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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ
CAMPUS DE CAICÓ – DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA DO CERES
ESPECIALIZAÇÃO EM HISTÓRIA E CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA
JOSELÚCIA DE MEDEIROS AZEVEDO
A REPRESENTAÇÃO DO NEGRO NO LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA:
A IMAGEM DO AFRODESCENDENTE PARA ALFREDO BOULOS JÚNIOR
CAICÓ
2016
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JOSELÚCIA DE MEDEIROS AZEVEDO
A REPRESENTAÇÃO DO NEGRO NO LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA:
A IMAGEM DO AFRODESCENDENTE PARA ALFREDO JÚNIOR BOULOS
Trabalho de Conclusão de Curso, na
modalidade Artigo, apresentado ao Curso de
Especialização em História e Cultura Africana
e Afro-Brasileira, da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, Centro de Ensino
Superior do Seridó, Campus de Caicó,
Departamento de História, como requisito
parcial para obtenção do grau de Especialista,
sob orientação do Prof. Esp. Ítalo Ramon
Chianca e Silva.
CAICÓ
2016
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 04
DISCRIMINAÇÃO AFRICANA: O ESPAÇO DE ORIGEM ................................................ 05
NEGRO: IMAGEM, REPRESENTAÇÃO .............................................................................. 06
O LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA: O QUE É E O QUE.................................................. 09
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 18
FONTES ................................................................................................................................... 21
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 23
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A REPRESENTAÇÃO DO NEGRO NO LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA:
A IMAGEM DO AFRODESCENDENTE PARA ALFREDO JÚNIOR BOULOS
Joselúcia de Medeiros Azevedo*
Ítalo Ramon Chianca e Silva – Orientador
RESUMO
O objetivo desta investigação é discutir a presença marcante do negro no processo de
construção histórica da sociedade e a consideração de que os povos dessa etnia não encontram
um espaço significativo de apresentação e valorização de sua cultura, de sua religião, de seus
valores ou das nuances dos grupos sociais nos quais estão inseridos. A partir dessa idéia de
discriminação e preconceito, percebemos que o legado deixado por esse povo não recebe o
respeito e o espaço que deveriam ter nas abordagens produzidas nos livros didáticos, na mídia
e na sociedade como um todo. Este estudo toma como fonte principal o livro didático de
história intitulado História, sociedade e cidadania, de Alfredo Boulos Júnior, utilizado pela
turma de oitavo ano, na Escola Municipal Professor Raimundo Guerra, percebendo de que
forma o negro é representado nos textos e imagens nessa importante ferramenta didática,
responsável pela construção de identidades e valores. Como fontes secundárias foram
selecionadas artigos, monografias e livros de autores que relatam com propriedade o tema em
questão. A metodologia do referido trabalho é de natureza qualitativa e a pesquisa é
exploratória e descritiva. Os resultados alcançados comprovam a necessidade de se repensar a
discussão encontrada na grande maioria dos livros didáticos acerca dos povos
afrodescendentes, construindo uma visão mais significativa a seu respeito, para que a partir
daí se consiga demonstrar as reais contribuições desse povo para a sociedade.
Palavras-Chave: Negro. Representação. Livro-didático.
* Discente do Curso de Especialização em História e Cultura Africana e Afro-Brasileira – Universidade Federal
do Rio Grande do Norte (UFRN), Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES), Campus de Caicó,
Departamento de História (DHC).Graduada em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte;
Graduada em Administração com Habilitação em Gestão de Pequena e Média Empresa pela Faculdade Católica
Santa Terezinha; Professora de Geografia do Município de Caicó RN. [email protected]
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INTRODUÇÃO
Em um país cuja maioria da população (96,7 milhões, ou seja, 50,7% dos habitantes
do país, segundo o Censo 2010) se declara negra, é no mínimo estranho notar a forma
destoante que a imagem do negro é representada nos jornais, revistas, cinema, programas de
televisão e, principalmente, nos livros escolares, denotando um grave problema de
representação social e marginalização da cultura afro-brasileira.
Nos livros didáticos, por exemplo, a imagem do negro esteve praticamente ausente por
décadas, pouco trazendo conteúdo sobre a sua cultura ou participação na história do Brasil.
Essa questão é discutida por Tavares (2005) ao afirmar que quando era produzida alguma
discussão a respeito do tema, principalmente até meados da década de 1980, surgia de forma
distorcida e estereotipada, reproduzindo um pensamento genérico que tratava os negros e
outros povos de origem africana como uma etnia inferiorizada, desprezando sua cultura e
considerando como povos a-históricos.
Esse cenário de exclusão do negro nos livros didáticos, assim como observa Sá (2010),
pode ter refletido de forma negativa na construção da imagem dessa etnia no imaginário das
crianças e até professores, tendo em vista que em muitos casos o livro didático é o único, ou
pelo menos o principal acesso à leitura desses sujeitos, contribuindo diretamente na formação
de identidades e construção do imaginário.
Duarte (2014) atesta que essa realidade só foi sofrer significativas mudanças a partir
do final da década de 1990 e início da década de 2000, com a publicação da lei nº 10.639, que
tentava reparar a construção negativa da imagem do negro e da cultura afrodescendente de
décadas anteriores.
Para tanto, justifica-se essa abordagem por se considerar que uma reflexão a respeito
da forma como o livro didático tem apresentado os povos afrodescendentes é no mínimo
necessária para observar a realidade na qual a educação os inseriu. Considera-se que todos os
povos possuem singular importância na construção da sociedade, e disso decorre a
importância de se tratar o negro como um ser holístico relevante no contexto em que foi
gerado.
A metodologia do referido trabalho é de natureza qualitativa e a pesquisa é
exploratória e descritiva, utilizando como fonte, livros, artigos e monografias sobre a temática
do estudo, ou seja, a representação do negro no livro didático.
Observando a maneira como o negro e a sua cultura foram representados ao longo dos
anos, majoritariamente, de forma preconceituosa e excludente, questionamos sobre a forma
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como essa representação se daria atualmente, no contexto recente de inclusão da cultura e da
imagem negra na academia, na vida social brasileira e, principalmente, na escola.
Foi traçado como objetivo geral, analisar a figura do negro no livro didático de
História do 8° Ano, utilizado nos anos de 2014, 2015 e 2016 na Escola Municipal Professor
Raimundo Guerra. Como objetivos específicos pretende-se identificar o negro como sujeito
da história, e da própria narrativa escrita, procurar desconstruir, enquanto professores,
algumas abordagens ainda tratadas de forma muito aquém do que a lei 10.639/03 nos sugere
e, consequentemente, formar no alunado uma mentalidade voltada para uma cidadania que
respeite os valores pluriétnicos e culturais diversos, tendo em vista que o livro didático é uma
importante ferramenta na construção da identidade e na formação de valores do aluno.
DISCRIMINAÇÃO AFRICANA: O ESPAÇO DE ORIGEM
Acreditamos que o início da discussão acerca dos povos afrodescendentes sugere,
antes de qualquer coisa, um breve relato sobre sua chegada em nosso país, tendo em vista que
é a partir desse fato que nasce a possibilidade de miscigenação dessa etnia com aquelas aqui
já existentes.
É do conhecimento popular que os negros chegam ao Brasil não de forma espontânea
ou livre, mas antes traficados e comercializados como objetos. Mas quem eram de fato esses
povos? A resposta para essa pergunta fica bem clara nas palavras de Boulos (2012) ao afirmar
que eram pessoas de diferentes lugares da África que apresentavam características físicas e
culturais diversas. E é exatamente esse o ponto central que devemos nos ater. O legado desse
povo ainda está inserido em um contexto de discriminação, e por essa razão a ideia que
comumente se tem, e que inclusive passou a se disseminar até mesmo no âmbito escolar, é
que supostamente não existe algo valorativo na vinda dos afrodescendentes para o Brasil
tendo em vista a forma como eles chegaram aqui. Contudo,defendemos a ideia de que há
muito que ser aprendido com os costumes e a cultura desse povo que terminou se
estabelecendo em nosso país, delineando sua história.
Para ter uma ideia mais apurada da realidade em que se encontravam os negros que
chegaram ao Brasil, Boulos (2012) coloca que eles não eram denominados pela sua etnia,
mas, sim,intitulados de acordo com o nome do porto em que desembarcavam. Ou seja, eles
não possuíam se quer o direito ao próprio nome.
Vejamos então o esquema que Boulos (2012, p.15) coloca para mostrar como se dava
o processo de negociação dos negros realizado entre europeus, brasileiros e, evidentemente,
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entre os próprios negros, considerando aqui os que tinham poder e que vendiam sua própria
etnia:
Conseguir pessoas na África para vendê-las na América foi um negócio altamente
lucrativo e que durou mais de 300 anos. Entenda o funcionamento acompanhando o
esquema: passo 1 – os traficantes forneciam tabaco, aguardente, pólvora, e
sobretudo, armas de fogo aos chefes africanos e em troca exigiam prisioneiros de
guerra; passo 2 –de posse dessas armas os chefes africanos faziam guerras e
obtinham prisioneiros; passo 3 – os prisioneiros eram negociados com os traficantes
que os vendias na América como escravos.
Com isso, a África torna-se um mural de guerras civis na tentativa de fazer
prisioneiros para trafica-los. É exatamente dessa forma trágica que os negros iniciam sua vida
em nosso país.Em contrapartida, ao se estabelecerem, eles não ficam neutralizados de seus
costumes e tradições, o que interferiu diretamente na produção cultural e social
brasileira.Boulosafirma (2012) que, enquanto durou a escravidão, cerca de 15 milhões de
africanos foram recebidos nas Américas, dos quais 6 milhões vieram para o Brasil.
Vejamos então as principais contribuições dos africanos de acordo com o que
esclarece Boulos (2012, p. 15):
A contribuição dos africanos para a construção do Brasil está na língua que falamos;
na literatura, nas artes, no esporte, na ciência, e nos nossos modos de sentir, falar,
pensar, festejar e orar. Muitas receitas da cozinha brasileira também foram
desenvolvidas por mãos africanas; entre os muitos pratos afro-brasileiros estão o
bobó de camarão, o vatapá, o mungunzá, o quibebe, o caruru e o acarajé. Em 2005, o
modo de fazer e comercializar o acarajé; ou seja, o ofício de “Baiana do Acarajé” foi
regulamentado e classificado pelo Iphan como Bem Cultural Imaterial Brasileiro. A
receita original do acarajé foi registrada como Patrimônio Cultural Brasileiro.
Com isso, percebemos o quanto da cultura africana está inserida em nossa sociedade e
não se consegue sequer atribuir tais fatores aos negros. Dessa forma, tentamos esclarecer
como os afrodescendentes sofreram desde a saída humilhante de sua terra até a chegada e a
estadia nos ares brasileiros. Mesmo considerando o processo lento de sua libertação, as
marcas de um povo sofrido e humilhado terminaram por se perpetuar na história, o que
certamente se constitui enquanto um dos fatores que dificulta o reconhecimento de suas
contribuições a nossa sociedade.
NEGRO: IMAGEM, REPRESENTAÇÃO SOCIAL
Após relacionarmos as causas e consequências da chegada do negro ao Brasil, faz-se
necessário refletir como o livro didático tem apresentado esse povo aos alunos. Dessa forma,
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torna-se possível refletir sobre o que e como se tem considerado a realidade negra na
contemporaneidade.
É comum que as imagens nos livros didáticos apresentem os negros, sobretudo, num
processo de flagelação e de castigos físicos exorbitantes. De fato, esse o foco que comumente
se tem dos negros: um povo de origem extremamente pobre, humilhado, fraco, e jogado a
própria sorte. O comentário de Silva e Martins (2011) ao interpretar a imagem de um negro
sendo castigado em um tronco corrobora esse pensamento:
Observe atentamente a humilhação que o negro é submetido ao ser torturado em
público. O fato do despimento do negro está sendo vítima da violência do homem
branco faz parte do processo violento, não físico, mas nesse caso também moral. O
capataz, branco, procura ferir o negro em todas as suas instâncias, física e
moralmente. Tal ato ainda é praticado em público para servir como coibimento para
outros negros que a toda hora se rebelavam contra tal sistema desumano.
A cena retratada pelos autores deixa em evidência a vida cotidiana do negro, contudo,
essa parece à única realidade apresentada, sem pensar naquilo que estava para além da
exploração ou da violência na qual o negro estava exposto corriqueiramente em virtude de sua
condição de escravo. E talvez o problema resida nesse fato. O “ser escravo” parece limitar a
existência dessas pessoas a essa consequência e nada mais, isto é, deixa a entender que essa
imagem de escravidão sobrepuja a condição de que o escravo não era meramente escravo,
mas também humano, ser social. É evidente que na época a ideia de escravo como humano
era muito pouco aceita, mas o problema é que até então essa parece ser a imagem construída.
Nesta perspectiva, a aceitação dos negros é algo complexo de ser pensado, como colocado por
Souza (2010, p. 35):
Como é possível reconhecer-se negro e aceitar-se negro, nomear-se negro, numa
sociedade onde o negro é representado por características negativas. Isto resulta num
sentimento de inferiorização e, consequentemente, na dificuldade de estabelecer uma
identidade enquanto negro ou refugiar-se em uma identidade simbólica que não lhe
pertence. O qual não podendo embranquecer biologicamente, absorve a cultura do
branco incorporando o modo de ser deste.
A autora tenta elucidar a questão das dificuldades sociais encontradas pelos negros,
tendo em vista esse processo discriminatório que mesmo havendo amparo legal no que
concerne a direitos civis igualitários, ainda assim faz o negro sofrer com as condições
históricas impostas a ele. Nesse sentido a imagem do negro parece estigmatizá-lo, colocando-
o numa posição inferior, e ainda que isso realmente não seja o que deveria ser, pois se
defendemos a ideia de que toda cultura apresenta seu valor em si e que esse povo teve forte
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interferência nos pilares da sociedade brasileira, ainda assim é muito difícil compreender o
que realmente deveria ter sido compreendido, ou seja, observar o negro não sobre a ótica da
desvalorização, mas no contrário, valorizando o seu legado.
Vejamos o que acrescenta Silva (2011, p. 27):
Observando a representação dos negros nos livros da década de 80, pareceu-me que
esta não se constituía para torna-lo familiar, uma vez que essa representação estava
modelada de tal forma que diferia bastante de sua percepção inicial, causando
afastamento e exclusão. Isso porque os objetos que são colocados na nossa mente
pela ideologia do recalque das diferenças ao articularem-se com a percepção inicial
do negro, transformam-no em um ser estigmatizado, na maioria das vezes tornando-
o um ser mais estranho e menos familiar.
Com isso, compreende-se que a representação social do negro está inserida no
preconceito, no julgamento, nos juízos de valor, e em tudo aquilo que internaliza as
consciências individuais que deflagram o negro e o torna um ser sempre a margem.
Teixeira (2009) afirma que uma vez criadas, às representações adquirem uma vida
própria e dão oportunidade ao nascimento de novas representações e nelas estão inseridos os
modos de pensar e de ser dos indivíduos.
Percebamos como o negro é visto na visão de Teixeira (2009, p. 7) considerando esse
modo de representação:
Associou-se a imagem do negro como sinônimo de escravidão, apenas como
trabalhador braçal. Produziram-se a invisibilidade de seres humanos portadores de
uma diversidade cultural fabulosa, eliminando-se a possibilidade do negro aparecer
na sociedade brasileira como portador de novos pensamentos, de organizador de um
modelo de política alternativa, como agente transformador, reinventando uma nova
maneira de organização social.
Fica claro que a autora percebe o quanto as representações sociais pintaram um negro
sem possibilidades de ascensão, como se tudo que ele é se resumisse a um único fato do que
ele foi: escravo.
É necessário compreender que “a história dos afro-brasileiros e dos africanos não pode
se resumir apenas a aspectos da escravidão, pois, a escravidão foi um período da história, mas
não a história desse povo” (SILVA; TEODÓSIO; MELO, 2012, p. 5). Vemos que o negro foi
percebido apenas enquanto ser desfavorecido, e, ao que parece, a ideia e a imagem que se tem
dele é a mesma do seu passado escravocrata.
Sobre essa questão acrescenta Jesus (2012, p. 144):
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Fica patente que em relação a população negra, faltam referenciais positivos nos
meios técnicos de irradiação de ideias e imagens, para que se faça um
reconhecimento satisfatório de sujeitos, contestando um padrão estético e moral
imposto por uma orbita que não é sua. Ou seja, sua essência é negada e construída a
partir de discursos de alteridade.
Mais uma vez os autores apresentam ideias com o mesmo sentido, ao passo que há
uma congruência de pensamento no que se refere ao espaço do negro ou a falta desse espaço
no âmbito social, pois, aquilo que lhe é entregue pela sociedade na verdade está pré-
estabelecido por outra etnia que não é a sua, dando a entender que o negro por si só não
conseguiria desenvolver sua história.
É certo que com a abolição da escravatura o negro é retirado do espaço de trabalho
forçado e de castigos físicos. Contudo o processo de socialização que o coloca dentro do
âmbito social é extremante excludente em virtude de suas raízes.“O fim da escravidão teria
retirado do negro a função econômica que ele ocupava no regime escravista. A sociedade de
classes reincorporava o negro de uma forma muito lenta e reservando-lhe as piores posições
no sistema de trabalho”(SOUZA, 2010, p. 60). E assim o problema sempre volta, isto é, a
incorporação da ideia de que o branco constitui a hegemonia sempre dominante e o negro não
pode ser comparado a ele parece se imprimir no inconsciente humano e ser reproduzido em
sociedade.
Essa questão pode ser esclarecida nas palavras de Souza (2010, p. 61):
Os estereótipos recalcados agem nas fronteiras indecisas do inconsciente, menos por
construção social, um ritual institucionalizado, do que por repulsões instintivas tabus
pessoais, e funcionam na medida em que essa ideologia dos brancos é assimilada
pelos negros. A consequência disso tudo é uma aceitação pelo negro de “ficar no seu
lugar”, baixando-lhe a autoestima e impossibilitando-o de lutar por melhores
posições na sociedade.
Evidenciamos com isso que o negro terminou por incorporar aquilo que foi
reproduzido de nefasto a seu respeito o que dificultou ainda mais a disseminação de sua
cultura e do entendimento de que ele também fez parte da história da sociedade.
O LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA: O QUE É E O QUE MOSTRA
Após delinear todo um processo de dificuldades enfrentadas pelos negros, nos
ateremos a compreender como a educação os tem tratado, colocando o livro didático de
história como uma das fontes principais para revelar quem e como é a etnia negra, analisando
como este recurso está apresentando o afrodescendente à sociedade. Para tanto, julgamos
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necessário comentar acerca das leis que regulamentam o ensino da história e da cultura afro-
brasileira nas escolas.
Após mais de uma década da publicação da lei nº 10.639, que torna obrigatório o
ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e
médio, ainda percebemos as dificuldades em executar as determinações propostas na referida
lei, principalmente em relação aos materiais de apoio disponíveis para os profissionais da
educação, mesmo com tantas iniciativas públicas destinadas a esse objetivo.
Tavares (2005) esclarece que foi justamente esse contexto da antiga representação
exclusiva do negro que gerou os questionamentos desta pesquisa, que ganharam força e forma
nas discussões em sala de aula. Junto a isso, desde a promulgação da lei número 10.639, em
2003, iniciaram-se no país debates que tratam sobre a execução da referida lei. Além disso,
periodicamente, realizam-se congressos e são produzidos materiais didáticos acerca da
mencionada temática, com a finalidade de possibilitar mais opções teórico-metodológicas aos
profissionais da educação e permitir o cumprimento em sala de aula da referida lei.
Por sua vez, o que percebemos é que nos livros didáticos do Ensino Fundamental dos
anos finais, a presença do negro como sujeito da história ainda é algo que precisa ser mais
discutido e, consequentemente, mais explorado, haja vista que a imagem dos
afrodescendentes foi exaustivamente disseminada como povos explorados e sujeitos à
escravidão; como também sendo adaptados e forçados a uma nova crença religiosa, no caso, o
cristianismo.
Logo no início do livro Boulos (2012) apresenta no capítulo 1 nas páginas 12 e 13,
alguns personagens negros que fizeram e fazem a história do Brasil tais como Milton Santos
eo Ministro do STJ, além de caracterizar a etnia por meio da arte apresentando um grupo de
mulheres tocando e dançando a partir de instrumentos de percussão.
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Figura 1: Personalidades Negras
Fonte: BOULOS, 2012, p. 13.
Figura 2: As cores do som
Fonte: BOULOS, 2012, p. 12
Na página 25, Boulos (2012) também faz referência a cultura afro, destacando a
questão étnica. Na imagem ali encontrado, tem-se trêsmulheres negras sentadas em um
banquinho, na praça de uma escola, onde se discute a etnia para crianças. É nesse contexto
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expressam a diversidade étnica por meio de bonecas de etnias distintas, tentando demonstrar
com isso o respeito e a diversidade.
Figura 3: A arte de Vida Madalena/SP
Fonte: BOULOS, 2012, p.25.
É preciso compreender que na escola a principal referência de leitura que os alunos
têm se refere ao livro didático, e certamente o mesmo consegue formar opiniões fazendo com
que o pensamento do aluno acerca de determinado tema se transforme numa ação ou mais
especificamente num comportamento. Sendo o livro didático um formador de opiniões, ao
passo que as informações nele contidas são apreendidas, elas ficam fixadas na mente e se
concretizam no ambiente social.
Na citação que segue, Sá (2010, p. 10) esclarece:
O livro didático é também uma ferramenta portadora de conceitos, ideologia e
conteúdos formadores de opinião, podendo expressar as ideias, intensões e desejos
que seus autores querem propagar, sendo que em muitos casos é o único acesso à
leitura de alguns alunos. Sendo assim, o livro didático contribui na formação dos
alunos e de sua identidade, formação esta em contínua construção.
A partir do que esclarece o autor supracitado, vemos que o livro didático consegue
transformar o pensamento daqueles que o leem, e é nesse ponto que residem às questões que
ora refletimos acerca do negro, pois ao observarmos as imagens e a grande maioria dos fatos
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ocorridos no cotidiano afrodescendente, normalmente identificamos um caráter negativo, daí
ser preciso rever o que está sendo lido ou discutido em sala de aula.
No caso específico do livro adotado pela escola objeto de análise dessa pesquisa,
percebemos que Boulos tenta desconstruir a ideia de que os negros só apresentam, ou só
podem ser vistos, a partir da ideia de escravidão, sofrimento e dor, mas antes tenta dar lugar a
cultura, aos costumes e “os seres e fazeres” sociais do grupo em questão.
Boulos (2012) mais uma vez segue sua ideia de uma suposta defesa a diversidade
étnica ao colocar, por exemplo, a figura de jovens brancos e negros treinando capoeira, um
esporte de origem africana. Isso pode ser identificado na página 26 de seu livro.
Figura 4: Capoeira universal
Fonte: BOULOS, 2012, p.26.
Certamente, por razões que coadunam com as questões discutidas anteriormente,
Boulos (2012) afirma primeiro que nenhum grupo jamais aceitou a escravidão, contudo isso
não inibia o fato deles apresentarem ritos característicos de sua religião nascente, assim como
o desenvolvimento da prática esportiva na capoeira, ou a excelente culinária que
tambémestava presente em suas raízes.
Exemplos como esses nos fazem ver o negro de outra forma, compreendendo que
apesar de todas as limitações que eles foram obrigados a passar, ainda assim não inviabilizou
a disseminação (mesmo que lenta) daquilo que estava em suas origens.O autor tenta assim
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descontruir “as ideologias, os estereótipos, os juízo prévios e imagens cristalizadas do negro,
presentes nas representações sociais [...].”(SILVA, 2010, p. 4).
Não pretendemos aqui defender que não existam imagens no livro escrito por Boulos
que não indiquem uma referência direta a essa questão de negatividade negra, pois não se
pode retirar da história esse evento funesto que foi a escravidão, e o que ela retrata realmente
não poderia vir expresso na imagem de um negro feliz, mas nossa defesa é que o autor
expressa outras formas de pensar o negro, por exemplo, quando apresenta figuras de mulheres
negras desenvolvendo dotes culinários ou de jovens tocando instrumentos de percussão. Isso
demonstra a preocupação do autor em evidenciar outro lado da história africana que mesmo
estando escondido nas páginas de diversos livros se faz presente em alguns poucos ao se
compreender o quanto os negros foram importantes no processo de formação sociocultural.
É difícil avaliar o discurso de igualdade étnico quando a realidade parece se mostrar
diversa do que dita a cartilha do ideal. Por essa razão é realmente necessário tecer
comentários e críticas sobre o que está sendo mostrado e ensinado no livro didático.
Como “a população negra nos livros didáticos geralmente se apresenta de forma
generalizante, ou seja, os sujeitos não são mencionados, mas sim a sua totalidade enquanto
negros e negras,” (MESQUITA; SCHIAVON, 2013, p. 339)é mister reavaliar tais obras e
observar o quanto isso pode interferir no pensamento daqueles que tomam como ponto de
partida para o conhecimento, o livro didático.
Sobre o livro didático endossa Teixeira (2009, p. 396):
Levando em consideração que o homem é um ser simbólico, capaz de inventar, criar
e recriar símbolos conforme os estímulos, nesse sentido o livro didático poderá levar
os educandos a vivenciar os seus valores, fortalecer sua visão de mundo, servir
como propiciador de informações e, conteúdos simbólicos usando uma diversidade
de linguagens.
Assim não há como fugir da compreensão de que o livro didático realmente apresenta
uma relação de causa e efeito diante daquele que lê. Boulos (2012) cita como forma de
expressar a culinária negra o fato das mulheres venderem doces e salgados produzidos por
elas: apesar de saber que a renda de toda a mercadoria não era pra elas ou para sua família,
mas antes para o seu “dono”, o autor deixa claro no texto o quanto eram apetitosas às
especialidades produzidas pelas mulheres negras.
Nesse momento, percebemos que sai o foco da mulher escrava e entra em análise a
mulher, ser humano e cultural. Tal imagem pode ser observada na página 15 do livro em
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análise, onde Boulos (2012) apresenta uma senhora vestida de trajes baianos representando o
legado de sua etnia no Brasil.
Figura 5: Cultura Culinária
Fonte: BOULOS, 2012, p.15.
É muito comum encontrarmos nos livros didáticos as imagens que retratam algo do
texto que está sendo abordado, e isso decorre de pelo menos duas razões possíveis. A primeira
delas é para tornar o texto mais salutar. A outra, e mais importante, talvez seja para tentar
apresentar ao aluno a ideia da realidade expressa no tempo e no espaço em que o texto está
inserido.
Citaremos agora um exemplo de imagem onde se percebe nitidamente o descaso e
consequente discriminação que por vezes parece está camuflada nos livros didáticos e nem
nos damos conta dessa realidade. Tratando especificamente dos negros, Teixeira (2009, p.5)
comenta a respeito de uma foto encontrada em um livro didático de história apresentando o
seguinte caso:
Para relatar o grande problema que o analfabetismo acarreta para o Brasil em termos
econômicos e de formação de mão-de-obra, os autores apresentam a figura de uma
carteira de identidade de uma pessoa não alfabetizada, é de uma mulher e ela é
negra. A análise da imagem evidencia que sua portadora sofre a discriminação em
pelo menos três eixos distintos: discriminação racial, pois pertence a um grupo
étnico desprestigiado na sociedade brasileira; discriminação de gênero, pois faz parte
de uma parcela da população que ganha salários inferiores ao dos homens, que tem
dificuldades de chegar a cargos de chefia; e discriminação social.
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O ponto de vista do autor é muito claro, pois se possível fazer um questionamento
sobre a imagem do livro, talvez nos perguntássemos por que a mulher não é branca? A
resposta parece evidente, e se encontra no discurso ideológico de dominação que legitima a
supremacia de uma etnia sobre outra.Na imagem citada pelo autor, é essa ideia que parece
estar expressa, então de um ponto de vista educacional e crítico reflexivo, tal imagem não
deveria trazer um caráter tão excludente, pois é a partir do livro didático que se constrói
conceitos e opiniões.
Cabe salientar que de acordo com Rosemberg, Bazili e Silva (2003, p.132):
Os estudos sobre preconceito racial, livros didáticos e paradidáticos no Brasil
iniciaram na década de 1950 com a pesquisa de Dante Moreira Leite. Se de um lado
esse autor não captou a expressão do preconceito racial, de outro encontrou indícios
de tratamento discriminatório contra negros e que foram confirmados por pesquisa
posteriores.
Então a questão do livro didático apresentar a noção de discriminação étnica é algo
que vem de outras gerações e continua se perpetuando. Mas na verdade ele deveria apresentar
considerações como as que foram defendidas por Boulos ao afirmar que “o racismo contra os
afrodescendentes é um problema que só será resolvido com a participação de todos os
brasileiros, independentemente da cor ou da origem.” (BOULOS, 2012, p. 21)
Na mesma página (21) o autor expressa a discussão acerca dos 300 anos de Zumbi e
coloca uma imagem de um movimento social em Brasília respaldando seu entendimento
acerca do negro numa visão mais ampla, colocando-o no centro da sociedade e não à margem
dela.
Figura 6: Eterna luta
Fonte: BOULOS, 2012, p.21.
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Em contrapartida temos uma imensa gama de autores que observam que, “A educação
configurou-se como uma questão estratégica para o desenvolvimento negro que se dedicou a
elaboração de críticas e propostas para que a escola reveja os conteúdos que tratam da
participação do negro na história [...]” (SOUZA, 2010. p. 30). Aqui se percebe que vez por
outra os negros se dão conta do descaso a eles imposto, e se colocam como agentes de
modificação dessa realidade que os perseguem. É necessário construir um ensino que valorize
os negros e fundamente a dimensão histórica da herança africana para o Brasil e para sua
própria história.
É preciso atinar para o fato de que existem diretrizes legais com caráter educacional
que versam sobre a questão negra e que deveriam de fato e de verdade dar conta dessa questão
que há tanto tempo vem se espalhando pelas escolas de todo o Brasil e ainda não se conseguiu
frear os avanços catastróficos da discriminação negra.
As palavras de Jesus (2012, p. 151) esclarecem o seguinte:
As diretrizes curriculares para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o
estudo de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana foi formulada para que todos
os cidadãos brasileiros possam gozar de uma educação que contemple as variadas
formas de se conceber o surgimento da nação no que concerne aos aportes culturais
existentes nos povos fundadores da nação. Assim, os elementos culturais criados
pelos africanos e seus descendentes precisariam ser revistos e melhor trabalhados,
desvelando um caráter racista de como esses conteúdos foram dados ao longo dos
tempos nos bancos escolares em todos os níveis de ensino, perdurando até os dias de
hoje, trazendo efeitos negativos para a população como um todo, sobretudo a
população negra.
Desse ponto de vista o negro termina estando no lugar que sempre esteve, pois a
discriminação ainda faz parte da sociedade, certamente a nascente histórica da etnia negra no
Brasil considerando aqui a escravidão e suas consequências, foi responsável direta por
espalhar a ideia de inferioridade dessa etnia e infelizmente a luta para sanar as dificuldades
que se encontram no livro didático não é algo que se consiga em curto prazo, pois há uma
manifestação camuflada que às vezes todos se enganam ou se deixam enganar pelo discurso
da igualdade étnica. Contudo se acredita que há possibilidades de mudanças, já que existem
autores que defendem essa liberdade negra, a liberdade que ainda não consegue plenamente
ser encontrada no livro didático, mas que certamente tem um tempo certo para se apresentar a
sociedade.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O que ora foi discutido tomou como ponto de partida as considerações que se fazem
presentes na realidade escolar a partir da relação teórico-prática do processo ensino-
aprendizagem, pois diante das observações seja no âmbito escolar, seja no que diz respeito a
literatura que trata da apresentação dos negros e de sua imagem no livro didático de história,
identificamos que a ênfase dada às imagens dos afrodescendentes se constitui num processo
histórico de discriminação erigido sob a ótica da escravidão.
Ao discutirmos a questão étnico-racial presente no livro didático levamos em conta
que existe uma estrutura social dominante que corrobora o processo de discriminação, e, além
disso, faz com que a sociedade seja influenciada com aquilo que atestam ser o certo.
Foi nitidamente discutido que há uma relação de troca de experiências entre o que está
sendo defendido nas páginas dos livros e o que o aluno passará a acreditar e posteriormente
também defender em sua realidade, por essa razão o discurso da apresentação do negro apenas
enquanto escravo, imbuindo nisso um sentido de fraqueza, de minoria dominada, de etnia
indigna, ou qualquer outro preconceito semelhante, leva-nos a acreditar que a influência
dessas ideias que de certa forma podem ser consideradas enquanto simbólicas ou textuais e
estão presentes no livro didático são capazes de formar opiniões que aumentam ainda mais
essa noção de etnia inferior que foi historicamente construída no Brasil a partir do tráfico de
escravos africanos.
Salientamos que mesmo diante dos poucos momentos em que o negro pôde ser visto
como igual em meio aos diferentes, ainda assim foi difícil a sua aceitação social, tendo em
vista o arraigado preconceito que ainda perdura. Vimos também que existe possibilidade de
mudança, e como elucidamos, o livro de Boulos consegue nos fornecer indicações de
transformações significativas nesse processo tão injusto no qual se inserem os negros.
Resta-nos acreditar na educação como mola mestra do conhecimento e da formação
cidadã, de modo que ela possivelmente irá dar conta desse problema e conseguirá reverter,
pelo menos em parte, essa sensação de descaso e preconceito que aparentemente povoa as
discussões acerca dos povos africanos, e, por conseguinte negros.
É certo que essa discussão pode tomar proporções bem mais amplas do o que foi
demonstrado aqui, contudo nossa intenção é permitir refletir e questionar alertando sobre a
forma como temos desenvolvido a educação nas escolas, pois é no espaço de sala de aula que
o professor tem o contato direto com seus alunos, criando as ideias que serão postas em
práticas na sociedade, o que torna ainda mais importante à forma como o professor trata
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desses assuntos e, além disso, esse profissional deve ter um cuidado intenso no que concerne
a escolha do livro didático, pois, como vimos, é dele que surgem as questões referentes às
práticas e costumes que podem se perpetuar em sociedade.
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THE BLACK REPRESENTATION IN THE BOOK OF HISTORY TEACHING:
THE AFRODESCENTE IMAGE FOR ALFREDO BOULOS JÚNIOR
ABSTRACT
The purpose of this research is to discuss the striking of black presence in the historical
construction process of the society and the consideration that the people of this ethnic group
do not find a significant space for the presentation and appreciation of their culture, their
religion, their values or nuances social groups in which they are inserted. Along with this idea
of discrimination and prejudice, we realized that the legacy left by these people does not
receive the respect and the space that should have produced in the approaches in textbooks, in
the media and in society as a whole. This study takes as its main source the history textbook
entitled History, society and citizenship, Alfredo Boulos Junior, used by the eighth grade class
at the Municipal School Professor Raimundo Guerra, realizing how black is representing the
texts and images that important teaching tool, responsible for the construction of identities
and values. As secondary sources were selected articles, monographs and books of authors
who report properly the subject in question. The methodology of such work is qualitative and
research is exploratory and descriptive. The results achieved demonstrate the need to rethink
the discussion found in most textbooks about people of African descent, building a more
meaningful view of him, so from there it can demonstrate the real contributions of these
people to society.
Keywords: Black. Representation.Textbook.
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FONTES
1 Fontes impressas
1.1 Livros
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: Fundamentos e Métodos:
Docência em Formação. São Paulo/SP: Cortez, 2004.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. História sociedade e cidadania. 2. ed. São Paulo/sp: Ftd, 2012.
SILVA, Ana Célia da.A representação social do negro no livro didático: o que mudou? Por
que mudou?/Ana Célia da Silva. – Salvador: EDUFBA, 2011. 182 p.
1.2 Artigos
SILVA, Ana Celia da; As Transformações da representação social do negro no livro
didático e seus determinantes. UFBA. Bahia/BA, 2013.
TAVARES, Adriana Gomes; A representação do Negro dos livros didáticos de História
em Minas Gerais (1960 - 2005); UFMG. 2005.
1.3 Monografias
SOUZA, Cleonice de Fátima de. A representação étnico-racial do segmento social negro:
livros didáticos de história. 2010. 114 f. Monografia (Especialização) - Curso de Mestre em
Educação, Universidade de Sorocaba, Sorocaba/sp, 2010.
2 Fontes digitais
2.1 Artigos
JESUS, Fernando Santos de. O “Negro” no livro didático de História do Ensino Médio e a
lei 10.639/03. 2012. Disponível em: . Acesso em: 24 out.
2015.
MESQUITA, Natiele Gonçalves; SCHIAVON, Carmem G. Burgert. Análises das
representações de negros em dois livros didáticos de História. 2013. Disponível em:
>. Acesso em: 24 out. 2015.
RIBEIRO, Giselle Rodrigues; MENEGASSI, Renilson José. O negro e sua representação
no livro didático de língua materna. 2006. Disponível em: .
Acesso em: 20 out. 2015.
ROSEMBERG, Fúlvia; BAZILLI; Chirley; SILVA, Paulo Vinícius Baptista da. Racismo em
livros didáticos brasileiros e seu combate: uma revisão da literatura. 2003. Disponível em:
. Acesso em: 25 out. 2015.
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Ensino Fundamental: Uma Primeira Análise. 2010. Disponível em: .
Acesso em: 22 out. 2015.
SILVA, HayanaCrislayne Benevides da; SILVA, Mônica Teodosioda.A imagem do povo
negro no livro didático do primeiro ciclo inicial do ensino fundamental. 2012. Disponível
em: . Acesso em: 20 out. 2015.
TEIXEIRA, Rozana. A representação social do negro no livro didático de história e
língua portuguesa. Disponível em: . Acesso em: 21 out. 2015.
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REFERÊNCIAS
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Ensino Fundamental: Uma Primeira Análise. 2010. Disponível em: .
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que mudou?/Ana Célia da Silva. – Salvador: EDUFBA, 2011. 182 p.
________. As transformações da representação social do negro no livro didático e seus
determinantes. Salvador: UFBA, 2010.
SILVA, HayanaCrislayne Benevides da; TEODÓSIO, Mônica Silva da.A imagem do povo
negro no livro didático do primeiro ciclo inicial do ensino fundamental. 2012. Disponível
em: . Acesso em: 20 out. 2015.
SILVA, H.F.P; MARTINS, Eduardo. As imagens do negro no livro didático de história.
Nova Andradina: Pitágoras, 2011.
SOUZA, Cleonice de Fátima de. A representação étnico-racial do segmento social negro:
livros didáticos de história. 2010. 114 f. Monografia (Especialização) - Curso de Mestre em
Educação, Universidade de Sorocaba, Sorocaba/SP, 2010.
TAVARES, Adriana Gomes; A representação do Negro dos livros didáticos de História
em Minas Gerais (1960 - 2005); UFMG. 2005.
TEIXEIRA, Rozana. A representação social do negro no livro didático de história e
língua portuguesa. 2009. Disponível em: . Acesso em: 21 out. 2015.