07 - resumo - teoria dos princípios – humberto Ávila

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Direito Penal Teoria dos Princpios: da definio aplicao dos princpios jurdicos Humberto vila Norma construda a partir da interpretao sistemtica (reconstruo) do sentido dos textos; Dispositivo ou Texto o objeto da interpretao; H casos em que h norma, mas no h texto o caso das normas que versam sobre a segurana jurdica e a certeza no direito. H casos em que no h norma, mas h texto Sobre a proteo de Deus, no h nenhum dispositivo constitucional. H casos em que h um texto e dele se extrai mais de uma norma - exigncia de lei para aumento de tributos (texto) -> princpio da legalidade, tipicidade, proibio de regulamentos independentes e proibio de delegao normativa (norma). H casos em que h mais de um texto e dele se extrai uma norma legalidade, irretroatividade e a anterioridade (texto) -> segurana jurdica (norma); A Cincia do Direito no descreve o significado do texto (pois ele depende do uso e da interpretao) e nem o significado da inteno do autor (pois geralmente o processo de elaborao de uma norma deliberativo e no unvoco). Jogos de Linguagem: H sentidos que preexistem ao processo particular de interpretao, na medida em que resultam de esteretipos de contedos j existentes na comunicao lingustica geral. Enquanto Hermenutico: H estruturas de antemo que permitem a compreenso mnima de cada sentena sobre certo ponto de vista j incorporado ao uso comum da linguagem. Condio a priori intersubjetiva de Miguel Reale: H condies estruturais preexistentes no processo de cognio, que fazem com que o sujeito interprete algo anterior que lhe apresentado para ser interpretado. Interpretar construir a partir de algo, por isso significa reconstruir: porque reconstri a partir do texto, que um limite em si; porque manipula a linguagem, a qual incorporada de ncleos de sentido, que so constitudos pelo uso e pr existem ao processo interpretativo individual. O interprete no descreve significados, ele reconstri sentidos.

Critrios de Dissociao REGRAS Normas imediatamente descritivas Estabelecem obrigaes, permisses e proibies mediante a conduta a ser adotada Previso de um comportamento Dever de adotar comportamento descritivamente prescrito PRINCPIOS Normas imediatamente finalsticas Estabelecem um estado de coisas cuja realizao necessria para adoo de certos comportamentos Determinao de um fim juridicamente relevante Dever de adotar comportamento necessrio para realizar um estado de coisas, sem determinar a espcie do comportamento, mas apenas seu objeto Dever de realizar ou prestar um estado de coisas pela adoo de comportamentos necessrios (mesmo sem descrio prvia destes comportamentos ou condutas) Preveem Fins cuja realizao depende de condutas necessrias No h casos fceis e difceis Carter prospectivo (estado de coisas a ser construdo) Normas primariamente complementares e preliminarmente parciais No tem pretenso de gerar soluo especfica, mas de contribuir para tomada de decises H maior interdependncia entre princpios do que nas regras

Comportamento para atingir determinado fim

Preveem Condutas que servem a realizao de fins devidos H casos difceis Carter descritivo e retrospectivo (legislador j conhece a situao) Normas preliminarmente decisivas e abarcantes Buscam gerar uma soluo especfica para o conflito entre razes. Pretenso terminativa Podem ter suas condies de aplicabilidade preenchidas e ainda sim no serem aplicveis, pela considerao a razes excepcionais que superem a prpria razo que sustenta a aplicao normal da regra = derrotabilidade ou aptido para cancelamento.

Dependem, muito mais que as regras, dos 3 poderes para adquirirem normatividade.

Os Princpios: Estabelecem fins a serem atingidos e para isso necessitam a promoo de um estado ideal de coisas. So normas do que deve ser e seu contedo trata de um estado ideal de coisas. Carter Dentico-Teleolgico: Dentico, pois estipula razes para existncia de obrigaes, permisses e proibies e Teleolgico, porque essas obrigaes, permisses e proibio decorrem dos efeitos advindos de determinado comportamento que preserva ou promove determinado estado de coisas. As Regras:

So normas mediatamente finalsticas, pois estabelecem indiretamente fins. So descritivas e so normas do que fazer e seu contedo trata de aes. Carter Dentico-Deontolgico: Dentico, pois estipula razes para existncia de obrigaes, permisses e proibies e Deontolgico, porque essas obrigaes, permisses e proibies decorrem de uma norma que indica o que deve ser feito. As regras podem ser dissociadas dos princpios quanto justificao que exigem: Interpretao e Aplicao DAS REGRAS exige correspondncia entre a construo conceitual dos fatos e da norma e da finalidade que lhes d suporte. Interpretao e Aplicao DOS PRINCPIOS exige a correlao entre o estado de coisas posto como fim e os efeitos decorrentes da conduta necessria para atingir esse estado de coisas. O trao distintivo das regras no modo absoluto de cumprimento. Seu trao distintivo o modo como podem deixar de ser aplicadas integralmente. As regras e os princpios divergem relativamente a sua fora justificativa e ao seu objeto de avaliao. O Fim: para OTA WEINBERGER uma ideia que exprime uma orientao prtica e seu elemento constitutivo o seu contedo pretendido; ele estabelece um estado ideal de coisas a ser atingido. Estipular fins ponto de partida para procurar meios. A Funo Pragmtica dos Fins: Representam uma funo diretiva para a determinao da conduta. O Objeto do Fim: Contedo desejado.