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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
William Yutaka Mizushima
QUALIDADE NO SERVIO DE PINTURA COM TINTAS
LTEX EM REVESTIMENTOS INTERNOS DE
ARGAMASSA: ANLISE DE CASOS
Porto Alegre
julho 2013
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WILLIAM YUTAKA MIZUSHIMA
QUALIDADE NO SERVIO DE PINTURA COM TINTASLTEX EM REVESTIMENTOS INTERNOS DE
ARGAMASSA: ANLISE DE CASOS
Trabalho de Diplomao apresentado ao Departamento deEngenharia Civil da Escola de Engenharia da Universidade Federaldo Rio Grande do Sul, como parte dos requisitos para obteno do
ttulo de Engenheiro Civil
Orientador: Luis Carlos Bonin
Porto Alegrejulho 2013
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WILLIAM YUTAKA MIZUSHIMA
QUALIDADE NO SERVIO DE PINTURA COM TINTASLTEX EM REVESTIMENTOS INTERNOS DEARGAMASSA: ANLISE DE CASOS
Este Trabalho de Diplomao foi julgado adequado como pr-requisito para a obteno do
ttulo de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo Professor Orientador e
pela Coordenadora da disciplina Trabalho de Diplomao Engenharia Civil II (ENG01040) da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Porto Alegre, 15 de julho de 2013
Prof. Luis Carlos BoninMestre pelo PPGEC/UFRGS
Orientador
Profa. Carin Maria SchmittCoordenadora
BANCA EXAMINADORA
Profa. Luclia Maria Silveira Bernardino da Silva (UFRGS)Mestre em Engenharia pelo PPGEC/UFRGS
Anderson Augusto Mller (UFRGS)Engenheiro Civil pela UFRGS
Prof. Luis Carlos Bonin (UFRGS)Mestre em Engenharia pelo PPGEC/UFRGS
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Dedico este trabalho a meus pais, Osamu e Christy,
que sempre estiveram ao meu lado e que sempre meapoiaram durante o perodo do meu Curso de Graduao.
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AGRADECIMENTOS
Agradeo ao Professor Luis Carlos Bonin por toda a sua dedicao, apoio e pacincia durante
a realizao deste trabalho.
Agradeo professora Carin Maria Schmitt pelo constante acompanhamento com importantes
crticas para aprimorar este trabalho.
Agradeo Eng. Kira Krebs pelo auxlio na realizao deste e por estar sempre disponvel
para esclarecer dvidas.
Agradeo ao Eng. Rafael Waldman pelo tempo despendido e por suas sugestes para omelhoramento deste trabalho.
Agradeo aos meus pais e irmos pela compreenso, pela pacincia e pelo encorajamento
durante todos estes anos de curso.
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Pensar o trabalho mais difcil que existe,
talvez por isso to poucos se dediquem a ele.Henry Ford
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RESUMO
O presente trabalho consiste em uma comparao, referente execuo da pintura em
revestimentos internos de argamassa, entre o que recomendado pela bibliografia
especializada e o que executado pelas empresas construtoras analisadas. Atravs da reviso
da literatura, foi realizada a apresentao das prticas recomendadas de execuo da pintura,
dentre as quais se destacam a aquisio de materiais, a qualidade da mo de obra, o descarte
de resduos e a gesto. Com base nessas etapas, foi adaptado um check-listde avaliao das
conformidades dos servios da pintura para que se obtivesse uma ferramenta de verificao da
execuo de pinturas em revestimentos internos de argamassa. Concluda a ferramenta e
passada por uma aplicao teste, avaliaram-se duas empresas a fim de realizar um diagnsticodas mesmas e de identificar possveis tendncias atravs dessa anlise. A partir das respostas
obtidas, foram elaborados grficos com o intuito de auxiliar na visualizao e na identificao
de pontos importantes ou pontos que necessitem de uma maior ateno por parte das
empresas. De maneira geral, a empresa de maior porte obteve resultados relativamente
melhores, porm, em ambos os casos avaliados foram identificados considervel parcela de
itens fora da conformidade.
Palavras-chave: Qualidade na Pintura de Edifcios. Pintura Interna deRevestimento Argamassado. Tinta Ltex PVA.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1Diagrama esquemtico do delineamento da pesquisa...................................... 17
Figura 2Exemplos de formulao de tintas................................................................... 23Figura 3Ferramentas utilizadas para o preparo de superfcies..................................... 27
Figura 4Ferramentas e equipamentos utilizados na execuo da pintura..................... 28
Figura 5Esquemas de pintura para acabamentos internos............................................. 32
Figura 6Eflorescncia.................................................................................................... 34
Figura 7Desagregamento............................................................................................... 34
Figura 8Descascamento................................................................................................. 35
Figura 9Manchas causadas por pingos de chuva.......................................................... 35
Figura 10Bolhas............................................................................................................ 36
Figura 11Manchas escuras provenientes de mofo......................................................... 37
Figura 12Manchamento amarelado............................................................................... 37
Figura 13Fissuras.......................................................................................................... 38
Figura 14Trincas........................................................................................................... 38
Figura 15Destinao final inadequada de latas de tintas, com resduo no fundo daembalagem..........................................................................................................
43
Figura 16Ciclo PDCA................................................................................................... 45Figura 17Reproduo parcial da ferramenta................................................................. 48
Figura 18Vista da fachada do edifcio .......................................................................... 51
Figura 19Local de armazenamento das tintas e almoxarifado ..................................... 51
Figura 20Rampa de acesso ao elevador ....................................................................... 52
Figura 21Aplicao de massa em superfcie molhada ................................................. 53
Figura 22Local para o depsito de resduos gerados pela pintura ............................... 54
Figura 23Fachada da obra ............................................................................................ 55
Figura 24Almoxarifado ................................................................................................ 56
Figura 25Armazenamento dos materiais novos ........................................................... 56
Figura 26Reservatrio destinado a resduos lquidos ................................................... 58
Figura 27Distribuio das questes entre os nveis hierrquicos de tomada dedeciso ................................................................................................................ 59
Figura 28Distribuio dos itens verificados na empresa E1 ........................................ 60
Figura 29Distribuio entre nveis de tomada de decises .......................................... 60
Figura 30Distribuio das questes de acordo com cada rea ..................................... 61
Figura 31Distribuio dos itens verificados na empresa E2 ........................................ 63
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Figura 32Distribuio entre nveis de tomada de decises .......................................... 63
Figura 33Distribuio das questes de acordo com cada rea ..................................... 64
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LISTA DE SIGLAS
AbrafatiAssociao Brasileira dos Fabricantes de Tintas
ATTrea de Transbordo e Triagem
ISO International Organization for Standardization Organizao Internacional para
Normalizao
PBQP-HPrograma Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat
PDCAPlan,Do, Check,ActPlanejar, Executar, Verificar, Atuar
PSQPrograma Setorial da Qualidade
PVAPolyvinyl acetateAcetato de polivinila
QualihabPrograma da Qualidade da Construo Habitacional do Estado de So Paulo
SimacSistema de Qualificao de Materiais, Componentes e Sistemas Construtivos
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LISTA DE SMBOLOS
PVC frao volumtrica percentual do pigmento sobre o volume total de slidos
(adimensional);
Vpvolume de pigmento (L);
Vvvolume de veculo slido (L), isto , volume da resina.
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SUMRIO
1 INTRODUO ........................................................................................................... 13
2 DIRETRIZES DA PESQUISA .................................................................................. 152.1 QUESTO DE PESQUISA ....................................................................................... 15
2.2 OBJETIVOS DA PESQUISA .................................................................................... 15
2.2.1 Objetivo Principal ................................................................................................. 15
2.2.2 Objetivos Secundrios ........................................................................................... 15
2.3 PRESSUPOSTO......................................................................................................... 16
2.4 DELIMITAES ...................................................................................................... 16
2.5 LIMITAES ............................................................................................................ 16
2.6 DELINEAMENTO .................................................................................................... 16
3 EXECUO DE PINTURA COM TINTAS LTEX EM REVESTIMENTOSINTERNOS DE ARGAMASSA ...............................................................................
19
3.1. SISTEMAS DE PINTURAS ..................................................................................... 19
3.1.1 Tipos de fundos ...................................................................................................... 20
3.1.2 Tipos de massas niveladoras ................................................................................. 21
3.1.3 Tinta ........................................................................................................................ 21
3.1.3.1 Tinta ltex acrlica ................................................................................................ 253.1.3.2 Tinta ltex vinlica ou PVA .................................................................................. 25
3.2 EXECUO DE PINTURA ..................................................................................... 26
3.2.1 Ferramentas e equipamentos utilizados .............................................................. 26
3.2.1.1 Ferramentas utilizadas na preparao do substrato .............................................. 26
3.2.1.2 Ferramentas utilizadas na execuo da pintura .................................................... 27
3.2.2 Armazenamento dos produtos .......................................................................... 28
3.2.3 Preparo do substrato ....................................................................................... 29
3.2.3.1 Condies gerais .................................................................................................. 29
3.2.3.2 Procedimentos ...................................................................................................... 30
3.2.4 Execuo do sistema de pintura ........................................................................... 31
3.2.5 Defeitos mais comuns na pintura ......................................................................... 33
3.2.5.1 Eflorescncia ........................................................................................................ 34
3.2.5.2 Desagregamento ................................................................................................... 34
3.2.5.3 Descascamento ..................................................................................................... 35
3.2.5.4 Manchas causadas por pingos de chuva ............................................................... 353.2.5.5 Bolhas ................................................................................................................... 36
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3.2.5.6 Manchas escuras provenientes de mofo ............................................................... 36
3.2.5.7 Manchamento amarelado em reas internas ......................................................... 37
3.2.5.8 Fissuras ................................................................................................................. 37
3.2.5.9 Trincas .................................................................................................................. 383.3 MO DE OBRA NA PINTURA ............................................................................... 39
3.4 DESCARTE DE RESDUOS NA PINTURA ........................................................... 41
4 AVALIAO DOS SERVIOS DE PINTURAS IMOBILIRIAS ..................... 44
4.1 GESTO DA QUALIDADE DOS SERVIOS ....................................................... 44
4.2 CONTROLE DE SISTEMAS DE QUALIDADE ..................................................... 45
4.3 FERRAMENTA DE ANLISE DO PROCESSO DE PINTURA ............................ 46
4.4 ADAPTAO E APLICAO TESTE DA FERRAMENTA ................................ 49
4.5 APLICAO DA FERRAMENTA .......................................................................... 50
4.5.1 Aplicao do check-listna empresa E1 ............................................................... 50
4.5.2 Aplicao do check-listna empresa E2 ............................................................... 54
4.6 ANLISE DOS RESULTADOS ............................................................................... 59
4.6.1 Anlise da empresa E1 .......................................................................................... 59
4.6.2 Anlise da empresa E2 .......................................................................................... 62
4.6.3 Observaes ......................................................................................................... 65
5 CONSIDERAES FINAIS ..................................................................................... 67REFERNCIAS ............................................................................................................... 69
APNDICE A .................................................................................................................. 71
APNDICE B .................................................................................................................. 77
APNDICE C .................................................................................................................. 83
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1 INTRODUO
Segundo Uemoto (2002, p. 9), As pinturas, por proporcionarem elevada capacidade de
proteo e por seu efeito esttico, tm ocupado um lugar cada vez maior como material de
acabamento de superfcies externas e internas de edifcios.. Isto porque, ainda segundo a
autora, as pinturas, alm de representarem a parcela mais visvel de uma obra, tm grande
influncia no desempenho e durabilidade das edificaes, dando tambm o toque final que
valoriza o empreendimento. A sua aplicao, quando bem executada, proporciona a
manuteno de suas funes essenciais, tais como a proteo e a esttica. Tornam-se,portanto, fundamentais especificaes tcnicas bem elaboradas e devidamente cumpridas para
os sistemas de pinturas de edificaes.
Porm, a pintura no deve ser tratada isoladamente, mas dentro de um conjunto de fatores que
influenciam na qualidade final de uma obra. Isso ainda mais importante frente busca pela
qualidade de servios e produtos que est cada vez mais presente nos dias atuais, em que
empresas enfrentam desafios para se tornarem competitivas e assim permanecerem no
mercado. Por isso, estes ltimos anos foram marcados por esforos para inserir na construo
o conceito de qualidade total. Entretanto, a construo possui peculiaridades que dificultam a
insero das teorias modernas de controle da qualidade. Assim, programas como o PBQP-H
(Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat) foram criados para incentivar
a melhoria da qualidade dos produtos e da prestao de servios da indstria da construo
civil.
O PBQP-H tem obtido bons resultados, um deles atravs da instituio do Sistema deQualificao de Materiais, Componentes e Sistemas Construtivos (Simac 1 ), criado para
avaliar e monitorar a fabricao de materiais e componentes para a construo civil atravs de
Programas Setoriais de Qualidade (PSQ). Com mais de duas dezenas de PSQ elaborados,
conseguiu-se, desde a implantao do Simac, reduzir em 30% o percentual mdio de no
conformidades dos materiais e componentes da construo civil.
1Informaes detalhadas podem ser acessadas no site .
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Criado pela Abrafati (Associao Brasileira dos Fabricantes de Tintas), o Programa Setorial
da Qualidade Tintas Imobilirias faz parte do Simac e tem como objetivo garantir um
elevado percentual de conformidade dos produtos dos fabricantes de tintas. No entanto, a
qualidade final da pintura no depende somente desses insumos, pois o processo de execuo
tambm influencia muito o produto final, j que vai desde a preparao do substrato, atravs
de fundos seladores ou preparadores de paredes, passando pela utilizao de massa niveladora
at a aplicao da tinta de acabamento.
Assim, no presente trabalho, foram investigados os procedimentos mais adequados de
execuo aplicados pintura em edificaes, criando-se um comparativo entre o executado e
o recomendado como prtica de execuo. Com a identificao de no conformidades,
possvel colaborar para que sejam propostas e aplicadas medidas corretivas, visando a
melhoria dos procedimentos e do produto final das empresas.
A primeira parte deste trabalho consiste na reviso da bibliografia, a qual trata das tintas
imobilirias e suas caractersticas, dos procedimentos de execuo da pintura em ambientes
internos e de temas referentes mo de obra e descarte de resduos gerados nos servios de
pintura. A segunda parte dedicada adaptao de uma ferramenta de verificao de
conformidades dos servios da pintura e anlise dos resultados obtidos por essa ferramentaatravs da sua aplicao em empresas construtoras.
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2 DIRETRIZES DA PESQUISA
As diretrizes para desenvolvimento do trabalho so descritas nos prximos itens.
2.1 QUESTO DE PESQUISA
A questo de pesquisa do trabalho : considerando-se as recomendaes para a execuo de
pintura imobiliria na bibliografia especializada, quais as diferenas que podem ser
identificadas na prtica de produo?
2.2 OBJETIVOS DA PESQUISA
Os objetivos da pesquisa esto classificados em principal e secundrios e so descritos a
seguir.
2.2.1 Objetivo Principal
O objetivo principal do trabalho a realizao de um diagnstico dos procedimentos
empregados na execuo de pintura em revestimentos internos de argamassa, verificando o
nvel de conformidade nas empresas construtoras avaliadas.
2.2.2 Objetivos secundrios
Os objetivos secundrios do trabalho so:
a) apresentao, considerando-se a bibliografia especializada, das melhoresprticas de execuo de pintura em revestimentos internos de argamassa;
b) adaptao de uma ferramenta de medio de conformidades para a avaliao deempresas construtoras.
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2.3 PRESSUPOSTO
O trabalho tem por pressuposto que as recomendaes propostas pela Abrafati e bibliografia
especializada so procedimentos adequados e considerados como boa prtica.
2.4 DELIMITAES
O trabalho delimita-se ao estudo da aplicao de sistemas de pintura sobre reboco interno
recm-executado em um conjunto de empresas construtoras de Porto Alegre.
2.5 LIMITAES
So limitaes do trabalho:
a) o estudo sobre tintas ltex, por serem as mais utilizadas para acabamentos nasedificaes;
b) a abordagem da execuo de pintura sobre reboco previamente tratado commassa niveladora vinlica.
2.6 DELINEAMENTO
O trabalho foi realizado atravs das etapas apresentadas a seguir, tambm representadas na
figura 1, e so descritas nos prximos pargrafos:
a) pesquisa bibliogrfica;
b) descrio dos procedimentos recomendados de execuo de pintura interna;
c) adaptao de uma ferramenta de medio de conformidades;
d) aplicao teste e reviso da ferramenta;
e) aplicao da ferramenta em empresas construtoras;
f) anlise dos resultados;
g) consideraes finais.
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Figura 1Diagrama esquemtico do delineamento da pesquisa
(fonte: elaborado pelo autor)
Na etapa de pesquisa bibliogrfica,foi feito um estudo sobre as tintas imobilirias e sobre a
execuo da pintura para um melhor entendimento do assunto. Para isso, foram utilizadas
normas tcnicas, livros, trabalhos acadmicos e catlogos de fabricantes. A partir deste
estudo, foi realizada a apresentao dos procedimentos de execuo de pinturacontendo
os mtodos recomendados de preparao do substrato e a aplicao da pintura.
Posteriormente, foi realizada a adaptao de uma ferramenta de medio de
conformidades, que consistiu em ajustes de um check-list de verificao da execuo de
pintura, elaborado em um trabalho acadmico anterior por Fusinato (2012), para melhor
adequ-lo aos servios de execuo de pintura em ambientes interiores e aos objetivos deste
trabalho.
Pesquisa bibliogrfica
Apresentao dos procedimentosde execuo de pintura
Adaptao de uma ferramenta demedio de conformidades
Aplicao teste ereviso da ferramenta
Aplicao da ferramenta emempresas construtoras
Anlise dos resultados
Consideraes finais
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Em seguida, foi realizada uma aplicao teste da ferramenta em uma obra de edifcio
residencial a fim de avaliaro contedo da mesma e propor-lhe melhorias. Aps esta etapa, foi
feita a aplicao da ferramenta em obras de algumas empresas construtoras.
A etapa posterior consistiu na anlise dos resultados, em que foram avaliados os
procedimentos empregados na execuo de pintura, diagnosticando o nvel de conformidade
nas empresas construtoras avaliadas. Por fim, foram realizadas as consideraes finaiscom
base nos resultados obtidos no trabalho.
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3 EXECUO DE PINTURA COM TINTAS LTEX EM
REVESTIMENTOS INTERNOS DE ARGAMASSA
No presente captulo, so apresentados os sistemas de pintura, a execuo recomendada, a
qualidade da mo de obra e uma abordagem referente aos resduos gerados nos servios a fim
de caracterizar pontos importantes a serem considerados para uma boa execuo da pintura.
3.1 SISTEMA DE PINTURA
De acordo com Gehbauer et al. (2002, p. 234):
As pinturas so compostas geralmente por um conjunto de camadas, aplicadassucessivamente sobre o reboco. A primeira delas, chamada camada de base ou defundo, aplicada em uma ou mais demos com o objetivo de preparar o substrato
para a aplicao da camada de cobertura, dando este maior coeso, aumentandosua aderncia e reduzindo sua capacidade de absorver gua. Acima desta camada aplicada em uma ou mais demos a camada final, ou de cobertura, que, alm de
proteger as camadas de baixo, confere superfcie as caractersticas desejadas comocor e textura, por exemplo. Este conjunto de camadas pode ser designado tambm
como sistema de pintura.
Os principais constituintes do sistema de pintura so: o fundo selador ou o fundo preparador
de paredes, a massa niveladora e, por fim, a tinta de acabamento. Cada produto possui uma
funo definida (UEMOTO, 2002):
a) fundo: produto destinado primeira demo ou mais demos sobre a superfciecom a funo de preparar o substrato. chamado de seladorquando aplicadosobre superfcies de argamassa, e indicado para reduzir e/ou uniformizar a
absoro do substrato. Quando aplicado sobre superfcies metlicas, chamadode primer. Nesse ltimo caso, entram em sua composio pigmentosanticorrosivos que servem para inibir a corroso de superfcies metlicas;
b) fundo preparador de paredes: tem como funo principal promover a coesode partculas soltas do substrato, por isso especialmente recomendada a suaaplicao sobre superfcies no muito firmes e sem coeso, como a argamassasem resistncia mecnica, caiao ou repinturas;
c) massa niveladora: produto pastoso que serve para a correo deirregularidades da superfcie. Este produto deve ser aplicado em camadasmuito finas para evitar o surgimento de reentrncias ou fissuras;
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d) tinta de acabamento: parte visvel do sistema de pintura, sendo este produto opossuidor das propriedades necessrias para o fim a que se destina.
A seguir, so abordadas as caractersticas tcnicas dos fundos e das massas niveladoras.
Posteriormente, apresentado um estudo sobre a tinta, seus componentes, suas caractersticas
e os tipos de classificao.
3.1.1 Tipos de fundos
Para cada tipo de tinta a ser aplicada, h um fundo selador correspondente. Na aplicao de
tinta acrlica ou vinlica, usa-se o fundo acrlico ou vinlico, respectivamente. O uso desses
produtos recomendado para proporcionar, em muitos casos, a economia de tinta, alm de
preparar a superfcie para a pintura.
Empregando-se sistemas acrlicos, o fundo selador acrlico o produto que deve ser
utilizado para o preparo da superfcie. As caractersticas tcnicas deste produto so
apresentadas a seguir (UEMOTO, 2002):
a) geralmente so produzidos em cores claras, como a branca;
b) apresenta maior poder de enchimento e cobertura em relao ao fundopreparador de paredes e maior resistncia alcalinidade e gua em relao aofundo com base PVA;
c) em condies normais de temperatura e umidade apresenta secagem rpida,possibilitando a aplicao da tinta de acabamento ainda no mesmo dia.
H ainda, entre os produtos acrlicos, o fundo preparador de paredes. Este produto
apresenta maior capacidade de penetrao em substratos porosos e maior poder de
aglomerao de partculas, se comparado com os fundos seladores (UEMOTO, 2002).
J dentre os produtos vinlicos, h o fundo selador vinlico, utilizado para preparar a
superfcie. Abaixo, as caractersticas tcnicas deste produto (UEMOTO, 2002):
a) geralmente so produzidos em cores claras, como a branca;
b) apresenta maior poder de enchimento e cobertura em relao ao fundopreparador de paredes;
c) em condies normais de temperatura e umidade apresenta secagem rpida,
possibilitando a aplicao da tinta de acabamento ainda no mesmo dia.
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3.1.2 Tipos de massas niveladoras
Da mesma forma que os fundos, a escolha adequada do tipo de massa niveladora a ser
utilizada deve ser observada. Utiliza-se a massa acrlica para aplicaes de acabamentosacrlicos, e suas caractersticas so as seguintes (UEMOTO, 2002):
a) possui resistncia de aderncia, alcalinidade e gua maior que a massavinlica;
b) h maior dificuldade de aplicao e lixamento em relao massa vinlica;
c) em condies normais de temperatura e umidade apresenta secagem rpida,possibilitando o lixamento e a aplicao da tinta de acabamento ainda nomesmo dia.
Para acabamentos vinlicos utiliza-se a massa vinlica ( base de PVA poliacetato de
vinila), mais conhecida como massa corrida, a qual, em condies normais de temperatura e
umidade, apresenta secagem rpida, possibilitando o lixamento e a aplicao da tinta de
acabamento ainda no mesmo dia (UEMOTO, 2002).
3.1.3 Tinta
A tinta uma composio qumica composta por pigmentos dispersos em soluo ou emulso
de polmeros que se torna num revestimento aderente superfcie, quando aplicada em forma
de uma pelcula, com a finalidade de colorir, proteger e embelezar a parede (FAZENDA,
2008). Os componentes bsicos da tinta so a resina, o pigmento, o diluente e os aditivos.
A resina a parte no voltil da tinta, que tem a funo de aglomerar as partculas de
pigmentos. A composio da resina tem elevada importncia nas propriedades da pelcula, e
ela que define o tipo de tinta ou revestimento empregado. Propriedades da tinta como dureza,resistncia abraso, resistncia lcalis, reteno de cor, brilho, flexibilidade do filme e
adeso so governadas basicamente pela resina (FAZENDA, 2008; UEMOTO, 2002).
Os pigmentosso partculas (p) slidas e insolveis, geralmente com grande finura, sendo
sintticos ou naturais, as quais do cor e poder de cobertura tinta. Na formulao das tintas
ltex, o dixido de titnio o pigmento de maior importncia, pois confere alvura, cobertura e
durabilidade tinta, atravs do seu poder de reflexo da luz. Os pigmentos podem ser
classificados em dois grandes grupos: ativos e inertes. Os pigmentos ativos conferem cor e
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poder de cobertura tinta, enquanto que os inertes (ou cargas) conferem lixabilidade, dureza,
consistncia, entre outras caractersticas (FAZENDA, 2008; UEMOTO, 2002).
O diluente, tambm chamado de solvente ou veculo voltil, um lquido responsvel pordissolver a resina e conferir viscosidade adequada para a aplicao da tinta. Nas tintas base
de ltex, a fase lquida principal a gua, tambm utilizada na sua diluio (FAZENDA,
2008; UEMOTO, 2002).
Aditivosso substncias adicionadas em pequenas propores para modificar as propriedades
da tinta. Os aditivos mais comuns tm a funo de estabilizar as emulses, aumentar a
resistncia a fungos e bactrias, aumentar a temperatura de formao de filme, entre outros
(FAZENDA, 2008; UEMOTO, 2002).
De acordo com Uemoto (2002), a composio e formulao destes componentes tm elevada
importncia nas propriedades das pelculas de tinta. O conhecimento dos elementos que
compe a tinta, assim como as propores em sua formulao, permite estimar algumas
propriedades da pintura, como a porosidade e a durabilidade. Segundo a mesma autora, o
parmetro mais utilizado para descrever a composio (formulao) da tinta a relao entre
pigmento e resina, denominadaPVC(Pigment Volume Content). OPVCcorresponde frao
volumtrica percentual do pigmento sobre o volume total de slidos do filme seco, conforme
frmula 1:
(frmula1)
Onde:
PVCfrao volumtrica percentual do pigmento sobre o volume total de slidos(adimensional);
Vpvolume de pigmento (L);
Vvvolume de veculo slido (L), isto , volume da resina.
O fator PVC, alm de influir na porosidade e permeabilidade do sistema de proteo por
barreira, responsvel por distinguir os acabamentos em brilhante, semibrilho e fosco. As
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tintas semibrilho possuem PVC baixo enquanto que as tintas foscas possuem PVC elevado
(UEMOTO, 2002).
Segundo Cunha (2011), alm do fator PVC, a porcentagem de resina na composio da tintatambm influi no tipo de acabamento (figura 2). Ainda, segundo Polito (2009), tintas mais
foscas, com elevado PVC e baixa porcentagem de resina, possuem menor lavabilidade,
resistncia mecnica e resistncia s intempries, ao passo que as tintas mais brilhantes, com
baixo PVC e alta porcentagem de resina, possuem maior lavabilidade e grande resistncia
mecnica e resistncia s intempries.
Figura 2Exemplos de formulao de tintas
(fonte: POLITO, 2009)
Alm de conhecer seus componentes, importante observar as caractersticas tcnicas
fundamentais da tinta para que uma devida avaliao possa ser feita com relao qualidade
do produto. Tais caractersticas so descritas a seguir (FAZENDA, 2008):
a) estabilidade: capacidade do produto em manter-se inalterado durante o seuprazo de validade;
b) cobertura: capacidade do produto em ocultar a cor da superfcie sobre a qual foiaplicada (a diluio afeta esta propriedade, portanto, as recomendaes dofabricante quanto a isso devem ser seguidas);
c) rendimento: rea a qual se consegue pintar com um volume de tintaestabelecido, sendo geralmente expresso em m/galo/demo;
d) aplicabilidade/pintabilidade: facilidade de aplicao, ou seja, o produto nodeve apresentar dificuldade na sua utilizao. Respingamentos e escorrimentosno devem ocorrer durante a aplicao;
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e) nivelamento/alastramento: propriedade da tinta em formar uma pelculauniforme, sem deixar marcas de aplicao;
f) secagem: processo no qual a tinta deixa de ser lquida para tornar-se umapelcula slida. Comparando-se produtos similares, o ideal aquele que possuio menor tempo de secagem;
g) lavabilidade: capacidade da tinta em resistir limpeza com produtosdomsticos, tais como o sabo, detergente, entre outros, permitindo a remoode manchas sem afetar a integridade da camada formada pela pintura;
h) durabilidade: capacidade da tinta em resistir s intempries, tais como o sol oua chuva. Quanto maior for o tempo em que a pelcula de tinta conseguir manteras propriedades de proteo e embelezamento, maior a sua durabilidade.
Os tipos de tintas imobilirias atualmente existentes no mercado possuem suas denominaes
baseadas na poro lquida de sua composio. As tintas base de gua, utilizadas em
revestimentos de argamassa das edificaes, dividem-se em ltex PVA e ltex acrlicas. A
denominao tinta ltex deriva do aspecto das emulses utilizadas no processo de fabricao,
pois se assemelham s emulses da seringueira. Sua disseminao atribuda facilidade de
aplicao e manuseio, proporcionando ainda diversos tipos de acabamentos.
A NBR 15.079 caracteriza as tintas ltex de acordo com os requisitos mnimos de
desempenho. As definies so as seguintes (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS
TCNICAS, 2011b, p. 1-2):
3.1 [...];
3.2 tinta ltex econmica: tinta que corresponde ao menor nvel de desempenho deuma tinta ltex, independentemente do tipo de acabamento proporcionado (fosco,acetinado, semibrilho ou qualquer outra denominao), indicada exclusivamente
para ambiente interior, e que deve atender no mnimo s especificaes indicadasnesta Norma;
3.3 tinta ltex standard: tinta ltex fosca, indicada para ambiente interior e/ou
exterior, e que deve atender no mnimo s especificaes indicadas nesta Norma;
3.4 tinta ltex premium: tinta ltex fosca, indicada para ambiente interior e/ouexterior, e que deve atender no mnimo s especificaes indicadas nesta Norma;
3.5 tinta ltex para especialidades: tinta ltex que se destina a aplicaesespeciais e que, portanto, deve apresentar desempenho adicional relacionado sua especificidade. So consideradas especialidades os seguintes produtos: ltex
para gesso, ltex para azulejo, ltex elastomrico, ltex lavvel e ltex paraambientes crticos contaminao por fungos. As tintas ltex para especialidadesdevem atender ao menor nvel de desempenho em funo da sua aplicao(interior ou interior/exterior).
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Um dos fatores que influenciam no aspecto do brilho obtido nas pinturas ltex o tipo de
emulso utilizado na composio da tinta, podendo ser acrlica ou vinlica (CUNHA, 2011). A
seguir, so caracterizados esses tipos de tintas.
3.1.3.1 Tinta ltex acrlica
A tinta ltex acrlica proporciona um acabamento semibrilho ou fosco aveludado, e sua
aplicao se d em superfcies internas e externas de alvenaria base de cimento e cal
(argamassa), concreto, bloco de concreto, gesso e cermica no vitrificada (UEMOTO, 2002).
Suas caractersticas tcnicas so descritas a seguir:
a) fcil aplicao e secagem rpida, possibilitando a aplicao da segunda demoainda no mesmo dia (aproximadamente 4 horas de intervalo entre demos);
b) a resistncia de aderncia, durabilidade, resistncia gua e alcalinidade sosuperiores s das tintas com base de poliacetato de vinila (PVA);
c) a pelcula obtida por esta tinta menos porosa que a das tintas base depoliacetato de vinila (PVA);
d) o acabamento fosco aveludado indicado para fins decorativos e o acabamentosemibrilho mais indicado para proteo;
e) em ambientes externos de baixa agressividade, possui vida til de
aproximadamente cinco anos at a primeira repintura.
3.1.3.2 Tinta ltex vinlica ou PVA
A tinta ltex vinlica formulada com base de polmeros vinlicos (poliacetato de vinila ou
PVA), possui acabamento semibrilho ou fosco aveludado e seu uso recomendado para
superfcies internas e externas de alvenaria base de cimento e cal (argamassa), concreto,
bloco de concreto, gesso e cermica no vitrificada (UEMOTO, 2002). Da mesma forma que
as tintas acrlicas, as tintas vinlicas possuem fcil aplicao e secagem rpida, permitindo a
aplicao da segunda demo ainda no mesmo dia (aproximadamente 4 horas de intervalo
entre demos), e em ambientes externos de baixa agressividade, possui vida til de
aproximadamente trs anos at a primeira repintura.
Observa-se que os vernizes, os produtos dos sistemas alqudicos e os silicones no foram
mencionados, uma vez que no fazem parte do sistema de pintura em revestimentos internos
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de argamassa. As tintas base de cimento e cal hidratada tambm no foram abordadas, pois
seus usos nas edificaes so relativamente pequenos.
3.2 EXECUO DE PINTURA
Conforme Meseguer (1991), os procedimentos de uma operao na construo so elaborados
considerando-se os requisitos que devem seguir, porm, os procedimentos no devem ser
confundidos com a norma. As normas determinam o que se deve obedecer, mas no dizem
como se deve executar para consegui-lo, pois isso especfico de cada empresa. Por isso, os
procedimentos de execuo de pintura descritos adiante no so os nicos, mas ajudam a
garantir resultados esperados de qualidade tendo em vista as especificaes de normas.
3.2.1 Ferramentas e equipamentos utilizados
So apresentados, a seguir, os materiais utilizados na pintura e a descrio do armazenamento
correto dos produtos.
3.2.1.1 Ferramentas utilizadas na preparao do substrato
As ferramentas utilizadas no preparo das superfcies, ilustrados na figura 3 so (UEMOTO,
2002):
a) esptula: utilizada para remover a tinta e aplicar massas em reas pequenas;
b) desempenadeira: utilizada para aplicar massa corrida e acrlica, em reasextensas;
c) lixa: utilizada para uniformizar a superfcie e melhorar a aderncia da pintura.O tipo de lixa deve ser compatvel com as caractersticas do substrato.
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Figura 3Ferramentas utilizadas para o preparo de superfcies
(fonte: UEMOTO, 2002)
3.2.1.2 Ferramentas utilizadas na execuo da pintura
As ferramentas e equipamentos utilizados para a execuo da pintura, ilustrados na figura 4,
so (UEMOTO, 2002):
a) pincel, trincha ou broxa: utilizados para pintar reas pequenas e superfciesirregulares. A aplicao com estas ferramentas lenta, no garante boa
penetrao no substrato e a pelcula obtida pouco uniforme. Os pincisredondos ou ovais so recomendados para pintar superfcies speras ouirregulares, e as trinchas largas e chatas, superfcie plana e de grande extensocom largura no superior a 12,5 cm;
b) rolos de l de carneiro, de espuma de polister, de espuma rgida: utilizadospara pintar superfcies extensas e regulares. O uso do rolo de l de plo baixo(sinttico ou de carneiro) recomendado para aplicao com tintas ltex. J orolo de espuma indicado para tinta a leo, esmalte sinttico ou vernizes. Para
acabamentos texturizados, utiliza-se o rolo de espuma rgida;c) revlver ou pistola: o mtodo por pulverizao com ar recomendado para
tintas a leo, esmaltes ou vernizes. O sistema airless, o qual opera compresses mais elevadas que o mtodo anterior, recomendado para pintarsuperfcies extensas, sem janelas e portas, e de difcil acesso, tendo como
principal vantagem a rapidez na sua execuo. A principal desvantagem anecessidade de proteger os locais que no sero pintados;
d) recipientes para acondicionamento de tintas: os mais utilizados so asbandejas e as caambas, que favorecem a transferncia da tinta para o pincel ourolo;
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e) mexedores: tm o formato de uma rgua e so utilizadas para auxiliar nahomogeneizao da tinta.
Figura 4Ferramentas e equipamentos utilizados na execuo da pintura
(fonte: UEMOTO, 2002)
3.2.2 Armazenamento dos produtos
De maneira geral, as tintas devem ser armazenadas em ambientes ventilados, ou conforme o
indicado na embalagem do produto. No caso de obras de grande escala, deve haver um local
prprio para o armazenamento dos produtos (UEMOTO, 2002).
Alm disso, no ato do recebimento, as amostras de tinta, entre outros produtos, devem sermantidas fechadas e registradas com a data de entrega e o nmero do lote. Este procedimento
serve para que os produtos sejam utilizados conforme a sequncia de entrega, garantindo a sua
validade (UEMOTO, 2002).
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3.2.3 Preparo do substrato
O substrato a superfcie onde a pintura se fixa. Pode ser a parede, a alvenaria, o reboco, a
porta, entre outros. Conforme Cunha (2011, p. 56):
O desempenho do sistema de pintura influi diretamente com o estado que seencontra o substrato. Antes de aplicar o material importante verificar se h
permeabilidade e porosidade excessiva [...], resistncia mecnica, resistncia afissurao, boa aderncia e bom estado de acabamento superficial. [...].
Os substratos de argamassa possuem permeabilidade, porosidade e rugosidaderelativamente alta, tm a tendncia de abrigar e desenvolver fungos e um meio
bsico e alcalino, sendo incompatvel com determinados sistemas de pintura.
Tendo em vista essas caractersticas, so descritos a seguir as condies e mtodos de preparo
de substratos e tambm uma descrio dos principais defeitos encontrados na pintura.
3.2.3.1 Condies gerais
Para a obteno de pinturas que atendam tanto funo protetora quanto decorativa,
importante que sejam seguidas as orientaes dos fabricantes relativas a seus produtos e aos
sistemas de pinturas. A NBR 13.245 descreve tais orientaes (ASSOCIAO
BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2011c):
a) definir o tipo do substrato;
b) definir o tipo de ambiente no qual ser realizada a pintura;
c) pintar temperatura entre 10C e 40C e umidade do ar inferior a 90%;
d) aguardar, no mnimo, 30 dias aps o trmino da execuo do reboco para que omesmo esteja curado;
e) proteger a pintura recm-executada contra a poeira, a gua e contatos acidentaisdurante o tempo de secagem da tinta.
A identificao do tipo de ambiente auxilia no processo de escolha da tinta. A NBR 13.245
classifica os ambientes em cinco tipos (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS
TCNICAS, 2011c):
a) interno seco: locais sem umidade e incidncia de gua, com condensaoocasional e pouco uso das superfcies, como dormitrios, salas de edifciosresidenciais e comerciais;
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b) interno mido: locais com contato ocasional com a gua, possibilidade decondensao e uso moderado da superfcie, como banheiros, cozinhas elavanderias;
c) externo no agressivo seco: reas no industriais, afastadas da orla martima ecom incidncia baixa de chuvas;
d) externo no agressivo mido: reas no industriais, afastadas da orla martima ecom incidncia elevada de chuvas;
e) externo agressivo: reas dentro da orla martima e/ou com elevada poluioatmosfrica.
Alm disso, a identificao das condies do substrato deve ser realizada para que se possa
empregar o mtodo mais adequado para o preparo da superfcie. Os procedimentos de preparo
de superfcies conforme os tipos de substratos so descritos no prximo item.
3.2.3.2 Procedimentos
A superfcie a ser pintada deve ser adequadamente preparada, a fim de se garantir o
cumprimento satisfatrio das funes de pintura. Os mtodos para a preparo das superfcies
podem ser de quatro tipos: limpeza da superfcie, correo de falhas, tratamentos
superficiaise preparao com acabamento liso.
Na limpeza da superfcie, deve ser feita a remoo da sujeira, poeira, eflorescncia e
materiais soltos de modo geral atravs de escovao, raspagem e/ou lavagem com gua.
Contaminantes gordurosos, como a graxa e o leo, devem ser removidos atravs da lavagem
com sabo e detergente neutros. Em caso de existncia de bolor, mofo ou algas,
primeiramente executar a escovao com cerdas mais duras e com auxlio de um pano seco.
Aps a escovao, aplicar uma soluo de hipoclorito de sdio com 4% de cloro ativo (gua
sanitria) e bactericidas diludas em gua na proporo 1:1. A soluo aplicada atravs de
escovas de cerdas grossas, deixando agir por 1 hora e enxaguando em seguida com gua em
abundncia (CUNHA, 2011).
A correo de falhas consiste em reparar imperfeies, fissuras, trincas, salincias e
reentrncias. Imperfeies rasas, de depresses inferiores a 0,5 cm, podem ser reparadas com
o uso de massas niveladoras compatveis com a tinta de acabamento e com as caractersticas
do ambiente. J as imperfeies profundas, de profundidade superior a 0,5 cm, devem ser
reparadas com material e textura idnticos ao que foi utilizado no substrato. Neste caso, necessrio aguardar o tempo de cura de 30 dias antes de proceder com a pintura. Caso ocorra
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a infiltrao de gua, deve-se eliminar a umidade e aguardar a secagem da superfcie
(CUNHA, 2011).
Os tratamentos superficiais so voltados para corrigir propriedades como a absoro eresistncia mecnica da superfcie. Em superfcies com elevada porosidade (absoro de gua
maior que 15%) recomendada a aplicao prvia de fundos seladores ou a prpria tinta de
acabamento, diluda em gua ou solvente na proporo de 1:1, enquanto que em superfcies
de baixa resistncia mecnica (reboco magro, por exemplo), com pouco cimento, deve-se
aplicar fundo preparador de superfcies diludo conforme indicao do fabricante. A
verificao da resistncia mecnica pode ser feita esfregando-se o substrato com a mo ou
colando um pedao de fita crepe, observando-se em seguida a quantidade de gros que ficou
aderida na fita (UEMOTO, 2002).
Para a preparao com acabamento liso, deve-se aplicar, sobre a superfcie limpa, corrigida
e tratada, sucessivas camadas de massa niveladora com desempenadeira ou esptula at que se
obtenha o nivelamento desejado. O intervalo entre demos de aproximadamente 1 hora e,
aps a secagem completa da massa, lixar a superfcie (CUNHA, 2011).
3.2.4 Execuo do sistema de pintura
So apresentados, a seguir, as etapas de manuseio da tinta e seus produtos, os esquemas de
pintura aplicados em superfcies de reboco recm-executados das edificaes, e tambm os
procedimentos de execuo de pintura especficos para ambientes interiores previamente
tratados com massa PVA.
Segundo Uemoto (2002), algumas etapas devem ser seguidas antes e durante a aplicao da
tinta. Tais etapas so descritas a seguir:
a) abertura de embalagens: no utilizar tintas com elevada sedimentao,coagulao, geleificao, separao de pigmentos, empedramento, formao de
pele, odor desagradvel ou sinais de corroso na superfcie do produto;
b) homogeneizao da tinta: agitar bem os produtos, manual ou mecanicamente,para a sua adequada homogeneizao;
c) diluio: geralmente a diluio indicada na embalagem para a aplicao comrolos ou pincis;
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d) misturas: no misturar produtos de marcas diferentes sem uma consulta prviaao fabricante;
e) aplicao com pincel, trincha ou broxa: devem ser mergulhados at a metade docomprimento das cerdas, aplicando-se pinceladas curtas e procurando depositarquantidades uniformes do material de modo a formar uma pelcula uniforme;
f) aplicao com rolo: a molhagem do rolo deve ser feita em uma bandeja. Almdisso, a pintura realizada de cima para baixo, procurando cobrir o maiorcomprimento possvel.
Quanto aos sistemas de pinturas, a observao da apresentao das linhas de produtos pela
grande maioria dos fabricantes mostra a presena de trs categorias de produtos, sendo estes
os fundos, as massas niveladoras e os acabamentos. A adequada combinao desses produtos
conhecida como esquema de pintura(FAZENDA, 2008).
Existem diversos tipos de combinaes que geram diferentes esquemas de pintura. Isso
depende do tipo e caractersticas da superfcie a pintar, das condies ambientais a que esto
sujeitas as superfcies e tambm da relao custo/benefcio mais favorvel. Souza et al. (1996)
classificam os esquemas de pintura sobre reboco novo em acabamento convencional e
convencional liso, para superfcies interiores, e acabamento convencional, convencional liso e
texturizado, para superfcies exteriores. A figura 5 apresenta os esquemas de pintura para
acabamentos internos. Vale ressaltar que, devido s particularidades dos diferentes produtos e
dos fabricantes, estes podem sugerir esquemas de pintura diferentes dos aqui apresentados.
Figura 5Esquemas de pintura para acabamentos internos
(fonte: adaptado de SOUZA et al., 1996)
O acabamento convencional liso para interiores consiste na aplicao de pintura sobre a base
preparada e previamente tratada com massa corrida em toda a sua extenso. Fazenda (2008)
descreve os procedimentos para a obteno desse acabamento:
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a) aplicar massa corrida para interiores, conforme mencionado anteriormente noitem preparo do substrato;
b) aplicar tinta ltex PVA. A diluio deve seguir a recomendao do fabricante; aprimeira demo deve ser mais diluda que as demais;
c) a primeira demo pode ser substituda por um fundo selador.
De acordo com Uemoto (2002), a quantidade de material aplicada em cada demo deve ser a
mnima possvel e espalhada ao mximo a fim de se obter uma cobertura atravs de vrias
demos, dentre as quais a ltima deve propiciar superfcie uma pelcula uniforme, sem
escorrimentos, falhas ou imperfeies. Em caso de falhas de pintura, corrigi-las respeitando-
se o tempo de secagem antes da aplicao da demo subsequente. Alm disso, um nmero
maior de demo recomendado em superfcies muito porosas, com contornos angulosos oucom inclinao.
Logo aps a pintura, deve-se providenciar a devida proteo contra a poeira e gua, ou mesmo
do contato acidental at que ocorra a total secagem. O tempo de secagem no deve ser inferior
quele recomendado pelo fabricante do produto, visto que o mesmo influenciado pelas
condies atmosfricas (UEMOTO, 2002).
Caso ocorram escorrimentos e/ou salpicos de tinta em superfcies no destinadas pintura,como o piso, devem ser removidos ainda em seu estado fresco, empregando-se pano
umedecido com produto base de gua (UEMOTO, 2002).
3.2.5 Defeitos mais comuns na pintura
Existem diversos fatores que causam problemas na pintura, como m execuo durante o
processo de pintura, fatores ambientais e problemas no reboco, entre outros. A correta
preparao do substrato durante o processo de pintura de fundamental importncia, pois
diversos problemas so ocasionados, em sua grande maioria, pela m preparao das
superfcies. De acordo com Fazenda (2008), os defeitos mais comuns em superfcies de
reboco, so: eflorescncia, desagregamento, descascamento, manchas causadas por pingos de
chuva, bolhas, manchas escuras provenientes do mofo, manchamento amarelado, fissuras e
trincas, sendo estes dois ltimos diretamente relacionados a problemas do reboco, mas que
afetam a pintura. Nos prximos itens, esses problemas sero descritos mais detalhadamente
conforme o mesmo autor.
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3.2.5.1 Eflorescncia
Eflorescncia so manchas esbranquiadas que aparecem na superfcie pintada. Ocorre
geralmente quando a tinta foi aplicada sobre o reboco mido (figura 6). Para que isto no
ocorra, recomenda-se aguardar at que o reboco esteja seco e curado.
Figura 6Eflorescncia
(fonte: FUTURA TINTAS, 2013)
3.2.5.2 Desagregamento
O desagregamento ocorre quando a pintura se esfarela, destacando-se da superfcie
juntamente com partes do reboco (figura 7). Recomenda-se aguardar at que o reboco estejaseco e curado. Deve-se executar tambm o lixamento e cuidar para que no seja utilizado um
trao fraco na argamassa, pois esses fatores tambm podem provocar o desagregamento.
Figura 7Desagregamento
(fonte: FUTURA TINTAS, 2013)
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3.2.5.3 Descascamento
Descascamento causado por diversos fatores, tais como a pintura sobre caiao sem o devido
preparo da superfcie, a m diluio da primeira demo de tinta na superfcie de reboco, o
excesso de poeira na superfcie, o uso da massa corrida para interiores em superfcies
externas, entre outros (figura 8). Recomenda-se a adequada preparao da superfcie, atravs
da eliminao de partes soltas ou mal aderidas e a aplicao de fundos seladores ou fundos
preparadores de paredes. No caso da incorreta diluio da tinta, a primeira demo deve estar
bem diluda (30% a 50%).
Figura 8Descascamento
(fonte: FUTURA TINTAS, 2013)
3.2.5.4 Manchas causadas por pingos de chuva
As manchas causadas por pingos de chuva ocorrem em paredes recm-pintadas que foram
afetadas por pingos isolados (figura 9). Para elimin-las, deve-se lavar a superfcie pintada
com gua, sem esfregar, de maneira a molhar a superfcie por igual.
Figura 9Manchas causadas por pingos de chuva
(fonte: FUTURA TINTAS, 2013)
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3.2.5.5 Bolhas
As bolhas em pintura ocorrem, principalmente, pela presena de umidade no substrato (figura
10). Em paredes externas, geralmente so causadas pelo uso da massa corrida para interiores.
Em paredes internas, podem ocorrer quando a poeira no for eliminada aps o lixamento da
massa corrida, ou quando a tinta no foi devidamente diluda. Para prevenir o surgimento
destas bolhas, deve-se encontrar o foco gerador da umidade, se for o caso, e elimin-lo. Em
geral, deve-se eliminar a poeira aps o lixamento da massa corrida e aplicar tinta devidamente
diluda, tomando sempre o cuidado de utilizar o produto adequado a cada tipo de situao e
no utilizar produtos de baixa qualidade.
Figura 10Bolhas
(fonte: FUTURA TINTAS, 2013)
3.2.5.6 Manchas escuras provenientes de mofo
So manchas que aparecem normalmente sobre a superfcie devido ao ambiente favorvel ao
seu surgimento, como por exemplo, ambientes midos e mal ventilados (figura 11). Para
combater estas manchas, recomenda-se lavar a rea afetada com escova de nilon ou pano e
uma mistura de gua sanitria e gua potvel na proporo de 1:2, deixando agir poraproximadamente 4 horas. Em seguida, lavar com gua a fim de eliminar resduos de gua
sanitria. Deve-se repetir todo o processo at a remoo total do mofo.
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Figura 11Manchas escuras provenientes de mofo
(fonte: FUTURA TINTAS, 2013)
3.2.5.7 Manchamento amareladoSo manchas causadas principalmente por gorduras, leo ou fumaa de cigarro (figura 12).
Para remover estas manchas, recomenda-se lavar a superfcie com uma soluo de gua com
10% de amonaco ou com detergente base dessa substncia.
Figura 12Manchamento amarelado
(fonte: FAZENDA, 2008)
3.2.5.8 Fissuras
As fissuras so trincas estreitas, superficiais e sem continuidade, causadas por diversos
fatores, entre as quais se destacam a falta de hidratao do reboco e a m qualidade da
argamassa fina (figura 13). Para o tratamento de fissuras, recomenda-se raspar/escovar a
superfcie, eliminando as partes soltas, a poeira, as manchas de gordura, o sabo ou mofo, e,
em seguida, aplicar fundo preparador para paredes. Uma alternativa aplicar duas demos de
tinta elastomrica e aplicar em seguida o acabamento.
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Figura 13Fissuras
(fonte: FAZENDA, 2008)
3.2.5.9 TrincasAs trincas, em geral, so decorrentes dos movimentos da estrutura (figura 14). Para trat-las,
deve-se, primeiramente, identificar a sua origem e, aps isso, executar a interveno de
acordo com o tipo de problema encontrado.
Figura 14Trinca
(fonte: FAZENDA, 2008)
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3.3 MO DE OBRA NA PINTURA
De acordo com a NBR 15.927, o pintor de obras imobilirias o profissional responsvel pela
anlise, planejamento e realizao de servios de pintura em edificaes, atendendo projetos eordens sempre de acordo com os procedimentos de execuo, com as normas especficas e
com a segurana do trabalho, meio ambiente e sade. Estas competncias so estabelecidas
pela Norma para que profissionais interessados possam atuar com pintura em obras
imobilirias. Alm de avaliar competncias, ela define os requisitos mnimos para o exerccio
da profisso e, com isso, objetiva garantir a qualidade dos servios prestados (ASSOCIAO
BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2011a).
Os perfis desejados de competncias do pintor de obras imobilirias so fundamentais para
que se estabelea ampla ao de formao do indivduo que atue ou venha a atuar no setor.
Conforme a NBR 15.927, importante que o pintor de obras imobilirias possua as seguintes
unidades de competncia (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS,
2011a):
a) anlise dos servios;
b) planejamento dos servios;c) realizao dos servios.
No que se refere anlise dos serviosde pintura, os seguintes elementos de competncia
so definidos pela mesma Norma (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS
TCNICAS, 2011a):
a) interpretao das necessidades do cliente,
- leitura de plantas baixas arquitetnicas ou elaborao do croqui (desenho);- identificao das superfcies a serem pintadas;
- identificao das especificaes;
- atendimento ao cliente;
b) inspeo da obra a ser pintada,
- verificao dos tipos de substratos;
- verificao da presena de manifestaes patolgicas nos substratos;
- identificao das condies de trabalho, como segurana, armazenamento e
execuo;
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- medio das reas a serem pintadas.
Os elementos de competncia referentes ao planejamento dos servios de pintura so
apresentados a seguir, conforme NBR 15.927 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS
TCNICAS, 2011a):
a) definio do servio a ser executado,
- elaborao de um plano de trabalho;
- especificao de produtos, equipamentos, ferramentas e materiais adequados;
- especificao dos sistemas de pintura;
b) elaborao do cronograma,
- verificao do tempo de aplicao dos produtos;
- definio da equipe de produo e estimativa das horas de trabalhonecessrias;
- utilizao de tabelas de referncia de produo e produtividade;
- previso de interferncias das condies climticas e definio das etapas doservio;
- considerao das caractersticas da obra;
c) oramento do servio,
- quantificao dos materiais e demais recursos;
- atribuio de valores aos recursos a serem aplicados;
d) elaborao da proposta de servio com apresentao:
- do oramento da mo de obra com ou sem material;
- das condies de pagamento;
- cronograma de trabalho;
- da relao de servios a serem empregados;
- de justificativa do oramento com base nos recursos, nos sistemas de pinturae nas caractersticas da obra.
De acordo com a mesma Norma, para a realizao dos serviosde pintura em alvenaria, os
elementos de competncia so (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS,
2011a):
a) preparao do local a ser pintado,
- organizao do ambiente a ser pintado;
- proteo das superfcies e objetos que no sero pintados;
- separao dos equipamentos, ferramentas e materiais a serem utilizados;
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b) execuo da pintura,
- identificao e correo de manifestaes patolgicas existentes na superfciea ser pintada;
- limpeza das superfcies com produtos e ferramentas adequados;- lixamento e remoo do p de superfcies;
- aplicao de fundo de acordo com o tipo de superfcie e recomendaescontidas na embalagem do produto;
- aplicao de massas niveladoras, texturas ou acabamentos de acordo com asrecomendaes contidas na embalagem do produto;
- aplicao da tinta de acabamento;
- correo de imperfeies da pintura atravs de lixamento, remoo deresduos e aplicao de recorte e demos necessrias at o resultado
desejvel;- limpeza dos acessrios, ferramentas e equipamentos de pintura;
- destinao adequada dos resduos;
- observao das normas de segurana do trabalho, higiene e preservaoambiental.
3.4 DESCARTE DE RESDUOS NA PINTURA
Como todas as demais etapas do processo produtivo da construo civil, a corretaadministrao da execuo de pinturas fundamental para a minimizao dos impactos
ambientais negativos.
Conforme Uemoto et al.2(2004 apud GUIMARES JUNIOR, 2008, p. 40):
[...] as tintas imobilirias, seus resduos, e os solventes usados na sua diluio e nalimpeza da aparelhagem utilizada para a sua aplicao, emitem compostos orgnicosvolteis [...] geralmente constitudos por hidrocarbonetos aromticos e alifticos,hidrocarbonetos contendo halognio, cetonas, steres, lcoois, os quais apresentamimpacto ambiental que so considerados contaminantes potenciais do meioambiente, da qualidade do ar interno de edificaes, com baixa renovao de ar e,alm disso, afetam a sade do trabalhador durante a fase de construo do edifcio,
portanto classificados como resduos perigosos.
A ateno e a competncia do gestor de construo civil so de grande importncia para a
gesto de pinturas imobilirias quanto minimizao do impacto ambiental negativo em
2UEMOTO, K. L.; IKEMATSU, P.; AGOPYAN, V. As tintas imobilirias e o impacto ambiental: parte II. In:
CONFERNCIA LATINO-AMERICANA DE CONSTRUO SUSTENTVEL, 1., 2004, So Paulo.Anais...So Paulo: USP, 2004. No paginado.
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obras. Conforme a Resoluo 307/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, secundado
por Guimares Junior3(2006 apud GUIMARES JUNIOR, 2008), as tintas, os solventes, os
leos, os materiais de pinturas e outros, considerados resduos classe D (resduos perigosos),
devem ser monitorados de acordo com o projeto de gesto de resduos da obra para que a
destinao final desses produtos esteja em conformidade com a legislao especfica
municipal.
Fazenda (2008) determina que os profissionais da construo civil devem evitar ao mximo o
desperdcio de materiais. Recomendaes em relao a tintas, solventes e materiais como
pincis, rolos e outros, so descritas a seguir:
a) apenas o volume de tinta necessrio deve ser adquirido, calculando-secorretamente a quantidade a ser utilizada;
b) a tinta deve ser armazenada corretamente durante o trabalhoas latas de tintasem uso devem estar fechadas para evitar que ressequem ou estraguem;
c) os instrumentos de pintura devem ser conservados adequadamente durante otrabalho;
d) as sobras de tintas no devem ser guardadas, pois a mesma dura muito poucotempo depois da abertura da embalagem. Recomenda-se do-las ou utiliz-lasimediatamente para outros trabalhos;
e) os instrumentos de pintura devem ser lavados somente no final do dia. Nosintervalos do trabalho, manter as ferramentas imersas na tinta que est sendoaplicada, cobrindo-a com saco plstico;
f) as latas no devem ser lavadas. O seu contedo deve ser esgotado, escorrido eraspado (com a tinta ainda mida);
g) os resduos de tinta seca devem ser encaminhados a uma ATT (rea deTransbordo e Triagem) ou a pontos de coleta autorizados pelo rgo pblico domeio ambiente;
h) as embalagens devem ser inutilizadas no momento do descarte, a fim de evitar
seu uso para outros fins, e as latas com filme seco no devem ser misturadas aolixo convencional ou entulho da obra (figura 15), e sim direcionadas a umaATT ou para reciclagem;
i) os solventes utilizados na limpeza dos instrumentos de pintura devem serarmazenados para a diluio de outras tintas similares. Caso isso no seja
possvel, os mesmos devem ser enviados para uma empresa de recuperao oude incinerao. A fim de evitar a evaporao, as sobras de solventes devem serguardadas em recipientes bem fechados.
3 GUIMARES JUNIOR, V. A importncia da gesto de pinturas imobilirias como instrumento de
minimizao do impacto ambiental negativo na construo civil. In: ENCONTRO NACIONAL DETECNOLOGIAS DO AMBIENTE CONSTRUDO, 2006, Florianpolis. Anais... Florianpolis: ANTAC,2006. No paginado. 1 CD.
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Figura 15Destinao final inadequada de latas de tintas,com resduo no fundo da embalagem
(fonte: GUIMARES JUNIOR, 2008)
Estas so apenas algumas recomendaes para que os responsveis das obras civis sejam
vistos pela sociedade como profissionais que cumprem a legislao a qual rege o controle de
resduos na construo civil, buscando sempre eliminar o desperdcio e evitar a contaminao
do meio ambiente (ASSOCIAO BRASILEIRA DOS FABRICANTES DE TINTAS,
2012).
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4 AVALIAO DOS SERVIOS DE PINTURAS IMOBILIRIAS
Neste captulo tratada a importncia dos sistemas de gesto da qualidade, apresentando um
instrumento adequado para implantao desse sistema assim como uma ferramenta de coleta
de dados para a avaliao dos servios de pintura.
4.1 GESTO DA QUALIDADE DOS SERVIOS
De acordo com Meseguer (1991, p. 12):
A preocupao pela qualidade uma caracterstica das sociedades avanadas, umavez superadas as etapas de subdesenvolvimento nas quais predomina a preocupao
pela quantidade. A cada dia que passa, a qualidade, usada como arma empresarial,est recebendo mais ateno em todas as indstrias.
Para obt-la na construo civil, necessria uma srie de procedimentos, tais como o
planejamento e gerenciamento, a organizao do canteiro de obras, as condies de higiene e
segurana do trabalho, a correta operacionalizao dos processos administrativos em seu
interior, o controle de recebimento e armazenamento de materiais e equipamentos e a
qualidade na execuo de cada servio especfico do processo de produo (SOUZA et al.,
1996).
Por isso, segundo Gehbauer et al. (2002), para melhor controlar todos esses procedimentos, as
empresas adotam sistemas de gesto da qualidade que podem ajudar as organizaes a
aumentar a satisfao do cliente e melhorar o desempenho global da empresa. Ainda segundo
os mesmos autores, motivadas por ampliar mercados, atender exigncias de clientes, cumprirexigncias contratuais ou mesmo acompanhar a concorrncia, as empresas buscam a
certificao de seus sistemas de qualidade, mesmo no sendo obrigatria, com o objetivo de
comprovar o cumprimento dos requisitos e padres de uma norma ou modelo aceito
oficialmente.
Um instrumento adequado para inserir a gesto da qualidade na execuo de servios de
qualquer empresa o ciclo PDCA (plan, do, check, act), como mostra a figura 16. Alm de
contribuir com a padronizao de processos, o ciclo PDCA tambm auxilia no aprimoramento
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contnuo desses processos, atravs do estabelecimento de novas metas ou da introduo de
novas tecnologias de processos construtivos (SOUZA et al., 1996).
Figura 16Ciclo PDCA
(fonte: SOUZA et al., 1996)
4.2 CONTROLE DE SISTEMAS DE QUALIDADE
As empresas do setor da construo civil, como qualquer organizao, tm utilizado as
normas da famlia ISO 9000 (International Organization for Standardization) para introduzir
e operar com eficincia seus sistemas de gesto da qualidade, pois ela agrega as normas mais
completas sobre Sistemas de Qualidade, no se tratando de especificaes de produtos, mas
de normas sistmicas que estabelecem os elementos do Sistema de Gesto e Garantia da
Qualidade a serem considerados pelas empresas (SOUZA et al., 1995). Uma das normas que
serve de base para a certificao de sistemas a NBR ISO 9001 (GEHBAUER et al., 2002).
Existem ainda modelos especficos para sistemas de gesto da qualidade da construo civil,
como exemplos o Qualihab (Programa da Qualidade da Construo Habitacional do Estado de
So Paulo), criado para otimizar a qualidade da habitao popular por meio da parceria com o
meio produtivo, e o PBQP-H, que visa, de um modo geral, organizar o setor da construo
civil atravs da melhoria da qualidade do habitat e da modernizao produtiva (GEHBAUER
et al., 2002).
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Na construo civil, para tornar a empresa mais estvel com relao qualidade das obras que
oferece a seus clientes, fundamental documentar os procedimentos de execuo e inspeo
de cada servio, pois isso permitir um adequado treinamento do pessoal e uma futura
certificao do sistema de qualidade da empresa de acordo com as normas ISO 9000. Esses
registros devem ser anotados em formulrios especficos, denotando a devida realizao do
controle de qualidade. Tais registros permitem a retroalimentao efetiva do sistema da
qualidade e a recomposio do arquivo da qualidade da obra, e ainda possibilitam o
rastreamento caso ocorram patologias construtivas (SOUZA et al., 1996).
4.3 FERRAMENTA DE ANLISE DO PROCESSO DE PINTURA
A avaliao por parte da empresa em relao qualidade dos servios fundamental para
identificar os pontos fortes que podem ser aperfeioados e os pontos fracos que necessitam ser
corrigidos e melhorados posteriormente (SOUZA et al., 1995). Uma opo para este tipo de
avaliao a utilizao de um check-list, o qual faz parte do ciclo PDCA e serve de suporte
para que, a cada ciclo, a verificao ajude nessa busca contnua pelo aperfeioamento.
Com este intuito, Fusinato (2012), em seu trabalho de concluso de curso, elaborou um check-
listpara a anlise de conformidades no processo de pintura. Essa ferramenta foi baseada em
perguntas referentes ao processo, desde o contato com o gestor da empresa com o fornecedor
at o produto executado, e funciona como um registro de dados, coletados de forma racional e
no emprica, para que problemas possam ser analisados e solucionados. Na figura 17,
apresentada parte dessa ferramenta.
Para a elaborao do check-list, levou-se em considerao sua fcil aplicabilidade em campo
e, para isso, foram formuladas perguntas buscando-se obter respostas objetivas, como: (S)representando a conformidade; (N), a no conformidade; (P) quando est parcialmente
conforme; e (NA) quando a pergunta no se aplica ao caso (FUSINATO, 2012).
De acordo com a bibliografia especializada, foram estabelecidas as etapas do sistema de
pinturas, assim como sua sequncia, cada qual representando um grande momento no controle
deste processo. Dentre essas etapas ou macroetapasdo servio de pintura, destacam-se a
aquisio, recebimento e armazenamento, preparao e aplicao, divididas linearmente na
estrutura do check-list (FUSINATO, 2012).
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As macroetapas podem ser categorizadas, de um modo genrico, de acordo com os nveis
hierrquicos de tomadas de deciso: estratgico (E), quando envolvem a presidncia; ttico
(T), quando envolvem os gestores da obra; e operacional (O), quando envolve a mo de obra.
Alm disso, esses nveis podem ser classificados em alto, mdio e baixo, de acordo com o
grau de tomada de deciso (FUSINATO, 2012).
H ainda, para ajudar na objetividade e na fcil aplicao em campo do check-list, uma coluna
de consideraes, contendo informaes complementares em relao pergunta que auxiliam
na resposta da pessoa entrevistada (FUSINATO, 2012). Ainda segundo o autor, embora a
ferramenta no tenha sido avaliada para o servio de pintura de revestimentos internos,
verifica-se um potencial para tal.
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.
Figura17
Repro
duoparcialdaferramenta
(fonte:FUSINATO,
2012)
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4.4 ADAPTAO E APLICAO TESTE DA FERRAMENTA
Como ponto de partida, foi utilizado o check-listelaborado por Fusinato (2012), do qual foi
retirado o modelo para a elaborao de uma ferramenta de anlise de conformidades voltada execuo de pintura interna sobre revestimentos de argamassa. Com base na bibliografia
especializada, foram selecionadas e avaliadas, primeiramente, as questes relativas s reas de
Gesto, Aquisio de Materiais, Mo de Obra e Descarte de Resduos, visto que constituem
temas em comum tanto para pintura em ambientes internos e externos. Para as reas de
Execuo da Pintura e Segurana, foram mantidas somente as questes relacionadas
exclusivamente pintura interna, eliminando assim, perguntas referentes ao trabalho em
altura, por exemplo. Em conjunto a estas etapas, realizou-se a adio de novas questesjulgadas importantes, mas que no foram abordadas na elaborao do check-listoriginal.
Aps a adaptao, foi realizada uma aplicao teste da ferramenta com o objetivo de avaliar e
aprimorar o novo check-list. A empresa na qual foi feita a aplicao teste uma construtora de
mdio porte, com sede em Porto Alegre, a qual executa obras residenciais e comerciais. Foi
escolhido um edifcio residencial de classe mdia localizado em um bairro da capital, com
treze pavimentos, o qual se encontrava, no momento da entrevista, em fase de acabamento,
mais especificamente, na aplicao da ltima demo de tinta dentro dos apartamentos.
A aplicao teste possibilitou a identificao de alguns tpicos importantes da pintura que no
constavam nem no check-listoriginal nem no check-listadaptado pintura interna como, por
exemplo, questes referentes aos cuidados quanto ao tempo de secagem dos produtos da
pintura e s protees de superfcies adjacentes, os quais consistem em pequenos cuidados
que melhoram a qualidade dos processos da pintura, tornando-as mais eficientes.
Ainda, o aprimoramento das questes da ferramenta foi auxiliado atravs de sugestes
propostas pelo prprio engenheiro entrevistado, assim como por um dos diretores de uma
empresa fornecedora de servios de pintura. Foi sugerido, por exemplo, a retirada do item
contido no check-list original tratando do manuseio de um rolo, visto que, alm de
praticamente nenhuma empresa verificar este procedimento, presume-se que o profissional de
pinturas contratado j possua este conhecimento bsico.
O modelo final da ferramenta pode ser visualizado no apndice A.
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4.5 APLICAO DA FERRAMENTA
Aps o teste, a ferramenta de verificao dos servios de pintura foi aplicada em duas obras
localizadas na cidade de Porto Alegre de diferentes empresas construtoras. Uma das empresas de pequeno porte, atuando apenas na cidade de Porto Alegre, e a outra, de grande porte, atua
em mbito nacional. Utilizaram-se as siglas E1 e E2 para nomear a primeira e a segunda
empresa, respectivamente. Foram escolhidas empresas de portes diferentes para se obter
resultados a partir dos quais se pudesse fazer uma comparao relacionada ao desempenho o
qual pode estar relacionado capacidade de cada uma das empresas.
Para a aplicao do check-list, em ambas as obras foram necessrias no s as respostas por
parte do gestor, como tambm a verificao in locoe a anlise de fotografias. A ferramenta
aplicada nas empresas pode ser visualizada nos apndices B e C.
4.5.1 Aplicao do check-listna empresa E1
A construtora E1 uma empresa de administrao familiar, que atua no setor privado de obras
de pequeno e mdio porte do ramo imobilirio. Tendo sido fundada em 1990, essa empresa
possui sede em Porto Alegre e, atualmente, possui 35 funcionrios, entre os quais esto
engenheiros, pedreiros, pintores, entre outros. Por se tratar, segundo o engenheiro da obra, de
uma construtora de pequeno porte, em que no h setor ou pessoal encarregado pela busca da
qualificao da empresa, a mesma no possui qualquer tipo de programas ou certificaes de
qualidade.
No momento da aplicao do check-list, acompanhou-se o processo de pintura interna de um
edifcio de 16 pavimentos (figura 18) localizado prximo ao centro de Porto Alegre. Nessa
obra, foram analisadas somente superfcies nas quais o revestimento era composto por
argamassa, sendo essas as paredes internas que faziam a periferia dos apartamentos,
excluindo-se, dessa maneira, as divisrias entre os cmodos.
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Figura 18Vista da fachada do edifcio
(fonte: foto do autor)
Quanto ao armazenamento de materiais, havia o almoxarifado e um local prprio para os
produtos do sistema de pintura. Observou-se que, embora as latas de tintas fossem mantidas
sobre paletes para evitar o contato direto com o cho, o local de estoque era completamente
fechado, impedindo a ventilao necessria para um ambiente fresco e possibilitando o
aparecimento de umidade (figura 19). A mesma situao ocorria no almoxarifado, onde a
nica abertura consistia em uma pequena janela, na qual era realizado o controle de entrada e
sada de materiais. Apesar disso, ambos os locais de armazenamento davam para um corredor
onde havia uma rampa (figura 20) pela qual se tinha acesso direto ao elevador do tipo
cremalheira, possibilitando um fcil deslocamento dos materiais pela obra.
Figura 19Local de armazenamento das tintas e almoxarifado
(fonte: foto do autor)
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Figura 20Rampa de acesso ao elevador
(fonte: foto do autor)
O responsvel pela conferncia dos materiais no ato do recebimento e pelo controle do fluxo
de materiais e equipamentos era o apontador, que realizava esse trabalho atravs de planilhas
eletrnicas. Entretanto, a verificao de lotes dos produtos, importante para o controle das
tintas no caso de eventuais problemas, nunca era realizada.
Quanto execuo de pintura nos ambientes internos do edifcio, a empresa seguia as
recomendaes do fabricante do produto: duas demos de massa corrida e duas de tinta de
acabamento, no entanto, para uma melhor qualidade, a empresa solicitava tambm a execuode mais uma camada de massa corrida. O servio era executado por trs pintores da empresa,
sendo um deles o pintor-chefe, responsvel pela inspeo. No entanto, como esta no era
realizada em todas as fases da pintura, eventuais falhas poderiam no ser corrigidas antes da
execuo da demo subsequente.
Na etapa de preparo da superfcie de reboco, na qual so corrigidas as irregularidades do
revestimento, foram executados, conforme o recomendado, o lixamento com a posterior
remoo de poeira atravs do uso de uma vassoura de pelos. Alm disso, a espera