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1 1 INTRODUÇÃO No planeta declara-se que a quantidade de água é próxima de 1.386 milhões de km³. Este total é dividido em águas superficiais (rios, lagos, oceanos, dentre outros), subterrâneas (aquífero e lençol freático), congelados (geleiras e calotas polares) e na atmosfera (na forma de vapor). A maioria desta água é salgada, próxima de 97,5 por cento, e sobrando apenas 2,5 por cento de água doce. A grande parte desta agua doce está congelada e armazenada em aquíferos restando somente 0,27 por cento, facilmente disponível em forma de águas superficiais. (SILVA, 2007) Durante muito tempo, a água foi considerada um recurso natural infinito, principalmente por sua capacidade de autodepuração. O crescimento populacional juntamente com a industrialização e urbanização foram responsáveis pela ampliação do consumo de água, além de fazer com que a capacidade de autodepuração dos rios seja superada pelas cargas poluidoras, criando condições ambientais inadequadas, contaminação da água e propiciando o desenvolvimento de doenças, entre outros problemas. Segundo o Relatório de Situação dos Recursos Hídricos no Estado de São Paulo (2010), 38,8% das águas interiores apresentaram em 2009, índice de qualidade das águas (IQA), entre os níveis regular e péssimo, e 72,9%, mostraram o índice de qualidade das águas para proteção da vida aquática entre os mesmos níveis. A poluição hídrica é causada pela introdução de matéria, alterando suas características físicas, químicas e biológicas, podendo afetar a biota. Vem agravando-se continuamente nos últimos anos, problemas relacionados á poluição dos mananciais, em especial, em decorrência de lançamentos de efluentes lançados in natura. As indústrias são grandes fontes poluidoras, uma vez que muitas delas não possuem um sistema de tratamento de efluentes adequado, e em muitas ocasiões são lançados diretamente nos rios ou na rede de coleta do sistema público de esgotos. Além das indústrias, também contribuem para a poluição hídrica, a ineficácia do sistema de tratamento de efluentes domésticos, esgotos clandestinos e a poluição difusa, que está vinculada a poluição ocasionada pela drenagem pluvial, e de difícil apontamento de sua fonte geradora. Tendo em vista a importância da água, indicadores de qualidade das águas são fundamentais no processo decisório das políticas públicas e no acompanhamento de seus efeitos, preservando e garantindo sua qualidade.

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1

1 INTRODUÇÃO

No planeta declara-se que a quantidade de água é próxima de 1.386 milhões de km³.

Este total é dividido em águas superficiais (rios, lagos, oceanos, dentre outros),

subterrâneas (aquífero e lençol freático), congelados (geleiras e calotas polares) e na

atmosfera (na forma de vapor). A maioria desta água é salgada, próxima de 97,5 por cento,

e sobrando apenas 2,5 por cento de água doce. A grande parte desta agua doce está

congelada e armazenada em aquíferos restando somente 0,27 por cento, facilmente

disponível em forma de águas superficiais. (SILVA, 2007)

Durante muito tempo, a água foi considerada um recurso natural infinito,

principalmente por sua capacidade de autodepuração. O crescimento populacional

juntamente com a industrialização e urbanização foram responsáveis pela ampliação do

consumo de água, além de fazer com que a capacidade de autodepuração dos rios seja

superada pelas cargas poluidoras, criando condições ambientais inadequadas,

contaminação da água e propiciando o desenvolvimento de doenças, entre outros

problemas.

Segundo o Relatório de Situação dos Recursos Hídricos no Estado de São Paulo

(2010), 38,8% das águas interiores apresentaram em 2009, índice de qualidade das águas

(IQA), entre os níveis regular e péssimo, e 72,9%, mostraram o índice de qualidade das

águas para proteção da vida aquática entre os mesmos níveis.

A poluição hídrica é causada pela introdução de matéria, alterando suas

características físicas, químicas e biológicas, podendo afetar a biota. Vem agravando-se

continuamente nos últimos anos, problemas relacionados á poluição dos mananciais, em

especial, em decorrência de lançamentos de efluentes lançados in natura.

As indústrias são grandes fontes poluidoras, uma vez que muitas delas não

possuem um sistema de tratamento de efluentes adequado, e em muitas ocasiões são

lançados diretamente nos rios ou na rede de coleta do sistema público de esgotos. Além

das indústrias, também contribuem para a poluição hídrica, a ineficácia do sistema de

tratamento de efluentes domésticos, esgotos clandestinos e a poluição difusa, que está

vinculada a poluição ocasionada pela drenagem pluvial, e de difícil apontamento de sua

fonte geradora.

Tendo em vista a importância da água, indicadores de qualidade das águas são

fundamentais no processo decisório das políticas públicas e no acompanhamento de seus

efeitos, preservando e garantindo sua qualidade.

2

O presente estudo tem como área de interesse um dos corpos hídricos que permeia

Itapira/SP, município localizado em âmbito da Bacia Hidrográfica do Rio Mogi Guaçu. O

município conta hoje com uma população de cerca de 68.537 habitantes. Desde 1974 o

Município conta com uma estação de tratamento de efluentes. Mas com aumento da

população e a preocupação em atender em aspecto legal e ambiental as condições

sanitárias do Ribeirão da Penha, a partir de 1992 começou a funcionar uma nova Estação

de Tratamentos de Esgotos com projeção para atendimento de 105.000 habitantes, visando

garantir o adequado manejo dos efluentes líquidos gerados pela população. O manejo dos

efluentes gerados no município é de responsabilidade do SAAE – Serviço Autônomo de

Águas e Esgotos, que coleta e trata 100% do esgoto doméstico gerado no município.

Tendo como plano de fundo este cenário, o trabalho tem como objetivo apresentar

dados à cerca de parâmetros físico-químicos, bioquímicos e microbiológicos estipulados no

Decreto 8468 de Setembro de 1976 e do CONAMA 357 de março de 2005. Além disso, irá

apresentar uma discussão elucidativa sobre o atual estado de conservação do corpo hídrico.

O trabalho mostrará também uma ótica sobre algumas das potenciais fontes poluidoras que

se localizam as margens do rio, e de seus canais e córregos, de modo a avaliar se seus

efluentes podem estar alterando sua qualidade.

3

2 CONCEITOS E PARÂMETROS DA QUALIDADE DA ÁGUA

Segundo Von Sperling (2005b), a qualidade da água resulta da atuação do homem e

de fenômenos naturais. Nos fenômenos naturais as condições naturais das águas são

alteradas quando afetada pela infiltração no solo e pelo escoamento superficial, resultantes

da chuva. O impacto depende do contato da água em infiltração com as partículas de

impurezas no solo. Já a alteração da qualidade com interferência do homem, requer uma

forma mais pontual, como na geração de efluentes domésticos e industriais, ou de uma

forma mais difusa, como na aplicação de agrotóxicos no solo, todas alterando a qualidade

da água. Todavia, a forma que o homem usa e ocupa o solo está diretamente ligada na

qualidade da água.

2.1 Ciclo Hidrológico

De acordo com Silva (2007), considera- se ciclo hidrológico o sistema de distribuição

de água na Terra. Trata-se de uma contínua mudança de estado da água, de liquido para

gasoso e de sólido para líquido, tudo isso desencadeado pelo sol.

Segundo Gonçalves (2008), a fase mais importante para o homem é a fase líquida,

em que ela está pronta para utilização. Apesar de o processo ser cíclico, como mostrado na

Figura 1, adota-se a precipitação como ponto inicial.

Fonte: <https://www.http://construindofuturos.blogspot.com.br/2012/07/atividades-ciclo-da-agua.html> FIGURA 1 – Ciclo Hidrológico

4

Parte do volume que precipita, cai de forma direta nos corpos hídricos e outra parte

pode sofrer interceptação vegetal e o resto atingir o solo. O volume de água absorvido nas

plantas, que depois irá evaporar, é denominado evapotranspiração. Do volume que atinge o

solo uma parte evapora, e a que permanece no solo infiltra no material geológico ou formam

cursos d’água.

2.2 Águas no Brasil

De acordo com Aversa (2012), o Brasil está em uma posição satisfatória

comparada ao resto do mundo. Detêm 12,5% das reservas de água doce do

planeta. Apesar da grande quantidade de água no país, a diferença da

distribuição dos recursos hídricos e da população no território brasileiro é

grande, como mostrada na tabela abaixo. (TABELA 1)

TABELA 1 – Distribuição dos Recursos Hídricos e da População por Regiões

Região População (%) Recursos Hídricos (%)

Sudeste 42,65 % 6,00 % Nordeste 28,91 % 3,30 % Sul 15,20 % 6,50 % Norte 6,83% 68,50 % Centro Oeste 6,41 % 15,70 %

Fonte: Aversa (2012)

2.2.1 Usos das Águas

Segundo Von Sperling, (2005a) as principais usos da água no Brasil são:

Abastecimento doméstico;

Abastecimento Industrial;

Irrigação;

Dessedentação de animais;

Preservação da fauna e flora;

Recreação e lazer;

Criação de espécies;

5

Geração de energia elétrica;

Navegação;

Harmonia paisagística;

Diluição e transporte de despejos.

2.2.2 Águas no Estado de São Paulo

De acordo com Conselho Estadual de Recursos Hídricos (2005), devido à sua

localização, ao clima e a geologia, o estado de São Paulo possui abundância de água

superficial e subterrânea. A demanda da água superficial é da ordem de 350m³/s divididas

em:

Abastecimento público -> 110m³/s

Uso industrial -> 93m³/s

Irrigação 143m³/s

Uso doméstico rural -> 4m³/s

O planejamento e a gestão dos recursos hídricos são feitas belas bacias

hidrográficas, onde o estado de São Paulo é dividido em 22 unidades de UGRHIs.

Fonte: Conselho Estadual de Recursos Hídricos (2005) FIGURA 2 – Mapa das Bacias Hidrográficas no Estado de São Paulo

6

2.3 Poluição Hídrica

Segundo Jordão 2009, a poluição hídrica é causada pela introdução de matéria,

alterando suas características físicas, químicas e biológicas, podendo afetar a biota.

Existem duas formas dos poluentes atingirem um corpo hídrico. (VON SPERLING,

2005a)

Poluição Pontual – os poluentes atingem o corpo hídrico de forma concentrada como

ilustrado abaixo. Isso torna mais fácil a identificação de sua fonte.

Poluição Difusa – os poluentes chegam ao corpo hídrico ao longo de sua extensão,

tornando difícil o apontamento de sua fonte. Este caso é tipicamente poluição

vinculada pela drenagem pluvial.

Fonte: Von Sperling, (2005a). FIGURA 3 – Poluição Pontual e Poluição Difusa

2.3.1 Micro poluentes inorgânicos

.

Os micro poluentes inorgânicos quando de origem natural, tem menor importância.

Já quando de origem antropogênica é de suma importância. São predominantemente

provenientes de despejos industriais, atividades mineradoras, atividades de garimpo e

agricultura. A maior parcela dos micro poluentes inorgânicos é toxica. Dentre eles, destaca-

se o arsênio, cádmio, cromo, chumbo, mercúrio e prata. Muitos desses metais se

concentram na cadeia alimentar, que resulta num enorme perigo para os organismos

7

situados nos níveis superiores. Vários metais em baixas concentrações são nutrientes

essenciais para o crescimento dos seres vivos. Além dos metais existem outros de

importância em termos de saúde pública, como os cianetos, o flúor e outros. (VON

SPERLING, 2005b)

2.3.2 Micro poluentes orgânicos

Os micro poluentes orgânicos são naturalmente provenientes de vegetais com

madeira (tanino, lignina, celulose, fenóis). Sua origem antropogênica é proveniente de

despejos industriais, detergentes, processamento e refinamento do petróleo e defensivos

agrícolas. Os compostos não são biodegradáveis. Vários compostos, em determinadas

concentrações são tóxicos para o meio aquático, por microrganismos e para consumidores

da água. (VON SPERLING, 2005b)

2.4 Parâmetros da Qualidade das Águas

Os diversos componentes existentes na água, e que modificam o seu grau de

pureza, podem ser retratados em termos das suas características físicas, químicas e

biológicas. (VON SPERLING, 2005b)

2.4.1 Parâmetros Físico-Químicos

2.4.1.1 Sabor e Odor

Sabor é a interação entre o gosto (amargo, azedo, doce e salgado), enquanto o odor

é a sensação olfativa. São provenientes da decomposição por matéria orgânica, das algas

8

ou gases dissolvidos, de origem natural ou antropogênica. Valores elevados podem indicar

presença de substâncias perigosas. (VON SPERLING, 2005b)

2.4.1.2 Potencial Hidrogeniônico (pH)

O pH representa a concentração de íons de hidrogênio, dando a indicação sobre a

acidez, neutralidade ou alcalinidade da água. Possui a faixa de 0 a 14. São provenientes

naturais de dissolução das rochas, absorção de gases da atmosfera, oxidação da matéria

orgânica e da fotossíntese, e de origem antropogênica proveniente dos despejos domésticos

e despejos industriais. Não tem implicação em termos de saúde pública, a menos que os

valores sejam extremamente baixos ou elevados, a ponto de causar irritação na pele ou nos

olhos. É importante nas etapas do tratamento de água. pH baixo pode causar corrosividade

e agressividade nas tubulações e peças das águas de abastecimento. O pH elevado

possibilita incrustações nas tubulações. Valores de pH afastados da neutralidade (7,0)

podem afetar a vida aquática.

A alcalinidade é a capacidade de resistir a mudanças de pH causadas pelos ácidos.

São constituídos por bicarbonatos, carbonatos e hidróxidos. Natural da dissolução das

rochas e da reação do dióxido de carbono com a água. É importante para o tratamento de

água e esgotos.

A acidez é a capacidade de resistir às mudanças de pH causadas pelas bases. É

devida principalmente à presença de gás carbônico livre. Provenientes naturalmente da

decomposição da matéria orgânica e do gás sulfídrico. Podem ter origem antropogênica

devido a despejos industriais de ácido ou pela passagem da água por minas abandonadas,

vazadouros de mineração e borras de minério. (VON SPERLING, 2005b)

2.4.1.3 Nitrogênio (Amônia, Nitrito e Nitrato)

O nitrogênio é proveniente de inúmeras fontes naturais. Os esgotos sanitários são a

principal fonte antrópica. O nitrogênio chamado de orgânico é divido a presença de

proteínas e o nitrogênio amoniacal pela hidrólise da ureia na água. Efluentes de origem

9

industrial descarregam nitrogênio orgânico e amoniacal nos corpos d’água, principalmente

indústrias químicas, petroquímicas, farmacêuticas, siderúrgicas, matadouros e outros.

As algas e bactérias, por sistema de biofixação absorvem nitrogênio atmosférico e

incorporam em seus tecidos, contribuindo para a presença de nitrogênio orgânico na água.

A fixação química depende da presença de luz, o que estimula a presença de amônias e

nitratos na água. A lavagem atmosférica pela precipitação contribui também para presença

de nitrogênio orgânico e para a dissolução de amônias e nitratos.

Os fertilizantes usados na agricultura contribuem para encontrar diversas formas de

nitrogênios na água.

O nitrogênio pode ser encontrado nas águas nas formas de nitrogênio orgânico,

amoniacal, nitrito e nitrato. Podem associar-se as formas de nitrogênio com a idade da

poluição. Se for encontrado o nitrogênio na sua forma reduzida, ou seja, orgânico e

amoniacal, significa que o foco da poluição está próximo. Se as formas predominantes

forem nitrato e nitrito denota que as fontes poluidoras estão distantes.

A amônia é tóxica a peixes, e por isso muitas espécies não suportam concentrações

elevadas. Além disso, a amônia também provoca o consumo do oxigênio dissolvido nas

águas.

Os nitratos são tóxicos, podendo causar uma doença que é letal em crianças

chamada metahemoglobinemia infantil.

Para processos biológicos, os compostos de nitrogênio são resultantes juntamente

com o fósforo e outros nutrientes, por proporcionarem o enriquecimento do meio, tornando-o

mais fértil e contribuindo para um maior crescimento principalmente de algas, que é

denominado eutrofização.

Atualmente no Brasil os processos de tratamento de esgotos não são "otimizados"

para a remoção de nutrientes. O efluente tratado final é despejado no corpo hídrico

liberando grandes cargas de nutrientes que também colaboram para a eutrofização.1

1 CETESB. Relatório de qualidade de águas superficiais: Apêndice A: Significado ambiental e sanitário das

variáveis de qualidade das águas e dos sedimentos e metodologias analíticas e de amostragem, 2009, p. 24. Disponível em: < http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/aguas-superficiais/109-variaveis-de-qualidade-das-aguas>. Acesso em: 14.out.2013.

10

2.4.1.4 Oxigênio Dissolvido

O oxigênio dissolvido possui origem natural da dissolução do oxigênio atmosférico e

produção pelos organismos fotossintéticos. É de suma importância para os organismos que

vivem na presença de oxigênio. É um dos principais parâmetros de caracterização dos

efeitos da poluição das águas por despejos orgânicos. (VON SPERLING, 2005b)

A reintrodução de oxigênio dissolvido em águas naturais pela superfície é

dependente das características hidráulicas dos corpos d’água, sendo proporcional a sua

velocidade. A taxa de oxigênio dissolvido em uma queda d’água, por exemplo, é maior que a

taxa de um rio com velocidade normal, que por sua vez é maior que a taxa encontrada em

represas, com baixa velocidade.

Quanto à fotossíntese das algas como fonte de oxigênio dissolvido, não é

significativo em rios com cor e turbidez elevadas, pois dificultam a entrada de luz solar

prejudicando-a.2

2.4.1.5 Bário

O bário não é essencial para o homem. Os compostos são encontrados

principalmente em indústrias farmacêuticas, têxtil, de borracha e cerâmica. É decorrente

natural da água, encontrada em forma de carbonatos em fontes minerais. Em elevadas

concentrações causa efeitos no sistema nervoso, coração, e eleva a pressão arterial. Pode

causar a morte dependendo da dose e da solubilidade do sal de bário.3

2 CETESB. Relatório de qualidade de águas superficiais: Apêndice A: Significado ambiental e sanitário das

variáveis de qualidade das águas e dos sedimentos e metodologias analíticas e de amostragem, 2009, p. 20. Disponível em: < http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/aguas-superficiais/109-variaveis-de-qualidade-das-aguas>. Acesso em: 14.out.2013. 3 Ibid, p. 6.

11

2.4.1.6 Cádmio

O cádmio é liberado no meio principalmente por indústrias galvanoplásticas, soldas,

produção de pigmentos, lubrificantes, equipamentos eletrônicos e acessórios fotográficos.

Encontra-se também na poluição difusa, provocada por fertilizantes, A água contendo altas

concentrações de cádmio causa vômito, diarreia, e pode levar a morte. É um metal

cumulativo, que pode entrar na cadeia alimentar.4

1.4.1.7 Chumbo

O chumbo aplica-se principalmente nas indústrias de baterias, esmaltes, tintas,

inseticidas, ligas metálicas e vidros. O chumbo afeta diversos órgãos do corpo humano,

sendo o mais sensível o sistema nervoso. A exposição aguda causa inflamações

gastrointestinais, sede intensa, vômitos e diarreias. É um composto cumulativo que provoca

envenenamento denominado saturnismo. As doses letais para peixes variam de 0,1 mg/L a

0,4 mg/L.5

2.4.1.8 Cobre

O cobre possui varias utilidades na indústria, como na fabricação de válvulas, tubos,

acessórios para banheiros e ligas de revestimento. Na forma de sulfato de cobre é utilizado

como algicida. O cobre é encontrado naturalmente em todos os animais e plantas, sendo

assim um nutriente essencial em baixas doses. Um teor de 100mg/L por dia ingerido pelo

4 CETESB. Relatório de qualidade de águas superficiais: Apêndice A: Significado ambiental e sanitário das

variáveis de qualidade das águas e dos sedimentos e metodologias analíticas e de amostragem, 2009, p. 6. Disponível em: < http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/aguas-superficiais/109-variaveis-de-qualidade-das-aguas>. Acesso em: 14.out.2013. 5 Ibid, p. 7

12

homem é capaz de intoxicar com lesões no fígado. Para peixes as doses elevadas são

extremamente nocivas. Os microrganismos morrem em concentrações acima de 1,0 mg/L.6

2.4.1.9 Cromo

O cromo é utilizado principalmente na fabricação de estruturas de construção civil,

ligas metálicas, tingas, pigmentos, fertilizantes e preservativos para madeira.

Na forma trivalente o cromo é de suma importância ao metabolismo humano. Mas na

forma hexavalente, é tóxico e cancerígeno. 7

2.4.1.10 Fenóis

Os Fenóis e seus derivados são substâncias principalmente de origem industrial,

conhecidos por serem altamente tóxicos. São comuns em efluentes industriais proveniente

da fabricação de tintas, plásticos, corantes, drogas antioxidantes, polímeros sintéticos,

pesticidas, resinas, desinfetantes, detergentes e principalmente de papel e celulose, além de

mineração de carvão e despejos domésticos.

Seu efeito mais comum é acumular-se na gordura dos peixes, fornecendo gosto

desagradável ao pescado, mesmo em pequenas concentrações.

Alguns Fenóis são altamente tóxicos ao homem e podem ser produto da degradação

de pesticidas.

Desta maneira os Fenóis e seus derivados têm sido definidos como poluentes

perigosos, porque além de serem tóxicos, são persistentes no ambiente.

Na presença deste contaminante, peixes apresentam movimentos natatórios rápidos,

alterações de cor, convulsões, ficam mais susceptíveis ao ataque de parasitas e etc. Em

altas concentrações podem provocar hemólise no sangue e ação paralisante do sistema

neuromuscular, levando o organismo contaminado à morte.

6 CETESB. Relatório de qualidade de águas superficiais: Apêndice A: Significado ambiental e sanitário das

variáveis de qualidade das águas e dos sedimentos e metodologias analíticas e de amostragem, 2009, p. 9. Disponível em: < http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/aguas-superficiais/109-variaveis-de-qualidade-das-aguas>. Acesso em: 14.out.2013. 7 Ibid.

13

Os Fenóis estão presentes nas listas de substâncias perigosas e poluentes

prioritárias da Comissão Europeia e da Agência de Proteção Ambiental Norte Americana.8

2.4.1.11 Flúor

O flúor é tão reativo que não é encontrado em sua forma elementar na natureza. É

comum encontra-lo em sua forma combinada como fluoreto. Apesar de o flúor ser um

elemento em abundância na crosta terrestre, são necessárias condições ideais de solo para

que haja disponibilidade biologicamente.

O flúor é de suma importância para os ossos e para evitar cárie dentária.

Indústrias de vidro e de fios condutores de eletricidade descarregam fluoreto em

suas descargas de efluentes. 9

2.4.1.12 Mercúrio

O mercúrio é utilizado principalmente por indústrias na produção eletrolítica do cloro,

em equipamentos elétricos e como matéria prima para compostos de mercúrio. É

amplamente utilizado no Brasil, na extração de ouro. Apresenta efeito cumulativo no

organismo, sendo altamente tóxico ao homem. O pescado contaminado é um dos maiores

contribuintes para transferência do mercúrio para o homem.10

8 CETESB. Alterações Físicas e Químicas. Contaminantes. Fenol. 2013. Disponível em:

<http://www.cetesb.sp.gov.br/mortandade/causas_contaminantes_fenol.php> Acesso em: 01.nov.2013 9 CETESB. Relatório de qualidade de águas superficiais: Apêndice A: Significado ambiental e sanitário das

variáveis de qualidade das águas e dos sedimentos e metodologias analíticas e de amostragem, 2009, p. 18. Disponível em: < http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/aguas-superficiais/109-variaveis-de-qualidade-das-aguas>. Acesso em: 14.out.2013 10

Ibid, p. 15.

14

2.4.1.13 Zinco

O zinco e seus compostos são largamente utilizados na fabricação de ligas de latão,

galvanização do aço, suplementos vitamínicos, desodorantes, protetores solares, xampus

etc. É essencial para o corpo humano e animais em quantidades pequenas, pois as

atividades da insulina e compostos enzimáticos dependem da sua presença. Em

concentrações elevadas pode acumular-se nos tecidos do corpo. A água em altas

concentrações de zinco tem a aparência leitosa e produz sabor metálico.11

2.4.1.14 Estanho

O estanho é proveniente de processos naturais, tais como, atividade vulcânica e

incêndios florestais. Podem ser também de despejos de atividades antrópicas

principalmente da fabricação de embalagens metálicas, mas também, podem vir da

fabricação de plásticos, repelentes para roedores, perfumes, pasta de dentes, tintas.

O estanho e seus compostos podem desencadear algumas doenças em seres

humanos, entre elas, o principal efeito adverso em níveis excessivos é irritação gástrica

aguda.

2.4.1.15 Óleos e Graxas

São raramente encontradas em águas naturais. Possuem gorduras animais, vegetais

e minerais. São normalmente de despejos industriais, esgotos domésticos, postos de

gasolina, efluente de oficina mecânica, estradas e vias publicas. São provenientes dos

sabões, graxas, óleos vegetais, ácidos graxos, óleos minerais, ceras, etc. Esse parâmetro é

conhecido também por material solúvel em hexano.

11

CETESB. Relatório de qualidade de águas superficiais: Apêndice A: Significado ambiental e sanitário das variáveis de qualidade das águas e dos sedimentos e metodologias analíticas e de amostragem, 2009, p. 28. Disponível em: < http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/aguas-superficiais/109-variaveis-de-qualidade-das-aguas>. Acesso em: 14.out.2013.

15

Os óleos e graxas trazem problemas para o tratamento de água, além de acarretar

problemas na estética do corpo hídrico, e diminuir a área de contato da água com o ar

atmosférico, e com isso impedindo a transferência de oxigênio. Elas reduzem o OD,

elevando a DBO e a DQO.

Pelas legislações vigentes: Decreto 8468 de 1976 e CONAMA 357 de 2005, o

parâmetro tem que ser virtualmente ausente, ou seja, imperceptíveis pela visão, olfato e

paladar para as classes 1, 2 e 3.12

2.4.1.16 Cianeto

Os cianetos são os sais do hidrácido cianídrico. Pode ser encontrado na água na

forma de ânion (CN-) ou de cianeto de hidrogênio (HCN).

Quando o pH da água é neutro, prevalece o cianeto de hidrogênio.

A toxicidade do cianeto quando encontrado em sua forma livre é muito maior do que

quando encontrado em sua forma complexa. Quando encontrado em níveis superior a

1,0mg/L podem causar a morte de peixes em 20 minutos.

O cianeto é encontrado em processos industriais, tais como, tratamento térmico do

aço, tintas para indústria têxtil e porcelanas, inseticidas, venenos para ratos, polimento de

metais entre outros.13

2.4.1.17 Arsênio

O arsênio é um semi-metal presente em mais de 200 minerais. O arsênio metálico é

muito utilizado pelas indústrias na fabricação de ligas não ferrosas, fabricação de

semicondutores, de circuitos integrados, entre outros. O ácido arsênico e o trióxido de

12

CETESB. Relatório de qualidade de águas superficiais: Apêndice A: Significado ambiental e sanitário das variáveis de qualidade das águas e dos sedimentos e metodologias analíticas e de amostragem, 2009, p. 19. Disponível em: < http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/aguas-superficiais/109-variaveis-de-qualidade-das-aguas>. Acesso em: 14.out.2013. 13

CETESB. Água Superficial. Alterações físicas e químicas. Contaminantes. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/mortandade/causas_contaminantes_anions.php>. Acesso em: 17.out.2013.

16

arsênio pode causar diversas reações nocivas á saúde do homem, entre elas, câncer de

pele, de pulmão, bexiga e rins.14

2.4.1.18 Selênio

O selênio é advindo naturalmente de rochas e solos, podendo ser agravadas pela

erosão. As atividades antrópicas, como a agricultura e a indústria, tais como, fundição e

refino de metais, fabricação de cerâmica e vidro, têm aumentado os níveis de vários

compostos de selênio em cursos d’água para concentrações prejudiciais a organismos.

Todos os compostos de selênio são tóxicos, e em situações extremas podem causar

danos permanentes ao sistema nervoso.15

2.4.2 Parâmetros Bioquímicos

2.4.2.1 Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

A matéria orgânica tem origem natural proveniente da matéria orgânica vegetal,

animal e dos microrganismos. Sua origem antropogênica é proveniente de despejos

domésticos e industriais. (VON SPERLING, 2005b)

A quantidade de oxigênio utilizada para oxidar a matéria orgânica pela decomposição

microbiana aeróbica é chamada de DBO.

A matéria orgânica através da ação microbiana é transformada em produtos finais,

tais como, fosfatos, sulfatos, gás carbônico, amônia, nitratos etc.

A DBO é o consumo de oxigênio durante certo período de tempo, em uma

temperatura especifica. A DBO5,20 é frequentemente usada para padrões de qualidade da

água, e significa um período de 5 dias de incubação á temperatura de 20ºC.

14

CETESB. FIT – Ficha de Informações Toxicológicas. Arsênio, 2012. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/userfiles/file/laboratorios/fit/Arsenio.pdf> Acesso em: 16.out.2013 15

CONTAMINANTE. Selênio. PUC-Rio Disponível em: <http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/12188/12188_4.PDF>. Acesso em: 02.nov.2013

17

Despejos predominantemente orgânicos são os maiores responsáveis pelo aumento

da DBO. A alta taxa de matéria orgânica num corpo hídrico pode induzir ao completo

esgotamento do oxigênio da água, provocando a morte de peixes e outras formas de vida

aquática. 16. Segundo Von Sperling (1995), em ambientes naturais sem aporte de matéria

orgânica, os valores para as concentrações da DBO5 enquadram-se no intervalo de 1 a 10

mg/L de Oxigênio.

2.4.2.2 Demanda Química de Oxigênio (DQO)

A DQO é a quantidade necessária de oxigênio para oxidar a matéria orgânica

através de um agente químico. O aumento da concentração de DQO se deve principalmente

a despejos industriais.17

As concentrações de DQO em águas superficiais quando atinge valores superiores a

20 mg/L de Oxigênio, são consideradas mais poluidas. (CHAPMAN; KIMSTACH, 1996).

Embora as normas vigentes não façam referência para o limite de DQO, a relação

DBO/DQO quando resultam em valores próximos a 0,5 indica o aporte de matéria orgânica

oriunda de diversas fontes (doméstica, comercial e industrial) e que potencialmente

contribuem tanto com compostos biodegradáveis como por exemplo, orgânicos de difícil

degradação biológica. Para valores da ordem de 0,8 implicam na existência de uma parte

preponderantemente biodegradável, com principais características de esgotos domésticos.18

16

CETESB. Relatório de qualidade de águas superficiais: Apêndice A: Significado ambiental e sanitário das variáveis de qualidade das águas e dos sedimentos e metodologias analíticas e de amostragem,2009, p. 10. Disponível em: < http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/aguas-superficiais/109-variaveis-de-qualidade-das-aguas>. Acesso em: 14.out.2013. 17

CETESB. Relatório de qualidade de águas superficiais: Apêndice A: Significado ambiental e sanitário das

variáveis de qualidade das águas e dos sedimentos e metodologias analíticas e de amostragem,2009, p. 13. Disponível em: < http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/aguas-superficiais/109-variaveis-de-qualidade-das-aguas>. Acesso em: 14.out.2013. 18

MACHADO, W. C. P. et al. Qualidade da água do rio conrado localizado na bacia hidrográfica do Rio Pato Branco - Sudoeste do Estado do Paraná. Curitiba. UFPR. 2009. Disponível em: < http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/raega/article/view/10719> Acesso em 05.nov.2013

18

2.4.3 Parâmetros Microbiológicos

De acordo com Von Sperling (2005b), os microrganismos possuem fundamental

importância. São responsáveis pelas reações de conversão da matéria orgânica e

inorgânica. Em termos de qualidade biológica da água, é o relativo responsável á

possibilidade de transmissão de doenças.

2.4.3.1 Coliformes Totais

Coliformes totais são os maiores transmissores de doenças de vinculação hídrica.

Dentro do grupo dos confirmes totais destacam-se as bactérias coliformes termotolerantes,

que se reproduzem sistematicamente a 44,5ºC e associam-se com as fezes de animais de

sangue quente.19

2.4.3.2 Escherichia-Coli

Dentro do grupo dos coliformes termotolerantes, destaca-se a E-coli, por ser a única

bactéria cujo habitat é exclusivo no trato intestinal do homem e de animais de sangue

quente. Por isso a E-coli é um indicador ideia para contaminação fecal.20

19

CETESB. Relatório de qualidade de águas superficiais: Apêndice A: Significado ambiental e sanitário das variáveis de qualidade das águas e dos sedimentos e metodologias analíticas e de amostragem, 2009, p. 29. Disponível em: < http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/aguas-superficiais/109-variaveis-de-qualidade-das-aguas>. Acesso em: 14.out.2013. 20

CETESB. Coliformes totais - determinação pela técnica de membrana filtrante: método de ensaio, 2007. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/userfiles/file/servicos/normas/pdf/L5214.pdf> Acesso em: 27.out.2013

19

2.5 Eutrofização dos Corpos d’ água

A eutrofização se da ao crescimento excessivo de algas nas águas, por

consequência da presença de cargas altas de nutrientes, principalmente nitrogênio e

fósforo. A multiplicidade das fontes de nitrogênio é um empecilho para o controle da

eutrofização através da redução do aporte de nitrogênio. São muito difíceis de serem

controladas, como por exemplo, a fixação do nitrogênio atmosférico por algumas algas. Isso

em vista deve-se investir no controle das fontes de fósforo.

Atualmente no Brasil os processos de tratamento de esgotos não são otimizados

para a remoção de nutrientes. Assim o efluente tratado é lançado no corpo hídrico, liberando

grandes quantidades de nutrientes que também colaboram para a eutrofização.21

A eutrofização pode ocultar o grau de poluição de um corpo hídrico, se tomar como

base somente a concentração de oxigênio dissolvido. Sob esse aspecto, águas limpas

apresentam taxa de oxigênio elevada, enquanto águas poluídas apresentam baixas

concentrações de oxigênio.22

2.6 Efluentes

Os efluentes podem ser domésticas, provenientes de banhos, das cozinhas, e da

lavagem de pavimentos domésticos, ou industriais, resultantes dos processos de fabricação.

Possui considerável quantidade de poluentes que podem prejudicar a qualidade das águas

dos rios, comprometendo a fauna, a flora, a balneabilidade, a pesca, a navegação etc. É

aconselhável que toda água residual seja transportada até uma ETE para efetuar devido

tratamento.23

21

CETESB. Relatório de qualidade de águas superficiais: Apêndice A: Significado ambiental e sanitário das variáveis de qualidade das águas e dos sedimentos e metodologias analíticas e de amostragem, 2009, p. 24. Disponível em: < http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/aguas-superficiais/109-variaveis-de-qualidade-das-aguas>. Acesso em: 14.out.2013. 22

CETESB. Relatório de qualidade de águas superficiais: Apêndice A: Significado ambiental e sanitário das variáveis de qualidade das águas e dos sedimentos e metodologias analíticas e de amostragem,2009, p. 20. Disponível em: < http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/aguas-superficiais/109-variaveis-de-qualidade-das-aguas>. Acesso em: 14.out.2013. 23

CETESB. Águas Superficiais. Tipos de águas. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/%C3%81guas-Superficiais/32-Tipos-de-%C3%81guas> Acesso em: 18.out.2013.

20

2.7 Autodepuração dos Corpos d’ água

Autodepuração é a capacidade de reduzir a poluição orgânica através de processos

naturais, físicos e bioquímicos. (JORDÃO, 2009). É muito relevante o conhecimento do

fenômeno da autodepuração dos corpos d'água, devido aos seguintes motivos: (VON

SPERLING, 2005)

Utilizar o potencial de assimilação dos corpos d'água. A capacidade que um corpo

d'água possui de receber e assimilar um efluente líquido;

Impedir que efluentes fossem lançados em quantidade e qualidade que ultrapasse a

capacidade de suporte do corpo d'água. A capacidade de assimilação do corpo

d'água pode ser utilizada até um ponto aceitável e não prejudicial, não sendo

admitido o lançamento de cargas poluidoras acima deste limite;

Nas zonas de autodepuração natural em rios, distinguem-se as presenças de

nitrogênio orgânico na zona de degradação, amoniacal na zona de decomposição ativa,

nitrito na zona de recuperação e nitrato na zona de águas limpas.24

2.8 Legislações para Qualidade dos Corpos d’ água

O real objetivo de se ter padrões de qualidade é devido à dificuldade do controle

efetivo das fontes poluidoras, assim pode-se ter uma medição indireta através da análise de

qualidade da água do corpo receptor. (VON SPERLING, 2005b)

TABELA 2 – Leis, Resoluções e Decretos para Qualidade de Corpos d’água. continua

Leis, resoluções e decretos.

Federal Leis, resoluções e decretos.

Estado de São Paulo

Lei nº 6.938/81

Institui a Política Nacional de Meio Ambiente.

Lei nº 997/76

Dispõe sobre o controle da poluição no Estado de São Paulo.

24

CETESB. Relatório de qualidade de águas superficiais: Apêndice A: Significado ambiental e sanitário das variáveis de qualidade das águas e dos sedimentos e metodologias analíticas e de amostragem, 2009, p. 24. Disponível em: < http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/aguas-superficiais/109-variaveis-de-qualidade-das-aguas>. Acesso em: 14.out.2013.

21

TABELA 2 – Leis, Resoluções e Decretos para Qualidade de Corpos d’água. conclusão

CONAMA 357/05

Dispõe sobre a classificação e padrões de qualidade dos corpos d'água e estabelece condições e padrões de lançamento

Decreto nº 8468/76

Regulamento da Lei 997/76: Dispõe sobre a classificação e padrões de qualidade dos corpos d'água e estabelece condições e padrões de lançamento.

Fonte: Autor

2.9 Classes das Águas

Segundo o artigo 4º da Resolução CONAMA nº 357 de 17 de março de 2005, as

águas doces são classificadas em:

I - classe especial: águas destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção; b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e, c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral. II - classe 1: águas que podem ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000; d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e e) à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas. III - classe 2: águas que podem ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000; d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e e) à aquicultura e à atividade de pesca. IV - classe 3: águas que podem ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado; b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; c) à pesca amadora; d) à recreação de contato secundário; e e) à dessedentação de animais. V - classe 4: águas que podem ser destinadas: a) à navegação; e

22

b) à harmonia paisagística.25

2.10 Enquadramento dos Corpos d’água

O enquadramento é a referencia para os instrumentos gestores de recursos hídricos

(plano de bacias, outorga, cobrança) e instrumentos de gestão ambiental (monitoramento e

licenciamento), portanto é um elo importante entre o Sistema Nacional de Recursos Hídricos

(SINGREH) e o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA).26

25 BRASIL. CONAMA. Resolução nº 357, 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes

ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf> Acesso em: 21.out.2013 26

ANA – Agência Nacional das Águas. Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil. Brasil, 2011. Disponível em: < http://conjuntura.ana.gov.br/conjuntura/grh_ali.htm> Acesso em: 12.out.2013

23

3 AVALIAÇÃO AMBIENTAL DA QUALIDADE DAS ÁGUAS

DO RIO RIBEIRÃO DA PENHA

3.1 Caracterização da Área de Estudo (Município de Itapira/SP)

3.1.1 Histórico

A colonização do município iniciou-se no século 16, mas a formação do centro

urbano deu-se em 1820, quando um dos primeiros povoadores doou suas terras para

começar a formar o patrimônio e, com ajuda, derrubou as matas e construiu uma capela,

onde foi colocada a imagem de Nossa Senhora da Penha.

Em 1821 celebrou-se a primeira missa e, por ser a única igreja em grande território,

muitos colonos se mudaram em torno dela, formando sítios e fazendas.

A antiga capela feita de pau-a-pique foi demolida em 1840, dando lugar a uma nova,

melhor.

A cafeicultura proporcionou um período de avanços, proporcionando a implantação

do ramal férreo que ligava à cidade vizinha de Moji Mirim, em 1880. Nesse período, a cidade

chamava-se Penha do Rio do Peixe, por sua localização ser próxima ao rio que tinha este

nome. Anteriormente teve os nomes Nossa Senhora da Penha em 1847, depois apenas

Penha e, mais tarde, Penha de Moji Mirim por haver pertencido, ao território de Moji Mirim.

O nome Itapira foi adotado em 1890 e conta hoje com uma população de 68.537

habitantes.27

27

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidade de Itapira SP. Disponível em:

<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=352260#> Acesso em: 20.mar.2013.

24

3.1.2 Localização

O município de Itapira localiza-se a nordeste do Estado de São Paulo, ao lado do

Circuito das Águas Paulista, tendo como limítrofes os municípios de. Mogi-Mirim, Mogi-

Guaçu, Espírito Santo do Pinhal, Águas de Lindóia, Serra Negra, Santo Antônio da Posse,

Lindóia e Jacutinga como mostrado abaixo. (FIGURA 3)

Fonte: <http://www.sp-turismo.com/municipios-sp.htm> FIGURA 4 – Municípios Limítrofes de Itapira/SP

“A sede do município possui coordenadas geográficas, 22º26’10” de latitude sul e

46º49’18” de longitude oeste. Com área territorial de 592 Km². (PLANO MUNICIPAL DE

SANEAMENTO BÁSICO 2010)

25

3.1.3 Geologia

Ainda de acordo com o Plano Municipal de Saneamento Básico (2010), o município

está situado em terreno Pré-Cambriano, apresentando minerais característicos gnaisses e

migmáticos, sendo comuns afloramentos de rochas cristalinas do complexo Gránssico-

Migmático e do grupo Açungui, com corpos graníticos intrusivos. Itapira localiza-se no

Planalto Atlântico, Geossistema Mantiqueira. Sua topografia apresenta grande diversidade e

declividade, com altitudes médias de até 1.600 metros.

3.1.4 Clima

De acordo com o Plano Municipal de Saneamento Básico (2010), o clima na região

de Itapira possui características do clima tropical de altitude, com chuvas no verão e seca no

inverno, e apresenta temperatura média anual de 21,3ºC. O índice pluviométrico médio

anual é de 1.364,9 mm, como mostra abaixo. (TABELA 3)

TABELA 3 – Chuva e Temperatura

Mês Temperatura Média (cg) Chuva (mm)

Janeiro 23,9 233,9 Fevereiro 24,0 207,7

Março 23,5 154,0 Abril 21,4 72,8 Maio 19,1 49,0

Junho 17,8 42,6 Julho 17,6 28,0

Agosto 19,4 28,2 Setembro 20,9 54,2 Outubro 22,0 113,1

Novembro 22,6 155,2 Dezembro 23,2 226,2

Fonte: PLANO Municipal de Saneamento Básico de Itapira (2010)

26

3.1.5 Hidrologia

Ainda baseado no Plano Municipal de Saneamento Básico (2010), Itapira está

localizada dentro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Mogi Guaçu. O rio Mogi Guaçu

tem sua nascente no município de Bom Repouso, estado de Minas Gerais e a sua bacia

hidrográfica possui uma área de drenagem total de 18.938 km2. Os principais afluentes pela

margem direita são os rios: Onça, Itupeva, Claro e Jaguari Mirim; pela margem esquerda, os

rios: Eleutério, do Peixe, do Roque, Bonito, Araras e Mogi Mirim.

A respeito das águas subterrâneas, o município de Itapira está localizado na região

do aquífero pré-cambriano, cujas águas se caracterizam por serem predominantemente

básicas, com pH entre 6,9 e 8,0. Os poços tubulares profundos, em geral, apresentam

vazões compreendidas entre 3 e 23 m³/h.

3.1.6 População

De acordo com a contagem de 2010, Itapira conta com uma população total de

68.537 habitantes, sendo 63.576 localizados na área urbana incluindo os distritos de Barão

Ataliba Nogueira, Eleutério e 4.961 na zona rural. (IBGE, 2010)

3.1.7 Economia

O município conta com 4 distritos industriais, sendo 3 localizados no distrito sede. No

ano de 2006, a agropecuária contava com 533 estabelecimentos ocupando uma área de

68.859 ha. Na agricultura destaca-se o cultivo da cana de açúcar com área plantada de

13.703 ha e produção de 1.233.270 toneladas por safra.

A cidade cultiva ainda, algodão, arroz e milho. Quanto às lavouras permanentes

destacam-se a cultura do café, com área plantada de 3.447 ha, e laranja com área plantada

de 1.152 ha. Na pecuária as principais criações são as de bovinos com cerca de 33.400

27

cabeças, ovinos com 4.898 cabeças, suínos com 3.523 cabeças e aves com 2.705.000 de

cabeças.

As áreas comerciais e de prestação de serviços somam mais de 1200 empresas, e a

região ainda conta com 2.500 autônomos e profissionais liberais. (PLANO MUNICIPAL DE

SANEAMENTO BÁSICO 2010)

3.1.8 Saneamento Básico

Em junho de 1965 deu-se o início das operações dos sistemas de abastecimento de

água pelo SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgotos, sendo uma conquista de suma

importância, pois obteve um aumento significativo de pessoas com acesso á água tratada. O

SAAE passou a operar os sistemas de esgotamento sanitário apenas em Março de 1971, e

a partir de 1974 iniciou-se o funcionamento da 1ª Estação de Tratamento de Esgotos,

composta de sistema de lagoas de estabilização, com uma lagoa anaeróbia e outra lagoa

facultativa (sistema australiano) com atendimento de 100% de sua população urbana.

Com aumento da população e a preocupação de melhorar as condições sanitárias do

Ribeirão da Penha, a partir de 1992 iniciou-se o funcionamento de uma nova Estação de

tratamento de Esgotos com sistema de lagoas aeradas e lagoas de decantação

(facultativas) com projeção para atendimento de 105.000 habitantes. (SANTOS, 2012)

3.2 Caracterização do Corpo Hídrico

Os dados foram levantados através de informações do Plano Municipal de

Saneamento Básico (2010), de levantamentos em campo e pesquisas bibliográficas.

O Rio Ribeirão da Penha é enquadrado como Classe 2, portanto é garantido por lei

sua qualidade. Possui suas cabeceiras situadas na região da cidade de Serra Negra, sendo

formado pelos Ribeirões Serra Negra e Morro Agudo, todos eles pertencentes á bacia do

Rio Mogi-Guaçu.

O Ribeirão da Penha é de suma importância para o município, pois cruza toda malha

urbana no sentido sudeste-noroeste. É o manancial que fornece toda água para o sistema

28

público de abastecimento. Recebeu em 2009, cerca de 3.576.894m³ de efluentes, tratado

pela ETE do município.

É afluente do Rio do Peixe que é contribuí para a margem esquerda do rio Mogi-

Guaçu, tornando–se de grande importância para o município vizinho, de mesmo nome do

rio. A cidade de Mogi-Guaçu possui mais de 137 mil habitantes, com volume médio de

tratamento de águas da ordem de 2.300 m³ por hora.28 O Rio Mogi-Guaçu também é o rio

que corta toda a área da Estação Ecológica de Mogi-Guaçu. A Estação Ecológica que

possui uma área total de 980 hectares, e preserva ecossistemas ao longo do Rio.29

O Ribeirão da Penha é para a cidade de Itapira, o principal dispositivo de

macrodrenagem, além de receptor final de praticamente toda precipitação que ocorre no

município. Os dispositivos de macrodrenagem secundários, que contribuem para o Ribeirão

da Penha, são os seguintes:

Margem esquerda:

Ponto 1 - Córrego da Rua João Galizone;

Ponto 3 - Córrego Lavapés;

Ponto 5 - Canal Soares (Avenida Liberdade);

Ponto 6 - Canal Nosso Teto e Canal Assad Alcici (Rua José Artur Miranda da Silva);

Ponto 8 – Canal Braz Cavenagui.

Margem direita:

Ponto 2 - Canal Jardim Magali;

Ponto 4 - Córrego da Avenida Tancredo de Almeida Neves;

Ponto 7 - Córrego da Avenida Luiz Norberto da Fonseca.

28

SAMAE - Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto de Mogi Guaçu, 2013 . Disponível em: <http://www.samaemogiguacu.com.br/website/etaete.php> Acesso em: 29.out.2013 29

ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE MOGI GUAÇU. 2013. Disponível em: <http://www.ceo.org.br/onde/mogi_gua.htm> Acesso em: 27.out.2013

29

Fonte: <https://maps.google.com.br/> FIGURA 5 – Canais e Córregos que Contribuem para o Ribeirão da Penha

3.2 Potenciais Fontes Poluidoras

As fontes poluidoras levantadas foram citadas por serem consideradas significativas.

Distritos industriais:

Os distritos possuem áreas diversificadas, entre elas de plásticos, têxteis,

alimentícias, metalúrgicas e outras.

30

1 - Distrito Industrial Jardim Progresso, localizado no bairro dos Prados, possui uma

área total de 45.000 m² dividida em 22 lotes.

2 - Distrito Industrial “Juvenal Leite”, localizado as margens da rodovia SP-147, no

bairro Parque Santa Bárbara, possui área total de 242.000 m².

3- Mini Distrito Industrial “Carlos Eduardo Yonezawa”, localizado na vila Penha do

Rio do Peixe.

Principais indústrias

A – Indústria de Papel e Papelão;

B – Produtos Químicos e Farmacêuticos;

C – Indústria de Papel e Papelão;

D – Indústria e Manutenção de Bombas;

E – Usina de Açúcar e Álcool.

Tratamento público de esgotos

F – Estação de Tratamento de Esgotos

Fonte: <https://maps.google.com.br/> FIGURA 6 – Localização das Potenciais Fontes Poluidoras de Itapira/SP

31

3.3 Normas

As normas onde estão definidos os padrões de qualidade das águas constantes das

legislações do Estado de São Paulo e da Federação são mostrados abaixo. (TABELA 4)

TABELA 4 – Legislação sobre Qualidade de Águas

Legislação

Estadual Federal

Decreto nº 8468/76 CONAMA nº 357/05

Condições e Padrões de Qualidade das Águas.

Artigo 11 Artigo 15

Fonte:<http://www.mma.gov.br/port/conama/processos/EFABF603/ApresentacaoCetesb-

SPGTLancamentoEfluentes17e18nov08.pdf>

3.4 Amostragens das Águas Superficiais

3.4.1 Custos e Padrão de Amostragem

O laboratório responsável pelas análises foi o AMBILAB30, laboratório de ensaio

acreditado de acordo com a ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005 e a NIT-DICLA-057. O

laboratório utilizou a Metodologia de análise Standard Methods for the Examination of Water

and Wastewater 22ª Edition. Washington, DC: APHA, 2012. As análises tiveram custo total

de R$1018,00.

As amostras de água superficial do Rio Ribeirão da Penha foram tomadas, no dia

21/10/2013 ás 13:45h para a Amostra “A” e ás 16:05h para a Amostra “B”, diretamente na

lâmina d’água, com o auxílio de amostradores descartáveis de polietileno “bailers”.

Os frascos utilizados para coleta e armazenamento das amostras para cada ponto

foram os seguintes:

Frasco de 1L de polietileno;

30

AMBILAB – Análises Ambientais. Endereço Av. Dr. Ângelo Simões, 1291 – Campinas/SP

32

Frasco de 500 mL de polietileno, contendo 5 mL de ácido nítrico 1:1, para

conservação;

Frasco de 200 mL de polietileno, contendo 2 ml de ácido sulfúrico 1:1, para

conservação;

BAG de coleta microbiológica, estéril e contendo uma pastilha de tiossulfato

de sódio.

As amostras foram acondicionadas a uma temperatura de 2ºC a 4°C, sendo

armazenadas em geladeira na mesma temperatura ao chegar ao laboratório.

3.4.2 Pontos de Coleta das Amostras

Fonte: <https://maps.google.com.br/>

FIGURA 7 – Localização dos Pontos de Coleta das Amostras.

33

Ponto “A” – Apresenta coordenadas geográficas para latitude e longidutde : -22.445734 -

46.79719. Esse ponto foi escolhido se localizar antes do rio passar pelo trecho urbano.

Senviu de referência para estabelecer as condições com que o rio chega no município.

Fonte: Autor FOTO 1 – Ponto de Coleta da Amostra.

Fonte: Autor FOTO 2 – Coletando a Amostra Através do “Bailer”

Ponto “B” – Apresenta coordenadas geográficas para latitude e longitude : -22.403743,-

46.840179. A distância do Ponto A até o Ponto B é de 10 km. Esse ponto representa a água

34

depois de atravessar o trecho urbano, servindo de referência para saber as possíveis

alterações em sua qualidade. A amostra foi coletada a 300m da saída do efluente tratado da

ETE do município, respeitando os padrões estipulados pela CETESB.

Fonte: <https://maps.google.com.br/>

FIGURA 8 – Localização da ETE de Itapira em Relação ao Ponto “B”

Fonte: Autor FOTO 3 – Ponto de Coleta.

35

Fonte: Autor FOTO 4 – Lixo Flutuando no Rio.

Fonte: Autor FOTO 5 – Coletando Amostra Através do Bailer.

36

Após a coleta das amostras “A” e “B”, as mesmas foram enviadas ao laboratório para

análises. Após as análises foram verificados os resultados, e a partir deles elaboradas

conclusões.

37

4 RESULTADOS

Na Tabela 5 são apresentados os resultados laboratoriais para os Parametros Físico-

Químicos Inorgânicos da amostra “A”

TABELA 5 – Parametros Físico-Químicos Inorgânicos da Amostra “A”

Parâmetros Decreto 8468/76 CONAMA 357/2005 Resultado

Cádmio 0,01 mg/L 0,001 mg/L < 0,005 mg/L

Chumbo 0,1 mg/L 0,01 mg/L < 0,001 mg/L

Cobre 1,0 mg/L 0,009 mg/L < 0,06 mg/L

pH - 6,0 – 9,0 6,5

Zinco 5,0 mg/L 0,18 mg/L < 0,05 mg/L

OD ≥ 5 mg/L ≥ 5 mg/L 6,3 mg/L

Amônia 0,5 mg/L 3,7 mg/L 0,28 mg/L

Arsênio 0,1 mg/L 0,01 mg/L < 0,001 mg/L

Bário 1,0 mg/L 0,7 mg/L < 0,26 mg/L

Cromo 0,05 mg/L 0,05 mg/L < 0,05 mg/L

Cianeto 0,2 mg/L 0,005 mg/L < 0,01 mg/L

Estanho 2,0 mg/L - < 0,84 mg/L

Fenóis 0,001 mg/L 0,003 mg/L 0,010 mg/L

Flúor 1,4 mg/L 1,4 mg/L < 0,1 mg/L

Mercúrio 0,002 mg/L 0,0002 mg/L < 0,001 mg/L

Nitrato 10,0 mg/L 10,0 mg/L 8,62 mg/L

Nitrito 1,0 mg/L 1,0 mg/L 0,13 mg/L

Selênio 0,01 mg/L - < 0,001 mg/L

Materiais Flutuantes Ausentes Ausentes Ausentes

Odor 6,0 mg/L 6,0 mg/L 1,0 mg/L

Óleos e Graxas 10 mg/L 10 mg/L <10,0 mg/L

Fonte: (ANEXO A)

Conforme a Tabela 5, o parâmetro Fenóis está superior aos limites impostos em

ambas legislações vigentes, sendo 10 vezes maior que o toleravel previsto no Decreto

8468/76 e 3,4 vezes maior quanto a concentração máxima previsto na Resolução CONAMA

357/05.

Na Tabela 6 são apresentados os resultados laboratoriais para os parâmetros

Bioquímicos da amostra “A”.

38

TABELA 6 – Parametros Bioquímicos da Amostra “A”

Parâmetro Decreto 8468/76 CONAMA 357/05 Resultado

DBO5,20 5 mg/L 5 mg/L 4 mg/L

DQO - - 31 mg/L

Fonte: (ANEXO A)

Como apresentado na Tabela 6, os parâmetros bioquímicos estão de acordo com as

legislações vigentes.

Na Tabela 7 são apresentados os resultados laboratoriais para os parâmetros

Microbiológicos da amostra “A”.

TABELA 7 – Parametros Microbiológicos da Amostra “A”

Parâmetro Decreto 8468/76 CONAMA 357/05 Resultado

Coliformes Totais 5,0x10³ mg/L 5,0x10³ mg/L 4,9x10⁶ mg/L

Escherichia coli 1,0x10³ mg/L 1,0x10³ mg/L 4,0x10⁴ mg/L

Fonte: (ANEXO A)

Como apresentado na Tabela 7, o parâmetro para Coliformes Totais está 980 vezes

acima do permitido. Pode-se ver também que os coliformes de origem fecal, E-Coli, está 40

vezes acima do permitido.

Na Tabela 8 são apresentados os resultados laboratoriais para os parâmetros físico-

químicos da amostra “B”.

TABELA 8 – Parametros Físico-Químicos Inorgânicos da Amostra “B” continua

Parâmetros Decreto 8468/76 CONAMA 357/2005 Resultado

Cádmio 0,01 mg/L 0,001 mg/L < 0,005 mg/L

Chumbo 0,1 mg/L 0,01 mg/L < 0,001 mg/L

Cobre 1,0 mg/L 0,009 mg/L < 0,06 mg/L

pH - 6,0 – 9,0 mg/L 7,1 mg/L

Zinco 5,0 mg/L 0,18 mg/L < 0,05 mg/L

OD ≥ 5 mg/L ≥ 5 mg/L 6,2 mg/L

Amônia 0,5 mg/L 3,7 mg/L 3,20 mg/L

39

TABELA 8 – Parametros Físico-Químicos Inorgânicos da Amostra “B” conclusão

Fonte: (ANEXO B)

Conforme mostrada na Tabela 8, o parâmetro Amônia está 6,4 vezes maior que o

permitido no Decreto Estadual. O parâmetro Nitrito está 2,4 vezes maior que o permitido em

ambas as legislações. Quanto ao parâmetro Fenóis as concentrações encontradas estão

em teor 10 vezes maior que o permitido na Legislação Estadual e 3,4 vezes maior que a

Legislação Federal.

Na Tabela 9 são apresentados os resultados laboratoriais para os parâmetros

Bioquímicos da amostra “B”.

TABELA 9 – Parametros Bioquímicos da Amostra “B”

Parâmetro Decreto 8468/76 CONAMA 357/05 Resultado

DBO5,20 5 mg/L 5 mg/L 36 mg/L

DQO - - 90 mg/L

Fonte: (ANEXO B)

Parâmetros Decreto 8468/76 CONAMA 357/2005 Resultado

Arsênio 0,1 mg/L 0,01 mg/L < 0,001 mg/L

Bário 1,0 mg/L 0,7 mg/L < 0,26 mg/L

Cromo 0,05 mg/L 0,05 mg/L < 0,05 mg/L

Cianeto 0,2 mg/L 0,005 mg/L < 0,01 mg/L

Estanho 2,0 mg/L - < 0,84 mg/L

Fenóis 0,001 mg/L 0,003 mg/L 0,010 mg/L

Flúor 1,4 mg/L 1,4 mg/L < 0,1 mg/L

Mercúrio 0,002 mg/L 0,0002 mg/L < 0,001 mg/L

Nitrato 10,0 mg/L 10,0 mg/L 0,77 mg/L

Nitrito 1,0 mg/L 1,0 mg/L 2,44 mg/L

Selênio 0,01 mg/L - < 0,001 mg/L

Selênio 0,01 mg/L - < 0,001 mg/L

Materiais Flutuantes Ausentes Ausentes Ausentes

Odor 6,0 mg/L 6,0 mg/L 1,0 mg/L

Óleos e Graxas 10 mg/L 10 mg/L <10,0 mg/L

40

De acordo com a Tabela 9, o parâmetro DBO5,20 resulta em 36 mg/L, sendo o limite

máximo permitido de 5 mg/L, ou seja, 7,2 vezes maior que o permitido por ambas as

legislações.

Na Tabela 10 são apresentados os resultados laboratoriais para os Parametros

Microbiológicos da amostra “B”.

TABELA 10 – Parametros Microbiológicos da Amostra “B”

Parâmetro Decreto 8468/76 CONAMA 357/05 Resultado

Coliformes Totais 5,0x10³ mg/L 1,0x10³ mg/L 7,8x10⁸ mg/L

Escherichia coli 1,0x10³ mg/L 1,0x10³ mg/L 1,2x10⁷ mg/L

Fonte: (ANEXO B)

Como apresentado na Tabela 10, o parâmetro para Coliformes Totais está em 780

milhões de mg/L, e possui um limite máximo de 5000 mg/L, ou seja, 156 Mil vezes acima do

permitido. Observa-se também que os coliformes de origem fecal Escherichia-Coli está em 12

milhões de mg/L, sendo o limite máximo de 1000 mg/L, ou seja, 12 Mil vezes acima do

permitido.

41

5 CONCLUSÕES

Tamanha a importância das águas e a fim de garantir seus diversos usos,

Indicadores ambientais de qualidade são imprescindíveis e regidos por leis. No estado de

São Paulo a CETESB utiliza principalmente os padrões estabelecidos no Decreto Estadual

8468/76, e os compara com os limites dos mesmos padrões estipulados na Resolução

Federal CONAMA 357/05.

A DQO é a quantidade necessária de oxigênio para degradar a matéria orgânica

através de um agente químico. As normas vigentes não fazem referência para o limite de

DQO, e por isso não foi possível avaliar se houve violações. No entanto as concentrações

de DQO, em águas superficiais, quando atingem valores inferiores 20 mg/L de O2, são

consideradas menos poluídas. Além disso, a relação DBO/DQO quando resultam em

valores próximos a 0,5 indicam que o aporte de matéria orgânica é oriunda de efluente

doméstico e industrial. Para valores da ordem de 0,8 implicam na existência de uma parte

preponderantemente biodegradável, com principais características de esgotos domésticos.

A amostra “A” obteve resultado de DQO de 31 mg/L de O2, indicando que existe certa

poluição nessas águas. Como essa amostra é referente ao ponto anterior ao trecho urbano,

e pelo fato de que no local existem apenas residências, entende-se que essa poluição pode

ser proveniente de lançamentos de esgotos clandestinos. É também justificável que essa

poluição possa ser proveniente de outro município. Na amostra “B” a DQO apresentou

concentrações de 90 mg/L, se mostrando 4,5 vezes superior ao limite encontrado em águas

menos poluidas, e indicando piora de cerca de 3 vezes os níveis de poluição quando

comparados com a amostra “A”.

O parâmetro DBO, torna-se elevado predominantemente por despejos orgânicos. A

alta taxa de matéria orgânica num corpo hídrico pode induzir ao completo esgotamento do

oxigênio da água, provocando a morte de peixes e outras formas de vida aquática. A DBO

na amostra “B” mostrou concentrações de 36 mg/L, sendo o limite de 5 mg/L tolerável em

âmbas legislações. Nessas concentrações, a DBO indica que a matéria orgânica, por algum

motivo, não esta sendo degradada, podendo considerar potencial poluição. A relação

DBO/DQO resultou em 0,4, indicando que pode existir influência de efluentes domésticos e

industriais.

Os Coliformes Totais são os maiores transmissores de doenças de vinculação

hídrica. Dentre os coliformes totais, destaca-se a Escherichia-Coli, por ser a única bactéria

cujo habitat é exclusivo no trato intestinal de animais de sangue quente. Na amostra “A”, as

42

concentrações encontradas para Coliformes Totais e Escherichia-Coli extrapolaram 980

vezes e 40 vezes respectivamente, os limites estipulados no Decreto 8468/76 e no

CONAMA 357/05 e indica contaminação fecal. Para a amostra “B” os parâmetros Coliformes

Totais e Escherichia-Coli apresentaram respectivamente concentrações 156 mil e 12 mil

vezes acima do estabelecido nas duas legislações, indicando significativa piora nos níveis

de poluição. Essas altas concentrações adverte para uma contaminação fecal grave. Esses

parâmetros estão relacionados com fezes lançadas in natura no rio. Podem ser provenientes

de esgotos clandestinos do município. Como as águas, referentes à amostra “A”, são

capitadas, tratadas e distribuídas pelo SAAE, os altos níveis de coliformes podem acarretar

em maior consumo de cloro no processo de desinfecção da água na ETA.

Fenóis e seus derivados são substâncias principalmente de origem industrial,

conhecidos por serem altamente tóxicos. Seu efeito mais comum é acumular-se na gordura

dos peixes, fornecendo gosto desagradável ao pescado, mesmo em pequenas

concentrações. Os Fenóis também podem ser produto da degradação de pesticidas. Desta

maneira os Fenóis e seus derivados têm sido definidos como poluentes perigosos, porque

além de serem tóxicos, são persistentes no ambiente. A amostra “A”, que é relativa ao

ponto anterior ao trecho urbano, apresentou para o parâmetro Fenóis índices 10 vezes

acima do permitido pelo Decreto 8468/76, indicando contaminação por substância tóxica. O

fato que agrava o problema é que essas águas são captadas e distribuídas a toda

população após tratamento convencional na ETA do município, que não preve a degradação

dos Fenóis. Além disso, os Fenóis, em contato com o cloro utilizado na desinfecção da

água, podem reagir, formando trihalometanos, que são substância canceríginas. As fontes

geradoras dessa poluição podem ser provenientes da poluição difusa, ocasionados por

produtos usados na agricultura local, tais como, pesticidas e agrotóxicos. Podem ser

também provenientes de fontes localizadas em outro município. Considerando a amostra

“B”, as concentrações de Fenóis se mantiveram ao longo do trecho urbano, resultando em

concentrações 10 vezes acima do limite estabelecido. Isso confirma que a substância é

distribuída à população através do sistema de abastecimento público do município

Quanto aos processos biológicos, os compostos do Nitrogênio, Amônia e Nitrito, são

nutrientes que podem proporcionar o enriquecimento do meio, tornando-o mais fértil, assim

contribuindo para a eutrofização. Na amostra “B”, foram encontrados Amônia e Nitrito em

concentrações de 3,2 mg/L e de 2,44 mg/L respectivamente, e assim ultrapassando os

limites estabelecidos no Decreto 8468/76 e CONAMA 357/05. Essas concentrações

reforçam a ideia de que a matéria orgânica não está sendo degradada nesse trecho. Altos

43

níveis de Amônia podem ser tóxicos a peixes, além provocar o consumo do oxigênio

dissolvido nas águas.

Considerando todos os fatores, pode se concluir que efluentes estão sendo lançados

in natura no Ribeirão da Penha ou em seus canais e córregos. São provenientes,

possivelmente, de ligações de esgotos clandestinas. Considera-se plausível também, que a

ETE do município não esteja tratando o efluente corretamente.

Segundo levantamentos obtidos junto á CETESB de Mogi-Guaçu, dentre as

Indústrias potenciamente poluidoras levantadas no trabalho, apenas uma não possui licença

de operação, e está em fase de interdição.

Por fim, recomenda-se outras análises, em pontos estratégicos, possibilitando fazer

outras considerações, a fim de cessar as fontes de lançamentos clandestinos de efluentes

como apresentado na reportagem do Jornal Tribuna de Itapira dos dias 12 e 17 de

novembro de 2013. (ANEXOS C, D)

44

REFERÊNCIAS

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45

CHAPMAN, D; KIMSTACH, V. Selection of water quality variables. In: CHAPMAN, D. Water quality assessments: a guide to the use of biota, sediments and water in environmental monitoring. 2 ed. Cambridge: UNESCO/WHO/UNEP, 1996. EEMG – Estação Ecológica de Mogi-Guaçu. 2013. Disponível em: <http://www.ceo.org.br/onde/mogi_gua.htm> Acesso em: 27.out.2013 GONÇALVES, J. J. Avaliação de degradação das águas superficiais na região de itaqueri, SP. 2011. 82 f. Trabalho de Conclusão de Curso – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2001. GOOGLE MAPAS. Cidade de Itapira. Disponível em: <https://maps.google.com.br/>Acesso em: 23.out.2013. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidade de Itapira SP. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=352260#> Acesso em: 20.mar.2013. JORDÃO, E. P. Tratamento de esgotos domésticos. 5ª Ed. - Rio de Janeiro, 2009. MACHADO, W. C. P. et al. Qualidade da água do rio Conrado localizado na bacia hidrográfica do Rio Pato Branco - Sudoeste do Estado do Paraná. Curitiba. UFPR. 2009. Disponível em: < http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/raega/article/view/10719> Acesso em 05.nov.2013 MAPAS. Cidades do Estado de São Paulo. Disponível em: <http://www.sp-turismo.com/municipios-sp.htm> Acesso em: 19.jun.2013 MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Legislações. Disponível em: <http://www.mma.gov.br> Acesso em: 13.out.2013. ONU – Organização das Nações Unidas. 2013. Disponível em: <http://www.onu.org.br/rio20/temas-agua/> Acesso em: 15.out.2013 PLANO Municipal de Saneamento Básico de Itapira, 2010. RELATÓRIO de Situação dos Recursos Hídricos no Estado de São, 2010. Disponível em:< http://www.sigrh.sp.gov.br/sigrh/basecon/RelatorioSituacao2011/Relatorio_Situacao_2011.pdf> Acesso em: 24.out.2013

46

SAMAE - Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto de Mogi Guaçu, 2013 . Disponível em: <http://www.samaemogiguacu.com.br/website/etaete.php> Acesso em: 29.out.2013 SANTOS, Paulo Roberto. Diretor técnico do SAAE de Itapira. História do Saneamento Básico de Itapira. Entrevista a André Rinoldi. Itapira/SP 2012. SILVA, K.A. Análise da Eficiência de Métodos de Controle de Enchentes na Atenuação de Picos de Cheias Utilizando o Modelo Computacional SWMM – Storm Water Management Model. Dissertação de Mestrado, UFG, Goiânia - GO, 2007. VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 3. Ed. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental –UFMG, 2005a. V. 1. (Princípio do Tratamento Biológico de Águas Residuárias). VON SPERLING, M. Estudos e modelagem da qualidade da água de rios. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental - UFMG, 2005b. V. 7. (Princípio do Tratamento Biológico de Águas Residuárias). VON SPERLING, M. Introdução à qualidade de água e tratamento de esgotos. DESA/EFMG, 1995.

47

ANEXOS

ANEXO A – Resultados das análises Laboratoriais referentes à Amostra “A”. continua

48

ANEXO A – Resultados das análises Laboratoriais referentes à Amostra “A”. conclusão

49

ANEXO B – Resultados das análises Laboratoriais referentes à Amostra “B”. continua

50

ANEXO B – Resultados das análises Laboratoriais referentes à Amostra “B”. conclusão

51

ANEXO C – Reportagem Jornal Tribula de Itapira

52

ANEXO D – Reportagem Jornal Tribula de Itapira