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www.cers.com.br OAB XII 2ª Fase Direito Penal Ana Cristina Mendonça e Geovane Moraes 1 PEÇAS DE LIBERDADE RELAXAMENTO DE PRISÃO LIBERDADE PROVISÓRIA REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA/TEMPORÁRIA DIFERENÇA ENTRE AS MEDIDAS DE CONTRA CAUTELA E O HABEAS CORPUS ESPÉCIES DE CAUTELA E CONTRA CAUTELA PRISIONAIS CABIMENTO

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    OAB XII 2 Fase Direito Penal

    Ana Cristina Mendona e Geovane Moraes

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    PEAS DE LIBERDADE

    RELAXAMENTO DE PRISO LIBERDADE PROVISRIA

    REVOGAO DA PREVENTIVA/TEMPORRIA DIFERENA ENTRE AS MEDIDAS DE CONTRA CAUTELA E O HABEAS CORPUS ESPCIES DE CAUTELA E CONTRA CAUTELA PRISIONAIS CABIMENTO

    DanielleNotaMedida de contra cautela - uma medida cautelar que tem por finalidade atacar uma outra medida cautelar existente.

    Ex.: um juiz decretou o sequestro dos bem de um indivduo. O sequestro uma medida cautelar que recai sobre coisa. quando o terceiro que tve os bens sequestrados que atacar a deciso do juiz entra com embargos de terceiros - medida de contra cautela, pois contra ataca a medida decretada.

    A medida cautelar mais comum no processo penal a prisao cautelar. Para esta existe uma contra cautela - medida endereada ao proprio juiz que decertou a prisao.

    j no HC a petio no enderaada ao proprio juiz. Ele um outro processo, uma ao autonuma de impugnao. para impetrar o HC tem de dw se identificar a autoridade. coautora. o hc endeerado a autoridade que reformaria a decisao.

    O HC no uma pea privativa de advogado.

    DanielleNotao prprio preso faz o pedido atravs de seu advogado. pois so peas privativas de advogado.

    DanielleRealce

    DanielleRealce

    DanielleRealce

    DanielleNota rebus sic stantibus, dura enquanto durar seus efeitos. Desapareando os requisitos que ensejaram a prisao, ela deve ser revoagada. Fundamento -art. 5, artigo 316 do CPP

    DanielleNotapriso em flagrante legal. fundamento - art. 5 lxvi da cf

    DanielleNotaA liberdade ser plena. no precisa assinar termo de compromisso de comparecimento em juzo.

    DanielleNotaassina termo de compromisso.

    DanielleNotagera liberdade plena.obs:319 e 320 cpp

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    HIPTESES FTICAS

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    RELAXAMENTO DE PRISO, LIBERDADE PROVISRIA E REVOGAO DA PREVENTIVA (ou da temporria)

    SO REQUERIDOS ATRAVS DE PETIES ENDEREADAS AO JUIZ PROCESSANTE,

    portanto, em regra, ao Juzo de 1o. Grau.

    Exemplo:

    EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA _____

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    FUNDAMENTAO:

    Relaxamento de Priso art. 5o., LXV, CRFB/88

    LXV - a priso ilegal ser imediatamente relaxada pela autoridade judiciria;

    art. 310, I, CPP Art. 310. Ao receber o auto de priso em flagrante, o juiz dever fundamentadamente: I - relaxar a priso ilegal;

    Liberdade Provisria art. 5o., LXVI, CRFB/88

    LXVI - ningum ser levado priso ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisria, com ou sem fiana;

    Art. 310, III, e 321, CPP Art. 310. Ao receber o auto de priso em flagrante, o juiz dever fundamentadamente: III - conceder liberdade provisria, com ou sem fiana. Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretao da priso preventiva, o juiz dever conceder liberdade provisria, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Cdigo e observados os critrios constantes do art. 282 deste Cdigo.

    Revogao da Preventiva

    Arts. 282, 5, e 316, CPP Art. 282, 5o O juiz poder revogar a medida cautelar ou substitu-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decret-la, se sobrevierem razes que a justifiquem. Art. 316. O juiz poder revogar a priso preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decret-la, se sobrevierem razes que a justifiquem.

    Arts. 282, 5, CPP Art. 282, 5o O juiz poder revogar a medida cautelar ou substitu-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decret-la, se sobrevierem razes que a justifiquem.

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    DEPUTADOS E SENADORES Art. 53 2 CF/88 - Desde a expedio do diploma, os membros do Congresso Nacional no podero ser presos, salvo em flagrante de crime inafianvel. Nesse caso, os autos sero remetidos dentro de vinte e quatro horas Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a priso. Art. 27 1 CF/88 - Ser de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta Constituio sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remunerao, perda de mandato, licena, impedimentos e incorporao s Foras Armadas.

    MAGISTRADOS LOMAN (Lei Complementar 35/79) Art. 33 - So prerrogativas do magistrado: II - no ser preso seno por ordem escrita do Tribunal ou do rgo especial competente para o julgamento, salvo em flagrante de crime inafianvel, caso em que a autoridade far imediata comunicao e apresentao do magistrado ao Presidente do Tribunal a que esteja vinculado;

    DanielleNotaToda vez que uma priso em flagrante acontece, a primeira coisa que ocorre a captura (1 estapa), depois a conduo (2etapa), formalizao (3etapa), judicializao (4 etapa). quando capturado, o individuo tem de ser levado a delegacia mais proxima, para que l seja autuado em flagrante.o art. 304 do CPP estabelece que o delegado deve ouvir os policiais condutores.

    DanielleNotasmula vinculante nmero 11 - limita a utilizao de algema. uma das hipoteses de ilegalidades da priso em flagrante.

    DanielleRealce

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    MEMBROS DO MP LOMP (LEI 8.625/93) Art. 40. Constituem prerrogativas dos membros do Ministrio Pblico, alm de outras previstas na Lei Orgnica: III - ser preso somente por ordem judicial escrita, salvo em flagrante de crime inafianvel, caso em que a autoridade far, no prazo mximo de vinte e quatro horas, a comunicao e a apresentao do membro do Ministrio Pblico ao Procurador-Geral de Justia;

    RELAXAMENTO DE PRISO, LIBERDADE PROVISRIA E REVOGAO DA PREVENTIVA (ou da temporria)

    SO REQUERIDOS ATRAVS DE PETIES ENDEREADAS AO JUIZ PROCESSANTE,

    portanto, em regra, ao Juzo de 1o. Grau.

    Exemplo:

    EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA __________

    FUNDAMENTAO:

    Relaxamento de Priso

    art. 5o., LXV, CRFB/88 LXV - a priso ilegal ser imediatamente relaxada pela autoridade judiciria;

    art. 310, I, CPP Art. 310. Ao receber o auto de priso em flagrante, o juiz dever fundamentadamente: I - relaxar a priso ilegal;

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    Liberdade Provisria

    art. 5o., LXVI, CRFB/88 LXVI - ningum ser levado priso ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisria, com ou sem fiana;

    Art. 310, III, e 321, CPP Art. 310. Ao receber o auto de priso em flagrante, o juiz dever fundamentadamente: III - conceder liberdade provisria, com ou sem fiana. Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretao da priso preventiva, o juiz dever conceder liberdade provisria, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Cdigo e observados os critrios constantes do art. 282 deste Cdigo.

    Revogao da Preventiva

    Arts. 282, 5, e 316, CPP Art. 282, 5o O juiz poder revogar a medida cautelar ou substitu-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decret-la, se sobrevierem razes que a justifiquem. Art. 316. O juiz poder revogar a priso preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decret-la, se sobrevierem razes que a justifiquem.

    Arts. 282, 5, CPP Art. 282, 5o O juiz poder revogar a medida cautelar ou substitu-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decret-la, se sobrevierem razes que a justifiquem.

    ESTRUTURA DO RELAXAMENTO DE PRISO

    Estrutura do contedo principal: Dos Fatos (narrar suscintamente como ocorreu a priso, enfatizando os aspectos que a tornam ilegal) Da ilegalidade da priso Da total ausncia dos pressupostos da priso preventiva Do pedido Endereamento EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ________ (Regra Geral) EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ VARA CRIMINAL DA SEO JUDICIRIA DE _______ (Crimes da Competncia da Justia Federal) EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DO TRIBUNAL DO JRI DA COMARCA DE ______ (Crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados)

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    Identificao do preso (Fazer pargrafo regra dos dois dedos) Nome, nacionalidade, estado civil, profisso, portador da Cdula de Identidade nmero _______, expedida pela ____________, inscrito no Cadastro de Pessoa Fsica do Ministrio da Fazenda sob o nmero ________________, residncia e domiclio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procurao anexa a este instrumento, vem muito respeitosamente presena de Vossa Excelncia, requerer o 1. Exposio dos Fatos 2. Da (s) ilegalidade (s) da priso em flagrante Mostrar claramente as ilegalidade do flagrante e discorrer sobre estas ilegalidade. 3. Da impossibilidade de decretao da priso preventiva Como existe a possibilidade do juiz relaxar a priso e decretar a priso preventiva, deve-se deixar claro ao julgador que no existe motivo para tal procedimento. 4. Pedido Ante o exposto, postula-se a Vossa Excelncia o relaxamento da priso em flagrante imposta ao requerente, a fim de que possa permanecer em liberdade durante o processo. Termos em que, ouvido o ilustre representante do Ministrio Pblico e, expedindo-se o competente alvar de soltura, pede deferimento.

    Comarca, data.

    Advogado, OAB Caso Prtico Resolvido (constante no material) No dia 25 de outubro de 2013, Luiz Fernando, 18 anos, morador da cidade de Nova Iorque, Maranho, durante um festival de reggae da cidade, subtraiu, mediante emprego de violncia, a bicicleta de Jorge Antnio. Um senhor, que estava sentado no banco da praa, prximo ao local do fato, presenciou todo o ocorrido e alertou um policial, que estava fazendo a segurana do festival. O policial, imediatamente, saiu em perseguio atrs do ciclista meliante. Neste momento, o policial comunicou via rdio sobre o ocorrido e tempos depois, j em um bairro vizinho, os policias cercaram Luiz Fernando, momento em que o mesmo foi preso em flagrante e levado para 1 Delegacia de Polcia Civil de Nova Iorque-MA. Chegando DP, Luiz Fernando restou autuado em flagrante delito por violao ao artigo 157 do Cdigo Penal. Cumpridas todas as formalidades imediatas de praxe, o delegado remeteu os autos do flagrante ao juzo competente, bem como a cpia dos referidos autos a Defensoria Pblica, 48 horas aps a captura de Luiz Fernando, sendo certo que o mesmo encontra-se preso na carceragem daquela 1 Delegacia de Polcia Civil. Na qualidade de advogado contratado pela famlia de Luiz Fernando, com base nas informaes acima expostas, elabore a pea cabvel.

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    Dvida:

    Posso cumular o pedido de relaxamento de priso com o de liberdade provisria?

    Liberdade Provisria

    art. 5o., LXVI, CRFB/88 LXVI - ningum ser levado priso ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisria, com ou sem fiana;

    Art. 310, III, e 321, CPP

    Art. 310. Ao receber o auto de priso em flagrante, o juiz dever fundamentadamente: III - conceder liberdade provisria, com ou sem fiana. Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretao da priso preventiva, o juiz dever conceder liberdade provisria, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Cdigo e observados os critrios constantes do art. 282 deste Cdigo.

    Espcies de Liberdade Provisria em todos os casos indicar:

    art. 5o., LXVI, CRFB/88 c/c art. 310, III, e 321, CPP Lib. Prov. mediante fiana + 323 e 324 CPP

    Lib. Prov. sem fiana por pobreza + 323, 324 e 350 CPP

    Lib. Prov. em face da presena de excludente de ilicitude + 310, pargrafo nico, CPP Lib. Prov. por ausncia dos pressupostos da preventiva

    ESTRUTURA DA LIBERDADE PROVISRIA

    Estrutura do contedo principal: Dos Fatos Da total ausncia dos pressupostos da priso preventiva Da possibilidade de fiana (se for o caso) Do pedido

    Endereamento EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ________ (Regra Geral) EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ VARA CRIMINAL DA SEO JUDICIRIA DE _______ (Crimes da Competncia da Justia Federal) EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DO TRIBUNAL DO JRI DA COMARCA DE ______ (Crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados)

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    Identificao do preso (Fazer pargrafo regra dos dois dedos) Nome, nacionalidade, estado civil, profisso, portador da Cdula de Identidade nmero _______, expedida pela ____________, inscrito no Cadastro de Pessoa Fsica do Ministrio da Fazenda sob o nmero ________________, residncia e domiclio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procurao anexa a este instrumento, vem muito respeitosamente presena de Vossa Excelncia, requerer sua

    LIBERDADE PROVISRIA Com fundamento no art. 5, LXVI da Constituio Federal combinado com art. 310, III e art. 321, ambos Cdigo de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: 1. Exposio dos Fatos 2. Da total ausncia dos pressupostos da priso preventiva Indicar que no h fundamento que autorize a decretao da priso preventiva, nos termos do art. 312 do Cdigo de Processo Penal. 3. Pedido Concesso da liberdade provisria com ou sem fiana, alm do pedido subsidirio de aplicao das medidas cautelares previstas no art. 319 do Cdigo de Processo Penal. Pedido ainda de oitiva do representante do Ministrio Pblico e expedio de alvar de soltura, mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo, quando intimado.

    Comarca, data. Advogado, OAB.

    Hiptese - liberdade provisria Jaqueline da Silva mantinha uma relao conjugal com Rodrigo Almeida. Desconfiada da fidelidade de Rodrigo, Jaqueline espera o mesmo sair para trabalhar e comea uma busca desenfreada de algo que o comprometesse e comprovasse suas suspeitas. Aps duas horas de busca, durante a qual Jaqueline despejou todos os pertences de Rodrigo ao cho, a mesma localiza um bilhete com o telefone de uma mulher no bolso de uma jaqueta. Ao chegar do trabalho, Rodrigo, assustado com a desorganizao da casa, procura por Jaqueline que o esperava, enlouquecida de cime, no quarto com uma faca, partindo para cima de Rodrigo e desferindo trs facadas no peito de seu companheiro, que vem a falecer no local do crime. Desesperada com o que fez, e totalmente arrependida, Jaqueline liga para a polcia, que chega ao local 20 minutos aps o ocorrido. Na prpria cena do crime, Jaqueline presa em flagrante, bem como so apreendidos a faca e demais objetos necessrios, e realizada a percia de local, com a posterior remoo do cadver. Conduzida delegacia de polcia, foi Jaqueline, que primria, de bons antecedentes, autuada em flagrante. Foram cumpridas todas formalidades do flagrante. Voc na qualidade de advogado, intente a medida cabvel, excetuando o Habeas Corpus.

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    Hiptese - liberdade provisria Jorge Mateus, brasileiro, casado, funcionrio pblico, residente e domiciliado na Rua do Campo, n 10, bairro X na cidade de Gama, foi preso em flagrante delito pela prtica de trfico de entorpecentes, nos termos do artigo 33, 1, I da Lei 11.343/06, em 22 de abril de 2013, pois foi pego vendendo produto qumico destinado preparao de drogas, sendo levado pelos policiais, que o autuaram e conduziram at a Delegacia. Em sede policial, prestou depoimento alegando ter vendido o produto porque precisava juntar dinheiro para comprar um carro e quitar o apartamento financiado. Esclareceu ainda nunca ter sido processado por nenhum crime, ter residncia fixa e ser funcionrio pblico concursado estvel. Aps as formalidades do auto de priso em flagrante, o delegado remeteu cpia ao representante do Ministrio Pblico e Defensoria Pblica, bem como entregou ao acusado nota de culpa, comunicando o flagrante famlia, tudo conforme preceitua o artigo 306 do Cdigo de Processo Penal, cientificando o juzo competente, onde o flagrante encontra-se para a apreciao at o presente momento, concluso para deciso. Considerando a situao hipottica acima, na qualidade de advogado contratado por Jorge Mateus, redija a pea cabvel, excetuando-se a utilizao do Habeas Corpus.

    PADRO DE RESPOSTA EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE GAMA Indicao correta do dispositivo que d ensejo apresentao da liberdade provisria artigo 5, LXVI da Constituio Federal em combinao com os artigos 310, III e 321, todos do Cdigo de Processo Penal. Jorge Mateus, brasileiro, casado, funcionrio pblico, portador da Cdula de identidade nmero ________, expedida pela _______, inscrito no Cadastro de Pessoa Fsica do Ministrio da Fazenda sob o nmero _________, residente e domiciliado na Rua do Campo, n 10, bairro X na cidade de Gama, por seu advogado abaixo assinado, conforme procurao anexa a este instrumento, vem muito respeitosamente presena de Vossa Excelncia, requerer a sua

    LIBERDADE PROVISRIA com fundamento no artigo 5, LXVI da Constituio Federal, em combinao com os artigos 310, III e 321, todos do Cdigo de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: 1. Dos Fatos O agente foi preso em flagrante no dia 22 de abril de 2013, sob alegao de ter cometido o crime de trfico de entorpecentes, nos termos do art. 33, 1, I da Lei 11.343/06, pois estaria vendendo produto qumico destinado preparao de drogas na rua prxima a sua residncia. Aps a conduo at a Delegacia, foi interrogado, informando possuir bons antecedentes, residncia e trabalhos fixos e que praticou a conduta porque precisava de dinheiro para quitar seu apartamento financiado.

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    Aps as formalidades, o auto de priso foi remetido ao juzo competente, onde encontra-se at a presente data concluso para a deciso. Da total ausncia dos pressupostos da priso preventiva - Indicar que no h fundamento que autorize a decretao da priso preventiva, nos termos do art. 312 do Cdigo de Processo Penal. - Indicar ainda que de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, o crime de trfico de entorpecentes, apesar de inafianvel, permite o intento de liberdade provisria. 2. Da total ausncia dos pressupostos da priso preventiva Inicialmente cumpre esclarecer que o auto de priso em flagrante respeitou os pressupostos de legalidade material e formal, estando atualmente o indiciado preso e aguardando deciso a ser proferida pelo juzo competente acerca do flagrante. Entretanto, a manuteno da priso em flagrante do acusado completamente desnecessria, tendo em vista que no esto presentes, no caso concreto, os requisitos que autorizam a priso preventiva, os quais se encontram no artigo 312 do Cdigo de Processo Penal, enquadrando-se a hiptese nos moldes do art. 321 do mesmo diploma legal. No caso concreto, patente a ausncia de qualquer dos pressupostos da priso preventiva, pois o requerente, conforme se depreende de seu depoimento perante a autoridade policial, possui bons antecedentes, identidade certa, residncia fixa e trabalho, da mesma forma que no demonstra qualquer conduta que pudesse justificar sua custdia cautelar pelos requisitos indicados no art. 312 do Cdigo de Processo Penal, razo pela qual pode responder ao presente processo em liberdade. Alm disso, certo que a priso se caracteriza como critrio de absoluta exceo, devendo-se observar o disposto no artigo 282,6o, do Cdigo de Processo Penal, o qual estabelece a possibilidade de aplicabilidade das medidas cautelares previstas no artigo 319 do Cdigo de Processo Penal antes da decretao da priso preventiva. Assim sendo, inexiste qualquer perigo ordem pblica e econmica, pois no h receio de que o requerente, se solto, volte a delinquir, no oferecendo periculosidade social. Da mesma forma, no h fundamento para a decretao da preventiva por convenincia da instruo criminal, pois inexistem indcios de que o acusado, se solto, venha a impedir a busca da verdade real e obstar a instruo processual. Por fim, no h fundamento para a decretao da preventiva para assegurar a aplicao da lei penal, pois no h receio de que o requerente, se solto, venha a evadir-se do distrito da culpa. Vale ressaltar, inclusive, que apesar do crime de trfico de entorpecentes ser inafianvel, conforme artigo 5, XLIII da Constituio Federal, bem como previso no art. 323, II do Cdigo de Processo Penal, o Supremo Tribunal Federal entende que a inafianabilidade desse delito no impede o ingresso da liberdade provisria, desde que ausentes os pressupostos da preventiva (hiptese evidente no caso concreto), declarando inconstitucional a parte do artigo 44 da Lei de drogas que veda essa possibilidade. Pedidos - Pedido de concesso de liberdade provisria sem fiana, em virtude da ausncia dos requisitos autorizadores da priso preventiva, nos termos do artigo 321 do Cdigo de Processo Penal

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    - Pedido subsidirio de aplicao das medidas cautelares previstas no art. 319 do Cdigo de Processo Penal, caso seja conveniente. - Pedido de oitiva do representante do Ministrio Pblico. - Pedido de expedio de alvar de soltura, mediante o termo de comparecimento a todos os atos do processo, quando intimado. Ante o exposto, postula-se Vossa Excelncia, nos termos do artigo 310, inciso III, em combinao com o artigo 321, ambos do Cdigo de Processo Penal, a concesso da liberdade provisria, visto que no h requisito autorizador para a decretao da priso preventiva, mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo, quando intimado. Contudo, face o critrio da eventualidade, seja aplicada uma das medidas cautelares indicadas no artigo 319 do Cdigo de Processo Penal, conforme entenda conveniente. Requer-se ainda, a oitiva do ilustre representante do Ministrio Pblico e competente expedio alvar de soltura. Indicao correta da Comarca, Estado, Data Termos em que, Pede deferimento.

    Gama, data. Advogado, OAB.

    Caso Prtico resolvido (constante no material). Jos Antnio, brasileiro, solteiro, residente e domiciliado na Rua da Laranjeiras, em Olinda-PE, foi preso em flagrante delito pela prtica de roubo, em 02 de maio de 2013, tendo em vista que por volta das 22h00min subtraiu uma bolsa da Senhora Maria de Lourdes, brasileira, casada, residente e domiciliada na Rua das Crioulas, em Paulista-PE, quando estava em uma das paradas de nibus da cidade de Olinda, utilizando-se de violncia. A priso em flagrante foi efetuada em virtude de perseguio e conseguiram capturar Jos Antnio. O acusado em seu depoimento policial afirmou que nunca foi processado por nenhum crime, tinha residncia fixa e emprego e realizou o roubo porque estava precisando pagar umas dvidas. Aps a lavratura do auto de priso em flagrante pela autoridade policial, o inqurito foi remetido para o juiz competente que se encontra com os autos de inqurito conclusos para deciso. Considerando a situao hipottica acima, na qualidade de advogado contratado por Jos Antnio, redija a pea cabvel, excetuando-se a utilizao do Habeas Corpus.

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    EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE OLINDA ESTADO DE PERNAMBUCO Jos Antnio, brasileiro, solteiro, (profisso), titular de carteira de identidade Registro Geral n. ______, inscrito no Cadastro de Pessoas Fsicas sob o n. ______, residente e domiciliado na Rua da Laranjeiras, em Olinda/PE, por intermdio de seu advogado(a), com procurao em anexo, vem, perante Vossa Excelncia, requerer sua

    LIBERDADE PROVISRIA com fundamento no artigo 5, LXVI, da Constituio Federal, em combinao com os artigos 310, III, 321, 323 e 324, ambos do Cdigo de Processo Penal pelos motivos de fato e direito a seguir expostos: 1. Dos Fatos O requerente foi preso em flagrante no dia 21/06/2010, sob a acusao de ter cometido o crime de roubo contra a vtima Maria de Lourdes, quando esta estava em uma das paradas de nibus da cidade de Olinda, estando supostamente incurso no artigo 157, caput, do Cdigo Penal. Consta do inqurito policial que a priso em flagrante foi efetuada em virtude de denncia annima de moradores locais, que ouviram os disparos de arma de fogo e foram de imediato a um posto policial. Consta do auto de priso em flagrante que os policiais de planto teriam iniciado perseguio, da qual resultou a captura de Jos Antnio, que se encontra preso em flagrante at o presente momento. 2. Da total ausncia dos pressupostos da priso preventiva A manuteno da priso em flagrante do acusado completamente desnecessria, tendo em vista que no esto presentes, no caso concreto, os requisitos autorizativos da priso preventiva, enquadrando-se a hiptese nos moldes do art. 321 do Cdigo de Processo Penal. No caso em concreto, patente a ausncia de qualquer dos pressupostos da priso preventiva, pois no existem indcios suficientes de autoria, tendo em vista que o acusado foi denunciado anonimamente, no havendo certeza de que ele foi o autor da suposta infrao. Alm disso, no se encontram presentes os fundamentos da priso preventiva, pois o requerente, conforme se depreende de seu depoimento perante a autoridade policial, possui bons antecedentes, identidade certa, residncia fixa e trabalho, da mesma forma que no demonstra qualquer conduta que pudesse justificar sua custdia cautelar pelos requisitos indicados no art. 312 do CPP, razo pela qual pode responder ao presente processo em liberdade. Alm disso, certo que a priso se caracteriza como critrio de absoluta exceo, devendo-se observar o disposto n o art. 282, 6, do CPP. Assim sendo, inexiste qualquer perigo a ordem pblica e econmica, pois no existe receio de que o requerente, se solto, volte a delinquir, no oferecendo periculosidade social. Alm disso, no h fundamento para a decretao da preventiva por convenincia da instruo criminal, pois inexistem indcios de que o acusado, se solto, venha a impedir a busca da verdade real e obstar a instruo processual.

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    Por fim, no h fundamento para a decretao da preventiva para assegurar a aplicao da lei penal, pois inexiste receio de que o requerente, se solto, venha a evadir-se do distrito da culpa. 3. Da possibilidade de fiana Vale ressaltar, inclusive, que a gravidade em abstrato do crime de roubo no fundamento para a decretao de uma futura priso preventiva, pois no h a sua previso no art. 312 ou 313 do Cdigo de Processo Penal, conforme entendimento dos tribunais superiores, estando o magistrado equivocado tambm neste ponto. Ressalte-se ainda que a conduta imputada ao requerente no se encontra dentre os crimes indicados no art. 323 do CPP, sendo, portanto, afianvel. 4. Do Pedido Ante o exposto, postula-se a Vossa Excelncia, nos termos dos arts. 310, inciso III, em combinao com o art. 321, ambos do Cdigo de Processo Penal a concesso da liberdade provisria sem fiana, mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo, quando intimado. Contudo, face o critrio da eventualidade, e diante da afianabilidade da conduta imputada, requer seja concedida liberdade provisria mediante fiana ou aplicada uma das medidas cautelares indicadas no art. 319 do CPP, conforme entenda conveniente. Termos em que, ouvido o ilustre representante do Ministrio Pblico e expedindo-se o alvar de soltura. Pede deferimento.

    Olinda, data. Advogado, OAB

    Revogao da Preventiva

    Arts. 282, 5, e 316, CPP Art. 282, 5o O juiz poder revogar a medida cautelar ou substitu-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decret-la, se sobrevierem razes que a justifiquem. Art. 316. O juiz poder revogar a priso preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decret-la, se sobrevierem razes que a justifiquem.

    Arts. 282, 5, CPP Art. 282, 5o O juiz poder revogar a medida cautelar ou substitu-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decret-la, se sobrevierem razes que a justifiquem.

    ESTRUTURA DA REVOGAO DA PRISO PREVENTIVA

    Estrutura do contedo principal: Dos Fatos Do desaparecimento dos motivos autorizadores da custdia cautelar Do pedido

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    Endereamento EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ________ (Regra Geral) EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ VARA CRIMINAL DA SEO JUDICIRIA DE _______ (Crimes da Competncia da Justia Federal) EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DO TRIBUNAL DO JRI DA COMARCA DE ______ (Crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados) Identificao do preso (Fazer pargrafo regra dos dois dedos) Nome, nacionalidade, estado civil, profisso, portador da Cdula de Identidade nmero _______, expedida pela ____________, inscrito no Cadastro de Pessoa Fsica do Ministrio da Fazenda sob o nmero ________________, residncia e domiclio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procurao anexa a este instrumento, vem muito respeitosamente presena de Vossa Excelncia, requerer o

    REVOGAO DA PRISO PREVENTIVA Com fundamento com fundamento nos arts. 282, 5, e 316, ambos do Cdigo de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: 1. Exposio dos Fatos 2. Do desaparecimento dos motivos autorizadores da custdia cautelar Indicar que os motivos constantes no art. 312 do Cdigo de Processo Penal no mais subsistem. 3. Pedido Pedido de revogao da priso preventiva, com a consequente expedio do alvar de soltura.

    Comarca, data.

    Advogado, OAB.

    Caso Prtico Resolvido (constante no material)

    No dia 5 de fevereiro, Mvio, de 25 anos, enquanto caminhava pela rua, passou por Fernando, seu desafeto. Dez minutos aps Mvio ter passado por Fernando, o mesmo foi surpreendido por um carro escuro e ao perceber que seria abordado pelos seus integrantes tentou evadir-se do local. Contudo, depois de grande resistncia, Fernando, ao levar um tiro na perna esquerda, acabou entrando no citado carro. Para tentar garantir o sigilo do fato, os integrantes do veculo levaram Fernando para um municpio prximo onde o mesmo foi cruelmente assassinado com um tiro na testa. Aps aparentes 24 horas do ocorrido, a autoridade policial encontrou o corpo de Fernando amarrado a um tronco de uma rvore.

    Durante o inqurito policial, apenas uma testemunha, de nome Maria, relatou que ouviu falar que Mvio era desafeto de Fernando, e que teria sido ele o mandante do crime. Aps as investigaes, o Ministrio Pblico denunciou Mvio, Vicente, Augusto e Renato por homicdio qualificado.

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    A denncia foi recebida e o juiz do Tribunal do Jri da Comarca X decretou a priso de Mvio fundamentando-a na garantia da ordem pblica e na convenincia da instruo criminal. Ocorre que durante a instruo criminal, a testemunha de nome Maria, bem como as demais testemunhas arroladas, Rodolfo e Pedro, relataram que apenas ouviram dizer que Mvio era desafeto da vtima Fernando, e que o mesmo havia passado por ele minutos antes do mesmo ser capturado pelos integrantes do veculo.

    Afirmaram tambm as testemunhas que no viram Mvio dentro do carro ou no local dos fatos, e que realmente s ouviram dizer que os dois no se davam.

    Na qualidade de advogado de Mvio, elabore a pea processual pertinente na busca por sua liberdade, excetuando-se o intento do Habeas Corpus.

    PADRO DE RESPOSTA

    EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL DO JRI DA COMARCA X Processo nmero: Mvio, qualificado nos autos do processo s folhas ( ), por seu advogado e bastante procurador que a esta subscreve, conforme procurao em anexo, vem, muito respeitosamente a presena de Vossa Excelncia, com fundamento nos arts. 282, 5, e 316, ambos do Cdigo de Processo Penal, requerer a REVOGAO DA PRISO PREVENTIVA pelos motivos de fato e direito a seguir expostos: 1. Dos Fatos

    O acusado teve sua custdia cautelar decretada por esse douto juzo, sob o suposto fundamento de ter ordenado aos seus capangas, Vicente, Augusto e Renato, a execuo de seu desafeto Fernando no dia 5 de fevereiro. Os fatos narrados na denncia relatam que, aps a vtima ser surpreendida por um carro escuro, foi a mesma levada para um municpio prximo, para garantir o sigilo do fato, onde houve a execuo com um tiro na testa e logos aps, o corpo da mesma foi amarrado a um tronco de uma rvore. Por tais motivos foi o requerente denunciado e preso preventivamente por esse Juzo, sendo certo que sua priso fora decretada por garantia da ordem pblica e convenincia da instruo criminal. Ocorre que, realizada a instruo criminal, foram ouvidas as testemunhas Maria, Rodolfo e Pedro, que relataram que apenas ouviram dizer que Mvio era desafeto da vtima Fernando, e que o mesmo havia passado por ele minutos antes do mesmo ser capturado pelos integrantes do veculo. Afirmaram tambm as testemunhas que no viram Mvio dentro do carro ou no local dos fatos, e que realmente s ouviram dizer que os dois no se davam. 2. Do desaparecimento dos motivos autorizadores da custdia cautelar A priso preventiva medida de extrema exceo, somente cabvel quando evidentes os pressupostos previstos no art. 312 do Cdigo de Processo Penal. O ru, ora requerente, teve sua priso decretada por garantia da ordem pblica e convenincia da instruo criminal. Ocorre que todas as testemunhas j foram ouvidas por esse douto juzo sendo certo que as mesma foram contundentes em afirmar que no presenciaram qualquer envolvimento do ora requerente com os fatos, e que somente ouviram dizer que o mesmo no se dava com a vtima.

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    Desta forma, evidencia-se a absoluta ausncia de fundamentos para a manuteno de sua custdia cautelar, uma vez que inexistente a garantia da ordem pblica ou ainda a convenincia da instruo criminal. Ressalte-se, inclusive, que a prova testemunhal j foi colhida. Desta feita, tendo desaparecido todo e qualquer motivo que autorizasse a priso preventiva, deve a mesma ser revogada, conforme arts. 282, 5, e 316, ambos do Cdigo de Processo Penal. 3. Do Pedido Ante o exposto, postula-se a Vossa Excelncia, nos termos dos arts. 282, 5, e 316, ambos do Cdigo de Processo Penal a revogao da priso preventiva do ora requerente, com a consequente expedio do alvar de soltura. Termos em que, Pede deferimento.

    X, data. Advogado, OAB