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JORGE LUIZ DE SOUZA MOTA

Ensino Superior e Empreendedorismo: A influência da formação dada por uma

Instituição no Curso de Bacharelado em Turismo.

Dissertação apresentada como requisito

complementar para obtenção do grau de Mestre em

Gestão Empresarial do Centro de Pesquisa e Pós-

Graduação em Administração – CPPA da Faculdade

Boa Viagem – DeVry Brasil, sob a orientação da

Profª. Drª. Hajnalka Halász Gati

Recife, 2014

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Catalogação na fonte -

Biblioteca da Faculdade Boa Viagem, Recife/PE

M856iMota, Jorge Luiz de Souza. Ensino superior e empreendedorismo: a influência da formação dada

por uma instituição no curso de Bacharelado em Turismo / Jorge Luiz

de Souza Mota. -- Recife : FBV | Devry, 2014.

139 f. : il.

Orientador(a) : Hajnalka Halász Gati. Dissertação (Mestrado) -- Faculdade Boa Viagem | Devry.

Inclui anexo e apêndice.

1. Ensino superior. 2. Empreendedorismo. 3. Formação

empreendedora. 4. Geração Y. I. Título.

DISS 658[14.1]

Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário: Jadinilson Afonso CRB-4/1367

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Dedico à minha esposa, Aliette de Jesus Corrêa que, de

forma especial е carinhosa, deu-me força е coragem,

apoiando nos momentos de dificuldades; aos meus filhos,

Rebeca Maria Couto Mota е Pedro Luiz Couto Mota, pela

paciência e compreensão. Aos meus pais, pela criação e

educação.

Dedico ainda aos Professores e Colegas de turma do

Mestrado por todo o conhecimento compartilhado.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus e a Nossa Senhora de Fátima por me ter dado saúde e força

que iluminou essa caminhada.

Agradeço a Aliette Corrêa, pessoa com quem amo partilhar a vida. Com você tenho me

sentido mais alegre e vivo de verdade. Obrigado pelo carinho, a paciência e por sua

capacidade de me incentivar na correria de cada semestre, aguardando pacientemente

enquanto eu me ausentava para produzir no computador, às vezes, com humores nem sempre

bons, decorrentes da tamanha empreita.

Agradeço aos meus familiares pela força, compreensão e carinho ao longo dessa jornada.

Agradeço a Tereza Cristina que com sua serenidade acalentava minha mente, corpo e alma.

No campo institucional, meus agradecimentos são dirigidos a todos que fazem parte da

família FACOTTUR (colaboradores, professores e alunos) e em especial aos Diretores que,

com sua visão empreendedora, fomentaram o meu sonho de ser Mestre.

Agradeço à professora Elizabeth Tschá, pela confiança ao analisar meu perfil na entrevista de

seleção para participar do Núcleo de Pesquisa em Gestão do Conhecimento,

Empreendedorismo e Tecnologia, bem como, no incentivo para os primeiros passos desta

pesquisa.

Por fim, agradeço à minha professora-orientadora Hajnalka Halász Gati, carinhosamente

‘Hay’, pelo acolhimento de “Mãe”, pela sinceridade, atenção, “broncas” e a paciência de me

orientar nessa travessia dolorosa e saborosa na busca da perfeição com 3 Fs: Força! Foco! Fé!.

Muito obrigado!

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“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas

vezes, mas não esqueço de que a minha vida é a maior

empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à

falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de

todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar

um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de

encontrar um oásis no recôndito da alma. É agradecer a

Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo. É ter coragem de ouvir um

“não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo

que injusta.

Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo...”

Fernando Pessoa

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RESUMO

Esta pesquisa buscou compreender como a proposta de formação dada por uma Instituição de

Ensino Superior pode influenciar o percurso de Empreendedores com base nos depoimentos

de Diretores, Coordenadores, Professores e Alunos do Curso de Turismo da Faculdade de

Comunicação, Tecnologia e Turismo de Olinda - FACOTTUR. A abordagem metodológica

foi a partir de pesquisa exploratória qualitativa e quantitativa, ou métodos mistos, e a

estratégia de pesquisa utilizada foi um levantamento realizado no Curso de Turismo com os

alunos pertencentes à Geração Y. A coleta de dados foi realizada por meio de análise de

documentos, entrevistas e questionários com questões abertas e fechadas. Os resultados que

emergiram na pesquisa foram agrupados em quatro categorias: formação oferecida pela IES;

percepção dos alunos; percepção dos alunos em relação aos professores e elementos da prática

pedagógica. Essas foram analisadas por meio da análise de documentos, análise de conteúdo e

análise estatística. Como principais resultados da pesquisa, tem-se que a formação

empreendedora proposta pela Instituição de Ensino Superior - IES direciona para formação

dos Empreendedores.

Palavras-chave: Ensino Superior. Empreendedorismo. Formação empreendedora. Geração Y.

Empreendedores.

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ABSTRACT

This research aims to understand how the formation proposal of a higher education institution

can influence the ride of entrepreneurs. The understanding comes based on the testimonials of

the directors, coordinators, professors and Students of the Tourism course of Faculdade de

Comunicação, Tecnologia e Turismo de Olinda – FACOTTUR. The methodological approach

was qualitative and quantitative exploratory research, namely as mixed methods; the research

strategy used was a data collection done in the Tourism Course with the Y Generation

Students. The data collection relied on documental analysis, interviews and questionnaires

with opened and closed questions. The results that emerged from the research were grouped

into four categories: Formation offered by the institution; Students perceptions; students

perceptions about the professors and pedagogical practices items. These categories were

analyzed through documents analysis, content analysis and statistic analysis. As the main

results we can point out that there is the entrepreneurial education proposed by the Institution

focused to the formation of Y entrepreneurs.

Key-words: Higher Education. Entrepreneurship. Entrepreneurial education. Y

generation. Entrepreneurs.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – A visão integrada de Schumpeter, Mc Clelland e Drucker.....................................48

Figura 2 – Diagrama metodológico da pesquisa.......................................................................67

Figura 3 - Gráfico iniciativas promovidas pela IES para o empreendedorismo.......................86

Figura 4 - Gráfico faixa etária...................................................................................................88

Figura 5 - Gráfico período cursado em 2013.2.........................................................................89

Figura 6 - Gráfico como os alunos consideram a formação empreendedora da FACOTTUR.91

Figura 7 - Gráfico origem da ideia para criar a empresa...........................................................94

Figura 8 - Gráfico Qual o seu sonho.........................................................................................95

Figura 9 - Gráfico características empreendedoras e da Geração Y.........................................97

Figura 10 - Gráfico disciplinas ministradas por professores com perfil empreendedor.........103

Figura 11 - Gráfico características empreendedoras dos professores.....................................104

Figura 12 - Gráfico contribuição para a formação empreendedora da FACOTTUR.............107

Figura 13 - Gráfico tipos de ações pedagógicas e metodologias de ensino em suas aulas.....109

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Busca de expressões e palavras...............................................................................23

Quadro 2 - Tipos de influências sociais sobre o empreendedor potencial ou efetivo...............47

Quadro 3 - Desenvolvimento da teoria de empreendedorismo e do termo empreendedor.......47

Quadro 4 - Características dos empreendedores de sucesso.....................................................49

Quadro 5 - Resumo das características da Geração Y por diversos autores.............................57

Quadro 6 - Tendências da Geração Y no mercado de trabalho.................................................59

Quadro 7 - Justificativa /razões para o uso dos métodos mistos...............................................62

Quadro 8 – Justificativa /razões para o uso dos métodos mistos com os objetivos

específicos.................................................................................................................................64

Quadro 9 - Data de nascimento, alunos e período de formação...............................................71

Quadro 10- Quadro metodológico com instrumentos de coleta...............................................72

Quadro 11 - Procedimentos para coleta de dados qualitativos e quantitativos para métodos

mistos........................................................................................................................................74

Quadro 12 - Procedimentos de análise de dados quantitativos e qualitativos recomendados

para o planejamento de estudos de métodos mistos..................................................................78

Quadro 13 - Resumo da abordagem metodológica da pesquisa...............................................80

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANEGEPE – Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo

BID – Banco Internacional de Desenvolvimento

DOU – Diário Oficial da União

FACOTTUR – Faculdade de Comunicação, Tecnologia e Turismo de Olinda

GEM – Global Entrepreneurship Monitor

IBQP - Instituto de Qualidade e Produtividade

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IES – Instituição de Ensino Superior

LDB – Lei de Diretrizes e Bases

MEC – Ministério da Educação e Cultura

OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

ONU – Organização das Nações Unidas

QUAL - Qualitativo

QUAN – Quantitativo

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................14

1.1 Problematização............................................................................................................14

1.2 Objetivos.......................................................................................................................20

1.2.1 Objetivo geral..............................................................................................................20

1.2.2 Objetivos específicos..................................................................................................20

1.3 Justificativas..................................................................................................................20

1.3.1 Justificativas teóricas..................................................................................................21

1.3.2 Justificativas práticas...................................................................................................24

1.4 Estrutura da dissertação..................................................................................................26

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................27

2.1 Cultura e educação empreendedora................................................................................27

2.2 Diretrizes do MEC para os Cursos de Turismo..............................................................30

2.2.1 O Curso de Bacharelado em Turismo.........................................................................33

2.3 Ensino superior e educação empreendedora..................................................................35

2.3.1 Ensino de empreendedorismo.....................................................................................38

2.3.2 Formação do empreendedor........................................................................................40

2.4 Teorias Empreendedoras................................................................................................41

2.4.1 Empreendedorismo e empreendedor...........................................................................44

2.4.2 Conhecimento e era do empreendedorismo................................................................51

2.5 Geração Y.......................................................................................................................54

2.5.1 Características da geração Y.......................................................................................56

2.5.2 Geração Y e mercado de trabalho...............................................................................58

3. METODOLOGIA..........................................................................................................61

3.1 Delineamento da Pesquisa..............................................................................................61

3.2 Unidade de análise..........................................................................................................68

3.3 População alvo...............................................................................................................70

3.4 Instrumento de coleta de dados......................................................................................72

3.5 Tratamento e análise dos dados......................................................................................78

3.6 Limites da pesquisa........................................................................................................82

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4. ANÁLISE E DISCUSSÃO.................................................................................................83

4.1 Categoria 1 - Formação oferecida pela IES....................................................................83

4.2 Categoria 2 - Percepção dos Alunos...............................................................................86

4.2.1 A Importância da Formação Empreendedora da IES..................................................90

4.2.2 Mercado de Trabalho e o sonho empreendedor..........................................................92

4.2.3 Características empreendedoras e da Geração Y........................................................96

4.3 Categorias 3 - Percepção dos Alunos em relação aos Professores.................................98

4.3.1 Disciplinas que contribuíram para sua formação empreendedora...............................98

4.4 Categoria 4 – Elementos da Prática Pedagógica..........................................................107

4.4.1 Contribuições da proposta pedagógica na visão dos alunos......................................107

4.4.2 Métodos de ensino.....................................................................................................108

5. CONCLUSÃO...................................................................................................................113

5.1 Conclusões....................................................................................................................113

5.2 Sugestões......................................................................................................................116

REFERÊNCIAS....................................................................................................................117

APÊNDICE A - Roteiro com o Diretor e Coordenador do Curso de Turismo......................123

APÊNDICE B - Questionários aplicados aos alunos que estão cursando o curso de

Bacharelado em Turismo no segundo semestre de 2013.2 na FACOTTUR .........................124

APÊNDICE C - Roteiro da condução do grupo focal com os professores..........................130

APÊNDICE D - Autorização de permissão da pesquisa.......................................................131

APÊNDICE F - Respostas das questões abertas, aplicadas com os alunos que estão cursando

o curso de Bacharelado em Turismo no segundo semestre de 2013.2 na

FACOTTUR............................................................................................................................132

ANEXO A – Matriz curricular do curso de Turismo.............................................................139

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1. INTRODUÇÃO

Neste primeiro capítulo introdutório destacamos a problemática investigada através da

contextualização dos fatores que impulsionaram a realização desta dissertação, os objetivos

geral e específicos, as justificativas teóricas e práticas que norteiam este estudo.

1.1 Problematização

Vivemos em uma sociedade em transformação, em que o conhecimento e, portanto, a

educação desempenha papel fundamental na vida dos cidadãos, na sobrevivência e no

desenvolvimento das nações. Um dos grandes desafios no panorama do alto desenvolvimento

científico e tecnológico é educar o ser humano capaz de utilizar sua criatividade para gerar

inovação e mudanças no cenário em que está envolvido.

O mercado de trabalho está passando por uma verdadeira revolução com novos padrões de

relações organizacionais, onde o emprego formal está desaparecendo e surge a necessidade de

encontrar alternativas de colocação profissional. A maneira dos profissionais enxergarem suas

carreiras e a mudança na gestão de recursos humanos tem contribuído para formar o cenário

empregatício.

As transformações pelas quais a sociedade vem passando podem ser muito bem retratadas por

meio da observação das profundas mudanças ocorridas no trabalho, na sociedade e na

educação. A mudança na estrutura produtiva de um país ou região não acontece do dia para

noite, nem é gerada espontaneamente: existe, no geral, um não aproveitamento do capital de

conhecimentos de certas instituições, de produção de saber, - universidades e institutos de

pesquisas. (LEITE, 2012).

A universidade vem contribuir com essa questão em busca do caminho para reestruturar e

renovar seus projetos pedagógicos. Deve ser uma organização que compreende residir em

seus próprios recursos internos todo o potencial necessário para sua evolução, que busca

permanentemente atualizar sua identidade, em congruência com as mudanças em seu

ambiente externo e que faz uso da criatividade, da inovação, do empreendedorismo e da

experimentação para desenvolver e aprimorar seu fazer pedagógico, buscando sempre adequá-

lo ao cenário externo.

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Diante desse cenário, não há dúvidas quanto à importância da educação para o ser humano. A

educação é discutida como a forma pela qual o homem se faz homem, sendo, portanto,

processo fundamental de transição cultural e estrutural do ser humano.

Uma educação que gera no educando a autonomia de pensamento,

sentimento, valoração, iniciativa e ação de empreendedor da própria vida,

participando de forma consciente, efetiva e criativa na transformação da

sociedade em que vive. Uma educação a serviço de uma sociedade pacífica,

justa, ética e sustentável, do empreendedorismo comprometido com a

construção de uma vida digna para todos, fortalecendo o exercício da

cidadania plena, engajada e responsável. Para isso, o projeto pedagógico das

escolas deve incluir na formação continuada dos educadores e dos

educandos as competências e habilidades do empreendedor. (ARCÚCIO;

ANDRADE, 2005, p. 14-15)

Lavieri (2010) afirma que a preocupação de melhorar a sociedade através da educação é uma

das ideias recorrentes para os educadores, uma preocupação em preparar empreendedores

criadores de empresas. Ensino e aprendizagem de empreendedorismo envolvem o

desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes e qualidades pessoais apropriadas à

idade e ao desenvolvimento dos alunos.

Na sociedade do conhecimento, uma organização que ainda tem um papel de destaque é a

universidade. Embora não seja o único espaço de busca do saber, a universidade ainda é o

grande produtor de conhecimento. Ela é o lugar onde “se pensa”, busca soluções mais

apuradas para os problemas que afligem as sociedades.

O tema empreendedorismo, a cada dia, ocupa mais tempo e dedicação de estudiosos. No

mundo inteiro, busca-se compreender, entre outros, a forma como as pessoas estabelecem

suas relações consigo mesmas, com seus negócios e com o ambiente em que se dá essa

triangulação.

Para Dornelas (2014), empreendedorismo já não é uma palavra desconhecida no vocabulário

do brasileiro há algum tempo. Jovens e adultos, homem e mulheres, e até crianças já ouviram

falar, leram ou de alguma forma empreenderam no seu dia a dia.

O cenário atual é propício para o surgimento de empreendedores. Por esse motivo, a formação

do espírito empreendedor está sendo prioridade em muitos países, inclusive no Brasil, haja

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vista a crescente preocupação das escolas e universidades a respeito do assunto, por meio da

criação de cursos e matérias específicas de empreendedorismo, como uma alternativa aos

jovens profissionais que se graduam anualmente nos ensinos técnicos e universitários

brasileiros (DORNELAS, 2008).

É importante considerar que qualquer pessoa pode ser empreendedora, tanto a que está

empregada quanto a que quer agir em sua vida pessoal. Mesmo que não queiram ou não

venham a ter seu próprio negócio, podem ser beneficiados em sua formação com o

desenvolvimento de conhecimentos e habilidades do empreendedorismo.

Segundo Dornelas (2014), a diferença entre empreender nos dias de hoje em relação ao

passado é que a quantidade de informações à disposição das pessoas e a velocidade das

mudanças nunca foram tão grandes como agora. A revolução proporcionada pela inovação

tecnológica e as mudanças no mercado de trabalho têm levado jovens e adultos a considerar o

empreendedorismo do negócio próprio uma opção de carreira.

É necessário preparar as novas gerações para adaptação a um mercado de trabalho e a uma

economia impregnada de incertezas, caracterizada pela inovação técnica, flexibilidade laboral

e pela globalização da economia. “Na concepção schumpeteriana, o empreendedor pode ser

descrito como um agente de mudanças, de transformação do ciclo econômico” (LEITE, 2012,

p. 29).

Nessa perspectiva, a história de uma geração está baseada em um conjunto de vivências

comuns, valores, visão de vida, cenário sociopolítico e a aproximação de idades. Essas

características comuns das diferentes gerações influenciam o modo de ser e de viver das

pessoas nas sociedades e é este conjunto de comportamentos e valores que diferenciam uma

geração de outra. Um dos desafios da sociedade é permanentemente compreender e adaptar-se

a estas novas gerações e a todas as mudanças geradas.

Na antiga geração de empreendedores, o poder de uma empresa estava na sua capacidade de

produzir um bem ou serviço. Na nova geração de empreendedores, as empresas devem ter

uma atenção redobrada nas suas ações de mercado e na sua visão de futuro. O papel do

empreendedor surge a partir dessa nova realidade. É a existência de indivíduos com

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capacidade de aprenderem, combinarem novas formas de conhecimento e materializarem em

inovações. (DRUCKER, 2008).

Ao ensino superior cabe preparar os futuros empreendedores para ampliar a mobilidade

profissional, diante das opções de negócios, ante a “incerteza” e a “imprevisibilidade” do

mundo atual. (LEITE, 2012).

Nesse contexto, podemos afirmar que a formação empreendedora será uma das alternativas

para vencer a crise do emprego que vem afetando a sociedade.

Pode se perceber que a educação empreendedora pode enfocar a formação

do indivíduo ou focar naquele que se interessa por uma oportunidade e que

estaria numa fase anterior à criação de um negócio; pode, ainda, voltar-se

para os que já estariam na fase de criação de um empreendimento e, até

mesmo, para aqueles que estão em fases posteriores à criação e que estão

preocupados com as estratégias para permanecer ativo ou expandir o

negócio. (LOPES, 2010, p. 25).

A questão que se coloca é saber quais as formas de intervir das universidades para estimular o

comportamento empreendedor, formando ou desenvolvendo indivíduos com tais

características.

O desafio agrava-se em função da crescente representatividade dos jovens da Geração Y no

mercado de trabalho. O termo Geração Y, refere-se ao grupo de pessoas nascidas entre o

início da década de 1980 e o ano 2000, cujos “primeiros” membros, hoje em torno dos 19 a 31

anos de idade, começam a se apresentar de forma significativa como força de trabalho e que

brevemente será maioria (LIPKIN e PERRYMORE, 2010).

Esse grupo tem sido objeto de estudo de diversas áreas do conhecimento e é marcado por

características relacionadas com o ritmo de mudança, a necessidade e o grau de interatividade,

o acesso à informação. Para referência deste estudo, adotamos o período para corte

demográfico da Geração Y a definição de Lancaster e Stillman (2011) composta por nascidos

entre 1982 a 2000.

No Brasil, os principais desafios do Ensino Superior, na atualidade, são o aumento do acesso

aos jovens estudantes e a inclusão dos mais desprovidos dos pontos de vista socioeconômico e

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étnico. Aqui, concentramos nossa discussão no Ensino Superior que deve preparar para

desenvolver atividades e projetos que gerem valor social e econômico para regiões e países,

isto é, gerar negócios inovadores e competitivos, gerar empregos, renda e riqueza.

Para Souza Neto (2008), como no Brasil ainda não se atingiu um grau avançado de

relacionamento entre empresas e instituições de ensino, no sentido de desenvolver tecnologias

e trocar conhecimentos teóricos e empíricos, a crença destas instituições de que o verdadeiro

conhecimento está fora dos “muros acadêmicos”, é reforçada, como se o “treinamento”

universitário consistisse meramente de um conjunto de teorias inúteis, concebidas a partir de

um modelo idealizado, sem considerar o empreendedorismo um fenômeno cultural.

As Instituições de Ensino Superior - IES devem despertar para a realidade dos jovens que

estão em formação para entrar no mercado de trabalho e enfrentar a crise do desemprego

qualificado, isto é, pessoa de formação de nível superior que não consegue emprego no seu

campo de formação.

O projeto que propomos está vinculado à proposta de formação empreendedora ancorado no

Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI e no Projeto Pedagógico do Curso – PPC do

Curso Bacharelado em Turismo da Faculdade de Tecnologia e Comunicação de Olinda –

FACOTTUR que se apresenta como uma proposta diferenciada de formação, embasada em

um projeto consistente para a aquisição de competências, habilidades, atitudes, características

inovadoras e empreendedoras em consonância com as transformações da sociedade

contemporânea e as mudanças de paradigmas enfrentados pelas organizações.

De acordo com Panosso Netto e Calciolari (2010), o número de cursos de graduação em

Turismo no país, que chegou ao seu ápice em 2002, passou a ter uma redução gradativa, o que

repercutiu também na diminuição do número de publicações. Uma hipótese explicativa para o

fenômeno pode estar baseada na informatização das agências de turismo e a ausência de uma

formação empreendedora. A retomada e um novo alento foi dado pelo grande potencial a ser

explorado no Brasil. Segmentos são chamarizes importantes para o aquecimento do setor

como o turismo rural, turismo ecológico, turismo cultural e o mercado da maior idade, são

diferenciais que confirmam que o setor deve ser mais incentivado.

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O emprendedorismo é um fenômeno cultural, a compreensão do

empreendedorismo no contexto brasileiro depende da referência à cultura

brasileira. Teorizar sobre o empreendedorismo brasileiro implica o

empenho por formular um saber situado, uma vez que os empreendedores

não agem e reagem de maneira idêntica em todos os lugares – suas

racionalidades se constroem socialmente “in situ”. E essas racionalidades

“situadas” são híbridas, flexíveis, complexas e abertas. (SOUZA e

GUIMARÃES, 2005, p.27).

Em base disso, as peculiaridades de Pernambuco e, em particular, de Recife e Olinda têm

norteado a estruturação do curso de Bacharelado em Turismo oferecido pela FACOTTUR,

como cenário de inclusão e inserção no mercado de trabalho.

Como diz Julien (2010), o meio é o lugar e ao mesmo tempo o mecanismo coletivo que pode

explicar e facilitar os diferentes laços sociais, permitindo assim o desabrochar de um espírito

empreendedor, fornecendo os recursos de bases, tais como informação e os meios para

transformá-la em conhecimento a fim de enfrentar os desafios da nova economia. De acordo

com o autor, o meio é o elemento chave do empreendedorismo regional.

Nesse cenário, Olinda, município brasileiro do estado de Pernambuco, possui cerca de 376

mil habitantes (IBGE, 2010), sendo uma das mais bem preservadas cidades coloniais do

Brasil e segunda cidade brasileira a ser declarada Patrimônio Histórico e Cultural da

Humanidade pela UNESCO, em 1982. Durante todo o ano, em especial no sítio histórico de

Olinda, há eventos culturais, como feirinhas de artesanato, reggaes, sambas, maracatus e

afoxés. Também há ambientes mais intimistas, como casas de festas, bares e restaurantes

culturais, noites literárias, excelente gastronomia e música ao vivo, possibilitando atrativos

que estimulam oportunidades de trabalho, emprego e renda em âmbito regional.

Ao reconhecer a relevância dessa discussão, urge que a universidade deixe de formar

empregados, fruto de uma educação embasada na transmissão, e passe a formar

empreendedores, fruto de uma educação embasada na transformação. Somente através de

pessoas com perfil empreendedor poderemos construir uma sociedade que promova a

cooperação e diminua as diferenças. No contexto específico: Instituição de Ensino, formação

empreendedora e Geração Y, esta dissertação tem como pergunta de pesquisa: como a

formação dada por uma instituição de ensino superior no Curso de Bacharelado em Turismo

pode influenciar o percurso da formação de Empreendedores?

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1.2 Objetivos

Indicam o que se pretende, em intenção da pesquisa. Através dos objetivos geral e específicos,

com o intuito de nortear essa pesquisa e despertar o interesse do leitor.

1.2.1 Objetivo geral

Verificar a influência da formação dada por uma Instituição de Ensino Superior do

Curso de Bacharelado em Turismo no percurso da formação de Empreendedores.

1.2.2 Objetivos Específicos

1- Levantar a proposta de formação oferecida pela instituição de ensino no Curso de

Bacharelado em Turismo na formação empreendedora dos alunos da Geração Y.

2- Identificar a percepção dos alunos da Geração Y sobre a formação empreendedora

oferecida pelo Curso de Bacharelado em Turismo.

3- Identificar, na percepção dos alunos, os professores que mais influenciaram o

comportamento empreendedor.

4- Analisar elementos da prática pedagógica dos professores que contribuíram para

formação do espírito empreendedor dos alunos do Curso de Bacharelado em Turismo

da Geração Y.

1.3 Justificativas

As justificativas teóricas e práticas do estudo apresentam as razões para a realização da

pesquisa, importância de contemplar os stakeholders, bem como, o interesse do meio

acadêmico e do tema, no sentido de promover o desenvolvimento econômico e social.

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1.3.1 Justificativas teóricas

As Instituições de Ensino Superior devem tomar para si o encargo de tecer uma rede de

saberes inter-relacionados capazes de propiciar ao aluno a busca da realização das utopias que

levam a quebrar velhos paradigmas e destruir mitos que possam impedir o desenvolvimento

de uma sociedade cidadã.

As universidades são depositárias das esperanças sociais de grande parte da

população, que espera e cobra resultados, benefícios sociais e culturais

efetivos das IES. Tais instituições, para darem cumprimento a essa tarefa,

necessitam ter uma consistência clara e suas potencialidades e limites, bem

como contar com mecanismos capazes de indicar, com clareza, as diretrizes

e metas futuras (LOUSADA; MARTINS, 2005, p. 75).

De acordo com Arcúcio e Andrade (2005), a complexidade do mundo moderno e os efeitos da

globalização exigem que o processo educativo estimule novos conhecimentos, habilidades,

competências e valores, promovendo o desenvolvimento do potencial empreendedor que todo

ser humano traz consigo, independentemente da educação proporcionada pelas instituições –

família, escola e sociedade.

O projeto desenvolvido pela Endevor Brasil, em 2012, que teve por objetivo apresentar o

panorama das características dos estudantes universitários brasileiros relacionados ao

empreendedorismo e do qual participaram 46 instituições e 6.215 estudantes de ensino

superior, retrata a importância do estudo de empreendedorismo no ensino superior. A

compreensão do impacto dos programas existentes pode tanto ajudar a entender mais sobre o

que tem sido alcançado, quanto colaborar na criação de novos programas ou melhorias para os

já existentes.

É preciso esclarecer que o desenvolvimento de programas de educação empreendedora de

qualidade é uma proposta de longo prazo, ainda que a necessidade de criá-los seja imediata. A

formatação de bons programas no percurso da formação dos Empreendedores demanda uma

sólida fundamentação, mas existe um arcabouço teórico que nos forneça referências tanto para

analisar de maneira crítica as iniciativas em andamento quanto para planejar futuras ações.

No Brasil, a área de empreendedorismo já tem relativa importância e espaço. A formação de

Empreendedorismo, no entanto carece, de um debate mais aprofundado, que busque alicerçá-

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lo em bases conceituais mais sólidas para ampliar e contribuir no âmbito teórico e prático. Os

estudos deixam evidente o distanciamento entre a teoria e a prática, ou seja, entre

profissionais preocupados com a educação e aqueles que procuram formar empreendedores.

Os estudos de empreendedorismo no ensino superior parecem se justificar pela crescente

necessidade de desenvolver potenciais empreendedores, em habilidades e competências que

possibilitem a sua inserção e desempenho em uma sociedade altamente competitiva. O tema

tem merecido crescente preocupação das empresas, órgãos governamentais e, especialmente,

as instituições de ensino superior (STEFANO, DUTRA e FACINI, 2006).

Para DRUCKER (2008), é também um reconhecimento ou, no mínimo, a aceitação de que o

empreendedorismo é o processo que pode ser aprendido e, portanto, ensinado. Segundo

LEITE (2012), o número crescente de trabalhos de investigação sobre a figura do

empreendedor, levado a cabo pelas principais universidades do mundo, evidencia, cada vez

mais, a importância do estudo de empreendedorismo.

Tanto o interesse pelas características e comportamentos dos jovens como o tema do

empreendedorismo estão crescendo no mundo inteiro. Organizações como o Fórum

Econômico Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização para a

Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e o Banco Interamericano de

Desenvolvimento (BID), já começaram a estudar o fenômeno.

No Brasil, organizações como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a

fundação Dom Cabral, Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas

(SEBRAE) e a Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas

Empresas (Anegepe) também se debruçam sobre o tema.

Motta, Alcadipani e Bresler (2001) afirmam que existe a necessidade de desenvolvimento de

modelos de gestão tipicamente nacionais, que levem em conta nossas especificidades na

teorização e na análise organizacional, tendo em vista o estrangeirismo, em nossos modelos

de gestão e análises, o que, para o autor, dificulta o processo de encontrarmos soluções para

nossos próprios problemas. Souza Neto (2008) corrobora com esse pensamento. Reconhece

que, além da enorme relevância dada ao tema “Empreendedorismo” atualmente no Brasil, a

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discussão atual no campo acadêmico está impregnada pela adoção acrítica de modelos

estrangeiros com pouca “adaptabilidade” ao nosso contexto social e cultural.

Filion (1999) contribui para essa discussão se detendo no modo de pensar do empreendedor.

Alerta para o fato de haver uma vasta pesquisa sobre empreendedorismo, mas que poucos

pesquisadores se preocupam com esse modo de pensamento empreendedor e, principalmente,

com o sistema de atividades do empreendedor que, além de definir novos contextos e formas

de conduta condizentes com a resolução desses novos contextos, procura ampliar e deslocar

pensamento para novas formas de análise.

Destacamos que um fator de interesse para esta pesquisa foi a ausência de registros de

produções científicas nos portais de periódicos, que contemplem empreendedorismo, Geração

Y e educação superior em uma mesma pesquisa. As bases pesquisadas foram os portais

CAPES e SciELO.

Quadro 1 – Busca de expressões e palavras.

Termo da Pesquisa SciELO CAPES

Ensino superior 1.366 7.835

Empreendedorismo 142 756

Geração Y 336 723

Empreendedorismo e educação 10 147

Empreendedorismo e ensino superior 2 80

Geração Y e empreendedorismo 1 Termo da pesquisa não representa

os achados.

Empreendedorismo, Geração Y e ensino superior. 0 0

Pesquisa realizada pelo autor em 29 set. 2013.

É possível encontrar na base de dados utilizada, na CAPES e SciELO, inúmeros artigos sobre

empreendedorismo, Geração Y e ensino superior isoladamente. Porém, quando se trata da

educação empreendedora, ensino superior e Geração Y em um mesmo estudo, a produção

ainda é ínfima.

Nesse sentido, percebemos que se tornam cada vez mais urgentes pesquisas e estudos sobre

empreendedorismo, Geração Y e educação superior, pois a educação na universidade deve

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assumir a responsabilidade de conscientizar, instigar e contribuir para a formação de pessoas

criativas, empreendedoras e comprometidas com o desenvolvimento coletivo.

1.3.2 Justificativas práticas

Muitos fatores contribuem para o surgimento do empreendedor: personalidade, família, etnia,

cultura, religião, exposição a negócios, modelos, experiência de trabalho. Destacam-se

também a influência da educação e do conhecimento para encorajar o empreendedorismo, ao

desenvolver atitudes, conhecimentos e habilidades empreendedoras.

Muitos obstáculos, porém, ainda existem para o pleno exercício de atividades empreendedoras

no Brasil. O relatório Global Entrepreneurship Monitor - GEM (2012) destaca que, apesar de

o país ter avançado com o crescimento do empreendedorismo iniciado pela identificação de

oportunidades, a valorização do empreendedor na sociedade e a disseminação da aspiração

para empreender, o país tem muito a melhorar para oferecer boas condições de manifestação

do empreendedorismo. Para fazê-lo, segundo o painel de especialistas consultados no estudo,

os maiores desafios estão no âmbito de políticas e programas de governo, seguidos da

necessidade de se aperfeiçoar a educação, as atividades de ciência e tecnologia, a regulação da

competição e a oferta de formação em gestão financeira.

De acordo com Souza Neto (2008), o GEM tem sua importância na atualidade como

referência sobre a atividade empreendedora mundial e em alguns dados sobre o caso

brasileiro. Para o autor, fica claro que não dá para “entender” o Brasil somente com “olhos”

desviados pelo ângulo da “megera cartesiana”: por aqui a sabedoria é algo distinto da lógica!

Para Dolabela (2003), a concepção da agenda de desenvolvimento de um país afeta o papel

que se espera do empreendedor, assim como o de todos os demais atores da sociedade. Daí a

importância de levar em conta que, no Brasil, a educação empreendedora deve incluir

necessariamente o aumento da capacidade de gerar capital social e capital humano. Assim,

apesar da educação empreendedora ser um assunto em processo de valorização, a falta de uma

cultura empreendedora e a pouca disposição em discuti-la de maneira mais ampla, atingindo

não uma disciplina, mas todo o currículo universitário, ainda bloqueiam os principais efeitos

positivos que dela podem advir.

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Para Demo (2001), em qualquer circunstância, educação e conhecimento representam a

estratégia primordial de desenvolvimento humano sustentado, dentro de um enfoque integrado

e matricial. Se a universidade fosse o lugar privilegiado da educação e do conhecimento, seria

também a usina principal do futuro.

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases - LDB (Lei nº 9.394/96), em seu artigo 43, a Educação

Superior tem por objetivo formar diplomados aptos para a inserção em setores profissionais e

para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, além de estimular o

conhecimento dos problemas do mundo presente, o que tem feito à sociedade esperar muito

mais das Universidades do que ser uma instituição centrada basicamente no ensino

tradicional.

Destacamos que políticos e dirigentes universitários começaram a se dar conta da importância

de tratar de empreendedorismo como tema de formação, inclusive nas IES. O foco da

educação brasileira apenas na formação de futuros empregados qualificados já se mostra

insuficiente diante das necessidades do país.

O desafio do estudo, portanto, reside em refletir sobre as atitudes, comportamentos e

habilidades dos alunos do curso de Bacharelado em Turismo oferecidos pela Instituição de

Ensino Superior – IES, Faculdade de Comunicação e Tecnologia e Turismo de Olinda –

FACOTTUR na formação empreendedora.

O estudo torna-se relevante para Diretores, Coordenadores, Professores e Alunos da

FACOTTUR, na discussão da proposta pedagógica do curso de Turismo no percurso da

formação dos alunos Empreendedores.

Propiciará à instituição um crescimento de aprendizado mútuo e contínuo, visando o

aperfeiçoamento das atividades e recursos da IES, voltado à preparação dos estudantes para

tomarem iniciativas empreendedoras, bem como, contribuir com outras IES na criação,

desenvolvimento e avaliação de programas de educação empreendedora no ensino superior.

Para tal, o estudo contribuirá para preencher a lacuna da formação de empreendedores de

modo a garantir que estas tenham a capacidade necessária para identificar oportunidades,

explorá-las e gerir sua formação de modo a garantir e existência e o progresso do país.

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1.4 Estrutura da dissertação

O trabalho está estruturado da seguinte forma: o capítulo 1 retrata a contextualização da

pesquisa, seus objetivos, bem como as justificativas práticas e teóricas para realização e

estruturação desta dissertação.

O capítulo 2 trata da revisão da literatura. Em um primeiro momento, foram contempladas as

questões culturais e educação empreendedora. Em um segundo momento, apresenta-se o tema

empreendedorismo e, por fim, uma base para a compreensão da relação empreendedorismo e

Geração Y.

No capítulo 3, apresentamos os procedimentos metodológicos, caracterização da pesquisa e a

metodologia utilizada no desenvolvimento do estudo.

No capítulo 4, são expostos os dados coletados trazendo para análise e discussão as categorias

que emergiram neste estudo.

O capítulo 5 contempla as conclusões e sugestões finais pertinentes à pesquisa.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O presente capítulo tem apresentamos a base teórica para os objetivos específicos e orientar o

leitor quanto a um conjunto de aspectos que compõem o pano de fundo desta pesquisa, dentre

eles cultura organizacional, diretrizes educacionais, ensino superior, empreendedorismo e

Geração Y.

2.1 Cultura e educação empreendedora

Cultura é um fenômeno dinâmico que nos cerca em todas as horas, sendo constantemente

desempenhada e criada por nossas interações com outros e moldada por comportamento de

liderança, e um conjunto de estruturas, rotinas, regras e normas que orientam e restringem o

comportamento. (SCHEIN, 2009).

Originalmente, a palavra cultura significa o cultivo ou cuidado de alguma coisa, relacionando-

se essencialmente à agricultura e à criação de animais. A partir do século XVI, seu sentido

passou a se estender ao processo de desenvolvimento humano, com a ideia de que a

identidade humana era criada pela sociedade através da família, comunidade, instituições

educacionais, práticas religiosas, etc.

A cultura também passou a ser associada à ideia de civilização e de progresso social. No fim

do século XVIII, o vocábulo começou a se referir a produtos intelectuais, artísticos e

espirituais, adicionando-se um senso de superioridade e elitismo ao significado de cultura.

Somente no fim do século XIX, o conceito de cultura foi incorporado pela antropologia, em

alusão aos costumes, práticas e crenças das sociedades (THOMPSON, 1995).

Segundo Dias (2013), a cultura é um dos temas mais discutidos na atualidade em função da

queda de barreiras culturais propiciada pela globalização, que coloca frente a frente diversas

perspectivas de existência, muitas vezes tendo de conviver harmonicamente num espaço

territorial. Segundo o entendimento do autor, identificado com a literatura científica, cultura é

tudo aquilo que é criado e aprendido pelo ser humano num grupo social, compreendendo o

conjunto de conhecimentos, símbolos, experiências, costumes, comportamentos etc.

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(...) cada sistema cultural está sempre em mudança. Entender tal dinâmica é

importante para atenuar o choque entre as gerações e evitar comportamentos

preconceituosos. Da mesma forma que é fundamental (...) a compreensão

das diferenças entre povos de culturas diferentes, é necessário saber entender

as diferenças que ocorrem dentro do mesmo sistema. Este é o único

procedimento que prepara o homem para enfrentar serenamente este

constante e admirável mundo novo do porvir (LARAIA, 2004, p.101).

A cultura não pode ser mudada da noite para o dia. Por isso, uma cultura organizacional

criativa e inovadora não é uma tarefa das mais fáceis: são necessárias várias mudanças de

médio e longo prazo.

Um item que compõe a organização e que é fundamental para a criação de um ambiente

favorável aos programas de empreendedorismo é chamado de cultura organizacional. Schein

(2009) é um dos renomados autores na literatura sobre cultura organizacional. Ele defende a

elaboração de conceitos mais profundos e complexos. Para o autor, a cultura organizacional

pode ser definida como um padrão de pressupostos básicos compartilhados que o grupo

aprendeu a partir da resolução de problemas de adaptação externa e integração interna, e que

tem funcionado bem o suficiente para ser considerado válido e para ser ensinado aos novos

membros como o modo correto de perceber, pensar e sentir em relação àqueles problemas.

Uma das principais características da educação, hoje é a heterogeneidade econômica de seus

frequentadores. Essa peculiaridade traz uma variedade de diferenças culturais e, em dada

medida, ajuda a educação expressar o intercâmbio entre cultura e experiências de vidas

diversas, o que é salutar para todos.

O empreendedorismo se estabelece como um fenômeno cultural e, deste modo, fortemente

relacionado e embasado no processo educacional, mergulha fundo no estudo do

comportamento, das atitudes empreendedoras, das condições ambientais e depois formula

métodos de ensino para a sua socialização. Os pilares do ensino empreendedorista são a

formação de atitudes e o desenvolvimento das técnicas de planejamento. (FRANZINI, SELA

e SELA RAMOS, 2006).

Uma atitude empreendedora deve ser compreendida não apenas tendo em vista uma pessoa de

forma isolada, mas é necessário abranger o contexto cultural que a cerca. A questão cultural é

tratada por Dolabela (2008) no momento em que esclarece que o empreendedorismo é um

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fenômeno cultural, fruto de hábitos, práticas e valores do meio em que se vive. Para o autor, o

nosso tecido cultural, rico e criativo pela sua diversidade, injusto por sua história, livre e

alegre por sua visão de mundo, fornece os fundamentos que dão vida à Teoria dos Sonhos e a

proposta de sua aplicação na educação.

Do ponto de vista do comportamento do empreendedor, o empreendedorismo pode ser, ainda,

considerado um fenômeno regional, ou melhor, a visão deste fenômeno não deve estar

desprovida de uma análise contextualizada das peculiaridades regionais. (GREBER, 1990).

As culturas, necessidades e hábitos de uma região determinam comportamentos, uma vez que

empreendedores integram, assimilam e interpretam esses comportamentos e este fato tem

reflexos sobre o modo como formam novos negócios. Empreendedores locais podem refletir a

cultura de sua própria comunidade e, assim, concentrarem-se na busca de nichos de mercado e

satisfação de necessidades específicas do local.

Para Filion e Borges (2013), a cultura que está na base de toda maneira de pensar e de agir, se

desenvolve em contato com pessoas que incorporam essa cultura e se integraram bem a ela.

Isso se aplica a qualquer pessoa que esteja pensando em se tornar um empreendedor. Ele está

se preparando, colocando-se em contato com os empreendedores. Não há uma geração

espontânea. O conceito de cultura foi assim, desenvolvido para representar, em um sentido

mais amplo e holístico, as qualidades de qualquer grupo humano específico que passe de uma

geração para a seguinte. (KOTTER e HESKETT, 1994, p. 3).

As IES precisam assumir o papel de agentes de mudança educacional, o que levará,

obrigatoriamente, a uma mudança na cultura de subserviência que, segundo Souza Neto

(2008), tem forte influência no campo acadêmico pela adoção acrítica de modelos

estrangeiros de pouca adaptabilidade ao nosso contexto social, econômico e cultural das

organizações governamentais, infelizmente tão presentes no Brasil.

Trata-se, mais uma vez, de uma forma de superar uma das mais polêmicas questões de nossa

cultura: a herança colonial, que traz, como um de seus traços característicos, a reprodução de

modelos preexistentes, que origina uma constante dependência da importação de tecnologia

estrangeira e exige sempre uma readaptação aos moldes nacionais. (GUERRA e

GRAZZIOTIN, 2010, p.86,87).

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Para as autoras, os desafios que o empreendedorismo impõe à educação formal nas

Instituições de Ensino Superior (IES) convergem, em última análise, para um único ponto: o

desafio da superação de conceitos pré-concebidos para uma realidade regional.

O conceito de cultura empreendedora na pedagogia empreendedora é, em grande medida, a

tarefa do professor. É ele que ajudará a construir essa cultura específica, definida com os

valores sociais que sustentam a noção de um sistema de vida empreendedor como desejável e

que apoiam fortemente a busca de um comportamento empreendedor efetivo pelos indivíduos

ou grupos.

O perfil desejado pelos estudantes universitários dos cursos de turismo para se inserirem no

mercado de trabalho serão discorridas a seguir, nas diretrizes do MEC e na apresentação do

curso de turismo da FACOTTUR.

2.2 Diretrizes do MEC para os Cursos de Turismo

Quanto ao perfil desejado, o curso de graduação em Turismo deverá oportunizar a formação

de um profissional apto a atuar em mercados altamente competitivos e em constante

transformação, cujas opções possuem um impacto profundo na vida social, econômica e no

meio ambiente.

Resolução N0 13, de 24 de novembro de 2006, institui as diretrizes curriculares nacionais do

Curso de Graduação em Turismo:

Artigo. 40 O curso de graduação em Turismo deve possibilitar formação profissional que

revele, pelo menos, as seguintes competências e habilidades:

a) compreensão das políticas nacionais e regionais sobre turismo;

b) utilização de metodologia adequada para o planejamento das ações turísticas,

abrangendo projetos, planos e programas, com os eventos locais, regionais, nacionais e

internacionais;

c) positiva contribuição na elaboração dos planos municipais e estaduais de turismo;

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d) domínio das técnicas indispensáveis ao planejamento e à operacionalização do

inventário turístico, detectando áreas de novos negócios e de novos campos turísticos

e de permutas culturais;

e) domínio e técnicas de planejamento e operacionalização de estudos de viabilidade

econômico-financeira para os empreendimentos e projetos turísticos;

f) adequada aplicação da legislação pertinente;

g) planejamento e execução de projetos e programas estratégicos relacionados com

empreendimentos turísticos e seu gerenciamento;

h) intervenção positiva no mercado turístico com sua inserção em espaços novos,

emergentes ou inventariada;

i) classificação, sobre critérios prévios e adequados, de estabelecimentos prestadores de

serviços turísticos, incluindo meios de hospedagens, transportadoras, agências de

turismo, empresas promotoras de eventos e de outras áreas, postas com segurança à

disposição do mercado turístico e de sua expansão;

j) domínios de técnicas relacionadas com a seleção e avaliação de informações

geográficas, históricas, artísticas, esportivas, recreativas e de entretenimento,

folclóricas, artesanais, gastronômicas, religiosas, políticas e outros traços culturais,

como diversas formas de manifestação da comunidade humana;

k) domínio de métodos e técnicas indispensáveis ao estudo dos diferentes mercados

turísticos, identificando os prioritários, inclusive para efeito de oferta adequada a cada

perfil do turista;

l) comunicação interpessoal, intercultural e expressão correta e precisa sobre aspectos

técnicos específicos e da interpretação da realidade das organizações e dos traços

culturais de cada comunidade ou segmento social;

m) utilização de recursos turísticos como forma de educar, orientar, assessorar, planejar e

administrar a satisfação das necessidades dos turistas e das empresas, instituições

públicas ou privadas, e dos demais segmentos populacionais;

n) domínio de diferentes idiomas que ensejem a satisfação do turista em sua intervenção

nos traços culturais de uma comunidade ainda não conhecida;

o) habilidade no manejo com a informática e com outros recursos tecnológicos;

p) integração nas ações de equipes interdisciplinares e multidisciplinares interagindo

criativamente nos diferentes contextos organizacionais e sociais;

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q) compreensão da complexidade do mundo globalizado e das sociedades pós-industriais,

onde os setores de turismo e entretenimento encontram ambientes propícios para se

desenvolverem;

r) profunda vivência e conhecimento das relações humanas, de relações públicas, das

articulações interpessoais, com posturas estratégicas para o êxito de qualquer evento

turístico;

s) conhecimentos específicos e adequado desempenho técnico-profissional, com

humanismo, simplicidade, segurança, empatia e ética.

Artigo 50 Os cursos de graduação em Turismo deverão contemplar, em seus projetos

pedagógicos e em sua organização curricular, conteúdos que atendam aos seguintes eixos

interligados de formação:

1. conteúdos básicos: estudos relacionados com os aspectos sociológicos,

antropológicos, históricos, filosóficos, geográficos, culturais e artísticos, que

conformam as sociedades e suas diferentes culturas;

2. conteúdos específicos: estudos relacionados com a teoria Geral do turismo, teoria da

informação e da comunicação, estabelecendo ainda as relações do turismo com a

administração, o direito, economia, estatística e contabilidade, além do domínio de,

pelo menos, uma língua estrangeira;

3. conteúdos teórico-práticos: estudos localizados nos respectivos espaços de fluxo

turístico, compreendendo visitas técnicas, inventário turístico, laboratórios de

aprendizagem e de estágios.

A proposta curricular do Curso de Bacharelado em Turismo da Faculdade de Comunicação,

Tecnologia e Turismo de Olinda - FACOTTUR tem por finalidade capacitar o seu alunado

para a obtenção de uma formação generalista, no sentido tanto do conhecimento geral, das

ciências humanas, sociais, políticas e econômicas, como também uma formação

especializada, constituída de conhecimentos específicos, sobretudo nas áreas culturais,

históricas, ambientais, antropológicas, de inventário do patrimônio histórico e cultural, bem

com o agenciamento, organização e gerenciamento de eventos e a administração do fluxo

turístico.

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A formação do bacharel em turismo da FACOTTUR tem como proposta, além do

conhecimento teórico-prático específico da área, desenvolver um espírito humanístico crítico,

que o habilite a contribuir não só para o crescimento e desenvolvimento do turismo, mas

também, para a melhoria da qualidade de vida das sociedades, assumindo a posição de

cidadão consciente da realidade que o rodeia.

2.2.1 O Curso de Bacharelado em Turismo da FACOTTUR

Ancorado no Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI, da FACOTTUR, o Curso de

Bacharelado em Turismo apresenta-se como uma proposta diferenciada de formação,

embasada em um projeto consistente para a aquisição de competências. A ênfase no

desenvolvimento de habilidades e aprimoramento das competências transversais de trabalho

favorece ao estudante uma atuação aplicada e de qualidade para a estruturação e

implementação das políticas e práticas dos Turismólogos.

As peculiaridades do Pernambuco, e em particular, de Recife e Olinda têm norteado a

estruturação do curso de Turismo oferecido pela FACOTTUR. O novo profissional de

turismo prepara-se para atuar local e globalmente, considerando a realidade da atuação do

líder responsável pelo desenvolvimento de organizações dos setores público e privado,

atendendo às demandas instituídas pela globalização e pelas novas tecnologias.

Esse profissional é formado com base em um projeto pedagógico que tem por finalidade o

aperfeiçoamento contínuo da política e da prática acadêmica, trazendo ao primeiro plano a

questão da qualidade de ensino, nas dimensões política, social e ambiental. Sob este prisma, o

processo educativo deve estar voltado para a formação do aluno com competência técnico-

científica e compromisso social. Este processo, por sua vez, é o resultado de um conjunto de

relações sociais e de relações com o conhecimento que só pode ser compreendido no contexto

social particular em que acontece.

No Projeto Pedagógico do Curso de Turismo da FACOTTUR, a formação humanística é

priorizada, incentivando e criando condições para que o aluno tenha uma visão sistêmica e

interdisciplinar, permitindo que as decisões que venha a tomar sejam embasadas numa ampla

compreensão do meio social, político, econômico, cultural e ambiental contemporâneo.

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Nessa linha, o curso caracteriza-se por uma orientação de permanente estímulo à imaginação,

inovação e criatividade do aluno, procurando exercitar seu raciocínio analítico. Inspirar sua

capacidade de realização e desenvolver suas habilidades de expressão oral e escrita. Do ponto

de vista institucional, essa filosofia se traduz no compromisso de acompanhar a evolução das

potencialidades do aluno, adotando procedimentos que orientem seu processo de

aprendizagem e estimulem a conscientização do compromisso com sua própria formação, não

só como profissional, mas também como cidadão responsável.

O Projeto Pedagógico busca, sobretudo, habilitar profissionais comprometidos e preparados

para o desempenho das funções que podem ser ocupadas pelos graduados em Turismo. Isso

implica a presença, no projeto didático pedagógico, de atitudes e indicadores basilares:

(a) A obediência à legislação pertinente às seguintes normas legais (a LDB

9.394/96), Diretrizes Curriculares do Curso de Turismo (Parecer CNE/CES

no 67/2003, bem como ao Parecer CNE/CES no 288/2003 e Resolução

CNE/CES no 13, de 24 de novembro de 2006), aos Padrões de Qualidade

MEC/SESu bem como à Missão pertinente à identidade institucional da

Faculdade de Comunicação e Turismo de Olinda - FACOTTUR, prevista em

seu Plano de Desenvolvimento Institucional - PDI;

(b) A inserção no currículo de disciplinas que compreendem as

competências e habilidades profissionais, gerais e específicas, de caráter

transversal e interdisciplinar para o enriquecimento do perfil do formando;

(c) A inserção de disciplinas inovadoras, de formação complementar,

organizadas pela Faculdade de Comunicação e Turismo de Olinda -

FACOTTUR, de modo a atender as significativas questões da

contemporaneidade;

(d) O levantamento de indicadores e subsídios do referencial bibliográfico

que não se restrinjam somente à formação de um profissional com perfil

determinado pelas leis do mercado de trabalho, mas à formação do

profissional cidadão, capaz de interagir com a sociedade;

(e) Qualificação adequada e comprovada competência por parte dos docentes

responsáveis;

(f) A participação de todos os docentes na reflexão, análise, diagnóstico e

elaboração do Projeto Pedagógico do Curso - PPC;

(g) O compromisso da coordenação do Curso de Graduação em Turismo da

Faculdade de Comunicação e Turismo de Olinda - FACOTTUR de manter-

se atenta às suas competências, como garantidora da coerência, da lógica

interna entre a proposta e o currículo pleno.

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A inserção do tema empreendedorismo está presente na proposta de formação da

FACOTTUR e no ensino superior tem despertado interesse em virtude das questões

educacionais relacionadas aos currículos e aos docentes para atender ao processo de um perfil

profissional compatível com as demandas da sociedade atual que serão discorridos a seguir.

2.3 Ensino superior e educação empreendedora

Educar quer dizer evoluir sem mudar nossas raízes, reconhecendo a energia que dela emana.

É também despertar a rebeldia, a criatividade, a força da inovação, para construir um mundo

melhor, é substituir a lógica do utilitarismo e do individualismo pela construção do humano,

do social e da qualidade de vida.

O paradigma da educação para o novo milênio deve se basear em quatro pilares: aprender a

conhecer, aprender a viver juntos, aprender a fazer e aprender a ser, que interagem e são

interdependentes. (DELORS, 2010)

A educação é o principal fator responsável pelo desenvolvimento de uma pessoa e

consequentemente, de um país.

Educação significa “mãos livres”, do contrário não será educação. Tem que

fornecer algo diferente – ideias conceituais que são literalmente irrealistas e

impraticáveis, pelo menos parecem ser assim quando vistas de modo

convencional. As pessoas aprendem quando afastam suas descrenças e

passam a aceitar ideias desafiadoras que podem remodelar o seu

pensamento. Educação é isso. (MINTZNBERG, 2006, p. 232).

Os novos tempos oferecem novas realidades ao ensino e, consequentemente, novos desafios

na integração dos jovens no mercado de trabalho. Essas mudanças exigem novos esforços por

parte das instituições de ensino no sentido de facilitar a inserção no mercado de trabalho.

Para Cruz Neto e Tschá (2013), a verdadeira tarefa de educar perpassa sempre pela reflexão

sobre o futuro, o que nos coloca diante de análises sobre as transformações que vivem as

pessoas, empresas e instituições no mundo contemporâneo. Hoje, com o surgimento da

sociedade do conhecimento, temos uma crescente redução dos postos formais de trabalho e o

uso cada vez mais frequente do termo “empregabilidade”, o que normalmente implica na

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necessidade de atitudes empreendedoras por parte dos indivíduos como uma forma de se

posicionar no mercado.

No que concerne à relação das universidades com a gestão do conhecimento, acredita-se que

ambas se relacionam entre si, pelo fato de que as universidades se situam no ponto de

interseção da criação, do compartilhamento e da utilização do conhecimento, que fazem parte

da gestão do conhecimento. (TSCHÁ, 2011).

O ensino superior, como formador de competências, que transforma decisivamente os rumos

de um país, deve estar em sintonia com as mudanças sofridas pela sociedade globalizada. Para

Garrido (2013), universidade é um ambiente de desenvolvimento intelectual e técnico que

prepara os estudantes para o mercado de trabalho. O perfil profissional esperado pelas

empresas é aquele em que o profissional deve ser não só possuidor do conhecimento teórico e

técnico, mas também ter competências que vão além do explícito na matriz curricular dos

cursos superiores.

De acordo com Masetto (2003), no processo de ensino existe uma preocupação voltada para a

transmissão de informações e experiências, iniciou-se um processo de buscar o

desenvolvimento da aprendizagem dos alunos; de aperfeiçoar sua capacidade de pensar; dar

um significado para aquilo que é estudado; de perceber a relação entre o professor trata em

sala de aula e sua atividade profissional.

Segundo Malnic e Steiner (2006), sem prescindir dos valores acadêmicos tradicionais, um dos

desafios do ensino superior é conviver com o moderno, que integra o avanço da tecnologia à

educação. Sem prescindir da qualidade exigida pela competitividade em nosso mundo

globalizado.

Etzkowitz e Leydesdorf (1998) afirmam que a capitalização do conhecimento está no cerne de

uma nova missão para a universidade, a de conectar-se aos usuários do conhecimento de

forma mais próxima e estabelecer-se como um ator econômico por mérito próprio.

Nessa perspectiva, de acordo com os autores, a universidade deve ser empreendedora e

basear-se em quatro pilares: a liderança acadêmica capaz de formular e implementar uma

visão estratégica; controle jurídico sobre os recursos acadêmicos incluindo propriedades

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físicas da universidade e a propriedade intelectual que resulta da pesquisa; capacidade

organizacional de transferir tecnologia por meio de patenteamento, incubação, licenciamentos

e o empreendedorismo entre administradores, docentes e alunos.

No ensino de empreendedorismo, o professor necessita compreender as motivações dos

alunos, para então adequar a metodologia de ensino que precisa ser diferenciada e pertinente

ao tema. Segundo Guerra e Grazziotin (2010), os desafios que o empreendedorismo impõe à

educação formal nas Instituições de Ensino Superior – IES convergem, para um único ponto:

o desafio da superação.

O empreendedorismo é uma grande ferramenta que auxilia a pessoa a crescer como cidadão e

profissionalmente, através de pró-atividade e a busca contínua da inovação. Logo, é de suma

importância a criação da cultura empreendedora nas instituições educacionais, visando

desenvolver atividades de estímulo à capacidade de inovar e empreender, mediando o

empreendedorismo na vida do aluno, pois isso é um fator implicante para seu sucesso no

futuro.

A educação empreendedora surge como uma preparação para as exigências e oportunidades

futuras. Ela cria um ambiente cultural favorável para isso, através de conhecimento e

ferramentas que o aluno poderá utilizar para chegar a seus objetivos, com os novos arranjos

que a dinâmica do mundo pós-moderno impõe. Deve proporcionar um ambiente em que os

jovens possam desenvolver e utilizar a capacidade de imaginar mudanças, e procurar realizar

essas mesmas mudanças.

A pedagogia empreendedora toma o empreendedor como alguém capaz de

gerar novos conhecimentos a partir de uma plataforma, constituída por

“saberes”, acumulados na história de vida do indivíduo e o que são

chamados “quatro pilares da educação” – aprender, a saber, aprender a fazer,

aprender a conviver e aprender a ser -, constante no relatório da Unesco da

Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI.

(DOLABELA,2003, p. 26).

Para Franzini, Sela e Sela Ramos (2006), a educação empreendedora deve incluir

necessariamente, o aumento da capacidade de gerar capital social e humano. Os autores

ressaltam que a formação empreendedora é o processo de construção de novos padrões de

comportamento, a partir de descobertas interessantes sobre as potencialidades pessoais,

contexto cultural, motivação e sonhos.

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Segundo Dolabela (2003), no Brasil, educar na área empreendedora significa buscar a

realização da utopia, mas também destruir mitos que atuam como obstáculos. Desenvolver

uma educação empreendedora no Brasil significa reconhecer a importância de nossa

diversidade cultural, que nos enriquece como povo e nação, acreditar na nossa capacidade de

protagonizar os nossos sonhos e construir o nosso futuro.

Conforme o autor, o desafio da educação empreendedora é construir novos valores em uma

sociedade heterogênea, marcada positivamente pela diversidade cultural, mas negativamente

pelas diferenças abissais de renda, poder e conhecimento.

Para Leite (2012), há fortes indicações de que uma educação empreendedora produzirá mais e

melhores empreendedores do que foram gerados no passado. Empreendedores mais bem

preparados terão excelentes condições de saber quando, como e onde iniciar seus

empreendimentos, quais as alternativas para traçarem suas carreiras como empreendedores, de

que forma maximizar seus objetivos, não só para satisfação pessoal, como também para

melhoria da sociedade.

De acordo com Guerra e Grazziotin (2010), as IES como educadoras de milhões de jovens,

têm enorme responsabilidade de semear uma mentalidade criativa. Criatividade e

empreendedorismo mantêm uma interface íntima. A criatividade é condição necessária para a

formação de uma mentalidade empreendedora.

A educação é fundamental para desenvolver novas tecnologias, bem como para facilitar a

questão empreendedora frente às mudanças econômicas e sociais da região. Diante desse

cenário, para que todos tirem proveito do crescimento econômico, é preciso alterar os fluxos e

os caminhos da renda, da riqueza e do conhecimento por meio de investimento na formação

de capital humano, social e na capacitação.

2.3.1 Ensino de empreendedorismo

Ensinar é uma profissão de mudanças e de cada vez mais amplas e diferentes expectativas. O

ensino é um trabalho baseado em interações entre pessoas e, por isso, complexo e desafiador.

Se num passado recente acreditava-se que ensinar era transmitir informações, hoje, ensinar é

desencadear um programa de interações com um grupo de alunos, a fim de atingir

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determinados objetivos educativos relativos à aprendizagem de conhecimentos e à

socialização.

Segundo Stefano, Dutra e Facini (2006), o ensino de empreendedorismo vem se disseminando

com rapidez no Brasil. Está presente na governança, no meio empresarial, nas instituições

representativas de classe e de ensino. A primeira matéria na área de empreendedorismo de que

se tem notícia surge em 1981, na Escola de Administração de Empresas, da Fundação Getúlio

Vargas – FGV, São Paulo, por iniciativa do professor Ronald Degen.

O saber empreendedor ultrapassa o domínio dos conteúdos científicos, técnicos e

instrumentais. Estes poucos servem para quem não sonha para quem não tem a capacidade de,

a partir do sonho, gerar novos conhecimentos que produzam mudanças significativas para o

avanço da coletividade (DOLABELA, 2003).

As universidades estão passando por um processo de mudanças que as fazem incorporar na

sua missão a responsabilidade pelo desenvolvimento econômico e social. Para tal, elas devem

adaptar-se a essa sociedade em transformação e desenvolver capacidades que garantam sua

sustentabilidade.

As IES, ao apostar na formação empreendedora, devem fazê-lo de forma aliada, harmonizada

e transversal. Que não discutam o assunto em apenas uma disciplina isolada ou no âmbito de

quatro paredes da sala de aula. Ela deve ser vivenciada com intensidade por todos, em todas

as direções. O tema deve ser abordado de forma integrada às demais disciplinas, à instituição

e à comunidade.

Para Guerra e Grazziotin (2010), o assunto empreendedorismo deve ser tratado em todos os

cursos e em todos os níveis. A dinâmica ambiental em que as organizações estão inseridas não

permite mais que os empreendedores administrem da mesma forma que faziam no passado.

As IES devem criar condições para que o aluno possa desenvolver e incorporar habilidades

necessárias do complexo e disputado mundo dos negócios em que vivemos. É necessário

incentivar e promover a interdisciplinaridade para que as questões voltadas ao

empreendedorismo sejam contempladas em todas as disciplinas, por todo o corpo de

professores.

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Para atingir os objetivos, é muito importante envolver e capacitar os professores para a adoção

do enfoque do empreendedorismo no desenvolvimento de todos os cursos e disciplinas

constantes no currículo.

Podemos perceber que a educação empreendedora pode enfocar a formação do indivíduo ou

focar naquele que se interessa por uma oportunidade e que estaria numa fase anterior à criação

de um negócio; pode, ainda, voltar-se para os que já estariam na fase de criação de um

empreendimento e, até mesmo, para aqueles que estão em fases posteriores à criação e que

estão preocupados com as estratégias para permanecerem ativos ou expandir o negócio.

(LOPES, 2010).

Para Franzini, Sela e Sela Ramos (2006), o ensino de empreendedorismo deve ser apontado

como prioridade na política governamental de qualquer país que queira desenvolver e ter

inovações tecnológicas e, com isso, almeje constituir-se em uma economia competitiva no

mundo globalizado.

Dolabela (2003) destaca que a pedagogia empreendedora baseia-se no entendimento de que o

empreendedorismo, pelo seu potencial como força importante na eliminação da miséria e na

diminuição da distância entre ricos e pobres, tem como tema central o desenvolvimento

humano, social e econômico sustentável.

Mas, prosseguindo na revisão da literatura, outro consenso emerge como relevante: a

formação do empreendedor.

2.3.2 Formação do empreendedor

A necessidade de aumentar a capacidade empreendedora não se refere apenas à retração atual

do nível de emprego – verdadeira, mas decorrência direta de novos padrões de relações

sociais e políticas que incluem o mercado, mas não se limitam a ela. A educação

empreendedora deve começar na mais tenra idade, porque diz respeito à cultura, que tem o

poder de induzir ou de inibir a capacidade empreendedora. (DOLABELA, 2003).

A instrução é fundamental na concepção do empreendedor. Para Hisrich e Peters (2004), sua

essência transparece na aplicação dos métodos próprios para assegurar a formação e o

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desenvolvimento do empreendimento e, também, para subsidiar o empreendedor nas

dificuldades que desafiam a sua capacidade de enfrentar as adversidades.

Mesmo que não queiram ou não venham a ter seu próprio negócio, podem ser beneficiados

em sua formação com o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades do

empreendedorismo. A premissa de que a formação empreendedora não é apenas geradora de

aprendizagem para gerir uma empresa, mas, sobretudo, para o pensamento criativo, a geração

e inovações e o crescimento do senso de autoestima e de responsabilidade.

Guerra e Grazziotin (2010) destacam que o empreendedorismo apresenta-se também como

forma de, por um lado, dar chance de mais pessoas ingressarem no mercado de trabalho, por

meio da criação de novos empregos, fruto das atividades inventivas por parte dos

empreendedores.

Os jovens estudantes podem encontrar na educação empreendedora uma forma de enfrentar as

desigualdades do mundo contemporâneo, seja como forma de distribuição de renda, de

inclusão social ou de buscar novas soluções para a nova dinâmica social pós-moderna.

A dinâmica do modelo tradicional baseado no emprego consiste em

transformar oportunidades de negócios identificadas e aproveitadas por

poucos (empreendedores) em empregos para muitos. A demanda principal

do empregador é de competência técnica (know-how), produzido sob a

responsabilidade do sistema educacional. (DOLABELA, 2003, p. 27).

O processo de aprendizagem não é estático; ele assume características próprias em função dos

atores, sendo reconstruídos continuamente porque se vincula ao processo cultural do aluno, do

professor, da comunidade, da instituição de ensino.

Nos dias atuais o termo empreendedorismo vem sendo utilizado de forma abrangente. A

diversidade conceitual sobre empreendedorismo é grande e seus conceitos esbarram em

diferentes abordagens das teorias empreendedoras que apresentamos a seguir.

2.4 Teorias Empreendedoras

O empreendedorismo não pode ser limitado a certas épocas ou territórios, nem circunscrito à

empresa privada. Nem é necessariamente mais presente em certos grupos que em outros. Se

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sua presença e seu dinamismo podem variar de acordo com as épocas e territórios, e

sobretudo pelo modo de funcionamento que se distinguem de um lugar para o outro.

Segundo Julien (2010) as diferentes teorias sobre o empreendedorismo não são

necessariamente falsas, mas frequentemente concentram-se de forma exagerada no

comportamento individual de cada empreendedor ou em territórios ou época.

As teorias que apresentamos proporcionam uma excelente base para sistematizar o

pensamento que clarifique a importância do empreendedorismo.

Para o especialista Louis Jacques Filion, autor da teoria visionária sobre empreendedorismo,

ampliou o âmbito da ação do empreendedor ao perceber que o empreendedor imagina,

desenvolve e realiza visões. Filion (1999) afirma que o empreendedor é uma pessoa que

imagina, desenvolve e realiza visões em todos os tipos de áreas, como política, religião,

educação, etc. Para o autor, visão é uma imagem projetada no futuro, do lugar que se quer ver

ocupado pelos seus produtos no mercado, assim como a imagem projetada do tipo de

organização necessária para consegui-lo.

E na perspectiva do autor, segundo Souza Neto (2008), a imaginação é obviamente necessária

para que se tenha visão. O termo visão denota habilidade em definir e alcançar objetivos.

A Teoria Visionária traz três categorias de visões. Segundo Filion (1993), as visões são

emergentes, centrais e complementares. Elas reagem entre si de forma intensa e constante.

Visões emergentes representam as ideias ou conceitos de produtos e serviços imaginados pelo

empreendedor. Juntas, elas formam um grupo de possibilidades de negócios, do qual o

empreendedor escolherá uma entre tantas e a mesma progredirá para a visão central. Novas

visões emergentes poderão surgir sendo as mesmas ligadas à visão central (FILION, 1993).

Visão central é o resultado de uma ou mais visões emergentes, ou seja, de uma ou mais ideias

empreendedoras. Esta se divide em visão externa, que é a projeção no futuro do lugar o qual o

empreendedor pretende ocupar no mercado. E a visão interna, que define o tipo de

organização que o empreendedor precisa montar para ocupar no mercado o lugar que deseja

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(visão externa). Percebe-se, portanto, que uma complementa a outra, devendo as mesmas

serem claras, coerentes e confiáveis, sob a pena de insucesso da visão central (FILION, 1993).

Visões complementares são visões de apoio à visão central. As visões complementares

encerram habilidade de comunicação, conhecimento no campo de atuação e liderança

(FILION, 1993).

No estímulo à reflexão no ato de sonhar Dolabela (2003) apresenta a Teoria Empreendedora

dos Sonhos, cuja concepção abrange todos os empreendedores, o que atua na empresa, no

governo, no terceiro setor, seja na posição de empregado, seja na de dirigente, autônomo ou

proprietário, pois torna o empreendedor como uma forma de ser, independente da área em que

possa atuar.

Conforme o autor, o sonho que a teoria considera é o sonho estruturante, assim chamado

porque pode dar origem e organização a um projeto de vida, articulando sinergicamente

desejos, visão de mundo, valores, competências, preferências e autoestima. Contribuindo com

esse pensamento, Dornelas (2014) afirma que empreender é a realização máxima dos

sonhadores que almejam ver seus sonhos concretizados, alguns empreendem por meio do

próprio negócio; outros em grandes empresas.

Na visão de Schumpeter (1997), os empreendedores representam o mecanismo de criação e

distribuição de riqueza, processo denominado como “destruição criativa”, que consiste em

romper com velhos hábitos com o intuito de gerar novas respostas às carências e desejos do

mercado. Porque os empreendedores criam novas riquezas por meio da destruição das

estruturas de mercados existentes.

A teoria schumpeteriana da destruição criativa, o empreendedor como ator central desse

processo, gerando o caos no mercado, é o que move a inovação. (LEITE, 2012). Empreender

não significa apenas criar novas propostas, inventar novos produtos ou processos, produzir

novas teorias. Empreender significa modificar a realidade para dela obter auto realização e

oferecer valores positivos para o coletivo.

As teorias caracterizam o empreendedor como um ser visionário, que sonha. Cria e inova que

apresentamos na próxima seção.

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2.4.1 Empreendedorismo e Empreendedor

Nas últimas décadas, o termo empreendedorismo vem sendo amplamente utilizado em

diferentes áreas do conhecimento. Entretanto, a disseminação da palavra empreendedorismo

ocorreu juntamente com a relativa frouxidão do conceito.

Num sentido mais amplo, empreender vai além de uma atividade intrínseca à iniciativa

privada, pois passou a englobar o terceiro setor e a administração pública e os empregados das

empresas privadas. Não mais circunscreve apenas o espaço da inovação, mas também das

mudanças organizacionais adaptativas (MARTES, 2010).

Empreendedorismo é voltado para o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades

relacionados à criação de um projeto, seja ele um projeto de vida, um projeto técnico,

científico, ou laboral. Empreendedorismo é a capacidade voltada para o investimento, para o

desbravamento e a expansão de novos mercados, produtos e técnicas.

Para Denge (2009), empreendedorismo consiste no fenômeno da geração de negócio em si,

relacionado tanto com criação de uma empresa, quanto com a expansão de alguma já

existente. Tanto no ato da criação de negócios como nas empresas já existentes, o

empreendedorismo voltado para a busca e exploração de oportunidades tende a acelerar a

expansão dos empreendimentos, o progresso tecnológico e a geração de riqueza.

Na perspectiva de Leite (2012), quando nos referimos ao termo empreendedorismo, temos a

tendência de imediatamente associá-lo com empreendimentos empresariais, negócios,

iniciativa individual, criação do próprio emprego, geração de emprego e renda, entre outras

opções. Está relacionado com gestão bem-sucedida de um empreendimento.

Só é possível falar sobre empreendedorismo adotando-se uma visão ampla,

já que para compreendê-lo é preciso necessariamente considerar diferentes

tipos de indivíduos (de acordo com a idade, sexo, origens, formação do

empreendedor etc.), diferentes formas de organização (de acordo com o

porte da empresa, o setor, laços com outras empresas, etc.), diversos

ambientes econômicos – próximos (o meio) ou mais amplos (o mercado) -, e

diversas épocas (o tempo) (JULIEN, 2010, p.22).

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Na visão de Schumpeter (1997), o empreendedorismo é a busca de novas direções, do

diferencial competitivo e de novas conquistas, associadas à inovação, na medida em que sua

essência está na percepção e aproveitamento de oportunidades de negócios, no desejo de

fundar empreendimentos, de utilizar recursos de uma nova forma, na alegria de criar, de fazer

as coisas e de exercitar a energia e a engenhosidade.

Um fator que impulsiona o empreendedorismo é a criação do próprio posto de trabalho, em

um cenário em que a procura do emprego especialmente o primeiro que se apresenta cada vez

mais difícil, não apenas pelo maior grau de exigência, por parte de quem recruta, mas também

devido à forte concorrência entre candidatos.

De acordo com Leite (2012), os empreendedores percebem novas ideias como grandes

oportunidades. A sua segurança econômica não está fundamentada em um emprego, mas no

próprio potencial de produzir, pensar, criar e se adaptar.

No pensamento de Degen (2009), os empreendedores motivados por oportunidade têm maior

impacto sobre o crescimento econômico de um país, porque eles, mais bem preparados,

desenvolvem mais negócios baseados em inovação e novas tecnologias, com um potencial de

desenvolvimento sustentável.

O empreendedorismo é a criação, a inovação, a descoberta e a transformação, cujo resultado

gera o desenvolvimento dos negócios, o destaque e o surgimento de oportunidades de

sucesso. Para muitos autores, o empreendedorismo é particular e já nasce com o indivíduo;

sendo apenas amadurecido e aperfeiçoado com o tempo. Já para outros o empreendedorismo é

um ensinamento com o qual os alunos são estimulados a empreender, a enfrentar novos

desafios e visualizar oportunidades a fim de atingir o sucesso empresarial e financeiro.

Ser empreendedor significa ter capacidade de iniciativa, imaginação fértil para conceber

ideias, flexibilidade para adaptá-las, criatividade para transformá-las em oportunidades de

negócio, motivação para pensar conceitualmente e capacidade para perceber a mudança como

oportunidade.

Segundo Leite (2012), ser empreendedor é um sonho de muita gente. Contudo, isso não é

fácil. De fato, deixar a segurança proporcionada por um emprego estável é uma atitude difícil.

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O empreendedor, tanto como gerador de novas empresas quanto administrador de empresas já

existentes, passa a ser o eixo central da criação de novos postos de trabalho, intensificando

transações econômicas e contribuindo para a competitividade de uma nação (PREVIDELLI e

SELA, 2006).

“Empreender é essencialmente um processo de aprendizagem proativa, em que o indivíduo

constrói ciclicamente a sua representação do mundo, modificando-se a si mesmo e ao seu

sonho de auto realização em processo permanente de auto avaliação e auto criação”.

(DOLABELA, 2003, p.32).

O empreendedor é mais conhecido como aquele que cria novos negócios, mas pode inovar

dentro de negócios já existentes, ou seja, é possível ser empreendedor dentro de empresa já

constituída.

Segundo Filion e Borges (2013), durante muitos anos, a imaginação popular manteve o mito

do herói empreendedor, ou seja, aquele que abre uma empresa sozinha e se debate com uma

coragem excepcional para sobreviver. Para os autores, o empreendedorismo é um fenômeno

coletivo, o empreendedor realizando seu sonho com a participação, a assistência e o apoio de

muitas outras pessoas, parentes, parceiros, colaboradores, contatos da sua rede, assim como

membros de organizações de apoio. É preciso ter um mínimo de pessoas na rede do

empreendedor, o que permite, em primeiro lugar, ser informado sobre o que acontece no

setor, estimular a reflexão e o aprendizado.

Para Pinchot (1985), um termo – intrapreuner (empreendedor interno) – é introduzido na

literatura empresarial para designar uma pessoa que tem espírito empreendedor, mas que, em

vez de montar um negócio próprio para viabilizar suas ideias, faz uso da estrutura da empresa

onde trabalha.

De acordo com Julien (2010), o empreendedor potencial sofre três tipos de influências que

podem ser positivas ou negativas, como podemos ver no quadro a seguir:

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Quadro 2 - Tipos de influências sociais sobre o empreendedor potencial ou efetivo

Influências Origem Efeitos Positivo Negativo

Afetivas Família Laços fortes de

segurança

Encorajamento Dissuasão

Simbólicas Educação,

trabalho

Normas, crenças,

modelos

Segurança Conservadorismo

Sociológicas Trabalho,

experiências,

redes

Enraizamento ou

imersão em um meio

Recursos disponíveis Obstáculos

potenciais

Fonte: Julien (2010, p. 112)

O empreendedor potencial sofre as influências afetivas que vêm principalmente da família, as

simbólicas, da transferência de modelos e as sociológicas, do envolvimento gradual em um

meio. Essas diferentes influências fazem do empreendedor um ser plural e coletivo que se

constrói aos poucos, sem necessariamente vocação particular.

Durante as pesquisas que serviram de base para dissertação de acordo com Mendes (2009), foi

possível encontrar definições para o termo empreendedor que transcrevemos a seguir:

Quadro 3 - Desenvolvimento do termo empreendedor.

Período Autor Conceito

Idade

Média

Desconhecido Participante e pessoa encarregada de projetos de produção em grande

escala.

Século

XVII

Desconhecido Pessoa que assume risco de lucro (ou prejuízo) em um contrato de valor

fixo com o governo.

1725 Richard

Cantillion

Pessoa que assume risco é diferente da que fornece capital.

1803 Jean Baptiste

Say

Lucros do empreendedor separados dos lucros de capital

1876 Francis Walker Distinguir entre os que forneciam fundos e recebiam juros e aqueles

que obtinham lucro com habilidades administrativas.

1934 Joseph

Schumpeter

O empreendedor é um inovador e desenvolve tecnologia que ainda não

foi testada.

1961 Davis

McClelland

O empreendedor é alguém dinâmico que corre risco moderados.

1964 Peter Drucker O empreendedor maximiza oportunidades.

1975 Albert Shapero O empreendedor toma iniciativa, organiza alguns mecanismos sociais e

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econômicos e aceita os riscos do fracasso.

1980 Karl Vésper O empreendedor é visto de modo diferente por economistas,

psicólogos, negociantes e políticos.

1983 Gifford Pinchot O Intraempreendedor é um empreendedor que atua dentro de uma

organização já estabelecida.

1985 Robert Hisrich O empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor,

dedicando tempo e os esforços necessários, assumindo riscos

financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as

consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal.

2001 José Carlos

Assis Dornelas

O empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, se antecipa

aos fatos e tem uma visão futura da organização.

2007 Jerônimo

Mendes

É o indivíduo criativo capaz de transformar um simples obstáculo em

oportunidade de negócios.

Fonte: Mendes, 2009, p. 6

Conforme apresentado, o empreendedorismo tem sido analisado por pesquisadores de

diferentes áreas do conhecimento durante vários períodos e isto tem refletido diretamente nas

visões criadas sobre o conceito do empreendedorismo.

Leite (2012) afirma que, para ser um empreendedor eficaz em uma sociedade baseada no

conhecimento, precisa de uma formação sólida. Ele precisa de uma base de conhecimento de

pesquisa, competência no uso da habilidade de imaginar, analisar, formular e interpretar.

Apresentamos, na figura – 1, uma forma esquematizada do conceito do espírito

empreendedor, resultante da visão integrada entre percepção da atitude e comportamento

empreendedor como expressam os teóricos Schumpeter, Mc Clelland e Drucker.

Figura 1 – A visão integrada de Schumpeter, Mc Clelland e Drucker.

Fonte: Leite, 2012, p. 12

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Os empreendedores são apontados como pessoas com capacidade, habilidades e atitudes

próprias que formam suas características de identificação. O empreendedor possui

características importantes e necessárias para ter sucesso como podemos observar no quadro

abaixo:

Quadro 4 – Características dos empreendedores de sucesso

Características Descrição

São visionários Têm a visão de como será o futuro para o seu

negócio e sua vida com habilidade de

implementar seu sonhos

Fazem a diferença Transformam algo difícil, uma ideia abstrata em

algo concreto. Sabem agregar valor aos serviços

e produtos que colocam no mercado.

Sabem explorar o máximo de oportunidades Transformam ideias em oportunidades através da

informação e conhecimento.

São determinados e dinâmicos Implementam suas ações com total

comprometimento.

São dedicados Dedicam 24 horas por dia, 7 dias por semana, ao

seu negócio.

São otimistas apaixonados pelo que fazem Adoram o trabalho que realizam. O principal

combustível que os matem mais animados e

autodeterminados.

São independentes e constroem o próprio destino Á frente das mudanças. Criar algo novo e

determinar seus próprios passos. Ser o patrão e

gerar empregos.

São líderes formadores de equipes Têm um senso de liderança. São respeitados e

adorados por sua equipe.

São bem relacionados (networking) Constroem uma rede de relacionamento que os

auxilia no ambiente externo da empresa, junto a

clientes, fornecedores e entidades de classes.

Possuem conhecimento São sedentos pelo saber e aprendem

continuamente.

Assumem riscos calculados Sabem gerenciar o risco, avaliando as reais

chances de sucesso.

Criam valor para sociedade Utilizam seu capital intelectual para criar valor

para sociedade, com a geração de empregos,

dinamizando a economia e inovando.

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São organizados Os empreendedores sabem obter e alocar os

recursos materiais, humanos, tecnológicos e

financeiros, de forma racional, procurando o

melhor desempenho para o negócio.

Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Dornelas (2008).

Todas as características empreendedoras transcritas podem ser transpostas para a educação,

pois a teoria do empreendedorismo pode ser utilizada como base para a conquista de uma

educação empreendedora, que pode ser disseminada por diretores, coordenadores e alunos

empreendedores através de posturas inovadoras em suas salas de aula.

Os estudiosos concordam que o empreendedor é uma pessoa que empenha toda sua energia na

inovação e no crescimento, manifestando-se de diversas maneiras: criando sua empresa,

desenvolvendo alguma coisa nova em uma empresa preexistente ou, ainda, dedicando suas

atividades ao empreendedorismo. Ressalta-se, entretanto, que o indivíduo não deve possuir

todas as características anteriormente citadas no quadro - 3 para ser denominado

empreendedor, mas a presença de grande parte delas denota um perfil voltado ao

empreendedorismo.

Entre essas características, nota-se a relação que muitas delas têm com o perfil da Geração Y,

por exemplo: inovação, criatividade, impaciência, alegria, autoconfiança, quer fazer a

diferença no mundo, gosta de desafios, quer se expressar por meio do trabalho. Estas

características são discutidas em detalhes no capítulo 2.5.1.

De acordo com Previdelli e Sela (2006), o empreendedor é aquele indivíduo que, guiado pela

visão, busca aproveitar oportunidades, desenvolve ideias e conceitos que possibilitem

caminhar segundo uma direção preestabelecida, mapeando um curso de ação que tolere a

mudança e o ajude a responder às mudanças no ambiente. É dotado de energia e está sempre

disposto a aceitar a luta, mesmo consciente das incertezas e possibilidades de fracasso. Possui

capacidade de iniciativa, imaginação para conceber as ideias, flexibilidade para adaptá-las em

uma oportunidade de negócios. Para os autores, o empreendedor é a mola propulsora da

economia.

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Para Salim e Silva (2010), todas as pessoas possuem, em maior ou menor grau, características

empreendedoras, mas que nem sempre sabem exercê-las ou não as cultivam. Somos todos

empreendedores, mas precisamos exercitar nossas características empreendedoras e aprender

as técnicas para aplicá-las de modo adequado.

Segundo Dornelas (2008), para uma pessoa ser considerada empreendedora, deve possuir

algumas habilidades técnicas, gerenciais e algumas características pessoais:

No campo técnico: deve ser capaz de captar informações, ter oratória, liderança em

equipe, dentre outros fatores.

Habilidades gerenciais: saiba lidar com marketing, finanças, logística, produção,

tomada de decisão e negociação.

Pessoais: disciplina, persistência, habilidade de correr riscos e inovar.

Birley e Musuka (2001) acreditam que os empreendedores recebem influências de origens

diversificadas no decorrer dos tempos. Eles podem ser influenciados pela carga genética, pela

formação familiar, pelas experiências profissionais anteriores e pelo ambiente econômico em

que estão inseridos. O empreendedor pode ser compreendido como um ser social, produto do

meio em que vive, sendo um fenômeno regional.

No contexto da sociedade moderna e do conhecimento, percebemos a introdução de novos

desafios para o empreendedorismo como abordamos na seção a seguir.

2.4.2 Conhecimento e era do empreendedorismo

Vivemos uma época de plena era do conhecimento, em que as informações estão disponíveis

em tempo real, direcionando as empresas compartilhar os conhecimentos e identificar as

ações que levam ao sucesso da organização contemporânea, nesse novo ambiente de

globalização e avanço tecnológico, orientado para uma gestão digital e no capital intelectual.

O emprego-padrão de hoje, com vínculo salarial, patrão e horário rígido, já é um cenário

pertencente ao passado. O novo milênio chegou e, com ele, a era do conhecimento que

proporciona acesso a um número de informações muito maior do que podemos absorver e, ao

mesmo tempo, nunca se teve tanta incerteza sobre o futuro. Para Leite (2012), a geração de

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empregos mantém um alto grau de dependência em relação à força criadora dos

empreendedores.

Faz-se necessário uma aposta na formação de base do empreendedorismo de uma maneira

geral, em especial por parte daquelas pessoas que se encontram na situação de desemprego.

Garvi (2000) define as organizações que aprendem como aquelas que apresentam habilidades

em cinco atividades principais: solução de problemas por métodos sistemáticos,

experimentação de novas abordagens, aprendizado com a própria experiência, aprendizado

com as melhores práticas alheias e transferência de conhecimento rápido e eficiente em toda

organização. A nova economia do conhecimento é fortemente caracterizada pela transição da

eficiência individual para a eficiência coletiva.

Nessa perspectiva, a atividade empreendedora sofre e gera impactos no meio econômico,

social e político no qual a organização se insere. E, em virtude de seu efeito multiplicador,

produz emprego, renda, crescimento e desenvolvimento. O empreendedorismo é hoje um

fenômeno global, sobre o qual diversas instituições públicas e privadas têm investido para

pesquisar e incentivar.

Existe uma clara correlação entre o empreendedorismo e o crescimento econômico. Os

resultados mais explícitos manifestam-se na forma de inovação, desenvolvimento tecnológico

e geração de novos postos de trabalho. A riqueza gerada pelos empreendedores contribui para

a melhoria da qualidade de vida da população.

De acordo com Drucker (2008), na antiguidade, o conhecimento era usado para o crescimento

pessoal e para aumentar a sabedoria e satisfação individual. Com a industrialização, o

conhecimento passou a sinalizar características do indivíduo que afetam a produtividade e a

educação passou a diferenciar os indivíduos e possibilitar o acesso a determinados círculos e a

partir daí possibilitar ganhos de salários.

Birley e Musyka (2001) acreditam que os empreendedores recebem influências de origens

diversificadas e variadas no decorrer do tempo. Eles podem ser influenciados pela carga

genética, pela formação familiar, pelas experiências profissionais anteriores e pelo ambiente

econômico em que estão inseridos.

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O aporte do capital humano é crucial para o desenvolvimento da economia, mesmo nas novas

e pequenas empresas. A atual realidade econômica tem sido marcada pela exacerbação dos

padrões de concorrência, na qual a necessidade constante de aprendizado e de introdução de

novos produtos e serviços torna-se condição obrigatória às empresas que desejam obter

vantagens comparativas.

Espejo e Previdelle, ancorados em Degen (2006) apontam que:

O agente do processo de destruição criativa que, de acordo com Joseph A.

Shumpeter é o impulso fundamental que aciona e mantém em marcha o

motor capitalista, constantemente criando novos produtos, novos métodos de

produção, novos mercados e, implacavelmente, sobrepondo-se aos antigos

métodos menos eficientes e mais caros. (2006, p. 24).

Para enfrentar essa mudança, é necessário abandonar o sistema rígido de produção e passar

para um processo flexível que ofereça qualidade e mude frequentemente para atender clientes

exigentes e dispares.

As empresas devem trabalhar de forma que permitam estar em relação mais ou menos estreita

com diversas empresas e diferentes organismos parceiros. Sendo assim, aumentar a

capacidade de inovação, gerando uma economia voltada para o conhecimento, pesquisa e

formação, que possibilita às organizações na construção de aprendizado e um savoir-faire em

constante aperfeiçoamento, proporcionando às empresas distinguirem-se e melhor enfrentar as

incertezas e ambiguidades.

Nesse contexto, referenciamos o papel do meio de suma importância para fornecer os recursos

base, principalmente a mão de obra e infraestrutura que ajuda as empresas inserir novos

negócios, com o despertar de um espírito empreendedor, a fim de enfrentar os desafios da

nova economia. A economia empreendedora está desempenhando relevante papel no

desenvolvimento econômico pelo estímulo à inovação e à concorrência.

Para Mendonça (2010), ao lado da inovação, oportunidade e mudança, o empreendedor, ou

melhor, dizendo, o espírito empreendedor não seria algo encontrado apenas na cabeça dos

grandes homens ou visionários. As pessoas que enxergam oportunidades e que ousam

satisfazer as necessidades vislumbradas nessas oportunidades, qualquer que seja o tamanho ou

a natureza da organização, seriam pessoas dotadas do espírito empreendedor.

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O espírito empreendedor é um potencial de qualquer ser humano e necessita

de algumas condições indispensáveis para se materializar e produzir efeitos.

Entre essas condições estão, no ambiente macro, a democracia, a cooperação

e a estrutura de poder tendendo para a formação de rede. (DOLABELA,

2003, p.24).

O meio é a construção social do mercado capaz de facilitar os múltiplos laços entre os

recursos e competências, por um lado, e os compradores, por outro lado. Ele age como um

espelho social que estimula, tempera ou limita os comportamentos empreendedores.

O empreendedor é uma pessoa criativa, marcada pela capacidade de

estabelecer e atingir objetivos e que mantem alto nível de consciência do

ambiente em que vive, usando-a para detectar oportunidades de negócios.

Um empreendedor que continua a apreender a respeito de possíveis

oportunidades de negócios e a tomar decisões moderadamente arriscadas que

objetivam a inovação continuará a desempenhar o papel empreendedor.

(FILION, 1999, p. 19).

Percebemos que, para concretização de uma gestão focada na economia do conhecimento,

inovação, meio empreendedor e novas tecnologias: faz-se necessário o entendimento desses

fatores que direcionam a estratégia o aprendizado organizacional, a cultura organizacional e a

gestão das novas tecnologias.

De acordo com Drucker (2008) a inovação e o espírito empreendedor são, portanto,

necessários na sociedade tanto quanto na economia. Para Leite (2012), compete ao

empreendedor a responsabilidade pela sobrevivência da empresa na economia, isto é, pela

lucratividade, por seu mercado e seu produto.

A compreensão do período histórico permite aprofundar as possibilidades e limitações que se

apresentam para o grupo a partir da conjuntura econômica social e cultural que ele vivencia,

além de permitir o aprofundamento da discussão sobre o tempo cronológico que define uma

geração. Após apresentados às teorias e características empreendedoras, a próxima seção

apresenta os conceitos e características da Geração Y.

2.5 Geração Y

Vivenciamos uma época que se afigura diferente daquela do passado. Aos poucos, mudamos

nossa linguagem e nosso modo de ser. Muitos dos que vemos agora vêm sendo modificados

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pelas novas tecnologias, como internet, celulares, computadores, o que possibilita uma grande

troca de informações em um tempo anteriormente inimaginável.

A história de uma geração está baseada em um conjunto de vivências comuns, valores, visão

de vida, cenário sociopolítico e a aproximação de idades. Essas características comuns das

diferentes gerações influenciam o modo de ser e de viver das pessoas nas sociedades e é este

conjunto de comportamentos e valores que diferenciam uma geração de outra. Um dos

desafios da sociedade é permanentemente compreender e se adaptarem a essas novas gerações

e a todas as mudanças geradas.

Para Carelli (2012), o senso comum define que geração é o que separa pais e filhos,

adolescentes de cinquentões, pessoas de diversas idades que pensam de maneiras distintas

umas das outras. Já na visão da sociologia, a autora destaca que geração é aquela

acompanhada de eventos e acontecimentos históricos, é a convivência de pessoas que

compartilham os mesmos interesses, valores, sonhos e ideais.

Hoje, temos até quatro gerações que trabalham juntas em uma empresa. De acordo com

Lancaster e Stillman (2011), os tradicionalistas nascidos antes de 1946, Baby Boomers, são os

nascidos entre 1946 e 1964, a Geração X por nascidos entre 1965 e 1981 e a Geração Y

composta por nascidos entre 1982 e 2000. Precisamos entender e aproveitar o que cada

geração tem de melhor para oferecer.

As fronteiras que separam as gerações não são claramente definidas, não podem deixar de ser

ambíguas e atravessadas e, definitivamente não podem ser ignoradas. As pessoas de diferentes

gerações devem se adaptar a esse cenário. Nenhuma geração está certa ou errada, elas são

apenas diferentes e no fundo nenhuma geração pode fazer muita coisa sozinha.

A Geração Y pode desempenhar enorme papel na criação da sinergia entre

as gerações. Para começar, esses jovens podem perceber que, embora haja

relacionamentos íntimos e colaborativos com os pais, terão de criar novas

formas de se relacionar no serviço com as Gerações X, Baby Boomeres e

Tradicionais cujas dinâmicas familiares a que estão acostumados são outras

(LANCASTER e STTILLMAN, 2011, p. 50)

As gerações convivem e manifestam influências mútuas e possuem peculiaridades

fundamentais que afetam o relacionamento e provocam, em muitos casos, omissão e apatia

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nas gerações mais experientes, estabelecendo na formação das novas. E no relacionamento

entre as gerações que está a chave para o resgate do equilíbrio necessário para estes novos

tempos (OLIVEIRA, 2010).

Somente a aproximação das idades não é suficiente para enquadrar as pessoas em uma mesma

geração. É necessário identificar um conjunto de vivências históricas macrossociais

compartilhadas que refletem alguns princípios de visão de mundo e valores comuns.

(BAUMAN, 2007, p. 373).

Assim, para uma análise geracional, o simples marco cronológico é apenas um ponto

referencial, mas não serve como base para delimitar as formas de agir de um grupo etário.

Portanto, na próxima seção apresentamos as características da Geração Y.

2.5.1 Características da Geração Y

Oliveira (2011) afirma que uma característica marcante da Geração Y é o total domínio das

tecnologias recentes. A facilidade que hoje se tem em acessar vários tipos de tecnologia

acabou desenvolvendo nos jovens a capacidade de fazer várias atividades simultaneamente.

Para a surpresa de muitos, um jovem trabalha, no mesmo instante em que ouve uma música,

navega em redes sociais e ao mesmo tempo fala no celular, e mesmo assim não deixa de ser

produtivo.

Para o autor, os Y são motivados pela novidade, pelo incerto e apresentam como diferencial

infinitas redes de relacionamentos criadas por meio da internet, da telefonia, e do networking

no decorrer de suas experiências vividas. São adeptos a uma vida agitada, especialistas em se

readaptar e impacientes tanto com relação aos resultados quanto à manutenção do status quo.

Para Calliari e Motta (2012), esses jovens desejam qualidade de vida e não abrem mão dela.

Quer a possibilidade de trabalhar em projetos pessoais, menos formalistas, mais trabalhos em

grupo, diálogo permanente, horários flexíveis, possibilidade e tempo de cuidar da própria

saúde.

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Segundo Tapscott (2008), eles demandam oportunidades para aprender e ter maior

responsabilidade querem feedbacks instantâneos, primam por balancear a vida profissional e

pessoal e anseiam por relações fortes no ambiente de trabalho.

Lipkin e Perrymore (2010), psicólogas americanas, designam a Geração Y como

multitalentosa, atribuindo a ela outras qualidades como: superestimulada, socialmente

consciente, exigente e criativa. As autoras ao defenderem a existência e desenvolvimento de

traços característicos de cada geração, também relativizaram a tentativa de classificação rígida

e o risco de generalizações, pois alertam para as diferenças existentes dentro de um mesmo

grupo geracional.

De acordo com Periscinoto (2008), outra característica marcante dos jovens da Geração Y é a

capacidade de realizar diversas tarefas ao mesmo tempo.

A Geração Y é composta por líderes peculiarmente inovadores e quase

irrequietos. Embora em sua grande maioria sejam largamente talentosos,

sinceros e criativos, demonstram possuir este lado impaciente que ora lhes

serve de âncora, ora de empecilho. Isto pelo fato de que não raro estes jovens

estão sujeitos a decisões precipitadas com vistas a objetivos maiores, o que

os leva algumas vezes a darem “passos maiores que as pernas”. (PORTES,

2008, p.07).

Há alguns anos atrás havia certa generalização quanto ao comportamento e características dos

indivíduos, independente da época que viviam. Mas ao passar do tempo, essas características

foram mudando nitidamente. No quadro abaixo destacamos algumas características da

Geração Y na visão de diversos autores.

Quadro 5 – Resumo das características da Geração Y por diversos autores

Autor Características

ROBBINS (2005) Ingresso no mercado de trabalho mais cedo e

capacidade de futuro promissor.

TAPSCOTT (2008) Facilidade para aprender, são responsáveis e

requerem feedbacks instantâneos.

PERISCINOTO (2008) Capacidade de realizar diversas tarefas ao mesmo

tempo.

LIPKIN & PERRYMORE (2010) Multitalentosa, estimulada, socialmente

consciente, exigente e criativa.

LANCASTER & STILLMAN (2011) Forte relacionamento com os pais.

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OLIVEIRA (2011) Domínio das tecnologias recentes é bastante

prodigiosa em sua capacidade de ideias.

CALLIARI & MOTTA (2012) Preocupados com a qualidade de vida e cuidado

com a saúde e qualificação acadêmica.

KULLOCK (2012) Questionadores, direcionados para resultados,

tomada de decisão rápida.

Fonte: Elaborado pelo autor (2013).

Os jovens ípsilons são influentes, formam tendências e têm mais escolaridade, mais dinheiro

no bolso, mais liberdade e mais vida pela frente. É preciso entendê-los como agentes de

mudanças. Agora estão, chegando à posição de destaque em empresas, instituição de ensino e

política. Entender essa geração é entender o futuro e como as instituições precisam mudar

hoje.

A seguir discutimos a relação entre a Geração Y e o trabalho, abordando os aspectos

contextuais e particulares deste grupo.

2.5.2 Geração Y e mercado de trabalho

A Geração Y também conhecida como a geração da tecnologia, constituída por indivíduos

que ingressam mais recentemente no mercado de trabalho, são pessoas que acreditam em si

mesmos e em sua capacidade de terem um futuro promissor.

De acordo com Calliari e Motta (2012), estima-se que, no Brasil, os ípsilons já correspondem

a 30% da população ativa, bem próximo aos profissionais da Geração Baby Boomer (33%) e

X (37%). Conforme dados Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Censo 2010

50.094.118 de habitantes pertencem a Geração Y.

As tendências trazidas pela chegada ao mercado de trabalho da Geração Y são provocadoras e

representam um desafio ao estilo de trabalho. Toda geração traz consigo perspectivas próprias

como ilustra o quadro a seguir:

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Quadro 6 - Tendências da Geração Y no mercado de trabalho

Tendências Geração Y Breve descrição

Educação no lar

A Geração Y é composta por filhos protegidos, vistos como as

melhores criações de seus pais. Conforme seus membros entram na

faculdade e no trabalho, os pais, em vez de cortar o cordão

umbilical, compram uma extensão.

Garantia de direitos

Os membros dessa turma foram criados durante o movimento da

valorização da autoestima, ouvindo muito elogios, e viraram

adolescentes que se julgam capazes de conquistar tudo o que

quiserem na vida. Eles têm muito a oferecer, mas também esperam

muitas coisas, de benefícios a promoções.

Significado

O sonho está deixando de ser “ter um emprego” e passando a ser “

ter um emprego que signifique alguma coisa”. A Geração Y quer ter

uma vida boa graças a um trabalho que tenha valor e que contribua

para a empresa, o país, uma causa ou para a comunidade.

Grandes expectativas

A Geração Y começa a trabalhar com grandes expectativas de

realização de sucesso. Infelizmente, a experiência de trabalho nem

sempre é o que ela esperava e seus membros mudam de emprego em

busca de um que tenha mais a ver com eles.

Necessidade de dinamismo

Essa é uma geração que mal conhece um mundo sem computador

pessoal. A maioria teve acesso a informações, diversão ou a outras

pessoas com um click desde criança.

Rede social

Acesso a informação na velocidade da luz. Essa Geração não apenas

está reinventando os modos de comunicação, como também está

redefinindo os parâmetros das relações pessoais e de consumo. Tem

uma força tremenda na remodelação das formas pelas quais

coletamos informações, repassamos os dados e aprendemos com

eles.

Colaboração

Uma Geração que foi estimulada a argumentar na escola e em casa.

Dar ordem saiu de moda; em seu lugar entraram as conversas

francas e negociação entre as duas partes cedem. A Geração Y cobra

novas formas de liderança e de tomada de decisão baseadas na

colaboração.

Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Lancaster e Stillman (2011).

Para Calliari e Motta (2012), os ípsilons não acham que trabalhar seja sinônimo de sacrifício

da própria individualidade. Se não sentirem prazer em trabalhar, como partes integrantes,

como criadores de seus ofícios, não titubeiam em abandonar o barco. Para eles, o bem estar e

o equilíbrio devem permear todas as suas atividades.

Seguindo o pensamento de Balian (2009), a possibilidade da Geração Y ocupar mais de 50%

dos cargos das empresas está cada vez mais próxima, se já não chegou a este percentual em

alguns segmentos. Cada geração, particularmente, desenvolve sua maneira de trabalhar de

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forma peculiar, e muitas vezes as empresas acabam adotando programas de desenvolvimento

para lidar com cada geração individualmente, de forma fragmentada, esquecendo-se de olhar

o todo.

Na visão de Malacrida (2011), os jovens da Geração Y estão alcançando cargos de poder

dentro das organizações, com posições de liderança e de comando e não estão deixando a

desejar, pelo contrário, estão impressionando seus superiores Baby Boomers ou “X” com

atitudes inovadoras e sem impor as hierarquias tradicionais.

Segundo Oliveira (2011), nos dias de hoje, 20%, dos gestores das empresas pertence à

Geração Y, são eles jovens com elevada formação acadêmica, pelo fato de cada vez mais ser

exigido graduação, pós-graduação, especializações e também conhecimentos de línguas. Isso

vem pressionando cada vez mais os jovens profissionais, pois nesse ambiente, cada vez mais

complexo, é indispensável diferenciar-se através da busca por novos conhecimentos.

De forma geral, é possível notar que a Geração Y agrupa pessoas que necessitam de

identificação com o trabalho e de aprendizado constante, características marcantes do perfil

do Empreendedor.

Encerramos este capítulo com as ideias que nortearam os caminhos para os procedimentos

metodológicos adotados durante a investigação proposta, que apresentamos no capítulo a

seguir.

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3. METODOLOGIA

Em função dos objetivos, este capítulo apresenta os procedimentos metodológicos para

alcançá-los. Desta forma, procedemos à estruturação do capítulo de acordo com os seguintes

tópicos: o delineamento da pesquisa, unidade de análise, população alvo, instrumentos de

coleta de dados, análise dos dados, limites e limitações.

3.1 Delineamento da Pesquisa

A reflexão do caminho metodológico para o desenvolvimento da pesquisa depende do alcance

do estudo. Assim, o desenho, os procedimentos e outros componentes do processo serão

importantes para alcançar os objetivos almejados.

O estudo foi delineado para atingir os objetivos, com base em autores como: Roberto

Hernández Sampieire (2013), Carlos Fernández Collado (2013), Maria del Pilar Batista Lucio

(2013), John W. Creswell (2013), Vicki L. Plano Clark (2013), a partir de um enfoque misto

de pesquisa, que envolve um processo de coleta, análise e vínculo de dados quantitativos -

QUAN e qualitativos - QUAL.

Para Hernández Sampieri e Mendoza (2008), os métodos mistos representam um conjunto de

processos sistemáticos e críticos da pesquisa e implicam a coleta e a análise de dados

quantitativos e qualitativos, assim como sua integração e discussão conjunta, conseguindo um

maior entendimento do fenômeno do estudo.

As relações interpessoais, as organizações, o consumo, os valores dos jovens, a crise

econômica global, a pobreza, e de maneira geral, todos os fenômenos e problemas que as

ciências enfrentam atualmente são tão complexos e diversos que o uso de um único enfoque,

tanto quantitativo como qualitativo, é insuficiente para trabalhar essa complexidade.

(HERNÁNDEZ SAMPIERI e MENDONZA, 2008; CRESWELL et al., 2008).

Os métodos mistos encorajam o uso de variadas visões de mundo transformando paradigmas.

Isso traz liberdade para o pesquisador que quer usar todos os métodos possíveis para abordar

um problema (CRESWELL; CLARK, 2013).

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A presente pesquisa assume a modalidade de estudo exploratório e, ao mesmo tempo,

descritivo. Os estudos exploratórios servem para preparar o terreno e normalmente antecedem

as pesquisas com alcance descritivo. São relacionados quando o objeto é examinar um tema

ou um problema de pesquisa pouco estudado como nesta pesquisa: a relação da formação

empreendedora, ensino superior, Geração Y e o conceito de Empreendedor.

Segundo Sampieri, Collado e Lucio (2013), a importância dos estudos exploratórios servem

para nos tornar familiarizados com fenômenos relativamente desconhecidos, obter

informações sobre a possibilidade de realizar uma pesquisa mais completa relacionada com

um contexto particular, pesquisar novos problemas, identificar conceitos ou variáveis

promissoras. Descritiva porque busca especificar as características e os perfis de pessoas e

grupos. Ou seja, pretende medir e coletar informações de maneira independente e/ou conjunta

sobre os conceitos ou as variáveis a que se referem.

Para os autores, assim como os estudos exploratórios, servem fundamentalmente para

descobrir e pressupor, os estudos descritivos são úteis para mostrar com precisão os ângulos

ou dimensões de um fenômeno, acontecimento, comunidade, contexto ou situação.

Daí justifica-se nessa dissertação a necessidade da abordagem dos métodos mistos para tratar

a problemática da pesquisa, bem como, esclarecer o antigo conflito da “guerra dos

paradigmas” o célebre antagonismo, baseados nas limitações de cada enfoque (quantitativo e

qualitativo).

O quadro a seguir apresenta 17 (dezessete) justificativas/razões para o uso de métodos mistos,

relacionados com os objetivos específicos da pesquisa.

Quadro 7 – Justificativa /razões para o uso dos métodos mistos.

Justificativa Refere-se a...

1. Triangulação ou

aumento da validade

Constatar dados QUAN e QUAL para corroborar/confirmar ou não

os resultados e as descobertas visando maior validade interna e

externa do estudo.

2. Compensação Utilizar dados QUAN e QUAL para neutralizar os potenciais

pontos fracos de algum dos métodos e fortalecer os pontos fortes de

cada um.

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3. Complementação Obter uma visão mais compreensiva sobre a formulação no caso de

empregar ambos os métodos.

4. Extensão (processo

mais integral)

Analisar os pontos de maneira mais holística (contagem de sua

ocorrência, descrição de sua estrutura e sentido de entendimento).

5. Multiplicidade

(diferentes perguntas de

pesquisa)

Responder diferentes perguntas de pesquisa (uma quantidade maior

e com mais profundidade).

6. Explicação Maior capacidade de explicação mediante a coleta e análise de

dados QUAN e QUAL. Aos resultados de um método ajudam a

entender os resultados do outro.

7. Redução de incerteza

diante dos resultados

inesperados

Um método (QUAN ou QUAL) pode ajudar a explicar os

resultados inesperados do outro método.

8. Desenvolvimento Criar um instrumento para a coleta dos dados em um método

baseado no resultado do outro método, conseguindo assim um

instrumento melhor e mais complexo.

9. Amostragem Facilitar a amostragem de casos de um método com o apoio de

outro.

10. Credibilidade Quando se usa ambos os métodos se reforça a credibilidade geral

dos resultados e procedimentos.

11. Contextualização Propiciar ao estudo um contexto mais complexo, profundo e amplo,

mas ao mesmo tempo generalizável e com validade externa.

12. Ilustração Exemplificar de outra maneira os resultados obtidos por um

método.

13. Utilidade Maior potencial de uso e aplicação de um estudo (pode ser útil para

um maior número de usuários ou aprendiz).

14. Descoberta e

confirmação

Usar os resultados de um método para gerar hipóteses que serão

submetidas a teste com outro método.

15. Diversidade Conseguir uma variedade maior de perspectivas para analisar os

dados obtidos na pesquisa (relacionar variáveis e encontrar seus

significados).

16. Clareza Ver relações “ocultas”, que não foram detectadas com o uso de um

só método.

17. Aperfeiçoamento Consolidar as argumentações provenientes da coleta e análise dos

dados por ambos os métodos.

Fonte: (SAMPIERI, COLLADO e LUCIO, 2013, p. 556)

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Fazendo uma relação com os objetivos específicos de nosso estudo na contribuição do

enfoque para os métodos mistos apresentamos o quadro a seguir:

Quadro 9 – Justificativa /razões para o uso dos métodos mistos com os objetivos específicos

Objetivos específicos Justificativa Questões norteadoras

1- Levantar a proposta de

formação oferecida pela

instituição de ensino no

Curso de Bacharelado

em Turismo na

formação

empreendedora dos

alunos da Geração Y.

1. Triangulação ou aumento

de validade

6. Explicação

8. Desenvolvimento

10. Credibilidade

11. Contextualização

13. Utilidade

14. Descoberta e confirmação

16. Clareza

17. Aperfeiçoamento

Quais as diretrizes que a

instituição de ensino

oferece na formação

empreendedora dos

alunos do curso de

Bacharelado em

Turismo?

2- Identificar a percepção

dos alunos da Geração

Y sobre a formação

empreendedora

oferecida pelo Curso de

Bacharelado em

Turismo.

1. Triangulação ou aumento da

validade

2. Compensação

3. Complementação

4. Extensão (processo mais

integral)

5. Multiplicidade (diferentes

perguntas de pesquisa)

6. Explicação

7. Redução de incertezas diante

dos resultados inesperados

8. Desenvolvimento

9. Amostragem

10. Credibilidade

11. Contextualização

12. Ilustração

13. Utilidade

14. Descoberta e confirmação

15. Diversidade

16. Clareza

Quais as razões que

levam os alunos do

Curso de Bacharelado

em Turismo da Geração

Y a se tornarem

Empreendedores?

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17. Aperfeiçoamento

3- Identificar na percepção

dos alunos os

professores que mais

influenciaram o

comportamento

empreendedor.

1. Triangulação ou aumento da

validade

2. Compensação

3. Complementação

4. Extensão

5. Multiplicidade (diferentes

perguntas de pesquisa)

6. Explicação

7. Explicação

8. Desenvolvimento

9. Amostragem

10. Credibilidade

11. Contextualização

12. Utilidade

14. Descoberta e confirmação

15. Diversidade

17. Aperfeiçoamento

Quais os professores que

despertaram os alunos

na sua formação

empreendedora?

4- Analisar elementos da

prática pedagógica dos

professores que

contribuíram para

formação do espírito

empreendedor dos

alunos do Curso de

Bacharelado em

Turismo da geração Y.

1. Triangulação ou aumento da

validade

2. Compensação

3. Extensão

6. Explicação

7. Redução de incertezas diante

de resultados inesperados

8. Desenvolvimento

9. Amostragem

10. Credibilidade

11. Contextualização

12. Ilustração

13. Utilidade

14. Descoberta e confirmação

15. Diversidade

16. Clareza

17. Aperfeiçoamento

Quais práticas

desenvolvimento nas

disciplinas ministradas e

que podem despertar o

espírito empreendedor

dos alunos da Geração

Y?

Fonte: Elaborada pelo autor, com base em Sampieri, Collado e Lucio (2013).

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Para deixar claras as formulações mistas, Teddlie e Tashakkori (2009) proporcionam um

diagrama que ilustra sua formulação. Apresentamos na figura - 2, uma adaptação para

exemplificar o caso a ser estudado nessa dissertação.

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Levantar a formação oferecida pela

instituição de ensino no Curso de

Bacharelado em Turismo na formação

empreendedora dos alunos da Geração Y.

Identificar a percepção dos alunos da geração

Y sobre a formação empreendedora oferecida

pelo Curso de Bacharelado em Turismo.

Identificar na percepção dos alunos os

professores que mais influenciaram o

comportamento empreendedor.

Verificar a influência da formação dada por uma Instituição de Ensino

Superior do Curso de Bacharelado em Turismo no percurso da formação de

empreendedores.

Identificar o tema de interesse

Formular o Problema Contexto e

População

Objetivo (s) e pergunta(s) mista (s)

Enunciar (e as vezes

explicar) as razões

para realizar os

estudos mistos

FACOTTUR,

Alunos da

Geração Y

nascidos.

1982 a 2000.

Como a formação dada

por uma instituição de

ensino superior no Curso

de Bacharelado em

Turismo pode influenciar

o percurso da formação

de empreendedores?

Triangular dados

quantitativos e

qualitativos

Analisar elementos da prática pedagógica dos professores que contribuíram

para formação do espírito empreendedor dos alunos do Curso de

Bacharelado em Turismo da Geração Y.

Objetivo (s) e pergunta (s) qualitativa (s) Objetivo (s) e pergunta (s) quantitativas (s)

Fonte: Elaboração do autor, com base em Teddlie e Tashakkori (2009)

Figura 2 – Diagrama metodológico da pesquisa.

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3.2 Unidade de análise

Como Instituição de ensino superior e ciente de sua responsabilidade regional, a FACOTTUR

tem como finalidade e objetivo principal a formação de profissionais aptos a ingressar no

mercado de trabalho com atitude humanística, visão permanente de qualidade e detentores do

uso de novas tecnologias.

Portanto, tendo a cidade de Olinda pertencente à Região Metropolitana do Recife - RMR

como cenário de inclusão e inserção ao mercado de trabalho local e regional é que a

Faculdade de Comunicação e Turismo de Olinda - FACOTTUR idealizou o Projeto

Pedagógico do Curso de Graduação em Turismo.

A FACOTTUR preocupa-se em estimular o conhecimento dos problemas de sua comunidade

e estabelecer com ela uma relação de reciprocidade. Isto se fará por meio do ensino, seja ele

de extensão, graduação ou pós-graduação, bem como, por meio de projetos específicos de

intercâmbio de experiências.

A construção do conhecimento técnico-científico é a grande meta da instituição. Porém

acredita-se que um saber que não tenha claro a sua função para a sociedade é um saber

superficial. Por isso, é importante passar dos "saberes” acadêmico para as "competências"

profissionais, garantindo um aprendizado de fato. Aprende-se fazendo. Por isso, o saber fazer

organiza grande parte do Projeto Político Institucional - PPI e dos Projetos Pedagógicos dos

diversos cursos da Faculdade de Comunicação Tecnologia e Turismo de Olinda -

FACOTTUR.

A aprendizagem como resultado de uma parceria é o foco da segunda linha filosófica da

instituição. Sabe-se que a aprendizagem é o resultado de uma construção ativa feita entre

sujeitos. No entanto, também acreditamos que uma parceria entre aluno, professor e

instituição, com os mesmos objetivos e planos de ação, fortalecerão o processo de ensino e

aprendizagem, tornando-o mais qualificado e duradouro. Se a aprendizagem estiver selada no

princípio da parceria, esta transcenderá não somente os muros da instituição, mas também o

tempo.

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O foco na capacitação pessoal converge com a cultura empreendedora vivenciada na

FACOTTUR, cujo intuito reside no comprometimento do estudante com a definição,

planificação e monitoramento dos resultados de seus projetos de vida.

A pesquisa foi aplicada junto à Faculdade de Comunicação Tecnologia e Turismo de Olinda -

FACOTTUR com sede a Av. Getúlio Vargas, no 1360, Bairro Novo, CEP-53.030-010, na

cidade de Olinda, estado de Pernambuco, instituição de ensino superior mantida pela

Sociedade Olindense de Educação e Cultura - SOEC.

A história da FACOTTUR remonta a 1999 quando foi fundada pelo idealista e educador

Professor Caio Gomes Reis. Apesar de ser uma instituição jovem, a sua estabilidade e o

dinamismo são resultados das experiências acumuladas numa caminhada de 15 anos

dedicados ao ensino com seriedade e determinação.

A FACOTTUR foi credenciada pela portaria MEC nº 937, de 22 de junho de 1999, publicada

no Diário Oficial da União - DOU de 22 de junho de 1999. Funciona atualmente com os

seguintes cursos superiores de graduação:

Curso de Bacharelado em Turismo, autorizado pela Portaria MEC nº 937, de 22 de

junho de 1999, publicada no Diário Oficial da União - DOU de 22 de junho de 1999,

reconhecido pela Portaria SESu no 68 de 23 de janeiro de 2007, publicada no DOU

em 24/01/2007;

Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos Eixo Tecnológico em

Gestão e Negócios autorizado pela portaria nº 224, de 06 de dezembro de 2010

publicada no DOU de 09.12.2010;

Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais Eixo Tecnológico em Gestão e

Negócios autorizado pela portaria nº 179, de 08 de maio de 2013 publicada no DOU

de 09.05.2013 ;

Curso Superior de Tecnologia em Logística Eixo Tecnológico em Gestão e Negócios

autorizado pela Portaria nº 245, de 31 de maio de 2013 publicada no DOU de

03.06.2013 ;

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Curso Superior de Tecnologia em Marketing Eixo Tecnológico em Gestão e Negócios

autorizado pela Portaria nº 245, de 31 de maio de 2013 publicada no DOU de

03.06.2013.

Com grande cuidado em manter-se atualizada e eficiente na sua tarefa principal a educação, à

FACOTTUR vem se desdobrando na busca das reformas educacionais dispostas na Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional e exigidas pela sociedade globalizada.

No atual contexto, a FACOTTUR passou a repensar a sua missão e os seus valores como

instituição de ensino superior sobre a sua nova condição de intervenção no processo ensino-

aprendizagem, procurando capacitar seus egressos, através de uma proposta humanística, à

luz dos princípios da ética, da cidadania, da justiça e da moral, para atender às necessidades

do mercado de trabalho e da sociedade, sistematizar e socializar conhecimentos em suas áreas

de atuação.

Nessa perspectiva, a Instituição define como missão e visão:

Missão - “Investir no processo ensino-aprendizagem permanente, proporcionando uma

educação comprometida com a ética e a cidadania, visando formar cidadãos críticos e

reflexivos, para atender às necessidades do mercado de trabalho, inspirando pessoas para

produzirem e difundirem o conhecimento”.

Visão - ser reconhecida como referência no ensino superior de Pernambuco, promovendo as

potencialidades individuais e na capacitação para o trabalho e a cidadania, por meio da

produção científica e tecnológica, integradas sob a mediação da extensão, da cultura e das

demandas do desenvolvimento regional e, em especial, da Região Metropolitana de Recife.

Evidenciamos que dentre os cursos oferecidos pela IES, apenas o Curso de Bacharelado em

Turismo foi foco desta pesquisa.

3.3 População alvo

Segundo Cooper e Schindler (2003), “uma população é o conjunto completo de elementos

sobre os quais desejamos fazer algumas inferências”. Marconi e Lakatos (2006) definem

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população como “o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos

uma característica em comum”.

O Curso de Bacharelado em Turismo no semestre de 2013.2, conta com um corpo docente de

16 (dezesseis) professores e 178 (cento e setenta e oito) alunos matriculados no segundo,

quarto e sexto período, disponibilizado no segundo semestre de 2013.

Assim, para fins desta dissertação, adota-se o período para corte demográfico da Geração Y, a

definição de Lancaster e Stillman (2011) composta por nascidos entre 1982 e 2000. Faz parte

desse corte demográfico, 113 (cento e treze) alunos matriculados no semestre 2013.2, período

de realização da coleta de dados da presente pesquisa, conforme apresentamos no quadro a

seguir.

Quadro 9 – Data de nascimento, alunos e período de formação.

Período

Data de Nascimento/anos N0 Alunos 2

0 4

0 6

0

1982 – 31 anos 4 2 2 0

1983 – 30 anos 7 2 1 4

1984 – 29 anos 7 1 2 4

1985 – 28 anos 4 0 2 2

1986 – 27 anos 11 5 4 2

1987 – 26 anos 7 0 3 4

1988 – 25 anos 9 2 5 2

1989 – 24 anos 4 2 1 1

1990 – 23 anos 13 1 4 8

1991 – 22 anos 13 2 5 6

1992 – 21 anos 9 2 4 3

1993 – 20 anos 13 2 5 6

1994 – 19 anos 9 4 3 2

1995 – 18 anos 3 3 0 0

Total 113 28 41 44

Fonte: Elaborado pelo autor (2014).

Um dado relevante que se pode observar no quadro acima é que 85 alunos, 78% do total já

cursaram a disciplina de Empreendedorismo. Tal relevância afirma um dado de importância

para o estudo proposto, tendo em vista, que, no terceiro período a disciplina de

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Empreendedorismo é disponibilizada na matriz curricular do Curso de Bacharelado em

Turismo. (ANEXO A).

Participaram também do estudo o Diretor acadêmico da IES, o coordenador de curso de

Turismo e 06 (seis) professores com maior frequência de indicação dos alunos, os quais

participaram de um grupo focal.

3.4 Instrumentos de coleta de dados

A ideia básica da coleta de dados em qualquer estudo de pesquisa é obter informações que

tratam das questões que estão sendo abordadas no estudo. O pesquisador deve decidir os tipos

específicos de dados.

Quadro 10 - Quadro metodológico com instrumentos de coleta.

Objetivos específicos Instrumento de Coleta

1- Levantar a formação oferecida pela instituição de

ensino no Curso de Bacharelado em Turismo na

formação empreendedora dos alunos da Geração

Y.

Entrevista (Roteiro Apêndice A)

Análise de documentos. (PDI e PPC)

Análise do programa da disciplina de

empreendedorismo.

2- Identificar a percepção dos alunos da geração Y

sobre a formação empreendedora oferecida pelo

Curso de Bacharelado em Turismo.

Questionário (Apêndice B)

3- Identificar na percepção dos alunos os

professores que mais influenciaram o

comportamento empreendedor.

Questionário (Apêndice B)

4- Analisar elementos da prática pedagógica dos

professores que contribuíram para formação do

espírito empreendedor dos alunos do Curso de

Bacharelado em Turismo da geração Y.

Grupo focal (Roteiro Apêndice C)

Questionário ( Apêndice B)

Fonte: Elaborado pelo autor (2014).

Os métodos escolhidos para a coleta de dados conforme apresentado no quadro acima

relacionado com os objetivos específicos do estudo foram: entrevista, análise de documentos e

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questionário. Visando gerar informações e dados obtidos de forma cuidadosa, empírica e

sistemática, com o objetivo de apreciar o mérito e julgar os resultados e a efetividade.

Entrevista é uma das mais comuns e poderosas maneiras que utilizamos para tentar

compreender nossa condição humana. O uso de entrevista permite identificar as diferentes

maneiras de perceber e descrever os fenômenos.

Com a finalidade de responder o primeiro objetivo específico do estudo foi realizado uma

entrevista com os diretores e coordenador da IES visando levantar informações para

compreender a formação oferecida no desenvolvimento da capacidade empreendedora. Para

reforçar o entendimento do primeiro objetivo, foi feito análise documental dos instrumentos

substantivo que delineia os caminhos da instituição: PDI e PPC do curso de Turismo.

A opção por este tipo de análise se faz necessário devido à fonte de informações que irá guiar

na consulta a determinadas bases documentais. Os documentos são fontes poderosas de onde

podem ser retiradas informações e evidências que fundamentem afirmações e declarações do

pesquisador.

Conforme Curvello (2006) explica, a própria designação, análise documental, compreende a

identificação, a verificação e a apreciação de documentos para determinado fim. Em

educação, Moreira (2006) destaca que a análise documental é ao mesmo tempo fonte de

informação e indicador de metas ou dificuldades encontradas no âmbito do ensino, nas áreas

da docência, da aprendizagem e da didática.

Para levantamento de dados que norteou o segundo e terceiro objetivos específicos foi

aplicado um questionário (Apêndice B) para captar a opinião dos alunos da Geração Y do

curso de Bacharelado em Turismo, com perguntas abertas e fechadas visando compreender a

influência da formação dada pela FACOTTUR, através do levantamento das disciplinas as

quais fizeram a diferença em sua vida pessoal e profissional, bem como, identificar os

professores que tiveram atitudes empreendedoras e as práticas desenvolvidas em suas aulas.

Segundo Longaray (2003), o questionário deve ser claro, com um número limitado de

questões e, para motivar o informante, deve conter uma nota explicando a necessidade e a

finalidade da pesquisa.

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Neste estudo, os alunos apontaram as disciplinas e os professores que contribuíram na sua

formação empreendedora, que direcionou para formação de um grupo focal com os

professores indicados com maior frequência, visando analisar os elementos da prática

pedagógica que contribuíram na formação do espírito empreendedor dos alunos, que dará

suporte no esclarecimento do quarto objetivo desta pesquisa.

De acordo com Creswell e Clark (2013), ao planejar um estudo de métodos mistos,

recomenda-se que o pesquisador avance um elemento qualitativo que inclua procedimentos de

coletas de dados “persuasivos” e um elemento quantitativo que incorporem procedimentos

quantitativos “rigorosos”.

Para os autores, na perspectiva mista, os dados quantitativos e qualitativos podem ser

aproveitados em uma mesma pesquisa; e, como todas as formas de coleta dos dados, têm suas

limitações. O uso de um desenho misto pode minimizar e até mesmo neutralizar algumas das

desvantagens de certos métodos.

No quadro abaixo, Creswell e Clark (2013) destaca os elementos para procedimentos de

coleta de dados organizados nos principais componentes encontrados na coleta de dados

qualitativos e quantitativos recomendados para o planejamento de estudo de métodos mistos o

qual adaptamos para esse estudo.

Quadro 12 – Procedimentos para coleta de dados qualitativos e quantitativos para métodos mistos.

Procedimentos persuasivos da coleta de

dados qualitativos

Procedimentos da

coleta de dados

Coleta de dados quantitativos

rigorosos

Identificação dos locais a serem

estudados.

Faculdade de Comunicação,

Tecnologia e Turismo de Olinda.

Identificação dos participantes do

estudo.

Diretores, professores,

coordenadores e alunos da

Uso de procedimentos

de amostragem.

Público Alvo: 01

Diretores,

07 professores, 01

coordenador e 113

alunos do curso de

Bacharelado em

Turismo da Geração

Y.

Identificação dos locais

a serem estudados.

Faculdade de

Comunicação,

Tecnologia e Turismo

de Olinda.

Identificação dos

participantes do estudo.

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Geração Y do curso de

Bacharelado em Turismo

Observação do tamanho da

amostra.

Envolvidos no processo de

formação do curso de Turismo

Identificação da estratégia da

amostragem para envolver os

participantes e a razão por que foi

escolhida (critérios de inclusão).

Corte demográfico da Geração

Y e profissionais envolvidos na

formação dos alunos.

Discussão das estratégias de

recrutamento dos participantes.

Palestra de conscientização do

tema proposto.

Diretores, professores,

coordenadores e

alunos da Geração Y

do curso de

Bacharelado em

Turismo

Observação do

tamanho da amostra, a

maneira como ela foi

determinada e como ela

proporciona suficiente

poder.

Diretores, professores,

coordenadores e

alunos da Geração Y

do curso de Turismo

Identificação da

estratégia de

amostragem

probabilística ou não

probabilística.

Diretores,

Coordenadores e

Professores.

Discutir estratégias de

recrutamento para

participantes.

Importância da

discussão do tema

para formação dos

alunos

Discutir as permissões necessárias

para estudar os locais e os

Obtenção de

permissões

Discussão das

permissões necessárias

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participantes.

Solicitação prévia.

Obter aprovações dos conselhos

de análise institucional

Solicitação prévia.

Formalizar

documento de

autorização.

(ANEXO B)

para estudar os locais e

os participantes.

Solicitação prévia.

Obter aprovações dos

conselhos de análise

institucional.

Solicitação prévia.

Discutir os tipos de dados a serem

coletados (entrevista abertas,

observação abertas, documentos,

materiais audiovisuais).

Descrito na metodologia dessa dissertação

Indicação da extensão de coleta de

dados.

100% da população alvo do estudo.

Estabelecimento das questões da

entrevista a serem indagadas.

Coleta de

informações

Período

estabelecido:

out a dez 2013.

Discussão dos tipos de

dados a serem

coletados

(instrumentos,

observação, registro

quantificáveis).

Descrito na metodologia desse

projeto

Discussão dos escores

relatados para validade

e confiabilidade dos

instrumentos usados.

Escala probabilística

Questões discursivas

Menção dos protocolos que serão

utilizados (protocolo de

entrevistas, protocolo de

observação).

Roteiro de entrevista

(APÊNDICE)

Identificação dos métodos de

registro (p.ex., registros de áudio,

anotações de campo).

Todos os métodos para facilitar o registro

mediante autorização dos participantes.

Registro de dados

Gravação em

áudio

Estabelecer que

instrumentos ou listas

de checagem serão

usados e apresentar

exemplos.

Apresentar a

metodologia de grupo

focal para os

participantes.

Identificar questões de coleta de

dados antecipados (p. ex., éticas,

Administração dos

procedimentos

Estabelecer como os

procedimentos serão

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77

logísticas).

Levantamento prévio através de

informações da IES.

Cronograma de

atividades para

realização

padronizados.

Através de categorias

definidas para a

análise do estudo.

Identificar as questões

éticas antecipadas.

Propiciar ao

participante total

espontaneidade.

Fonte: adaptado pelo autor, de Creswell e Clarck (2013, p. 158).

A distinção básica que fazemos entre dados qualitativos e quantitativos é que os dados

qualitativos consistem em informações obtidas sobre questões abertas, em que o pesquisador

não usa categorias e escalas predeterminadas para coletar os dados. Em contraste os dados

quantitativos são coletados em questões fechadas baseados em escalas ou categoria de

respostas predeterminadas.

A coleta de dados foi realizada no período de outubro a dezembro de 2013 na Faculdade de

Comunicação, Tecnologia e Turismo de Olinda – FACOTTUR:

Diretor na sala de reunião da IES no horário da manhã, entrevista semiestruturada com

duração de 40 minutos e registro de áudio.

Docentes na sala dos professores da IES no horário da manhã com a mediação do

pesquisador e duração de 1 hora com registro de áudio.

Alunos no laboratório de informática da IES, acompanhados pelo pesquisador,

realizado em três dias no período da manhã e noite, dividido por período e turno. Foi

observado que o tempo para preenchimento do questionário ficou entre 10 e 15

minutos.

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3.5 Tratamento e análise de dados

Para análise de dados de métodos mistos de pesquisa, analisa-se separadamente os dados

quantitativos usando os métodos quantitativos e os dados qualitativos usando os métodos

qualitativos. Também envolvem analisar os dois conjuntos de informações com técnicas que

se misturem aos dados e resultados. A análise dos dados nos métodos mistos está relacionada

com o tipo de desenho e estratégia escolhida para os procedimentos.

Para Creswell e Clark (2013), tanto para análise dos dados quantitativos quanto para análise

dos dados qualitativos, os pesquisadores percorrem um conjunto de passos similar: preparar

os dados para análise, explorar os dados, analisar os dados, representar a análise e validar os

dados e as interpretações.

No quadro abaixo, mostramos os procedimentos associados a cada passo para a pesquisa

quantitativa e qualitativa recomendados por Creswell e Clark (2013) para o planejamento de

análise dos métodos mistos.

Quadro 12 – Procedimentos de análise de dados quantitativos e qualitativos recomendados para o

planejamento de estudos de métodos mistos.

Procedimentos rigorosos da

análise de dados quantitativos

Procedimentos gerais da

análise de dados

Procedimentos persuasivos da

análise de dados qualitativos

Codificar os dados

atribuindo valores

numéricos

Preparar os dados para

análise com um

programa de

computador.

Limpar o banco e dados

Recodificar ou

computar novas

variáveis para análise

por computador

Estabelecer um

conjunto de códigos.

Preparação dos dados para

análise

Organizar os

documentos e os dados

visuais.

Preparar os dados para

análise com um

programa de

computador.

Inspecionar os dados

visualmente.

Conduzir a análise

descritiva.

Verificar as tendências

e as distribuições

Exploração dos dados Ler por meio dos dados.

Escrever anotações.

Descrever um livro de

códigos qualitativos.

Escolher um teste

estatístico apropriado.

Análise dos dados Codificar os dados.

Atribuir rótulo aos

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Analisar os dados para

responder às questões

de pesquisa ou testar as

hipóteses.

Relatar os testes

inferenciais, os

tamanhos do efeito e os

intervalos de confiança.

Usar programas de

computador estatísticos

quantitativos.

códigos.

Agrupar os códigos em

tema (ou categorias).

Inter-relacionar os

temas (ou as categorias)

ou resumir para um

conjunto menor de

temas.

Usar programas de

computador de análise

de dados qualitativos

Representar os

resultados em

declarações dos

resultados.

Apresentar os

resultados em tabela e

figuras.

Representação das análises dos

dados

Representar os achados

nas discussões de temas

ou categorias.

Apresentar modelos

visuais, figuras e/ou

tabelas.

Explicar como os

resultados tratam as

questões ou hipóteses

da pesquisa.

Comparar os resultados

com a literatura usada

na pesquisa, as teorias e

as explanações

anteriores.

Interpretação dos resultados Avaliar como as

questões da pesquisa

foram respondidas.

Comparar os achados

com a literatura.

Refletir sobre o

significado pessoal dos

achados.

Estabelecer novas

questões baseadas nos

achados.

Usar padrões externos.

Validar e checar a

confiabilidade dos

escores pelo uso do

instrumento no passado.

Estabelecer a validade e

a confiabilidade dos

dados atuais.

Avaliar a validade

interna e externa dos

resultados.

Validação dos dados e dos

resultados.

Usar os padrões do

pesquisador, do

participante e do

examinador.

Usar estratégias de

validação, como

checagem do membro,

triangulação, evidências

não confirmadoras e

examinadoras externos.

Chegar a precisão do

relato.

Empregar

procedimentos

limitados para checar a

confiabilidade.

Fonte: Elaborado pelo autor (2014).

A análise de dados consiste no exame do banco de dados levantados pelo pesquisador para

lidar com as questões ou hipóteses da pesquisa. Nos métodos mistos, a diversidade de

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possibilidades de análise é considerável, além das alternativas conhecidas proporcionadas pela

estatística e pela análise temática.

Seguindo os passos para a análise de dados. Esta é uma fase importante para manter a

coerência do conjunto dos elementos constitutivos da pesquisa. A análise de dados foi feita

por meio de análise de documento, análise de conteúdo e análise estatística.

Uma fonte valiosa de dados qualitativos são os documentos, os materiais e os artefatos

diversos. Eles podem nos ajudar a entender o fenômeno central do estudo. Servem para o

pesquisador conhecer de um ambiente, as experiências, vivências ou situações e como é o seu

dia a dia. (SAMPIERI, COLLADO e LUCIO, 2013). A análise de documento auxilia na

complementação obtida por outros métodos e foi realizado nos documentos disponibilizados

pela IES, o Projeto de desenvolvimento Institucional - PDI e o Projeto pedagógico do Curso –

PPC do Curso de Turismo e conteúdo programático da disciplina de empreendedorismo.

Para a análise das categorias extraídas do material selecionado, foi utilizada a técnica de

análise de conteúdo apresentada por Bardin (2011). Tal análise integra um conjunto de

técnicas que possibilitam, através de procedimentos sistemáticos de descrição do conteúdo, a

realização de inferências acerca da produção e ou da recepção de determinada mensagem.

Essa categorização resultou no quadro dos dados de cada objetivo específico que

apresentamos abaixo:

Quadro 13 - Resumo da abordagem metodológica da pesquisa

Pergunta: como a formação dada por uma instituição de ensino superior no Curso de Bacharelado

em Turismo pode influenciar o percurso da formação de Empreendedores?

Objetivo geral: Verificar a influência da formação dada por uma Instituição de Ensino Superior do

Curso de Bacharelado em Turismo no percurso da formação de Empreendedores.

Objetivos específicos Questões norteadoras Referencial Teórico

1- Levantar a formação

oferecida pela instituição de

ensino no Curso de

Bacharelado em Turismo na

formação empreendedora dos

alunos da geração Y.

Quais as diretrizes que a

instituição de ensino oferece na

formação empreendedora dos

alunos do curso de Bacharelado

em Turismo?

LOPES (2010)

MEC (2006)

PPC

PDI

2- Identificar a percepção

dos alunos da geração Y sobre a

formação empreendedora

oferecida pelo Curso de

Bacharelado em Turismo.

Quais as razões que levam os

alunos do Curso de

Bacharelado em Turismo da

Geração Y a se tornarem

empreendedores ?

OLIVEIRA (2010)

LANCASTER e STILLMAN

(2011)

CARVALHO (2013)

DORNELAS (2008)

LEITE (2012)

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3- Identificar na percepção

dos alunos os professores que

mais influenciaram o

comportamento empreendedor.

Quais os professores que

despertaram os alunos na sua

formação empreendedora?

DORNELAS (2008)

FILION (1999)

JULIEN (2010)

4- Analisar elementos da

prática pedagógica dos

professores que contribuíram

para formação do espírito

empreendedor dos alunos do

Curso de Bacharelado em

Turismo da Geração Y.

Quais práticas desenvolvimento

nas disciplinas ministradas e

que podem despertar o espírito

empreendedor dos alunos da

Geração y?

DOLABELA (2003)

DELORS (2010)

GUERRA e GRAZZIOTIN

(2010)

MASETTO (2010)

Categorias Subcategorias

1 - Formação oferecida pela IES

2 - Percepção dos Alunos 1- A importância da formação

empreendedora

2- Mercado de trabalho e o sonho

empreendedor

3- Características empreendedoras e

Geração Y

3 – Percepção dos alunos em relação aos

professores

1 – Disciplinas que contribuíram para sua

formação

4 – Elementos da prática pedagógica 1 – Contribuição da proposta pedagógica na

visão dos alunos

2 – Métodos de ensino

Fonte: Elaborado pelo autor (2014)

No contexto das pesquisas, a categorização deve ser feita com o intuito e facilitar o trabalho e

a interpretação dos dados, deixando os dados organizados de maneira sistematizada. Isso

porque a categoria é um “agrupamento de informações similares em função de características

comuns” (LEGENDRE, 1993, p.64).

A análise de dados quantitativos consiste no exame do banco de dados para lidar com as

questões ou hipótese da pesquisa e usa o teste estatístico apropriado para lidar com as

questões. Para Creswell e Clarck (1013), a escolha de um teste estatístico é baseada no tipo de

questão que estão sendo formuladas. A análise estatística foi feita por meio de estatística

descritiva, apresentado os dados, os valores e as pontuações obtidas para cada variável através

do questionário aplicados com os alunos no aplicativo google drive link:

<https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=dGZ0b0lTZ0MwWHdBeXY2U

FtaktIeUE6MA>. (APÊNDICE B), aplicados com os alunos do Curso de Turismo da Geração

Y e tabulados pelo sistema.

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3.6 Limites da pesquisa

Decidimos limitar esta pesquisa à Faculdade de Comunicação, Tecnologia e Turismo de

Olinda - FACOTTUR, pela acessibilidade do pesquisador, onde também exerce a função de

coordenação geral da faculdade e pela disponibilidade da instituição na liberação para o

acesso.

Outro limite da pesquisa foi a escolha do Curso de Bacharelado em Turismo. Dentre os alunos

que compõem a Geração Y dos os cinco cursos oferecidos pela IES.

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4. ANÁLISE E DISCUSSÃO

Neste capítulo são apresentados os resultados, a análise dos dados e as discussões a respeito

das questões que fazem parte deste estudo.

Esta pesquisa teve como objetivo geral, compreender a influência da formação dada por uma

Instituição de Ensino Superior do Curso de Bacharelado em Turismo no percurso da formação

de empreendedores. Para tanto, foram determinados alguns objetivos específicos, os quais

orientam a ordem de apresentação dos resultados, nesta seção.

4.1 Categoria 1 - Formação oferecida pela IES

O primeiro objetivo específico se propôs levantar a formação oferecida pela instituição de

ensino no Curso de Bacharelado em Turismo, através da análise de documentos

disponibilizados pela IES, PDI e PCC do Curso de Bacharelado em Turismo, entrevista

semiestruturada realizada com o Diretor e o Coordenador do Curso de Turismo e questionário

aplicados com os alunos da Geração Y.

O papel que o ensino superior tem a desempenhar é complexo, pois deverá responder à

demanda científico-tecnológica, incrementar ainda mais as pesquisas de ponta e, ao mesmo

tempo, preocupar-se com a formação cultural e ética dos universitários.

De forma decisiva, a prática da educação empreendedora no meio acadêmico, abre os

caminhos necessários para que a universidade consiga desempenhar o papel social que lhe foi

destinado, pois, através da educação empreendedora, conseguiremos formar um maior número

de universitários com os perfis necessários para que a tarefa destinada à universidade seja

cumprida.

Pouco adianta ter como proposta pedagógica o desenvolvimento de empreendedores se não

houver uma forte, constante e duradoura vontade e atuação de todos, desde a cúpula. Não se

pode esquecer que uma universidade com uma mentalidade empreendedora só é possível com

a direção e professores com a mentalidade empreendedora.

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P1“ A coisa boa da FACOTTUR é que ela dá uma certa autonomia ao professor. Existem as diretrizes,

mas não engessa a forma como o professor vai estar em sala de aula. Essa possibilidade de

desenvolver a nossa criatividade dentro da metodologia faz com que o professor tenha esse

direcionamento empreendedor. Acreditando que o aluno precisa desenvolver o empreendedorismo. E

se o docente tem o espírito empreendedor, ele passa para o discente.

Podemos conferir com o depoimento vai ao encontro da Missão e da Visão da IES, citadas

anteriormente. Tem-se, então, que uma mentalidade empreendedora, a partir da qual se impõe

uma nova forma de pensamento, obriga, irremediavelmente, a uma reforma da própria

universidade, na qual, entre outras exigências, o incentivo à criatividade e à

interdisciplinaridade ocupa um lugar decisivo.

Na análise do PDI, percebemos a preocupação de atender às crescentes exigências regionais

de mão-de-obra especializada, sempre perseguindo o ideal maior de formar profissionais

hábeis e competentes para o mercado de trabalho, como também para servir ao Brasil e à

região onde se encontra inserida. Olinda é um município habitacional, comercial e turístico.

Pode-se dizer que é uma "semi-cidade dormitório", em relação à capital pernambucana, a

vizinha Recife. Os habitantes são majoritariamente de classe média e de classe baixa. Para

Julien (2010), o meio é o lugar e ao mesmo tempo o mecanismo coletivo que pode explicar e

facilitar os diferentes laços sociais, permitindo assim um espírito empreendedor.

O Centro Histórico de Olinda abrange quase um terço da área total do município e é tombado

pelo patrimônio histórico. A preservação desse sítio histórico começou na década de 1930,

quando os principais monumentos foram tombados. A partir daí, foram promovidas várias

ações no sentido de preservar todo o patrimônio histórico, cultural e arquitetônico do

município. A FACOTTUR tem como perfil a busca de criar possibilidade de acesso ao ensino

a um número cada vez maior de pessoas com o objetivo de manter, ampliar e garantir o

sucesso às crescentes exigências regionais de mão-de-obra especializada, sempre perseguindo

o ideal maior de formar profissionais hábeis e competentes para o mercado de trabalho,

contribuindo com o pensamento de Panosso Netto e Calciolari (2010), que destaca a retomada

dos cursos de turismo traz um novo alento dado pelo grande potencial a ser explorado no

Brasil. Segmentos são chamarizes importantes para o aquecimento do setor como o turismo

rural, turismo ecológico, turismo cultural e o mercado da maior idade, são diferenciais que

confirmam que o setor deve ser mais incentivado.

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Observamos através da analise documental do PPC da FACOTTUR, que o Curso de Turismo

adota uma filosofia educacional inovadora, que tem por objetivo geral: formar líderes

empreendedores criativos e dinâmicos aptos a analisar a realidade turística nacional e

internacional, repensar ações, prospectar cenários, tomar decisões e utilizar as mais modernas

ferramentas gerenciais disponíveis no mercado sendo capazes de criar seus próprios negócios

turísticos e gerar empregos, no cenário globalizado, buscando ainda alternativas para o

desenvolvimento turístico integrado e sustentável das sociedades.

Os documentos analisados apresentam que a IES possui perfil voltado a orientar e

desenvolver iniciativas que aumentem a qualidade do ensino e com ela a formação de pessoas

responsáveis, comprometidas com o seu autodesenvolvimento e com o progresso da

sociedade. Para tanto, partilha dessa responsabilidade com os ingressos, os egressos e com as

organizações locais. Nesse sentido, a FACOTTUR objetiva ser referência na Região,

assumindo o compromisso institucional de promover o desenvolvimento educacional da

região e participar da inserção dos egressos no mercado de trabalho.

Corroborando com esses pensamentos relato as falas do Diretor e da Coordenação do Curso

de Turismo:

Diretor “Dentro do processo o que está mais claro é a questão da introdução do projeto interdisciplinar

no contexto dos alunos conhecerem a atividade do segmento que vai atuar como funcionam quais os

números desse segmento para depois num processo gradativo, chegar a pensar em abrir a própria

empresa, fazer uma intervenção e mexer com esse mercado”.

Coordenador “O perfil do Curso de Turismo da FACOTTUR é diferenciado dos outros cursos um

perfil altamente empreendedor e prático. Tem a bagagem da teoria, mas busca exercitar a junção da

teoria com a prática dentro de todas as disciplinas”.

Trabalhar Empreendedorismo na universidade é convidar os alunos para que os mesmos

realizem seus desejos e, consequentemente, sintam-se motivados para o aprendizado, para a

sala de aula e para a vida (DOLABELA, 2003).

O gráfico abaixo representa as ações desenvolvidas pela IES proporcionando atividades com

empreendedorismo através de simpósios, feiras, cursos palestras e outras ações, 70% dos

alunos consideraram ótima e boa. Para Lopes (2010), essa educação enfatiza o uso intenso de

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metodologias de ensino que permitam aprender fazendo e se caracteriza por isso, pois o

indivíduo se defronta com eventos críticos que forçam a pensar de maneira diferente,

buscando saídas e alternativas, ou seja, aprendendo com a experiência, com processos.

Figura 3 – Gráfico iniciativas promovidas pela IES para o empreendedorismo

Fonte: Elaborado pelo autor (2014).

O depoimento do Diretor corrobora com os resultados apresentados no gráfico acima quanto

às ações para estimular a formação empreendedora oferecida pela IES.

Diretor: “Existem uma séries de ações: realização do Management Day voltado para o

empreendedorismo, ação de simpósios de mídias sociais que abordou a importância do

empreendedorismo, dentro de um universo digital. Para tirar o aluno dessa zona de conforto de querer

pensar só dentro do curso dele é fazer a multidisciplinaridade”.

Seguindo o pensamento de Masetto (2013), explorar com seus alunos novos ambientes de

aprendizagem, valoriza o processo coletivo de aprendizagem.

4.2 Categoria 2 - Percepção dos Alunos

O segundo objetivo específico pretende identificar a percepção dos alunos da Geração Y

sobre a formação empreendedora e as razões que levam os alunos do curso de Bacharelado

em Turismo a se tornarem empreendedores, através de uma abordagem mista com

questionário desenvolvido no aplicativo google drive link:

<https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=dGZ0b0lTZ0MwWHdBeXY2Um

FtaktIeUE6MA>. (Apêndice B), aplicados com os alunos do Curso de Turismo da Geração Y.

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Primeiramente foi realizada uma apresentação da pesquisa e a relevância do tema

empreendedorismo, educação e Geração Y em sala de aula. Após, foi feito o convite aos

alunos que se enquadram na pesquisa conforme corte demográfico anteriormente mencionado

para respondentes.

Os alunos foram conduzidos para o laboratório de informática da IES que contém 25

computadores e, acompanhados pelo pesquisador para realização da pesquisa. Foram

apresentadas 13 (treze) questões quantitativas e 04 (quatro) qualitativas.

Os dados obtidos por meio do questionário demostram que, dos 178 alunos matriculados no

semestre de 2013.2 do Curso de Turismo, 113 alunos, correspondendo 63,48%, fazem parte

da Geração Y, Com idade de 16 a 32 anos, dos quais 41,59% responderam à pesquisa

conforme gráfico que apresentamos a seguir. Os dados vêm contribuir com a afirmação de

Lancaster e Stillman (2010), a Geração Y é a mais volumosa da história, e o seu momento de

tomar as rédeas e conduzir a humanidade a outro patamar existencial é iminente. Em todo o

mundo, os ípsilons estão nas universidades e começam a adquirir as posições de maior

importância no quadro hierárquico das organizações.

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Figura 4 – Gráfico faixa etária

Fonte: Elaborado pelo autor (2014).

O perfil dos alunos do Curso de Bacharelado em Turismo, segundo pesquisa mostra que 74%

são do sexo feminino e 26% são do sexo masculino; 96% tem renda de 01 a 03 salários

mínimos. Valor de referência do salário mínimo na data de realização da pesquisa era R$

678,00 reais. Corrobora com essa afirmativa o pensamento de Lancaster e Stillman (2010), as

condições econômicas, principalmente os reflexos nas classes C, D e E, respondem pelo

significativo aumento de matriculados no ensino superior do País.

Outro dado relevante é a participação da mulher na universidade, que vem ratificar com a

pesquisa GEM Brasil (2012), onde se retrata que as brasileiras estão à frente praticamente da

metade das iniciativas empreendedoras no Brasil. Para Dornelas (2014), isso se deve não só

ao seu perfil empreendedor, mas a uma mudança de comportamento e da realidade das

famílias. No mundo e também no Brasil, as mulheres já têm plena inserção no mercado de

trabalho, e o empreendedorismo do próprio negócio se apresenta como opção de carreira.

Dentro da abordagem quantitativa, os respondentes foram solicitados a colocar o semestre de

graduação que estão frequentando. O período com maior percentual foi o 40 período com

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89

49%. Destaco que no semestre de realização da pesquisa, 2013.2, estavam disponíveis para os

alunos as disciplinas do 2a, 4

a e 6

a períodos conforme gráfico a seguir.

Figura 5 – Gráfico período cursado em 2013.2

Fonte: Elaborado pelo autor (2014)

Um dado relevante apresentado no gráfico acima é que 78% dos alunos já cursaram a

disciplina de Empreendedorismo. Tal relevância afirma um dado de importância para o estudo

proposto, tendo em vista que, no terceiro período, a disciplina de Empreendedorismo é

disponibilizada na matriz curricular do Curso de Bacharelado em Turismo.

O ensino de empreendedorismo surge como uma vertente. Aprender a ser empreendedor e

tornar-se um deles faz parte integrante do currículo de uma série de cursos de graduação, uma

vez que o empreendedorismo e o empreendedor fazem parte dos contextos social, econômico,

cultural e de negócios, em diversas áreas de atuação. Com este entendimento, há lugar para

estudos sobre o ensino de empreendedorismo em IES que ofereçam disciplinas especificas

neste tema no currículo de seus cursos.

Nesta categoria encontramos afirmações dos universitários que mostram a importância da

disciplina de Empreendedorismo e a interdisciplinaridade, pois os ajuda a ampliar suas visões

de mundo pessoal e profissional. Os estudantes destacaram, também, que as disciplinas o

auxiliaram a pensar sobre o futuro, sobre a vida, surgindo as seguintes ideias:

E41: “Foi da cadeira de Empreendedorismo e também a partir do desenvolvimento do TCC que surgiu

a possibilidade desse novo desafio”.

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E10: “Graças à visão adquirida através das disciplinas mencionadas no item 8 que abrange um novo

âmbito de vista para os leigos em determinado assunto. E isso leva a construção de um novo

pensamento.

E20: “Comecei a pensar diferente depois das matérias ministradas, pois tive conhecimento de coisas

que nunca tinha visto”.

E15: “Considero o empreendedorismo a chave para o sucesso profissional”.

As falas dos estudantes reforçam o pensamento de Dolabela (2003) quando afirma que a

educação empreendedora baseia-se no entendimento do que é empreendedorismo. É

essencialmente um processo de aprendizagem proativa, em que o indivíduo constrói e

reconstrói ciclicamente a sua representação do mundo, modificando-se a si mesmo e ao seu

sonho de auto realização em processo permanente de auto avaliação e autocriação.

4.2.1 A Importância da Formação Empreendedora da IES.

Este questionamento surgiu a partir da primeira pergunta aos estudantes se eles consideram a

formação empreendedora fundamental para sua formação, não é fundamental, mas é

importante para a sua formação ou, finalmente, não é importante para a sua formação.

Também foi solicitado para o respondente justificar sua resposta, o que vem colaborar com a

triangulação ou aumento da validade dos métodos mistos. (SAMPIERI, COLLADO e

LUCIO, 2013, p. 556).

O resultado mostra que 87% dos alunos consideram fundamental a importância da formação

empreendedora e 9% não é fundamental, mas é importante para sua formação. Os dados

corrobora ao pensamento de Calliari e Motta (2012) o universitário Y entende o mundo

acadêmico como extensão obrigatória e inseparável. Aprender, ou aprimorar-se equivale a

aumentar suas oportunidades de carreira e socialização.

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Figura 6 – Gráfico como os alunos consideram a formação empreendedora da FACOTTUR.

Fonte: Elaborado pelo autor (2014).

Dos 45 alunos que participaram desta pergunta, 42 justificaram sua afirmativa dado que

mostra que a formação empreendedora oferecida pela IES é vista com bons olhos pelos

estudantes e que a mesma está preparando-os para um futuro no qual a criatividade e a atitude

positiva perante as dificuldades serão alavancas para a sobrevivência no mundo do trabalho.

Para Leite (2012), a sua segurança econômica não está fundamentada em um emprego, mas

no próprio potencial de produzir, pensar, criar e se adaptar.

Obtendo uma visão mais compreensiva sobre a formulação do método misto numa abordagem

qualitativa, as justificativas dadas pelos estudantes:

E24 “Considero a atenção dada pela FACOTTUR ao desenvolvimento empreendedor dos seus alunos

como fundamental, pois é apenas através do empreendedorismo que é possível formar profissionais

capazes de criar e gerenciar de forma eficaz o seu próprio negócio. A FACOTTUR está investindo em

educação, ideais e métodos de ensino que possibilitem que seus alunos se libertem da subordinação

mercadológica, sendo, dessa forma, líderes no mercado profissional e não apenas seres liderados”.

E26 “Trabalho no ramo de hotelaria desde 1999 e não tenho tido muita evolução no trabalho que

desenvolvia. Após meu ingresso na FACOTTUR, minha forma de pensar e agir em relação ao

profissional mudou, tenho conseguido muita evolução tenho certeza que a instituição me ajudou

muito.”.

Encontramos afirmações dos universitários que mostram que a formação empreendedora é

importante, pois os ajuda a ampliar suas visões de mundo pessoal e profissional. O

empreendedor deve estar apto a definir os parâmetros do que pretende realizar e os meios

utilizados para alcançar o resultado desejado. Uma das grandes diferenças entre o

empreendedor e as outras pessoas que trabalham em organizações é que “o empreendedor

define o objeto que vai determinar seu próprio futuro”. Reforça o pensamento de Leite (2012)

ao afirmar que o conceito de emprego para toda a vida está irremediavelmente afastado do

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mercado de trabalho. Chegou o momento de reconhecer que a forma tradicional de geração de

empregos está saturada.

E18 “Acho que hoje em dia o profissional que não tem uma visão empreendedora não vai crescer

dentro do mercado de trabalho e irá trabalhar para o resto da vida como empregado dos outros.”;

E31 “É fundamental por que com empreendedorismo você pode crescer com sua formação.”

E19 “Acho fundamental, pois a faculdade busca formar futuros profissionais, acredito que o

empreendedorismo é uma característica importante para qualquer área profissional.”

E7 “A formação empreendedora é importante para que os profissionais de qualquer área se destaquem

para o turismo é muito importante também pelo fato de estar em contato com pessoas e empresas”.

E17 “É fundamental, pois vai estar me instruindo da melhor maneira para que eu possa um dia abrir

meu próprio negócio, ser um empreendedor de sucesso”.

E 25 “É muito importante, pois o curso de turismo é muito amplo e requer muita criatividade. É

fundamental para acompanhar o crescimento global, tudo muda e se renova a todo tempo”.

Os estudantes relatam as transformações que ocorreram em seus modos de pensar, de agir, de

enxergar o mundo. Enfim, através do contato com a educação empreendedora, transformações

positivas ocorreram na vida profissional, pessoal e acadêmica dos alunos pesquisados e são

trazidas à reflexão através das colocações acima mencionadas, fortalecendo a concepção da

teoria visionária (FILION, 1999; DOLABELA, 2003; DORNELAS, 2014)

4.2.2 Mercado de Trabalho e o sonho empreendedor

Nesta subcategoria, os estudantes expõem a sua colocação no mercado de trabalho, o quanto a

formação pode estar auxiliando e auxiliará a serem empreendedores em suas profissões e em

suas atitudes pessoais e na realização de seu sonho.

A pesquisa retrata que 60% dos alunos encontram-se no mercado de trabalho característica

destacada por Robbins (2005), que 9% já tem seu próprio empreendimento, fato que vem

ratificar uma característica da Geração Y, como cita Calliare e Mota (2012), onde se estima

que no Brasil os ípsilons já correspondam a 30% da população ativa e pela características

desses jovens, pode-se pensar que talvez seja melhor eles terem o próprio negócio.

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Outra característica que traz à tona destes jovens que compõem os Empreendedores, está

presente quando é perguntado se o universitário tem interesse em abrir uma empresa após sua

formação: 72% dos entrevistados responderam que sim. Frente à realidade do mundo do

trabalho, há tempos, não basta mais às instituições de ensino superior formar apenas

empregados qualificados. Afinal, a grande parte dos estudantes universitários quer ter seu

próprio negócio no futuro. Leite (2012) afirma que a formação empreendedora será uma das

alternativas para vencer a crise da falta de emprego que vem castigando o mundo todo.

Fica bem claro nas respostas dos entrevistados que a possibilidade de montar um

empreendimento após terminar a faculdade não pode ser descartada. Contribuindo com o

pensamento de Previdelli e Sela (2006) o empreendedor, tanto como gerador de novas

empresas quanto administrador de empresas já existentes, passa a ser o eixo central da criação

de novos postos de trabalho, intensificando transações econômicas e contribuindo para a

competitividade de uma nação.

E41 “É fundamental, pois a faculdade mostra que não é tão complicado abrir o seu próprio negócio, e

que qualquer pessoa seguindo o plano de negocio, pode abrir sua empresa, desde que siga as regras.

Eu mesma, no começo do curso, não pensava em abrir a minha empresa, hoje já tenho outra visão

completamente diferente.

E42 “Pois sempre tive o sonho de abrir um negócio próprio. Meus familiares possuem seus

estabelecimentos, mas foi a partir do curso de turismo que tive um conhecimento mais aprofundado

sobre o assunto, e que me mostrou que é isso mesmo que eu quero para minha vida.”

E23 “É fundamental por que eu estou começando nessa área, em um pequeno empreendimento e

quanto mais experiência melhor.”

Mesmo que não queiram ou não venham a ter seu próprio negócio, os estudantes podem ser

beneficiados em sua formação com o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades do

empreendedorismo. Dolabela (2003) reforça que essa migração do conceito âmbito da

empresa para todos atinge o empregado em organizações, chamado de intra-empreendedor,

alguém capaz de inovar, de propor à instituição onde trabalha caminhos que possam conduzir

e ocupação adequada de um espaço no seu ambiente de atuação, otimizando os resultados

organizacionais.

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O entrevistado E40 afirma: “O curso de Turismo é muito amplo, e por isso a formação empreendedora

estimula os alunos na tomada de decisão em relação ao próprio negócio. Um empreendimento de

sucesso pode começar com uma ideia desenvolvida na instituição de ensino e ser um diferencial no

mercado de trabalho. Todo conhecimento adquirido é de suma importância para todos os aspectos de

nossas vidas. A ação empreendedora é um estímulo para o desenvolvimento de nossas competências e

habilidades no mercado de trabalho”.

Este depoimento ratifica o pensamento de Leite (2012) e Julien (2010), os empreendedores

percebem novas ideias, em que sua segurança não está só no emprego, mas no próprio

potencial de produzir, pensar, criar e se adaptar. Estudo e trabalho permitem ao empreendedor

potencial adquirir certas habilidades que o ajudarão a escolher o tipo de empresa que deseja

criar ou comprar e, em seguida, a garantir sua viabilidade e sucesso.

Logo após, os alunos foram solicitados a responder: qual a origem de sua ideia para abrir uma

empresa após sua formação? As respostas confirmam o pensamento de Julien (2010): escola,

amigo e mais tarde o ambiente de trabalho exercem um papel no aprendizado e na

experiência.

Figura 7 – Gráfico origem da ideia para criar a empresa.

Fonte: Elaborado pelo autor (2014).

Como ferramenta que auxilia a pessoa a desenvolver seus sonhos e ideias, a pesquisa

demostra que 30% tem como origem sua ideia para abrir seu negócio, bem como 28% afirma

que o ambiente universitário contribui com a ideia. Os dados reforçam que uma educação

empreendedora surge como uma preparação para as exigências e oportunidades futuras. Para

Souza Neto (2008), o homo imprehenditor brasiliensis, para sonhar e buscar realizar seu

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sonho, tem de se relacionar com o mundo e com as pessoas através do trabalho e da ação.

Para o autor, é desse contexto, acrescido das condições emanadas da brasilidade, que emerge,

como metamodelo de empreendedor brasileiro, nosso “herói”: o virador – aquele que “se

vira”.

Continuando a análise desta subcategoria, trazemos para conhecimento mais uma questão a

que se refere às características de empreendedor dos alunos da FACOTTUR: 34% dos

universitários têm como sonho, ter o seu próprio negócio. Para Dolabela (2003), o sonho

estruturante pode dar origem e organização a um projeto de vida, articulando sinergicamente

desejos, visão de mundo, valores, competências, preferências e autoestima. Contribuindo com

esse pensamento, Dornelas (2014) afirma que empreender é a realização máxima dos

sonhadores que almejam ver seus sonhos concretizados.

Figura 8 – Gráfico Qual o seu sonho

Fonte: Elaborado pelo autor (2014).

O gráfico acima demostra uma forte tendência de uma característica da Geração Y. Em

resposta à pergunta: qual o seu sonho, 21% assinalaram compra de um computador. A

Geração Y é tecnológica e digital. Mesmo não tendo computador, o aluno busca o acesso à

tecnologia e, ao se “virar”, reforça o pensamento de Souza Neto (2008), que das

“peculiaridades” é que emergem a figura do virador, daquele que se vira. E ao se virar,

permanece indivíduo no mundo de pessoas na materialização mais brasileira possível,

permeada de criatividade/improvisação, características apresentadas pelos alunos do Curso de

Turismo que compõem a Geração Y.

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Para Oliveira (2011), tecnologia e diversidade são coisas naturais na vida da Geração Y.

Caliiari e Motta (2012) contribuem com a afirmação quando afirmam que tecnologia podia ser

o sobrenome dessa geração. Essa geração foi alfabetizada de frente do para um monitor e com

as mãos sobre um teclado. A facilidade que hoje se tem em acessar vários tipos de tecnologia

de uma geração que nasceu no contexto da modernidade, acabou desenvolvendo nos jovens a

capacidade fazer várias atividades simultaneamente.

Os alunos, 15%, também sinalizam com casar ou formar uma família, o que reforça a teoria

de Lancaster e Stillman (2011): a Geração Y é composta por filhos protegidos vistos como as

melhores criações de seus pais.

4.2.3 Características empreendedoras e da Geração Y

Nesta subcategoria, as respostas obtidas vão contribuir para a compreensão das características

da Geração Y, intercaladas com as características Empreendedoras buscando mapear a relação

existente entre os construtos. Foram apresentadas aos universitários 17 características

podendo assinalar mais de uma opção.

Os dados coletados, representados no gráfico abaixo, destacam as características da Geração

Y, apresentadas no (capítulo 2.5.1, quadro 5, p. 45), e citadas pelos universitários: 66% bom

relacionamento com os pais. Para Dolabela (2003), a primeira motivação para empreender

decorre das relações familiares ou do que podemos chamar de “currículo de relações

primárias’’’’’; 64% realizar tarefas ao mesmo tempo, 62% são criativos, 55% precisão de

feedbacks instantâneo, 47% domínio de tecnologia e tomada de decisão rápida 43%,

características da Geração Y retratadas na fundamentação teórica que corroboram a visão dos

autores [Lancaster e Stillman (2011), Periscinoto (2008), Lipkin e Perrymore (2010), Tapscott

(2008), Oliveira (2011), Kullock (2012)].

O gráfico também demostra as características empreendedoras apresentadas: 77% são

dedicados, 68% são dinâmicos, 55% são bem relacionados (networking) e 53% querem fazer

a diferença no mundo. Têm necessidade de satisfação pessoal: 47%; autoconfiança 47%; alta

necessidade de realização 38%. São líderes, 36%; inovadores, 30%; visionários, 28% e

assumem riscos calculados. Tais características confirmam as afirmações de autores como

Dornelas (2008); Leite (2010), Julien (2010), Filion (1999) e Schumpeter (1997). Mas o perfil

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ideal do empreendedor está em mutação. O empreendedor do século XXI tem competências

distintas dos seus antepassados. O comportamento do empreendedor apresenta algumas

características marcantes ratificados na pesquisa.

Figura 9 – Gráfico características empreendedoras e da Geração Y.

Fonte: Elaborado pelo autor (2014).

Observou-se que, nas 17 características apresentadas, Geração Y e empreendedorismo se

conectam conceitualmente.

As respostas a seguir avigoram as afirmações:

E24 “Através da formação da FACOTTUR, muitos mitos foram quebrados a respeito do meu curso, o

de turismo. Eu acredito estar sendo preparado para a inovação no mercado de trabalho, para o

dinamismo em meu curso de turismo e acredito que minha mente esteja sendo moldada para que eu

seja dono do meu próprio negócio, muito mais além do que ser apenas um empregado”.

E43 “Consigo estabelecer metas e cumpri-las com eficácia. Rapidez nas decisões sou mais dinâmica e

criativa. Tenho bom relacionamento com as pessoas e consigo fazer várias atividades ao mesmo

tempo.”

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E27 “Sem dúvida, um espírito empreendedor da Geração Y se alinha perfeitamente com a proposta

pedagógica.”

E44 “Um espírito empreendedor é sempre bom pra qualquer ser humano independente se é ter um

grande negócio ou até mesmo realizar um sonho. Vejo o empreender como uma característica que

deve existir em cada um tanto na vida profissional como na pessoal”.

As falas dos estudantes trazem à tona o pensamento de Mendonça (2010), ao lado da

inovação, oportunidade e mudança, o empreendedor, ou melhor dizendo, o espírito

empreendedor não seria algo encontrado apenas na cabeça dos grandes homens ou

visionários. As pessoas que enxergam oportunidades e que ousam satisfazer as necessidades

vislumbradas nessas oportunidades, qualquer que seja o tamanho ou a natureza da

organização, seriam pessoas dotadas do espírito empreendedor.

4.3 Categorias 3 - Percepção dos Alunos em relação aos Professores

O terceiro objetivo específico se propôs a identificar na percepção dos alunos quais os

professores contribuíram para a formação empreendedora. Essa categoria originou-se das

questões 8, 9 e 10, que tinham como objetivo identificar as disciplinas que fazem parte da

matriz curricular do curso de Turismo (ANEXO A) cursadas pelo aluno e consideradas

significativas por promoverem transformação em sua vida pessoal, profissional e acadêmica.

O questionamento também tinha como objetivo identificar se os professores que ministraram

as disciplinas tinham perfil empreendedor e citar quais os professores.

4.3.1 Disciplinas que contribuíram para sua formação empreendedora

Os estudantes foram questionados sobre as disciplinas que haviam cursado ao longo de sua

formação acadêmica até o semestre de 2013.2, período de realização da coleta de dados e que

contribuíram ou está contribuindo para sua formação empreendedora.

Seguindo o pensamento de Morin (2001), o desenvolvimento da aptidão para contextualizar e

globalizar os saberes torna-se um imperativo da educação e deve ultrapassar os limites das

disciplinas isoladas. As respostas seguem na tabela-1 e mostram que, as disciplina de

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Marketing Turístico 77%, Empreendedorismo 70%, Economia Aplicada ao Turismo 57% e

Teoria Geral da Administração 51%, têm uma forte contribuição na formação empreendedora.

Corroborando com os percentuais, apresentamos os depoimentos dos alunos:

E13 “Apesar de ser um curso voltado para o turismo, deve- se ampliar conhecimento em outras áreas e

sem contar que no turismo pode- se também empreender”.

E14 “A visão empreendedora é de suma importância, no Turismo busco trabalhar na área de eventos,

marketing, esse fator será importante quando for abrir meu próprio negócio”.

Os resultados dos demais percentuais mostram que a formação empreendedora não pode ser

discutida de forma isolada em uma única disciplina. O tema deve ser abordado de forma

integrada que é necessário promover as questões de interdisciplinaridade por todo o corpo

docente. Lopes (2010) ressalta que para atingir os objetivos de uma formação empreendedora

é muito importante envolver e capacitar os professores para a adoção do enfoque do

empreendedorismo das disciplinas constantes no currículo.

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Tabela 1 – Disciplinas que contribuíram para formação empreendedora.

Disciplina Citação Percentual

Marketing Turístico 36 77%

Empreendedorismo 33 70%

Economia Aplicada ao Turismo 27 57%

Teoria Geral da Administração 24 51%

Teoria geral do turismo 23 49%

Planejamento Proj. Organiz. do Turismo I 23 49%

Agências de Viagens e Turismo 20 43%

Psicologia Aplicada ao Turismo 18 38%

Sociologia Aplicada ao Turismo 17 36%

Geografia Turística 17 36%

Inglês Instrumental 17 36%

Direito e Legislação Turística 16 34%

Hist. Cult., Com. e das Artes 15 32%

Filosofia e Ética 15 32%

Estatística Aplicada ao Turismo 15 32%

Português Instrumental 18 28%

História do Brasil e Turismo 13 28%

Ecoturismo 13 28%

Metodologia Cient. Aplic. Turismo 12 26%

Interdisciplinar - Plano de negócios 12 26%

Meios de Hospedagens 10 21%

Planejamento Proj. Organiz. do Turismo II 9 19%

Interdisciplinar - Feira de negócios 9 19%

Estágio 8 17%

Contabilidade Orç. e Custos 7 15%

Qualidade nos Serviços Turísticos 7 15%

Organização e Gestão de Eventos 6 13%

Meios de Transportes 6 13%

Est. Bras. (Pat/Cult/Mus/Folc) 5 11%

Informática Aplicada 5 11%

Alimentos e Bebidas 5 11%

Elaboração de Roteiros Turísticos 5 11%

Recreação e Lazer 5 11%

Espanhol Instrumental 5 11%

Trabalho de Conclusão do Curso 5 11%

Interdisciplinar - Intervenção Turística 5 11%

Total 486

Fonte: Autor (2014), os alunos podem marcar mais de uma caixa de seleção, então a soma das citações

e percentagens pode ultrapassar 100%.

As disciplinas que compõem a matriz curricular do curso de Bacharelado em turismo

destacadas pelos alunos reforçam o pensamento de Guerra e Grazziotin (2010), as várias

disciplinas existem porque nenhum ramo do conhecimento é tão abrangente que possa

englobar toda a profundidade da natureza humana. Os resultados propõem, que a

FACOTTUR têm iniciativa e promove a interdisciplinaridade que as questões voltadas ao

empreendedorismo sejam contempladas em todas as disciplinas, por todo corpo docente. Essa

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circulação do conhecimento deve ser assumida como um papel central, quando se tem em

vista uma formação de uma mentalidade empreendedora.

Tal afirmativa é comprovada com as falas dos professores quando apresento no grupo focal os

percentuais das disciplinas.

P1 “São disciplinas voltadas para o pensamento autônomo.

P6 “As respostas fecham com o teor e os conteúdos das disciplinas”.

P7 “São disciplinas afins para o empreendedorismo”.

Neste sentido, Pardini e Paim (2001) sugerem que a abordagem do ensino de

empreendedorismo seja interdisciplinar, num grande entrelaçamento entre comunidade,

docente e discente.

P1 “Mais que um procedimento pedagógico da instituição, o professor faz uma análise do mercado

onde os alunos vão estar inseridos. Vai analisar o mercado e pensar o que ele quer que esse Bacharel e

Turismólogo tenham. Você se inserir nesse mercado hoje e ser empregado de alguém não é uma

situação muito vantajosa economicamente, mas se você tiver a consciência que pode encontrar nichos

de mercado e abrir o seu próprio negócio e você, durante sua formação, fazer uma série de estágios

para encontrar o seu caminho, encontrar as possibilidades, ter uma prática dentro desse processo de

formação enquanto está na faculdade e encontrar aquela área do mercado turístico que você quer atuar.

É passado para o nosso aluno com as conversas em salas onde todos os assuntos estão relacionados

nesse processo”.

Alimentar o conteúdo programático com a demanda de mercado e a disciplina de

empreendedorismo no curso de turismo numa visão macro com a grade curricular

desenvolvendo competências empreendedoras está presente na proposta do curso observado

na análise documental da ementa que apresentamos a seguir:

Objetivo geral “permitir que os alunos possam adquirir conhecimentos sobre os fundamentos

do empreendedorismo e formação de uma cultura empreendedora, através de exemplos que

venham aguçar a mente do estudante do que é ser empreendedor”.

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Competências: desenvolver a visão sistêmica, estimular a busca do autoconhecimento e

percepção de si mesmo, conhecer o comportamento e atitudes observadas em empreendedores

de sucesso, conhecer o processo de criação de um novo empreendimento e o desenvolvimento

de plano de negócio.

Referencial bibliográfico: DENGER, DOLABELA, DORNELAS, FILION, LEITE, JULIEN.

A disciplina de Empreendedorismo, na FACOTTUR, tenta mudar a postura passiva, que

geralmente é típica na maioria dos alunos, motivando-os na busca da edificação de uma

postura de envolvimento, de ação, de liderança, com conceitos e referencial teórico

atualizado, que contribui para uma postura empreendedora.

A universidade deve estar dirigida para a formação de estudantes com algumas posturas

indispensáveis como: iniciativa de ação e decisão, capacidade de negociação, competência e

autonomia para criar e inovar, capacidade de comunicação interpessoal, comprometimento

com princípios éticos e capacidade de trabalhar em grupo. Todas essas posturas citadas fazem

parte do programa da disciplina de Empreendedorismo ministrada na FACOTTUR,

ratificando a importância da disciplina e da ênfase do comportamento dos professores no

curso de turismo.

Destacamos a interdisciplinaridade presente na estrutura curricular no curso de Turismo. As

três disciplinas dos projetos interdisciplinares, que visam ampliar o diálogo entre as

disciplinas e os períodos, promovem desenvolver nos alunos o espírito empreendedor e

compreendem atividades como: feira de negócios; criação de empresa; diagnóstico

organizacional e do turismo; e desenvolvimento de proposta de intervenção.

Logo após, os alunos foram solicitados a responderem se as disciplinas que elegeram como

significativas foram ministradas por professores com perfil empreendedor. Com apresentamos

no gráfico abaixo 85% como “sim”. Esse dado nos mostra que o universitário deseja e aprova

que seu professor tenha um perfil empreendedor.

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Figura 10 – Gráfico disciplinas ministradas por professores com perfil empreendedor.

Fonte: Elaborado pelo autor (2014).

Os números apresentados pela figura também mostram que a relação professor empreendedor

e aprendizagem estão intimamente conectadas. Delors (2010) afirma que o paradigma da

educação para o novo milênio deve se basear em quatro pilares: aprender a conhecer, aprender

a viver juntos, aprender a fazer e aprender a ser, que interagem e são interdependentes.

Se 85% dos estudantes apontaram que as disciplinas foram ministradas por professores com

perfil empreendedor, isso confirma o pensamento por Leite (2012), quando apresenta que há

indicações que a educação empreendedora produzirá mais e melhores empreendedores que no

passado. Os números apresentados também mostram que a relação professor empreendedor e

aprendizagem estão intimamente conectados.

Apresentamos a seguir, as repostas concebidas das 10 (dez) características, seguindo as

definições de autores que já foram apresentadas neste trabalho no capítulo 2.4.3, as atitudes

dos professores que ministraram disciplinas e contribuíram para sua formação

empreendedora.

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Figura 11 – Gráfico características empreendedoras dos professores

Fonte: Elaborado pelo autor (2014).

Merecem destaque 06 (seis) características pessoais escolhidas pelos respondentes desta

pesquisa para delinear o perfil dos professores empreendedores da FACOTTUR.

Possuem conhecimento: 83% dos alunos pesquisados elegeram esta característica como a

mais percebida nas atitudes de seus professores empreendedores. Para Garrido (2013), a

universidade é um ambiente de desenvolvimento intelectual e técnico que prepara os

estudantes para o mercado de trabalho. Dornelas (2014) traz importante contribuição

afirmando, que o conhecimento é um ativo intangível, mas de extrema importância para o

sucesso do empreendedor.

Sabem tomar decisões: esta característica foi assinalada por 36 estudantes, representando

77% do público participante da pesquisa. Para Dornelas (2008), a pessoa empreendedora não

se sente insegura, toma decisões no momento certo, principalmente nos momentos de

adversidade e essas atitudes, segundo o autor, levam a pessoa ao sucesso.

São dedicados: Como terceira característica escolhida por 33 alunos (70%), a dedicação é,

segundo Dornelas (2008), uma característica de um indivíduo empreendedor, pois um

empreendedor dedica 24 h por dia, 7 dias por semana, ao seu negócio.

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São otimistas e apaixonados pelo que fazem e são determinados: foram apontadas por

68% dos alunos. Características empreendedoras retratadas pelos autores, como adoram o

trabalho que realizam, principal combustível que os mantém mais animados e

autodeterminados, bem como, implementam suas ações com total comprometimento.

Criatividade e inovação: estas características foram assinaladas por 29 alunos,

correspondendo a 62% do número de citações e representa a última das seis características

mais mencionadas pelos alunos. Para Dornelas (2014) ser criativo não é pré-requisito para ser

empreendedor, mas os empreendedores criativos geralmente estão mais preparados para

inovar.

Após a confirmação do “sim” e das características dos professores empreendedores, 38 alunos

indicaram os nomes dos professores que contribuíram para montagem de uma tabela X.

Possibilitando o pesquisador descoberta e confirmação para uso dos resultados que foi

submetida a teste e aplicação do método quantitativo, com apoio de método qualitativo que

ratifica a visão dos autores, [Roberto Hernández Sampieire (2013), Carlos Fernández Collado

(2013), Maria del Pilar Batista Lucio (2013), John W. Creswell (2013), Vicki L. Plano Clark

(2013)].

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Tabela 2 – Professores citados pelos alunos com aulas ministradas com perfil empreendedor.

Professor Citação Percentual

P1 29 76%

P2 27 71%

P3 13 34%

P4 11 29%

P5 9 24%

P6 7 18%

P7 7 18%

P8 6 16%

P9 6 16%

P10 5 13%

P11 5 13%

P12 4 11%

P13 4 11%

P14 4 11%

P15 3 8%

P16 3 8%

P17 3 8%

P18 3 8%

P19 2 5%

P20 2 5%

P21 2 5%

P22 1 3%

P23 1 3%

P24 1 3%

Total 158

Fonte: Autor (2014), os alunos puderam indicar mais de um professor, por isso a soma das citações e

percentagens pode ultrapassar 100%.

A partir das escolhas realizadas pelos universitários, a sala de aula necessita de um

profissional que sabe o que diz, que sabe o que faz, que sabe fazer a diferença, que adora sua

profissão, que tem postura definida. Do total de 24 professores do curso de turismo, os 06

(seis) professores mais indicados (com 76 % a 18%), foram convidados para realização de um

grupo focal, com a proposta de contribuir na elucidação do quarto objetivo específico.

Para Gatti (2012), podemos caracterizar a técnica de grupo focal como derivada das diferentes

formas de trabalho com grupos. Privilegia-se a seleção dos participantes segundo alguns

critérios, conforme o problema em estudo, desde que eles possuam algumas características em

comum que os qualifiquem para a discursão em questão, que apresentamos na próxima

categoria.

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4.4 Categoria 4 – Elementos da Prática Pedagógica

O quarto objetivo específico pretendeu analisar elementos da prática pedagógica dos

professores que contribuíram para formação do espírito empreendedor. Essa categoria

emergiu a partir da pergunta realizada aos universitários: que tipos de ações pedagógicas e

metodologias de ensino foram utilizados em suas aulas?

4.4.1 Contribuições da proposta pedagógica na visão dos alunos

Nesta subcategoria, os estudantes expuseram o quanto à formação empreendedora da

FACOTTUR, através de sua proposta pedagógica contribuiu ou já está contribuindo para o

desenvolvimento do espírito empreendedor em sua vida acadêmica, pessoal e profissional. O

gráfico abaixo demostra que 89% dos alunos consideram significativa para sua formação a

proposta pedagógica da IES.

Figura 12 – Gráfico contribuição para a formação empreendedora da FACOTTUR.

. Fonte: Elaborado pelo autor (2014).

Os depoimentos a seguir confirmam os percentuais apresentados no gráfico acima:

E15 “Boa parte da contribuição vem da Faculdade, onde estou tendo a oportunidade de contato com

profissionais de ótimo nível e qualidade que incentivam os alunos a empreender.”

E18 “Através das aulas se abre um mundo de possibilidades e escolhas além de termos o

conhecimento técnico para se chegar ao nosso objetivo.”

Os resultados que aparecem nesta subcategoria comprovam o sucesso alcançado pelos

professores empreendedores em suas aulas, pois um dos objetivos principais da FACOTTUR

é formar alunos com perfil empreendedor, já que empreendedorismo faz parte da visão da

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IES. As respostas dos estudantes comprovam que, nas salas de aula, os professores buscam

por essa formação empreendedora.

Os entrevistados E42 e E45 reforçam as respostas dos universitários sobre a contribuição de

seus professores.

E42 “Pois foi a partir do conhecimento adquirido dentro da sala de aula, que tive um aprendizado mais

detalhado sobre como posso ser uma empreendedora. E, a partir dos trabalhos acadêmicos, possuí um

conhecimento mais aprofundado sobre o que quero para minha vida profissional”.

E45 “Através do aprendizado do ser empreendedor, descobrimos novas maneiras de percepção do

mundo. Nunca vou esquecer o ensino da professora Marcela em empreendedorismo, e suas

ramificações.”

A próxima subcategoria traz os métodos de ensino dos professores da FACOTTUR.

4.4.2 Métodos de ensino

Os 47 estudantes participantes desta pesquisa, quando perguntados sobre como os professores

empreendedores ministram suas aulas, confirmam que as aulas foram aulas criativas, aulas

que fizeram a diferença e citam diversas técnicas, recursos e metodologias utilizadas pelos

docentes.

Apresentamos os resultados dos recursos utilizados pelos professores empreendedores para

tornarem suas aulas significativas. Ratificamos que os recursos utilizados não são novidade

em educação. Para Cunha (2004), ser inovador inclui mudanças em alguns aspectos,

conservando as referências do existente. Implica ainda ir mais adiante, uma vez que dá

relevância ao que já é feito. Envolve a ação e o comprometimento com o sujeito da

aprendizagem. O gráfico a seguir mostra os resultados:

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Figura 13 – Gráfico tipos de ações pedagógicas e metodologias de ensino em suas aulas.

Fonte: Elaborado pelo autor (2014).

Na visão de Calliari e Motta (2012), uma mudança inevitável acontecerá nas instituições de

ensino, em especial nas universidades e faculdades, e não apenas porque o modelo GLS (giz,

lousa e saliva), enfrente sérios problemas para uma geração tão conectada ou porque o

conhecimento se transforma com tal rapidez que o conteúdo perde importância diante da

capacidade de o aluno se atualizar, mas também mais professores, ípsilon ou não, adotarão os

novos princípios de engajamento, envolvimento, participação e relevância em suas aulas e

currículos.

Reforçam o aporte teórico os depoimentos dos professores:

P7 “Tenho uma ideia de que trazer algo novo não é necessário você fazer diferente. A novidade tem

dois condicionantes: você tem que fazer algo de uma forma diferente que repercuta em ganhos”.

P6 “Talvez a gente consiga traçar um paralelo entre inovação e novo fazendo um comparativo com o

passado da própria instituição. O que a gente faz e o que não era feito é que deu essa dinâmica

diferente. No passado, a gente não tinha um perfil organizado dos professores conversarem entre si e

discutirem as diretrizes do curso. A partir do momento que se discute as diretrizes do curso, estamos

propondo empreendedorismo aos alunos. A partir do momento que propomos o empreendedorismo,

vemos estratégias que é levar os alunos para o campo, palestras, seminários, discutir textos, trazer

vídeos, movimentar a aula.”

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O novo é como esses recursos são utilizados pelo professor empreendedor nas suas aulas.

Podemos utilizar o recurso da projeção em power point apontados por 79% dos alunos, em

todas as aulas de duas maneiras:

1) a primeira, somente clicando a tecla enter, passando os slides e lendo o que está

projetado, sem interação com a turma, apenas me preocupando em “passar” os

conteúdos que estão no plano da disciplina;

2) a segunda maneira de utilizar o recurso é também clicar a tecla enter, projetar o slide,

mas não apenas lê-lo e sim refletindo sobre o assunto, dialogando, debatendo,

contextualizando, destacado na pesquisa que os professores da FACOTTUR utilizam

o recurso de debates e estudos de caso 94%, preparação para seminários 72%.

Os dados apresentados reforçam a visão de Masetto (2003) que destaca parceria e co-

participação professor e aluno no processo de aprendizado, embora essa mudança se apresente

de forma incipiente, pois na maioria das situações, ainda encontramos o professor no papel de

transmissor de informações e mesmo atuando só com aulas expositivas, “[26% apresentado na

pesquisa]”, um número de docentes tem se preocupado em chamar o aluno para se envolver

com a matéria que está sendo estudada.

Apresentamos as falas dos professores que reforçam as respostas dos alunos através de estudo

de casos, debates em sala e visitas técnicas como recursos para sua formação empreendedora.

P4 “Dentro do conteúdo ministrado, minhas ferramentas são simples quadro, Datashow, estudos de

casos trazendo uma abordagem regional.

P6 “É realizamos visitas técnicas com a abordagem de estudos de casos”.

P1 “Eu utilizo vários caminhos. Os alunos têm uma tendência de se dispersar, para isso é necessário

utilizar textos atuais para um conhecimento, exercícios práticos, despertando o potencial para o

conhecimento empreendedor”.

Este último depoimento mostra que, no ensino, o professor necessita compreender as

motivações dos alunos para então adequar a metodologia de ensino, que precisa ser

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diferenciada e pertinente ao tema. Nas salas de aula da FACOTTUR, através de professores

empreendedores, o objetivo de formar estudantes com visão de mundo, inovadores e

empreendedores está sendo alcançados, 49% destacam os livros como metodologia de ensino.

Uma educação empreendedora requer uma estrutura acadêmica pedagógica que forneça um

repertório de leituras capaz de abrir os caminhos para que novas ideias possam ser articuladas.

Para Guerra e Grazziotin (2010) esse tipo de proposta pedagógica é indispensável para o

contexto no qual o empreendedorismo deve ser semeado no dia a dia das universidades.

É expressivo o depoimento do Coordenador do Curso de Turismo:

Coordenador: “São necessários leituras e estudos de caso para novas ideias. Itamaracá é um estudo de

caso no curso de turismo da FACOTTUR para o aluno conhecer e manipule as ferramentas para ser

um planejador e um consultor turístico que é totalmente empreendedor”.

Acreditamos que o professor empreendedor deva ser uma pessoa que faz a diferença na sala

de aula e na instituição onde trabalha. Todo professor que tiver características do

comportamento empreendedor e praticá-las através da educação empreendedora, será um

intraempreendedor, já que ele não é, na grande maioria das vezes, o dono da instituição de

ensino, mas é alguém que está trabalhando na universidade agindo como se o negócio fosse

seu, portanto, agindo com atitude, criatividade, inovação e vontade de mudar o que não está

bom, auxiliando na construção de um novo cenário educacional.

Dornelas (2008) afirma que o empreendedor faz a diferença quando transforma algo de difícil

definição, uma ideia abstrata, em algo concreto e que funciona. Transportamos essa definição

para a sala de aula, afirmamos que o professor empreendedor faz a diferença quando consegue

dar sentido para o conteúdo que está trabalhando com seus alunos. Ele faz a diferença quando

aguça a imaginação dos alunos, desafiando-os a serem seres críticos e ousados em qualquer

momento de suas vidas, do pessoal ao profissional.

Do ponto de vista dos estudantes, as palestras em empreendedorismo com (40%) também são

relevantes. O contato com profissionais empreendedores atuantes torna-se importante porque

o discente pode tirar dúvidas provenientes da teoria e, até mesmo, compará-las com a

realidade. Workshops entre turmas e demais alunos (21%), tendem a engrandecer os

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conhecimentos e habilidades dos envolvidos no processo e comprovam que, nas salas de aula

da FACOTTUR, a busca pela formação empreendedora está acontecendo, o processo de

educação não é estático e assume características próprias em função dos atores, sendo

reconstruídos continuamente.

Urge que nas universidades surjam cada vez mais professores empreendedores que saibam

conduzir a gestão de sua aula. Dessa maneira forma suas disciplinas adquirem significado

para seus alunos, alcançando, assim, o objetivo primeiro de uma sala de aula: a aprendizagem.

Além de provocar transformações positivas nos alunos, o empreendedorismo também

transforma positivamente a sala de aula, trazendo inovação, criatividade, motivação e

movimento para dentro da mesma. Podemos conferir minha colocação através das afirmações

que seguem:

E42 “Pois foi a partir do conhecimento adquirido dentro da sala de aula, que tive um aprendizado mais

detalhado sobre como posso ser uma empreendedora. E a partir dos trabalhos acadêmicos possui um

conhecimento mais aprofundado sobre o que quero para minha vida profissional.”

E12 “Pois a partir destas cadeiras e suas aulas tive contato com professores não só eficientes, mas

também eficazes, mostrando a realidade do mercado e as novas tendências de maneira clara, direta e

dinâmica”.

Todas as referências ao empreendedor transcritas e analisadas até aqui podem ser transpostas,

para a educação, pois acreditamos que a teoria do empreendedorismo pode ser utilizada como

base para a conquista de uma formação empreendedora, que pode ser disseminada por

professores empreendedores através de posturas inovadoras em suas salas de aula.

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5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES

Neste capítulo são apresentadas as considerações finais e sugestões desenvolvidas a partir

deste estudo.

5.1 Conclusões

Nesta seção são apresentadas as conclusões do estudo, relacionando os dados analisados com

os objetivos específicos, apoiamo-nos no referencial teórico para embasar as compreensões do

estudo, visando apresentar como a proposta de formação empreendedora auxilia no percurso

de Empreendedores.

A discussão sobre o tema empreendedorismo na formação empreendedora é um esforço para

todo o ensino superior no Brasil. Trata-se de um tema transversal que perpassa a formação e

não só a capacidade técnica de nossos cursos de graduação. Há uma necessidade de que uma

grande reflexão seja construída por meio de diversos olhares.

Precisamos de uma educação que estimule nossos jovens a buscar soluções criativas e, no

ensino superior, devemos pensar sobre a formação de jovens com autonomia intelectual, com

paixão pela busca do conhecimento e com postura ética que os torne comprometidos com os

destinos da sociedade. É preciso que ensinemos novos caminhos, surgindo assim novos

rastros a serem desenhados, para que isso aconteça, porém, a universidade precisa formar

empreendedores e não empregados.

Assim, essa educação enfatiza o uso de metodologias de ensino, que permitam aprender a

conhecer, aprender a viver juntos, aprender a fazer e aprender a ser, pois o ser humano se

defronta com situações que o forçam a pensar de maneira diferente, buscando saídas e

alternativas para sobrevivência.

A formação empreendedora coloca-se como uma possível proposta para enfrentar as

dificuldades regionais, globais e, assim, formar jovens empreendedores aptos para criar e

gerenciar projetos importantes.

A análise e discussões dos dados apresentados na pesquisa sobre o contexto geral da formação

dos Empreendedores do Curso de Turismo da FACOTTUR, possibilitou situar com um pouco

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mais de clareza, a conjuntura a partir da qual as bases de uma formação empreendedora

devam ser construídas.

O caminho para as respostas foi percorrido passando pelos objetivos específicos: Levantar a

proposta de formação oferecida pela instituição de ensino no Curso de Bacharelado em

Turismo na formação empreendedora dos alunos da Geração Y; identificar a percepção dos

alunos da Geração Y sobre a formação empreendedora oferecida pelo Curso de Bacharelado

em Turismo; identificar, na percepção dos alunos, os professores que mais influenciaram o

comportamento empreendedor e analisar elementos da prática pedagógica dos professores que

contribuíram para formação do espírito empreendedor dos alunos do Curso de Bacharelado

em Turismo da Geração Y.

Ao responder o primeiro objetivo específico, observou-se que a proposta para um perfil

empreendedor da IES, fortalece ano a ano e vem sendo discutida com maior serenidade entre

os diretores, professores e alunos. Reforçando as Diretrizes do Ministério da Educação e

Cultura o Projeto Pedagógico do Curso de Turismo, a missão e visão da FACOTTUR.

Desenvolver o perfil empreendedor é capacitar o aluno para que crie, conduza e implemente o

processo criativo de elaborar novos planos de vida, trabalho, estudo e negócios. Sendo, com

isso, responsável pelo seu próprio desenvolvimento e o de sua organização. Sob essa

perspectiva, a disseminação de uma cultura empreendedora passa a ter uma considerável

importância frente ao desenvolvimento de um novo comportamento individual e coletivo, e

uma das questões daí advindas é como realizar essa formação e como desenvolver uma

competência empreendedora.

Na percepção dos alunos a formação empreendedora oferecida pela IES está contribuindo e é

fundamental para a sua formação. A FACOTTUR tem responsabilidade de formar pessoas

para a sociedade, e com o intenso processo de globalização surge à necessidade de prepara-los

para um mercado de trabalho em que não mais existem garantias de emprego ou estabilidade,

mercado que necessita de profissionais que estejam além de sua área específica, que sejam

capazes de gerir seu próprio negócio e realizar seus sonhos.

Ao unir as diversas características que conduzem a um perfil característico e típico de pessoas

empreendedoras e da Geração Y podemos referenciar a interligação no resultado da pesquisa:

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realizam diversas tarefas ao mesmo tempo, criativos, domínio de tecnologia, tomada de

decisão rápida, bom relacionamento com os pais, visionários, dinâmicos, líderes, assumem

riscos calculado, dedicados, bem relacionados (networking), inovadores, precisam de

feedback, querem fazer a diferença no mundo, necessidade de satisfação pessoal, possuem

autoconfiança, alta necessidade de realização, que ratifica o conceito de Empreendedores.

Entre os alunos é percebido que eles possuem um entendimento sobre o papel do professor na

formação empreendedora, na proposta metodológica de ensino e ações pedagógicas realizadas

pelos docentes da IES. Do ponto de vista dos alunos os professores são preparados e possuem

características empreendedoras: sabem tomar decisões, são dedicados, são otimistas, criativos

inovadores e possuem conhecimento. Características contribuem na condução de uma aula

que desperte um espirito empreendedor, que reforça a ideia de que se o professor é

empreendedor em sua prática pedagógica, podemos supor que terá condições mais favoráveis

para desenvolver o empreendedorismo de seus alunos.

Convém lembrar que para uma educação empreendedora os professores utilizam das

tecnologias mais adequadas e apropriadas aos objetivos e às atividades educacionais, para

tirar o melhor proveito das técnicas tradicionais, bem como das modernas. Nota-se também

que outras disciplinas começam a compreender a educação empreendedora e a

interdisciplinaridade é uma realidade presente na formação dos alunos do Curso de Turismo

da IES.

Dessa forma, conclui-se que ao longo desta dissertação foram trazidas à reflexão as

características da educação empreendedora através do embasamento teórico e respostas das

pesquisas com: diretores, coordenadores, professores e alunos. Estas afirmações ratificam a

ideologia da FACOTTUR para uma formação empreendedora e que influencia seus alunos a

serem empreendedores em sua vida pessoal e profissional e que o empreendedorismo é

fundamental no projeto pedagógico do curso de turismo.

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5.2 Sugestões

Os resultados deste estudo podem ser complementares aos de outros já realizados, com outros

enfoques ou a respeito de outras realidades, servindo de estímulo ou ponto de partida para a

realização de novas pesquisas, que ajudem a expandir o conhecimento sobre a temática deste

estudo, deste modo sugerem-se estudos sobre:

Levantar a proposta de formação empreendedora no Ensino superior com as diversas

gerações.

Realizar um estudo de observação das aulas dos professores e suas metodologias de

ensino empregadas para formação empreendedora.

A importância da disciplina de empreendedorismo na formação empreendedora e a

interdisciplinaridade nas matrizes curriculares dos cursos de graduação.

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APÊNDICE A

Roteiro com o Diretor e Coordenador do Curso de Turismo

Apresentação do problema de pesquisa.

Por que introduzir a cultura empreendedora no Projeto pedagógico da IES?

Quais motivos estão por trás da necessidade de motivar e estimular os nossos jovens a

abrir o próprio negócio ou ter atitudes empreendedoras na área que escolherem para

atuar?

Quais elementos tornam esta necessidade urgente? Qual deve ser o perfil do professor

e do aluno empreendedor?

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APÊNDICE B - Questionários aplicados aos alunos que estão cursando o curso de

Bacharelado em Turismo no segundo semestre de 2013.2 na FACOTTUR.

Prezado (a) aluno (a): o objetivo deste trabalho é compreender a influência da formação dada

pela FACOTTUR aos alunos do Curso de Bacharelado em Turismo no percurso da formação

de empreendedores Y.

Para isso, é necessário realizar um levantamento das disciplinas que você está cursando e

cursou durante os períodos de formação e verificar se as mesmas fizeram a diferença em sua

vida pessoal e profissional. A pesquisa quer, também, identificar se os professores das

disciplinas ministradas tiveram atitudes empreendedoras ao ministrarem suas aulas.

A sua participação é fundamental para o sucesso desta pesquisa, pois os dados levantados

contribuirão para a dissertação em Gestão Empresarial pela FBV, do professoro Jorge Luiz de

Souza Mota. Cabe ressaltar que as informações coletadas serão tratadas com extremo sigilo,

não divulgando nomes de entrevistados.

Muito obrigado!

Link

https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=dDlfUHJxLUtfQ0tHY0dBZXhWSldoenc6MA

Idade: _______________

Sexo: F ( ) M ( )

Renda:

( ) até R$ 678,00

( ) R$ 679,00 à R$ 2.034,00

( ) R$ 2.035,00 à R$ 3.390,00

( ) acima de R$ 3.390,00

Período: 20 ( ) 4

0 ( ) 6

0 ( )

1- A FACOTTUR tem como foco a formação empreendedora. Você que está cursando o

curso de Bacharelado em Turismo considera que a formação empreendedora:

( ) É fundamental para a sua formação

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( ) Não é fundamental, mas é importante para a sua formação

( ) Não é importante para a sua formação

Justifique sua escolha.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

2 - Você está no mercado de trabalho?

Sim ( ) Não ( )

3- Você tem empresa?

Sim ( ) Não ( )

Caso sim, há quanto tempo:________

4 - Você tem desejo de abrir uma empresa após sua formação?

Sim ( ) Não ( )

5- Caso sim qual a origem da ideia para criar a empresa:

( ) Sua ideia

( ) Membros da família

( ) Amigos fora do ambiente universitário

( ) Amigos dentro do ambiente universitários

( ) Estudos universitário

( ) Trabalho atual ou anterior

6- Qual o seu sonho?

( ) Viajar pelo Brasil

( )Comprar a casa própria

( ) Ter seu próprio negócio

( ) Comprar um automóvel

( ) Ter um diploma de nível superior

( ) Ter plano de saúde

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( ) Fazer carreira em uma empresa

( ) Ter seguro de vida

( ) Ter seguro para automóvel

( ) Casar ou formar uma família

( ) Comprar um computador

( ) Outros. Especificar:___________________________________________________

7- Assinale as características que você possui:

( ) Realiza diversas tarefas ao mesmo tempo

( ) Criativo

( ) Domínio de tecnologia

( ) Tomada de decisão rápida

( ) Bom relacionamento com os pais

( ) Visionário

( ) Dinâmico

( ) Líder

( ) Assume risco calculado

( ) Dedicado

( ) Bem relacionado (networking)

( ) Inovador

( ) Outros. Especificar:___________________________________________________

8- Abaixo relaciono as disciplinas que fazem parte da matriz curricular do curso de

Bacharelado em Turismo, dentre as disciplinas que você cursou, qual (quais) contribuíram

para sua formação empreendedora.

( ) Teoria Geral do Turismo

( ) Hist. Cult., Com. e das Artes

( ) Sociologia Aplicada ao Turismo

( ) Português Instrumental

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( ) Teoria Geral da Administração

( ) Marketing Turístico

( ) História do Brasil e Turismo

( ) Geografia Turística

( ) Metodologia Cient. Aplic. Turismo

( ) Economia Aplicada ao Turismo

( ) Filosofia e Ética

( ) Est. Bras. (Pat/Cult/Mus/Folc)

( ) Estatística Aplicada ao Turismo

( ) Inglês Instrumental

( ) Empreendedorismo

( ) Psicologia Aplicada ao Turismo

( ) Planejamento Proj. Organiz. do Turismo I

( ) Agências de Viagens e Turismo

( ) Ecoturismo

( ) Direito e Legislação Turística

( ) Meios de Hospedagens

( ) Planejamento Proj. Organiz. do Turismo II

( ) Informática Aplicada

( ) Alimentos e Bebidas

( ) Elaboração de Roteiros Turísticos

( ) Meios de Transportes

( ) Recreação e Lazer

( ) Espanhol Instrumental

( ) Contabilidade Orç. e Custos

( ) Qualidade nos Serviços Turísticos

( ) Trabalho de Conclusão do Curso

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( ) Estágio

( ) Interdisciplinar - Feira de negócios

( ) Interdisciplinar - Plano de negócios

( ) Interdisciplinar - Intervenção Turística

9- As disciplinas que você elegeu como significativas foram ministradas por professores com

perfil empreendedor?

Sim ( ) Não ( )

10- Destaque as características empreendedoras dos professores:

( ) Sabem tomar decisões

( ) São indivíduos que fazem a diferença

( ) São determinados e dinâmicos

( ) São dedicados

( ) São otimistas e apaixonados pelo que fazem

( ) São bem relacionados (networking)

( ) São organizados

( ) Possuem conhecimento

( ) Criatividade e inovação

( ) Outros. Especificar:___________________________________________________

11- As disciplinas que você considerou significativa para sua formação empreendedora

utilizaram que tipos de ações pedagógicas e metodologias de ensino em suas aulas:

( ) Projeção de Power point

( ) Debates e estudos de casos

( ) Workshops entre turmas e demais alunos

( ) Preparação de seminários

( ) Visitas técnicas

( ) Palestras em empreendedorismo

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( ) Vídeos

( ) Aulas expositivas

( ) Livros

( ) Outros. Especificar:___________________________________________________

12- Quanto às iniciativas promovidas pela IES para o empreendedorismo: (simpósios, feiras,

cursos, palestra etc...) você considera:

( ) Ótima

( ) Bom

( ) Regular

( ) Fraca

( ) Inexistente

13- A formação empreendedora da FACOTTUR, através de sua proposta pedagógica

contribuirá ou já está contribuindo para que você se torne um empreendedor em sua vida

acadêmica, pessoal e profissional?

Sim ( ) Não ( )

Justifique sua resposta.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

14- Porque a escolha do curso de Turismo na FACOTTUR?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

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APÊNDICE C - Roteiro da condução do grupo focal com os professores.

Apresentação da dissertação para os professores

A influência e práticas pedagógicas para formação empreendedora

Apresentação das disciplinas e professores

Metodologias de ensino

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APÊNDICE D - Autorização de permissão da pesquisa.

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APÊNDICE F

Respostas das questões abertas do (Apêndice B), aplicadas com os alunos que estão

cursando o curso de Bacharelado em Turismo no segundo semestre de 2013.2 na

FACOTTUR.

1- A FACOTTUR tem como foco a formação empreendedora. Você que está cursando o

curso de Turismo considera que a formação empreendedora:

Justifique sua escolha

E4 Nas maiorias das empresas não havia GRHs, levando dificuldades aos

empregadores e empregados , por diversos motivos por exemplo, antes não

havia um contato aberto com as empresas os funcionários eram tratados

como peças eram jogados em setores onde eram lhes atribuídos funções

,como na era de Taylor . Através da implementação do processo de GRHs ,

essa realidade se modificou ,e de certa forma humanizou e qualificou o

trabalho como um todo ,desde da escolha de currículos até palestras

motivacionais e educativas para os profissionais de várias áreas.

E7 A formação empreendedora é importante para que os profissionais de

qualquer área se destaquem, para o turismo é muito importante também pelo

fato de estar em contato com pessoas e empresas.

E8 eu curso turismo, mas eu vejo essa formação empreendedora da parte dos

professores.

E9 é fundamental para que o profissional possa se destacar no mercado de

trabalho.

E10 É importante para que o aluno possa ter noção de como montar seu próprio

negócio e saber quais as diretrizes para tornar o projeto possível.

E12 Pois é a base para a sua capacitação e conhecimento do mercado

(reconhecimento de oportunidades e a capacidade de aproveita-las).

E13 Apesar de ser um curso voltado para o turismo, deve- se ampliar

conhecimento em outras áreas e sem contar que no turismo pode- se também

empreender.

E14 A visão empreendedora é de suma importância, no Turismo busco trabalhar

na área de eventos, marketing, esse fator será importante quando for abrir

meu próprio negócio.

E15

Considero o empreendedorismo a chave para o sucesso profissional.

E16 Curso de turismo tem haver com o empreender até porque na vasta área do

turismo temos um mercado de agencias de viagens de guias de turismo, faz

parte sim até porque faz parte do curso intender o empreendedorismo.

E17 È fundamental pois vai estar m instruindo da melhor maneira para que eu

possa um dia estar vindo a abrir meu próprio negócio, ser um empreendedor

de sucesso.

E18 acho q hoje em dia o profissional que não tem uma visão empreendedora não

vai crescer dentro do mercado de trabalho e irá trabalhar para o resto da vida

como empregado dos outros

E19 Acho fundamental, pois a faculdade busca formar futuros profissionais,

acredito que o empreendedorismo é uma característica importante para

qualquer área profissional.

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E20 é importante porque precisamos teu uma visão diferenciada para as

oportunidades que possam surgir em todo processo da vida.

E21 Sim, pois tudo estar ligado com isso agora.

E22 acredito que ter uma visão empreendedora durante e pós curso é bem

importante para atuar em melhor escala no mercado turístico.

E23 É fundamental por que eu estou começando nessa área, em um pequeno

empreendimento e quanto mais experiência melhor.

E24 Considero a atenção dada pela FACOTTUR ao desenvolvimento

empreendedor dos seus alunos como fundamental, pois é apenas através do

empreendedorismo que é possível formar profissionais capazes de criar e

gerenciar de forma eficaz o seu próprio negócio. A FACOTTUR está

investindo em educação, idéias e métodos de ensino que possibilite que seus

alunos se libertem da subordinação mercadológica, sendo, dessa forma,

líderes no mercado profissional e não apenas seres liderados.

E25 é muito importante pois o curso de turismo, é muito amplo e requer muita

criatividade. é fundamental para acompanhar o crescimento global, tudo

muda e se renova a todo tempo.

E26 "trabalho no ramo de hotelaria desde 1999 e não tenho tido muita evolução

no trabalho que desenvolvia, após meu ingresso na facottur minha forma de

pensar e agir em relação ao profissional mudou, tenho conseguido muita

evolução tenho certeza que a instituição me ajudou muito ."

E27 Evidentemente. Ao sucesso cabe aqueles que souberem se sobressair no

mercado competitivo. O futuro turismólogo tem que pensar, sabe fazer,

empreender se quiser sair de trás das cortinas, para os holofotes.

E28 Acredito que o curso possibilita trabalhar em varias áreas.

E29 é muito importante sim pois estou me capacitando para o mercado de

trabalho e junto a ele me qualificar melhor para concorrer as oportunidades.

E30 Considero importante de acordo com uma boa formação profissional.

E31 É fundamental por que com empreendedorismo você pode crescer com sua

formação.

E32 para o crescimento pessoal e profissional.

E33 é fundamental pelo fato de ajudar na ,minha formação profissional

E34 sim, por que ajuda muitas pessoas que estão na área abrir sua própria

empresa.

E35 é fundamental pois irá contribuir com a minha formação no ramo de

Turismo.

E36 Creio que seja fundamental para minha formação

E38 é fundamental, pois nos possibilita a sairmos com uma importante formação

para o mercado.

E39 pois irá me ajudar se no futuro eu querer abrir meu próprio negocio e me

ajudar até varias visões em alguns assuntos.

E40

O curso de Turismo é muito amplo, e por isso a formação empreendedora

estimula os alunos na tomada de decisão em relação ao próprio negócio. Um

empreendimento de sucesso pode começar com uma ideia desenvolvida na

instituição de ensino e ser um diferencial no mercado de trabalho.

E41 É fundamental, pois a faculdade mostra que não é tão complicado abrir o seu

próprio negócio, e que qualquer pessoa seguindo o plano de negocio, pode

abrir sua empresa, desde que siga as regras.

Eu mesma, no começo do curso, não pensava em abrir a minha empresa, hoje

já tenho outra visão completamente diferente.

E42

Pois sempre tive o sonho de abrir um negócio próprio. Meus familiares

possuem seus estabelecimentos, mas foi a partir do curso de turismo que tive

um conhecimento mais aprofundado sobre o assunto, e que me mostrou que é

isso mesmo que eu quero para minha vida.

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E43 Para lidar com pessoas, para traçar objetivos, alcançar as metas estabelecidas

tanto para a área profissional, quanto a pessoal.

E44 um espírito empreendedor é sempre bom pra qualquer ser humano

independente se é ter um grande negócio ou até mesmo realizar um sonho.

vejo o empreender como uma característica que deve existir em cada um

tanto na vida profissional como na pessoal.

E45 Através do aprendizado do ser empreendedor, descobrimos novas maneira

depercepção do mundo.Nunca vou esquecer o ensino da professora Marcela

em empreeededorismo, e suas ramificações.

E46 Após a conclusão do curso, podemos sair com uma visão de mundo

diferenciada.

E47 e bom ter um base sobre como empreender

E48 No ramo do turismo quem tem ou busca ter um olhar empreendedor, faz a

diferença no mercado. Aproveitando as oportunidades no dia a dia.

9- As disciplinas que você elegeu como significativas foram ministradas por professores

com perfil empreendedor?

Caso sim. Qual (quais) professores?

E2 Heitor, Tâmisa, Lamartine

E3 Pedro Paulo Procópio, Heitor, Lamartine e Tamisa

E4 Heitor Arôxa, Lamartine,Renato Santos

E6 Tamisa Vicente, Rebecca Cisne

E7 Danielle Mesquita, Daniela Coelho e Pedro Procópio

E8 Rebecca Cisne, Tâmisa Vicente, Daniele Mesquita.

E9 Daniele mesquita

E10 Rebecca Cisne, Tamisa Vicente, Juliana Lemoine e Danielle Mesquita

E11 Danielle, Rebecca, Renato, Rúbia e Tamisa.

E12 Danielle Mesquita, Rodrigo Rangel, Tâmisa Vincente, Renato Santos,

Lamartine

E13 Rebecca Cisne; Lamartine; Daniele; Procópio; Juliana.

E14 Sâmea, Tamisa, Lamartine, Procopio, Daniela, Rebecca

E15 Tamisa Vicente, Rocha, Heitor Aroxa, Rebecca Cisne, Alícia Jara.

E16 Tamisa vicente, Daniela Mesquita, Daniela coelho e Rebecca Cisne, Eitor

Arouxa.

E17 Rebeca Cisne, Tamisa Vicente, Rocha..

E18 todos os professores tinham muito perfil empreendedor

E20 heitor, tamisa, danielle mesquita, rebecca, daniela coelho

E22 Rebeca Cisne, Tamisa Vicente, Daniele, Alicia.

E23 Danielle Mesquita, Tamisa Vicente Rebecca Sisne..

E24 Os professores são: Tâmisa Vicente, Rebecca Cisne, Heitor Arôxa, Alícia

Jara, Renato Santos e Daniele Coelho.

E26 todos no curso de turismo ao meu ver trouxeram um olhar invador , eu

marquei todas as diciplinas pois não tenho como deixar de resaltar nenhum

dos professores que estão fazendo parte da minha formação mas tenho quatro

que queria destacar Rebeca Cisne , Tamisa Visente , Rubia Lossio e Renato

Santos .

E27 Tâmisa Vicente/ Renato Mendes/ Rebecca Cisne

E31 Rebecca Cisne, Tamisa Vicente.

E32 Rebecca Cisne

E33 Rocha, Tâmisa Vicente, Rebecca Cisne, , Suelany Ribeiro, Rúbia

E34 Tâmisa vicente,Rúbia Lossio, Suelany Ribeiro,Rebecca Cisne, Rocha

E35 Rebecca, Rocha,Tamisa, Rubia.

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E36 renato,tamisa e rebeca

E38 Tamisa, Luiza, Rebeca, Marcela, Lamartine, Diogo, Thiago,Rodrigo, Juliana

E39 Tamisa Vicente, Elaine, Rodrigo, Rebeca Cisne, Lamartine, Juliana, Marcela

Marinho , Luisa ,Roberta Madureira e Diogo

E40 Elaine Nunes, Lamartine, Luisa Borba, Marcela, Adriana Cavalcanti, Tâmisa

Vicente e Thiago Cantalice.

E41 Adriana Cavalcanti,Priscila Marques,Marcela Marinho,Tâmisa Vicente

E42 Priscilla Marques,Tâmisa Vicente,Marcela Marinho,Adriana Cavalcante.

E43 Rebecca Cisne, Marcela Marinho, Tâmisa Vicente e Diogo Helal.

E44 Virgínia - históriaLuiza Borba - inglêsMarcela marinho – empreendedorismo

Elaine – psicologia Tâmisa Vicente - pot I Daniele mesquita - alimentos e

bebidas

E45 Professores:

Marcela, Rebecca Cisne, Lamartine, Juliana, Cezar, Tamisa, Rodrigo,

Thiago, Eloisa.

E46 Marcela Marinho Rebecca Cisne Juliana Lemoine

E47 Rebecca cisne

13- A formação empreendedora da FACOTTUR, através de sua proposta pedagógica

contribuirão ou já estão contribuindo para que você se torne um empreendedor em sua

vida acadêmica, pessoal e profissional?

Justifique sua resposta.

E3 Sim, pois tudo o que estou aprendendo na FACOTTUR irei levar para a

minha vida e para o meu trabalho .

E4 A facottur serve como intermediária as minhas pretensões profissionais

,tirando me dúvidas e norteando meu caminho.

E7 A cada conhecimento que adquirimos nós temos mais experiência para uma

carreira empreendedora.

E8 os professores passam o interesse de que façamos a diferença no mercado de

trabalho na área de turismo, seja na abertura de uma empresa ou na

administração dela também.

E9 é importante saber como planejar um negócio e como gerir de maneira eficaz

e inovadora para que não haja o fracasso.

E10 Graças a visão adquirida através das disciplinas mencionadas no item 8 que

abrange um novo âmbito de vista para os leigos em determinado assunto. E

isso leva a construção de um novo pensamento que não é apenas o empírico.

E11 O curso traz uma boa didática em termos técnicos e passa uma vasta visão do

mercado de turismo e o que o mesmo espera dos futuros profissionais do

turismo.

E12 Pois a partir destas cadeiras e suas aulas tive contato com professores não só

eficientes, mas também eficazes, mostrando a realidade do mercado e as

novas tendências de maneira clara, direta e dinâmica.

E13 Sim, pois adquiri mais conhecimento em um área que não tinha a mínima

ideia de como funcionava realmente, aprendendo no que o turismo pode

influência e de que forma se pode trabalhar e inovar.

E14 Me ajudando a planejar e administrar meu próprio negocio.

E15 Boa parte da contribuição vem da Faculdade, onde estou tendo a

oportunidade de contato com profissionais de ótimo nível e qualidade que

incentivam os alunos a empreender.

E16 Já estão contribuindo apesar de não me encaixar no perfil de ter algo próprio

como empresa.

E17 Sim, pois tem me dado uma visão real de mercado.

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E18 através das aulas se abre um mundo de possiblidades e escolhas além de

termos o conhecimento técnico para se chegar ao nosso objetivo

E19 Além das disciplinas, os professores incentivam e buscam desenvolver isso

nos alunos.

E20 comecei a pensar diferente depois das matéria ministradas, pois tive

conhecimento de coisas que nunca tinha visto

E22 Ainda não, porque tenho um longo caminho a percorrer e muitas coisas para

se estudar até tomar minha decisão.

E23 Por que me fez ser uma pessoa mais responsável e determinada na quilo que

eu quero fazer.

E24 Através da formação da FACOTTUR, muitos mitos foram quebrados a

respeito do meu curso, o de turismo. Eu acredito estar sendo preparado para a

inovação no mercado de trabalho, para o dinamismo em meu curso de

turismo e acredito que minha mente esteja sendo moldada para que eu seja

dono do meu próprio negócio, muito mais além do que ser apenas um

empregado.

E25 sim, pois os professores chamam muita atenção para seu alunos, não foca só

em uma coisa e sim sempre esta criando, e mostrando a melhor forma de

fazer seu negocio.

E26 como ja tinha falado até ingressar na facottur eu tinha um comportamento

engessado em relação ao meu profissionalismo agora tenho outra visão de

todo mercado e minhas possibilidades de adentrar nele

E27 Sem dúvida, um espírito empreendedor da geração y se alinha perfeitamente

com a proposta pedagógica.

E29 ainda estou me relacionando e vendo se é o que realmente vou querer seguir.

E30 A FACOTTUR já ministra a contribuição para uma carreira profissional

diferenciada.

E31 Sim, porque quanto mais conhecimento é melhor. E ao passar dos períodos,

você vai crescendo.

E33 Esta contribuindo bastante pois esta mim ajudando a ter um futuro

profissional muito melhor e como idealizo .

E34 através do incentivo do grupo de profissionais do turismo da facottur

E38 sim contribui, pois mim deu mais força de vontade para ter meu próprio

negocio.

E39 Pois em cada período pude acrescentar em meus objetivos e traçar o meu

caminho para o futuro com um olhar diferente.

E40 Todo conhecimento adquirido é de suma importância para todos os aspectos

de nossas vidas. A ação empreendedora é um estímulo para o

desenvolvimento de nossas competências e habilidades no mercado de

trabalho.

E41 Sim, pois foi da cadeira de empreendedorismo e também a partir do

desenvolvimento do TCC que surgiu a possibilidade desse novo desafio.

E42 Pois foi a partir do conhecimento adquirido dentro da sala de aula, que tive

um aprendizado mais detalhado sobre como posso ser uma empreendedora. E

a partir dos trabalhos acadêmicos possui um conhecimento mais aprofundado

sobre o que quero para minha vida profissional.

E43 Consigo estabelecer metas e cumpri-las com eficácia. Rapidez nas decisões,

sou mais dinâmica e criativa. Tenho bom relacionamento com as pessoas e

consigo fazer várias atividades ao mesmo tempo.

E44 sim eles nos mostram o caminho agora o próximo passo é irmos com nossos

próprios pés.

E45 Amadurecimento no pensar e agir em determinadas situações na vida

profissional, com foco na qualidade do serviço prestado (ética profissional).

E47 e muito superficial

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E48 Sim, pelo o motivo de fazer com que eu tenha um novo olhar perante aos

desafios que o mercado de trabalho oferece no cotidiano.

14- Porque a escolha do curso de Turismo na FACOTTUR?

E2 Porque, eu vê através do site ,entrei contato e estou gostando.

E3 Porque era o mas em conta e passou a confiança, apesar de ser um pouco

desorganizada que eu percebi isso no decorrer do tempo , também exixte

muitas coisas a desejar .

E4 Por que ela é voltada a o turismo a mais de 10 anos ,com professores

graduados nas melhores universidades do país.

E5 Recomendação de algumas pessoas.

E6 Boa localização e bons professores.

E7 Pois é um curso de bacharelado com pouca duração, minha intenção inicial é

me formar para estar mais preparada para o mercado de trabalho.

E8 além de ser o mais conceituado de PE, os professores tem amplo

conhecimento na área e sabem passar com qualidade e se preocupam se o

aluno está absorvendo as informações corretamente e se o aluno consegue

desenvolver casos a partir do conteúdo passado pelos professores!

E9 Por que é uma instituição bem conhecida em relação a este curso

E10 Porque, a faculdade além de ficar próxima a minha residência, é conhecida

na região pelo foco no curso de turismo, inclusive seu nome vem do turismo.

Porém após ingressar no curso alguns professores deixam a desejar nos

ensinos, fazendo com que haja insatisfação por parte de alguns alunos que

realmente desejam estudar e aprender de fato. Além do que podemos

observar que o Turismo dentro da faculdade não ocupa o lugar de carro chefe

como próprio nome da faculdade sugere. Isso é uma pena.

E11 Especializar na área e especificamente em eventos, para futuramente abrir

uma empresa no ramo tendo total domínio e conhecimento do setor de

turismo e eventos.

E12 Curiosidade e proximidade da€ residência.

E13 É um curso dinâmico no qual não se é obrigado a passar tempo em uma sala

e que você pode interagir com outras pessoas somando conhecimento.

E14 Curiosidade e também sonho de viajar muito.

E15 Na verdade a escolha foi a falta de opção de cursos de Turismo nesta cidade.

E16 Primeiramente por questão de preço, e a que se encontrava mas acessível a

mim.

E17 Pois é a única faculdade que tem reconhecimentos de historicidades na

região.

E18 além da comodidade de ser mais perto ,pesquisei e vi que o curso de turismo

da Facottur é um dos melhores da região

E19 Era a faculdade que tinha o melhor conceito entre as faculdades acessíveis.

E20 comecei a fazer alguns cursos relacionados e achei que me identificava, e

realmente deu certo.

E21 Por ser uma pessoa muito extrovertida, fácil de fazer amizades, gosto de

ajudar, passear e planejar viagens.

E22 É uma instituição boa, tem um preço acessível e ótimos professores.

E24 Por que a FACOTTUR é uma das melhores faculdade de TURISMO em

PERNAMBUCO.

E25 por ser mais barato, por referencia...

E26 "por que eu tava cansado de viver as mesmas coisas, então quis viver o novo

e conseguir obrigado."

E27 É a melhor opção no custo x benefício

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E29 Devido à grade curricular

E30 Devido a curiosidade de conhecer o histórico de cidades. Exercer atividades

que possam modificar bairros, etc. (construção de ideias materiais e

profissionais) e pelo fato de se tornar um viajante com um olhar que possa

mudar o mundo.

E31 Escolhi a FACOTTUR, pois é uma faculdade que pode me ajudar a crescer

na vida e no mercado.

E32 Porque e a melhor da área turismo.

E33 Por ser um curso que na qual mim identifico não por gosta só de viajar mais

para aprender mais sobre a cultura, costumes de outros países e pelo fato de

querer ter meu próprio negocio em relação a atividade turística e por residir

em Olinda uma cidade que recebe muitos turistas.

E34 Porque o turismo tem crescido muito e quero uma oportunidade na área de

eventos.

E35 Além de gostar muito de viajar, quero ter o meu próprio negocio no ramo de

agencia de viagens ou hotelaria. gosto muito da parte de lazer.

E36 Desde de pequena ouço falar do curso. Sempre quis, mas não tinha condições

E38 Porque era mais perto da minha casa e tinha um bom resultado.

E39 Preço, e professores qualificados.

E40 área profissional que se aproxima com um sonho pessoal.

E41 Turismo pra mim, foi minha segunda opção de escolha.

Porém, como minha mãe trabalhava perto e conhecia a faculdade, aceitei

estudar.. E não me arrependo, eu pretendo seguir nesse ramo, fazendo uma

pós e tendo a minha empresa.

E42 Turismo era minha terceira opção de curso, mas sempre tive vontade de

fazer. Como não passei na federal decidi fazer o curso, e como a faculdade

fica perto da minha casa decidi fazer nela.

E43 Primeiro pra ter mais conhecimento, escolhi essa área. E a FACOTTUR, foi

a que tinha a melhor oferta financeira na época. Conheci através de uma

menina que estava fazendo a propaganda da Instituição nas ruas.

E44 logo de cara vi que só pelo fato de levar no nome faculdade ... e turismo me

agradou.

E45 Pelo sonho de ser comissária de bordos e dominar a linga inglesa.

E47 eu escolhir turismo porque pensava que o curso era bom mais nao foi nada

daquilo que imaginava que seria um curso com minha teoria e quase nehuma

pratica . teve materias que deveriam ser ministradas desdo inicio do curso

com ingles, espanhol e o proprio tcc. deveria existir empresas parceiras que

oferece-se estagios ja que nessa area e muito ruim muito ruim consegui se

sobressair

E48 A minha escolha se deu pelo o fato de já atuar no ramo do turismo. Senti a

necessidade de aprofundar os meus conhecimentos através da teoria junto a

prática.

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ANEXO A

Matriz curricular do curso de Turismo