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Integração do componente pastoril em sistemas agrícolas
Paulo C. de F. Carvalho
1, Anibal de Moraes
2, Ibanor Anghinoni
1, Davi T. da Silva
1, Taíse R. Kunrath
1,
Raquel S. Barro1, Felipe C. Carmona
1, Armindo B. Neto
1, Amanda P. Martins
1, Thiago Barros
1, William
S. Filho1
1. Introdução
O foco na produtividade no curto prazo, sem levar em consideração os impactos
ambientais, tem sido apontado como causa primária da degradação dos sistemas
agrícolas e da falta de sustentabilidade dos atuais modelos de produção. Os processos de
intensificação e de especialização que hoje predominam na agricultura contemporânea,
e que estão associados a impactos ambientais negativos, tais como poluição e
aquecimento global, derivam da chamada “Revolução verde” (Griffon, 2006).
Após a II guerra mundial, as necessidades globais de alimento impuseram enorme
desafio tecnológico aos sistemas agrícolas. Os sistemas de produção e suas variantes
tecnológicas convergiram, então, para sistemas cada vez mais especializados, de menor
diversidade, ao mesmo tempo que incrementaram sobremaneira o uso de insumos. Por
exemplo, o uso de fertilizantes nitrogenados aumentou oito vezes nos últimos 50 anos
(Subbarao et al., 2013). O resultado foi o forte incremento em produtividade, que
triplicou a produção global de grãos (Lemaire et al., 2015). Além dos incrementos
oriundos do melhoramento genético vegetal, a “tecnologia de insumos” foi a principal
determinante da escalada produtivista que se observa nas últimas décadas.
Após 60 anos deste modelo de produção, a despeito dos inegáveis ganhos em
produtividade, é consenso que o mesmo esteja esgotado (Foley et al., 2011). Relatos de
degradação do solo, da água, da biodiversidade e do clima estão citados em inúmeras
publicações (e.g., Millenium Ecossystems Assessments, 2005; Russele &
Franzluebbers, 2007; Dumont & Tallowin et al., 2011, Lemaire et al., 2015) que
concluem pela necessidade de mudanças. Além disso, sistemas agrícolas que resultam
em severos impactos ambientais, são cada vez mais considerados como inaceitáveis
pela sociedade mundial (Lemaire et al., 2014)
Há, portanto, necessidade urgente de correção de rumo. Correção de perspectiva na
produção de alimentos (Carvalho, 2005). Apesar de lentas, iniciativas nesse sentido são
observadas pela expansão do sistema plantio direto, a integração da lavoura com a
pecuária, a preocupação sobre a utilização racional da água e de agroquímicos, as
exigências de maior competitividade e sustentabilidade, acesso a linhas de crédito sob
contrapartida ambiental (e.g., plano ABC - agricultura de baixa emissão de carbono),
dentre outras. Esses novos requerimentos aos sistemas de produção visam a redução dos
custos, ao mesmo tempo em que se conserve atributos ambientais (Kluthcouski &
Stone, 2003).
Neste sentido, o renovado interesse nos sistemas de produção integrados (Entz et al.,
2005) tem relação com o potencial deste conceito de produção em mudar,
positivamente, a dinâmica biofísica e sócio-econômica dos sistemas de produção
(Keulen & Schiere, 2004). É de amplo reconhecimento pelo meio científico de que os
1 GPSIPA – UFRGS – Porto Alegre-RS, Brasil. mail to: [email protected]
2 NITA - Departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo – UFPR – Curitiba-PR, Brasil.
sistemas integrados sejam eficientes na ciclagem de nutrientes e energia (Entz et al.,
2005), e sejam mais sustentáveis (Ryschawy et al., 2013) e resilientes (Lemaire et al.,
2014). Os sistemas integrados não são importantes somente pela produção de serviços
ecossistêmicos, mas porque predominam em boa parte das pequenas propriedades no
mundo. Dos pobres das áreas rurais, 2/3 têm animais em suas pequenas propriedades e
60 % desses utilizam sistemas mistos de exploração (Thomas, 2001). Segundo Keulen
& Schiere (2004), os sistemas integrados alcançam 2,5 bilhões de hectares no mundo,
sendo responsáveis por mais de 50 % da produção mundial de alimentos (Herrero et al.,
2010)
Portanto, a associação de animais com cultivos agrícolas é rara opção de sistema de
produção que associa produção de alimentos com redução de impactos ambientais.
Moraes et al. (2002) afirmam que a inclusão de forrageiras em sistemas agrícolas
assegura inúmeras vantagens. Dentre elas destacam-se a manutenção das características
físicas, químicas e biológicas do solo, o controle da erosão, o uso mais eficiente dos
recursos ambientais. Além desses, os autores mencionam o aumento nos níveis de
produção animal e vegetal, a rentabilidade maior e mais estável das culturas, o
incremento no controle de plantas daninhas e a quebra de ciclos de pragas e doenças.
No centro do país, os sistemas integrados têm sido propostos como estratégia de
recuperação de solos com baixa fertilidade, sendo empregada particularmente na
recuperação de áreas de pastagens degradadas no Cerrado brasileiro (Zimmer et al.,
2004). Já no sul do Brasil esses sistemas têm sido propostos pela diminuição de risco no
negócio agrícola e alternativa ao menor interesse nas rotações com culturas de inverno
(Carvalho et al., 2006).
Não obstante, o sucesso de um sistema integrado depende de diversos fatores que, por
sua vez, são dinâmicos e interagem entre si. Carvalho et al. (2010) citam alguns pré-
requisitos básicos a serem priorizados na adoção dos sistemas integrados, dentre eles: o
plantio direto, a rotação/diversificação de cultivos, o uso de insumos e genótipos
melhorados, o manejo correto dos pastos, sempre preconizando a manutenção de
estruturas de pasto que otimizem a colheita de forragem pelo animal e o mantenham sob
intensidades de pastejo que não venham a comprometer o sistema.
No contexto do acima exposto, e na medida em que boa parte das relações solo-planta-
animal decorrentes da integração da pecuária com a lavoura seja mediada pelo efeito
dos animais no sistema, este trabalho tem por objetivo discutir o impacto da introdução
do pasto e do efeito do pastejo em sistemas agrícolas.
2. Diagrama conceitual da entrada do pasto e de animais em pastejo em sistemas
agrícolas
Neste manuscrito, assumiremos a definição de sistema integrado proposta por Carvalho
et al. (2014), adotando o acrônimo SIPA em aderência a terminologia internacional.
Segundo os autores, o Sistema Integrado de Produção Agropecuária (SIPA) é aquele
caracterizado por ser planejado para explorar sinergismos e propriedades emergentes,
frutos de interações nos compartimentos solo-planta-animal-atmosfera, de áreas que
integram atividades de produção agrícola e pecuária.
Segundo Moraes et al. (2012), as interações entre os componentes do SIPA (i.e. árvores,
grãos e gado) “exigem estratégias de manejo altamente desafiadoras, que não são
empregadas em sistemas baseados em monocultivos” (Lin et al., 1999). O efeito
resultante dessas interações, ecológicas e econômicas, pode ser positivo
(favorecimento), neutro ou negativo (competição) (Callaway & Walker, 1997). Como as
interações são dinâmicas, os efeitos podem oscilar do favorecimento à competição, e
vice-versa, com estágios interativos coexistindo no tempo e espaço (Anderson &
Sinclair, 1993). Portanto, o manejo de sistemas complexos como o SIPA não pode ser
interpretado por fatores isolados, requerendo visão sistêmica desse tipo de
agroecossistema de produção (Wilson et al., 1990; Nair, 1993; Ong & Leakey, 1999;
Lin et al., 1999; Torquebiau, 2000; Jose et al., 2004).
Para ilustrar essas interações, consideremos a constituição de um SIPA a partir de duas
possibilidades: a introdução do componente animal num sistema puramente agrícola, ou
a introdução de um cultivo agrícola num sistema puramente pastoril (Figura 1).
PlantaAnimal
Solo
Planta
Solo
Introdução do componente animal em sistemas agrícolas
PlantaAnimal
Solo
Introdução do componente agrícola em sistemas pastoris
PlantaAnimal
Solo
Figura 1. Diagrama conceitual das relações solo-planta e solo-planta-animal em
sistemas de produção que integram o componente animal a sistemas
puramente agrícolas, ou integra o componente agrícola a sistemas
puramente pastoris.
O diagrama considera o componente vegetal como sendo pastos, cultivos de grãos,
árvores, enfim, toda e qualquer planta envolvida no sistema. As flechas, dentro das
áreas sobrepostas, representam as interações entre componentes, interações essas que
ocorrem em diferentes escalas temporais. Já a área hachurada representa a mediação do
componente solo. É ele a “memória física” do sistema (Anghinoni et al., 2013).
Enquanto os demais componentes se alternam no tempo e no espaço, é o solo que vai
incorporando as consequências de longo prazo da sucessão dos componentes e seu
manejo.
Os nutrientes ciclam entre compartimentos. Segundo Soussana & Lemaire (2014), os
ciclos de C e N são acoplados segundo princípios de estequiometria. Os compartimentos
solo e planta são acopladores de C e N na formação da biomassa vegetal e na
constituição da matéria orgânica. Já o compartimento animal é desacoplador pela ação
do pastejo, por exemplo liberando metano pela eructação e N nas excreções a partir do
consumo da biomassa vegetal. O balanço entre compartimentos depende
fundamentalmente da intensidade de pastejo (Carvalho et al., 2010; Soussana &
Lemaire, 2014). Intensidades de pastejo moderadas favorecem o acoplamento de C e N
pela ciclagem de N via urina, estímulo de renovação da área foliar pelo pastejo e
favorecimento a rizodeposição situação em que frequentemente se observa incremento
nos estoques de C no solo (Balesdent & Balabane, 1996) No entanto, em altas
intensidades de pastejo, o desacoplamento é maior que o acoplamento, e o sistema passa
a operar de forma negativa. Portanto, o manejo dos fluxos de nutrientes entre
compartimentos, ou o controle dos processos de acoplamento e desacoplamento de
nutrientes, é condição essencial para que se obtenha resultados positivos em SIPA.
Pode-se depreender do diagrama acima que, do ponto de vista de funcionamento do
sistema, a introdução do componente agrícola altere menos a condição anterior que a
introdução do componente animal. Enquanto a introdução de um cultivo agrícola em um
sistema pastoril represente o incremento em diversidade do componente vegetal, a
introdução do componente animal representa o ingresso de novos fluxos e interações
dentro sistema. Segundo Bonaudo et al. (2014), o papel do animal é o de reciclar e
incrementar a eficiência de uso dos recursos tróficos. Logo, dado os novos níveis de
complexidade atingidos a partir da ação do pastejo, a probabilidade de surgir
propriedades emergentes (Anghinoni et al., 2013) com a entrada do componente animal
num sistema agrícola é, teoricamente, bem maior.
As interações entre componentes podem ocorrer em diferentes escalas espaciais e
temporais. Por exemplo, quando o componente vegetal são os pastos, a interação com o
componente animal é direta e imediata pela ação do pastejo, das excretas e do pisoteio.
Quando o componente vegetal é uma lavoura de milho em sucessão, então a escala
temporal é deslocada para o tempo equivalente ao da rotação, e a interação é mediada,
por exemplo, por um resíduo de fezes do ciclo pastagem. Tendo o animal em pastejo um
impacto tão importante na eficiência e funcionamento dos SIPA, foquemos a partir de
agora os impactos particulares do pastejo nos sistemas integrados.
3. O processo de pastejo e as particularidades inerentes aos sistemas integrados
de produção agropecuária
O pastejo é um intrincado processo pelo qual os herbívoros buscam seu alimento. Ele se
caracteriza pelas ações do animal na procura, seleção e captura da forragem. O
desferimento do bocado é o clímax do pastejo e resulta de uma complexa série de
decisões por parte do animal. Dentre elas, as de maior relevância estão na definição do
sítio de alimentação dentro da pastagem, das espécies a serem consumidas dentro do
sítio escolhido, e a definição sobre as partes das plantas a serem consumidas (Carvalho
& Moraes, 2005).
Essas decisões terminam por influenciar as características de como o animal transita
pela pastagem, bem como a intensidade com que ele apreende o pasto, justamente dois
aspectos de importância capital para os sistemas integrados. O primeiro determina os
fenômenos de adensamento e compactação do solo. O segundo, afeta o acoplamento de
C e N, e o resíduo de palhada a ser utilizado em plantio direto. Neste sentido, para se
controlar o impacto do pastejo animal nesses sistemas, é importante que se compreenda
a natureza dos processos num SIPA, particularmente aqueles que dão sustentação à
produção vegetal e animal do sistema. Para tanto, propõe-se a discutir tais processos a
partir de um digrama conceitual do processo de pastejo no contexto do sistemas
integrados (Figura 2).
Massa de f orragem
Produt ividade do sistema
Produção/ cb Produção/ ha
Rendimento da lavoura
Taxa de acúmulo Produção t otal de f orragem
Ambiente Físico- quimico
Ambiente biológico
Lotação
Nível de ingest ão
Biomassa na semeadura
Compact ação/adensament o Ciclagem de
nut rient es
Figura 2. Diagrama conceitual de como a intensidade de pastejo, ao longo da fase
pastagem, afeta o sistema integrado de produção agropecuária (adaptado de
Carvalho et al., 2010).
O diagrama conceitual baseia-se em tipos de SIPA que alternam ciclos de pastagem e de
lavoura em rotação na mesma área, que são sistemas típicos utilizados no Brasil (mas
vide . Ele sugere que a intensidade de pastejo empregada numa pastagem afetaria a
estrutura e a quantidade do pasto em oferta para os animais, pois quanto maior a
intensidade de pastejo empregada, menor a massa de forragem. A produção da fase
pastagem é afetada pelo fato da massa de forragem afetar ao mesmo tempo a produção
primária (taxas de acúmulo de matéria seca) e a produção secundária (desempenho
animal). As taxas de acúmulo dependem da massa de forragem pois o índice de área
foliar e a interceptação luminosa estão diretamente relacionados às massas de forragem.
Alterações na capacidade fotossintética do dossel, determinadas por variações na
intensidade de pastejo, afetam o ritmo de crescimento do pasto e a quantidade de
forragem disponível (Silva & Pedreira, 1997). Já do ponto de vista de desempenho
animal, as massas de forragem afetam diretamente a ingestão de matéria seca por afetar o
volume do bocado que o animal em pastejo é capaz de retirar do pasto. Por consequência,
isso afeta o desempenho individual e o desempenho por unidade de área.
Até este ponto, as relações entre intensidade de pastejo e massa de forragem que
determinam o desempenho animal são clássicas das relações planta-animal de sistemas
pastoris. O que conecta este ciclo à fase agrícola é a massa de forragem final do ciclo
pastagem, que se constitui na palhada que receberá o plantio direto nas primeiras ações
de manejo do ciclo lavoura. Quanto maior a intensidade de pastejo empregada no ciclo
pastagem, menor a biomassa no momento da semeadura da lavoura e maior a
compactação que se transfere ao ciclo lavoura (Carvalho et al., 2011). Ademais, em
situações de elevada intensidade de pastejo, o desacoplamento de nutrientes é maior que
o acoplamento, conforme mencionado anteriormente. Todo esse contexto acaba por
determinar o ambiente químico, físico e biológico do solo que recebe o ciclo da lavoura.
O ciclo da lavoura estará afetado pelos resíduos da fase pastagem, pois a quantidade e
natureza desses resíduos definem a magnitude e as taxas de liberação de nutrientes da
biomassa do pasto para a lavoura. Além disso, a quantidade de palhada afeta a biomassa
de plantas invasoras presentes ao longo da cultura. Quanto menor a biomassa, maior a
incidência de plantas invasoras. Outro fator associado com a biomassa de palha que
cobre o solo é a unidade do solo. Quanto menor a biomassa, menor a capacidade do solo
em reter água. Soma-se a isto as dejeções dos animais, que se transferem para o ciclo da
lavoura criando heterogeneidade na distribuição espacial de nutrientes.
Após o ciclo da lavoura, novo ciclo de pastagem retorna sobre resíduos da cultura, e é
então a vez da lavoura afetar o estabelecimento do pasto (Crusciol et al., 2012; Barth
Neto et al., 2014). Desta maneira, dependendo da quantidade e qualidade dos resíduos
das lavouras deixados sob o solo, poderá resultar em maior imobilização de nutrientes do
solo, durante o processo de decomposição dos resíduos. Por conseguinte, maior limitação
dos nutrientes disponíveis no solo, menor a velocidade de estabelecimento do pasto.
Disto podendo resultar em menor período de utilização do pasto pelos animais em
pastejo e menores possibilidades de ganhos com produto animal durante o período. E
assim se sucedem pastos e lavouras, em inúmeras possibilidades de combinações de tipos
e sistemas. O único componente permanente do sistema é o solo, que em longo prazo
incorpora todos os efeitos das rotações e do manejo dos cultivos e da pastagem. Por essa
razão, Anghinoni et al. (2013) consideram o componente solo como a “memória do
sistema”, pois nele é possível detectar os efeitos das rotações em parâmetros químicos,
físicos e biológicos que descrevem a trajetória de construção dos atributos do solo.
4. Exemplos do impacto da introdução do componente pastoril em sistemas
agrícolas
Os itens anteriores apresentaram a importância da intensidade de pastejo na definição
do sucesso ou insucesso de um SIPA. No intuito de avançar nesse tema, abordemos em
detalhe alguns exemplos de como a intensidade de pastejo afeta os componentes solo e
planta do sistema.
A quantidade de forragem presente no ciclo pastagem define o ritmo de aquisição de
forragem pelo animal em pastejo, pois afeta a frequência com que os animais
apreendem os bocados (Carvalho et al., 2005). De forma geral, quanto menor a massa
de forragem, maior a frequência de bocados que os animais desferem no pasto. A massa
de forragem afeta, também, outro parâmetro associado ao ritmo de aquisição de
forragem. Conforme Carvalho (2005), o nível de oferta imprime dinâmica particular aos
ciclos de alimentação que ocorrem ao longo do tempo em que o animal pasteja, ciclos
esses denominados refeições, cujo número e extensão são reflexos do nível de saciedade
atingido pelo animal. Quanto menor este nível (situações de massas de forragem
limitantes), maior o tempo despendido no processo de alimentação, maior o
deslocamento dos animais na busca pelo alimento e maior o número de estações
alimentares visitadas (Figura 3).
Figura 3. Características do processo de pastejo de novilhos na fase pastagem de um
sistema de integração lavoura-pecuária (dados calculados a partir de Baggio,
2007).
Como pode ser observado, o tempo em que um animal passa pastejando é função direta
da massa de forragem, e os animais chegam a aumentar em até 50% o tempo de pastejo
em situações de restrição de alimento. Em tal situação, os animais pastejam por período
de tempo maior, procurando manter o consumo diário em níveis satisfatórios. O
aumento no tempo de pastejo diário é conseguido pelo animal tanto por meio do
aumento do tempo de duração médio da refeição, como pela diminuição do tempo de
duração média do intervalo entre refeições (Carvalho, 2005).
O aumento do tempo de pastejo faz com que o impacto do animal no sistema seja
incrementado, na medida em que implique em aumento do tempo em deslocamento do
animal pelo piquete. A restrição de pasto não aumenta simplesmente esse tempo, mas
aumenta também a velocidade com que eles transitam na mesma unidade de tempo em
pastejo (Baggio, 2007), ou seja, os animais passam a dar maior número de passos por
unidade de tempo na tentativa de encontrar mais forragem para consumir. A
consequência final é que o número total de passos incrementa em quase 100% quando
se compara com situações não limitantes de alimentação (Figura 3).
y = 472,5 - 13,4x
R2 = 0,5330
P=0,0165
CV= 15,20%
200
250
300
350
400
450
500
550
0 4 8 12 16Oferta de forragem (kg MS/100 kg PV)
Tem
po d
e p
aste
jo (
min
/dia
)
Altura (cm)
Massa de forragem (kg/ha MS)
2530 3870 5200 6530
19 30 41 52
y = 5624,6 - 183,3x
R2 = 0,6053
P=0,0080
CV= 15,44%
2500
3000
3500
4000
4500
5000
5500
6000
6500
7000
0 4 8 12 16Oferta de forragem (kg MS/100 kg PV)
Núm
ero
tota
l de p
assos
Altura (cm)
Massa de forragem (kg/ha MS)
2530 3870 5200 6530
19 30 41 52
y = 4098,1 - 150,7x
R2 = 0,6685
P=0,0039
CV= 15,63%
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
0 4 8 12 16Oferta de forragem (kg MS/100 kg PV)
Núm
ero
tota
l de e
sta
ções a
lim
enta
res
Altura (cm)
Massa de forragem (kg/ha MS)
2530 3870 5200 6530
19 30 41 52
y = 90,7 - 3,6x
R2 = 0,6095
P=0,0077
CV= 19,81%
30
50
70
90
110
0 4 8 12 16Oferta de forragem (kg MS/100 kg PV)
Tem
po d
e d
ura
ção d
a r
efe
ição (
min
.)
Altura (cm)
Massa de forragem (kg/ha MS)
2530 3870 5200 6530
19 30 41 52
No que diz respeito às estações alimentares, essas são como “pratos de forragem”, cuja
definição significa a área alcançada pelo animal quando pastejando e sem que se
movam suas patas dianteiras. Quanto maior a quantidade de nutrientes existentes na
estação alimentar, maior o tempo de permanência do animal nela. Na medida em que o
tempo de permanência na exploração da estação alimentar seja diretamente relacionado
à quantidade de forragem nela presente (ou quanto de pasto existe no prato), quanto
menor esta quantidade, mais rapidamente o animal se vê obrigado a escolher um novo
prato. Consequentemente, o número de estações alimentares visitadas aumenta em
situação de limitação de forragem (Figura 3). Para visitar maior número de estações
alimentares é necessário que o animal caminhe mais e mais rapidamente, o que aumenta
o seu gasto energético, com prejuízo ao seu desempenho e à produtividade da fase
pastagem. Já a fase lavoura pode ser afetada na medida em que o maior deslocamento
dos animais signifique incremento no número de impactos do casco no solo e na área
potencialmente atingida (Figura 4).
Figura 4. Efeito do manejo do pasto nos padrões de deslocamento de novilhos na fase
pastagem de um sistema integrado de produção agropecuária (dados
calculados a partir de Baggio, 2007, considerando área de impacto de 90
cm2/casco como sugerido por Di et al., 2001). Os dados se referem apenas ao
deslocamento diurno em pastejo.
Os resultados ilustram o efeito da confluência de diferentes parâmetros afetados pela
natureza do manejo e que se associam na determinação última do impacto dos animais
no sistema. Em altas intensidades de pastejo, não somente cada animal individualmente
caminha mais, mas o grupo de animais é maior, o que faz com que a área física de
impacto seja, finalmente, três vezes maior quando se compara os extremos de altura de
manejo do pasto (Figura 4).
Carvalho et al. (2011) compilaram dados de atributos físicos do solo num experimento
de longa duração, após 10 anos de alternâncias entre ciclos de pastagem e de lavoura. A
despeito do solo ser um Latossolo Vermelho Distroférrico, com teores de argila de 0,54
kg/kg de solo, observou-se que a compactação do solo só ocorria em elevadas
intensidades de pastejo, mas não afetava o rendimento da cultura em sucessão. Além de
superficial (camada de 0-5 cm), a compactação nos tratamentos de maior intensidade de
pastejo era revertida pela soja a cada ciclo de sucessão. O estado de agregação, que é
um dos mais importantes atributos de qualidade do solo, é favorecido pelo pastejo
moderado tanto em camada superficial quanto em camadas mais profundas. Segundo
y = 3715505 - 68199x
R2 = 0,6730
P=0,0011
CV= 38,19%
500000
2000000
3500000
5000000
5 15 25 35 45Altura (cm)
Núm
ero
tota
l de im
pacto
s n
o s
olo
(passos/h
a)
Oferta de forragem (kg MS/100 kg PV)
Massa de forragem (kg/ha MS)
3 6 9 13
200
0
3240 4470 5700
y = 25,53 - 0,47x
R2 = 0,6729
P=0,0011
CV= 38,20%
0
6
12
18
24
30
36
5 15 25 35 45Altura (cm)
Áre
a d
e im
pacto
(m
2/h
a/d
ia)
Oferta de forragem (kg MS/100 kg PV)
Massa de forragem (kg/ha MS)
3 6 9 13
2000 3240 4470 5700
Carvalho et al. (2011), os dejetos orgânicos favorecem a agregação das partículas,
atuando como agentes cimentantes entre as partículas do solo.
Do ponto de vista químico, o efeito do animal quando se comparam áreas puramente
agrícolas com áreas integradas é impactante (Figura 5).
Figura 5. Atributos de acidez, cálcio e magnésio trocáveis em profundidade no solo em
áreas integradas e sem pastejo, após 24 meses da calagem (Carvalho et al.,
2011)
Como se pode observar, todos os atributos químicos são favorecidos pela entrada da
pastagem em rotação com a lavoura. Em áreas pastejadas, há descida de partículas finas
pelos bioporos ou megaporos do solo. O efeito do animal também se dá pela diminuição
da acidez por ácidos orgânicos de baixo peso molecular, liberados pela decomposição
das dejeções, associado a exsudação de compostos orgânicos pelas raízes do ciclo
pastagem.
Martins et al. (2014) registraram balanços de Ca e Mg negativos em áreas não
integradas, comparadas com áreas integradas com pastagens. Independentemente da
intensidade de pastejo, a acidificação do solo foi menor em áreas integradas comparadas
a áreas com agricultura pura. Áreas pastejadas apresentaram maior saturação por bases e
menor saturação por alumínio na camada 0-40 cm.
Assmann et al. (2014) investigaram o impacto da entrada de pastagens em rotações com
soja nos estoques de C e N do solo e nas frações particuladas e associadas a minerais.
Os autores concluíram que elevadas intensidades de pastejo diminuíram os teores de C e
N orgânicos total e particulados, comparado ao tratamento sem pastejo. A maior
intensidade de pastejo (pastos manejados a 10 cm) levou a uma perda de N da ordem de
1,17 Mg ha−1
devido a degradação da MO. A adição de C no solo foi entre 0,54 e 8,68
Mg ha−1
das áreas sem pastejo para áreas pastejadas com intensidade moderada (entre
20 e 40 cm de altura de manejo).
Outro efeito importante da presença de animais em rotações agrícolas está em seu
impacto na biomassa e diversidade microbiana. A primeira responde de forma positiva e
linear à intensidade de pastejo (Carvalho et al., 2011), enquanto a segunda responde de
forma curvilinear; intensidades de pastejo moderadas favorecendo a diversidade da
microbiota (Chávez et al., 2011). Em todas as situações, áreas que não têm pastagens
em rotação são desfavorecidas.
Em suma, a incorporação da pastagem a um sistema agrícola pode ter efeitos positivos
ou negativos, dependendo da intensidade de pastejo empregada. Em intensidades de
pastejo moderadas, há elevada probabilidade de se melhorar o solo nos seus atributos
químicos, físicos e biológicos. Mas na medida em que o desempenho desse sistemas
também dependa da produção de grãos, ilustremos alguns resultados relacionados ao
impacto da rotação com pastagens no rendimento de grãos da lavoura em sucessão.
5. Impacto da entrada da pastagem em rotação sobre as lavouras em sucessão
Os principais métodos de pastoreio em uso nos sistemas integrados são o pastoreio
contínuo e o rotativo. No pastoreio contínuo os animais permanecem num mesmo
piquete por um longo período de tempo. Já no pastoreio rotativo o piquete é dividido em
diversas unidades e os animais circulam nas diferentes subdivisões em ritmo dependente
da definição do ciclo de pastejo empregado (tempo de ocupação + tempo de descanso).
Há diversas variações em ambos os métodos, mas a diferença fundamental está na
quantidade e efetividade das ações passíveis de controle espaço-temporal do processo
de pastejo. Do ponto de vista espacial, enquanto o pastoreio rotativo procura distribuir o
pastejo de forma homogênea, obrigando os animais a explorarem toda a área do piquete
ao longo do ciclo de pastejo, o pastoreio contínuo tem pouco controle sobre a
distribuição dos animais.
Muito embora o assunto métodos de pastoreio ainda seja polêmico no meio comercial,
no meio científico há razoável concordância de que os resultados, em termos de
produção animal, sejam muito semelhantes quando do uso de intensidades de pastejo
adequadas (Briske et al., 2008). Já o impacto dos métodos de pastejo nos sistemas
integrados é desconhecido. Para ilustrar tal temática, exemplificar-se-á o efeito dos
métodos de pastoreio por meio de um modelo de integração concebido para
propriedades familiares, onde na fase pastagem se faz a recria e terminação de cordeiros
e na fase lavoura sucede-se soja ou milho em rotação (Figura 6).
Figura 6. Efeito de intensidades e métodos de pastoreio aplicados na fase pastagem sob
o rendimento de lavouras de soja ou milho em modelos de sistemas integrados
de produção agropecuária adaptados para a pequena propriedade familiar. Os
resultados da soja referem-se a uma média de quatro anos, enquanto os de
milho referem-se a um único ano de sucessão. As letras C e R referem-se aos
839
1354
946
1185
700
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
C2,5 C5,0 R2,5 R5,0 Sem Pastejo
Tramentos de manejo do pastejo
Re
nd
ime
nto
de
so
ja (
kg
/ha
)
5443
6424
5517 5668 5469
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
C2,5 C5,0 R2,5 R5,0 Sem Pastejo
Tratamentos de manejo do pastejo
Re
nd
ime
nto
do
milh
o (
kg
/ha
)
métodos de pastoreio contínuo e rotativo, enquanto os números indicam níveis
de ofertas de forragem de 2,5 ou 5,0 vezes o potencial de consumo dos animais
(adaptado de Carvalho et al., 2010).
A Figura 6 ilustra o efeito preponderante da intensidade sobre o método de pastoreio no
que diz respeito ao impacto na lavoura de soja. Nota-se que os tratamentos com maior
oferta de forragem, onde maiores massas de forragem cobrem permanentemente o solo,
são os que registram os maiores rendimentos de soja. Já para o milho, embora se
considerando o efeito de um único ano, o efeito de intensidades e métodos é menos
evidente, mas ainda assim sugere maiores rendimentos para o manejo em pastoreio
contínuo com elevada oferta de forragem (C5,0). É interessante concluir que as áreas
testemunha sem pastejo, onde a pastagem funciona apenas como cobertura vegetal e
tem função apenas de palhada para a lavoura em sucessão, não produzem mais do que
as áreas em pastejo. Para sistemas em semeadura direta, a presença de animais em
pastejo na área representa um paradigma e estes resultados são importantes para
demonstrar que o pastejo controlado não vem em prejuízo das lavouras em sistema de
semeadura direta.
Moraes et al. (2014) compilaram diversos experimentos realizados no sub-trópico
brasileiro que compararam o rendimento de grãos de lavouras puras ou integradas com
pecuária em áreas sob plantio direto (Figura 7).
!!Rendimento de grãos (kg/ha) Rendimento de grãos (kg/ha)
Ren
dim
ento
de
grã
os
(kg/h
a)
Ren
dim
ento
de
grã
os
(kg/h
a)
controle sem pastejo
controle sem pastejo
Figura 7. Rendimentos de grãos de diferentes lavouras (a - soja, feijão, trigo; b - milho)
em áreas pastejadas comparadas com áreas não pastejadas. Os símbolos
referem-se a culturas, enquanto os números às fontes bibliográficas - vide
Moraes et al. (2014) para detalhes.
Como se pode depreender, considerando a linha de equivalência, a grande maioria dos
resultados está acima, indicando que o rendimento de grãos da mesma cultura é maior
em áreas pastejadas comparadas a áreas sem pastejo. Portanto, aquelas melhorias nos
atributos do solo indicadas nos itens anteriores se materializa em rendimentos de cultura
superiores quando a lavoura sucede uma área pastejada.
Essa síntese de resultados contrapõe-se ao paradigma predominante, segundo o qual a
entrada de pastagens em rotações com agricultura, notadamente sob plantio direto,
afetaria negativamente a cultura de grãos via impacto negativo do animal em pastejo.
Como pode ser visto nos itens anteriores, há inúmeras evidências científicas de que o
componente animal traz benefícios ao sistema, e não o contrário.
Mas talvez tão importante quanto a melhoria que o animal traz aos componentes solo-
planta, a resiliência econômica aumenta de forma notável com a rotação de pastagens,
comparado a sistemas puramente agrícolas, em particular quanto maior o risco climático
no qual o ciclo lavoura opera (Figura 8).
Lavoura + Pecuária - Pastejo modeado
0
20
40
60
80
100
120
140
2002 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Sa
co
s p
or
áre
a (
sc
/ha
)
Ano
Lavoura - Sem pastejo
Lavoura - Pastejo moderado
Figura 8. Rendimentos de soja em áreas com e sem rotação com pastagens. Os
rendimentos da parte pastagem são transformados em equivalente soja pelos
preços relativos da soja e da carne de cada ano específico (adaptado de
Carvalho et al., 2011).
Os resultados ilustram os benefícios que a pastagem aporta a operação agrícola. Entre
2002 e 2011, os resultados da lavoura de soja (em amarelo) variam entre ~ 5 e 70 sacos
ha-1
. De forma geral, os custos da lavoura, em equivalente sacos de soja, variam entre
25 e 30 sacos.ha-1
, no período. Em verde estão os rendimentos das mesmas lavouras que
estão integradas com a pastagem, sendo que em verde escuro está apresentado o
rendimento da fase pastagem (kg de peso vivo ha-1
) transformado em equivalente soja.
A soja em monocultura produz na média dos anos 49 sacos ha-1
, enquanto o sistema que
integra soja com bovino de corte produz o equivalente a 81 sacos ha-1
(Carvalho et al.,
2011). Além da maior rentabilidade obtida nos sistema integrado, é importante ressaltar
o papel da produção do ciclo pastagem em anos onde há frustração quanto ao
rendimento da lavoura. É a pastagem que aporta resiliência a agricultura, e quando
integrados ambos são superiores aos rendimentos individuais de sistemas puros.
6. Considerações finais
O ponto chave da sustentabilidade dos sistemas integrados de produção agropecuária
diz respeito à intensidade de pastejo empregada. A estrutura do pasto pode variar
consideravelmente em relação ao manejo imposto, com consequências na produção
animal durante a fase da pastagem, bem como nas condições de solo e na palhada para a
produção de grãos. Pastagens manejadas com intensidade de pastejo moderadas podem
permitir maiores ganhos individuais devido ao aumento da forragem disponível para
cada animal e à melhor qualidade da forragem consumida. Nessas condições, o animal
possui a sua disposição uma estrutura de pasto na qual é possível otimizar seu processo
de pastejo, o que conduz a melhor oportunidade de seleção de sua dieta. Assim ele
pasteja por menos tempo, caminha menos e sobre uma maior quantidade de tecido
vegetal para proteger a superfície do solo do impacto do casco. Os métodos de pastoreio
parecem não ser importantes quando do emprego de intensidades de pastejo adequadas.
Isto significa que a escolha, por um ou outro método, deva levar em conta fatores outros
que não a produtividade do sistema. O importante é trabalhar com intensidades de
pastejo que não sejam excessivas.
Este manuscrito não teve o propósito de abordar esse tema, mas a introdução de
pastagens em sistemas agrícolas tem implicações na operacionalidade do sistema de
produção agrícola. É importante considerar que a introdução da pastagem em áreas
puras de agricultura traz necessidades de estrutura para manejo de animais, bem como
mão-de-obra especializada. Em outras palavras, operadores de máquinas deveriam
também saber montar a cavalo para uma lida de rebanho, o que torna complexo a gestão
de recursos humanos e de estrutura.
Para concluir, a introdução da pastagem em rotações agrícolas tem elevado potencial
para intensificar a produção de alimentos de forma sustentável (e ambos se beneficiam),
mas torna o sistema mais complexo e exigente em tecnologia de processos (i.e.
conhecimento).
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