro de pessoal. Porém, isso não é mais suficiente, uma vez que

apenas um bom quadro de pessoal não vai trazer avanços extraordinários para

a empresa, o que exige formação e incentivo a equipes de trabalho”.

Podemos perceber que a visão do profissional com traços de

competitividade individual e com formação individualista e empreendedora não

é mais o privilegiado.

Segundo CHIAVENATO (1996), “até algum tempo atrás, os profissionais

considerados excelentes eram aqueles que apresentavam sinais de forte

competitividade individual e espírito individualista e empreendedor.”

Atualmente, o privilégio é para os profissionais com a capacidade de

cooperação social, clareza na comunicação, facilidade do trabalho em conjunto

com outras pessoas e com espírito de equipe.

As organizações atualmente estão no processo de construção de uma

nova visão, uma construção de um contexto dinâmico e envolvente, onde os

funcionários estejam satisfeitos com o seu local de trabalho. A empresa é

percebida como um ambiente social, onde o homem é atuante como o centro

da organização.

Os antigos critérios de um profissional com experiência, conhecimentos

adquiridos e competência técnica continuam sendo importantes, mas é

imprescindível que a capacidade de trabalhar em equipe, com cooperação e

interação com outras pessoas.

Então, podemos concluir que as mudanças sociais na era da informação

geraram nas organizações uma nova visão na busca de seus processos e

tarefas, onde remetessem na busca das competências e conhecimentos.

36Surgi uma nova mentalidade onde a atividade humana está vivenciando

um processo menos braçal e de rotina para torna-se intelectual e criativo,

ocasionando o desenvolvimento e o nascimento de equipes de trabalho, que

tendem a contribuir para o trabalho organizacional e social.

Ainda que existam algumas mentalidades organizacionais que percebam

a equipe como desnecessária, é inevitável perceber que ela é geradora da

qualidade e produtividade, baixo custos e satisfação entre os indivíduos.

As equipes quando são reconhecidas, são acolhedoras e transformam

ambientes variados, que podem ser oriundos de conflitos, mas que são

percebidos como experiências multiformes para a aprendizagem,

desenvolvimento e produtividades dentro das organizações. O trabalho em

equipe é gerador de aprendizagem tanto para o âmbito das organizações,

quanto para seus funcionários.

Segundo Drucker (1998), “a implementação de equipes possui virtudes

óbvias. Cada um de seus membros sempre sabe qual é o trabalho a

desenvolver em conjunto, e se responsabiliza por ele. A equipe é bastante

receptiva às novas idéias e novas maneiras de fazer as coisas, e possui grande

capacidade de adaptar-se.”

As equipes são essenciais para as organizações, já que a visão de

equipe é perpetuar o respeito, a interação, a cooperação nas tarefas

desenvolvidas, concluindo a missão de forma produtiva, ocorrendo o

crescimento, maturidade e o descobrimento das necessidades individuais, para

que todos possam administrar as resistências que houver, para que os

resultados adquiridos não sejam temporários, mas sólidos, positivos e

produtivos para a empresa. Então, podemos afirmar que a visão do trabalho

em equipe é imprescindível para a obtenção de melhores resultados nas

organizações.

37

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com as pesquisas bibliográficas realizadas para a elaboração

do presente trabalho pode se considerar que é de suma importância a visão de

Equipe nas organizações. Onde há o desenvolvimento de práticas de diálogo e

discussão, de visão compartilhada, objetivando resultado produtivo e

consequentemente positivo.

O trabalho em equipe é uma das alternativas viáveis para que as

empresas possam adaptar-se às grandes mudanças do mercado. Um dos

requisitos mais exigidos pelo mercado de trabalho atualmente é profissionais

com a capacidade de trabalhar de maneira cooperativamente, com

responsabilidade, com a visão de equipe.

Então, podemos concluir que as organizações precisam pensar de

maneira reflexiva sobre os assuntos complexos do âmbito empresarial e para

as empresas serem bem sucedidas com a sua missão é necessário o trabalho

corporativista, da visão compartilhada, das relações interpessoais,

características de uma Equipe.

38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMARU, Antonio Cesar. Gerência do trabalho em equipe. SP: Pioneira 1993.

CHIAVENATO, I. Como transformar RH (de um centro de despesa) em um

centro de lucro. SP: Makron Books, 1996.

DRUCKER, P. Introdução à Administração. Trad. por Carlos A. Malferrari. 3ª edição, SP: Pioneira, 1998.

CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. SP: Mcgrawhill

do Brasil, 1983.

GALBRAITH, J.R.; LAWLER, E.E. Organizando para competir no futuro. SP:

Makron Books, 1995.

LANE, Silvia T.M. O processo grupal. In: LANE, Silvia T.M.; CODO, Wanderley

(orgs.). Psicologia Social: o homem em movimento. 13. Ed. SP: Brasiliense,

2001.

MINICUCCI, A. Dinâmica de grupo: teorias e sistemas. SP: Atlas, 1991

MUCCHIELLI, R. O trabalho em equipe. SP: Martins Fontes, 1980.

OLIVEIRA, M. Vygostsky. Aprendizagem e desenvolvimento, um processo

sócio – histórico. SP: Scipione, 1995

PICHON RIVIÈRE, O processo grupal: psicanálise e psicologia social. SP:

Martins Fontes, 1991.

39

ÍNDICE

AGRADECIMENTOS------------------------------------------------------------------------- 03

DEDICATÓRIA--------------------------------------------------------------------------------- 04

RESUMO---------------------------------------------------------------------------------------- 05

METODOLOGIA------------------------------------------------------------------------------- 06

SUMÁRIO--------------------------------------------------------------------------------------- 07

INTRODUÇÃO--------------------------------------------------------------------------------- 08

CAPÍTULO I

BREVE DESCRIÇÃO SOBRE PROCESSOS GRUPAIS -------------------------- 10

1.1- ALGUNS PROCESSOIS GRUPAIS------------------------------------------------ 11

CAPÍTULO II

A DIFERENCIAÇÃO ENTRE GRUPOS E EQUIPES ------------------------------- 20

2.1- REFLEXÕES SOBRE GRUPOS---------------------------------------------------- 20

2.2- DIALOGANDO SOBRE OS CONCEITOS DE EQUIPE----------------------- 25

2.3- A DIFERENÇA ENTRE AS MENTALIDADES DE GRUPO E EQUIPE--- 31

CAPÍTULO III

COMO É RELEVANTE E IMPRESCÍNDIVEL PARA AS ORGANIZAÇÕES, A VISÃO

DE EQUIPE PARA OBTENÇÃO DE MELHORES RESULTADOS -------------- 32

CONSIDERAÇÕES FINAIS ---------------------------------------------------------------- 37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ------------------------------------------------------ 38

ÍNDICE-------------------------------------------------------------------------------------------- 39