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HISTÓRIA

 ANTIGA

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História Antiga

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SumárioSumárioSumárioSumárioSumário

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PRINCIPAIS REGIMES POLÍTICOS DA ANTIGUIDADE

SOCIEDADE: O NASCIMENTO DOS ESTADOS NA ANTIGUIDADE

POLÍTICA E SOCIEDADE NA ANTIGUIDADE

O Egito Antigo e a Monarquia TeocráticaO Antigo ImpérioO Médio ImpérioO Novo Império

A Grécia e a Democracia AtenienseOs Quatro períodos da História Grega Atenas e a Idéia de Democracia

Roma: Império e República A Rex- PublicaO Império Romano

0909

101112

141518

Os Clãs e a ordenação primeira das Sociedades AntigasO Exemplo dos Hebreus

Castas, o resultado de uma sociedade de estamentos

2122

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RELIGIÃO E ECONOMIA 24

RELIGIÕES NA ANTIGUIDADE: O UNIVERSO SIMBÓLICO E A DIVERSIDADE DE

CULTURAS

O Egito: seus Deuses e seus Mortos

A Mitologia Greco-Romana: os Deuses e os Homens emComunhão

O Monoteísmo: o nascimento do pecado na Antiguidade

A nova face do Judaísmo: o Cristianismo

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ECONOMIA NA ANTIGUIDADE

O Egito e a Teoria do Modo de Produção Asiático

Escravismo: o sustentáculo da Democracia Ateniense

Tributarismo: Grandeza e Ruína de Roma

O Comércio Mediterrâneo: os povos que tomaram osmares

Atividade Orientada

Glossário

Referências Bibliográficas

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Caro (a) aluno (a)

 A disciplina História Antiga pretende fazer a análise das sociedadesque deram origem a todo o pensamento Ocidental Moderno. Buscaremosnestas sociedades as raízes de usos e costumes que herdamos eperpetuamos.

Devido ao curto espaço de tempo da disciplina vamos fazer o estudodestas sociedades através de quatro grandes blocos: Política, Sociedade,Religião e Economia. Em cada um destes blocos apresentaremos associedades egípcia, grega, romana, os hebreus, cristãos, fenícios e persas.

O bloco de Política tratará das principais formas de organizaçãopolítica da antiguidade. Analisaremos a Monarquia Teocrática no Egito e omodo como essa forma de poder deu vida a uma das mais grandiosasculturas da humanidade; observaremos a Democracia em Atenas e adiferença desta para a idéia moderna de regime democrático; com Roma,estudaremos a República, suas instituições e divisão de poderes e, tambémde Roma, analisaremos o Império, o modo como se expande e termina por decair.

O bloco de Sociedade apresentará as primitivas formas deorganização dos habitantes da antiguidade. Definiremos a organização por 

clãs e castas, percebendo que estas foram as estruturas que deram vidaàs futuras civilizações complexas da Antiguidade.

No estudo das Religiões, veremos as duas grandes matrizes deadoração da antiguidade: o Politeísmo, que se divide em antropomórfico ezoomórfico; e o Monoteísmo, onde apresentaremos o Judaísmo e oCristianismo.

Na Economia, observaremos o Modo de Produção Asiático no Egito,o Escravismo grego, o Tributarismo de Roma, e os povos do Mediterrâneoque foram grandes potências comerciais.

Devemos ter sempre em mente que a complexidade destas

sociedades não pode ser vencida no curto tempo da disciplina. Ela é apenasuma introdução e a curiosidade do aluno, estimulada pela matéria, devebuscar em mais livros informações para saciá-la. O professor de História,isso que futuramente você será, é um curioso por definição; sua sede peloconhecimento é inesgotável, ela começa na faculdade, mas continua pelavida afora.

Bons Estudos.

Prof ª Cinthia Cunha.

Apresentação da disciplina

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PRINCIPAIS REGIMES POLÍTICOS DA ANTIGUIDADE

POLÍTICA E SOCIEDADE NA

ANTIGUIDADE

Segundo Heródoto, o antigo Egito era uma “dádiva do Nilo”, essa observação significaque, para o historiador grego, o surgimento do Egito era quase determinado pelo rio Nilo.No decorrer da disciplina vamos observar que esta civilização era bem maiscomplexa que um agrupamento populacional dependente dosbenefícios de um rio.

 A civilização egípcia localizava-se, basicamente,numa estreita faixa territorial que se estendia de ambas asmargens do Nilo, desde o seu delta até as cataratas de Assuã – ou Assuan - no nordeste da África, onde começava a Núbia.

 A ocupação do que viria a ser o Egito começou com estruturassimples, de natureza familiar, grupos ligados por laços deparentesco, que são denominados gens. Essa estruturaevoluiu devagar para formas mais complicadas, com umnúmero bem maior de indivíduos. Os laços de parentesco jáestavam mais diluídos, esses grupos maiores são denominadosnomos. Essa primeira formação foi a base que resultaria na era dosfaraós.

Os gens eram grupos ligados por laços de sangue, com um mesmo nomegentílico e, ocasionalmente, o mesmo totem. Sendo que nome gentílico era aquele que

identificava o grupo, e Totem era um animal de quem o grupo pretendia descender. Oshomens auxiliavam-se e tinham suas regras de procedimento. Os gens tinham comocaracterística principal a propriedade coletiva da terra, todo o resultado das plantações era

Esse primeiro bloco temático destina-se a estudar as principais estruturas de governoda Antiguidade. Serão quatro grandes blocos observados: Monarquia, Império, República

e Democracia, essas formas de organização social seram definidas e estudadas a partir das civilizações que as adotaram: Egito, com sua Monarquia Teocrática; Império e Repúblicada civilização romana, e a Democracia grega, mais especificamente a democraciaateniense.

Primeiramente é preciso contextualizar em cada bloco as civilizações, localiza-lasgeograficamente, data-las historicamente e, por fim, iniciar a explicação sobre o modo comose organizaram politicamente.

O Egito Antigo e a Monarquia Teocrática

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1 CARDOSO, Ciro Flamarion. O EgitoAntigo.São Paulo: Brasiliense, 1987.p.24

dividido entre os membros, tudo o que era cultivado às margens do Nilo eracompartilhado por todos da comunidade.

 A partir do momento em que a população cresceu tanto, a ponto demodificar e dificultar a obtenção de alimentos, foi que os gens se transformaramem nomos. O crescimento populacional acabou com a agricultura familiar ecom a velha estratégia de plantar coletivamente. Foi preciso um sistema de

irrigação que atendesse a grandes áreas cultivadas para abastecer essapopulação crescente. Os nomos foram, então, uma primeira forma de poder 

centralizado.Os nomos eram governados pelos nomarcas, verdadeiros reis locais e seu poder se

estendia sobre várias tribos. Mesmo quando surgiu a figura do faraó, o nomarca não deixoude existir e, em certos momentos da história egípcia chegou a constituir ameaça ao poder do faraó. Havia dois grupos populacionais no Egito: os que habitavam o Delta e os quehabitavam o Vale. Os Nomos se desenvolveram no Vale e depois foram introduzidos noDelta. A posterior unificação do Egito aconteceu a partir do Vale em direção ao Delta.

 As especulações em torno das razões que motivaram a unificação deram origem a

tese da ‘Hipótese Causal Hidráulica’. Esta teoria condiciona o surgimento do Estado ànecessidade de controlar o uso da água, a irrigação e a conseqüente produção de alimentos.Numa região de deserto, onde o Nilo era o fornecedor de água, é natural que a sociedadedependa enormemente dele, mas, o controle desse recurso não deve ser considerado oúnico motivo da formação do Estado.

 “A irrigação não pode, porém, ser vista como a causa do surgimento doEstado centralizado e da civilização egípcia: pelo contrário, um sistemacentralizado de obras hidráulicas para a agricultura irrigada surgiu como umresultado tardio da existência de um Estado forte”.1

É claro que a necessidade de controlar as águas do Nilo deu origem a entidadesburocráticas, para que houvesse a exploração eficiente do rio e do solo. Essas entidadesestavam sob o controle dos nomarcas e depois dos funcionários do Estado faraônico.

Foi feita esta introdução dando destaque ao uso das águas do Nilo para a irrigaçãoporque é importante entender os fatores que determinaram que pequenos grupos, pequenasfamílias acabassem por crescer tanto a ponto de dar origem ao Egito Antigo.

 A história política do Egito é dividida em três períodos: o Antigo Império, o Médio e oNovo Império. Alguns autores citam também o período pré-dinástico que compreende omomento da história ainda sem as linhas de sucessão dos faraós.

Neste momento inicial vamos tentar não aprofundar a apresentação dos conteúdos

de religião, pois eles serão discutidos no próximo bloco temático, agora vai haver acaracterização das dinastias e de alguns de seus representantes.

O Antigo Império 3200 – 2300 a.C.

Esse foi o período de formação do Império Egípcio, o momento da estruturação dasinstituições e da monarquia que nascia. Na apresentação dos conteúdos foi dito que amonarquia do Egito era teocrática. Uma teocracia é um governo em que o rei ou faraó é a

divindade, não apenas representante dos deuses, mas, ele mesmo, um deus encarnado naTerra. A monarquia teocrática caracteriza-se por ser um regime muito

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centralizado, em que a religião domina a organização do Estado e todas as instituições.O Antigo Império teve seu apogeu entre a quarta e oitava dinastias. Foi o período em

que foram construídas as pirâmides de Keops, Quéfren e Miquerinos, sendo também omomento das grandes obras de irrigação e da estruturação da forte burocracia que auxiliavao faraó. Religião, política e economia estão muito interligados, um interfere e determina o

funcionamento do outro, então, o sacerdote cuidava também dos negócios

de estado, os funcionários públicos cuidavam da agricultura além decobrar os impostos. Tudo girava ao redor do Deus Sol, o Faraó.

O Faraó era um deus encarnado - Aton, o disco solar.Sua autoridade pretendia ser absoluta. Digo pretendia, poisos sacerdotes eram figuras muito influentes nesta sociedade,chegando a ser um limite e uma ameaça à influência real.

Geralmente as dinastias se perpetuavam com a ocorrência decasamentos consangüíneos, mesmo entre irmãos.

O controle estatal estava nas mãos do Faraó e na dos Sacerdotes. As obras públicaseram determinadas por eles e controladas por uma intrincada estrutura burocrática. Os

trabalhos nas obras grandiosas de irrigação e construção de templos e monumentos seguiamo calendário do Nilo para não prejudicar a produção de alimentos. Como a sociedade erabasicamente agrícola nos intervalos das semeaduras e colheitas boa parte da populaçãoera obrigada a trabalhar em obras públicas. Havia também escravos nestes trabalhos,geralmente oriundos da escravidão por dívidas.

Com a oitava dinastia o poder dos nomarcas foi se concentrando, forçando umadescentralização do poder faraônico. Foi um período marcado por revoltas camponesas einvasões de nômades.

O Médio Império – 2000 a 1580 a.C.

Depois de um período de lutas, a nobreza de Tebas impôs seu domínio, sendo essaa décima primeira dinastia. O poder foi disputado pelos faraós e nomarcas, chegando aponto da estrutura dos nomos ser desmanchada pelo faraó Senuosret III da décima terceiradinastia. Houve conquistas militares importantes como a da Núbia, região que fornecia ouroe marfim para o estado egípcio.

Em dado momento os hicsos, povo de origem asiática, tomaram o poder no Egito.Deles, os egípcios obtiveram certas inovações tecnológicas; como a metalurgia do bronzee introdução de novos tipos de frutas e legumes na dieta.

O Novo Império – 1580 a 517 a.C.

Esse período se iniciou com a retirada dos hicsos do poder sobre o Egito. Elesforam expulsos pela décima sétima dinastia que foi originada na cidade de Tebas. Essafase foi bastante imperialista, os faraós desta dinastia estenderam o domínio do Egito sobrepovos do Mediterrâneo e partes da Ásia. Surgiu com essa vontade expansionista uma novacategoria de nobres – os militares que, junto aos sacerdotes e burocratas, compôs a pirâmideda sociedade egípcia. A unificação do Egito, sob o comando dos nomarcas de Tebas, ocorreude forma definitiva pelas mãos de Kamés ou Kamósis, coroado sob novo nome de Ahmésou Ahmose I, fundador da décima oitava dinastia.

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História Antiga

 A composição social era agora completa e seria a que se manteriadurante todo o resto de sua história. O Faraó com seu poder centralizado,mas constantemente ameaçado pelos sacerdotes; os Sacerdotesencarregados dos cultos aos deuses das várias cidades do Império –detalharemos melhor a religião no momento oportuno -, uma categoria muitoforte numa cultura toda orientada pela religião e, que por vezes entrava

em conflito direto com o Faraóameaçando seu domínio; os

Burocratas, funcionários encarregados dasupervisão das obras e de manter os nomos sobcontrole, para que a produção de alimentos queabastecia os celeiros reais nunca parasse,garantindo a subsistência do reino; os Militares,que faziam o controle das massas decamponeses e escravos, lutando ainda para conquistar novos territórios e defender o Egitoda invasão de outros povos.

Vamos retomar alguns conceitos para entender o que foi esse regime de MonarquiaTeocrática. O Egito era uma região povoada por pequenos núcleos familiares chamadosgens, todos tinham elos de sangue, cultivavam a terra juntos e dividiam igualmente o queera produzido. A população foi crescendo, e esses grupos ficaram maiores e mais complexos,não sendo mais eficiente a produção de alimentos foi, então, necessário criar uma novaforma de organizar a população, nasceram os nomos com uma estrutura maior do que aorganização familiar e, uma utilização de obras de irrigação maiores para atender apopulação crescente. Os nomarcas, chefes dos nomos, eram reis locais, cada nomo tinhaseu Deus, sua Lei, suas práticas diferentes dos outros.

 As tentativas de unificação ocorreram a partir do Vale do Nilo – sul – em direção aoDelta – região norte – isso porque os nomos se originaram no Vale e foram implantados noDelta.

 A responsabilidade pela unificação é atribuída a um nomarca que foi chamado de reiEscorpião, porém, não se sabe se esta figura foi real ou apenas um mito – estória contadapara explicar o nascimento do Egito Antigo.

Nasce assim a Monarquia Teocrática, um regime que é monárquico pois o poder está nas mãos de um só homem – o Faraó -, e teocrática porque esse poder é fundado esustentado pela religião. Sendo o Monarca, no caso do Egito, não apenas um representantedos deuses, mas, ele próprio uma divindade, o Deus Aton.

Observe a arte do Egito Antigo e avalie se a grandiosidadedas obras estava de acordo com a teocracia. Observe a idéia deeternidade nas tumbas e pirâmides. A arte costuma ser o meiomais interessante de se conhecer uma cultura.

Para refletir...

Neste bloco iremos definir o que é a democracia moderna, no sentido queconhecemos, para diferenciá-la da Grega, pois, apesar de Atenas ter criado esse sistemade governo, este não se parece em nada com o aplicado nos dias atuais.

 A Grécia e a Democracia Ateniense

Pirâmide Socialdo Egito

Faraó

Sacerdotes

Burocratas

Militares

Camponeses e Escravos

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Discóbulo de

Mirón

Democracia é um governo exercido e controlado pelo povo, diretamente através dovoto de representantes. Ele resulta da livre escolha da maioria da população. Seu fundamentoé a igualdade de direitos e deveres, – mesmo que não seja totalmente aplicado - e o livre

pensamento e expressão de opinião. Esse éo conceito moderno de democracia, onde opresidencialismo é a forma mais comum de

organização popular.Antes de definir a Democracia na

Grécia Antiga, vamos localizá-lageograficamente e historicamente. Elaocupava a parte sul dos Bálcãs, as ilhas domar Egeu e a Costa da Ásia Menor. Haviauma parte continental e outra insular. A Grécia

continental era dividida em setentrional –com as cidades de Épiro e Tessália -; Grécia central, com as regiões da Beócia e da Ática;e Grécia meridional, com a Messênia, a Lacônia e a Argólida. As principais ilhas são; Eubéia,

Lesbos, Samos, Rodes, Creta e Delos.Pelo grande número de regiões, podemos perceber que não haveria unidade naGrécia Antiga. Cada uma das suas cidades possuía seu modo de governar, de organizar sua sociedade e sua contribuição para o mundo moderno. As cidades mais conhecidas domundo grego eram as de Atenas e Esparta.

Os quatro períodos da História Grega

Por que chamar a Grécia de civilização se suas cidades tinham cada uma suamaneira de viver? A razão é que sua população possuía ancestrais comuns, suas

divindades eram interligadas, tinham a mesma língua e se comunicavam entresi, seja para comércio ou guerra.

 A Grécia homérica tinha uma organização política que girava emtorno do oikos, que significava casa. O oikos compreendia a família nuclear 

- pai, esposa e os filhos -, os escravos, aliados, parentes e hóspedes, enfim,todos os indivíduos dependentes da mesma família. O Pater – patriarca-

cuidava da sua casa, do fogo sagrado que nunca se apagava, do culto aos

ancestrais. As principais civilizações pré-helênicas foram: Cretense, da ilhade Creta, que utilizava metais, e um sistema de escrita que já era o grego. Oscretenses eram governados por monarcas e exploravam o comércio marítimo;

Período Homérico – 1100 a 800 a.C. – essa designação deve-se aofato de que as fontes mais usadas para conhecer esse momento da história

grega são os poemas de Homero: a Ilíada e a Odisséia, não que essas obrassejam a expressão da verdade, mas, através de sua interpretação, podemosvisualizar algumas práticas sociais.

Período Arcaico – 800 a 500 a.C.  – fo i o período em que sedesenvolveram as instituições políticas e administrativas da sociedade grega.

Período Clássico – 500 a 336 a.C. – foi o ápice desta civilização, omomento em que a pólis se desenvolveu ao máximo.

Período Helenístico – 336 a 146 a.C. – neste momento começou odeclínio da Grécia Antiga.

Historicamente a Grécia é dividida em quatro períodos distintos:

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História Antiga

a civilização Anatólica, habitantes do continente, eram artesãos de cerâmica,conheciam a metalurgia do bronze, mas suas principais atividades econômicaseram a agricultura e o pastoreio; e, finalmente, a civilização Troiana. Tróiaexplorava a pecuária e a agricultura, além de manter relações comerciais comos Aqueus, sendo por eles dominada depois da Guerra de Tróia, por volta doano 1280 a.C. Antes de 2000 a.C. houve uma série de migrações de

populações indo-européias: jônios, aqueus, dórios, eólios, todos esses povosque se mesclaram para formar a civilização grega.

O oikos se desenvolveu e transformou-se na comunidade gentílica denominada genos,que era um grupo maior que descendia de um antepassado comum. O líder dessascomunidades era o geronte, que se encarregava de dirigir a produção de riqueza, dos rituaisreligiosos e da chefia militar. A reunião de vários genos formava uma fratria, três fratriasformavam uma tribo, e as tribos eram chefiadas por uma espécie de rei, o basileu. Essastribos é que deram origem às cidades-estado, as pólis gregas.

Cada uma dessas pólis tinha sua organização particular, de todas elas as que maisse destacam foram as de Atenas e Esparta.

Esparta é sempre chamada de cidade militarista. Suas instituições eram focadas naguerra e na conquista de novos territórios. Os espartanos são considerados descendentesdos Dórios, sua sociedade possuía três categorias distintas: os espartanos ou iguais, osperiecos e os hilotas.

Os espartanos eram o topo da pirâmide social, descendiam dos primeiros invasoresdórios e eram os únicos que tinham direitos políticos. Exerciam apenas atividades ligadasao militarismo, educavam-se através do estado e não exerciam qualquer atividade produtiva.Era uma classe sustentada por todas as outras.

Os Periecos eram homens livres, não cidadãos, isto é, não possuíam direitospolíticos, dedicavam-se à agricultura, artesanato e estavam localizados nas cidades daLacônia e da Messênia.

Os Hilotas eram a base da sociedade, eram servos ligados a terra, obrigados acultivá-la para sustentar os Espartanos. Esses indivíduos não eram escravos, não podiamser vendidos ou hipotecados pelos donos das terras, mas eram considerados propriedadesdo estado, pagando pesados tributos aos donos dos campos que cultivavam.

Essa sociedade era, em matéria de organização política e conduta social, opositorada cidade de Atenas.

 Atenas e a Idéia de Democracia

 A Ática, região onde se situava a cidade de Atenas, localizava-se na parte sudesteda Grécia central.

Os Jônios foram o povo que habitou a região de Atenas. A unificação da região da Ática se deu demaneira pacífica, sendo mitologicamente atribuída aorei Teseu. O que se admite, historicamente falando, éque as várias comunidades desta região concordaramem formar um só reino, isso devido à destruição dopoder dos seus reis locais. Sem a figura do rei, os

aristocratas trataram de se unir para a defesa epreservação de sua cultura e território.

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Parthénon

 A monarquia foi a primeira forma de organização política em Atenas. O rei acumulavafunções de chefe militar, político e religioso, por vezes, consultava uma assembléia formadapor guerreiros e homens comuns. À medida que a figura do rei foi perdendo poder e aaristocracia foi se fortalecendo, o governo passou para a mão dos nobres – os chamados

eupátridas ou bem nascidos. O rei passou a ter função apenas religiosa, sendoaos poucos suprimido do poder político. De governo aristocrático ou

plutocracia é que Atenas passou a Democracia. Houve períodos detirania, em que os eupátridas que possuíssem forças militares tomavamo poder e impunham sua maneira de governar.

Com o passar do tempo e o crescimento acelerado dapopulação ateniense, os demos – menores unidades administrativasde Atenas – começaram a passar por revoltas causadas pela escassezde alimento, provocada por más colheitas ou conflitos provocados por dívidas entre pequenos proprietários e eupátridas.

 A primeira tentativa de arrumar essa situação de caos veio coma reforma de Drácon e Sólon. Drácon instituiu o primeiro código de

leis escritas da Grécia, um meio que deveria colocar um freio naexploração dos eupátridas, mas essas leis eram muito rigorosas eprotegiam muito fortemente a propriedade privada.

Foi com as reformas de Sólon que houve, de fato, um impactotransformador na sociedade ateniense. Por volta de 594 a.C. Sólon foi nomeado

primeiro arconte – representante do poder civil que controlava o poder executivo - e, a partir disto tomou medidas drásticas para controlar e submeter os eupátridas. Ele aboliu ospagamentos de dívidas sobre as terras, devolveu as terras perdidas aos pequenosproprietários engolidos pelo poder dos eupátridas e fixou limites máximos para aspropriedades. É como se o governo não permitisse que pequenos agricultores, nos temposatuais, perdessem suas terras para grandes latifundiários e determinassem um tamanhomáximo para uma propriedade agrícola. Ele estabeleceu também taxações que atingiamapenas aos cidadãos, que excluíam os escravos e metecos – estrangeiros. Este é umprimeiro esboço do que viria a ser a democracia em Atenas.

Em 509 a.C. assume o poder Clístenes, chefe do partido democrata, que desejavacriar um estado baseado na igualdade política. Começou dividindo Atenas em dez tribos, oque possibilitou que cada tribo tivesse um bom número de cidadãos, não mais determinadospor critérios de riqueza. Criou também o ostracismo – desterro – ou expulsão do cidadãoque fosse considerado traidor de seu estado, por decisão de um Conselho, por um períodode dez anos. Estava criada a democracia ateniense. Segundo Aristóteles, a liberdade era oprincípio democrático por excelência, então:

 “Uma característica da liberdade é ser governado e governar por turno;com efeito, consistindo a justiça democrática em ter todos o mesmo direito,numericamente e não segundo o merecimento, forçosamente tem que sersoberana a multidão e aquilo que é aprovado pela maioria tem queser justo”.2

Os limites desta Democracia eram: ela nãoalcançava a todos os residentes em Atenas, apenas oshomens maiores de idade e nascidos na Pólis tinham

o direito a opinar politicamente; estavam fora mulheres,estrangeiros e escravos, sim,escravos, pois a sociedade

2 ARISTÓTELES, Política, 1.317 a –1320 b in. 100 textos de História

 Antiga/ Seleção e organização deJaime Pinsky. 6a.ed. – São Paulo:Contexto, 1998. p.87

Deusa Atena

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História Antiga

 A cidade de Roma teria sido fundada, segundo alenda, pelos irmãos Rômulo e Remo, por volta do século VIIIa.C.. Somente a partir do século VII a.C. é que Roma

começa a passar por um processo de urbanização, vãoaparecendo Templos, Edifícios Públicos e ruas mais bemplanejadas.

 A História de Roma é dividida em três momentos:Monarquia, Império e República. Daremos mais ênfase emseus períodos Imperialista e Republicano, apresentando, éclaro, a Monarquia.

O período monárquico romano teve vida curta,começou no momento de fundação da cidade e durou apenasaté 509 a.C., quando o rei Tarquínio, de origem etrusca, apelidado de ‘O Soberbo’ foi deposto

por uma revolta aristocrática. O rei era chefe militar, sumo sacerdote e decidia todas asquestões do Estado com o auxílio de um conselho de anciões. Podemos afirmar que esseconselho seria futuramente o Senado Romano, a instituição política mais poderosa desteEstado.

Neste período inicial, a sociedade romana também tinha uma organização baseadanas gens, que eram grupos pequenos ligados por laços de parentesco. Porém, essas gensnão eram de caráter igualitário, não havia uma solidariedade forte entre clãs, visto que, naocorrência de um casamento entre membros de clãs diferentes, a mulher passava a pertencer ao marido e perdia todo o vínculo com sua família consangüínea. O Pater ou Pai, homemmais velho em torno do qual girava o funcionamento da família, tinha poder absoluto sobreseus membros, decidia, literalmente, sobre vida e morte de seus filhos e outros agregados.Então, esse modo de construir as relações não dava espaço para a exploração coletivados recursos naturais e, muito menos, para a divisão igualitária dos resultados. Tenham

Roma: Império e República

Tente enumerar as diferenças entre a Democraciapraticada em Atenas e a Democracia Moderna,especialmente a brasileira. Depois, procure algumasemelhança, avaliando a grande distância entre a idéia ea aplicação desta.

Para refletir...

Procure algumas lendas da mitologia grega, observe

que além de belas, elas tinham uma clara função educativa.Observe a visão que eles tinham do heroísmo. Ex:Hercules, Jasão e os Argonautas.

Para refletir...

ateniense era uma democracia escravocrata. O direito de seus cidadãos dese auto-representarem ou de escolherem representantes assentava-se notrabalho de escravos de guerra.

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sempre em vista as especificidades de cada uma dessas civilizações e que, mesmo queexistam algumas semelhanças, elas não devem ser consideradas um padrão da Antiguidade.

Considerar o isolamento das gens não quer dizer que elas não mantivessem relaçõesde nenhum tipo, elas se reunião para decidir o destino da totalidade do Estado romano. Asgens reunidas em grupos de dez constituía a Cúria (inclusive a Igreja Católica adotou essadesignação para tratar da reunião de dez paróquias) e, de dez Cúrias, tínhamos uma Tribo.

Cada uma dessas Cúrias cultuava seu Deus, tendo suas práticas religiosas próprias. Decada três tribos formava-se o Populus Romanus ou Povo Romano.

Cada homem pertencente a gens era considerado um patrício, sendo que nem todosos romanos eram patrícios; assim como os povos conquistados e os estrangeiros eram

excluídos desta estrutura e chamados plebeus, uma significação bem diferente daMedieval. Esses plebeus estavam submetidos ao estado e seu bem

estar estava ligado à vontade dos Romanos, nãopossuíam nenhuma representatividade, nenhumpoder de interferir em seus destinos.

Na pirâmide social de Roma havia ainda os

clientes e os escravos. Os clientes eram homenslivres, romanos não patrícios, dependentes de umaristocrata, geralmente ligados ao cultivo da terra.

Os escravos eram posse de algum homem livre, na base da pirâmidesocial, último estamento da sociedade romana.

 A Rex – Publica – 495 a.C. a 31 a.C.

 A característica principal da República moderna é a representatividade do povo, danação no governo do Estado. Outra característica é o tempo determinado que osrepresentantes do povo permanecem no poder. Colocando estes elementos que compõema República é muito certo confundí-la com a democracia; porém, esta convive muito bemcom a Monarquia, o que não acontece com a democracia, cuja idéia não admite associaçõescom formas de governo não comandadas pelo voto direto. Pode haver uma repúblicademocrática, mas nem toda república segue a risca o ideal democrático.

A República em Roma, como a democracia em Atenas, não tinha uma identificaçãocom o que hoje tomamos por essa forma de governo. A organização deste regime foi dadapelas classes aristocráticas, e, claro, elas deram ao regime uma feição que as favorecesse. A monarquia caiu, como já foi dito, com uma rebelião da aristocracia; o rei deposto tinhaorigem etrusca. Com a derrubada deste último, a força da aristocracia atingiu um grau sem

precedentes, e eles começaram a oprimir com mais violência os plebeus. A escravidão por dívidas cresceu entre os plebeus pobres, os mais privilegiados desta classe queriamrepresentatividade política e acesso aos cargos públicos e, os mais pobres queriam aabolição da escravidão por débito, que os mantinha sob o poder dos aristocratas, e a divisãodas terras por eles trabalhadas. A sociedade estava em constante clima de conflito e beirandoà guerra civil.

Era assim que se organizava a República em Roma: os Cônsules eleitos para governar por um ano, isso em tempos de paz. Na guerra, surgia a figura do ditador, que concentravatodo o poder para tomar as decisões emergenciais que a guerra exigia. Este Ditador eraum dos Cônsules. O Senado, instituição constituída pelos patrícios, que fazia o controle dos

Cônsules; a Assembléia Popular com representantes das Tribos, no começo apenas umainstituição de registro de leis e éditos, mas, que aos poucos, através de pressão, começoua votar as propostas dos senadores.

Pirâmide Social

Patrícios

Plebeus

Escravos

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História Antiga

Busto

representando a

figura de um

 patrício

Cidadão romano

Neste período republicano, Roma começou a conquistar e anexar novosterritórios. Veremos que esta corrida por conquistas militares desestruturou asociedade e apressou o fim da República. Para levar adiante as conquistasmilitares, à República utilizou os plebeus para compor os exércitos. Esses

plebeus, afastados de suas terras, acabavam endividados e, no seu retornoao lar, encontravam os familiares escravizados e a si mesmos escravos

dos patrícios; esse contexto cruel chegava ao extremo de algumasfamílias venderem seus membros para saldar as dívidas, não queisso os salvasse, apenas retardava a escravidão de todos.

Em 494 a.C. os plebeus resolveram por fim a estaexploração, abandonaram Roma e se instalaram no MonteSagrado. O exército ficou sem seus soldados, o que forçou asclasses dominantes a fazer algumas concessões, dentre elas odireito dos plebeus possuírem um Tribuno da Plebe. Essepersonagem tinha o poder de vetar decisões dos magistrados,categoria que decidia a favor dos patrícios e condenava os

plebeus à escravidão. O tribuno apenas não decidia sobre aguerra e o envio de tropas e, no começo, eram apenas dois,sendo depois em número de dez.

Outra importante vitória dos plebeus foi a criação da Lei das Doze Tábuas, instaladabem depois em 450 a.C. Este foi o primeiro código de leis escrito da sociedade romana,antes baseada apenas nos costumes e na interpretação dos poderosos. Através destecódigo, os plebeus conseguiram que um dos Cônsules fosse de origem plebéia. O votopassou a ter importância vital nesta organização do poder e as conspirações para conseguir o maior número deles surgiu com força. Os patrícios, para não perder nada dos seusprivilégios, procuraram seduzir os plebeus mais ricos, as duas classes se uniram econstruíram uma base de votos forte contra os plebeus pobres. Da união pelo casamentode plebeus ricos e patrícios, surgiu a classe dos nobilitas, que controlava os cargos públicosmais cobiçados.

Roma se sentia forte, invencível e partiu para a conquista do restante da Itália e domundo mediterrâneo. Por quase um milênio a Roma republicana lutou para conquistar maisterras. Essa luta feroz impôs a Roma e aos romanos poderosas transformações. A conquistade territórios no princípio aliviava as tensões internas da República, pois havia a distribuiçãode mais lotes de terra. Os impostos direcionados aos povos conquistados desviava a atençãodos plebeus pobres e dos clientes e eram incorporados mais escravos às famílias patrícias.O perfil agrícola começou a mudar, das pequenas unidades de agricultura familiar formaam-se grandes propriedades que utilizavam mão-de-obra escrava e que produziam para

comercializar suas colheitas, as unidades menores e familiares continuaram existindo, masos latifúndios tiveram sua presença fortalecida neste período.

O domínio de toda a Itália se consolidou totalmente em 272 a.C., quando toda apenínsula apenina rendeu-se ao domínio romano. A conquista de territórios fora da Itáliacomeçou com as Guerras Púnicas, levada contra a cidade-estado fenícia de Cartago, por volta do século III a.C. Houveram três Guerras Púnicas no total, que duraram de 264 a 146a.C. , quando Cartago capitulou. Passaram, então, a fazer parte da República Romana: aSicília, Córsega, Sardenha, Espanha, Portugal e norte da África, todo o mundo civilizadoconhecido se tornou romano. Do Ocidente, Roma voltou sua cobiça para o Oriente econquistou: a Macedônia, a Síria, Grécia, Ásia Menor e instituiu um protetorado no Egito.

Como podemos observar, Roma ficou muito grande, transformando-se num Estadode fronteiras supra continentais, e isso traria para os romanos sérias dificuldades.

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Para administrar esses territóriosRoma teve que se reestruturar. Agora já nãopoderia haver apenas a simples divisãodas terras entre os romanos; era necessárioinstalar uma máquina de tributos que tirassedestas novas conquistas todo o lucro para

o engrandecimento de Roma. Houve, então,a instalação de tributos anuais, quedeveriam ser pagos pelos dominados emmoeda ou em produtos, o fornecimento por 

esses povos de escravos de guerra eexploração pelos romanos de suas riquezas

naturais. A arrecadação de impostos era umdireito vendido por Roma a particulares, como um cargo comissionado. Esses homens, ospublicanos, tornaram-se uma categoria muito poderosa nesta nova configuração. A sededa República continuava sendo comandada pelo Senado, que se fortalecia a cada dia, e os

tribunos da plebe começaram a enriquecer e se afastar de seus representados. Oscamponeses, deslocados para o esforço de guerra, retornando às suas casas, tinhamdificuldades em retomar o ritmo de suas lavouras, que resultava em endividamento einsatisfação. Estão aí todos os elementos que vão destruir a República Romana.

Os problemas começaram movidos pela velocidade da expansão da República.Mesmo com a estrutura de cobrança de impostos aos povos submetidos, a Sede do regimenão teve forças para solucionar os problemas dos cidadãos de Roma. O número de escravoscresceu tão grande e desordenadamente que começou a ser uma séria ameaça a unidaderomana. As revoltas destes se sucediam; porém, a escravidão continuava a crescer e apartir do século II a.C. elas se sucederam e abalaram o sentimento de segurança de patrícios,plebeus e clientes.

Foi neste contexto atribulado que surgiram duas figuras importantes deste períodode transição e mudança da história romana: Caio e Tibério Graco. Estes dois irmãos foramtribunos de Roma, pertenciam à classe dos patrícios, porém, atuavam de forma mais liberale progressista. O mais velho, Tibério, propôs uma lei que limitava a extensão das terraspúblicas que uma família poderia ter, era algo como uma reforma agrária com a distribuiçãode terras que não poderiam ser alienadas por aqueles que tivessem o direito de as explorar. A família alojada no lote de terra teria o direito de cultivar, colher e comercializar o produtoda terra sem, porém, poder vendê-la em parte ou totalmente. A proposição de algo tãocontra os interesses dos patrícios conquistou inimigos para Tibério Graco, que foiassassinado antes de assumir seu segundo mandato como tribuno.

O mais moço, Caio Graco, eleito Tribuno em 124 a.C., foi mais radical nas suaspropostas de lei. Procurou restringir o poder do Senado, retirando dos Senadores aatribuição de fazer o papel de Juiz, transferindo esse poder para a categoria doscomerciantes – ou cavaleiros. Caio teve o mesmo destino de seu irmão, sendo assassinado juntamente com um grande número de seus partidários.

O fim anunciado da República veio com a guerra civil e o conflito entre dois grandesgenerais: Mário e Silas. Nessa época, Mário implantou reformas importantes na direção deprofissionalizar o exército de Roma. Os soldados passaram a ter um soldo – salário – e orecrutamento feito entre a classe dos proletários – homens que não possuíam bens e cujaúnica riqueza era a prole – , pois estes tinham grande interesse nos salários e, por isso,

seriam mais fiéis e disciplinados.No momento em que Silas foi enviado para conter uma revolta na posse de Romano Oriente, Mário, seguro com a ausência do primeiro, tomou o poder em Roma e se

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História Antiga

Estátua

de Júlio

César 

proclamou ditador vitalício. Foi dado o golpe de misericórdia na RepúblicaRomana. Com o retorno de Silas e sua vitória sobre Mário, a república não foirestaurada, mas, uma nova ditadura se instalou; onde os tribunos perderamseu papel, a assembléia popular foi submetida e a justiça voltou às mãos dasclasses dominantes. Em 79 a.C., Silas abdicou de seu poder.

O Império Romano

No Século I a.C. a República de Roma estava enfraquecida, exaurida pelo crescimentoacelerado do território, pelas lutas de conquista externa e pela luta interna pelo poder político.Neste contexto, surge Júlio César que vai inaugurar, de fato, a fase imperial da Roma antiga.César era um grande general que foi nomeado Pretor em 62 a.C., foi eleito Cônsul por voltado ano de 59, e nesse período formou com Pompeu e Crasso o Primeiro Triunvirato. OTriunvirato é um governo dividido por três pessoas. Ajudado por Crasso e Pompeu, César 

conquistou toda a Gália, adquirindo uma reputação de grande guerreiro e líder semprecedentes. Após a morte de Crasso, César começou a entrar em conflito com Pompeu ecom o Senado Romano, procurando impor sua vontade a ambos. Com o fim de seu mandato,César, que estava governando na Gália, foi convocado pelo Senado a ir até Roma e propor 

nova candidatura. Na verdade, o Senado queria retirá-lo de perto de suastropas, para assim submetê-lo; César percebeu essa estratégia do Senado

e marchou sobre Roma.Vencidos os Senadores e Pompeu, César assumiu as funções de

Tribuno e Cônsul, mantendo nas aparências a República que na verdadeera sua ditadura. Ele teve no seu governo o apoio das classes baixasda Assembléia Popular e do Exército. Ele foi o responsável pela

ascensão ao poder da rainha Cleópatra por volta de 47 a.C. Terminousendo assassinado, em 44 a.C., por Brutus, seu filho adotivo, e por outrosconjurados republicanos.

César morto, seus fiéis seguidores, Marco Antônio e Lépidogarantiram, com suas tropas, o controle sobre o Senado e, com issoinauguraram o Segundo Triunvirato. Aparece então Otávio, sobrinho dofalecido Júlio César, exigindo os bens de seu tio que haviam sidoconfiscados, além de participação no governo. Lépido e Marco Antônio se

recusaram a atender as exigências e Otávio, com o apoio do Senado, assumiuo cargo de Cônsul e condenou Brutus e Cássio, assassinos de César.

Com o poder que conseguiu, Otávio conseguiu impor sua vontade. Lépido eMarco Antônio terminaram por aceitar dividir o poder, começando, assim, o SegundoTriunvirato. Os três Governantes firmaram um acordo de ficar no poder por cinco anos, compoderes ilimitados, para reorganizar o Império Romano.

Com o Segundo Triunvirato, Antônio foi para os domínios de Roma no Oriente, etravou conhecimento com Cleópatra, que viria a ser a posterior causa de sua ruína e morte.Otávio ficou em Roma desapropriando terras para efetuar os pagamentos dos soldados,enquanto Marco Antônio doava províncias romanas para os herdeiros de Cleópatra, filhosdos dois, mas que, para Roma, não passavam de estrangeiros. Otávio, aproveitando-sedisto, apresentou Marco Antônio como um traidor de Roma, e, em 34 a.C., com a ajuda de

tropas fiéis a Roma e ao Senado, Otávio derrotou Antônio, Cleópatra suicidou-se, ficandoassim o caminho livre para Otávio ser o primeiro Imperador de Roma.

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Coliseu de Roma (70-82 d.C.)

Faça uma reflexão sobre o Imperialismo Romano eo Imperialismo moderno, enumere algumas estratégiasde dominação, tente construir o seu conceito de Impérioe Imperialismo. Assim, poderá compreender melhor apolítica romana.

Para refletir...

Otávio instaurou, sem mais oposições, um principado, recebendo o título de Augusto. Implantou algumas mudanças na organização do Estado, sendo algumas: liberouos camponeses de servir ao exército, profissionalizando-o totalmente; nomeou funcionáriospara fiscalizar os coletores de impostos para evitar corrupção e desvios e realizou várias

obras de urbanização. Sua habilidade administrativa e o controle queconseguiu sobre o Senado e as demais classes desta sociedade,

abriu um período próspero na história romana, conhecido comoPax Romana.

 Após Augusto, os Imperadores que se sucederam nãoforam tão eficientes na administração de Roma. Seusgovernos tiveram um caráter mais personalista e corrupto,na dinastia Antonina aconteceu um período de governodespótico – autoritário. Em 212, a cidadania romana foiestendida a todos os homens livres, ao mesmo tempo em

que o controle sobre as colônias se estabilizou, os seus recursos foram seesgotando, Roma exauriu um a um dos territórios dominados.

Nos séculos III e IV da era Cristã, os escravos foram se tornando um peso para seussenhores e se instalou novamente em Roma um clima de instabilidade política e social. Nocomeço do século III, os imperadores começaram a se investir de caráter divino, para comisso obter o controle mais eficiente das massas revoltosas.

Devido a grande dificuldade de controlar um território tão grande, passou a haver uma Diarquia – governo de dois reis -, que logo se mostrou ineficaz, passando-se a umatetrarquia – governo de quatro reis. Com a admissão de estrangeiros no exército, os altospostos de comando militar ficaram com os homens da cavalaria, perdendo a classesenatorial mais essa área de influência.

Foi com a ascensão ao poder de Constantino que o último fator de desagregaçãodo Estado romano adquiriu visibilidade: o cristianismo. Embora a intenção de Constantinofosse angariar a simpatia de seus soldados – nesse momento, cristãos em sua maioria –foi através desta religião nova e monoteísta que a estrutura do Império terminou de falir.

Com o cristianismo sendo a religião oficial do Império, no governo de Teodósio I, em395, as diferenças entre o Império Romano do Ocidente e o do Oriente se acentuaram demaneira irreversível. Roma já não podia ser administrada eficazmente, haviam dois estadosopostos dentro de um. Com a morte de Teodósio Roma foi dividida entre Oriente, sob ocomando de Arcádio, e Ocidente governado por Honório, ambos filhos do Imperador falecido.

Todas estas contradições aliadas as invasões constantes de povos bárbaros, alémda falência do modo de produção escravista, em meados do século V, pôs fim ao gigantescoImpério Romano.

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História Antiga

[[[[[ ]]]]] Agora é hora de

TRABALHAR

#

1 1 1 1 1 .....Enumere as principais diferenças entre os regimes monárquico, democrático

e imperialista.

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 2. 2. 2. 2. 2.Discuta a importância em se atribuir o caráter divino ao Faraó para a

manutenção do poder político no Egito.

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3.3.3.3.3.Quais foram as causas da decadência da República Romana?

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4.4.4.4.4.Compare as pirâmides sociais e enumere as classes que se mantém no poder.

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SOCIEDADE: O NASCIMENTO DOS ESTADOS

NAANTIGUIDADE

Neste segundo momento do curso abordaremos os tipos de estruturas que ordenarama organização das sociedades na Antiguidade. Para cumprir com este objetivo foi escolhidotratar o tema em dois grandes blocos. Trataremos das sociedades clãnicas e das sociedadesorganizadas por castas. Das sociedades clãnicas observaremos os hebreus; dassociedades de castas observaremos as que se orientam por nascimento e por mérito.

Essa forma de apresentar o tema foi escolhida por ser a mais simples e, dado otempo curto da disciplina, o mais prático. Pretende-se dar um panorama geral do queacontecia na Antiguidade, sem pretender esgotar o tema, procurando explicar de maneira

clara e simplificada esse momento complexo da História.

O conceito de clã é o seguinte: estágio ‘primitivo’, no sentido de primeiro, dassociedades, que está entre a família, estrutura simples e de poucos membros; e a tribo,estrutura mais complexa. Os componentes do clã estão ligados pela consangüinidade epelo culto de um mesmo totem ou de um mesmo ancestral comum. Estavam submetidos àautoridade de um chefe, que seria o homem mais velho ou o guerreiro mais valoroso.

Observamos no módulo anterior da disciplina que os clãs foram a primeira modalidade

de organização política no Egito Antigo. Das pequenas unidades familiares, os egípciospassaram a uma sociedade de classes bem definidas em suas funções e grau de influênciano Estado.

Devido ao número restrito de indivíduos e a necessidade de explorar os recursosque a natureza oferece é que o clã encontra o motivo para surgir e crescer. Vimos que amotivação dos egípcios foi a necessidade de controlar e otimizar a produção de alimentosnuma região de deserto, como era a região ao redor do rio Nilo.

Depois de certo tempo a sociedade egípcia passou a se organizar de maneira maiscomplexa e mais coesa. O número de habitantes cresceu e uma sociedade baseada noparentesco já não cabia. É algo como um quarteirão povoado pelos membros de uma mesmafamília que, aos poucos, fosse se tornando uma cidade, um estado. Terminada a fase de

organização clãnica do Egito Antigo, deparamo-nos com uma sociedade em que os papéissão muito bem definidos e cuja ascensão dos seus membros, social e economicamente, setorna quase impossível. Neste momento temos uma sociedade de castas.

Nas sociedades já apresentadas pela disciplina, existe uma diferenciação entre osindivíduos, mas nada tão rígido a ponto de impedi-los de uma relativa ascensão social.Mesmo que esta ascensão não significasse direitos políticos.

Vamos fazer uma ligeira apresentação e análise dos Hebreus e com eles explicar como sobreviviam as sociedades ligadas pelo parentesco.

Os Clãs e a Ordenação Primeira das Sociedades

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História Antiga

O Exemplo dos Hebreus

Hebreu é um nome gentílico que significa aqueles que vieram ‘do outrolado’ uma referência talvez ao rio Eufrates, ou talvez, seja derivado do nomede um ancestral comum ‘Ebher’, disso talvez nunca se tenha certeza.

O mito da origem de um dado povo, a partir de um ancestral comum, é

bastante recorrente entre sociedades nômades e pastoris como os antigosHebreus. Os povos precisam de um elo, um fato que torne especial seu

aparecimento, sendo que este acontecimento nem sempre é a expressão pura da verdade.Segundo o Gênese, o Patriarca do povo Hebreu é Abraão. Nascido em Ur, cidade

da Mesopotâmia. Diz o livro sagrado que Abraão recebeu uma ordem do Senhor paraabandonar o seu povo e se estabelecer na terra de Canaã. A Bíblia, para este curso, serátratada como documento histórico, e não como livro de fé; por isso analisaremos partes doseu texto como um registro mítico-histórico das origens dos povos Hebreu e Cristão.

 Antes de se separar de seu povo, Abraão pertencia a uma comunidade politeísta,isto é, que adorava mais de um deus. Para o novo Patriarca foi revelada uma nova religião

que adorava um só Deus, o Yahweh, Senhor dos Exércitos.O que se especula que aconteceu foi o seguinte; Abraão necessitava de seu próprioclã, e o inaugurou sob a proteção desta nova Divindade, um só deus seria o motivador idealde uma nação unificada e forte. O politeísmo sob esse aspecto enfraqueceria seu grupoque necessitava de coesão para sobreviver. Não temos a data exata da separação de Abraão de seu clã e a formação do seu próprio grupo, mas, calcula-se que entre 1550 e2000 a.C.

Os hebreus que foram para Canaã eram um pequeno grupo de nômades, pastores,que se diferenciavam dos outros grupos apenas pelo culto de um único deus, sem estruturassacerdotais, nem templos. Ao Patriarca Abraão sucedeu, na condução do povo, seu filhoIsaac, e depois Jacó, designado depois como Israel.

Em dado momento, os hebreus terminaram, impulsionados por um período de fome,chegando ao Egito, onde permaneceram até por volta de 1350 a.C., quando liderados por Moisés deixaram a situação de escravidão em que se encontravam. Essa fuga em detalhesé narrada no livro bíblico do Êxodo, foi com Moisés que os Hebreus tomaram suascaracterísticas principais, estabeleceram sua lei. Ele se destacou como líder religioso,deixando ao seu povo a lei, a Torá, que deveria guiar seus destinos.

O patriarca Moisés faleceu antes de seu povo reconquistar a Palestina. A conquistaacabou ocorrendo ao fim de longos anos e os Hebreus acabaram miscigenados com oscananeus.

 A organização do povo Hebreu começou centralizada na figura do Patriarca. Esse

deveria ser um homem velho e bem conceituado entre os outros, que observasse ocumprimento da lei. O ‘cargo’ de Patriarca passava de pai para filho.

O homem poderia ter mais de uma esposa, pois isto possibilitava importantes aliadosentre os parentes desta. Na era dos Patriarcas, os Hebreus ainda eram nômades, viviamdeslocando-se a procura de um bom sítio para se instalar, sua atividade principal era acriação de animais e o comércio, pois estavam economicamente dependentes de algo quepudessem deslocar sem problemas pela região de deserto em que viviam.

O clã era para aqueles pastores o modo mais lógico de conseguir coesão e controlede seu povo. Os pequenos grupos dividiam os animais e a água que conseguiam e, nascidades em que passavam, comercializavam seus produtos.

Tendo conquistado a terra, os hebreus se instalaram, dividindo seu território em 12tribos, unidas pela mesma crença e organização social. Cada tribo tinha o seu Patriarca,mas todas seguiam a lei de Moisés. Nesse momento, os hebreus deixaram de ser nômades

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e se estabeleceram num território onde se tornaram sedentários. O Patriarca foi substituídopela figura do Juiz. De tempos em tempos, figuras de prestígio na comunidade aconselhavame dirigiam os hebreus, já não era algo hereditário, mas ditadopela capacidade dos escolhidos para essa função.

Mais tarde, influenciados pelos povos que os cercavamresolveram adotar a monarquia. Sendo eleito para primeiro rei

Saul, que foi sucedido por Davi, vencedor sobre os filisteus eque transferiu a capital da Palestina para Jerusalém. Sucedeu-lhe Salomão, famoso por sua sabedoria, estabeleceu relaçõesvantajosas de comércio com os fenícios e outras naçõesestrangeiras. Com a morte de Salomão, quebrou-se a unidadedo reino e surgiram dois pretendentes ao trono, o rei de Israel,chamado Jeroboão; e o outro, o rei de Judá, chamado Roboão.

Castas, o resultado de uma sociedade de estamentos

Casta é uma distinção que se faz entre os membros de uma dada sociedade emque não há possibilidade de mobilidade social. Isso quer dizer que, mesmo que o membrode uma casta inferior enriqueça ou se instrua, nunca chegará a ter os mesmos direitos doshomens da casta que lhe é superior. Na prática, este tipo de organização só foi possível naÍndia, fundamentado pela religião Hindu.

 A composição das castas pode ser definida por nascimento ou merecimento.Geralmente, as sociedades guerreiras é que instituem as castas por merecimento, colocando

os guerreiros mais valorosos nas categorias mais altas da sociedade. Nas castas por nascimento, os indivíduos permanecem exercendo os papéis sociais das classes em quenasceram; os soldados perpetuam seus descendentes na vida militar, os artesãos continuamartesãos, pobres se mantém pobres e ricos acumulam mais riquezas. Geralmente estasituação é justificada pela religião, o discurso religioso serve para manter a sociedade sobcontrole, bem como a aceitação dos homens dos papéis que lhes foram dados pelas elitespolíticas e econômicas.

Por vezes, a sociedade começa com o clã e termina, depois de desenvolvida, comosociedade de castas. Podemos considerar o Egito uma sociedade de castas, visto queseus componentes, na maior parte de sua história, ficaram restritos às classes em quenasceram. Um escravo permanecia escravo, mesmo que acumulasse algum patrimônio; a

profissão de escriba era passada de pai para filho, e a nobreza e os reis saíam sempre dasmesmas famílias.

Representação da figura de Moisés pelas mãos do

artista Gustave Doré (1832-1883)

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História Antiga RELIGIÃO E ECONOMIA

 As religiões da Antiguidade têm uma profunda ligação com toda a organizaçãode suas sociedades. Elas possuem um importante papel de coesão social, mantendo oshomens unidos em prol de um objetivo. Com tanta diversidade dentro de um campogeográfico, às vezes bastante restrito, os estados podiam sobreviver mais facilmente caso

fossem eficientes na propagação de seus usos simbólicos, de seus deuses e cultos.Podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que a religião era a base onde as sociedadesestudadas até o momento se construíram.

Vamos estudar as religiões separando-as em dois blocos: politeísmo, que é oculto a diversos deuses; e o monoteísmo, o culto a apenas um deus. Observaremos que areligião ordenava a vida cotidiana com uma força implacável e que sua presença era sentidadas atividades mais corriqueiras até as decisões políticas mais importantes.

Comecemos pelo politeísmo, que foi a matriz da sociedade do Egito Antigo.Observamos, no módulo de Política, como a sociedade egípcia iniciou sua organização.Primeiro as gens, depois os nomos, que eram as menores unidades administrativas do que

viria a ser um grande Império situado às margens do Nilo.

 A religião era politeísta, antropozoomórfica e dualista. Politeísta, pois cultuavamais de uma divindade. Antropozoomórfica porque seus deuses eram uma mistura entre ohumano e o animal; deuses gatos, deuses chacais, e mesmo deuses ligados a elementosda natureza, sendo que o principal era o deus sol – Rá, Ptá ou Amon-Rá. O dualismo vinhado fato de que os deuses eram exclusivamente bons ou maus, não eram como os deusesgreco-romanos que possuíam uma complexidade humana, sendo ora bons e compassivos,ora maus e vingativos.

O Faraó era representante vivo do deus sol, era a imagem na terra de Amon Rá.Esse deus era o deus da justiça e da verdade, o protetor do Universo, ele não era um deuspara os homens, mas um deus que protegia a coletividade, garantia a vida do Estadoegípcio.

De início, cada gen possuía suas próprias divindades, cultuando aqueles deusesdos quais consideravam ser descendentes ou daqueles animais que consideravamsagrados. Com a unificação do Egito, os deuses locais foram reunidos e cultuados em todoo Império, sendo que cada nomo preservou como deus principal aquele de suas origens.

Representavam esses deuses ora sob forma humana (antropomorfismo); ora sob forma deanimais (zoomorfismo); ou sob forma híbrida, misturando os dois elementos, homem – animal

RELIGIÕES NA ANTIGUIDADE: O UNIVERSO SIMBÓLICO EA DIVERSIDADE DE CULTURAS

Politeísmo: O Egito, seus deuses e seus mortos

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Representação das

divindades egípcias

(antropozoomorfismo). O animal mais venerado era o boi Ápis que encarnava Osíris e Ptáao mesmo tempo.

Entre o conjunto de divindades destacavam-se Osíris – deus da terra e dafertilidade – sua esposa Ísis, responsáveis pela criação do mundo civilizado. Set – irmão deOsíris – e sua mulher, Néftis, eram os deuses do mal eda morte. Embora subordinado ao deus sol, Osíris

era a divindade mais popular do Egito, pois,simbolizava a vida, a ressurreição, o Nilo.

 A lenda que caracteriza Osíriscomo deus da ressurreição é a seguinte:Osíris foi assassinado pelo seu irmãoSet, que esquartejou seu corpo,espalhando seus pedaços pelo Universo.Ísis, esposa do morto, ajudada por seufilho Hórus, reuniu os pedaços de seuesposo e, com mágica, consegue ressuscitá-

lo. Esta lenda seria um mito da natureza,simbolizando o regime de águas do rio Nilo, que comseus períodos de cheia fertilizava a terra e tornava possível avida no Egito. Sua morte e ressurreição eram a regressão das águas e sua posterior cheia.Este mito também simbolizava a possibilidade do homem de renascer para uma nova vidano além.

 A crença de uma vida após a morte deu origem a um complexo culto aos mortos.Para os egípcios, o homem se formava de três elementos: o corpo, o duplo e a alma. Acreditavam que as almas apareciam perante Osíris para serem julgadas, haviam assimrecompensas e punições.

O túmulo era a casa do duplo, colocavam nesta morada tudo que o duplo fossenecessitar: alimentos, roupas, a representação de suas atividades cotidianas. No Livro dosMortos estava registrada a vida do defunto e os ensinamentos de sua religião.

De uma sociedade desigual, onde os homens não tinham os mesmos direitos,resultava uma morte desigual. O destino do Faraó era eterno, a morte não alterava suaexistência, em vida era um deus na terra; e morto dividia a eternidade com outros deuses.Os nobres depois de mortos se convertiam em entes gloriosos, eles possuíam um Ka queera uma força que os conduzia em vida e os acompanhava na morte. Para o homem comumrestava o julgamento de Osíris.

O Livro dos Mortos descreve a vida da alma julgada, importam para Osíris suasações. Para o Deus não existe mentira, não há como esconder os erros. No dia do julgamento

serão pesados os atos e os pensamentos do falecido. A crença na vida após a morte e na imortalidade da alma através da manutenção

do corpo terminaram por incentivar o desenvolvimento de uma sofisticada técnica demumificação, que mantém os corpos preservados por milhares de anos, além da construçãode ricos e majestosos túmulos.

 As Grandes Obras arquitetônicas: Pirâmides, Mastabas e Hipogeus

 A arquitetura egípcia era quase toda voltada para a glorificação da religião e dos

mortos. Ela se destaca principalmente com os túmulos reais que tem proporçõesmonumentais. Existem três tipos de construções mortuárias: as mastabas, as pirâmides eos hipogeus.

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História Antiga

 As Pirâmides Quefrén e

Miquerinos

Hipogeu

Mastaba

 A mastaba era o túmulo destinado a reis e nobres. Possui umaestrutura retangular, formada de tijolos, de paredes inclinadas. As mastabasforam crescendo com o passar do tempo e terminaram por evoluir para aspirâmides.

 As Pirâmides foram construídas a partir do Antigo Império. A maior delas é a de Queóps, que junto com as de Quéfren e Miquerinos

são as mais famosas.

Os Hipogeus apareceram bem posteriormente, no período tebano. Eram túmulossubterrâneos, cavados nas montanhas, formados por uma série de câmaras onde sedepositavam os esquifes.

 A fracassada tentativa de Monoteísmo

No Novo Império ocorreu uma disputa acirrada entre o Faraó Amenófis IV (1372-1345 a.C.) e os sacerdotes. Para controlar o poder dossacerdotes de Amon que estavam ficando fora do seu controle, Amenófis IVprocurou eliminar o politeísmo e fundar uma religião monoteísta, cujo deusprincipal seria Aton, o deus sol, encarnado no faraó. Esta reforma apenasdurou o tempo de vida do faraó, sendo restaurado o politeísmo após sua morte.

 A religião orientava toda a movimentação do Estado egípcio. O cultoaos deuses determinava a divisão da sociedade, dava sustentação ao poder centralizado do faraó e mantinha toda a população ocupada na construção de

monumentos, naqueles períodos em que se podia desviar da produção dealimentos. Ela utilizava o sol e os animais, além da figura humana para compor seus mitos que tinham uma beleza poética como nunca foi encontrada emoutra civilização da Antiguidade. Essa sociedade de aproximadamente 4000anos deixou através da força de sua fé monumentos grandiosos e legados quea humanidade ainda cultua e admira.

Por que os homens da Antiguidade necessitavamdestes deuses? É possível compreender por que elesdependiam tanto das divindades?

Para refletir...

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Xenófanes, do século VI a.C, afirmou que tenha ou não a divindade criado ohomem a sua imagem e semelhança, os homens assim a representaram. Nos temposhoméricos, a religião tinha a função de propiciar para os gregos:

simpatia e proteção dos deuses, explicação dos fenômenos danatureza, justificação dos erros e acertos humanos, obtenção defavores materiais, sorte na guerra, etc.

Esta religião não apresentava mandamentos éticos oucomplicados rituais, não havia a noção de pecado, o culto não erapara expiar culpas, mas sim para haver uma comunicação com osdeuses e conseguir os favores destes.

 A religião greco-romana era politeísta e antropomórfica,os deuses estavam sujeitos às paixões e erros característicos dosseres humanos.

Os deuses eram fortes, inteligentes, nem sempre belos,imortais, alguns jovens outros mais velhos, todos, porém, vigorosose decididos. Moravam no Monte Olimpo, tinham necessidade desono, alimento e amor como os seres humanos. Eles eramonipotentes, podiam realizar qualquer de seus desejos, mas nãoestavam livres dos desígnios do destino, amavam, odiavam e lutavam entre si pelo destinodos homens, ajudavam os seus guerreiros prediletos e dificultavam a vida de seusdesafetos terrenos.

Os romanos, após a conquista da Grécia,assimilaram as letras e artes dos gregos, daí seus

deuses serem equivalentes, mudando apenas osnomes da grafia grega para a latina.

 A Mitologia Greco-Romana: os Deuses e os Homens emcomunhão

Deusa Atena

Haviam além dos deuses principais e maispoderosos, divindades secundárias. Elas eramresponsáveis por alguns fenômenos naturais ouorientavam algumas atividades humanas.

Os deuses, muito humanos neste aspecto,tinham filhos com mulheres ou homens mortais, e destaspaixões nasciam os heróis ou semideuses.

Geralmente, os nobres e as casas reais eramconsideradas descendentes diretas destessemideuses. Algumas destas personagens podemter surgido a partir de figuras reais, transformadas pelaimaginação popular em mito. Nesse conjunto temosHercules; os próprios fundadores lendários de Roma, Rômulo e Remo; Aquiles; Ájax etambém figuras femininas, cujos feitos estão ligados a sua fidelidade aos esposos ou areligião: Penélope; Helena de Tróia; Cassandra. Todos muito interessantes de seremestudados, pois falam com muita beleza da natureza humana, do que existe de belo ehorrendo nas ações motivadas pela paixão. Talvez, por sua grande profundidade, esses

mitos se tornaram a base da psicologia freudiana.O politeísmo antropomórfico atendeu muito bem às sociedades grega e romana.Cada cidade preservou sua divindade favorita como sua protetora e representante no

Representação

de Teseu

derrotando o

Minotauro

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História Antiga

O Monoteísmo: o nascimento do pecado na Antiguidade

 A Palestina, morada do povo hebreu, era uma estreita faixa de terra às margens dorio Jordão, localizada a sudoeste do atual Líbano. A principal fonte documental para estudar a história dos hebreus é a Bíblia, porém, como já foi dito, ela não deve ser consideradarelato fiel dos acontecimentos. Este livro reflete a concepção mitológica destes homens, opensamento de seu povo e permite acompanhar a evolução dos mitos e a concepção demundo do povo hebreu.

Os hebreus são da grande família dos semitas, que povoaram o Oriente Próximo.

Seu Patriarca, o homem que lhe deu origem, foi Abraão. A religião judaica é monoteísta, revelada e possui uma casta de sacerdotes e templos.

No começo, os hebreus eram nômades, dedicavam-se ao pastoreio e ao comércio; foi coma fixação das doze tribos em Canaã que eles puderam se tornar sedentários e forammodificados alguns aspectos da religião.

Foi com o Cisma do povo hebreu que surgiu o judaísmo. Após a morte do rei Salomãoa nação hebréia dividiu-se: as dez tribos do norte, da região da Galiléia, tornaram-se oreino de Israel, com capital em Samaria; as duas tribos do sul formaram o reino de Judá,cuja capital era Jerusalém.

O reino de Israel foi abandonando o monoteísmo e retornando aos velhos cultos

idólatras. Por volta de 721 a.C., o rei dos assírios, Sargão II, conquistou as dez tribos eescravizou esta população, que ficou perdida. O reino de Judá também foi atacado pelosassírios e, em 701 a.C., Senaqueribe aceitou receber pesados tributos enviados pelo rei

Panteão de Deuses. Talvez pelas divindades se apresentarem tão humanastenha sido natural o surgimento de uma filosofia tão humanista na Grécia Antiga;não havia necessidade de defender a fé da razão, as duas podiam coexistir nesta sociedade.

EquivalenteRomano

Júpiter Juno

MinervaDianaVênusCeresFebo

MercúrioMarte

VulcanoNetunoVesta

Elemento a que é ligado

 Ar Céu

RelâmpagoLua

 Amor TerraSol

Chuva e ventoTempestade

FogoMar Lar 

Sua atribuição

Rei dos deuses, onipotenteFamília e do casamento, esposa de Zeus

Deusa da SabedoriaDeusa da CaçaDeusa do amor 

Deusa da AgriculturaDeus das artes e letrasMensageiro dos deuses

Deus da GuerraDeus da metalurgia

Deus das águas marinhasProtetora do fogo sagrado

DeusGrego

ZeusHera

 Atena Ártemis Afrodi te

Deméter  ApoloHermes Ares

HefestoPosseidon

Héstia

Quadro de Divindades Greco-Romanas

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Ezequias, sendo Jerusalém poupada da destruição. Mas, em 587 a.C., o caldeuNabucodonosor arrasou Jerusalém, destruiu o templo e levou milhares de judeus para aescravidão na Babilônia.

Esse novo período de cativeiro durou até 539 a.C. quando a Babilônia foi conquistadapor Ciro, rei persa, que autorizou todos os cativos a retornarem para suas terras de origem.Retornando a Jerusalém, parte dos judeus reconstruiu a cidade e o templo. Em 333 a.C.,

 Alexandre conquistou a Judéia sem destruir Jerusalém, foi mais um século e meio sob odomínio grego. Em 67 a.C., Jerusalém foi subjugada por Pompeu e a Judéia se tornouvassala de Roma.

 A religião judaica precisava ser forte, unificadora, precisava de uma divindade quefosse guerreira e onipotente. Yahweh era tudo isso. Um Deus dos Exércitos, que guiaria oseu povo, o povo escolhido, para a Terra Prometida. Era um Deus masculino, próprio deuma sociedade patriarcal, que no começo necessitava de ofertas e sacrifícios de animaispara confirmar a aliança com seu povo, o que evoluiu para o sacrifício e a oferenda simbólicaem momento posterior, quando seu Templo já estava erguido, sua aliança confirmada e aidentidade de seu povo firme. Era Yahweh através de seus patriarcas e profetas que revelava

sua vontade, estabelecia os reis e ordenava a vida dos hebreus.Nesses primeiros passos o povo hebreu teria que ser comandado por algo maisforte simbolicamente que a vontade dos homens. Para ser um estado poderoso, deveria ter um bom motivo para existir, e esse motivo era ser o povo escolhido de uma divindade maisforte que as outras, um deus sem paralelo, como um pai por vezes benevolente com seusfilhos, por vezes ciumento e vingativo.

De um pequeno clã, governado por Abraão, de pastores errantes, eles passariam aestado apenas se preservassem suas instituições e cultura. A lei que os regesse deveriaser mais que um postulado dos homens, mas a própria expressão da vontade de Deus.

Observemos o Decálogo e veremos que a união do povo Hebreu seria a principalmotivadora destas leis, a preservação das famílias, a união dos clãs.

Esta é a maneira como aparecem os Dez Mandamentos para o povo Judeu, depoisum pouco modificado pelos cristãos. O essencial é que são condenados crimes contra asupremacia da divindade, contra a família e a propriedade, todos os três elementosfundamentais para a vitória desta sociedade, num período em que os muitos usos culturaisdas outras populações eram ameaça constante à identidade judaica.

1. Eu sou o Senhor, teu Deus único2. Não terás outros deuses nem ídolos3. Não tomarás o nome do Senhor teu Deus

em vão4. Guardarás o sábado5. Honrarás pai e mãe6. Não matarás7. Não cometerás adultério8. Não furtarás9. Não dirás falso testemunho10. Não cobiçarás coisa alguma do teu próximo

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História Antiga

Enquanto Roma atingia o seu apogeu, na Palestina nasce uma nova religião, dematriz judaica, mas, com suas peculiaridades, acabou se impondo a todo o mundo romano:o Cristianismo.

Jesus de Nazaré, o Cristo – o ungido -, da casa de Davi e Abraão, pregou aos hebreusna época do Imperador Tibério. Nascido em Belém, Judéia, durante o reinado de Herodes,

filho de Maria e do carpinteiro José. Começou sua vida de pregador de uma nova fé efilosofia aos 30 anos, aos 33 foi crucificado como agitador e ameaça à poderosa castasacerdotal judaica.

 Após sua morte, os apóstolos continuaram a pregação da sua doutrina entre judeuse não-judeus. O cristianismo difundiu-se como religião das camadas populares graças aPaulo, cuja pregação atingiu a Síria, Ásia Menor, Grécia e Macedônia.

Em Roma havia uma estratégia de tolerância para com a religião dos povosdominados, para que a submissão não fosse tão contestada. Mantendo as instituiçõesculturais era mais fácil suportar a dominação. No caso do Cristianismo, que era uma religiãomonoteísta, muito jovem, tentando firmar suas bases, uma religião revelada pelo próprio

filho de Deus, nunca aceitaria misturar seus dogmas com a adoração de outros deuses ecom a pessoa do Imperador Romano. Assim como o judaísmo considerava os não-judeuscomo gentios, sendo que os cristãos desejavam a conversão destes gentios, e os judeuscom a idéia de que eram o povo escolhido, desejavam se manter coesos sem misturascom estranhos a sua fé. Os cristãos negando-se a cultuar os deuses pagãos e o imperador foram considerados “inimigos do gênero humano”.

Os romanos perseguiram os cristãos longa e duramente. Sendo a primeira com Nero,no ano de 64, e o apoio da elite sacerdotal judaica, até a de Deocleciano, no ano de 303.Os cristãos eram martirizados, atirados às feras nos espetáculos das arenas, tudo issoinutilmente, pois a religião continuou a crescer e a se fortalecer; até ter o direito à liberdade

de culto, em 313, pelo Edito de Milão, do Imperador Constantino, e, posteriormente, em380, através do Edito de Tessalônica, ser proclamada, pelo Imperador Teodósio I, religiãooficial do Estado romano. Sendo que, em 391, pelo mesmo Teodósio, foram colocados forada lei todos os cultos pagãos.

O cristianismo é uma religião revelada. O seu profeta se intitulou filho de Deus,concebido pela própria divindade. Seu desejo era espalhar a sua palavra por todo o mundo.Suas bases são quase todas do judaísmo, porém, algumas práticas foram modificadas,por exemplo; a aliança com o pai seria feita não através da circuncisão, mas sim, pelobatismo; o cristianismo era de conversão, aceitando novos membros de todas as classes epovos, já o judaísmo considerava-se o povo escolhido e, sendo assim, separado das outrasculturas. Os mandamentos também foram um pouco modificados:

 Veja se consegue perceber as diferenças da fépoliteísta em relação à monoteísta. Quais as

características de culto nas duas religiões?

Para refletir...

 A Nova Face do Judaísmo: o Cristianismo

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No começo do Cristianismo não havia uma estrutura para a propagação da nova fé.Os apóstolos contemporâneos do Cristo e os posteriores espalhavam a palavra apenas doque se recordavam ou suas interpretações dos ensinamentos. Os evangelhos foram surgindoaos poucos, sem método.

Evangelho significa a ‘boa nova’, uma expressão utilizada pelos cristãos antigos paradeixar claro que esta religião era diferente de todas as outras da Antiguidade, baseada emprincípios de paz e solidariedade até então inéditos a essas populações, já não era umDeus dos Exércitos, mas o Pai que perdoava os pecados e preferia ter perto de si seu filhoperdido.

 A Igreja Cristã guiou-se, nos primeiros tempos, apenas pela tradição oral. Os primeirosescritos que passaram a ser orientadores dos fiéis não foram os evangelhos, mas asepístolas de Paulo. Somente uma geração após a morte do Nazareno é que os evangelistascomeçaram a reduzir a escritos as memórias do Salvador e suas Doutrinas para o mundo.

Do ponto de vista político, por que os cristãos eramuma ameaça ao judaísmo? Consegue encontrar umamotivação para a rivalidade entre a fé judaica e a cristã?

Para refletir...

1. Amar a Deus sobre todas as coisas2. Não tomar seu Santo Nome em vão3. Guardar Domingos e Festas4. Honrar Pai e Mãe5. Não matar

6. Não pecar contra a castidade7. Não furtar8. Não levantar falso testemunho9. Não desejar a mulher do próximo10. Não cobiçar as coisas alheias

1 1 1 1 1 .....Caracterize a religião do Egito Antigo, diferenciando-a da religião grega.

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[[[[[ ]]]]] Agora é hora de

TRABALHAR

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História Antiga

Neste módulo da disciplina trataremos da Economia na Antiguidade. Destacandoquatro grandes formas de exploração econômica: o Modo de Produção Asiático; oEscravismo; o Tributarismo e o Comércio Mediterrâneo. Estes quatro blocos serãoapresentados nas sociedades egípcia, grega, romana, na dos persas, e fenícios. Ficaremosatentos que a economia em nenhum momento pode ser separada da religião e da política. A separação da disciplina nestes blocos temáticos teve o objetivo de tornar mais fácil o

entendimento destas sociedades, mas a experiência humana não pode ser separada embloco, os setores se misturam, as vivências se cruzam, o que pode parecer apenas economiatem grande relação com a religião, ou a religião tendo função política.

 A economia egípcia estava baseada nos seus primórdios na agricultura e na pecuária.Nas pequenas comunidades familiares havia a exploração em grupo dos recursos, com adivisão igualitária dos resultados. Essas populações cresceram e a produção de alimentosteve que ser modificada para atender esse grande número de indivíduos.

Das gens passamos aos nomos, e destes a um Estado forte e centralizado. Tanto aestrutura do Estado quanto a localização do Egito determinaram a forma como se organizariaa exploração dos recursos naturais e o repasse destes para o governo.

 A agricultura era executada pela população camponesa, esmagadora maioria dopovo egípcio. Estes pagavam impostos ao Estado, em forma de produtos e trabalhosforçados nas obras de irrigação, na construção de templos e de pirâmides. O excedente docultivo era destinado aos celeiros reais, sendo uma parte armazenada para os períodos defome e a outra parte distribuída pelo resto do reino.

Os produtos mais cultivados eram o trigo, para o pão, e a cevada; o linho, para ovestuário. A semeadura era feita ainda com o solo úmido das cheias do Nilo. O ano dosegípcios era dividido pelo calendário do rio: entre julho e outubro, a inundação; de novembro

a fevereiro, o recuo das águas e o aparecimento da terra cultivável. Entre a plantação destesprodutos principais – trigo e cevada- os camponeses, devido a alta fertilidade do solo,podiam dedicar-se à cultura de verduras, legumes, uva para o vinho e outras frutas.

ECONOMIA NAANTIGUIDADE

O Egito e a Teoria do Modo de Produção Asiático

 2. 2. 2. 2. 2.Quais as matrizes comuns aos judeus e cristãos? E quais os

pontos de conflito entre elas?

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Os animais domesticados pelos egípcios eram: os bois, asnos, carneiros, cabras,porcos e algumas aves, com a invasão dos hicsos foram introduzidos os cavalos. Os boiseram utilizados como animais de tração, para puxar os carros de semeadura e carroças,seu leite era bem consumido, mas a carne era produto de luxo, pouco disponível para osmais pobres. A pesca era bem praticada pelos egípcios, o peixe era um produto de amploconsumo, sendo o seco mais comum devido ao clima seco e a dificuldade de

armazenamento. O extrativismo, retirar diretamente da natureza a matéria prima para aelaboração de produtos, ocorria na retirada de barro das margens do Nilo, usado naconfecção de tijolos para a construção; a extração de papiro que seria elemento nafabricação de material para a escrita; assim como a retirada de juncos e outros materiaispara a fabricação de cestos e móveis de baixo custo. O artesanato também estava presente,havendo artesãos fabricantes de produtos mais humildes e, profissionais de alto luxo queenfeitaram as tumbas e palácios que provocam a admiração do homem moderno. Osegípcios conheciam a metalurgia e importavam produtos de outras nações.

Para efetuar o controle destas atividades e manter o abastecimento da sociedade, oEstado necessitava de uma excelente estrutura de fiscalização dos trabalhadores e de

cobrança de impostos. Assim, o Egito possuía um enorme aparato burocrático que mantinhaa população sob seus olhos.Os nomarcas, governantes dos nomos, eram nomeados pelo Faraó, atuavam como

funcionários reais, com a obrigação de coletar os impostos, cuidar das grandes obras deirrigação, garantir os períodos de trabalhos forçados – a corvéia -, que os camponesesdeveriam dar, e aplicar a justiça do Faraó. Haviam os Escribas, que eram responsáveis por fazer o registro dos trabalhadores, dos impostos recolhidos e das obras em curso. Temostambém os nobres, os militares, artesãos, os pequenos coletores de impostos.

Com o conteúdo até o momento exposto, pudemos observar que a sociedade egípciaestava em quase sua totalidade voltada para a manutenção do Nilo. É nisto que consiste aTeoria do Modo de Produção Asiático, na existência de uma sociedade voltada para aagricultura irrigada e que toda a força de trabalho é deslocada, em períodos bemdeterminados, para a produção de alimentos, controlado com mãos de ferro pelo Estado.

Por que a teoria do Modo de Produção Asiático nãoconsegue explicar todo o sistema econômico do Egito?

 Você considera possível uma teoria explicar todo ofuncionamento de uma sociedade?

Para refletir...

Escravidão é uma instituição social e econômica que consiste em ser o trabalhador uma propriedade do senhor, como se fosse animal ou um objeto. Essa mentalidadepredominou em muitas sociedades. Na Antiguidade, os exércitos vencedores levavam osprisioneiros de guerra, homens e mulheres, como escravos. Acontecia também aescravização do indivíduo que não podia pagar as dívidas, ficando como escravo do seucredor ou tendo um dos familiares vendido para saldar a dívida.

Uma sociedade escravista é toda baseada na noção de desigualdade entre oshomens. Apesar de parecer muito confuso, Atenas e sua Democracia estavam abertasapenas para aqueles considerados iguais, e estes eram apenas os atenienses. Na verdade,

Escravismo: o Sustentáculo da Democracia Ateniense

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História Antiga

Tente perceber as diferenças entre a escravidãogrega e a escravidão moderna. A idéia do que é umescravo mudou?

Para refletir...

Tributo é um imposto pago por indivíduos ou Estados a alguma instância do poder público. No caso da Roma Antiga, este imposto surge como uma contribuição em moedaou produto dado em sinal de submissão de um Estado a outro.

Roma é considerado um estado tributário porque instituiu um grande aparatoburocrático para recolher impostos, tanto de seus habitantes quanto dos Estados sob suaautoridade. Podemos afirmar que a grandiosidade e riqueza dos romanos foi em grandeparte conseguida pelos tributos cobrados. Uma estrutura como essa também teria em siuma série de desvantagens: a grande possibilidade de corrupção dos funcionários públicos;as revoltas constantes dos dominados e a dificuldade de manter sob vigilância as grandesextensões de território dominadas.

 A partir da expansão e da conquista de novos territórios, Roma procurou organizar 

uma burocracia para ser responsável pela retirada de impostos dos povos dominados. Emalguns casos mantinham a estrutura do Estado submetido, apenasretirando anualmente uma determinada porção da riqueza

3 ARISTÓTELES, Política, Livro I, 4,1253b 25ss. In 100 textos de Históriaantiga / Jaime Pinsky. 6a. ed. – SãoPaulo: Contexto, 1998. p.12

Tributarismo: Grandeza e Ruína de Roma

a noção de desigualdade entre os homens não foi um grande problema paraos gregos, a liberdade de uns era sustentada com a escravidão de outros.Para que um cidadão usufruísse as estimulantes práticas políticas e filosóficas,era necessário um trabalhador que cuidasse das atividades cotidianas, doambiente doméstico.

É claro que no convívio entre escravos e senhores havia um certo grau

de envolvimento emocional, onde ambos conseguiam fazer a manutençãodeste tipo pervertido de relação humana. Existiam escravos da confiança de

seus senhores, escravos que cuidavam das finanças, da família, escravos que viviam forado ambiente doméstico ou que exerciam profissões remuneradas, podiam com o tempocomprar sua liberdade ou recebê-la de seus senhores. Havia a complexidade comum atodas as relações humanas. Não podemos pensar de maneira a acreditar que o homemera de fato objeto, seu status jurídico era de coisa pertencente a outro homem, mas a realidadetransformava esse aspecto legal. Segundo Aristóteles são esses os atributos de um escravo:

 “...aquele que por natureza não pertence a si mesmo, senão a outro,

sendo homem, esse é naturalmente escravo; é coisa de outro, aquele homemque, a despeito da sua condição de homem, é uma propriedade e umapropriedade sendo, de outra, apenas instrumento de ação, bem distinta doproprietário.” 3

O filósofo não retirou a condição humana do escravo, apenas afirmou que pode ocorrer de um homem pertencer a outro. Havia a noção da superioridade do vencedor sobre ovencido, do grego civilizado sobre o bárbaro ou mesmo sobre o grego endividado.

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produzida, em outros casos nomeava funcionários que ficariam nestas terras, fiscalizandoa retirada de produtos.

No começo, esses funcionários eram os publicanos que arrendavam o direito derecolher os impostos, eles se tornaram uma categoria economicamente muito poderosa.Em dado momento, houve a necessidade de modificar a nomeação destes funcionários,que estavam ricos desviando boa parte do dinheiro devido ao Império. Foi Augusto que

resolveu tornar os publicanos funcionários com um salário, e obedecendo a estatutos deobediência ao Estado, leis de responsabilidade e devolução dos recursos desviados. Augusto criou também impostos simples e diretos que deveriam ser pagos por todos:romanos e povos dominados.

O dinheiro dos impostos era dividido em duas partes: o Erário – impostos dasprovíncias senatoriais que eram diretamente ligadas a Roma – administrado pelo Senado;e o Fisco – impostos das províncias imperiais, das localidades distantes de Roma,administrado pelo Imperador.

Dentre os fatores responsáveis pela decadência romana, estão: uma estruturaadministrativa e militar muito cara; aumento do número de funcionários e uma aristocracia

corrupta; aumento drástico dos impostos dos cidadãos romanos e dos tributos sobre osvencidos, que causavam constantes revoltas, tanto em Roma quanto nas províncias;desvalorização do trabalho, já que havia uma relação parasitária de Roma sobre outrospovos; períodos de crescimento da escravidão por dívidas e intromissão do Estado emtodos os setores da economia, causando o declínio da indústria e do comércio.

Será que o Brasil é um Estado tributarista? Vocêconsidera que alguma nação moderna adote esta formade exploração econômica?

Para refletir...

Os fenícios eram pertencentes aos grupos semitas, provavelmente originários doGolfo Pérsico. Eram grandes comerciantes e navegadores. Comparados com as grandescivilizações apresentadas, os fenícios se apresentaram mais interessados em dominar as grandes rotas comerciais.

 A Fenícia era uma estreita faixa de terra,situada entre o mar Mediterrâneo e as montanhas do

Líbano, na Ásia. A principal atividade econômica desenvolvida pelos

fenícios foi o comércio. Exportavam pescado, vinhos, ouro,prata e armas; compravam tecidos da Mesopotâmia, da Arábia compravam marfim, essências aromáticas e pedraspreciosas. Além destes produtos, desenvolveram a piratariae comercializavam escravos.

 As cidades deste Estado eram independentes entre si. As principais eram Tiro, Sidon e Biblos. Eram governados por umsistema de Monarquia Aristocrática, onde o rei era proveniente das

camadas ricas e tradicionais. Os aristocratas eram a camadaparticipante do poder político e formada pelos grandescomerciantes, exportadores e importadores de mercadorias.

O comércio Mediterrâneo: os povos que tomaram os mares

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História Antiga

Durante vários séculos, os fenícios tiveram o monopólio absoluto das atividadesmarítimas e comerciais no Mediterrâneo. Também realizaram comércio terrestre, com autilização de caravanas usando camelos como animais de carga.

Os fenícios também se dedicaram à fabricação de alguns produtos: da metalurgia,fabricavam armas de bronze e ferro, jóias de ouro e prata; fabricavam vidro transparente ecolorido; fabricavam tinturas de tecidos, principalmente o púrpura que era uma cor exclusivadas camadas mais ricas.

Para conseguir comercializar com mais agilidade criaram uma simplificação dosistema hieroglífico, composto de 22 letras, o nosso moderno alfabeto.

Outra grande civilização de comerciantes foi a dos persas. A Pérsia estava localizadano planalto do Irã, na Ásia Central; os persas apareceram no Irã no segundo milênio a.C. Ospersas são um povo de origem indo-européia que moravam nas estepes do Mar Cáspio.

 A unificação e formação do Império Persa veio com Ciro, chefe de uma das tribos

persas, por volta do século VI a.C., quando este venceu os medos que antes dominavam aregião. Em vários anos de sucessos militares, sob o comando dos três monarcas Ciro,Cambises e Dario I que se sucederam, é que foi formado o Estado Persa.

O governo de Dario I foi o período de apogeu do Império. Além de estender asfronteiras do Império, Dario organizou toda e estrutura de seu Império. Começou fortalecendosua autoridade, sendo chamado de Rei dos Reis, sua autoridade sobre os súditos eraincontestável. Apesar de concentrar o poder em suas mãos, Dario procurou respeitar areligião e os costumes dos povos que dominou. Cobravam-se impostos consideradosmoderados para o contexto da Antiguidade, estabeleceu a moeda: o dárico; e construiuuma grande rede de estradas ligando todo o Império, uma providência que deu grande

estímulo ao comércio.Em cada província do Império o rei mantinha um sátrapa que ficava encarregadode governar e cobrar os impostos. Além destes haviam os inspetores – olhos e ouvidos do

Biblos – possui registros desde 2500 a.C., tinha um porto situado aonorte da cidade. Realizava comércio intenso com o Chipre, Creta e o Egito.Biblos era o centro de distribuição de produtos egípcios na Ásia, vendendoprincipalmente os papiros, que na Grécia eram chamados de biblos.

Sidon – teve sua hegemonia entre 1500 a 1300 a.C., elescomercializaram com toda a região oriental do Mediterrâneo – mar Egeu – eatingiram os limites do Mar Negro do Cáucaso. A grande riqueza dos sidôniosvinha da púrpura para tingir tecidos que retiravam de um peixe. Vendiam tambémprodutos manufaturados: vasos, jóias, perfumes e tecidos. A prosperidade deSídon durou até a invasão dos filisteus por volta de 1150 a.C.

Tiro – teve seu florescimento entre os séculos XII e VI a.C., seucomércio se estendeu pela região ocidental do Mediterrâneo: pelo litoral norteda África, na cidade de Cartago; sul da Itália, Sicília, Sardenha, Espanha – naregião da Andaluzia. Os Tírios atravessaram o estreito de Gibraltar e chegaramas Canárias, Gália e a Bretanha. Da Índia compravam ouro, pedras preciosase especiarias. A decadência de Tiro ocorre com a dominação dos assírios edepois dos babilônios.

 As três principais cidades fenícias praticavam as seguintesmodalidades comerciais:

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[[[[[ ]]]]] Agora é hora de

TRABALHAR

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rei – que eram encarregados de fiscalizar os sátrapas, sendo que suas visitas às provínciaseram sempre de surpresa, para que não houvesse tempo de camuflar possíveis roubos.

O declínio deste Império veio com as revoltas populares causadas pela exploraçãoexcessiva das províncias. No final do século VI a.C, os persas haviam conquistado as colôniasgregas da Ásia Menor, com a derrota dos persas na Frígia, essas possessões se revoltaram,levando às Guerras Médicas e a posterior conquista dos persas pelos gregos, em 330 a.C.

1 1 1 1 1 .....Discuta como a religião e a economia no Egito se comunicavam, por que uma

dependia da outra?

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 2. 2. 2. 2. 2.Para você, que tipo de sociedade foi criada a partir do escravismo? O que Atenas

ganhou e perdeu com a escravidão?

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3.3.3.3.3.Quais os prejuízos trazidos pelo tributarismo ao Império Romano?

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História Antiga

 Atividade Atividade Atividade Atividade Atividade

OrientadaOrientadaOrientadaOrientadaOrientada Agora passamos à atividade orientada. Nesta parte da avaliação, vocêdeve estar em contato permanente com o tutor da disciplina para a melhor 

elaboração das respostas. Elabore-as na forma de redação, de no mínimo 15linhas. Se for necessário, faça pesquisas em livros ou sites, citando-os sempre.Tenha em mente que esta atividade vai compor a nota da disciplina, não deixede esclarecer as dúvidas que aparecerem. Bons Estudos.

Etapa Etapa Etapa Etapa Etapa 1 1 1 1 1 Com os conhecimentos adquiridos do estudo da política e sociedadena Antiguidade, elabore uma redação relacionando o modo como as

sociedades estudadas cresceram e desenvolveram seus regimes políticos. Aredação deve ter um mínimo de 15 linhas.

Etapa Etapa Etapa Etapa Etapa  2  2  2  2  2  A partir do texto abaixo, discuta o conceito de escravo apresentado e a

escravidão na Grécia. Apresente a discussão em texto de pelo menos 15linhas.

“A propriedade é uma parte da casa e a arte aquisitiva umaparte da administração doméstica, já que sem as coisas necessáriassão impossíveis a vida e o bem estar; na administração doméstica,assim como nas artes determinadas, é necessário dispor dosinstrumentos adequados se se deseja levar a cabo sua obra. Osinstrumentos podem ser animados ou inanimados; por exemplo, otimão do piloto é inanimado, o vigia animado (pois o subordinadofaz as vezes de instrumento nas artes). Assim, também os bensque se possui são um instrumento para a vida, a propriedade em

geral uma multidão de instrumentos, o escravo um bem animadoe algo assim como um instrumento prévio aos outros instrumentos. “4

Etapa Etapa Etapa Etapa Etapa 3 3 3 3 3 Por que o monoteísmo fracassou no Egito Antigo? Quais as razões de

sua vitória entre os hebreus. Elabore um texto de 15 linhas para responder aquestão.

4 ARISTÓTELES, Política, Livro I, 4,1253b 25ss. In 100 textos de Históriaantiga / Jaime Pinsky. 6a. ed. – SãoPaulo: Contexto, 1998. p.11 e 12.

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BUROCRACIA – estrutura de estado formada por seus funcionários.

BUROCRATISMO – modo pejorativo para explicitar uma estrutura deficiente dofuncionalismo público.

DELTA – formação de relevo em forma triangular que se forma na desembocadurade um rio.

ESCRIBA – funcionário do Egito Antigo que dominava a escrita hieroglífica e tinha afunção de registrar as histórias dos nobres, reis e homens comuns em seus túmulos, assimcomo, sendo eles funcionários do estado, registrar os trabalhos em obras, as colheitas e a

coleta de impostos.

ESTAMENTO – divisão em classes de uma dada sociedade.

GENS – unidades populacionais de poucos membros, todos ligados por laços deparentesco e solidariedade. Compreende a família, os escravos, os homens sob suaproteção.

HIPÓTESE CAUSAL HIDRÁULICA – teoria adotada por vários historiadores, deque algumas sociedades têm sua formação e existência totalmente determinadas pela

necessidade de controlar os cursos de água.

MITOLOGIA – conjunto de lendas e mitos de uma determinada sociedade.

NOME GENTÍLICO – nome que identifica uma família

NOMOS – menores unidades administrativas do Egito Antigo, os responsáveis por sua condução eram chamados nomarcas.

GlossárioGlossárioGlossárioGlossárioGlossário

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História Antiga

 ANDERSON, Perry. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo/ São Paulo: Brasiliense,1992.

 AUSTIN, Michel. Economia e sociedade na Grécia Antiga.

BARKER, Ernest. Teoria Política Grega.

CARDOSO, Ciro Flamarion. O Egito Antigo/ São Paulo: Brasiliense, 1987.

 _____________________. Sete Olhares sobre a Antiguidade 2a

. ed. / Brasília: Unb, 1998.

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ReferênciasReferênciasReferênciasReferênciasReferênciasBibliográficasBibliográficasBibliográficasBibliográficasBibliográficas

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