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Recebido em: 20/08/2019 Aprovado em: 25/08/2019 Editor Respo.: Veleida Anahi - Bernard Charlort Método de Avaliação: Double Blind Review Doi: http://dx.doi.org/10.29380/2019.13.09.04 RACISMO E ESCOLARIZAÇÃO: FORMAS E CONSEQUÊNCIAS NA TRAJETÓRIA ESCOLAR DE ALUNOS NEGROS / RACISM AND SCHOOLING: FORMS AND CONSEQUENCES IN THE SCHOOL PATH OF BLACK STUDENTS / RACISMO Y ESCUELA: FORMAS Y CONSECUENCIAS EN EL CAMINO ESCOLAR DE ESTUDIANTES NEGROS EIXO: 9. EDUCAÇÃO E DIREITOS HUMANOS. EDUCAÇÃO PARA A PAZ. PATRICIA MODESTO MATOS, DALILA XAVIER DE FRANCA Educon, Aracaju, Volume 13, n. 01, p.1-13, set/2019 | www.educonse.com.br/xiiicoloquio

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     Recebido em: 20/08/2019     Aprovado em: 25/08/2019     Editor Respo.: Veleida Anahi - Bernard Charlort     Método de Avaliação: Double Blind Review     Doi: http://dx.doi.org/10.29380/2019.13.09.04

     RACISMO E ESCOLARIZAÇÃO: FORMAS E CONSEQUÊNCIAS NA TRAJETÓRIA ESCOLAR DEALUNOS NEGROS / RACISM AND SCHOOLING: FORMS AND CONSEQUENCES IN THE SCHOOLPATH OF BLACK STUDENTS / RACISMO Y ESCUELA: FORMAS Y CONSECUENCIAS EN EL CAMINOESCOLAR DE ESTUDIANTES NEGROS

     EIXO: 9. EDUCAÇÃO E DIREITOS HUMANOS. EDUCAÇÃO PARA A PAZ.

     PATRICIA MODESTO MATOS, DALILA XAVIER DE FRANCA

01/04/2020        http://anais.educonse.com.br/2019/racismo_e_escolarizacao_formas_e_consequencias_na_trajetoria_esc.pdf

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O presente estudo realizou uma revisão sistemática de artigos científicos que abordam a ocorrência do racismo na educação e asconsequências desse fenômeno na trajetória escolar de estudantes negros brasileiros. Para isso, realizou-se uma busca de abril a junhode 2019, utilizando os descritores educação, escola, ensino e racismo, na língua portuguesa, inglesa e espanhola. Os 16 achadosapontam a ocorrência do racismo em documentos que normatizam a educação, em livros didáticos e nas relações entre os sujeitos noambiente escolar. Nas pesquisas com os documentos e livros didáticos, apesar das mudanças, ainda foram encontrados estereótiposnegativos em relação à imagem dos negros. Constatou-se que esses alunos apresentam maiores índices de evasão e fracasso escolar naeducação básica, dificultando o acesso ao ensino superior.

The present study carried out a systematic review of scientific articles that address the occurrence of racism in education and theconsequences of this phenomenon on the school trajectory of black Brazilian students. For this, a search was performed from April toJune 2019, using the descriptors education, school, teaching and racism, in Portuguese, English and Spanish. The 16 findings indicatethe occurrence of racism in documents that standardize education, textbooks and relationships between subjects in the schoolenvironment. In research with documents and textbooks, despite the changes, negative stereotypes regarding the image of blacks werestill found. It was found that these students have higher dropout and failure rates in basic education, making access to higher educationdifficult.

El presente estudio llevó a cabo una revisión sistemática de artículos científicos que abordan la aparición del racismo en la educación ylas consecuencias de este fenómeno en la trayectoria escolar de los estudiantes negros brasileños. Para esto, se realizó una búsqueda deabril a junio de 2019, utilizando los descriptores educación, escuela, enseñanza y racismo, en portugués, inglés y español. Los 16hallazgos indican la aparición de racismo en documentos que estandarizan la educación, los libros de texto y las relaciones entre lossujetos en el entorno escolar. En investigaciones con documentos y libros de texto, a pesar de los cambios, todavía se encontraronestereotipos negativos con respecto a la imagen de los negros. Se descubrió que estos estudiantes tienen tasas más altas de abandono yfracaso en la educación básica, lo que dificulta el acceso a la educación superior.

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INTRODUÇÃO

O racismo, evidentemente, é um problema marcante na sociedade brasileira que afeta diretamente a qualidade do acesso aos direitosgarantidos por lei para o exercício da cidadania da população negra. É um fenômeno que ocorre por meio de um processo dehierarquização, que exclui e discrimina um indivíduo ou todo grupo social que é tido como diferente pelo fato de apresentar umamarca física externa, que pode ser real ou imaginada (LIMA; VALA, 2004a). Entende-se que “o racismo é essa tendência que consisteem considerar que as características intelectuais e morais de um dado grupo são consequências diretas de suas características físicas oubiológicas” (MUNANGA, 2004, p. 4).

Sabe-se que o racismo tem contribuído de forma eficaz para a manutenção das disparidades entre negros e brancos, principalmente, noque se refere ao acesso e a permanência no processo de escolarização formal. A população negra continua impedida de ter acesso àeducação escolar, não por lei, a negação ocorre em caráter informal. Contexto que é ratificado, quando o sistema educacional aindaoferta escolas sem equipamentos adequados, instituições insuficientes para atender a sociedade, docentes sem a formação apropriada,material didático defasado, conteúdos racistas, currículo voltado para a concepção de educação baseado no modelo eurocêntrico e acompreensão distorcida sobre as manifestações culturais do país (LIMA, ROMÃO; SILVEIRA, 1999; GUIMARÃES; PINTO, 2016).

A educação brasileira está embasada na ausência de debates que promovam a discussão da temática racial no planejamento escolar,impedindo a promoção de relações mais respeitáveis entre os sujeitos. O silêncio sobre o racismo afeta o processo educativo nasescolas, e contribui para o fortalecimento das crenças que inferiorizam os negros. Além disso, poda a possibilidade do despertar dejovens talentosos que estão inseridos nas escolas e impede que os sujeitos sejam livres das amarras dos preconceitos, dos estereótipos,dos estigmas, entre outros males (CAVALLEIRO, 2005).

A escola é uma instituição que oportuniza a convivência do aluno com outros sujeitos, ao ponto que representa a sociedade através dasatitudes, dos valores e dos pensamentos (MACEDO; PIRES; PEREIRA, 2017). Também é nesse espaço que as crianças e adolescentesnegros(as) vivenciam de forma enfática o racismo e a discriminação racial (LIMA, 2016). A realidade apresentada no contexto escolarque envolve situações de rejeição presenciadas pelos discentes negros, somadas a inércia perante essas práticas pelos profissionais daeducação, causam danos na autoestima desses alunos afetando de forma negativa o desempenho escolar, o desenvolvimento naaquisição da aprendizagem e levando até a evasão escolar (CAVALLEIRO, 2005).

Pode-se constatar as disparidades no processo educativo através dos dados apresentados em um relatório produzido pelaUNICEF que expõe o cenário de exclusão na educação brasileira. Constatou-se que dos alunos com idade entre 4 e 17 que estãofora da escola, 5,6% (999,765) são brancos e 7,0% (1,779755) são negros, totalizando 6,5% (2,779520) dos estudantes em idadeescolar (UNICEF, 2017). Em relação a distorção idade-série, os discentes pretos e pardos apresentam maiores prejuízos, comtaxas significativamente elevadas quando comparados aos estudantes brancos (INEP, 2018). Além da distorção idade-série,meninos e meninas negras apresentam maiores índices de repetência e evasão escolar quando comparados com os alunosbrancos (CHAGAS; FRANÇA, 2010).

Neste sentido, esta pesquisa visa analisar através de uma revisão sistemática da literatura quais são as formas de racismo maisevidentes no espaço escolar, bem como as consequências desse fenômeno na trajetória escolar de estudantes negros brasileiros. Assim,dois questionamentos serão respondidos neste estudo: Quais as formas de racismo mais evidentes no espaço escolar? E quais asconsequências na trajetória escolar de estudantes negros brasileiros?

MÉTODO

Para esta revisão sistemática foi realizado um levantamento bibliográfico nos meses de abril, maio e junho de 2019 em quatro bancosde dados: SciELO, PePSIC, PsycINFO e LILACS. Os artigos foram analisados com base nos critérios de inclusão e exclusão. Essasbases foram escolhidas por serem periódicos conhecidos na ciência e por compreenderem produções nacionais e internacionais, emPsicologia e áreas afins. A busca utilizou descritores que foram selecionados a partir da Terminologia em Psicologia da BibliotecaVirtual de Psicologia (BVS – PSI Brasil) e empregado o operador booleano AND entre os termos, com a seguinte estratégia de busca:a) em português: educação AND racismo; escola AND racismo; ensino AND racismo; b) em inglês: education AND racismo; schoolAND racismo; teaching AND racismo; c) em espanhol: educación AND racismo; escuela AND racismo; ensenãnza AND racismo.

A análise dos artigos científicos deu-se observando os seguintes critérios de inclusão: a) versar sobre o racismo na escolarização e asconsequências desse fenômeno na trajetória dos estudantes e b) ter sido realizado em instituições de ensino brasileiras. Os critérios deexclusão foram: a) publicações duplicadas; b) publicações que não sejam artigos; c) revisão de literatura e d) não ter o resumo e o textocompleto disponível de forma gratuita na internet.

Para atender aos critérios de inclusão, realizou-se na seleção inicial dos trabalhos a leitura do título, das palavras-chave e do resumo.Após essa etapa, foram excluídas as publicações duplicadas entre as bases e na própria base. Em seguida foi realizada a leitura integraldos artigos selecionados para a realização da análise e preenchimento da folha de codificação que era composta por 16 itens: 1)Número de identidade do artigo; 2) Termo encontrado; 3) Título; 4) Banco de dados; 5) Endereço na internet; 6) Autores; 7) Ano dapublicação; 8) Periódico; 9) Palavras-chave; 10) Filiação dos autores; 11) Objetivo do trabalho; 12) Participantes; 13) Instrumento e/outécnica de pesquisa; 14) Procedimento; 15) Resultados e 16) Problemas/ limitações encontrados nos resultados da pesquisa.

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RESULTADOS

Os artigos analisados foram produzidos no contexto educacional brasileiro envolvendo temáticasrelacionadas ao racismo no processo educativo. Percebe-se que do total de artigos (n = 16), 12,5%(2) foram redigidos em língua inglesa e 87,5% (14) em língua portuguesa. Em relação à filiação dosautores, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro teve 3 estudos científicos. Já os periódicos commaior frequência de produções foram Educação em Revista com 4 artigos, Educação & Realidade eRevista Brasileira de Educação com 2 trabalhos cada. Os demais periódicos tiveram 1 publicação(Revista Quadrimestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, Cadernos dePesquisa, Letras de Hoje, Psicologia Política, Educação em Pesquisa, Educação & Sociedade,Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação e Revista de Administração Mackenzie).

Quanto ao ano de publicação, não houve delimitação temporal para a busca dos trabalhos. Demodo que foram encontrados artigos no período entre 2004 e 2019, com exceção dos anos de2007, 2009, 2011 e 2012 que não foi encontrado nenhum artigo. Os anos que apresentaram omaior número de publicações foram 2010, 2013, 2015 e 2018 com 2 artigos cada, os demaisanos (2004, 2005, 2006, 2008, 2014, 2015, 2017 e 2019) exibiram 1 publicação somente.

Na Tabela 1 estão expostos os autores, o título, o ano de publicação, a instituição e o objetivo decada estudo analisado. Assim sendo, foi possível identificar que dos temas observados, 3estudos abordaram a ocorrência do racismo na educação infantil (CASTELAR et al., 2015;OLIVEIRA; ABRAMOWICZ, 2010; SANTIAGO, 2015); 4 versaram sobre a presença doracismo em documentos e livros que norteiam a prática educativa (OLIVEIRA; MIRANDA,2004; ROZA, 2017; SANTOS et al., 2019; SILVA; TEIXEIRA; PACÍFICO, 2013); 1 referiu-sea ocorrência de racismo no ensino religioso (RUSSO; ALMEIDA, 2015); 2 destacaram oracismo no ensino superior (MARTINS; GERALDO, 2013; SÃO PAULO, 2010); 3enfatizaram o racismo com jovens no ensino médio (JESUS, 2018; MAGGIE, 2006; PAULA;ALMEIDA; GIORGI, 2018); 1 tratou do racismo na reforma educacional bahiana (REITER,2008); 2 versaram sobre a influência do racismo no fracasso escolar nos anos iniciais do ensinofundamental (CARVALHO, 2005; CRUZ, 2014).

Tabela 1 - Caracterização dos estudos selecionados.

AUTORES TÍTULO ANO INSTITUIÇÃO OBJETIVOS

Oliveira eMiranda

Multiculturalismocrítico, relaçõesraciais e política

curricular: aquestão do

hibridismo naEscola Sarã

2004

UniversidadeFederal de Mato

Grosso e

Universidade doEstado do Rio

de Janeiro

Compreender como seevidencia a preocupação

com uma educaçãomulticultural na proposta

da Escola Sarã.

Carvalho

Quem é negro, quem ébranco: desempenho

escolar e classificaçãoracial de alunos

2005 Universidade deSão Paulo

Procurar compreender osprocessos cotidianos que

tem conduzidos ascrianças negras do sexo

masculino a um piordesempenho escolar.

Racismo eanti-racismo: Universidade

Discutir os impactos dasatuais políticas públicas,especialmente a chamada

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Maggie preconceito,discriminação e os

jovens estudantes nasescolas cariocas

2006 Federal do Riode Janeiro

reserva de vagas paranegros no ensino superiore o chamado estatuto da

igualdade racial.

ReiterEducation reform,

race, and politics inBahia, Brazil

2008 Universidade doSul da Florida

Obter uma imagemmatizada dos sucessos edeficiências da reforma

educacional no estado daBahia, Brasil.

Oliveira e

Abramowicz

Infância, raça e“paparicação” 2010

UniversidadeFederal deAlfenas e

UniversidadeFederal de São

Carlos

Analisar as práticaseducativas que ocorremna creche, verificando as

maneiras como essaspráticas produzem e

revelam a questão racial.

São PauloPreliminary studies onaffirmative action in a

brazilian university2010 Universidade de

Brasília

Investigar as percepçõesde alunos e do público em

geral sobre vagas paranegros na UnB.

Martins eGeraldo

A influência dafamília no processo de

escolarização esuperação do

preconceito racial: umestudo com

universitários negros

2013

UniversidadeFederal de São

Paulo eUniversidadeEstácio de Sá

Discutir a influência dafamília na trajetória deescolarização do aluno

negro a partir dememórias de

universitários negros.

Silva,Teixeira ePacifico

Políticas de promoçãode igualdade racial e

programas dedistribuição de livros

didáticos

2013Universidade

Federal doParaná

Analisar a complexarelação entre políticas depromoção de igualdaderacial e programas dedistribuição de livros

didáticos.

Cruz

Espaço escolar ediscriminação:

significados de gêneroe raça entre crianças

2014Universidade do

Sul de SantaCatarina

Busca saber comomeninos e meninas

construíram suas relaçõesno cotidiano escolar e

como estabeleciamestratégias de

sobrevivência em umasociedade desigual.

Castelar etal.

Brinquedos e brincarna vida de mulhereseducadoras negras

2015

Escola Bahianade Medicina e

Saúde Pública eUniversidade

Federal do Pará

Abordar o brincar e obrinquedo na constituição

da mulher negra pelaspráticas educativasescolares, no ensino

básico, público e privado.

Santiago

Gritos sem palavras:resistências das

criançaspequenininhas negras

2015

UniversidadeZumbi dosPalmares/

Universidade

Compreender a partir dospressupostos teóricos daSociologia da Infância edos estudos das CiênciasSociais, relacionados às

relações raciais no Brasil,

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frente ao racismo Estadual deCampinas

a violência do processo deracialização sobre a

construção das culturasinfantis.

Russo eAlmeida

Yalorixás e educação:discutindo o ensinoreligioso nas escolas

2016Universidade doEstado do Rio

de Janeiro

Discutir a relação entreeducação escolar e

religiosidade a partir davisão de cinco Yalorixás

do Candomblé da BaixadaFluminense.

Roza

Abordagens doRacismo em Livros

Didáticos de História(2008-2011)

2017

UniversidadeFederal dos

Vales doJequitinhonha e

Mucuri

Discutir as formas pelasquais aspectos relativos à

dimensão histórica doracismo são abordados ematividades propostas emum conjunto de livrosdidáticos de História

aprovado nas edições doPNLD 2008 e 2011.

Jesus

Mecanismos eficientesna produção do

fracasso escolar dejovens negros:estereótipos,

silenciamento einvisibilização

2018Universidade

Federal deMinas Gerais

Refletir sobre alguns doseficientes mecanismos de

produção do fracassoescolar de jovens negros e

negras.

Paula,Almeida e

Giorgi

Eu e meusalunos-cotistas na

escola pública:racismo, ethos

discursivo, discursomidiático e produção

de subjetividade

2018

SecretariaMunicipal de

Educação- RJ eCentro Federalde EducaçãoTecnológica

Celso Suckowda Fonseca- RJ

Propor uma análisediscursiva de texto

produzido por docente doCefet/RJ, que deflagrou

polêmica nas redessociais.

Santos et al.

Oferta de escolas deeducação escolarquilombola no

nordeste brasileiro2019

UniversidadeFederal do Vale

do SãoFrancisco,

UniversidadeFederal do

Recôncavo daBahia e

Universidade deBrasília

Apresentar panorama deimplantação das Escolas

de Educação EscolarQuilombola (EEEQ) na

região Nordeste.

Fonte: Autoria própria.

Em relação aos trabalhos que abordaram a ocorrência do racismo na educação infantil, Castelar et al. (2015) identificou nos relatos dasparticipantes, o sofrimento a que as crianças negras estão expostas através dos brinquedos e das brincadeiras na infância marcadas peladivisão sexual (bonecas para as meninas e carrinhos para os meninos) e o ideal de beleza percebido no desejo de obter uma bonecaloira e com o cabelo liso. Na vida profissional, as entrevistadas enfatizaram a invisibilidade cultural e social das mulheres negras naeducação.

O estudo de Oliveira e Abramowicz (2010) realizado em uma creche no interior do estado de São Paulo com 61 crianças e 8 adultosevidenciou que há tratamento diferenciado destinado às crianças negras em relação as crianças brancas, por meio de atitudes, gestos e

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tons de voz. Identificou-se que as docentes dedicam mais atenção, cuidados e elogios as crianças brancas; para as crianças negras restaa negação do corpo e reclamações relacionadas ao mau comportamento. Outro trabalho que pesquisou a presença de racismo nainfância (SANTIAGO, 2015) destacou que as crianças negras apresentam incômodo perante a discriminação vivenciada no espaçoescolar, expressado por meio de diversas linguagens, e comportamentos de esquiva, mesmo que inicialmente possam parecer estranhase inadequadas. O estudo traz o sofrimento das crianças negras relacionado ao cabelo, que costuma ser penteado quando a turmaacorda, visto como feio e bagunçado.

No que diz respeito à presença do racismo em documentos, a pesquisa de Oliveira e Miranda (2004) analisou o texto e as imagenspresentes no documento Escola Sarã que orienta a implementação de uma política curricular na rede de ensino do município deCuiabá/ MT. A proposta discutiu meios para contornar o fracasso escolar fundamentado na pedagogia crítica, contudo, os achadosevidenciaram divergências entre o texto e as imagens utilizadas para ilustrar a proposta. O conteúdo presente no documento evidenciaa mestiçagem que compõe a população brasileira, no entanto, a figura do negro está estereotipada atrelada à atividades que marcamuma identidade inferiorizada perante as demais.

Roza (2017) discutiu as formas como o racismo é abordado, a partir de uma dimensão histórica, em atividades propostas em umconjunto de livros didáticos de História (2008-2011), em que foram analisados 24 livros com foco na história afro-brasileirapós-abolição. O estudo evidenciou que os livros limitam a trajetória negra ao contexto da escravidão, também enfatizou o lugar dadisciplina de história como uma disciplina responsável pela discussão sobre o racismo. Já a pesquisa de Silva, Teixeira e Pacifico(2013) avaliou os editais para a seleção de livros didáticos (língua portuguesa, história, geografia e ciências) e os resultados dedesenhos e entrevistas sobre a rememoração que os alunos de 5ª a 7ª série têm da imagem dos negros em livros didáticos. O trabalhodemonstrou que os discentes percebem a imagem estereotipada em relação aos negros que está atrelada à escravidão e a um tempodistante, não representam o negro como um sujeito atuante na sociedade brasileira. Ademais, os autores destacaram que os discursosracistas presentes nos livros causam constrangimento e mal-estar, podendo colaborar para a participação dos resultados negativos queos discentes negros auferem no ensino.

O trabalho de Santos et al. (2019) dedicou-se a apresentar um panorama de implementação das Escolas de Educação EscolarQuilombola (EEEQ) na região Nordeste. Os autores detectaram que apesar de haver uma quantidade relevante de escolas, há muitosdesencontros nas informações demonstrando negligência em produzir informações importantes por parte do Estado, aspecto queratifica o racismo institucional persistente na sociedade e que causa prejuízos àqueles que durante muito tempo estiveram às margensdas políticas públicas.

O estudo de Russo e Almeida (2016), realizado com cinco yalorixás da Baixada Fluminense, investigou as relações da religiosidadecom a educação. As participantes divergem em concordar ou não com o ensino religioso nas escolas, contudo, concordam que aestrutura vigente silencia e discrimina as religiões de matriz africana. Ademais, o ensino é transmitido de modo descontextualizado,pois, há desequilíbrio de poder entre as religiões e que as que são de base cristã exercem maior influência nos espaços escolares.

No que diz respeito a presença do racismo no ensino superior, Martins e Geraldo (2013) dedicou-se ao estudo da influência da famíliana superação do preconceito racial na escolarização. Participaram da pesquisa sete alunos e alunas de uma universidade particular deSão Paulo, todos negros e moradores de bairros periféricos. Foram identificados relatos de racismo e omissão por parte dos professoresquando os participantes cursavam a educação básica e a ocorrência da segregação racial presente em escolas públicas e privadas. Otrabalho concluiu que a família é um elemento importante na construção da identidade contribuindo para desconstruir estereótipos quefavorecem o fracasso escolar dos discentes negros.

No trabalho de São Paulo (2010) foi analisado as percepções dos alunos e do público em geral sobre um programa de ação afirmativapromovido pela Universidade de Brasília. Os participantes da pesquisa (universitários e alunos do ensino médio) responderam umquestionário e uma escala de racismo moderno. Os dados mostram que os sujeitos compreendem a necessidade de políticas deigualdade racial, porém, não há grande entusiasmo que a estratégia promovida pela instituição seja a mais justa. Também ficouevidente o mito da democracia racial como um empecilho para a efetivação da proposta citada e a ocorrência do racismo sutil emdetrimento do racismo evidente.

O estudo conduzido por Jesus (2018) com objetivo de refletir sobre os mecanismos que produzem o fracasso escolar de jovens negrose negras, foi realizado entre os anos de 2012 e 2013 nas cidades de Belo Horizonte, Brasília, São Paulo, Fortaleza e Belém.Participaram das entrevistas estudantes entre 15 e 17 anos que estavam cursando o ensino médio. Observou-se a partir dos relatoscomo os estereótipos relacionados aos corpos, somados ao silenciamento acerca do racismo, prejudicam a autoimagem e autoestimados jovens, aspectos que contribuem mesmo que de forma indireta para o fracasso escolar dos sujeitos.

A pesquisa de Paula, Almeida e Giorgi (2018) realizou uma análise discursiva de um texto produzido por uma professora do Cefet/RJque relatava as impressões da docente acerca das cotas raciais para o ensino médio. O documento compartilhado mais de quinze milvezes apresenta o estranhamento da docente em relação ao público que começou a ocupar o espaço que antes era preenchido poralunos não-cotistas. O racismo se apresenta de diversas formas, inclusive, na preocupação com a queda na qualidade do ensino, naforma de agir e ser dos sujeitos. O cotista é objetivado na maior parte do texto, construído como o diferente, não pertencente àqueleespaço.

Maggie (2006) investigou 21 escolas cariocas (19 estaduais, 1 federal e 1 particular) com o objetivo de discutir os impactos causadospelas políticas públicas que reservam vagas para discentes negros no ensino superior. Destacou-se nas instituições envolvidas apedagogia da repetência que levam a maioria dos jovens a não concluir o ensino médio. Embora o racismo fosse um fenômenofrequente no cotidiano escolar, não era um tema central nas instituições envolvidas e nem interessava aos jovens. Os discentesautodeclarados pretos e pardos sofreram mais discriminação nas escolas, inclusive por parte dos professores; e os alunos pretossentiam que seus professores não acreditavam em sua vontade de estudar e nem dos estudantes pobres.

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A pesquisa de Reiter (2008), realizada durante duas viagens exploratórias para Salvador/BA nos anos de 2001 e 2005, analisou 60entrevistas (alunos, professores, pais, diretores e líderes comunitários) para obter uma imagem dos sucessos e das deficiências acercada reforma educacional bahiana. Percebeu-se que apesar das melhoras, principalmente, com a expansão do ensino médio e o acesso emlugares onde não havia escolas, as desigualdades estruturais ainda impedem o acesso dos alunos de escola pública a preencher vagasem universidades e a conseguir emprego. Em uma comparação realizada entre as instituições públicas e privadas fica evidente osucateamento das primeiras, aspecto que leva os educandos a acreditar que terão dificuldades em competir com os discentes oriundosde escolas particulares devido à má qualidade do ensino. Também foi entendido que a escola espera pouco dos discentes e culpabilizaas famílias pelo fracasso escolar.

O trabalho de Carvalho (2005) foi conduzido com alunos de 1ª a 4ª série de uma escola pública que averiguou as diferenças entre aclassificação racial atribuída pelas professoras (heteroatribuição) e pelos discentes (autoatribuição), buscando evidenciar em quemedida a classificação estabelecida pelas docentes estava atrelada ao desempenho escolar dos discentes. Os achados apontam que ascrianças negras do sexo masculino atingem os maiores índices de fracasso escolar e repetência, houve uma tendência aobranqueamento na classificação racial feita pelas professoras e o grupo com maior proporção de escurecimento foram os alunosconsiderados indisciplinados. Ademais, tenderam a classificar os estudantes mais pobres como negros e a avaliá-los negativamente ede forma mais rigorosa nas atividades que compõe o processo avaliativo da instituição.

O estudo de Cruz (2014) focou nas expressões discriminatórias e nas concepções de pertencimento do sexo entre os estudantes. Otrabalho foi desenvolvido com 112 crianças dos anos iniciais do ensino fundamental que preencheram um questionário sobrediscriminação e um formulário de autoatribuição da cor. Posteriormente, do total de participantes, somente 55 crianças foramentrevistadas para confrontar as respostas apresentadas nos questionários. Os resultados apontam que as atitudes discriminatórias emrelação à raça e ao gênero estão presentes no cotidiano escolar, em que a cor e o cabelo assinalam fortemente os traços de feminilidadedesejados pela sociedade (mulher banca e de cabelo liso). Diante do contexto estudado a raça mostrou-se um forte marcador socialpara meninos e meninas.

DISCUSSÃO

Os artigos científicos encontrados referem-se às diferentes formas que o racismo ocorre na escolarização brasileira, seja nas relaçõesentre os sujeitos que atuam no espaço escolar, nos documentos e livros que orientam as práticas educativas, nas políticas afirmativas,entre outras. E expõe as implicações desse fenômeno na trajetória escolar, colaborando para o fracasso escolar de educandos negros,contudo, não é percebido, pela maioria das pessoas, como um dos fatores que contribuem diretamente para as disparidades no processoeducativo entre discentes negros e brancos.

Em relação a primeira questão (Quais as formas de racismo mais evidentes no espaço escolar?), a complexidade evidenciada nos temasdiscutidos nos achados corrobora com Gomes (2002), ao declarar a necessidade de atenção que a sociedade deve direcionar para aquestão racial. Pois, há uma díade na forma como ocorre o racismo, ou seja, pode ser percebido como um comportamento aversivo emrelação ao outro, que é observado como diferente por ter a pele negra e o cabelo crespo e também deriva da imposição de uma verdadeque sobrepõe a do outro, como sendo única e verdadeira.

Na sociedade em geral ocorre a imposição de uma crença religiosa que apaga e silencia a diversidade cultural presente em outrasreligiões. Aspecto que contribui para a internalização de uma imagem negativa, principalmente, daqueles que são adeptos a religiõesde matriz africana (SILVA, 2005). Ideias preconceituosas, desprovidas de contextualização histórica, enfraquece as religiõesafro-brasileiras, estigmatiza pessoas e grupos sociais; expondo os seguidores a várias formas de violências, tais como: perseguições,xingamentos, ataques aos terreiros, entre outros (SANTOS, 2012). As religiões de matriz africana é demonizada e degradada, não tempoder para fazer parte dos currículos das escolas, sendo sucumbida por religiões de base cristã (SILVA, 2005).

A depreciação da imagem do negro percebida em livros, documentos (OLIVEIRA; MIRANDA, 2004; ROZA, 2017; SILVA;TEIXEIRA; PACÍFICO, 2013) e nas relações dentro da escola (CARVALHO, 2005; CRUZ, 2014; OLIVEIRA; ABRAMOWICZ,2010; SANTIAGO, 2015) está irrigada por estereótipos inferiorizantes e excludentes que contribui para a internalização de umaimagem negativa de si próprio, ao ponto que exalta e valoriza a imagem positiva do outro (SILVA, 2005). A negação do corpo negrofica evidente pela distribuição desigual de cuidados destinados aos estudantes negros por parte dos docentes (CAVALEIRO, 2003),além das formas diferenciadas de avaliação (CAVALEIRO, 2003; FRANÇA, 2017).

A cor negra que por muitas vezes recebe conotação associada à sujeira, à maldade (ROSEMBERG, 1985); e o cabelo crespo que é tidocomo ruim, reforçam a internalização da representação negativa e leva a criança a não gostar de si e rejeitar o grupo ao qual faz parte(SILVA, 2005; GOMES, 2002). Para Tajfel (1978), a identificação negativa do grupo fará o sujeito buscar estratégia de mudança oumobilidade social. A solução para tal problema pode ser a desidentificação ou o distanciamento do próprio grupo, sejapsicologicamente, ou por meio do rompimento de sua pertença. Ao perceber a impossibilidade de romper com o grupo menosvalorizado, ou quando não deseja abandoná-lo, o sujeito pode valorizar os aspectos positivos percebidos em sua categoria de pertença,por meio de movimentos sociais.

Os achados expõem mudanças na representação social do negro, seja no texto, nas imagens ou nas relações dentro da escola. Contudo,apesar dos esforços para favorecer a diversidade racial, a imagem do negro ainda está atrelada a estereótipos negativos, sendoreforçada pela ideologia do branqueamento (CARVALHO, 2005; MAGGIE, 2006). Tais fatos são confirmados em estudos realizadospor Silva (2005), que ratificam mudanças positivas, contudo, os negros continuam invisibilizados, principalmente, nos livros deLíngua Portuguesa do ensino fundamental. Dessa forma, Silva Jr. (2002) afirma que a negação da imagem do negro, atrelada a visãoestereotipada fortemente difundida na sociedade, torna-se um dos instrumentos mais eficazes e violentos que favorecem a exclusão da

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criança negra.

Em relação as cotas raciais, foi possível perceber no trabalho de Paula, Almeida e Giorgi (2018) a objetivação dos alunos cotistas,caracterizados como diferentes na forma de se vestir e se expressar; estranhos e alheios ao processo de aprendizagem. Tais dadoscorroboram com os resultados obtidos por Lima e Vala (2004b) em uma pesquisa realizada com acadêmicos brancos para analisar opapel da infra-humanização em relação ao grupo minoritário. O estudo declarou que a infra-humanização resulta de um processo queatribui mais valores naturais ao “exogrupo” e mais valores culturais ao “endogrupo”. Nessa perspectiva, Struch e Schwartz (1989)afirmam que a infra-humanização é mais evidente quando os valores adotados pelo “exogrupo” são percebidos com maior frequênciapelo “endogrupo”.

O estudo de São Paulo (2010) que discutiu a ampliação de vagas para alunos negros na UnB, não apresentou posições explícitascontrárias às cotas raciais, dados ratificados em outros estudos (VELLOSO; CARDOSO, 2011; CAMINO, 2014). Ademais, percebe-senos discursos a presença do racismo sutil, fenômeno identificado quando os participantes demonstraram estranhamento ou rejeição aalguns questionamentos ou ao colocar empecilhos na efetivação da proposta. Conforme Nunes (2014), a sutileza do racismo pode serpercebida em apontar o outro como racista. É algo a parte, distante daquele que fala. A manifestação sutil do preconceito racial nosestudos citados pode estar relacionada a introjeção de normais sociais (FRANÇA; MONTEIRO, 2004) e a internalização de normassociais e valores sociais igualitários (PEREIRA; VALA, 2007).

A educação quilombola foi tema de apenas um estudo (SANTOS et al., 2019) e constatou falhas nas informações produzidas pelosórgãos competentes para a promoção da Educação Escolar Quilombola, aspecto que sugere a presença do racismo institucional. Para(CAVALLEIRO; HENRIQUES, 2005) os mecanismos que dificultam ou impedem a efetivação e o fortalecimento de políticaspúblicas que visam o combate ao racismo, podem ser caracterizados como uma manifestação do racismo institucional. Sendomanifestados através de restrições ou imposições de dificuldades na concretização de ações que acreditam ser privilégio para apopulação negra.

A participação da família no processo educativo de alunos negros foi interesse do estudo realizado por Martins e Geraldo (2013), osparticipantes enfatizaram que o apoio da família foi fundamental para que pudessem trilhar uma trajetória escolar de sucesso. Todavia,Carvalho (2004) aponta o dilema presente na sociedade em relação família-escola, quando a instituição não cumpre o papel esperadono processo de ensino-aprendizagem, a mesma tende a culpabilizar às famílias pelo fracasso escolar dos filhos. Espera-se oengajamento nas atividades escolares, mas ignora-se as particularidades que as famílias pobres brasileiras apresentam.

No que diz respeito a segunda questão (Quais as consequências na trajetória escolar de estudantes negros brasileiros?), os estudosmostram uma proximidade em relação a cor negra e o fracasso no processo educativo. Os educandos negros são aqueles queapresentam mais problemas disciplinares (CARVALHO, 2005), os maiores índices de evasão e reprovação (JESUS, 2018; MAGGIE,2006), enfrentam mais barreiras e estão em menor número nas instituições de ensino superior (SÃO PAULO, 2010). Conforme,identificou Lima e Vala (2004b) a ideologia do branqueamento ainda persiste no imaginário da população brasileira, ratificada pelaatribuição de traços culturais e positivos aos negros bem sucedidos quando são branqueados. Quanto mais sucesso obter, mais atributosculturais são atribuídos a pessoa negra.

Além de afetar o processo de escolarização, o racismo implica na construção negativa da identidade étnico-racial da criança negra. Talfato é ratificado pela desvalorização e pela perseguição as religiões afro-brasileiras, além da negação no currículo escolar (RUSSO;ALMEIDA, 2016). Também está relacionado ao tratamento desigual direcionado as crianças na educação infantil e no sofrimento aque estão expostas a não se perceberem pertencentes ao grupo que recebe destaques positivos (CASTELAR et al., 2015; OLIVEIRA;ABRAMOWICZ, 2010; SANTIAGO, 2015). A ideologia do branqueamento não permite que a escola ressalte a diversidade nasatividades, murais, cartazes, contos, histórias, músicas e tantas outras formas de saberes. Os sujeitos ficam impelidos a vivenciar osaspectos negativos da história sem ter o acesso adequado aos conhecimentos necessários que irão possibilitar o fortalecimento daautoestima e consequentemente atenuar a ocorrência do racismo nos bancos escolares (SANTOS, 2012).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como objetivo analisar através de uma revisão sistemática da literatura quais são as formas de racismo maisevidentes no espaço escolar, bem como as consequências desse fenômeno na trajetória escolar de estudantes negros brasileiros. Osachados contatam a presença do racismo em documentos que normatizam o sistema educativo, em livros didáticos e nas relações quepermeiam as escolas. A pesquisa encontrou o racismo até em políticas públicas que foram desenvolvidas para combatê-lo, como asmudanças promovidas em documentos e em livros didáticos que mesmo após reformulações ainda apresentam a imagem do negro deforma estereotipada.

As formas mais evidentes da ocorrência do racismo estão presentes nas relações entre os agentes que ocupam as instituições escolares,incidindo desde a educação infantil ao ensino superior. Manifestando-se por meio: da atenção reduzida as crianças negras; dos rótulosque caracterizam os discentes negros como indisciplinados; do direcionamento do fracasso escolar para a família; embranquecimento,por parte dos professores, dos alunos negros que apresentam melhor desempenho; do estranhamento em encontrar estudantes negrosocupando lugares que antes existiam apenas alunos brancos; do silêncio e da omissão diante das atitudes racistas direcionadas aosdiscentes negros.

As consequências desse fenômeno tornam-se marcas profundas na escolarização e na identidade dos estudantes negros, que sofrem porterem a pele negra, o cabelo crespo e pela pertença a um grupo historicamente explorado, esquecido e desvalorizado. Ocasionando osmaiores índices de evasão, reprovação e fracasso escolar que reflete na presença reduzida de estudantes negros no ensino superior.

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Além da inércia das políticas públicas em melhorar a qualidade das escolas públicas, através do ensino e da estrutura física dasinstituições.

Destaca-se que grande parte dos trabalhos está concentrada na região Sudeste e não foram encontradas pesquisas realizadas no estadode Sergipe. Assim sendo, entende-se ser necessário realizar novas pesquisas que investiguem todas as regiões brasileiras,especificamente, aquelas em que os estudos são escassos e que há evidencias de prejuízos no processo educativo de alunos negros.Esta pesquisa colabora para identificar as formas como o racismo tem se apresentado nas escolas e os efeitos que ocasiona na vida dopovo negro.

Assim, todas as reflexões apresentadas neste estudo devem contribuir para ampliar a percepção dos sujeitos em relação às formas emque o racismo ocorre na escolarização, possibilitar discussões de estratégias que colaborem para o combate ao racismo, minimizandoos efeitos negativos desse fenômeno na trajetória escolar dos estudantes negros. Para tal fim, são necessárias políticas públicas, isentasde estereótipos e atitudes racistas, que promovam mudanças na sociedade. Acredita-se que a formação docente voltada para adiversidade e alterações efetivas no currículo escolar podem colaborar de forma significativa para a valorização da população negra.

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