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Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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Sumário História de Pernambuco .................................................................................................................................................... 2
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História de Pernambuco
Ocupação pré-colonial do atual Estado de Pernambuco.
Ocupação pré-histórica de Pernambuco.
Características socioculturais das populações indígenas que habitavam o território do
atual estado de Pernambuco, antes dos primeiros contatos euro-americanos.
A Capitânia de Pernambuco: a “Guerra dos Bárbaros”.
Características Gerais
Pernambuco é uma das 27 unidades federativas do Brasil.
Localização e limites: centro-leste da região Nordeste.
Norte – Paraíba.
Noroeste – Ceará.
Sudeste – Alagoas.
Sul – Bahia.
Oeste – Piauí.
Banhado pelo Oceano Atlântico.
Ocupa uma área de 98 149,119 km².
Também fazem parte do seu território os arquipélagos de Fernando de Noronha e São Pedro e
São Paulo.
Capital: Recife; a sede administrativa é o Palácio do Campo das Princesas.
Sem dúvida, Pernambuco é uma das regiões mais antigas da América Portuguesa, e foi a
capitania mais rica do Brasil-Colônia por causa da indústria açucareira, atividade importantíssima para
a época. Além disso, o estado também participou ativamente de diversos episódios da história do
Brasil: foi o palco das Batalhas dos Guararapes, combates que foram fundamentais para a vitória da
Insurreição Pernambucana. Muitos consideram essas batalhas a origem do Exército Brasileiro.
Pernambuco também foi o berço de movimentos nativistas e de caráter libertário, como, por exemplo:
Guerra dos Mascates, Revolução Pernambucana, Confederação do Equador, Revolução Praieira.
Uma cultura forte, marcada por muitas manifestações tradicionais, também é a marca de
Pernambuco. Frevo, Maracatu, Manguebeat são alguns exemplos disso.
A Pré-História de Pernambuco
O Nordeste brasileiro concentra alguns dos mais antigos sítios arqueológicos conhecidos do país,
com datação superior a 40.000 anos.
Na região que hoje corresponde ao estado de Pernambuco, foram identificados vestígios seguros
de ocupação humana superiores a 11.000 anos, nas regiões de Chã do Caboclo, em Bom Jardim, e
Furna do Estrago, em Brejo da Madre de Deus onde foi descoberta uma importante necrópole pré-
histórica, com 125 metros quadrados de área coberta, de onde foram resgatados 83 esqueletos humanos
em bom estado de conservação.
Dentre os grupos indígenas que habitaram o estado, identificou-se a tradição cultural Itaparica,
responsável pela confecção de artefatos de pedra lascada há mais de 6.000 anos.
No agreste pernambucano, conservam-se pinturas rupestres com data aproximada 2.000 anos,
atribuídas à subtradição denominada Cariris velhos.
Na época da colonização portuguesa, habitavam o litoral pernambucano os Tabajaras e os
Caetés, já desaparecidos.
Nos brejos interioranos do estado ainda é possível encontrar grupos indígenas remanescentes das
antigas tradições, como os Pankararu (em Tacaratu) e os Atikum (em Floresta).
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PERÍODO PRÉ-COLONIAL E A CAPITANIA DE PERNAMBUCO
Ao longo dos trinta primeiros anos da chegada dos portugueses às terras brasileiras, observa-se
um relativo “desinteresse” pela região, fato este que pode ser explicado por dois principais fatores:
a) a não descoberta de ouro;
b) o lucrativo comércio com as Índias.
As principais atividades desenvolvidas por Portugal nesse período relacionaram-se ao envio de
algumas expedições para o Brasil, das quais destacamos as seguintes:
Expedições de Reconhecimento
Objetivavam mapear e reconhecer o território, verificando as potencialidades econômicas.
Expedições Guarda-Costas
Visavam patrulhar o litoral e procurar defender as possessões portuguesas evitando o
contrabando e outras práticas.
Expedições de Exploração
Responsáveis pela extração de produtos que possuíssem valor econômico dentro da prática
mercantilista europeia.
PERÍODO COLONIAL (1530 – 1808)
Primeiramente, devemos ter em mente que uma das principais razões para Portugal iniciar o
povoamento mais efetivo do território brasileiro foi a garantia da posse sobre as terras conquistadas,
procurando, deste modo, evitar invasões estrangeiras. Vale ressaltar que os mesmos dois motivos que
caracterizaram o desinteresse português, em um primeiro momento, tornaram-se uma realidade
inversa, uma vez que o comércio com as Índias enfrentou certo declínio, e a Espanha descobriu ouro
em suas terras.
Estas primeiras EXPEDIÇÕES COLONIZADORAS foram marcadas pela escassez de recursos
da Coroa e por iniciativas as quais apenas visaram fixar o elemento humano e desenvolver atividades
mercantis dentro da ótica do sistema colonial, no entanto, sem alcançar um êxito imediato e passando
por grandes dificuldades. Um exemplo foi a Expedição de Martim Afonso de Souza (1500-32), com o
objetivo de proteger o litoral de ataques piratas, bem como fundar povoados e explorar o território. Em
1532, após percorrer grande parte da costa brasileira, Martim Afonso fundou a primeira vila do país, a
Vila de São Vicente.
A escassez de recursos por parte da Coroa Portuguesa para garantir o povoamento do Brasil
conduziu o rei D. João III a criar o sistema de Capitanias Hereditárias.
CAPITANIAS HEREDITÁRIAS (1534)
Primeiramente, convém lembrar que esta estratégia de colonização não se tratava de uma
novidade para os portugueses, que já a haviam utilizado em outras possessões territoriais ao longo do
Atlântico. Podemos compreender as Capitanias como uma espécie de “privatização do povoamento”,
transferindo para particulares a responsabilidade por esta empreitada – claro que dentro dos limites
impostos pela lógica absolutista/mercantilista.
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O território brasileiro foi dividido em 15 lotes de terras que se estendiam do litoral ao meridiano
de Tordesilhas, sendo distribuídos a 12 donatários, os quais possuíam a responsabilidade pela ocupação
e exploração econômica das terras. Os donatários, portugueses, provenientes de um grupo social
bastante diversificado – nobres, burgueses, militares etc. –, possuíam a posse vitalícia e hereditária do
quinhão de terras recebido, desde que cumprindo suas obrigações junto ao Estado português. O
ordenamento jurídico desta empreita se dava por meio de dois documentos: a Carta de Doação (que
estabelecia a posse da Capitania ao seu respectivo donatário) e o Foral (que estabelecia as obrigações
para com a Coroa).
Nesse contexto, aconteceu a criação da Capitania de Pernambuco ou Capitania de Nova
Lusitânia, como seu Donatário, Duarte Coelho, a batizou. Dessa forma, em 1535, Duarte Coelho se
estabeleceu no local onde fundou a vila de Olinda e espalhou os primeiros engenhos da região. Até
então, os ocupantes do território eram os índios Tabajaras.
Embora tenham apresentado as primeiras medidas mais efetivas no que tangencia ao povoamento
brasileiro, podemos dizer que o sistema não logrou êxito, uma vez que apenas duas capitanias
prosperaram (Pernambuco e São Vicente), sendo que o insucesso se deu por diferentes motivos:
- distância em relação à metrópole;
- descentralização administrativa;
- constantes ataques indígenas;
- descaso de muitos donatários;
- etc.
A Guerra dos Bárbaros
Genericamente denominado de Guerra aos Bárbaros, esse conflito armado de caráter genocida
também foi chamado de Guerra do Recôncavo (em menção ao Recôncavo Baiano, onde aconteceram
as primeiras lutas armadas), Guerra do Açu (em referência à região do Açu, no Rio Grande do Norte,
onde ocorreram os principais conflitos) e Confederação dos Cariris (por terem sido esses grupos
indígenas os mais combatentes).
Ocorrida entre os anos de 1650 e 1720, a Guerra dos Bárbaros envolveu os colonizadores e os
povos nativos chamados Tapuia e teve como palco uma área que correspondia em termos atuais a um
território que inclui os sertões nordestinos, desde a Bahia até o Maranhão. A denominação Tapuia foi
dada pelos cronistas da época, e perpetuada pela historiografia oficial, aos grupos indígenas com
diversidade linguística e cultural que habitavam o interior, em distinção aos povos Tupi, que falavam
a língua geral e se fixaram no litoral. Estudos atuais demonstram que esses povos pertenceram aos
seguintes grupos culturais: os Jê, os Tarairiu, os Cariri e os grupos isolados e sem classificação. Entre
eles podem ser citados os Sucurú, os Bultrim, os Ariu, os Pega, os Panati, os Corema, os Paiacu, os
Janduí, os Tremembé, os Icó, os Carateú, os Carati, os Pajok, os Aponorijon, os Gurgueia, que lutaram
ora contra ora a favor dos colonizadores de acordo com as estratégias que visavam à sua sobrevivência.
Se, por um lado, a guerra envolveu diversos povos indígenas, muitos deles inimigos tradicionais,
por outro lado, os colonizadores também entraram em conflito entre si pelas terras e pela mão de obra
escrava nativa, atraindo os mais variados setores da sociedade colonial em formação, tais como: os
sesmeiros, os moradores, os religiosos, os bandeirantes, os foreiros, os vaqueiros, os rendeiros, os
capitães-mores, os mestres de campo.
Embora tenha tido uma longa duração, cerca de setenta anos, e tenha sido contemporânea à
existência do quilombo dos Palmares, a Guerra dos Bárbaros pouco aparece na historiografia, sendo
praticamente desconhecida. A omissão dessa guerra nos livros didáticos e os raros livros de estudiosos
especialistas sobre o episódio revelam o desprezo dado ao tema da resistência indígena e do violento
processo de conquista lusitano no sertão nordestino.
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Exercício
Para viabilizar a colonização e evitar gastos para a Metrópole, o rei português D. João III decidiu
implantar em terras brasileiras um sistema já experimentado em outras colônias: o sistema das
capitanias hereditárias. Sobre esta forma de ocupação do território, é INCORRETO afirmar:
a) As capitanias consistiram na divisão da colônia em quinze grandes faixas de terra, que se
estendiam do litoral ao Meridiano de Tordesilhas.
b) Os donatários eram provenientes de um grupo pouco diversificado, ligado à grande nobreza
portuguesa.
c) O sistema de capitanias foi regulamentado pelas cartas de doação e forais, instrumentos
jurídico-administrativos que assinalavam os direitos e deveres dos donatários.
d) Com exceção das Capitanias de São Vicente e Pernambuco, as demais capitanias fracassaram,
sendo várias as razões; dentre estas, falta de recursos, isolamento, desentendimentos internos e
ataques de índios.
e) Os capitães-donatários recebiam uma doação da Coroa pela qual se tornavam possuidores, mas
não proprietários da terra.
Gabarito 1 – B