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ESTUDO COMPARATIVO DOS EFEITOS DA MICROCORRENTE E ALTA FREQUÊNCIA NO REPARO TECIDUAL NAS ÚLCERAS VENOSAS

COMPARATIVE STUDY OF THE EFFECTS OF HIGH FREQUENCY AND MICROCURRENT IN TISSUE REPAIR IN VENOUS ULCERS

Luciane Araújo de Moura **, Iene de Souza Santos *, Ernani Viana de Freitas Filho ***,Haydeê da Silva Cassé ****, Maria da Conceição Barbosa dos Santos *****,

*Graduada do curso de graduação em Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Graduanda do curso de Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. *** Fisioterapeuta especialista em Unidade Terapia Intensiva, docente da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. **** Fisioterapeuta, Mestre em Psicologia pela Universidade Federal da Paraíba, docente da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba.***** Fisioterapeuta, Especialista em dermato-funcional, docente da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba.

Endereço para correspondência: Maria da Conceição Barbosa dos Santos. Rua Siqueira Campos, 503- Camalau- CEP 58310.000, Cabedelo/Pb. [email protected]

RESUMO

As úlceras venosas ficam localizadas nos membros inferiores, preferencialmente na região maleolar interna, podendo ser desencadeadas por traumas, infecções, insuficiências venosas. Compreende-se que a utilização de microcrocorrentes para estimular algumas respostas endógenas resultaria em melhores respostas terapêuticas para o reparo tecidual. Entre os efeitos fisiológicos citam-se: o restabelecimento da bioeletricidade tecidual com o incremento do transporte pela membrana plasmática, o aumento da síntese de adenosina trifosfato e do transporte de aminoácidos, a aceleração da síntese de proteínas e o estímulo ao crescimento do tecido conjuntivo. E o gerador da alta-frequência trata-se de uma corrente alternada de elevada frequência e baixa. Seus efeitos fisiológicos variam em térmico aumentando o metabolismo, a oxigenação celular, a eliminação de gás carbônico, vasodilatador estimulando a circulação periférica, bactericida e antisséptico. O presente estudo teve como objetivo comparar o efeito da microcorrente e alta frequência na cicatrização das úlceras venosas. Tratou-se de um estudo experimental com análise de dados quantitativo, realizado na Clinica Escola de Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, participaram da pesquisa 18 voluntários do programa de fisioterapia em dermatofuncional, com idades entre 30 e 70 anos de ambos os gêneros, os quais foram divididos em dois grupos (GM) e (HF). Foi realizada uma Avaliação Fisioterapêutica Dermatofuncional. Os participantes foram avaliados e reavaliados

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através de uma ficha de avaliação contendo dados sociodemograficos, perimetria da área ulcerada. Observou-se redução significativa da área ulcerada na amostra do (GM) com percentual de 57,70 %. O grupo (HF) também teve resposta positiva, porém com percentual menor de 24,06%, em relação ao grupo (GM), mas comparando os resultados do estudo com os objetivos almejados os dois grupos (MENS e HF) mostram que ambas correntes foram eficazes no tratamento das lesões cutâneas por ulceras venosas que os grupos obtiveram redução significativa da área ulcerada, demonstrando assim grande relevância no tratamento das lesões cutâneas como também contribuindo na área da fisioterapia dermatofuncional. Apesar dos resultados obtidos pela aplicação da microcorrente e alta frequência verificou-se a necessidade de realização de mais estudos sobre o tema envolvendo um numero maior de aplicações.

Palavras-chave: Ulcera venosa, Microcorrente, Alta frequência, Fisioterapia.

ABSTRACT

Venous ulcers are located in the lower limbs, preferably in internal malleolar region, which may be triggered by trauma, infections, venous insufficiencies. It is understood that the use of some microcrocorrentes to stimulate endogenous responses result in better therapeutic responses for tissue repair. Among the physiological effects mentioned: the restoration of tissue bioelectricity with the increase of transport through the plasma membrane, increased synthesis of adenosine triphosphate and amino acid transport, acceleration of protein synthesis and stimulating growth of connective tissue. And the high-frequency generator it is an alternating current of high frequency and low. Its physiological effects vary in heat by increasing metabolism, cell oxygenation, elimination of carbon dioxide, stimulating peripheral vasodilator, bactericidal and antiseptic movement. The present study aimed to compare the effect of high-frequency microcurrent and healing of venous ulcers. This was an experimental study with analysis of quantitative data, conducted at Clinica School of Physiotherapy, Faculty of Medical Sciences of Paraíba, 18 volunteers participated in the survey of the physiotherapy program dermatofuncional, aged between 30 and 70 years of both genders , which were divided into two groups (GM) and (HF). A physical therapy evaluation was performed Dermatofuncional. Participants were assessed and reassessed through an evaluation sheet containing sociodemographic data, girth ulcerated area. A significant reduction of the ulcerated area of the sample (GM) with a percentage of 57.70%. The group (HF) also had a positive response, with a smaller percentage of 24.06%, compared to group (GM), but comparing the study results with the desired goals the two groups (HF and MENS) show that both currents were effective in the treatment of skin lesions by venous ulcers that groups had significant reduction in ulcer area, thus demonstrating great relevance in the treatment of cutaneous lesions as well as contributing in the area of physiotherapy dermatofuncional. Although the results obtained by the application of high-frequency microcurrent and there was a need for more studies on the subject involving a larger number of applications.

Key-words: venous ulcer, Microcurrent, High Frequency Therapy

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INTRODUÇÃO

O termo “ferida” é utilizado como sinônimo de lesão tecidual, deformidade ou solução de continuidade, que pode atingir desde a epiderme até estruturas profundas, como: fáscias, músculos, aponeuroses, articulações, cartilagens, tendões, ossos, órgãos cavitários e qualquer outra estrutura do corpo. Desenvolvem-se como consequência de uma agressão ao tecido vivo por agentes físicos, químicos, térmicos ou radioativos. Também, podem ocorrer devido a distúrbios clínicos ou fisiológicos. As feridas podem ser causadas por fatores extrínsecos; como incisão cirúrgica e lesões acidentais por corte ou trauma; ou intrínsecos; como feridas produzidas por infecção, úlceras crônicas e vasculares, defeitos metabólicos e neoplasias [1].

Úlcera venosa é uma ferida crônica nas pernas, que afeta frequente os idosos acima de 65 anos, portadores de insuficiência venosa crônica (IVC). A IVC é uma patologia decorrente de insuficiência das veias das pernas e da associação do refluxo de sangue para as veias superficiais; pode ser congênita, primária ou secundária; desencadeia hipertensão venosa, afeta a microcirculação, causando danos as paredes dos vasos e alterações cutâneas [2].

O avanço tecnológico disponibiliza de novas terapias exigindo dos profissionais da área da saúde uma reflexão da prática realizada, consolidada em base científica, de tal forma que se justifiquem as ações adotadas na prevenção e tratamento das lesões, com o compromisso de aperfeiçoar recursos e oferecer qualidade na assistência. Os recursos eletrotermoterapêuticos possuem diversos tipos de correntes elétricas, que podem ser classificada como: excitomotoras, analgésicas, foréticas e cicatriciais. Todas são aplicadas com intensidade média em (miliampéres) e começaram a ser utilizados na cicatrização de feridas, após a descoberta da existência de geração endógena de campos elétricos em lesão de tecidos, resultantes dos canais de sódio na membrana que permitem a difusão interna de sódio [3].

As dinâmicas fisiológicas e bioquímicas são mediadas por potenciais elétricos de baixíssimas intensidades, medidas em microampéres, desta maneira, compreende-se que a utilização de microcrocorrentes para estimular algumas respostas endógenas resultaria em melhores respostas terapêuticas. Nesse sentido as microcorrentes são correntes polarizadas ou não pulsadas ou contínuas e que possuam suas intensidades na faixa de microampéres, ou seja, entre 0,1 a 0,9 mA e quando pulsadas frequências de 1 a 1000 Hz. Entre os efeitos fisiológicos citam-se: o restabelecimento da bioeletricidade tecidual com o incremento do transporte pela membrana plasmática, o aumento da síntese de adenosina trifosfato e do transporte de aminoácidos, a aceleração da síntese de proteínas e o estímulo ao crescimento do tecido conjuntivo. Entre os recursos encontra-se também o gerador da alta-frequência que trata-se de uma corrente alternada de elevada frequência e baixa intensidade, utilizada com tensão aproximada de 30.000 a 40. 000 volts e uma frequência de 150 a 200 KHz. Seus efeitos fisiológicos variam em: térmico, aumentando o metabolismo e com isso a oxigenação celular e eliminação de gás carbônico, vasodilatador, estimulando a circulação periférica; bactericida e antisséptico pela formação do ozônio. Ao contato do eletrodo com a pele, promove-se um faiscamento que converte o oxigênio em ozônio, que por sua instabilidade tem propriedades germicidas [4].

A fisioterapia dermatofuncional vem contribuindo-nos diversos tratamentos tanto estéticos como funcionais, uma vez que atua com métodos e técnicas para

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tratamento das disfunções do sistema tegumentar, oferecendo aos pacientes a reintegração de sua imagem e autoestima. Assim, justifica-se a importância deste estudo cujo objetivo foi comparar os efeitos da microcorrente e alta frequência no reparo tecidual nas úlceras venosas nos pacientes atendidos na prática clínica da disciplina dermatofuncional da Clinica Escola de Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba.

MATERIAL E MÉTODOS

Participaram da referida pesquisa 18 voluntários que foram selecionados conforme conveniência e surgimento dos casos, observando os critérios de inclusão. A amostra foi retirada da disciplina da prática clínica de dermatofuncional da Clínica Escola de Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Considerou-se como critérios de inclusão para a amostra: idade entre 30 e 70 anos; ambos os gêneros, presença de ulcera venosa crônica na região de membros inferiores; disponibilidade e voluntariedade para a aplicação do protocolo estabelecido para o tratamento da disfunção instalada. Os critérios de exclusão foram: idade inferior 30 anos e superior a 70 anos; hipertensão arterial não controlada, úlceras infectadas. Diante de explanação sobre o procedimento a ser realizado os voluntários assinaram o termo de consentimento livre esclarecido conforme resolução n° 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, que rege as declarações e diretrizes envolvendo seres humanos sob a ótica do indivíduo, este estudo foi aprovado pelo comitê de ética da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba.

A amostra foi dividida igualmente em dois grupos: GM microcorrentes (MENS) e (GH), alta frequência (HF), o equipamento utilizado foi o Neurodhyn Esthetic®, da marca Ibramed, em três encontros semanais totalizando 10 sessões. Os voluntários passaram por uma avaliação fisioterapêutica dermatofuncional a partir das informações contidas na ficha de avaliação após os questionamentos de identificação, como nome, idade, seguiram-se os questionamentos da anamnese: consumo e frequência de ingestão de bebida alcoólica, água; hábitos de fumar, existência/identificação de patologias; cor da pele; uso de medicação; presença de edemas e sua característica. Para o exame físico foram averiguados: peso e altura, no sentido de calcular o índice de massa corpórea (IMC); sinais vitais; local e perimetria da lesão.

Os voluntários foram posicionados em decúbito confortável na maca, com elevação os membros inferior, realizar a assepsia com algodão e álcool a 70% na região periulcerada, foi aferida a área ulcerada, com perimetria largura X comprimento para cálculo da área lesionada com régua métrica. Posicionar os elétrodos de carbono (3x5cm) para a eletroestimulação com microcorrentes, cujos parâmetros utilizados foram 0,5 Hz e 300 pulso, corrente subsensorial, com duração de 30 minutos, equipamento Neurodhyn Esthetic®, da marca Ibramed, ilustrado nas figuras 1,2,3 e 4

Figura 1: Perimetria (largura) Figura 2 : Perimetria (comprimento)

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Fonte: MOURA; SANTOS, 2013 Fonte: MOURA; SANTOS, 2013 Figura 3: Aplicação microcorrente Figura 4 : Aplicação microcorrente

Fonte: MOURA; SANTOS, 2013 Fonte: MOURA; SANTOS, 2013 Dados da pesquisa Dados da pesquisa

O grupo selecionado para tratamento com alta frequência (HF) seguiu o

protocolo as condutas foram realizadas três vezes por semana, em dias alternados. Posicionamento do paciente em decúbito confortável na maca, com elevação os membros inferior realizar a assepsia com algodão e soro fisiológico na região periulcerada, aferir área ulcerada com perimetria largura X comprimento para cálculo da área lesionada com régua métrica. A eletroestimulação foi feita com eletrodo de vidro Standart Pequeno na área periulcerada cuja frequência é preestabelecida pelo fabricante, equipamento Neurodhyn Esthetic®, da marca Ibramed o qual foi utilizado. Quanto à intensidade, normalmente se busca o máximo de faiscamento e/ou luminosidade do eletrodo, associado ao conforto e/ou à tolerância do paciente. Ilustrado na figura, 5.

Figura 5 : Aplicação da Alta frequência

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Fonte: MOURA,SANTOS 2013 Dados da pesquisa .

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Constatou-se uma variação de peso entre 47,5 e 79,6 kg. Sendo que 60% possuíam peso normal e 40% sobrepeso. Salientando que é importante conhecer o IMC, pois se sabe que sobrepeso aumenta a pressão sobre as veias e dificulta o retorno venoso. A obesidade prejudicaria as trocas do fluxo sanguíneo normal entre as veias superficiais e profundas dos membros inferiores, por causa do aumento do tecido adiposo e fibroso em volta das veias. 

Além disso, há que considerar que a influência da marcha é preponderante sobre a pressão venosa e, em indivíduos obesos, a sinergia músculo-valvular funciona de forma pouco eficiente. Primeiro, porque a marcha nesses indivíduos é menos frequente, e segundo porque a contração muscular é menor, pois geralmente existe uma hipotonia muscular associada [4].

A excitação elétrica de uma ferida é capaz de multiplicar as células do tecido conjuntivo, elevar a concentração de receptores de fator de crescimento que aumenta a formação de colágeno. Portanto, a terapia com microcorrentes podem ser vista como um catalisador útil na iniciação de reações elétricas que provem o reparo tecidual [5].

A porcentagem analisada com base nos escores encontrados na amostra onde, no pré-tratamento encontrou-se uma média de 115,50 cm2 na área ulcerada e no pós-tratamento com 10 sessões da microcorrente houve uma redução da ulcera para 48,75 cm2, apontando uma redução de 66,65 cm2 mostrando um percentual de 57,70 % de reparo tecidual da área lesionada demonstrando assim que a terapia com a microcorrente tem grande significância no tratamento das lesões por ulceras venosas, de acordo com ilustração na tabela I.

Tabela I Perimetria da intervenção com Microcorrente, N= 08, FCMPB, João Pessoa/ PB, 2013.

MICROCORRENTES

NOME PRÉ-TRATAMENTO PÓS-TRATAMENTO REDUÇÃO (%)

A 6 cm² 3 cm² 50 %

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B 6 cm² 4,5 cm² 25 %

C 5,75 cm² 4 cm² 30,5 %

D 6 cm² 4 cm² 33,4 %

E 16 cm² 9 cm² 43,75%

F 15 cm² 11,25 cm² 25 %

G 48 cm² 10 cm² 79,2 %

H 8,75 cm² 3 cm² 65,7%

Fonte: MOURA, SANTOS, 2013. Dados da pesquisa.

A interação da corrente da alta frequência com o gás especial comumente o neon, contido em eletrodos de vidro, produção a formação do ozônio O3 forma trivalente do oxigênio atmosférico, de efeito antisséptico. Em função deste efeito a alta frequência é indispensável em todas as situações em que o processo de cicatrização seja necessário [6].

A tabela 3 expõe a porcentagem analisada com base nos escores encontrados na amostra onde, no pré-tratamento encontrou-se uma média de 93,50 cm2 na área ulcerada e no pós-tratamento com 10 sessões da alta frequência ocorreu uma redução da área lesionada de 71,00 cm2, mostrando um percentual de recuperação do tecido de 24,06%.

Tabela II

Intervenção com Alta frequência, N= 05, FCMPB, João Pessoa/ PB, 2013.

ALTA FREQUÊNCIA

NOME PRÉ-TRATAMENTO PÓS-TRATAMENTO REDUÇÃO (%)

A 20 cm² 14 cm² 30 %

B 60 cm² 50 cm² 16,6 %

C 6 cm² 3 cm² 50 %

D 7,5 cm² 4 cm² 46,6 %

E 15,75 cm² 12 cm² 23,8 %

Fonte - MOURA, 2013. Dados da pesquisa.

O elétron a unidade fundamental da energia, Faraday denominou anodo o pólo positivo, dando o nome catodo ao negativo, foi o primeiro a postular que os elétrons movimentavam-se do anodo para o catodo, quando que hoje em dia se sabe que o movimento é exatamente o oposto, os elétrons deslocam-se do catodo para o anodo, ou seja, do negativo para o positivo. Os meios condutores destes elétrons são os sistemas biológicos fluidos, tais como, sangue, linfa e água, nos quais estão contidos os íons sódio, cálcio, cloretos, que conduzem acorrente elétrica. Quando a corrente é conduzida

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por estes íons, ocorre secundariamente o fenômeno da eletrólise, no qual a eletricidade “quebra” a substância condutora em seus componentes, como por exemplo, no caso da água, sua molécula é partida em dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio [7].

A estimulação elétrica por meio de microcorrentes pode desencadear efeitos bioquímicos nos tecidos biológicos, podendo restabelecer a bioeletricidade do tecido, aumento da permeabilidade das membranas celulares e do transporte de aminoácidos além de auxiliar na síntese proteica [5].

A estimulação elétrica por microcorrente, aplicada sobre lesões cutâneas, favorece o reparo tecidual, por normalizar o fluxo endógeno das correntes (bioimpedância elétrica) de lesão que se encontram na mesma faixa das microcorrentes (em microamperes), tornando explícita a ideia de que a microcorrente se define como uma eletroestimulação fisiológica, homeostática e normalizadora [8].

Borges (2010); Demir, (2004); Winter (2001); corroboraram com o estudo comparativo da microcorrente com a alta frequência no reparo tecidual das úlceras venosas uma vez que ambas correntes mostram redução significativa na área ulcerada.

Winter (2001) relata que a passagem de ondas eletromagnéticas pela ar ou outros gases rarefeitos provoca a formação de ozônio, como acontece na ozonosfera do nosso planeta (as ondas eletromagnéticas do sol passam pelo ar rarefeito da ozonosfera, gerando ozônio). O ozônio é conhecido por suas propriedades bactericidas.

CONCLUSÃO

Através da utilização da eletroterapia desenvolveram-se métodos fisioterapêuticos aperfeiçoados, habilidade de referencial na fisioterapia, sendo marca identificadora do símbolo profissional. Baseando-se nos estudos realizados conclui-se que o uso da estimulação por microcorrentes e alta frequência nos processos de cicatrização e reparo tecidual são de grande valia para os protocolos de tratamentos nas lesões cutâneas.

Conforme objetivos propostos para este estudo comparativo, as correntes mostrou-se eficaz contribuindo com o tratamento das lesões por úlceras venosas, uma vez que houve uma melhora significativa na área ulcerada. Entretanto, mais estudos devem ser realizados com uma amostra maior bem como o número de aplicações.

REFERÊNCIAS

1. Almeida, , et al Manual para realização de curativos. Rio de Janeiro: Cultura médica, 2010

2. Kitchen, S , Eletroterapia - Prática Baseada em Evidências 11ª Edição 20033. Maffei, FHA,Insuficiência venosa crônica: conceito, prevalência etiopatogênia e

fisiopatologia. Doenças vasculares periféricas. 4 ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2008

4. Borges, FS, Dermato-funcional: Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas. SãoPaulo: Phorte, 2010.

5. Robbins, L. Stanley. Fundamentos de Robbins -Patologia Estrutural e Funcional. 6ª ed Rio de Janeiro, Guanaba Koogan, 2001..

6. (PEREIRA, 2007)7. Guirro, E; Guirro, R.. Fisioterapia Dermato-Funcional. 3. ed. São Paulo:

Manole, 2004

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8. Demir, H.; Balay, H.; Kirnap, M. A comparative study of the effects of electrical stimulation and laser treatment on experimental wound healing in rats. Journal of Rehabilitation Research and Development, v.41, n.2, p. 147–54.