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Geossistema e Geografia Soviética: os legados teórico-metodológicos e a importância dos institutos e estações experimentais de pesquisa 1 Carlos Eduardo das Neves - FCT/UNESP. E-mail: [email protected] 1. Introduzir um tema é evidenciar uma preocupação geográfica O debate proposto centra-se na teoria geossistêmica da escola russo-soviética de geografia, pois seu debate teórico-metodológico pode ser substancial ao desenvolvimento dos estudos centrados na indissociabilidade entre sociedade ↔ natureza no Brasil. A partir do geossistema possibilitou-se uma discussão que ultrapassava a “geografia física setorizada” realizada na década na 1960 na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). O estudo experimental das variáveis de estrutura, funcionamento, dinâmica e evolução dos complexos paisagísticos destacaram-se como peças-chave da aplicação realista da Teoria Geral dos Sistemas (TGS) aos sistemas espaciais geográficos. Todavia, desde sua criação até o presente momento, existem insistentes repetições incorretas e superficiais sobre os estudos geossistêmicos realizados pelos russo-soviéticos. Tais pesquisas não entenderam as diferentes conceituações utilizadas por essa escola de pensamento. Esses erros têm subvalorizado a importância dessa teoria e escola no Brasil. Por este motivo e pela ausência de um projeto geográfico global de interface em várias conceituações geossistêmicas utilizadas no Brasil, acredita-se que muitos desses estudos tornam-se incompreensíveis ao entendimento das conexões e trocas metabólicas entre sociedade ↔ natureza, pois consideram que os geossistemas referem-se apenas as áreas naturais, esquecendo-se de todo legado científico, sociocultural e político de sua criação. Objetiva-se assim, entender o papel dos “institutos e estações experimentais de pesquisa(instrumento político de planejamento paisagístico e ambiental) ao reconhecimento das variáveis de estrutura, funcionamento, dinâmica e evolução do geossistema, ao passo que são poucos compreendidas no Brasil e quando utilizadas percebidas de maneira isolada. O debate proposto considera a relação de quatro perspectivas relacionadas a criação da teoria do geossistema junto ao debate geográfico de interface. 1) Entendimento das condições 1 Pesquisa financiada com bolsa de doutorado regular da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Processo nº 2015/06558-9.

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Geossistema e Geografia Soviética: os legados teórico-metodológicos e a importância dos

institutos e estações experimentais de pesquisa1

Carlos Eduardo das Neves - FCT/UNESP. E-mail: [email protected]

1. Introduzir um tema é evidenciar uma preocupação geográfica

O debate proposto centra-se na teoria geossistêmica da escola russo-soviética de

geografia, pois seu debate teórico-metodológico pode ser substancial ao desenvolvimento dos

estudos centrados na indissociabilidade entre sociedade ↔ natureza no Brasil.

A partir do geossistema possibilitou-se uma discussão que ultrapassava a “geografia

física setorizada” realizada na década na 1960 na antiga União das Repúblicas Socialistas

Soviéticas (URSS). O estudo experimental das variáveis de estrutura, funcionamento,

dinâmica e evolução dos complexos paisagísticos destacaram-se como peças-chave da

aplicação realista da Teoria Geral dos Sistemas (TGS) aos sistemas espaciais geográficos.

Todavia, desde sua criação até o presente momento, existem insistentes repetições

incorretas e superficiais sobre os estudos geossistêmicos realizados pelos russo-soviéticos.

Tais pesquisas não entenderam as diferentes conceituações utilizadas por essa escola de

pensamento. Esses erros têm subvalorizado a importância dessa teoria e escola no Brasil.

Por este motivo e pela ausência de um projeto geográfico global de interface em várias

conceituações geossistêmicas utilizadas no Brasil, acredita-se que muitos desses estudos

tornam-se incompreensíveis ao entendimento das conexões e trocas metabólicas entre

sociedade ↔ natureza, pois consideram que os geossistemas referem-se apenas as áreas

naturais, esquecendo-se de todo legado científico, sociocultural e político de sua criação.

Objetiva-se assim, entender o papel dos “institutos e estações experimentais de

pesquisa” (instrumento político de planejamento paisagístico e ambiental) ao reconhecimento

das variáveis de estrutura, funcionamento, dinâmica e evolução do geossistema, ao passo que

são poucos compreendidas no Brasil e quando utilizadas percebidas de maneira isolada.

O debate proposto considera a relação de quatro perspectivas relacionadas a criação da

teoria do geossistema junto ao debate geográfico de interface. 1) Entendimento das condições

1 Pesquisa financiada com bolsa de doutorado regular da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

(FAPESP). Processo nº 2015/06558-9.

históricas, culturais, políticas e sociais em que surgiu a teoria do geossistema (ANTIPOV, et

al., 2008; SEMENOV; SNYTKO, 2013). 2) Seu objetivo de transpor a disciplina físico-

geográfica, realizada entre 1917 e 1960 (SOTCHAVA, 1978). Como solução aos problemas

metodológicos vividos pelos estudos paisagísticos entre as décadas de 1950-1960

(FROLOVA, 2006, 2007). Sua criação enquanto um conceito em “defesa da natureza”,

devido a exploração dos recursos naturais pelo período soviético (RODRIGUEZ, 2015).

Para subsidiar o debate proposto, analisa-se as pesquisas vinculadas ao V.B. Sochava

Institute of Geography (Irkutsk - Rússia) as quais foram publicadas no Geography and

Natural Resources, entre 2008 e 2015, afim de estabelecer as relações causais entre as

variáveis de estrutura, funcionamento, dinâmica e evolução, importante ao reconhecimento da

teoria do geossistema em sua complexidade, tal como é aplicada na Rússia.

2. Forma de Análise: entre a teoria e a prática analítica

Tratou-se, neste artigo, dos precedentes teórico-metodológicos do geossistema sob a

perspectiva de uma versão “oriental” do termo, bem como de sua consolidação enquanto

teoria e escola de pensamento geográfico (REIS JÚNIOR; HUBSCHMAN, 2007) e

paradigma (MONTEIRO, 2000).

Para compreender como e por que foi criada a teoria geossistêmica há a necessidade

de entender distintos períodos históricos, da geografia russo-soviética acerca da paisagem e da

relação sociedade ↔ natureza, divididos em quatro períodos, relacionando a ciência, o social

e o político (Figura 1).

Figura 1: Bases para a criação da teoria do geossistema na URSS. Organização: Neves, 2016.

Os períodos são analisados por meio de material bibliográfico e método histórico-

comparativo, objetivando entender as rupturas paradigmáticas entre natureza e sociedade

(categorias) nos períodos expostos.

Para desenvolver esta discussão, analisou-se os artigos que utilizaram o geossistema

enquanto fonte teórico-metodológica e que foram publicados no Geography and Natural

Resources, entre 2008 e 2015, do V.B. Sochava Institute of Geography.. A escolha do período

se dá pela possibilidade de coleta dos dados em meio digital.

Primeiramente, realizou-se o download de 97 artigos sobre a temática, posteriormente

visualizou-se se os mesmos faziam uso de pesquisas desenvolvidas por Viktor Borisovich

Sochava e Anatoliy Grigorievich Isachenko, totalizando uma amostra de 52 artigos. A escolha

dos autores, se dá por serem expoentes da geografia e ciência russa, bem como por serem

criadores e difusores de estudos geossistêmicas e paisagísticas relacionados as variáveis

estudadas na pesquisa, sendo ainda os mais utilizados em pesquisas brasileiras2.

As variáveis analíticas utilizadas são as de estrutura, funcionamento, dinâmica e

evolução junto as estações experimentais e enquanto termos ao debate ambiental. A partir

dessas variáveis e de pressupostos teórico-metodológicos, desenvolveu-se um mapa causal

(Figura 2) usada para recolher, pruduzir e exibir informações em rede (GOPNIK, et al., 2004).

2 Não analisamos a obra de Beroutchachvili, pois o mesmo foi citado apenas em três trabalhos

Figura 2: Descrição da espacialização do mapa causal. Adaptada de Gopnik, et al., 2004

Organização: Neves, 2016.

Ao evidenciar relações funcionais entre causas e efeitos (Figura 1), contribui-se ao

desenvolvimento da teoria do geossistema, no que condiz o melhor reconhecimento das

variáveis analisadas aos estudos que relacionam sociedade ↔ natureza.

3. Da paisagem ferramenta ao geossistema: uma teoria em “defesa da natureza”?

Destaca-se a importância da paisagem enquanto objeto integrador da geografia, bem

como a diferencia de outras ciência (BERG, 1915 apud FROLOVA, 2006). Nesse âmbito, a

paisagem torna-se seu objeto de estudo e a regionalização seu método (FROLOVA, 2006).

Essa discussão apresenta grandes transformações, especialmente a partir da Revolução

Russa de 1917, devido a forte influência da doutrina marxista na objetivação da paisagem e o

consequente distanciamento da noção de Paysage e Landschaft, sobretudo entre as décadas de

1930-1940. A primeira ganha sentido mais artístico e a segunda é gradualmente inserida no

debate científico e no uso estatal (FROLOVA, 2007).

Entretanto, algumas questões teóricas continuam ambíguas e contraditórias em todo

século XX, tal como o debate acerca do dualismo/globalismo, continuidade/descontinuidade e

objetividade/subjetividade da paisagem. Não obstante, em todos esses cenários o mapa

apresentou-se como um produto final das investigações geográficas (ARMAND, 1949 apud

FROLOVA, 2001), especialmente até a década de 1960, reafirmando-a como um ciência

físico-geográfica a serviço e manutenção do estado soviético3.

Contudo, a paisagem em toda a sua objetividade não se mostrava mais suficiente ao

entendimento de uma relação mais complexa e totalizante de um ambiente expressivamente

degradado, contraditório e predatório, por isso a necessidade de renovação dos métodos

utilizados pela ciência da paisagem. Sobretudo pela ineficiência na compreensão de uma

grande quantidade de dados de estações experimentais.

Dessa forma, apoiada na TGS e nas leis gerais da termodinâmica e geoquímica, a

teoria do geossistema permitiu nos anos de 1960 solucionar problemas metodológicos vividos

pela ciência da paisagem, uma vez que até essa década as tipologias das paisagens de certos

complexos territoriais de origens diferentes não haviam sido discutidas (FROLOVA, 2006).

A primeira aparição do “termo” geossistema se deu no artigo "The Definition of Some

Concepts and Terms in Physical Geography", Sochava de 1963, um dos mais citados na

literatura geográfica (SEMENOV; SNYTKO, 2013). Devido a sua importância subsidiou a

criação de uma teoria que explicasse melhor a diferenciação entre realidades geográficas, em

que a análise do relevo não fosse determinista e que o sistema natural de distintas escalas, no

qual os seres vivos se inseriam, fossem analisados enquanto conjunto dinâmico aberto.

Mesmo diante das várias proposições teóricas, a conceituação de Sochava (1978)

criada em 1963 ainda é uma das mais utilizadas em pesquisas geossistêmicas, tanto Rússia

quanto no Brasil. A mesma refere-se às áreas homogêneas de qualquer dimensão, onde os

componentes da “natureza” estão em conexões sistêmicas uns com os outros, interagindo com

a esfera cósmica e a sociedade. Essa conceituação é empregada em vários momentos no

determinado artigo, uma vez que é a base para a discussão russo-soviética do geossistema.

Com o geossistema a paisagem se torna uma categoria mais operacional,

imprescindível à antiga URSS (FROLOVA, 2006), permitindo a solução de múltiplos

problemas, como: (1) a degradação da paisagem diante da evolução do impacto social sobre o

mesmo, (2) a gestão da paisagem e o prognóstico de sua evolução. Assim, há a necessidade de

investigações centradas na repetição de informações em longo prazo, subsidiam o

desenvolvimento das pesquisas vinculadas ao Instituto Sochava e suas estações

3 Guerasimov (Diretor do Instituto de Geografia da Academia de Ciências da antiga-URSS) indicava na década

de 1970 o caráter construtivista da geografia, diante do aumento dos impactos no meio natural e da necessidade

de crescimento da economia planificada.

experimentais. Implantadas, sobretudo, nas áreas pouco exploradas do território soviético,

como no Cáucaso, Urais e na distante Sibéria.

Dessa forma, ocorre entre 1960-1970 uma centralidade na análise do funcionamento e

das dinâmicas espaciais e temporais dos complexos paisagísticos, com base na teoria do

geossistema. A partir de 1970-1980, com o maior reconhecimento, por meio das estações

experimentais, das estruturas, funcionamento, dinâmica e evolução dos geossistemas colocou-

se em pauta a existência de ritmos diferentes ao desenvolvimento de cada componente da

paisagem (FROLOVA, 2006)4.

Com a formulação teórica da poliestrutura dos geossistemas, entre 1980 e 1990,

Preobrazhenskiy (1983) enfatiza a ideia de “sistemas de componentes” de Sochava pela

perspectiva de “sistemas de subsistemas”. De tal modo, o determinismo visto na relação entre

unidades é trocado pelas relações oscilantes.

No entanto, é com o fim da URSS que a geografia da paisagem pode ser pensada em

uma perspectiva mais abrangente, especialmente com ênfase da cultura na formação dos

complexos paisagísticos, permitindo uma análise mais substancial da relação sociedade ↔

natureza. Porém, ainda é prematuro pensar uma mudança paradigmática da geografia pós

União Soviética, uma vez que os estudos ainda são um tanto utilitaristas (FROLOVA, 2007).

4. As “Bases” de uma Pesquisa Integrada: Irkutsk Scientific Center e o V.B. Sochava

Institute of Geography

Neste tópico, demonstra-se a importância dos institutos de pesquisa e das estações

experimentais (permanentes e semipermanentes), espólios da antiga URSS, enquanto

auxiliadoras e geradoras de inúmeros dados ao estudo das potencialidades dos recursos

naturais do território. O Irkutsk Scientific Center (ISC), é um desses legados, pois foi criado

em 1949 por um decreto e resolução da URSS, visando o melhor reconhecimento dos

recursos naturais da região siberiana. Hoje o Centro é um grande complexo multidisciplinar

de pesquisa científica (ISC, 2015).

4 Cabe citar que mesmo enfocando a característica natural paisagística, conceituações que traziam maior

relevância ao cultural da paisagem retornam na década de 1970 com os estudos “sobre os efeitos das

transformações voluntárias da natureza” (FROLOVA, 2007, p. 168). Todavia, destaca-se sempre o papel das

sociedades na transformação dos elementos naturais. Com isso, as leis naturais são emersas e a “história social” é

posta em segundo plano, sempre pensando em sua eficácia econômica (FROLOVA, 2007).

O Centro possui nove institutos que ligam-se predominantemente aos estudos

ambientais e territoriais, locais e regionais. Nessa âmbito, destacou-se o V. B. Sochava

Institute of Geography SB RAS, pois foi nesse Instituto que foram desenvolvidas as principais

contribuições acerca da temática abordada no artigo. Por meio do Instituto Sochava

modificou-se a forma da geografia perceber as conexões paisagísticas em regiões

diferenciadas. Através do Instituto realizou-se uma experiência única ao estudo da natureza,

sem igual em todo o mundo, pois possibilitou uma ampla análise de cobertura regional, com

rigor analítico e duração das insvestigações (BAZHENOVA, et al., 2014).

Desde sua criação, em 29 de novembro de 1957, o Instituto Sochava vem realizando

investigações no domínio da ciência paisagem, gerando bases teórico-metodológicas para a

previsão, monitoramento e gestão dos sistemas ambientais, visando: 1) o desenvolvimento de

um quadro geográfico para a organização territorial da produção agrícola; 2) o

desenvolvimento da população no território siberiano e de países vizinhos e 3) a geração de

produtos cartográficos de síntese5(SOCHAVA INSTITUTE OF GEOGRAPHY, 2015).

Atualmente, o trabalho em curso se dá sobre o desenvolvimento da teoria

geossistêmica e sua relação com o planejamento paisagístico e ambiental. Os métodos de

modelagem cartográfica e estatística, visam a melhoria da capacidade de informação acerca

da formação físico-geográfico do território (SEMENOV; SNYTKO, 2013). Tem-se ainda o

objetivo de proporcionar uma base racional, fundada nas leis que regem os processos naturais,

para o estudo da tipologia paisagística, o entendimento dos ritmos de diferentes fenômenos

naturais, bem como suas regularidades estruturais e dinâmicas se fizeram necessários

(BAZHENOVA, et al., 2014). Assim, a criação de estações experimentais apresenta-se

enquanto alternativa ímpar ao desenvolvimento desses objetivos.

As investigações baseadas em estações experimentais foram pioneiras no Instituto

Sochava, entre 1958 e 1962, na estepe Onon-Argunskaya (Sudeste da Transbaikalia). No

entanto, em 1961 os estudos foram transferidas para Nerchinskii, montanha nas proximidades

da estrada de ferro Transbaikalian (BAZHENOVA, et al., 2014).

5 O Instituto desenvolveu uma série de produtos cartográficos importantes ao reconhecimento da região

siberiana: o atlas nacional da Mongólia, o atlas do lago Hovsgol, a Transbaikalia e uma variedade de mapas

temáticos, com destaque para o Atlas “Irkutsk Region: Ecological Conditions of Development”, com vasto

conteúdo geográfico sobre toda a região (SOCHAVA INSTITUTE OF GEOGRAPHY, 2015).

Entretanto, a primeira estação permanente da sibéria foi a Zabaikal'skii ligada à análise

da estepe. Todavia, é só em 1964 que foram publicados os primeiros resultados de

experimentos da estação de Zabaikal'skii. Desse modo, é com a monografia "Alkuchanskii

Govin" (SOCHAVA; FRISH, 1964) que inicia-se uma série de publicações por parte dos

geógrafos que lidam com as investigações com base nas estações experimentais.

Por meio do método de ordenação complexa, contribuiu-se ao conhecimento da

estrutura, dinâmica e funcionamento dos geossistemas de estepe, a partir da identificação das

inter-relações dos componentes do ambiente natural, bem como a correlação entre

continuidade e descontinuidade do geossistema. Esse método é utilizado pela primeira vez na

estação de Kharanorskii, e posteriormente em outras estações vinculadas dos Instituto

Sochava, o que marcou uma nova fase de pesquisas relacionadas a geografia física

(BAZHENOVA, et al., 2014).

Neste âmbito, entre 1962 e 1963 estabelecia-se na estação permanente Priangarskii o

estudo da taiga ao sul da Sibéria Oriental. Já em 1966 pesquisas relacionadas as observações

espaço-temporais, junto ao método de ordenação complexa, foram realizados na Sibéria

Ocidental, a partir da estação de Nizhneirtyshskii. Com a criação, em 1967, da estação

permanente Tugrskii em Tyumen Oblast (Sibéria Ocidental), estuda-se de forma mais

detalhada os principais parâmetros de modificação dos regimes naturais nas coníferas e nos

pântanos. Com o mesmo objetivo, no ano de 1970 novas estações são criadas na depressão de

Yuzhno-Minusinskaya, sendo elas a estação da floresta Novonikolaevskii e a estação da taiga

Lenskii, bem como na cordilheira de Arga (estação Nazarovskaya) e a estação floresta de

estepe Berezovskii ao sul da depressão Nazarovskaya (BAZHENOVA, et al., 2014).

Assim, as estações permanentes foram estabelecidas para as investigações de longo

prazo e em distintas áreas. Portanto, com as investigações relacionadas as estações,

possibilitou-se a melhor compreensão espacial, temporal e a modelagem e previsão das

tendências dos geossistemas na região, desempenhando um papel decisivo na compreensão da

paisagem como uma poliestrutura de geossistemas naturais com intervenções sociais

(MIKHEEV, et al,, 1988; SEMENOV, 1988; SEMENOV; SUVOROV, 2007). Portanto, é

incontestável o papel das estações para a criação e desenvolvimento da teoria geossistêmica.

5. A teoria geossistêmica junto as variáveis de funcionamento, estrutura, dinâmica e

evolução: aplicação do mapa causal ao estudo sociedade ↔ natureza

5.1 O panorama de aplicação das variáveis nas pesquisas analisadas

Observa-se a existência de 5 pesquisas teóricas, as quais apontam os caminhos e

tendências da pesquisa geográfica atual (ANTIPOV, 2009), a importância dos estudos

vinculados as estações de pesquisa (BAZHENOVA et al., 2014), bem como uma leitura

acerca dos encontros, reuniões e congressos que visaram o desenvolvimento da teoria

geossistêmica e os estudos paisagísticos e ambientais (ANTIPOV, et al., 2008; SEMENOV;

DANKO, 2008; SEMENOV; SNYTKO, 2013). Os artigos aplicados (47 estudos) apresentam

a possibilidade do entendimento das variáveis analisadas junto aos estudos de cunho

geossistêmico (Gráfico 1).

Gráfico 1: Distribuição das variáveis analisadas segundo a amostra utilizada.

Organizado: Neves, 2016.

Há uma representatividade das pesquisas acerca da estrutura e posteriormente da

dinâmica dos geossistemas (Gráfico 1), o que a nosso ver não tem sido o maior percalço ao

seu desenvolvimento, ao passo que o entendimento da estrutura é a base inicial aos estudos da

complexidade do ambiente a partir da teoria pesquisada. Por meio da estrutura possibilitou-se

a compreensão da organização dos elementos funcionais e as regulações que determinam a

essência, morfologia e integridade do geossistema. Já a dinâmica possibilitou-se o

entendimento da sucessão de diferentes estados do geossistema em um período de tempo.

A união entre a dinâmica e a estrutura foi relacionada em 7 pesquisas, permitindo

identificar uma direção das transformações do geossistema. Assim, pesquisas que visualizam

a estrutura e/ou a dinâmica representam 76% da amostra. Já a relação da estrutura com outras

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Dinâmica, Funcionamento e Estrutura

Dinâmica e Estrutura

Estrutura e Funcionamento

Dinâmica e Funcionamento

Dinâmica e Evolução

Estrutura e Evolução

Estrutura

Dinâmica

Fumcionamento

Evolução

Quantidade

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jun

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variáveis representam 21% da amostra, o que expressa a necessidade de entender

primeiramente a estrutura do geossistema, para posteriormente entender suas outras variáveis.

Essa porcentagem pode identificar o avanço teórico-metodológico acerca dessa variável nas

estações experimentais. Assim, a hierarquização, classificação e regionalização paisagística

em distintas escalas tem sido seu principal enfoque, reafirmando a ideia de Sochava (1977)

que considerava os geossistemas como sistemas abertos e hierarquicamente organizados,

passiveis de classificação e mapeamento.

Já as pesquisas que estudam o funcionamento (2 artigos) identificam um conjunto de

transformações ligadas aos fluxos de matéria e energia em um determinado espaço e tempo.

Apesar de cada geossistema ser autônomo, nenhum tem seu funcionamento totalmente isolado

dos geossistemas existentes ao seu redor, indicando a existência de sistemas de subsistemas

em constante troca metabólicas.

As pesquisas que concentraram-se no entendimento da evolução dos geossistemas são

menos representativas, pois há uma maior dificuldade na apreciação do comportamento do

sistema à longo prazo, mesmo ainda nas estações experimentais. Acredita-se que tal

dificuldade se dê pelo desentendimento dos componentes dos sistemas mutantes ao longo do

tempo. Por isso, seu uso em conjunto com outras variáveis, tais como estrutura, dinâmica e

funcionamento – este último é par dialético da evolução.

5.2 As causas e efeitos da aplicação do “Causal Mapping” junto a amostra analisada.

A partir da aplicação do mapa causal (Figura 3), identificou-se causas dispostas até a

sexta ordem de influência, onde o efeito avistado é o potencial de uso do geossistema ao

debate sociedade ↔ natureza, apreciada como categorias indissociáveis - pares dialéticos.

A sua principal causa (primeira ordem) é o reconhecimento dos processos naturais em

sua complexidade, os quais inter-relacionam-se às variáveis estudadas. Todavia, as quatro

causas de segunda ordem indicam: 1) a relevância de novos pressupostos científicos ligados a

Teoria Geral dos Sistemas; 2) a proeminência dos legados teóricos da ciência da paisagem e

dos geossistemas de Sochava e Isachenko; 3) o reconhecimento de distintas escalas espaciais

e temporais dos processos da natureza e 4) o destaque das estações experimentais vinculadas

ao Instituto Sochava de Geografia. Todas essas causas salvaguardam e ao mesmo tempo

fomentam as pesquisas geossistêmicas da região siberiana.

Apesar dos avanços realizados junto as estações experimentais a partir de uma

expertise teórica e metodológica sobre o tema e a continuidade de pesquisadores envolvidos

com a temática, avista-se que a sociedade é ainda relacionada nos estudos desenvolvidos

enquanto “impacto antropogênico” ao meio - fator externo a natureza?!

Figura 3: A utilização do geossistema no debate sociedade ↔ natureza a partir do mapa causal.

Organização: Neves, 2016.

Acredita-se que a principal causa dos erros de uso avistados nas pesquisas

geossistêmicas no Brasil, se dá pelo desconhecimento do potencial teórico-metodológico

russo-soviético, bem como pela inexistência de institutos de pesquisa, estações experimentais

e grupos interdisciplinares enfocados no estudo da temática. Porém, os primeiros encontros

entre a produção brasileira e a russo-soviética pode surgir com o maior conhecimento dos

pressupostos sistêmicos na análise do ambiente, que são discutidos no próximo tópico.

5.3 Os desencontros com as propriedades sistêmicas e o afastamento da natureza: a

possibilidade de novos caminhos de pesquisa

Os modelos teóricos desenvolvidos pela ciência paisagística russo-soviética, com

destaque ao geossistema, apresentam importantes contribuições, como visto no tópico

anterior, permitindo uma vasto quadro analítico (temporal e espacial) das áreas estudadas.

Igualmente, a visualização da integralidade inerente ao pensamento geossistêmico, pode ser

estudada pela relação entre suas funções informacionais, suas estruturas reguladoras, a partir

dos diferentes fluxos de matéria, energia e informação subsidiados por suas distintas

oscilações, bem como por entradas relacionadas as ações e ajustes atuantes na estrutura,

funcionamento, dinâmica e evolução dos geossistemas (Figura 4).

Esse conhecimento influenciado pela TGS pode promover contribuições basilares aos

estudos geográficos que desejam um uso compatível dos recursos ao potencial e equilíbrio

homeostásico do ambiente. Como destacado em Mattos e Perez Filho (2004) e Neves et al.

(2014) a análise defendida nesse estudo perpassa a ideia de ordem do sistema ambiental, pois

essa hibridização sociedade ↔ natureza é criada por constantes trocas metabólicas oscilantes,

entendidas pelo reconhecimento e manutenção dos desequilíbrios do sistema.

Figura 4: Sistema enquanto complexidade temporal e espacial, suas ações e ajustes.

Fonte: Adaptado de Rodriguez e Silva (2013).

Todavia, poucos foram as pesquisas que consideraram, no Brasil, todos esses atributos

e propriedades sistêmicas (Figura 4). Os impactos negativos na aplicação da teoria

geossistêmica decorrentes do desconhecimento teórico-metodológico ainda não é sabido em

sua plenitude, uma vez que poucos são os estudos que pesquisam de modo epistemológico e

analítico as contribuições dessa escola russo-soviética, tanto na Rússia como em outros

países6 (FROLOVA, 2001, 2006; RODRIGUEZ, 2015).

Encontrou-se no debate teórico-metodológico da TGS alguns apontamentos sobre essa

discordância supracitada, os quais podem subsidiar a análise desenvolvida.

Há a análise das partes isoladas ao invés do todo. O todo é mais complexo que a soma das

partes isoladas e seu estudo só é possível pelo reconhecimento de sua complexidade.

Observa-se os objetivos e não os relacionamentos dos atributos. Esses relacionamentos

destacam a ocorrência e coexistência no mesmo sistema (temporal e espacial) da estabilidade,

instabilidade, equilíbrio, desequilíbrio e não-equilíbrio (MATTOS; PEREZ FILHO, 2004), o

que contribui para uma discussão do papel da sociedade nas modificações dos sistemas.

6 Como em Bertrand, não há um estudo que analisa em plenitude as contribuições de Sochava.

Discute-se majoritariamente hierarquias no sistema e não a sua relação em rede. O

alinhamento hierárquico é importante ao entendimento dos sistemas complexos. Todavia, a

ideia de rede permite entender melhor a dinâmica e a ligação entre atributos no que tange o

deslocamento de matéria, energia e informação no sistema.

Estuda-se apenas as estruturas desvinculadas dos seus processos. Com o desconhecimento

dos processos compromete-se o reconhecimento da dinâmica, funcionamento e evolução dos

geossistemas, bem como dos estágios de resiliência, tendência, regulação, organização,

sustentação e reprodução, que são essenciais ao entendimento da relação entre suas funções

informacionais e suas estruturas reguladoras. Entretanto, apesar da existência de dinâmicas

simultâneas, Reis Júnior e Hubschman (2007) enfatizam que o geossistema opera por

sinergia, também com influência do conjunto.

Fala-se em verdades científicas e não em análises parciais e continuas, ou seja, janelas

para análise de perspectivas. Esse fator evidencia relação com a perspectiva da objetividade

científica e a existência de uma única verdade, bem como da padronização de realidades.

Mesmo com as contribuições geradas pela complexidade inerente ao debate sistêmica,

observa-se que os estudos voltadas à análise da sociedade ↔ natureza enquanto pares

dialéticos (indissociáveis), também apresentam-se imaturos.

Parece difícil solucionar o problema das relações do homem e da sociedade em face da

natureza quando se colocam o homem e a sociedade fora da natureza - contra ela

(MOSCOVICI, 1975). Por este motivo representar as causas e efeitos (mapas causais) da

aplicação do geossistema junto às diversas variáveis estudadas é antes de tudo entender a sua

possibilidade ao debate indissociável da sociedade ↔ natureza.

Afirma-se que o geossistema enquanto teoria, quando encarado no ceio da

complexidade do ambiente atual, pode apresentar-se como um caminho notável aos estudos

que almejam uma “geografia una e múltipla” (SUERTEGARAY, 2000). Isso se dá ao passo

que o entendimento da transfiguração da natureza (categoria socialmente produzida) ainda é

um tanto quanto superficial, pois é pouco crítico e pouco dialético nos estudos desenvolvidos

a partir da temática abordada. A esse respeito, Neves e Machado (2016)7 identificaram a

aumento dos estudos ambientais em relação aos publicados na área da geografia física, entre

1980 e 2011, com o uso do geossistema, contribuindo na superação de vários percalços da

dicotomia entre o físico e o humano na geografia.

Portanto, deve-se partir antes de tudo da busca por um outro entendimento da

natureza, que seja menos fragmentária e que entenda o mundo tal como ele é hoje - desigual e

contraditório -, mas que possa também sonhar com o mundo tal como ele pode ser –

igualitário, colaborativo e harmônico, uma vez que o conceito de natureza não tem sentido

7Artigo intitulado “Geografia e Ambiente: trajetórias e tendências das pesquisas geossistêmicas no estado de São

Paulo, Brasil”. Aceito para publicação na Revue Franco-Brésilienne de Géographie (Confins) em 2016.

sem a sociedade que o cria. Por isso, um repensar epistemológico, filosófico e ontológico da

geografia que se faz é antes de tudo uma necessidade premente, caso queiramos “uma ciência

geográfica dos homens com a natureza como prática social” (ARMOND, 2015, p. 130).

6. Considerações Finais

Como toda pesquisa em curso, não há conclusões definitivas. Avistou-se, por

conseguinte, a relevância do Instituto Sochava de Geografia e suas estações experimentais de

pesquisa, bem a importância da relação entre passado-presente no que condiz o arcabouço

teórico-metodológico gerado com as pesquisas que analisam a paisagem e o ambiente,

essenciais aos estudos geossistêmicos na geografia atual.

Ao estudar a estrutura, funcionamento, dinâmica e evolução dos geossistema,

compreende-se variáveis dispostas no tempo e no espaço, e assim, no âmago da produção

desigual e contraditória do espaço geográfico, pois indicam processos de ordem

“socioambiental”, uma vez que a modificação da natureza se pelo trabalho no curso da

história, o hoje é uma herança. Essa perspectiva, permite a diminuição das ideias de

hostilidade da natureza em relação a(s) cultura(s), o que sempre justificou sua “dominação”.

É necessário compreender primeiramente os caminhos, hora paralelo, hora divergente,

do estudo da paisagem e do ambiente na Rússia em relação ao Brasil, a partir do uso do

geossistema. Observa-se que o estudo dessa teoria é extremamente relevante desde a antiga

URSS até a atual Rússia. Indica-se, talvez, uma geografia pautado em uma “epistemologia de

terreno”, desenvolvida no mundo real, enfim no campo. Por este motivo, a geografia

desenvolvida pelos russos da região siberiana, da escola dos geossistemas, foi desenvolvida

na linha tênue entre a teoria e a pratica analítica. O geossistema é por isso, um grande legado

que merece ser estudado e aplicada, uma ves que essa teoria e método pode ser considerado a

maior conquista do pensamento geográfico russo (ISACHENKO, 1971), especialmente em

relação à pesquisa paisagística e ambiental, constituindo-se o núcleo atual da pesquisa

geográfica relacionada ao estudo natureza na Rússia (SEMENOV; SNYTKO, 2013). Destaca-

se, portanto, como uma importante via de investigação geográfica.

No entanto, os pressupostos indicados para o Brasil, apresentam caminhos opostos aos

avistados na Rússia e na antiga URSS, uma vez que: 1) há o desconhecimento de inúmeros

pressupostos trazidos pela TGS e da perspectiva “geossistêmica oriental/soviética”. Existe a

necessidade de equipes multidisciplinares de especialistas no tema. Necessidade de

reconhecimento de variáveis ambientais em diferentes escalas espaciais e temporais. Uso do

geossistema apenas como uma unidade da paisagem delimitada entre o nível regional e local,

dado ao reconhecimento insuficiente do tema. E também prioridades científicas e

governamentais que não abarcavam o estudo ambiental de longo prazo. O que identifica a

falta de investimentos em estações, institutos e grupos de pesquisa que discutam diretamente a

aplicação dessa teoria à distintas áreas no Brasil.

Devido a sua organização institucional, na geografia “configura atualmente uma

situação que não favorece o desenvolvimento da teoria dos geossistemas no país, carecendo

de um novo rumo epistemológico-curricular” (CAVALCANTI, 2013, p. 187). O que tem

comprometido o reconhecimento do complexo ambiental brasileiro com base teórica

geossistêmica. Apesar das inúmeras tentativas e dos avanços observados (especialmente nos

últimos 10 anos) e de um crescente debate social e crítico no ceio da geografia física

brasileira, essa teoria ainda encontra-se em construção.

Portanto, carece-se de estudos mais detalhados que relacionem a estrutura,

funcionamento, dinâmica e evolução dos processos da natureza ↔ sociedade com o uso dessa

teoria. Indica-se também a necessidade das pesquisas geossistêmicos pautarem-se em uma

conceituação menos cartesiana e exploratória da natureza, uma vez que ao modificar a

natureza a sociedade modifica a si própria (GONÇALVES, 1989).

7. Referências

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