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www.cers.com.br OAB IX EXAME 2º FASE Direito do Trabalho Aryanna Manfredini 1 RESOLUÇÃO DO SEGUNDO EXERCÍCIO DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA E QUESTÕES DE 5 A 8 (Elaborado pela professora AryannaManfredini) Murilo Ronaldo foi contratado na cidade de Fortaleza, na data de 05 de fevereiro de 2008 pela Companhia de Atletismo Movimentando o Brasil Ltda. para trabalhar como auxiliar administrativo, prestando atividades somente no escritório da empresa, mediante salário fixo de R$1.800,00 mais o benefício de utilizar, para fins particulares, um peugeot 207, modelo do ano, cujo valor aproximado do aluguel mensal seria de R$ 600,00, os quais nunca foram considerados no cômputo dos demais direitos trabalhistas. Seu contrato de trabalho findou-se em 12 de novembro de 2011. Ao se pactuar o contrato de trabalho, ficou estabelecido que Murilo Ronaldo cumpriria uma jornada de trabalho das 8 h às 17 h, com 1 hora de intervalo, de segunda a sexta- feira, e das 16 h às 20:15h aos sábados, com 15 minutos de intervalo. Murilo lhe informa que demorava 15 minutos andando para chegar da portaria até o escritório e o mesmo tempo para o retorno. Em razão dos balanços quinzenais realizados na empresa, a cada duas semanas Murilo trabalhava das 18h as 22h aos sábados, nada recebendo a mais por isso. Na segunda feira, iniciava sua jornada de trabalho normalmente as 8h da manhã. Nos dois últimos anos do contrato de trabalho substituiu sua supervisora administrativa, Marcia Atalaia, que recebia um adicional de 40% em razão de sua função gerencial, no período de suas férias, sem receber a mais por isso. Murilo era um empregado tão apaixonado pelo seu trabalho, que quando a empresa passou por dificuldades financeiras, aceitou a proposta que seu empregador lhe fez, de reduzir seu salário para R$ 900,00 a partir de janeiro de 2009, até que a situação da empresa melhorasse. Quase um ano depois, no mês de novembro de 2009, a empresa conseguiu se reerguer. A situação ficou tão favorável que o empregador resolveu abrir uma filial do escritório na cidade de Campinas/SP, sendo Murilo transferido para a nova filial por 5 meses para treinar os novos funcionários. Murilo não recebeu qualquer adicional para tanto e seu salário também não foi reestabelecido. Ao voltar para a matriz da empresa teve uma surpresa, foi demitido, sem qualquer justificativa, sem receber qualquer verba rescisória. Murilo Ronaldo, inconformado com a situação o procura em seu escritório, disposto a tomar a medida cabível, informando que usufruiu as férias relativas aos períodos aquisitivos 2008/2009 e 2009/2010, recebeu décimo terceiro salário nos anos anteriores ao da extinção do contrato e adicional noturno pelas horas que ficava a disposição do empregador no período noturno. Na qualidade de advogado de Murilo elabore a medida processual cabível, formulando os pedidos do que entender ser devido a seu cliente. RESOLUÇÃO DO SEGUNDO EXERCÍCIO DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ..... VARA DO TRABALHO DE FORTALEZACE MURILO RONALDO, auxiliar administrativo, qualificação e endereço completos, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado (procuração em anexo), com escritório profissional no endereço completo, onde recebe intimação ou notificação, com fulcro no artigo 840 da CLT, PROPOR: RECLAMATÓRIA TRABALHISTA pelo rito ordinário Em face de Companhia de Atletismo Movimentando o Brasil qualificação e endereço completos, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. I MÉRITO

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OAB IX EXAME – 2º FASE Direito do Trabalho Aryanna Manfredini

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RESOLUÇÃO DO SEGUNDO EXERCÍCIO DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

E QUESTÕES DE 5 A 8 (Elaborado pela professora AryannaManfredini)

Murilo Ronaldo foi contratado na cidade de Fortaleza, na data de 05 de fevereiro de 2008 pela Companhia de Atletismo Movimentando o Brasil Ltda. para trabalhar como auxiliar administrativo, prestando atividades somente no escritório da empresa, mediante salário fixo de R$1.800,00 mais o benefício de utilizar, para fins particulares, um peugeot 207, modelo do ano, cujo valor aproximado do aluguel mensal seria de R$ 600,00, os quais nunca foram considerados no cômputo dos demais direitos trabalhistas. Seu contrato de trabalho findou-se em 12 de novembro de 2011. Ao se pactuar o contrato de trabalho, ficou estabelecido que Murilo Ronaldo cumpriria uma jornada de trabalho das 8 h às 17 h, com 1 hora de intervalo, de segunda a sexta-feira, e das 16 h às 20:15h aos sábados, com 15 minutos de intervalo. Murilo lhe informa que demorava 15 minutos andando para chegar da portaria até o escritório e o mesmo tempo para o retorno. Em razão dos balanços quinzenais realizados na empresa, a cada duas semanas Murilo trabalhava das 18h as 22h aos sábados, nada recebendo a mais por isso. Na segunda feira, iniciava sua jornada de trabalho normalmente as 8h da manhã. Nos dois últimos anos do contrato de trabalho substituiu sua supervisora administrativa, Marcia Atalaia, que recebia um adicional de 40% em razão de sua função gerencial, no período de suas férias, sem receber a mais por isso. Murilo era um empregado tão apaixonado pelo seu trabalho, que quando a empresa passou por dificuldades financeiras, aceitou a proposta que seu empregador lhe fez, de reduzir seu salário para R$ 900,00 a partir de janeiro de 2009, até que a situação da empresa melhorasse. Quase um ano depois, no mês de novembro de 2009, a empresa conseguiu se reerguer. A situação ficou tão favorável que o empregador resolveu abrir uma filial do escritório na cidade de Campinas/SP, sendo Murilo transferido para a nova filial por 5 meses para treinar os novos funcionários. Murilo não recebeu qualquer adicional para tanto e seu salário também não foi reestabelecido. Ao voltar para a matriz da empresa teve uma surpresa, foi demitido, sem qualquer justificativa, sem receber qualquer verba rescisória. Murilo Ronaldo, inconformado com a situação o procura em seu escritório, disposto a tomar a medida cabível, informando que usufruiu as férias relativas aos períodos aquisitivos 2008/2009 e 2009/2010, recebeu décimo terceiro salário nos anos anteriores ao da extinção do contrato e adicional noturno pelas horas que ficava a disposição do empregador no período noturno. Na qualidade de advogado de Murilo elabore a medida processual cabível, formulando os pedidos do que entender ser devido a seu cliente.

RESOLUÇÃO DO SEGUNDO EXERCÍCIO DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ..... VARA DO TRABALHO DE FORTALEZA– CE MURILO RONALDO, auxiliar administrativo, qualificação e endereço completos, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado (procuração em anexo), com escritório profissional no endereço completo, onde recebe intimação ou notificação, com fulcro no artigo 840 da CLT, PROPOR:

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA pelo rito ordinário Em face de Companhia de Atletismo Movimentando o Brasil qualificação e endereço completos, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. I – MÉRITO

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1. DO CONTRATO DE TRABALHO O reclamante foi admitido pelo reclamado no dia 05 de fevereiro de 2008, para exercer a função de auxiliar administrativo, recebendo por última remuneração a importância de R$ 900,00, sendo dispensado em 12 de novembro de 2011. 2. DO SALÁRIO IN NATURA O reclamado concedia mensalmente em favor do reclamante, durante todo o período de duração do contrato de trabalho, o beneficio de utilizar, para fins particulares, um veículo Peugeot 207, modelo do ano, cujo valor aproximado do aluguel mensal seria de R$ 600,00, os quais nunca foram considerados no cômputo dos demais direitos trabalhistas. O fornecimento do veículo visava apenas que o reclamante tivesse mais conforto, sendo absolutamente desnecessário para a realização de suas tarefas na empresa. Nos termos do artigo 458, caput, da CLT, as utilidades fornecidas ao empregado pelo empregador, pelos serviços prestados, de forma habitual, gratuita, que não tenham caráter nocivo e que a lei não lhes retira a natureza salarial possuem natureza salarial, devendo, portanto, integrar o seu salário para fins de projeções legais. Diante do exposto, requer a integração ao salário do reclamante dos valores correspondente ao aluguel do veículo fornecido pela reclamada para fins de reflexos (em verbas contratuais e resilitórias) em aviso prévio, décimos terceiros salários integrais e proporcionais, férias acrescidas de 1/3 integrais e proporcionais e FGTS (depósitos e multa de 40%), bem como, que a utilidade seja anotada na CTPS do reclamante, nos termos do art. 29 da CLT.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL II – MÉRITO 2. DO SALÁRIO “IN NATURA” Art. 458 CLT- Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.

SUGESTÃO DE REMISSÃO: Incluir no art. 458, caput, CLT o art. 29, CLT. 3. HORAS EXTRAS O reclamante demorava 15 minutos andando para chegar da portaria até o escritório, momento a partir do qual cumpria integramente sua jornada de trabalho.

Nos termos da súmula 429 do TST considera-se tempo à disposição do empregador, na forma do art. 4º da CLT, o necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez) minutos diários, como no caso do reclamante. Nos termos do art. 58, § 1º, da CLT e súmula 366 do TST o legislador estabeleceu uma tolerância de apenas 5 minutos antes e 5 minutos após o início e término da jornada de trabalho. Ultrapassado tal limite, o excedente é devido como horas extras. Assim, os quinze minutos despendidos na chegada e depois os quinze minutos despendidos na saída devem ser computados na jornada de trabalho da reclamante, sendo-lhe assegurada como horas extras as excedentes ao limite de 8 horas diárias e 44 semanais (art. 7º, XIII, CF e art. 58, CLT).

Diante do exposto requer que os 30 minutos diários sejam considerado na jornada de trabalho e a

reclamada seja condenada a pagar as horas extras, assim consideradas as excedentes à 8ª e 44ª semanais

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acrescidas no adicional de 50% (art. 7º, XVI, CF e art. 59, § 1º, da CLT), bem como, reflexos (em verbas contratuais e resilitórias) em descanso semanal remunerado e com este em aviso prévio, décimos terceiros salários, férias acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%).

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL II – MÉRITO 3. HORAS EXTRAS Art. 58, CLT. A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite. § 1o Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001) Súmula 366, TST. CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 23 e 326 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 23 - inserida em 03.06.1996 - e 326 - DJ 09.12.2003) Súmula 429, TST. TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR. ART. 4º DA CLT. PERÍODO DE DESLOCAMENTO ENTRE A PORTARIA E O LOCAL DE TRABALHO. Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4º da CLT, o tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez) minutos diários. Art. 4º CLT. Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada. Parágrafo único - Computar-se-ão, na contagem de tempo de serviço, para efeito de indenização e estabilidade, os períodos em que o empregado estiver afastado do trabalho prestando serviço militar ... (VETADO) ...e por motivo de acidente do trabalho. Art. 7º CF/88 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; Art. 58 CLT - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.

SUGESTÃO DE REMISSÕES: Incluir no art. 58, §1º, CLT,a súmula 366 do TST e a súmula 429 do TST. 4. DO INTERVALO INTERJORNADA E DESCANSO SEMANAL REMUNERADO O reclamante informa que em razão dos balanços quinzenais realizados na empresa, a cada duas semanas trabalhava das 17h45 às 22:30h, computando-se 15 minutos entre a portaria e o escritório, nos

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sábados e segunda feira iniciava sua jornada de trabalho normalmente, às 8h, chegando na empresa as 7h45.

Nos termos do art. 66 da CLT entre 2 (duas) jornadas de trabalho deverá haver um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso e conforme estabelecem os arts. 7º, XV da CF, art. 67 da CLT e 1º da Lei 605/49 será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, preferencialmente aos domingos. Sendo assim o reclamante tinha direito a 35 horas de intervalo entre a jornada de trabalho de sábado e a de segunda, uma vez que entre elas estava o repouso semanal remunerado. Intervalo este que não foi observado.

Diante do exposto, requer a condenação do reclamado ao pagamento das horas faltantes para

completar 35h acrescidas do adicional de 50%, bem como, reflexos (em verbas contratuais e resilitórias) em descanso semanal remunerado e com este em aviso prévio, décimos terceiros salários integrais e proporcionais, férias acrescidas do terço constitucional integrais e proporcionais e FGTS (depósitos e multa de 40%).

LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA II – MÉRITO 4. DO INTERVALO INTERJORNADA E DESCANSO SEMANAL REMUNERADO Art. 7º CF/88 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; Art. 66 CLT. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso. Art. 67 CLT. Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte. Parágrafo único - Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, com exceção quanto aos elencos teatrais, será estabelecida escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de quadro sujeito à fiscalização. Art. 1º, lei 605/49. Art. 1º Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local.

5. DA SUBSTITUIÇÃO EM VIRTUDE DE FÉRIAS

O reclamante informa que nos dois últimos anos do contrato de trabalho substituiu sua supervisora Marcia Atalaia, que recebia um adicional de 40% em razão de sua função gerencial, no período de suas férias, sem receber a mais por isso.

Nos termos da súmula 159 do TST, item I, enquanto perdurar a substituição que não tenha caráter

meramente eventual, inclusive nas férias, o empregado substituto fará jus ao salário contratual do substituído. Diante do exposto requer a condenação do reclamado ao pagamento das diferenças salariais, correspondente a diferença entre o do salário do reclamante e da supervisora, relativas aos meses em que ocorreu a substituição.

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LEGISLAÇÃO APLICÁVEL II – MÉRITO 5. DA SUBSTITUIÇÃO EM VIRTUDE DE FÉRIAS Súmula 159, TST. SUBSTITUIÇÃO DE CARÁTER NÃO EVENTUAL E VACÂNCIA DO CARGO (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 112 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - Enquanto perdurar a substituição que não tenha caráter meramente eventual, inclusive nas férias, o empregado substituto fará jus ao salário contratual do substituído. (ex-Súmula nº 159 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)

SUGESTÃO DE REMISSÃO: no art. 461 da CLT, acrescentar a súmula 159 do TST. 6. DA REDUÇÃO SALARIAL

O reclamante informa que, em razão de dificuldades financeiras pelas quais passava a empresa, em janeiro de 2009 seu salário foi reduzido para R$ 900,00, sem jamais ter sido reestabelecido.

Nos termos do art. 7º, VI, CF o salário é irredutível, salvo por acordo ou convenção coletiva de

trabalho, os quais não se verificam no presente caso. Outrossim, a redução implicaria em alteração contratual e esta só é lícita por mútuo consentimento, e ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado (art. 468, CLT).

Diante do exposto requer a condenação do reclamado ao pagamento das diferenças salariais, bem

como, reflexos (verbas contratuais e resilitórias) em aviso prévio, décimos terceiros saláriosintegrais e proporcionais, férias acrescidas do terço constitucional integrais e proporcionais e FGTS (depósitos e multa de 40%).

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL: II- MÉRITO 6. DA REDUÇÃO SALARIAL Art. 7º CF/88 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; Art. 468 CLT - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

SUGESTÃO DE REMISSÃO: no art. 7º, VI da CF, acrescentar o art. 468 da CLT. 7. DA TRANSFERÊNCIA TEMPORÁRIA

O reclamante informa que em novembro de 2009, o empregador resolveu abrir uma filial do escritório na cidade de Campinas, transferindo o reclamante pelo lapso temporal de 5 meses para tal localidade, a fim de treinar os novos funcionários. O reclamante não recebeu qualquer adicional para tanto.

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Nos termos do artigo 469, § 3º, da CLT e OJ 113 da SDI-1, TST, tratando-se de transferência provisória o empregador ficará obrigado a pagar um adicional nunca inferior a 25% dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação.

Diante do exposto requer a condenação da reclamada ao pagamento do respectivo adicional referente ao período em que perdurou a transferência, bem como reflexos (de verbas contratuais e resilitórias), em aviso prévio, décimos terceiros salários integrais e proporcionais, férias acrescidas de 1/3 integrais e proporcionais e FGTS (depósitos e multa de 40%) relativos ao período da transferência.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL: II - MÉRITO 7. DA TRANSFERÊNCIA TEMPORÁRIA Art. 469 CLT - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio . § 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação. OJ 113, SDI-1, TST. ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. CARGO DE CONFIANÇA OU PREVISÃO CONTRATUAL DE TRANSFERÊNCIA. DEVIDO. DESDE QUE A TRANSFERÊNCIA SEJA PROVISÓRIA. Inserida em 20.11.97 O fato de o empregado exercer cargo de confiança ou a existência de previsão de transferência no contrato de trabalho não exclui o direito ao adicional. O pressuposto legal apto a legitimar a percepção do mencionado adicional é a transferência provisória.

SUGESTÃO DE REMISSÃO:no art. 469, § 3º, da CLT acrescentar a OJ 113 da CLT e a súmula 43 do TST 8. VERBAS RESCISÓRIAS

O reclamante foi demitido, sem justa causa no dia 12 de novembro de 2011, e sem receber qualquer rescisória. Diante disso, requer a condenação do Reclamado ao pagamento de todas as verbas rescisórias próprias da extinção do contrato de trabalho sem justa causa, quais sejam: saldo de salário (12 dias), aviso prévio (39 dias), décimo terceiro salário (12/12), férias integrais simples + 1/3 relativas ao período aquisitivo 2010/2011 e férias proporcionais + 1/3 (11/12) e multa de 40% do FGTS. Ademais, requer a guia para levantamento do FGTS e a guia para percepção do seguro desemprego (súmula 389, TST)e anotação da CTPS, nos termos do art. 29, CLT.

Esclarece-se que a Lei 12506/2011 entrou em vigor na data de sua publicação, 13/10/2011, regulamentando o aviso prévio proporcional previsto no art. 7º, XXI, CF, assegurando-o na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que não completarem 1 (um) ano de serviço na mesma empresa, acrescidos 3 (três) dias por ano completo de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. Assim, como o reclamante laborou 3 anos completos para a empresa faz jus a 39 dias de aviso prévio.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL II – MÉRITO 8. VERBAS RESCISÓRIAS

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Súmula nº 389 do TST. SEGURO-DESEMPREGO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. DIREITO À INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO DE GUIAS (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 210 e 211 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento das guias do seguro-desemprego. (ex-OJ nº 210 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) II - O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização. (ex-OJ nº 211 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) LEI Nº 12.506, DE 11 DE OUTUBRO DE 2011

Dispõe sobre o aviso prévio e dá outras providências A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei: Art. 1o O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho –

CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5452, de 1º de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa.

Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.

Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 11 de outubro de 2011; 190o da Independência e 123o da República.

DILMA ROUSSEFF José Eduardo Cardozo Guido Mantega Carlos Lupi Fernando Damata Pimentel Miriam Belchior Garibaldi Alves Filho Luis Inácio Lucena Adams Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.10.2011

9. MULTA DO ART. 467, CLT Nos termos do artigo 467 da CLT, o Reclamante requer que o pagamento das verbas incontroversas seja realizado em primeira audiência, sob pena da incidência de multa de 50% sobre o valor correspondente. 10. MULTA DO ART. 477, § 8º, CLT

O Reclamado não respeitou o prazo para pagamento das parcelas rescisórias previsto no artigo 477, §6º da CLT, vez que até o presente momento não pagou as verbas rescisórias.

Diante deste fato, o Reclamante requer a condenação do Reclamado ao pagamento de multa no valor equivalente ao seu salário, nos termos do §8º do artigo 477 da CLT.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL II – MÉRITO 10. MULTA DO ART. 477, § 8º, CLT Art. 477 CLT.É assegurado a todo empregado, não existindo prazo estipulado para a terminação do respectivo contrato, e quando não haja êle dado motivo para cessação dasrelações de trabalho, o direto de haver do empregador uma indenização, paga na base da maior remuneração que tenha percebido na mesma empresa

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§ 8º - A inobservância do disposto no § 6º deste artigo sujeitará o infrator à multa de 160 BTN, por trabalhador, bem assim ao pagamento da multa a favor do empregado, em valor equivalente ao seu salário, devidamente corrigido pelo índice de variação do BTN, salvo quando, comprovadamente, o trabalhador der causa à mora.

11. HONORÁRIOS ADVOGATÍCIOS O art. 133 da CF não recepcionou o “jus postuandi”, razão pela qual requer a condenação do reclamado ao pagamento de honorários advocatícios no importe de 20%, nos termos do art. 20, § 3º, do CPC. II - PEDIDOS Diante de todo o exposto, requer: Isto posto, requer: a)a integração ao salário do reclamante dos valores correspondente ao aluguel do veículo fornecido pela reclamada para fins de reflexos. b)que sejam computados na jornada de trabalho 30 diários e a reclamada condenada a pagar as horas extras, assim consideradas as excedentes à 8ª e 44ª semanais acrescidas no adicional de 50% (art. 7º, XVI, CF e art. 59, CLT, § 1º, CLT), bem como, reflexos. c)requer a condenação do reclamado ao pagamento das horas faltantes para completar o intervalo de 35 horas, acrescida do adicional de 50% a título de intervalo interjornada e DSR, bem como, reflexos. d)a condenação do reclamado ao pagamento das diferenças salariais, correspondente a 40% do salário do reclamante, relativas aos meses em que ocorreu a substituição e reflexos. e)condenação do reclamado ao pagamento das diferenças salariais decorrentes da redução salarial, bem como, reflexos. f)a condenação da reclamada ao pagamento do respectivo adicional de transferência referente ao período em que perdurou a transferência, bem como reflexos. g)a condenação do Reclamado ao pagamento de todas as verbas rescisórias próprias da extinção do contrato de trabalho sem justa causa, quais sejam: saldo de salário (12 dias), aviso prévio (39 dias), décimo terceiro salário proporcional (12/12), férias integrais simples + 1/3 relativas ao período aquisitivo 2010/2011 e férias proporcionais + 1/3 (11/12) e multa de 40% do FGTS. Ademais, requer a guia para levantamento do FGTS e a guia para percepção do seguro desemprego (súmula 389, TST). h)Multas do arts. 467 e 477, § 8º da CLT; e i)Honorários advocatícios. III – REQUERIMENTOS FINAIS Diante do exposto, requer: a) notificação da Reclamada para oferecer resposta à Reclamatória Trabalhista, sob consequência de revelia e confissão quanto a matéria de fato. b) a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a prova documental, o depoimento pessoal e a oitiva de testemunhas. c) por fim a procedência dos pedidos com a condenação do reclamado ao pagamento das verbas pleiteadas, acrescidas de juros e correção monetária. Atribui-se a causa valor acima de 40 salários mínimos Termos em que, Pede deferimento. Local, data Advogado OAB nº

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QUESITOS AVALIADOS VALORES POSSÍVEIS

NOTA

Endereçamento à Vara do Trabalho de Fortaleza (0,1), qualificação das partes (0,1) e indicação da espécie de ação (ação/reclamatória trabalhista). (0,2)

0/0,1/0,2/ 0,3/0,4

Salário „in natura‟ – fornecimento de veículo para uso particular e não por necessidade do trabalho (0,2) – integração do valor ao salário para fim de reflexos (0,1) – artigo 458 CLT (0,1)

0/0,1/0,2/ 0,3/0,4

Tempo a disposição do empregador - deslocamento entre a portaria e o local de trabalho em tempo superior a 10 minutos – pedido de horas extras (0,1) – súmula 429, TST (0,1), art. 7 XIII e XVI CF (0,1) e Arts. 58 e 59, § 1º, da CLT (0,1)

0/0,1/0,2/0,3/0,4

Intervalo Interjornada e DSR(35h) (0,1) – arts. 66 e 67 da CLT (0,1), art. 7, XV CF (0,1) e art. 1º, Lei 605/49.

0/0,1/0,2/0,3/0,4

Substituição temporária do chefe em virtude de férias – direito a percepção de seu adicional (0,2) – sumula 159, I, TST (0,2)

0/ 0,2/0,4

Redução salarial – ilícita independentemente da anuência do empregado – (0,1) artigo 468 da CLT (0,1) art7, VI, CF (0,1)

0/0,1/0,2/0,3

Transferência temporária do empregado – direito a percepção do adicional de 25% (0,2) - artigo 469, § 3º,CLT (0,2)

0/0,2/0,4

Pagamento das verbas rescisórias inerentes a dispensa sem justa causa (aviso prévio, saldo de salário, férias proporcionais, 13º salário proporcional, salários em atraso e seguro-desemprego) (0,2), sumula 389, TST (0,2)

0/0,2/0,4

Atraso no pagamento das verbas rescisórias - Multa do artigo 477, parágrafos 6º e 8º da CLT

0/0,4

Requerimentos finais, com pedido de procedência da ação, indicação do valor da causa, data e nome do advogado.

0,50

Condições gerais de petição, raciocínio jurídico, linguagem forense e fundamentação.

1,00

TOTAL:

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QUESTÕES 5 A 8

QUESTÃO 5 - (OAB/FGV – 2010.2 - I Exame de Ordem) Em reclamação trabalhista ajuizada em face da empresa “Y”, José postula assinatura da CTPS, horas extras e diferenças salariais com fundamento em equiparação salarial e pagamento de adicional de periculosidade. Na defesa oferecida, a empresa nega ter o empregado direito à assinatura da CTPS, dizendo ter o obreiro trabalhado como autônomo; quanto às horas extras, nega o horário alegado, se reportando aos controles de frequência, que demonstram, segundo alega, que o reclamante não as realizava; e, quanto às diferenças salariais, sustenta que o reclamante era mais veloz e perfeito na execução do serviço do que o paradigma apontado. Considerando as normas processuais sobre a distribuição do ônus da prova, estabeleça, através de fundamentos jurídicos, a quem cabe o ônus da prova em relação a cada uma das alegações contidas na defesa apresentada pelo reclamado? RESPOSTA: Quanto às horas extras, em sua defesa, o reclamado apenas nega o horário de trabalho alegado pelo autor, razão pela qual permanece com o reclamante o ônus da prova de suas alegações, uma vez que o trabalho além da 8ª e/ou 44ª semanais é fato constitutivo do direito do autor às horas extras. Nos termos do art. 818 da CLT cabe a cada uma das partes comprovar as suas alegações. Dada a simplicidade do dispositivo citado aplica-se concomitantemente o art. 333, I, do CPC, segundo o qual é do autor o ônus da prova dos fatos constitutivos de seu direito. Já em relação ao pedido de anotação da CTPS, a reclamada afirma que é indevida, pois o reclamante era autônomo. Ao admitir a prestação de serviços, alegando, entretanto, a autonomia, opôs fato que impede o reconhecimento do vínculo de emprego, atraindo para si o ônus da prova. Nos termos do art. 818 da CLT cabe a cada uma das partes comprovar as suas alegações. Como já mencionado a simplicidade do dispositivo citado permite a aplicação concomitantemente do art. 333, II, do CPC, segundo o qual é do autor o ônus da prova dos fatos impeditivos, modificativos e extintivos do direito do autor. Por fim, quanto ao pedido de diferenças salariais decorrentes da equiparação salarial, a reclamada confessa que o próprio reclamante era mais veloz e mais perfeito que o paradigma, sem opor qualquer fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Nos termos do art. 348 do CPC há confissão, quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário. Diante da confissão, não existe mais qualquer prova a ser produzida, razão pela qual não há que se falar em ônus da prova (art. 334, II, CPC).

LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA Art. 334, CPC. Não dependem de prova os fatos: I - notórios; II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; III - admitidos, no processo, como incontroversos; IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade. Art. 348, CPC. Há confissão, quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário. A confissão é judicial ou extrajudicial.

Quesitos avaliados Notas Possíveis Nota

HORAS EXTRAS

Ônus da prova do empregado, uma vez que reclamante apenas negou as horas extras (0,30); -

0/ 0,10/ 0,30/ 0,40

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Indicação das normas: arts. 818 da CLT c/c 333, I, do CPC (0,1)

AUTONOMIA

- Autonomia: ônus da prova do empregador que admitiu prestação de serviços - fato impeditivo (0,3) - Indicação das normas: art. 818, CLT c/c 333, II, CPC (0,1)

0/ 0,10/ 0,30/ 0,40

EQUIPARAÇÃO

- Equiparação salarial: não há que se falar em ônus da prova – não há prova a produzir – confissão do empregador (0,4) - – Indicação das normas: arts. 334, II/CPC e Art.348/CPC (0,05)

0/ 0,05/ 0,45

SUGESTÃO DE REMISSÃO:no art. 818 da CLT, acrescentar o art. 333 do CPC. QUESTÃO 6 (OAB/FGV 2010.3 – III Exame de Ordem)

5/3/2001. Em 12/12/2003, foi , Marcos

foi acusado pelo seu empregador de ter furtado um notebook da empresa, pois o levou para casa no dia

, no

a apresentou

. Em

,40% sobre o FGTS.

. ? (Valor: 0,5)

1ª OPÇÃO DE RESPOSTA: A controvérsia envolvendo a dispensa por justa causa foi submetida ao juízo criminal, ocorrendo a suspensão do prazo prescricional trabalhista. O ajuizamento da demanda criminal é causa de suspensão do decurso do prazo prescricional, por força do art. 200 do CC, segundo o qual quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.

LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA Art. 200, CC. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva

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OU 2ª OPÇÃO DE RESPOSTA: As pretensões fundadas por Marcos estão prescritas, pois a extinção do contrato de trabalhou ocorreu em 12/12/2003 e a reclamação trabalhista foi ajuizada apenas em 14/02/2010, ou seja, após dois anos do término do contrato de trabalho, ocorrendo, portanto, prescrição bienal nos termos do art. 7°, XXIX da CRFB e art. 11, I, da CLT. b) O re ? (Valor: 0,5) 1ª OPÇÃO DE RESPOSTA: Não há vinculação jurídica entre o Processo do Trabalho e o processo criminal, uma vez que se trata de jurisdições independentes OU porque as competências são distintas. OU 2ª OPÇÃO DE RESPOSTA: Não há vinculação jurídica entre o processo do trabalho e o processo criminal, uma vez que, diante de uma sentença absolutória por falta de provas, o juiz do trabalho não está vinculado juridicamente a esse resultado, podendo analisar livremente a prova dos autos e, se convencido for, confirmar ou invalidar a justa causa referida.

Quesitos avaliados Notas possíveis Nota

Item A

a) OPÇÃO 1: Não há prescrição porque o fato devia ser apurado pelo Juízo Criminal (I) aplicando-se o art. 200 do CC (II). OPÇÃO 2: Estão prescritas as pretensões deduzidas mais de dois anos após o rompimento do contrato OU conforme o art. 7º, XXIX, da CRFB (OU art. 11 da CLT) (I). A ação criminal não é empecilho para o exercício de reclamação trabalhista (II). 0,65

0 / 0,65

Item B

b) Não, porque o processo do trabalho é independente do processo penal OU porque as jurisdições são autônomas OU porque as competências são distintas. OU não, porque a sentença proferida pelo Juízo Criminal foi absolutória por falta de provas. 0,6

0 / 0,6

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SUGESTÃO DE REMISSÃO: no art. 7º, XXIX, CF, acrescentar o art. 11, I, CLT, a súmula 308, TST, o art. 200 do CC e o art. 202 do CC. No art. 11, I, da CLT, acrescentar o art. 7º, XXIX, CF, a súmula 308, TST, o art. 200 do CC e o art. 202 do CC. QUESTÃO 7 (OAB/FGV 2011.3 - VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Tício ajuizou ação trabalhista em face da empresa Hora Certa Ltda., na qual pretendia receber horas extras e reflexos. Na própria petição inicial já havia impugnado os controles de ponto aduzindo que não havia variação de horário. Na audiência, a ré trouxe os documentos, juntando-os com a contestação e declarou que pretendia produzir prova testemunhal acerca do pedido do autor. O juiz, após examinar a documentação, indeferiu a prova testemunhal da ré. Na sentença, o juiz julgou procedente o pedido do autor. Considerando as regras de distribuição do ônus da prova, o juiz agiu corretamente? Fundamente. (Valor: 1,25) RESPOSTA: Considerando que os controles de ponto não revelavam variação de horário, nos termos da súmula 338, III,do TST, presume-se verdadeira a jornada da inicial, porém, com a possibilidade da empresa elidir a presunção por prova em contrário, dada a inversão do ônus da prova. O juiz, portanto, não agiu corretamente ao indeferir a produção da prova pericial pelo autor, cerceando seu direito de defesa.

Quesitos avaliados Notas possíveis Nota

Não. Embora os controles fossem invariáveis, averacidade do horário alegado na inicial é apenas presumida e o empregador podia elidir a presunção mediante prova em contrário (0,90). Indicação da Súmula 338, III, do TST (0,35). Obs: A mera resposta “não” ea mera indicação do fundamento legal ou jurisprudencial não pontuam; a indicação deve ser precisa.

0/ 0,9/ 1,25

LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA Art. 74, CLT. O horário do trabalho constará de quadro, organizado conforme modelo expedido pelo Ministro do Trabalho, Indústria e Comercio, e afixado em lugar bem visível. Esse quadro será discriminativo no caso de não ser o horário único para todos os empregados de uma mesma seção ou turma. § 1º - O horário de trabalho será anotado em registro de empregados com a indicação de acordos ou contratos coletivos porventura celebrados. § 2º - Para os estabelecimentosde mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso Súmula 338, TST. JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 234 e 306 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. (ex-Súmula nº 338 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex-OJ nº 234 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001) III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir. (ex-OJ nº 306 da SBDI-1- DJ 11.08.2003)

SUGESTÃO DE REMISSÃO: no art. 74, § 2º, da CLT destacar a expressão “estabelecimentos de mais de dez trabalhadores” e acrescentar a súmula 338 do TST.

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QUESTÃO 8 (elaborada pela professora AryannaManfredini) Murilo Perdulário ajuizou reclamação trabalhista postulando horas extras e reflexos, sob a alegação de que trabalhava 60 horas semanais. O juiz proferiu a sentença julgando procedente o pedido do autor, condenando a reclamada ao pagamento de R$ 35.000,00. Nenhuma das partes interpôs recurso ordinário no prazo de 8 dias, transitando em julgado a reclamação. Antes de iniciada a fase de liquidação, a reclamada propôs ao reclamante a realização de acordo no valor de R$ 6000,00. Murilo vislumbrado com a possibilidade de receber de imediato o dinheiro para comprar roupas novas, aceita prontamente o valor oferecido. As partes, então, celebraram acordo no valor de R$ 6000,00, o qual foi homologado pelo juiz. Diante do exposto, responda fundamente as seguintes indagações. a) O juiz era obrigado a homologar o acordo celebrado entre as partes? Caso se recusasse caberia a impetração de mandado de segurança? RESPOTA: Não, é faculdade do juiz a homologação do acordo, assim a recusa não implicaria violação a direito líquido e certo das partes, razão pela qual é incabível mandado de segurança nesta hipótese. b) Sobre qual valor incidem as contribuições previdenciárias? RESPOSTA: As contribuições previdenciárias incidem sobre o valor do acordo celebrado e homologado após o trânsito em julgado, R$ 6.000,00, nos termos do art. 43, § 5º, da Lei 8212/9, o qual inclusive revogou o art. 832, § 6º, da CLT, que determinava que mesmo que celebrado acordo após o trânsito em julgado da sentença, resguardava-se as contribuições devidas à União, calculadas sobre o valor deferido. No mesmo sentido do art. 43, § 5º, da Lei 8212/91.

Quesitos avaliados Notas possíveis Nota Letra a: Não. É faculdade do juiz a homologação de acordo (0,25). Fundamentação: súmula 418, TST (0,25) Letra b: As contribuições incidem sobre o valor do acordo - R$ 6000,00 (0,25). Fundamentação: art. 43, § 5º, Lei 8212/91 (0,50)

0/ 0,25 / 0,50 / 0,75 / 1,00 / 1,25

LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA LETRA A) Súmula 418, TST. MANDADO DE SEGURANÇA VISANDO À CONCESSÃO DE LIMINAR OU HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 120 e 141 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 A concessão de liminar ou a homologação de acordo constituem faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança. (ex-Ojs da SBDI-2 nºs 120 - DJ 11.08.2003 - e 141 - DJ 04.05.2004) LETRA B) Art. 43, Lei 8212/91. Nas ações trabalhistas de que resultar o pagamento de direitos sujeitos à incidência de contribuição previdenciária, o juiz, sob pena de responsabilidade, determinará o imediato recolhimento das importâncias devidas à Seguridade Social. § 5o Na hipótese de acordo celebrado após ter sido proferida decisão de mérito, a contribuição será calculada com base no valor do acordo. Art. 832, § 6º, CLT. OacordocelebradoapósotrânsitoemjulgadodasentençaouapósaelaboraçãodoscálculosdeliquidaçãodesentençanãoprejudicaráoscréditosdaUnião.

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OJ 376, SDI-1, TST. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ACORDO HOMOLOGADO EM JUÍZO APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA. INCIDÊNCIA SOBRE O VALOR HOMOLOGADO (DEJT divulgado em 19, 20 e 22.04.2010) É devida a contribuição previdenciária sobre o valor do acordo celebrado e homologado após o trânsito em julgado de decisão judicial, respeitada a proporcionalidade de valores entre as parcelas de natureza salarial e indenizatória deferidas na decisão condenatória e as parcelas objeto do acordo.

SUGESTÃO DE REMISSÃO:no art. 832, § 6º, da CLT acrescentar o art. 43, § 5º, da Lei 8212/91, a OJ 376 da SDI-1, do TST e a súmula 418 do TST.