02 - apostila e exercícios dissertaÇÃo

9
PRODUÇÃO TEXTUAL Professor Murilo COMPLEMENTO DO CAPÍTULO 05 DO LIVRO A DISSERTAÇÃO A todo instante nos deparamos com situações que exigem a exposição de ideias, argumentos e pontos de vista, muitas vezes precisamos expor aquilo que pensamos sobre determinado assunto. Em muitas situações somos induzidos a organizar nossos pensamentos e ideias e utilizar a linguagem para dissertar. MAS O QUE É DISSERTAR? Dissertar é, por meio da organização de palavras, frases e textos, apresentar ideias, desenvolver raciocínio, analisar contextos, dados e fatos. Neste momento temos a oportunidade de discutir, argumentar e defender o que pensamos utilizando-se da fundamentação, justificação, explicação, persuasão e de provas. A elaboração de textos dissertativos requer domínio da modalidade escrita da língua, desde a questão ortográfica ao uso de um vocabulário preciso e de construções sintáticas organizadas, além de conhecimento do assunto que se vai abordar e posição crítica (pessoal) diante desse assunto. A atividade dissertadora desenvolve o gosto de pensar e escrever o que pensa, de questionar o mundo, de procurar entender e transformar a realidade. 1/9

Upload: murilo

Post on 29-Sep-2015

6 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Para trabalhar o gênero dissertação

TRANSCRIPT

PRODUO TEXTUALProfessor MuriloCOMPLEMENTO DO CAPTULO 05 DO LIVRO

A DISSERTAO

A todo instante nos deparamos com situaes que exigem a exposio de ideias, argumentos e pontos de vista, muitas vezes precisamos expor aquilo que pensamos sobre determinado assunto.

Em muitas situaes somos induzidos a organizar nossos pensamentos e ideias e utilizar a linguagem para dissertar.

MAS O QUE DISSERTAR?

Dissertar ,por meioda organizao de palavras, frases e textos, apresentar ideias, desenvolver raciocnio, analisar contextos, dados e fatos. Neste momento temos a oportunidade de discutir, argumentar e defender o que pensamos utilizando-se da fundamentao, justificao, explicao, persuaso e de provas.

A elaborao de textos dissertativos requer domnio da modalidade escrita da lngua, desde a questo ortogrfica ao uso de um vocabulrio preciso e de construes sintticas organizadas, alm de conhecimento do assunto que se vai abordar e posio crtica (pessoal) diante desse assunto.A atividade dissertadora desenvolve o gosto de pensar e escrever o que pensa, de questionar o mundo, de procurar entender e transformar a realidade.

PASSOS PARA ESCREVER O TEXTO DISSERTATIVO:

O texto deve ser produzido de forma a satisfazer os objetivos que o escritor se props a alcanar.Como planejar uma dissertao:

Em primeiro lugar, preciso analisar o tema dado e levantar ideias sobre o assunto. Na maioria das vezes, o tema amplo e pode dar margem a vrios desdobramentos. No perca tempo com pensamentos do tipo: "estou sem inspirao".

Anote todas as ideias relacionadas ao tema que lhe vierem cabea. Essas anotaes o ajudaro a definir a linha de raciocnio a ser seguida na dissertao. Uma dica para quem est se preparando e quer fazer boas dissertaes ler muitas revistas, jornais, artigos, livros etc. Quanto mais material voc tiver na cabea, mais ideias conseguir encontrar. Depois de catalogar vrias ideias relacionadas ao tema, hora de comear a organiz-las.

Num texto dissertativo importante identificar as ideias que refletem problemas, aquelas que podem ser suas causas e tambm as possveis solues. Assim, tente agrupar esses problemas com suas causas e solues em temas menores, mais especficos. Com as ideias organizadas, hora de escolher sobre qual tema especfico ser a dissertao.

A escolha do tema da dissertao:

A regra geral que quanto melhor voc conhecer do assunto, mais fcil ser falar sobre ele. Assim, dentre as ideias e temas anotados, escolha aquele com o qual voc se sente mais vontade, mais familiarizado. Normalmente esse tema ser tambm aquele sobre o qual voc tem mais anotaes. Com o subtema escolhido, defina a linha de raciocnio da dissertao.

# Que ideia ir defender?

# Quais argumentos sero usados para defender essa ideia?

# A qual concluso voc deseja chegar?

Essas so as 3 perguntas chaves que voc deve se fazer (e responder) antes de comear a redigir o seu texto. Antes de continuar, confira se a linha de raciocnio escolhida no foge do tema principal.

ESTRUTURA DA DISSERTAO:

H uma estrutura consagrada para a organizao desse tipo de texto.Consiste em organizar o material obtido em trs partes: a introduo, o desenvolvimento e a concluso.

- Introduo:A introduo deve apresentar de maneira clara o assunto que ser tratado e delimitar as questes, referentes ao assunto, que sero abordadas.Neste momento pode-se formular uma tese, que dever ser discutida e provada no texto, propor uma pergunta, cuja resposta dever constar no desenvolvimento e explicitada na concluso.- Desenvolvimento: a parte do texto em que as ideias, pontos de vista, conceitos, informaes de que dispe sero desenvolvidas; desenroladas e avaliadas progressivamente.

- Concluso: o momento final do texto, este dever apresentar um resumo forte de tudo o que j foi dito. A concluso deve expor uma avaliao final do assunto discutido.Tipos de concluso:

- Concluso Sntese: Concluir com uma sntese a forma mais comum de fechar um texto dissertativo.A sntese resume todo o texto em apenas um pargrafo, uma constatao.O principal desafio nesse tipo de concluso evitar simplesmente expor as mesmas ideias e os mesmos argumentos novamente, pois isso torna o texto repetitivo.

- Concluso Soluo: Muitas vezes o objetivo do texto dissertativo conscientizar o leitor da existncia de um problema e expor uma forma de combat-lo. Nesses casos, a concluso deve mostrar o que deve ser feito ou indicar uma proposta de soluo para o problema.

- Concluso Surpresa: Menos comum, esse tipo de concluso exige maior destreza e talento do autor.Na concluso surpresa, o autor deve fechar o texto com uma citao, um fato divertido ou original, uma piada, uma afirmao irnica, trocadilhos ou at mesmo um final potico.O objetivo aqui causar um impacto no leitor trazendo algo inesperado, de forma a deix-lo surpreso.

Cada uma dessas partes se relacionam umas com as outras, seja preparando-as ou retomando-as, portanto, no so isoladas.

A produo de textos dissertativos est ligada capacidade argumentativa daquele que se dispe a essa construo.

importante destacar que a obteno de informaes, referentes aos diversos assuntos, seja porintermdio daleitura, de conversas, de viagens, de experincias do dia e dia e dos mais variados veculos de informao pode sanar a carncia de informaes e consequentemente dar suporte ao produzir um texto.PROPOSTA DE REDAO:

Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos conhecimentos construdos ao longo de sua formao, redija texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da lngua portuguesa sobre o tema A violncia na escola brasileira: como mudar as regras desse jogo?

Apresente experincia ou proposta de ao social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto 1

At que ponto a violncia das ruas penetrou nas escolas do Brasil? Essa questo at agora s podia ser respondida com especulaes baseadas em incidentes de maior repercusso, que aparecem na imprensa. Um levantamento realizado pela Unesco, o brao das Naes Unidas para a educao, cincia e cultura, que ser divulgado nesta semana, o primeiro a examinar a insegurana na escola por meio de estatsticas. O estudo conclui que na maioria dos colgios, sejam eles pblicos, sejam eles privados, a violncia atingiu tal patamar que os alunos esto to inseguros na sala de aula como se estivessem na rua. Para chegar a esse diagnstico, foram entrevistados 34.000 estudantes, 13.400 pais e professores de 340 escolas de catorze capitais durante dois anos. "A violncia no entorno da escola chegou a um ponto to alarmante que ultrapassou os portes e invadiu o ambiente escolar", diz a sociloga Miriam Abramovay, coordenadora do estudo da Unesco. "Pudemos comprovar tambm que no passa de mito a ideia de que apenas os estabelecimentos de ensino pblico convivem com trfico de drogas, armas e gangues. A situao bem parecida no ensino privado."

Os pesquisadores da Unesco consideram como violncia na escola agresses, roubos e assaltos, estupros, depredaes, armas e discriminao racial. Em dcadas passadas, a violncia dentro das instituies de ensino era vista como decorrncia da rebeldia natural da adolescncia. Os primeiros estudos sobre o assunto datam de 1950 e esto repletos de relatos de depredaes e respostas malcriadas de alunos indisciplinados. O que antes era rebeldia hoje crime de verdade. Nunca foi to fcil o acesso a drogas e armas. Nem sequer preciso procurar drogas fora da escola, pois muitos estudantes so tambm traficantes. "Temos alunos na cidade que se matriculam apenas para traficar", observa Jucinia Santos, secretria de polticas educacionais do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de So Paulo (Apeoesp). "H aluno que vende crack s 8 horas da manh. Quem deve a ele pode ser baleado no ptio, na hora do recreio", diz.

Veja alguns nmeros do levantamento:

* Dos alunos que tm arma de fogo, 70% j levaram seus revlveres para a escola.

* As ameaas contra professores tornaram-se mais constantes e perigosas: 50% do corpo docente de So Paulo e 51% do de Porto Alegre relataram algum tipo de agresso.

* Quatro de cada dez professores atribuem a violncia ao envolvimento dos alunos com drogas.

(Adaptado de Veja on-line; acesso em 21/06/2011)

Texto 2

O menino Vitor Fernando Dutra Gumieiro, de 9 anos, foi agredido por cinco garotos da mesma faixa etria dentro da sala de aula e na sada da Escola Estadual Adolfo Alceu Ferrero, anteontem, em So Joaquim da Barra, na regio de Ribeiro Preto (SP). Devido agresso, ele foi internado e passou por exames de tomografia e ressonncia magntica em Ribeiro Preto. Vitor ter alta hospitalar amanh e usar colar cervical por 15 dias.

Segundo a me, Knia Helena Silveira Dutra, de 27 anos, o filho sofre com as brincadeiras de colegas porque gago. Aps a agresso na escola, ele no mencionou nada em casa. Dentro da sala de aula (3 srie), ele foi atingido por um soco, um tapa e um golpe de mochila. Na sada da escola, a inspetora o mandou sair pelos fundos, mas os agressores perceberam e o cercaram, desferindo socos e chutes em seu corpo.

(http://www.estadao.com.br/noticias/geral, acesso em 21/06/2011)

Texto 3

A violncia protagonizada pelos jovens nas escolas uma realidade inegvel. A sociedade ter que se organizar e insurgir-se ativamente contra este fenmeno. De igual modo, a escola ter que ajustar os seus contedos programticos e aproximar-se mais das crianas. Devido s exigncias, as famlias muitas vezes destituem-se da sua funo educativa, delegando-a escola. No meio de toda essa confuso, esto as crianas, que atuam conforme aquilo que observam e agem consoante os estmulos do meio. Meio esse que por vezes oferece modelos de conduta e referncias positivas questionveis.

(Trabalho realizado para o mdulo de "A escola e os seus agentes perante a excluso social" do Doutoramento em Educa)6/6