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COLGIO ESTADUAL PROF. CLEIDE LENI LOPES KURZAWA-ENSINO MDIO.

PROJETO POLTICO PEDAGGICO

ARAUCRIA

2010

IDENTIFICAO ................................................................................. 003

HISTRICO ......................................................................................... 003 - 004

ESPAO FSICO ................................................................................. 004 - 005

COMPOSIO DAS TURMAS ............................................................ 005

COMPOSIO DO CORPO DOCENTE E FUNCIONRIOS ............. 006

OBJETIVO DO COLGIO ................................................................... 007

CARACTERIZAO DA COMUNIDADE ESCOLAR ......................... 007

ORAGANIZAO DAS TURMAS E DOS ESPAOS ......................... 008 - 009

ORGANIZAO DA HORA-ATIVIDADE: DESAFIOS E POSSIBILIDADES.. 010-011

CAPACITAO CONTINUADA DE EDUCADORES ............................011-012

PRINCPIOS FILOSFICOS DO TRABALHO ESCOLAR ......................012-015

FILOSOFIA DO COLGIO ....................................................................... 015-018

RELAES DE TRABALHO NO COLGIO ............................................ 018-019

CONTRADIES E CONFLITOS PRESENTES NA PRTICA DOCENTE 019

ACOMPANHAMENTO ESCOLAR A SER REALIZADO PELOS PAIS .....020

CONCEPO DE EDUCAO .................................................................. 21 23

CONCEPO DE HOMEM ......................................................................... 23 25

CONCEPO DE CURRCULO...................................................................... 25 -26

CONCEPO DE SOCIEDADE .................................................................. 26-29

CONCEPO DE CONHECIMENTO ......................................................... 29-31

CONCEPO DE AVALIAO........................................................................ 31-34

PRINCPIOS DA GESTO DEMOCRTICA ................................................. 34

PAPEL DAS INSTNCIAS COLEGIADAS ................................................... 35

CONSELHO DE ESCOLA ...............................................................................35-39

ASSOCIAO DE PAIS, MESTRES E FUNCIONRIOS ..............................39-42

CONSELHO DE CLASSE ................................................................................42-43

Pr-Conselho de Classe ........................................................................... 44

PROCESSO DE RECUPERAO DE ESTUDOS ......................................... 45

CRITRIOS PARA ELABORAO DO CALENDRIO ESCOLAR .............46

AVALIACO DO PROJETO POLTICO PEDAGGICO ............................... 46

ORGANIZAO CURRICULAR ..................................................................... 47

REFERNCIA BIBLIOGRFICA .................................................................... 48

PROPOSTA PEDAGGICA CURRICULAR .................................................49

IDENTIFICAO

Colgio Estadual Prof. Cleide Leni Lopes Kurzawa - Ensino Mdio.

Cdigo:

Endereo: Rua Tico-tico, 165, Capela Velha

CEP: 83.705.590

Municpio: Araucria. Paran.

Dependncia Administrativa: Estadual.

NRE: Ncleo Regional da Educao rea Metropolitana Sul

ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paran.

Secretaria de Estado da Educao do Estado do Paran.

HORRIO DE FUNCIONAMENTO: 19 horas s 22 horas e 55 minutos.

MODALIDADE DE ENSINO: Ensino Mdio Regular.

NMERO DE ALUNOS: 154 estudantes regularmente matriculados.

NMERO DE TURMAS: 05 turmas.

HISTRICO

O Colgio Estadual Professora Cleide Leni Lopes Kurzawa est localizado na Rua Tico-tico, 165 no bairro Capela Velha na cidade de Araucria. O mesmo resultado de uma conquista dos moradores dos Jardins Condor e Plnio junto ao Poder Pblico do municpio de Araucria, cuja reivindicao era abertura de uma instituio educacional que ofertasse a modalidade ensino mdio, a fim de atender a demanda das referidas comunidades, uma vez que no havia opes para matricular os filhos prximos s suas residncias.

O Colgio Estadual Prof. Cleide Leni Lopes Kurzawa, inicia suas atividades no perodo noturno, em dualidade administrativa, com a Escola Municipal Marcelino Luiz Andrade - Educao Infantil e Ensino Fundamental.

O incio das atividades educativas deu-se em 05 (cinco) de fevereiro de 2007, com quatro turmas de ensino mdio, distribudos em duas turmas de primeiro ano, uma turma de segundo ano e uma turma de terceiro ano.

Para gerir o novo colgio foi designado um diretor vinte horas.

O corpo docente foi composto exclusivamente por professores PSS. No final do ms de fevereiro de 2007, o colgio recebeu a primeira pedagoga. Em relao aos servios gerais, no ms de maio, o colgio pode contar com o trabalho de uma funcionria, que acumulou a funo de cozinheira, a segunda funcionria iniciou suas funes no ms de agosto de 2007, ambas com uma carga horria de 20 horas.

No ano de 2008, o colgio recebeu uma funcionria para o trabalho administrativo, at ento cabia a equipe pedaggica-adaministrativa desempenhar todas as funes administrativas, inclusive realizar matrculas.

Para exercer uma gesto democrtica e visando uma escola de qualidade, buscou-se a participao efetiva da comunidade escolar, para tanto fundou-se a primeira Associao de Pais, Mestres e Funcionrios bem como o Conselho Escolar. Consolidando a gesto democrtica, optou-se tambm por um Conselho de Classe participativo, onde alunos tm vez e voz e iniciou-se ainda a formao do Grmio Estudantil garantindo assim a participao plena dos alunos.

O nome do colgio em homenagem pedagoga Cleide Leni Lopes Kurzawa, que trabalhava na Rede Estadual de Educao e faleceu no dia16/02/2006.

ESPAO FSICO

Devido dualidade administrativa com a Escola Municipal Marcelino Luiz Andrade - Educao Infantil e Ensino Fundamental, o Colgio Estadual Professora Cleide Leni Lopes Kurzawa Ensino Mdio, usa de maneira compartilhada cinco salas de aula, uma cozinha e seus equipamentos, 1 banheiro feminino para as estudantes, 1 banheiro masculino para os estudantes com 01 micctrio, 01 banheiro masculino e feminino para professores e funcionrios, 01 sala para os professores. Uma secretaria, independente da secretaria da Escola Municipal Marcelino Luiz Andrade - Educao Infantil e Ensino Fundamental, com dois computadores, um emprestado do Colgio Estadual Fazenda Velha e outro do Colgio Estadual Lincoln S. Coimbra, quatro computadores em rede, duas impressoras, um arquivo em ao e quatro armrios em madeira, uma escrivaninha, sete cadeiras e telefone fax.

O Colgio Estadual Prof Cleide Leni Lopes Kurzawa, no possui biblioteca, o pequeno acervo bibliogrfico que o colgio possui, esto guardados em 02 armrios de madeira reaproveitados, que esto no corredor do piso superior do colgio.

O Laboratrio de Informtica divide o espao fsico de uma sala, onde funciona atualmente a Sala de Recursos da escola em que se mantm a dualidade, nele est instalado 12 Computadores, sendo que 04 no esto funcionando. Nesse mesmo espao tambm esto disponveis duas estantes de ao, pertencentes escola do municpio, onde esto os livros didticos que so usados em rodzio pelos alunos.

Em relao aos laboratrios de cincias, qumica, fsica e biologia, o colgio no disponibiliza de espaos fsicos para a montagem dos mesmos, os contedos dessas reas do conhecimento so trabalhados em sala de aula, assim como as demais reas, quando necessrio e de acordo com o Plano de Trabalho Docente utiliza-se tev pen-drive, datashow ou outro recurso da multimdia.

COMPOSIO DAS TURMAS

O Colgio oferece a modalidade Ensino Mdio compreendendo 1, 2 e 3 anos. Atualmente o colgio conta com um corpo discente de 154 estudantes regularmente matriculados, distribudos em cinco turmas, sendo que destes, 35 estudantes frequentam a turma do primeiro ano A, 37 estudantes frequentam a turma do primeiro ano B, 23 estudantes compem a turma do segundo ano A, 25 estudantes esto matriculados na turma do segundo ano B e 30 estudantes compem a turma do terceiro ano A.

Relao de estudantes Ano letivo de 2010

TURNO

NMERO DE ALUNOS

TURMA

noturno

35

1 Ano A

noturno

37

1 Ano B

noturno

23

2 Ano A

noturno

25

2 Ano B

noturno

30

3 Ano A

COMPOSIO DO CORPO DOCENTE E FUNCIONRIOS

No presente ano letivo, compem a equipe pedaggica administrativa: o Diretor Jos Luiz Brogian Rodrigues, a Pedagoga Teresinha da Silva Medeiros e a Secretria Mrcia Juara de Freitas, todos com uma carga horria de 20 horas no perodo noturno. A equipe de servios gerais consta no momento de duas funcionrias, com uma carga horria de 20 horas cada, no perodo noturno, que alm da limpeza geral dos espaos fsicos utilizados pelos alunos, professores, equipe pedaggica administrativa e funcionrios tambm so responsveis por preparar e servir a merenda escolar ao corpo discente do colgio, bem como, pela organizao e higiene da cozinha e utenslios fogo, panelas, talheres, pratos, canecas e outros - utilizados para preparar e servir a merenda.

Equipe Pedaggica Administrativa e Funcionrios Ano Letivo 2010

FUNO

NOME

VNCULO

CH

TURNO

Diretor

Jos Luiz Brogian Rodrigues

QPM

20 h

Noturno

Pedagoga

Teresinha da Silva Medeiros

QPM

20 h

Noturno

Agente Educacional II

Mrcia Juara de Freitas

QEPE

20 h

Noturno

Agente Educacional I

Ilceia de Arajo Paixo

REPR

20 h

Noturno

Agente Educacional I

Andria de Arajo Paixo

REPR

20 h

Noturno

Equipe do Corpo Docente Ano Letivo 2010

NOME

RG

DISCIPLINA

CH

TURNO

VINCULO

ALEXANDRE L. C. FERREIRA

10.756.234-5

FILOSOFIA

10

N

PSS

DANIEL J. G. PINTO

4.694.813-0

GEOGRAFIA

10

N

QPM

DANIEL J. G. PINTO

4.694.813-0

SOCIOLOGIA

06

N

QPM

FERNANDO J. L. TAVARES

3.500.518-8

BIOLOGIA

04

N

QPM

GLORINHA BESCIAK

3.877.400-0

HISTORIA

10

N

PSS

HELDER J. CALVIN

5.657.180-9

FSICA

10

N

QPM

JEIZE G. DE SOUZA

4.037.371-3

ARTE

04

N

QPM

KELLY L. G. POLY

6.496.745-2

LEM INGLS

02

N

PSS

KELLY L. G. POLY

6.496.745-2

L.PORTUGUESA

04

N

PSS

LUCIVANA G. DE ARAJO

6.355.692-0

L.PORTUGUESA

12

N

QPM

RENATA CHARVET

6.356.583-0

BIOLOGIA

6

N

PSS

RICARDO T. DE OLIVEIRA

7.164.291.7

ED. FSICA

10

N

QPM

SONIA DOS S. A. DA SILVA

10.161.045-4

MATEMTICA

19

N

QPM

SUELI S. SERENIN

6.391.472-0

LEM. INGLS

6

N

QPM

VALDIRENE HITNER PADILHA

7.199.493-7

QUMICA

10

N

PSS

OBJETIVO DO COLGIO

Promover o desenvolvimento pessoal do estudante tornando-o capaz de tomar decises e intervir socialmente ao longo de sua vida, resultando assim em um sujeito crtico, capaz de solucionar problemas e tomar decises.

Garantir a comunidade local o acesso ao saber sistematizado, dando-lhes condies de apropriar-se dos conhecimentos historicamente construdos pela humanidade.

Promover o aprimoramento do educando como ser humano, incluindo a sua formao tica, o desenvolvimento de sua autonomia intelectual, de seu pensamento crtico, e o desenvolvimento de competncias para continuar seu aprendizado.

CARACTERIZAO DA COMUNIDADE ESCOLAR

Colgio Estadual Professora Cleide Leni Lopes Kurzawa, est situado a Rua Tico Tico nmero 165, no bairro Jardim Condor, na cidade de Araucria. A maioria das famlias so oriundas de contexto socioeconmico mdio baixo, com predominncia de trabalhadores na rea de prestao de servios, tais como: pedreiros, motoristas, caminhoneiros, autnomos, vigilantes, carpinteiros, segurana, so algumas das profisses dos pais. As mes, na grande maioria tambm so trabalhadoras, cujo trabalho complementa a renda da famlia, entre as profisses destacam-se: artess, copeiras, costureiras, cozinheiras, babs, manicuras, vendedoras e outras. Percebe-se a incluso de alunos oriundos dessas famlias no Programa Bolsa Famlia que passa a ser um complemento de renda familiar.

As famlias que compem a comunidade escolar tem pouco acesso cultura

(viagens, cinema, vdeos, leituras, pontos tursticos). Sendo o colgio o nico espao no bairro, voltado para a formao humana e at mesmo para o lazer, uma vez que a nica cancha esportiva do bairro a do colgio.

Muitos estudantes so oriundos de famlias desestruturadas socialmente (desempregados, alcoolismo, separao dos pais, e drogas). Esta situao faz com que os filhos procurem por empregos para ajudar no sustento da prpria famlia e muitos acabam desistindo de estudar em funo do trabalho.

A participao das famlias na vida escolar dos filhos pequena, muitas famlias acham desnecessrio o acompanhamento dos mesmos na educao formal dos filhos quando esses passam a frequentar o ensino mdio. Alguns por ignorarem a necessidade e a importncia da presena familiar na vida do filho quando est na adolescncia, outros por que os prprios filhos rejeitam a presena dos pais na sua vida escolar .

Uma grande parte dos estudantes apresentam lacunas na aprendizagem, que para o momento no cabe julgamentos prvios de causa ou origem e sim desenvolvimento de aes voltadas para a recuperao de contedos que so necessrios para a sua formao humana bem como resgatar a autoestima.

Alguns estudantes participam de programas oferecidos pelo municpio de Araucria entre eles: Casa da Criana, Adolescentro, Espao Menina, Escola de Arte, Clube de Cincias, que so programas voltados para a iniciao cientfica, reforo escolar, cultura.

Outros fatores que dificultam muito o fazer pedaggico a falta de perspectiva para o futuro, a baixa autoestima, a marginalizao, a inverso de valores, o descrdito de algumas famlias nas instituies pblicas. Percebe-se que o conhecimento de mundo da comunidade escolar insuficiente para o entendimento da dinmica social sendo um obstculo para a participao nos grupos sociais que lutam por seus direitos e efetivao de cidadania plena.

A sociedade que se tem marcada pela injustia em que prevalece a desigualdade, a discriminao, a marginalizao de uma boa parte dos indivduos que a compem e por outro lado o que se busca uma sociedade justa e que promova a igualdade onde as pessoas possam participar ativamente da construo da sua realidade podendo transform-la sempre que necessrio.

O colgio que temos um colgio em que falta espao fsico, recursos materiais e humanos, entre outros. um espao que reproduz a sociedade em que est inserido e que atende aos interesses polticos da classe dominante. Pretende-se um colgio mais acessvel a todos, transformador, formador de conceitos e de cidados crticos e com condies adequadas de trabalho

ORAGANIZAO DAS TURMAS E DOS ESPAOS

O Colgio Estadual Professora Cleide Leni Lopes Kurzawa, no presente ano letivo possui cinco turmas com aproximadamente cento e quarenta e seis estudantes regularmente matriculados, seu expediente exclusivamente no noturno.

As aulas esto distribudas em cinco aulas dirias de quarenta e oito minutos, sendo ministradas em salas de aulas fixas, salvo quando h necessidade de utilizao de equipamentos eletrnicos, cuja instalao dos mesmos, requer uma sala de aula especfica, ou seja, uma sala de aula vaga pertencente ao perodo diurno.

Apesar da infraestrutura inadequada, o Colgio procura oferecer aos professores e estudantes, dentro do possvel, condies para o aprimoramento e o desenvolvimento do trabalho pedaggico. Uma das dificuldades em relao estrutura fsica est relacionada a falta de espaos para implementao de ambientes pedaggicos, como por exemplo espao fsico adequado para funcionar a biblioteca. Sabe-se que espao fsico no fator determinante para a no aprendizagem, porm, a falto do mesmo ou a inadequao, acaba interferindo na qualidade do desenvolvimento das atividades propostas nas aulas, seja qual for a rea do conhecimento. Isso percebe-se por exemplo, as vrias limitaes que h, para desenvolver atividades prticas de Educao Fsica, entre elas est a inadequao da quadra de esportes, que no possui cobertura, o piso extremamente spero impossibilitando a realizao de atividade fsica que exige solo, no possui nenhum tipo de traves, no h demarcao no piso para o desenvolvimento de qualquer atividade esportiva, a iluminao pssima dificultando o encaminhamento de atividades de qualquer rea do conhecimento. Vale a pena ressaltar que a quadra de esportes um espao fsico valioso para os nossos alunos, uma vez que o nico espao disponvel no bairro para o lazer de fim de semana dos mesmos.

Em relao biblioteca, o Colgio no dispe de espao fsico para implementao da mesma. Os poucos livros que o Colgio possui esto organizados em trs armrios, recuperados e reformados que esto dispostos no corredor do piso superior do prdio. Os emprstimos dos livros aos alunos para leitura ou pesquisa/trabalho feito atravs de registros em um caderno prprio, o qu torna o processo moroso e no estimula os estudantes Para trabalhos ou pesquisas realizadas em sala de aula, o professor, previamente seleciona os livros que sero utilizados e encarrega-se do emprstimo e devoluo dos mesmos.

Sabe-se da importncia, que tem uma biblioteca equipada com livros variados e de boa qualidade, e na diferena que far na vida de nossos estudantes, j que para a maioria das famlias que residem nas periferias, o colgio ainda o nico espao de acesso cultura letrada. A professora da Universidade Federal do Paran Lcia Cherem afirma que a sociedade se divide entre letrados e iletrados. Os primeiros detm o poder e ditam as regras.

Todo mundo tem de ter acesso ao mundo da escrita, seja para ler, para escrever, organizar a vida por escrito e tambm do ponto de vista emocional, afirma. A leitura precisa deixar de ser uma tarefa apenas escolar, um martrio, para ter uma funo social.

H que se garantir que meninos e meninas cresam vendo nos livros uma forma de prazer e desenvolvimento para que, no futuro, o brasileiro leia mais.

Dados mostram que o pas ainda precisa avanar muito na rea da leitura. Uma pesquisa do Ministrio da Cultura divulgada em abril de 2010 mostrou que 21% das cidades brasileiras no oferecem bibliotecas populao e apenas 39% das escolas contam com este espao.

Para garantir a universalizao das bibliotecas nas instituies de ensino do Pas o Presidente Luiz Incio Lula da Silva, sancionou a nova lei federal 12.244, no dia 25 de maio de 2010, a qual estabelece prazo mximo de dez anos para que as escolas instalem os acervos de livros, documentos e materiais videogrficos. A determinao prev "um acervo de livros na biblioteca de, no mnimo, um ttulo para cada aluno matriculado, cabendo ao respectivo sistema de ensino determinar a ampliao deste acervo conforme sua realidade, bem como divulgar orientaes de guarda, preservao, organizao e funcionamento das bibliotecas escolares."

O Colgio tambm no disponibiliza de espaos fsicos para implementao de ambientes pedaggicos como laboratrio de informtica, de cincias, qumica, fsica e biologia ou outro ambiente que se fizerem necessrios. Os contedos dessas reas do conhecimento so trabalhados em sala de aula, assim como as demais reas, quando necessrio e de acordo com o Plano de Trabalho Docente utiliza-se tev pen-drive, datashow ou outro recurso da multimdia.

ORGANIZAO DA HORA-ATIVIDADE: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

A Hora-Atividade uma conquista dos professores do Estado do Paran, instituda atravs da Lei Estadual, n. 13807, de 30/09/2002. A Instruo 02/2004 da Superintendncia de Educao, normatiza a organizao da hora atividade.

De acordo com a Instruo 02/2004 a hora-atividade o tempo reservado ao corpo docente em exerccio de docncia para estudos, planejamento e avaliao.

No Colgio a organizao da hora-atividade busca favorecer, quando possvel, o trabalho coletivo dos professores e entre eles prioriza-se:

a formao de grupos de professores para o planejamento e para o desenvolvimento de aes necessrias ao enfrentamento de problemticas especficas diagnosticadas no interior do estabelecimento;

a correo de atividades discentes, estudos e reflexes a respeito de atividades que envolvam a elaborao e implementao de projetos e aes que visem melhoria da qualidade de ensino, propostos por professores, direo, pedagoga ou NRE/SEED, bem como o atendimento de estudantes, pais e (outros assuntos de interesse da) comunidade escolar.

A distribuio da hora-atividade bem como, o seu cumprimento realizado pelo Diretor do Colgio e acompanhado pela Pedagoga que disponibiliza aos professores subsdios para o planejamento orientando-os quando necessrio. Este tambm o espao em que se realiza a formao continuada em servio. Porm, salienta-se que o tempo da hora-atividade no Colgio reduzidssima e quebrada, fato que acaba por dificultar, o trabalho sistemtico que se faz necessrio.

CAPACITAO CONTINUADA DE EDUCADORES

A formao continuada acontece de duas formas, uma que se d no interior da escola a qual chamamos de formao continuada em servio e outra que acontece por meio de cursos oferecidos pela Secretaria Estadual de Educao, ambas tm por objetivo aprimorar constantemente o educador.

A formao continuada em servio, acontece em reunies previstas no calendrio escolar realizadas com todo o corpo docente, para avaliao das aes desenvolvidas no colgio. Nesses momentos so discutidos os aspectos positivos e aspectos que denotam maior cuidado e ateno e que podem interferir na qualidade do trabalho escolar bem como a proposio de novas aes ou a manuteno das j existentes com as adequaes necessrias.

A hora-atividade tambm compe momentos de capacitao em servio, pois na medida do possvel, a equipe pedaggica administrativa orienta e auxilia os professores em termos de metodologias diversificadas de ensino, prticas avaliativas, organizao dos registros no livro escolar, recuperao de estudos, e outros assuntos de interesse pedaggico nas questes do ensino-aprendizagem.

Considera-se tambm como formao continuada em servio os Conselhos de Classe, tanto o participativo quanto o realizado somente com o corpo docente.

Alm das discusses realizada acerca das aes pedaggicas, tambm acontecem momentos de reflexes tericas, onde se busca uma relao entre a teoria e a prtica.

Percebe-se um grande esforo pelo grupo em entender e analisar essa relao teoria e prtica, porm as vezes sem sucesso. Entretanto a certeza do entendimento vir com muito estudo, discusses e reflexes sobre o papel da educao formal na vida dos nossos estudantes. Para fechar ou amenizar essas lacunas, o corpo docente e a equipe pedaggico administrativa participam de cursos, palestras, reunies oferecidas pela Secretaria Estadual da Educao.

H uma concordncia unnime com Veiga, quando coloca:

O desafio de colocarmo-nos diante do instrumental da pesquisa e da educao, numa atitude prtica-reflexiva, criando e recriando instrumentos que viabilizem a convergncia entre o refletir e o agir conscientes. E de fazer do espao educativo um lugar privilegiado de aprendizagem. Lugar este que possibilite aos sujeitos da educao uma nova relao com o conhecimento. Relao em que a busca de aprender transforma-se numa atitude prtico reflexiva, que leva, portanto, a construir o conhecimento. "

(VEIGA, 2005, pg 132)

PRINCPIOS FILOSFICOS DO TRABALHO ESCOLAR

A escola deve ter como funo promover uma educao de qualidade. Porm quando falamos em qualidade necessrio resgatar o conceito de qualidade em perspectiva filosfica. Sob essa tica o conceito qualidade aponta para a dimenso da intensidade, isto , ver a qualidade com profundidade que permite a participao e a criatividade. S pode ser intenso aquilo que tem a marca do homem e por isto a qualidade se constri com planejamento intencional, envolvimento coletivo, responsabilidades e trabalho.

Devemos estar conscientes que a educao s consegue bons resultados quando h preocupao em gerar experincias de aprendizagens verdadeiramente significativas, criatividade para construir novos conhecimentos e habilidades para saber acessar fontes diversas de informaes sobre os mais variados assuntos. Portanto, nosso desafio hoje vencer o analfabetismo em todos os sentidos e proporcionar o letramento capaz de inserir nossos educandos nessa sociedade complexa e letrada.

A escola vista como um dos contextos e cenrio organizacional propcio a iniciao em vivncias cada vez mais imprescindveis de um conhecimento universal globalizado e de uma tica social democrtica. Assim, s haver apropriao verdadeira dos processos de conhecimentos se os mesmos estiverem conectados com as expectativas e a vida dos educandos.

Nosso colgio est situado na regio metropolitana de Curitiba, a qual formada por 26 municpios dentre eles Araucria.

Araucria configura-se como a segunda cidade mais rica do estado do Paran, perdendo apenas da capital, Curitiba. Um fato interessante na cidade a disposio social das pessoas: de um lado, temos os primeiros habitantes da regio, os eslavos, especialmente os poloneses, os quais compem ainda hoje uma numerosa comunidade no municpio - a zona rural da cidade dominada por essa populao descendente de poloneses. O outro grupo o de pessoas que vieram morar em Araucria pelo progresso da cidade: so pessoas do interior do Paran e Brasil afora que se mudam para a cidade, formando hoje uma parcela significativa da populao local. Bairros como o Industrial, composto por 30 mil moradores, so expoentes dessa nova populao. Apesar do colgio est situado nesse contexto, ele o nico espao de conhecimento e socializao que os nossos alunos tm acesso, assim buscamos valorizar uma educao de qualidade voltada para o conhecimento historicamente construdo, e buscamos priorizar discusses e reflexes possibilitando uma interao conscientes na construo de um projeto de mudana social e cultural na comunidade local.

Tambm faz parte integrante dos princpios filosficos do colgio, levar o educando a ser respeitado, respeitando as diferenas de classe; raciais ou tnicas; fsicas e de clero.

Nessa perspectiva, o colgio tem focado de forma efetiva o ensino sobre Histria e Cultura afro-brasileira e africana bem como desenvolver, dentro de suas possibilidades, aes de incluso social e pedaggica do aluno com necessidades educacionais especiais.

Com a aprovao da Lei 10.639, sancionada em 9 de janeiro de 2003, torna-se obrigatrio, no Ensino Fundamental e Mdio, o ensino sobre Histria e Cultura afro-brasileira e africana, o que assinala a necessidade de estabelecer novas diretrizes curriculares nacionais para a educao das relaes tnico-raciais no Brasil, que engloba,

evidentemente, o estudo dessas disciplinas.

O estudo e conhecimento da cultura Afro-brasileira e Africana no se restringe apenas aos negros e sim a todos os brasileiros, desta maneira caminha-se para uma sociedade multicultural e plurietnica. Desta maneira, o ensino vem evitar distores, articulando passado, presente e futuro, reconhecendo e valorizando as razes africanas, indgenas e europeias. O Colgio seguir as determinaes contidas na LEI N 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003 Art. 1 A Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B:

"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e mdio, oficiais e particulares, torna-se obrigatrio o ensino sobre Histria e Cultura Afro-Brasileira.

1 O contedo programtico a que se refere o caput deste artigo incluir o estudo da Histria da frica e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formao da sociedade nacional, resgatando a contribuio do povo negro nas reas sociais, econmica e polticas pertinentes Histria do Brasil.

2 Os contedos referentes Histria e Cultura Afro-Brasileira sero ministrados no mbito de todo o currculo escolar, em especial nas reas de Educao Artstica e de Literatura e Histria Brasileira.

A incluso um processo mundial em crescimento e no Brasil, amparado por documentos legais tais como LDB n 9.394 (Brasil,1996), Diretrizes Nacionais para a Educao Bsica (Brasil, 2001), que estabelecem vrios nveis diferenciados de ao, no que se refere sua natureza: poltica, administrativa e tcnica, e que "deve ser paulatinamente conquistada" (Carvalho 1997).

Portanto ao longo dos anos aes vm sendo desencadeadas com base na filosofia da incluso, mas foi na dcada de 80, que se evidenciou o surgimento do novo paradigma, visando superar a ideia do fracasso da integrao centrada apenas no indivduo deficiente (Jnsson, 1994; Mader, 1997 e Santos 1997). O termo "integrao" vai sendo abandonado por pressupor a reinsero do indivduo na estrutura normal da escola e na vida comunitria, sendo que a incluso desde o incio, visa no deixar ningum excludo do ensino regular (Stainback e Stainback,1997).

A incluso escolar segundo Aranha (2001) refere-se ao processo de insero de alunos com necessidades educacionais especiais em classes comuns. Isto significa acolher, dentre a diversidade que constitui esse universo, mais um segmento populacional, que o representado pelos alunos com deficincia.

Hoje a Educao Especial ocupa espao na literatura, na mdia, nos congressos, principalmente a partir da Conferncia de Educao para Todos (1990), e posteriormente com a Declarao de Salamanca, que desencadeou o debate versando sobre o movimento mundial da incluso para todos. Na literatura j h conhecimento produzido suficiente para avanar alm do discurso ideolgico, produzindo conhecimento para uma educao inclusiva de qualidade (Sailor, Gee e Karasoff, 1993; Glat, 1998 e Godoy 1999).

Entretanto, no Brasil ainda estamos longe da Proposta de "Educao para todos com qualidade", e assim muitas recomendaes, resolues e deliberaes s ficaram enfeitando o papel e ainda temos no mundo todo, principalmente nos pases em desenvolvimento, altos ndices de excluso social.

Assim exige-se da equipe tcnico-pedaggica da escola conhecimentos sobre a proposta de incluso social e pedaggica do aluno com necessidades educacionais especiais, sejam essas por causas endgenas ou exgenas.

FILOSOFIA DO COLGIO

Para a construo e consolidao de uma filosofia voltada para atingir os objetivos propostos para o Colgio Estadual Professora Cleide Leni Lopes Kurzawa Ensino Mdio, faz-se necessrio resgatar e entender que a educao brasileira ao longo de sua histria passou por diversas mudanas e concepes pedaggicas que se divergiram em relao concepo de homem, sociedade, cidadania, mtodo, avaliao, currculo... Temos ento as teorias criticas e as no-crticas.

As teorias no-crticas so: a Pedagogia Tradicional, a Escola Nova, a Tecnicista, e teorias crtico-reprodutivistas, so: a teoria da escola enquanto violncia simblica, escola enquanto aparelho ideolgico de estado e a teoria da escola dualista.

O grupo das teorias no-crticas entediam ser a educao um instrumento de equalizao social, de superao da marginalidade.

No grupo da teoria crtico-reprodutivistas, esto as terias que entedem ser a educao um instrumento de discriminao social, logo, um fator de marginalizao.

As teorias no-crticas como a Pedagogia Tradicional, a causa da marginalidade identificado como a ignorncia do saber do educando. A escola surge como antdoto a ignorncia, tendo o papel de difundir a instruo, transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade e sistematizados logicamente.

Porm no consegue a universalizao, nem todos que nela ingressavam e mesmo os que ingressavam nem sempre eram bem sucedidas.

Na Pedagogia Nova, mantinha a crena no poder da escola e em sua funo de equalizao social. Segundo essa teoria, a marginalidade deixa de ser vista predominante sob o ngulo da ignorncia, isto , o no de conhecimentos. O marginalizado, no , propriamente, o ignorante mas o rejeitado. Em suma, trata-se de uma teoria pedaggica que considera que o importante no aprender, mas aprender a aprender.

J a Pedagogia Tecnicista o mais importante era formar indivduos eficientes, capazes de darem sua parcela de contribuio para o aumento da produtividade da sociedade. Ento para a Pedagogia Tradicional o importante era aprender, para a Pedagogia Nova aprender a aprender e para Pedagogia Tecnicista , o importante era aprender a fazer.

Para as teorias crtico-reprodutivistas, a educao, dispe de autonomia em relao sociedade, e por esta razo estaria, capacitadas a intervir eficazmente na sociedade, transformando-a, tornado-a melhor, corrigindo as injustias, promovendo a equalizao social.

Para Saviani essas teorias consideram, apenas a ao da educao sobre a sociedade. A funo da educao consiste na reproduo da sociedade em que ela se insere.

Nessa perspectiva encontram trs manifestaes, a teoria do sistema de ensino

enquanto violncia simblica, a teoria da escola enquanto Aparelho ideolgico de estado e a teoria da escola dualista. A teoria do sistema de ensino enquanto violncia simblica v a escola como espao que reproduz a cultura dominante contribuindo para reproduzir a estrutura das relaes de fora, numa formao social onde o sistema de ensino dominante tende assegurar o carter da violncia simblica legtima da camada dominante. Portanto a teoria no deixa margem a dvidas. A funo da educao a reproduo das desigualdades sociais. Pela reproduo cultural, ela contribui especificamente para a reproduo social(SAVIANI, 1992, p.31).

Para a teoria da escola enquanto aparelho ideolgico de estado, a instituio escola reproduz as relaes capitalistas. Portanto a escola enquanto aparelho ideolgico do estado, constitui um mecanismo construdo pela burguesia para garantir e perpetuar seus interesses.

Para a teoria da escola dualista, o papel da escola basicamente reforar e legitimar a marginalidade que produzida socialmente. Assim a escola assumi a misso de impedir o desenvolvimento da ideologia do proletariado e a luta revolucionria tornado-se um instrumento da burguesia na luta ideolgica contra o proletariado.

Nesse contexto Saviani prope uma teoria da educao que capte criticamente a escola como instrumento capaz de contribuir para a formao crtica do aluno.

Portanto a Pedagogia Histrico-crtica buscando a superao dessas teorias teve como dimenso terica, o mtodo dialtico de elaborao do conhecimento cientfico, tendo como base o materialismo histrico de Marx e a teoria histrico-cultural de Vygotsky.

A pedagogia histrico-crtica tem o objetivo de trabalhar com os conhecimentos sistematizados a partir da realidade do aluno.

Para tanto ela exige uma prtica pedaggica que prope uma interao entre contedo e a realidade concreta, visando a transformao da sociedade atravs da ao-compreenso-ao do educando.

Para Paulo Freire Conhecimento ... necessita a presena curiosa de sujeitos confrontados com o mundo. Requer sua ao transformadora sobre a realidade. Demanda uma constante busca ... No processo de aprendizagem a nica pessoa que realmente aprende aquela que... re-inventa o que aprende.

Neste sentido a contribuio da Pedagogia Histrico-crtica passa a ser a essencialidade da escola pela democratizao do acesso educao escolar.

Assim esse princpio, refora o papel fundamental do Ensino Mdio que preparar para a vida, qualificar para a cidadania e capacitar para o aprendizado permanente. Alm de promover a compreenso dos fundamentos cientficos-tecnolgicos, contribundo para o aprimoramento pessoal, para a formao tica, para a autonomia intelectual e para o embasamento de um raciocnio crtico.

Vale lembrar que para Vygotsky a aprendizagem o processo pelo qual o indivduo adquire informaes, habilidades, atitudes, valores, etc. a partir de seu contato com a realidade, o meio ambiente, as outras pessoas. Pela nfase dada aos processos scio-histricos, na teoria vigotskiana, a ideia de aprendizagem inclui a interdependncia dos indivduos envolvidos no processo. Devemos entender portanto, que no se trata de um sujeito passivamente moldado pelo meio, nem de um sujeito assentado em recursos s individuais. O sujeito no passivo e nem apenas ativo: interativo.

Desta forma, as caractersticas de cada indivduo vo sendo formadas a partir das inmeras e constantes interaes do indivduo com o meio, compreendido como contexto fsico e social, que inclui as dimenses interpessoal e cultural.

Vygotsky, assim, enfatiza que a relao ensino e aprendizagem um fenmeno complexo, pois diversos fatores de ordem social, poltica e econmica interferem na dinmica da sala de aula, isto porque a escola no uma instituio independente, est inserida na trama do tecido social. Desse modo, as interaes estabelecidas na escola revelam facetas do contexto mais amplo em que o ensino se insere.

Portanto faz-se necessrio entender que nas inter-relaes que o homem produz sua existncia enquanto espcie e sujeito singular. ele que de maneira intencional e planejada, evolui conforme as experincias e conhecimentos transmitidos de gerao em gerao. Essa evoluo constante, sendo que nunca retorna ao ponto de partida. O homem interage com os outros homens atravs do uso da linguagem necessitando manter contatos sociais, ou seja, estar vivendo e aprendendo dentro de um contexto chamado sociedade. Assim, transforma a sociedade, por meio do trabalho e produz ideias que expressam o desenvolvimento das relaes e atividades reais.

O homem, s plenamente homem se for cidado, pois cidadania uma qualificao do exerccio da prpria condio humana, ou seja, nossos direitos civis, polticos e sociais. As formas de pensar, sentir e exercer sua cidadania refletem na sociedade em que vive e nos diferentes momentos histricos. Nesta perspectiva reafirmamos nosso objetivo enquanto instituio de ensino, promovendo o desenvolvimento pessoal do aluno tornando-o capaz de tomar decises e intervir socialmente ao longo de sua vida, resultando assim em um sujeito crtico, capaz de solucionar problemas e tomar decises. Buscamos garantir a comunidade local o acesso ao saber sistematizado, dando-lhes condies de apropriar-se dos conhecimentos historicamente construdos pela humanidade e proporcionamos condies de aprimoramento do educando como ser humano, incluindo a sua formao tica, o desenvolvimento de sua autonomia intelectual, de seu pensamento crtico, e o desenvolvimento de competncias para continuar seu aprendizado.

Complementamos nossos objetivos orientando nossos alunos a serem respeitados, respeitar as diferenas de classes raciais ou tnicas; fsicas e de clero.

Para tanto, o trabalho do professor tem que ser entendido como ao intencional que necessita de planejamento sistematizado e prticas de avaliao.

RELAES DE TRABALHO NO COLGIO

As relaes humanas, embora complexas, so fundamentais na realizao comportamental e profissional de um indivduo. Assim, a anlise dos relacionamentos entre professor/aluno envolve interesses e intenes, sendo esta interao o expoente das consequncias, pois a educao uma das fontes mais importantes do desenvolvimento comportamental e agregao de valores nos membros da espcie humana.

Neste sentido as relaes professor/aluno no Colgio Estadual Prof Cleide Leni Lopes Kurzawa, esto pautado no dilogo franco e aberto, uma vez que esta prtica torna as relaes pessoais, sociveis, educativa e formativas do que qualquer outro procedimento.

Para Gadotti(1999:2), o educador para pr em prtica o dilogo, no deve colocar-se na posio de detentor do saber, deve antes, colocar-se na posio de quem no sabe tudo, reconhecendo que mesmo um analfabeto portador do conhecimento mais importante: a vida.

Portanto, o tratamento utilizado no nosso Colgio, visa superar o preconceito, as diferenas sociais, valorizando o direito de cidadania a todos. Assim o professor no deve preocupar-se somente com o conhecimento adquirido pelo aluno atravs de informaes, mas tambm, pelo processo de construo da cidadania do aluno, uma vez que a formao do indivduo no se d de forma isolada, mas nas relaes humanas.

Para Abreu e Masetto (1990:115) o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas caractersticas de personalidade que colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos; fundamenta-se numa determinada concepo do papel do professor, que por sua vez reflete valores e padres da sociedade.

Lembrando Freire nenhum professor passa pelos alunos sem deixar sua marca, seja ela positiva ou negativa, assim a relao entre professor e aluno depende exclusivamente, do tom que o professor estabelece, da relao emptica com seus alunos, da sua capacidade de ouvir, refletir e discutir tambm os problemas dos mesmos, atentando para a formao de um cidado consciente de seus deveres e de suas responsabilidades sociais.

CONTRADIES E CONFLITOS PRESENTES NA PRTICA DOCENTE

Para Leal, (2000,p.3) A educao no apenas a transmisso, mas, sobre tudo uma iniciao vida e uma permanente fonte de formao para que possa servir a construo de ser ao invs da deificao do ter, para que possa criar significados humanos solidrios, ticos e organizados.

Para tanto, o Colgio prima pelo relacionamento dialgico entre professores e estudantes, pois a falta deste implica frequentemente em um dos fatores bsicos que levam ao fracasso escolar e, portanto, da prpria escola.

H uma diversidade de fatores internos e externos a escola que contribuem para no aprendizagem ou acentuam as dificuldades apresentada pelos alunos. Entre os fatores internos esto: o relacionamento professor e estudantes, o saber ouvir, a resistncia a mudanas nas prticas pedaggicas, a inadequao da metodologia, a formao continuada dos professores, desinteresse pelos estudos por parte da maioria dos alunos. Entre os fatores externos esto presentes: a desestrutura familiar, a desvalorizao da instituio escola na vida familiar, o sentimento de no pertencimento, a desvalorizao social da profisso professor, a formao inicial do professor.

ACOMPANHAMENTO ESCOLAR A SER REALIZADO PELOS PAIS

O Brasil um pas onde os pais participam pouco da vida escolar dos filhos. Segundo pesquisa da OCDE (organizao que rene as naes mais industrializadas), esse um dos fatores que explicam o baixo desempenho acadmico dos estudantes brasileiros. (VEJA de 8 de fevereiro de 2006)

Segundo pesquisas, a presena das famlias na vida acadmica dos estudantes tem fator determinante para o sucesso e permanncia dos mesmos.

Uma das grandes dificuldades encontrada pelo colgio a efetiva participao dos pais na vida escolar dos filhos. Percebe-se que a grande maioria das famlias no tem hbito de acompanhar o desempenho acadmico dos filhos, alguns por desinformao outros por acomodao. Segundo relatos de pais no acompanho a vida escolar do filho por que o mesmo est no Ensino Mdio, outros no sabia que era preciso ir ao colgio a noite, s vou na escola quando chamado.

Utilizao de vrias formas de comunicados (telefonemas, bilhetes, etc.), porm na maioria das vezes os filhos no entregam aos pais os comunicados das reunies a serem realizadas.

necessrio que os pais estejam sempre na escola, independente das reunies escolares.

Convocao com mais datas disponveis em virtude dos pais que trabalham.

Comunicao aos pais do que os alunos esto estudando em cada disciplina e o que os professores vo trabalhar na sequencia da mesma.

Promoo de atividades atrativas na escola, para despertar aqueles pais que no mantm o acompanhamento de seu filho.

Cada pai saber de sua responsabilidade, ou seja, acompanhamentos frequentes, respeito aos professores e incentivo aos filhos, conversando com os mesmos sobre suas dificuldades.

Organizar grupos de estudos com temas enfatizando a importncia do acompanhamento dos pais na escola.

CONCEPO DE EDUCAO

A educao uma questo muito abrangente, nesse sentido faz-se necessrio abord-la sobre dois aspectos: a viso filosfica e viso pedaggica.

Viso Filosfica de Educao - A opo sustentada pela linha marxista, onde pensar em educao implica em resgatar a histria do Homem enquanto sujeito histrico, pois ela tem suas origens nesse processo.

Desde os mais remotos tempos, o homem esteve interagindo com a natureza pelo trabalho, modificando-a e satisfazendo suas necessidades. Nestas relaes com a natureza e tambm com os outros homens, o ser humano permanece em constante construo, no espao social e no tempo histrico, produzindo conhecimento, de forma intencional, pois a capacidade de planejar o que define a essncia humana.

O homem acumulou conhecimentos e como garantia de sobrevivncia, transmitiu a seus descendentes a sua cultura. Com a produo em escalas o homem precisou dividir as tarefas, incumbindo algum para o trabalho de transmitir conhecimentos. Neste momento, formaliza-se a educao, fenmeno prprio do ser humano, como exigncia do e para o processo de trabalho.

Segundo SEVERINO (2008), a educao a mediao universal da existncia histrica dos homens atravs da qual as novas geraes se introduzem no universo das prticas que viabilizam a existncia. Tais prticas consistem na prtica produtiva - o trabalho; na prtica social - a participao poltica e na prtica simblica - a produo e fruio da cultura simblica.

A educao, enquanto prtica simblica exige uma reflexo sobre o seu papel como processo social de trabalho na construo da cidadania.

O papel da educao deve ser de colocar-se a servio da nova formao social em gestao no seio da velha formao at ento dominante. Da o porqu de a educao ser encarada como instrumento de luta.

O trabalho educativo o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivduo singular, a humanidade que produzida histrica e coletivamente pelo conjunto dos homens. Assim, o objeto da educao diz respeito, de um lado a identificao dos elementos culturais que precisam ser assimilados pelos indivduos da espcie humana para que eles se tornem humanos e, de outro lado, concomitantemente, descoberta das formas mais adequadas para atingir esse objetivo. A identificao dos elementos culturais que os indivduos da espcie humana necessitam assimilar, diz respeito a distinguir entre o essencial e o acidental, o principal e o secundrio; o fundamental como essencial, e o acessrio. Aquilo que se firmou como fundamental, como essencial o clssico. Pode, pois se constituir num critrio til para a seleo dos contedos do trabalho pedaggico. (SAVIANI, Dermeval 1984, p. 27)

Para que cada aluno tome conhecimento, da cultura produzida historicamente, preciso fazer a descoberta de formas adequadas de desenvolvimento de trabalho pedaggico e da organizao dos meios que inclui os contedos significativos e contextualizados, tempo, espao e procedimentos.

Viso Pedaggica de Educao - A institucionalizao do pedaggico atravs da escola coloca esta numa situao privilegiada, a partir da qual podemos detectar a dimenso pedaggica que subsiste no interior da prtica social global. Sendo assim, o papel da escola consiste na socializao do saber sistematizado, elaborado com base em dados cientficos, metdico, no fragmentado. Entretanto cabe a escola organizar e ser espao de construo do saber-experincias, pesquisas, resoluo de problemas e desafios.

Numa perspectiva crtica de educao, pretende-se um ensino de qualidade, acessvel a todos, que promova a apropriao dos conhecimentos historicamente acumulados pela humanidade e que contribua para a superao das relaes sociais desiguais e injustas na nossa sociedade.

So muitas as transformaes ocorridas a partir da dcada de 80 e que determinam o redimensionamento da ao educativa. Apesar das dificuldades a escola procura acompanhar os avanos tericos decorrentes das mudanas que atuam no mbito do discurso educacional e da prpria conjuntura econmica.

O homem no se faz homem naturalmente, ele no nasce sabendo ser homem, vale dizer, ele no nasce sabendo sentir, pensar, avaliar, agir. Para saber pensar e sentir, para saber querer, agir ou avaliar preciso aprender o que implica o trabalho educativo. Assim, o saber que diretamente interessa Educao aquele que emerge como resultado do processo de aprendizagem, como resultado do trabalho educativo. SAVIANI Dermeval (1984, p.14)

Os profissionais da educao, de forma ansiosa, buscam uma formao continuada mais crtica tendo como objetivo a formao de um cidado mais participativo responsvel e criativo, sintonizado com as exigncias da atualidade nos vrios setores, principalmente o educacional.

A formao de nossos alunos envolve a incorporao de uma nova pedagogia fundamentada numa concepo mais crtica das relaes existentes entre educao, sociedade e trabalho.

Compreender e analisar a educao sugere reconhec-la como uma prtica inscrita e determinada pela sociedade, implica entender que, embora condicionada, a educao pode contribuir para transformar as relaes sociais e suas mltiplas determinaes; na medida em que conseguir afirmar a todos um ensino de qualidade, comprometido com a formao de cidados conscientes de seu papel em uma sociedade democrtica, justa e igualitria. Conforme afirma Luckesi importante o resgate da essencialidade da escola, que segundo a contribuio da pedagogia Histrico-crtica, passa pela democratizao do acesso educao escolar.

Nosso Estabelecimento de Ensino busca ser uma instituio transformadora, autnoma e emancipadora visando preparao de nossos alunos para uma insero crtica e criativa no mundo.

Fundamentado nessa concepo, o trabalho docente prope mudanas que garantam a qualidade pretendida pelo ensino e, coerente com esse pressuposto, procura garantir ao aluno o acesso ao conhecimento sistematizado, socialmente acumulado. Compreendemos a aquisio do conhecimento como decorrncia das trocas que o aluno estabelece na interao com o meio natural, social e cultural. O professor exerce a mediao desse processo e realiza a articulao, tendo em vista a assimilao crtica e ativa de contedos significativos, atualizados e contextualizados.

Os mtodos de ensino passam a fundamentar-se nos princpios da psicologia cognitiva, que privilegia a atividade e iniciativa dos alunos; procuram favorecer a autonomia e transferncia da aprendizagem, visando no apenas o aprender a fazer, mas, sobretudo, construindo o seu prprio conhecimento.

Segundo Saviani a concepo pressuposta nesta viso da Pedagogia Histrico-crtica o materialismo histrico, ou seja, a compreenso da histria a partir do desenvolvimento material. Pedagogia Histrico-crtica o empenho em compreender a questo educacional a partir do desenvolvimento Histrico.

Para auxiliar os processos de ensino aprendizagem, se faz necessrio, por causa do apelo visual e da quantidade de informaes presentes na vida dos alunos, a utilizao de materiais e recursos de apoio.

O colgio possui dualidade de recurso de tecnologia e informao, aparelho de televiso, vdeo cassete, DVD e rdios com Cd Player, que so utilizados como meios que possam favorecer, juntamente com a mediao do professor, o aprendizado dos contedos sistematizados, alm da racionalizao de conhecimentos do seu cotidiano.

Portanto, a organizao do trabalho escolar assume um carter cooperativo e participativo, buscando assegurar ao corpo docente a autonomia. O papel da Equipe Pedaggica de dinamizar os processos necessrios implementao da proposta educativa junto aos professores.

Uma formao slida no Ensino Mdio provoca alterao qualitativa na compreenso da prtica social e cria possibilidades de interveno na realidade. Podemos ento concluir que a educao contribui para a modificao das relaes que permeiam o mundo no qual o aluno est inserido.

necessrio que os educadores sejam comprometidos para que juntos possamos cumprir nossa funo de formadores de pessoas crticas prontas para exercer sua cidadania com excelncia.

CONCEPO DE HOMEM

O homem o sujeito e objeto da histria. Ser social, concreto e em permanente transformao que se realiza atravs da interao dos indivduos entre si e o meio (natural e social).

... As relaes que o homem trava no mundo com o mundo (pessoais, impessoais, corpreas e incorpreas) apresentam uma ordem tal de caractersticas que as distinguem totalmente dos puros contatos, tpicos da outra esfera animal. Entendemos que, para o homem, o mundo uma realidade objetiva, independente dele, possvel de ser conhecida. fundamental, contudo, partirmos de que o homem, ser de relaes e no s de contatos, no apenas est no mundo, mas com o mundo. Estar com o mundo resulta de sua abertura realidade, que o faz ser o ente de relaes que . (Freire, 1967, p. 39)

O homem constri sua especificidade e se constri enquanto ser histrico a medida que transcende o mundo natural pelo trabalho. Ao transcender a mera natureza o homem ultrapassa o nvel da necessidade e transita no mbito da liberdade. A Liberdade algo construdo pelo homem a medida que constri sua prpria humanidade. Liberdade o oposto do espontanesmo.

O homem s pode construir sua existncia material no relacionamento e na troca de esforos com seus semelhantes. Este relacionamento precisa ser caracterizado pela colaborao, pelo reconhecimento do outro. Toda vez que uso de uma relao vertical com meu semelhante, domino-o, negando nele a condio de homem.

A sociedade precisa de homens e mulheres que sejam transformadores da realidade em que esto inseridos, partindo do pressuposto ser ele um ser histrico, podendo assim escrever a sua histria de maneira crtica, construtiva, traando metas e buscando alcan-las, sem prejudicar o meio ambiente em que vive, tendo conscincia do desenvolvimento e buscado-o de maneira sustentvel.

... Umas das grandes, se no a maior, tragdia do homem moderno, est em que hoje dominado pela fora dos mitos e comandado pela publicidade organizada, ideolgica ou no, e por isso vem renunciando cada vez, sem o saber, sua capacidade de decidir. Vem sendo expulso da rbita das decises. As tarefas de seu tempo no so captadas pelo homem simples, mas a ele apresentadas por uma "elite" que as interpreta e lhas entrega em forma de receita, de prescrio a ser seguida... (Freire, 1967, p. 43)

Para tanto se faz necessrio traar diretrizes que possibilitem homens crticos, reflexivos, participativos e transformadores da realidade. Buscando o domnio do conhecimento, o respeito mtuo, aceitando as diferenas, conquistando sua autonomia e valorizao.

CONCEPO DE CURRCULO

Na acepo mais clssica currculo o programa das atividades planejadas, devidamente sequenciadas, ordenadas metodologicamente com vistas a resultados pretendidos de aprendizagem.

Trata-se de um guia til para orientar a prtica pedaggica, proporcionando informaes concretas sobre o que ensinar e como e quando avaliar. Dentro de uma perspectiva mais atual, o currculo proporciona tambm valores para que os alunos melhorem a sociedade em que vivem.

Em discusses mais aprofundadas considerou-se superada a noo de currculo que se resume a objetivos, contedos, mtodos e avaliao para o desenvolvimento de saberes escolares. Esta uma concepo reducionista de currculo, que contradiz a pretenso de formao de um aluno crtico e transformador da realidade social. fundamental pensar o currculo de maneira mais ampla, refletindo sobre a seleo que no neutra dos contedos, mtodos e objetivos, buscando a construo de uma identidade prpria do Estabelecimento de Ensino. Desta forma, o currculo deve levar em conta as reais condies nas quais vai se concretizar: as condies do professor, dos alunos, do ambiente escolar, da comunidade e das caractersticas materiais didticos disponveis.

Cabe ressaltar que na composio daquilo que fundamental com relao ao domnio de conhecimento pelos alunos, importante a formao mais ampla, portanto alm do conhecimento cientfico imprescindvel a incorporao de saberes culturais e sociais.

Neste sentido o currculo escolar abordar o conhecimento cientfico, de arte, filosfico e sociolgico.

No passado a abordagem curricular predominava o conhecimento cientfico com vistas ao ingresso no mundo do trabalho. Percebe-se que h necessidade de uma formao cultural humana mais ampla, portanto indispensvel uma reflexo e uma abordagem histrica do conhecimento, bem como a Arte enquanto necessria formao de um sujeito criativo, visto que a mesma represente aspectos da totalidade da realidade social.

CONCEPO DE SOCIEDADE

O grande filsofo grego Aristteles, a mais de dois mil anos atrs, argumentava que o homem um animal poltico. Fontoura (1980), explica que o termo poltico significa viver na polis, ou seja, na companhia de outros humanos. Pode-se dizer que o homem um animal social, pois no vive e no pode viver isoladamente (FONTOURA, 1980).

Viver em grupo, na companhia de seus semelhantes fundamental para o ser humano. E neste contexto que tem-se as condies necessrias para o seu desenvolvimento. no mbito do grupo que o homem encontra as condies necessrias para a satisfao de suas necessidades vitais bsicas, como: comida, vestimentas, abrigo, defesa, amizade, carinho... Segundo Della Torre (1989), o homem geralmente j nasce como membro de um grupo que a famlia, ao passo que vai vivendo, passa a pertencer a outros grupos sociais como: vizinhana, bairro, igreja, escola e cidade, expandindo assim seu mundo.

Fica evidente que a vida em sociedade condio essencial para a sobrevivncia da espcie humana. Para Oliveira (2001), a sociabilidade, que a capacidade natural do ser humano para viver em sociedade, desenvolve-se atravs da socializao, que integra o indivduo ao grupo no qual nasceu, assimilando seus hbitos e costumes. atravs da socializao que o homem (ser social) absorve e assimila o conjunto de caractersticas

inerentes ao grupo no qual est inserido. Aprendendo suas normas, seus valores e costumes.

Neste sentido, Sandroni conceitua sociedade como: "Populao que habita determinado territrio e se articula de acordo com formas particulares de produo e reproduo, e com um conjunto de valores que definem seus padres de comportamento, convivncia e identidade cultural". (2004, p. 569).

Estar inserido em uma sociedade significa a absoro e o desenvolvimento de certos padres de comportamento em comum. Fontoura (1980), argumenta que sociedade a reunio de indivduos para um fim comum. Fim este ligado a sobrevivncia e ao desenvolvimento da espcie humana.

Entre os grupos sociais que imprimem as marcas e caractersticas de uma sociedade nos indivduos, importante destacar a escola. Para Fontoura (1980), costuma-se dizer que quando um jovem sai da escola ele no pertence mais a ela, contudo a verdade que a escola deixa uma marca no carter do ex-aluno, ele se considera sempre um pouco aluno daquela escola e sofre (para o bem ou para o mal) o resto da vida a influencia dos mestres que teve.

A escola faz parte do desenvolvimento do aluno como ser social, e deixa profundas marcas na sua vida. Pois, o que integra o indivduo na sociedade em que vive o patrimnio cultural que ele recebe pela educao (OLIVEIRA, 2004).

Della Torre (1989), argumenta que a educao a ao exercida, um processo dinmico no qual a gerao adulta procura transmitir seu patrimnio cultural, a sua herana social aos mais jovens. Segundo Oliveira (2004):

Embora as instituies sociais como a famlia, a igreja e os meios de comunicao de massa exeram grande influncia na educao dos indivduos, a escola a instituio especialmente organizada para transmitir seletivamente s crianas a herana cultural da sociedade(2004).

Fica evidente a importncia que atribuda a escola dentro da sociedade. no grupo social escolar que o aluno aprende o conhecimento produzido pela sociedade ao longo de seu processo histrico. Porm, a escola deve ir alm da transmisso do conhecimento. Deve levar o aluno ao questionamento sobre a prpria essncia da sociedade. Pois, a sociedade no se apresenta historicamente esttica, pronta e acabada. Pelo contrrio, dinmica e passvel de transformao.

Mas em que tipo de sociedade estamos vivendo hoje? Como conceitua-la? Para Capra (1982):

As ltimas duas dcadas vm registrando um estado deprofunda crise mundial. uma crise complexa, multidimensional, cujas facetas afetam todos os aspectos de nossa vida a sade e o modo de vida,

qualidade do meio ambiente e das relaes sociais, da economia, tecnologia e poltica. uma crise de dimenses intelectuais, morais e espirituais; uma crise de escala e premncia sem precedentes e toda a histria da humanidade (1982, p.19).

Esta crise muito mais evidente no mago da sociedade ocidental. Tendo adotado o capitalismo como sistema econmico dominante e o lucro como objetivo principal, a sociedade capitalista busca a todo custo a maximizao dos lucros, sem se preocupar com os resultados. Desta forma o homem violenta o meio ambiente, polui os rios e devasta as florestas com o intuito de ampliar os lucros.

A situao mais avassaladora nos pases subdesenvolvidos. O Brasil um claro exemplo. O sistema neoliberal, empregado entre finais da dcada de 1980 e incio da dcada de 1990, aprofundou as desigualdades sociais, aumentou o nmero de desempregados e consolidou a dependncia econmica do pas instituies como o FMI e o BIRD.

A sociedade brasileira convive com problemas sociais e ambientais extremamente srios. A sade pblica um caos total, as filas de desempregados so quilomtricas, a pobreza passa a fazer parte integrante da paisagem, a violncia assustadora e os problemas multiplicam-se com as sucessivas crises polticas e econmicas. Com o aprofundamento do processo de globalizao o mundo subdesenvolvido v seus problemas aumentarem. Neste aspecto, Santos (2000), argumenta que:

De fato, para a grande maior parte da humanidade a globalizao est seimpondo como uma fbrica de perversidade. O desemprego crescente torna-se crnico. A pobreza aumenta e as classes mdias perdem em qualidade de vida. O salrio mdio tende a baixar. A fome e o desabrigo se generalizam ...]. A mortalidade infantil permanece, a despeito dos progressos mdicos e da informao. A educao de qualidade cada vez mais inacessvel. Alastram-se e aprofundam-se males espirituais e morais, como o egosmo, os cinismos, a corrupo (2000, p. 19-20).

Para que a escola possa atuar ativamente na superao desta crise social pela qual a sociedade est passando, torna-se essencial a ruptura com a metodologia fragmentada que vem norteando por dcadas o ensino. O entendimento das mltiplas relaes e inter-relaes que envolvem a complexa teia social s so possveis com a superao da metodologia fragmentada por uma viso sistmica interdisciplinar.

Um dos grandes problemas da educao brasileira est, segundo Freire (2001), na inexperincia democrtica da sociedade brasileira, o que leva a uma educao desvinculada da vida, autoritariamente verbal e falsamente humanista. A escola deve atuar ativamente no processo de transformao da sociedade. Visando a mudana de uma sociedade obcecada por lucro, para uma sociedade centrada no ser humano.

Entre os caminhos para atingir tais objetivos, so de fundamental importncia os apontados por Freire (2001), nos quais a escola eduque seualuno e suas famlias no sentido da responsabilidade social e poltica, uma escola permevel e flexvel, fazendo-se centro comunitrio, exercitando os grupos em torno dela existentes na anlise crtica da problemtica local, regional e nacional. Assim, a busca por uma sociedade democrtica, participativa, justa, tica, saudvel e centrada no ser humano, deve ser a mola propulsora e os princpios norteadores das nossas aes.

CONCEPO DE CONHECIMENTO

O conhecimento produzido pelo ser humano por meio das sensaes, experincias e experimentos resultantes da transformao da natureza. O ato de transformar o meio natural possvel ao homem em razo do trabalho, e o trabalho somente possvel porque o homem capaz de pensar, se comunicar e agir, que so elementos fundamentais para a produo de conhecimento. Pode-se dizer que o conhecimento um ato social, pois produzido e reproduzido no mago da sociedade mediante as relaes sociais inerentes ao trabalho. Para Boff (2000, p. 82).

conhecer implica, pois, fazer uma experincia e a partir dela ganhar conscincia e capacidade de conceptualizao. O ato de conhecer, portanto, representa um caminho privilegiado para compreenso da realidade, o conhecimento sozinho no transforma a realidade; transforma a realidade somente a converso do conhecimento em ao.

Portanto o conhecimento um processo histrico, suas concepes esto intimamente ligadas com o modo de pensar, com as tcnicas e com a cultura da sociedade pela qual foi produzido. Representa as necessidades do homem em um dado momento histrico. Procura responder as perguntas e superar as dificuldades existentes. dinmico e se apresenta em constante transformao, assim como a sociedade. no grupo social que o conhecimento configurado, utilizado, debatido, criticado e transformado. O conhecimento no ocorre individualmente. Ele acontece no social gerando mudana interna no cidado e nas relaes sociais, tendo sempre uma

intencionalidade.

Como manifestao presente experincia vital, a curiosidade humana vem sendo histrica e socialmente construda e reconstruda. Precisamente porque a promoo da ingenuidade para a criticidade no se d automaticamente, uma das tarefas precpuas da prtica educativo-progressista exatamente o desenvolvimento da curiosidade com que podemos nos defender de irracionalismos decorrentes do ou produzidos por certo excesso de racionalidade de nosso tempo altamente tecnologizado. (Freire, 1996, p. 32).

O sistema capitalista, estruturado em uma sociedade de consumo, se apropria do conhecimento para efetivar sua dominao e perpetuao. Os principais centros mundiais, onde so desenvolvidas as tcnicas mais sofisticadas, como o genoma humano, esto ou sobre o controle, ou sobre a influencia de grandes corporaes capitalistas. Estas buscam a todo custo o monoplio das informaes para ampliarem seus lucros.

Com isso, temos o aprofundamento das desigualdades sociais. Este processo muito mais cruel e evidente nos pases subdesenvolvidos, que esto localizados na periferia mundial, onde a populao enfrenta srios problemas como: fome, misria, desemprego, corrupo, violncia, poluio,entre outros.

Como valores e atitudes fundamentais a ser desenvolvidos na educao, destacam-se: o respeito aos outros, o sentimento de solidariedade e justia, o senso de responsabilidade, a valorizao do trabalho humano e de se frutos, os valores e as atitudes concernentes defesa da paz, a conservao do meio ambiente, a dignidade e a identidade cultural dos povos, e outros valores chamados a despertar, entre os jovens, uma viso ampla do mundo. Destaca-se o valor da criatividade, do esprito crtico, da versatilidade, da capacidade de discernimento, do autodidatismo, do aprender no somente a adaptar-se mudana, mas tambm a antecip-la, do aprender no somente a resolver problemas, mas tambm a reconhec-los. (Torres, 1994, p. 106).

A escola tem que sistematizar o conhecimento discursivo, atravs de mtodos e conceitos cientficos. A escola tem que levar o estudante a produo do conhecimento e no somente a transmisso do conhecimento histrico.

Para Freire (2001), o homem no pode viver autenticamente enquanto no se acha integrado com a sua realidade, criticamente integrado com ela, vive uma vida inautntica enquanto se sentir estrangeiro na sua realidade.

Neste aspecto, a educao tem uma parcela importante na tarefa de inserir o homem na sociedade. E atravs do acesso a democratizao do conhecimento que os indivduos podero ser integrados a sua realidade, entender a sua dinmica, criticar as suas falhas e atuar ativamente na transformao da sociedade.

CONCEPO DE AVALIAO

Avaliar e educar so duas aes que fazem parte do mesmo processo. A avaliao uma reflexo transformadora da ao, pois subsidia decises a respeito do ensino e da aprendizagem dos educandos e educadores, tendo em vista garantir a qualidade do processo educativo.

O termo avaliar tem sua origem no latim, provindo da composio a-valere,

que quer dizer dar valor a.... Porm, o conceito avaliao formulado a

partir das determinaes da conduta de atribuir um valor ou qualidade a

alguma coisa, ato ou curso de ao..., que, por si, implica um posicionamento positivo ou negativo em relao ao objeto, ato ou curso de ao avaliado. Isso quer dizer que o ato de avaliar no se encerra na configurao do valor ou qualidade atribudos ao objeto em questo, exigindo uma tomada de posio favorvel ou desfavorvel ao objeto de avaliao, com uma consequente deciso de ao. ( Luckesi, 2005, p.92)

A avaliao deve ser feita de forma global, diria, cumulativa, levando-se em conta seu crescimento intelectual e desenvolvimento pessoal. fundamental que o professor no pense a avaliao como uma verificao do desempenho, avaliar muito mais que isso. Avaliar verificar em qual patamar o educando estava e qual ponto ele alcanou aps determinado trabalho.

A avaliao na escola, no deve se referir apenas ao estudante. Ela deve abranger o estudante, o professor, o programa e todos os demais aspectos que possam interferir na aprendizagem. Para a avaliao ser eficaz deve-se levantar algumas questes, para qu, o qu e como avaliar. Precisamos avaliar para que os estudantes aprendam mais e melhor.

A prtica da avaliao nas pedagogias preocupadas com a transformao dever estar atenta aos modos de superao do autoritarismo e ao estabelecimento da autonomia do educando, pois o novo modelo social exige a participao democrtica de todos. Isso significa igualdade, fato que no se dar se no se conquistar a autonomia e a reciprocidade de relaes. Nesse contexto a avaliao educacional dever manifestar-se como um mecanismo de diagnstico da situao, tendo em vista o avano e o crescimento e no a estagnao disciplinadora. (Luckesi, 2005, p. 32)

Quando avalia-se somente para dar nota, estamos realizando uma avaliao quantitativa, mas ao avaliar o estudante no seu desenvolvimento cognitivo (aquisio do conhecimento), quanto ao desenvolvimento de suas habilidades (raciocnio, aplicao de conceitos, capacidade de observao e crtica) e de suas atitudes (inteligncia emocional, isto responsabilidade, sociabilidade, ausncia de preconceitos), isto caracteriza uma avaliao qualitativa. Sempre lembrando que o objetivo da avaliao no prejudicar o estudante, e sim orient-lo, analisando seu desenvolvimento e suas defasagens para que se possa corrig-las.

Precisamos adquirir uma reflexo terica e slida sobre o processo de avaliao, sobretudo de como se aprende e no de como se ensina. Para podermos fazer uma avaliao coerente, importante analisar as formas de pensar, conhecer e construir dos educandos, para desenvolver o projeto pedaggico em que a avaliao est inserida. A avaliao vem sendo alvo de pesquisas, estudos e debates recebendo os mais variados enfoques.

Se faz necessrio refletir a ao pedaggica na escola e os avanos dos ltimos tempos. A avaliao ligada a uma prova escrita ou oral d poder absoluto ao professor. Por muito tempo fez-se uso do mtodo de avaliao como um instrumento a servio de quem o aplicava, julgava-se que existia um controle do professor sobre a aprendizagem adotando a ideia de homogeneidade do saber dos educandos. A escola era o lugar onde todas as perguntas tinham respostas sempre prontas.

Enquanto instituio, o papel que se espera da escola que colaborar na formao do cidado (objetivo de que participam outras instncias sociais) pela mediao do conhecimento cientfico, esttico, filosfico (especificidade). O conhecimento no tem sentido em si mesmo, deve ajudar a compreender o mundo, e a nele intervir. Assim sendo, entendemos que a principal finalidade da avaliao no processo escolar garantir a formao integral do sujeito pela mediao da efetiva construo do conhecimento, a aprendizagem por parte dos estudantes. (Vasconcelos, 2005, p. 57).

Avaliao hoje exige capacidade para assumirmos mudanas, necessitando de reflexo. Como construir conhecimento? As aulas no podem ser fragmentadas, o aluno corpo ativo- pensante, deve atuar com tempo: para refletir, experimentar, dialogar e testar, de modo a construir seus conhecimentos.

A avaliao, portanto, deve ser constante, diagnstica e qualitativa. A avaliao contnua reorienta o processo de construo do conhecimento do estudante, serve para ver os pontos em que h bloqueios neste processo de construo e ajud-lo. Na avaliao diagnstica o professor faz diagnstico, acredita na capacidade de aprendizagem do aluno e se auto-avalia, e se necessrio, muda sua metodologia. Ou segundo Paulo Freire, a avaliao um ato por meio do qual a e b avaliam juntos uma prtica.

Para que a avaliao diagnstica seja possvel, preciso compreend-la realiz-la comprometida com uma concepo pedaggica. No caso,consideramos que ela deve estar comprometida com uma proposta pedaggica histrico-crtica, uma vez que esta concepo est preocupada com a perspectiva de que o educando dever apropriar-se criticamente de conhecimentos e habilidades necessrias sua realizao como sujeito crtico dentro desta sociedade que se caracteriza pelo modo capitalista de produo. A avaliao diagnstica no se prope e nem existe de uma forma solta e isolada. condio de sua existncia a articulao com uma concepo pedaggica progressista. (Luckesi, 2005, p. 82).

Antes de pensarmos em avaliao, devemos retomar o que estamos transmitindo, analisando nossa postura frente as mais diversas situaes de sala de aula e dos contedos que selecionamos, sua importncia e significao. Avaliar exige do educador um compromisso com o desenvolvimento do educando e com a evoluo do processo de construo, devemos avaliar como este educando usa as informaes nas mais diversas situaes de sua vida escolar e no meio social.

fundamental ter em mente o objeto a ser avaliado e as normas adotadas que devem ser criteriosas. As provas na linha tradicional exigem uma explorao exagerada de memorizao e apresentam falta de parmetros para correo. J as avaliaes na linha histrico-crtica so contextualizadas; possuem parmetros, explorao da capacidade de leitura, interpretao e escrita do estudante.

Uma das graves distores na avaliao escolar sua aplicao restrita ao aluno; parece que todo o resto professor, livro didtico, currculo, direo, escola, famlia, sociedade, etc. est acima de qualquer suspeita. Na verdade, a avaliao deve atingir todo o processo educacional e social, se quisermos efetivamente superar os problemas.

Devemos lembrar, no entanto, que o problema central da avaliao no se altera por uma mera extenso territorial de controle: antes o controle era s sobre o aluno; agora dever ser tambm sobre o professor, a escola, etc.

A questo bsica no colocar mais gente sob suspeita, mas ver o que precisa ser mudado para garantir a aprendizagem, para que se concretize o novo projeto social. (Vasconcelos, 2005, p. 100).

A avaliao no deve ser feita para dar notas, mas sim para acompanhar nossos educandos, pensando assim a avaliao no est dirigida somente ao educando, cada momento de avaliao deve orientar educador e equipe pedaggica para novos encaminhamentos dentro do planejamento. A escola tambm deve ser avaliada como um todo.

PRINCPIOS DA GESTO DEMOCRTICA

A Gesto, responsvel pelo pleno funcionamento dos servios gerais escolares, pela efetivao da ao pedaggica dos professores, pela qualidade das atividades propostas aos alunos e pela relao do colgio com a comunidade local para atingir os objetivos educacionais propostos pelo estabelecimento de ensino.

Se queremos uma escola transformadora, precisamos transformar

a escola que temos a. E a transformao dessa escola passa

necessariamente por sua apropriao por parte das camadas

trabalhadoras. nesse sentido que precisam ser transformados o

sistema de autoridade e a distribuio do prprio trabalho no interior da escola. (Paro, 2002, p.10).

preciso compreender que a participao democrtica no se d espontaneamente, antes de tudo um processo histrico de construo coletiva, por isso se faz necessrio viabilizar e incentivar prticas participativas dentro da escola pblica, considerada em nossa sociedade uma tradio de autoritarismo, de poder concentrado e de excluso de discusso nas decises.

A gesto democrtica no se limita ao administrativo, pressupe autonomia administrativa, financeira e pedaggica. A escola torna-se democrtica pedagogicamente quando reflete no seu carter pblico, as relaes sociais que estabelece pela democratizao, das decises e pela formao para a cidadania.

A busca de uma administrao participativa visa desenvolver um projeto educacional nico e solidrio, tendo como essncia a cooperao. Esse tipo de administrao cumpre a funo social e poltica da educao escolar, formando um cidado participativo, responsvel, crtico e criativo.

PAPEL DAS INSTNCIAS COLEGIADAS

Para a concretizao de um projeto poltico pedaggico, no mbito da concepo de gesto democrtica necessrio buscar formas representativas e as vezes operativas que permitem oportunamente a tomada de decises.

Para isso necessrio criar rgos de gesto que garantam por um lado a representatividade e, por outro, a continuidade e consequentemente a legitimidade dentre esses rgos de gesto temos as seguintes instancias:

Conselho Escolar e Associao de Pais, Mestres e Funcionrios e Conselho de Classe.

CONSELHO DE ESCOLA

Da Natureza e Dos Fins:

O Conselho Escolar um rgo colegiado da Comunidade Escolar, de natureza deliberativa,consultiva, avaliativa e fiscalizadora, sobre a organizao e a realizao do trabalho pedaggico e administrativo da instituio escolar em conformidade com as polticas e diretrizes educacionais da SEED, observando a Constituio Federal, a LDB, o ECA, o Projeto Poltico Pedaggico e o Regimento Interno, para o cumprimento da funo social e especfica do colgio.

A funo deliberativa, refere-se tomada de decises relativas s diretrizes e linhas gerais das aes pedaggicas, administrativas e financeiras quanto ao direcionamento das polticas pblicas desenvolvidas no mbito escolar;

A funo consultiva refere-se emisso de pareceres para dirimir dvidas e tomar decises quanto as questes pedaggicas, administrativas e financeiras, no mbito de sua competncia;

A funo avaliativa refere-se ao acompanhamento sistemtico das aes educativas desenvolvidas pela unidade escolar, objetivando a identificao de problemas e alternativas para melhoria de seu desempenho, garantindo o cumprimento das normas da escola e a qualidade social da instituio escolar;

A funo fiscalizadora refere-se ao acompanhamento e fiscalizao da gesto pedaggica, administrativa e financeira da unidade escolar, garantindo a legitimidade de suas aes.

O conselho escolar no tem finalidade e/ou vnculo poltico-partidrio, religioso, racial, tnico ou de qualquer natureza, a no ser aquela que diz respeito diretamente atividade educativa da escola, prevista no seu Projeto Poltico Pedaggico.

Os membros do Conselho Escolar no podero receber qualquer tipo de remunerao ou benefcio pela participao no colegiado, por se tratar de rgo sem fins lucrativos.

O Conselho Escolar concebido enquanto um instrumento de gesto colegiada e de participao da comunidade escolar numa perspectiva de democratizao da escola pblica, constituindo-se como rgo mximo de direo do Estabelecimento de Ensino.

O Conselho Escolar, rgo colegiado de direo, dever ser constitudo pelos princpios da representatividade democrtica, da legitimidade e da coletividade, sem os quais o Conselho perde sua finalidade e funo poltico-pedaggica na gesto escolar.

O Conselho Escolar abrange toda a comunidade escolar e tem como principal atribuio aprovar e acompanhar a efetivao do projeto poltico-pedaggico da escola, eixo de toda e qualquer ao a ser desenvolvida do estabelecimento de ensino.

Podero participar do Conselho Escolar representantes dos movimentos sociais organizados, comprometidos com a escola pblica, assegurando-se que sua representao no ultrapasse 1/5 (um quinto) do colegiado.

A atuao e representao de qualquer dos integrantes do Conselho Escolar

visar ao interesse maior dos alunos, inspirados das finalidades e objetivos da educao pblica, definidos no seu Projeto Poltico Pedaggico, para assegurar o cumprimento da funo da escola que ensinar.

A ao do Conselho Escolar dever estar fundamentada nos seguintes pressupostos:

Educao um direito inalienvel de todo cidado;

A escola deve garantir o acesso e permanncia de todos que pretendem ingressar no ensino pblico;

A universalizao e gratuidade da educao bsica um dever do estado;

A construo continua e permanente da qualidade da educao pblica est diretamente vinculada a um projeto da sociedade;

Qualidade de ensino e competncia poltico pedaggica so elementos indissociveis num projeto democrtico de escola pblica;

O trabalho pedaggico escolar, numa perspectiva emancipadora, organizado numa dimenso coletiva;

A democratizao da gesto escolar responsabilidade de todos os sujeitos que constituem a comunidade escolar;

A gesto democrtica privilegia a legitimidade, a transparncia, a cooperao, a responsabilidade, o respeito, o dilogo e a interao em todos os aspectos pedaggicos, administrativos e financeiros da organizao do trabalho escolar.

Dos Objetivos:

Realizar a gesto escolar numa perspectiva democrtica, contemplando o coletivo, de acordo com as propostas educacionais contidas no Projeto Poltico Pedaggico da Escola;

Constituir-se em instrumento da democratizao das relaes no interior da escola, ampliando os espaos de efetiva participao da comunidade escolar nos processos decisrios sobre a natureza e a especificidade do trabalho pedaggico escolar;

Promover o exerccio da cidadania no interior da escola, articulando a integrao a

participao dos diversos segmentos da comunidade escolar na construo de uma escola pblica de qualidade, laica, gratuita e universal;

Estabelecer polticas e diretrizes norteadoras da organizao do trabalho pedaggico na escola, a partir dos interesses e expectativas histricos-sociais, em consonncia com as orientaes da SEED e a legislao vigente;

Acompanhar e avaliar o trabalho pedaggico desenvolvido na escola pela comunidade escolar, realizando as intervenes necessrias, tendo como pressuposto o Projeto Poltico Pedaggico da escola, para a construo de uma escola pblica de qualidade, laica, gratuita e universal;

Garantir o cumprimento da funo social e da especificidade do trabalho pedaggico da escola, de modo que a organizao das atividades educativas escolares estejam pautadas nos principio da gesto democrtica.

Das Atribuies:

As atribuies do Conselho Escolar so definidas em funo das condies reais da escola, da organizao do prprio Conselho e das competncias dos profissionais em exerccio na unidade escolar.

Aprovar e acompanhar a efetivao do projeto poltico pedaggico da escola;

Analisar e aprovar o Plano Anual da Escola, com base no projeto poltico pedaggico da mesma;

Acompanhar e avaliar o desempenho da escola face s diretrizes, prioridades e metas estabelecidas no seu Plano Anual, redirecionando as aes quando necessrio;

Criar e garantir mecanismos de participao efetiva e democrtica na elaborao do projeto poltico pedaggico e regimento escolar, incluindo suas formas de funcionamento aprovados pela comunidade escolar;

Definir critrios para utilizao do prdio escolar, observando os dispositivos legais emanados da mantenedora e resguardando o disposto no Artigo 10 da Constituio do Estado do Paran, sem prejuzo ao processo pedaggico da escola;

Analisar projetos elaborados e/ou em execuo por qualquer dos segmentos que compem a comunidade escola, no sentido de avaliar a importncia dos mesmos no processo educativo;

Analisar e propor alternativas de soluo s questes de natureza pedaggica, administrativa e financeira, detectada pelo prprio Conselho Escolar, bem como as encaminhadas por escrito pelos diferentes participantes da comunidade escolar, no mbito de sua competncia;

Articular aes com segmentos da sociedade que possam contribuir para a melhoria da qualidade do processo ensino-aprendizagem;

Elaborar e/ou reformular o Estatuto do Conselho Escolar sempre que se fizer necessrio, de acordo com as normas da Secretaria de Estado da Educao e legislao vigente;

Definir e aprovar o uso dos recursos destinados escola mediante Planos de Aplicao, bem como prestao de contas desses recursos, em ao conjunta com a APMF;

Discutir, analisar, rejeitar ou aprovar propostas de alteraes do Regimento Escolar encaminhadas pela comunidade escolar;

Apoiar a criao e o fortalecimento de entidades representativas dos segmentos escolares;

Promover, sempre que possvel, crculos de estudos, objetivando a formao continuada dos Conselheiros a partir de necessidades detectadas, proporcionando um melhor desenvolvimento do seu trabalho;

Aprovar e acompanhar o cumprimento do Calendrio Escolar observada a legislao vigente e diretrizes emanadas da Secretaria de Estado da Educao;

Discutir e acompanhar a efetivao da proposta curricular da escola, objetivando o aprimoramento do processo pedaggico, respeitadas as diretrizes emanadas da Secretaria de Estado da Educao;

Estabelecer critrios para aquisio de material escolar e/ou de outras espcies necessrias efetivao da proposta pedaggica da escola;

Zelar pelo cumprimento defesa dos Direitos da Criana e do Adolescente, com base na Lei 8.069/90 - Estatuto da Criana e do Adolescente;

Avaliar, periodicamente e sistematicamente, as informaes referentes ao uso dos recursos financeiros, os servios prestados pela escola e os resultados pedaggicos obtidos;

Encaminhar, quando for o caso, autoridade competente, solicitao de verificao, com fim de apurar irregularidades de diretor, diretor auxiliar e demais profissionais da escola, em deciso tomada pela maioria absoluta de seus membros, em Assembleia Extraordinria convocada para tal fim, e com razes fundamentadas, documentadas e devidamente

registradas;

Assessorar, apoiar e colaborar com o Diretor em matria de sua competncia e em todas as suas atribuies, com destaque especial para:

a) o cumprimento das disposies legais;

b) a preservao do prdio e dos equipamentos escolares;

c) a aplicao de medidas disciplinares previstas no Regimento Escolar quando encaminhadas pela Direo, Equipe Pedaggica e/ou referendadas pelo conselho Escolar;

d) comunicar ao rgo competente as medidas de emergncia adotadas pelo Conselho Escolar, em casos de irregularidades graves na escola.

Estabelecer anualmente um cronograma de reunies ordinrias.

ASSOCIAO DE PAIS, MESTRES E FUNCIONRIOS

Da Natureza:

A APMF, ou similares, pessoa jurdica de direito privado, um rgo de representao dos Pais, Mestres e Funcionrios do Estabelecimento de Ensino, no tendo carter poltico-partidrio, religioso, racial e nem fins lucrativos, no sendo remunerados os seus Dirigentes e Conselheiros.

Dos Objetivos:

Discutir, no seu mbito de ao, sobre aes de assistncia ao educando, de aprimoramento do ensino e integrao da famlia escola - comunidade, enviando sugestes, em consonncia com o Projeto Poltico Pedaggico, para apreciao do Conselho Escolar e equipe pedaggica-administra