1.' · superior de guerra, ... dr. renival aives teve sua matrícula confirmada pelo...

12
ANO I - N9 3 Dez-81/Jan-82 ,,., - / I/ Jornal do ..1.' Publicação do Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semi-Árido (CPATSA) . -- i)EMBRAM . No Rio Grande do Norte, a EMPARN planeja a introdução de antílopes africanos no sertão, para bI compensar a acentuada redução do rebanho bovino e a baixa produtividade da pecuária "I estadual. (página 11) JORNAL DO SEMI-ÁRIDO v.1, n.003, DEZ 1981. 11111111111111111111111111111111111111111111111111111111I111II1111111111111 Tr§s equipamentos adaptados e testados no Nordeste, através do convênio EMBRAPA/EMBRA TER/CEEMA T, abrem novas perspectivas para a mecanização agrícola a tração animal no paIS. Nas páginas 6 e 7, uma s(ntese do que os Policultores 1500, 600 e 300 podem fazer no campo.

Upload: vuongque

Post on 30-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

ANO I - N9 3Dez-81/Jan-82 ,,., -

/I/

Jornaldo

..1.'Publicação do Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semi-Árido (CPATSA)

. --

i)EMBRAM.No Rio Grande do Norte, a EMPARN planeja a

introdução de antílopes africanos no sertão, para

b I compensar a acentuada redução do rebanho

bovino e a baixa produtividade da pecuária

"I estadual. (página11)

JORNAL DO SEMI-ÁRIDOv.1, n.003, DEZ 1981.

11111111111111111111111111111111111111111111111111111111I111II1111111111111

Tr§s equipamentos adaptados e testados no Nordeste, atravésdo convênio EMBRAPA/EMBRA TER/CEEMA T, abrem novasperspectivas para a mecanização agrícola a tração animal nopaIS. Nas páginas 6 e 7, uma s(ntese do que os Policultores1500, 600 e 300 podem fazer no campo.

Prezado Senhor

Com satisfação acusamos e agra,dece-mos o envio do Jornal do Semi-Arido,Ano I, n9 2 OutubrolNovembrol1981 equeremos parabenizá-lo pelo excelenteconteúdo do mesmo.

Ernst Christian LamsterA~e~or do MinistroMitrlstérioda Agricultura

Prezados Senhores

Sensibilizados, vimos Jlgradecer-lhes aremessa dos dois primeiros números doJornal do Semi-Árido.

De parabéns estão a EMBRAP A, todosaqueles que se acham colaborando nopreparo e na impressão dessa publicação,assim como nós, leitores, que estam osrecebendo tantas informações indiscuti-velmente úteis e que custaram dias e diasde laboriosas pesquisas àqueles que asrealizaram.

Esmeraldo OliveiraBritoGerente da Companhia de Navegaçãodo São FranciscoJuazeiro - BA.

Jornaldo

10

Centro de Pesquisa A~opecuáriado Trópico Semi-Arido

Chefe:RenivalAlvcsde Souza

Chefe Adjunto Técnico:Antônio José Simõe,

Chefe Adjunto de Apoio:Pedro Maia e Silva

Editoria Responsável:Assessoria de Imprensa e

Relações Públicas. R. Presideme Outra, 160

Fone: (081) 961-0122PetroJina-PE

Composição e Impressão:GRAFSET.LTDA.

Rua Vigolvino Wanderley, 245Fone: (083) 321.2090

~ '~..12ina Grande - Paraíba

Tiragem:

5.000 exemplares

2

CARTAS

Senhor Editor

Venho solicitar de V. Sa. uma assinatu-ra do Jornal do Semi-Árido, prometendofazer o melhor uso do mesmo, tanto emnosso programa na Rádio Vale do Salga-do, "O Informativo Rural", como tam-bém na Cooperativa local.

Francisco Pontes TrigueiroTécnico em AgropecuáriaLavras da Mangabeira - Ceará

Prezados Senhores:

Face ao nível elas~nformações contidasno Jornal do Semi-Arido, bem como suagrande utilidade para subsidiar os estudose pareceres técnicos do BDMG, gostaría-mos de recebê-lo como doação, de formaregular e permanente.

Gelmar Benedito de Jesus CostaCoordenador de Estudos EspeciaisBanco de Desenvolvimento de MinasGerais.

DEPUTADO ELOGIA

EVOLUÇÃO DO CPATSA

Em visita ao CPATSA, no dia 14 dejaneiro de 1982, o deputado federal Os-valdo Coelho manteve contatos com oChefe Técnico do Centro, Antônio JoséSimõcs, eportunidade em que foi infor-mado sobre o andamento dos trabalhosde pesquisa.

Posteriormente, visitou o Campo Ex-perimental de Manejo da Caatinga, con-fessando-se impressionado com a capaci-dade de suporte do capim buffel (um hec-tare para um animal), 20 vezes superior àda pastagem nativa.

Conheceu, também, os trabalhos deirrigação suplementar através de barreiro(consórcio feijão e milho) e os de irriga-ção com água salinaproveniente de poçostubulares, que está .sendo aplicada emcultivos de bananeira e capim elefante.

No final da:visita, o deputado OsvaldoCoelho afirmou que vem acompanhandoas atividades do CPATSAdesde a sua im-plantação e que, nos últimos anos, temverificado uma rápida ascensão do Cen-tro, à medida que suas tecnologias come-çam a proporcionar resultados positivos,tanto a nível de campo experimental co-mo a nível de produtor, esperando que"essa constante evolução acelere-se maisainda".

Renival AI ves

CHEFE DO CPATSA

FARA CURSO NA ESG

No período de marçoa dezembrodes-te ano, o Chefe do CPATSA, Renival AI-ves de Souza, participará, no Rio de Ja-neiro, de curso promovido pela EscolaSuperior de Guerra, quando ficará tem-porariamente desligado das atividades doCentro.

Dr. Renival AIves teve sua matrículaconfirmada pelo General-de-Exército AI-zir Benjamin Chaloub, comandante daESG, fato comunicado ao Presidente daEMBRAPA, dr. Eliseu Alves, que aindanão determinou quem assumirá interina-mente a Chefia do CPATSA.

Formado em Agronomia pela Universi-dade Federal de Pemambuco, e com mes-trado na área de solos, pela Universidadeda Califómia, dr. Renival está ligado aoCPATSA antes mesmo de sua. inaugura-ção, tende coordenado a equipe que ela-borou o projeto de implantação do Cen-tro e, posteriormente, sido indicado parachefia-lo.

SEMINARIO SOBRE JOJOBA

Com a participação de pesquisadoresde Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Piauí,Ceará, Bahia e Rio Grande do Norte,realizou-se, dias 20 e 21.01.82, em Petro-lina, o Seminário sobre Jojoba, promovi-do pelo CPATSA. Os expositores foramos professores Francisco Aécio GuedesAlmeida e Antonio Valdinar de CarvalhoCustódio, ambos da UniversidadeFederaldo Ceará.

No primeiro dia, discutiram-se as ca-racterísticas, potencialidade e o uso dajojoba em áreas onde ela ocorre natural-mente (EUA e México), bem como suaintrodução na região semi-árida do Nor-deste brasileiro. No segundo, foram abor-dados todos os itens para elaboração deum projeto de pesquisa visando estudar aadaptabilidade e o comportamento dessacultura, na região.

o Chefe do CPATSA, Renival Alves, na abertura do Seminário. . . . . . que contou com intensa participação de pesquisadores, técnicos e di-rigentes de órgãosgovernamentais.além de empresários.

REFLORESTAMENTO NO NORDESTE

SEMINÁRIO DESTACOUPRIORIDADES E ALTERNATIVAS

o desenvolvimento do setor florestal

brasileiro registra, hoje, alguns marcosexpressivos: de 1964 a 1981, a área plan-tada cresceu de 500 mil para mais de qua-tro milhões de hectares; em 1980, foiresponsável por 928 dólares de exporta-.ção e a madeira gerou 20% da energiaprimária consumida no Brasil - 118 mi-lhões de m3 de lenha; além disso, as ativi-dades de reflorestamento proporcionam,anualmente, 60 mil empregos para mão--de-obra qualificada e mais 300 mil em-pregos gerados indiretamente.

Estes dados foram revelados duranteo Seminário sobre Reflorestamento noNordeste, promovido pelo CPATSA, emPetroli,na-PE de 24 a 26 de novemt>ro de1981. Nesse evento, que reuniu técnicos,pesquisadores, dirigentes de órgãos públi-cos e empresas privadas, foram aborda-dos vários aspectos ecológicos dos reflo-restamentos e suas implicações na regiãosem i-árida e a atual pol ítica florestal parao Nordeste. Expuseram-se, também, resul-tados de pesquisa florestal obtidos peloCPATSA (Ver páginas 4 e 5) e por outrasinstituições.

o seminário contou com a presença dopresidente do Instituto Brasileiro de De-senvolvimento Florestal-IBDF, dr. MauroSilva Reis, que se pronunciou sobre aatuação do órgão no país e, particular-mente, no Nordeste, enfatizando a impor-tância da pesquisa para o desenvolvimen-to do setor florestal e a concretização dosplanos governamentais.

Na abertura do conclave, o Chefe doCPATSA, dr. Renival Alves de Souza,falou sobre os objetivos do seminário,

ressaltando o significado da participaçãoativa de pesquisadores, empresários e diri-gentes de instituições responsáveis pelapol ítica e desenvolvimento do setor flo-restal.

Em seguida, o Coordenador de Difusãode Tecnologia do CPATSA, dr. José deSouza Silva, proferiu palestra sobre a atu-ação do Centro no Nordeste Sem i-Árido,enfatizando os objetivos, a filosofia detrabalho e as alternativas tecnológicas daUnidade para a região.

Ainda no início do Seminário, o coor-denador do Programa Nacional de Pesqui-sa Florestal, Antônio Paulo Mendes Gal-vão, fez palestra sobre o PNPF, destacan-do seus objetivos t) a evolução das ativida-des de pesquisa no Nordeste.

PRIORIDADE: ENERGIA

"Até recentemente, 90% da pesquisaflorestal em andamento situavam-se noSul e Sudeste do País. Entretanto, o cres-cente direcionamento de recursos doFISET-Reflorestamento para o Nordeste,implicará, necessariamente, na ampliaçãodo volume das pesquisas voltadas especi-ficamente para as condições desta região".

A observação foi feita pelo Assessorde Reflorestamento do IBDF - Ministé-rio da Agricultura, Wálter Suiter Filho,que apontou "uma adequada articulaçãoentre empresários e pesquisadores" comofator essencial para detectar os problemasexistentes nas diversas fases dos empre-endimentos florestais em execução.

Por outro lado, lembrou a resolução

n? 17, de 29 de outubro de 1979, doConselho de Desenvolvimento Econômi-co, que determina patamares mínimos deaplicação dos recursos de incentivos aoreflorestamento no Nordeste e recomendaque tal aplicação seja prioritariamentevoltada para fins energéticos.

O Programa Nacional de Pesquisa Flo-restal também endossa essa prioridadepara o Nordeste, sem afastar-se, contudo,de outros objetivos considerados básicos,como a produção de madeira para as ne-cessiqades da zona rural e fins habitacio-nais e a elevação da produtividade total dosolo, protegendo-o através de sistemasagrosillJopastoris adequados às caracterís-ticas sociais, edãficas e climáticas da regi-ão.

TRABALHOS

Além das palestras dos representantesdo IBDF e do coordenador do PNPF,foram apresentados, no seminário, os se-guintes trabalhos: "Aspectos ecológicosdas Florestas plantadas; possíveis implica-ções na região sem i-árida" (Fábio Poggia-ni, da ESALO/USP); "Adubação Mineralde Plantios Florestais" (Nairam Félix deBarros, da Universidade de Viçosa, MG);e "Reflorestamento com Eucalyptus paraprodução de carvão: a experiência da Flo-restal Acesita S.A." (José G. RivelliMagalhães, da Acesita).

Durante o seminário, os participantestiveram oportunidade de conhecer oscampos experimentais do CPATSA, parti-cularmente a área destinada às pesquisasfiorestais.

3

...

,

PESQUISA FLORESTAL

SINAL VERDE PARA O NORDESTE

Relegadas a segundo plano em épocas passadas, em relação a outras regiões do país,as pesquisas florestais no Nordeste tomam novo impulso, desta vez num

trabalho sistemático que envolve várias instituições e começa a

apresentarresultadospromissorespara a Região.

o Programa Nacional de Pesquisa Flo-restal (PNPF), resultante do convênio en-tre o IBDF e a EMBRAPA,iniciou suasatividades junto ao Centro de PesguisaAgropecuária do Trópico Semi-Árido(CPATSA), em Petrolina-Pe, eIl\ 1978,contando com uma equipe de seis enge-nheiros florestais * ~ tendo ainda o apoiode outros pesquisadores deste Centro:com atuação em áreascorrelatas.

A estruturação do programa, no Nor-deste, baseou-se no conhecimento de suasdiferentes regiõesclimáticas e no levanta-mento dos trabalhos de pesquisa implan-tados anteriormente, tendo, como objeti-vos básicos, a criação de alternativas téc-nicas que possibilitem o melhor aproveita-mento da vegetaçãonatural, seja para pro-dução de madeira, alimentação humanaou forragem; a seleção de espécies flores-

* ) Texto extraído da palestra proferida peloengenheiro florestal Ismael Eleotério Pires.pesquisador do CPATSA, no Seminário so-bre Refi orestamento no Nordeste, reali za-do de 24 a 26 de ncwembro de 1981.

( * * )Atualmente, a equipe de engenharia flo-restal do CPATSA conta com quatro pes-quisadores na área de Silvicultura (MarcosAntônio Drumond, Sônia Maria de Souza,Helton Damin e Paulo César Lima), um nade Melhoramento (lsmael PireS) e outroem AgrosilvicultUra (Jorge Ribaskil.

4

tais natiyas e exóticas, apropriadas aosdiferentes tipos de clima e solo do Nor-deste; e desenvolvimento de técnicas queviabilizem a prática de reflorestamentonas regiões áridas e semi-áridas nordesti.nas.

Inicialmente, a atuação limitou-se à re-gião de Petrolina e ao acompanhamentode trabalhos instalados junto a empresasde reflorestamento do litoral da Bahia,pelo Projeto de Desenvolvimento e Pesoquisa Florestal (PRODEPEF), encampa-dos pelo PNPF, após a extinção daqueleórgão. Esta estratégia foi estabelecida vi-sando um maior apoio às pesquisas bási.cas indispensáveis,totalmente desconheci-das nas regiõessecas.do Nordeste.

Posteriormente, o Programa começoua expandir suas atividades a outras regi-ões, pretendendo até 1983 atingir todosos estados nordestinos. Para tanto, deveráatuar junto a instituições estaduais depesquisa, a exemplo do que está sendodesenvolvido na Paraíba, Rio Grande doNorte e Ceará, bem como a outras insti-tuições e empresas de reflorestamento.

A VEGETAÇÃONATURAL

Visando conhecer o potencial madeirei-

ro da vegetação do Semi-Árido, fez-seumlevantamento da cobertura florestal emuma' área pouco degradada, situada nasproximidades de Petrolina. Foram encon-tradas 28 espécies, que apresentaram umvolume de madeira estimado em 11,9m3/ha, resultado semelhante aos encontradospela SUDENE, em anos anteriores, emcinco municípios do sertão pernambuca-no.

Tal volume, entretanto, foi obtidoatravés de metodologia convencional, massendo essa vegetação uma formação típi-ca, requer métodos próprios. Assim,estãosendo desenvolvidos estudos no sentidode definir uma metodologia apropriada,que permita estimar um volume o maispróximo possível do real.

Posteriormente, pretende-se avaliar opotencial madeireiro dessa vegetação eseu grau de utilização em diferentes pon-tos do Nordeste, na tentativa de orientara exploração, para garantir o suprimentodo produto em quantidade e diversidade,em épocas futuras.

COMPORTAMENTO bAS NATIV AS

Atualmente estão sendo estudadas 15espécies nativas de importância ecorDmi-

ca para a região. Dentre elas, as que maisse destacaram, até agora, foram angicovermelho (Anadenanthera macrocarpa),aroeira (Astronium urundeuva), baraúna(Schinopsis brasiliensis), pau d'arco (Ta-bebuia impetiginosa), faveira (parida pla-tYEephala),pau-ferro (Caesal1>iniaferrea)e sabiá (Mimosa caesalpinifolia). Mesmoassim, estas espécies não se apresentamaltamente produtivas, mas estão merecen-do esforços de pesquisa, tanto para pro-dução de madeira como para preservaçãoda espécie, estudando-se suas exigênciasedafoclimáticas e o comportamento sobdiferentes práticas silviculturais.

Por outro lado, ainda são insuficientesos estudos atinentes a técnicas de manejosilvicultural da vegetação nativa da regiãosemi-árida. As poucas espécies madeireirasde valor comercial são exploradas sem ne-nhuma preocupação de reposição, tendocomo conseqüência a degradação da vege-tação e o risco dada vez maior de extin-ção de determinadas espécies.

Por isso, estão sendo desenvolvidaspesquisas para reposição dessa vegetação,através do plantio de espécies de valoreconômico, intercaladas à vegetação natu-ral, visando à elevação do seu valor co-mercial e a preservação de espécies emextinção.

ESPÉCIESEXÓTICAS

Foram introduzidas, até 1981, 13espécies de Eucalyptus, abrangendo 67procedências da Austrália e 3 raças locaisprocedentes de São Paulo e MinasGerais,2 espécies de Pinus, 3 proqedências deTeca (Tectona grandis), da lndia, Leuce-na (Leucaena leucocephala) e Algaroba(Prosopisjuliflora).

As espécies/procedências.de Eucalyp-tus que mais se destacaram em Petrolina,até 24 meses de idade, foram E. exserta,E. alba, E. camaldulensis, E. crebra e E.tereticornis, com sobrevivênciamédia aci.ma de 80% e altura média de 3 a 4,4 m.

E.alba

Dentre os Eucalyptus, apresentarammaiores perspectivas E. crebra, E. camal-dulensis e algumas procedências de E. al-ba, isto porque, além do bom crescimentoem altura e sobrevivência, apresentaramresistência ao gafanhoto (Stiphra sp.),desfolhador que aparece anualmente naregião.

Com base nos resultados obtidos até omomento para os Eucalyptus, preconiza-se uma produtividade madeireira de 60m3lha aos 7 anos de idade. Embora esseincremento médio de altura seja baixo em

,._.,.;~Forno para testar o teor calorífico das espéciesestudadas

relação a outras regiões do país onde es-pécies deste gênero são cultivadas, corres-ponde a 5 vezes o volume médio normal-mente encontrado na vegetação naturalda área estudada.

Merecem destaque ainda a algarobae aleucena, devido à rusticidade que apresen-tam. Estas espécies podem ser utilizadasem reflorestamento nas regiões áridas esemi-árid~, tanto para produção de ma-deira como de forragem para animais.

A teca (Tectona grandis), uma espécieexótica produtora de madeira para finsnobres, principalmente para indústria na-val, também apresenta boas perspectivaspara o Semi-Árido. Estão sendo testadas3 procedências da IÍ1dia e decorridos 6meses da implantação, a sobrevivênciamédia de 87% obtida é prometedora.

SEMENTES E MUDAS

Além das pesquisas referentes à intro-dução de espécies florestais, estão sendorealizados, no CPATSA, estudos fenoló-gicos das espécies nativas, com o objetivode asseguraro fornecimento em quantida-de e qualidade suficientes, para utilizaçãoem programas de reflorestamento, preser-vação da espécie e outros fins.

Paralelamente, desenvolvem-seestudosde manejo de viveiro,a fim de se obteremmudas mais resistentes, que proporcio-nem desenvolvimento e sobrevivêncianocampo.

REDUZIR CUSTOS

A atividade florestal requer elevadoscustos de implantação, manutenção econdução, sendo que o retomo do capitalaplicado se dá a longo prazo. Estudos emandamento no Nordeste têm como metareduzir de 10 a 20% o custo do produtofinal (madeira), sem alterações em suaqualidade, selecionando e definindo espé-cies forrageiras e culturas alimentaresviáveis economicamente, para consorci-ação com espécies florestais.

Embora recentes, as pesquisas emagrosilvicultura são promissoras, indican-do a viabilidade do consórcio de espéciesflorestais com forrageiras, como capimbuffel e feijão guandu. Esta última apre.sentou produção de forragem (matéria se.ca) na ordem de 1.200 kg/ha em dois cor.tes, aos 5 e 15 meses de idade, destacan-do-se também a produção de grãos para aalimentação humana, da ordem de 600kg/ha, em período de seca.

REFLORESTAMENTO:

EM QUE O NORDESTE GANHA?

"O benefício direto mais imediato.dosreflorestamentos no Nordeste Semi-Aridoconstitui-se na produção, a curto prazo,de madeira para fins energéticos e paraoutras atividades mais nobres (constru-ções, serrariasetc), a partir de pequenosmaciços florestais que poderiam ser plan-tados perto de centros urbanos." A opi-nião e do professor Fábio Poggiani, daEscola Superior de Agricultura Luiz deQueiroz - ESALQ/USP, emitida duranteo Seminário sobre Reflorestamento noNordeste, realizadoem Petrolina,de 24 a26.11.81.

Segundo ele, "esta atividade teria umamplo reflexo social,com o recrutamentode mão-de-obranão qualificadae possibi-litariaa criaçãode novos empregosindire-tos. Contudo, devemos esperaruma pro-dutividade mais modesta em relaçãoaosrendimentos obtidos em áreas de maiorpluviosidade''.

ECOLOGIA

Do ponto de vista e.cológico, FábioPoggiani acredita que ')Joderiam ser miti-gailas as rigorosas condições climátic4S dacaatinga, através do efeito local produzi-do pelos maciços florestais conveniente-mente plantados nas proximidades dosçentros urbanos. " Lembrou, também, 9.uea utilização de cortinas de árvores destina-das a atenuar o efeito prejudicial dosventos quentes e secos que sopram nasre~ões aridas é uma prática comurpenteutilizada em regiões desérticas da Africa,Austrália e Estaaos Unidos.

"Como o vento apresenta um efeitoprejudicial, tanto na fisiologia das plãntascomo na evapotranspiração, argumenta oprofessor Poggiani, conclui-se que a utili-zação de fileiras sucessivas de árvores,atenuando o efeito dos ventos secos equentes dominantes, poderia incrementarconsideravelmente a produtividade agrí-cola. Segundo algumas pesquisas, a pro-dutividade agrícola nas áreas protegidaspelos quebra-ventos poderia ser 50%supe,rior em relação às áreas não protegi-clãs".BENEFÍCIOS INDIRETOS

"Freqüentemente - explica o profes-sor Poggiani - os solos qisérticos, e par-ticularmente os que constituem a caatin-$a, ap' 'entam na superfície uma crostaImpermeável de alguns milímetros de es-pessura. Em outras situações, o perfil dosolo é muito arenoso, com baixa capaci-dade de retenção de água.Na caatinga, émuito freqüente encontrar-se, também,gJ:andesáreas com o afloramento da ro-cha/ o que dificulta grandemente a ativi-daae florestal. Em todos esses casos, acobertura florestal associadaa um prepa-ro de solo adequado, poderá beneficiargrandemente as característicasfísico-quí-micas de todo o perfil e, principalmente,da superfície".

"Com a constituição de uma coberturaflorestal arbórea, conclui o professor, te-ríamos os seguintes reflexos: a) conserva-ção dos efeitos benéficos do €reparo dosolo; b) aumento dà infiltraçao de ágt4f1no sofo; c) maior armazenamento deágua no soll

~o' d) diminuição ,do escorri-

mento supe 'ciál; e) grande redução naerosão do so o; f) minimização do proces-so de assoreamento dos rios e preservaçãodas áreas de captação das bacaashidrográ-ficas".

5

PoIicultor 600: bem

ajustado, trabalha

praticamente sozinho,

reduzindo o esforço

físico do agricultor.

..

o convênioentre a EMBRAPA, aEMBRATER e o CEEMAT - Cen-tre d'Etudes et Expérimentation duMechanisme Agricole Tropical, daFrança, foi assinado em 1980 e im-plantado no mesmo ano, no CPA-TSA, onde já se desenvolvia o Pro-grama de Pesquisa em MecanizaçãoAgr(cola, cuja ênfase também é atração animal. Isto possibilitouestabelecer as bases do projeto que,a princfpio, limitou-se à região Nor-deste e, já neste ano, será estendidoa outras regiõesdo País.

Contando com a consultoria per-manente do engenheiro agrícolaVincent Baron, do CEEMAT, lota-do no CPATSA,o projeto tem doisobjetivosbásicos:a experimentaçãode material leve,médio e pesado, atração animal, desenvolvido naAfrica, Ásia e América do' Sul, paraverificar sua adaptação às condiçõeslocais, principalmente no que se re-fere à preparaçãodo solo, semeadu-ra, tratos culturais e colheita; e umestudo da mecanização agr(cola atração animal atualmente em usono País, incluindo aspectos sócio-econômicos abrangidos pelo aper-feiçoamento desse material e dastécnicas adotadas.

Após os estudos básicQS nos cam-pos experimentais do CPATSA, osequipamentos fornecidos pelo CEE-MAT. começaram a ser testados anível de produtor, em quatro esta-dos nordestinos, comparando-se seurendimento ao das máquinas tradi-cionais. Ao mesmo tempo, analisa-ram-seas reaçõesdo meioagrícolaepossíveis dificuldades a serem supe-radas, em caso de aprovação pelosagricultores, como a falta de treina-mento de um maior número de ex-tensionistas rurais e de disponibili-dade dos equipamentos para aten-der à demanda potencial.

6

INDOSTRIA INTERESSADA

Contatos man~idos com o Sindi-cato de Máquinas do Estado de SãoPaulo e com a Associação Brasileirada Indústria de Máquinas e Equipa-mentos resultaram numa visita devários industriais ao CPATSA, queassistiram a uma demonstração, emnovembro de 1980. Muitos dos visi-tantes confessaram-se interessadosnas máquinas, mas, somente setemeses depois uma empresa definiu-se pela sua fabricação em pré-série.

Em maio de 1981, o Secretárioda Agricultura do Ceará constituiuuma comitiva, com representantesdaquele órgão, da EMATER-CE,EPACE, CODAGRO e CEMAG, pa-ra manter contatos diretamentecom o Chefe do CPATSA, RenivalAlves de Souza, oportunidade emque foi .formalizado o interesse pelafabricação da Tropicultor, da Aria-na e da Sine.

Com recursos próprios, a CE-MAG já fabricou dez unidades decada equ ipamento, que serão testa-dos nos municfpios cearenses deMorada NOJa, Limoeiro do Norte,Quixadá, São Gonçalo e Ubajara,com apoio financeiro da Secretariada Agricu Itura.

TUDO SIMPLES

Para proporcionar maior versatili-dade e menor custo, os equipamen-tos estão baseados em um princípiocomum a todos eles: uma barra por-ta-implementos, onde se acopla,com grampos, uma grande varieda-de de implementos necessários àsoperações de campo. Assim, comum só chassi, o produtor tem vá-rias máqu inas agr(colas de que pre-cisa. Também pode melhorar suas

MECANIZAÇÃO I

TRACAO-

GAI'

MAIS "]

..

Extremamente versátil, o Policultor 1500

realiza inúmeras operações de campo, comoaração, gradagem, sulcamento, cultivo,capina, subsolagem, dentre outras, cobrindouma área de 10 a 15 ha; com simplesadaptações, pode servir também detransporte.

AGRlCOLA - I

ANIMAL

lHA

::ORCA-

I"I

--

condições de trabalho comprando,pouco a pouco, s6 os implementosnecessários. Por outro lado, a sim-plicidade de construção permite vá-rias adaptações, mesmo se não exis-tirem na linha de fabricação.

Os equipamentos atendem a di-versos níveis de produtores, comose pode observar pelas suas especifi-cações técnicas:

SINE (Policultor 300) - trabalhade dois a três hectares, tracionadopor um ou dois animais. O chassi éleve (24kg) e em sua barra podemser acoplados um corpo de aradoaté 10 polegadas, um sulcador, umsubsolador, hastes rígidas ou flex (-veis de cultivador com variedade deenxadas para cultivo ou capina, gra-de de dente, aterrador de amen-doim etc.

'ARI'ANA (Policultor 600) - tra-balha de quatro a seis hectares, tra-cionado por dois animais, e pesa 48kg. Além dos implementos adaptá-veis ao Policultor 300, podem seracoplados ainda um arado reversí-vel, uma ou duas plantadeiras etc.Em relação ao Policultor 300, ofe-rece algumas vantagens: as duas ro-das dão maior estabilidade, o quepermite adaptar uma maior quanti-dade de enxadas de capina; é possí-vel capinar em cima das fileiras dasplantas e o chassi, em quadro, possi-bilita a colocaçãn de um peso paradar melhor penetração do imple-mento em solos duros.

TROPICUL TOR (Policultor1500) - pr6prio para trabalhar dedez a 15 hectares, tracionado pordois animais. O chassi, pesando185 kg, é montado sobre pneuscom bitola ajustável, contando comum sistema de alavanca manualpara erguer e baixar os implemen-

Próprio p~ trabalhar

de 2 a 3 ha, em pelo

menos 6 operaçõe.<l.o

PoIicul tor 300 é uma

grande opção pua

pequenas propriedades.

tos. À sua barra porta-implemen-tos podem ser acoplados dois ara-dos, até 11 enxadas de cultivo oucapina, até três plantadeiras, adu-badeira, grade de disco, segadeira,pulverizador e outros implemen-tos. Pode servir, eventualmente, decarroça, ou reboque, com adapta-ção de tanque, espalhador de es-terco Iíquido e distribuidor decalcário. Além dessas vantagens,o agricultor pode trabalhar senta-do.

TREINAMENTO

Além de assessorar a CEMAG nafabricação dos equipamentos, o en-genheiro Vincent Baron, juntamen-te com os pesquisadores PériclesNunes, José Barbosa e Harbans Lal,todos do CPATSA, têm ministradotreinamentos para extensionistas eorientado o trabalho da EMATER--CE quanto aos testes a n(vel deprodutor.

Recentemente, a EMATER-CEcolocou o técnico João Bosco deOliveira para acompanhar todo otrabalho no âmbito estadual e pro-moveu treinamento intensivo daequ ipe responsável pela execuçãodo projeto.

A perfeita sintonia dos diversossetores no processo de adaptação edifusão dessas tecnologias, a fáciladaptabilidade dos equipamentosàsmais diferentes condições agroeco-16gicas e a estimativa de preçoscompaHveis com o poder aquisitivodos produtores, abrem perspectivaspromissoras para o incremento damecanização agrícola a tração ani-mal não s6 no Nordeste, mas em to-do o País, e a superação da baixaprodutividade registrada na maioriados equipamentos tradicionais.

7

MECANIZAÇAOAGRlCOLA -11

FORÇA MAL REPARTIDA

Repartição dos arados a tração animal sequndo as reqiões

e unidades da Federação.

NORTE..O.OI~

PARA""

Dados publicados em 1979 pela FundaçãoInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística(FIBGE), com base nos resultados do CentroAgropecuário de 1975, revelaram que, nesseperíodo, as unidades rurais brasileiras commenos de 50 ha foram responsáveis por 7~% dacolheita de feijão e 80% da de mandiocà; paraoutros produtos, os índices variaram de 40 a65% de toda a produção nacional, o que ressaltaa importância do pequeno agricultor no panora-ma agropecuário do país.

o mesmo levantamento indica ser muito gran-de a disparidade no que se refere ao uso da forçade trabalho, havendo significativa proporção deestabelecimentos rurais que empregam somentea força humana: 60% em todo o país, 95% naRegião Norte e 81%naNordeste. Por outro lado,a que mais emprega a mecanização é a RegiãoSul, na qual apenas 20% das suas propriedadesusam a força humana. No Nordeste, o Estado doMaranhão é o menos mecanizado, com 99% desuas propriedades usando exclusivamente a forçahumana, índice que diminui para 61% nos Esta-dos de Alagoas e Rio Grande do Norte.

o Sul possui 60% dos arados de tração animalde todo o Brasil e o Sudeste, 250/0,o que significaque as duas regiões somadas detêm 85%do totalnacional, contrastando com os 12% registradosno Nordeste. Em todo o país encontrou-se 1,13arado por estabelecimento que usava tração ani-mal, apresentando-se como a mais favorecida aRegião Sul, com 1,3 e, mais especificamente, oRio Grande do Sul, com 1.5. No Nordeste, so-mente dois terços das unidades agrícolas pos-suíam arado; nesta região, o estado mais equipa-do era a Paraíba, com 1,25 arado por estabeleci-mento; Pernambuco contava com 0,63

Uma Praga Disfarcadade Medicamento

A imprudência de algumas pessoas po-de resul tar na disseminação, no Brasil, deum inseto que, em países orientais, é umapraga de alimentos secos armazenados,como milho, aveia, farinha de. trigo etc.Trata-se do Palembus dennestoides, trazi-do do Japão e da China sob o pretextode ser uSjldo para fins medicinais.

Segundo o entomdogista Gilberto Mo-raes, do CPATSA, um morador de Petro-lina-Pe forneceu-llie, para análise labora-torial, alguns insetos da família Tenebrio-nidae, que se alimentavam .em~grãos deamendoim.

Como era desconhecida a espécie des-se inseto, foram remetidos alguns exem-plares ao dr. T. J. Spilman, do Departa-mento de Agricultura dos Estados Uni-

8

dos, que o identificou. Outros, forammontados e incorporados à coleção doCPATSA.

FATO REPETIDO

Posteriormente, ~as outras pessoasenviaram exemplares da mesma espécieao laboratório do CPATSA, também emgrãos de amendoim, afirmando terem-nosrecebido de amigos que os trouxeram doJapão e da China.

De acordo com dr. Spilman, esta espé-cie é realmente criada no Oriente parafins medicinais. No Brasil, contudo, nãopassa de uma séria ameaça à conservaçãode produtos agrícolas. E são os pr6priosbrasileiros que a estão introduzindo. . .

NEMATÓIDES

O CPATSA promoverá, de 08 a 22 desetembro de 1982, o I SeminárioBrasilei-,ro sobre Taxonomia de Fitonemat6ides,a se realizar em Petrolina, com apoio daSociedadeBrasileirade Nematologia.

Segundo o nematologista Jaime Maiados Santos, pesquisador do CPATSA ecoordenador do Seminário, ainda é muitoreduzido, no Brasil, o número de pesqui-sadores dedicados à taxonomia (classifi-cação) de nemat6ides, daí a iniciativa depromover o evento, reunindo especialistasde alto nível, como Michel Luc (ORS-TOM, França), Silamar Fenaz (Universi-dade Federal de Viçosa.Minas Gerais),LG.E. Lordello, e Ailton Rocha Montei-ro (ESALQ, São Paulo), Romero de Mou-ra (Universidade Federal Rural de Per-nambuco) e C.S. Huang, da Universidadede Brasília.

Devido à necessidade de utilizar equi-pamentos de laborat6rio e ao elevado ní-vel técnico do seminário, serão concedi-das apenas 3Ovagas, sendo 25 para brasi-leiros, a serem preenchidas após seleçãode candidatos.

A DIETADOS BOVINOSNACAATINGA

Uma questão de gosto? Nem tanto. A estacionalidade na produção de forragem determina bruscasmudanças no hábito alimentar dos bovinos e é uma das causas da baixa produtividade dos

rebanhos no Semi-Arido nordestino, motivo de intensas pesquisas ora desenvolvidas pelo CPA TSA.

Durante as freqüentes estiagens noNordeste Semi-Árido, quando a disponi-bilidade das melhores espéciesforrageírasé drasticamente reduzida, gosto não sediscute entre os bovinos. É uma questãode sobrevivência. Alimentam.,se de tudo,ou quase tudo que erwontram pela fren-te, embora a palatabilidadee o valor nu-tritivo do material disponível sejam bai-xos. Por exemplo, o caroá e o caule debudim, para surpresa de muitos técnicose pesquisadores, também são consumidosna época seca. Bastante fibrosas, estasduas espécies têm uma passagem muitolenta pelo aparelho digestivo dos rumi-nantes, formando apenas muito volumee impedindo que o animal se alimenteda quantidade necessária, mesmo que,no dia seguinte, encontre uma boa for-.ragem.

Dessa instabilidade na produção deforragem decorre, em muito, a baixaprodutividade dos rebanhos nos sertõesnordestinos. E a carênciade informaçõessobre a vegetaçãonativa dificulta contor-nar o problema. Por isso, o CPA TSA vemdesenvolvendo pesquisa com bovinos emárea de caa(inga,para detectar melhoresalternativas de aproveitamento do poten-cial forrageiro da região. Q trabalho estásendo conduzido no Cam{JQde Manejoda Caatinga, a 40 km de Petrolina-PE,e consiste, basicamente, no estudo da,dieta alimentar dos animais, determina-ção da digestibilidade "in vitro" e do va-lor nutritivo das espécies consumidas.Sem conhecer tais aspectos é impossívelorientar, com segurança, um' manejoadequado da caatinga e dos rebanhos,bem como a proteção e melhoramentode espécies de real valor para a produ-ção animal

Em experimentos desse tipo, um dosmaiores problemas consiste na obtençãode amostras realmente representativasdaidieta dos animais na pastagem. Entretan-to, o emprego de animais fistulados noesôfago, particularmente ruminantes, temsido intensificado nas últimas décadas,nos mais diversos tipos de pastagens, emdiferentes regiõesdo mundo, como formacomprovadamente eficiente de amostra-gem da dieta para avaliação dessas pasta-gens.

As amostras de forragem obtidasatravés da fístula podem ser usadaspara aidentificação das espécies e partes dasplantas selecionadas pelo animal, alémda participação desses componentes bo-tânicos em termos de composição quími-ca e digestibilidade"in vitro" da matériaorgânica ingerida.

No CPATSA, estão sendo utilizados,desde 1981, seis animais fistulados. A co-leta das amostras é feita a cada dois me-ses, durante quatro dias seguidos. Parafacilitar o manejo dos animais, foi sele-cionada uma área de apenas 2 hectarese, como a capacidade de suporte da ca-atinga é muito baixa (cerca de 15 ha paraum animal durante o ano todo), os bovi-nos permanecem a maior parte do tempoem pastagem cultivada de capim Buffel.Dai são conduzidos à pastagem nativaonde ficam durante 15 dias seguidos,parauma readaptação do hábito alimentar e,só a partir de então, coletam-se as amos-tras.

Coleta de amostras, a cada 2 meses

Além de animais fistulados no esôfago,há outros com fístula no rúmen, a fim dese obter o Ifquido ruminal, que, junta-mente com saliva artificial, vai possibili-tar a realizaçãoda digestão "in vitro", emlaboratório. O Ifquido é mantido a umatemperatura de 39!> - a temperatura in-terna do animal - e em ambiente anaeró-bico, isto é, sem oxigênio livre. As amos-tras coletadas no esôfago.são imersasnes-se Ifquido e encubadas durante quatrodias. Nos primeiros dois dias, ficam sob aação das bactérias e protozoárlos presen-tes no Ifquido ruminal, a exemplo do queocorre nos ruminantes; depois, coloca-seácido clorldrico para matar esses micro--organismos,adicionando-seenzimas (pep-sina) que vão atuar nas 48 horas seguin-tes, simulando-se, assim, o processo quese desenvolveria no abomaso (parte doaparelho digestivo dos bovinos que repro-duz o estômago dos não-ruminantes).Com isto, é possívelverificar a digestibili-dade das espéciesconsumidas.

O hábito alimentar dos bovinos emárea de caatinga é condicionado mais peladisponibilidade do que mesmo pela quali-dade das espécies. Tanto assim que os re-sultados preliminares dessa pesquisa reve-lam um alto consumo de jurema-preta,embora esta espécie apresente apenas 25%de digedtibilidade "in vitro", índice mui-to baixo em relação a outras espéciescomo mororó, camaratuba e maniçoba.Considerando-se que 50% de digestibili-dade é uma média razoável para as condi-ções do Semi-Áridonordestino, o aprovei-tamento da jurema-preta é irrisório.

Segundo o pesquisador Luiz MauríctoSalviano, do CPATSA, a jurema possuiuma grande quantidade de tanino, queimpede a ação das bactérias e Inibe, porconseguinte, a digestibilldade "in vitro".Mas, os estudos com a jurema prossegui-rão, pois ainda não está descartada a hi-pótese de que ela possua um tipo especialde proteína, comumente denominada"proteí na-protegida", que não compro-meteria a digestibilidade "in vivo", pro-cessada no organismo dos animais. Casoisto se comprovasse, seria um passo im-portante para a pecuária regional, umavez que existe jurema em abundânciae o seu aproveitamento poderia ser me-lhor orientado.

Em outro extremo, encontra-se a ma-niçoba: tem alto teor de proteína, vem seapresentando como a mais palatável dacaatinga e, no entanto, é relativamenterara, por issopouco consumida.

.1II

IMEDIATISMO IMPOSSIVEL

O trabalho desenvolvido simultanea-mente no campo experimental e no labo-ratório já possibilitou, no primeiro ano,determinar a composição química dasespécies mais consumidas na caatingaselecionada, como carqueja, moleque-du-'ro, mororó e camaratuba, dentre outras.

No entanto, ainda não se pode esta-belecer propostas definitivas para um no-vo ,manejo da caatinga, por alguns moti-vos que o pesquisador Maurício Salvianofaz questão de ressaltar:

- A instabilidade climática do Semi--Árido dá origem a um dos principaisproblemas para a pecuária regional: aestacionalidade na produção das princi-pais forrageiras, provocando deficit ali-mentar nos rebanhos. Por isso, além deestudar a digestibilidade e a composiçãoqulmica das espécies, torna-se necessárioverificar a disponibilidade delas ao longodo ano, a produtividade e a produção dematéria comestlvel. E isto demanda tem-po. Não se deve pensar em imediatismo.O importante é começar a partir de pon-tos básicos, até se alcançar um domínioamplo de todos essesfatores.

Com relação ao problema da estaciona-lidade da produção das melhores forragei-ras, os pesquisadores já vislumbram umaalternativa: a constituição de um "bancode proteína", formado por leguminosas,que seriam pastejadas somente duranteum determinado período de cada dia, naépoca seca, enquanto o restante da ali-mentação seria fornecida pela pastagemcultivada. Isto, contudo, é motivo de no-vas pesquisas, aliás já iniciadas peloCP A TSA.

...

9I

CARTAMO, GUA YULE, GERGELlM, GRAO-DE-BICO, GUAR, JOJOBA:

UMA SELECÃO PARACONVIVER COM A SECA

A carência de lavouras alternativas ca-pazes de gerar receita com baixo fator derisco. sob as condições climáticas ~o Se-mi-Árido nordestino, constitui-se umdos obstáculos aodesenvolvimentoagríco-la da região.Atualmente, em buscade no-vas opções para os produtores, o CPATSAestá desenvolvendo pesquisas com diver-sas culturas tolerantes à !l,ecae com am-plo mercado consumidor em potencial,algumasjá exploradas em pequena escala,no Nordeste, e outras em plena expansãonoutros países, como jojoba, guar.guayule, cártamo. grão-de-bicoe guandu.

Inicialmente, os trabalhos serão reali-zados apenas no campo experimental doCPATSA, em Petrolina, sob a coordena-ção do pesquisador Severino Pessoa deAguiar, expandindo-se depois para outrasregiões, com exceção dos estudos com jo-joba, que, já a partir deste ano, ocorrerãosimultaneamente em sete estados.

As pesquisas visarão determinar, prin-cipalmente, a produtividade, o ciclo vege-tativo e a resistp.ncia a praga!>e doençasdas variedades (Dmerciais disponíveis.

POUVA~NCIAUma característica comum a todas

.JC.JCBA

essas culturas é a grande variedade deusos, seja na alimentação humana e ani-mal, ou para fins industriais.

Um exemplo marcante dessa poliva-lência é o guar:utilizado no Oriente comoalimento humano e animal há muitos sé-culos, tem registrado, nos últimos 40anos, uma larga aplicação na indústria deprocessamento de alimentos, farmacêuti-ca, processamento de minérios, fabrica-ção de papel, fixação de cores em teci-dos etc.

Como sub-produto da extração da go-ma de guar, é gerado um farelo protéicocom 35% de proteína bruta e 95% de di-gestibilidade, que corresponde em peso a2/3 do grão. Devido às suas qualidadesnutritivas, amplamente comprovadas noexterior e no Brasil, é de extremo signifi-cado para a pecuária e a indústria deração no Nordeste, onde há deficit desuplementos protéicos.

A nível de fazenda, além da produçãode grãos para venda, o guar, ao ser trilha-do (batido) para a apuração do grão, dei-xa grande volume de ~alha com teor pro-téico médio de B,5Yo, sendo, portanto,forragem de boa qualidade.

o Nordeste poderá vir a ser um polode exportação do óleo da semente de jo-joba, um arbusto altamente tolerante àseca e a solos de baixa fertilidade, nativoda costa p desertos do sudeste americanoe noroeste do México. Esta é uma das hi-póteses que estimulou o CPATSAa coor-denar uma série de estudos de avaliaçãoda adaptabilidade e comportamento dessaespécie no Semi-Árido, que serão inicia-das ainda neste ano, através das unidadesestaduais de pesquisa de Pemambuco,Babia, Alagoas, Rio Grande do Norte,Ceará,Paral'bae Piauí.

O trabalho será desenvolvido em 17campos experimentais, dist:.ibuídos emdiferentes regiões fisiográficas de cada

10

estado, e terá a coordenação do pesquisa-dor Severino Pessoa de Aguiar, do CPA-TSA.

As sementes, oriundas do deserto deSonora, estado Arizona (EUA) já foramdistribuídas às respectivas unidades depesquisa, que terão assessoria direta doprofessor Francisco Aécio Guedes Almei-da, da Universidade Federal do Ceará.

Além do acompanhamento da adapta-bilidade da planta, será estudada a viabili-dade técnico-econômica de sua explora-ção, selecionadas matrizes para possíveisexplorações comerciais desenvolvidas eusadas técnicas e métodos de propagaçãoassexual, para melhor preservaçãode atri-butos desejáveis.

,...,~.r Imunll \~ I;"\:"~'-""."I; ,.

'111111\\111.".'1.I1:I.lll\f

:. ~1"1\\1,,' r. 11 ;;1

-

No Nordeste, o gergelim,embora bas-tante conhecido, não tem sido exploradoeconomicamente em larga escala, regis-trando-se apenas iniciativas isoladas, co-mo no Estado da Babia, com resultadosmuito promissores. Comparado a outrasoleaginosas,o gergelimdestaca-sepelo seuelevado teor de óleo, que atinge até 5']<'/0.O óleo dessa espécie é de alta qualidade,prestando-se para os mais variados fins,como alimentação humana, fabricação decosméticos, indústria farmacêutica etc.

Outra oleaginosa introduzida no CPA-TSA é o cártamo, que produz óleo dequalidade superior ao do girassol e apre-senta produtividade em torno de 2.000kg/ha.

No caso do guayule, nativo de regiõessemi-áridasdo México e dos EUA, o inte-resse maior é pela borracha, encontradasob a forma de látex em células dos ga-lhos e das raízes. Somente durante a 11Guerra Mundial, o México exportou 120mil toneladas do produto para os EstadosUnidos e, atualmente, continua crescenteo mercado para borracha natural, moti-vando a implantação de agroindústria deguayule nos EUA.

USOSPOTENCIAIS

A natureza dos compostos orgânicosda jojoba (álcoois, ésteres e ácidos) e apossibilidade de manipulação química desua cera pela hidrogenação, sulfurização epolimeração motivaram inúmeras pesqui-sas sobre a possibilidade de sua aplicaçãocomo lubrificante, cera polidora, velas epapel carbono, inibidor da ação do baciloda tuberculose, cosméticos, óleo para ca-belos, resinas e plásticos, retardante deevaporação etc.

Uma das características mais significa-tivas do óleo da jojoba é que ele podesubstituir o óleo da baleia como lubrifi-cante para engrenagens e partes metálicasde máquinas, tanto de alta como de baixarotação, que trabalhem sob alta pressão.

Testes realizados pelo American Petro-leum Institute, American Society forTesting and Materials e pela Society ofAutomotive Engineers indicaram que oóleo da jojoba, usado como lubrificanteem motores de automóvel, mostrou-seduas vezes mais eficiente que os óleosconvencionais, exigindo a troca somentea cada 80.000 km,. sendo adquirido pelametade do preço. O óleo de jojoba paramotores, que já existe no mercado ameri-cano, além de melhorar a quilometragemreduz a corrosão das peças.

A jojoba é também intensamente con-sumida pelo gado bovino e suporta pesa-dos pisoteios. Sua folhagem apresenta al-ta percentagem de carboidratos digestí-veis e alto teor protéico, o que a toma degrande importância para a alimentaçãoanimal. Estudos realizados nos EUA de-terminaram que, nos meses de maior cres-cimento, o teor de proteína total na fo-lhagem da jojoba atinge 17,10/0,sendo de35,4% o teor máximo de carboidratosnão estruturáveis ou digestíveis.Por outrolado, a torta da semente, após a extraçãodo óleo, contém em média 30% de pro-teína.

TOLERÂNCIAÀ SECA

O Professor Francisco Aécio de Almei-da, da UFC, destaca a inerível capacidadeda jojoba adaptar-se às mais distintas con-dições ambientais para seu crescimento:

- Ela suporta, durante o verão, tem-peraturas entre 35 e 409 C, é altamenteresistente à seca e desenvolve-seem condi-ções de solo e umida<}.enão favoráveisàmaioria das culturas. E bastante toleranteaos sais, podendo desenvolver-seem soloscom salinidade em tomo de 7000 mg/l.

No deserto de Sonora, acrescenta oprofessor Almeida, ela ocupa elevaçõesde600 a 1200 metros de altitude e na BaixaCalifórnia a sua ocorrência foi constatadaabaixo do nível do mar. Embora sua dis-persão seja observadaem regiõescom me-nos de 100 mm de precipitação pluviomé-trica anual, a sua grande dominância, en-tretanto, é verificada em locais com preci-pitações médias de 200 a 350 mm

NO NORDESTE

A jojoba introduzida no Estado doCeará, em 1977, mostra-se b~m adaptadaàs condições ecológicas da região. Os re-sultados preliminares provenientes destaintrodução revelam uma superioridadequando comparados aos verificados nohabitat natural dessa cultura, especial-mente em termos de crescimento vegeta-tivo e precocidade na floração e frutifica-ção. .

Em condições climáticas como as doCeará, a produção de jojoba poderá sernotada no segundoano de vida. Com basenos estudos realizados no deserto de So-nora, estima-se uma produtividade de158 kg/ha no quarto ano, após o seuplantio, e de 1.892 kg/ha quando da suaestabilização no 129 ano. Esselento cres-cimento da produtividade pode parecerinviáve! para uma exploração comercial,mas não é, se levada em conta a longevi-dade da jojoba: de 100 a 200 anos, oumais.

Atualmente, várias empresas interna-cionais não somente acreditam na poten-cialidade da jojoba, mas também já estãousufruindo dela. Dentre as que utjlizamóleo de jojoba, incluem-se Mobil 00, P.Corporation, Gulf Westem Co. MitsubishiInternacional Co., Key Oil and Lubrifi-cants Co., Standard Research Labs.,General Mills Chemicals, IBM, Westin-ghouse,além de váriasoutras.

r ,

.

,,",

J

Para Ogunga

basta a água

retirada dos

alimentos.

ftNTÍLOPESNOSERTãoHá quatroanos,o Rio Grandedo Nor-

te tinha 850mil bovinos.Em1981,resta-vam apenas350 mil e nãoháesperançasde recuperaresserebanhoa curto prazo,casopersistamascondiçõesadversaspro-vocadaspelas últimas secasna região.Baseadanestesdados,a EMPARN- Em-presade PesquisaAgropecuáriodo RioGrandedo Norte,vai iniciar um trabalhoque, segundoseupresidente, BeneditoVasconcelosMendes,pOderásolucionaroproblemaem poucotempo:a introduçãodeanimaissilvestresafricanos,paraapro-veitamentode zonasmarginais(que nãoservemparaa lavouraou paracriar ani-maisdomésticos).ondeessestipos deex-ploraçãoestãomaissujeitosa problemasclimáticos e a tornar os investimentosanti-econômicos.

Ostécnicosda EMPARNselecionaramtrês espéciesde antílopesafricanos,con-sideradososmelhoresemtermosdeadap-tação: o elande (também chamadodeelãoou de gungaLo oryx (gazeladaArá-bia) eo carneirodamontanha.

Segundo Lucas Antônio Leite, daEMPARN,o elandeé o maior antílopeque existee vem deumaregiãoafricanamuito semelhanteao NordesteSemi-Ari-do, ondeassecassãofreqüentes.Fácildeadaptar-se,o gungaestásendocriadonosEstadosUnidos,UniãoSoviética,Quênia,Zimbabweeemoutrospaíses.

GUNGA,O FORTE

O gungamachochegaapesar900 kgea 1,90 m de altura, ainda garrote.Comdoisanosecincomesesafêmeajá dácria,depoisde250 diasdegestação.Naspiorescondições,os machoschegama 500 qui-

los e têm a extraordináriacapacidadedesobreviversem consumo de águalivre,aproveitandoa águacontida nosalimen-tos. Além disso,tem maiscapacidadedoqueos bovinosparautilizara energiame-tabólicadosalimentos(tanto parao cres-cimento quanto para a produção).Maisainda: perdede 30 a 40% a menosdeenergianaurina,o queexplicasuagranderusticidade.

O órix ou oryx (dogênerooryx) é ori-ginário dos desertosafricanos.Há váriasespéciese todas elaspodemsobreviverapenascoma águaretiradadosalimentos.Um oryx macho,adulto, chegaa pesar200 quilos.

O carneiroselvagem,ou carneiro damontanha,parececom o bode.Gostadeáreasrochosas,a fêmeapodeter atéduaspariçõesporano.

Para o SecretárioEspecialdo Meio--Ambiente (PauloNogueiraNeto, autordo livro "AnimaisAlienígenas,GadoTro-pical, AreasNaturaise outrosassuntos",é umadasmelhoresespéciesparaadapta-çãono Nordeste.

FIM OASVACASMAGRAS

A faseexperimentaldo projeto tem aduraçãoprevistade 5 anos e começarácom 10 fêmease um machode qualquerdasespéciespropostas.Depois,serãoins-taladosnúcleosde criaçãono Seridó,naSerraVerde,na zonasalineirae no Açu--Apodi, todas microrregiõesde difícilaproveitamentoparaaagropecuária.

Comoacentuao jornalistaLuiz Lobo,do Jornal do Brasil,"é assimqueostéc-nicosestãosonhandoemcriar um sertãode antílopes, paraacabarcom a épocadasvacasmagras".

11

8....'"Iacio'f..,::E

ê:i

õl " ""~~d -_ .LL ..-.O intercâmbio de idéias e experiências sobre o TSA, poderá abrir novas perspectivas para o agricul-tor nordestino

12SIMPÓSIO BRASilEIRODO TRÓPICO SEMI-ÁRIDOCENTRO DE CONVENÇOES DE PERNAMBUCO - OLINDA

Tendo como tema central "Agriculturae Desenvolvimento" será realizado, de 16a 20 de agosto deste ano, no Centro deConvenções de Pernambuco, em Olinda--Pe, o I SIMP()SIO BRASILEIRO DOTR()PICOSEMI-ARIDO, promovido peloCentro de PesquisaAgropecuáriado Tró-pico Semi-Arido (CPATSA), da EMBRA-PA.

O Simpósio visará, primordialmente,fortalecer o processo regional df! geraçãoe difusão de tecnologiaagrfcola,propici-ando às unidades do sistema Embrapa,aos sistemas estaduais de Pesquisa e Ex-tensão Rural, às Universidadese outrasinstituições de pesquisa e planejamento,o acessoa novas idéiase experiênciasacu-muladas sobre agriculturaem zonas-semi--áridas de diferentes partes do mundo.

Além de pesquisadores brasileiros, oevento reunirá especialistas de conceitointernacional,que atuam em regiõessemi--áridasda Africa, Oriente Médio e Améri-ca Latina.

TEMARIO

Sendo a primeira oportunidade de sereunir, em um conclave de âmbito nacio-nal, as experiências acumuladas sobre oTrópico Semi-Arido brasileiro, o Simpó-sio estará aberto às mais diferentes cate-gorias profissionais e abrangerá variadostemas. Com isto, pretende-se viabilizarUm amplo debate sobre os temas propos-tos, para uma maior compreensão dosproblemas e potencialidades da região.

Nos painéis, sob a re:.ponsabilidade

12

de especialistas convidados pela EMBRA-PA, serão apresentados e discutidos tra-balhos sobre os seguintes temas: Conheci-mento do meio; exigências hfdricas dasculturas; Captação, armazenamento e uti-lização de água; Manejo de solo e água;Inovações tecnológicas: da geração à ado-ção; e Desenvolvimento rural.

Os grupos de discussão, constitufdosa partir de trabalhos aprovados pela Co-missão de Seleção, abordarão os temasAgricultura e Ecologia, TecnologiaAgrf-cola, "Explprações agrfcolas no TrópicoSemi-Arido, Pesquisa no setor agrfcola,Formação e Extensão agrfcola e Desen-volvimento rural.

INSCRIÇÕES

As inscrições de participantes, feitasaté ;;1 de julho, custarão Cr$ 3.000,00(profissionais) e Cr$ 1.500,00 (estudan-tes). Após essa data, passarão a Cr$5.000,00 e Cr$ 2.500,00, respectivamen-te.

Para inscrever-se,basta enviar, devida-mente preenchida, a 'ficha de inscriçãoque será distribufda com as instituiçõesvinculadas direta ou indiretamente ao se-tor rural, anexando cheque nominal ouvalepostal ao I SIMP()SIOBRASILEIRODO TR()PICOSEMI-ARIDO.

Maiores informações podem ser obti-das junto à Comissão Executiva, no se-guinte endereço: EMBRAPA/CPA TSA -Caixa Postal, 23 - 56.300 - PETROLl-NA-PE; Fone: (081) 961.0122; Telex:(081) 1878.

MilHO:

MAIOR

PRODUTIVIDADE

COM OCENTRALMEX

Após um trabalho de seleção e melho-ramento desenvolvido de 1973 a 1980,através do convênio SUDENE/EMBRA-PA/BRASCANNORDESTE/IPA/ESALQ-USP, a Embrapa lançou oficialmente, noano passado, por intermédio do CPATSA,a variedade de milho Centralmex, que seconstitui uma das alternativas para au-mentar a produtividade dessa cultura noNordeste.

Testada em 120 localidades e tendogrande aceitação pelos agricultores, essacultivar, em boas condições de chuva,apresenta produtividade média de 2.500a 3.500 kg/ha, bastante superior à médiada região, de apenas 700 a 800 kg/ha.

o Serviço de Produção de SementesBásicas (SPSB), da Embrapa, está multi-plicando sementes do Centralmex e fome-cendo-as aos órgãos governamentais dosestados nordestinos, que já começaram arepassá-Iasaos agricultores.

No Comunicado Técnico n!> 7, doCPATSA("Milho Centralmex: nova culti-var para o Nordeste"), distribuído gratui-tamente a produtores e extensionistasrurais, encontram-se todas as informaçõessobre o assunto.

CPATSA TRANSFERE-SE

PARA SEDE PRÚPRIA

Na segunda quinzena de março próxi-mo, o CPA TSA estaráse transferindo desua sede provisória, cedida desde 1975,pela CODEVASF, e passaráa funcionarem sede própria, localizada no Km 42da BR-122, município de"Petrolina-Pe.

Construída na mesma área onde estáimplantado o Campo de Manejo da Ca-atinga, a nova sede oferecerá melhorescondições para o desenvolvimento dasatividades de pesquisa e de apoio, con-tando com salas individuais para pesqui-sadores, laboratórios de botânica, solo,sanidade animal, fitotecnia, fitopatolo-gia, entomologia, nematologia, dentreoutros, seis casasde vegetação,auditóriopara 250 pessoas, restaurantes, e amploespaço para o funcionamento do Setorde Informação e Documentação.

A inauguraçãó oficial da sede aindanão tem data estabelecida, devendo ocor-rer, todavia, somente no mêsde junho.