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UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS INDIRETOS PARA ESTIMAÇÃO DAS TAXAS ESPECÍFICAS DE FECUNDIDADE PARA MULHERES COM DEFICIÊNCIA MENTAL/INTELECTUAL 1 Ana Camila Ribeiro Pereira 2 Pedro Gomes Andrade 3 RESUMO: A sexualidade das pessoas com deficiência mental/intelectual por muito tempo foi objeto de estudo, mas na última década houve uma diversificação desses estudos, como por exemplo, pesquisas a respeito da qualidade de vida, integração na sociedade e dos arranjos familiares, indo além dos já constatados estudos sobre a sexualidade e infertilidade. O objetivo deste trabalho é estimar as taxas específicas de fecundidade das mulheres com deficiência mental/intelectual, utilizando dados do Censo 2010 e realizando uma análise comparada por grandes regiões do Brasil. De acordo com esses dados a maior parte das mulheres com deficiência mental/intelectual, nunca trabalhou, não possuem cônjuges e tem baixa escolaridade. Os métodos indiretos utilizados, razão P/F de Brass e relacional de Gompertz, revelaram que a região Norte é a que possui maior taxa de fecundidade total e que a região Centro-Oeste possui a menor idade média das mulheres ao terem filhos. As taxas específicas de fecundidade (TEFs) apresentaram diferenças significativas entre as grandes regiões e a região Norte revelou TEFs maiores na faixas de idade mais jovens. Palavras-chave: deficiência intelectual, taxa de fecundidade, método da razão P/F de Brass, método relacional de Gompertz. 1 INTRODUÇÃO A sexualidade e a maternidade são objetos de estudos já consolidados na área da demografia, mas quando o recorte populacional é mais específico ainda existe um universo a ser explorado. No que tange o recorte populacional de pessoas com deficiência, o conceito da deficiência mental/intelectual, 1 Trabalho apresentado no VI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Población, realizado em Lima-Perú, de 12 a 15 de agosto de 2014. 2 Aluna do mestrado em População, Território e Estatísticas Públicas, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE) [email protected] 3 Aluno do mestrado em População, Território e Estatísticas Públicas, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE) [email protected] 1

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UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS INDIRETOS PARA ESTIMAÇÃO DAS TAXAS ESPECÍFICAS DE FECUNDIDADE PARA MULHERES

COM DEFICIÊNCIA MENTAL/INTELECTUAL1

Ana Camila Ribeiro Pereira2

Pedro Gomes Andrade3

RESUMO: A sexualidade das pessoas com deficiência mental/intelectual por muito tempo foi objeto de estudo, mas na última década houve uma diversificação desses estudos, como por exemplo, pesquisas a respeito da qualidade de vida, integração na sociedade e dos arranjos familiares, indo além dos já constatados estudos sobre a sexualidade e infertilidade. O objetivo deste trabalho é estimar as taxas específicas de fecundidade das mulheres com deficiência mental/intelectual, utilizando dados do Censo 2010 e realizando uma análise comparada por grandes regiões do Brasil. De acordo com esses dados a maior parte das mulheres com deficiência mental/intelectual, nunca trabalhou, não possuem cônjuges e tem baixa escolaridade. Os métodos indiretos utilizados, razão P/F de Brass e relacional de Gompertz, revelaram que a região Norte é a que possui maior taxa de fecundidade total e que a região Centro-Oeste possui a menor idade média das mulheres ao terem filhos. As taxas específicas de fecundidade (TEFs) apresentaram diferenças significativas entre as grandes regiões e a região Norte revelou TEFs maiores na faixas de idade mais jovens.

Palavras-chave: deficiência intelectual, taxa de fecundidade, método da razão P/F de Brass, método relacional de Gompertz.

1 INTRODUÇÃO

A sexualidade e a maternidade são objetos de estudos já consolidados na área da demografia, mas quando o recorte populacional é mais específico ainda existe um universo a ser explorado. No que tange o recorte populacional de pessoas com deficiência, o conceito da deficiência mental/intelectual, pode ser muitas vezes mal interpretado. Conforme o Decreto brasileiro 5.294/04, de 1 de dezembro de 2004, uma pessoa com deficiência intelectual possui:

[...] limitação ou incapacidade para o desempenho de atividade e caracteriza-se por alterações significativas, tanto no desenvolvimento intelectual como na conduta adaptativa, na forma expressa em habilidades práticas, sociais e conceituais.

Deste modo, este recorte populacional, sob a ótica não só da sexualidade ou infertilidade, comumente estudados, mas também da maternidade; abre um universo a ser explorado, sobretudo na estimação da taxa de fecundidade dessas mulheres.

O conceito de sexualidade pode ser definido como: “A sexualidade é um componente fundamental de todo ser humano, vincula-se à intimidade, a afetividade, a ternura, a um modo de sentir e exprimir-se, vivenciando o amor humano e as relações afetivo-sexuais” (GIROLAMO, 2002). Sua influência está presente sobre todos os aspectos da vida humana, sem distinção de raça, cor ou deficiência. A sexualidade é uma função natural, existente em

1 Trabalho apresentado no VI Congreso de la Asociación Latinoamericana de Población, realizado em Lima-Perú, de 12 a 15 de agosto de 2014.

2 Aluna do mestrado em População, Território e Estatísticas Públicas, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE) – [email protected]

3 Aluno do mestrado em População, Território e Estatísticas Públicas, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE) – [email protected]

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todos os indivíduos e a pessoa com deficiência mental/intelectual, como qualquer ser humano, tem necessidade de expressar seus sentimentos e levar sua vida saudável, dentre suas possibilidades e limites reais. Acredita-se que a mulher com deficiência mental/intelectual não tem sua sexualidade aflorada, sendo muitas vezes vista de forma infantilizada, ou ainda que seja infértil.

De acordo com Craft & Craft (1981), a fertilidade vai muito além da capacidade biológica, ou de reprodução efetiva, sobretudo para as pessoas com deficiência mental/intelectual, que podem ter plena capacidade reprodutiva, embora seja óbvio, salvas raras exceções, como os portadores de síndromes como Klinefelter e Turner. No entanto, quanto mais grave a condição física, menor é a probabilidade de um funcionamento pleno do sistema reprodutivo e maior será a dificuldade de relacionamento amoroso carnal.

A sexualidade e fertilidade dos deficientes mentais/intelectuais por muito tempo foi objeto de estudo. Na última década houve uma diversificação desses estudos, como por exemplo, estudos a respeito da qualidade de vida, integração na sociedade e dos arranjos familiares desses indivíduos, indo além dos já constatados estudos sobre a sexualidade aflorada.

Craft & Craft (1981) apresentam uma série de fatores importantes para que o desenvolvimento reprodutivo de pessoas com deficiência mental/intelectual se dê de forma harmoniosa, sendo eles: a influência, a presença e o apoio dos pais; o acesso a educação sexual; o incentivo a relação matrimonial e o acesso a educação e condições/oportunidades de trabalho.

Com a integração da pessoa com deficiência mental/intelectual na sociedade, a população deixa de ter uma visão errônea de que estas pessoas são incapaz de conduzir a sua vida de forma independente e de expressar seus sentimentos, muitas vezes ligados a dependência afetiva e econômica em que se encontram.

Os pais e professores da área de saúde e educação, precisam lembrar que a vivência sexual do deficiente mental, quando bem conduzida, implementa o desenvolvimento afetivo, a capacidade de estabelecer contatos interpessoais, fortalecendo a autoestima, o bem-estar, o amor-próprio, e a adequação à comunidade. (GIROLAMO, 2002)

O atendimento das necessidades destas pessoas têm proporcionado uma maior longevidade e melhor qualidade de vida, ajudando no desenvolvimento afetivo e na capacidade de estabelecer contatos interpessoais, propiciando uma maior socialização.

No caso das pessoas com deficiência mental/intelectual a decisão de ter ou não filhos é muitas vezes mais difícil pois envolve os familiares e esses na sua maioria entendem que isso não é possível. Ou ainda, pode ser oriunda de abusos sexuais, muitas vezes exercida por pessoas muito próximas ou da própria família.

Como qualquer cidadão tem direito a ter filhos e constituir família, as pessoas com deficiência mental também possuem esse direito assim como a capacidade biológica e mental para tal. Este equívoco deve ser desmitificado, conforme é apresentado por Rocha e Maia & Ribeiro:

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Enfim, são muitos os equívocos que precisam ser desfeitos: a mulher com deficiência mental pode ter filhos, pois não há relação nenhuma entre deficiência (seja ela qual for) e fertilidade, a não ser que a infertilidade seja ocasionada por fator externo à deficiência, assim como ocorre com mulheres sem deficiência. (ROCHA, 2007, p.2)

Não é incomum, infelizmente, impor às pessoas com deficiência uma vida de abstinência ou submetê-las a procedimentos invasivos, como a esterilização. Tal procedimento é desnecessário. Aqueles que se julgam mais capazes do que as pessoas com deficiência deveriam se dedicar a processos educativos que ajudariam essas pessoas a usufruírem da vida sexual ativa e saudável, se elas assim o desejarem.(MAIA & RIBEIRO, 2010, p.14)

Conforme Rocha (2007) descreve em seu trabalho, as mulheres com deficiência mental/intelectual acabam perdendo alguns direitos de cidadãs, pois não lhes são dadas a chance para que sejam capazes de tomar decisões do que desejam fazer e assumir responsabilidades. A discriminação acontece quando elas são consideradas fora do “padrão” para a sociedade. Muitas vezes são submetidas à esterilização ou são consideradas incapazes de trabalhar ou serem mães, tendo sua vida limitada.

O objetivo desse trabalho é estimar as taxas específicas de fecundidade das mulheres que possuem deficiência mental/intelectual, e consequentemente a taxa de fecundidade total, utilizando dados censitários de 2010, realizando uma análise para as grandes regiões do Brasil.

Para estimar essas taxas serão utilizados métodos indiretos: o método da razão P/F de Brass e o método relacional de Gompertz, que fornecem as estimativas para a taxa específica de fecundidade e a taxa de fecundidade total.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Nesta seção será apresentadas a fonte de dados, a definição do recorte populacional estudado, os indicadores a serem utilizados e os métodos de estimação das taxas específicas de fecundidade e a taxa de fecundidade total. Para estimar essas taxas, serão utilizados dois métodos indiretos, o método da razão P/F de Brass e o método relacional de Gompertz.

2.1 Materiais

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2010) “O censo demográfico é a mais complexa operação estatística realizada por um país, quando são investigadas as características de toda a população e dos domicílios do território nacional”. No Censo 2010 foram utilizados dois tipos de questionário para a coleta das informações: Questionário Básico (aplicado em todas as unidades domiciliares) e o Questionário da Amostra (aplicado em todas as unidades domiciliares selecionadas pela amostra). Os dois questionários investigam as características do domicílio e dos moradores, mas no questionário da amostra essas informações são mais detalhadas e é nesse questionário que os temas deficiência e fecundidade são investigados.

Desde o primeiro Censo Brasileiro, em 1872, se coleta informações sobre a população deficiente. Lembrando que houve diversas mudanças, no decorrer desses censos, de como esse tema foi investigado, dificultando uma comparação direta sobre o assunto.

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No tema sobre deficiência é perguntado sobre a existência dos tipos de deficiência permanente: visual, auditiva e motora e seu grau de severidade, e também sobre a existência de deficiência mental ou intelectual. No Quadro A (Anexo A) podemos visualizar como é investigado esse tema no questionário da amostra. Para a deficiência mental ou intelectual não se pergunta sobre o grau de severidade da doença.

Conforme escreveu Sassaki (2004) que a partir da década de 80, o termo “mental” era mais utilizado, mas há uma tendência atual em ser utilizado o termo “intelectual” e existem duas razões para a mudança desse adjetivo. A primeira seria por causa do próprio nome mesmo, pois o termo “intelectual” é mais apropriado por referir-se ao funcionamento do intelecto especificamente e não ao funcionamento da mente como um todo. A segunda razão é por melhor distinguir deficiência mental de doença mental. De acordo com o autor, estudiosos da área oficializaram o termo deficiência intelectual em 1995, na realização do simpósio chamado “Intelectual disability: programs, policies, and planning for the future” (Deficiência Intelectual: Programas, Políticas e Planejamento para o Futuro), em Nova York. O IBGE, define a deficiência como “mental ou intelectual”, portanto nesse trabalho utilizaremos o termo como pessoa com deficiência mental/intelectual.

Segundo o Censo 2010, a definição de pessoa com deficiência mental ou intelectual é aquela que tenha alguma dificuldade permanente que limitasse as suas atividades habituais, como trabalhar, ir à escola, brincar, etc.

A deficiência mental é o retardo no desenvolvimento intelectual e é caracterizada pela dificuldade que a pessoa tem em se comunicar com outros, de cuidar de si mesma, de fazer atividades domésticas, de aprender, trabalhar, brincar, etc. Não se considerou como deficiência mental as perturbações ou doenças mentais como autismo, neurose, esquizofrenia e psicose. (IBGE, 2010, p.28).

Como existe diversos tipo de deficiência, a escolha das mulheres com deficiência mental/intelectual nesse trabalho, se dá, pois a deficiência mental, segundo o IBGE (2010), ocorre na infância ou até os 18 anos. Deste modo, não haveria a possibilidade de considerar na análise mulheres que tiveram filho antes de se tornarem deficientes mentais, pois estas mulheres já entram na puberdade com a presença da deficiência, o que seria o caso de analisar os outros tipos de deficiência, como por exemplo a auditiva, a visual e a motora.

Nesse trabalho foram utilizados os microdados do Censo Demográfico Brasileiro de 2010, disponibilizados pelo IBGE e todas as análises são baseadas na data de referência do Censo, dia 31 de julho de 2010. Com esses microdados, primeiramente, foram selecionadas as informações sobre deficiência, captando a população de mulheres com deficiência mental/intelectual e em seguida serão utilizados as informações sobre o tema fecundidade, para que seja possível a estimação das taxas específicas de fecundidade das mulheres com deficiência mental/intelectual nas grandes regiões brasileiras, fazendo uso do método da razão P/F de Brass e o método relacional de Gompertz.

2.2 Métodos

Segundo United Nations (1983) alguns países possuem um sistema de estatísticas muito deficiente e isso ocasiona na falta de informação confiável sobre fecundidade e mortalidade. Para superar essa dificuldade utilizam-se os métodos indiretos para o cálculo de

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algumas estatísticas. Para o cálculo das taxas de fecundidade, os dois métodos, razão de P/F de Brass e o relacional de Gompertz, ambos criados por William Brass, utilizam as seguintes informações fornecidas pela pesquisa (UNITED NATIONS, 1983):

Número de mulheres em idade fértil (15 a 49 anos) por grupos quinquenais de idade;

Número de filhos nascidos vivos dessas mulheres em idade fértil por grupos quinquenais de idade; e,

Número de filhos nascidos no último ano, ano anterior à data do Censo, das mulheres por grupos quinquenais de idade.

As fórmulas dos indicadores básicos (para grupos quinquenais de idade) utilizados neste presente trabalho foram:

Taxas específicas de fecundidade observada:

❑5 f x=❑5 FNUA x

❑5 PF x

FNUA: número de filhos nascidos no último ano da população feminina no grupo de idade x

PF: população feminina no grupo de idade x

Grupos de idade x: 1= 15-19; 2= 20-24; 3=25-29; 4=30-34; 5=35-39; 6=40-44 e 7=45-49

Parturição (fecundidade acumulada)

❑5 Px=❑5 FNV x

❑5 PF x

FNV: número de filhos nascidos vivos da população feminina no grupo de idade x

Taxa de fecundidade total

TFT =5∗∑x=1

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❑5 f x

Idade média das mulheres ao terem seus filhos

Idademédia=∑x=1

7

❑5 X x¿5 f x

∑x=1

7

❑5 f x

Sendo X: 1=17,5; 2=22,5; 3=27,5; 4=32,5; 5=37,5; 6=42,5 e 7=47,5.

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2.2.1 Método da razão P/F de Brass

Em 1968 foi criado o método da razão P/F de Brass, por William Brass. Este é um método indireto utilizado para a estimação do nível de fecundidade através de informações amostrais contidas nos censos demográficos. Confirmando essas informações, United Nations (1983), escreve que esse método permite avaliar a precisão dos dados utilizados e estimar as taxas de fecundidade para as regiões com informações não suficientes. O método é calculado em 8 passos, sendo eles:

Passo 1: cálculo da taxa específica de fecundidade atual, a partir do número de filhos nascidos no último ano (FNUA) e mulheres no grupo de idade x, sendo i=1, 2,..., 7 (grupos de idade).

f (i )=❑5 f x=❑5 FNUA x

❑5 PF x

Passo 2: cálculo da parturição, a partir do número de filhos nascidos vivos (FNV) e mulheres no grupo de idade x.

P (i )=❑5 P x=❑5 FNV x

❑5 PF x

Passo 3: cálculo da fecundidade acumulada a partir de f(i), sendo j=1,2,...,7.

Φ ( j)=5∗∑i=1

j

f (i)

Passo 4: Fecundidade equivalente (variante de Trussell), onde a(i), b(i) e c(i) são valores tabulados (vide Tabela B.1 no anexo B).

F ( i )=Φ (i−1 )+a ( i )∗f (i )+b (i )∗f ( i+1 )+c ( i )∗Φ (7)

Passo 5: Calcular série P(i)/F(i).

K (i )= P(i)F (i )

Passo 6: cálculo da fecundidade para grupos convencionais, onde w(i) são valores calculados a partir de valores tabulados, x(i), y(i) e z(i) [vide Tabela B.2 no anexo B].

f +¿(i )=[1−w (i+1 )]∗f (i) +w (i )∗f (i+1) ¿

w ( i )= x (i )+ y ( i )∗f (i )Φ (7 )

+z (i )∗f (i+1 )Φ (7 )

Passo 7: cálculo da fecundidade ajustada (após seleção de K a partir da série P(i)/F(i), se pertinente).

f ¿ ( i )=k∗f +¿(i)¿

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Passo 8: Cálculo da TFT ajustada.

TFT =5∗∑i=1

7

f ¿ (i)

2.2.2 Método Relacional de Gompertz

Em 1981 foi criado o método relacional de Gompertz, por William Brass. Esse método é um refinamento do método da razão P/F de Brass, que procura estimar a taxa de fecundidade específica e total para determinar um cronograma da fecundidade. Esse método procura remediar os erros comumente encontrados em dados de fecundidade associados com poucos nascimentos no período de referência e também a subnotificação de fecundidade nas mulheres mais velhas. Utilizando a planilha disponibilizada pelo Manual X da ONU, temos 8 passos para compreender a aplicação do método:

Passo 1: cálculo da parturição, a partir do número de filhos nascidos vivos (FNV) e mulheres no grupo de idade x, sendo i=1, 2,..., 7 (grupos de idade).

P (i )=❑5 P x=❑5 FNV x

❑5 PF x

Passo 2: determinar a classificação da idade da mãe, pois dependendo dos dados disponíveis, as taxas de fecundidade podem ser classificadas tanto pela idade da mãe na data da pesquisa, ou pela idade da mãe no momento do nascimento do seu filho.

Passo 3: cálculo da taxa de fecundidade específica atual, a partir do número de filhos nascidos no último ano (FNUA) e mulheres no grupo de idade x.

f (i )=❑5 f x=❑5 FNUA x

❑5 PF x

Passo 4: escolher o padrão de fecundidade e a variação do modelo a ser ajustado. A escolha do padrão determina os valores de g( ) e E( ) utilizados nos procedimentos de modelagem da regressão. Existem duas opções: “Shape F – Level P”, opção padrão que utiliza os mesmos pressupostos do método da razão P/F de Brass sobre a natureza dos erros nos dados (fecundidade com erro no período de referência, subnotificação independente da idade e também erros de omissão conforme aumenta a idade) e a outra opção “F-only” que utiliza o modelo relacional de Gompertz para corrigir possíveis distorções na forma da distribuição da fecundidade.

Passo 5: avaliar as retas P-points e F-points, que consiste em diagnosticar a identificação de erros comuns e tendência nos dados.

Passo 6: Ajustar o modelo escolhendo os pontos a serem utilizados. A princípio todos os pontos devem ser incluídos no modelo (ocorre uma exceção quando a parturição em uma faixa de idade é maior do que na faixa seguinte, com isso esse ponto deve ser retirado, pois o modelo ficará indefinido). Se os dados da parturição e fecundidade são consistentes, os P-points e F-points deverão ser uma reta (representada por uma reta de regressão) ou então os pontos que fujam disso devem ser eliminados. A intenção é buscar a maior combinação de P e

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F-points que se encontram na mesma linha e usá-los para ajustar o modelo. A planilha calcula a raiz do quadrado médio do erro (RMSE) dos pontos utilizados no modelo. Se houver dúvidas em quais pontos devem permanecer ou for retirados, escolha-se o modelo com menor RMSE, pois ele apresenta uma estimativa da variância do modelo de regressão que é ajustado.

RMSE=√ {[ z( )−e()]−[α+( β−1 )2∗c

2+β∗g ()]}

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n

Passo 7: Avaliar os parâmetros. Os valores de α e β (coeficientes da regressão) são os valores adequados para que as linhas de P-points e F-points estejam próximas, por isso esses valores devem ser verificados para confirmar se eles não estão longe dos seus valores centrais (padrão utilizado: 0,3<α <0,3 e 0,8<β <1,25). Se esses parâmetros estimados encontram-se fora deste intervalo, uma ou ambas das séries de dados são problemáticas ou o padrão é inadequado. Deve-se alterar a seleção de pontos antes de prosseguir, até encontrar o modelo mais adequado.

Alfa (α) representa a medida de localização de idade do modelo, se α for 0 (zero) a localização é a mesma do padrão. Se for negativo, a fecundidade é tardia. Se for positivo, indica fecundidade mais precoce. O Beta (β) mede o grau de concentração da fecundidade. O valor neutro é 1, valores abaixo indicam maior dispersão em relação ao padrão e valores acima indicam uma concentração, com um início tardio e um fim precoce.

Passo 8: ajuste das taxas específicas de fecundidade e a taxa de fecundidade total. Após a estimação dos dois parâmetros do modelo, esses são aplicados com os valores de referência da parturição para obter os valores ajustados Y (i )=α +β∗Y s( i). Estes são convertidos de volta em medidas de proporção de fecundidade alcançada acumulada por faixa de idade i usando a transformação anti-gompit. Os anti-gompits baseados na distribuição da parturição indicam a proporção de fecundidade alcançada por aquele grupo. Dividindo a parturição observada em cada grupo por essas proporções são produzidas uma série de estimativas da fecundidade total. Calculando a média desses valores em todo o subconjunto de grupos de idade que foram utilizados para estimar os parâmetros, tem-se a estimativa ajustada da fecundidade total (T̂ ).

Aplicando o mesmo α e β para o padrão gompits para as idades que dividem as faixas etárias convencionais (ou seja, 20, 25,..., 50), aplicando a transformação anti-gompit e multiplicando por T̂ produz um cronograma de fecundidade acumulada em escala. Diferenciando as estimativas de fecundidade acumulada e dividindo por cinco, produz o cronograma de fecundidade ajustada para as faixas etárias convencionais (15-19; 20-24, etc.), mesmo se os dados foram inicialmente classificados com a mudança de meio ano. Com isso são obtidas as estimativas para as taxas específicas de fecundidade e a taxa de fecundidade total.

3 RESULTADOS

Segundo dados do Censo Demográfico realizado em 2010, cerca de 23,91% da população residente no país possui pelo menos uma das deficiências investigadas (vide anexo

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A - Quadro A). Dentre as 2.611.536 pessoas que possuem deficiência mental/intelectual, 1.201.936 são mulheres e representam 46% da população com esse tipo de deficiência. As mulheres com deficiência mental/intelectual e em idade reprodutiva (15 a 49 anos) totalizam 573.264 mulheres.

Analisando o perfil das mulheres que possuem deficiência mental/intelectual, no Gráfico 3.1 pode-se observar o percentual de mulheres com esse tipo de deficiência por cor/raça. As regiões Norte (64,3%), Nordeste (56,4%) e Centro-Oeste (48,5%) apresentam maioria das mulheres com deficiência da cor/raça parda, já as regiões Sudeste (55.4%) e Sul (75,9%) apresentam maioria de cor/raça branca.

Gráfico 3.1 – Percentual de mulheres com deficiência mental/intelectual por cor/raça, segundo Grandes Regiões, 2010.

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Branca Preta Amarela Parda Indígena

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res c

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efici

ência

men

tal/

inte

lect

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Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 2010.

No Gráfico 3.2 observa-se o percentual de mulheres com deficiência mental/intelectual por nível de instrução, cerca de 80% das mulheres, independente da grande região possui até o ensino fundamental completo. Já no ensino superior incompleto os percentuais permanecem em torno de 6 a 8% em todas as regiões.

Gráfico 3.2 – Percentual de mulheres com deficiência mental/intelectual por nível de instrução, segundo Grandes Regiões, 2010.

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Sem instrução e fundamental incompleto

Fundamental completo e médio incompleto

Médio completo e superior incompleto

Superior completo Não determinado

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ência

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Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 2010.

Observa-se no Gráfico 3.3, que independente da grande região, a maior parte das mulheres com deficiência mental/intelectual nunca viveu em companhia de cônjuge ou companheiro(a), chegando esse percentual a quase 50%.

No Gráfico 3.4 observa-se o estado civil desse mesmo grupo de mulheres e a grande maioria é solteira (Região Norte – 68,9%, Nordeste – 66,2%, Sudeste – 56,1%, Sul – 56,1% e Centro-Oeste 60,3%) e em torno de 20% desse grupo de mulheres são casadas.

Gráfico 3.3 – Percentual de mulheres com deficiência mental/intelectual que vive em companhia de cônjuge ou companheiro(a), segundo Grandes Regiões, 2010.

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Sim Não, já viveu antes Não, nunca viveu

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ência

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tal/

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Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 2010.

Gráfico 3.4 – Percentual de mulheres com deficiência mental/intelectual por estado civil, segundo Grandes Regiões, 2010.

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Casado Desquitado(a) ou separado(a)

judicialmente

Divorciado(a) Viúvo(a) Solteiro(a)

Perc

entu

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men

tal/

inte

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Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 2010.Através do Gráfico 3.5 é possível observar que independente da grande região, cerca

de 90% das mulheres com deficiência mental/intelectual na semana de referência de 25 a 31 de julho de 2010, não estavam trabalhando.

Gráfico 3.5 – Percentual de mulheres com deficiência mental/intelectual que trabalham ganhando dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios, segundo Grandes Regiões, 2010.

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Sim Não

Perc

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res c

om d

efici

ência

men

tal/

inte

lect

ual

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 2010.

No Gráfico 3.6 é apresentada a pirâmide etária para os grupos de idade quinquenais da população brasileira com deficiência mental/intelectual, por grandes regiões. Pode-se visualizar que os deficientes mentais/intelectuais são na maioria homens e há uma inversão deste modelo de predominância masculina a partir dos 60 anos de idade, o que indica uma maior sobrevida das mulheres e que existe uma predominância de crianças/adolescentes na região norte, o mesmo observado em diversos estudos para pessoas independente da presença de deficiência.

Gráfico 3.6 – Pirâmide etária comparativa da população brasileira com deficiência mental/intelectual, segundo Brasil e Grandes Regiões, 2010.

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0

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Idad

e

População (%)

Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

83 anos ou mais

Homens Mulheres

Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 2010.

Analisando os percentuais da população brasileira com deficiência mental/intelectual em relação ao total da população com esse tipo de deficiência, de acordo com dados do Censo 2010, podemos verificar que 33,64% da população com deficiência mental/intelectual possui mais de 50 anos, representando 28,53% do total de homens e 39,64% do total de mulheres, e cerca de 15% dos deficientes mentais/intelectuais são crianças com até 14 anos de idade. Ainda segundo o Censo 2010, os dados nos mostram que 1,37% da população brasileira possui deficiência mental/intelectual. Entre os sexos essas taxas são de 1,51% dos homens brasileiros e 1,23% das mulheres.

Observa-se através dos dados que somente a partir do grupo etário de 50 anos as mulheres são maioria na população deficiente. Segundo o IBGE (2010) esse fenômeno é explicado pela diferença da taxa de mortalidade entre os sexos, já que a mortalidade masculina é maior do que a feminina. Na Tabela 3.1 é possível observar o número de mulheres com deficiência mental/intelectual em cada faixa de idade quinquenal.

Tabela 3.1 – Valor absoluto das mulheres com deficiência mental/intelectual por grupos etários, segundo Brasil e Grandes Regiões, 2010.

Grupos etários Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste0 a 4 anos 27.818 3.290 8.983 10.392 3.211 1.9425 a 9 anos 51.537 5.820 17.614 18.008 6.813 3.283

10 a 14 anos 72.847 7.523 24.683 25.953 9.930 4.75815 a 19 anos 72.206 7.303 24.456 25.295 10.551 4.60020 a 24 anos 73.971 6.477 25.906 26.905 9.924 4.76025 a 29 anos 76.708 5.747 26.993 29.174 10.127 4.66630 a 34 anos 80.891 6.308 27.599 30.939 11.198 4.84835 a 39 anos 81.570 5.416 27.824 31.058 11.719 5.55340 a 44 anos 92.964 5.605 29.860 37.341 13.594 6.56445 a 49 anos 94.954 5.106 28.930 39.561 14.767 6.59050 a 54 anos 91.788 5.064 26.224 39.506 14.440 6.55455 a 59 anos 78.343 4.313 21.173 34.485 12.730 5.64260 a 64 anos 64.482 3.134 18.379 28.830 9.678 4.46165 a 69 anos 49.939 2.538 14.779 20.747 8.263 3.61170 a 74 anos 47.822 2.148 13.157 22.085 6.969 3.46275 a 79 anos 47.512 2.057 11.775 22.710 8.075 2.894

80 anos ou mais 96.584 3.689 23.196 49.764 15.005 4.930Total 1.201.936 81.538 371.531 492.753 176.994 79.118

12

Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 2010.

Os dados apresentados na Tabela 3.2 são referentes ao número de mulheres que possuem deficiência mental/intelectual, o número de filhos nascidos vivos e o número de filhos nascidos no ano anterior a pesquisa para os grupos quinquenais de idade desse mesmo grupo de mulheres para o Brasil e Grandes Regiões. Esses dados são as informações necessárias utilizadas para o cálculo da idade média das mulheres com deficiência mental/intelectual ao terem seus filhos; cálculo da parturição, da fecundidade observada e para as estimativas das taxas específicas de fecundidade pelo método da razão P/F de Brass e o método relacional de Gompertz.

13

Tabela 3.2 – Valores do número de mulheres, número de filhos nascidos vivos e número de filhos nascidos no último ano, segundo Brasil e Grandes Regiões, 2010.

Grandes Regiões Grupos de Idade

Total de mulheres

Total de filhos nascidos vivos

Total de filhos nascidos no último ano

BRASIL

10-14 72.847 275 11815-19 72.205 3.964 1.72620-24 73.972 13.892 2.58025-29 76.707 23.271 2.31530-34 80.892 32.962 1.73535-39 81.570 40.831 1.11540-44 92.964 52.457 58945-49 94.954 58.979 244

50 ou + 476.471 347.232 213TOTAL 1.122.582 573.863 10.635

NORTE

10-14 7.523 79 1315-19 7.303 655 32620-24 6.477 1.727 41225-29 5.447 2.158 28930-34 6.308 3.202 13935-39 5.416 3.326 11040-44 5.605 3.882 5045-49 5.106 3.828 0

50 ou + 22.945 18.526 9TOTAL 72.430 37.383 1.348

NORDESTE

10-14 24.683 133 5815-19 24.456 1.626 63920-24 25.906 5.628 1.06725-29 26.993 9.347 82930-34 27.599 11.896 53335-39 27.824 14.454 35340-44 29.860 17.646 31045-49 28.930 19.018 163

50 ou + 128.683 94.639 58TOTAL 344.934 174.387 4.010

SUDESTE

10-14 25.953 47 3615-19 25.295 931 36520-24 26.905 3.973 70425-29 29.174 7.758 85430-34 30.939 11.539 75235-39 31.058 14.124 42440-44 37.341 19.454 14645-49 39.561 23.028 43

50 ou + 218.127 155.427 94TOTAL 464.353 236.281 3.418

SUL

10-14 9.930 5 015-19 10.551 400 21520-24 9.924 1.544 26325-29 10.127 2.603 27130-34 11.198 4.172 23035-39 11.719 5.910 18040-44 13.594 7.478 5145-49 14.767 8.737 34

50 ou + 75.161 54.992 18TOTAL 166.971 85.841 1.262

CENTRO – OESTE

10-14 4.758 11 1115-19 4.600 352 18120-24 4.760 1.020 13425-29 4.666 1.405 7230-34 4.848 2.153 8135-39 5.553 3.017 4840-44 6.654 3.997 3245-49 6.590 4.368 4

50 ou + 31.555 23.648 34TOTAL 73.894 39.971 597

Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 2010.

No Brasil a idade média das mulheres com deficiência mental/intelectual ao terem seus filhos é de 27,33. Já para as cinco grandes regiões, vide Figura 3.1, pode-se observar que a região Sudeste é a que apresenta a maior média de idade, em torno de 28 anos, mas as

14

regiões Nordeste (27,67) e Sul (27,69) esses valores estão bem próximos e nas regiões Norte (25,99) e Centro-Oeste (25,05) são as regiões com a idade média mais nova.

Figura 3.1 – Idade média das mulheres com deficiência mental/intelectual ao terem seus filhos, segundo Grandes Regiões, 2010.

Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 2010.No Gráfico 3.7 pode-se visualizar uma comparação entre a parturição observada com

os dados coletados do Censo 2010 para as mulheres com deficiência mental/intelectual, por grandes regiões e para o Brasil, a fecundidade acumulada é encontrada também através dos dados e a fecundidade equivalente, medida fornecida após a aplicação do método da razão P/F de Brass para esse grupo de mulheres. Pode-se observar que a fecundidade equivalente e a fecundidade acumulada estão bem próximas. O Gráfico 3.7 permite uma comparação entre todas as regiões e também para o Brasil, possibilitando visualizar que a região Norte é a região com maior parturição observada, maior do que a média para o Brasil e as outras regiões essa taxa permanece próxima de 0,60. Para a fecundidade acumulada e fecundidade equivalente, a região Norte também apresenta maiores taxas chegando a 1,05, seguida da região Nordeste com a taxa chegando a próximo 0,75, já as outras regiões essas taxas permanecem próximas a 0,60.

15

Gráfico 3.7 – Comparação entre a parturição observada [P(i)], fecundidade acumulada [Phi(i)] e fecundidade equivalente [F(i)] das mulheres com deficiência mental/intelectual, utilizando o método

da razão P/F de Brass, segundo Grandes Regiões e Brasil, ano 2010.

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

Part

uriç

ão

Idade

Norte

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

Part

urçã

o

Idade

Nordeste

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

Part

uriç

ão

Idade

Sudeste

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

Part

uriç

ão

Idade

Sul

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

Part

uriç

ão

Idade

Centro- Oeste

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

Part

uriç

ão

Idade

Brasil

P(i) Phi(i) F(i)Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 2010.

O método da razão P/F de Brass calcula através dos dados fornecendo estimativas para a taxa específica de fecundidade e a taxa de fecundidade total, sendo que o usuário escolhe a razão P2/F2, P3/F3, P4/F4 ou outro ajuste para estimar essas taxas. Através do Gráfico 3.8 pode-se observar a taxa específica de fecundidade obtida através dos dados observados e as estimativas obtidas através da aplicação do método para as regiões brasileiras. Observa-se que para algumas regiões (Norte, Nordeste e Sul) e para o Brasil a razão P2/F2 acabou sobrestimando as taxas específicas de fecundidade, mas essa foi a razão escolhida para estimar essas taxas pelo método da razão P/F de Brass. Foram feitas essas escolhas pois as outras estimativas acabam subestimando as taxas específicas de fecundidade e também a taxa de fecundidade total. Através dessa mesma figura é possível visualizar o padrão de

16

fecundidade para cada região brasileira. A região Norte e Nordeste e o Brasil têm a sua fecundidade máxima no grupo entre 20 e 24 anos, representando uma cúspide jovem, já na região Sudeste a fecundidade máxima está no grupo entre 25 e 29 anos, tendo essa região uma cúspide tardia, entretanto a região Sul apresenta uma cúspide dilatada, já que sua fecundidade máxima se apresenta entre os dois grupos de idade (20-24 e 25-29 anos).

O método relacional de Gompertz utiliza os mesmos dados e também fornece uma estimativa para as taxas específicas e total de fecundidade. Como visto na metodologia é preciso selecionar os pontos que irão fazer parte do modelo para gerar as estimativas. Esses pontos são selecionados com base nos gráficos de análise de pontos (vide Apêndice A) em que as linhas de P-points e F-points para que o modelo esteja bem ajustado precisam estar o mais próxima possível uma da outra, nessa seleção são retirados os pontos que fazem com que essas retas se distanciem. A retirada dos pontos é necessária também para que os parâmetros do modelo estejam dentro do padrão utilizado (0,3 <α <0,3 e 0,8 <β <1,25). Verificado esses métodos retiram-se os pontos e o modelo relacional de Gompertz gera as estimativas da taxa específica de fecundidade e a taxa de fecundidade total.

No Gráfico 3.9 visualizam-se as estimativas das taxas específica de fecundidade fornecida pelo método relacional de Gompertz. Para a geração dessas estimativas na seleção dos pontos para a região Norte foi retirado o ponto da parturição de 45-49 anos e fecundidade das faixas de idade 30-34, 35-39 e 45-49 anos. Na região Norte os dados referentes à parturição entre 10-14 e 45-49 anos e dados da fecundidade de 40-44 e 45-49 anos não foram utilizados na elaboração das estimativas, para as regiões Nordeste e Sul não foram utilizados os valores da parturição e da fecundidade para a faixa de idade 45-49 anos. Na região Sudeste os pontos referentes à faixa de idade de 40-44 e 45-49 anos da parturição e fecundidade entre 40-44 não foram utilizados e na região Centro-Oeste os pontos de fecundidade 45-44 anos e parturição 50 anos ou mais. Para estimas as taxas para o Brasil não foram utilizados os pontos da parturição e fecundidade para as faixas de idade de 10-14 e 45-49 anos. Esses pontos não foram utilizados com base nos questionamentos declarados acima e também levando em consideração os parâmetros do modelo.

Gráfico 3.8 – Taxa específica de fecundidade observada e ajustadas pelo método da razão P/F de

Brass das mulheres com deficiência mental/intelectual, segundo Grandes Regiões e Brasil, 2010.

0.0000 0.0100 0.0200 0.0300 0.0400 0.0500 0.0600 0.0700 0.0800

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

Taxa

esp

ecífi

ca d

e fe

cund

idad

e

Idade

Norte

Gráfico 3.9 – Taxa específica de fecundidade observada e ajustada pelo método relacional de Gompertz das

mulheres com deficiência mental/intelectual, segundo Grandes Regiões e Brasil, 2010.

0.000.010.020.030.040.050.060.070.08

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

Taxa

esp

ecífi

ca d

e fe

cund

idad

e

Idade

Norte

17

0.000.010.020.030.040.050.060.070.08

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

Taxa

esp

ecífi

ca d

e fe

cund

idad

e

Idade

Nordeste

0.000.010.020.030.040.050.060.070.08

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

Taxa

esp

ecífi

ca d

e fe

cund

idad

e

Idade

Sudeste

0.000.010.020.030.040.050.060.070.08

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

Taxa

esp

ecífi

ca d

e fe

cund

idad

e

Idade

Sul

0.000.010.020.030.040.050.060.070.08

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49Taxa

esp

ecífi

ca d

e fe

cund

idad

e

Idade

Centro- Oeste

0.000.010.020.030.040.050.060.070.08

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

Taxa

esp

ecífi

ca d

e fe

cund

idad

e

Idade

Brasil

0.0000 0.0100 0.0200 0.0300 0.0400 0.0500 0.0600 0.0700

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

Idade

Nordeste

Dados Observados P2/F2 P3/F3 P4/F4

0.000.010.020.030.040.050.060.070.08

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

Taxa

esp

ecífi

ca d

e fe

cund

idad

e

Idade

Nordeste

0.000.010.020.030.040.050.060.070.08

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

Taxa

esp

ecífi

ca d

e fe

cund

idad

eIdade

Sudeste

0.000.010.020.030.040.050.060.070.08

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

Taxa

esp

ecífi

ca d

e fe

cund

idad

e

Idade

Sul

0.000.010.020.030.040.050.060.070.08

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

Taxa

esp

ecífi

ca d

e fe

cund

idad

e

Idade

Centro- Oeste

0.000.010.020.030.040.050.060.070.08

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

Taxa

esp

ecífi

ca d

e fe

cund

idad

e

Idade

Brasil

0.00000.01000.02000.03000.04000.05000.06000.0700

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

Taxa

de

fecu

ndid

ade

espe

cífic

a

Idade

Centro- Oeste

Observada Corrigida

18

Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 2010.Na Tabela 3.3 podem-se observar os parâmetros do modelo para cada região brasileira

e também a raiz do quadrado médio do erro (RMSE). Esses valores sofrem alterações conforme são utilizados os valores de parturição e fecundidade para algumas faixas de idade. Então na escolha de quais pontos são retirados ou não, é necessário também verificar esses valores para escolher o melhor modelo. Se houver dúvida na retirada ou não do ponto é importante verificar o valor de RMSE para cada modelo proposto e escolher o que obter menor valor, pois ele representa a estimativa de variância do modelo de regressão e quanto menor melhor o modelo.

Tabela 3.3 – Valores dos parâmetros α e β dos modelos relacional de Gompertz para a estimação das taxas específicas de fecundidade, segundo Brasil e Grandes Regiões, 2010.

Região Alpha Beta RMSEBrasil 0,2200 0,9870 0,145Norte 0,2948 0,9341 0,237

Nordeste 0,2583 0,8797 0,171Sudeste 0,0479 0,8700 0,150

Sul 0,1725 1,0473 0,255Centro-Oeste 0,2796 0,8358 0,406

Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 2010.

Observando os parâmetros do modelo, disponibilizados na Tabela 3.3, podemos observar que para a região Sudeste o alpha (α) é o que está mais próximo do 0 (zero) e isso significa que idade da fecundidade é bem próxima a do modelo padrão, já nas outras regiões esse parâmetro apresenta valores positivos o que indica que essas regiões possuem a fecundidade mais precoce do que o padrão. Para o parâmetro Beta (β) ele mede o grau de concentração da fecundidade. Na região Sul esse valor acima de um indica maior concentração da fecundidade, com início tardio e fim precoce, para as outras regiões esse valor está bem próximo a 0,88 indicando maior dispersão da fecundidade em relação ao padrão.

Ainda segundo os Gráficos 3.8 e 3.9 pode-se observar e comparar os resultados encontrados pelos dois métodos para as estimativas da taxa específica de fecundidade para cada região brasileira. Cabe ressaltar que o recorte populacional utilizado trata uma parte reduzida da população, neste caso atenta-se para o que Garcia ressalta:

[..]essa técnica (método da razão P/F de Brass), quando aplicada em pequenas áreas, revela alguns problemas visto que ela não é capaz de corrigir a estrutura da curva de fecundidade, mas apenas o seu nível. Para tanto, é necessário o emprego de um modelo que seja capaz de ajustar a curva observada à uma outra, diga-se, teórica. Esse método, também proposto por Brass (1981), é o método relacional de Gompertz. (GARCIA, 2010, p.4)

Por tanto para o nosso trabalho o método relacional de Gompertz é o que melhor estima a taxa específica de fecundidade para as regiões estudadas, conforme cita Garcia “Brass propôs a utilização do método relacional de Gompertz na estimação e ajuste da função de fecundidade em regiões com registros precários de nascimentos no último ano e/ou de filhos nascidos vivos” (GARCIA, 2010, p.4).

Como o método escolhido que melhor estima as taxas específicas de fecundidade para o grupo de mulheres estudadas é o método relacional de Gompertz, na Gráfico 3.10 podemos

19

observar as estimativas dessa taxa para todas as regiões brasileiras. As regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e o Brasil apresentam a cúspide jovem, taxa de fecundidade máxima na faixa de idade de 20-24 anos e a região Centro-Oeste possui a cúspide mais jovem ainda, com a taxa de fecundidade máxima na faixa de idade de 15-19 anos.

A região Norte é a que apresentou maior taxa específica de fecundidade em todas as faixas de idade, mas as outras regiões possuem suas taxas bem próximas umas das outras. A região Sul é a que apresenta mais diferença entre as taxas específicas de fecundidade das faixas de 15-19 e 20-24.

Gráfico 3.10 – Taxas específica de fecundidade ajustadas pelo método relacional de Gompertz das mulheres com deficiência mental/intelectual, segundo Grandes Regiões, 2010.

0.000

0.005

0.010

0.015

0.020

0.025

0.030

0.035

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

Taxa

esp

ecífi

ca d

e fe

cund

idad

e

IdadeBrasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 2010.

No Brasil a taxa de fecundidade total das mulheres com deficiência mental/intelectual observada é de 0,6649, essa mesma taxa estimada pelo método da razão P/F de Brass é de 1,0448 e para o método relacional de Gompertz a estimativa da taxa foi de 0,5593. Já para as cinco grandes regiões, vide Figura 3.2, pode-se visualizar as taxas de fecundidade total conforme os dados observados, as taxas ajustadas conforme o método da razão P/F de Brass e o método relacional de Gompertz. Observa-se uma grande diferença entre essas estimativas, mas deve-se lembrar de que o método da razão P/F de Brass ajusta apenas o nível da fecundidade e o método relacional de Gompertz ajusta o nível e a curva da fecundidade, estimando valores mais semelhantes a realidade.

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Figura 3.2 – Taxas de fecundidade total observada e ajustadas pelo método da razão P/F de Brass e o método relacional de Gompertz das mulheres com deficiência mental/intelectual, segundo Grandes

Regiões, 2010.Dados observados Método da razão P/F de Brass Método Relacional de Gompertz

Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 2010.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo foi estimar as taxas específicas de fecundidade das mulheres com deficiência mental/intelectual, utilizando dados do Censo 2010 e realizando uma análise comparada por grandes regiões do Brasil. Além da utilização de dois métodos indiretos, o método da razão de P/F Brass e o relacional de Gompertz, foi realizada uma breve análise de características da população feminina com deficiência mental/intelectual.

De acordo com os resultados obtidos, observou-se que a maior parte das mulheres com deficiência mental/intelectual, nunca trabalhou, não possuem cônjuges e tem baixa escolaridade. Os métodos indiretos utilizados, razão de P/F de Brass e relacional de Gompertz, revelaram que região Norte é a que possui maior taxa de fecundidade total (0,674), acima da TFT nacional (0,6649) e que a região Centro-Oeste possui a menor idade média das mulheres ao terem filhos (25,05 anos). As taxas específicas de fecundidade (TEFs) apresentaram diferenças significativas entre as grandes regiões e a região Norte revelou TEFs maiores na faixas de idade mais jovens. O método eleito para estimação das TEFs foi o método relacional de Gompertz.

As vantagens do modelo relacional de Gompertz estão que ele corrige a estrutura da curva da fecundidade e também o nível da mesma, já que o método da razão P/F de Brass só corrige o nível da fecundidade. O método escolhido também permite avaliar tendências e qualidade dos dados, portanto a aplicação é bastante útil para esse trabalho. Ele nos dá a possibilidade de tanto obter o nível quanto a estrutura da fecundidade através dos dados da fecundidade retrospectiva, “sem a fecundidade atual”, que por sua vez está mais sujeita a erros de declaração e flutuações quando se trata de pequenas áreas.

O estudo apresentou apenas um panorama da fecundidade de mulheres com deficiência mental/intelectual, abordando apenas as grandes regiões. A análise descritiva inicial revelou que a desigualdade de acesso e/ou condições de vida das mulheres com

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deficiência mental/intelectual ainda é predominante em todas as regiões do Brasil. Um estudo mais detalhado, estimando a fecundidade levando em consideração a existência de cônjuge, existência de trabalho, características do arranjo familiar, escolaridade, renda, são fatores que podem ser analisados, viabilizando um estudo mais detalhado sobre esta população.

5 REFERÊNCIAS

__________. Censo Demográfico 2010 – Resultados da Amostra – Características Gerais da População, Religião e Deficiência: Tabela 3425: População residente por tipo de deficiência, segundo a situação do domicílio, o sexo e os grupos de idade. Banco de Dados – SIDRA/IBGE. Disponível em: <http://sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?z=cd&o=13&i=P&c=3425>. Acessado em 2 de fevereiro de 2014.

BRASIL. Decreto 5.296/04, 1 de dezembro de 2004. Disponível em: <http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/97181/decreto-5296-04#>. Acessado em 4 de fevereiro de 2014.

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MAIA, A. C. B.; RIBEIRO, P. R. M. Desfazendo mitos para minimizar o preconceito sobre a sexualidade de pessoas com deficiências. Revista Brasileira de Educação Especial. v.16, n.2, 2010. p.159-176.

CRAFT, A.; CRAFT, M. Sexuality and Mental Handicap: A Review. Brit. J. Psychiat. (1181), 1981.

FUNK, M. et.al. Livro de recursos da OMS sobre saúde mental, direitos humanos e legislação: Cuidar, sim - Excluir, não. 2005, 257 p.

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GEJER, D.; KLOURI, C. O adolescente deficiente mental e a sua sexualidade. Disponível em: <http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=2068>. Acessado em 22 de janeiro de 2014.

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GIROLAMO, F. P. A sexualidade do deficiente mental. Revista Nacional de Reabilitação, n.24, 2002. Disponível em: <http://www.artsbrasil.org.br/fase2/materia.asp?p=131>. Acessado em 2 de fevereiro de 2014.

GLAT, T. A sexualidade da pessoa com deficiência mental. Revista Brasileira de Educação Especial. p. 65-74.

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UNITED NATIONS. Manual X: Indirect Techniques for the Demographic Estimation, Population Studies, 81. New York: National Research Council, United States National Acad-emy of Sciences. 1983.

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ANEXO A

Quadro A – Pergunta sobre o tema deficiência no censo demográfico, 2010.

Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 2010.

ANEXO B

Tabela B.1 – Coeficientes para interpolar a fecundidade acumulada e calcular a parturição equivalente, método da razão P/F de Brass.

Idade F(i)a(i) b(i) c(i)

15-19 2.531 -0.188 0.002420-24 3.321 -0.754 0.016125-29 3.265 -0.627 0.014530-34 3.442 -0.563 0.002935-39 3.518 -0.763 0.000640-44 3.862 -2.481 -0.000145-49 3.828 0.016 -0.0002

Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 2010.

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Tabela B.1 – Coeficientes para o cálculo de fatores de ponderação para estimar as taxas parar grupos convencionais de idade a partir de dados deslocados de 6 meses, método da razão P/F

de BrassIdade x(i) y(i) z(i)15-19 0.031 2.287 0.11420-24 0.068 0.999 -0.23325-29 0.094 1.219 -0.97730-34 0.120 1.139 -1.53135-39 0.162 1.739 -3.59240-44 0.270 3.454 -21.497

Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 2010.

APÊNDICE A

Na Figura A, podemos observar as figuras que são necessárias para realizarmos o diagnóstico do modelo para o método relacional de Gompertz. Essas figuras são necessárias analisa-las para verificar a existência de erros nos dados. Observa-se primeiramente a figura da esquerda e observa os pontos que são necessários retirar da análise, conforme esses pontos são retirados observa-se na figura da direita como o modelo se ajusta a nova seleção de pontos. As duas retas do modelo devem ficam o mais próximo uma da outra para que esse modelo esteja bom. Com isso podemos observar para cada região a figura da esquerda que apresenta o modelo com todos os pontos e a figura da direita o modelo já com os devidos pontos selecionados.

Figura A: Figuras do diagnóstico do modelo para o método relacional de Gompertz.Brasil

Região Norte

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Região Nordeste

Região Sudeste

Região Sul

Região Centro-Oeste

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Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 2010.

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