1 estudo da situação econômico-financeira das empresas...

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1 Estudo da Situação Econômico-Financeira das Empresas Integrantes do Arranjo Produtivo Local de Tecnologia da Informação da Cidade de Viçosa – MG: Uma Análise Comparativa das Empresas Incubadas e Não Incubadas. 1. INTRODUÇÃO As organizações vêm evoluindo, ampliando sua visão de forma a mudar sua relação com o meio em que está inserida, dando uma maior ênfase nas relações com o meio ambiente e com a sociedade. Gradativamente, mais e mais empresas vêm procurando atender aos anseios da sociedade, implantando programas de qualidade para seus produtos e serviços, adquirindo equipamentos que protegem o meio ambiente e investindo em programas sociais para atender aos funcionários e à comunidade onde a empresa está instalada. As empresas que aderiram este novo perfil necessitam mostrar o montante dos benefícios gerados, além dos lucros que incorporam seu patrimônio. Desde sua origem a contabilidade vem avançando de forma a demonstrar sempre a situação patrimonial da empresa; evoluindo da simples função de controle do patrimônio e da riqueza gerada pela entidade, através de controles simples, para uma posição de destaque, passando a ter uma importância cada vez maior para os usuários no processo de tomada de decisão. ”A contabilidade costuma ser chamada de linguagem da empresa. Trata-se de um sistema de coletar, sintetizar, interpretar e divulgar, em temos monetários, informações sobre uma organização.” (PIZZOLATO, 1997, p. 1). Segundo Iudícibus (2000, p. 44), a estrutura conceitual básica da contabilidade responde a estímulos informativos dos vários setores da economia, através de mecanismos próprios, mostrando-se essencialmente útil. A contabilidade gera a diversos usuários informações, as quais devem ser relevantes, precisas, úteis e fornecidas em tempo hábil para a tomada de decisão. A partir dessas informações são feitos relatórios, os quais vêm ajudar na preparação das demonstrações contábeis, sendo estas publicadas com o intuito de tornar pública a situação econômica e financeira das empresas. Porém, grande parte dos

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Estudo da Situação Econômico-Financeira das Empresa s Integrantes do

Arranjo Produtivo Local de Tecnologia da Informação da Cidade de Viçosa –

MG: Uma Análise Comparativa das Empresas Incubadas e Não Incubadas.

1. INTRODUÇÃO

As organizações vêm evoluindo, ampliando sua visão de forma a mudar sua

relação com o meio em que está inserida, dando uma maior ênfase nas relações

com o meio ambiente e com a sociedade. Gradativamente, mais e mais empresas

vêm procurando atender aos anseios da sociedade, implantando programas de

qualidade para seus produtos e serviços, adquirindo equipamentos que protegem o

meio ambiente e investindo em programas sociais para atender aos funcionários e à

comunidade onde a empresa está instalada.

As empresas que aderiram este novo perfil necessitam mostrar o montante

dos benefícios gerados, além dos lucros que incorporam seu patrimônio.

Desde sua origem a contabilidade vem avançando de forma a demonstrar

sempre a situação patrimonial da empresa; evoluindo da simples função de controle

do patrimônio e da riqueza gerada pela entidade, através de controles simples, para

uma posição de destaque, passando a ter uma importância cada vez maior para os

usuários no processo de tomada de decisão.

”A contabilidade costuma ser chamada de linguagem da empresa. Trata-se de um sistema de coletar, sintetizar, interpretar e divulgar, em temos monetários, informações sobre uma organização.” (PIZZOLATO, 1997, p. 1).

Segundo Iudícibus (2000, p. 44), a estrutura conceitual básica da

contabilidade responde a estímulos informativos dos vários setores da economia,

através de mecanismos próprios, mostrando-se essencialmente útil.

A contabilidade gera a diversos usuários informações, as quais devem ser

relevantes, precisas, úteis e fornecidas em tempo hábil para a tomada de decisão. A

partir dessas informações são feitos relatórios, os quais vêm ajudar na preparação

das demonstrações contábeis, sendo estas publicadas com o intuito de tornar

pública a situação econômica e financeira das empresas. Porém, grande parte dos

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usuários externos tem dificuldade em compreender as informações presentes

nessas demonstrações, já que são altamente técnicas.

Entende Assaf Neto (2002, p. 57) que o conhecimento das demonstrações

contábeis é parte “... de fundamental importância para toda a análise de balanços.

Somente pelo entendimento da estrutura contábil das demonstrações é que se

podem desenvolver avaliações mais acuradas das empresas”.

No Brasil, principalmente, os usuários externos necessitam de um maior

número de informações, além das disponíveis, pois, muitos não têm acesso aos

relatórios internos da empresa de onde derivam os demonstrativos contábeis

publicados. De posse desses demonstrativos, os usuários devem saber qual a real

situação da empresa, se é rentável e se nela há preocupação sócio-ambiental.

Logo, pode-se perceber a necessidade de informações mais transparentes e

de melhor compreensão por todos os usuários interessados, reduzindo ainda

possíveis fraudes e irregularidades.

Considerando a responsabilidade da contabilidade de comunicar a seus

usuários informações úteis para o processo de tomada de decisão e comprovado

que os relatórios contábeis apresentados pelas pequenas empresas não mostravam

sua situação real, surgiu à técnica do Balanço Perguntado (KASSAI & KASSAI,

2001, p. 2). Nesta técnica, elaborada por meio de questionários aplicados, com

antecipação, aos sócios, empresários e empregados de empresas, é possível se

obter conhecimentos suficientes para a elaboração de relatórios contábeis, a fim de

apresentar a verdadeira situação econômico-financeira desta.

Num momento em que a competitividade acirrada impera em todos os setores

da economia, há uma exigência crescente dos agentes financiadores por uma

transparência nas organizações. Assim sendo, a compreensão e o emprego do

Balanço Perguntado, calculando-se índices financeiros e econômicos, como

ferramenta de análise e medida de desempenho, dá suporte à empresa no que se

refere à promoção do mérito e da transparência, à convergência entre os interesses

dos sócios.

Segundo Kassai e Kassai (2001, p. 1), as pequenas empresas têm tido uma

grande dificuldade em obter recursos para financiamento de seus investimentos,

entre outros problemas, pelo fato de não existir uma contabilidade estruturada para

elaboração de relatórios contábeis adequados.

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No Brasil existe uma grande falta de profissionalização da administração nas

micro e pequenas empresas, o que vem a causar escassez de dados e informações

financeiras contribuindo para a alta taxa de mortalidade dessas firmas. Com isso há

uma necessidade de obtenção de demonstrativos financeiros para que se possa

realizar uma melhor análise da situação econômico-financeira de sua gestão interna.

Assim, o Balanço Perguntado, sendo uma ferramenta para levantamento de

informações por meio de uma pesquisa antecipada, permite observar a situação

econômica e financeira das micro e pequenas empresas servindo como meio de

planejamento e gestão empresarial.

No sentido de tentar diminuir o índice de mortalidade das MPEs no Brasil,

surgiram as incubadoras de empresas, as quais buscam oferecer às MPEs apoio

estratégico nos primeiros anos de existência. Essas incubadoras têm sido bastante

utilizadas no Brasil e no mundo, fornecendo facilidades físicas, rede de

conhecimentos pessoais, animação, consultorias e diversos outros apoios aos novos

empreendedores. Elas permitem acelerar o processo de desenvolvimento

empresarial assegurando uma taxa alta de sucesso para as empresas que são

incubadas.

Com intuito de beneficiar os micro e pequenos empreendedores, surgiram

também os Arranjos Produtivos Locais (APL). Através desses Arranjos, as empresas

aglomeradas têm menor chance de mortalidade, uma vez que constituem subsídio

importante para o desenvolvimento de projetos em determinada área, sendo

beneficiadas através de compartilhamento de atividades comuns; maior acesso à

informação tecnológica; maior acesso a sistemas de informação e assistência

técnica; melhoria de processos produtivos; acesso a créditos; entre outros.

Nesse sentido, o presente trabalho propõe aplicar a técnica do Balanço

Perguntado e identificar, por meio de índices econômico-financeiros, a situação das

empresas aglomeradas no Arranjo Produtivo Local de Tecnologia da Informação

(APL – TI) da cidade de Viçosa-MG e fazer uma comparação entre a situação das

empresas que já foram (ou estão) incubadas e as que não passaram pelo processo

de incubação.

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1.1. Objetivo Geral

• Identificar a situação econômico-financeira das empresas aglomeradas no

APL – TI da cidade de Viçosa-MG, através da técnica do Balanço Perguntado,

fazendo uma comparação entre a situação das empresas que já foram, ou

estão, incubadas e as que nunca passaram pela incubação.

1.2. Objetivos Específicos

• Identificar e descrever as características das empresas que compõem o APL

– TI de Viçosa-MG, coletadas através do Balanço Perguntado.

• Identificar a situação de liquidez, endividamento e rentabilidade das empresas

aglomeradas neste APL, através do cálculo dos dados obtidos pela técnica do

Balanço Perguntado, por meio de indicadores econômico-financeiros.

• Fazer uma comparação entre as empresas que já foram incubadas e as que

não passaram pelo processo de incubação.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Definições de Micro e Pequenas Empresas

As pessoas adotam padrões diferentes para definirem o tamanho das

empresas, pois os padrões dependem muito do propósito do usuário. Segundo

Longenecker, Moore e Petty (1997, p.27), uma empresa pode ser definida como

“grande”, comparada a empresas menores e como “pequena”, comparada a

empresas maiores, entretanto, existem alguns critérios usados para medir o

tamanho de uma empresa, como: Número de Empregados, Volume de Vendas,

Valor dos Ativos, Seguro da Força de Trabalho, Volume de Depósitos; sendo, alguns

aplicáveis a todas as áreas industriais e outros relevantes apenas para certos tipos

de negócios.

Segundo o Sebrae (2005), a Classificação das Empresas por Porte se dá da

seguinte forma:

• Microempresa: na indústria, até 19 pessoas ocupadas; no comércio e serviços, até 09 pessoas ocupadas;

• Pequena empresa: na indústria, de 20 a 99 pessoas ocupadas; no comércio e serviços, de 10 a 49 pessoas ocupadas;

• Média empresa: na indústria, de 100 a 499 pessoas ocupadas; no comércio e serviços, de 50 a 99 pessoas ocupadas;

• Grande empresa: na indústria, acima de 500 pessoas ocupadas; no comércio e serviços, acima de 100 pessoas ocupadas.

De acordo com o IBGE (2001), as micro e pequenas empresas apresentam

as seguintes características:

• baixa intensidade de capital; • altas taxas de natalidade e mortalidade: demografia elevada; • forte presença de proprietários, sócios e membros da família como mão-

de-obra ocupada nos negócios; • poder decisório centralizado; • estreito vínculo entre os proprietários e as empresas, não se distinguindo,

principalmente em termos contábeis e financeiros, pessoa física e jurídica;

• registros contábeis pouco adequados; • contratação direta de mão-de-obra; • utilização de mão-de-obra não qualificada ou semiqualificada; • baixo investimento em inovação tecnológica; • maior dificuldade de acesso ao financiamento de capital de giro; e • relação de complementaridade e subordinação com as empresas de

grande porte.

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De acordo com o Sebrae (2006), um dos motivos pelos quais grande parte

das pequenas empresas morrem antes de completarem 5 anos é a Falta de

Planejamento. Muitas vezes, o futuro empreendedor arrisca-se na abertura de um

negócio sem realizar um planejamento adequado do mesmo.

Para que as chances de sucesso dos pequenos negócios venham a

aumentar, segundo Sebrae (2006), é preciso melhorar o preparo dos

empreendedores em termos de atitude empreendedora, planejamento e gestão

empresarial; além de melhorar o ambiente econômico, a partir de políticas públicas

de apoio aos pequenos negócios; como se pode ver no Quadro 1.

Quadro 1: Algumas Ações Para Se Ter Sucesso Nos Peq uenos Negócios

ÁREA AÇÃO Atitude Empreendedora, Planejamento e Gestão Empresarial

Ampliação dos esforços de capacidade, orientação e estímulo ao desenvolvimento das habilidades e atitudes empreendedoras, em todas as faixas etárias. Especial atenção nas fases do negócio:

Fase 1: candidato a empreendedor Fase 2: empresa jovem (até de 24/36 meses) Fase 3: empresa madura (mais de 24/36 meses)

Políticas Públicas

Tratamento diferenciado e favorável às MPEs Desburocratização da abertura/fechamento Recolhimento unificado de impostos

(federal/estadual/municipal) Política de compras governamentais para MPEs Política de crédito específica para MPEs

Conjuntura Econômica Recuperação da economia

Fonte: SEBRAE (2006).

2.2. Situação atual das micro e pequenas empresas n o Brasil

Segundo Sebrae (2005), o número de microempresas no Brasil, entre 1996 e

2002, evoluiu de 2.956.749 para 4.605.607, com crescimento acumulado de 55,8%.

Já o número de pequenas empresas em atividade entre os dois anos elevou-se de

181.115 para 274.009, com crescimento de 51,3%. O número de médias empresas

evoluiu, no período, de 20.527 para 23.652 unidades (15,2%), e as grandes

empresas passaram de 13.472 unidades em 1996, para 15.102 em 2002.

As Tabelas 1, 2 e 3 mostram o número de empresas formais no Brasil, por

porte e setor, nos anos de 1996 e 2002:

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Tabela 1: Número de micro e pequenas empresas form ais no Brasil em 1996 e 2002 Micro Pequena

1996 2002 1996 2002 Indústria 332.049 439.013 27.011 37.227

Construção 81.923 116.287 7.177 8.282

Comércio 1.608.521 2.337.889 68.411 105.891

Serviços 934.256 1.712.418 78.516 122.609

TOTAL 2.956.749 4.605.607 181.115 274.009 Fonte: IBGE - CEMPRE; elaboração: SEBRAE/UED (2005).

Tabela 2: Número de médias e grandes empresas f ormais no Brasil em 1996 e 2002

Média Grande 1996 2002 1996 2002

Indústria 6.375 6.548 1.521 1.430

Construção 1.473 1.694 205 221

Comércio 4.376 4.862 2.896 2.846

Serviços 8.303 10.548 8.850 10.605

TOTAL 20.527 23.652 13.472 15.102 Fonte: IBGE - CEMPRE; elaboração: SEBRAE/UED (2005).

Tabela 3: Número total de empresa s formais no Brasil em 1996 e 2002

TOTAL 1996 2002

Indústria 366.956 484.218

Construção 90.778 126.484

Comércio 1.684.204 2.451.488

Serviços 1.029.925 1.856.180

TOTAL 3.171.863 4.918.370 Fonte: IBGE - CEMPRE; elaboração: SEBRAE/UED (2005).

Pode-se concluir que só houve aumento no número de empresas de 1996

para 2002, tanto em relação ao porte, quanto ao setor.

Na pesquisa realizada pela VOX Populi (2007) identificou-se a taxa de

mortalidade das micro e pequenas empresas e os fatores condicionantes da mesma.

A taxa de mortalidade das empresas brasileiras, por região, pode ser observada na

Tabela 4.

Tabela 4: Taxa de Mortalidade das MPE – 2005 REGIÃO

Norte Nordeste Centro Oeste

Sul Sudeste Brasil

Mortalidade 718 661 345 296 264 2.284

Natalidade 2.400 3.492 1.594 1.236 1.642 10.364

2005 Taxa de mortalidade

29,9% 18,9% 21,6% 23,9% 16,1% 22,0%

Fonte: VOX POPULI (2007).

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Além da mortalidade, a pesquisa identificou, também, fatores que

contribuíram para o sucesso de empresas ativas, conforme se observa na Tabela 5.

Tabela 5: EMPRESAS ATIVAS - Fatores contribuintes p ara o sucesso das empresas

CAPACIDADE EMPREENDEDORA 82% Empresário com persistência/perseverança Criatividade do empresário Aproveitamento das oportunidades de negócio Capacidade do empresário para assumir riscos Capacidade de liderança do empresário

46% 44% 34% 24% 23%

LOGÍSTICA OPERACIONAL 81% Escolha de um bom administrador Uso de capital próprio Reinvestimento dos lucros na empresa Acesso a novas tecnologias Terceirização das atividades meio da empresa

46% 37% 33% 27% 5%

HABILIDADES GERENCIAIS 76% Boa estratégia de vendas Bom conhecimento do mercado onde atua

53% 53%

OUTROS 1% NS/NR 0% BASE 6.726

Fonte: VOX POPULI (2007).

Com relação às empresas que foram extintas, nota-se que os principais

motivos que as levaram à extinção estão relacionados à falta de preparo de seus

gestores, como também problemas de cunho econômico, como ilustra a Tabela 6.

Tabela 6: EMPRESAS EXTINTAS - Razões que podem leva r empresas ao fechamento

FALHAS GERENCIAIS 68% Falta de capital de giro 37% Problemas financeiros 25% Ponto / local inadequado 19% Falta de conhecimentos gerenciais 13% Desconhecimento do mercado 11% Qualidade do produto / serviço 4% CAUSAS ECONÔMICAS CONJUNTURAIS 62% Falta de clientes Concorrência muito forte

27% 25%

Inadimplência / Maus pagadores Recessão econômica no país

19% 18%

POLÍTICAS PÚBLICAS E ARCABOUÇO LEGAL 54% Carga tributária elevada 43% Falta de crédito bancário 16% LOGÍSTICA OPERACIONAL 21% Falta de mão-de-obra qualificada 16% Instalações inadequadas 6% PROBLEMAS COM A FISCALIZAÇÃO 7% OUTRAS 4% NS/NR 3% BASE 446

Fonte: VOX POPULI (2007).

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Segundo Sebrae (2008), existem 5 milhões de micro e pequenas empresas

(MPEs) no Brasil. As MPEs representam 98% das empresas brasileiras. Daí

percebe-se a sua importância para a economia do país. No entanto, grande parte

delas acabam vindo a falir, devido a diversos fatores, sendo o principal deles a falta

de preparo de seus administradores.

Com o intuito de preparar melhor os novos empreendedores, diminuindo a

taxa de mortalidade das empresas, surgiram as Incubadoras de Empresas.

2.3. Incubadoras de Empresas

Conforme o dicionário Aurélio (1999), “incubadora” significa: “aparelho

destinado a manter temperatura constante para o desenvolvimento de ovos e cultura

de microorganismos ou de outras células vivas”.

Nesse sentido, as incubadoras de empresas servem para ajudar empresas a

se tornarem “grandes”.

Segundo Reparte (2008), incubadora é:

um sistema capaz de aperfeiçoar recursos existentes para o surgimento, desenvolvimento e consolidação de jovens empresas, de base tecnológica ou tradicional, tornando-as competitivas para o mercado global. Através de uma infra-estrutura física e serviços compartilhados, a incubadora apóia e hospeda, por tempo determinado, projetos de diversas áreas, proporcionando conhecimento necessário para concretizar boas idéias em produtos ou serviços sustentáveis.

Segundo Bermúdez (2000), são colocadas, à disposição das empresas

incubadas, consultorias e apoios na área gerencial para os empreendedores, o que

permitem não só a aceleração do processo, mas também a solidez necessária para

o ingresso no mercado altamente competitivo nas áreas inovadoras. A sinergia é um

dos fatores importantes do processo de incubação, não só entre as empresas

participantes, mas, também, com a comunidade local em que o programa está

inserido.

Basicamente o objetivo de uma incubadora é reduzir a taxa de mortalidade das pequenas empresas. Para isso, as incubadoras oferecem um ambiente flexível e encorajador onde são oferecidas uma série de facilidades para o surgimento e crescimento de novos empreendimentos a um custo bem menor do que no mercado, na medida em que esses custos são rateados e as vezes subsidiados. Outra razão para a maior chance de sucesso de empresas instaladas em uma incubadora, é que o processo de seleção capta os melhores projetos e seleciona os empreendedores mais

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aptos, o que naturalmente amplia as possibilidades de sucesso dessas empresas (E-COMMERCE, 2008).

De acordo com E-Commerce (2008), o número de incubadoras no Brasil vem

crescendo sensivelmente desde a década de 80, quando surgiram as primeiras.

Hoje existem, segundo dados da Anprotec - Associação Nacional de Entidades

Promotoras de Empreendimentos de Tecnologia Avançada, cerca de 150

incubadoras espalhadas pelo Brasil. Estima-se que há cerca de 1.100 empresas

residentes nessas incubadoras, representando uma geração de cerca de 6.100

novos empregos.

Além das incubadoras de empresas, a organização de empresas do mesmo

setor para a troca de informações, experiências, entre outros, torna-se um diferencial

num mercado altamente competitivo. Já que, independente de terem ou não sido

incubadas, a cooperação e a troca de experiências entre empresas de um mesmo

ramo pode trazer muitos benefícios para os empreendedores, tornando-os mais

capacitados e preparados para enfrentar futuros problemas e ajudando num melhor

desenvolvimento dessas empresas. Assim, surge o conceito de Arranjo Produtivo

Local (APL).

2.4. APL – Arranjo Produtivo Local

A junção de esforços em torno de atividades produtivas regionais, as quais

seguem uma vocação em comum, vem crescendo cada vez mais entre as empresas

brasileiras, principalmente entre as micro e pequenas. Nesse sentido, há um

aumento da promoção de desenvolvimento integrado e da competitividade das

organizações que fazem parte desses aglomerados.

Essa aglomeração constitui na formação de um Arranjo Produtivo Local

(APL).

De acordo com o FIEP (2007), um Arranjo Produtivo Local é:

o termo que se usa para definir uma aglomeração de empresas com a mesma especialização produtiva e que se localiza em um mesmo espaço geográfico. Os APLs mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si, contando também com apoio de instituições locais como Governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. Os APLs têm um papel fundamental no desenvolvimento econômico, social e tecnológico de uma região, beneficiando todas as empresas e engajando comunidades locais, centros de tecnologia e pesquisa, instituições de

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ensino e entidades públicas ou privadas. Tudo isso possibilita a geração de maior competência às empresas, maior competitividade e inserção em novos mercados, inclusive externos. As empresas instaladas em APLs exercem o aprendizado coletivo, a troca de informações, a eficiência coletiva e o aumento da competitividade.

Entre os integrantes desses aglomerados existe um vínculo muito forte de

interação, cooperação e aprendizagem. Os agentes são envolvidos na leitura da sua

realidade, no planejamento compartilhado e na busca conjunta de soluções. Assim,

compartilham pesquisas, idéias, recursos, benefícios, deixando de serem agentes

“excluídos” e passando a interagir ao se capacitarem e ao assumirem compromissos

para transformar coletivamente sua realidade.

A busca de se entender sistemas e arranjos produtivos locais fundamenta-se

na visão evolucionista sobre inovação e mudança tecnológica, a qual Cassiolato e

Lastres (2000, p.237) destacam: o reconhecimento de que inovação e conhecimento

colocam-se cada vez mais como elementos centrais da dinâmica e do crescimento

de nações, regiões, setores, organizações e instituições e, a compreensão de que a

inovação e o aprendizado, enquanto processos dependentes de interações, são

fortemente influenciados por contextos econômicos, sociais, institucionais e políticos

específicos.

Em 2004, foi criado o Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos

Produtivos Locais (GTP/APL), composto por mais de 20 instituições governamentais

e para-estatais existentes no Brasil, objetivando a integração de ações voltadas a

empresas incluídas em APLs e, assim, conectar e coordenar esforços para o

desenvolvimento competitivo dos produtores.

Segundo MDIC (2008), o Termo de Referência elaborado pelo Grupo de

Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GTP/APL) diz que um APL

deve ter a seguinte caracterização:

• ter um número significativo de empreendimentos no território e de

indivíduos que atuam em torno de uma atividade produtiva predominante, e

• que compartilhem formas percebidas de cooperação e algum mecanismo de governança. Pode incluir pequenas, médias e grandes empresas.

De acordo com SEPLAN (2008), empresas aglomeradas em Arranjos

Produtivos apresentam os seguintes benefícios:

• Maior atração de capital; • Aumento da interação e cooperação entre produtores e empreendedores;

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• Aumento do dinamismo empresarial; • Redução de custos e riscos; • Promoção da inovação tecnológica; • Maior agilidade e flexibilidade da mão-de-obra; • Melhoria da qualidade de vida da região.

2.4.1. Situação atual dos arranjos produtivos locai s no Brasil

De acordo com IPEA e DISET (2006), o estudo das aglomerações produtivas,

mais conhecidas no Brasil como Arranjos Produtivos Locais, ou apenas “APLs”,

obtiveram um impulso nas últimas décadas devido ao sucesso de algumas

experiências no desenvolvimento de capacitações produtivas e empresariais nesse

tipo de organização. Além do mais, essas aglomerações produtivas localizadas

passaram a ter grande atenção de vários órgãos públicos (federal, estadual e local)

e instituições (Sebrae, Apex e outras) através de ações e medidas de apoio e do

aumento da competitividade desenvolvida pelas empresas locais.

IPEA e DISET (2006) chegaram-se à seguinte identificação estatística

apresentada na Tabela 7, onde os números referem-se a classes, ou grupos de

classes inter-relacionadas de atividades em que foram identificadas aglomerações

de empresas, industriais e de atividades de software, consideradas como APLs:

Tabela 7: Número de APLs potenciais identificados n o Brasil

ESTADOS

TOTAL DE

AGLOMERAÇÕES

ESTADOS

TOTAL DE

AGLOMERAÇÕES

SP 72 PI 9 MG 80 TO 10 RS 63 AL 11 SC 53 SE 16 PR 61 AM 20 RJ 34 RO 21 CE 19 AC 5 BA 53 AP 4 PE 36 RR 0 GO 30 MT 39 ES 25 MS 29 PA 15 RN 22 MA 15 PB 20

Fonte: IPEA e DISET (2006) - Elaborado com base nos dados da RAIS, 2004.

Como mostra a tabela acima, há um número bastante significativo de

potenciais APLs nas atividades industriais ou de software na maioria dos estados

brasileiros, exceto no estado de Roraima, onde não foi identificada nenhuma

aglomeração de empresas nessas atividades.

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2.4.2. Situação atual dos arranjos produtivos locai s no estado de Minas Gerais

Os mercados estão se mostrando cada vez mais exigentes, necessitando de

empresas mais flexíveis e com maior capacidade de adaptação às exigências, não

bastando apenas produzir bem. Diante disso, segundo Andrade (2008), cada vez

mais são fortalecidas as cadeias produtivas no desenvolvimento de Arranjos

Produtivos Locais (APLs) por meio de ações com base nos princípios da cooperação

e da parceria estratégica. Nesse sentido, o Sistema FIEMG (Federação das

Indústrias do Estado de Minas Gerais) e seus parceiros vêm se beneficiando muito

com o fortalecimento dessas cadeias produtivas na promoção do desenvolvimento

local e regional, em Minas Gerais. Entre esses benefícios estão os avanços de

qualidade, produtividade, inovação, design. Além da capacitação das empresas para

fabricar produtos mais adequados à demanda dos mercados externo e interno, a

formação de consórcios de exportação e realização de ações de promoção

comercial dentro e fora do Brasil, entre outros, os quais dão suporte para as

empresas se defrontarem com diversos problemas, como as altas taxas de juros, por

exemplo.

De acordo com Crocco e Galinari (2002, p. 264), foram identificadas 40

aglomerações produtivas no Estado de Minas Gerais, espalhadas por diversas

regiões e com diferentes dimensões econômicas, estágios de cooperação,

atualização tecnológica e capacitação gerencial, atuando nos mais diversos setores

de atividade.

Foi verificado, segundo Crocco e Galinari (2002, p. 264), um predomínio de

aglomerações em indústrias maduras, como a têxtil e confecções, calçados,

extrativa mineral e de construção. Mas foram identificadas também aglomerações

em atividades de maior conteúdo tecnológico, como as de biotecnologia e material

de transportes. Ainda, existe a presença de pequenos pólos industriais espalhados

pelo Estado, os quais possuem um papel essencial na geração de renda e emprego,

na diversificação do setor de serviços, na elevação do grau de urbanização e de

qualidade de vida da população local, reduzindo o grau de pobreza da região. Um

exemplo desses pólos é o caso dos arranjos produtivos de calçados em Nova

Serrana, de móveis em Ubá e de confecções em Divinópolis.

Através deste levantamento foi concluído que as aglomerações locais

constituem-se em elementos importantes de uma política industrial para Minas

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Gerais, tanto em relação a objetivos de interesse local ou regional, como, em relação

a objetivos voltados para o aumento da competitividade industrial do Estado.

2.5. Balanço Perguntado

Mesmo com tantos indicadores, muitas empresas não conhecem sua real

situação econômico-financeira por não possuírem registros contábeis eficientes.

Para ajudar a solucionar problemas dessa natureza, Kassai (2001) desenvolveu uma

técnica chamada balanço perguntado.

O termo “balanço” advém das teorias contábeis e financeiras, enquanto que

“perguntado” inclui-se no ambiente e características das pequenas empresas. Esses

termos juntos representam uma técnica que diminui as dificuldades de obtenção de

informações e relatórios contábeis e possibilita a realização de análises de qualidade

de desempenho econômico.

O termo balanço perguntado trata-se de uma prática antiga que consiste

basicamente no interrogatório direto ao dono ou pessoal responsável pelo

empreendimento e, com base nas respostas e dados obtidos, na experiência do

perguntador e em alguns ajustes de consistência, são obtidas informações no

formato básico das demonstrações contábeis, podendo-se analisar, através de

indicadores financeiros, a situação em que a empresa se encontra.

Existem vários tipos de questionários, roteiros e check list, citados por Kassai

(2000), que orientam a elaboração de um balanço perguntado. No entanto, para

aqueles que têm uma noção mínima de contabilidade, um bom modelo pode ser

visualizado mentalmente como o preenchimento das principais contas de um

Balanço Patrimonial (BP) e de uma Demonstração do Resultado do Exercício (DRE),

além de outras perguntas e respostas que surgem naturalmente durante na

entrevista. A partir dos dados obtidos o perguntador, desempenhando o papel de

consultor, poderá identificar soluções e situações ideais para esse empreendimento.

É importante que se estabeleça um sentimento mútuo de confiança e de

comprometimento nesse “bate-papo” e, depois horas ou visitas, de reflexões, chega-

se ao produto final.

Os primeiros trabalhos utilizando o termo balanço perguntado foram

publicados a partir do ano de 2000, com autoria atribuída a Kassai, porém Nakao

(2003), em sua dissertação de mestrado, observou que outros autores já vinham

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utilizando esse termo anteriormente. Sendo assim, teve a oportunidade de

entrevistar alguns deles sobre a originalidade do termo e, apesar de descobrir

evidências de pioneirismo por parte desses, adotou como marco inicial a publicação

de KASSAI, KASSAI & NOSSA (2000).

No VII Congresso Brasileiro de Custos (Recife-PE) foi apresentado o trabalho

pioneiro, utilizando-se o termo balanço perguntado, cujo resumo da publicação

encontra-se a seguir:

“A difícil tarefa do cumprimento da missão das pequenas empresas, atrelada a sua capacidade de sobrevivência é uma luta constante e facilmente observada no testemunho de seus empreendedores. Dentre as dificuldades, muitas delas comuns às demais empresas, destacam-se a árdua tarefa de "levantar dinheiro" junto aos bancos para complementar o seu capital de giro ou mesmo para novos investimentos. Este artigo trata desse processo por meio do estudo de um caso real, evidenciando as experiências de dois profissionais diretamente envolvidos: o "dono" da pequena empresa e o "gerente" do banco, com as devidas adaptações para um trabalho acadêmico. Na etapa final da aprovação de um empréstimo bancário ambos já estão convencidos sobre a viabilidade do empréstimo e reina a amizade e confiança mútua. Entretanto, falta transpor um último obstáculo: como argumentar perante a matriz do banco?, se o gerente não tem autonomia e o dono da empresa não dispõe de uma contabilidade confiável. O artigo apresenta um modelo que permite avaliar e justificar a provável situação econômica da empresa, obtido a partir de informações não oficiais, a exemplo do "balanço perguntado" utilizado pela Caixa Econômica Federal. Ao final, apresentamos um apêndice contendo um glossário dos principais conceitos abordados neste trabalho.” (KASSAI, KASSAI & NOSSA, 2000).

De maneira geral, o Balanço perguntado é uma técnica feita através da

aplicação de um relatório, previamente elaborado, a proprietários ou responsáveis

de determinada empresa, com o objetivo de obter informações necessárias para

conhecer melhor a empresa e dados suficientes para o cálculo de indicadores

econômico-financeiros, podendo-se fazer uma boa análise da situação em que a

empresa se encontra.

2.6. Indicadores Econômico-Financeiros

Com o intuito de obter informações mais relevantes, acompanhar, preparar e

analisar, da melhor forma possível, a tomada de decisão de uma organização, torna-

se indispensável o uso de elementos de informação detalhados e completos, como

os indicadores econômicos e financeiros. As análises como a horizontal, vertical, a

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liquidez, a taxa de retorno sobre investimentos, entre outros, permitem fazer o

diagnóstico da atividade de uma empresa e da sua evolução ao longo do tempo.

Os índices são relações que são estabelecidas entre grandezas, facilitando o

trabalho do analista. Entretanto, este deve estar sempre atento às interpretações

feitas, tomando uma série de precauções, pois os índices muitas vezes podem dar

falsa imagem de uma situação.

De acordo com Júnior e Begalli (2002, p.235), índice é a relação existente

entre contas dos demonstrativos financeiros, a fim de evidenciar determinado ponto

da situação financeira ou econômica de uma organização. A análise das

informações econômico-financeiras das empresas, por meio de índices, faz-se

necessária para fornecer aos usuários informações úteis.

Estudar os índices é fundamental para se fazer a análise das Demonstrações

Financeiras, já que mostram a relação entre contas ou grupos de contas dessas

demonstrações, evidenciando aspectos da situação financeira ou econômica de uma

empresa. Pode-se também ser feita a análise da situação econômica

separadamente da situação financeira e depois junta-las na conclusão.

Segundo Assaf Neto (2001, p. 48), através de informações retiradas das

demonstrações contábeis levantadas por uma empresa, podemos obter diversas

conclusões a respeito de sua situação econômica e financeira. Como, por exemplo,

obter conclusões sobre a atratividade de investir em ações de determinada

companhia; se a capacidade de pagamento (liquidez) encontra-se numa situação de

equilíbrio ou insolvência; se a atividade operacional da empresa oferece uma

rentabilidade que satisfaz as expectativas dos proprietários de capital; entre diversas

outras, as quais nos possibilitam verificar a relevância das demonstrações contábeis

no processo de tomada de decisão.

Longenecker; Moore; Petty (1997, p. 516) afirma que os donos de empresas

precisam entender bem o processo contábil de suas empresas e compreender os

demonstrativos financeiros, podendo, então, decidir que métodos trazem mais

vantagens para elas.

A análise por meio de índices é usada para comparar o desempenho operacional e financeiro e a situação de uma empresa para com outras ou consigo mesma ao longo do tempo. A informação contida nas demonstrações é de maior importância para os acionistas, credores e administradores, os quais normalmente precisam dispor de medidas relativas da eficiência operacional e da situação da empresa. A análise por meio de índices envolve os métodos de cálculo e a interpretação dos

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índices financeiros para avaliar o desempenho e a situação da empresa. Os insumos básicos para a análise baseada em índices são a demonstração do resultado e o balanço patrimonial da empresa, referentes aos períodos a serem examinados. (GITMAN, 2002 p.102)

Através dos índices obtem-se uma visão mais ampla da situação da empresa,

além de se criar medidas para desenvolver quadros de avaliação desta.

2.6.1. Índices de Liquidez

Segundo Gitman (1997, p.109), liquidez é a capacidade de uma empresa

satisfazer suas obrigações na data do vencimento, referindo-se à facilidade com que

a empresa pode pagar suas contas, ou seja, à solvência da situação financeira da

empresa, de forma global.

Através do cálculo e da interpretação dos Índices de Liquidez, de acordo com

Domingues (2005), pode-se analisar a liquidez ou a capacidade de solvência de uma

empresa, avaliando a capacidade desta em saldar seus compromissos, sendo que

essa análise poderá ser realizada, num longo prazo, num curto prazo ou em prazo

imediato. Normalmente, os índices de liquidez empregados são: Liquidez Corrente,

Liquidez Seca, Liquidez Geral e Liquidez Imediata. Todos eles fazem uma relação

dos bens e direitos de uma firma com suas obrigações, medindo o quanto uma

empresa tem para cada unidade monetária que ela deve.

O valor ideal para cada um desses índices é superior a 1, indicando assim

que a empresa apresenta pelo menos uma unidade monetária para cada outra

devida. Entretanto, a análise individual não pode ser parâmetro para um relatório, o

analista deve aplicar os quatro índices de liquidez para chegar a uma conclusão

sobre a capacidade da empresa cumprir com os compromissos assumidos. Além do

mais, segundo Domingues (2005), esse ponto não deve ser considerado como um

ponto de equilíbrio, pois, antes de defini-lo, deve-se associa-lo a outros índices,

analisando e comparando-os em outros anos e, com índices-padrão, ou seja, de

empresas concorrentes. Devem ser observados, também, outros fatores envolventes

como fluxo de caixa, estrutura de capital, entre outros.

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2.6.1.1. Índice de Liquidez Corrente

O Índice de Liquidez Corrente (ILC) mostra a capacidade de pagamento da

empresa no curto prazo e seu cálculo se dá pela divisão entre Ativo Circulante (AC)

e Passivo Circulante (PC), de acordo com a Equação 1:

ILC = AC / PC. (1)

2.6.1.2. Índice de Liquidez Seca

O Índice de Liquidez Seca (ILS) apresenta também a capacidade de

pagamento da empresa no curto prazo, porém sem levar em conta os estoques.

Sendo calculado pela divisão do Ativo Circulante, sem os Estoques, pelo Passivo

Circulante, conforme Equação 2:

ILS = (AC – ESTOQUES) / PC . (2)

2.6.1.3. Índice de Liquidez Geral

O Índice de Liquidez Geral (ILG) indica a liquidez da empresa no curto e no

longo prazo. É calculado a partir da divisão da soma dos Ativos Circulante e

Realizável a Longo Prazo (RLP) pela soma dos Passivos Circulante e Exigível a

Longo Prazo (ELP), conforme indicado na Equação 3:

ILG = (AC + RLP) / (PC + ELP) . (3)

2.6.2. Índices de Endividamento

Para Assaf Neto (2002, p. 146), este indicador mostra o quanto a empresa

tomou emprestado para cada unidade monetária aplicada de capital próprio;

definindo também o índice pela relação das dívidas no curto prazo ou,

alternativamente, no longo prazo, dando maior importância ao endividamento em

função da maturação do passivo.

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O endividamento de uma empresa tem relação geralmente com os recursos

de terceiros.

“A situação de endividamento de uma empresa indica o montante de recursos

de terceiros que está sendo usado, na tentativa de gerar lucros.” (GITMAN, 1997 p.

115).

Iudícibus (1994, p. 104) comenta que esse indicador possui grande

importância, significando a parcela do ativo total financiada com recursos de

terceiros. Destaca, ainda, que a presença de terceiros financiadores, no longo prazo,

pode aumentar despesas financeiras e dissipar a rentabilidade da empresa. Porém,

revela que a situação poderá ser boa quando os ativos gerarem retorno que

superem as taxas contratadas do financiamento.

Uma companhia pode ser levada à falência pelo excesso de capital de

terceiros. De acordo com Marion (1998, p. 464-465), as instituições financeiras,

normalmente, não estarão dispostas a conceder financiamentos para as empresas

que apresentarem esta situação desfavorável. Se a composição do endividamento

apresentar uma significativa concentração no Passivo Circulante (Curto Prazo), a

empresa poderá ter reais dificuldades num momento de reversão de mercado (o que

não aconteceria se as dívidas estivessem concentradas no Longo Prazo).

Para Iudícibus (1994, p. 106), caso esse índice apresente um valor,

acentuadamente, maior que um, existe uma exagerada dependência de recursos de

terceiros, e grande parte das empresas que vão à falência apresentam altos

quocientes durante um período relativamente longo.

Segundo Matarazzo (2003, p. 106), quanto maior for a relação dos Capitais

de Terceiros com o Patrimônio Líquido, menos liberdade de decisões financeiras, ou

maior dependência desses terceiros, a empresa terá. É desse ângulo que se

interpreta o índice.

Marion (1998, p. 465) afirma que empresas que recorrem a dívidas como

complemento dos Capitais Próprios para realizar aplicações produtivas no seu Ativo

(ampliação, expansão, modernização, etc.), geram um endividamento sadio, mesmo

sendo elevado, já que essas aplicações deverão gerar recursos para saldar o

compromisso assumido. Porém, empresas que recorrem a dívidas para pagar outras

dívidas que estão vencendo, por não gerarem recursos para saldar seus

compromissos, recorrem a empréstimos sucessivos. Logo, gera-se um círculo

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vicioso, tornando, a empresa, uma séria candidata à insolvência;

consequentemente, à falência.

A forma mais utilizada para detectar a situação em que a empresa se

encontra é através dos seus indicadores. Os índices de endividamento demonstram

a probabilidade da companhia não pagar seus compromissos, informando se a

empresa se utiliza mais de recursos de terceiros ou de recursos dos proprietários.

Segundo Marion (1998, p.465-466), os Indicadores de Endividamento são:

Participação de Capitais de Terceiros sobre Recursos Totais, Garantia do Capital

Próprio ao Capital de Terceiros e Composição de Endividamento.

2.6.2.1. Participação de Capitais de Terceiros sobr e Recursos Totais

Esse índice mede a quantidade de Recursos Totais da empresa que se

originam de Capital de Terceiros em relação à quantidade do Ativo que é financiado

com Capital Próprio e pode ser obtido de acordo com a Equação 4.

Capital de Terceiros / (Capital de Terceiros + Capital Próprio) =

= Exigível Total / (Exigível Total + PL) =

= (PC + ELP) / (PC + ELP + PL) (4)

Sendo:

PC = Passivo Circulante;

ELP = Exigível a Longo Prazo; e

PL = Patrimônio Líquido.

2.6.2.2. Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros

Esse indicador mede a garantia oferecida, em dinheiro, pelo Capital Próprio

para cada uma unidade monetária de Capital de Terceiros e pode ser obtido por

meio da Equação 5.

Sendo calculado pela seguinte fórmula:

Capital Próprio / Capital de Terceiros =

= PL / Exigível Total =

= PL / (PC + ELP) (5)

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2.6.2.3. Composição de Endividamento

O índice de Composição do Endividamento mede a quantidade de

endividamento que a empresa apresenta a Curto Prazo e a Longo Prazo.

O Endividamento a Curto Prazo é utilizado, normalmente, para financiar o

Ativo Circulante e o Endividamento a Longo Prazo, para financiar o Ativo

Permanente e pode ser calculado usando-se a Equação 6.

PC / Capital de Terceiros =

= PC / Exigível Total =

= PC / (PC + ELP) (6)

2.6.3. Índices de Rentabilidade

São várias as formas de se avaliar a rentabilidade de uma empresa, sendo

cada uma relacionada a um tipo de retorno da empresa.

"Essas medidas permitem a quem analisa, avaliar os lucros da empresa em confronto com um dado nível de vendas, um certo nível de ativos, o investimento dos proprietários, ou o valor da ação." (GITMAN, 1997 p. 120).

De acordo com Banco do Brasil (2007), os índices de rentabilidade, como o

próprio nome sugere, permitem avaliar o retorno, em termos de lucro ou prejuízo,

que uma empresa obteve em relação a um determinado nível de vendas, de ativos e

de dinheiro investido pelos sócios.

Segundo Marion (1998, p. 471), estes indicadores abrangem mais os

aspectos econômicos do que financeiros na análise empresarial. Eles estão

concentrados na geração dos resultados, na Demonstração do Resultado do

Exercício (DRE), enfocando a rentabilidade da empresa, para o seu potencial de

vendas, para sua habilidade em gerar resultados, para a evolução das despesas,

etc, objetivando, então, calcular a taxa de lucro.

Os Índices de Rentabilidade, segundo Marion (1998, p. 472-473), são: Taxa

de Retorno sobre Investimentos (TRI), Margem de Retorno sobre o Patrimônio

Líquido (MRPL), Margem de Lucro sobre as Vendas (Margem Bruta, Margem

Operacional, Margem Líquida) e Giro do Ativo.

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2.6.3.1. Taxa de Retorno sobre Investimentos (TRI)

O Ativo, segundo Marion (1998, p. 471), representa investimentos realizados

pela empresa no sentido de obter Receita e, consequentemente, Lucro. Podemos,

assim, obter a Taxa de Retorno sobre Investimentos, analisando quanto a empresa

ganhou por real investido.

Este índice mede, então, o poder de ganho da empresa, ou seja, qual o

ganho que a empresa terá para cada unidade monetária investida. Sendo calculado

pela Equação 7:

TRI = Lucro Líquido / Ativo Total Médio (7)

2.6.3.2. Margem de Retorno sobre o Patrimônio Líqui do (TRPL)

Este índice mede o poder de ganho dos proprietários, ou seja, qual o ganho

que a empresa terá para cada unidade monetária investida pelos proprietários.

Machado (2006, p. 101) diz que:

a razão para a utilização do Patrimônio Líquido Médio entre o início e o fim do período se dá por questão de simplicidade, uma vez que há alterações em seu valor em virtude de pagamentos de dividendos e as integralizações de capital, realizadas em tempos distintos, onde se pode ponderar proporcionalmente a influência do prazo de permanência desses valores.

Sendo assim, é calculado de acordo com a Equação 8:

TRPL = Lucro Líquido / Patrimônio Líquido Médio ( 8)

2.6.3.3. Margem de Lucro sobre as Vendas

Este índice, de acordo com Marion (1998, p. 473), está dividido em Margem

Bruta, Margem Operacional e Margem Líquida.

A Margem Bruta mostra o ganho que a empresa obteve para cada unidade

monetária vendida. Ganho este que irá remunerar as despesas e os proprietários da

empresa.

Segundo a Organização Contábil JL Ltda. (2008), essa margem serve para

medir a eficiência com que a empresa coloca seu produto ou serviço à venda. Sendo

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assim, essa margem mede a porcentagem de cada unidade monetária de venda que

sobrou após a empresa ter pago seus produtos. Quanto maior for esse valor, melhor.

Essa margem é calculada através da Equação 9:

Margem Bruta = Lucro Líquido / Vendas Líquidas (9 )

A Margem Operacional mostra o ganho que a empresa obteve de Lucro

Operacional, para cada uma unidade monetária vendida.

De acordo com a Organização Contábil JL Ltda. (2008), essa margem serve

para medir a eficiência das operações da atividade fim da empresa, incluindo tanto a

eficiência fabril como a administrativa, permitindo avaliar-se a viabilidade do negócio.

Medindo, assim, a porcentagem de lucro obtido em cada unidade monetária de

venda, antes dos juros e imposto de renda. Quanto maior esse valor, melhor.

O cálculo dessa margem se dá através da Equação 10:

Margem Operacional = Lucro Operacional / Vendas Líq uidas (10)

A Margem Líquida mostra o valor, em dinheiro, que sobra para a empresa

(aos proprietários), para cada uma unidade monetária vendida. Em suma, a Margem

Líquida mede a eficiência e viabilidade do negócio. Esta margem se dá pela

Equação 11:

Margem Líquida = Lucro Líquido / Vendas Líquidas (11)

2.6.3.4. Giro do Ativo

Mostra quantas vezes o Ativo “girou”, no ano, pelas vendas, ou seja, quantas

vezes a empresa vendeu o seu Ativo.

De acordo com a Organização Contábil JL Ltda. (2008), O giro do ativo busca informar quanto foi vendido com o valor investido no ativo, esse índice pode ser utilizado para o ativo contabilizado no final do ano, ou o ativo médio entre o valor do início e final de ano, ou utilizando apenas o ativo circulante, ou apenas o ativo permanente, etc. Esse índice procura mostrar o quanto a empresa vendeu para cada R$ 1,00 (Um Real) do investimento total, quanto maior, melhor. (ORGANIZAÇÃO CONTÁBIL JL LTDA, 2008).

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A Taxa de Lucro deverá ser cada vez maior, quanto maior for o “giro” do

Ativo. Assim, deve-se manter o Ativo a um mínimo necessário. Ativos muito elevados

prejudicam o “giro”, prejudicando, assim, a rentabilidade.

Assim, chega-se à seguinte Equação 12:

Giro do Ativo = Vendas Líquidas / Ativo Total (12)

Enfim, para se fazer a análise das demonstrações contábeis e ter um bom

conhecimento da situação econômico-financeira é fundamental a obtenção dos três

pontos seguintes:

• Liquidez: para a situação financeira;

• Rentabilidade: para a situação econômica;

• Endividamento: para a estrutura de capital.

Para Marion (2002, p. 15), esses três pontos formam o tripé de análise, como

mostrado pelo diagrama da Figura 1:

Figura 1: Pontos fundamentais na análise econômico- financeira

Fonte: Baseado em Marion (2002, p.15).

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3. METODOLOGIA

Nesta pesquisa foi analisada a situação financeira de empresas de

Tecnologia da Informação. Para tal, foi utilizado o método do Balanço Perguntado.

O “balanço perguntado” consiste, basicamente, na obtenção dos dados econômico-financeiros diretamente com o empreendedor e, com base em suas respostas, na experiência do perguntador e em alguns ajustes de consistência, pode-se estruturar as informações no formato básico das demonstrações contábeis. (KASSAI E KASSAI, 2001).

Diante disso, adotou-se o método de pesquisa do tipo empírico-analítica com

aplicação de questionários. Segundo Martins (2002, p.34), “esta abordagem

apresenta em comum a utilização de técnicas de coleta, tratamento e análise de

dados marcadamente quantitativas”.

Os questionários foram aplicados aos empresários das 21 empresas

aglomeradas no APL – TI de Viçosa no período compreendido entre fevereiro e maio

de 2008, no entanto foram obtidos dados de apenas 12 dessas empresas. Segundo

Chizzotti (1991, p. 55), o questionário é um conjunto de questões previamente

elaboradas com o intuito de obter dos informantes respostas sobre o assunto que

estes saibam informar. Para Vergara (1998, p.53),

o questionário caracteriza-se por uma série de questões apresentadas ao respondente, por escrito. (...) O questionário pode ser aberto, pouco ou não estruturado, ou fechado, estruturado. No questionário aberto, as respostas livres são dadas pelos respondentes; no fechado, o respondente faz escolhas, ou pondera, diante de alternativas apresentadas.

Foi também realizada uma entrevista semi-estruturada com os gestores das

empresas analisadas entre abril e maio de 2008. Para Lüdke e André (1986, p. 33),

especialmente nas entrevistas não totalmente estruturadas, onde não há imposição de uma ordem rígida de questões, o entrevistado discorre sobre o tema proposto com base nas informações que ele detém e que no fundo são a verdadeira razão da entrevista. Na medida em que houver um clima de estímulo e de aceitação mútua, as informações fluirão de maneira notável e autêntica.

Essa pesquisa, quanto aos fins, pode ser caracterizada como descritiva, pois

visa descrever as características de determinada população ou amostra. Nela está

envolvido o uso de uma técnica padronizada de coleta de dados: o questionário. Há

a preocupação em observar, registrar e analisar os fatos. Assume, em geral, a forma

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de levantamento de dados. Para Silva e Menezes (2001, p.21), “a pesquisa

descritiva tem como principal objetivo descrever as características de determinada

população ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre as variáveis”.

Quanto aos meios utilizados, essa pesquisa pode ser caracterizada por

bibliográfica, por ser fundamentada em referencial teórico desenvolvido a partir de

livros, artigos e outras fontes de informação sobre o tema abordado. Segundo

Vergara (1998, p.46),

pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral, onde fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma.

Foi realizado também um estudo de caso, o qual representa um análogo a

um experimento, podendo ser usado para determinar, por exemplo, se as

proposições de uma teoria estão corretas, representando uma contribuição

significante para conhecimento da teoria construída.

De acordo com Yin (1989, p. 23) apud Bressan (2000), o estudo de caso é

“uma inquirição empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de um

contexto da vida real”. No qual não pode haver manipulação dos comportamentos

relevantes, porém onde é possível se fazer observações diretas e entrevistas

sistemáticas. O estudo de caso caracteriza-se pela “capacidade de lidar com uma

completa variedade de evidências - documentos, artefatos, entrevistas e

observações”. (YIN, 1989, p. 19, apud BRESSAN, 2000).

Para se realizar esta pesquisa através do método do Balanço Perguntado,

foram utilizados os seguintes indicadores financeiros: Índices de Liquidez (Corrente,

Seca e Geral), Índices de Endividamento e Índices de Rentabilidade.

Os dados primários obtidos através dos questionários foram tabulados, e os

índices calculados, com o auxilio do software Microsoft Excel 2003, onde também

foram elaborados gráficos, para uma melhor visualização de algumas informações

obtidas. Foram construídas, também, tabelas indicando a situação financeira do

Arranjo Produtivo Local, como um todo, bem como a situação das empresas que já

foram incubadas e as que nunca passaram pelo processo de incubação.

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De acordo com Foster (1986) apud Migliorini (2001, p. 94), a metodologia de

análise de índices financeiros é a técnica de análise difundida no ambiente

financeiro mais amplamente utilizada.

Para analisar a situação do Arranjo, foi feita a média dos índices das

empresas. É importante destacar que essa média foi feita apenas entre as empresas

que disponibilizaram as informações necessárias para o cálculo, já que algumas

empresas forneceram informações insuficientes. Sendo assim, estas últimas foram

incluídas para o cálculo da média somente dos índices que foram possíveis de se

obter com seus dados. Logo, a população variou conforme o índice em questão.

A cidade de Viçosa-MG apresenta outros Arranjos Produtivos Locais, no

entanto, foi utilizado para essa pesquisa o Arranjo Produtivo Local de Tecnologia da

Informação, o qual é o maior e mais desenvolvido APL da região.

No mundo atual, é de grande importância as atividades voltadas para a

tecnologia da informação (TI), a qual, segundo Alecrim (2004), “pode ser definida

como um conjunto de todas as atividades e soluções providas por recursos de

computação”. As aplicações de TI estão ligadas a diversas áreas, tanto que existem

várias definições e nenhuma consegue determina-la por completo.

O público alvo do APL-TI da cidade de Viçosa são: Empresas de Viçosa que

atuam no desenvolvimento de softwares, hardwares ou processos de tecnologia da

informação. E seu foco estratégico, segundo TI.Viçosa (2008), é:

• Promover o APL com o objetivo de gerar maior reconhecimento/visibilidade nacional;

• Capacitação Gerencial e Técnica de Recursos Humanos; • Certificação CMMI (Capability Maturity Model Integration) ou MPS.BR

(Melhoria de Processo do Software Brasileiro); • Acesso a novos mercados nacionais e manutenção dos mercados

existentes; • Viabilizar a inserção do APL de TI no Parque Tecnológico de Viçosa; • Acesso à informação e à tecnologia com foco na inovação de produtos e

processos; • Acesso das empresas ao capital, através de linhas de crédito e de

fomento.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir do levantamento dos dados e análise dos mesmos, os resultados

obtidos neste estudo foram divididos da seguinte forma: a) Caracterização das

Empresas do APL-TI, através de gráficos; b) Análise geral da situação econômico-

financeira do APL-TI e c) Análise da situação econômico-financeira entre as

empresas do Arranjo que já foram, ou estão, incubadas e as que nunca foram

incubadas.

4.1. Caracterização das Empresas do APL-TI

Com vistas a obter os demonstrativos contábil-financeiros das empresas

estudadas, através da técnica do Balanço Perguntado, entrevistou-se os

proprietários ou a pessoa responsável pela gestão financeira de cada organização.

Na entrevista foi utilizado um roteiro para auxiliar na posterior elaboração das

demonstrações financeiras. Inicialmente procurou-se conhecer as características

gerais das empresas, buscando, assim, identificar o tempo de existência de cada

uma, como ilustra o Gráfico 1.

25,00%

8,33%

0,00%0,00%0,00%66,67%

menos de 1ano1 a 2 anos

2 a 3 anos

3 a 4 anos

4 a 5 anos

mais de 5 anos

Gráfico 1: Tempo de Existência das Empresas Fonte: Dados da pesquisa.

Como nota-se no Gráfico 1, a grande maioria das empresas tem mais de 5

anos de existência, enquanto as outras têm menos de 2 anos.

Em seguida, verificou-se o tempo de participação de cada empresa no APL-

TI, como é mostrado no Gráfico 2.

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33,33%

0,00%66,67%

menos de 1 ano

1 a 2 anos

2 a 3 anos

Gráfico 2: Tempo de participação das empresas no AP L-TI Fonte: Dados da pesquisa.

Como se pode ver no Gráfico 2, 66,67% das empresas em questão estão

aglomeradas ao APL-TI há mais de 2 anos, enquanto 33,33% se integraram ao

Arranjo há menos de 1 ano.

Foi indagado aos entrevistados qual o número de sócios das empresas em

questão, como é observado no Gráfico 3.

Gráfico 3: Quantidade de sócios por empresa

Fonte: Dados da pesquisa.

No Gráfico 3, observa-se a quantidade de sócios que cada empresa possui,

obtendo um total de 27 sócios em questão.

Dada a grande importância das micro e pequenas empresas (MPEs) para a

economia brasileira, necessita-se de profissionais qualificados para gerirem essas

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organizações. Assim, a formação e a qualificação profissional dos gestores estão

diretamente relacionadas com o sucesso do empreendimento.

Assim, buscou-se levantar junto às empresas qual o nível de escolaridade de

seus administradores, ilustrado no Gráfico 4.

Gráfico 4: Percentual do Nível de Escolaridade dos Sócios Fonte: Dados da pesquisa.

Nota-se no Gráfico 4, que a maior parte dos 27 sócios apresentados tem nível

superior completo e incompleto, sendo 34% já formados e 26% que ainda cursam

uma graduação. Os outros 40% apresentam: Pós-graduação (15%), Mestrado

(11%), Doutorado (7%) e Curso Técnico (7%).

Nesse contexto, é de extrema importância o preparo adequado dos gestores

das empresas. Entretanto, outro aspecto fundamental para o bom desempenho de

uma organização é a mão-de-obra utilizada na produção de um bem ou na

prestação de serviços. Logo, os funcionários são de grande importância para o

crescimento e a competitividade de uma empresa, cabendo aos administradores

ajuda-los a trabalharem juntos e de forma eficiente. Levantado o quadro funcional

das empresas em estudo, pôde-se ver que 4 das empresas apresentam mais de 16

funcionários, porém a grande maioria apresenta menos de 6.

Além dos funcionários, muitas empresas contratam estagiários, os quais

contribuem bastante com a organização através de conhecimentos atuais e boas

idéias. Já que, com o estágio, o aluno aprende a relacionar a prática com a teoria

estudada. Entretanto, apenas 3 das empresas indagadas utilizam os serviços de

estagiários.

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Como visto anteriormente, as MPEs são fundamentais na conjuntura

econômica nacional. Todavia, muitas acabam vindo a falir devido a inúmeros fatores,

como falhas no planejamento, gerenciamento inadequado do negócio, falta de mão-

de-obra qualificada, entre outros.

Sendo assim, investigou-se quantas das empresas entrevistadas foram

incubadas, como mostra o Gráfico 5.

41,67%

50,00%

8,33%

JÁ FORAM OU ESTÃO INCUBADAS

NÃO FORAM INCUBADAS

EM FASE DE PRÉ-INCUBAÇÃO

Gráfico 5: Empresas X Incubação Fonte: Dados da pesquisa.

De acordo com o Gráfico 5, a metade das empresas analisadas nunca foi

incubada, enquanto, da outra metade, 41,67% já foram ou estão incubadas e 8,33%

estão para ser.

4.2. Análise geral da situação econômico-financeira do APL-TI

Após as análises preliminares, procurou-se averiguar alguns dados contábeis,

a fim de analisar, através de indicadores econômico-financeiros, a situação em que

se encontra o Arranjo Produtivo.

Feita a análise geral do Arranjo, chegou-se à seguinte situação, ilustrada na

tabela 8:

Tabela 8: Média das Empresas do APL-TI

ÍNDICES DE LIQUIDEZ RESULTADOS

Liquidez Corrente (LC) = 2,886663712

Liquidez Seca (LS) = 2,53481186

Liquidez Geral (LG) = 2,37066079

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ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO RESULTADOS Participação de Capitais de Terceiros sobre Recursos Totais = 0,327199523

Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros = 3,986944112 Composição de Endividamento = 0,889104744

ÍNDICES DE RENTABILIDADE RESULTADOS Taxa de Retorno sobre Investimentos (TRI) = -0,544330117 Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido = -0,424587587

Giro do Ativo = 1,411510324 MARGEM DE LUCRO SOBRE AS VENDAS:

Margem Bruta = 0,595030137 Margem Operacional = 0,035968413

Margem Líquida = -0,104334961 Fonte: Dados da pesquisa.

O APL-TI apresenta uma boa liquidez, o que implica que as empresas nele

aglomeradas possuem uma boa capacidade de pagamento.

Quanto ao endividamento, nota-se que há uma maior concentração de capital

próprio na estrutura de capital na maioria das empresas, resultando, assim, numa

participação de capital de terceiros sobre recursos totais de aproximadamente 33%

no Arranjo. Cabe ressaltar que a maioria das dívidas contraídas pelas empresas são

de curto prazo, sendo que a composição de endividamento do APL-TI é de 0,89.

A rentabilidade do APL merece algumas observações: sua taxa de retorno

sobre investimentos e sua taxa de retorno sobre o patrimônio líquido estão

negativas, sendo respectivamente -0,54 e -0,42, o que mostra que os investimentos

feitos não são rentáveis.

O giro do ativo é um índice que merece uma atenção especial nesta pesquisa.

Como dito anteriormente, as empresas estudadas são aglomeradas no Arranjo

Produtivo de Tecnologia da Informação, por isso é natural que trabalhem com ativos

reduzidos, o que consequentemente gera um valor baixo para esse índice. Isto é o

que podemos observar na tabela acima, em que o APL apresentou uma média de

giro de 1,41.

É importante salientar, também, que o APL apresenta uma margem bruta

positiva e as demais margens negativas, o que significa que as empresas estão

tendo despesas e custos muito altos, além de dificuldades na formação de preços.

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4.3. Análise da situação econômico-financeira das e mpresas – incubadas e

não-incubadas – do APL-TI

Após a análise geral da situação econômico-financeira do APL-TI, foram

realizadas análises, separadamente, da situação econômico-financeira das

empresas que já foram (ou estão) incubadas e das que nunca foram incubadas.

Primeiramente, analisou-se as empresas que já foram incubadas, as quais

representam – conforme mostra o gráfico 5 – 41,67% das empresas indagadas.

Feita a análise, chegou-se à seguinte situação, ilustrada na tabela 9:

Tabela 9: Média das Empresas do APL-TI que já fora m, ou estão, incubadas.

ÍNDICES DE LIQUIDEZ RESULTADOS

Liquidez Corrente (LC) = 3,634301123

Liquidez Seca (LS) = 3,467634457

Liquidez Geral (LG) = 2,86029674

ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO RESULTADOS Participação de Capitais de Terceiros sobre Recursos Totais = 0,161188395

Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros = 6,077777223 Composição de Endividamento = 0,833657115

ÍNDICES DE RENTABILIDADE RESULTADOS Taxa de Retorno sobre Investimentos (TRI) = -1,356994101 Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido = -1,48287513

Giro do Ativo = 1,174290809 MARGEM DE LUCRO SOBRE AS VENDAS:

Margem Bruta = 0,481125125 Margem Operacional = -0,566823741

Margem Líquida = -0,855004889 Fonte: Dados da pesquisa.

Observando a média das empresas já incubadas, na tabela acima, quanto à

capacidade de pagamento, verifica-se que as mesmas se encontram em uma

situação favorável. Nesse sentido, essas empresas estão com uma boa condição de

liquidez, podendo arcar com suas dívidas de curto e longo prazo, sem maiores

alardes, fato comprovado pelos índices de liquidez, os quais obtiveram um valor

acima de 1.

Quanto ao endividamento, essas entidades apresentam uma média de 16%

de capital de terceiros em sua composição e uma composição de endividamento de

aproximadamente 0,83. E, para cada R$ 1,00 de Capital de Terceiros, há R$ 6,08 de

Capital Próprio como garantia.

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Nota-se que no período de 2007, essas empresas apresentaram uma

rentabilidade insatisfatória: a média dessas empresas apresentou valores negativos

de retorno sobre o patrimônio líquido e retorno sobre investimentos, o que significa

que seus investimentos não estão sendo rentáveis.

O Giro do Ativo foi baixo, o que não surpreende, pois empresas de tecnologia

da informação trabalham com poucos ativos.

Em relação à margem de lucro sobre as vendas, observa-se que: para cada

R$ 1,00 vendido por essas empresas, elas ganham, em média, cerca de R$ 0,48

para cobrir suas despesas e remunerar seus proprietários. Porém, para cada R$

1,00 vendido perdem cerca de R$ 0,57 e, deixam de ganhar, aproximadamente, R$

0,86.

Analisando as empresas do Arranjo que nunca foram incubadas, as quais

representam – conforme mostra o gráfico 5 – 58,33% das empresas indagadas,

chegou-se à seguinte situação, ilustrada na tabela 10:

Tabela 10: Média das Empresas do APL-TI que nun ca foram incubadas.

ÍNDICES DE LIQUIDEZ RESULTADOS

Liquidez Corrente (LC) = 1,391388889

Liquidez Seca (LS) = 0,669166667

Liquidez Geral (LG) = 1,391388889

ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO RESULTADOS Participação de Capitais de Terceiros sobre Recursos Totais = 0,576216216

Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros = 0,850694445 Composição de Endividamento = 1

ÍNDICES DE RENTABILIDADE RESULTADOS Taxa de Retorno sobre Investimentos (TRI) = 0,674665858 Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido = 1,162843729

Giro do Ativo = 1,727803011 MARGEM DE LUCRO SOBRE AS VENDAS:

Margem Bruta = 0,689950981 Margem Operacional = 0,538295207

Margem Líquida = 0,521223312 Fonte: Dados da pesquisa.

Quanto à capacidade de pagamento, as empresas que nunca foram

incubadas encontram-se numa situação favorável, apresentando um valor maior do

que 1 para os índices de liquidez corrente e geral, mostrados na tabela acima. Mas

vale ressaltar que o índice de liquidez seca apresentou-se inferior a 1, o que

caracteriza-se como um dado negativo. Entretanto, a liquidez de uma empresa não

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pode ser analisada de forma fragmentada, deve-se fazer uma análise geral para

saber sua real situação.

Em relação ao endividamento, as empresas em questão utilizam-se muito de

capital de terceiros, como consta na tabela acima. A média da composição de

endividamento dessas empresas corresponde a 1, já que as empresas se utilizam

apenas de dívidas a curto prazo.

Quanto à rentabilidade, essas empresas apresentaram um retorno sobre

investimentos equivalente a 67% e um retorno sobre o patrimônio líquido de 116%.

Além disso, o ativo destas empresas “girou”, em média, 1,73 vezes no ano de 2007,

ou seja, elas venderam, aproximadamente, 1,73 vezes o seu Ativo.

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5. CONCLUSÕES

As micro e pequenas empresas são elementos fundamentais na conjuntura

econômico-financeira brasileira, representando cerca de 98% das empresas

existentes no país. Na atual sociedade em que impera a competitividade, torna-se

primordial a qualificação dos gestores para que haja a produção de materiais e

prestação de serviços com qualidade. Entretanto, nota-se que muitas dessas

empresas acabam falindo com menos de um ano de atividade, devido a diversos

fatores, entre eles a falta de formação adequada de seus administradores. Nesse

contexto, surgem as incubadoras de empresas, que têm como finalidade melhorar

essa situação e diminuir a taxa de mortalidade dessas entidades, permitindo uma

aceleração do processo de desenvolvimento empresarial e fornecendo diversos

apoios aos novos empreendedores.

E no intuito de melhorar ainda mais o desenvolvimento de micro e pequenas

empresas, surgem, também, os Arranjos Produtivos Locais (APL). Os APL’s são a

junção de esforços em torno de atividades produtivas regionais, as quais seguem

uma vocação em comum. Nesse sentido, há um aumento da promoção de

desenvolvimento integrado e da competitividade das organizações que fazem parte

desses aglomerados.

Assim, essa pesquisa vem corroborar com os esforços desses

empreendedores, fazendo uma análise da situação econômico-financeira das

empresas aglomeradas ao APL-TI de Viçosa, Minas Gerais, além de fazer uma

comparação da situação entre as empresas desse Arranjo que já foram, ou estão,

incubadas e as que nunca passaram por esse processo.

Por entender que muitas empresas não conhecem a real situação em que se

encontram, utilizou-se como ferramenta de análise, a técnica do Balanço

Perguntado, que diminui as dificuldades de obtenção de informações e relatórios

contábeis e possibilita a realização de análises de qualidade de desempenho

econômico.

A partir do levantamento de informações junto a doze empresas, constatou-se

que a grande maioria tem mais de cinco anos de existência e que a mesma

proporção de empresas está aglomerada ao APL-TI há mais de dois anos.

A maior parte das empresas possui dois ou mais sócios e, grande parte deles

possui bom nível de escolaridade, com graduação e pós-graduação.

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Destaca-se, também, que a maioria das entidades, possui menos de seis

funcionários e apenas três contam com os serviços de estagiários. É importante

salientar que metade delas não foi incubada. Em contrapartida, na outra metade,

grande parte já foi incubada e as demais estão para ser, o que é um fator positivo, já

que a incubação oferece uma gama extensa de benefícios ao empreendimento,

diminuindo assim, a taxa de mortalidade das empresas.

Quanto aos indicadores econômico-financeiros, as empresas indagadas

apresentam um bom grau de liquidez. A grande maioria delas se utiliza

preponderantemente de capital próprio e, coerentemente, há um valor significativo

de garantia de capital próprio ao capital de terceiros. Em sua maioria, as dívidas

vencerão no curto prazo.

Em termos de rentabilidade, o APL se encontra num estado de alerta, pois

tanto a taxa de retorno sobre investimentos quanto a taxa de retorno sobre o

patrimônio líquido são negativas na maioria das empresas investigadas, indicando

assim que os investimentos feitos não são rentáveis. As empresas giram pouco seus

ativos, o que é natural em empresas do ramo de tecnologia da informação.

Em sua maioria, as empresas possuem uma margem satisfatória de lucro,

entretanto, entre aquelas que não a possuem, notou-se que apresentam uma

margem bruta positiva e as demais margens negativas, indicando assim que essas

entidades devem repensar os seus preços e estudar uma forma de reduzir seus

custos e despesas.

Constatou-se que muitas empresas possuem dificuldades quanto à

contabilização de seus dados, o que foi refletido na falta de informações a algumas

questões dessa pesquisa.

Ao se comparar as empresas incubadas com as não-incubadas notou-se que

ambas estão com boa liquidez, entretanto, as incubadas estão em uma situação

ainda mais favorável.

Observou-se que as empresas não-incubadas se utilizam mais de capital de

terceiros que as incubadas. Notou-se, também, que em ambos os casos as

empresas contraem, preferencialmente, dívidas de curto prazo, especialmente as

não-incubadas que só se utilizam desse tipo de endividamento.

Quanto à rentabilidade, observou-se que as empresas não incubadas se

encontram numa situação mais favorável, pois apresentam indicadores satisfatórios.

Em contrapartida, as incubadas apresentaram uma rentabilidade insatisfatória,

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indicando que ações devem ser tomadas para sanar esse problema, como por

exemplo, rever os preços e investimentos feitos pelas entidades e estudar uma

forma de reduzir seus custos e despesas.

Ainda existem poucos estudos abordando a utilização da técnica do balanço

perguntado em micro e pequenas empresas. Dada a relevância desse tema e o

interesse demonstrado pelos participantes desta pesquisa, sugere-se que outros

estudos sejam realizados sobre esse assunto, como, por exemplo, relacionar os

índices obtidos com o grau de escolaridade dos gestores, a área de formação dos

mesmos e o tempo de existência da empresa, no intuito de identificar se existe

alguma correlação entre esses fatores. Além de observar a situação das empresas

através de indicadores, podendo fazer uma comparação entre amostras.

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ANEXOS

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Anexo 1

QUESTIONÁRIO

1. Qual o nome desta empresa? (opcional)

2. Qual o tempo de existência dela?

( ) Menos de 1 ano

( ) de um a 2 anos

( ) de 2 a 3 anos

( ) de 3 a 4 anos

( ) de 4 a 5 anos

( ) mais de 5 anos ____________

3. Quantos sócios ela tem?

( ) 1 sócio

( ) 2 sócios

( ) 3 sócios

( ) 4 sócios

( ) 5 sócios

( ) mais de 5 sócios ____________

Qual o nível de escolaridade de cada um deles?

4. Quantos funcionários têm nesta empresa?

5. Há quanto tempo ela é integrante do APL-TI?

( ) Menos de 1 ano

( ) de um a 2 anos

( ) de 2 a 3 anos

6. Esta empresa já foi incubada? ( ) Sim ( ) Não

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7. Quanto, em dinheiro, em média, a empresa mantém em caixa e bancos? Houve

muita variação nessas contas nos últimos dois anos?

8. Esta empresa apresenta algum Estoque? Caso apresente, qual o valor médio

mensal dos estoques?

9. A empresa tem algum direito a receber que vencerá em mais de 12 meses? Se

tiver, qual o valor total em dinheiro desse(s) ativo(s)? Qual a data provável de

recebimento? Esses valores se repetem com freqüência ou aconteceu apenas

nos últimos anos?

10. Qual o valor acumulado médio dos ativos permanentes da empresa? Houve

muita evolução nos últimos anos? De quantos por cento?

11. Qual o valor médio, mensal, das dívidas da empresa (empréstimos,

financiamentos)?

12. A empresa apresenta alguma dívida que será paga em prazo superior a 12

meses? Qual o valor da dívida?

13. Qual o valor investido pelos sócios na empresa? Houve algum aporte de capital

recente? A empresa possui algum tipo de reserva de lucros?

14. A empresa recebe bolsas de pesquisa e/ou possui financiamentos não-

reembolsáveis (FINEP, ou outros)? Quanto?

15. Qual o valor médio de faturamento mensal da empresa? Existe sazonalidade?

16. Qual o valor médio dos gastos mensais da empresa com a produção ou

prestação de serviços (salários, matéria prima e energia elétrica)? Caso não

conheça esse valor, não precisa responder a essa questão.

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17. Qual o valor médio das despesas da empresa, por mês? (salários, aluguel, água,

telefone, etc.)

18. (Essa pergunta somente será respondida, caso você não tenha respondido a

pergunta 16.) Qual o percentual de despesas que você identifica como relativos a

produção e a prestação de serviços?

19. A empresa é optante pelo simples? Se a resposta for sim, quanto paga de

simples? Se a resposta for não, quanto, em média, a empresa paga por mês de

IR, CSSL, PIS e Cofins?