03/16/101 defesa do consumidor em fornecimento de Água, energia elÉtrica e telefonia adalberto...

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03/16/10 03/16/10 1 DEFESA DO CONSUMIDOR EM DEFESA DO CONSUMIDOR EM FORNECIMENTO DE ÁGUA, FORNECIMENTO DE ÁGUA, ENERGIA ELÉTRICA E ENERGIA ELÉTRICA E TELEFONIA TELEFONIA ADALBERTO PASQUALOTTO ADALBERTO PASQUALOTTO OAB-PE, 15/03/2010 OAB-PE, 15/03/2010

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DEFESA DO CONSUMIDOR EM DEFESA DO CONSUMIDOR EM FORNECIMENTO DE ÁGUA, FORNECIMENTO DE ÁGUA,

ENERGIA ELÉTRICA E ENERGIA ELÉTRICA E TELEFONIATELEFONIA

ADALBERTO PASQUALOTTOADALBERTO PASQUALOTTO

OAB-PE, 15/03/2010OAB-PE, 15/03/2010

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SumárioSumário

I. LegislaçãoI. Legislação

II. JurisprudênciaII. Jurisprudência

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Constituição FederalConstituição Federal

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.prestação de serviços públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre:Parágrafo único. A lei disporá sobre:I - o regime das empresas concessionárias e I - o regime das empresas concessionárias e

permissionárias de serviços públicos, o caráter permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;

II - os direitos dos usuários;II - os direitos dos usuários;III - política tarifária;III - política tarifária;IV - a obrigação de manter serviço adequado.IV - a obrigação de manter serviço adequado.

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Lei 8.987, de 13/02/1995Lei 8.987, de 13/02/1995

Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, e dá serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, e dá outras providências.outras providências.

Capítulo IICapítulo IIDO SERVIÇO ADEQUADODO SERVIÇO ADEQUADO

Art. 6Art. 6oo Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.contrato.

§ 1§ 1oo Serviço adequado é o que satisfaz as condições de Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.

§ 2§ 2oo A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.melhoria e expansão do serviço.

§ 3§ 3oo Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupçãointerrupção em situação de emergência ou em situação de emergência ou após prévio avisoapós prévio aviso, quando:, quando:

I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,instalações; e,

II - II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.coletividade.

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Lei das águas - Lei 9.433, de Lei das águas - Lei 9.433, de 08/01/199708/01/1997

Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (...).Gerenciamento de Recursos Hídricos (...).

               

Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:fundamentos:

                I - a água é um bem de domínio público;I - a água é um bem de domínio público;                II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;                III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos

é o consumo humano e a dessedentação de animais;é o consumo humano e a dessedentação de animais;                IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso

múltiplo das águas;múltiplo das águas;                V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação

da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;

                VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.

              

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Lei das águas - Lei 9.433, de Lei das águas - Lei 9.433, de 08/01/199708/01/1997

Art. 2º São objetivos da Política Nacional de Art. 2º São objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos:Recursos Hídricos:

                I - assegurar à atual e às futuras gerações a I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos;qualidade adequados aos respectivos usos;

                II - a utilização racional e integrada dos recursos II - a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável;vistas ao desenvolvimento sustentável;

                III - a prevenção e a defesa contra eventos III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.naturais.

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ANA - Lei 9.984, de ANA - Lei 9.984, de 17/07/200017/07/2000

Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas - ANA, entidade Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas - ANA, entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de federal de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, e dá outras providências.e dá outras providências.

Art. 4Art. 4oo A atuação da ANA obedecerá aos A atuação da ANA obedecerá aos fundamentos, objetivos, diretrizes e instrumentos fundamentos, objetivos, diretrizes e instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos e será da Política Nacional de Recursos Hídricos e será desenvolvida em articulação com órgãos e desenvolvida em articulação com órgãos e entidades públicas e privadas integrantes do entidades públicas e privadas integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (...)Hídricos (...)

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ANEEL - Lei 9.427, de ANEEL - Lei 9.427, de 26/12/199626/12/1996

Institui a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, disciplina o regime das concessões Institui a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, disciplina o regime das concessões de serviços públicos de energia elétrica e dá outras providências.de serviços públicos de energia elétrica e dá outras providências.

Art. 3Art. 3oo  (...) compete à ANEEL:   (...) compete à ANEEL: (...)(...)

                V - V - dirimirdirimir, no âmbito administrativo, as , no âmbito administrativo, as divergênciasdivergências entre entre concessionárias, permissionárias, autorizadas, produtores concessionárias, permissionárias, autorizadas, produtores independentes e autoprodutores, bem como entre esses agentes e independentes e autoprodutores, bem como entre esses agentes e seus seus consumidoresconsumidores;; (...)(...)

                VIII - estabelecer, com vistas a propiciar concorrência efetiva entre VIII - estabelecer, com vistas a propiciar concorrência efetiva entre os agentes e a os agentes e a impedir a concentração econômicaimpedir a concentração econômica nos serviços e nos serviços e atividades de energia elétrica, restrições, limites ou condições para atividades de energia elétrica, restrições, limites ou condições para empresas, grupos empresariais e acionistas, quanto à obtenção e empresas, grupos empresariais e acionistas, quanto à obtenção e transferência de concessões, permissões e autorizações, à transferência de concessões, permissões e autorizações, à concentração societária e à realização de negócios entre si;concentração societária e à realização de negócios entre si; (...)(...)

                IX - IX - zelar pelo cumprimento da legislação de defesa da zelar pelo cumprimento da legislação de defesa da concorrênciaconcorrência, monitorando e acompanhando as práticas de mercado , monitorando e acompanhando as práticas de mercado dos agentes do setor de energia elétrica;dos agentes do setor de energia elétrica;

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ANEEL - Lei 9.427, de ANEEL - Lei 9.427, de 26/12/199626/12/1996

X - X - fixar as multas administrativas a serem impostas aos fixar as multas administrativas a serem impostas aos concessionáriosconcessionários, permissionários e autorizados de instalações e , permissionários e autorizados de instalações e serviços de energia elétrica, observado o limite, por infração, de 2% serviços de energia elétrica, observado o limite, por infração, de 2% (dois por cento) do faturamento, ou do valor estimado da energia (dois por cento) do faturamento, ou do valor estimado da energia produzida nos casos de autoprodução e produção independente, produzida nos casos de autoprodução e produção independente, correspondente aos últimos doze meses anteriores à lavratura do correspondente aos últimos doze meses anteriores à lavratura do auto de infração ou estimados para um período de doze meses caso auto de infração ou estimados para um período de doze meses caso o infrator não esteja em operação ou esteja operando por um o infrator não esteja em operação ou esteja operando por um período inferior a doze meses.período inferior a doze meses.

                XII - XII - estabelecerestabelecer, para cumprimento por parte de cada , para cumprimento por parte de cada concessionária e permissionária de serviço público de distribuição concessionária e permissionária de serviço público de distribuição de energia elétrica, de energia elétrica, as metas a serem periodicamente alcançadas, as metas a serem periodicamente alcançadas, visando a universalização do uso da energia elétricavisando a universalização do uso da energia elétrica;;

                XIV - XIV - aprovar as regras e os procedimentos de comercializaçãoaprovar as regras e os procedimentos de comercialização de de energia elétrica, contratada de formas regulada e livre;energia elétrica, contratada de formas regulada e livre;

                XIX - XIX - regular o serviço concedido, permitido e autorizado e regular o serviço concedido, permitido e autorizado e fiscalizar permanentemente sua prestação.fiscalizar permanentemente sua prestação.

                Parágrafo único. No exercício da competência prevista nos incisos Parágrafo único. No exercício da competência prevista nos incisos VIII e IX, VIII e IX, a ANEEL deverá articular-se com a a ANEEL deverá articular-se com a Secretaria de Direito Secretaria de Direito EconômicoEconômico do Ministério da Justiça do Ministério da Justiça. .

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Abrangência da SDEAbrangência da SDE

Secretaria de Direito Econômico

DDC DPDC

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ANEEL – Dec. 2.335, de ANEEL – Dec. 2.335, de 06/10/199706/10/1997

Constitui a Agência Nacional de Energia Elétrica -ANEEL, autarquia sob Constitui a Agência Nacional de Energia Elétrica -ANEEL, autarquia sob regime especial, aprova sua Estrutura Regimental e o Quadro regime especial, aprova sua Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e Funções de Confiança e dá outras Demonstrativo dos Cargos em Comissão e Funções de Confiança e dá outras providências.providências.

Art. 14. As ações de proteção e defesa do Art. 14. As ações de proteção e defesa do consumidor de energia elétrica serão realizadas consumidor de energia elétrica serão realizadas pela ANEEL, observado, no que couber, o disposto pela ANEEL, observado, no que couber, o disposto no no Código de Proteção e Defesa do ConsumidorCódigo de Proteção e Defesa do Consumidor, , aprovado pela Lei nº 8.078, de 11 de setembro de aprovado pela Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, na Lei nº 8.987, de 1995, e nº Decreto nº 1990, na Lei nº 8.987, de 1995, e nº Decreto nº 2.181, de 20 de março de 1997.2.181, de 20 de março de 1997.

                Parágrafo único. Parágrafo único. Objetivando o Objetivando o aperfeiçoamento de suas ações, a ANEEL articular-aperfeiçoamento de suas ações, a ANEEL articular-se-á com as entidades e os órgãos estatais e se-á com as entidades e os órgãos estatais e privados de proteção e defesa do consumidor.privados de proteção e defesa do consumidor.

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ANATEL – Lei 9.472, de ANATEL – Lei 9.472, de 16/07/199716/07/1997

Dispõe sobre a organização dos serviços de telecomunicações, a criação e o Dispõe sobre a organização dos serviços de telecomunicações, a criação e o funcionamento de um órgão regulador (...).funcionamento de um órgão regulador (...).

Art. 3º. O usuário dos serviços de Art. 3º. O usuário dos serviços de telecomunicações tem direito:telecomunicações tem direito:

I – de acesso aos serviços de telecomunicações I – de acesso aos serviços de telecomunicações (...);(...);

II – à liberdade de escolha de sua prestadora de II – à liberdade de escolha de sua prestadora de serviços;serviços;

(...) IV – à informação adequada sobre as condições (...) IV – à informação adequada sobre as condições de prestação dos serviços, suas tarifas e preços;de prestação dos serviços, suas tarifas e preços;

(...) VII – à não suspensão do serviço prestado em (...) VII – à não suspensão do serviço prestado em regime público, salvo por débito diretamente regime público, salvo por débito diretamente decorrente de sua utilização ou por decorrente de sua utilização ou por descumprimento de condições contratuais;descumprimento de condições contratuais;

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ANATEL – Lei 9.472, de ANATEL – Lei 9.472, de 16/07/199716/07/1997

VII – ao prévio conhecimento das VII – ao prévio conhecimento das condições de suspensão do serviço;condições de suspensão do serviço;

(...) X – de resposta às suas reclamações (...) X – de resposta às suas reclamações pela prestadora do serviço;pela prestadora do serviço;

XI – de peticionar contra a prestadora do XI – de peticionar contra a prestadora do serviço perante o órgão regulador serviço perante o órgão regulador e os e os organismos de defesa do consumidororganismos de defesa do consumidor;;

XII – à reparação dos danos causados aos XII – à reparação dos danos causados aos seus direitos.seus direitos.

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Código de Defesa do Código de Defesa do ConsumidorConsumidor

Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.contínuos.

Parágrafo único. Nos casos de Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código.causados, na forma prevista neste código.

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Legalidade da tarifa Legalidade da tarifa progressivaprogressiva

Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função das Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técnicas e dos custos específicos provenientes do características técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários. atendimento aos distintos segmentos de usuários.

STJ, RESP 1.113.403, 1ª Seção, Rel. Min. Teori Zavascki, un., 09/09/2009).STJ, RESP 1.113.403, 1ª Seção, Rel. Min. Teori Zavascki, un., 09/09/2009).

1.(...) O faturamento do serviço de fornecimento 1.(...) O faturamento do serviço de fornecimento de água com base na tarifa progressiva, de de água com base na tarifa progressiva, de acordo com as categorias de usuários e as faixas acordo com as categorias de usuários e as faixas de consumo, é legítimo e atende ao interesse de consumo, é legítimo e atende ao interesse público, porquanto estimula o uso racional dos público, porquanto estimula o uso racional dos recursos hídricos. Interpretação dos arts. 4º, da recursos hídricos. Interpretação dos arts. 4º, da Lei 6.528⁄78, e 13 da Lei 8.987⁄95.Lei 6.528⁄78, e 13 da Lei 8.987⁄95.

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Legalidade da tarifa Legalidade da tarifa progressivaprogressiva

"A política de tarifação dos serviços públicos concedidos, "A política de tarifação dos serviços públicos concedidos, prevista na CF (art. 175), foi estabelecida pela Lei 8.987⁄95, prevista na CF (art. 175), foi estabelecida pela Lei 8.987⁄95, com escalonamento na tarifação, de modo a pagar menos com escalonamento na tarifação, de modo a pagar menos pelo serviço o consumidor com menor gasto, em nome da pelo serviço o consumidor com menor gasto, em nome da política das ações afirmativas, devidamente chanceladas política das ações afirmativas, devidamente chanceladas pelo Judiciário (precedentes desta Corte)" (REsp pelo Judiciário (precedentes desta Corte)" (REsp 485.842⁄RS, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 24.5.2004).485.842⁄RS, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 24.5.2004).3. Recurso especial provido, para se reconhecer a 3. Recurso especial provido, para se reconhecer a legalidade da cobrança do serviço de fornecimento de água legalidade da cobrança do serviço de fornecimento de água com base na tarifa progressiva e para julgar improcedente com base na tarifa progressiva e para julgar improcedente o pedido (REsp 861.661⁄RJ, Min. Denise Arruda, DJ de o pedido (REsp 861.661⁄RJ, Min. Denise Arruda, DJ de 10.12.2007).10.12.2007).

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Legalidade da tarifa Legalidade da tarifa progressivaprogressiva

Súmula 407, STJSúmula 407, STJ

É legítima a cobrança da tarifa de É legítima a cobrança da tarifa de água fixada de acordo com as água fixada de acordo com as categorias de usuários e as faixas de categorias de usuários e as faixas de consumo. consumo.

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““Engano justificável” na Engano justificável” na cobrança de débitoscobrança de débitos

Art. 42. Na cobrança de débitos, o Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.tipo de constrangimento ou ameaça.

Parágrafo único. O consumidor cobrado Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de hipótese de engano justificável.engano justificável.

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““Engano justificável” na Engano justificável” na cobrança de débitoscobrança de débitos

Corrente subjetiva:Corrente subjetiva:O engano é justificável quando não O engano é justificável quando não decorredecorre de dolo ou de culpa e se manifesta apesar de dolo ou de culpa e se manifesta apesar de todas as cautelas razoáveis exercidas de todas as cautelas razoáveis exercidas pelo fornecedorpelo fornecedor (Antonio H. BENJAMIN) (Antonio H. BENJAMIN)

Corrente objetiva:Corrente objetiva:Não basta que inexista má-fé, dolo ou Não basta que inexista má-fé, dolo ou mesmo ausência de culpa do fornecedor. mesmo ausência de culpa do fornecedor. Deve ter ocorrido um fator externo à esfera Deve ter ocorrido um fator externo à esfera de controle do fornecedor (caso fortuito ou de controle do fornecedor (caso fortuito ou força maior)força maior) (Cláudia L. MARQUES) (Cláudia L. MARQUES)

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““Engano justificável” na Engano justificável” na cobrança de débitoscobrança de débitos

“ “ A norma do parágrafo único do art. A norma do parágrafo único do art. 42 do CDC tem o nítido objetivo de 42 do CDC tem o nítido objetivo de conferir à devolução em dobro conferir à devolução em dobro função pedagógica e inibidora de função pedagógica e inibidora de condutas lesivas ao consumidor” condutas lesivas ao consumidor” (REsp 817733 / RJ, Rel. Min. Castro (REsp 817733 / RJ, Rel. Min. Castro Meira, D.J. 25.05.2007)Meira, D.J. 25.05.2007)

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O condomínio como unidade O condomínio como unidade de consumode consumo

RESP Nº 982.938 – RJ, 17/12/2009RESP Nº 982.938 – RJ, 17/12/2009A Segunda Turma pacificou o entendimento A Segunda Turma pacificou o entendimento segundo o qual nos condomínios em que o segundo o qual nos condomínios em que o total de água consumida é medido por um total de água consumida é medido por um único hidrômetro, é ilegal a cobrança de único hidrômetro, é ilegal a cobrança de tarifa mínima com base no número de tarifa mínima com base no número de economias, sem considerar o efetivo economias, sem considerar o efetivo consumo de água (REsp 726582⁄RJ, Rel. p⁄ consumo de água (REsp 726582⁄RJ, Rel. p⁄ Acórdão Min. Herman Benjamin, 2ª Turma, Acórdão Min. Herman Benjamin, 2ª Turma, julgado em 15⁄09⁄2009, DJe 28⁄10⁄2009). julgado em 15⁄09⁄2009, DJe 28⁄10⁄2009).

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Aplicabilidade do CDC e Aplicabilidade do CDC e possibilidade de cortepossibilidade de corte

Ag Rg RESP 1.089.062, 2ª T, Rel. Min. Eliana Calmon, Ag Rg RESP 1.089.062, 2ª T, Rel. Min. Eliana Calmon, 01/09/200901/09/2009

ADMINISTRATIVO – SERVIÇO PÚBLICO – ENERGIA ELÉTRICA – ADMINISTRATIVO – SERVIÇO PÚBLICO – ENERGIA ELÉTRICA – TARIFAÇÃO – COBRANÇA POR FATOR DE DEMANDA DE POTÊNCIA – TARIFAÇÃO – COBRANÇA POR FATOR DE DEMANDA DE POTÊNCIA – LEGITIMIDADE.LEGITIMIDADE.1. Os serviços públicos impróprios ou UTI SINGULI prestados por 1. Os serviços públicos impróprios ou UTI SINGULI prestados por órgãos da administração pública indireta ou, modernamente, por órgãos da administração pública indireta ou, modernamente, por delegação a concessionários, como previsto na CF (art. 175), são delegação a concessionários, como previsto na CF (art. 175), são remunerados por tarifa, sendo aplicáveis aos respectivos contratos o remunerados por tarifa, sendo aplicáveis aos respectivos contratos o Código de Defesa do Consumidor.Código de Defesa do Consumidor.(...)(...)3. A continuidade do serviço fornecido ou colocado à disposição do 3. A continuidade do serviço fornecido ou colocado à disposição do consumidor mediante altos custos e investimentos e, ainda, a consumidor mediante altos custos e investimentos e, ainda, a responsabilidade objetiva por parte do concessionário, sem a efetiva responsabilidade objetiva por parte do concessionário, sem a efetiva contraposição do consumidor, quebra o princípio da igualdade das contraposição do consumidor, quebra o princípio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa, repudiado pelo Direito.partes e ocasiona o enriquecimento sem causa, repudiado pelo Direito.4. Recurso especial provido pela divergência.4. Recurso especial provido pela divergência.

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Peculiaridades do casoPeculiaridades do caso

““(...) em princípio, a alegação do apelante de que o corte do (...) em princípio, a alegação do apelante de que o corte do fornecimento de água ocorreu sob o manto da legalidade se fornecimento de água ocorreu sob o manto da legalidade se coaduna com as disposições dos artigos 55 do Decreto 533⁄76, coaduna com as disposições dos artigos 55 do Decreto 533⁄76, art. 6º, § 3º, inciso II, da Lei 8.987⁄95 e art. 40 da Lei art. 6º, § 3º, inciso II, da Lei 8.987⁄95 e art. 40 da Lei 11.445⁄2007. Contudo, 11.445⁄2007. Contudo, a análise da legalidade no corte do a análise da legalidade no corte do fornecimento de água em questão não pode se restringir, tão-fornecimento de água em questão não pode se restringir, tão-somente, na constatação do inadimplemento do consumidor somente, na constatação do inadimplemento do consumidor aliada à sua devida notificação, devendo abarcar asaliada à sua devida notificação, devendo abarcar as peculiaridades do caso ora em julgamentopeculiaridades do caso ora em julgamento, em especial a falha , em especial a falha na prestação do serviço alegada pelo apelado. (...) causa na prestação do serviço alegada pelo apelado. (...) causa estranheza o elevado valor das cobranças mencionadas na estranheza o elevado valor das cobranças mencionadas na petição inicial, que alcançam o patamar de R$ 34.714,02, petição inicial, que alcançam o patamar de R$ 34.714,02, ressaltando-se que o laudo pericial realizado concluiu pela ressaltando-se que o laudo pericial realizado concluiu pela inexistência de indício de vazamento ou de infiltração que inexistência de indício de vazamento ou de infiltração que acarretasse em aumento exagerado de consumo capaz de acarretasse em aumento exagerado de consumo capaz de sustentar o valor das cobranças em questão.sustentar o valor das cobranças em questão.

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Inversão do ônus da provaInversão do ônus da prova

““Assim, não tendo a agravante se Assim, não tendo a agravante se desincumbido de comprovar a correção do desincumbido de comprovar a correção do valor exigido, deixando de apresentar valor exigido, deixando de apresentar qualquer prova robusta de suas alegações, qualquer prova robusta de suas alegações, apenas se limitando a aventar argumentos apenas se limitando a aventar argumentos frágeis, não foi capaz de mitigar a frágeis, não foi capaz de mitigar a documentação trazida á baila pelo documentação trazida á baila pelo agravado” (AgRg no AI nº 1.184.970)agravado” (AgRg no AI nº 1.184.970)

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Corte por falta de Corte por falta de pagamentopagamento

RESP nº 1.111.477 – RS, 08/09/2009RESP nº 1.111.477 – RS, 08/09/2009ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. CONTRATO ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE FORNECIMENTO DE ÁGUA. RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDA. PARCELAS DE FORNECIMENTO DE ÁGUA. RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDA. PARCELAS ATRASADAS. INADIMPLEMENTO. SUSPENSÃO DO SERVIÇO. ATRASADAS. INADIMPLEMENTO. SUSPENSÃO DO SERVIÇO. POSSIBILIDADE. ARTS. 22 E 42, POSSIBILIDADE. ARTS. 22 E 42, CAPUTCAPUT, DO CÓDIGO DE DEFESA DO , DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. CORRETA APLICAÇÃO PELA CORTE DE ORIGEM. CONSUMIDOR. CORRETA APLICAÇÃO PELA CORTE DE ORIGEM. 1. 1. A jurisprudência desta Corte já se manifestou no sentido de que: "É A jurisprudência desta Corte já se manifestou no sentido de que: "É lícito à concessionária interromper o fornecimento de água se, após lícito à concessionária interromper o fornecimento de água se, após aviso prévio, o usuário permanecer inadimplente. Interpretação do art. aviso prévio, o usuário permanecer inadimplente. Interpretação do art. 6º, § 3º, II, da Lei 8.987⁄95" ( REsp 631.246⁄RJ, Rel. Ministra Denise 6º, § 3º, II, da Lei 8.987⁄95" ( REsp 631.246⁄RJ, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, 23⁄10⁄2006).Arruda, Primeira Turma, 23⁄10⁄2006).22. "Admitir o inadimplemento por um período indeterminado e sem a . "Admitir o inadimplemento por um período indeterminado e sem a possibilidade de suspensão do serviço é consentir com o possibilidade de suspensão do serviço é consentir com o enriquecimento sem causa de uma das partes, fomentando a enriquecimento sem causa de uma das partes, fomentando a inadimplência generalizada, o que compromete o equilíbrio financeiro inadimplência generalizada, o que compromete o equilíbrio financeiro da relação e a própria continuidade do serviço, com reflexos inclusive da relação e a própria continuidade do serviço, com reflexos inclusive no princípio da modicidade" (Resp 1.062.975, Rel. Min. Eliana Calmon, no princípio da modicidade" (Resp 1.062.975, Rel. Min. Eliana Calmon, Primeira Turma, Dje 29⁄10⁄2008).Primeira Turma, Dje 29⁄10⁄2008).

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Corte por falta de Corte por falta de pagamentopagamento

Do voto:Do voto:““(...) na interpretação do art. 22 do CDC, Lei (...) na interpretação do art. 22 do CDC, Lei 8.078⁄90, não se pode ter uma visão 8.078⁄90, não se pode ter uma visão individual, considerando-se o consumidor individual, considerando-se o consumidor que, por algum infortúnio está inadimplente, que, por algum infortúnio está inadimplente, pois o que importa é o interesse da pois o que importa é o interesse da coletividade, que não pode ser onerada pela coletividade, que não pode ser onerada pela inadimplência”.inadimplência”.

Outros precedentes:Outros precedentes:REsp 596.320⁄PR, Rel. Ministro João Otávio REsp 596.320⁄PR, Rel. Ministro João Otávio de Noronha, Segunda Turma, DJ 8⁄2⁄2007; de Noronha, Segunda Turma, DJ 8⁄2⁄2007; Resp 1.062.975, Rel. Min. Eliana Calmon, Resp 1.062.975, Rel. Min. Eliana Calmon, Primeira Turma, Dje 29⁄10⁄2008).Primeira Turma, Dje 29⁄10⁄2008).

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Débitos antigosDébitos antigos

ADMINISTRATIVO. ÁGUA. FORNECIMENTO. CORTE. ADMINISTRATIVO. ÁGUA. FORNECIMENTO. CORTE. DÉBITO ANTIGO. ILEGALIDADE. DÉBITO ANTIGO. ILEGALIDADE. 1. É indevido o corte do fornecimento de água 1. É indevido o corte do fornecimento de água nos casos em que se trata de cobrança de nos casos em que se trata de cobrança de débitos antigos e consolidados, os quais devem débitos antigos e consolidados, os quais devem ser reivindicados pelas concessionárias por meio ser reivindicados pelas concessionárias por meio das vias ordinárias de cobrança, sob pena de das vias ordinárias de cobrança, sob pena de infringir-se o disposto no art. 42 do Código de infringir-se o disposto no art. 42 do Código de Defesa do Consumidor. Incidência da Súmula Defesa do Consumidor. Incidência da Súmula 83⁄STJ. Agravo regimental não provido. (RESP 83⁄STJ. Agravo regimental não provido. (RESP 1.074.977, 01/10/2009).1.074.977, 01/10/2009).

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Diferença entre devedor antigo Diferença entre devedor antigo e usuário atuale usuário atual

AgRg AI 1.107.257, 2ª T, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 16/07/2009AgRg AI 1.107.257, 2ª T, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 16/07/2009

ADMINISTRATIVO. SUSPENSÃO DO FORNECIMENTO DE ÁGUA. DÉBITOS DE ADMINISTRATIVO. SUSPENSÃO DO FORNECIMENTO DE ÁGUA. DÉBITOS DE CONSUMO DO ANTIGO PROPRIETÁRIO. DÍVIDA CONSOLIDADA. CONSUMO DO ANTIGO PROPRIETÁRIO. DÍVIDA CONSOLIDADA. IMPOSSIBILIDADE.IMPOSSIBILIDADE.(...) (...) 2.2. A questão resume-se à possibilidade ou não da suspensão do A questão resume-se à possibilidade ou não da suspensão do fornecimento de água em razão de fornecimento de água em razão de débito de consumo gerado pelo antigo débito de consumo gerado pelo antigo proprietário do imóvel.proprietário do imóvel.3.3. No caso, independentemente da natureza da obrigação (se pessoal ou No caso, independentemente da natureza da obrigação (se pessoal ou propter rempropter rem), não cabe a suspensão do fornecimento de água por se ), não cabe a suspensão do fornecimento de água por se tratar de débito consolidado. Ou seja, tratar de débito consolidado. Ou seja, o novo proprietário do imóvel está o novo proprietário do imóvel está sendo privado do fornecimento em razão de dívida pretérita do antigo sendo privado do fornecimento em razão de dívida pretérita do antigo moradormorador, hipótese que não encontra albergue na jurisprudência do STJ., hipótese que não encontra albergue na jurisprudência do STJ.4.4. Ambas as turmas da Primeira Seção concluíram que Ambas as turmas da Primeira Seção concluíram que o art. 6º, § 3º, II, o art. 6º, § 3º, II, da Lei n. 8.987⁄95 refere-se ao inadimplementoda Lei n. 8.987⁄95 refere-se ao inadimplemento dodo usuário usuário, ou seja, do , ou seja, do efetivo consumidor do serviçoefetivo consumidor do serviço. Inviável, portanto, responsabilizar o atual . Inviável, portanto, responsabilizar o atual usuário por débito pretérito relativo ao consumo de água do anterior. (...).usuário por débito pretérito relativo ao consumo de água do anterior. (...).

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Restituição de ICMS (pessoa Restituição de ICMS (pessoa jurídica)jurídica)

RESP nº 704.373 – MG, 2ª T, Rel. Min. Herman Benjamin, RESP nº 704.373 – MG, 2ª T, Rel. Min. Herman Benjamin, 25/08/200925/08/2009RECORRENTE:ESTADO DE MINAS GERAISRECORRENTE:ESTADO DE MINAS GERAISRECORRIDO :RECORRIDO :MATERNIDADE OCTAVIANO NEVES S⁄AMATERNIDADE OCTAVIANO NEVES S⁄A E OUTROS E OUTROS

PROCESSUAL CIVIL. FORNECIMENTO DE ÁGUA. REPETIÇÃO.  PROCESSUAL CIVIL. FORNECIMENTO DE ÁGUA. REPETIÇÃO.  ICMS. CONSUMIDOR FINAL. LEGITIMIDADE ATIVA.ICMS. CONSUMIDOR FINAL. LEGITIMIDADE ATIVA.1. Discute-se a legitimidade ativa do consumidor final para pedir 1. Discute-se a legitimidade ativa do consumidor final para pedir restituição de ICMS incidente sobre fornecimento de água.restituição de ICMS incidente sobre fornecimento de água.2. A mais recente jurisprudência do STJ admite que o 2. A mais recente jurisprudência do STJ admite que o consumidor de energia elétrica tem legitimidade ativa para a consumidor de energia elétrica tem legitimidade ativa para a repetição de ICMS.repetição de ICMS.3. Por coerência, deve-se reconhecer a legitimidade ativa para o 3. Por coerência, deve-se reconhecer a legitimidade ativa para o pedido de restituição tributária em favor do consumidor de outro pedido de restituição tributária em favor do consumidor de outro serviço essencial, qual seja o fornecimento de água encanada.serviço essencial, qual seja o fornecimento de água encanada.4. Recurso Especial não provido.4. Recurso Especial não provido.

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Prescrição na repetição do Prescrição na repetição do indébitoindébito

AÇÃO ORDINÁRIA DECLARATÓRIA C⁄C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E AÇÃO ORDINÁRIA DECLARATÓRIA C⁄C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E PEDIDO LIMINAR DE DEPÓSITO JUDICIAL DE VALORES DE TARIFAS DE PEDIDO LIMINAR DE DEPÓSITO JUDICIAL DE VALORES DE TARIFAS DE ÁGUA E ESGOTO SANITÁRIO. LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELA ÁGUA E ESGOTO SANITÁRIO. LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELA INEXISTÊNCIA DO SERVIÇO DE TRATAMENTO DE ESGOTAMENTO INEXISTÊNCIA DO SERVIÇO DE TRATAMENTO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO. COBRANÇA INDEVIDA. REPETIÇÃO DO INDÉBITO, SEM SANITÁRIO. COBRANÇA INDEVIDA. REPETIÇÃO DO INDÉBITO, SEM DOBRA, OBSERVADA A PRESCRIÇÃO QUINQUENAL (ARTIGO 27, DO DOBRA, OBSERVADA A PRESCRIÇÃO QUINQUENAL (ARTIGO 27, DO CODECON). CODECON). Entendo que Entendo que o Tribunal de origem não decidiu a controvérsia com o Tribunal de origem não decidiu a controvérsia com base no artigo 206, § 3º, IV e V, do Código Civil, tendo aplicado à base no artigo 206, § 3º, IV e V, do Código Civil, tendo aplicado à espécie expressamente o artigo 27 do Código de Defesa do espécie expressamente o artigo 27 do Código de Defesa do ConsumidorConsumidor. . Por último, cumpre registrar que esta Corte, no REsp 1113403⁄RJ, Rel. Por último, cumpre registrar que esta Corte, no REsp 1113403⁄RJ, Rel. Ministro  TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em Ministro  TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09⁄09⁄2009, DJe 15⁄09⁄2009, entendeu que 09⁄09⁄2009, DJe 15⁄09⁄2009, entendeu que a restituição de indébito a restituição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional de 10 de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional de 10 (dez) anos previsto no artigo 205 do Código Civil(dez) anos previsto no artigo 205 do Código Civil, não merecendo, de , não merecendo, de todos os modos, acolhida a tese recursal (RESP Nº 1.128.054 - RJ , todos os modos, acolhida a tese recursal (RESP Nº 1.128.054 - RJ , 17/12/2009)17/12/2009)

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Prescrição na repetição do Prescrição na repetição do indébitoindébito

A Primeira Seção, no julgamento do REsp A Primeira Seção, no julgamento do REsp 1.113.403/RJ (assentada de 9.9.2009), submetido ao 1.113.403/RJ (assentada de 9.9.2009), submetido ao rito dos recursos repetitivos (art. 543-C do CPC), rito dos recursos repetitivos (art. 543-C do CPC), pacificou entendimento de que a Ação de Repetição pacificou entendimento de que a Ação de Repetição de Indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao de Indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo estabelecido no Código Civil. Destaca-se trecho prazo estabelecido no Código Civil. Destaca-se trecho do voto-condutor:do voto-condutor:(...) Não havendo norma específica a reger a (...) Não havendo norma específica a reger a hipótese, aplica-se o prazo prescricional estabelecido hipótese, aplica-se o prazo prescricional estabelecido pela regra geral do Código Civil, ou seja: de 20 anos, pela regra geral do Código Civil, ou seja: de 20 anos, previsto no art. 177 do Código Civil de 1916 ou de 10 previsto no art. 177 do Código Civil de 1916 ou de 10 anos, previsto no art. 205 do Código Civil de 2002.anos, previsto no art. 205 do Código Civil de 2002.

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Prescrição da repetição do Prescrição da repetição do indébitoindébito

Súmula 412Súmula 412

A ação de repetição de indébito de A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no prazo prescricional estabelecido no Código Civil. Código Civil.

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Discriminação das ligações Discriminação das ligações telefônicastelefônicas

Decisão do TRF4, apreciando lei de Santa Catarina:Decisão do TRF4, apreciando lei de Santa Catarina:

““MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIÇO DE TELEFONIA. RELAÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIÇO DE TELEFONIA. RELAÇÃO DE CONSUMO.  COMPETÊNCIA LEGISLATIVA. DILAÇÃO PROBATÓRIA. CONSUMO.  COMPETÊNCIA LEGISLATIVA. DILAÇÃO PROBATÓRIA. - A Lei Estadual nº 11.699⁄2001-SC, ao determinar a discriminação por - A Lei Estadual nº 11.699⁄2001-SC, ao determinar a discriminação por impulsos das ligações locais nas faturas telefônicas, vem no sentido de impulsos das ligações locais nas faturas telefônicas, vem no sentido de tutelar a relação de consumo entre prestadora e beneficiários do tutelar a relação de consumo entre prestadora e beneficiários do serviço de telefonia. serviço de telefonia. A intenção primária não é estabelecer parâmetros A intenção primária não é estabelecer parâmetros técnicos para o serviço de telefonia, mas dar seguimento ao preceito técnicos para o serviço de telefonia, mas dar seguimento ao preceito imposto pelo art. 6º, III, do Código de Defesa do Consumidor, qual seja: imposto pelo art. 6º, III, do Código de Defesa do Consumidor, qual seja: (São direitos básicos do consumidor:) a informação adequada e clara (São direitos básicos do consumidor:) a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviçossobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de , com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como os riscos que se apresentem. os riscos que se apresentem. - Cabe analisar, portanto, a possibilidade de o Estado legislar sobre - Cabe analisar, portanto, a possibilidade de o Estado legislar sobre relação de consumo. Ora, nesse ponto a Carta Magna é hialina em seu relação de consumo. Ora, nesse ponto a Carta Magna é hialina em seu art. 24, VIII,art. 24, VIII, ao estatuir que ao estatuir que cabe à União, aos Estados e aos Municípios cabe à União, aos Estados e aos Municípios legislar de forma concorrente sobre responsabilidade por dano ao legislar de forma concorrente sobre responsabilidade por dano ao consumidor.consumidor.

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Discriminação das ligações Discriminação das ligações telefônicastelefônicas

STJ, RMS Nº 17.112 – SC, 1ª T, Rel. Min. Denise Arruda, 15/12/2009: RMS Nº 17.112 – SC, 1ª T, Rel. Min. Denise Arruda, 15/12/2009:

(...) 2. Na sessão de 3 de junho de 2009, (...) 2. Na sessão de 3 de junho de 2009, a Corte Especial a Corte Especial julgou procedente a arguição, declarando a julgou procedente a arguição, declarando a inconstitucionalidade da Lei 11.699⁄2001, do Estado de Santa inconstitucionalidade da Lei 11.699⁄2001, do Estado de Santa CatarinaCatarina (DJe de 4.8.2009), por entender que (DJe de 4.8.2009), por entender que a referida a referida norma disciplina matéria relativa aos serviços de norma disciplina matéria relativa aos serviços de telecomunicações, os quais estão incluídos no âmbito da telecomunicações, os quais estão incluídos no âmbito da competência administrativa exclusiva da União, nos termos competência administrativa exclusiva da União, nos termos do art. 21, XI, da Constituição Federal, bem como no âmbito do art. 21, XI, da Constituição Federal, bem como no âmbito da competência legislativa privativa daquele ente federal, da competência legislativa privativa daquele ente federal, conforme preceitua o art. 22, IV, da CF⁄88conforme preceitua o art. 22, IV, da CF⁄88. Nesse contexto, . Nesse contexto, constatou a inconstitucionalidade formal da Lei Estadual constatou a inconstitucionalidade formal da Lei Estadual 11.699⁄2001, por vício de iniciativa.11.699⁄2001, por vício de iniciativa.

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Discriminação das ligações Discriminação das ligações telefônicastelefônicas

(...) 3. (...) considerando a declaração, pela Corte (...) 3. (...) considerando a declaração, pela Corte Especial, da inconstitucionalidade da Lei Estadual Especial, da inconstitucionalidade da Lei Estadual 11.699⁄2001, fica afastada, em favor da 11.699⁄2001, fica afastada, em favor da impetrante, a aplicação da referida norma. impetrante, a aplicação da referida norma. Destarte, não pode ser exigida da concessionária Destarte, não pode ser exigida da concessionária de serviço público de telefonia fixa a obrigação de de serviço público de telefonia fixa a obrigação de individualizar, nas faturas emitidas aos individualizar, nas faturas emitidas aos consumidores, cada ligação local realizadaconsumidores, cada ligação local realizada, com as , com as seguintes especificações: data, horário, duração, seguintes especificações: data, horário, duração, telefone chamado e valor devido, bem como não telefone chamado e valor devido, bem como não lhe pode ser imposta nenhuma penalidade em face lhe pode ser imposta nenhuma penalidade em face do descumprimento da norma.do descumprimento da norma.

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Discriminação das ligações Discriminação das ligações telefônicastelefônicas

STJ, EDcl nos EDcl no RESP nº 1.071.496 – MG, 2ª T, Rel. Min. Eliana STJ, EDcl nos EDcl no RESP nº 1.071.496 – MG, 2ª T, Rel. Min. Eliana Calmon, 19/11/2009:Calmon, 19/11/2009:

(...) 4. (...) (...) 4. (...) a partir de 01 de agosto de 2007, data da implementação a partir de 01 de agosto de 2007, data da implementação total do sistema, passou a ser exigido das concessionárias o total do sistema, passou a ser exigido das concessionárias o detalhamento de todas as ligações na modalidade local, detalhamento de todas as ligações na modalidade local, independentemente de ser dentro ou fora da franquia contratadaindependentemente de ser dentro ou fora da franquia contratada, por , por inexistir qualquer restrição a respeito, conforme se observa do inexistir qualquer restrição a respeito, conforme se observa do constante do artigo 83 do anexo à Resolução 426⁄2005, que constante do artigo 83 do anexo à Resolução 426⁄2005, que regulamentou o sistema de telefonia fixa.regulamentou o sistema de telefonia fixa.

5. Também no artigo 83 do anexo à Resolução 426⁄2005, restou 5. Também no artigo 83 do anexo à Resolução 426⁄2005, restou reafirmada a determinação para que a concessionária forneça, reafirmada a determinação para que a concessionária forneça, mediante solicitação do assinante, documento de cobrança contendo mediante solicitação do assinante, documento de cobrança contendo o detalhamento das chamadas locais. Entretanto, ficou consignado o detalhamento das chamadas locais. Entretanto, ficou consignado que que o fornecimento do detalhamento seria gratuitoo fornecimento do detalhamento seria gratuito para o assinante, para o assinante, modificando, neste ponto, o constante do artigo 7º, X, do Decreto nº modificando, neste ponto, o constante do artigo 7º, X, do Decreto nº 4.733⁄2003.4.733⁄2003.

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Discriminação das ligações Discriminação das ligações telefônicastelefônicas

6. A solicitação do fornecimento das faturas 6. A solicitação do fornecimento das faturas discriminadas, sem ônus para o assinante, discriminadas, sem ônus para o assinante, basta ser feita uma única vez, marcando basta ser feita uma única vez, marcando para a concessionária o momento a partir para a concessionária o momento a partir do qual o consumidor pretende obter suas do qual o consumidor pretende obter suas faturas com detalhamento.faturas com detalhamento.

7. Revogação da súmula 357⁄STJ que se 7. Revogação da súmula 357⁄STJ que se impõe.impõe.

Súmula 357 (revogada)Súmula 357 (revogada)

A pedido do assinante, A pedido do assinante, que responderá pelos custosque responderá pelos custos, é , é obrigatória, a obrigatória, a partir de 1º de janeiro de 2006, a discriminação de partir de 1º de janeiro de 2006, a discriminação de pulsos excedentes pulsos excedentes e ligações de telefone fixo para celular. e ligações de telefone fixo para celular.

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Postos de atendimentoPostos de atendimento

RESP nº 976.599 – SC, 1ª T, Rel. Min. Denise Arruda, 10/11/2009:RESP nº 976.599 – SC, 1ª T, Rel. Min. Denise Arruda, 10/11/2009:

(...) o cumprimento da (...) o cumprimento da garantia do acesso da garantia do acesso da população ao serviço de telefonia fixapopulação ao serviço de telefonia fixa, em sua , em sua concepção ampla, depende da reabertura de postos concepção ampla, depende da reabertura de postos telefônicos de atendimento ao consumidor, ainda que telefônicos de atendimento ao consumidor, ainda que eficientes as centrais de atendimento por telefone.(...).eficientes as centrais de atendimento por telefone.(...).O recurso especial não constitui via adequada para a O recurso especial não constitui via adequada para a análise de eventual ofensa a resoluções, portarias ou análise de eventual ofensa a resoluções, portarias ou instruções normativasinstruções normativas, por não estarem tais atos , por não estarem tais atos normativos compreendidos na expressão "lei federal", normativos compreendidos na expressão "lei federal", constante da alínea constante da alínea aa do inciso III do art. 105 da do inciso III do art. 105 da Constituição Federal. (...).Constituição Federal. (...).

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Ilegalidade do Ilegalidade do “arredondamento”“arredondamento”

RESP nº 786.323 - DF  (2ª T, Rel. Min. Eliana Calmon, 05/11/2009:RESP nº 786.323 - DF  (2ª T, Rel. Min. Eliana Calmon, 05/11/2009:

1. Tem-se originariamente ação civil pública ajuizada pela ANADEC, 1. Tem-se originariamente ação civil pública ajuizada pela ANADEC, em desfavor da Americel S⁄A, objetivando a abstenção dos em desfavor da Americel S⁄A, objetivando a abstenção dos "arredondamentos" para 30 (trinta) segundos em todas as ligações "arredondamentos" para 30 (trinta) segundos em todas as ligações do sistema Americel, para efeitos de cobrança, passando a tarifar do sistema Americel, para efeitos de cobrança, passando a tarifar todas as ligações a cada 6 (seis) segundos, a par de ver a requerida todas as ligações a cada 6 (seis) segundos, a par de ver a requerida obrigada a adequar seu manual à nova regra e condenada à obrigada a adequar seu manual à nova regra e condenada à indenização aos consumidores lesados por meio de adição de indenização aos consumidores lesados por meio de adição de créditos junto aos seus telefones celulares. (...).créditos junto aos seus telefones celulares. (...).

Do voto:Do voto:““(...) A abusividade da cobrança ressalta aos olhos, quando da (...) A abusividade da cobrança ressalta aos olhos, quando da análise do material probatório juntado aos autos, indicando que análise do material probatório juntado aos autos, indicando que a ré a ré onera excessivamente o consumidor ao cobrar os primeiros trinta onera excessivamente o consumidor ao cobrar os primeiros trinta segundos da ligação feita por aparelho celular de forma fracionadasegundos da ligação feita por aparelho celular de forma fracionada, , o que gera lucro indevido em detrimento aos direitos dos o que gera lucro indevido em detrimento aos direitos dos consumidores⁄usuários dos serviços da AMERICEL, nos termos do consumidores⁄usuários dos serviços da AMERICEL, nos termos do inc. V, do art. 39, do Código do Consumidor (...)”.inc. V, do art. 39, do Código do Consumidor (...)”.

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Captura do controladorCaptura do controlador

RESP nº 859.877 – RS, 1ª S, Rel. Min. Luiz Fux, 18/10/2008:RESP nº 859.877 – RS, 1ª S, Rel. Min. Luiz Fux, 18/10/2008:

1. 1. A ANATEL é parte ilegítima para figurar no pólo passivo de ação de A ANATEL é parte ilegítima para figurar no pólo passivo de ação de repetição de indébito, proposta em face de empresa concessionária repetição de indébito, proposta em face de empresa concessionária de telefoniade telefonia, na qual se pretende o reconhecimento da ilegalidade do , na qual se pretende o reconhecimento da ilegalidade do repasse do valores pagos a título de PIS e COFINS aos consumidores repasse do valores pagos a título de PIS e COFINS aos consumidores do serviço público.do serviço público.2. Deveras, malgrado as atribuições contidas no inciso VII, do artigo 2. Deveras, malgrado as atribuições contidas no inciso VII, do artigo 19, da Lei 9.472⁄97, ressoa evidente a ausência de interesse jurídico 19, da Lei 9.472⁄97, ressoa evidente a ausência de interesse jurídico da ANATEL no presente feito, uma vez que da ANATEL no presente feito, uma vez que a eventual condenação na a eventual condenação na devolução dos valores pagos indevidamente pelos consumidores a devolução dos valores pagos indevidamente pelos consumidores a título de COFINS e da contribuição destinada ao PIS não encontra título de COFINS e da contribuição destinada ao PIS não encontra repercussão em sua esfera jurídicarepercussão em sua esfera jurídica, mas tão-somente na da , mas tão-somente na da concessionária (Precedentes do STJ: REsp 1.053.778⁄RS, Rel. Ministro concessionária (Precedentes do STJ: REsp 1.053.778⁄RS, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 09.09.2008, DJe Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 09.09.2008, DJe 30.09.2008; REsp 716.365⁄RS, Rel. Ministro Francisco Falcão, julgado 30.09.2008; REsp 716.365⁄RS, Rel. Ministro Francisco Falcão, julgado em 07.11.2006, DJ 14.12.2006; e REsp 792.641⁄RS, Rel. Ministro em 07.11.2006, DJ 14.12.2006; e REsp 792.641⁄RS, Rel. Ministro Francisco Falcão, Rel. p⁄ Acórdão Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, Francisco Falcão, Rel. p⁄ Acórdão Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 21.02.2006, DJ 20.03.2006).julgado em 21.02.2006, DJ 20.03.2006).

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Captura do controladorCaptura do controlador

3. 3. Consectariamente, tratando-se de relação Consectariamente, tratando-se de relação jurídica processual instaurada entre a empresa jurídica processual instaurada entre a empresa concessionária de serviço público federal e o concessionária de serviço público federal e o usuário, não há interesse na lide do poder usuário, não há interesse na lide do poder concedenteconcedente, no caso, a União, falecendo, , no caso, a União, falecendo, a fortioria fortiori, , a competência da Justiça Federal (Precedentes da a competência da Justiça Federal (Precedentes da Primeira Seção: AgRg no CC 52.437⁄PB, Rel. Primeira Seção: AgRg no CC 52.437⁄PB, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em Ministro Humberto Martins, julgado em 28.05.2008, DJe 16.06.2008; AgRg no CC 28.05.2008, DJe 16.06.2008; AgRg no CC 61.804⁄CE, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, 61.804⁄CE, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 12.03.2008, DJe 31.03.2008; e AgRg julgado em 12.03.2008, DJe 31.03.2008; e AgRg no CC 59.036⁄PB, Rel. Ministro Carlos Fernando no CC 59.036⁄PB, Rel. Ministro Carlos Fernando Mathias (Juiz Convocado do TRF 1ª Região), Mathias (Juiz Convocado do TRF 1ª Região), julgado em 12.03.2008, DJe 05.05.2008).julgado em 12.03.2008, DJe 05.05.2008).

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Regulação e proteção ao Regulação e proteção ao consumidorconsumidor

RESP nº 1.138.591 – RJ, 2ª T, Rel. Min. Castro Meira, RESP nº 1.138.591 – RJ, 2ª T, Rel. Min. Castro Meira, 22/09/2009:22/09/2009:

(...) 5. (...) 5. Sempre que condutas praticadas no mercado de Sempre que condutas praticadas no mercado de consumo atingirem diretamente o interesse de consumidores, consumo atingirem diretamente o interesse de consumidores, é legítima a atuação do Procon para aplicar as sanções é legítima a atuação do Procon para aplicar as sanções administrativas previstas em leiadministrativas previstas em lei, no regular exercício do , no regular exercício do poder de polícia que lhe foi conferido no âmbito do Sistema poder de polícia que lhe foi conferido no âmbito do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor. Nacional de Defesa do Consumidor. Tal atuação, no entanto, Tal atuação, no entanto, não exclui nem se confunde com o exercício da atividade não exclui nem se confunde com o exercício da atividade regulatóriaregulatória setorial realizada pelas agências criadas por lei, setorial realizada pelas agências criadas por lei, cuja preocupação não se restringe à tutela particular do cuja preocupação não se restringe à tutela particular do consumidor, mas abrange a execução do serviço público em consumidor, mas abrange a execução do serviço público em seus vários aspectos, a exemplo, da continuidade e seus vários aspectos, a exemplo, da continuidade e universalização do serviço, da preservação do equilíbrio universalização do serviço, da preservação do equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão e da econômico-financeiro do contrato de concessão e da modicidade tarifária.modicidade tarifária.

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Regulação e proteção ao Regulação e proteção ao consumidorconsumidor

Do voto:Do voto:““Na hipótese em exame, ao contrário do que Na hipótese em exame, ao contrário do que argumenta a recorrente, a sanção aplicada não se argumenta a recorrente, a sanção aplicada não se referiu ao descumprimento do Plano Geral de Metas referiu ao descumprimento do Plano Geral de Metas traçado pela ANATEL, mas tem relação com a traçado pela ANATEL, mas tem relação com a qualidade dos serviços prestados pela empresa de qualidade dos serviços prestados pela empresa de telefonia que, telefonia que, mesmo após firmar compromisso, mesmo após firmar compromisso, deixou de resolver a situação do consumidor deixou de resolver a situação do consumidor prejudicado pela não instalação da linha telefônicaprejudicado pela não instalação da linha telefônica (fls. 29 e 34). Nesse contexto, a atuação do órgão (fls. 29 e 34). Nesse contexto, a atuação do órgão especializado consumerista teve por finalidade especializado consumerista teve por finalidade imediata a proteção do consumidor, sendo, portanto, imediata a proteção do consumidor, sendo, portanto, inteiramente legítima”.inteiramente legítima”.

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