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PLANO DIRETOR DE ITABIRITO L EI N º 2466, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2005. “INSTITUI O PLANO DIRETOR DE ITABIRITO, EM CONFORMIDADE COM O ESTATUTO DA CIDADE.” PRÓ-CITTÀ Instituto de Estudos Pró-Cidadania Itabirito, dezembro/05

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  • PLANO DIRETOR DE ITABIRITO

    LEI N 2466, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2005. INSTITUI O PLANO DIRETOR DE

    ITABIRITO, EM CONFORMIDADE COM O ESTATUTO DA CIDADE.

    PR-CITT Instituto de Estudos Pr-Cidadania

    Itabirito, dezembro/05

  • PREFEITURA MUNICIPAL DE ITABIRITO PMI

    WALDIR SILVA SALVADOR DE OLIVEIRA Prefeito Municipal de Itabirito GILBERTO JOS FERREIRA BASTOS Vice-Prefeito Municipal de Itabirito EDSIO DOS REIS NOLASCO PRISCILA RAMOS NETTO VIANA Procuradores Municipais VNIA ANTUNES DE CARVALHO Chefe de Gabinete e Assessora de Governo ROUSEMARA LOPES Secretria Municipal de Urbanismo Supervisora do Plano Diretor pela PMI JOAQUIM AUGUSTO TAVARES FRANA Secretrio Municipal de Administrao MARIA TEREZA CABRAL PAES CAMPOS Secretria Municipal de Fazenda DENISE DE CSSIA CUNHA Secretria Municipal de Assistncia Social ELIZABETH DE ALMEIDA Secretria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel FABIANA RIBEIRO LOPES Secretria Municipal de Comunicao Social LISLIR RESENDE SILVA SANTOS Secretria Municipal de Educao MAXIMILIANO FORTES Secretrio Municipal de Desenvolvimento Econmico OTVIO JOO SILVA BAETA JNIOR Secretrio Municipal de Obras e Servios PAULO ROBERTO DE CARVALHO Secretrio Municipal de Esporte e Lazer UBIRANEY DE FIGUEIREDO SILVA Secretrio Municipal de Patrimnio Cultural e Turismo VALRIA MARIANA ATELLA BARBOSA Secretria Municipal de Sade WAGNER JOS SILVA MELILLO Diretor do Servio Autnomo de gua e Esgoto SAAE TENENTE HLIO FELIPE DOS SANTOS Comandante da Guarda Municipal e do Corpo de Bombeiros

  • PODER LEGISLATIVO DE ITABIRITO

    ALEXANDER SILVA SALVADOR DE OLIVEIRA ARNALDO PEREIRA DOS SANTOS ARTIDRIO PEREIRA SENEM FRANCISCO CARLOS BERNARDES DE OLIVEIRA GILMAR ALFENAS HELDER DE MACEDO FARIAS JOS PARREIRAS ANTUNES RILDO XAVIER DE MORAIS ROSILENE DO CARMO CARDOSO COMISSO DE ACOMPANHAMENTO Representantes Efetivos do Poder Executivo

    Bruna Maria de Aguiar comunicao social do Plano Diretor Denise de Cssia Cunha dimenso socioeconmica Antnio Netto Avelar dimenso tcnico-produtiva Elizabeth de Almeida dimenso geoambiental Priscila Ramos Netto Viana dimenso poltico-institucional

    Representantes Efetivos do Poder Legislativo

    Arnaldo Pereira dos Santos Helder de Macedo Farias Jos Parreiras Antunes

    Representantes Efetivos da Sociedade Civil

    Clio Santos Unio Ambientalista de Itabirito UAI Etelvina Pimenta da Cunha Cooperativa dos trabalhadores de Transporte de Carga de

    Itabirito COOPERITO Glucio Ferraz Associao dos Amigos de Itabirito AMARITO Helena Aparecida de Faria Escola Infantil Sossego da Mame Lucila de Moraes Castro Associao Itabiritense do Turismo Rural ASSITUR Maria Aparecida Santos Reis Associao Comunitria do Bairro Primavera Maria Jos Salvador de Oliveira Movimento Mulheres em Ao Maria Policarpo Silva Santos Associao Comunitria do Bairro Bela Vista Maximiliano Silva Bata Fortes Agncia de Desenvolvimento Econmico e Social de

    Itabirito ADESITA Pedro Henrique Santos Lima Conselho Consultivo do Patrimnio Histrico e Artstico de

    Itabirito Slvio Eduardo de Oliveira Associao Comunitria do Bairro Santa Efignia Wesley Tavares Frana Associao Comunitria do Bairro Praia

    Representantes da Zona Rural de Itabirito

    Hans Alexandre Tomaz Cohn Maria Ribeiro Costa Solange Beatriz Ribeiro Rodrigues Thiago Luiz M. Damasceno

  • INSTITUTO DE ESTUDOS PR-CIDADANIA

    COORDENAO GERAL

    MARCO AURLIO COSTA

    TCNICOS E CONSULTORES ANA LUISA COSTA assessoria de comunicao social

    DLIO ARAJO CUNHA cartografia municipal

    EDUARDO ROBERTO TAGLIAFERRI urbanismo, paisagismo e legislao urbanstica

    EDWIGES LEMPP administrao municipal

    HELOSA GAMA DE OLIVEIRA interpretao ambiental e urbanstica

    IVANETE DE DEUS SIMES VARGAS organizao social e participao

    JANE DE SOUZA E SILVA geografia e anlise ambiental

    JOO ROBERTO DE OLIVEIRA anlise socioambiental e engenharia sanitria

    MARCO AURLIO COSTA desenvolvimento econmico

    MARIA IZABEL MARQUES DO VALLE urbanismo e legislao urbanstica

    MARIA MARTA MARTINS DE ARAJO sociedade, histria e patrimnio cultural

    NILDRED STAEL FERNANDES MARTINS desenvolvimento econmico municipal

    TOMS ALEXANDRE AHOUAGI sistema virio e transporte coletivo

    APOIO TCNICO

    Glauco Cezar Borges geografia e cartografia

    Pedro Schnemann Christfaro Silva economia e infra-estrutura socioeconmica

    A equipe do Instituto de Estudos Pr-Cidadania PR-CITT, agradece a cooperao de todos os envolvidos na elaborao do Plano Diretor e da Legislao Urbanstica Bsica do Municpio de Itabirito, especialmente os membros da Comisso Municipal de Acompanhamento do Plano Diretor, os dirigentes e tcnicos da Prefeitura Municipal de Itabirito PMI, e dos rgos pblicos estaduais e federais, assim como os membros das associaes e entidades e os cidados que participaram e contriburam nas diversas atividades realizadas ao longo dos trabalhos.

  • SUMRIO

    TTULO I - DOS PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DO PLANO DIRETOR ........................................... 2 TTULO II - DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL DO MUNICPIO......................................... 5

    CAPTULO I - DAS DIRETRIZES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL............................. 5 Seo I Do Desenvolvimento da Dimenso Socioeconmica........................................................... 7 Seo II Do Desenvolvimento da Dimenso Tcnico-Produtiva ...................................................... 9 Seo III Do Desenvolvimento da Dimenso Geoambiental .......................................................... 11 Seo IV Do Desenvolvimento da Dimenso Poltico-Institucional............................................... 14

    TTULO III - DA POLTICA URBANA .................................................................................................. 18

    CAPTULO I - DAS DIRETRIZES DE POLTICA URBANA E DA ORGANIZAO DO TERRITRIO ............................................................... 18 CAPTULO II - DOS INSTRUMENTOS DE POLTICA URBANA .................................................. 25 CAPTULO III - DA INFRA-ESTRUTURA URBANA E DOS SERVIOS PBLICOS............................................................................... 29

    Seo I Do saneamento ................................................................................................................... 29 Subseo I - Do Programa de Abastecimento de gua e de Esgotamento Sanitrio ..................... 30 Subseo II - Do Programa de Drenagem...................................................................................... 31 Subseo III - Do Programa de Coleta e Destinao Final dos Resduos Slidos ......................... 32

    Seo II Do sistema virio e de transporte ...................................................................................... 33 Seo III Da Poltica Habitacional .................................................................................................. 35 Seo IV Dos equipamentos de recreao, esportes e lazer ............................................................ 37

    TTULO IV - DA IMPLANTAO DO PLANO DIRETOR E DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO........................................................................ 37

    CAPTULO I - DOS INSTRUMENTOS INSTITUCIONAIS E FINANCEIROS PARA A IMPLANTAO DO PLANO DIRETOR.................... 37 CAPTULO II - DO CONSELHO MUNICIPAL DE POLTICA URBANA....................................... 39

    TTULO V - DAS DISPOSIES FINAIS E TRANSITRIAS............................................................. 41

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  • PREMBULO

    O Plano Diretor de Itabirito resultado do esforo coletivo desenvolvido pela sociedade e pelos poderes Executivo e Legislativo, no sentido de dotar o Municpio de regras e critrios de desenvolvimento, ocupao e uso de seu solo que atendam aos seguintes princpios: a garantia da plena realizao da funo social da cidade e da propriedade e a consolidao da cidadania e participao social, obedecendo aos preceitos legais estipulados pela Constituio da Repblica, pela Constituio do Estado de Minas Gerais, pela Lei Orgnica do Municpio de Itabirito e pelo Estatuto da Cidade.

    LEI N 2466, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2005.

    Institui o Plano Diretor de Itabirito, em conformidade com o Estatuto da Cidade.

    O povo do Municpio de Itabirito, por seus Representantes na Cmara Municipal aprovou e eu, em seu nome, sanciono a seguinte Lei:

    TTULO I DOS PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DO PLANO DIRETOR

    Artigo 1. - O Plano Diretor de Itabirito tem como fundamento o princpio do desenvolvimento sustentvel, que ser promovido pela municipalidade de modo integrado, abrangendo toda a dinmica da vida social e comunitria do Municpio e de seus habitantes, em todas as suas dimenses, no meio rural e urbano, no Distrito Sede do Municpio e nos demais distritos j existentes ou naqueles que por ventura venham a ser criados no Municpio, com a finalidade de obter a melhoria da qualidade de vida da populao e o incremento do bem-estar da comunidade, para as geraes atual e futuras.

    Pargrafo nico. O Plano Diretor tem como rea de abrangncia a totalidade do

    territrio municipal, nos termos do 2o. do artigo 40 do Estatuto da Cidade.

    Artigo 2. - Constitui anexo da presente Lei, sendo parte integrante do Plano Diretor de Itabirito, o Plano Diretor de Itabirito Diagnstico Situacional, composto por dois volumes, a saber:

    I- Volume I Dimenses Socioeconmica e Tcnico-Produtiva; II- Volume II Dimenses Geoambiental e Poltico-Institucional.

    Artigo 3. - So tambm princpios fundamentais do Plano Diretor:

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  • I- a garantia do pleno desenvolvimento das funes sociais da cidade e da propriedade;

    II- a preservao do meio ambiente natural e cultural do Municpio; III- o desenvolvimento sustentvel do Municpio; IV- a busca e realizao da igualdade e da justia social; V- a participao popular no processo de planejamento municipal.

    1. - A cidade cumprir a sua funo social quando assegurar como direitos de todo

    cidado o acesso moradia, transporte pblico, saneamento bsico, energia eltrica, iluminao pblica, sade, educao, cultura, creches, lazer, segurana pblica, espaos e equipamentos pblicos e a preservao do Patrimnio Cultural.

    2. - A funo social da propriedade est condicionada funo social da cidade, s diretrizes do desenvolvimento municipal e s exigncias deste Plano Diretor.

    Artigo 4. - O Plano Diretor de Itabirito o instrumento bsico da poltica de desenvolvimento sustentvel do Municpio, inclusive de sua Poltica Urbana.

    Artigo 5. - So objetivos do Plano Diretor de Itabirito: I- ordenao do crescimento do Municpio, em seus aspectos fsicos, econmicos,

    sociais, ambientais, culturais e administrativos; II- pleno aproveitamento dos recursos administrativos, financeiros, naturais, culturais

    e comunitrios do Municpio, respeitando a capacidade de suporte dos recursos naturais e as caractersticas culturais, histricas e sociais locais;

    III- atendimento das necessidades da populao quanto habitao, trabalho, lazer, educao, cultura, desportos, transportes, sade, saneamento bsico, segurana e assistncia social, com ateno especial aos segmentos que possuem necessidades especiais;

    IV- integrao da ao governamental municipal com a dos rgos e entidades federais e estaduais, no sentido de atingir esses objetivos;

    V- preservao do Patrimnio Cultural do Municpio, nos termos do que reza o artigo 216 da Constituio Federal de 1988;

    VI- ordenao do uso e ocupao do solo, visando a garantia das funes sociais da propriedade urbana, em consonncia com o que dispem os artigos 182 e 183 da Constituio Federal de 1988, regulamentados pelo Estatuto da Cidade.

    Artigo 6. - A participao da sociedade no processo de gesto e planejamento

    municipal, iniciada no processo de elaborao do Plano Diretor, consolidar o exerccio de direito cidadania da populao, obedecidos os princpios consagrados na Lei Orgnica do Municpio e neste Plano Diretor, especialmente as disposies constantes no Ttulo IV.

    Artigo 7. - Os Planos Plurianuais, as Leis e Diretrizes Oramentrias, as Leis Oramentrias, bem como todos os planos e aes do governo municipal, em todas as suas reas de abrangncia, devero estar de acordo com os preceitos estabelecidos nesta Lei.

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  • Artigo 8. - O planejamento e a coordenao das atividades governamentais de promoo do desenvolvimento sustentvel e da Poltica Urbana do Municpio so atribuies dos poderes Executivo e Legislativo, no mbito de suas competncias.

    Artigo 9. - O direito de construir est submetido ao cumprimento dos princpios previstos no artigo 3. desta Lei do Plano Diretor de Itabirito.

    Artigo 10 - O Plano Diretor dever viabilizar a criao de novos mecanismos que assegurem a integrao intergovernamental com vistas ao desenvolvimento sustentvel do Municpio, pelo melhor aproveitamento de suas vocaes, atualizando, de forma racional, as potencialidades do territrio e garantindo a qualidade de vida da populao.

    Pargrafo nico. Todas as intervenes de rgos federais, estaduais e municipais, no mbito da Poltica Urbana e territorial, devero estar de pleno acordo com as diretrizes expressas neste Plano Diretor.

    Artigo 11 - A interveno do Poder Pblico para submeter o exerccio do direito da propriedade urbana ao interesse coletivo, tem como finalidade:

    I- condicionar a densidade populacional com a correspondente e adequada utilizao da infra-estrutura urbana;

    II- gerar recursos para o abastecimento da demanda de infra-estrutura e de servios pblicos provocada pelo adensamento decorrente de ocupao nas reas ainda no urbanizadas;

    III- promover o adequado aproveitamento do espao urbano, respeitados os padres urbansticos e o direito da propriedade;

    IV- criar zonas, setores e reas sujeitas a regimes urbansticos especficos; V- condicionar a utilizao do solo urbano aos princpios de proteo ao meio

    ambiente e de valorizao do Patrimnio Cultural; VI- cumprir a funo social da propriedade, nos termos definidos neste Plano Diretor.

    Artigo 12 - Quaisquer atividades que venham e se instalar no Municpio, independente

    da origem da solicitao, tero que obedecer s normas dispostas neste Plano Diretor e na LUB, formada pela Lei de Permetro Urbano, pela Lei de Parcelamento, Uso e Ocupao do Solo e pelo Cdigo de Obras, alm de outros instrumentos legais que venham a ser considerados como tais, ou seja, como legislao bsica, por legislao municipal ou superior.

    Pargrafo nico. Nos casos previstos na Lei, os empreendedores devero submeter seus projetos apreciao e anuncia do Conselho Municipal de Poltica Urbana COMPURB, sem prejuzo de outras exigncias legais previstas nas legislaes estadual e federal e mesmo em legislao municipal existente ou futura.

    Legislao Relacionada: Lei Municipal n. 2483, de 15 de maro de 2006, que organiza e institui o COMPURB.

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  • TTULO II DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL DO MUNICPIO

    CAPTULO I DAS DIRETRIZES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL

    Artigo 13 - Integram o Plano Diretor, as diretrizes, normas gerais e demais instrumentos legais que regero a poltica de desenvolvimento sustentvel do Municpio e a ordenao do seu territrio, visando, em termos gerais:

    I- ordenar o crescimento do Municpio, em seus aspectos fsicos, econmicos, sociais, culturais e administrativos;

    II- racionalizar o uso do solo no territrio municipal, em suas reas rurais e urbanas, promovendo justa distribuio da infra-estrutura e dos servios pblicos nestas, e redistribuindo os benefcios e nus decorrentes da urbanizao;

    III- promover a urbanizao, a regularizao fundiria e a titulao de reas de moradores de baixa renda, sem remoo dos mesmos, salvo quando as condies fsicas se apresentem como de risco vida da coletividade;

    IV- promover a preservao, a recuperao e a ampliao das reas destinadas s atividades agrcolas, estimulando-as;

    V- incentivar a participao da comunidade e de suas entidades representativas no estudo, encaminhamento e soluo dos problemas, planos, programas e projetos referentes Poltica Urbana;

    VI- proteger o Patrimnio Cultural, compatibilizando o desenvolvimento urbano com a proteo do meio ambiente, atravs da racionalizao do patrimnio natural, histrico-cultural e construdo, promovendo sua conservao e recuperao em benefcio das geraes atuais e futuras;

    VII- garantir o livre acesso de todos os cidados s riquezas naturais de Itabirito, bem como aos demais equipamentos pblicos do Municpio;

    VIII- criar as Zonas Especiais de Interesse Social, as Zonas de Proteo Ambiental, as Zonas Especiais de Interesse Urbano-Ambiental, as Zonas Especiais de Interesse Histrico e as reas Especiais de Implantaes Virias;

    IX- promover o saneamento bsico, a pavimentao e a garantia de reas destinadas ao assentamento da populao, prevendo a implantao de programas habitacionais;

    X- garantir a implementao de reas de lazer e recreao nos diversos bairros e localidades do Municpio;

    XI- garantir a existncia das reas necessrias instalao dos equipamentos e servios pblicos;

    XII- impedir a ocupao das reas de risco geolgico, de mananciais e das reas de preservao permanente;

    XIII- conceber um modelo de desenvolvimento econmico, onde se objetive a diversificao e integrao entre os diversos setores produtivos;

    XIV- integrar os diversos bairros e ncleos de populao do Municpio; XV- definir o sistema de transporte pblico, visando a integrao municipal e a

    melhoria da qualidade dos servios prestados;

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  • XVI- promover o adensamento planejado e controlado das Zonas de Uso Misto de Itabirito e das reas Urbanas Especiais, incluindo as reas urbanas das sedes distritais, ocupando os espaos vazios, ociosos ou subutilizados, otimizando a utilizao dos servios pblicos;

    XVII- desenvolver um sistema de planejamento municipal que integre os diversos setores da administrao pblica e delegatrias de servios pblicos, no desenvolvimento dos programas e aes governamentais;

    XVIII- prever a aplicao dos instrumentos de desenvolvimento municipal, previstos em legislao superior, em consonncia com as caractersticas do Municpio de Itabirito;

    XIX- incentivar a livre iniciativa, visando o fortalecimento das atividades econmicas; XX- prever a aplicao dos instrumentos de poltica urbana, especialmente aqueles

    previstos no Estatuto da Cidade, em consonncia com as peculiaridades do Municpio de Itabirito.

    Artigo 14 - Para a consecuo do princpio do desenvolvimento sustentvel, o Poder

    Pblico ir estruturar suas polticas, visando a promoo de um desenvolvimento integrado e sustentvel, expresso nas diferentes dimenses da vida socioeconmica, tcnico-produtiva, geoambiental e poltico-institucional do Municpio.

    Pargrafo nico. As iniciativas, aes, projetos, planos e programas setoriais e/ou multissetoriais, sejam dos governos municipal, estadual ou federal, devero se adequar s diretrizes deste Plano Diretor, nos termos em que determina o artigo 7. desta Lei.

    Artigo 15 - Visando o desenvolvimento sustentvel na Zona Urbana do Distrito Sede de Itabirito, o Poder Pblico Municipal dever estruturar e articular suas aes, tomando como referncia territorial Unidades de Planejamento UP, apresentadas no Mapa 1, integrante desta Lei, objetivando reduzir as desigualdades regionais na sede municipal.

    1. A Zona Urbana do Distrito Sede de Itabirito est dividida nas seguintes unidades:

    I- UP Bela Vista; II- UP Carioca; III- UP Central; IV- UP Chancudo; V- UP Esperana; VI- UP Monte Sinai; VII- UP Ncleo Histrico; VIII- UP Padre Adelmo; IX- UP Quintas dos Inconfidentes; X- UP Santa Efignia; XI- UP Vila Gonalo.

    2. - Os Planos Setoriais, assim como os Programas e Projetos que compem as

    Polticas Pblicas Municipais, devero, a partir do ano subseqente aprovao desta Lei, adotar as UP como base territorial de planejamento.

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  • Seo I Do Desenvolvimento da Dimenso Socioeconmica

    Artigo 16 - O Municpio de Itabirito buscar seu desenvolvimento socioeconmico, visando a integrao de sua populao, natural e no-natural, e respeitando seu patrimnio cultural local, atravs de uma gesto participativa das polticas sociais que vise a ampliao da cobertura dos servios e equipamentos de consumo coletivo, a melhoria qualitativa dos servios sociais e urbanos e a proteo dos segmentos menos favorecidos da populao, de forma integrada institucionalmente e articulada s polticas estadual e federal e se dar, prioritariamente, segundo as seguintes diretrizes:

    I- Adoo de uma poltica de desenvolvimento sustentado que adote o modelo de planejamento e gesto integrado e participativo.

    II- Fortalecimento dos espaos de controle social. III- Priorizao de programas que visem a diminuio das desigualdades sociais, com

    nfase nas reas de maior vulnerabilidade. IV- Formulao e execuo de programas voltados para a melhoria da qualidade nos

    diversos nveis de ensino. V- Adoo de instrumentos que garantam a continuidade administrativa e gerencial e

    possibilitem o controle e avaliao das polticas pblicas. VI- Valorizao do patrimnio histrico e artstico de Itabirito, na sede e nos distritos,

    desenvolvendo aes voltadas para a educao, para o desenvolvimento econmico e para o desenvolvimento urbano-ambiental.

    Artigo 17 - So aes prioritrias para o desenvolvimento socioeconmico do

    Municpio: I- estruturar, atravs de uma secretaria ou rgo responsvel pelo planejamento

    municipal, um programa de controle e avaliao das polticas pblicas, baseado na identificao de indicadores estratgicos;

    II- criar uma secretaria ou setor de Planejamento e Coordenao dentro da Estrutura Administrativa da Prefeitura Municipal de Itabirito;

    III- planejar a implantao da educao fundamental integral na rede pblica municipal de Itabirito;

    IV- criar plos de educao infantil; V- desenvolver ao continuada entre Estado e Municpio para melhoria da qualidade

    do Ensino Mdio, atravs de programa especfico de ampliao da oferta de vagas e da qualidade do Ensino Mdio, abrangendo, tambm, o Projeto de Educao de Jovens e Adultos;

    VI- investir na formao continuada e valorizao dos profissionais de educao, atravs do desenvolvimento de programas especficos voltados para o corpo docente, seja em relao sua capacitao, seja em relao estrutura da carreira do pessoal da educao;

    VII- criar programa integrado e intersetorial de formao e capacitao de conselheiros e lderes comunitrios;

    VIII- implantar o Ncleo Histrico do Matozinhos e do Rosrio; IX- implantar o Arquivo Histrico Municipal, abrigando os acervos documentais de

    interesse histrico, de origem pblica e privada;

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  • X- priorizar o cumprimento das metas j previstas nos instrumentos e mecanismos de planejamento setorial da sade pblica de Itabirito;

    XI- dinamizar o processo de envolvimento social e comunitrio na gesto da sade, atravs de aes de capacitao dos conselheiros e do estabelecimento de canais de informao e comunicao com a comunidade, no mbito do Programa de Fortalecimento dos Conselhos Municipais;

    XII- dar continuidade implantao de prticas de gesto integrada e participativa do desenvolvimento social, atravs de Programa de Fortalecimento dos Conselhos Municipais, envolvendo o estabelecimento de diretrizes para a sua reformulao e aes de capacitao dos conselheiros;

    XIII- a partir da definio, na estrutura organizacional da Prefeitura, da responsabilidade sobre a coordenao das funes de planejamento municipal e integrao das polticas sociais e de desenvolvimento, adotar tais prticas, fortalecendo as aes articuladas, integradas e coordenadas, seja das polticas de assistncia social, educao, sade e cultura, seja das polticas de desenvolvimento econmico e defesa do meio ambiente, atravs de um Programa de Avaliao das Polticas de Desenvolvimento Sustentvel.

    1. - Caber s Secretarias, Departamentos e demais rgos do Poder Executivo

    Municipal, a efetiva implantao das aes prioritrias acima listadas, nas suas respectivas reas de atuao setorial, em conformidade com a estrutura e organizao administrativa da Prefeitura Municipal.

    2. - Para a implantao e realizao das aes prioritrias acima listadas, as Secretarias, Departamentos e demais rgos do Poder Executivo Municipal devero elaborar, a partir do ano subseqente aprovao desta Lei, planos, programas e projetos setoriais, intersetoriais e integrados, em conformidade com as disposies desta Lei.

    3. - Para efeitos de cumprimento dessa Lei, a Secretaria Municipal de Educao, apoiado pelo Conselho Municipal de Educao de Itabirito COMEI, dever adequar seus instrumentos de planejamento setorial de longo e curto prazos s diretrizes do Plano Diretor, em funo do cumprimento das metas e dos indicadores de desempenho que devero estar previstos nos instrumentos de planejamento setorial.

    4. - O Plano Municipal de Educao dever contemplar, alm do Ensino Fundamental, o Ensino Infantil, o Ensino Mdio, o Ensino Profissionalizante e a Educao de Jovens e Adultos, buscando articular-se com os setores privado e com o setor pblico estadual e federal na promoo da melhoria das condies de educao de Itabirito.

    5. - O Plano Municipal de Educao dever contemplar a estruturao e implantao de programas e projetos que tratem:

    I- da ampliao da oferta de vagas; II- da qualidade do ensino mdio; e

    III- da qualificao profissional de docentes e funcionrios, cujos programas e projetos devero estar em processo de implantao em at 12 (doze) meses aps a elaborao do Plano Municipal de Educao.

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  • 6. - Caber Secretaria Municipal de Patrimnio Cultural e Turismo, assessorada

    pelo Conselho Consultivo do Patrimnio Histrico e Artstico de Itabirito, observada a integrao interinstitucional necessria s suas posteriores implementaes, a elaborao de estudos e projetos tcnicos necessrios para a implantao do Ncleo Histrico do Matozinhos e do Rosrio e do Arquivo Histrico Municipal, no prazo mximo de 12 (doze) meses aps a aprovao desta Lei, com sua implantao prevista para at 3 (trs) anos aps a aprovao dos projetos.

    7. - Caber ao rgo municipal responsvel pelo planejamento municipal para o desenvolvimento sustentvel, em parceria com o rgo municipal responsvel pela poltica de assistncia social, propor, estruturar e implantar programa de fortalecimento dos conselhos municipais, cujo termo de referncia e o plano de trabalho devero estar prontos at 9 (nove) meses aps a aprovao desta Lei.

    8. - Caber ao rgo municipal responsvel pelo planejamento municipal para o desenvolvimento sustentvel, propor, estruturar e implantar programa de avaliao das polticas de desenvolvimento sustentvel do Municpio de Itabirito, cujo termo de referncia e o plano de trabalho, com eleio de indicadores de desempenho para as diversas dimenses de desenvolvimento sustentvel adotadas neste Plano Diretor, devero estar prontos em at 12 (doze) meses aps a aprovao desta Lei.

    Seo II Do Desenvolvimento da Dimenso Tcnico-Produtiva Artigo 18 - O Municpio de Itabirito buscar seu desenvolvimento tcnico-produtivo a

    partir da promoo do desenvolvimento local de forma integrada e sustentvel, priorizando as atividades geradoras de trabalho e renda, promovendo a igualdade e a justia social e se dar, prioritariamente, segundo as seguintes diretrizes:

    I- Priorizao das polticas de gerao de trabalho e renda, observadas as caractersticas do mercado de trabalho local/regional.

    II- Busca da diversificao econmica local, atravs de aes consistentes e integradas, envolvendo a educao formal e profissional da populao local, o uso sustentvel dos recursos naturais do Municpio e o aproveitamento de suas vantagens competitivas.

    Artigo 19 - So aes prioritrias para o desenvolvimento tcnico-produtivo do

    Municpio: I- apoiar o empreendedor informal, atravs de aes estruturadas em programa

    especfico; II- apoiar as entidades de fomento ao setor produtivo, atravs de atuao

    multiprogramtica; III- incentivar as empresas de prestao de servios da cadeia mineral, a partir de

    projeto especfico; IV- estimular a aquisio de bens e servios produzidos e comercializados no

    Municpio, atravs de aes multiprogramticas monitoradas;

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  • V- intensificar o Ensino Profissionalizante, em parceria com as aes desenvolvidas no plano educacional do Municpio, atravs de programa especfico;

    VI- incentivar a criao de cooperativas e incubadoras, atravs de programa especfico; VII- apoiar o trabalhador rural, atravs de programa especfico, desenvolvido em

    parceria com entidades produtoras e com rgos de assistncia tcnica; VIII- reformular o FUNDI; IX- apoiar as micro e pequenas empresas, atravs de programa especfico; X- incentivar as empresas do setor alimentcio e a cadeia produtiva do setor txtil,

    atravs de programa especfico; XI- estabelecer reas para implantao de empresas, atravs dos instrumentos de

    poltica urbana, em parceria com a Secretaria Municipal de Urbanismo; XII- reformular as leis e instrumentos de incentivo para o desenvolvimento econmico; XIII- apoiar os grandes empreendimentos imobilirios, especialmente na rea Urbana

    Especial de Desenvolvimento Urbano, atravs de procedimentos integrados com a Secretaria Municipal de Urbanismo;

    XIV- fortalecer os projetos de turismo rural e urbano, atravs de programa especfico, seguindo orientaes do Plano Municipal de Turismo.

    1. - Caber s Secretarias, Departamentos e demais rgos do Poder Executivo

    Municipal, a efetiva implantao das aes prioritrias acima listadas, nas suas respectivas reas de atuao setorial, em conformidade com a estrutura e organizao administrativa da Prefeitura Municipal.

    2. - Para a implantao e realizao das aes prioritrias acima listadas, as Secretarias, Departamentos e demais rgos do Poder Executivo Municipal devero elaborar, a partir do ano subseqente aprovao desta Lei, planos, programas e projetos setoriais, intersetoriais e integrados, em conformidade com as disposies desta Lei, visando o desenvolvimento das aes prioritrias acima listadas.

    3. - O Poder Executivo, atravs da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econmico, em parceria com o Conselho Municipal de Desenvolvimento Econmico, dever elaborar ou revisar um Plano Estratgico de Desenvolvimento Municipal, no prazo mximo de 9 (nove) meses aps a aprovao desta Lei.

    4. - Na implantao da poltica de apoio ao desenvolvimento tcnico-produtivo, ser considerada a necessidade de serem integrados os setores formal e informal da economia e de serem valorizadas as pequenas e microempresas.

    5. - O Poder Executivo, atravs da Secretaria de Desenvolvimento Econmico, em parceria com o Conselho Municipal de Desenvolvimento Econmico, buscando o apoio dos rgos estaduais atuantes no Municpio, especialmente da EMATER-MG, dever elaborar um Plano Municipal de Desenvolvimento Agrcola, no prazo mximo de 12 (doze) meses aps a aprovao desta Lei, observando as diretrizes apontadas por este Plano Diretor, especialmente em seu macrozoneamento, compatibilizando-as com as potencialidades de desenvolvimento agrcola do Municpio.

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  • 6. - O Poder Executivo, atravs da coordenao da Secretaria Municipal de Assistncia Social, em parceria com o Conselho Municipal responsvel pela questo do trabalho e da renda, com o Conselho Municipal de Assistncia Social CMAS, com o Conselho Tutelar da Criana e do Adolescente e outros rgos, entidades e parceiros estratgicos, dever elaborar ou rever o Plano Municipal de Gerao de Trabalho e Renda, no prazo mximo de 6 (seis) meses aps a aprovao desta Lei, considerando as caractersticas culturais e educacionais de Itabirito.

    7. - No processo de elaborao e implantao do Plano Estratgico de Desenvolvimento Municipal, do Plano Municipal de Desenvolvimento Agrcola e do Plano Municipal de Gerao de Trabalho e Renda, e na reformulao e/ou adequao do Plano Municipal de Turismo, caso essa seja necessria, o Poder Executivo Municipal e os Conselhos Municipais especficos devero observar as diretrizes inscritas no artigo 3. deste Plano Diretor, assim como o conjunto das aes prioritrias acima indicadas, com destaque para aquelas que fazem aluso a mecanismos de participao social no processo de planejamento e no estabelecimento de convnios e outros termos de cooperao com parceiros estratgicos, dos setores pblico e privado.

    Seo III Do Desenvolvimento da Dimenso Geoambiental Artigo 20 - O Municpio de Itabirito buscar seu desenvolvimento geoambiental a

    partir da adoo de conceitos e prticas de planejamento, gesto e controle ambiental e urbanstico participativos que possibilitem a integrao de todos os nveis de governo que atuam na rea ambiental e urbana e dos segmentos da sociedade e se dar, prioritariamente, segundo as seguintes diretrizes:

    I- Preservao do meio ambiente, buscando o desenvolvimento sustentvel das microbacias do Municpio.

    II- Fiscalizao efetiva da aplicao da legislao ambiental e urbanstica. III- Explorao sustentvel da atividade mineradora e das demais atividades

    econmicas do Municpio, inclusive no meio rural. IV- Fortalecimento da gesto participativa na rea ambiental. V- Compatibilizao do crescimento urbano com a preservao ambiental. VI- Delimitao de reas adequadas para o desenvolvimento econmico do Municpio. VII- Adoo das bacias hidrogrficas como unidade de planejamento e gesto

    ambiental de Itabirito. VIII- Implantao rigorosa da Poltica Urbana expressa na LUB revisada, adequando os

    investimentos em infra-estrutura urbana s diretrizes de desenvolvimento urbano do Plano Diretor e da LUB.

    Artigo 21 - So aes prioritrias para o desenvolvimento geoambiental do Municpio:

    I- respeitar as unidades de interesse ambiental e viabilizar juridicamente a preservao das reas ambientais existentes, atravs de legislao ambiental municipal, a qual dever ser criada, contemplando o zoneamento da Zona de Proteo Ambiental, prevista no artigo 32 desta Lei;

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  • II- desenvolver programas e projetos de reconstituio da mata ciliar, especialmente nas sub-bacias dos mananciais de abastecimento de gua da sede municipal e dos distritos;

    III- construir e implantar a Estao de Tratamento de Esgoto ETE; IV- aumentar o quadro de fiscais da Prefeitura Municipal de Itabirito, especialmente

    nas reas ambiental e de vigilncia sanitria, de posturas, de obras e de urbanismo; V- regularizar as atividades de extrao mineral no Municpio; VI- criar legislao para implantao de fossas spticas em rea rural; VII- atravs de programa prprio, desenvolvido em parceria com a Secretaria

    Municipal de Desenvolvimento Econmico e com o apoio dos rgos estaduais e federais de assistncia tcnica, buscar estimular a adoo de tcnicas adequadas para uso do solo, sobretudo na Zona Rural de Uso Controlada, prevista no artigo 32 desta Lei;

    VIII- desenvolver programas, projetos e aes de educao ambiental, de forma regular no ensino formal, e de forma sistemtica para o conjunto da comunidade, favorecendo a melhoria da conscincia ambiental local;

    IX- desenvolver articulao conjunta entre todos os setores e rgos envolvidos com aes ambientais;

    X- atuar no sentido da conscientizao e educao da populao, quanto importncia da implantao do Plano Diretor e aplicao da LUB;

    XI- aplicar e fiscalizar a aplicao das leis ambientais e urbansticas; XII- avaliar os diagnsticos, identificando e localizando as atividades causadoras de

    impactos ambientais no Municpio, visando o desenvolvimento de programas, projetos e aes de diminuio dos impactos ambientais;

    XIII- ampliar a experincia piloto do Projeto de Recuperao de Voorocas, j desenvolvido experimentalmente no Municpio;

    XIV- respeitar, nas polticas pblicas, as tendncias e vocaes locais, segundo diretrizes estabelecidas em documentos tcnicos, como o estudo elaborado, em 2005, pela EMATER-MG.

    1. - Caber s Secretarias, Departamentos e demais rgos do Poder Executivo

    Municipal, a efetiva implantao das aes prioritrias acima listadas, nas suas respectivas reas de atuao setorial, em conformidade com a estrutura e organizao administrativa da Prefeitura Municipal.

    2. - Para a implantao e realizao das aes prioritrias acima listadas, as Secretarias, Departamentos e demais rgos do Poder Executivo Municipal devero elaborar, a partir do ano subseqente aprovao desta Lei, planos, programas e projetos setoriais, intersetoriais e integrados, em conformidade com as disposies desta Lei.

    3. - O Poder Executivo, atravs da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel, em parceria com o Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentvel e Melhoria do Ambiente, dever elaborar e propor uma poltica de desenvolvimento ambiental para o Municpio, criando os programas e projetos de proteo e recuperao ambiental dos ecossistemas locais, a partir do Diagnstico Situacional do Plano Diretor, de forma compatvel com as polticas ambientais estadual e federal, e com as

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  • diretrizes da rea de Preservao Ambiental APA, Sul da Regio Metropolitana de Belo Horizonte, no prazo mximo de 12 (doze) meses, contados da aprovao do Plano Diretor.

    4. - A Poltica Municipal de Meio Ambiente dever observar, em especial, as indicaes e apontamentos constantes nos incisos deste artigo.

    5. - O Poder Executivo, atravs da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel, em parceria com Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentvel e Melhoria do Ambiente, com os demais rgos da administrao pblica e com entidades privadas, associaes e instituies de ensino e pesquisa, dever conduzir ou estimular a formulao da Agenda 21 do Municpio de Itabirito, a partir da adaptao e da adequao ao Plano Diretor, das propostas de implantao da Agenda Brasil.

    6. - O Poder Executivo, atravs da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel, em parceria com Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentvel e Melhoria do Ambiente, dever, no mbito de sua Poltica Municipal de Meio Ambiente, no prazo mximo de 12 (doze) meses aps a aprovao do Plano Diretor, estruturar e iniciar a implantao de um programa municipal de gesto dos recursos hdricos, estabelecendo metas, estratgias, indicadores de desempenho e prazos para a realizao das aes ali inscritas.

    7. - O Poder Executivo, atravs da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel e da Secretaria Municipal de Urbanismo, em parceria com o Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentvel e Melhoria do Ambiente e com o Conselho Municipal de Poltica Urbana COMPURB, dever, no prazo mximo de 6 (seis) meses aps a aprovao do Plano Diretor, iniciar o processo de implantao de Parques e intervenes urbansticas e ambientais nas Zonas Especiais de Interesse Urbano-Ambiental ZEIUA, previstas nesta Lei e na Lei de Parcelamento, Uso e Ocupao do Solo, conforme cronograma de realizao das intervenes a ser definido pelos rgos da administrao municipal e segundo projetos tcnicos devidamente elaborados e submetidos apresentao de projetos a serem devidamente submetidos apreciao e aprovao daqueles Conselhos Municipais e do Conselho Consultivo do Patrimnio Histrico e Artstico de Itabirito, quando se tratar de interveno nas Zonas Especiais de Interesse Histrico ZEIH.

    Legislao Relacionada: Lei Municipal n. 2483, de 15 de maro de 2006, que organiza e institui o COMPURB.

    8. - O Poder Executivo, atravs da Secretaria Municipal de Urbanismo, dever estruturar e implantar o COMPURB, no prazo mximo de 6 (seis) meses aps a aprovao desta Lei, conforme disposies constantes no Ttulo IV desta Lei.

    Legislao Relacionada: Lei Municipal n. 2483, de 15 de maro de 2006, que organiza e institui o COMPURB.

    9. - O Poder Executivo, atravs da Secretaria Municipal de Obras e Servios, em parceria com a Secretaria Municipal de Urbanismo, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente

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  • e Desenvolvimento Sustentvel e com o Servio Autnomo de gua e Esgoto SAAE, dever, no prazo mximo de 9 (nove) meses aps a aprovao desta Lei, elaborar ou, caso seja necessrio, revisar seus Planos Diretores de gua e Esgoto, contemplando: a integrao e padronizao do sistema de abastecimento de gua, a ampliao da rede de esgotamento sanitrio, a implantao de infra-estrutura urbana nas reas Urbanas Especiais URBE, e a implantao de infra-estrutura urbana nas Zonas Especiais de Interesse Social ZEIS, estabelecidas por este Plano Diretor e pela Lei de Parcelamento, Uso e Ocupao do Solo.

    10. - O Poder Executivo, atravs da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel e da Secretaria Municipal de Obras e Servios, dever, no prazo mximo de 12 (doze) meses aps a aprovao desta Lei, elaborar e iniciar a implantao de um programa que trate da coleta e destinao final dos resduos slidos, contemplando (1) a questo especfica dos resduos hospitalares e txicos e (2) a possibilidade de implantar unidade de tratamento e reaproveitamento de resduos slidos, de forma articulada com projetos de gerao de trabalho e renda orientados para segmentos carentes da populao local.

    Seo IV Do Desenvolvimento da Dimenso Poltico-Institucional Artigo 22 - O Municpio de Itabirito buscar seu desenvolvimento institucional a partir

    da adoo, estruturao e desenvolvimento de um modelo de gesto pblica democrtico e participativo, assegurando a transparncia administrativa e o desenvolvimento de aes articuladas entre os diversos poderes, instncias governamentais, entidades pblicas e privadas e sociedade organizada, e se dar, prioritariamente, segundo as seguintes diretrizes:

    I- Institucionalizao do processo de planejamento e gesto de polticas pblicas no nvel municipal.

    II- Aprofundamento de experincias de gesto pblica compartilhada, seja atravs das polticas setoriais, seja atravs da institucionalizao de parcerias estratgicas com o setor pblico e o setor privado.

    III- Institucionalizao da poltica de planejamento participativo, atravs da transparncia administrativa e do estmulo participao da sociedade civil.

    IV- Modernizao administrativa e modelo de estrutura organizacional mais adequado s necessidades das reas e implementao das polticas pblicas municipais.

    V- Gesto pblica funcionando integrada e em rede. VI- Definio e implementao de uma poltica pblica de recursos humanos. VII- Reviso da estrutura administrativa e instrumentos jurdico-normativos, tendo

    como referncia as polticas e diretrizes definidas pelo Plano Diretor.

    Artigo 23 - So aes prioritrias para o desenvolvimento institucional do Municpio: I- estruturar o rgo municipal de planejamento, responsvel pela coordenao,

    acompanhamento e avaliao das polticas pblicas municipais; II- adotar as Unidades de Planejamento UP, como referncia territorial para fins de

    estruturao e implantao de polticas pblicas; III- definir indicadores setoriais/regionais de acompanhamento e avaliao das

    polticas pblicas;

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  • IV- fortalecer os processos de gesto compartilhada, inclusive atravs da capacitao dos conselheiros municipais;

    V- desenvolver programas de capacitao prprios, permanentes e eventuais, dos servidores pblicos municipais, adequados realidade local, inclusive em matria relativa ao desenvolvimento comunitrio e ao aperfeioamento de instrumentos, mecanismos e prticas de gesto participativa;

    VI- regulamentar o processo de parcerias de modo a poder utilizar os recursos oriundos da cooperao entre os setores pblico e privado, para viabilizar projetos estratgicos;

    VII- reestruturar administrativa e organizacionalmente o Poder Executivo de Itabirito, regulamentando a estrutura definida, estabelecendo, claramente, papis, atribuies e mecanismos de integrao das reas;

    VIII- rever e adequar ao disposto nesta Lei do Plano Diretor os instrumentos jurdico-normativos de competncia do Municpio;

    IX- desenvolver projetos integrados, setoriais e gerais, de racionalizao e normatizao de rotinas e procedimentos;

    X- consolidar o Plano Diretor de Informtica; XI- centralizar as unidades organizacionais, atravs da ampliao do espao fsico.

    1. - Caber s Secretarias, Departamentos e demais rgos do Poder Executivo

    Municipal, a efetiva implantao das aes prioritrias acima listadas, nas suas respectivas reas de atuao setorial, em conformidade com a estrutura e organizao administrativa da Prefeitura Municipal.

    2. - Para a implantao e realizao das aes prioritrias acima listadas, as Secretarias, Departamentos e demais rgos do Poder Executivo Municipal devero elaborar, a partir do ano subseqente aprovao desta Lei, planos, programas e projetos setoriais, intersetoriais e integrados, em conformidade com as disposies desta Lei.

    3. - Nos termos previstos no 7. do artigo 17 desta Lei, caber ao rgo municipal responsvel pelo planejamento municipal para o desenvolvimento sustentvel e Secretaria Municipal de Assistncia Social, propor, estruturar e implantar um programa de fortalecimento dos conselhos municipais, cujo termo de referncia e o plano de trabalho devero estar prontos em at 6 (seis) meses aps a aprovao desta Lei e devero contemplar o apoio efetivo ao funcionamento dos conselhos, o estmulo vida associativa e comunitria, o estabelecimento de convnios e termos de cooperao tcnica que apiem o amplo desenvolvimento institucional de Itabirito e a capacitao adequada, seja dos conselheiros municipais, seja dos servidores pblicos municipais integrantes de conselhos municipais.

    4. - Caber ao rgo municipal responsvel pelo planejamento municipal para o desenvolvimento sustentvel, em parceria com os demais rgos da administrao municipal, propor, estruturar e implantar um sistema de planejamento municipal que atenda ao disposto nos incisos deste artigo, na forma de um documento de referncia que contenha diretrizes para a criao de procedimentos administrativos, o qual dever estar pronto em at 9 (nove) meses aps a aprovao desta Lei.

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  • 5. - Caber aos Poderes Executivo e Legislativo do Municpio de Itabirito, no mbito de suas competncias, revisar e aprovar, no prazo mximo de at 12 (doze) meses aps a aprovao desta Lei, a legislao vigente em consonncia com os dispositivos do Plano Diretor, especialmente aqueles citados no inciso VII deste artigo.

    6. - Caber ao rgo municipal responsvel pelo planejamento municipal para o desenvolvimento sustentvel, em parceria com os rgos municipais responsveis pela administrao e pelo assessoramento jurdico, elaborar anteprojeto de Lei de Organizao e Estrutura Administrativa que contemple integralmente as necessidades e exigncias do Plano Diretor, o qual dever estar pronto em at 6 (seis) meses aps a aprovao desta Lei, atendendo ao que prev o 1. do artigo 17, o 1. do artigo 19, o 1. do artigo 21 e o 1. deste artigo.

    7. - Caber Secretaria Municipal de Administrao, em parceria com os demais rgos do Poder Municipal, propor, estruturar e implantar uma poltica de recursos humanos da Prefeitura Municipal de Itabirito, integrada gesto de pessoal, que atenda ao disposto neste artigo, incluindo o Estatuto dos Servidores e o Plano de Carreiras e Vencimentos dos Servidores do Municpio de Itabirito, geral e do magistrio, os quais devero estar prontos em at 12 (doze) meses aps a aprovao do Plano Diretor.

    Artigo 24 - A estrutura organizacional do Poder Executivo, refletida na Lei de Organizao e Estrutura Administrativa, nos termos previstos nesta Lei, respeitados os termos da legislao superior, deve ser capaz de:

    I- retratar a sua misso, os seus objetivos e as suas metas institucionais; II- viabilizar as estratgias de governo; III- promover e apoiar a organizao e o desenvolvimento da sociedade civil; IV- clarificar e definir funes, papis e atribuies no mbito da Administrao

    Pblica Municipal; V- otimizar o funcionamento integrado das diversas reas, dotando-as de instrumentos

    eficazes de gerenciamento e controle; VI- comportar as mudanas decorrentes da prpria dinmica do Municpio.

    Pargrafo nico. Para atender as exigncias desta Lei, a Lei de Organizao e

    Estrutura Administrativa da Prefeitura Municipal de Itabirito deve definir, com clareza e objetividade, os rgos municipais responsveis, em especial, pelo planejamento municipal para o desenvolvimento sustentvel, pela administrao municipal, pelas finanas municipais, pela educao, pela sade, pela assistncia social, pelo desenvolvimento econmico, em seus diversos setores, pela poltica cultural e patrimonial, pela poltica ambiental e pela infra-estrutura e desenvolvimento urbanos, explicitando o que dispe os incisos de I a VI deste artigo, sem prejuzo de outras exigncias legais e de legislao superior.

    Artigo 25 - O Municpio dever criar instncia de planejamento com uma estrutura que permita:

    I- o planejamento, a coordenao e o controle sobre a gesto municipal; II- o planejamento, a definio, a avaliao e o monitoramento das polticas pblicas

    municipais, em articulao com a comunidade e demais entidades e rgos da

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  • Administrao Municipal, notadamente atravs de um programa de avaliao das polticas de desenvolvimento sustentvel;

    III- a definio de diretrizes oramentrias e o gerenciamento do oramento municipal; IV- a compatibilizao e o acompanhamento da execuo dos oramentos, dos

    programas e dos projetos setoriais; V- a estruturao e o gerenciamento do banco de dados municipais e de informaes

    tcnicas e gerenciais.

    Artigo 26 - A Organizao e Estrutura Administrativa da Prefeitura Municipal de Itabirito dever dar condies objetivas para o exerccio do poder de polcia pelo Executivo, atravs da estruturao de reas de fiscalizao sanitria, de rendas, obras e posturas, em consonncia com o Plano Diretor e com a LUB.

    Pargrafo nico. A Procuradoria Jurdica, a Secretaria Municipal de Administrao e a Secretaria Municipal de Fazenda, assessorados pelos demais rgos da administrao municipal, tero 2 (dois) meses aps a aprovao desta Lei para deliberar sobre a necessidade de atualizao da legislao ambiental municipal, do Cdigo de Posturas, do Cdigo Ambiental, do Cdigo Sanitrio e do Cdigo Tributrio Municipal, fixando prazo no inferior a 12 (doze) meses aps a aprovao desta Lei para encaminhar proposta de elaborao ou alterao dessa legislao para o Poder Legislativo.

    Artigo 27 - A Organizao e Estrutura Administrativa da Prefeitura Municipal de Itabirito dever garantir espaos efetivos de participao da sociedade, de forma a permitir e incentivar a discusso e definio de polticas pblicas, bem como o acompanhamento e controle de sua execuo.

    Artigo 28 - A Organizao e Estrutura Administrativa da Prefeitura Municipal de Itabirito dever dotar o Poder Pblico municipal de instrumentos legais e gerenciais adequados a uma gesto transparente e eficaz, atravs da reviso, normatizao e regulamentao das polticas e dos procedimentos administrativos, tributrios e financeiros, em consonncia com esta Lei.

    Artigo 29 - O Poder Pblico municipal dever criar condies objetivas de valorizao, desenvolvimento, capacitao permanente e conscientizao do servidor pblico municipal de seu papel como cidado-servidor pblico para os recursos humanos da administrao municipal, atravs da formulao e implementao de poltica pblica de recursos humanos e da adoo de instrumentos gerenciais adequados a essa finalidade, em consonncia com esta Lei.

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  • TTULO III DA POLTICA URBANA

    CAPTULO I DAS DIRETRIZES DE POLTICA URBANA E DA ORGANIZAO DO TERRITRIO

    Artigo 30 - As diretrizes de Poltica Urbana do Municpio de Itabirito, em consonncia com o disposto no Estatuto da Cidade e em complementao s atribuies da Unio sobre a matria e sem prejuzo do que determina a legislao superior, so as seguintes:

    I- Favorecer o desenvolvimento sustentvel do Municpio, entendido como direito terra urbana, moradia, ao saneamento ambiental, infra-estrutura urbana, ao transporte e aos servios pblicos, ao trabalho e ao lazer, para as geraes atual e futuras.

    II- Criar e implantar o Conselho Municipal de Poltica Urbana COMPURB, o qual dever buscar a implantao e a consolidao de uma gesto urbana democrtica e participativa, traduzida na participao social e comunitria na formulao, execuo, acompanhamento, avaliao e reviso de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano, notadamente no acompanhamento e na fiscalizao da Legislao Urbanstica Bsica LUB, e na implantao do Plano Diretor, assim como de suas futuras revises. Legislao Relacionada: Lei Municipal n. 2483, de 15 de maro de 2006, que

    organiza e institui o COMPURB. III- Aprovar, implantar, acompanhar e fiscalizar a aplicao da nova LUB que dever

    dotar a municipalidade de instrumentos adequados de Poltica Urbana, em consonncia com o que dispe o Estatuto da Cidade, com o apoio do COMPURB.

    IV- Dotar o Municpio de uma poltica de desenvolvimento sustentvel, abrangendo as reas urbanas e rurais, abarcando todas as dimenses da vida social e humana, em consonncia com o que prev esta Lei, que permita a realizao da funo social da propriedade, do desenvolvimento sustentvel, da funo social da cidade, da igualdade e da justia social e da participao popular, traduzidas numa poltica urbana de distribuio espacial da populao e das atividades econmicas no territrio, de forma equilibrada e sustentvel, tendo como referncia as Unidades de Planejamento UP, previstas nesta Lei.

    V- Localizar os equipamentos de consumo coletivo, tais como escolas, postos de sade e hospitais, buscando um equilbrio entre as UP, priorizando as reas mais densas, mais prximas populao atendida, e as Zonas Especiais de Interesse Social ZEIS, destinadas populao carente, buscando a cooperao entre os setores pblico e privado no processo de ampliao da infra-estrutura urbana.

    VI- Elaborar, adotar e implantar os instrumentos, mecanismos e prticas de planejamento previstos no Plano Diretor, notadamente aqueles voltados para melhorar a infra-estrutura urbana de Itabirito, especialmente no que tange aos servios de saneamento bsico, drenagem pluvial e ao tratamento dos resduos slidos, com nfase espacial no atendimento da populao ainda no atendida.

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  • VII- Estruturar e implantar uma poltica habitacional baseada em critrios que aliem o direito cidade s aes que evitem estmulos indesejveis acelerao do processo de urbanizao, submetendo-se s diretrizes gerais do Plano Diretor, buscando a cooperao entre os setores pblico e privado no processo de urbanizao.

    VIII- Estruturar e implantar um programa de regularizao fundiria urbana, que busque regularizar a situao dos loteamentos clandestinos e/ou irregulares e de outras formas de ocupao existentes em todo o territrio municipal.

    IX- Adotar a hierarquizao de vias urbanas estabelecida na Lei de Parcelamento, Uso e Ocupao do Solo, utilizando-a como referncia para a Poltica Urbana.

    X- Zonear as novas vias previstas de forma compatvel com os interesses de um desenvolvimento integrado das reas urbanas de Itabirito.

    XI- Adotar parmetros urbansticos que considerem as diretrizes de desenvolvimento do Municpio de Itabirito, propiciando a construo de um ambiente urbano ordenado e de ocupaes e densidades adequadas.

    XII- Preservar e valorizar o Patrimnio Cultural de Itabirito, no mbito da poltica de desenvolvimento municipal e da Poltica Urbana, em consonncia com o disposto no inciso XII do artigo 2. do Estatuto da Cidade.

    XIII- Prever a disponibilizao de espaos para uso cultural e comunitrio, em consonncia com as propostas constantes no Ttulo I desta Lei.

    XIV- Priorizar a preservao e a valorizao do Patrimnio Natural e Ambiental de Itabirito, no mbito da poltica de desenvolvimento municipal e da Poltica Urbana, em consonncia com o disposto no inciso XII do artigo 2. do Estatuto da Cidade.

    XV- Implantar reas verdes, parques e de lazer, em especial o Parque Municipal, o Parque Linear do Rio Itabirito e as Zonas Especiais de Interesse Urbano-Ambiental ZEIUA, assim como o tratamento paisagstico das vias arteriais e, quando for o caso, das coletoras, no mbito de programa de arborizao e paisagismo municipal.

    XVI- Desenvolver e implantar programas de recuperao e valorizao das vias pblicas de Itabirito, especialmente das vias em cul-de-sac e das escadas que integram o sistema virio utilizados pelos pedestres.

    XVII- Adotar uma Poltica Tributria sintonizada com as diretrizes de desenvolvimento sustentvel de Itabirito, que possibilite uma justa distribuio dos benefcios e nus decorrentes do processo de urbanizao, como prev os incisos IX, X e XI do artigo 2. do Estatuto da Cidade.

    XVIII- Revisar os procedimentos administrativos municipais e, em decorrncia da nova LUB, reestruturar a fiscalizao municipal.

    Artigo 31 - O ordenamento do territrio do Municpio de Itabirito dar-se- por meio do macrozoneamento municipal e tem por objetivos:

    I. estimular a ocupao e o uso do solo de acordo com as especificidades das diferentes pores do territrio municipal;

    II. manter a diversidade e a dinmica dos espaos urbanos; III. promover a integrao e complementaridade entre as reas urbanas, as reas de

    conservao ambiental e as reas rurais;

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  • IV. controlar a expanso urbana e a ocupao e o uso do solo de modo a adequar o desenvolvimento da cidade e o seu adensamento s condies do meio fsico, potencializando a utilizao das reas bem providas de infra-estrutura e prevenindo e/ou corrigindo situaes de risco ou sobrecarga;

    V. elevar a qualidade ambiental do Municpio por meio da preservao e recuperao do meio ambiente;

    VI. preservar e recuperar as edificaes e conjuntos representativos da memria do Municpio.

    Pargrafo nico. Para efeitos do cumprimento desta Lei e do Estatuto da Cidade, entende-se que a propriedade urbana cumpre a sua funo social quando ela obedece rigorosamente ao que dispem os instrumentos de poltica urbana do Municpio, especialmente a Lei do Plano Diretor e a LUB. Artigo 32 - O macrozoneamento do Municpio de Itabirito compreende as seguintes macrozonas, de acordo com o Mapa 2, integrante desta Lei:

    I. Zona Rural: corresponde s reas pertencentes aos limites do territrio municipal, excludas as zonas abaixo especificadas, destinando-se aos usos rurais, onde no ser permitida a aprovao de loteamentos ou condomnios imobilirios urbanos, sendo a rea resultante de qualquer parcelamento ou desmembramento aquela equivalente, no mnimo, ao mdulo rural estabelecido pelo Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria INCRA, sendo permitidas atividades econmicas diversas, observado o licenciamento ou autorizao ambiental pelo setor responsvel do Executivo Municipal, de acordo com a legislao vigente e ouvido o Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentvel e Melhoria do Ambiente e, quando for o caso, demais rgos pertinentes, como o Conselho Estadual de Poltica Ambiental (COPAM), e dividem-se em:

    a) Zona Rural de Uso Controlado: localizada na faixa do sinclinal Moeda, no anticlinal da Vargem do Lima e Conceio, prximo s serras da Jaguara e de Ouro Fino, e no Complexo do Bao, reas onde o solo no apresenta aptido agrcola e mostrando-se frgil e com tendncia a voorocamento, demandando o uso de prticas agrcolas conservacionistas adequadas, sendo recomendada a adoo de medidas de recuperao ambiental;

    b) Zona Rural: localizada na poro centro-leste do Municpio, no entorno dos atuais distritos de Acuru e So Gonalo do Monte, onde os ecossistemas apresentam maior aptido para o desenvolvimento de atividades agrcolas, embora medidas conservacionistas tambm sejam desejveis;

    II. Zona Minerria: compreende as reas relativas s principais reservas minerais do Municpio, notadamente nas serras da Moeda, das Serrinhas e de Ouro Fino/da Jaguara;

    III. Zona de Proteo Ambiental: compreende a faixa do territrio municipal, situada ao sul da BR-356, entre a serra das Serrinhas e a serra onde se localiza a Esttua do Cristo, estendendo-se at as reas do entorno das nascentes e mananciais das

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  • sub-bacias dos crregos Bao e Carioca, utilizados para o abastecimento de gua da sede municipal;

    IV. Zonas Urbanas: correspondem aos permetros urbanos da Sede Municipal de Itabirito, das sedes dos distritos de Acuru, Bao e So Gonalo do Monte e das reas Urbanas Especiais URBE, incluindo as reas j ocupadas, com usos mltiplos, e as reas contguas aptas continuidade desses usos, destinadas ao crescimento futuro e que apresentam tendncia expanso urbana.

    Artigo 33 - A ocupao e o uso do solo nas Zonas Urbanas do Municpio de Itabirito ficam estabelecidos pela definio e delimitao das seguintes zonas, considerando-se a proteo ao meio ambiente e ao patrimnio histrico e cultural, o meio fsico, a disponibilidade de infra-estrutura, a capacidade de adensamento e o grau de incmodo e poluio ao ambiente urbano:

    I. Zonas Especiais de Interesse Histrico ZEIH; II. Zonas de Uso Misto ZUM;

    III. Zonas de Adensamento Restrito ZAR; IV. Zonas de Atividades Econmicas ZAE; V. Zonas de Proteo Ambiental ZPA;

    VI. Zonas de Expanso Urbana ZEU; VII. Zonas Especiais de Interesse Social ZEIS;

    VIII. Zonas Especiais de Interesse Urbano-Ambiental ZEIUA; IX. reas Especiais de Implantaes Virias AEIV; X. reas Urbanas Especiais URBE.

    Pargrafo nico. Os Mapas 3, 4, 5 e 6, que so parte integrante da presente Lei, apresentam o macrozoneamento das zonas urbanas dos distritos sede, Acuru, Bao e So Gonalo do Monte, respectivamente. Artigo 34 - As Zonas Especiais de Interesse Histrico ZEIH, compreendem o ncleo histrico correspondente ocupao inicial da sede municipal e seu entorno, onde se inserem edificaes e espaos de relevncia para a memria e significado simblico do Municpio e seus cidados, os quais devem ser protegidos, assim como os espaos vizinhos, preservando a paisagem e a uniformidade do seu conjunto urbano.

    1. - A legislao de uso e ocupao do solo das ZEIH dever se compatibilizar com as legislaes federal e estadual relativas proteo ao Patrimnio Cultural.

    2. - Os centros histricos dos distritos de Acuru e Bao tambm se classificam como ZEIH.

    Artigo 35 - As Zonas de Uso Misto ZUM, correspondem s reas aptas ocupao urbana diversificada na Sede Municipal de Itabirito e nas sedes dos distritos de Acuru e do Bao, incluindo as reas do centro tradicional da cidade de Itabirito, onde concentram-se atividades de alcance local e geral, alm da atividade residencial uni e multifamiliar, conforme os perfis de uso previstos nesta Lei, as quais apresentam caractersticas urbanas consolidadas ou em processo de consolidao, permitindo uma diferenciao do uso

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  • compatvel com as caractersticas do seu Sistema Virio Urbano e infa-estrutura disponvel ou potencial.

    Redao dada pela Lei Municipal n. 2667, de 28 de abril de 2008.

    Pargrafo nico. O ncleo consolidado da sede do distrito de Bao, localizado no entorno da Zona Especial de Interesse Histrico ZEIH, classifica-se como ZUM.

    Artigo 36 - As Zonas de Adensamento Restrito ZAR, correspondem s reas que apresentam tendncia de ocupao por meio de loteamentos em condomnios ou chacreamentos e quelas onde recomendvel o controle da ocupao e sua densidade em funo de:

    I. relevo acidentado; II. estrangulamento do sistema virio;

    III. acessibilidade restrita; IV. desarticulao com relao malha urbana.

    1. - Classificam-se tambm como ZAR as ocupaes de adensamento mais baixo

    nos loteamentos existentes nos distritos de Acuru, Bao e So Gonalo do Monte, onde se apresenta tendncia ocupao por chacreamentos para stios e/ou recreio, nas reas pertencentes aos seus permetros urbanos.

    2. - As reas Urbanas Especiais URBE, salvo as reas Urbanas Especiais de Desenvolvimento Econmico URBE-DE, tero suas reas parcelveis e edificveis classificadas como ZAR, variando o perfil de sua ocupao em funo das caractersticas da URBE, conforme previsto na Lei de Parcelamento, Uso e Ocupao do Solo.

    Artigo 37 - As Zonas de Atividades Econmicas ZAE, correspondem s reas urbanas que, em funo de sua localizao, de sua acessibilidade, de suas tendncias de ocupao e de suas caractersticas topogrficas, so indicadas exclusivamente para uso econmico de maior porte, incluindo o uso industrial.

    Pargrafo nico. As reas Urbanas Especiais de Desenvolvimento Econmico URBE-DE, adotaro os parmetros urbansticos das ZAE.

    Artigo 38 - As Zonas de Proteo Ambiental ZPA, correspondem s reas no parcelveis e no edificveis, por serem reas representativas dos ecossistemas locais e/ou regionais, no sendo permitidas nelas quaisquer atividades, modificaes da paisagem ou do meio ambiente, compreendendo as reas protegidas pela legislao ambiental em vigor, devido s suas caractersticas naturais e/ou s funes que elas exercem no meio urbano, como as faixas de proteo de nascentes e cursos de gua, nos limites estabelecidos em Lei, as encostas com declividade acima de 30% (limite mximo permitido para o parcelamento do solo) e as reas com cobertura vegetal expressiva.

    Legislao Relacionada: Lei Municipal n. 2588, de 16 de maio de 2007, que classifica como ZPA as reas pertencentes URBE - Marzago, excludas as reas definidas como ZEIS pela Lei Municipal n. 2600, de 04 de julho de 2007.

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  • Artigo 39 - As Zonas de Expanso Urbana ZEU, correspondem s reas vazias pertencentes aos permetros urbanos da Sede Municipal de Itabirito, onde a ocupao urbana diversificada permitida pelas condies de relevo, oferta e/ou a possibilidade de oferta de infra-estrutura bsica e articulao com as reas j ocupadas, excluindo-se as ZPA e as ZAR.

    Artigo 40 - As Zonas Especiais de Interesse Social ZEIS, localizam-se em reas destinadas s populaes de baixa renda e tm por objetivo garantir o cumprimento da funo social da cidade e da propriedade, de forma a diminuir as desigualdades sociais expressas no territrio, bem como proporcionar a melhoria da qualidade de vida da populao carente, regularizando a posse ou a propriedade nessas reas.

    1. - As Zonas Especiais de Interesse Social ZEIS, classificam-se em: I. ZEIS 1, correspondendo a assentamentos de baixa renda j existentes, onde o Poder

    Pblico dever intervir de forma a promover sua regularizao urbanstica e jurdica;

    Legislao Relacionada: Lei Municipal n. 2600, de 04 de julho de 2007, que altera o permetro urbano da ZEIS compreendida na URBE do Marzago I.

    II. ZEIS 2, correspondendo a reas vazias ou subutilizadas, onde o Poder Pblico poder

    desenvolver aes que visem a produo de loteamentos e/ou de construes para a populao de baixa renda.

    2. - Para cumprir o que trata o caput deste artigo, na criao de ZEIS dever-se-: I. incentivar a participao comunitria no processo de delimitao, planejamento,

    urbanizao e regularizao jurdica das ZEIS; II. estabelecer ndices especiais de uso e ocupao do solo que possibilitem a

    regularizao jurdica e urbanstica e assentamentos habitacionais j existentes ou a serem implantados, os quais podem variar nas diversas pores do solo urbano;

    III. adequar a propriedade do solo urbano sua funo social; IV. manter, sempre que possvel, as edificaes existentes; V. corrigir situaes de riscos ocasionais por ocupaes de reas imprprias

    habitao; VI. estabelecer condies de habitabilidade, atravs de investimentos em infra-

    estrutura e equipamentos urbanos e comunitrios.

    Artigo 41 - As Zonas Especiais de Interesse Urbano-Ambiental ZEIUA, correspondem s reas de preservao ambiental ao longo do rio Itabirito e crregos Criminoso e Chancudo, assim como aquelas que devem ser protegidas ambientalmente pelos seus atributos naturais ou para a sua recuperao e cujo tratamento paisagstico e urbanstico amplia a oferta de reas para cultura, esportes e lazer integradas ao centro e aos bairros urbanos.

    Artigo 42 - As reas Especiais de Implantaes Virias AEIV, correspondem s reas nas quais o Poder Pblico ir implantar infra-estrutura viria, nos termos previstos na Lei de Parcelamento, Uso e Ocupao do Solo.

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  • Artigo 43 - As reas Urbanas Especiais URBE, correspondem s reas que apresentam caractersticas urbanas incipientes ou que tm potencialidade para tal, sendo aptas ocupao urbana diversificada, conforme os perfis de uso previstos nesta Lei.

    1. - As. As reas Urbanas Especiais URBE, dividem-se em: I. reas Urbanas Especiais de Desenvolvimento Social URBE-DS, que

    correspondem s reas com ocupao urbana e adensamento incipientes, aptas aos usos residenciais, econmicos (comerciais de varejo e de atacado, de prestao de servios e industriais) e institucionais de pequeno porte, vedados os usos econmicos e institucionais de mdio e grande porte, por gerarem maior impacto em seu ambiente e nas suas vias e que ainda no possuem estruturao suficiente para um zoneamento urbano, sendo classificadas como URBE-DS:

    a) Crrego do Bao; b) Ribeiro do Eixo; c) Marzago;

    Legislao Relacionada: Lei Municipal n. 2588, de 16 de maio de 2007, que altera o Permetro Urbano da rea Urbana Especial URBE de Marzago I.

    d) Portes; e) Morro So Vicente;

    II. reas Urbanas Especiais de Desenvolvimento Econmico URBE-DE, que correspondem s reas adequadas instalao de atividades econmicas de mdio e grande porte, em funo de suas caractersticas de relevo, acessibilidade e possibilidades de fornecimento de infra-estrutura bsica, sendo classificadas como URBE DE:

    a) Marzago; b) Cruz das Almas; c) Crrego do Bao. d) BR-356

    Includo pela Lei Municipal n. 2637, de 28 de novembro de 2007. Includo pela Lei Municipal n. 2705, de 17 de dezembro de 2008.

    III. rea Urbana Especial de Desenvolvimento Urbano URBE-DU, que correspondem rea compreendida pelo permetro localizado em torno do eixo da rodovia BR-040, a qual apresenta tendncia de ocupao por condomnios residenciais e atividades econmicas de baixo impacto, em decorrncia da expanso do vetor sul da Regio Metropolitana de Belo Horizonte RMBH, abrigando atividades potencialmente promotoras de desenvolvimento municipal.

    2. - A URBE-DU ir adotar parmetros de ocupao do solo correspondentes

    ZAR, sendo permitidos usos econmicos de mdio e grande portes, devidamente licenciados pelos rgos ambientais e aprovados pelo Conselho Municipal de Poltica Urbana COMPURB, assim como usos multifamiliares horizontais, respeitados os parmetros mnimos constantes na Lei de Parcelamento, Uso e Ocupao do Solo.

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  • Artigo 44 - Cabe Lei de Parcelamento, Uso e Ocupao do Solo, o detalhamento do zoneamento, sua delimitao e a aplicao das diretrizes de Poltica Urbana nas Zonas Urbanas do Municpio Itabirito, por meio dos parmetros urbansticos.

    CAPTULO II DOS INSTRUMENTOS DE POLTICA URBANA

    Artigo 45 - So institutos jurdicos, urbansticos e poltico-institucionais do Plano Diretor, da poltica urbana e da poltica de desenvolvimento sustentvel de Itabirito:

    I- desapropriao por utilidade pblica; II- tombamento de imveis e de mobilirio urbano; III- instituio de zonas e unidades de conservao, inclusive de Zonas de Proteo

    Ambiental ZPA; IV- instituio de Zonas Especiais de Interesse Social ZEIS; V- instituio de outras zonas e reas de interesse especial, tais como as Zonas

    Especiais de Interesse Histrico ZEIH, as Zonas Especiais de Interesse Urbano-Ambiental ZEIUA, as reas Especiais de Implantaes Virias AEIV, e as reas Urbanas Especiais URBE;

    VI- direito de preempo, nos termos dos artigos 25 ao 27 do Estatuto da Cidade; VII- operaes urbanas consorciadas, nos termos dos artigos 32 ao 34 e 52 do Estatuto

    da Cidade; VIII- regularizao fundiria, nos termos dos artigos 2., 26 e 35 do Estatuto da Cidade; IX- Estudo de Impacto de Vizinhana EIV; X- assistncia tcnica e jurdica gratuita para as comunidades e grupos sociais menos

    favorecidos; XI- os instrumentos de poltica urbana previstos no Estatuto da Cidade e de aplicao

    no prevista nesta Lei, os quais podero ser utilizados se regulamentados, posteriormente, pelo Conselho Municipal de Poltica Urbana COMPURB;

    Legislao Relacionada: Lei Municipal n. 2483, de 15 de maro de 2006, que organiza e institui o COMPURB. XII- instrumentos de participao social e comunitria previstos na legislao superior

    e o Conselho Municipal de Poltica Urbana COMPURB, a ser criado nos termos desta Lei.

    Legislao Relacionada: Lei Municipal n. 2483, de 15 de maro de 2006, que organiza e institui o COMPURB.

    Seo I Do Direito de Preempo

    Artigo 46 - Define-se como direito de preempo a prioridade do Municpio na aquisio de imveis urbanos objeto de alienao onerosa entre particulares para implantao de planos, programas e projetos de interesse pblico referentes a:

    I- regularizao fundiria; II- execuo de programas e projetos habitacionais de interesse social; III- constituio de reserva fundiria; IV- ordenamento e direcionamento da expanso urbana;

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  • V- implantao de equipamentos urbanos e comunitrios; VI- criao de reas para abrigar zonas ou plos de atividades econmicas,

    especialmente se orientadas para empregar a populao local; VII- criao de espaos pblicos de lazer e reas verdes; VIII- criao de unidades de conservao ou proteo de outras reas de interesse

    ambiental; IX- proteo de reas e edificaes de interesse histrico, cultural ou paisagstico.

    Artigo 47 - O direito de preempo poder ser aplicado nas ZEIH, nas ZEIS, nas

    ZEIUA, nas ZEU e nas AEIV.

    Artigo 48 - Lei municipal especfica dever regulamentar as condies e os prazos para implementao do direito de preempo.

    Artigo 49 - Outras reas podero ser definidas para incidncia do direito de preempo, a partir da identificao da necessidade de implantao de projetos especiais estruturantes para o desenvolvimento do Municpio, para a recuperao e/ou a revitalizao de reas e a proteo ao meio ambiente e ao patrimnio histrico.

    Seo II Das Operaes Urbanas Consorciadas Artigo 50 - Definem-se como operaes urbanas consorciadas o conjunto de

    intervenes coordenadas pelo Executivo, com a participao dos proprietrios, moradores, associaes comunitrias e investidores privados, objetivando alcanar transformaes urbansticas estruturais, implantar projetos urbansticos especiais, melhorias de infra-estrutura e sistema virio, melhorias sociais e a valorizao ambiental, ampliando os espaos pblicos, em reas previamente delimitadas, de propriedade pblica ou privada, segundo condies estabelecidas por Lei especfica.

    1. - A operao urbana consorciada pode ser proposta ao Executivo por qualquer cidado ou entidade que nela tenha interesse, podendo abranger:

    I. a modificao de ndices e caractersticas de parcelamento, usos e ocupao do solo e subsolo, bem como alterao das regras edilcias, considerando o impacto ambiental delas decorrente;

    II. a regularizao de construes, reformas ou ampliaes executadas em desacordo com a legislao vigente.

    2. - As operaes urbanas consorciadas podero envolver intervenes como:

    I. tratamento e implantao de reas e espaos pblicos; II. melhorias no sistema virio; III. implantao de equipamentos pblicos; IV. valorizao e recuperao do patrimnio natural e cultural; V. reurbanizao; VI. implantao de programa habitacional de interesse pblico; VII. regularizao de ocupaes urbanas irregulares.

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  • Artigo 51 - As operaes urbanas consorciadas devero ser previstas em leis especficas, estabelecendo:

    I- o permetro da rea de interveno; II- a finalidade da interveno; III- o plano urbanstico proposto de acordo com a legislao municipal em vigor; IV- os procedimentos de natureza econmica, administrativa e urbanstica necessrios

    ao cumprimento das finalidades pretendidas; V- os parmetros urbansticos para o projeto; VI- os incentivos fiscais e mecanismos compensatrios previstos em Lei para os

    participantes da operao urbana ou para aqueles que por ela sejam prejudicados; VII- o programa de atendimento econmico e social para a populao diretamente

    afetada pela operao; VIII- Estudos Prvios de Impacto Ambiental e de Vizinhana (EIA/EIV); IX- a contrapartida a ser exigida dos proprietrios, usurios permanentes e

    investidores privados, em funo da utilizao dos benefcios recebidos; X- a forma de controle e monitoramento da operao, compartilhado com

    representao da sociedade civil.

    1. - O plano da Operao Urbana Consorciada ser apresentado populao em Audincia Pblica, antes do envio do projeto de Lei ao Legislativo Municipal.

    2. - A partir da aprovao da Lei especfica, so nulas as licenas e autorizaes a cargo do Poder Pblico municipal expedidas em desacordo com o plano da operao urbana consorciada.

    Artigo 52 - Os recursos levantados para a realizao das operaes urbanas somente podero ser aplicados em aspectos relacionados s mesmas.

    Artigo 53 - As operaes urbanas consorciadas podero ser aplicadas prioritariamente nas ZEIS, nas ZEIUA e nas AEIV.

    Seo III Da Regularizao Urbanstica e Fundiria Artigo 54 - A regularizao urbanstica e fundiria dever integrar o Plano Municipal

    da Habitao de Interesse Social, atendendo aos critrios estabelecidos em legislao especfica, tendo como objetivo final a titulao dos proprietrios.

    1. - As aes de regularizao urbanstica e fundiria sero adotadas nas ZEIS e nas URBE.

    2. - Para cada assentamento objeto da aplicao deste instrumento, dever ser elaborado um Plano de Interveno contendo, no mnimo:

    I- delimitao da rea a ser atingida; II- diagnstico urbanstico, social e ambiental; III- projetos de urbanizao;

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  • IV- programa de mobilizao social e educao ambiental da comunidade diretamente afetada pela operao;

    V- legislao de uso e ocupao do solo para o assentamento regularizado.

    3. - O Programa de Regularizao Urbanstica e Fundiria adotar, quando for o caso, o instrumento da Usucapio Especial de Imvel Urbano.

    4. - No sero passveis de regularizao urbanstica e fundiria os assentamentos situados:

    I- sob pontes, viadutos e redes de alta tenso ou sobre redes de gua, esgotos, drenagem pluvial, faixa de domnio de rodovias;

    II- em reas de preservao permanente ou inundveis; III- em reas que apresentem riscos para a segurana de seus moradores; IV- em reas destinadas implantao de obras ou planos urbansticos de interesse

    coletivo; V- em reas formadas h menos de doze meses da aprovao desta Lei.

    Seo IV Do Estudo de Impacto de Vizinhana Artigo 55 - O Estudo de Impacto de Vizinhana EIV, ser executado de forma a

    contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento ou atividade quanto qualidade de vida da populao residente na rea e suas proximidades, incluindo a anlise, no mnimo, das seguintes questes:

    I- adensamento populacional; II- equipamentos urbanos e comunitrios; III- uso e ocupao do solo; IV- valorizao imobiliria; V- gerao de trfego e demanda por estacionamento e transporte pblico; VI- ventilao e iluminao; VII- paisagem urbana e patrimnio natural e cultural; VIII- dinmica urbana, ambiental, socioeconmica e cultural da rea de influncia do

    empreendimento, com mapeamento; IX- poluio sonora, do ar, hdrica, visual, ou qualquer outra ao que afete a

    qualidade de vida e o meio ambiente.

    Pargrafo nico. Dar-se- publicidade aos documentos integrantes do EIV, que ficaro disponveis para consulta, no rgo competente do Poder Pblico municipal, por qualquer interessado.

    Artigo 56 - A elaborao do EIV no substitui a elaborao e a aprovao de estudos e autorizaes ambientais, requeridos nos termos da legislao ambiental.

    Artigo 57 - Dependero de elaborao de EIV, conforme avaliao dos Conselhos Municipais de Poltica Urbana, Consultivo do Patrimnio Histrico e Artstico de Itabirito e de Desenvolvimento Sustentvel e Melhoria do Ambiente, para obter as licenas ou autorizaes de construo, ampliao ou funcionamento, empreendimento ou atividade que

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  • se instalar nas ZEIH ou na URBE-DU, alm de todos aqueles relacionados como Usos Especiais pela Lei de Parcelamento, Uso e Ocupao do Solo.

    CAPTULO III DA INFRA-ESTRUTURA URBANA

    E DOS SERVIOS PBLICOS

    Artigo 58 - So objetos da poltica de infra-estrutura urbana e dos servios pblicos: I- o sistema de captao, tratamento e distribuio de gua potvel; II- o sistema de esgotamento sanitrio; III- as redes de macro e micro drenagem; IV- o sistema de coleta e destinao de resduos slidos; V- o sistema virio e o servio de transporte pblico.

    1. - A ampliao da infra-estrutura urbana e da iluminao pblica cabe ao Poder

    Pblico do Municpio e/ou s empresas delegatrias dos servios pblicos, nos termos da Lei.

    2. - O Executivo Municipal, para prover a infra-estrutura e demais servios pblicos no previstos no caput deste artigo, poder, obedecidas as diretrizes desta Lei, delegar sua implantao a empresas pblicas ou privadas, de acordo com a legislao vigente e com as diretrizes deste Plano Diretor, cabendo ao Poder Pblico a fiscalizao da adequada manuteno dos servios delegados.

    Seo I Do saneamento Artigo 59 - A poltica de saneamento implementar a melhoria das condies

    sanitrias do Municpio, com prioridade para as Zonas de Uso Misto ZUM, do Distrito Sede e do distrito de Bao, das Zonas de Adensamento Restrito ZAR, dos distritos de Acuru, Bao e So Gonalo do Monte e das reas Urbanas Especiais URBE, para as reas ocupadas ou com ocupao planejada nas Zonas Especiais de Interesse Social ZEIS, e nas Zonas Especiais de Interesse Histrico ZEIH, mediante o incremento da infra-estrutura e dos servios pblicos, visando solucionar de forma integrada as deficincias do abastecimento de gua, das macro e micro drenagens, do esgotamento sanitrio e da coleta e destinao dos resduos slidos.

    1. - A poltica de saneamento complementar as atividades de recuperao e preservao do meio ambiente, atuando de forma integrada em suas aes.

    2. - So instrumentos complementares da poltica de saneamento municipal os Cdigos de Obras, de Posturas e o Sanitrio, alm de outros, como o Ambiental, que o Municpio possa vir a elaborar e adotar, atravs de Lei apreciada e aprovada pela Cmara.

    3. - A poltica de saneamento municipal deve ser compatvel com as diretrizes da Poltica Municipal de Meio Ambiente, nos termos previstos neste Plano Diretor.

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  • 4. - O Poder Executivo poder, quando necessrio, atuar, em forma de consrcios, com os municpios vizinhos, para atender o disposto no caput deste artigo.

    Artigo 60 - A poltica de saneamento ser implementada atravs de instrumentos normativos e executivos, ouvidos os Conselhos Municipais de Sade, de Desenvolvimento Sustentvel e Melhoria do Ambiente, de Desenvolvimento Econmico e de Poltica Urbana, os quais estabelecero os procedimentos necessrios consecuo dos objetivos estabelecidos nesta Lei.

    Pargrafo nico. A poltica de saneamento dever compreender programas que tratem de:

    I- Abastecimento de gua e de Esgotamento Sanitrio; II- Drenagem; III- Coleta e Destinao Final dos Resduos Slidos.

    Artigo 61 - Para implantao dos programas estabelecidos neste captulo, o Executivo

    e/ou a(s) sua(s) delegatria(s) destinaro, alm dos recursos oramentrios prprios, aqueles obtidos mediante financiamentos, ou ainda aqueles obtidos mediante convnios com entidades pblicas ou privadas, desde que respeitando a legislao vigente.

    Artigo 62 - Caber ao Servio Autnomo de gua e Esgoto SAAE, e Secretaria Municipal de Meio Ambiente o desenvolvimento dos programas que compem a poltica de saneamento do Municpio de Itabirito, observadas as diretrizes deste Plano Diretor.

    Subseo I - Do Programa de Abastecimento de gua e de Esgotamento Sanitrio Artigo 63 - O Programa de Abastecimento de gua e de Esgotamento Sanitrio do

    Municpio de Itabirito abranger a coleta, o armazenamento, o tratamento e a distribuio de gua, assim como a implantao gradual de sistema de coleta e tratamento de esgotos nas reas j urbanizadas do Municpio, com aes diversificadas, e contar com instrumentos normativos e executivos que regulem e controlem a exigncia de tratamento dos efluentes domsticos e outros, para a eliminao de riscos de transmisso de doenas e proteo do meio ambiente, obedecendo s seguintes diretrizes:

    I- Controle sobre a potabilidade e a qualidade da gua fornecida pelo Municpio ou pela delegatria do servio.

    II- Acompanhamento das aes de instalao e manuteno de tratamento da gua, objetivando a eliminao de doenas transmitidas pela inadequao ou inexistncia de tratamento.

    III- Avaliao da qualidade dos servios fornecidos, pelo Municpio ou pela delegatria dos servios, objetivando atender a totalidade da populao local.

    IV- Justa distribuio e tarifao dos servios oferecidos pelo Municpio ou pela concessionria dos servios.

    Artigo 64 - Qualquer empreendimento, ou atividade instalada, ou que venha a se

    instalar no Municpio, deve possuir sistema prprio de tratamento de esgoto que atenda o ndice mnimo de reduo de 90% (noventa por cento) de coliformes fecais.

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  • 1. - Fica vedada, a partir da data da publicao desta Lei, a concesso de habite-se

    ou licena de funcionamento para empreendimentos que no se enquadrem no disposto neste artigo e no tenham cumprido as exigncias nele contidas.

    2. - O rgo Municipal competente ou o representante da delegatria dos servios de saneamento dever manter registro dos tipos de dispositivos existentes que possam ser aceitos e cuja eficincia esteja comprovada em Normas Brasileiras ou trabalhos tcnicos reconhecidos.

    3. - No caso de ser constatada a impossibilidade de implantao dos dispositivos previstos no caput deste artigo, soluo alternativa dever ser proposta ao rgo municipal competente, depois de ouvido o rgo Estadual de controle ambiental, a delegatria dos servios de saneamento e, ser for o caso, o rgo Gestor das Unidades de Conservao existentes e implantadas no Municpio.

    4. - O disposto no caput deste artigo, aplica-se igualmente a condomnios, edifcios, loteamentos aprovados, agrupamentos de residncias, estabelecimentos fabris, comerciais ou de servios - clubes, hotis e similares - construdos ou licenciados.

    Artigo 65 - O poder pblico controlar os servios de limpeza de fossas por empresas especializadas, devidamente licenciadas pelo rgo Estadual encarregado do licenciamento ambiental, quando houver, e pelo rgo do Poder Executivo Municipal.

    Pargrafo nico. As empresas referidas no caput deste artigo comprovaro, para seu registro, que dispem de local apropriado para destinao final dos efluentes das fossas.

    Artigo 66 - A fiscalizao do disposto neste programa dever ser integrada s demais aes de saneamento do Municpio.

    Subseo II - Do Programa de Drenagem Artigo 67 - O Municpio dever estabelecer diretrizes de um Programa de Drenagem

    para o Municpio de Itabirito, compatveis com as diretrizes deste Plano Diretor.

    Artigo 68 - O Programa de Drenagem compreende as aes relativas macro e micro drenagem e tem por objetivo a soluo dos problemas relacionados ao escoamento de guas superficiais no Municpio, parte integrante da gesto de seus recursos hdricos.

    1. - Todos os projetos de obras de macrodrenagem, inclusive aqueles a serem executados em reas rurais por rgo estaduais ou federais competentes ou ainda por iniciativa privada, e os projetos que implicam em aproveitamento hdrico, devero submeter Secretaria Municipal do Meio Ambiente, o respectivo Relatrio de Impacto Ambiental RIMA.

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  • 2. - O Programa de Drenagem estabelecer normas e procedimentos relativos manuteno, despoluio ou reforma da rede de canais existentes e prever a sua ampliao em consonncia com diretrizes definidas para a macrodrenagem, tendo, como meta, a eliminao das conexes de esgotos a essa rede.

    Artigo 69 - As reas urbanas, j ocupadas, situadas em baixadas inundveis, que no contenham valas para escoamento de guas pluviais, devero ser atendidas com prioridade pelo Poder Executivo.

    Artigo 70 - A rede de microdrenagem destina-se ao escoamento das guas pluviais nas reas de ocupao urbana, conectando-se rede de macrodrenagem ou diretamente, quando for o caso, aos corpos hdricos receptores.

    Artigo 71 - Para as reas de ocupao urbana consolidada onde inexistam redes de micro drenagem, ou onde as mesmas apresentem-se saturadas, ou ainda quando forem utilizadas como receptores de esgoto domstico, dever o Poder Executivo reestruturar as redes existentes ou sua expanso, liberando-as de todas as conexes e