1. relaÇÃo de trabalho e relaÇÃo de empregocursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfnÚcleo...

41
NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO Relação de Trabalho: gênero = basta haver labor humano para restar configurada a relação de trabalho. Relação de emprego: espécie, na qual estão presentes os 5 elementos fáticos jurídicos previstos nos arts. 2º e 3º da CLT: Trabalho por pessoa física: empregador, em regra, pode ser pessoa física, pessoa jurídica ou ente despersonalizado; mas o empregado, necessariamente, deve ser pessoa física. Pessoalidade: em regra, o empregado não pode se fazer substituir na prestação de serviços. Apenas excepcionalmente é admitida a substituição do empregado na relação empregatícia. Não eventualidade: há repetição periódica e sistemática dos serviços prestados. Exceto com relação ao doméstico, não é necessário que o trabalho seja contínuo. Onerosidade: em contraprestação aos serviços prestados, o empregado recebe salário do empregador. A relação de emprego possui caráter bilateral: o empregado fornece mão-de-obra e tem o direito de ser remunerado pelo empregador. Subordinação jurídica: poder de direção empresarial no modo de realização da prestação de serviços (relação de dependência do empregado em relação ao empregador). Atenção, a subordinação é jurídica, não necessariamente técnica ou econômica. 2. EMPREGADO Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. NÃO SÃO EMPREGADOS: Autônomo: não há subordinação Eventual: não há habitualidade Voluntário: não há remuneração Avulso: espécie de trabalhador eventual, em que há intermediação dos serviços pelo órgão gestor de mão de obra (ex. trabalhadores do porto). Atenção: o avulso não é empregado, mas a Constituição estabelece a igualdade de direitos em relação a estes (art. 7 º, XXXIV). Cooperado: qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela (CLT, art. 442, parágrafo único)

Upload: others

Post on 21-Jul-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

1

1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO Relação de Trabalho: gênero = basta haver labor humano para restar configurada a relação de trabalho. Relação de emprego: espécie, na qual estão presentes os 5 elementos fáticos jurídicos

previstos nos arts. 2º e 3º da CLT: � Trabalho por pessoa física: empregador, em regra, pode ser pessoa física, pessoa jurídica

ou ente despersonalizado; mas o empregado, necessariamente, deve ser pessoa física. � Pessoalidade: em regra, o empregado não pode se fazer substituir na prestação de serviços.

Apenas excepcionalmente é admitida a substituição do empregado na relação empregatícia. � Não eventualidade: há repetição periódica e sistemática dos serviços prestados. Exceto com

relação ao doméstico, não é necessário que o trabalho seja contínuo. � Onerosidade: em contraprestação aos serviços prestados, o empregado recebe salário do

empregador. A relação de emprego possui caráter bilateral: o empregado fornece mão-de-obra e tem o direito de ser remunerado pelo empregador.

� Subordinação jurídica: poder de direção empresarial no modo de realização da prestação de serviços (relação de dependência do empregado em relação ao empregador). Atenção, a subordinação é jurídica, não necessariamente técnica ou econômica.

2. EMPREGADO Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. NÃO SÃO EMPREGADOS: � Autônomo: não há subordinação � Eventual: não há habitualidade � Voluntário: não há remuneração � Avulso: espécie de trabalhador eventual, em que há intermediação dos serviços pelo órgão gestor de mão de obra (ex. trabalhadores do porto). Atenção: o avulso não é empregado,

mas a Constituição estabelece a igualdade de direitos em relação a estes (art. 7 º, XXXIV). � Cooperado: qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe

vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela (CLT, art. 442, parágrafo único)

Page 2: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

2

EMPREGADOS COM REGIME ESPECIAL DOMÉSTICO Lei 5.859/72

Conceito Empregado doméstico é aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas.

Requisitos genéricos: inerentes a qualquer relação empregatícia, conforme arts. 2º e 3º da CLT, ressaltando-se, todavia, que aqui se fala em continuidade (e não apenas “não eventualidade”).

Requisitos específicos a) finalidade não lucrativa dos serviços prestados; b) labor para pessoa ou família; c) realização dos serviços em âmbito residencial

Observações: I - É fundamental que não haja realização de atividade lucrativa. II - Pessoa jurídica, ainda que sem fim lucrativo, não pode ser empregador doméstico. III - Âmbito residencial: na, para ou em função da residência

Direitos trabalhistas CLT: em seu artigo 7º, alínea ‘’a’’, exclui o empregado doméstico do âmbito de proteção da CLT.1

1 CLT, art. 7º Os preceitos constantes da presente Consolidação salvo quando fôr em cada caso, expressamente determinado em contrário, não se aplicam: a) aos eemmpprreeggaaddooss ddoommééssttiiccooss, assim considerados, de um modo geral, os que prestam serviços de natureza não-econômica à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas; b) aos ttrraabbaallhhaaddoorreess rruurraaiiss, assim considerados aqueles que, exercendo funções diretamente ligadas à agricultura e à pecuária, não sejam empregados em atividades que, pelos métodos de execução dos respectivos trabalhos ou pela finalidade de suas operações, se classifiquem como industriais ou comerciais; c) aos ffuunncciioonnáárriiooss ppúúbblliiccooss da União, dos Estados e dos Municípios e aos respectivos extranumerários em serviço nas próprias repartições; d) aos sseerrvviiddoorreess ddee aauuttaarrqquuiiaass ppaarraaeessttaattaaiiss, desde que sujeitos a regime próprio de proteção ao trabalho que lhes assegure situação análoga à dos funcionários públicos.

Page 3: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

3

CF/88: o artigo 7º da Constituição da República estabelece, em 34 incisos, diversos direitos aos empregados urbanos e rurais (patamar civilizatório mínimo), todavia, em seu parágrafo único especifica quais desses direitos se estendem ao trabalhador doméstico, quais sejam:

• Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas

necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

• Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

• Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

• Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos

da lei;

• Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

• Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

• Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte

dias;

• Licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

• Aposentadoria;

• Integração à previdencia social.

O empregado doméstico, ainda, faz jus:

• Anotação em CTPS (art. 1º da Lei 5.859/72)

• Descanso em feriados (Lei 11.324/2006 revogou exclusão constante do art. 5º da Lei

605/1949)

• Vale-transporte (art. 1º do Decreto 95247/87)

• Garantia de emprego à gestante desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto

art. (4º- A da Lei 5.859/72) Fundo de Garantia por Tempo de Serviço: Conforme artigo 3º-A da Lei 5.859/72, é facultada ao empregador a inclusão do empregado doméstico no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Seguro Desemprego Nos termos do art. 6º da Lei 5.859/72, o empregado doméstico que for dispensado sem justa

causa fará jus ao benefício do seguro-desemprego, de que trata a Lei no 7.998, de 11 de janeiro de 1990, no valor de um salário mínimo, por um período máximo de três meses, de forma contínua ou alternada.

Page 4: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

4

§ 1o O benefício será concedido ao empregado inscrito no FGTS que tiver trabalhado como doméstico por um período mínimo de quinze meses nos últimos vinte e quatro meses contados

da dispensa sem justa causa.

Observação: a Lei 5859/72 proíbe de descontos por fornecimento de alimentação, vestuário, higiene e moradia (caráter instrumental das parcelas), salvo se as despesas com moradia referirem-se a local diverso da residência em que ocorrer a prestação dos serviços, desde que essa possibilidade tenha sido expressamente acordada entre as partes.

Cuidado: empregado doméstico não se confunde com o empregado em domicílio. Este é

empregado comum, com diferencia de trabalhar fora do estabelecimento da empresa.

EMPREGADO RURAL Lei 5.889/73

Definição

“Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviço de natureza não-eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário.” (Lei 5889/1973, art. 2º) Elementos fáticos-jurídicos:

Gerais: inerentes a qualquer relação empregatícia, conforme arts. 2º e 3º da CLT.

Especiais da categoria rurícola:

• Vinculação a tomador rural: é trabalhador rural, tanto o empregado que trabalha na lavoura

ou pecuária, quanto o administrador da fazenda e o motorista vinculados a tomador rural.

“É considerado trabalhador rural o motorista que trabalha no âmbito de empresa cuja atividade é preponderantemente rural, considerando que, de modo geral, não enfrenta o trânsito das estradas e cidades.” (OJ/SDI 315, TST)

• Trabalho em imóvel rural (zona geográfica situada no campo) ou prédio rústico (imóvel

geograficamente classificado como urbano, porém envolvido, do ponto de vista econômico e laborativo, com atividades nitidamente agropastoris – ex. lavrador que cultiva uma hora em pleno centro de São Paulo)2

2 DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 8 ed. São Paulo: LTr. 2009, p. 367.

Page 5: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

5

Direitos trabalhistas Fase contemporânea: plena aproximação jurídica com os empregados urbanos, dada a equiparação prevista no artigo 7º da Constituição de 1988. Aspectos especiais: a) Adicional noturno:

Para efeitos da Lei 5859/73, considera-se trabalho noturno o executado entre as 21 horas de um dia e às 5 horas do dia seguinte, na lavoura, e entre as 20 horas de um dia e às 4 horas do dia seguinte, na atividade pecuária. Todo trabalho noturno será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento) sobre e remuneração normal (art. 7 e parágrafo único). Lembrar:

Empregado Horário noturno Hora noturna Adicional

Urbano 22 às 05 52’ 30’ 20%

Lavoura 21 às 05 60’ 25%

Pecuária 20 às 04 60’ 25%

b) Intervalo intrajornada “Em qualquer trabalho contínuo de duração superior a seis horas, será obrigatória, a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação observados os usos e costumes da região, não se computando este intervalo na duração do trabalho. Entre duas jornadas de trabalho haverá um período mínimo de onze horas consecutivas para descanso.” (art. 5º, Lei 5.889/73).

Lembrar: Empregado Urbano:

- Trabalho até 4 horas: não tem direito a intervalo intrajornada. - Trabalho por mais de 4 até 6 horas: 15 minutos (CLT, art. 71, §1º). - Trabalho superior a 6 horas: direito a intervalo, no mínimo, de 1 hora e no máximo 2 horas (CLT, art. 71, caput).

Empregado Rural: maior flexibilidade na duração, observados os usos e costumes da região.

c) Redução da jornada durante o aviso prévio: “Durante o prazo do aviso prévio, se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, o empregado rural terá direito a um dia por semana, sem prejuízo do salário integral para procurar outro trabalho.” (art. 15, Lei 5.889/73)

Page 6: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

6

Lembrar: Empregado Urbano: se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, tem direito a redução de 2 horas diárias, ou, se preferir, a faltar ao serviço por 7 dias corridos, sem prejuízo do salário integral (CLT, art. 488). Empregado Rural: se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, tem direito a um dia por semana, sem prejuízo do salário integral, para procurar outro trabalho

d) Descontos do salário:

“ Salvo as hipóteses de autorização legal ou decisão judiciária, só poderão ser descontadas do empregado rural as seguintes parcelas, calculadas sobre o salário mínimo: a) até o limite de 20% (vinte por cento) pela ocupação da morada; b) até o limite de 25% (vinte por cento) pelo fornecimento de alimentação sadia e farta, atendidos os preços vigentes na região; c) adiantamentos em dinheiro.” Lembrar:

Empregado Urbano: desconto a título de habitação deve corresponder a no máximo 25% do salário e alimentação a no máximo 20% (CLT, art. 458, §3º). Empregado Rural: percentuais se invertem, ou seja, deve ser respeitado o limite de 20% para moradia e 25% para alimentação (art. 9º, Lei 5.889/73).

3. EMPREGADOR Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. Observações: � Segundo a CLT, empregador é empresa individual ou coletiva. � Princípio da alteridade: risco do negócio corre por conta do empregador Empregador por equiparação: I – “Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.” (art. 2º, § 1º, CLT)

Page 7: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

7

Grupo Econômico II – “Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica

própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.” (art. 2º, § 2º, CLT) Alteração na estrutura ou propriedade da empresa “Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados.” (art. 10, CLT) “A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.” (art. 448, CLT) => Assim, em caso de sucessão empresarial, permanece a responsabilidade do sucessor (novo adquirente da empresa) pelos créditos e débitos trabalhistas, sendo inválida clausula contratual em sentido contrário. 4. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO O Direito do Trabalho tem como preocupação central proteger o empregado, sujeito hipossuficiente da relação contratual - e, por conseqüência, alcançar um equilíbrio real entre as partes. Busca-se atingir a igualdade em seu sentido material. Subdividido em três idéias (regras): a) Aplicação da norma mais favorável: determina que, no caso de haver mais de uma norma

antagônica aplicável, deve-se optar por aquela que seja mais favorável ao empregado. b) Aplicação da interpretação mais benéfica: determina que, no caso de haver mais de uma interpretação admissível para uma mesma norma, deve-se optar pela aplicação da mais benéfica ao empregado. c) Princípio da condição mais benéfica: determina a aplicabilidade da cláusula contratual (tácita ou expressa) mais benéfica ao empregado. Princípio genesi

Dele derivam os demais princípios do Direito do Trabalho, a exemplo: � Princípio da imperatividade das normas trabalhistas: normas trabalhistas têm natureza

obrigatória, são normas de ordem pública, aplicáveis independentemente da vontade das partes.

Page 8: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

8

� Indisponibilidade dos direitos: direitos trabalhistas, em regra, não podem ser objeto de transação entre empregados e empregadores e nem de renuncia por parte dos empregados.

� Continuidade da Relação de Emprego: o Direito do Trabalho prima pela permanência do vínculo empregatício, até porque, em regra, constitui a principal fonte de renda do obreiro.

� Primazia da Realidade: em caso de discordância entre o que consta em documentos firmados entre as partes e o ocorre na prática, deve-se dar preferência ao que sucede no terreno fático.

5. CONTRATO DE TRABALHO "Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego." (art. 442) Normas específicas: previstas na CLT.

Normas gerais: decorrentes da aplicação do direito comum, em caso de omissão e compatibilidade (art. 8º, CLT). ELEMENTOS ESSENCIAIS Elementos jurídicos formais Aplicação subsidiária do CC: CC, art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. Capacidade: Empregado:

• Capacidade plena: 18 anos

• Capacidade relativa: 16 e 17 anos

• Condição de aprendiz: a partir de 14 anos

Observação: o menor relativamente capaz pode, sozinho, assinar recibos de pagamento; mas, a

quitação pertinente ao Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT) exige assistência.

Objeto LÍCITO: para que o objeto seja lícito a atividade desenvolvida pelo trabalhador não pode ser proibida ou ilícita.

• Trabalho Ilícito: trabalho configura um ilícito penal.

Page 9: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

9

Ex. trabalhos que envolvem tráfico ilícito de entorpecentes, prática de aborto, etc.

• Trabalho proibido: trabalho realizado em descumprimento a uma norma geral protetiva. Ex. menor de 18 anos trabalhando em local noturno, perigoso ou insalubre => há violação ao disposto no art. 7º, XXXIII, da CF e art. 404 da CLT.

Observações: I - Efeitos são diversos: no caso do trabalho ilícito, a tendência é a negativa de efeitos jurídicos ao trabalho (teoria civilista); no caso do trabalho proibido, há plenas conseqüências trabalhistas (teoria trabalhista das nulidades); II - Quando a nulidade decorre de contratação irregular pela Administração Pública (sem concurso público): empregado só tem direito ao valor da hora do salário mínimo e dos depósitos

do FGTS (Súmula 363 do TST).

Forma: O contrato de trabalho pode ser: � Tácito ou Expresso � Escrito ou verbal

Exceções: há hipóteses em que, necessariamente, a contratação deve ser efetuada por escrito Exemplos: contrato de aprendizagem, contrato temporário e, segundo a jurisprudência, contrato de experiência.

� Determinado ou indeterminado

Regra: contrato por prazo indeterminado (princípio da continuidade da relação de emprego) Exceção: contrato por prazo determinado (hipóteses previstas em lei)

CONTRATOS A TERMO: Hipóteses especificadas na CLT: art. 443, §§ § 1º - Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada. § 2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando: a) Serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; b) Atividades empresariais de caráter transitório; c) Contrato de experiência

Page 10: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

10

Prazo máximo: contrato a termo não poderá ser estipulado por mais de 2 anos, sendo que na modalidade de experiência não poderá exceder de 90 dias.

CLT, art. 445 - O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451. Parágrafo único. O contrato de experiência não poderá exceder de 90 (noventa) dias. Prorrogação: admitida apenas uma. Ex. contrato de experiência firmado por 30 dias, pode ser prorrogado por mais 60. CLT, art. 451 - O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou expressamente, for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar sem determinação de prazo. 6. ALTERAÇAO DO CONTRATO DE TRABALHO Regra: CLT, art. 468: alteração por mútuo acordo + não prejudicial “Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.” Exceções: hipóteses em que são admissíveis modificações unilaterais: • Alterações favoráveis • Hipóteses previstas em lei ou instrumento coletivo • Alterações não impactantes • Alterações para enfrentamento de necessidades próprias à dinâmica empresarial (ex. reversão do cargo de confiança)

• Alterações transitórias para enfrentar situações excepcionais

Observação: I – Sempre é possível a reversão do cargo de confiança, todavia, percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade financeira (Súmula 372). II - Redução salarial somente é autorizada por meio de negociação coletiva.

TRANSFERÊNCIA: art. 469 da CLT Alteração contratual que implica mudança de domicílio.

Page 11: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

11

Regra: mútuo consentimento Exceções expressas na CLT:

a) Extinção do estabelecimento b) Empregado ocupante de cargo em confiança c) Transferência é condição, implícita ou explícita, do contrato.

Observações: I - Qualquer transferência unilateral provisória implica direito a adicional de 25% sobre o salário do empregado (OJ 113). II - A alteração do local de trabalho sem alteração do domicílio é tida como mudança não relevante, caracterizando mera remoção. Logo, não há direito ao adicional de 25%. Direito apenas, se for o caso, a suplemento salarial (leia-se vale-transporte). III - Restituição de despesas decorrentes da transferência correm por conta do empregador (art. 470 CLT).

7. DURAÇÃO DO TRABALHO JORNADA DE TRABALHO Regra: 8 horas diárias e 44 semanais Empregados que trabalham em turno ininterrupto de revezamento3: 6 horas diárias. Possibilidade de majoração da jornada por meio de negociação coletiva. Jornadas especiais: abrangem categorias específicas. Ex. bancários: 6h diárias e 30h semanais. Extrapolamento Havendo o extrapolamento surge a obrigação de o empregador: a) pagar o tempo excedente como labor suplementar (ou seja, valor da hora normal acrescido de adicional, no mínimo, de 50%), ou b) compensar o labor extra mediante folga correspondente em outro dia. ACORDO DE COMPENSAÇÃO CF, art. 7º, XIII - ... facultada a compensação de horários, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; CLT, art. 59. §§2º e 3º 3 Empregado labora com alternância de turnos (ao menos em dois turnos)

Page 12: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

12

Requisitos a) Acordo escrito ou convenção coletiva b) Não seja ultrapassado o Iimite máximo de dez horas diárias. c) Compensação deve ser realizada em, no máximo, 1 ano.

Observações: I – Acordo escrito: individual ou coletivo. Acordo individual somente não é válido se houver norma coletiva em sentido contrário. II - Rescisão sem compensação integral: trabalhador faz jus ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data da rescisão. (art. 59, § 3º) III – Importante súmula do TST a respeito: 854 HORAS IN ITINERE: Tempo despendido pelo empregado da sua residência até o local de trabalho, e vice-versa. Regra: não será computado na jornada de trabalho (art. 58, §2º, primeira parte) Exceção: tempo será computado quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução (art. 58, §2º, primeira final)

Importantes Súmulas do TST a respeito do tema: 905 e 3206

4 Sumula 85 do TST. COMPENSAÇÃO DE JORNADA. I. A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva. II. O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver norma coletiva em sentido contrário. III. O mero não-atendimento das exigências legais para a compensação de jornada, inclusive quando encetada mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária, se não dilatada a jornada máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional. IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinário. 5 Súmula 90 do TST: HORAS "IN ITINERE". TEMPO DE SERVIÇO I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e para o seu retorno é computável na jornada de trabalho. II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do empregado e os do transporte público regular é circunstância que também gera o direito às horas "in itinere". III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas "in itinere". IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em condução da empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado pelo transporte público. \

Page 13: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

13

HORÁRIO NOTURNO Empregado Horário noturno Hora noturna Adicional

Urbano 22 às 05 52’ 30’ 20%

Lavoura 21 às 05 60’ 25%

Pecuária 20 às 04 60’ 25%

Observação adicional:. A transferência para o período diurno de trabalho implica na perda do direito ao adicional noturno (Súmula 265, TST) INTERVALO INTRAJORNADA Descanso durante a jornada diária de trabalho. Trabalho até 4 horas: não tem intervalo. Trabalho superior a 4 até 6 horas: 15 minutos Trabalho superior a 6 horas: no mínimo, de 1 hora e no máximo 2 horas. Obs.

a) Intervalo de 2 horas pode ser aumentado por acordo escrito ou negociação coletiva. b) Intervalo de 1 hora pode ser reduzido por ato do Ministério do Trabalho (art. 71, §2º, CLT). INTERVALO INTERJORNADA Descanso entre duas jornadas de trabalho Período mínimo de 11 horas consecutivas para descanso. DESRESPEITO AO TEMPO MÍNIMO DE INTERVALO PREVISTO EM LEI Empregador deve remunerar o período correspondente tal como se estivesse realizando hora extra.

DESCANSO SEMANAL REMUNERADO Descanso entre os módulos semanais de trabalho do empregado. Lapso de tempo de 24 horas consecutivas para descanso, preferencialmente aos domingos.

V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada de trabalho, o tempo que extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo. 6 Súmula 320 do TST: HORAS "IN ITINERE". OBRIGATORIEDADE DE CÔMPUTO NA JORNADA DE TRABALHO. O fato de o empregador cobrar, parcialmente ou não, importância pelo transporte fornecido, para local de difícil acesso ou não servido por transporte regular, não afasta o direito à percepção das horas "in itinere".

Page 14: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

14

Obs. direito a remuneração do RSR está condicionado à freqüência e pontualidade ao labor. Empregado que falta injustificadamente ao trabalho na semana correspondente NÃO tem direito a remuneração do repouso. INTERVALOS ESPECIAIS Intervalos diferenciados, computados na jornada de trabalho inerentes a determinadas categorias profissionais, diante das peculiaridades que as cercam. São exemplos: a) empregados que atuam no serviço permanente de mecanografia e digitação têm 10 minutos de intervalo para cada 90 minutos trabalhados consecutivamente (art. 72 da CLT e Súmula 346, TST); b) empregados que trabalham em câmaras frias têm 20 minutos de intervalo para cada 1 hora e 40 minutos de trabalho (art. 253, CLT); c) empregados que trabalham em minas e subsolo têm intervalo de 15 minutos para cada 3 horas de trabalho (art. 298, CLT). CONTROLE DA JORNADA Empresas que contam com mais de 10 empregados devem efetuar controle formal da jornada de trabalho do empregado (art. 74, §2º, CLT) Empregador deve trazer aos autos os cartões de ponto: não-apresentação injustificada dos controles de freqüência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. (Súmula 338, I) Cartões de ponto devem ser fidedignos: controles que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir (Súmula 338, III) Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários (art. 58, §1º, da CLT e Súmula 366 do TST). EMPREGADOS EM REGIME DE TEMPO PARCIAL Art. 58-A, CLT: “... aquele cuja duração não exceda a vinte e cinco horas semanais.”

Page 15: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

15

Os empregados sob regime de tempo parcial têm salário será proporcional à sua jornada em relação aos empregados que cumpram, nas mesmas funções, jornada integral; e, não poderão prestar horas extras.

EMPREGADOS EXCLUÍDOS DA PROTEÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO: a) os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho (art. 62, I, CLT);

Observação adicional:. Tacógrafo, sem a existência de outros elementos, não serve para controlar a jornada de trabalho do empregado que exerce jornada externa (OJ 332 TST). b) os gerentes que exerçam cargos de gestão e recebem acréscimo salarial não inferior a 40% do cargo efetivo (art. 62, II, CLT); Lembrar, ainda, que o empregado doméstico não tem direito a horas extras. 8. SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO Conceito São institutos que tratam da sustação ampliativa ou restritiva dos efeitos contratuais. Interrupção: � Sustação é unilateral: apenas o empregado deixa de cumprir com sua principal obrigação

contratual � Não há trabalho e há pagamento de salário.

Exemplos: a) Primeiros 15 dias do auxílio por acidente do trabalho ou auxílio doença b) Faltas justificadas

Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário: I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência econômica; II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana; IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada; V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei

respectiva. VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar

referidas na letra "c" do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964.

Page 16: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

16

VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular

para ingresso em estabelecimento de ensino superior. VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo. IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro.

c) Repousos remunerados (ex. férias, domingos, feriados) d) Período de redução da jornada no aviso prévio e) Licença remunerada f) Licença maternidade (120 dias) g) Licença em caso de aborto (2 semanas)

Suspensão � Sustação é bilateral (recíproca): ambos deixam de exercer as principais obrigações contratuais.

� Não há trabalho e não há pagamento de salário pelo empregador.

Exemplos: a) Afastamento previdenciário por doença comum ou acidente do trabalho a partir do 16 º

dia b) Aposentadoria provisória por invalidez c) Exercício de encargo público de longa duração (ex. cargo eletivo) d) Licença não remunerada e) Eleição para diretor de sociedade anônima (Súmula 269 TST) f) Qualificação profissional nos termos do art. 476-A da CLT g) Suspensão disciplinar (medida punitivo/pedagógica que não pode exceder a 30 dias, conforme artigo 474 da CLT)

h) Greve legal (mas se por meio de negociação coletiva restar avençado que o período de afastamento será remunerado, estar-se-á diante de interrupção do contrato de trabalho)

i) Exercício do cargo de dirigente sindical, desde que inexistente subordinação (mas, se restar convencionado que o período de afastamento será remunerado, estar-se-á diante de interrupção do contrato de trabalho)

Observação: o empregado não pode ser demitido no período da suspensão ou interrupção do contrato. Se for, deve postular a reintegração no emprego.

Cuidado: deve postular reintegração, e não readmissão. 9. ESTABILIDADE Garantia provisória no emprego

Page 17: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

17

Direito do empregado de permanecer no emprego, ainda que provisoriamente, mesmo contra a

vontade do empregador. EXEMPLOS: Dirigente sindical: é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. (art. 8, VIII, CF/88).

Observação: membro de conselho fiscal, não tem direito a estabilidade, porquanto não

representa ou atua na defesa de direitos da categoria respectiva, agindo somente na fiscalização da gestão financeira do sindicato.

Dirigente da CIPA7: fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato (art. 10, II,”a”, ADCT).

Observações em relação ao dirigente sindical e dirigente da CIPA: 1 – Estabilidade refere-se apenas ao representante dos empregados (pressupõe cargo eletivo) 2 - Estabilidade abrange o representante dos empregados eleitos a cargo de direção, titular e suplente 3 – Súmulas importantes do TST que tratam do tema: 3698 e 3799

7 CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes): órgão que tem como objetivo primordial a divulgação e promoção das normas relativas à segurança e à saúde do trabalho. 8 Súmula 369 TST. DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA I - É indispensável a comunicação, pela entidade sindical, ao empregador, na forma do § 5º do art. 543 da CLT. II - O art. 522 da CLT, que limita a sete o número de dirigentes sindicais, foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. III- O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente. IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade. V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho. 9 Súmula 379 TST. DIRIGENTE SINDICAL. DESPEDIDA. FALTA GRAVE. INQUÉRITO JUDICIAL. NECESSIDADE. O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave mediante a apuração em inquérito judicial, inteligência dos arts. 494 e 543, §3º, da CLT.

Page 18: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

18

Gestante: fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto (art. 10, II,”b”, ADCT).

Súmula 244 do TST. GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade. II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos

correspondentes ao período de estabilidade. III - Não há direito da empregada gestante à estabilidade provisória na hipótese de admissão mediante contrato de experiência, visto que a extinção da relação de emprego, em face do

término do prazo, não constitui dispensa arbitrária ou sem justa causa.

Acidente do Trabalho: empregado que sofre acidente do trabalho, assim definido na legislação previdenciária (Lei 8.213), tem direito a garantia provisória no emprego, até, no mínimo, 12 meses após a alta previdenciária.

Súmula importante do TST que trata do tema: 37810

DIREITOS EM CASO DE RUPTURA DO CONTRATO: O empregado não pode ser demitido quando incidente hipótese de estabilidade. Se for, tem

direito a: 1 - Reintegração no emprego: retorno ao emprego com recebimento das parcelas vencidas e vincendas (efeitos ex tunc), ou 2 – Indenização substitutiva: casos em que a reintegração é impossível ou desaconselhável.

Pode ser convertido o pedido ex officio.

Atenção: Em qualquer hipótese de estabilidade, pode haver ruptura em caso de cometimento de falta grave pelo empregado

10 Súmula 378 TST. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118 DA LEI Nº 8.213/1991.CONSTITUCIONALIDADE. PRESSUPOSTOS I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado. II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a conseqüente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego.

Page 19: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

19

10. SALÁRIO E REMUNERAÇÃO DEFINIÇÃO LEGAL – art. 457, CLT: Salário é a retribuição dos serviços prestados paga diretamente pelo empregador. Remuneração seria a soma de valores pagos pelo empregador e mais outras importâncias auferidas de terceiros em decorrência do contrato de trabalho, como as gorjetas. Obs. Gorjetas podem ser espontaneamente dada pelo cliente ao empregado ou cobrada pela empresa ao cliente e destinada a distribuição aos empregados; ELEMENTOS INTEGRANTES DO SALÁRIO Depreende-se dos artigos 457 e 458 da CLT que o salário do empregado é composto das seguintes verbas: • Salário fixo, inclusive sob a forma de adicionais. • Comissões; percentagens; gratificações; e abonos • Diárias de viagem que ultrapassem a 50% do salário • Parcelas in natura, fornecidas habitualmente ao empregado pelo trabalho prestado (por força do contrato ou costume)

ELEMENTOS NÃO INTEGRANTES DO SALÁRIO • Ajuda de Custo • Diárias para viagens que NÃO excedentes de 50% do salário. • Participação nos lucros da empresa • Salário-família • Parcelas in natura, fornecidas ao empregado para o trabalho prestado

SALÁRIO IN NATURA: Definição Contraprestação em utilidades (benefícios). Art. 458, CLT “Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações in natura que a empresa por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado...” Natureza Se fornecidas pelo trabalho (= por força do contrato ou do costume) => têm caráter salarial. Se fornecidas para o trabalho => não têm caráter salarial.

Page 20: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

20

Ainda, por expressa exclusão (458, § 2º da CLT), não são consideradas como salário: => PESA (previdência privada, educação, seguro de vida e de acidentes e assistência médica, hospitalar e odontológico). => Transporte destinado ao deslocamento

Observações: I - em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas (inclusive cigarros – Súmula 367) II - Mínimo 30% do salário deve ser pago em dinheiro (Art. 82, parágrafo único, CLT) PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE SALARIAL Regra: é vedado ao empregador reduzir o salário do empregado Exceção: negociação coletiva. PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE SALARIAL Regra: é vedado ao empregador efetuar descontos do salário do empregado Exceções: • Adiantamentos de salário (art. 462, CLT); • Descontos previstos em lei (art. 462, CLT); • Previsto em Contrato Coletivo (negociação coletiva) (art. 462, CLT); • Descontos autorizados pelo empregado (Súmula 342 do TST11); • Descontos em decorrência dos danos causados pelo empregado (art. 462, §1º, CLT): Em caso de dolo, poderá descontar o valor do dano sem autorização do empregado; em caso de culpa só poderá efetuar o desconto se constar do contrato de trabalho.

SALÁRIO COMPLESSIVO: Trata-se de uma retribuição fixa que atende, englobadamente, todas as quantias a que faz jus o empregado. Trata-se de um valor unitário, indiviso, sem discriminação das verbas pagas. O empregado recebe uma parcela fixa por mês, dando quitação, por exemplo, de salário fixo, adicional de insalubridade, adicional noturno e horas extras.

11 Súmula 342 TST. DESCONTOS SALARIAIS. ART. 462 DA CLT. Descontos salariais efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito do empregado, para ser integrado em planos de assistência odontológica, médico-hospitalar, de seguro, de previdência privada, ou de entidade cooperativa, cultural ou recreativo-associativa de seus trabalhadores, em seu benefício e de seus dependentes, não afrontam o disposto no art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico.

Page 21: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

21

A cláusula contratual que estabelece o chamado salário complessivo é nula (Súmula 91 do TST). 11. EQUIPARAÇÃO SALARIAL: Condições previstas no art. 461 da CLT. Requisitos

• Idêntica a função => mesmas tarefas, não importa se tem, ou não, a mesma denominação. • Mesmo empregador • Mesma localidade => mesmo Município ou região metropolitana • Trabalho de igual valor

Obs. Trabalho de igual valor

• Mesma produtividade • Mesma perfeição técnica • Empregados com tempo de serviço na mesma função não for superior a 2 anos.

Observações: I - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial. II - Não incide o disposto no art. 461 da CLT quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, homologado pelo Ministério do Trabalho. Hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antiguidade e merecimento. Se houver desvio funcional, o empregado poderá postular o reenquadramento para a função exercida na prática, e, se for o caso, o pagamento das diferenças salariais do período. III – Súmula importante do TST que trata do tema: 6.12

12 Súmula 6 do TST. EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT I - Para os fins previstos no § 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal organizado em carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho, excluindo-se, apenas, dessa exigência o quadro de carreira das entidades de direito público da administração direta, autárquica e fundacional aprovado por ato administrativo da autoridade competente. II - Para efeito de equiparação de salários em caso de trabalho igual, conta-se o tempo de serviço na função e não no emprego. III - A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma exercerem a mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, não importando se os cargos têm, ou não, a mesma denominação. IV - É desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação salarial, reclamante e paradigma estejam a serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione com situação pretérita. V - A cessão de empregados não exclui a equiparação salarial, embora exercida a função em órgão governamental estranho à cedente, se esta responde pelos salários do paradigma e do reclamante. VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância de que o desnível salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou o paradigma, exceto se decorrente de vantagem pessoal, de tese jurídica superada pela jurisprudência de Corte Superior ou, na hipótese de equiparação salarial em

Page 22: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

22

12. 13 SALÁRIO Gratificação natalina: gratificação que tem como fato o natal

Valor: considera-se, em regra, o salário do mês de dezembro, calculado a razão 1/12 avos por mês de serviço (considera-se a fração igual ou superior a 15 dias) Pagamento: duas parcelas: uma entre fevereiro e novembro e outra até dia 20 de dezembro Adiantamento: se requerida no mês de janeiro, poderá haver o adiantamento por ocasião das férias. 13. FÉRIAS Art. 129 e ss. CLT Conceito Descanso anual adquirido a cada período de 12 meses de vigência do contrato de trabalho. Fruição A critério do empregador, em um único período, dentro do período concessivo.

=> Membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, terão

direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço (art. 136, § 1º, CLT); o empregado estudante e menor de 18 anos, terá direito a

fazer coincidir suas férias com as férias escolares (art. 136, § 2º, CLT) => Excepcionalmente serão concedidas em 2 períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 dias corridos (art. 134, § 1º, CLT). Aos empregados menores de 18 anos e maiores de 50 anos, deverão as férias ser concedidas em um único período (art. 134, § 2º, CLT).

cadeia, se não demonstrada a presença dos requisitos da equiparação em relação ao paradigma que deu origem à pretensão, caso arguida a objeção pelo reclamado. VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a equiparação salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição técnica, cuja aferição terá critérios objetivos. VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação salarial. IX - Na ação de equiparação salarial, a prescrição é parcial e só alcança as diferenças salariais vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento. X - O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. 461 da CLT refere-se, em princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que, comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana.

Page 23: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

23

=> Empregador pagará em dobro a respectiva remuneração se não fruídas dentro do período concessivo (art. 137, CLT). Remuneração das Férias: Valor da remuneração na data da sua concessão (art. 142, CLT), acrescida do terço

constitucional. Abono pecuniário: É facultado ao empregado converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário (art. 143, CLT). Data de pagamento O pagamento das férias e, se for o caso, o do abono serão efetuados até 2 dias antes do início

do respectivo período (art. 145, CLT).

Observações: I – Tempo de duração: tabela em conformidade com o art. 130 da CLT ou, se o empregado laborar em regime de tempo parcial, sujeita-se a regra prevista no art. 130-A da CLT. II – É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empregado ao serviço (art. 130, §1º, CLT). III - O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo de serviço (art. 130, § 2º, CLT). IV - Fatores prejudiciais à aquisição das férias: art. 133 da CLT

14. AVISO PRÉVIO Art. 487 da CLT e ss.

Tanto o empregado, quanto o empregador têm o direito de ser pré-avisado com a antecedência mínima de 30 dias da ruptura contratual Trata-se, portanto, de uma direito recíproco. Redução da jornada durante o aviso prévio: Se a rescisão for promovida pelo empregador, o empregado tem direito a redução de 2 horas diárias, ou, se optar, por faltar ao serviço por 7 dias corridos, sem prejuízo do salário integral.

Page 24: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

24

Efeitos da não concessão do aviso prévio � Ausência por parte do empregador: pagamento de forma indenizada (complexo salarial) e

projeção � Ausência por parte do empregado: empregador pode descontar o aviso Atenção: o aviso prévio trabalhado ou indenizado sempre integrará o tempo de serviço do empregado. 15. RUPTURA DO CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO INDETERMINADO ATENÇAO: empregado SEMPRE tem direito a:

• Saldo de salário

• Férias vencidas, acrescidas do terço constitucional;

• Décimo terceiro salário vencido

1. DESPEDIDA SEM JUSTA CAUSA

Empregador decide, sem que o empregado tenha cometido falta grave, por fim à relação de emprego. Direitos do empregado:

• Saldo de salário;

• Férias vencidas, acrescidas do terço constitucional;

• Décimo terceiro salário vencido;

• Férias proporcionais, acrescidas do terço constitucional;

• Décimo terceiro salário proporcional;

• Aviso prévio;

• Multa de 40% do FGTS;

• Liberação do FGTS (hipótese prevista no art. 20, I, da Lei do FGTS – 8036/90)

2. DESPEDIDA INDIRETA

Empregado decide por fim à relação de emprego em razão do cometimento de falta grave pelo empregador. Direitos do empregado: Terá direito as mesmas parcelas que lhe seriam devidas no caso de demissão sem justa causa. Obs. tem direito inclusive a aviso prévio.

Page 25: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

25

Faltas graves cometidas pelo empregador previstas no art. 483 da CLT: O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando:

a) Forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato

b) For tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo (ex. perseguição ou intolerância ao empregado)

c) Correr perigo manifesto de mal considerável (ex. violação a normas de higiene e segurança do trabalho)

d) Não cumprir o empregador as obrigações contratuais (ex. ausência por mais de três meses de ou atraso reiterado no pagamento de salário)

e) Praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama;

f) O empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

g) O empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários.

§ 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o contrato,

quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis com a continuação do serviço. § 2º - No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é facultado ao

empregado rescindir o contrato de trabalho. § 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o empregado pleitear a rescisão de seu

contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo.

3. PEDIDO DE DEMISSÃO

Empregado decide por fim à relação de emprego, sem que o empregador tenha cometido falta grave. Direitos do empregado:

• Saldo de salário;

• Férias vencidas, acrescidas do terço constitucional;

• Décimo terceiro salário vencido;

• Férias proporcionais, acrescidas do terço constitucional;

• Décimo terceiro salário proporcional; Obs. o empregado é que deve conceder ao empregador aviso prévio, conforme artigo 487 da CLT,

sob pena de oportunizar a este o desconto, nas verbas rescisórias, do valor correspondente aos salários do período (art. 487, § 2º, CLT).

Page 26: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

26

4. DESPEDIDA POR JUSTA CAUSA

Empregador decide por fim à relação de emprego em razão do cometimento de falta grave pelo empregado. Direitos do empregado:

• Saldo de salário;

• Férias vencidas, acrescidas do terço constitucional;

• Décimo terceiro salário vencido; Elementos necessários: a) Subjetivo: dolo ou culpa do empregado b) Objetivo: falta grave prevista em lei c) Circunstanciais: análise do caso concreto. Ex. atualidade e singularidade (non bis in idem);

Faltas graves praticas pelo empregado previstas no art. 482 da CLT: a) Ato de Improbidade: a improbidade consiste na prática de um ato lesivo ao patrimônio da

empresa ou de terceiro relacionado ao trabalho prestado pelo empregado. b) Incontinência de conduta ou mau procedimento: Incontinência de conduta: representa o comportamento irregular do empregado no tocante à moral sexual. Mau procedimento: empregado age em desacordo com o padrão do homem médio.

c) Negociação habitual: a negociação apta a justificar a demissão por justa causa é a que implica concorrência à empresa ou for prejudicial ao serviço. Exige-se para sua caracterização a habitualidade e a ausência de permissão do empregador. d) Condenação criminal: para justificar a justa causa é necessário o trânsito em julgado da

decisão. e) Desídia: ocorre quando o empregado é negligente no serviço ou no cumprimento de suas tarefas. O empregado executa suas funções com má vontade, displicência, desleixo, etc. Pode resultar de um ato único ou de um conjunto de pequenas faltas reiteradas. f) Embriaguez (bebida ou drogas) habitual ou em serviço: Embriaguez em serviço: não precisa ser habitual, uma única situação pode levar a justa causa.

Embriaguez habitual: segundo o entendimento prevalente trata-se de uma doença., o empregado deve ser tratado através de encaminhamento ao INSS ou por meio de um convênio fornecido pela

Page 27: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

27

própria empresa, oferecendo-lhe condições para a sua recuperação e não, simplesmente, dispensado. g) Violação de segredo da empresa: caracterizada pela divulgação de conhecimento exclusivo

da empresa que não deve ser levado ao conhecimento de terceiro, sob pena de causar prejuízo direito ou indireto à empresa. h) Indisciplina e Insubordinação:

Indisciplina: é o não-cumprimento de ordens gerais de serviço. Insubordinação: não observância de ordens pessoais dadas pelo empregador ou superior hierárquico por parte do trabalhador. i) Abandono de emprego: configura-se pela ausência ao serviço pelo período mínimo de 30 dias (prazo fixado pela jurisprudência) com o ânimo de não mais laborar. j) Prática de ofensas moral ou física Dentro do local de trabalho: ato contra qualquer pessoa Fora do local de trabalho: ato contra empregador ou superiores Excludente: legítima defesa (própria ou de outrem) l) Prática de jogos de azar: jogos de azar são aqueles que dependem da álea (sorte) e que são ilícitos. Pode ser caracterizada por meio de carteado, apostas pelo resultado de encontros

esportivos, loterias, bingo, roleta, bacará, jogo do bicho, etc. Cuidado: Também pode ser caracterizado como doença, se verificado tratar-se de vício.

m) Ato atentatório à segurança nacional (art. 482, parágrafo único, CLT):

Está em desuso (resquício da ditadura)

5 EXTINÇÃO DO CONTRATO POR CULPA RECÍPROCA:

Empregado e empregador praticam, concomitantemente, falta grave. Ex. agressão mútua. Direitos do empregado CLT art. 484 - Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de culpa exclusiva do empregador, por metade. Súmula 14 TST. CULPA RECÍPROCA (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinqüenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais.

Page 28: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

28

16. FORMALIDADES RESCISÓRIAS TRCT (Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho): recibo de quitação das verbas devidas em

decorrência da ruptura contratual. Especificação das parcelas e valores pagos “O instrumento de rescisão ou recibo de quitação, qualquer que seja a causa ou forma de dissolução do contrato, deve ter especificada a natureza de cada parcela paga ao empregado e discriminado o seu valor, sendo válida a quitação, apenas, relativamente às mesmas parcelas.” (art. 477, § 2º) Homologação

O pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão do contrato de trabalho, firmado por empregado com mais de 1 ano de serviço, só será válido quando feito com a assistência do respectivo Sindicato ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho e Previdência Social. (art. 477, § 1 º e 3º) Prazo para pagamento Estabelece o art. 477, § 6º da CLT que o pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverá ocorrer: a) até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato (aviso prévio cumprido e contrato a

termo) - Pressupõe que não há surpresa quanto ao término contrato b) até o décimo dia corrido, contado da data da notificação da demissão, quando de dispensa indenização ou ausência de cumprimento do aviso prévio. - Pressupõe surpresa quanto ao término contrato. Dica para memorizar: dia. O desatendimento dos prazos acima implicará em duas multas a serem pagas pelo empregador: uma de caráter administrativo, no valor de 160 UFIR e outra, em favor do empregado, no valor de seu salário, devidamente corrigido pelo índice de variação da UFIR (art. 477, § 8º, CLT). Compensação Qualquer compensação a ser efetuada pelo empregador não poderá exceder ao equivalente a um mês de remuneração do empregado (art. 477, § 5º) 17. FGTS

Page 29: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

29

Lei 8.036/90 Idéia geral Sistema de garantia do tempo de serviço que veio a substituir a antiga estabilidade decenal , e que, após a Constituição de 1988, tornou-se obrigatório e estendido a todos os empregados urbanos e rurais.

Lembrar: Inclusão do empregado doméstico é facultativa. Empregado avulso tem direito a inclusão no sistema do FGTS.

Incidência O parâmetro de cômputo do FGTS corresponde ao depósito mensal, em contra vinculada, de 8% do complexo salarial mensal do obreiro. Em relação ao aprendiz, todavia, é de 2%. Hipóteses de saque: art. 20 da Lei 8.036/90

Exemplos: � Despedida sem justa causa, despedida indireta, culpa recíproca � Trabalhador contar com 70 anos � Trabalhador ou qualquer de seus dependentes for portador do vírus HIV ou neoplasia maligna.

18. PRESCRIÇÃO Prazo CF, art. 7º, XXIX: “prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;".

Interpretação pacificada:

Prescrição bienal: 2 anos para entrar com a ação, a contar da extinção do contrato de trabalho (incluído o aviso prévio); Prescrição quinquenal: atingindo as parcelas pertinentes aos 5 últimos anos a contar da data do ajuizamento da ação FGTS: Depósitos principais: 30 anos (Lei 8.036/90, art. 23, §5º), desde que respeitado o biênio

constitucional para propositura da demanda.

Page 30: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

30

Lembrar � Não corre prescrição contra menor (art. 198, I, CC) � Ajuizamento de demanda perante a CCP suspende o prazo prescricional (art. 625-G da CLT)

� Ajuizamento de ação trabalhista anterior interrompe a prescrição em relação aos mesmos pedidos (Súmula 268 TST)

� Momento para argüir na seara trabalhista: instância ordinária (Súmula 153 TST)

19. PROTEÇÃO DO TRABALHO DO MENOR Art. 402 e ss. CLT PROIBIÇÕES: Menor de 18 anos: proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre (art. 7, XXXIII, CF), bem como prejudicial à sua moralidade (art. 405 CLT). Menor de 16 anos: proibição de qualquer trabalho, salvo na condição de aprendiz, a partir de

quatorze anos (art. 7, XXXIII, CF)

APRENDIZ Arts. 428 e ss. Objetivo: formação técnico-profissional metódica (prática e teórica). CLT, art. 428. “Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e

por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 (quatorze) e menor de 24 (vinte e quatro) anos inscrito em programa de aprendizagem formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação”. Características Principais:

• Contrato escrito e por prazo determinado (art. 428 CLT).

• Prazo máximo: máximo de 2 anos, exceto quando se tratar de aprendiz portador de

deficiência. (art. 428, § 3º, CLT).

• Idade do aprendiz: entre 14 e 24 anos, exceto em relação aos portadores de deficiência (art. 428, caput e § 5º, CLT).

Direitos:

a) Anotação em CTPS (art. 428, § 1º, CLT). b)Salário mínimo hora (art. 428, § 2º, CLT).

Page 31: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

31

c) FGTS de 2% (art. 15, § 7º, Lei 8.036/90). d) Jornada, em regra, não excederá de seis horas diárias13, sendo vedadas a prorrogação e a compensação de jornada. (art. 432, CLT).

20. PROTEÇÃO DO TRABALHO DA MULHER Art. 372 e ss. REGRAS ESPECIAIS CLT estabelece regras voltadas a não discriminação (art. 373-A, CLT). Ex. exigir atestado de gravidez quando da contratação da empregada ou dispensar em razão do estado gravídico. CLT estabelece regras voltadas à adequação do ambiente do trabalho (art. 389, CLT) PROTEÇÃO À MATERNIDADE Estabilidade Empregada gestante tem direito à garantia provisória no emprego desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto (art. 10, II,”b”, ADCT). Lembrar: abrange a empregada doméstica. Licença maternidade A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 dias, sem prejuízo do emprego e do salário, devendo, mediante atestado médico, notificar o seu empregador da data do início do afastamento do emprego, que poderá ocorrer entre o 28.º dia antes do parto e ocorrência deste (art. 392, CLT). Direito que se estende à empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança (art. 392-A, CLT) Direito ao salário de forma integral. Ainda que este seja pago pela Previdência Social, prevalece o entendimento de que é hipótese de interrupção do contrato de trabalho (art. 392, CLT). Lembrar: abrange a empregada doméstica.

13 Art. 432, § 1o O limite previsto neste artigo poderá ser de até oito horas diárias para os aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica.

Page 32: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

32

Empregada também tem direito: a) Empregada gestante tem direito à transferência de função, quando as condições de saúde o exigirem, assegurada a retomada da função anteriormente exercida, após o retorno (art. 392, §4º, I, CLT). b) Dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para a realização de, no mínimo, seis consultas médicas e demais exames complementares (art. 392, §4º, II, CLT).

c) 2 descansos especiais, durante a jornada de trabalho, de meia hora cada um, para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 meses de idade (ou mais se o estado se saúde do filho exigir) - (art. 396, CLT). Aborto não criminoso Em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico oficial, a mulher terá um repouso remunerado de 2 semanas, ficando-lhe assegurado o direito de retornar à função que ocupava antes de seu afastamento (art. 395, CLT). Regras voltadas a saúde e segurança da mulher e menor Mulher e menor tem direito a um intervalo especial: em caso de prorrogação do horário normal, será obrigatório um descanso de no mínimo 15 minutos, antes do início do período extraordinário do trabalho (art. 384, CLT). Vedado emprego de força muscular superior a 20 quilos para o trabalho continuo, ou 25 quilos para o trabalho ocasional, exceto se houve utiliza;’ao de aparelhos mecânicos (art. 390, CLT).

21. DIREITO COLETIVO DO TRABALHO Princípio da Liberdade CF, art. 8º. “É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o

registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;” Princípio da Unicidade CF, art. 8º, II – “é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será

definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;” Princípio da livre associação

Page 33: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

33

CF, art. 8º, V – “ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;” Sindicato CF, art. 8º, III – “ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;” CF, art. 8º, IV – “a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;”

Atenção: a contribuição sindical obrigatória (imposto sindical) objetiva a manutenção do sistema confederativo, razão pela qual é devida por todos os membros da categoria.

Informações adicionais previstas no art. 8º da CF/88: Inciso VI – “é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;”

Inciso VII – “o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;” Inciso VIII – “é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.” Parágrafo único. “As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.”

Instrumentos coletivos Convenção Coletiva de Trabalho: instrumento coletivo firmado entre sindicatos (patronal e dos

empregados). Categoria profissional e categoria econômica. Acordo Coletivo de Trabalho: instrumento coletivo firmado entre sindicato dos empregados e empresa(s). Apenas categoria profissional.

CLT, art. 611 – “ Convenção Coletiva de Trabalho é o acôrdo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho. § 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais emprêsas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da emprêsa ou das acordantes respectivas relações de trabalho.

Page 34: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

34

§ 2º As Federações e, na falta desta, as Confederações representativas de categorias econômicas ou profissionais poderão celebrar convenções coletivas de trabalho para reger as relações das categorias a elas vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no âmbito de suas representações.”

Observações: I - Instrumentos coletivos são formais e solenes – necessariamente por escrito. II – Prazo de vigência máximo é de dois anos. III – Direitos previstos não incorporam o contrato de trabalho (clausulas produzem efeitos

apenas durante o prazo de vigência do instrumento). 22. DIREITO DE GREVE Conceito A greve se caracteriza por ser um movimento coletivo, temporário e pacífico, onde há paralisação, total ou parcial, das atividades laborais pelos empregados, utilizada como instrumento de pressão . Previsão constitucional CF, art. 9º “É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a

oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. § 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das

necessidades inadiáveis da comunidade. § 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.”

LEI 7.783/89 Artigo 1º - É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a

oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. Parágrafo único - O direito de greve será exercido na forma estabelecida nesta Lei. Artigo 2º - Para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador. Artigo 3º - Frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recursos via arbitral, é facultada a cessação coletiva do trabalho.

Page 35: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

35

Parágrafo único - A entidade patronal correspondente ou os empregadores diretamente interessados serão notificados, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas, da paralisação. Artigo 4º - Caberá à entidade sindical correspondente convocar, na forma do seu estatuto, assembléia geral que definirá as reivindicações da categoria e deliberará sobre a paralisação coletiva da prestação de serviços. § 1º - O estatuto da entidade sindical deverá prever as formalidades de convocação e o quorum para a deliberação, tanto da deflagração quanto da cessação da greve. § 2º - Na falta de entidade sindical, a assembléia geral dos trabalhadores interessados deliberará para os fins previstos no caput, constituindo comissão de negociação. Artigo 5º - A entidade sindical ou comissão especialmente eleita representará os interesses dos trabalhadores nas negociações ou na Justiça do Trabalho. Artigo 6º - São assegurados aos grevistas, dentre outros direitos: I - o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem à greve; II - a arrecadação de fundos e a livre divulgação do movimento. § 1º - Em nenhuma hipótese, os meios adotados por empregados e empregadores poderão violar ou constranger os direitos e garantias fundamentais de outrem. § 2º - É vedado às empresas adotar meios para constranger o empregado ao comparecimento ao trabalho, bem como capazes de frustrar a divulgação do movimento. § 3º - As manifestações e atos de persuasão utilizados pelos grevistas não poderão impedir o acesso ao trabalho nem causar ameaça ou dano à propriedade ou pessoa. Artigo 7º - Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho. Parágrafo único - É vedada a rescisão de contrato de trabalho durante a greve, bem como a contratação de trabalhadores substitutos, exceto na ocorrência das hipóteses previstas nos artigos 9º e 14. Artigo 8º - A Justiça do Trabalho, por iniciativa de qualquer das partes ou do Ministério Público do Trabalho, decidirá sobre a procedência, total ou parcial, ou improcedência das reivindicações,

cumprindo ao Tribunal publicar, de imediato, o competente acórdão. Artigo 9º - Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade patronal ou diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os serviços cuja paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a

Page 36: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

36

manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento. Parágrafo único - Não havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito de contratar diretamente os serviços necessários a que se refere este artigo. Artigo 10 - São considerados serviços ou atividades essenciais:

I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; II - assistência médica e hospitalar; III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; IV - funerários; V - transporte coletivo; VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; VII - telecomunicações; VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares; IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais; X - controle de tráfego aéreo; XI - compensação bancária. Artigo 11 - Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.

Parágrafo único - São necessidades inadiáveis, da comunidade aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população. Artigo 12 - No caso de inobservância do disposto no artigo anterior, o Poder Público assegurará a

prestação dos serviços indispensáveis. Artigo 13 - Na greve, em serviços ou atividades essenciais, ficam as entidades sindicais ou os trabalhadores, conforme o caso, obrigados a comunicar a decisão aos empregadores e aos usuários com antecedência mínima de 72 (setenta e duas) horas da paralisação. => Logo, para atender à determinação legal, os grevistas deverão dar notícia do movimento com antecedência mínima de 48 horas para atividades comuns e 72 para essenciais

Artigo 14 - Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente

Lei, bem como a manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho. Parágrafo único - Na vigência de acordo, convenção ou sentença normativa não constitui abuso do exercício do direito de greve a paralisação que: I - tenha por objetivo exigir o cumprimento de cláusula ou condição;

Page 37: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

37

II - seja motivada pela superveniência de fatos novo ou acontecimento imprevisto que modifique substancialmente a relação de trabalho. Artigo 15 - A responsabilidade pelos atos praticados, ilícitos ou crimes cometidos, no curso da greve, será apurada, conforme o caso, segundo a legislação trabalhista, civil ou penal.

Parágrafo único - Deverá o Ministério Público, de ofício, requisitar a abertura do competente inquérito e oferecer denúncia quando houver indício da prática de delito. Artigo 16 - Para os fins previstos no artigo 37, inciso VII, da Constituição, lei complementar

definirá os termos e os limites em que o direito de greve poderá ser exercido. Artigo 17 - Fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados lockout. Parágrafo único - A prática referida no caput assegura aos trabalhadores o direito à percepção dos salários durante o período de paralisação. Artigo 18 - Ficam revogados a Lei n. 4.330, de 1º de junho de 1964, o Decreto-Lei n. 1.632, de 4 de agosto de 1978, e demais disposições em contrário. Artigo 19 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação

23. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE: Insalubridade: “São consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza,

condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.” (art. 189, CLT) Hipótese em que há exposição a agentes nocivos à saúde acima dos limites de tolerância fixado pelo Ministério do Trabalho. Requisitos: a) Exposição a agentes nocivos b) Inscrição do agente como insalubre pelo MTE (Súmula 460, STF e OJ/SDI-I 4, TST). c) Perícia: por médico ou engenheiro do trabalho (art. 195, CLT) Somente se não for possível a realização de perícia, como em caso de fechamento da empresa, é que o julgador se utilizará de outros meios de prova (OJ/SDI-I 278, TST).

Page 38: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

38

Adicional: a) grau mínimo: 10%; b) grau médio: 20% c) grau máximo: 40% Base de cálculo: segundo a CLT (art. 192), é o salário-mínimo. 24. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE: Periculosidade Há contato permanente ou intermitente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado (art. 193, CLT) ou eletricidade. Também é obrigatória perícia (art. 195, CLT). Adicional: 30% Base de cálculo: salário básico - sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros (art. 193, §1º).

Observações: I – Empregado não tem direito à cumulação do adicional de periculosidade e insalubridade: pode optar (art. 193, parágrafo 2º, da CLT) II – Cessada a insalubridade cessa também o direito ao respectivo adicional (art. 191, CLT e

Súmula 80 TST)

25. TERCEIRIZAÇÃO Ideia geral Há uma relação triangular (trilateral): trabalhador, empresa prestadora de serviços e tomador

serviços. Trabalhador é vinculado a uma empresa, mas prestará serviços em outra empresa.

Súmula 331 do TST. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo

diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário .

Page 39: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

39

II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da administração pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988). III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº

7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a

responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que hajam participado da relação processual e constem também do título executivo judicial (art. 71 da Lei nº 8.666, de 21.06.1993). Extrai-se, assim da Súmula 331 do TST, que: a) A terceirização somente será lícita se decorrer de:

1. Trabalho temporário, 2. Atividades de vigilância, conservação e limpeza, ou 3. Serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador

b) Se a terceirização for lícita: mantém-se o vínculo com empresa prestadora de servidos, mas o tomador de serviços responde subsidiariamente pelos débitos trabalhistas. Atenção: a Administração Pública, na qualidade de tomadora dos serviços, também pode ser responsabilizada subsidiariamente pelos débitos dos trabalhadores terceirizados, mas a teor do disposto no parágrafo único do art. 71 da Lei 8.666/93 e decisão proferida pelo STF na ADC 16, para tanto, deverá ser comprovado no caso concreto falha ou falta de fiscalização pelo órgão público contratante. c) Se a terceirização for Ilícita: haverá o reconhecimento do vínculo diretamente com o tomador

de serviços. Cuidado: se o tomador de serviços for a Administração Pública, não poderá haver o reconhecimento direto do vínculo com esta, em atenção à regra do concurso público. Trabalhador temporário Lei 8.745/93

Requisitos de validade da contratação temporária: 1 - Contrato Escrito

Page 40: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

40

2 – Motivo ensejador: contratação visa a atender: a) necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente (ex. férias) ou b) acréscimo extraordinário de serviços da empresa tomadora (ex. aumento de vendas em razão do natal). 3 - Prazo máximo de três meses, prorrogável por mais três meses, com autorização do

Ministério do Trabalho.

26. DIREITOS CONSTITUCIONAIS DOS EMPREGADOS Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III - fundo de garantia do tempo de serviço; IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,

salvo negociação coletiva; XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

Page 41: 1. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGOcursojuridico.com/euvoupassar/upload/2508.pdfNÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho Profª Daiana Trybus 1 1. RELAÇÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

Direito do Trabalho

Profª Daiana Trybus

41

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXIV - aposentadoria; XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 anos de idade em

creches e pré-escolas; XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a

indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de

cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social.