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1º CONGRESSO BRASILEIRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE CLÍNICOS VETERINÁRIO DE PEQUENOS ANIMAIS 14 e 15 de Setembro de 2018 ANCLIVEPA RO ANAIS ISSN

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1º CONGRESSO BRASILEIRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE

CLÍNICOS VETERINÁRIO DE PEQUENOS ANIMAIS

14 e 15 de Setembro de 2018

ANCLIVEPA – RO

ANAIS

ISSN

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Editorial

Esta Edição reúne os artigos selecionados para o Anais do 1º Congresso

Brasileiro da Anclivepa – RO. Todos os artigos aqui relacionados expressam

diversas atividades desenvolvidas por médicos veterinários e acadêmicos do curso

de medicina veterinária. Esperamos que a leitura seja proveitosa.

Comissão organizadora

Presidente: Miryane Pagel Brum

I Secretária: Inez Suzane de Sousa Olavo

II Secretária: Daiane Fagundes Paraguassu

Tesoureira: Maiara Maíra Lanzoni Zurita

Diretor Científico: Bruno Sadeck Gondim

Apoio

Aline Bertozo Cavalheiro

Dayane Lima Pinto

Fernanda Barbosa Beltrão

Jéssica Aline Pereira da Silva

José Victor Ferreira de Abreu

Kathleen Zaine

Lais Holanda Alvares Silva

Larissa Machado Amorim

Selton Gomes Maifredi

Realização

Anclivepa – RO

Rima transportes aéreos

Inovar

Qualimax

Mastervet

Ouro fino

Dr. Thiago Vaz Lopes

Health Science

Conselho de Medicina Veterinária-

RO

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Sumário

ÁREA: ANÁLISES CLÍNICAS ............................................................................... 6

ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS DE CÃES DIAGNOSTICADOS COM

BABESIOSE CANINA EM PORTO VELHO, RONDÔNIA. .................................. 6

INFLUÊNCIA DO TEMPO DE COLHEITA SOBRE O PLAQUETOGRAMA DE

FELINOS DOMÉSTICOS .................................................................................... 9

ÁREA: CARDIOLOGIA ........................................................................................ 13

CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA EXCÊNTRICA DECORRENTE DE

ENDOCARDIOSE ATRIOVENTRICULAR BILATERAL - RELATO DE CASO . 13

CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA FELINA NA RAÇA MAINE COON:

RELATO DE CASO ........................................................................................... 16

ÁREA: DERMATOLOGIA .................................................................................... 18

PREVALÊNCIA DE DERMATITES CAUSADAS POR ÁCAROS EM CÃES E

GATOS ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA FIMCA, PORTO

VELHO/RO. ....................................................................................................... 18

SUCESSO TERAPÊUTICO DA ASSOCIAÇÂO DE TERBINAFINA 2,5% E

ENXOFRE 7% EM SURTO DE DERMATOFITOSE EM CANIL COMERCIAL NA

CIDADE DE PORTO VELHO-RO ..................................................................... 21

ÁREA: DIGESTÓRIO ........................................................................................... 24

HEPATITE PORTAL CRÔNICA, ASSOCIADA Á HIPERPLASIA DOS DUCTOS

BILIARES EM UM CÃO DA RAÇA SHIH-TZU - RELATO DE CASO. .............. 24

ÁREA: EPIDEMIOLOGIA .................................................................................... 27

REGISTROS DE ERLIQUIOSE EM CÃES DOMÉSTICOS NO MUNICÍPIO DE

PORTO VELHO – RO: CONSIDERAÇÕES EPIDEMIOLÓGICAS ................... 27

SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE RAIVA CANINA NO MUNICÍPIO DE PORTO

VELHO, RONDÔNIA ......................................................................................... 30

ÁREA: INFECCIOSAS ......................................................................................... 33

RELATO DE CASO DE ESPOROTRICOSE NA ESPÉCIE CANINA EM PORTO

VELHO, RONDÔNIA. ........................................................................................ 33

ÁREA: NEUROLOGIA ......................................................................................... 36

SINDROME VESTIBULAR PERIFÉRICA EM UM GATO ATENDIDO NO

HOSPITAL VETERINÁRIO DA FIMCA, PORTO VELHO/RO - RELATO DE

CASO. ............................................................................................................... 36

SINDROME VESTIBULAR PERIFÉRICA SECUNDÁRIA A TRAUMA

CRANIANO EM UM CÃO - RELATO DE CASO ............................................... 39

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ÁREA: OFTALMOLOGIA .................................................................................... 43

CERATIRE SUPERFICIAL CRÔNICA NA RAÇA SHIH-TZU EM CLÍNICA

VETERINÁRIA PARTICULAR EM PORTO VELHO- RO: RELATO DE CASO . 43

DESCEMETOCELE EM CADELA PINSCHER COM EVOLUÇÃO PARA

PHTHISIS BULBI – RELATO DE CASO. .......................................................... 46

ÁREA: ONCOLOGIA ........................................................................................... 48

ASSOCIAÇÃO DE IVERMECTINA À QUIMIOTERAPIA CONVENCIONAL DE

TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL EXTRAGENITAL EM UM CÃO – RELATO

DE CASO ......................................................................................................... 48

LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA PREVALÊNCIA DE NEOPLASIAS

EM CÃES EM CLÍNICA VETERINÁRIA PARTICULAR EM PORTO VELHO- RO:

ESTUDO RETROSPECTIVO ........................................................................... 51

METÁSTASE ÓSSEA DE CARCINOMA SÓLIDO EM CANINO ...................... 54

ÁREA: PARASITOLOGIA ................................................................................... 58

ANÁLISE COPROPARASITOLÓGICA E ANÁLISE DO PERFIL

HEMATOLÓGICO EM CÃES DOMICILIADOS EM PORTO VELHO/RO. ....... 58

CONTAMINAÇÃO POR FEZES CANINAS EM PRAÇAS E LOCAIS PÚBLICOS

DE ITAPUÃ D´OESTE, RONDÔNIA. ............................................................... 61

INFESTAÇÃO MACIÇA POR PARASITOS INTESTINAIS EM CÃO DE PORTO

VELHO/RO – RELATO DE CASO ................................................................... 64

RISCOS À POPULAÇÃO DE PORTO VELHO POR CONTAMINAÇÃO DE

ENDOPARASITAS ELIMINADOS NAS FEZES DE CÃES EM PRAÇAS

PÚBLICAS. ...................................................................................................... 67

ÁREA: REPRODUÇÃO ....................................................................................... 70

EMPREGO DA TÉCNICA DE MONTA ARTIFICIAL NA RAÇA BULDOGUE

FRANCÊS NA CIDADE DE PORTO VELHO, RONDÔNIA - RELATO DE CASO

.......................................................................................................................... 70

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL INTRAVAGINAL DA RAÇA AMERICAN BULLY

UTILIZANDO SÊMEN REFRIGERADO NA CIDADE DE PORTO VELHO,

RONDÔNIA -RELATO DE CASO. .................................................................... 73

ÁREA: SISTEMA RENAL .................................................................................... 76

DOENÇA RENAL POLICÍSTICA EM GATO PERSA - RALATO DE CASO ..... 76

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ÁREA: SISTEMA RESPIRATÓRIO ..................................................................... 79

BRONQUITE ASMÁTICA EM FELINO SRD EM CLÍNICA VETERINÁRIA

PARTICULAR DE PORTO VELHO, RONDÔNIA - RELATO DE CASO. ......... 79

ÁREA: TOXICOLOGIA ........................................................................................ 81

INTOXICAÇÃO DE UM CÃO POR Dieffenbachia amonema Bull (Comigo-

ninguém-pode) EM PORTO VELHO - RELATO DE CASO ............................. 81

AR8EA: TRAUMATOLOGIA ............................................................................... 84

AVULSÃO TRAUMÁTICA DOS CANINOS MAXILARES E FERIMENTOS POR

BRIGA: RELATO DE CASO ............................................................................. 84

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ÁREA: ANÁLISES CLÍNICAS

ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS DE CÃES DIAGNOSTICADOS COM

BABESIOSE CANINA EM PORTO VELHO, RONDÔNIA.

SOUZA, T.A.a; GOUVEA, L.V. b; LOPES, T.V. c; PIMENTA, C.N. d; NASCIMENTO,

P.F. e.

a Thais de Almeida Souza, Médica Veterinária, Pós-graduanda em Análises Clínicas e Microbiologia, Hospital Veterinário das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – Hvet FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] b Liana Vilella de Gouvêa, Médica Veterinária, Mestre em Sanidade Animal, Docente da Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] c Thiago Vaz Lopes, Médico Veterinário, Doutorando em Reprodução Animal – UFAC, Docente da Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] d Carolina Nunes Pimenta, Médica Veterinária, Especialista em Clínica Médica e Cirúrgica, Docente da Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] e Patrícia Ferreira do Nascimento, Graduanda em Medicina Veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: patrí[email protected].

Palavras-chave: hemoparasitose, trombocitopenia, anemia.

Ocasionada por protozoário do gênero Babesia spp., que multiplica-se em

eritrócitos, a babesiose canina apresenta sinais clínicos inespecíficos e o

diagnóstico laboratorial da doença é rotineiramente realizado pela identificação

direta de merozoítos de Babesia spp no interior do eritrócito1. Embora muitos

aspectos da doença sejam bem elucidados e existam inúmeros estudos voltados

aos fatores etiológicos, epidemiológicos e imunológicos, quando se refere às

alterações hematológicas e bioquímicas, nota-se pouca abordagem e as existentes

divergem2. O objetivo do trabalho foi identificar as principais alterações

hematológicas de cães diagnosticados com merozoítos de Babesia spp., a partir de

208 laudos de dois Laboratórios de Análises Clínicas Veterinária particulares do

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município de Porto Velho, Rondônia. Os dados foram tabulados em planilha

eletrônica EXCEL®, para obtenção de média e desvio-padrão, considerando os

valores de referência para a espécie. A partir da análise dos dados dos 208 animais

observa-se que 76,4% (159) apresentaram anemia do tipo normocítica

normocrômica. Essa alteração está associada à hemólise intravascular causada

pela replicação intra-eritrocitária dos parasitos, provocando liberação de

mediadores inflamatórios, bem como hemólise extravascular, que leva à destruição

dos eritrócitos pelos macrófagos e sequestro pelo sistema hepático e esplênico,

embora à medida que ocorra progressão e mudança no estágio da doença,

morfologicamente a anemia sofre variações, podendo tornar-se macrocítica

hipocrômica³. Quanto à plaquetometria, em 91,3% (190) revelaram trombocitopenia,

que compreende uma das alterações mais encontradas, e os prováveis

mecanismos envolvidos ocorrem pela destruição mediada por anticorpos e rápido

consumo das plaquetas lisadas, e/ou devido ao sequestro plaquetário pelo sistema

esplênico4. Na avaliação das proteínas plasmáticas observou-se 7,2% (15) dos cães

com hiperproteinemia e 4% (8) com hipoproteinemia. A hiperproteinemia pode ser

observada em cães desidratados e diante de processos infecciosos em resposta ao

aumento de y-globulinas, enquanto a hipoproteinemia em virtude de subnutrição

que normalmente ocorre pela baixa ingesta frente às patologias5. O leucograma,

por sua vez, demonstra que 8,7% (18) dos infectados apresentaram leucopenia, 1%

(2) leucocitose e 9,6% (20) eosinopenia. Essas variações, frente ao leucograma,

estão associadas ao estágio da patologia, imunidade do hospedeiro bem como

associação a outras enfermidades5. Dessa forma, conclui-se que as principais

alterações hematológicas de cães diagnosticados com babesiose foram anemia do

tipo normocítica normocrômica, trombocitopenia, hiperproteinemia,

hipoproteinemia, leucopenia e eosinopenia. Tais achados são similares a outras

regiões do país.

Referências bibliográficas

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5ALMOSNY, N.R.P; MASSARD, C.L. Erliquiose em pequenos animais e como

zoonose. In: ALMOSNY, N.R.P. Hemoparasitoses em Pequenos Animais

Domésticos e como Zoonoses. 1 ed. Rio de Janeiro: L.F. Livros Ltda., 2002. p.

14-56.

1MURRAY, P.R, ROSENTHAL, K.S, PFALLER, M.A. Microbiologia Médica.

Elsevier, 6. ed. 2015.

4PAIM, C.B. et al. Thrombocytopenia and platelet activity in dogs experimentally

infected with Rangelia vitally. Veterinary Parasitology. v. 185, n. 2 – 4, p. 131 -137.

Apr. 2012.

3THRALL, M.A. Hematologia e Bioquímica Clínica Veterinária. São Paulo: Roca,

2007. 592p.

2VASCONCELOS, M.F. Estudo da infecção por Babesia spp. em cães da região

periurbana de Brasília, Distrito Federal. 2010. 85 f. Dissertação (Mestrado em

Saúde Animal) - Universidade de Brasília, Brasília. 2010.

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ÁREA: ANÁLISES CLÍNICAS

INFLUÊNCIA DO TEMPO DE COLHEITA SOBRE O PLAQUETOGRAMA

DE FELINOS DOMÉSTICOS

SOUZA, T.A a; GOUVEA, L.Vb; PIMENTA.C.N.c; SADECK, B.G d; MAIFREDI, S.Ge;

LOPES, T. Vf.

a Thais de Almeida Souza, Médica Veterinária, Pós-graduanda em Análises Clínicas e Microbiologia, Hospital Veterinário das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – Hvet FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] b Liana Vilella de Gouvêa, Médica Veterinária, Mestre em Saúde Animal, Docente da Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] c Carolina Nunes Pimenta, Médica Veterinária, Especialista em Clínica Médica e Cirúrgica, Docente da Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] d Bruno Gondim Sadeck, Médico Veterinário, Especialista em Clínica Médica e Cirúrgica, Docente da Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] e Selton Gomes Maifredi, Acadêmico de Medicina Veterinária da Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] f Thiago Vaz Lopes, Médico Veterinário, Doutorando em Reprodução Animal – UFAC, Docente das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]

Palavras-chave: Hematologia; Agregados; Pseudotrombocitopenia.

De uma forma geral, o hemograma é o exame complementar mais requerido

na rotina veterinária, uma vez que fornece de maneira subjetiva uma avaliação geral

do estado de saúde do animal, apoio a um diagnóstico ou acompanhamento de

enfermidades1. Todavia variáveis pré-analíticas, tais como desproporção de

sangue/anticoagulante, transporte e tempo de armazenamento favorecem a erros

de análises e, por conseguinte, interpretações equivocadas2. Para tanto, o estudo

teve por objetivo avaliar os efeitos do tempo sobre a contagem de plaquetas de

felinos através do método automatizado e manual. Utilizaram-se amostras do

sangue de 30 felinos hígidos, dóceis, sem distinção de raça ou gênero. As alíquotas

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de sangue foram colhidas da veia jugular e depositadas em tubos a vácuo contendo

anticoagulante ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) e, destinadas ao Laboratório

de Análises Clínicas Veterinária da FIMCA. A avaliação das amostras ocorreram em

seis tempos distintos: zero (T-0), três (T-3), seis (T-6), nove (T-9), doze (T-12) e

vinte e quatro horas após a colheita (T-24). No T-0 e, ainda em temperatura

ambiente, submeteu-se as 30 amostras ao analisador hematológico pocH –100iV

Diff®, que utiliza o princípio de impedância elétrica para obtenção da contagem total

de plaquetas, volume plaquetário médio (VPM) e índice de anisocitose plaquetária

(PDW). Simultaneamente, as extensões sanguíneas foram confeccionadas e

coradas com panótico para visualização em objetiva de imersão e contagem através

do Método de Fônio, que possibilitou estimar quantidade, avaliar morfologia e

presença de agregação plaquetária. Os testes no T-3, T-6, T-9, T-12 e T-24 foram

realizados 30 minutos após terem sido retirados da refrigeração. Os resultados

obtidos foram tabulados em Excel para análise. Ao correlacionar a análise do

contador automático ao método manual os tempos T-Z, T-3 e T-6 não apresentaram

diferenças significativas quanto à quantidade (VPM) e morfologia dos trombócitos

(PDW), considerando o valor de referência de felinos de 200.000 a 500.000

plaquetas/µL3. As variações, por sua vez, foram detectadas a partir do T-9 pelo

método automático, apresentando trombocitopenia em 20% (6) das amostras, que

aumentou progressivamente ao longo do tempo pós-colheita para 40% (12) em T-

12 e 50% (15) em T-24. À contagem manual, em 10% (3) das amostras observou-

se grau leve de agregação nos tempos T-6 e T-9, 30% (9) apresentaram grau

moderado de agregados plaquetários em T-12 e 40% (12) das amostras

evidenciaram grau moderado de agregados e presença leve de anisocitose com

macroplaquetas em T-24. Essa pseudotrombocitopenia observada através do

método automatizado é comum em felinos, e possivelmente atribuída à presença

de agregados plaquetários formados em razão da longa exposição ao EDTA, que

resultam no sequestro dos trombócitos e induzem à formação de grumos que são

detectados pelo método de impedância como uma única célula gigante4, ou em

razão da justaposição entre hemácias e plaquetas, essencialmente

macroplaquetas, pelo volume globular reduzido comum das hemácias em felinos5,

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promovendo contagens baixas de plaquetas, bem como diagnósticos equivocados.

Dessa forma, além de concluir que a plaquetometria de felinos sofre alterações ao

transcorrer o tempo, principalmente pseudotrombocitopenia a partir de 9 horas e

anisocitose por macrocitose após 24 horas de colheita, o trabalho sugere maior

confiabilidade na técnica manual no que se refere à contagem total, identificação de

megaplaquetas e agregado plaquetário em relação ao método automatizado.

Referências bibliográficas:

1 PRADO, R.R.; MEDONÇA, E.P.; MONTEIRO, G.P.; MELO, R.T.; ROSSI, D.A.

Eritrograma em Médicina Veterinária: Apostila. Publicação em Medicina

Veterinária e Zootecnia. Londrina, v.10, n.1, p.61-82, 2016

ALEXANDER, C.L.; EDWARD, N.; MACKIE, R.M. The role of human melanoma cell

ICAM-1 expression on lymphokine activated killer cell-mediated lysis, and the effect

of retinoic acid. British Journal of Cancer, London, v. 80, n. 10, p.1501-1505, 1999.

2COSTA, V. G.; MORELI, M. L.; Principais parâmetros biológicos avaliados em erros

na fase pré-analítica de laboratórios clínicos:: revisão sistemática. Jornal Brasileiro

de Patologia e Medicina Laboratorial, Rio de Janeiro, v. 48, n. 3, p.163-168, jun.

2012.

3 BAKER, D. C.. Diagnóstico das Anormalidades de Hemostasia. In: THRALL, M. A.

et al. Hematologia e Bioquímica Clínica Veterinária, 2. ed. São Paulo: ROCA,

2015. p.399–439

4 GRANAT, F.; GEFFRÉ, A; BRAUN, J. P.; TRUMEL, C. Comparison of platelet

clumping and complete blood count results with Sysmex XT-2000iV in feline blood

sampled on EDTA or EDTA plus CTAD (citrate, theophylline, adenosine and

dipyridamole). Journal of Feline Medicine and Surgery. v. 13, n. 12, p. 953-958,

2011.

5 TVEDTEN, H.; JOHANSSON, P. Feline platelet counting with prostaglandin E1 on

the Sysmex XT-2000iV. Veterinary Clinical Pathology. v. 39, n. 2, p. 190-192,

2010.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 12

ÁREA: CARDIOLOGIA

CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA EXCÊNTRICA DECORRENTE DE

ENDOCARDIOSE ATRIOVENTRICULAR BILATERAL - RELATO DE CASO

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 13

SILVA, L.H.A¹.; BRUM, M.P.²; MENDONÇA, J.S.¹;

¹Discentes da graduação em Medicina Veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA. ² Médica Veterinária, Docente, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA.

Palavras-chave: cardiologia, ecocardiograma, geriatria.

A endocardiose é uma enfermidade que acomete em sua maioria cães de

pequeno e médio porte¹. Ela acontece devido à ocorrência de injúrias ao endotélio

valvular, e em resposta é possível verificar a proliferação de miofibroblastos que

alteram a conformação valvular² ocasionando um espessamento e aparecimento de

nódulos que levam a não coaptação da válvula, e em consequência ocorre uma

regurgitação sanguínea para o átrio durante a sístole³. A endocardiose pode levar

a outras alterações cardíacas, dilatação atrial esquerda, dilatação do anel mitral e

hipertrofia excêntrica4. A hipertrofia excêntrica se caracteriza pelo hipertrofia do

miocárdio, levando à rigidez ventricular e prejudica a função diastólica, diminuindo

a pós-carga e comprometendo a vascularização do miocárdio, a alta pressão

causada leva a congestão e edema pulmonar5.

Paciente canino, fêmea, da raça Poodle, 13 anos de idade, com histórico

anterior de glaucoma e cardiomiopatia. Sua cardiopatia, até então, vinha sendo

tratada com Furosemida, Enalapril e dieta com ração para animais cardiopatas.

Foram realizados exames complementares, sendo eles ultrassonografia que

revelou esplenomegalia e hepatomegalia, exames bioquímicos revelaram leve

alteração no valor da ureia (67 mg/dL), porém os níveis de creatinina e ALT

permaneceram normais. E ecocardiograma onde se constatou escape das válvulas

atrioventriculares direita e esquerda, diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo

medindo 4,23mm, diâmetro sistólico do ventrículo esquerdo medindo 2,46mm,

ventrículo direito com discreto aumento, degeneração valvar mitral, hipertrofia

excêntricas de câmaras ventriculares esquerda e direita, porém sem alterações

hemodinâmicas. Foi então instituído tratamento com Pimobendan, Furosemida,

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 14

Enalapril 5 mg SID, Silimalon® (silimarina e metionina) BID. Posteriormente o

tratamento foi alterado, sendo prescrito Espironolactona 25 mg BID , Enalapril 5 mg

BID, Furosemida 10 mg BID e posteriormente foi administrada apenas SID, porém

a dose de furosemida não se mostrou eficiente e foi alterada para 20 mg bid, foi

também utilizado Levotiroxina 100μg SID por 30 dias visto que a paciente havia sido

diagnosticada com hipotireoidismo. A tosse não cessou no decorrer do tratamento,

e foi prescrito Codeína 30mg sid (no período noturno), após uma semana de

tratamento notou-se melhora na tosse.

Após cinco meses de tratamento foi realizado novo exame ultrassonográfico

que revelou a persistência da hepatomegalia e esplenomegalia. O exame

bioquímico revelou nível aumentado de ALT (225 UI/I). No sexto mês de tratamento

foi realizado novo Ecocardiograma, onde se constatou diminuição no diâmetro

diastólico do ventrículo esquerdo, agora medindo 3,39 mm, diâmetro sistólico do

ventrículo esquerdo medindo 2,39mm. As demais alterações verificadas no

ecocardiograma anterior permaneceram as mesmas. A paciente ainda mostrava

discreto aumento de átrios direito e esquerdo, escape de válvulas atrioventriculares

direita e esquerda, degeneração valvar mitral, hipertrofia excêntricas de câmaras

ventriculares direita e esquerda. O tratamento foi mantido, visto que a paciente se

encontra estável e demonstrando redução nos diâmetros cardíacos. Foi possível

observar que a terapêutica instituída foi eficaz, devido à diminuição do diâmetro

sistólico e diastólico da paciente.

Referências bibliográficas:

1. MCGAVIN, M.D.; ZACHARY, J.F. Bases da patologia em veterinária 2.ed. Rio de

Janeiro: Elsevier, 2013.

2. HAN, R.I.; CLARCK, C.H.; BLACK, A.; FRENCH, A.; CULSHAW, G.J.;

KEMPSON, S.A.; CORCORAN, B.M. Morphological changes to endothelial and

interstitial cells and to the extra-cellular matrix in canine myxomatous mitral valve

disease (endocardiosis). The Veterinary Jornal. N. 197, p. 388–394, 2013.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 15

3. FOX, P.R. Pathology of myxomatous mitral valve disease in the dog. Journal of

Veterinary Cardiology. N.14, p.103-126, 2012.

4. JERICÓ, M.m. Tratado de medicina interna de cães e gatos. 1. ed. Rio de

Janeiro : Roca, 2015.

5. NELSON, R. W.; COUTO, C. G. Medicina interna em pequenos animais. 5. ed.

Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

ÁREA: CARDIOLOGIA

CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA FELINA NA RAÇA MAINE COON:

RELATO DE CASO

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 16

BELTRÃO, F. B.¹*; BRUM, M. P.²; ABREU, J. V. F. de3; SILVA, J. A. P.4;

FAGUNDES, D. P.5; MARIOBO, E. R.6

¹ 3 4 Discentes do curso de medicina veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho, Porto Velho, Rondônia, Brasil. *[email protected]; ² Médica Veterinária, Especialista, Docente do curso de medicina veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho; 5 Médica veterinária; 6 Médico Veterinário.

Palavras-chave: Hipertrofia cardíaca, felino, Maine Coon.

A Cardiomiopatia Hipertrófica (CMH) idiopática tem origem desconhecida,

contudo, acredita-se na hipótese da ocorrência de uma mutação genética¹⸴². As

raças com maior predileção são Persa, Maine Coon, Ragdoll e Americano de pelo

curto³. A CMH é considerada a principal cardiomiopatia em felinos. O aumento da

frequência cardíaca leva a hipertrofia e consequentemente redução do volume

sanguíneo que entra no ventrículo esquerdo, causando aumento da câmara atrial

esquerda, congestão das veias pulmonares, edema pulmonar e efusão pleural, logo

Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC)². Felinos com ICC comumente apresentam

sinais de angústia respiratória, taquidispneia, até morte súbita³. A partir do momento

que exibem sinais clínicos, apresentam prognóstico ruim². A CMH associada à ICC

é a segunda maior causadora de óbitos em felinos acometidos por CMH⁴. Dentre

diversos exames, o Ecocardiograma é considerado Padrão Ouro para diagnóstico

da CMH¹⸴².

Uma fêmea, felina, dois anos e meio de idade, 5,9 kg, raça Maine Coon foi

levada à clinica veterinária com histórico de êmese e dificuldade respiratória.

Durante exame físico foram observadas taquipneia, taquicardia, hiporexia,

respiração abdomino-costal, ortopneia, TPC > 2 e mucosas hipocoradas. Os

exames complementares realizados evidenciaram: ureia: 100mg/dL; ALT 99,0 U/L,

amilase 1639,0 U/L; O hemograma demonstrou: anemia normocítica hipocrômica,

neutrolifia, linfopenia e monocitose. No ecocardiograma observou-se aumento de

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 17

átrio esquerdo, aumento da relação AE/Ao, septo interventricular e parede livre do

ventrículo esquerdo hipertrofiados, fração de encurtamento e de ejeção reduzidas,

efusão pleural e fluxo turbulento no interior da câmara atrial. A paciente

permaneceu internada por quatro dias, nos três primeiros dias o tratamento

instituído foi oxigenoterapia, fluidoterapia (Ringer com Lactato 250ml), (Furosemida

2mg/kg/IV), (Benazepril 0,5mg/kg/q 24h/VO), bloqueador dos canais de cálcio

(Diltiazem 1mg/kg/q 24h/VO), pleurocentese com drenagem de 30 ml de líquido.

No quarto dia a paciente foi à óbito.

Como se observa, os sinais clínicos e a progressão da doença apresentados

pela paciente em questão foram similares ao descrito na literatura. Desta forma,

entende-se como fundamental a realização de exames diagnósticos rotineiros,

especialmente nas raças predisponentes, visando chegar a diagnóstico precoce e

consequentemente melhorar o prognóstico e aumentar a sobrevida do paciente.

Referências bibliográficas:

¹ Nelson, R W; Couto, C G. Manual de medicina interna de pequenos animais.

Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

² Larsson, M H M A. Cardiomiopatia Hipertrófica Felina. In: Jericó, Márcia Marques.

Tratado de medicina interna de cães e gatos. Rio de Janeiro: Roca, 2015.

³ Little, S E. O Gato, Medicina Interna. Rio de Janeiro: Roca, 2015.

⁴ Pereira, G G; Yamato, R J; Larsson, M H M A. Insuficiência Cardíaca Congestiva.

In: Jericó, Márcia Marques. Tratado de medicina interna de cães e gatos. Rio de

Janeiro: Roca, 2015.

ÁREA: DERMATOLOGIA

PREVALÊNCIA DE DERMATITES CAUSADAS POR ÁCAROS EM CÃES

E GATOS ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA FIMCA, PORTO

VELHO/RO.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 18

LOPES, T.Va; SOUZA, T.A.b; REIS, L.T.Pc; MORAIS, W.E.Sd; OLIVEIRA, V.Ce;

PIMENTA, C.Nf.

a Thiago Vaz Lopes, Médico Veterinário, Doutorando em Reprodução Animal – UFAC, Docente da Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] b Thais de Almeida Souza, Médica Veterinária, Pós-graduanda em Análises Clínicas e Microbiologia, Hospital Veterinário das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – Hvet FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] c Laura Tereza P. dos Reis, Graduanda em Medicina Veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]. d Wilyanna Elisa de Souza Morais, , Graduanda em Medicina Veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]. e Vanderson Camargo de Oliveira, Médico Veterinário, Especialista em Ortopedia Veterinária, Hospital Veterinário das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – Hvet FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] f Carolina Nunes Pimenta, Médica Veterinária, Especialista em Clínica Médica e Cirurgia, Docente da Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail:[email protected]

Palavras-chave: pele, classe Arachnida, dermatoses parasitárias.

Dermatopatia é o termo genericamente utilizado para denominar as doenças

que afetam de forma direta a pele¹ e podem ser desencadeadas por vários fatores,

dentre eles as dermatites parasitárias que representam significativa casuística dos

atendimentos na clínica de pequenos animais² e sua importância não está apenas

associada à amplitude de morbidade, mas também pelo caráter zoonótico de

algumas dessas dermatites parasitárias³. Para tanto, o objetivo deste trabalho foi

realizar um levantamento da casuística de dermatopatias provocadas por ácaros

causadores de sarna em cães e gatos atendidos no Hospital Veterinário da FIMCA,

Porto Velho, Rondônia. O levantamento da casuística se deu através da análise

minuciosa das fichas de atendimentos clínico dermatológicos do período de Outubro

de 2017 a Junho de 2018, no intuito de quantificar os animais cujo exame

parasitológico de pele foi positivo para sarna, bem como os que tiveram diagnóstico

terapêutico para sarna. No período supracitado através dos resultados obtidos um

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 19

total de 76 animais apresentaram clinicamente dermatopatia causada por ácaros,

dos quais 65,7% (50) foram diagnosticados com Demodex sp., 21,1% (16) para

Sarcoptes sp., 5,3% (4) Notoedris sp. e 7,9% (6) diagnosticados com Lynxacarus

radovskyi. No que se refere à espécie, os cães representaram 85,5% (65) da

casuística e felinos 14,5% (11). Em relação ao fator racial, a maior casuísticas foi

representada por animais sem raça definida (SRD) que apresentaram proporção de

79% (60) e os com raça definida 21% (16). Aos parâmetros de gêneros, os machos

apresentaram maior susceptibilidade à infecção do que as fêmeas apresentando

65,8% (50) e 34,2% (26) respectivamente. Atualmente há diversas pesquisas que

avaliam a frequência das dermatopatias na clínica de pequenos, e grande parte

delas relatam maior incidência para demodiciose canina4.Enfermidade de origem

genética, ocasionada pelo ácaro Demodex sp., natural da pele, que frente à

episódios de imunossupressão relacionados à alimentação de diminuta qualidade,

fatores hormonais, bem como infecções primárias, multiplica-se de forma excessiva

nas glândulas sudoríparas e sebáceas, resultando em uma proliferação exacerbada

do ácaro6. A sarna sarcóptica em cães e notoédrica em felinos tratam-se de

zoonoses altamente contagiosas, principalmente por contato físico direto e fômites

contaminados, cujo desenvolvimento é comumente observada em animais

submetidos a canis de criação superpopulosos, com déficit de higienização, e

também a fatores imunológicos3. Logo o fato dos diagnósticos em felinos terem sido

muito inferiores aos caninos, pode estar associado ao menor número de animais

desta espécie atendidos na rotina do Hospital, e quanto a maior prevalência de

casos de linxacarioses há inúmeros relatos que indicam uma maior ocorrência deste

parasito em regiões de clima tropical, como o do presente estudo. Dessa forma,

através dos dados obtidos foi observado maior prevalência de demodiciose em cães

e de Lynxacarus radovskyi em felinos.

Referências bibliográficas:

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 20

¹VOLPE, A.S. Étimos gregos e latinos na formação de termos da medicina em

língua portuguesa. 2015. 89 p. Dissertação (Mestrado em Língua Portuguesa),

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2015.

²BATISTA, J. F.; VULCANI, V. A. S.; CAMILO, E. D. F.; OLIVEIRA A. L.; ROMANI,

A. F. Estudo retrospectivo da casuística de dermatopatias de caráter zoonótico do

Hospital Veterinário do Campus Jataí / UFG. Revista Ars Veterinária. v. 29, n. 4,

p. 115, 2013.

³CASTRO, R.; LUCARTES, L.; DELAYTE, E.; OTSUKA, M.; GERMANO, P.;

LARSSON, C. Levantamento retrospectivo de casos de escabiose canina e felina,

atendidos na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de

São Paulo, no período compreendido entre 1984 e 2002. Brazilian Journal of

Veterinary Research and Animal Science. v. 42, n. 2, p. 135-142, 2005.

4VALENCIO, B. A. et al. Frequência de ectoparasitoses em cães e gatos atendidos

no Hospital Veterinário do IFPB, campus Sousa- PB. ANAIS - VIII Congresso da

Sociedade Paulista de Parasitologia. v. 15, n. 6, 2016.

5SOUSA, K. R. F. ; MOURA, N. O. ; OLIVEIRA, Q. S. A. ; SILVA, M. M. ; BARROS, N. C. B.

; ROCHA, F. S. B. ; MIRANDA, A. P. ; MENDONCA, I. L. . Dermatopatias parasitárias

zoonóticas em animais atendidos em Hospital Veterinário Universitário em Teresina-Piauí.

In: VI Congresso Norte-nordeste de Medicina Laboratorial - IV medlab, 2017, Teresina-PI.

Revista Interdisciplinar de Ciências Médicas, v. 01, n. 03, p. 103 - 104, 2017.

6BARR, S.C.; BOWMAN, D.D. Doenças infecciosas e parasitárias em cães e

gatos – Consulta em 5 minutos. Rio de Janeiro: Revinter, 2010, p. 159- 165.

ÁREA: DERMATOLOGIA

SUCESSO TERAPÊUTICO DA ASSOCIAÇÂO DE TERBINAFINA 2,5% E

ENXOFRE 7% EM SURTO DE DERMATOFITOSE EM CANIL COMERCIAL NA

CIDADE DE PORTO VELHO-RO

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 21

SILVA, L. H. Aa; MIRANDA, N. V. b; RODRIGUES, C. J. c; SOUZA, T.A. d; LOPES, T.

V.e

a Laís Holanda Alvares Silva, acadêmica do 10º período de Medicina Veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, [email protected]; b Natiele Vale Miranda, acadêmica do 4º período de Medicina Veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, [email protected]. c Juliana Costa Rodrigues, Médica Veterinária, Especialista em Dermatologia, Hospital Veterinário das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – Hvet FIMCA, Porto Velho, Rondônia, d Thais de Almeida Souza, Médica Veterinária, Pós-graduanda em Análises Clínicas e Microbiologia, Hospital Veterinário das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – Hvet FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]. e Thiago Vaz Lopes, Médico Veterinário, Doutorando em Reprodução Animal – UFAC, Docente das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]

Palavras chave: Microsporum canis, cão, tratamento.

A dermatofitose é uma infecção que ocorre devido ao parasitismo de

dermatófitos patogênicos que invadem os tecidos queratinizados da epiderme,

podendo acometer tanto animais como também seres humanos que tenham contato

com animais ou com o dermatófito no ambiente1-4. O agente patogênico mais

comumente encontrado é o Microsporum canis2, é caracterizado como uma espécie

zoofílica1 com característica zoonótica, sua infestação no hospedeiro causa prurido,

áreas alopécicas com formato circular, inflamação, foliculite e pode ocasionar

prurido3. O diagnóstico é realizado a partir de histórico, análise macroscópica das

lesões, e exames complementares. Uma ferramenta muito útil no diagnóstico de

dermatofitose por Microsporum é a lâmpada de Wood, onde é possível localizar os

focos de dermatófitos que se mostra com aspecto fluorescente cor verde-maçã

devido à interação da luz UV com os metabólitos do Microsporum. Porém o

resultado negativo não é fidedigno, portanto deve ser realizada também citologia,

raspado de pele, tricograma e cultura para chegar ao diagnóstico definitivo3. O

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 22

tratamento de dermatofitoses normalmente é realizado por um longo período,

tornando-se oneroso ao tutor, sendo as drogas do grupo das alilaminas e dos azóis

as mais utilizadas5. A Terbinafina é um composto fungicida do grupo das alilaminas,

que atua impedindo a cadeia de produção da membrana fúngica, penetra

rapidamente a pele e mucosas quando administrada de forma tópica6, uma

variedade de fungos são sensíveis à terbinafina. Com este buscamos relatar o uso

da terbinafina associada com enxofre, como fungicida utilizado para o controle e

tratamento em um surto de dermatofitose causada por Microsporum canis em um

canil comercial na cidade de Porto Velho-RO, foram tratados 30 cães das raças;

Yorkshire Terrier, Pug, Shih Tzu, Rottweiler e Cão de Crista Chinês, dentre eles o

predomínio foram animais do sexo feminino e em filhotes. Para o tratamento foram

manipulados shampoos de Terbinafina 2,5% e Shampoo de Enxofre 7% totalizando

5 litros de cada, iniciaram-se os banhos terapêuticos em massa com o emprego do

shampoo de enxofre 7%, deixando agir por 20 minutos e logo após o enxague e

utilização do shampoo de terbinafina 2,5%, deixando agir por mais 20 minutos,

realizando posteriormente o enxague e secagem total dos animais. Os banhos

foram repetidos a cada 3 dias durante 30 dias. Após o segundo banho já era

possível observar uma redução das lesões, como também das descamações da

pele, o sucesso do emprego dessa combinação está associado ao curto período de

tempo do tratamento, uma vez que os princípios ativos utilizados para tratamento

tópicos, na maioria tem duração e indicação por mais de 90 dias. Após o término do

tratamento nenhum dos cães tratados apresentaram recidivas, não sendo

necessário a associação concomitante do uso de antifúngicos orais, uma vez que

esses são hepatotóxicos6, o emprego de tratamento que descarte essa utilização

deve ser visto como um excelente tratamento. O Microsporum canis pode ser mais

resistente que os demais gêneros7. Porém em um estudo realizado comparando o

desempenho da terbinafina e da griseofulvina, foi demonstrado que não houve

diferença entre resultados de desempenho8 sendo esse outro fator relevante, o

custo do tratamento da associação de shampoo a base de terbinafina e enxofre, se

apresentando em média de ¼ do valor do tratamento tópico convencional.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 23

Concluímos assim que esse é um excelente protocolo terapêutico para o combate

do Microsporum canis em cães.

Referências bibliográficas:

1. PATEL, A.; FORSYTHE, P. Dermatologia em pequenos animais. Rio de

Janeiro: Elsevier, 2010.

2. CARDOSO, M.J.L.; MACHADO, L.H.A.; MELUSSI, M.; ZAMARIAN, T.P.;

CARNIELLI, C. M.; FERREIRA JÚNIOR, J.C.M. Dermatopatias em cães: revisão de

257 casos. Archives of Veterinary Science. V.16, n.2, p.66-74, 2011.

3. CHERMETTE, R.; FERREIRO, L.; GUILLOT, J. Dermatophytoses in Animals.

Micopathologia. 2008.

4. GÜRTLER, T.G.R.; DINIZ, L.M.; NICCHIO, L. Microepidemia de tinha do couro

cabeludo por Microsporum canis em creche de Vitória - Espírito Santo (Brasil).

Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 80, n.3, p. 267-272, 2005.

5. PERES, N.T.A.; MARANHÃO, F.C.A.; ROSSI, A.; MARTINEZ-ROSSI, N.M.

Dermatófitos: interação patógeno-hospedeiro e resistência a antifúngicos. Anais

Brasileiros de Dermatologia. V.85, n.5, p.657-667,2010.

6. SPINOSA, H.S.; GÓRNIAK, S.L.; BERNARDI, M.M. Farmacologia aplicada à

medicina veterinária. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

7. BARROS, C.M.; STASI, L.C. Farmacologia Veterinária. Barueri, SP: Manole,

2012.

8. BALDA, A.C.; OTSUKA, A.C.M.; LARSSON, C.E. Ensaio clínico da griseofulvina

e da terbinafina na terapia das dermatofitoses em cães e gatos. Ciência Rural,

Santa Maria, v.37, n.3, p.750-754, mai-jun, 2007.

ÁREA: DIGESTÓRIO

HEPATITE PORTAL CRÔNICA, ASSOCIADA Á HIPERPLASIA DOS

DUCTOS BILIARES EM UM CÃO DA RAÇA SHIH-TZU - RELATO DE CASO.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 24

CAVALHEIRO, A. B.¹ GERHARDT, J.F.² GONÇALVES, I.S.R.³ MARIA, D.S.4

AMORIM, L. M.5 SOUZA, T.A.S.6

1 - Aline Bertozo Cavalheiro, acadêmica do 8 º período de Medicina Veterinária –

FIMCA, Porto Velho, Rondônia, [email protected]

2 - Jefferson Fernando GERHARDT, Medico Veterinário – Humaitá, Amazonas,

[email protected]

3 - Izabella da Silva Rocha Gonçalves, Médica Veterinária – Porto Velho, Rondônia,

[email protected]

4 - Dyuleandro Santos de Maria, acadêmico do 9° período de Medicina Veterinária

– FIMCA, Porto Velho, Rondônia, [email protected]

5 - Larissa Machado Amorim, acadêmica do 7° período de Medicina Veterinária –

FIMCA, Porto Velho, Rondônia, [email protected]

6 - Thais de Almeida Souza, Médica Veterinária, Pós graduanda em Análises

Clínicas e Microbiologia, Hospital Veterinário – FIMCA, Porto Velho,

[email protected]

Palavras Chave: Cães, Patologia hepática, Ducto biliar.

A hepatite crônica canina é uma patologia secundária progressiva e

irreversível, que causa alterações na morfologia do fígado devido à fibrose hepática

difusa e de etiologia variada1, podendo ser infecciosas, tóxicas ou causadas por

fármacos, imunomediadas, metabólicas ou idiopáticas, quando foram desprezadas

todas as etiologias conhecidas, porém geralmente é desconhecida, pois o

diagnóstico etiológico nem sempre é possível, portanto a descrição histopatológica

torna-se o melhor artifício diagnóstico.2 Os sinais clínicos são comumente icterícia,

ascite, vômito, anorexia, letargia, perda de peso, diarreia, poliúria ou polidipsia.

Outras alterações histopatológicas podem ser retratadas como: hiperplasia de ducto

biliar, congestão, colestase e telangiectasia, decorrentes de alterações secundárias

à compressão e perda da configuração hepática resultante da fibrose.1,2 Um

paciente canino de oito anos, fêmea, shih-tzu, pesando 8,5 kg foi atendido em uma

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 25

clinica veterinária na cidade de Humaitá/AM, encaminhado de outra clínica em

tratamento a base de amoxicilina+clavulanato (20 mg/kg, 8/8 horas), glicopam (0,5

ml/kg, 12/12 horas), dipirona (25 mg/kg, 12/12 horas). Já havia sido solicitada a

ultrassonografia onde apresentou hepatomegalia, presença de nódulos com

ecogenicidade mista, bordas irregulares do fígado, sugestivo de hepatite crônica.

Na anamnese o tutor relatou que o animal apresentava dor abdominal, vômito e não

se alimentava. No exame físico o animal apresentava temperatura retal 38,9°,

mucosas hipocoradas, ascite, dor a palpação e aumento abdominal. Foi prescrito

furosemida (3 mg/kg, 8/8 horas), porém o paciente veio a óbito. Foi realizada a

necropsia do paciente e coletado amostras de fragmentos do fígado para

histopatológico e cultura bacteriana. Nos achados de necropsia o fígado

apresentou-se com tamanho discretamente aumentado, de coloração vermelho

claro com a superfície capsular granular com acentuação do padrão lobular e

consistência firme no centro e friável nas extremidades. Presença nódulos do tipo

esféricos, circunscritos e aleatórios, e mais claros que o parênquima circunjacente.

No exame histopatológico macroscópico foi encontrado nódulo hepático medindo

(3,0 cm X 2,5 cm X 1,5 cm), macio e acastanhado. No corte histológico de fragmento

hepático exibe microscopicamente um infiltrado inflamatório linfohistioplasmocitário

periportal moderada a acentuada, associada à fibroplasia acentuada, proliferação e

dilatação de vasos linfáticos e hiperplasia de ductos biliares, além de congestão

multifocal moderada de vasos e sinusóides. Diante do exposto caso e as pesquisas

realizadas observa-se que as hepatopatias são patologias comuns em pequenos

animais, porém de difícil diagnóstico, pois envolvem múltiplos fatores, de diferentes

formas de apresentações, variáveis sinais clínicos e que podem desenvolver outras

patologias secundárias. Além de que muitos proprietários não têm condições

financeiras para fazer uma biópsia e apenas o exame ultrassonográfico não

especifica a etiologia da doença. A hepatite crônica é uma doença de caráter

evolutivo irreversível e, faz-se então necessário um diagnóstico precoce para a

eficácia do tratamento.

Referências bibliográficas:

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 26

1. Pereira, C. L., de Godoy, N. F. P., Maria, É., & Terra, A. G. R. Hepatite

crônica focal em cão Golden Retriever: Relato de caso. PUBVET v.12, n.8, a158,

p.1-6, Ago., 2018.

2. GODOY, T.B.; SANTOS, R.C.S.; BOCARDO, L.M.; ROCHA, M.; SACCO,

S.R.; Hepatopatias em cães: relato de cinco casos clínicos ribeiro - Revista

Científica Eletrônica de Medicina Veterinária - FAMED/FAEF e Editora FAEF. Ano

VII, n. 13, Julho de 2009. Disponível em:

<file:///C:/Users/User/Downloads/ZFTPVUwmIYabq9L_2013-6-25-10-10-15.pdf>

Acesso em 03/09/2018.

ÁREA: EPIDEMIOLOGIA

REGISTROS DE ERLIQUIOSE EM CÃES DOMÉSTICOS NO MUNICÍPIO DE

PORTO VELHO – RO: CONSIDERAÇÕES EPIDEMIOLÓGICAS

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 27

LOPES, T.V.a; SANTOS, A.G.M.a; FERREIRA, E.R.T.G.c; NASCIMENTO, P.F.d;

SOUZA, T.A.e; PIMENTA, C.N.f.

aThiago Vaz Lopes, Médico Veterinário, Doutorando em Reprodução Animal – UFAC, Docente da Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]. b Agnis Genevi Moreira dos Santos, Graduanda em Medicina Veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail:[email protected]. c Emily Railda Tibúrcio Gonçalves Ferreira, Graduanda em Medicina Veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]. d Patrícia Ferreira do Nascimento, Graduanda em Medicina Veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: patrí[email protected]. e Thais de Almeida Souza, Médica Veterinária, Pós-graduanda em Análises Clínicas e Microbiologia, Hospital Veterinário das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – Hvet FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]. f Carolina Nunes Pimenta, Médica Veterinária, Especialista em Clínica Médica e Cirúrgica, Docente da Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] .

Palavras-chave: hemoparasita, pancitopenia tropical canina, doença do carrapato.

A erliquiose canina é uma enfermidade que provoca imunossupressão em

cães e canídeos silvestres. É causada por um hemoparasito do gênero Ehrlichia

sp., que faz parte de um grupo de bactérias conhecidas como ricketsias, da ordem

Rickettsiales, família Anaplasmataceae1. Ehrlichia canis é o agente que mais

comumente afeta os cães, sendo o que causa o quadro clínico mais severo, tendo

maior importância epidemiológica. Apesar disso, várias espécies de Ehrlichia

podem causar infecção clínica e subclínica em cães. São parasitas intracelulares

obrigatórios que infectam leucócitos (monócitos e polimorfonucleares) ou

trombócitos (plaquetas) e causam trombocitopenia no hospedeiro2. O objetivo do

trabalho foi analisar os casos registrados de erliquiose em três clínicas veterinárias

no município de Porto Velho no ano de 2017, a partir de 2.969 pacientes atendidos

por esses estabelecimentos. Os dados foram tabulados em planilha eletrônica

EXCEL®, para comparação dos resultados analisados. Em relação ao

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 28

comportamento populacional da erliquiose nos cães atendidos no município de

Porto Velho-RO, a prevalência foi de 10,95% (325/2969) do total de atendimentos

feitos pelas três clínicas estudadas. Para averiguar os dados obtidos, os animais

diagnosticados com erliquiose foram separados em machos 48,61% (158/325) e

fêmeas 51,38% (167/325). Foram separados em dois grupos: sendo animais de

raça pura totalizando 49,23% (160/325) e animais sem raça definida totalizando

50,77% (165/325). Considerando os cães de raças acometidas, a prevalência nesse

estudo foi de Pit Bull (9,23%), Shih-tzu (6,77%), Pìnscher (5,54%) e Poodle (4,92%),

esses dados vão ao encontro a resultados descritos anteriormente que também

descreveram o Pit Bull como a raça mais acometida, e já o Shih-tzu nem aparece

nas estatísticas deste estudo3. Dessa forma, é possível observar que em nosso

estudo os animais sem raça definida foram os mais acometidos, de encontro com

estudos anteriores que defendiam que animais de raça pura eram mais suscetíveis

a doença3, observou-se também que não tem efeito sobre a predisposição de

gêneros, notando que as porcentagens foram muito próximas, contrariando estudos

anteriores que demonstraram maior prevalência de Erliquiose em machos,

possivelmente explicado por animais desse sexo terem mais acesso à rua, sendo

mais expostos a vetores e apresentarem maior potencial para infecção4.

Concluindo-se então com este estudo que a prevalência de animais que foram

atendidos nos estabelecimentos visitados no ano de 2017 no município de Porto

Velho - RO foi de 10,95%, evidenciando assim um alto índice epidemiológico desta

patologia.

Referências bibliográficas:

1BORIN, S.; CRIVELENTI, L.Z.; FERREIRA, F.A. Aspectos epidemiológicos,

clínicos e hematológicos de 251 cães portadores de mórula de Ehrlichia spp.

naturalmente infectados. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e

Zootecnia, v.61, n.3, p. 566-571, 2009.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 29

2SILVA, I. P. M.; Medica Veterinária - Universidade Severino Sombra, Vassouras -

RJ REVISTA CIENTIFICA DE MEDICINA VETERINARIA. Periódico Semestral, n.

24; 2015.

3FERREIRA, M.R.A; FREITAS-FILHO, E.G; DIAS, M; MOREIRA, C.N. Prevalência,

fatores de risco e associações laboratoriais para erliquiose monocítica canina.

Enciclopédia biosfera, Centro Científico Conhecer, Goiânia, v.8, n.15; p. 2012.

4SOUZA, B. M. P. S.; LEAL, D. C.; BARBOZA, D. C. P. M.; UZÊDA, R. S.;

ALCÂNTARA, A. C.; FERREIRA, F.; LABRUNA, M. B.; GONDIM, L. F. P.; FRANKE,

C. R. Prevalência da infecção por Ehrlichia spp. em cães e carrapatos no Nordeste

do Brasil. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, Jaboticabal, v.19, n.2,

p.89-93, 2010.

ÁREA: EPIDEMIOLOGIA

SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE RAIVA CANINA NO MUNICÍPIO DE

PORTO VELHO, RONDÔNIA.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 30

LOPES, T.V.a ; SOUZA, T.A.b; LIMA, A. D.c; ROMANO, A.R.d; ALVES, C.F.e;

BENETTI, E.Cf.

a Thiago Vaz Lopes, Médico Veterinário, Doutorando em Reprodução Animal – UFAC, Docente da Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] b Thais de Almeida Souza, Médica Veterinária, Pós-graduanda em Análises Clínicas e Microbiologia, Hospital Veterinário das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – Hvet FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] c Diego Alexandre Lima, Graduando em Medicina Veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] d Aline Requenha Romano, Graduanda em Medicina Veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] e Caio Felipe Alves, Graduando em Medicina Veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail:[email protected] f Eberton Cesar Benetti, Médico Veterinário, Especialista em Clínica Médica e Cirurgia, Hospital Veterinário das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – Hvet FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]

Palavras-chave: zoonose, raiva canina, saúde pública.

A Raiva é uma antropozoonose ocasionada por um vírus RNA pertencente à

família Rhabdoviridae e gênero Lyssavirus, acometem todos os mamíferos e o

prognóstico da enfermidade é fatal em quase 100% dos casos¹. O cão doméstico é

considerado o principal transmissor no ciclo urbano da doença². A distribuição

epidemiológica da enfermidade é bastante heterogênea nas diversas regiões do

Brasil, e está intimamente associada a fatores socioeconômicos e culturais. E,

embora o número de casos de raiva canina vem reduzindo progressivamente há

notificações em alguns estados da região Sudeste e região Centro Oeste, mas o

destaque de registros e fragilidade a surtos ocorrem principalmente nas regiões

Norte e Nordeste³. Diante disso, o presente trabalho teve por objetivo realizar um

levantamento de casos suspeitos de raiva canina no município de Porto Velho,

Rondônia. Trata-se de um trabalho descritivo, utilizando dados do período de março

de 2016 a março de 2018, obtidos por meio de verificação no sistema de

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 31

informações do Departamento do Controle de Zoonoses (DCZ) do município, que

detém o registro individual de cada animal, data, origem, gênero e diagnóstico. Os

dados, por sua vez, são provenientes de amostras de animais clínica e

epidemiologicamente suspeitos de raiva, obtidas do corno de Amon (hipocampo),

cerebelo, córtex cerebral, bulbo e medula, que posteriormente foram enviadas ao

Laboratório Central (LACEN) de Porto Velho para análise. Após o estudo,

identificou-se a necessidade de observar e enviar para análise de vírus rábico um

total de 20 cães, sendo (%) 13 machos e (%) 07 fêmeas. O ano de 2016 apresentou

o maior número de casos suspeitos de raiva, representando 58% quando

comparado ao ano seguinte. Todovia, todos os casos suspeitos tiveram resultados

negativos. A casuística foi satisfatória, considerando que nos anos de 2011 a 2016,

houve registro de 287 casos de cães positivos para raiva no Brasil, sendo que 23%

desses ocorreram na região Norte4. Nas regiões em que há alto índice de casos

registrados atribui-se a essa falha, principalmente à deficiência na estruturação das

campanhas de vacinação no que se refere a pilares organizacionais, divulgação e

treinamentos, no intuito de difundir e conscientizar a profilaxia antirrábica5. Dessa

forma, conclui-se que do período estudado não houve nenhum caso positivo de

raiva canina no município de Porto Velho e essa baixa incidência reflete, sobretudo,

a eficiência do Programa de Profilaxia da Raiva executado pelo Departamento de

Controle de Zoonoses do município.

Referências bibliográficas:

¹ACHA, P.N.; SZYFRES B. Zoonosis y enfermedades transmisibles comunes al

hombre y a los animales: clamidiosis, rickettsiosis y virosis. Washington, DC: OPS,

3ª ed., v. II, 2003. 439 p.

²BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Situação

Epidemiológica – Dados. Raiva: análise da situação epidemiológica da raiva no

Brasil no período de 2011 a 2016. 2016. Disponível em:

<http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2016/maio/27/Informe-epidemiol--

gico-raiva.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2018.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 32

³OLIVEIRA, M. S. et al. Levantamento de casos de raiva canina no município de

São Luís – MA no período de Janeiro/2009 a Junho/2011. In: CONGRESSO

BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA, 41, 2014, Gramado/RS. Anais.

Gramado/RS: Sovergs, 2011. Disponível em:

<http://www.sovergs.com.br/site/38conbravet/resumos/113.pdf>. Acesso em: 24

ago. 2018.

4WADA, Y.W.; ROCHA, S. M.; ELKHOURY, N.S.M. Situação da Raiva no Brasil

entre os anos de 2000 a 2009. Revista de Epidemiologia de Serviços da Saúde,

Brasília, v. 20, n. 4, p. 509-518, 2011.

BABBONI, S.; MODOLO, J.R. Raiva: Origem, Importância e Aspectos

Históricos. UNOPAR Científica - Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v.

13, n. 3, p. 349-356, 2011.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 33

ÁREA: INFECCIOSAS

RELATO DE CASO DE ESPOROTRICOSE NA ESPÉCIE CANINA EM

PORTO VELHO, RONDÔNIA.

MARTINS, R.Va; SOUZA, T.A.b; SADECK, B.Gc; OLIVEIRA, V.Cd; BERTOZO, A.Ce.;

LOPES, T.V.f

a Rita Valéria Martins, Médica Veterinária, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] b Thais de Almeida Souza, Médica Veterinária, Pós-graduanda em Análises Clínicas e Microbiologia, Hospital Veterinário das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – Hvet FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] c Bruno Gondim Sadeck, Médico Veterinário, Especialista em Clínica Médica e Cirúrgica, Docente da Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] d Vanderson Camargo de Oliveira, Médico Veterinário, Especialista em Ortopedia Veterinária, Hospital Veterinário das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] e Aline Bertozo Cavalheiro, Graduanda de Medicina Veterinária – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, [email protected] f Thiago Vaz Lopes, Médico Veterinário, Doutorando em Reprodução Animal – UFAC, Docente das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]

Palavras chave: Cães; Esporotricose; saúde pública.

A esporotricose é uma micose causada pelo fungo dimórfico Sporothrix

schenckii e pouco frequente em cães1. Possui distribuição cosmopolita, acomete

seres humanos e animais de várias espécies, manifesta-se por infecções cutâneas e

subcutâneas, podendo evoluir para doença sistêmica2. Pelo fato de possuir

diagnóstico definitivo difícil em cães e pela carência de relatos de caso da doença no

estado de Rondônia, o presente trabalho teve por objetivo relatar um caso de

esporotricose canina na cidade de Porto Velho/RO. Um cão, macho, dois anos de

idade, castrado, sem raça definida, com 26 kg, foi atendido no Hospital Veterinário da

FIMCA. Ao exame físico, o paciente estava aparentemente saudável, alerta, dócil,

mucosas oculares e gengivais normocoradas, TPC < 2 segundos, normohidratado,

linfonodos não reativos, temperatura de 38,7ºC, frequência cardíaca de 104 bpm,

pulso forte e sincrônico, frequência respiratória de 32 mpm e ausência de sons

patológicos na ausculta torácica. O principal achado foi um nódulo cutâneo em região

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 34

nasal direita, de contorno circunscrito e consistência firme, com aproximadamente 1,6

cm de diâmetro, aspecto eritematoso, superfície elevada e irregular, com lesão erosiva

na região central e leve secreção serosa. O paciente foi submetido à nodulectomia

por eletrocirurgia e o material encaminhado para análise histopatológica. A descrição

microscópica mostrou a derme com denso infiltrado inflamatório misto (macrófagos e

neutrófilos) com área central de necrose e abscedação. O diagnóstico histopatológico

foi inflamação aguda com abscedação central, sendo considerados achados

sugestivos do Complexo Sporothrix schenckii. Foi prescrito Cefalexina na dose 30

mg/kg/VO/BID por 7 dias, Dipirona gotas 25 mg/kg/VO/BID por 3 dias, antissepsia da

ferida cirúrgica com Clorexidine 2% duas vezes ao dia até total cicatrização e retorno

com 7 dias para retirada do ponto cirúrgico. Em cães, a manifestação cutânea da

esporotricose está restrita ao local de origem da inoculação, caracterizando-se por

nódulos subcutâneos com alopecia, permanecendo isolados ou múltiplos,

normalmente em região de plano nasal e tronco3. Através do exame histopatológico

observa-se infiltrados inflamatórios sugestivos de Sporothrix schenkii.4 Pode-se obter

a cura completa através da excisão da lesão, contudo a extirpação do tecido afetado

só é possível em sítio anatômico que possibilite a intervenção cirúrgica, devendo ser

realizado com margem de segurança, no mínimo 0,5 cm de diâmetro da lesão5. A

esporotricose canina deve ser incluída no diagnóstico diferencial das dermatoses de

cães domiciliados na cidade de Porto Velho/RO. Mostra-se necessária uma

investigação epidemiológica no estado de Rondônia em virtude da escassez de

descrições do S. schenckii nesta região.

Referências bibliográficas:

1 LARSSON, C. E. Esporotricose. Brazilian Journal of Veterinary Research and

Animal Science, Brasil, v. 48, n. 3, p. 250-259, 2011.

2 CRUZ, 2013 - CRUZ, L.C.H. Complexo Sporothrix schenckii. Revisão de parte da

literatura e considerações sobre o diagnóstico e epidemiologia. Revista Veterinária e

Zootecnia, Botucatu, v. 20, p. 8-28, 2013.

3 GREENE, C. E. Doenças Infeciosas em cães e gatos. ed. 4. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2015. Cap. 61, p. 678- 684.

4 HNÍLICA., K. A. Dermatologia de Pequenos Animais: Atlas Colorido e Guia

Terapêutico. ed. 3. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 35

5 FOSSUM, T. W. Cirurgia de Pequenos Animais. ed. 4. Rio de Janeiro: Elsevier,

2014.

ÁREA: NEUROLOGIA

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SINDROME VESTIBULAR PERIFÉRICA EM UM GATO ATENDIDO NO

HOSPITAL VETERINÁRIO DA FIMCA, PORTO VELHO/RO - RELATO DE CASO.

BARRETO, A.S.a; QUEIRÓZ, L.O.Fb; LEITE, J.Sc; RIBEIRO, M.Od; DOMICIANO,

S.Se, SOUZA. T. Af,

a Graduanda em Medicina Veterinária - FIMCA, Porto Velho/RO. E-mail: [email protected]. b Médica Veterinária; Especialista na área de Clínica Médica e Cirurgica de Pequenos animais pelo instituto Quallitas. c Graduando em Medicina Veterinária - FIMCA, Porto Velho/RO. E-mail:[email protected]. d Graduanda em Medicina Veterinária - FIMCA, Porto Velho/RO. E-mail:[email protected]. e Graduando em Medicina Veterinária - FIMCA, Porto Velho/RO. E-mail: [email protected]. f Médica Veterinária; Pós Graduanda em Análises Clínicas e Microbiologia – FIMCA, Porto Velho/RO. E-mail: [email protected]

Palavras Chave: Otite média/interna, Radiografia, Betaistina.

A síndrome vestibular periférica é um conjunto de sinais clínicos neurológicos

e está associada a diversos fatores como traumas, neoplasias, idiopáticos e

congênitos, porém, a causa mais comum é desencadeada por otite media e interna,

tendo uma menor incidência em felinos em relação aos cães¹. A sintomatologia clínica

pode variar, mas pode caracterizar-se por lateralização da cabeça, ataxia, nistagmo,

mioclonias, convulsão, emêse, andar em círculos, entre outros.2 Dessa forma, o

presente trabalho teve por objetivo relatar o caso de um felino diagnosticado com

síndrome vestibular periférica secundária à otite. O paciente, SRD, 6 meses, fêmea,

atendido no Hospital Veterinário escola, onde a tutora relatou que o animal estava

com inclinação de cabeça e apresentava prurido e secreção na orelha esquerda, o

paciente estava em tratamento instituído pelo próprio tutor para otite. Foram

solicitados exames laboratoriais como hemograma completo, bioquímicas séricas

(creatinina, ureia e GGT), e radiografia de crânio, esta última não autorizada pelo

responsável. Ao exame físico minucioso observou-se vermelhidão e discreta secreção

purulenta na orelha esquerda. Durante a realização dos testes neurológicos, o animal

apresentou alteração head tilt e ataxia vestibular, onde constatou lesão do sistema

nervoso periférico, foi acometido o sistema vestibular com alterações concentradas

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 37

em nervos facial (VII) e vestibulococlear (VIII) sem comprometimento de déficit

proprioceptivo e sistema nervoso periférico, tendo como diagnóstico presuntivo

síndrome vestibular periférica secundária à otite. O paciente apresentou temperatura

de 41,2°C e no intuito de diminuir a temperatura corporal e melhor avaliação, o

paciente foi internado. Durante o período de hospitalização foi administrado

ceftriaxona 25 mg/kg, de 12/12 horas, IV. Dipirona 25 mg/Kg de 8/8 horas IV, na

tentativa de restabelecer a homeostase térmica do paciente. A complementação do

tratamento se deu inicialmente com dicloridrato de betaistina, no intuito de aumentar

a compensação vestibular, tornando a recuperação mais eficaz3, sendo mantido

durante a internação juntamente com dicloridrato de betaistina 8 mg e dexametasona

1mg/kg por dois dias. Após três dias, o animal recebeu alta, sendo prescrito cefalexina

suspensão 30 mg/kg, BID por 7 dias, dicloridrato de betaistina 20 MG/KG de 12/12

VO, por 5 dias e uso otológico de Otodem Plus. Neste caso, a conturbação periférica

observada, pode ter sido ocasionada pela presença de micro-organismos que lesaram

de forma direta a orelha média e/ou interna provocando inflamação do labirinto4. O

exame hematológico apresentou uma leucocitose por neutrofilia moderada com

desvio à esquerda, achado possivelmente relacionado à inflamação da orelha, uma

vez que, durante o processo de reação inflamatória promove a descamação de células

nucleadas e anucleadas, levando ao aparecimento de neutrófilos e macrófagos5. O

exame radiográfico é útil na avaliação da bula timpânica, e juntamente o ducto auditivo

externo, atentando-se as alterações crônicas como mineralização ou estenose, e otite

externa6. A falha do tratamento de otite podem fazer com que a doença se agrave

levando a alterações neurológicas e o avanço para SVP. O médico veterinário deve

estar atento aos sinais, para que ocorra o diagnóstico precoce, evitando a ocorrência

de sequelas para o paciente. Dessa forma, conclui-se que embora a síndrome

vestibular periférica seja desencadeada por diversos fatores tais como doenças

infecciosas/inflamatórias, tóxicas, neoplasias e traumas, a realização de uma

avaliação clínica e neurológica minuciosa, bem como identificação precoce da causa

primária são essenciais na tentativa de evitar danos irreversíveis ao paciente.

Referências bibliográficas

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 38

¹ DEWEY. C. W., COSTA. R.C. Neurologia canina e felina, guia prático. in:

SANDERS.S.G. Distúrbio do equilíbrio e da audição: o nervo vestíbulococlear (NC

VIII) e as estruturas associadas. São Paulo: Guará, 2017, cap.11, p. 321.

2 RAMOS. P. R. C., el al. Sindrome Vestibular Periférica em Cães. 2016. (Relato de

caso)- Revista Científica do Curso de Medicina Veterinária – FACIPLAC. Brasília -DF,

2016.

3LACOUR, M. Vestibular compensation in thecat: the role ofthehistaminergic system.

Acta Oto-Laryngologica, v. 120, p. 15-18, 2000

4TAYLOR, S. M. Head Tilt. In: NELSON, R. W., COUTO, C. G. Small animal internal

medicine. 3. ed. St. Louis: Mosby, 2003. p. 1005-1009.

5 SAMPAIO. M. S. Ocorrência de otite externa em cães apresentado em consulta

de rotina. (Tese/ Dissertação de mestrado)- Universidade Lusófona de humanidade

e tecnologia - Medicina Veterinária. Lisboa, 2014.

6 GONÇALVES, C. N. C. B. Síndrome vestibular em animais de companhia: estudo

retrospectivo de 29 casos clínicos. 2016.(dissertação de mestrado integrado em

medicina veterinária)- Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de Lisboa,

Lisboa, 2016.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 39

ÁREA: NEUROLOGIA

SINDROME VESTIBULAR PERIFÉRICA SECUNDÁRIA A TRAUMA

CRANIANO EM UM CÃO - RELATO DE CASO

PONTES, Tayla Maciele¹; GONDIM, Bruno²; PIRES, Suen³; BELÃO, Kerlanny4;

TORRES, Vitor5; SOUZA, Thais de Almeida6.

1 Tayla Maciele, aluna 8º período Medicina Veterinária-FIMCA, Porto Velho, Rondônia, [email protected]. 2 Bruno Gondim Sadeck, médico veterinário especialista, docente, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, [email protected] 3 Suen Pires, aluna 8º período Medicina Veterinária-FIMCA, Porto Velho, Rondônia, [email protected]. 4 Kerlanny dos Santos Coqueiro Belão, aluna 8º período Medicina Veterinária-FIMCA, Porto Velho, Rondônia, [email protected] 5 Vitor Torres, aluno 8º período Medicina Veterinária-FIMCA, Porto Velho, Rondônia, [email protected]. 6 Thais de Almeida Souza, Médica Veterinária, Pós-graduanda em Análises Clínicas e Microbiologia, Hospital Veterinário das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – Hvet FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]

Palavras-chaves: Neurológico, traumatismo, nistagmo.

A síndrome vestibular é um distúrbio neurológico que afeta o sistema vestibular

de cães e gatos, principal sistema responsável por coordenar a manutenção da

cabeça, movimentos dos olhos e postura do animal¹. É o que assegura o equilíbrio e

mantem a posição do animal no espaço. Os sinais clínicos comumente são agudos e

podem variar de acordo com o componente do SV afetado, apesar de apresentar-se

em sua maioria com sinais típicos, permitindo com que o veterinário reconheça sua

condição através dos exames clínicos. Porém é secundária a múltiplos fatores,

principalmente infecções e inflamações da orelha média e interna, neoplasias, pólipos

ou traumatismo, que afetam diretamente o aparato vestibular periférico¹. É importante

fazer os exames específicos para localizar a lesão e definir se é central ou periférica.

Além de uma boa anamnese é imprescindível a realização de avaliação neurológica

minuciosa, bem como exames de imagem². Para tanto, o objetivo desse trabalho foi

relatar o caso de um cão diagnosticado clinicamente com síndrome vestibular

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 40

periférica. O paciente canino da raça shih-tzu, branco, macho, com 1 ano e 4 meses

de idade foi atendido no Hospital Veterinário das Faculdades Integradas Aparício

Carvalho – FIMCA, cuja queixa principal do tutor era que o animal havia sido

atropelado, bateu a cabeça e apresentava hemorragia nasal. Ao exame clinico pode-

se observar um quadro clinico agudo, o animal estava com atitude alerta, porém

discretamente lenta, aparência saudável e comportamento dócil. Observou-se

nistagmo bilateral, à ausculta discretos estertores finos, dificuldade de expansibilidade

bilateral e cabeça posicionada lateralmente para esquerda (head tilt). Para melhor

avaliação foi solicitado radiografia torácica latero-lateral e dorso ventral, além de

ultrassonografia abdominal total. A impressão diagnóstica dos laudos radiográficos e

ultrassonográfico apresentaram-se sem maiores particularidades. Aos exames

neurológicos, nota-se traumatismo crânio encefálico com síndrome vestibular,

justificado pela alteração nos reflexos dos nervos cranianos, presença de Head Tilt

com o nistagmo e sinais vestibulares. Baseado nos achados clínicos e de imagem

diagnosticou-se síndrome Vestibular periférica secundária a trauma craniano. No

tratamento inicial foi administrado Solução fisiológica 0,9%, Manitol 0,5mg/kg via

endovenosa (EV), Dexametasona 2mg/kg (ev), Transamin 25mg/kg (ev) e uso

oftálmico de Still colírio 1 gota no olho esquerdo após limpeza a cada 4horas, protocolo

estabelecido no intuído estabilizar o animal. Após três dias, o paciente recebeu alta,

sendo receitado o uso de Dicloridrato De Flunarizina 10mg, 1comprimido a cada 12h

via oral, Colírio Diclofenaco sódico para instilar uma gota seis vezes ao dia; Colírio à

base sulfato de condroitina A e Ciprofloxacina, 06 vezes ao dia por 10 dias;

Prednisolona 0,25mg/kg via oral, SID por 3 dias. De uma forma geral, as alterações

vestibulares de origem periféricas podem decorrer por razões distintas que muitas

vezes não são passíveis de diagnósticos apenas por meio de exames laboratoriais,

portanto, as avaliações clínica, otológica e neurológica meticulosa são de imenso

significado para um diagnóstico correto6. Como não há tratamento específico para

essa desordem neurológica, apenas em quadros em que há uma causa primária,

associada à escassez de protocolos terapêuticos para a mesma6, o tratamento é

instituído no intuito de amenizar a progressão das alterações. Via de regra, não se

exige a utilização de corticosteróides. Porém, em casos agudos, como o caso em

questão, pode-se fazer utilização de prednisona 0,25mg/kg uma vez ao dia por via

oral de 1 a 3 dias, para diminuir o processo inflamatório e tumefação do labirinto

vestibular7. E, em virtude da proximidade dos olhos com o solo ou à paralisia do nervo

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 41

facial pode predispor ao desenvolvimento de ceratite, conjuntivite e úlceras,

justificando a instituição dos protocolos oftálmicos8. Todavia, o tempo de recuperação

pode ser variável mesmo com a instituição correta do tratamento.6 Assim sendo,

conclui-se que vestibulopatias são comuns entre cães, independente da idade ou sexo

e raça, com sinais característicos e facilmente reconhecidos em exames clínicos e

neurológicos. Com essa base pode-se definir se a lesão é central ou periférica, e

instituir o tratamento adequado, para minimizar os sinais clínicos, e principalmente

tratar a causa base da síndrome vestibular periférica.

Referências bibliográficas:

1. NEGREIROS, Daiane de Oliveira. Síndrome vestibular em cães e gatos.

2012. 127f. Monografia (Graduação em Medicina Veterinária) – Faculdade de

Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012.

2. PINTO, Maria Cristina Lemos de Carvalho Aguiar. Síndrome Vestibular em

Cães. 2017. 41f. Relatório final de estágio (Mestrado Integrado em Medicina

Veterinária) – Universidade do Porto, Portugal, 2017.

3. RAMOS, Priscila Ribeiro Chaves; SIMOES, Miguel Junio Monteiro Simões;

MUSTAFA, Vanessa da Silva. Síndrome Vestibular Periférica em Cães – Relato de

Caso. Revista Científica do Curso de Medicina Veterinária – FACIPLAC, Distrito

Federal, V. 3, n. 1, p 51, Ago 2016.

4. ROSSETO, Laryssa Petrocini; SÁ, Manuella Audino Rodrigues; MORAES,

Paola Castro. Reabilitação em Cães com trauma craniano: Relato de dois casos.

Anais, 35º Anclivepa p. 0941, São Paulo.

5. DIOGO, Camila Cardoso; CAMASSA, José Arthur de Abreu. Síndrome

Vestibular Central de Causa Bacteriana em Cães – Revisão de Literatura. Revista

Cientifica de Medicina Veterinária - FAMED/FAEF, São Paulo, Ano XIII-n. 25 – Jul

2015.

6. BRUM, Alexandre Martini de et al. DICLORIDRATO DE BETAISTINA NA

SÍNDROME VESTIBULAR PERIFÉRICA CANINA. Ciência Animal Brasileira, v. 11,

n. 1, p. 239 - 244, abr. 2010. ISSN 1809-6891. Disponível em:

<https://www.revistas.ufg.br/vet/article/view/1753/8119>. Acesso em: 01 set.

2018.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 42

7. CHRISMAN, C.; MARIANI, C.; PLATT, S.; CLEMMONS, R. Neurologia para o

clínico de pequenos animais. Roca, São Paulo. 336 p. 2005.

8. CARVALHO, Ana Sofia dos Santos Simões. Clínica e Cirurgia de Animais

Exóticos. 2015. Relatório de Estágio do Mestrado em Clínica e Cirurgia de Animais

Exóticos. Escola de Ciências e Tecnologia de Medicina Veterinária EVORA, Lisboa,

Universidade de Evora, 2015

ÁREA: OFTALMOLOGIA

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CERATIRE SUPERFICIAL CRÔNICA NA RAÇA SHIH-TZU EM CLÍNICA

VETERINÁRIA PARTICULAR EM PORTO VELHO- RO: RELATO DE CASO

AMORIM, L. M.¹; BRUM, M. P.², JESUS, J. V. S.3, PRADO, E.3, CAVALHEIRO, A. B.3,

SILVA, C. R.

1. Larissa Machado Amorim, aluna do 7º período de Medicina Veterinária-FIMCA, Porto Velho, Rondônia, EMAIL: [email protected] 2. Miryane Pagel Brum, Médica Veterinária especialista, docente, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, EMAIL: [email protected] 3. Jõao Victor Silva de Jesus, aluno do 9º período de Medicina Veterinária-FIMCA, Porto Velho, Rondônia, EMAIL: [email protected] 4. Elton Prado, aluno do 7º período de Medicina Veterinária-FIMCA, Porto Velho, Rondônia, EMAIL: [email protected] 5. Aline Bertozo Cavalheiro, aluna do 8º período de Medicina Veterinária-FIMCA, Porto Velho, Rondônia, EMAIL: [email protected] 6. Carolina Ribeiro Silva, aluna do 8º período de Medicina Veterinária-FIMCA, Porto Velho, Rondônia, EMAIL: [email protected]

Palavras-chave: Cão, Córnea, Pannus.

A Ceratite Superficial Crónica (CSC), Pannus ou Síndrome de Überreiter é uma

inflamação de evolução crônica que se caracteriza pela infiltração de plasmócitos e

linfócitos, pigmentos, formação de neovasos e tecidos de granulação no epitélio e

estroma anterior da córnea, que geralmente é bilateral surgindo entre os 3 e os 6

anos1. principalmente na raça Pastor Alemão, sendo capaz de levar a cegueira se não

tratada2. Sua etiologia ainda é questão de debate, porém várias hipóteses sugerem

que é uma predisposição hereditária, um agente externo como a radiação ultravioleta3.

ou uma enfermidade imunomediada2. Os sintomas clínicos da CSC são hiperemia da

conjuntiva, vascularização e edema da córnea, bem como deposição de pigmento na

superfície da córnea, tal depósito é um indicativo de cronicidade. Mudanças

patológicas progridem da borda da córnea no canto lateral para o centro da córnea4.

O diagnóstico se baseia tanto pela raça do cão como os sinais e lesões, e

frequentemente são suficientes para o diagnóstico de ceratite superficial crônica, e

dificilmente há necessidade de se realizar exames complementares, contudo um

exame oftalmológico íntegro deve ser realizado3. Seu prognóstico é bom quanto à

retrocesso dos sintomas e o controle da doença, entretanto não possui cura,

requerendo manejo durante o resto da vida do animal6. Devido esta afecção não ter

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cura a prevenção é essencial, que se baseia-se no manejo correto, por isso

recomenda-se aos proprietários a não sujeitar seus animais nas horas de luz solar

mais intensas, efetivando assim os passeios preferencialmente pela manhã, e

também, a castração desses animais, por ser uma enfermidade hereditária, não

reproduzi-los é uma forma de prevenção. O tratamento comumente estipulado é feito

a base corticóisteróides tópicos associados à solução tópica de ciclosporina A 5.

Um macho, canino, 9 anos de idade, pesando 5,9 kg, da raça Shih-tzu, foi

levada à clínica apresentando manchas escurecidas na córnea (Imagem 1). Na

avaliação física, o animal apresentou normalidade nos parâmetros vitais. O exame

oftalmológico revelou a presença de tecido vascularizado e pigmentação (Imagem 2),

no quadrante temporal inferior de ambas as córneas. Baseado nos achados clínicos

foi definido o diagnóstico de CSC. Como tratamento foi instituído o medicamento de

manutenção à base de Ciclosporina, uma gota em cada olho de 12 em 12 horas, já

que a doença não tem cura, mas sim tratamento para que não haja progressão e a

consequente cegueira do animal. Além da recomendação à tutora para evitar à

exposição do seu cão à incidência solar.

Como se observa, os sinais clínicos e a cronicidade da doença apresentados

pelo paciente em questão foram similares ao descrito na literatura. Apesar da raça

não estar nos grupos predispostos, acredita-se que a raça Shih-tzu por ter um olho

proeminente, possa apresentar uma sensibilidade maior à doenças oftálmicas, já que

há um desamparo da órbita ocular e maior exposição à luz solar e a poeira. Desta

Imagem 1. Fotografia Ocular de um Shit-zu, OD

apresentando vascularização e pigmentos, sinais

característicos da CSC. (Fotografia Original).

Imagem 2. Fotografia Ocular de um Shi-tzu,

OE Apresentando pigmentação

característica da CSC (Fotografia Original).

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 45

forma, entende-se como fundamental o conhecimento por parte dos Médicos

Veterinários das oftalmopatias e da existência da CSC, para estabelecer um

diagnóstico precoce e correto controle terapêutico e ainda recomendar aos tutores, o

manejo correto de raças predispostas antecipadamente e aos animais já acometidos.

Referências bibliográficas:

1. CONCEIÇÃO, Diana Isabel Lourenço Nobre da. Queratite superficial crónica em

canídeos: estudo retrospectivo. 2012. Tese de Doutorado. Universidade Técnica de

Lisboa. Faculdade de Medicina Veterinária.

2. BARRIENTOS, Laura Soledad. Estudio de asociación mediante marcadores

genéticos de la Queratitis Superficial Crónica en perros de raza Ovejero Alemán. Tese

de Doutorado. Facultad de Ciencias Veterinarias. 2017.

3. CORTEZ RIVERA, Gustavo David. Análisis estadístico de la presencia de queratitis

superficial crónica en caninos del Distrito Metropolitano de Quito. 2012.

4. DRAHOVSKA, Z. et al. A retrospective study of the occurrence of Chronic Superficial

Keratitis in 308 German Shepherd dogs: 1999-2010. Polish journal of veterinary

sciences, v. 17, n. 3, p. 543-546, 2014.

5. ROSERO VIZCARRA, Francisco Javier. Análisis de dos tratamientos para el

manejo de queratoconjuntivitis superficial crónica inmunomediada en caninos basada

en corticoterapia y la utilización de ciclosporina 1 por ciento o tacrolimus 0.03 por

ciento en la Clínica Veterinaria Dogtor's Cat ubicada en el Distrito Metropolitano de

Quito. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso. Quito: Universidad de las Américas,

2016.

6. MEDEIROS, V. B.; RODRIGUES, R. T. G. A.; FERREIRA, M. B.; MEDEIROS, V.

B.; BEZERRA, J. A. B. Aspectos clínicos e terapêuticos da ceratite superficial crônica

canina. XIV Congresso Paulista de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais -

CONPAVEPA - São Paulo-SP, 2016.

ÁREA: OFTALMOLOGIA

DESCEMETOCELE EM CADELA PINSCHER COM EVOLUÇÃO PARA

PHTHISIS BULBI – RELATO DE CASO.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 46

Silva, C. R.¹ Brum, M.P², Cavalheiro, A. B.³, Nunes, V. R. R.⁴, Botassini, M. K.⁵,

Amorim, L. M.⁶

1 - Carolina Ribeiro Silva, acadêmica do 8º período de Medicina Veterinária – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, [email protected] 2- Miryane Pagel Brum, médica veterinária especialista, docente, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, 3 – Aline Bertozo Cavalheiro, acadêmica do 8º período de Medicina Veterinária – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, [email protected] 4 - Vanessa Rachele Ribeiro Nunes, acadêmica do 8º período de Medicina Veterinária – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, [email protected] 5 - Maria Karolina Botassini, acadêmica do 8º período de Medicina Veterinária – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, [email protected] 6 – Larissa Machado Amorim, acadêmica do 7º período de Medicina Veterinária – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, [email protected]

Palavras chave: Oftalmologia, Córnea, Atrofia ocular.

A córnea é uma estrutura ocular composta por cinco camadas: filme lacrimal

pré-corneano, epitélio, estroma, membrana de Descemet e endotélio. Ulcerações

intensas dessas camadas dão origem a úlcera de córnea profunda onde após o

rompimento do estroma, a membrana de Descemet salienta-se para frente, devido a

sua elasticidade, sendo esta lesão denominada de descemetocele. Inferindo que a

descemetocele é uma complicação de úlcera de córnea profunda.1,2. Os traumas são

as causas mais frequentes destas lesões. Um canino da raça Pinsher, fêmea, 8 anos

de idade, pesando 3,2 kg, foi encaminhado à clínica veterinária particular de Porto

Velho/RO com histórico de ceratite ulcerativa profunda, diagnosticado há 3 dias. A

paciente foi submetida ao teste de fluoresceína, onde foi possível diagnosticar ceratite

ulcerativa profunda, apresentando descemetocele com prolapso de humor aquoso e

de íris. O procedimento de flap pediculado foi indicado e realizado, com intuito estético,

uma vez que o animal já apresentava perda de visão. Onde, para o pré-operatório foi

prescrito azitromicina (16,5 mg, V.O, SID) associado a meloxicam (0,16 mg, V.O, SID)

e jejum sólido (12 horas) e hídrico (6 horas), para no dia posterior proceder a cirurgia.

No pós-operatório foi prescrito ciprofloxacina em colírio (antibiótico oftálmico), uma

gota a cada 2 horas durante 4 dias e, azitromicina (16,5 mg, V.O, SID) associada a

meloxicam (0,16 mg, V.O, SID) durante 6 dias. A paciente teve retorno à Clínica

Veterinária após sete dias, para averiguação da ferida cirúrgica, a qual se apresentava

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 47

com bom tecido de cicatrização e neovascularização, e o acompanhamento procedeu-

se novamente após oito dias a qual foi realizado a retirada dos pontos e corte do

pedículo. As medicações se mantiveram até a melhora da ferida cirúrgica.

Aproximadamente duas semanas após o término das administrações

medicamentosas houve atrofia ocular. Consuma-se que a ceratite ulcerativa pode

afetar as camadas mais internas oculares, apresentando diversos efeitos, como

relatado, a exposição da membrana Descemet. Sendo assim, após a sua ruptura

sucede-se a liberação do humor aquoso e, posteriormente, o prolapso de íris.

Conseguinte, pthisis bulbi é o estágio final de qualquer patologia referente à

oftalmologia, a qual se caracteriza pela diminuição do globo ocular, onde o mesmo

encontra-se retraído para o interior da órbita, sendo um olho afuncional.

Referências bibliográficas:

1. SLATTER. D.; Manual de Cirurgia de Pequenos Animais, vol 2. São Paulo:

Editora Manole, 2007.

2. KOMMERS, L.; BERNICKER, E. T.; LORENSET, J. A; TEICHMANN, C. E.

Descemetocele em um canino - Relato de caso. XVIII Jornada de Extensão.

UNIJUÌ, 2017.

ÁREA: ONCOLOGIA

ASSOCIAÇÃO DE IVERMECTINA À QUIMIOTERAPIA CONVENCIONAL

DE TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL EXTRAGENITAL EM UM CÃO –

RELATO DE CASO

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 48

SOUZA, T.A.¹; QUEIROZ, L.O.F.²; BENETTI, E.C.3; OLIVEIRA,V.C.4; CAVALHEIRO,

A.B5; LOPES, T. V6.

a Thais de Almeida Souza, Médica Veterinária, Pós-graduanda em Análises Clínicas e Microbiologia, Hospital Veterinário das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – Hvet FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] b Larissa Oltramari França Queiroz, Médica Veterinária, Especialista em Clínica Médica e Cirurgica, Hospital Veterinário – Hvet FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] c Eberton Cesar Benetti, Médico Veterinário, Especialista em Clínica Médica e Cirúrgica, Hospital Veterinário Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] d Vanderson Camargo de Oliveira, Médico Veterinário, Especialista em Ortopedia Veterinária, Hospital Veterinário das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – Hvet FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] e Aline Bertozo Cavalheiro, Graduanda em Medicina Veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail:[email protected]. f Thiago Vaz Lopes, Médico Veterinário, Doutorando em Reprodução Animal – UFAC, Docente da Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]

Palavras-chave: citologia, linfossarcoma, terapêutica.

O tumor venéreo transmissível (TVT) é uma neoplasia de células redondas que

acomete principalmente a genitália externa de cães¹, mas com menor prevalência

pode ser observada na cavidade oral sem associação com lesões genitais, sendo este

considerado como extragenital e primário¹. O tratamento das formas clássicas é o

quimioterápico sulfato de vincristina, porém fatores relacionados à morfocelularidade

e localização extragenital possam apresentar uma menor resposta². Inúmeras

pesquisas recentes apresentam bons resultados na utilização de anti-inflamatórios

e/ou avermectinas associados ao sulfato de vincristina nessa enfermidade.³ ,5 Assim,

no intuito de colaborar com dados terapêuticos incomuns dessa neoplasia, o trabalho

teve por objetivo relatar o protocolo terapêutico bem sucedido em um caso de TVT

oral primário em cão. O paciente, canino, 03 anos, SRD, macho, foi atendido no

Hospital Veterinário da FIMCA com a queixa de tumefação em região infra nasal e

sangramento oral há semanas. Ao exame físico minucioso, constatou-se lesão única

levemente granulosa e hemorrágica na gengiva, além de linfonodos submandibulares

reativos. Realizou-se hemograma completo, bioquímicas renais e hepáticas, citologia

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 49

da cavidade oral por imprint. Na citologia oral por imprint a microscopia revelou células

redondas com moderada relação núcleo citoplasma, núcleos excêntricos e basofílicos,

intensa vacuolização citoplasmática, cromatina grosseira, nucléolos evidentes e

figuras de mitoses anormais, citomorfologicamente compatíveis com tumor venéreo

transmissível TVT misto. Após o diagnóstico e encaminhamento do paciente à

quimioterapia, o protocolo estabelecido foi de sulfato de vincristina na dose de 0,025

mg/kg via endovenosa por 4 sessões com intervalo de 7 dias, associado à ivermectina

na dose de 0,3 mg/kg/sc após a infusão do antineoplásico. Após terceira semana de

tratamento, o animal apresentou remissão de 80% da lesão oral. A instituição do

protocolo baseou-se em estudos que ratificam que a utilização de drogas associadas

à vincristina possuem maiores benefícios em relação ao seu uso isolado no tratamento

de neoplasias, principalmente no intuito de potencializar o efeito anti-tumoral e

diminuir a resistência aos quimioterápicos4. A ivermectina com seu potencial inibidor

de P-glicoproteína, atua na inibição de resistência tumoral de

múltiplas drogas agindo como adjuvante na terapêutica do TVT, aumentando a

eficácia do tratamento e reduzindo o número de aplicações, efeitos colaterais e

recidivas em TVT’s³, atuando assim em sinergismo com a vincristina. Dessa forma,

concluiu-se que a associação ivermectina-vincristina pode ter atuado como agente

adjuvante na regressão do TVT oral, principalmente quanto à regressão macroscópica

da lesão.

Referências bibliográficas:

¹BRANDÃO, C.V.S.; BORGES, A.G.; RANZANI, J.J.T.; RAHAL, S.C.; TEIXEIRA,

C.R.; ROCHA, N.S. 2002. Tumor venéreo transmissível: estudo retrospectivo de 127

casos (1998-2000). Revista de Educação Continuada do CRMV-SP, São Paulo, v.

5, n. 1, p. 25-31, 2002.

²FERNANDES, C.P.M.; GASPAR, L.F.J.; MEINERZ, A.R.M.; GRECCO, F.B.; NOBRE,

M.O.; CLEFF, M.B. Tumor venéreo transmissível canino com metástase encefálica.

Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 34, n. 6, p. 3929-3934, 2013.

³SÁ, A. C.; MORAES, S. F. S.; CRUZ, M. F. R.; MARQUEZ, E. S.; CALDERON, C.;

Aspectos clínicos do tumor venéreo transmissível. Scientific Electronic Archives

Issue, v. 9, n. 3, 2016.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 50

4LAPA, F. A. S. Estudo comparativo da eficácia de dois protocolos de tratamento

do tumor venéreo transmissível em cães. 2009, 73 p. Dissertação (Mestrado)

Universidade do Oeste Paulista. Presidente Prudente, 2009

5LAPA, F.A.S.; ANDRADE, S.F.; GERVAZONI, E.R.; KANEKO, V.M.; SANCHES,

O.C.; GABRIEL FILHO, L.R.A. Histopathological and cytological analysis of

transmissible venereal tumor in dogs after two treatment protocols. Revista

Colloquium Agrariae, Presidente Prudente, v.8, p. 36-45, 2012.

ÁREA: ONCOLOGIA

LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA PREVALÊNCIA DE

NEOPLASIAS EM CÃES EM CLÍNICA VETERINÁRIA PARTICULAR EM PORTO

VELHO- RO: ESTUDO RETROSPECTIVO

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 51

AMORIM, L. M.¹; BRUM, M. P.², CAVALHEIRO, A. B.3, SILVA,L. H. A.3, PRADO, E.3

FONSECA, I. L.3

1. Larissa Machado Amorim, aluna do 7º período de Medicina Veterinária-FIMCA, Porto Velho,

Rondônia, EMAIL: [email protected]

2. Miryane Pagel Brum, Médica Veterinária especialista, docente, Faculdades Integradas Aparício

Carvalho – FIMCA, EMAIL: [email protected]

3. Aline Bertozo Cavalheiro, aluna do 8º período de Medicina Veterinária-FIMCA, Porto Velho,

Rondônia, EMAIL: [email protected]

4. Laís Holanda Álvares Silva, aluna do 9º período de Medicina Veterinária-FIMCA, Porto Velho,

Rondônia, EMAIL: [email protected]

5. Elton Prado, aluno do 7º período de Medicina Veterinária-FIMCA, Porto Velho, Rondônia, EMAIL:

[email protected]

6. Israel Lima da Fonseca, aluno do 9º período de Medicina Veterinária-FIMCA, Porto Velho, Rondônia,

EMAIL: [email protected]

Palavras-chave: Cão, biópsias, longevidade.

As neoplasias representam uma das principais causas de óbito em animais de

companhia. Os aumentos no número de diagnóstico das afecções malignas em cães

e gatos podem estar relacionados ao aumento da longevidade dos mesmos. ¹ As

causas primárias do câncer ainda não foram totalmente definidas, mas se constatou

que, neoplasias se desenvolvem em decorrência de mutações genéticas espontâneas

ou induzidas por agentes patogênicos. Os levantamentos epidemiológicos do câncer

auxiliam nos estudos do impacto da patologia na população animal, sendo possível

detectar fatores de risco, estabelecer medidas preventivas, realizar diagnóstico

precoce e eleger tratamentos, atribuindo qualidade e sobrevida aos pacientes.²

No presente trabalho foi realizado o levantamento de dados de biópsias de

cães, em clínica particular, na cidade de Porto Velho-RO, nos anos de 2016 e 2017,

com o objetivo de estimar a prevalência de animais acometidos por neoplasias e

relacionar com a idade dos mesmos. No ano de 2016 foram 22 animais e 15

apresentavam neoplasias, em sua maioria com idade superior a 9 anos. Em 2017

foram feitas 26 biópsias, sendo 20 animais apresentavam neoplasias. Resultando no

total de 48 biópsias, sendo dessas 48 biópsias, 35 delas tiveram o diagnóstico

definitivo de neoplasias. As faixas etárias dos cães foram consideradas como segue:

filhotes (até um ano de idade), adultos (de dois a oito anos de idade) e idosos (acima

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 52

de oito anos de idade). Quanto ao sexo, os cães foram classificados apenas como

macho ou fêmea, independentemente de serem castrados ou inteiros.

Os gráficos abaixo demonstram em números, a ocorrência das neoplasias dos

animais avaliados nesse estudo, segundo a idade e sexo.

Figura 1. Gráfico dos dados dos cães acometidos por neoplasias, segmentados em idade e sexo.

SANTOS et al. (2013) afirma em seu estudo com 210 cães, que a maior parte

das neoplasias que são tratadas com intervenções cirúrgicas está correlacionada com

o sexo, a idade e a raça do animal. Se referindo ao sexo, há maior prevalência de

neoplasias em fêmeas, apresentando 71%, comparados aos machos. Tratando-se de

incidência das neoplasias relacionadas com a idade, conclui-se que a maior pré-

disposição de neoplasias foram observadas em animais adultos e idosos, sendo os

idosos os mais acometidos.3

Com esse estudo podemos concluir que animais independentemente do sexo

podem suscetíveis à neoplasias em geral, podendo variar em tipos, tamanho e grau

das mesmas. E que o aumento das neoplasias está correlacionado com a maior

longevidade dos cães, sendo que as neoplasias foram predominante nos animais mais

velhos.

Referências bibliográficas:

1. Barros, J. C.; Alexandre, N. A.; Carvalho, L. L.; Costa, M. L.; Nascimento M. R.;

Stupak, E. C.; Mariani, O. M.; Junior, D. P.; Calazans, S. G.; Dias, F. G. G; - Perfil de

cães geriátricos acometidos por neoplasias: estudo retrospectivo de 75 casos, I

Simpósio de Oncogeriatria em Pequenos Animais. v. 16, n. 5 (2017) Disponivel em:

<http://publicacoes.unifran.br/index.php/investigacao/article/view/1922> Acesso

em:04/09/2018

0

5

10

15

SEXO 0-1ANO

2-8ANOS

> 9ANOS

LEVANTAMENTO DE DADOS DE NEOPLASIAS EM CÃES NO ANO DE 2016

Fêmea

Macho

TOTAL

0

20

SEXO 0 -1ANO

2 - 8ANOS

> 9ANOS

LEVANTAMENTO DE DADOS DE NEOPLASIAS EM CÃES NO ANO DE 2017

Fêmea

Macho

TOTAL

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 53

2. Daleck, C. R.; Nardi A. B.; Oncologia em cães e gatos 2. ed. Rio de Janeiro : Roca,

2016.

3. SANTOS, I. F. C. et al. Prevalência de neoplasias diagnosticadas em cães no

Hospital Veterinário da Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique. Arquivo

Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 65, n. 3, p. 773-782, 2013.

ÁREA: ONCOLOGIA

METÁSTASE ÓSSEA DE CARCINOMA SÓLIDO EM CANINO

SILVA, L. H. A1; BRUM, M. P.2; BOGOEVICH, A. M.3; SANCHEZ, S. Z4; ABREU,

J.V.F1.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 54

1 Discente de Medicina Veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA. 2 M. V. Especialista, docente das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA. 3 M. V. Mestre em Ciência Animal, docente das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA. 4 Médica Veterinária, Clínica Veterinária Quatro Patas.

Palavras-chave: oncologia, oncogênese, neoplasia.

O Instituto Nacional do Câncer define o câncer como um conjunto patologias

que tem por causa base a alteração do mecanismo celular, que acarreta no aumento

de divisões celulares1. Alterações genéticas impedem que os mecanismos de

checagem sejam eficientes, proteínas como a P53 induzem a célula a realizar a

apoptose durante o checkpoint. Porém quando mutada não realiza essa função

permitindo que a célula alterada faça mitose. Alterações de DNA levam também a

ativação de oncogenes desencadeando a expressão do fenótipo tumoral, tais

alterações podem ser ocasionadas devido à ação de carcinógenos endógenos,

químicos, virais ou também pela ação de bactérias e parasitas2-3.

Após o processo de iniciação que ocorre nas células e do aumento do índice

mitótico celular, o tecido neoplásico necessita de nutrientes para que possa continuar

seu crescimento, para tanto é iniciado o processo de angiogênese tumoral, onde a

partir de fatores angiogênicos liberados pelo tumor, ocorre a formação de novos vasos

que nutrirão esse tecido. Após esse processo, devido à baixa adesividade celular, as

células podem ganhar a corrente sanguínea ou linfática e ocasionar metástases em

diferentes tecidos do corpo. O aporte sanguíneo também ocasiona uma espoliação do

organismo, de forma a realizar a proteólise e lipólise, portanto é possível observar a

caquexia e sarcopenia no paciente oncopata3-4.

Os tumores mamários representam 52 % de todas as neoplasias que

acometem as fêmeas caninas, e destes, 50 % apresentam características de

malignidade⁵. As fêmeas com idade entre 9 e 11 anos de idade são mais acometidas.

Para a intervenção cirúrgica é indicado à mastectomia uni ou bilateral completa,

devido a maior incidência de metástases quando realizada a nodulectomia. Grande

parte das metástases ocorrem um ano depois da ressecção do tumor inicial6.

Relato de Caso

Foi atendido um animal, da espécie canina, gênero feminino, sem raça definida,

com 12 anos de idade e pesando 26 quilos, atendido na Clínica Veterinária Quatro

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 55

Patas, em 14/03/2018. A tutora relatou que o animal apresentava um aumento de

volume facial do lado direito, assimetria facial, sangramento gengival após a

alimentação e brincadeiras com outros cães que a paciente convivia e ainda que se

alimentasse normalmente não ganhava peso, permanecendo magra.

No início do ano de 2017 a paciente passou por procedimentos cirúrgicos para

a realização de duas nodulectomias, sendo uma no membro pélvico direito e a

segunda na mama torácica caudal direita, e ovariosalpingohisterectomia devido à

piometra. À anamnese foi relatado que o aumento de volume facial iniciou em torno

do mês de dezembro de 2017, apresentando consistência dura. Durante a inspeção

da cavidade oral foi observada a mudança no aspecto do palato duro. Foi coletada

amostra óssea para exame histopatológico o resultado da biópsia apontou metástase

óssea de carcinoma sólido, com provável origem mamária.

O tratamento quimioterápico não foi realizado por opção da tutora, foi instituída

alimentação rica em proteína, administração de ômega, tramadol (2 mg/kg SID) e

meloxicam (0,2 mg/ kg). A alteração do palato duro continuou a se estender e

provocar constantes sangramentos orais, apesar da mudança de alimentação a

paciente tinha dificuldade para se alimentar devido ao sangramento. Devido à piora

do quadro, os tutores optaram pela eutanásia da paciente no dia 2 de junho de 2018.

Após o acompanhamento do presente caso clínico, foi possível notar que a

metástase do carcinoma ocorreu dentro de um ano após as nodulectomias, período

em que a literatura relata o aparecimento de metástases. A nodulectomia, apesar de

recomendada pela literatura, não é o método cirúrgico de eleição.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 56

Foto 1: Alteração no aspecto do palato duro (seta). Fotógrafa: Laís Holanda Alvares Silva. Proprietária: Laís Holanda Alvares Silva.

Referências bibliográficas:

1. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. ABC do câncer: abordagens básicas para

o controle do câncer. Rio de Janeiro: Inca, 128 p., 2011.

2. PIMENTA, V.S.C., P53 e o câncer: revisão da literatura. Tese (Programa de pós-

graduação em ciência animal) - Universidade Federal de Goiás, Goiás, 2012.

3. DALECK, C. R.; DE NARDI, A. B. Oncologia em cães e gatos. 2. Ed. 766 p. Rio

de Janeiro: Roca, 2016.

4. FUNDAÇÃO DE ESTUDO E PESQUISA EM MEDICINA VETERINÁRIA E

ZOOTECNIA. Cadernos técnicos de veterinária e zootecnia: oncologia em pequenos

animais. Belo Horizonte: MVZ editora, n. 70, set. de 2013.

5. FELICIANO, M. A. R.; JOÃO, C. F.; CARDILLI, D. J.; CRIVELARO, R. M.; VICENTE,

W. R. R. Neoplasia mamária em cadelas: revisão de literatura. Revista científica

eletrônica de medicina veterinária. Ano IX, n 18, jan. 2012.

6. MEDEIROS, V. Câncer da mama na cadela. Journal Of Surgical And Clinical

Research, v. 8, n. 1, p. 118-129, 3 nov. 2017.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 57

ÁREA: PARASITOLOGIA

ANÁLISE COPROPARASITOLÓGICA E ANÁLISE DO PERFIL

HEMATOLÓGICO EM CÃES DOMICILIADOS EM PORTO VELHO/RO.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 58

BRUSTOLIN. B.S¹, SOUZA. T.A2, SOUZA. K.Z. B3, SANTOS. J.C.L. D4, SOUZA. E.M.

D5, SILVA. I.M6. LOPEZ, T7.

1 Bárbara Silva Brustolin Graduando em MEDICINA VETERINÁRIA das Faculdades Integradas Aparício Carvalho, FIMCA; E-Mail: [email protected] (*) Autor para correspondência. 2 Thais Almeida De Souza Médica Veterinária Pós Graduanda em Análises Clínicas e Microbiologia – FIMCA, Porto Velho/RO. E-mail:[email protected]. 3 Kathleen Zaine Bueno Souza3 Graduando em MEDICINA VETERINÁRIA das Faculdades Integradas Aparício Carvalho FIMCA. E-mail:[email protected] 4 Jessica Cristina Lima Dos Santos Graduando em MEDICINA VETERINÁRIA das Faculdades Integradas Aparício Carvalho, FIMCA. E-mail:[email protected] 5 Elivan Mota De Souza Graduando em MEDICINA VETERINÁRIA das Faculdades Integradas Aparício Carvalho, FIMCA; E-Mail: [email protected] 6 Ilania Martins Silva Graduando em MEDICINA VETERINÁRIA das Faculdades Integradas Aparício Carvalho, FIMCA; E-Mail: [email protected] 7 Thiago Vaz Lopes, Médico Veterinário, Doutorando em Reprodução Animal – UFAC, CPF: 832.802.352-00, Docente da Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]

Palavras-chave: Carga parasitária. Infestações. Exame coproparasitológico.

O estudo foi realizado na cidade de Porto Velho, no estado de Rondônia, em cães

domiciliados e tem como objetivo analisar o estado de saúde desses cães, realizando

o exame coproparasitológico juntamente com o perfil hematológico, para determinar

a carga parasitária, pois pode acarretar prejuízo à saúde dos animais, podendo levar

a óbito se não for devidamente diagnosticado e tratado.

As infecções parasitárias que acometem os cães causam muitos danos à saúde

dos mesmos, que se não tratado pode levar o animal a óbito. Alguns danos

apresentados são anemia, vômito, diarréia, aumenta de volume e dor abdominal,

pelos eriçados e sem brilho, fraqueza, perda de peso, perda de apetite, menor

aproveitamento dos nutrientes, comprometimento na digestão e absorção dos

alimentos1. Dentre esses parasitas, destacaram-se os nematódeos ascarídeos

(Toxocaracannis), ancilostomídeos (Ancylostomacaninum) e as Trichuridae

(Trichurisvulpis), que são os principais agentes que acometem os cães, com maior

incidência do Ancylostama spp.2,3,,. Foram utilizados 30 cães domiciliados, sendo 18

machos e 12 fêmeas, sem pré-requisito quanto a idade, sexo ou raça. Para as coleta

de amostras fecais dos cães, coletou-se fezes diretamente do chão devido à

dificuldade de coletar via retal. As amostras foram transportadas para o laboratório de

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 59

Patologia Clínica do Hospital Veterinário FIMCA, onde foram processadas e

analisadas, utilizando a técnicas de Willis-Mollay que usa o princípio da flutuação em

solução salina para diagnóstico de ovos, oocistos e cistos em fezes. E para avaliação

dos parâmetros hematológicos foram colhidos 3 ml de sangue, mediante a punção da

veia cefálica e então adicionadas em tubos com anticoagulante. O sangue foi

analisado pela máquina pocH-100iV Diff, e os parâmetros hematológicos avaliados

foram: leucócitos, eritrócitos, hemoglobina, hematócrito, plaquetas, linfócitos,

neutrófilos, eosinófilos. Das amostras fecais dos cães, foram encontrados em 65%

Ancylostomo, spp., 20% Trichuris spp., 10% Toxocara canis. A maioria das

infestações por Ancylostoma caninum normalmente é pela ingestão de ovos ou por

meio do colostro. Pequenos pedaços de mucosa e/ou sangue são ingeridos

dependendo da espécie do verme. Em casos graves, os ancilostomídeos podem ser

encontra no cólon. Os nematóides encontrados no cólon pode causar diarréia ou

contribuir para o seu aparecimento, parada de crescimento, deficiência de pelagem e

ganho de peso insuficiente, sobretudo em animais jovens. Nos achados

hematológicos, a série vermelha obtida da contagem de eritrócitos, hemoglobina,

hematócrito, plaquetas, em alguns cães apresentaram alterações. Na série branca

obtida da contagem de leucócitos, linfócitos, neutrófilos e Eosinófilos também

apresentaram alterações. Em 3 cães foram diagnosticados Babesiose canina, 6 casos

com suspeita de Erliquiose canina, 18 casos de alterações parasitológicas e apenas

3 casos de cães sadios4.

Com base nos resultados obtidos, podemos concluir através da análise de

fezes comparada com o resultado do hemograma que é alto o índice de cães

domiciliados que estão parasitados, e no universo de amostras analisadas, os

parasitas mais encontrados foram Ancyliostomaspp, Toxocaraspp, e Thichuris spp.

Referências bibliográficas:

STOCKHAM, S.L.; SCOTT, M.A. Fundamentos de Patologia Clínica Veterinária. 2a

Ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. Pg 729.

Parasitologia veterinária / M. A. Taylor, R. L. Wall; revisão técnica Maria Cecilia

Reale Vieira Bressan; tradução Cid Figueiredo, Idilio Ribeiro Vanzellotti, Ronaldo Frias

Zanon. – [Reimpr.].- Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. Pg 665 - 668.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 60

Georgis – Parasitologia veterinária / Dwight D. Browman [e colaboradores] ;

tradução de Adriana Pittella Sudré]. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. Pg 191 – 218.

Doenças Infecciosas em animais de produção e de companhia / Jane Megid,

Márcio Garcia Ribeiro, Antonio Carlos Paes. – 1. Ed.- Rio de Janeiro: Roca, 2016. Pg

973- 976.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 61

ÁREA: PARASITOLOGIA

CONTAMINAÇÃO POR FEZES CANINAS EM PRAÇAS E LOCAIS

PÚBLICOS DE ITAPUÃ D´OESTE, RONDÔNIA.

LOPES, T.V.a; FERREIRA, E.R.T.G.b; NASCIMENTO, P.F.c; SOUZA, T.A.d;

PIMENTA, C.N.e; GOUVEA, L.V.f.

a Thiago Vaz Lopes, Médico Veterinário, Doutorando em Reprodução Animal – UFAC, Docente da Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]. b Emily Railda Tibúrcio Gonçalves Ferreira, Graduanda em Medicina Veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]. c Patrícia Ferreira do Nascimento, Graduanda em Medicina Veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: patrí[email protected]. d Thais de Almeida Souza, Médica Veterinária, Pós-graduanda em Análises Clínicas e Microbiologia, Hospital Veterinário das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – Hvet FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]. e Carolina Nunes Pimenta, Médica Veterinária, Especialista em Clínica Médica e Cirúrgica, Docente da Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]. f Liana Vilella de Gouvêa, Médica Veterinária, Mestre em Sanidade Animal, Docente da Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]

Palavras-chave: Helmintos, Ancylostoma, Zoonoses.

O crescente número de animais de companhia em áreas urbanas,

principalmente cães (Canis familiaris) e gatos (Felis catus), tem como

consequência o estreitamento do contato desses animais com o homem,

aumentando a exposição às zoonoses1. A maioria dos proprietários de cães e

gatos desconhecem a necessidade da vermifugação e controle sistemático das

endoparasitoses, ou simplesmente utilizam-se de medicamentos de forma

inadequada, causando problemas de resistência anti-helmíntica e não

eliminação das verminoses2. Portanto faz-se necessário utilizar medidas

profiláticas para evitar a contaminação do ambiente e a infecção nos animais e

humanos. Medidas sanitárias adequadas como uso de anti-helmíntico, limpeza

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 62

do ambiente podem prevenir as parasitoses3. Tendo o objetivo de conhecer a

contaminação parasitária ambiental de praças e locais públicos do município de

Itapuã D’Oeste com potencial causador de zoonose. Foram colheitadas de fezes,

36 amostras e analisadas pelo método de flutuação (Willis-Mollay), que consiste

na flutuação de ovos leves em concentrado de cloreto de sódio. As coletas de

amostras foram realizadas no mês de agosto de 2018, em praças e parques

públicos deste município. Foram coletadas 36 amostras de fezes caninas, deste

total, 75% (27/36) apresentaram resultado negativo; 19,46% (7/36)

apresentaram ovos Ancylostoma spp. com quadro de infecção leve; 2,77% (1/36)

apresentou ovos de Ancylostoma spp. com quadro de infecção moderado; 2,77%

(1/36) apresentou ovos de Ancylostoma spp. com quadro de infecção intenso.

Para esse trabalho foi estabelecido que a presença nas fezes de até 20 ovos a

infecção é denominada leve, até 50 ovos a infecção é moderada e mais de 50 é

intensa. Levantamentos epidemiológicos são necessários para que possam ser

tomadas medidas no sentido de reduzir a contaminação ambiental, tendo em

vista a melhoria da saúde das pessoas e dos animais frequentadores destes

locais. Os dados obtidos neste estudo serão importantes para os profissionais

da área da saúde humana e animal, como também para a conscientização dos

tutores animais que frequentam praças e parques públicos, da necessidade de

mantê-los sempre saudáveis4. A partir dos dados oferecidos pelas colheitas,

conclui-se que neste estudo foi encontrado uma baixa frequência parasitária, que

vem de encontro com resultados obtidos no município de Valência, Rio de

Janeiro, onde apresentou alta contaminação por ovos Ancylostoma spp5.

Contrariando também dados da região de Maringá onde houve a prevalência de

38% de verminoses6. Mesmo com esse fator de baixa frequência parasitária

encontrada, existe um potencial de difusão zoonótica no município, por ter sido

encontrado animais com grau de contaminação moderado e intenso.

Referências bibliográficas:

1CANATTO, B.D.; SILVA, E.A.; BERNARDI, F.; MENDES, M.C.N.C.;

PARANHOS, N.T.; DIAS, R.A. Caracterização demográfica das populações de

cães e gatos supervisionados do município de São Paulo. Arq. Bras. Med. Vet.

Zootec., v.64, n.6, p.1515-1523, 2012.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 63

2SILVA, M.C.A.S.; MUNDIM, A.V.; MENDONÇA, G.A.; MUNDIM, M.J.S.;

GUIMARÃES, E.C. Hemoparasitos Em Cães Domésticos Naturalmente

Infectados, Provenientes Das Zonas Urbana E Rural Do Município De Abadia

Dos Dourados, Minas Gerais, Brasil. Biosci. J., Uberlandia, v. 30, supplement

2, p. 892-900, Oct. 2014.

3AGOSTINI, C.; PEGORARO, J.; PERPÉTUA, P. C. G.; LEONARDO, J. M. L. O.

Incidência de Parasitas Intestinais de Caráter Zoonótico em Cães e Gatos na

Região de Maringá. V Mostra Interna de Trabalhos de Iniciação

Científica. CESUMAR – Centro Universitário de Maringá – Paraná. ISBN 978-

85-61091 69-9. 2010.

4VASCONCELOS, M. G.C.; TALON, D. D. B.; SILVA JR, C. A.; NEVES, M. F.;

SACCO, S. R. Isosporose os animais domésticos. Revista científica eletrônica

de Medicina Veterinária – ISSN: 1679-7353. 2008.

5CIRNE, F.S.L.; SILVA, T.; CARVALHO, A.C.F.; DIAS, P.M.; RAMOS, C.D.;

BATISTA, L.C.S.O. Contaminação Ambiental Por Ovos De Ancylostoma Spp. E

Toxocara Spp. Em Áreas De Seis Praças Públicas Do Município De Valença,

Estado Do Rio De Janeiro. Acta Biomedica Brasiliensia / Volume 8/ nº 1/ Julho

de 2017.

6PEGORARO, J.; AGOSTINI, C.; LEONARDO, J.M.L.O. Incidência De Parasitas

Intestinais De Caráter Zoonótico Em Cães E Gatos Na Região De Maringá. VII

EPCC – Encontro Internacional de Produção Científica Cesuma. 2011.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 64

ÁREA: PARASITOLOGIA

INFESTAÇÃO MACIÇA POR PARASITOS INTESTINAIS EM CÃO DE

PORTO VELHO/RO – RELATO DE CASO

Cavalheiro, A.B.¹, Souza, T. A.², Portilho, R. R.³, GIL, L. D. A.⁴ BALZAN, A. J.⁵

Lopes, T. V.6

1 – Aline Bertozo Cavalheiro, acadêmica do oitavo período de Medicina Veterinária – FIMCA, Porto Velho – Rondônia, [email protected] 2 – Thais de Almeida Souza, Médica Veterinária, Pós graduanda em Análises Clínicas e Microbiologia, Hospital Veterinário – FIMCA, Porto Velho, [email protected] 3 – Ruan Rodrigues Portilho, acadêmico do oitavo período de Medicina Veterinária – FIMCA, Porto Velho – Rondônia, [email protected] 4 – Lenin Diago Alvarez Gil, acadêmico de Medicina Veterinária – FIMCA, Porto Velho – Rondônia, [email protected] 5 – Alan José Balzan, acadêmico no oitavo período de Medicina Veterinaria – FIMCA, Porto Velho – Rondônia, [email protected] 6 – Thiago Vaz Lopes, Médico Veterinário, Doutourando em reprodução Animal, Professor nas Faculdades FIMCA, Porto Velho – Rondônia, [email protected]

Palavras Chave: Verminoses, Coproparasitológico, Ancylostoma.

Dentre os parasitos que acarretam danos à saúde de cães estão a

Anclylostoma spp, Toxocara spp, e Dipylidium spp,¹ e, embora as parasitoses

intestinais sejam negligenciadas, apresentam alta mortalidade em filhotes,

perdendo apenas para doenças infecciosas². E, por apresentarem

sintomatologia inespecífica, tais como perda de peso, vômito, diarreia,

constipação, apatia, distensão abdominal, e por vezes cursam com alterações

respiratórias, tornando assim imprescindível à investigação laboratorial para um

diagnóstico precoce e monitoramento das endoparasitoses³. Diante disso, este

objetivou relatar uma infestação maciça mista por endoparasitas em um cão

filhote. O paciente de 1 mês, fêmea, SRD, pesando 1,1 kg foi atendido em um

Hospital Veterinário de Porto Velho/Rondônia, encaminhado de uma clínica onde

estava em tratamento há dois dias para erliquiose canina com Doxiciclina. O tutor

relatou na anamnese que observou constipação há dois dias, e prostração total

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 65

do animal. Também relatou que há duas semanas foi administrado ao cão,

Pamoato de Pirantel indicado em loja agropecuária por três dias consecutivos.

Ao exame físico observou-se mucosa oral e ocular hipocoradas,TPC>2,

secreção nasal, crepitação pulmonar à ausculta, abdômen abaulado, e posterior

liberação de vermes adultos nas fezes. Para melhor avaliação, realizou-se

hemograma e exame parasitológico de fezes (EPF) através das técnicas de

Willis-Mollay e Hoffman Pons Janer, além da solicitação de radiografia pulmonar,

a qual não foi autorizada pelo tutor. Entretanto, houve necessidade de internação

do paciente por dois dias para a realização dos exames laboratoriais de triagem,

restabelecimento do quadro e terapia de suporte. O hemograma demonstrou

anemia moderada normocítica com discreta hipocromia e eosinofilia e o EPF

uma infecção severa mista por ovos de Ancylostoma spp., Toxocara spp. E

Dipylidium spp, apresentando respectivamente 15, 30 e 12 em média por campo.

A hospitalização do paciente foi o primeiro passo para o tratamento, no intuito de

monitorar e evitar possível obstrução intestinal. Assim, institui-se fluidoterapia

com Ringer com Lactato, benzoilmetronidazol endovenoso na dose 20 mg/kg de

12/12 horas, 0,5 ml/kg de 12/12 horas de complexo vitamínico;albendazole dose

reduzida de 12,5 mg/kg a cada 24 horas e Sorbital + laurisulfato de sódio via

retal (6,5 g V.R) de 8/8 horas. E, devido a boa resposta ao tratamento, três dias

depois o cão teve alta. Prescreveu-se 1,8 ml/Kg de febendazol associado a

Pamoato de Pirantel e Praziquantel cada 24 horas por 5 dias, continuação de

20 mg/kg de benzoilmetronidazol VO 12/12 horas por mais 4 dias e, 5 ml/kg de

12/12 horas de complexo vitamínico por 15 dias. Após sete dias o paciente

retornou apresentando melhora total do quadro verminótico, anêmico e

eosofilico. A anemia normocítica hipocrômica presente nas parasitoses

intestinais está associada à sucção de sangue pelos parasitos (cerca de 0,05mL

a 0,3mL e 0,01mLa 0,04mL sangue/dia) da mucosa intestinal4. A eosinofilia é

decorrente da lesão tecidual causada pelos parasitos, que induz produção de

IgE, recrutando eosinófilos ao local, com objetivo de minimizar a agressão⁴, o

achado que justifica secreção nasal e leve crepitação à ausculta, possivelmente

secundária à síndrome de Loeffler ao realizar o ciclo de Loss, que decorre pela

migração das larvas até o pulmão agredindo-o, podendo desencadear uma

pneumonite eosinofilica transitória e demais alterações respitórias5. Dessa

forma, ressalta-se que a observação dos sinais clínicos e a realização do EPF

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 66

como exame de triagem são de suma importância para quantificar e qualificar os

endoparasitos e posteriormente eleger um protocolo de desverminação

adequado, no intuito de minimizar morbidade e mortalidade de cães filhotes.

Referências bibliográficas:

1. FIGHERA, R. A. Causas de morte e razões para eutanásia de cães da

Mesorregião do Centro Ocidental Rio-Grandense (1965-2004). 2008. 171 p.

Tese (Doutorado em Patologia Veterinária),Programa de Pós-Graduação em

Medicina Veterinária, Universidade de Santa Maria, Santa Maria, 2004.

GENNARI, S. Principais helmintos intestinais em cães no Brasil. Boletim

bayervet, São Paulo, v. 02, p. 1-8, jun. 2015.

2. SOUZA, G.B.F.D.; MARTINS, T.N.T.; TEIXEIRA, T.A.C.C; LIMA,

T.L. Infestação maciça por ascaris lumbricoides: relato de caso. Biota amazônia

, Macapá, v. 4, n. 4, p.111-222, jan. 2012. Disponível em: <

http://periodicos.unifap.br/index.php/biota>. Acesso em: 25 ago. 2018.

3. LIMA, W. A.; SANTOS, M. P.; SOUZA, PAULA L. A. Anemia associada às

parasitoses intestinais. Conexão eletronica, Três lagoas, v. 03, p. 622-633,

dez. 2013

4. WALCHER, D. L.; PEDROSO, D.; FRIZZO, M. N. Associação entre

parasitoses intestinais e alterações do hemograma . Revista

mirante, Osório, v. 03, n. 1, p. 18-39, dez. 2013.

5. ALVES, A. C. A.; SOUSA, A. M. de; SANCHES, C. S. Síndrome de Loeffler.

Revista Paraense de Medicina, v. 26; n.2, 2012.

ÁREA: PARASITOLOGIA

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 67

RISCOS À POPULAÇÃO DE PORTO VELHO POR CONTAMINAÇÃO

DE ENDOPARASITAS ELIMINADOS NAS FEZES DE CÃES EM PRAÇAS

PÚBLICAS.

LOPES, T.V.a; GOMES, J.Sb; LANDIM, E.P.c; PIMENTA, C.N.d; QUEIROZ,

L.O.F.e; SOUZA, T.A.f.

a Thiago Vaz Lopes, Médico Veterinário, Doutorando em Reprodução Animal – UFAC, Docente das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] b Jonathan de Souza Gomes, Graduando em Medicina Veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] c Erico Pires Landim, Graduando em Medicina Veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]. d Carolina Nunes Pimenta, Médica Veterinária, Especialista em Clínica Médica e Cirúrgica, Docente da Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] e Larissa Oltramari França Queiroz, Médica Veterinária, Especialista em Clínica Médica e Cirurgica, Hospital Veterinário – Hvet FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] f Thais de Almeida Souza, Médica Veterinária, Pós-graduanda em Análises Clínicas e Microbiologia, Hospital Veterinário das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – Hvet FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]

Palavras Chave: zoonose, coproparasitologia, verminoses.

O estreito contato humano com animais de estimação tem aumentado ao

longo do tempo e, paralelo a isso, crescem as ocorrências de transmissão de

agentes zoonóticos devido à existência de locais com baixa sanidade pública,

como praças e locais de recreação infantil, além do frágil conhecimento da

população acerca das formas profiláticas de combate aos agentes parasitários¹.

O presente trabalho teve por objetivo avaliar a presença de agentes zoonóticos

existentes nas fezes de cães errantes das cinco principais praças públicas do

município de Porto Velho-RO. Para determinar as praças públicas com maior

índice de cães errantes ao longo do dia, foram utilizados 80 formulários de

pesquisa direta junto aos frequentadores desses locais, e o resultado mostrou

estatisticamente as cinco principais praças da cidade. Em seguida, foram

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 68

coletadas 60 amostras de fezes frescas/úmidas, sendo 12 de cada praça, em

locais sombreados, com baixo aspecto de ressecamento, semanalmente nos

períodos da manhã e da noite. As amostras foram armazenadas em recipientes

plásticos, identificadas, mantidas refrigeradas sem adição de conservantes e

encaminhadas, no prazo máximo de 24 horas, para o Laboratório de Patologia

Clínica do Hospital Veterinário da FIMCA. A técnica para a análise do material

foi a de flutuação modificada (Willis-Mollay) com o intuito de pesquisar oocistos

e ovos de parasitas e helmintos. Os resultados constataram presença de agentes

parasitários com potencial zoonótico em 34 (56,7%) amostras e negativo em 26

(43,3%). Todas as amostras positivas apresentaram ovos de Ancylostoma spp.,

5 (14,7%) ovos de Toxocara spp, 4 (11,7%) cistos de Giardia spp. e 3 (8,8%)

larvas de Musca domestica com cerca de 5 mm de comprimento. A alta

frequência de parasitas como Ancylostoma spp. e Toxocara spp. nesses locais

sugerem que, provavelmente, não são realizadas medidas restritivas para

controlar a circulação de cães errantes nessas praças². Esses cães não recebem

vermifugação adequada, o que leva muitas vezes a proliferação de agentes

zoonóticos nos locais em que há constante aglomeração de pessoas³. O estudo

mostrou que a atual contaminação das praças do município de Porto Velho/RO

é extremamente perturbadora, sendo necessárias medidas imediatas e efetivas

para o controle populacional de animais, a fim de minimizar os riscos zoonóticos

ali presentes, mediante a captura dos animais errantes e construção de

estruturas que isolam o acesso desses animais aos locais de recreação, além

de programas de conscientização populacional que alertem sobre os riscos de

tal problemática.

referências bibliográficas:

¹ XAVIER, H. C. A importância do médico veterinário no contexto de saúde

pública. Escola de veterinária programa de pós-graduação em ciência animal.

Universidade federal de goiás, 2011.

² MARCOS, A; GABELLINI, E; FERREIRA G, COSTA, M. R. Ovos de Toxocara

spp. e larvas de Ancylostoma spp. em praça pública de Lavras. Departamento

de Medicina Veterinária. Universidade Federal de Lavras. Lavras, MG. 2004.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 69

³ THAYWAN, A. G. O.;PAULO, A. P. S. S.; SALES,C. F. Contaminação De

Ambientes Arenosos Por Helmintos Em Praças Públicas Da Cidade De Maceió-

Al. Revista Semente, p. 21-29, 2011.

ÁREA: REPRODUÇÃO

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 70

EMPREGO DA TÉCNICA DE MONTA ARTIFICIAL NA RAÇA

BULDOGUE FRANCÊS NA CIDADE DE PORTO VELHO, RONDÔNIA -

RELATO DE CASO.

MARCELO, P.H.A.ª; NETO, G.S.M.b; ROCHA, M.A.c; SILVA, C.R.d; SÁ, A.R.O.e;

MOÇO, V.Cf.; LOPES, T.V.g

a Pedro Henrique de A. Marcelo, acadêmico de medicina veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] b Gerson de S. M. Neto, acadêmico de medicina veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA Porto Velho, Rondônia. [email protected] c Matheus de Almeida Rocha, acadêmica de medicina veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA Porto Velho, Rondônia. [email protected] d Cristimiller Raimundi da Silva, acadêmica de medicina veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA. Porto Velho, Rondônia. [email protected] e Arlysson Rafael de O. Sá, acadêmica de medicina veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA Porto Velho, Rondônia. [email protected] f Vinicius Correia Moço, acadêmica de medicina veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA Porto Velho, Rondônia. [email protected] g Thiago Vaz Lopes, Médico Veterinário, Doutorando em Reprodução Animal – UFAC, Docente das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]

Palavras chave: Refrigeração, reprodução, biotecnologias.

O melhoramento genético em cães tem como ferramenta primordial a

biotecnologia da reprodução por emprego de inseminação artificial3, visando

ampliar e utilizar-se de reprodutores com alto valor zootécnico, sendo essa uma

técnica antiga muito empregada nas raças caninas que apresentam dificuldades

na copula2, por diferenças de pesos e tamanhos, como também por

características próprias de determinadas raças1, como angulação de membros

posteriores, tamanhos reduzidos do pênis, como na raça Pug ou aumentado na

raça Buldogue Francês. Com esse apresentamos o emprego de uma técnica

ainda não relatada anteriormente, denominada aqui como Monta Artificial,

empregada em uma cadela da raça Buldogue Francês, multípara, com 5 anos

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de idade, apresentando hiperemia da mucosa vaginal e secreção sanguinolenta.

Para a determinação do momento a ser inseminada, foi realizada a citologia

vaginal, com diferenciação do epitélio, o aspecto de mucosa, sendo o melhor

momento aquele em que as células epiteliais estavam em formato de envelopes

e a mucosa enrugada, devido à dificuldade em realizar a dosagem de

progesterona, a determinação foi apenas por essas duas anteriores. A técnica

consiste em acompanhar o caminho do pênis até a vulva, com o inicio da

projeção dele, ao ser introduzido a sua primeira porção na vulva, faz-se uma

preção atrás do bulbo, mantendo parte do pênis introduzido na vagina da cadela,

permanecendo o bulbo e parte proximal do pênis fora da vulva, o manipulador

deve assim segurar por 15 minutos para que todo o ejaculado seja depositado

em fundo de vagina. Esse procedimento foi realizado em mais outras duas vezes

com intervalo de 48 horas, após 45 dias da realização da ultima inseminação, foi

realizado a ultrassonografia, com diagnostico positivo para a prenhez, com um

total de 5 filhotes, o que foi confirmado após os 60dias de gestação, sendo

realizado o parto por cesariana. A técnica se mostrou eficiente diminuindo assim

a manipulação dos gametas masculinos e muito aproximando ao realizado pela

monta natural, podendo ser uma alternativa para a aumentar a fertilidade de cães

que tem gametas pouco resistentes a manipulação. O padrão racial do Buldogue

Francês4 preconiza que eles tenham uma linha de dorso carpe, com uma pelve

acedente, com isso eles tem pouca angulação de joelhos o que dificultam os

movimentos pélvicos para a cópula, associado a um focinho curto por serem

braquicéfalos, diminuindo assim a capacidade respiratória, outro fator digno de

nota é o tamanho do pênis da maioria dos exemplares dessa raça, o que torna

a monta natural com a fixação do bulbo peniano na vulva da cadela impossível

na maioria dos casos. Concluímos que essa técnica pode ser empregada como

método conceptivo na espécie canina.

Referências bibliográficas:

1 - EVANGELISTA, L.S.M.; FILHO, M.A.C.S.; SOUZA, J.A.T. Inseminação

Artificial Intravaginal em cadela da raça Dogo Argentino utilizando sêmen

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 72

refrigerado: Relato de caso. Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.

v.10, n.3, p.244-247, Mar., 2016.

2 - UCHOA, D. C.; SILVA, T. F. P.; MOTA FILHO, A. C.; SILVA, L. D. M.

Criopreservação de sêmen e Inseminação Artificial em cães. Ciência Animal,

22, 132-142, 2012.

3 - ENGLAND, G. C.; W.; PONZIO, P. Comparison of the quality of frozen-

thawed and cooled rewarmed dog semen. Theriogenology, 46, 165-171,

(1996).

4 - CBKC. Confederação Brasileira de Cinofilia. Padrão Oficial da Raça Buldogue

Francês, 2015.

ÁREA: REPRODUÇÃO

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 73

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL INTRAVAGINAL DA RAÇA AMERICAN

BULLY UTILIZANDO SÊMEN REFRIGERADO NA CIDADE DE PORTO

VELHO, RONDÔNIA -RELATO DE CASO.

SOUZA, J.GS.G.ª; MAIFREDI, S.G.b; DALPRA, M.R.c; CAVALHEIRO, A.B.d;

BOTASSINI, M.K.e; SILVA, C.Rf.; LOPES, T.V.g

a João Gustavo da S. G. de Souza, acadêmico de medicina veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected] b Selton Gomes Maifredi, acadêmico de medicina veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA Porto Velho, Rondônia. [email protected] c Marianny Raposo Dalpra, acadêmica de medicina veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA Porto Velho, Rondônia. [email protected] d Aline Bertozo Cavalheiro, acadêmica de medicina veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA Porto Velho, Rondônia. [email protected] e Maria Karolina Botassini, acadêmica de medicina veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA Porto Velho, Rondônia. [email protected] f Carolina Ribeiro Silva, acadêmica de medicina veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA Porto Velho, Rondônia. [email protected] g Thiago Vaz Lopes, Médico Veterinário, Doutorando em Reprodução Animal – UFAC, Docente das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, e-mail: [email protected]

Palavras chave: Refrigeração, reprodução, biotecnologias.

A Cinófilia tem como etimologia um forte interesse por criação de cães,

comportando-se de forma crescente no Brasil, o aprimoramento genético das

raças tomou uma maior proporção com o estreitamento de distancias, com o

emprego do uso das biotecnologias da reprodução2, essas na espécie canina

estão a quem quando comparada com as dos animais de produção, porém a

reprodução canina tem sido amplamente empregada nos programas de criação,

possibilitando a preservação raças e o uso de exemplares com alto valor

zootécnico1. Com esse relatamos o uso de sêmen refrigerado em uma cadela da

raça American Bully, localizada na cidade de Porto Velho- Rondônia, com 2 anos

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 74

de idade, pesando 35kg, nulípara, apresentando hiperemia da mucosa vaginal e

secreção sanguinolenta. Para a determinação do momento a ser inseminada, foi

realizada a citologia vaginal, com diferenciação do epitélio, o aspecto de mucosa,

sendo o melhor momento aquele em que as células epiteliais estavam em

formato de envelopes e a mucosa enrugada, devido a dificuldade em realizar a

dosagem de progesterona, a determinação foi apenas por essas duas técnicas

anteriores. O sêmen foi colheitado por estimulação digital armazenado em caixa

apropriada (Box Sêmen Express®) e diluído em DC-R®. Após a refrigeração o

sêmen foi enviado no mesmo dia por via aérea, tem um tempo total desde a

origem até o destino, de 12 horas totais. Foi realizada então a Inseminação

Intravaginal depositando o sêmen em fundo de vagina, esse procedimento foi

realizado em mais outras duas vezes com intervalo de 48 horas, após 45 dias da

realização da ultima inseminação, foi realizado a ultrassonografia, com

diagnostico positivo para a prenhez, com um total de 7 filhotes, o que foi

confirmado após os 60dias de gestação, sendo realizado o parto por cesariana.

O sêmen foi transportado em 5ºC, sendo relatado pela literatura como sendo o

ideal, o que pode ser comprovado com o sucesso da técnica, podendo esse

apresentar uma melhor flexibilidade quando comparado ao sêmen fresco.

Conclui-se que o uso da IA em cadelas utilizando sêmen refrigerado é viável,

sendo uma alternativa para o melhoramento genético de cães no norte do Brasil.

Referências bibliográficas:

1 - EVANGELISTA, L.S.M.; FILHO, M.A.C.S.; SOUZA, J.A.T. Inseminação

Artificial Intravaginal em cadela da raça Dogo Argentino utilizando sêmen

refrigerado: Relato de caso. Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.

v.10, n.3, p.244-247, Mar., 2016.

2 - UCHOA, D. C.; SILVA, T. F. P.; MOTA FILHO, A. C.; SILVA, L. D. M.

Criopreservação de sêmen e Inseminação Artificial em cães. Ciência Animal,

22, 132-142, 2012.

3 - ENGLAND, G. C.; W.; PONZIO, P. Comparison of the quality of frozen-

thawed and cooled rewarmed dog semen. Theriogenology, 46, 165-171,

(1996).

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 75

ÁREA: SISTEMA RENAL

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DOENÇA RENAL POLICÍSTICA EM GATO PERSA - RALATO DE

CASO

SILVA, J.A.P¹, BRUM, M.P². PINTO, D.L³, ABREU. J.V.F⁴, BELTRÃO. F.B,⁵

¹. Jéssica Aline P. Silva. Discente, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA; ². Miryane Pagel Brum. Médica Veterinária, Docente, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA. ³ Dayane Lima Pinto. Discente, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA; ⁴ José Victor Ferreira de Abreu. Discente, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA; ⁵ Fernanda Barbosa Beltrão. Discente, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA;

Palavra Chave: Felino, Rim, Cisto

A Doença Renal Policística Felina (DRP) ou Polycystics Kidney Disease

(PKD) é uma enfermidade hereditária, não havendo predisposição sexual, que

se caracteriza pela presença de cistos localizados no córtex ou na medula renal¹.

É particularmente prevalente em animais da raça Persa, assim como nas raças

originadas de seu cruzamento². Como o gene da DRP é considerado

autossômico dominante, é necessário que o indivíduo tenha o gene P para

apresentar a doença. Desta maneira considera-se indivíduos fenotipicamente

positivos os que apresentam a formas PP e Pp de genótipos³. Sua etiologia ainda

não foi totalmente esclarecida em gatos, mas existem duas principais hipótese,

a primeira é caracterizada pela dilatação de um segmento do néfron, que ocorre

por uma hiperplasia das células epiteliais, que pode levar ao desenvolvimento

de pólipos e causar uma obstrução parcial, e posteriormente, dilatação dos

túbulos renais, produzindo estruturas císticas⁴ ha segunda hipótese seria um

defeito na membrana basal, que promoveria flacidez na parede e dilatação

secundária dos túbulos renais²;⁵. Os sinais clínicos estão diretamente

relacionados à evolução da doença, podendo levar o paciente ao quadro de

DRC². Os exames clínicos e as analises laboratoriais frequentemente não são

capazes de excluir ou estabelecer o diagnostico definitivo e precoce da DRP,

fazendo-se necessária a utilização da ecografia⁶. O tratamento da DRP felina é

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 77

voltado para aliviar os sinais clínicos na tentativa de evitar a progressão da

doença⁷. O tratamento dietético compreende em uma restrição alimentar

moderada em proteínas, fósforo e sódio²;⁵;⁸. A melhor e mais importante medida

de prevenção consiste em identificar os gatos portadores do gene da DRP e

retirá-los da reprodução⁵;⁹.

O presente trabalho descreve o caso de um felino, macho, persa, dois

anos de idade, 4,400 kg, atendido na Clínica Veterinária Quatro Patas, em

21/03/2018 apresentando apatia e anúria. Na anamnese foi relatado que o

paciente estava abatido e não estava conseguindo urinar. Ao exame clínico, o

animal se encontrava normohidratado, mucosas normocoradas, TPC <2s,

frequência cardíaca 180 bpm, frequência respiratória 28 mpm, e temperatura

normal. Os exames laboratoriais revelaram uma leucopenia, neutropenia e

linfopenia. Creatinina, Ureia e ALT sem alterações e na ecografia foi constatado

em ambos dos rins, a presença de múltiplas estruturas anecóicas, localizadas

na cortical renal, de formato arredondado, bordos bem-delimitados, medindo em

torno de 1,0cm de diâmetro (rim esquerdo) e 0,80cm de diâmetro (rim direito),

sugestivo de cistos e também na vesícula urinária, observou que a parede estava

edemaciada, medindo 0,47cm de espessura, conteúdo anecóico heterogêneo,

com discreta quantidade de partículas ecogênicas em suspensão (debris

celulares e cristais), sugestivo de cistite. O diagnóstico de PKD foi clínico, sendo

tratado com homeopático, uma borrifada, TID, por 30 dias, suplemento alimentar,

1 ml ao dia, por 20 dias e a troca da ração, no intuito de moderar os níveis de

proteína, fósforo e sódio. Após 30 dias o paciente teria que retornar à clínica,

onde faria outra avaliação bioquímica, sendo mais especifica avaliação da

creatinina sérica.

Concluímos que por se tratar de uma doença autossômica dominante, fica

claro que o diagnóstico precoce é muito importante, pois a doença é silenciosa,

e seus sinais clínicos são tardios, aparecendo quando o animal já apresenta a

insuficiência renal crônica. Sendo constatado precocemente que o animal é

positivo pode-se evitar a procriação evitando assim, que mais animais sejam

afetados, já que a doença é incurável.

Referências bibliográficas:

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 78

1.Cooper BK, Piveral P. Autossomal dominant polycystic kidney disease in

persiancats. Felinepractice. Texas, v. 28, n. 2, p. 20-1, mar-apr. 2000;

2.Souza HJM, Hahn MD, Leivas RM, Belchior C. Gatos analgesia pós–

operatória. Nosso Clínico. São Paulo: Troféu, ano 4 , n. 22, p. 8-12, jul-ago.,

2003;

3.Silva MO. et al. Doença renal policística felina: relato de caso, 2011. Disponível

em: <http://www.eventosufrpe.com.br/

eventosufrpe/jepex2009/cd/resumos/R0219-3.pdf>;

4.Gonzales JRM, Froes TR. Doença renal policística autossômica dominante. In:

Souza HJM. Coletâneas em Medicina e Cirurgia Felina. 1. ed São Paulo: L.F.

Livros, p.165-172, 2003;

5.Biller DS. Doença policística dos rins. Artigo científico. p. 5-20, ago. 2002;

6.Biller DS. Doença Policística dos Rins. In: Impresso Royal Canin. Gráfica O

Comércio. 2003. 22p;

7.Zatelli A, D'ippolito P, Bonfanti, U, Woo D. UltrasoundAssisted Drainage and

Alcoholization of Hepatic and Renal Cysts: 22 cases. J Amer Anim Hosp Assoc,

v.43, p.112-116, 2007;

8.De Moraes HA. Insuficiência Renal Crônica em gatos: Vivendo Mais e Melhor.

In: Congresso Internacional de Medicina Felina, 2002, RIO DE JANEIRO. Anais:

Texto;

9.Cannon M, Barber P. Kidney Polycystic Disease. 2004 Disponível em:

<http://www.file//E:/htm/dis02403.htm>.

ÁREA: SISTEMA RESPIRATÓRIO

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 79

BRONQUITE ASMÁTICA EM FELINO SRD EM CLÍNICA

VETERINÁRIA PARTICULAR DE PORTO VELHO, RONDÔNIA - RELATO

DE CASO.

Cavalheiro, A. B.¹, Brum, M.P.², Silva, C. R.³, Nunes, V. R. R.⁴, Botassini, M. K.⁵

1 – Aline Bertozo Cavalheiro, acadêmica do 8 º período de Medicina Veterinária – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, [email protected] 2- Miryane Pagel Brum, médica veterinária especialista, docente , Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA [email protected] 3 - Carolina Ribeiro Silva, acadêmica do 8 º período de Medicina Veterinária – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, [email protected] 4 - Vanessa Rachele Ribeiro Nunes, acadêmica do 8 º período de Medicina Veterinária – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, [email protected] 5 - Maria Karolina Botassini, acadêmica do 8 º período de Medicina Veterinária – FIMCA, Porto Velho, Rondônia, [email protected] Palavras chave: Doenças respiratórias, Felinos, Asma.

A bronquite asmática se caracteriza por uma hipersensibilidade do

organismo a agentes externos. A sensibilidade excessiva desencadeia uma

resposta inflamatória da árvore brônquica, a qual produz uma grande quantidade

de muco e secreções, levando a diminuição do lúmen brônquico, e

consequentemente, o felino apresenta, principalmente, quadros de dispneia. A

asma felina não possui cura, dispondo de tratamento suporte, a fim de diminuir

a formação de secreções, reduzir a inflamação dos brônquios, visando à

otimização do fluxo de ar nos mesmos, e assim minimizar o número de crises

asmáticas¹²³. Foi realizado o atendimento de emergência, na Clínica Veterinária

Quatro Patas (Porto Velho/RO), de uma felina, adulta, SRD. O animal

apresentava dispneia inspiratória e expiratória, sem expansão do tórax e

respiração com a boca aberta. No exame clínico, a auscultação pulmonar revelou

a presença de sibilos e estertores. O exame radiográfico torácico demonstrou

pulmões hiperinsulflados com leve aumento da radiopacidade difusa em padrão

misto (intersticial e bronquial) nos lobos caudais, sendo sugestivo de asma. O

animal foi reestabelecido imediatamente utilizando oxigenoterapia,

broncodilatador (Aminofilina 14 mg, VO), corticoide (Dexametasona 0,35 mg, IV),

analgésico (Morfina 0,18 mg, IV) antibiótico (Amoxicilina + Clavulanato de

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 80

potássio 35 mg, VO) e nebulização (Brometo de ipratrópio 0,7 mg, via

inalatória)4. A paciente foi internada por 3 dias com diagnóstico de bronquite

asmática idiopática, recebendo o mesmo tratamento suporte citado, onde foi

possível reverter as crises de distrição respiratória. Havendo a estabilidade do

paciente, com ausência de obstrução respiratória, o mesmo foi liberado e

prescrito para casa: Aminofilina (14 mg, VO) e Dexametasona (0,35 mg, VO).

Mediante ao caso apresentado, a patologia demonstra a necessidade de duas

vertentes associadas que são de suma importância para a sua profilaxia, as

quais consistem em identificar e retirar os fatores desencadeadores da doença

da rotina dos felinos acometidos e tratamento suporte medicamentoso, que

consiste na administração de broncodilatadores em associação com

corticosteroides, visando a qualidade de vida do paciente.

Referências bibliográficas:

1. DUARTE, J.T. Doenças brônquicas em felinos. 62 p, 2009, Disponível em: <

http://arquivo.fmu.br/prodisc/medvet/jtd.pdf> Acesso em: 17/08/2018

2. GARCÍA, J. V. Revisión de la patología y el tratamiento de la bronquitis

alérgica felina. Argos Portal Veterinaria, 2012.

3. RAMIREZ, E. Y. Asma Felino. XIII CONGRESO NACIONAL DE AVEACA,

2013.

4. VIANA, F. A. B. Guia terapêutico veterinário, 2ª ed. Ed CEM.

ÁREA: TOXICOLOGIA

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 81

INTOXICAÇÃO DE UM CÃO POR Dieffenbachia amonema Bull

(Comigo-ninguém-pode) EM PORTO VELHO - RELATO DE CASO

Melo G. S.1, Brum M. P. 2, Soares J.B.3, Tavares, R.S.4, Landim. E.P. 5

1. Gigliane Sampaio Melo, médica veterinária, proprietária da Clínica São

Lázaro, Porto Velho, Rondônia; [email protected].

2. Miryane Pagel Brum, médica veterinária especialista, docente, Faculdades

Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia;

3. Joicy Algaranãz Barbosa Soares, graduanda do curso de Medicina Veterinária

das faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho, Rondônia;

[email protected].

4. Rayane Souza Tavares, graduanda do curso de Medicina Veterinária - FIMCA,

Porto Velho, Rondônia, [email protected].

5. Érico Pires Landim, graduando do curso de Medicina Veterinária das

Faculdades Integradas Aparício Carvalho - FIMCA, Porto Velho, Rondônia;

[email protected].

Palavras-chave: Animal, Envenenamento, Plantas.

Relato de casos de intoxicação de animais por plantas ornamentais tem

sido constante no atendimento na clínica médica de pequenos animais.

Dieffenbachia amonema Bull conhecida popularmente no Brasil como “comigo-

ninguém-pode”, é uma das principais plantas tóxicas; causam irritação de

mucosa pela presença de oxalato de cálcio, pode ocasionar como sinais clínicos:

sialorréia, disfagia, náuseas, vômitos e cólicas abdominais¹. O objetivo deste

presente trabalho é alertar os tutores de animais domésticos sobre os riscos

potenciais de possuir plantas ornamentais em um mesmo ambiente com

animais. Foi atendido, no dia 08 de Agosto de 2018, na Clínica Veterinária São

Lázaro na cidade de Porto Velho, Rondônia, um canino fêmea, raça Shih tzu, 3

anos de idade, pesando 4,650 Kg. A tutora do animal relatou que possui uma

planta da espécie Dieffenbachia amonema Bull (comigo-ninguém-pode), e que o

animal ingeriu a mesma. Após a ingestão o animal ficou apático, não se

alimentou, não ingeriu água, começou apresentar vômito, agitação e convulsão³.

No exame físico observou-se opistótono, acentuada midríase, dispneia,

sialorréia, taquicardia, hipertermia 39,8ºC, rigidez dos membros pélvicos e

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 82

torácicos, aumento abdominal. Foi realizado o acesso na veia cefálica do

membro torácico direito e administrado solução Fisiológica Cloreto de Sódio

0,9%, para restabelecer a hidratação do animal. Para tratamento emergencial foi

administrado Sulfato de Atropina 1%, na dose de 0,5 mg/kg de peso, via

intravenosa. A Atropina é um antagonista competitivo das ações da acetilcolina e

outros agonistas muscarínicos. Fenobarbital 10%, 6mg/kg de peso, via

intravenosa. Fenobarbital é um medicamento que age no sistema nervoso

central, utilizado para prevenir e tratar animais com epilepsia ou crises

convulsivas de outras origens. Devido a ação tóxica da planta e a necessidade

de excreção rápida das toxinas, foi utilizado Furosemida 1%, na dose de 2 mg/kg

de peso, por via intravenosa. Após a administração dos medicamentos, o quadro

clínico foi estabilizado, houve a redução da sialorréia, da taquicardia, midríase e

rigidez dos membros. O animal ficou internado em observação, por algumas

horas e levado pela tutora para casa. Para continuidade do tratamento em casa,

a médica veterinária, prescreveu: Fenobarbital 4mg/kg de peso via oral, de 12

em 12 horas, durante 15 dias; Complemento Vitamínico com a composição de

Cisteína e Arginina 0,2ml/kg de peso, durante 30 dias; contém nutrientes que

agem sinergicamente favorecendo os processos fisiológicos². Após seis dias, o

animal retornou para consulta apresentando sinais neurológicos, com assimetria

e fraqueza muscular nos membros pélvicos e torácicos esquerdos. Segundo

relato da tutora, o animal não consegue ficar em estação, não flexiona a cabeça

para alimentar-se ou beber água, apresenta estrabismo no olho direito. O

paciente foi encaminhado para um neurologista, para avaliação. Conclui-se que

a ingestão de Dieffenbachia amonema Bull (comigo-ninguém-pode), pode

causar distúrbios neurológicos, causando sequelas ao animal, em decorrência

da intoxicação causada pela planta. Os tutores de animais devem ser alertados

sobre os riscos de possuir plantas ornamentais e que prejuízos às mesmas

podem ocasionar a saúde dos animais.

Referências bibliográficas:

1. GORNIAK, S.L. Plantas tóxicas ornamentais. In: SPINOSA, H.S; GORNIAK,

S.L. PALERMO-NETO, J. Toxicologia aplicada à Medicina Veterinária. 1

ed.São Paulo: Manole, 2008.

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ANAIS 1º ANCLIVEPA – RO, 2018 83

2. NEVES, I. V., TUDURY, E. A., COSTA, R. C. Fármacos utilizados no

tratamento das afecções neurológicas de cães e gatos. Sistema de

Información Científica. Ciências Agrárias, Londrina, v. 31, n. 3, p. 745-766,

jul./set. 2010.

3. STEIN, Thais. HIPERCULTURA. Disponível em:

<https://www.hipercultura.com/planta-comigo-ninguem-pode-e-perigosa/>

Acesso em: 24 ago. 2018.

4. TORELLI, A. MENEZES, A. T. BISSOLI, E. A. G. Intoxicação por atropina

em cão - Relato de Caso. Anais da III sepavet. SP. 1-3.

AREA: TRAUMATOLOGIA

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AVULSÃO TRAUMÁTICA DOS CANINOS MAXILARES E

FERIMENTOS POR BRIGA: RELATO DE CASO

MAIFREDI, S. G.1*; MARIOBO, E. R.2; SOUZA, J. G. S. G.3; ABREU, J. V. F.4;

BRUM, M. P.5; LOPES, T. V.6

1-Selton Gomes Maifredi: Discente de Medicina Veterinária; Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA; Porto Velho – Rondônia. [email protected] 2-Eliakim da Rocha Mariobo: Médico Veterinário. Porto Velho – Rondônia. [email protected] 3-João Gustavo da Silva Garcia de Souza: Discente de Medicina Veterinária; Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA; Porto Velho – Rondônia. [email protected] 4-José Victor Ferreira de Abreu: Discente de Medicina Veterinária; Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA; Porto Velho – Rondônia. [email protected] 5-Miryane Pagel Brum: Médica Veterinária, Especialista, Docente do curso de medicina veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho – Rondônia. [email protected] 6- Thiago Vaz Lopes: Médico Veterinário, Doutorando em Reprodução Animal, Docente do curso de medicina veterinária, Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA, Porto Velho – Rondônia. [email protected].

Palavras-chave: Odontologia, mordedura, exodontia.

Feridas por mordedura podem ser desafiadoras e variavelmente

dolorosas em duração e intensidade. Os cães são animais extremamente

competidores, disputando constantemente, por território. Essa disputa pode

gerar grandes brigas e por consequência fraturas, lesões dilacerações, sendo a

principal causa as mordidas durante os ataques. Sendo fundamental que, na

recepção do paciente, seja realizada uma completa avaliação, para assim, se

obter um diagnóstico preciso, e conduzir as decisões sobre o tratamento que

possibilite a melhor recuperação do animal 2. Durante essas disputas por brigas,

podem ocorrer a avulsão dentária, que consiste em um procedimento de

extração dentária traumática, de grande incidência, principalmente em pequenos

animais. A vertente da veterinária, focada em odontologia, tem expandido

gradativamente. Contudo, ainda ocorre com frequência a necessidade da

exodontia, visto que, em muitos dos casos, não há possibilidade de reimplante,

tratamento de canal, ortodontia, entre outros ou mesmo por questões financeiras

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3. O presente trabalho relata um caso de um canino, macho, 8 anos de idade,

castrado, 55 quilos, raça mestiço de Bullmastif, o qual foi levado à clínica

veterinária com histórico de ter sido agredido por outro cão da raça Rottweiler,

sendo esse segundo possuidor de histórico de agressividade. Para a realização

da avaliação física, o paciente precisou ser submetido à sedação com

fenotiazínico (Acepromazina) na dose de 0,18mg / Kg e posteriormente canulado

na veia cefálica com cateter número 20 e administrado anestesia dissociativa

com Cetamina (10mg / Kg), Xilazina (1mg / Kg) e Diazepan (0,2mg / Kg). O

exame clínico revelou lesões em diversas partes do corpo (laceração na orelha

direita, perfuração na região medial da tíbia e metatarso do membro pélvico

esquerdo e direito, edema de face, perfuração na região escápulo-umeral do

membro torácico esquerdo e avulsão dentária dos caninos maxilares. O paciente

recebeu cuidados médicos, sendo administrado para controle da dor (Dipirona

(25 / mg / SC) associado ao Tramadol (3 mg / Kg / SC), Dexametasona na dose

anti-inflamatória (1 mg / animal), antibiótico Enrofloxacina (5 mg / Kg). Foi

realizada tricotomia e lavagem com água oxigenada das áreas lesionadas,

Clorexidina a 2%, solução fisiológica 0,9% e Metronidazol. Pelo fato da gravidade

das lesões, o procedimento de exodontia se fez necessário em ambos os dentes

caninos maxilares. Após a avulsão dos dentes, o local foi lavado com solução

fisiológica 0,9% e feita a sutura com fio absorvível Vicryl nº3,0. A literatura

recomenda que não seja realizada sutura em mordeduras e em cavidade oral,

pelo fato da contaminação desses locais, porém pela extensão das lesões que

se encontravam nos membros pélvicos e orelha direita foram desinfetadas e

suturadas, como também na cavidade oral. Os curativos foram feitos diariamente

e no tratamento sistêmico foi administrado Enrofloxacina (5 mg / Kg / SC / QD),

Dexametasona (1 mg / animal / SC / QD), Tramadol (3 mg / Kg / SC / QD),

Dipirona (25 mg / Kg / SC / QD). Sendo que, ao quarto dia a Enrofloxacina foi

substituído pela Cefalotina (30 mg / Kg / QID). O animal apresentou rápida

recuperação dos ferimentos, pois, estava caminhando ao segundo dia, se

apresentando em alerta e ao quarto dia apresentando normofagia e normodipsia.

A medicação e os curativos foram mantidos até o sétimo dia de internamento.

Neste dia, o paciente recebeu alta e se encontra recuperado. Os atendimentos

clínicos por brigas de cães são bastante comuns dentro da rotina na medicina

veterinária. O que torna o exame físico detalhado, um fator primordial, como no

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caso relatado, a sedação do paciente foi necessária, o que poderia acarretar a

não visualização da avulsão dentária caso ele estivesse acordado e em alerta, a

reimplantação dos dentes não pode ser realizada devido à dificuldade de fixação

e provável não cicatrização adequada. O tratamento intensivo com curativos

locais e sistêmicos é imprescindível nos casos de mordeduras devido à alta

contaminação da boca dos animais.

Referências bibliográficas:

1 TELLO LUIS H; GIOSO, M. A.; MADRID, S. Trauma em Cães e Gatos.

Med.Vet. Livros – São Paulo. Cap. 13, pag. 141, 2008.

2 CARTANA, C. B.; BRUN, C. F. L.; BASSANI, M. T. Manejo de Feridas por

Mordedura em Cães – Relato de Dois Casos. Conferência internacional de

bem-estar animal. 2016

3 LIMA, T. A. Técnicas de Flaps Para Exodontia de Canino Superior em Cães.

Trabalho de conclusão de curso. Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Faculdade de Medicina Veterinária. 2012.

4 LOPES, M, A, I. Abordagem e Manejo Médico-Cirúrgico de Feridas Abertas em

Cães e Gatos: Caracterização Etiológica e Estudo de Padrões Traumáticos.

Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária. Universidade de

Lisboa, Faculdade de Medicina Veterinária. 2016