08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/arsnorte...2015/01/08  · revista de...

33
08-01-2015

Upload: others

Post on 20-Nov-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

08-01-2015

Page 2: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

Revista de Imprensa08-01-2015

1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses ganham médico de família 1

2. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Urgências mais calmas nos hospitais públicos 2

3. (PT) - Diário de Aveiro, 08/01/2015, Drenagem de doentes dentro da normalidade 3

4. (PT) - Diário do Minho, 08/01/2015, Afife convoca sessão extraordinária por falta de médico 4

5. (PT) - Correio do Minho, 08/01/2015, Extensão de saúde de Arnoso aberta até decisão judicial 5

6. (PT) - Jornal de Notícias, 08/01/2015, Dez unidades de saúde do Norte reduzem o horário 6

7. (PT) - Público, 08/01/2015, Crise fez com que mais pessoas fossem às urgências hospitalares 8

8. (PT) - i, 08/01/2015, 1400 médicos deixaram o SNS por sua iniciativa em três anos 10

9. (PT) - Público, 08/01/2015, Porquê o ataque permanente e injusto aos médicos? 11

10. (PT) - Sábado, 08/01/2015, "Oito euros à hora não paga o trabalho médico" - Entrevista a José ManuelSilva

12

11. (PT) - Jornal de Notícias, 08/01/2015, Urgência é... mudar de Governo e de ministro da Saúde 13

12. (PT) - Visão, 08/01/2015, Um dia o sistema vem abaixo 15

13. (PT) - Correio da Manhã, 08/01/2015, Caos nas urgências 18

14. (PT) - Jornal de Notícias, 08/01/2015, Cresce número de novos consumidores de droga 19

15. (PT) - Público, 08/01/2015, Há mais consumidores de cannabis a apresentar sinais de dependência 21

16. (PT) - Diário Económico, 08/01/2015, Mais de 75% das farmacêuticas preferiram acordo em vez de taxa 24

17. (PT) - Público, 08/01/2015, Portugueses estão a gastar mais dinheiro com medicamentos 26

18. (PT) - Correio do Minho, 08/01/2015, A civilização da osteoporose 27

19. (PT) - Jornal de Notícias, 08/01/2015, 800 mil euros para dois cientistas de topo 28

20. (PT) - Público, 08/01/2015, Descoberto novo antibiótico capaz de matar bactérias multirresistentes 29

21. (PT) - Jornal de Notícias, 08/01/2015, Hospital privado nas mãos de 1300 credores 31

Page 3: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

A1

Tiragem: 28543

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 14

Cores: Cor

Área: 15,75 x 29,93 cm²

Corte: 1 de 1ID: 57383623 08-01-2015

Página 1

Page 4: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

A2

Tiragem: 28543

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 14

Cores: Cor

Área: 10,46 x 12,48 cm²

Corte: 1 de 1ID: 57383627 08-01-2015

Página 2

Page 5: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

A3

Tiragem: 5550

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 15

Cores: Cor

Área: 12,40 x 30,14 cm²

Corte: 1 de 1ID: 57385369 08-01-2015

Alberto Oliveira e Silva

“Dentro da normalidade”. O ga-binete de comunicação do Cen-tro Hospitalar (CH) Gaia/Espi-nho considerou natural a “dre-nagem” de doentes da “Unidade1”, em Gaia, para o Hospital deNossa Senhora da Ajuda, emEspinho.

A responsável do gabineteacentuou que, ontem, apenasquatro doentes tinham sidotransferidos para a unidade es-pinhense.

Sobre o período de alta, emtermos de afluência às Urgên-cias do CH, o panorama tam-bém foi considerado normalpara a época.

O CH que serve os dois con-celhos, numa abrangência de700 mil potenciais utentes, foiapontado, nomeadamente peloJN, como estando no rol doshospitais que se estão a ver emestado de sítio, face às solicita-ções que a “época da gripe” estáa provocar pelo país.

Recorde-se que Silvério Cor-deiro, presidente do Conselhode Administração do CH, pro-meteu colocá-lo “no Top 10 doshospitais portugueses”. Tam-bém preconizou uma gestãoque articule melhor a relação

com o Agrupamento de Cen-tros de Saúde Gaia/Espinho, vi-sando eliminar “a sobrecarga”com que se confronta o serviçode urgências hospitalar. “Temos

de melhorar os fluxos”, vincounuma das visitas feitas ao NossaSenhora da Ajuda.

O Plano Director que visa re-qualificar as instalações dasunidades hospitalares, em es-pecial da sede em Gaia, prevêuma intervenção com um in-

vestimento global de 73 milhõesde euros, que se desenrolará emquatro fases.

A primeira fase, já em curso,custará 30 milhões de euros nototal, com mais de 10 milhõescomo investimento inicial, e vailigar os vários departamentosda “Unidade 1” através de umanel constituído por um sis-tema de circulação (acessosverticais, horizontais e passadi-ços/túneis), que irá ligar todosos edifícios circundantes: pavi-lhão central, pavilhão satélite epavilhão masculino.

Acrescente-se que o serviçode Imagiologia será relocali-zado para o novo edifício, o quepermitirá o alargamento do ser-viço de Urgências. |

D.R.

“Drenagem” dedoentes “dentro da normalidade”Espinho Gabinete do Centro Hospitalar Gaia/Espinhosalienta que o modelo organizacional possibilita que os doentes possam ser atendidos nas várias unidades

Ontem, apenas quatro doentes tinham sido transferidos para a unidade espinhense

Pinto Moreira e Silvério Cordeiro numa das visitas à unidade hospitalar espinhense

Página 3

Page 6: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

A4

Tiragem: 8500

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 12

Cores: Preto e Branco

Área: 4,20 x 30,80 cm²

Corte: 1 de 1ID: 57385514 08-01-2015

Afife convocasessãoextraordináriapor faltade médico

A Assembleia de Fre-guesia de Afife, em Viana do Castelo, reúne-se hoje, em sessão extraordinária, para debater a falta de médico na extensão de saúde, apesar de afastado o seu encerramento, disse ontem à Lusa o autarca local.

«Reuni segunda-feira com a administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), que me garantiu que a ex-tensão de saúde não fecha, mas que a substituição da médica que passou à reforma vai levar ainda um a dois meses», afirmou o presidente da Junta de Afife, Arlindo Sobral.

O autarca socialista afirmou que o «grande medo» da freguesia era ficar sem médico de família, serviço de que já dispõe desde 1941.

Contactada pela Lusa, fonte da administração da ULSAM confirmou «a falta de médico devido a reforma do profissional que desempenhava fun-ções naquela extensão» e adiantou que «a situação será resolvida o mais rapidamente possível».

A mesma fonte explicou que os utentes daquela unidade «estão a ser en-caminhados para o centro de saúde da cidade».

Já o autarca de Afife lamentou que a substi-tuição do profissional de saúde «não tivesse sido acautelada» porque, justifi-cou, «o pedido de reforma da médica que prestava serviço na extensão de saúde já era conhecida desde julho», altura em que disse ter-se reunido com a administração da ULSAM para debater o assunto.

«Pensei que esta tran-sição já estivesse a ser preparada. A forma como as coisas foram feitas não foi a mais correta. A médica foi informada dia 30 de dezembro último de que a partir de 1 de janeiro já não trabalhava mais. Fomos todos apanhados de surpresa», sustentou.

Redação/ Lusa Página 4

Page 7: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

A5

Tiragem: 12000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 15

Cores: Preto e Branco

Área: 25,00 x 22,31 cm²

Corte: 1 de 1ID: 57385952 08-01-2015

VILA NOVA DE FAMALICÃO| Redacção/Lusa |

A extensão de saúde de ArnosoSanta Maria, em Famalicão, vaicontinuar em funcionamento atéo tribunal se pronunciar sobre aprovidência cautelar interpostapelos utentes, informou ontemfonte da Administração Regio-nal de Saúde do Norte.

A fonte sublinhou que “a deci-são do encerramento está toma-da” e será concretizada logo queo tribunal se pronuncie sobre aprovidência cautelar. Na terça-feira, o presidente da Junta deArnoso, Jorge Amaral, disse quelhe tinha sido comunicado, pelacâmara, que a extensão de saúdeda freguesia ontem já não fun-cionaria.

Os utentes daquela extensãointerpuseram uma providênciacautelar para tentar travar o fe-cho, tendo o juiz dado 10 dias àAdministração Regional de Saú-de para deduzir oposição, umprazo que ainda decorre.

Entretanto, a extensão de saúdede Louro, também em Famali-cão, ontem já não esteve a fun-cionar, tendo os utentes sido en-caminhados para a Unidade deCuidados de Saúde Personaliza-dos de Nine - que está tambémpreparada para servir os utentesda extensão de Arnoso.

Os autarcas das duas freguesiascontestam desta forma o encer-ramento daquelas extensões,alertando, nomeadamente, paraa falta de transportes públicosaté Nine.

A Câmara Municipal de VilaNova de Famalicão, que tam-bém se opõe ao encerramento

destas unidades de saúde primá-rias, já garantiu, todavia, um re-forço do transporte público ro-doviário nas ligações entre asfreguesias abrangidas pelas ex-tensões de saúde de Arnoso San-ta Maria e do Louro e a Unidadede Cuidados de Saúde Personali-zados de Nine, que vai passar a

receber os utentes dessas unida-des na sequência do encerra-mento decretado pela Adminis-tração Regional de Saúde doNorte (ARS).

Com esta medida, que entraagora em vigor na freguesia doLouro - a Extensão de Saúde deArnoso permanece aberta em

virtude da providência cautelarinterposta pela população -, aautarquia liderada por Paulo Cu-nha procura minimizar os pro-blemas causados pela decisão daARS, mas mantém-se contra ofecho daquelas unidades de saú-de.

O assunto dominou o tradicio-nal Jantar de Reis dos autarcasde Vila Nova de Famalicão quereuniu na noite da passada terça-feira o executivo municipal e osautarcas das 49 freguesias doconcelho.

“Ser autarca tem esta coisaboa: não conseguimos ficar indi-ferentes”, disse o presidentePaulo Cunha aos presidentes dejunta do concelho, explicando-lhes a rápida intervenção da Câ-mara Municipal de Vila Nova deFamalicão para atenuar os pro-blemas causados pelo encerra-mento das extensões de saúde egarantindo que, apesar disso, aautarquia vai continuar a lutarpela reabertura dos serviços en-cerrados e pela existência de ser-viços de saúde primários de pro-ximidade.

Extensão de saúde de Arnosoaberta até decisão judicialA UNIDADE de saúde continuará de portas abertas em Arnoso Santa Maria, pelo menos até o tribunalse pronunciar sobre a providência cautelar interposta pelos respectivos utentes contra o encerramento.

DR

Utentes ainda podem ir a consultas à extensão de saúde de Arnoso Santa Maria, pelo menos até à decisão do tribunal

“Ser autarca tem esta coisaboa: não conseguimos ficarindiferentes”, disse opresidente Paulo Cunha aospresidentes de junta doconcelho, explicando-lhes arápida intervenção daCâmara Municipal de VilaNova de Famalicão paraatenuar os problemascausados pelo encerra-mento das extensões desaúde e garantindo que aautarquia luta pelareabertura dos serviços.

Página 5

Page 8: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

A6

Tiragem: 80043

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 8

Cores: Cor

Área: 25,30 x 29,63 cm²

Corte: 1 de 2ID: 57383428 08-01-2015

Página 6

Page 9: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

Tiragem: 80043

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 14,68 x 8,03 cm²

Corte: 2 de 2ID: 57383428 08-01-2015

Página 7

Page 10: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

A8

Tiragem: 34191

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 14

Cores: Cor

Área: 25,70 x 30,41 cm²

Corte: 1 de 2ID: 57383201 08-01-2015

MIGUEL MADEIRA

Crise fez com que mais pessoas fossem às urgências hospitalares

Os hospitais do Serviço Nacional de

Saúde (SNS) internaram mais pesso-

as entre 2009 e 2012 do que em anos

anteriores e, quase sempre, este au-

mento correspondeu a doentes que

deram entrada pelas urgências. As

conclusões fazem parte do estudo A

grande recessão em Portugal: impacto

na utilização dos cuidados hospitala-

res, publicado no jornal científi co

Health Policy por três investigado-

res da Universidade Nova de Lisboa,

que estudaram quase 18 milhões de

internamentos nos estabelecimen-

tos de saúde públicos portugueses

entre 2001 e 2012 e que cruzaram os

resultados com os dados do desem-

prego em Portugal.

A análise de Julian Perelman,

Sónia Felix e Rui Santana permitiu

concluir que, após 2009, houve um

aumento de 3,2% no na taxa de in-

ternamento por cada 100.000 ha-

bitantes, correspondendo a maior

parte do crescimento a casos de

internamento não programado —

isto é, de pessoas que chegam aos

hospitais pela porta das urgências.

Ao mesmo tempo, a demora média

de cada internamento baixou. O es-

tudo conseguiu também detectar,

nos anos da crise, um aumento das

gravidezes com complicações (com

um crescimento de 11,5%) e de casos

de enfarte agudo do miocárdio que

registaram uma subida de 2,3% de

casos por cada subida de um ponto

percentual no desemprego.

“O estudo surgiu na sequência

de mais pedidos a nós, enquanto

Escola Nacional de Saúde Pública,

para intervir neste tema e perceber

o impacto da crise na saúde em Por-

tugal. Havia opiniões pouco susten-

tadas sobre o assunto e faltava um

estudo mais sistemático com dados.

As conclusões são as esperadas, no

sentido em que são muito parecidas

com as encontradas sobretudo na

Grécia, mas também em Inglaterra

e nos Estados Unidos”, explica ao

PÚBLICO Julian Perelman, professor

e investigador da Escola Nacional

de Saúde Pública da Universidade

Nova de Lisboa.

Ainda assim, o investigador afi r-

ma que nas doenças mentais não

foi registada uma subida como

nas gravidezes com complicações

e nos enfartes, ao contrário de da-

dos avançados noutros trabalhos,

como o Relatório de Primavera do

Observatório Português dos Siste-

mas de Saúde. Perelman ressalva

que podem existir efectivamente

mais, mas diz que esse trabalho ne-

cessitaria de dados que não apenas

os dos internamentos.

Para o autor, um dos principais

problemas encontrados na mudan-

ça entre 2009 e 2012 está na subi-

da de casos que dão entrada pelas

urgências. “O que me parece mais

preocupante no estudo é que o au-

mento de internamentos está sobre-

tudo associado a internamentos que

terão entrado via urgência, o que

pode signifi car que as pessoas se

tratam menos ou que estão numa

condição de maior severidade”,

acrescenta.

Julian Perelman antecipa que es-

tes dados podem signifi car que os

cuidados de saúde primários não

estão a conseguir cumprir o seu pa-

pel, ao mesmo tempo que destaca

que “com o desemprego as pesso-

as perderam capacidade fi nanceira

e o acesso a seguros de saúde que

permitiam que fossem seguidas no

sector privado”. Questionado sobre

como se conjuga esta interpretação

com o aumento do número de ur-

gências, consultas e internamentos

nos hospitais privados, o investiga-

dor explica que são necessários ou-

tros estudos, mas admite que nem

sempre as pessoas consigam pagar

os cuidados necessários e acabem

na mesma nas urgências.

Do lado positivo, Perelman refere

que “os nossos resultados estão em

linha com outros obtidos no estran-

geiro, mas talvez de forma mais ate-

nuada”, sublinhando que isso signifi -

ca que “o Serviço Nacional de Saúde

deu resposta” e que “o aumento de

internamentos foi possível porque o

Serviço Nacional de Saúde estava aí

para responder aos pedidos e para

fazer o seu papel de rede de seguran-

ça”. O tempo de internamento mais

curto é também um factor que pode

mostrar mais efi ciência dos hospi-

tais, “ainda que isso seja polémico,

porque há quem defenda que a re-

dução traz menor qualidade para os

cuidados prestados. São duas hipó-

teses, mas não se pode dizer qual a

certa com estes dados, ainda que a

redução seja sempre resposta a um

orçamento menor”.

Recurso às urgências pode significar que pessoas se tratam menos ou estão numa condição de severidade

Estudo analisou quase 18 milhões de internamentos entre 2001 e 2012 e percebeu que após 2009 os hospitais públicos registaram mais internamentos, sobretudo de casos urgentes

Saúde Romana Borja-Santos

Cuidados de saúde primários não evitam internamentos por asma

Os cuidados de saúde primários não têm conseguido controlar os doentes com asma,

levando a que muitos casos cheguem aos hospitais em situações que exigem já internamento. O alerta é deixado no Estudo de Análise Preliminar dos Indicadores Nacionais de Asma — 2014 do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias, publicado nesta semana pela Direcção-Geral da Saúde (DGS). O relatório da DGS salienta que “melhorando a prestação de cuidados a nível ambulatório, particularmente nos cuidados de saúde primários, será possível diminuir um certo número de internamentos”. Para isso, os responsáveis pelo programa consideram que é preciso aumentar o acesso aos centros de saúde e incentivar a vacinação contra a gripe. Por outro lado, defendem que se

aposte no “diagnóstico precoce e tratamento adequado, na cessação tabágica” e em dar mais formação aos doentes crónicos para que saibam gerir os seus problemas. “A escolha das medidas certas e a sua implementação nos locais certos conduzirão a melhorias na eficiência do sistema de saúde, com consequentes ganhos em saúde e redução de custos”, reforça o documento.

Apesar dos problemas nos centros de saúde, o relatório salienta que o número de mortes associadas à asma tem sido “razoavelmente estável ao longo dos anos, oscilando entre 17 e 32”, sendo o valor mais elevado registado no ano que coincidiu com a gripe pandémica. No que diz respeito aos internamentos directamente relacionados com asma, de 2012 para 2013 houve uma ligeira descida, de 3033 para 2762 episódios — o que representa 3,4% do total

de internamentos por doença respiratória. Na maior parte dos casos os doentes tinham menos de 18 anos.

Porém, os autores do relatório salientam que quando aos números da asma como diagnóstico principal se juntam os casos de internamentos em que a asma brônquica também teve um papel, ainda que secundário, o cenário sofreu um agravamento de 2012 para 2013, passando de 15.737 para 16.634 casos. A subida foi sobretudo sentida na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Como explicações para este fenómeno, os autores dizem que é preciso explorar os dados, mas avançam que a doença pode estar “menos controlada mesmo em internamentos hospitalares decorrentes de outras causas”, mas também pode existir uma “maior sensibilização dos médicos” para os registos.

Página 8

Page 11: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

Tiragem: 34191

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 48

Cores: Preto e Branco

Área: 5,00 x 3,76 cm²

Corte: 2 de 2ID: 57383201 08-01-2015

Estudo analisou quase 18 milhões de internamentos entre 2001 e 2012 p14

Crise fez com que mais pessoasfossem às urgências

Página 9

Page 12: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

A10

Tiragem: 16000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 6

Cores: Cor

Área: 22,60 x 31,50 cm²

Corte: 1 de 1ID: 57383252 08-01-2015

Página 10

Page 13: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

A11

Tiragem: 34191

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 47

Cores: Cor

Área: 18,64 x 30,68 cm²

Corte: 1 de 1ID: 57383186 08-01-2015

Porquê o ataque permanente e injusto aos médicos?

A 30 de Dezembro, o principal título

de primeira capa do PÚBLICO era

720 euros por dia ainda não atraíram

médicos ao hospital Amadora-Sintra e o

título interior afi rmava Amadora-Sintra

ainda não conseguiu contratar médicos

mesmo a 30 euros por hora.

A maioria das pessoas apenas lê

títulos e os jornalistas, que são pessoas

informadas e inteligentes, sabem que

ambos os títulos mentem, pelo que a intenção de

enganar as pessoas é explícita e deliberada.

Efectivamente, o texto nunca refere que esse

valor é pago às empresas intermediárias e não aos

médicos, que recebem muito menos. Por outro lado,

para o leitor comum, um dia de trabalho são oito

horas, não 24 horas de trabalho intenso, complexo,

sob enorme pressão e sem possibilidade de erro.

Na verdade, o que o médico recebe, descontado

o lucro da empresa intermediária e depois de

impostos, são cerca de 288 euros por 24 horas de um

trabalho seguido, stressante e extenuante, montante

a que ainda tem de deduzir as suas despesas.

Qualquer mecânico ganha muito mais e com muito

menos trabalho, cansaço e responsabilidade!

A 31 de Dezembro, outro jornal diário escolheu

para principal título da capa Farmacêuticas

gastam 60 milhões com médicos. O título mente

descaradamente, pois, no texto do artigo,

correctamente, já se fala também, como

receptores desses apoios, em sociedades

científi cas, associações de doentes, farmacêuticos,

estudos de investigação, etc.

Então, porque é que o jornal pretendeu,

deliberadamente, passar a mensagem, para quem

apenas lê títulos nos escaparates e para os que

vêem apenas a primeira página (nomeadamente

em todas as televisões), de que o fi nanciamento

era exclusivamente para médicos, alimentando

subliminarmente, de forma potenciada, a ideia de

promiscuidade entre indústria e médicos?

Estes são dois exemplos bem concretos e

recentes de como, regularmente, saem notícias na

comunicação social cujos títulos são construídos

propositadamente para, junto da opinião pública,

afectar a dignidade e honorabilidade de todos

médicos.

A quem serve este comportamento de alguma

comunicação social? Apenas ao Ministério da Saúde,

cujos assessores de imprensa, principescamente

remunerados, têm conduzido uma campanha de

descredibilização dos médicos para procurar ocultar

a responsabilidade do ministério na desorganização

e diminuição da capacidade de resposta do SNS

aos legítimos direitos dos doentes. As situações

reportadas sobre a enorme congestão das urgências

hospitalares são perfeitamente terceiro-mundistas e

inaceitáveis. Há doentes que morrem sem a devida

assistência.

A notícia do PÚBLICO ignora completamente

a grave responsabilidade do Ministério da Saúde

em não permitir que o Hospital Amadora-

Sintra tivesse contratado atempadamente os

profi ssionais de que necessitava para responder

ao previsível maior afl uxo de doentes, até

porque permitiu o encerramento dos centros

de saúde vários dias seguidos. Além de que não

é na véspera de períodos festivos que se tenta

desesperadamente contratar médicos, certamente

com a sua vida já programada de forma diferente,

e o preço/hora real de um médico em serviço de

urgência, um dos trabalhos mais exigentes de

qualquer profi ssão, é absurdamente baixo!

O PÚBLICO omitiu ainda as causas profundas

da permanente desorganização e congestão das

urgências hospitalares, o que não acontecia até

há poucos anos, apesar de o ministério dizer

que há cada vez mais médicos no SNS. A que se

deve esta contradição, afi nal? Precisamente às

medidas erradas, contraproducentes e de má

gestão tomadas por este Ministério da Saúde!

Nomeadamente a redução do tempo de abertura

dos centros de saúde, os bloqueios à Reforma

dos Cuidados de Saúde Primários, o facto de

os hospitais estarem proibidos de contratar

directamente médicos em prestação de serviços e

de os contratos com as empresas, completamente

protegidas pelo Senhor Ministro, não conterem

cláusulas de salvaguarda dos dias festivos.

As falhas das empresas já se arrastam

impunemente há anos e, apesar de repetidamente

avisado pela Ordem dos Médicos, só agora é que o

ministro da Saúde vem dizer para a comunicação

social que vai aplicar multas...

O outro jornal diário ignorou completamente

que se não fossem os apoios da indústria

farmacêutica, que são legais e transparentes, a

actualização e investigação científi ca dos médicos

e outros profi ssionais seria gravemente afectada,

com prejuízo dos doentes, para além de que as

sociedades científi cas e associações de doentes

teriam praticamente de fechar as portas, porque o

Ministério da Saúde não assume as suas obrigações e

não disponibiliza quaisquer apoios signifi cativos.

A questão que não posso deixar de formular é por

que razão, recorrendo claramente a uma forma de

mentir, há jornalistas e jornais que se colocam a par

do Ministério da Saúde numa embusteira campanha

de difamação da classe médica? Ao mesmo tempo,

branqueiam as tremendas responsabilidades deste

ministério nas cada vez maiores difi culdades de

funcionamento do SNS de acordo com os seus

preceitos constitucionais.

Se o jornalismo é “isto”, então temos mesmo

razões concretas para duvidar deste “jornalismo”,

que tem muito espaço por onde melhorar... O

jornalismo sem ética e sem independência deveria

ser uma excepção, combatida activamente por

todos os jornalistas. Exactamente como a Ordem

dos Médicos procura fazer no seio da sua classe,

atitude que culminou recentemente com algumas

suspensões e expulsões.

Porquê este ataque permanente aos médicos,

se é a resiliência e a capacidade dos médicos

portugueses que, contra os cortes excessivos na

Saúde, que também os atingem pessoalmente, vão

conseguindo manter o SNS a funcionar com um

mínimo de qualidade? Para retirar as atenções dos

verdadeiros culpados pelas perdas e insufi ciências

da Saúde em Portugal?

Bastonário da Ordem dos Médicos

Debate Serviço Nacional de SaúdeJosé Manuel Silva

O Ministério da Saúde tem conduzido uma campanha de descre-dibilização dos médicos para procurar ocultar a sua respon-sabilidade na desor-ganização e diminuição da capacidade de resposta do SNS aos legítimos direitos dos doentes

Página 11

Page 14: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

A12

Tiragem: 100000

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Interesse Geral

Pág: 53

Cores: Cor

Área: 18,00 x 25,30 cm²

Corte: 1 de 1ID: 57383947 08-01-2015

Página 12

Page 15: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

A13

Tiragem: 80043

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 16

Cores: Cor

Área: 15,70 x 13,59 cm²

Corte: 1 de 2ID: 57383795 08-01-2015

Página 13

Page 16: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

Tiragem: 80043

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 17

Cores: Cor

Área: 10,75 x 13,59 cm²

Corte: 2 de 2ID: 57383795 08-01-2015

Página 14

Page 17: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

A15

Tiragem: 110475

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Interesse Geral

Pág: 66

Cores: Cor

Área: 17,60 x 23,60 cm²

Corte: 1 de 3ID: 57383674 08-01-2015

Página 15

Page 18: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

Tiragem: 110475

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Interesse Geral

Pág: 67

Cores: Cor

Área: 17,60 x 23,60 cm²

Corte: 2 de 3ID: 57383674 08-01-2015

Página 16

Page 19: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

Tiragem: 110475

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Interesse Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 7,43 x 2,70 cm²

Corte: 3 de 3ID: 57383674 08-01-2015

Página 17

Page 20: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

A18

Tiragem: 150597

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 19

Cores: Cor

Área: 5,66 x 28,76 cm²

Corte: 1 de 1ID: 57384039 08-01-2015

Página 18

Page 21: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

A19

Tiragem: 80043

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 10

Cores: Cor

Área: 21,82 x 31,60 cm²

Corte: 1 de 2ID: 57383456 08-01-2015

Página 19

Page 22: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

Tiragem: 80043

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 4,90 x 8,91 cm²

Corte: 2 de 2ID: 57383456 08-01-2015

Página 20

Page 23: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

A21

Tiragem: 34191

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 12

Cores: Cor

Área: 25,70 x 30,41 cm²

Corte: 1 de 3ID: 57383192 08-01-2015

Drogas, consumos e tratamentos

Fonte: A Situação do País em Matéria de Drogas e Toxicodependências, 2013, SICAD

Consumiu alguma droga nos últimos 12 mesesPopulação dos 15 aos 64 anos

Consumidores de cannabisnos últimos 12 meses

N.º de consumidoresproblemáticos/dealto risco

Com sintomas de dependência (estimativas)

2001

2007

2012 2,7

3,4

3,7

1,34,1

16,5

1,45,6Jovens dos 15-34 anos

% sobre o total % por sexo

24,5%

23,9%

Opiáceos

Cocaína

31.8584,9‰

40.3036,2‰

A droga principal de quem procura tratamentoEm 2013% de utentes em ambulatório na rede pública

CannabisCocaínaHeroína

A droga principal de quem está numacomunidade terapêuticaEm 2013% dos internados

ReadmitidosNovosEm tratamento

CannabisCocaínaHeroína

Sistema licenciadoSistema público

76,581,7

25,7

9,36,917,3

8,17

48,7

23,2

41,9

60,9

27,5

7,2

23,6

Há mais consumidores de cannabis a apresentar sinais de dependência

Metade (48,7%) das cerca de duas mil

pessoas que em 2013 procuraram tra-

tamento pela primeira vez, em re-

gime de ambulatório, por questões

relacionadas com drogas, referiram a

cannabis como a principal substância

que consumiam. Tradicionalmente,

era a heroína a droga mais mencio-

nada. O ponto de viragem deu-se em

2012, quando 38% dos recém-chega-

dos ao sistema tinham referido a can-

nabis como a sua principal droga.

Olhando para o universo da popu-

lação em tratamento ambulatório (28

mil, entre novos utentes, vindos de

anos anteriores e readmitidos, e sem

contar com os internados em comu-

nidades terapêuticas, por exemplo),

a heroína continua a ser a droga prin-

cipal. Mas é um facto que mudou o

perfi l dos novos utentes. Desde logo,

é constituído por pessoas mais jovens

(idade média de 30 anos), assinala o

relatório anual A Situação do País em

Matéria de Drogas e Toxicodependên-

cias – 2014, do Serviço de Intervenção

nos Comportamentos Aditivos e nas

Dependências (SICAD).

A apresentação do documento foi

feita ontem, na Assembleia da Repú-

blica, perante uma plateia de deputa-

dos, técnicos de saúde, membros de

forças de segurança e investigadores.

Refere uma redução do universo de

pessoas em tratamento (menos mil

em ambulatório do que em 2012). E

admite que o aumento do peso dos

que recorreram ao sistema tendo a

cannabis como droga principal po-

derá “refl ectir a adequação de res-

postas às necessidades específi cas de

acompanhamento, em termos de cui-

dados de saúde, desta população”.

Isso mesmo foi também explicado

por Manuel Cardoso, subdirector-

geral do SICAD, durante a apresen-

tação.

Afi nal, tanto na população em ge-

ral como na população jovem (dos

15 aos 34 anos) a cannabis é a droga

mais experimentada/consumida. A

nota positiva assinalada por Manuel

Cardoso passa pela redução do con-

sumo – uma redução, de resto, assi-

Cannabis é a mais referida pelos novos utentes de tratamentos. Relatório também mostra que há mais utilizadores de cocaína considerados “problemáticos” do que de heroína

nalada para a maioria das drogas. Por

exemplo, na população jovem adulta

constatou-se uma descida das preva-

lências de consumo de cannabis ao

longo da vida de 17%, em 2007, para

14%, em 2012 (na população em geral

foi de 11,7 para 9,4%).

A nota negativa é esta: os sintomas

de dependência estão a aumentar.

“Se nos focarmos nos grupos de con-

sumidores de cannabis nos últimos

12 meses, cerca de 24,5 % dos con-

sumidores de 15-64 anos apresenta-

vam dependência desse consumo

(18,5% em 2007), sendo a percen-

tagem correspondente nos consu-

midores de cannabis jovens adultos

de 23,9% (18,5% em 2007)”, revela

o relatório.

O documento mostra ainda que a

potência média da cannabis tem vin-

do a subir nos últimos anos, atingin-

do em 2013 os valores médios mais

elevados desde 2005. O que faz dela

uma substância mais perigosa.

Aumentos entre as mulheresManuel Cardoso preferiu ontem des-

tacar os vários progressos que se têm

feito em Portugal. Desde logo, “a re-

dução dos consumos” que os núme-

ros de 2012 revelam.

O subdirector-geral do SICAD

destacou também o decréscimo de

novos casos de infecção por VIH as-

sociados à toxicodependência, por

exemplo. E ainda as acções de pre-

venção que estão em marcha – falou,

entre outros, do papel do programa

Escola Segura, com as forças de se-

gurança a realizarem em 2013 qua-

se 15 mil acções em mais de oito mil

escolas.

E em resposta à deputada socialis-

ta Elza Pais, que disse que “a batalha

do não-aumento” dos consumos está

ganha, mas não está “a da redução”

– “O que falta?”, questionou a depu-

tada – sustentou que “não existem

comunidades sem algum tipo de con-

sumo de substâncias psicoactivas”.

A preocupação é que nem os consu-

mos nem os problemas associados a

estes aumentem. Mas o responsável

destacou também as excepções às

grandes tendências apresentadas.

Por exemplo, contrariamente ao

padrão geral de evolução das preva-

lências de consumo, verifi caram-se

aumentos de alguns consumos entre

as mulheres. O relatório especifi ca:

“O padrão preferencial de consumo

da população portuguesa – em pri-

meiro lugar o consumo de cannabis,

seguindo-se-lhe o de ecstasy e o de

cocaína – manteve-se em ambos os

sexos (...) Já o padrão geral de evo-

lução das prevalências entre 2007 e

2012 não se manteve em ambos os se-

xos, sendo de referir entre as excep-

ções os aumentos das prevalências

do consumo ao longo da vida de ecs-

tasy, LSD e cogumelos alucinogénios

e os aumentos dos consumos recen-

tes de cannabis entre as mulheres, da

população total e da jovem adulta.”

A título ilustrativo: a percentagem

de mulheres jovens que consumiram

cannabis nos 12 meses anteriores ao

inquérito passou de 1,8% em 2007

para 2,7% em 2012.

O relatório apresenta ainda esti-

mativas sobre os chamados “con-

sumidores problemáticos” – assim

considerados aqueles que dizem

ter consumido recentemente certas

drogas. Demonstra-se que estão a di-

minuir estes “consumidores proble-

máticos”. Mas também que há uma

mudança de perfi l: a cocaína ganha

importância. Dados: “Em 2012, a

estimativa encontrada do número

de consumidores recentes de coca-

ína foi superior à de consumidores

recentes de opiáceos”. Ou seja, em

cada mil portugueses entre os 15 e

os 64 anos, seis são “consumidores

problemáticos” de cocaína e 4,9 em

cada mil de opiáceos.

100 novas drogasFoi também realizada pela primeira

vez em Portugal uma estimativa do

consumo de alto risco de cannabis:

Os dados apontam, em 2012, para

uma taxa de 7 por cada mil habitan-

tes.

Outro fenómeno a que o SICAD

DrogaAndreia Sanches

6%Percentagem da redução das apreensões de haxixe de 2012 para 2013. Esta manteve-se a substância com maior número de apreensões: 3087. Segue-se a cocaína (1108 apreensões, menos 11%)

1779Indivíduos foram condenados em 2013 ao abrigo da Lei da Droga, sobretudo por tráfico

Página 21

Page 24: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

Tiragem: 34191

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 13

Cores: Cor

Área: 11,19 x 26,43 cm²

Corte: 2 de 3ID: 57383192 08-01-2015

PÚBLICO

Infractores identificadospelas autoridades

Total de consumidoresem tratamentopor toxicodependênciaEm 2013

Readmitidos

Novosutentes

A seremtratados

35.07532.272

20132012

20132012

Traficantes--consumidores

Traficantes 22652603

32933603

29.062

55586206

20014012

28.133

19852154

continua a prestar atenção é o das

novas substâncias. Em 2014, foram

notifi cadas pela primeira vez mais de

cem novas drogas junto do Sistema

de Alerta Rápido da União Europeia,

elevando para perto de 500 as que

estão sujeitas a vigilância, disse Maria

Moreira, do Observatório Europeu

da Droga e da Toxicodependência,

durante a apresentação.

Trata-se de um mercado que es-

tá sempre a mudar, sublinhou. “Os

canabinóides sintéticos são o grupo

mais signifi cativo” e a venda pela In-

ternet é comum.

O subdirector-geral do SICAD des-

tacou, a este propósito, o papel da

mudança na legislação portuguesa,

com o encerramento das smartshops

– garante que os dados que existem

apontam para uma grande redução

do consumo desse tipo de substân-

cias. Mas também o “esforço enor-

me” que a Polícia Judiciária tem feito

no combate a este tipo de drogas.

Recorde de processos nas CDT

Desde Novembro de 2001 que a aquisição, a posse e o consumo de drogas deixou de

ser considerado crime em Portugal. O consumo continua, contudo, a ser um acto punível por lei constituindo uma contraordenação social. Quem é abordado pelas forças de segurança a comprar, na posse ou a consumir substâncias psicoactivas ilícitas é encaminhado para uma Comissão para a Dissuasão da Toxicodependência (CDT), onde a situação é avaliada. Existem 18 no país. A lei prevê várias medidas e sanções, que têm como objectivo a dissuasão do consumo. Mas se a pessoa já tem um processo pode ver as medidas a que está sujeita serem agravadas (por exemplo, tendo de prestar trabalho a favor da comunidade, ou tendo de pagar uma multa). O relatório sobre A Situação do País em Matéria de Drogas e Toxicodependências apresentado ontem mostra que em 2013 foram instaurados 8729 processos de contraordenação. Regista-se, de resto, “nos últimos dois anos, um significativo aumento da capacidade decisória em relação aos anos anteriores, tanto mais relevante considerando que o número de processos em 2013 atingiu o valor mais elevado desde 2001”. Entre as decisões proferidas “predominaram as suspensões provisórias dos processos de consumidores não toxicodependentes (70%), seguindo-se-lhes as suspensões dos processos de consumidores toxicodependentes que aceitaram submeter-se a tratamento (12%)”. Cerca de 95% das ocorrências de 2013 envolveram apenas uma droga: 82% só cannabis, 6% apenas cocaína e 6% só heroína. E cerca de 46% foram remetidas às CDT pela PSP, 39% pela GNR e 14% pelos tribunais. Andreia Sanches

Página 22

Page 25: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

Tiragem: 34191

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 5,14 x 3,01 cm²

Corte: 3 de 3ID: 57383192 08-01-2015

Relatório das drogasCannabis provoca mais sinais de dependência p12/13

Página 23

Page 26: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

A24

Tiragem: 16852

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 5

Cores: Cor

Área: 16,75 x 19,25 cm²

Corte: 1 de 2ID: 57383109 08-01-2015

Ministério da Saúde já garantiu o apoio das farmacêuticas para o acordo de redução da despesacom medicamentos. Dez maiores laboratórios preferiram acordo em vez de taxa sobre as vendas.

Krisztian

Bo

csi/Blo

om

berg

Os laboratórios que não aderiremao acordo também serão chamadosa contribuir para a reduçãoda despesa com medicamentosatravés do pagamentode uma taxa sobre as vendas.

Catarina [email protected]

O Governo já garantiu o apoio necessáriopor parte das farmacêuticas para avançarcom o protocolo de redução da despesacom medicamentos assinado em No-vembro entre a Apifarma, associação querepresenta o sector, e o Ministério daSaúde. Segundo os termos do acordo, eranecessário uma adesão de um mínimo deempresas representativas de 75% dequota de encargos totais do Serviço Na-cional de Saúde. Um valor que já foi ultra-passado, disse ao Diário Económico fonteoficial do Infarmed.

O acordo assinado a 22 de Novembrodava aos laboratórios 30 dias para aderi-rem ao protocolo. O prazo (que termina-va no final de Dezembro) foi entretantoestendido. Mas até ontem, o número deempresas necessárias para que o acordoavance já tinha manifestado a intenção deaderir ao protocolo, confirmou a mesmafonte do Infarmed. Entre elas estão as dezmaiores farmacêuticas a operar no mer-cado nacional. O número ainda podecrescer nos próximos dias.

As empresas que decidirem ficar defora também terão de contribuir para aredução da despesa pública com medica-mentos. É que a lei do Orçamento do Es-tado para 2015 instituiu o pagamento deuma taxa sobre as vendas das farmacêu-ticas, que varia entre os 2,5% e os 14,3%,consoante o tipo de medicamentos.

Esta taxa já tinha sido anunciada pelaMinistra das Finanças em Abril e o Gover-no não recuou na intenção. Contudo, oministro da Saúde conseguiu uma excep-ção para as empresas que adiram volun-tariamente ao protocolo de redução dadespesa com medicamentos.

Desde de 2012 que o Governo e a Api-farma têm celebrado acordos para a re-dução da despesa, mas este foi assinado

em tempo recorde, ainda antes da apro-vação do OE/2015. Desta vez, ambas aspartes tinham interesse em acertar posi-ções o quanto antes: Paulo Macedo prefe-re baixar a factura dos remédios atravésdo corte na despesa do que pelo aumentoda receita, enquanto a Apifarma dá aosseus associados a oportunidade de evita-rem o pagamento da taxa.

O acordo traz ainda outras vantagensàs farmacêuticas, uma vez que garantealguma estabilidade legislativa no sec-tor e compromete o Governo com a re-gularização de dívidas em atraso a estasempresas.

O Ministério da Saúde fixou um ob-jectivo de despesa pública com medica-mentos para este ano de dois mil mi-lhões de euros. Se esse valor for ultra-passado, os laboratórios que aderiramao acordo terão de devolver o excedenteem notas de crédito que os hospitais po-derão usar na aquisição de medicamen-tos, sem os pagar. A contribuição pre-vista da indústria farmacêutica será de180 milhões de euros.

O Diário Económico tentou uma reac-ção da Apifarma, mas não obteve respos-ta até ao fecho da edição. ■

Mais de 75% das farmacêuticaspreferiram acordo em vez de taxa

DESPESA COM MEDICAMENTOS

2 mil milhõesO Governo definiu uma meta de despesacom medicamentos de dois mil milhõesde euros em 2015.

Página 24

Page 27: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

Tiragem: 16852

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 1

Cores: Preto e Branco

Área: 5,65 x 1,80 cm²

Corte: 2 de 2ID: 57383109 08-01-2015

Farmacêuticas e Estadofecham acordo sobre custodos medicamentos ➥ P5

Página 25

Page 28: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

A26

Tiragem: 34191

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 13

Cores: Cor

Área: 15,77 x 29,93 cm²

Corte: 1 de 1ID: 57383195 08-01-2015

JOÃO GUILHERME

No total, o Estado gastou perto de 857 milhões de euros e os cidadãos 511 milhões

Os portugueses estão a comprar

mais medicamentos e optam cada

vez mais pelos genéricos, mais bara-

tos do que os fármacos que lhes de-

ram origem. Quase metade (46,3%)

dos medicamentos vendidos em Por-

tugal em Setembro passado já eram

genéricos, um aumento de perto de

2% face ao mesmo mês de 2013, re-

velou ontem a Autoridade Nacional

do Medicamento (Infarmed).

Mesmo assim, apesar da opção

crescente por fármacos mais bara-

tos, os gastos dos cidadãos nas far-

mácias acabaram por crescer entre

Janeiro e Setembro de 2014. A ex-

plicação é simples. Nos primeiros

nove meses de 2014, foram comer-

cializadas mais 4,6% de unidades de

medicamentos nas farmácias, o que

implicou um acréscimo, ainda que

menor, dos encargos para os utentes

(mais 1,1%) e também para o Serviço

Nacional de Saúde (SNS). No total, o

Estado gastou perto de 857 milhões

de euros e os cidadãos 511 milhões,

indica o último balanço sobre consu-

Portugueses estão a gastar mais dinheiro com medicamentos

mo de medicamentos nas farmácias

divulgado pelo Infarmed.

Quanto à quota de genéricos,

apesar de esta não parar de cres-

cer nos últimos anos, o Infarmed

faz questão de notar que, no con-

junto de medicamentos em que há

substâncias activas com genéricos

comercializados nas farmácias, a

quota era em Setembro de 63,6%,

o que signifi ca que ainda é substan-

cial o potencial de crescimento do

consumo deste tipo de fármacos. O

organismo volta a recordar, a pro-

pósito, que o preço médio dos ge-

néricos desceu muito desde 2009:

se nesse ano rondava os 16 euros,

em Setembro passado custava 7,26

euros, em média.

Em unidades, entre Janeiro e Se-

tembro, nas farmácias venderam-

se mais antidepressivos (acréscimo

de 8%), antiepilépticos e anticonvul-

sionantes (mais 7%) e antidislipidé-

micos (fármacos para o colesterol,

um aumento de 5,3%), entre outros

tipos de medicamentos, de acordo

com a última monitorização do In-

farmed.

Já nos hospitais públicos, os gastos

com medicamentos continuaram a

diminuir ligeiramente até Outubro

passado, para um total de 818,5 mi-

lhões de euros, um ligeiro decrés-

cimo (menos 0,6%) face ao mesmo

período de 2013. Na prática, gasta-

ram-se menos 4,7 milhões de euros

nos 46 hospitais do SNS com gestão

pública considerados noutro rela-

tório também divulgado pelo Infar-

med, este relativo ao consumo em

meio hospitalar.

Um decréscimo que “decorre,

provavelmente, das medidas imple-

mentadas relativas à defi nição e re-

visão dos preços dos medicamentos

hospitalares, assim como do acordo

estabelecido entre o Ministério da

Saúde e a indústria farmacêutica”,

justifi ca.

A maior parte da despesa com me-

dicamentos nos hospitais é feita no

ambulatório (consulta externa, hos-

pital de dia e cirurgias que não impli-

cam internamento), 631 milhões de

euros, que correspondem a mais de

três quartos dos gastos totais. “O ele-

vado peso do ambulatório hospitalar

deve-se, essencialmente, à despesa

com medicamentos para a infecção

com VIH, oncologia, artrite reuma-

tóide” e outras patologias, refere.

Por grupos terapêuticos, os me-

dicamentos usados sobretudo em

oncologia (imunomoduladores) são

os que implicam mais gastos nos

hospitais públicos, seguidos pelos

antivíricos. Enquanto no primeiro

grupo terapêutico se observou um

acréscimo dos encargos (mais 6,3%),

sobretudo devido ao preço de alguns

fármacos inovadores, no segundo

grupo, que inclui os medicamentos

para o VIH/sida, a despesa diminuiu,

graças à redução do custo médio dos

medicamentos desta área.

SaúdeAlexandra Campos

Em Setembro passado, genéricos já representavam quase metade do total dos medicamentos vendidos nas farmácias

Página 26

Page 29: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

A27

Tiragem: 12000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 28

Cores: Preto e Branco

Área: 10,15 x 31,94 cm²

Corte: 1 de 1ID: 57386088 08-01-2015

Uma nova investigação analisou a evolução da densidade óssea aolongo de milhares de anos e descobriu que o esqueleto humano se tor-nou menos denso e mais frágil depois da invenção da agricultura.

Os ossos, que constituem o nosso esqueleto, são essenciais para anossa forma e locomoção. Sem eles não nos poderíamos manter empé, nem andar ou correr como fazemos. Os ossos são ainda protecto-res de vários órgãos vitais e armazenam substâncias importantes parao funcionamento do nosso organismo, de que o cálcio é o exemplomais comum.

Os ossos são constituídos pelo tecido ósseo. Em geral, este é com-posto por uma matriz inorgânica e proteica que lhe dá forma, consis-tência e elasticidade, e por vários tipos de células, entre as quais: ososteócitos, os osteoblastos e osteoclastos.

Os ossos são um tecido dinâmico em constante mudança. A activi-dade daquelas células faz com que os ossos possam crescer, reparar-se de uma fractura, libertar ou armazenar o cálcio necessário, porexemplo, para a contracção muscular.

A osteoporose é uma doença óssea caracterizada por reduzida rege-neração e/ou rápida degeneração óssea, o que origina ossos poucodensos e frágeis. As causas da osteoporose são complexas e ainda nãototalmente entendidas. Sabe-se, contudo, que é duas vezes mais co-mum em mulheres do que em homens e mais frequente após os 50anos de idade. Associa-se a progressão da doença a uma alimentaçãopobre em cálcio, mas evidências têm apontado que o exercício físicoé um factor importante nesta doença.

Agora, dois artigos publicados simultaneamente na última edição darevista “Proceedings of the National Academy of Sciences” apontampara que a osteoporose pode ser considerada uma doença da nossa ci-vilização após a invenção da agricultura. Os investigadores, da Uni-versidade de Cambridge, chegaram à conclusão que a nossa passa-gem de caçadores-recolectores para agricultores causou, na nossaespécie, uma perda substancial de densidade óssea. Os estudos agorapublicados mostram que os humanos modernos têm menos densidadeóssea do que os nossos antepassados pré-agrícolas.

Para estes estudos, os cientistas utilizaram imagens obtidas atravésdas técnicas de tomografia e microtomografia computadorizada paraanalisar os ossos das articulações do esqueleto humano moderno, doschimpanzés e ainda de quatro espécies extintas de hominídeos: Aus-tralopithecus africanus, Paranthropus robustus, Homo neanderthalen-sis, bem como de esqueletos dos primeiros Homo sapiens. Os resulta-dos mostram que, durante milhões de anos, os nossos antepassadostiveram uma densidade óssea elevada, e que só os humanos modernos(Homo sapiens) muito recentes apresentam uma redução da densidadedesses ossos esponjosos.

A invenção da agricultura há cerca de 10 mil anos, para além de terprovocado um alteração na dieta humana aumentando o consumo decereais e de leite (com a domesticação de gado), foi acompanhada poruma substancial diminuição da actividade física. E os estudos agorapublicados contradizem a ideia de que os ossos humanos se tornarammais frágeis devido à redução de diversidade alimentar acarretada pe-las monoculturas agrícolas, e focam a atenção na redução substancialdo exercício físico, principalmente dos membros inferiores.

Assim, são conhecidas mais duas publicações científicas a mostrar aimportância do exercício físico regular para a manutenção de umacondição fisiológica que reduza a progressão de certas doenças comoa osteoporose.

Mais razões para que tenha uma maior actividade física em 2015,para ter mais saúde. Feliz Ano Novo.

* Bioquímico e Comunicador de Ciências

A CIVILIZAÇÃO DA OSTEOPOROSE

CIÊNCIA VIVA | ANTÓNIO PIEDADE*

Página 27

Page 30: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

A28

Tiragem: 80043

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 11

Cores: Cor

Área: 15,32 x 31,60 cm²

Corte: 1 de 1ID: 57383459 08-01-2015

Página 28

Page 31: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

A29

Tiragem: 34191

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 29

Cores: Cor

Área: 25,70 x 30,48 cm²

Corte: 1 de 2ID: 57383330 08-01-2015

Descoberto novo antibiótico capaz de matar bactérias multirresistentes

CORTESIA DE KIM LEWIS

A bactéria Elephtheria terrae produz teixobactina, um potencial novo antibiótico contra perigosas bactérias causadoras de doença

Uma equipa internacional descobriu

um composto com propriedades an-

tibióticas que se revelou, ao que tudo

indica, capaz de matar uma série de

bactérias causadoras de doenças hu-

manas resistentes aos antibióticos

disponíveis. Os seus resultados são

publicados na revista Nature com

data de hoje.

“A resistência aos antibióticos está

a espalhar-se mais depressa do que a

introdução de novos compostos na

prática clínica, causando uma crise

de saúde pública”, escrevem no seu

artigo Losee Ling, da empresa Novo-

Biotic Pharmaceuticals (EUA), Tanja

Schneider, da Universidade de Bona

(Alemanha), Kim Lewis, da Univer-

sidade Northwestern (EUA) e o seus

colegas.

Recorde-se que, em Abril do ano

passado, a Organização Mundial da

Saúde (OMS) alertou para este pro-

blema no seu primeiro relatório glo-

bal sobre resistência antimicrobiana.

“O mundo está a caminhar para uma

era pós-antibióticos, em que as in-

fecções comuns e os pequenos feri-

mentos, tratáveis há décadas, podem

voltar a matar”, disse na altura Keiji

Fukuda, responsável da OMS.

Para descobrir o novo potencial

antibiótico, baptizado teixobactina

(em grego, “teixos” signifi ca “pare-

de”), os cientistas procuraram, no

solo, bactérias que lá vivem mas que,

por serem muito difíceis de cultivar

no laboratório, nunca tinham sido

isoladas até aqui.

“A maioria dos antibióticos [actu-

ais] foram produzidos a partir de mi-

crorganismos presentes no solo, mas

esta fonte limitada de bactérias cul-

tiváveis esgotou-se nos anos 1960”,

escrevem ainda os cientistas. “E as

abordagens sintéticas à produção de

antibióticos têm-se revelado incapa-

zes de substituir essa plataforma.”

Ora, as bactérias do solo que ainda

não foram cultivadas “representam

cerca de 99% das espécies dos habi-

tats externos”.

Para conseguir isolar estas espécies

“incultiváveis”, a equipa teve de en-

contrar maneiras de as fazer crescer,

desenvolvendo métodos de cultura

no próprio ambiente natural da bac-

téria ou aplicando factores de cres-

cimento específi cos no laboratório.

térias, mas feito por elas a partir de

substâncias orgânicas já disponíveis.

Ainda em abono desta hipótese,

explica por seu lado Gerard Wright,

bioquímico da Universidade Mc-

Master (Canadá), num comentário

na mesma edição da Nature, o de-

senvolvimento de resistência contra

a vancomicina — um antibiótico de

última linha que também tem como

alvo lípidos da membrana — demo-

rou quase quatro décadas a emerger

no uso clínico. Talvez a ausência de

resistência não seja defi nitiva, mas

segundo este especialista, até poderá

ser mais duradoura no caso da teixo-

bactina, devido a especifi cidades do

micróbio que a produz.

Todavia, a teixobactina apenas

funciona contra bactérias ditas

Gram-positivas, mas não contra as

Gram-negativas, como Legionella ou

Escherichia coli (uma bactéria do in-

testino). Isso, explica ainda Wright,

deve-se ao facto de as segundas pos-

suírem uma membrana adicional, ex-

terior à primeira, que impede o aces-

so do novo antibiótico aos seus alvos.

“Embora numa fase preliminar, a

descoberta de uma potencial nova

classe de antibióticos é uma boa no-

tícia”, diz Richard Seabrook, do Well-

come Trust (fundação britânica que

fi nancia a investigação médica), em

comunicado de imprensa. “O desen-

volvimento de novos antibióticos tem

estagnado nas últimas décadas, en-

quanto a resistência aos medicamen-

tos existentes se torna cada vez mais

ameaçadora para a saúde humana.

A procura de bactérias do solo que

até agora eram incultiváveis é uma

nova abordagem (...) e é animador

ver que produz resultados. Porém,

não saberemos se a teixobactina é

efi caz nos seres humanos até passar-

mos das experiências em animais aos

ensaios clínicos.”

Como possui um modo de acção diferente, o novo composto poderá não criar resistência por parte de perigosas bactérias contra as quais os antibióticos convencionais deixaram de funcionar

SaúdeAna Gerschenfeld

Mas talvez o resultado mais enco-

rajador do estudo seja o facto de os

cientistas não terem conseguido ge-

rar mutantes de estafi lococo dourado

— nem do bacilo da tuberculose — re-

sistentes à teixobactina. Isto é expli-

cável, sugerem, pelo modo de acção

antimicrobiana do composto.

Acontece que os antibióticos costu-

mam ter por alvo determinadas pro-

teínas das bactérias infecciosas. Ora,

como o fabrico dessas proteínas é co-

mandado pelos próprios genes das

bactérias, o aparecimento de muta-

ções genéticas pode torná-las rapida-

mente resistentes a esses antibióticos.

Pelo contrário, a teixobactina não

se liga a qualquer proteína: actua

destruindo a membrana (ou parede

celular) do estafi lococo e de outras

bactérias ao ligar-se a substâncias

precursoras de dois lípidos (gordu-

ras) da membrana, cujo fabrico não

é comandado pelos genes das bac-

Foi assim possível isolar 10.000 es-

tirpes bacterianas em quantidades

sufi cientes para obter extractos ricos

nos compostos que essas bactérias

produziam. E quando os cientistas

testaram a capacidade desses inú-

meros extractos para inibir o cres-

cimento de estafi lococos dourados

— incluindo algumas estirpes resis-

tentes a vários antibióticos actuais

— observaram que um deles possuía

uma actividade promissora contra

aquela bactéria patogénica, fonte

de graves infecções hospitalares.

Tinham encontrado a teixobactina,

produzida por uma bactéria a que

deram o nome científi co de Elephthe-

ria terrae.

A equipa mostrou também que

ratinhos infectados com estafi loco-

co dourado ou com estreptococos

causadores de pneumonias viam a

sua infecção reduzida sem aparentes

efeitos tóxicos.

Página 29

Page 32: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

Tiragem: 34191

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 5,00 x 2,81 cm²

Corte: 2 de 2ID: 57383330 08-01-2015

Ciência e saúdeHá um antibiótico que mata bactérias resistentes p29

Página 30

Page 33: 08-01-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte...2015/01/08  · Revista de Imprensa 08-01-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 08/01/2015, Mais 343 mil portugueses

A31

Tiragem: 80043

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 22

Cores: Cor

Área: 25,30 x 31,60 cm²

Corte: 1 de 1ID: 57383606 08-01-2015

Página 31