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1 Boletim TRAB-PREV-RH em 01.jun.015 O ingênuo nunca acredita que o outro tem uma identidade secreta Fábio Carvalho Aprovadas Novas Regras do Seguro Desemprego e Abono Salarial 28/05/2015 O Senado aprovou na última terça feira 26/05, as novas regras restritivas de acesso ao seguro-desemprego, ao seguro-defeso e ao abono salarial definidos na Medida Provisória 665/2014. O seguro-desemprego será concedido ao trabalhador desempregado por um período máximo entre três e cinco meses, de forma contínua ou alternada, a cada período aquisitivo. A duração, a partir da terceira solicitação, será definida pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). Agora depende apenas da sanção presidencial convertendo a MP em lei, o que deve ocorrer nos próximos dias. Novas Regras: solicitação: Comprovar 12 meses de trabalho nos 18 meses anteriores à demissão para receber 4 parcelas ou Comprovar 24 meses de trabalho para receber 5 parcelas; solicitação: Comprovar 9 meses de trabalho nos 12 meses anteriores à demissão para receber 4 parcelas; IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

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Boletim TRAB-PREV-RH em 01.jun.015

O ingênuo nunca acredita que o outro tem uma identidade secreta

Fábio Carvalho

Aprovadas Novas Regras do Seguro Desemprego e Abono Salarial28/05/2015

O Senado aprovou na última terça feira 26/05, as novas regras restritivas de acesso ao seguro-desemprego, ao seguro-defeso e ao abono salarial definidos na Medida Provisória 665/2014.

O seguro-desemprego será concedido ao trabalhador desempregado por um período máximo entre três e cinco meses, de forma contínua ou alternada, a cada período aquisitivo. A duração, a partir da terceira solicitação, será definida pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat).

Agora depende apenas da sanção presidencial convertendo a MP em lei, o que deve ocorrer nos próximos dias.

Novas Regras:

1ª   solicitação:

Comprovar 12 meses de trabalho nos 18 meses anteriores à demissão para receber 4 parcelas ou Comprovar 24 meses de trabalho para receber 5 parcelas;

2ª   solicitação:   

Comprovar 9 meses de trabalho nos 12 meses anteriores à demissão para receber 4 parcelas;

A partir da 3ª solicitação:

Comprovar 6 meses de vínculo de trabalho para receber 3 parcelas ou Comprovar 12 meses de vínculo de trabalho para receber 4 parcelas ou Comprovar 24 meses de vínculo de trabalho para receber 5 parcelas;

Obs: Seguidas algumas regras, será possível prolongar o seguro por até dois meses.

ABONO SALARIAL

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O abono salarial será pago para empregados que tenham exercido atividade remunerada ininterrupta por pelo menos cento e oitenta dias no ano-base.

Os contratados por empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social (PIS) receberão, no máximo, um salário mínimo; e os contratados por empregadores que contribuem para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), até dois salários mínimos.

O valor do abono salarial anual será calculado proporcionalmente ao número de meses trabalhados ao longo do ano-base.

Mantida a Regra Atual (15 dias) para Pagamento do Auxílio Doença pelos Empregadores28/05/2015

O Senado aprovou nesta quarta-feira (27) a Medida Provisória 664/2014 que altera as regras para o recebimento do auxílio-doença e da pensão por morte, impondo carências e tempo de recebimento conforme a faixa de idade do beneficiário.

Foi mantida a regra atual para o pagamento do auxílio-doença. Ou seja, as empresas pagam os primeiros 15 dias de afastamento do trabalhador e o governo federal paga pelo período restante. A proposta original da MP era que a responsabilidade pelo pagamento dos primeiros 30 dias do benefício fosse do empregador.

Agora depende apenas da sanção presidencial convertendo a MP em lei, o que deve ocorrer nos próximos dias.

MTE resgata 15 trabalhadores no RS29 mai 2015 - Trabalho / Previdência

Auditores fiscais do Trabalho (AFTs) da Gerência Regional do Trabalho e Emprego em Santa Maria/RS resgataram 15 trabalhadores submetidos a condições análogas a de escravos durante fiscalização realizada no dia 19 de maio, com o apoio da Policia Federal.

Seis trabalhadores laboravam na extração de lenha de eucalipto em floresta localizada em Itapevi, zona rural de Cacequi-RS, e estavam  alojados na área de extração de lenha em dois barracos de tábuas e cobertos com lona plástica. Um terceiro abrigo era utilizado como local de preparo de alimentos. No local não havia disponibilidade de água, obrigando o grupo a buscar o recurso em propriedades vizinhas.   O procurador do proprietário foi contatado e notificado a interromper a atividade de extração de eucalipto, retirar os trabalhadores do local, encaminhá-los às suas residências e a comparecer ao Ministério do Trabalho e Emprego para ser notificado.    

Outros nove trabalhadores foram encontrados na BR-158, em Val de Serra/RS, e também atuavam na extração de lenha. Durante a ação, os auditores detectaram diversas irregularidades, como: alojamento com péssimas condições de higiene; precária situação de alimentação, saúde e segurança, além de não contarem com registros na Carteira de Trabalho.   

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De acordo com o coordenador da ação fiscal, auditor fiscal José Weyne Nunes, “não havia sanitários no local, nem fonte de  água próxima  ao  barraco. Com isso, a higiene do local, dos utensílios para o preparo dos alimentos e dos trabalhadores estava prejudicada”.  

A equipe de fiscalização emitiu novas notificações, além de providenciar a imediata paralisação das atividades, o registro na carteira de trabalho, a rescisão do contrato e o requerimento do Seguro-Desemprego.

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego

Por que felicidade não tem nada a ver com dinheiroO segredo da felicidade? O cérebro

Daniel Goleman, 27 de maio de 2015

Para dar uma pausa em uma longa viagem de carro, o Dalai Lama tinha sido convidado para um almoço oferecido por uma família de posses. Ao usar o banheiro da casa, ele notou que o armário que ficava acima da pia estava aberto.

E não pôde deixar de perceber que estava cheio de remédios para dormir, analgésicos e calmantes.

O próprio Dalai Lama me contou essa história quando o entrevistei para o meu novo livro (não hã edição em português, portanto, segue tradução livre) “Uma força para o bem: A visão do Dalai Lama para nosso mundo”. Ele acrescentou:

“Muitas pessoas acham que dinheiro é a fonte de uma vida feliz. Dinheiro é necessário, útil - mas mais e mais dinheiro não traz felicidade”.

De fato, se as pessoas possuem renda suficiente para suprir as necessidades da vida (isso seria cerca de 70 mil dólares por ano, por família), estudos apontam que um adicional financeiro representaria cerca de um por cento de sua satisfação com a vida.

Sendo assim, o que faz a diferença quanto aos nossos sentimentos de bem-estar? Algumas respostas definitivas vêm do trabalho de Richard Davidson e seu grupo de pesquisa do Centro de Investigação de Mentes Saudáveis, localizado na Universidade de Wisconsin, em Madison. Quando visitei a instituição, recentemente, Davidson me relembrou a pesquisa que fez para o Relatório Anual das Nações Unidas sobre felicidade.

Baseado em novos dados que revelam a reciprocidade entre as áreas pré-frontais do cérebro, que conduzem nossas emoções, e as áreas centrais do cérebro, como a amígdala cerebelosa, que produz sentimentos como raiva e ansiedade, Davidson encontrou quatro bases sólidas para o tipo de felicidade na vida que não tem nada a ver com riquezas:

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1.Recuperação rápida de aborrecimentos

Algumas pessoas se apegam a preocupações e meditam sobre o que lhes está afligindo ou aborrecendo por horas ou mesmo dias. Outros conseguem superar com rapidez aquilo que lhes desconcerta ou irrita, então preste atenção no seguinte: essa recuperação rápida nos ajuda a voltar a um estado de bom humor mesmo quando a vida se mostra dolorosa.

2. Manutenção da positividade

Quando mais negativa a nossa visão geral das coisas, mais elas nos incomodarão. As pessoas que conseguem enxergar o mundo e a vida com otimismo e positividade tendem a se aborrecer ou entristecer com bem menos frequência e relação às provações e momentos da vida.

3. Empatia e altruísmo

Preocupação com nossas próprias questões e assuntos coloca nosso foco somente em nós mesmos. Se pudermos, porém, atentar para aqueles ao nosso redor, perceberemos quando eles precisarem de ajuda. E se os ajudarmos, nosso cérebro nos re compensa com uma onda de bons sentimentos. É um bom ciclo.

4. Foco

Uma mente que vagueia ou fica presa a preocupações tende a nos deixar para baixo, entristecidos. Uma mente que se liberta dessas preocupações e presta atenção ao que está acontecendo no aqui e agora nos torna livres de nossas negatividades e mau humor.

A boa notícia: essas chaves para o bem estar, baseadas no cérebro, podem ser fortificadas. Uma rota direta para isso está em praticar e nutrir um comportamento compreensivo e atencioso. Como diz Davdison, bem estar é uma habilidade na qual podemos melhorar.

Texto publicado originalmente no perfil do autor no LinkedIn e cedido gentilmente ao Administradores.com. Tradução por Marcela Agra.

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A empresa não quer abrir CAT? Faça isso você mesmo pela internet! Publicado por Alessandra Prata Strazzi - 4 dias atrás

Em casos de acidente do trabalho ou doença profissional ou do trabalho é muito comum que empresas demorem ou, até mesmo, se neguem a emitir a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho).

Muitas vezes elas agem assim para que o auxílio-doença do trabalhador seja do tipo previdenciário, e não acidentário. Isso porque, dentre outros motivos, o auxílio-doença acidentário (B-91) dá direito à estabilidade de 12 meses no emprego após o retorno do empregado às atividades. Já o auxílio-doença previdenciário (B-31), não.

Normalmente, as pessoas sabem que o sindicato pode emitir o CAT quando a empresa não o faz. O que poucos sabem é que o próprio trabalhador ou seus dependentes podem fazer isso! Além desses, também podem formalizar a emissão da CAT: o médico que assistiu o trabalhador acidentado ou qualquer autoridade pública.

A CAT poderá ser registrada pela internet através sítio eletrônico da Previdência Social ou em uma das Unidades de Atendimento. A instrução normativa 77 do INSS diz que a comunicação pela internet é até preferível.

Para emitir a CAT através da internet siga os seguintes passos:

Entre no site: http://previdência.gov.br/; Na barra à esquerda, em “serviços à empresa”, selecione “Cadastro de Comunicação de Acidente –

CAT” (ou clique diretamente no link); Leia a página que se abre a faça o download do aplicativo; Instale o arquivo exe baixado; Siga as instruções na tela.

Eu não instalei o aplicativo porque eu não tinha nenhuma CAT para emitir, mas, seguindo as instruções na tela, você conseguirá facilmente emitir a CAT. Se você tiver dificuldades, peça ajuda para alguém ou vá até uma agência do INSS – como dito, elas também registram a CAT.

O emissor deverá transcrever as informações constantes no atestado médico para o respectivo campo da CAT. E após emitir a CAT, deverá entregar cópia ao acidentado, ao sindicato da categoria e à empresa e, nos casos de óbito, também aos dependentes e à autoridade competente.

A CAT registrada pela Internet é válida para todos os fins perante o INSS, inclusive para pedido de auxílio-doença acidentário.

Apesar de outras pessoas poderem fazer isso, a empresa tem o DEVER de comunicar o acidente de trabalho à Previdência Social, emitindo a CAT, até o 1º dia útil seguinte ao da ocorrência sob pena de multa. A comunicação feita por outras pessoas (ex.: o próprio trabalhador) NÃO exime a empresa desta responsabilidade.

Antes de você ir...

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Fundamentos legais:

Lei 8.213/91 (Lei de Benefícios da Previdência Social)

Art. 22. A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.

§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria.

§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo.

§ 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento do disposto neste artigo.

§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança, pela Previdência Social, das multas previstas neste artigo.

§ 5o A multa de que trata este artigo não se aplica na hipótese do caput do art. 21-A.

Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.

Instrução Normativa INSS Nº 77 De 21.01.2015

Art. 328. A CAT será registrada preferencialmente no sítio eletrônico: www.previdência.gov.br ou em uma das Unidades de Atendimento.

§ 1º A CAT registrada pela Internet é válida para todos os fins perante o INSS.

§ 2º No ato do cadastramento da CAT por meio da Internet, o emissor deverá transcrever as informações constantes no atestado médico para o respectivo campo da CAT.

Art. 329. A CAT deverá ser preenchida com todos os dados informados nos seus respectivos campos, devendo ser comunicado o INSS, preferencialmente por meio eletrônico.

§ 1º O emitente deverá entregar cópia da CAT ao acidentado, ao sindicato da categoria e à empresa.

§ 2º Nos casos de óbito, a CAT também deverá ser entregue aos dependentes e à autoridade competente.

§ 3º Compete ao emitente da CAT a responsabilidade pela entrega dessa comunicação às pessoas e às entidades indicadas nos §§ 1º e 2º deste artigo.

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§ 4º O formulário da CAT poderá ser substituído por impresso da própria empresa, desde que contenha todos os campos necessários ao seu preenchimento.

(...)

Art. 331. A empresa deverá comunicar o acidente ocorrido com o segurado empregado, exceto o doméstico, e o trabalhador avulso até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa aplicada e cobrada na forma do art. 286 do RPS.

§ 1º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizar o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto no caput.

§ 2º Para efeito do disposto no § 1º deste artigo, consideram-se autoridades públicas reconhecidas para tal finalidade os magistrados em geral, os membros do Ministério Público e dos Serviços Jurídicos da União e dos estados, os comandantes de unidades militares do Exército, da Marinha, da Aeronáutica e das Forças Auxiliares (Corpo de Bombeiros e Polícia Militar), prefeitos, delegados de polícia, diretores de hospitais e de asilos oficiais e servidores da Administração Direta e Indireta Federal, Estadual, do Distrito Federal ou Municipal, quando investidos de função.

§ 3º A CAT entregue fora do prazo estabelecido no caput e anteriormente ao início de qualquer procedimento administrativo ou de medida de fiscalização, exclui a multa prevista no caput.

§ 4º A CAT formalizada nos termos do § 1º deste artigo, não exclui a multa prevista no caput.

(...)

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Assédio Moral no Trabalho! Como e por que acontece? O que fazer se você está sendo assediado moralmente? Publicado por Rosane Monjardim - 4 dias atrás

Assédio moral no trabalho, é uma forma de violência que consiste na exposição prolongada e repetitiva dos trabalhadores a situações vexatórias, constrangedoras e humilhantes, praticadas por uma ou mais pessoas. Ocorre por meio de comportamentos com o objetivo de humilhar, ofender, ridicularizar, inferiorizar, culpabilizar, amedrontar, punir ou desestabilizar emocionalmente os trabalhadores, colocando em risco a sua saúde física e psicológica, além de afetar o seu desempenho e o próprio ambiente de trabalho.

O assédio pode assumir tanto a forma de ações diretas (acusações, insultos, gritos, humilhações públicas) quanto indiretas (propagação de boatos, isolamento, recusa na comunicação, fofocas e exclusão social). Porém, para que sejam caracterizadas como assédio, essas ações devem ser um processo frequente e prolongado.

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Alguns dos objetivos do assédio:

Desestabilizar emocional e profissionalmente o indivíduo; Pressioná-lo a pedir demissão; Provocar sua remoção para outro local de trabalho; Fazer com que se sujeite passivamente a determinadas condições de humilhação e

constrangimento, a más condições de trabalho etc.

As práticas de assédio moral podem se dar tanto do chefe para seu (s) subordinado (s) (assédio descendente), como do (s) subordinado (s) para seu (s) superior (es) (assédio ascendente), entre os colegas de trabalho, ou podem ser mistas, isto é, entre superiores, colegas e/ou subordinados.

As ações decorrem das relações interpessoais e/ou do assédio organizacional (quando a própria organização incentiva e/ou tolera as ocorrências).

O assédio nem sempre é intencional. Às vezes, as práticas ocorrem sem que os agressores saibam que o abuso de poder frequente e repetitivo é uma forma de violência psicológica. Porém, isso não retira a gravidade do assédio moral e dos danos causados às pessoas, que devem procurar ajuda para cessar o problema.

Considerações sobre a vítima

As vítimas de assédio moral não são necessariamente pessoas frágeis ou que apresentam qualquer transtorno. Muitas vezes elas têm características percebidas pelo agressor como ameaçadoras ao seu poder. Por exemplo, podem ser pessoas que reagem ao autoritarismo do agressor ou que se recusam a submeter-se a ele.

Além desses casos, as vítimas são frequentemente identificadas em grupos que já sofrem discriminação social, tais como mulheres, homossexuais, pessoas com deficiências, idosos, minorias étnicas, entre outros.

Diferença entre assédio moral interpessoal e assédio moral organizacional:

No assédio moral interpessoal, a finalidade está em prejudicar ou eliminar o trabalhador na relação com o (s) outro (s), enquanto no assédio moral organizacional o propósito é atingir o trabalhador por meio de estratégias organizacionais de constrangimento com o objetivo de melhorar a produtividade e reforçar o controle.

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Em alguns casos, o assédio moral organizacional ocorre com o objetivo de forçar o trabalhador indesejável a pedir demissão, o que evita custos à organização (como não pagar multas rescisórias). Esse tipo de assédio se dá por meio de práticas abusivas, tais como cobranças exageradas e persistentes ou o estabelecimento de metas abusivas e crescentes por parte de gestores ou representantes da organização, com o intuito de alcançar objetivos organizacionais, por exemplo.

Importante

Se você é testemunha de cena (s) de humilhação no trabalho supere seu medo, seja solidário com seu colega. Você poderá ser "a próxima vítima" e nesta hora o apoio dos seus colegas também será precioso. Não esqueça que o medo reforça o poder do agressor!

Lembre-se

O assédio moral no trabalho não é um fato isolado, como vimos ele se baseia na repetição ao longo do tempo de práticas constrangedoras, explicitando o estrago de determinar as condições de trabalho num contexto de desemprego, dessindicalização e aumento da pobreza urbana.

A batalha para recuperar a dignidade, a identidade, o respeito no trabalho e a autoestima, deve passar pela organização de forma coletiva através dos representantes dos trabalhadores do seu sindicato e das CIPAS e procura dos Centros de Referência em Saúde dos Trabalhadores (CRST e CEREST), Comissão de Direitos Humanos e dos Núcleos de Promoção de Igualdade e Oportunidades e de Combate a Discriminação, em matéria de Emprego e Profissão, que existem nas Delegacias Regionais do Trabalho.

O BASTA À HUMILHAÇÃO depende também da informação, organização e mobilização dos trabalhadores. Um ambiente de trabalho saudável é uma conquista diária possível na medida em que haja "vigilância constante" objetivando condições de trabalho dignas, baseadas no respeito “ao outro como legítimo outro”, no incentivo a criatividade, na cooperação.

O combate de forma eficaz ao assédio moral no trabalho, exige a formação de um coletivo multidisciplinar, envolvendo diferentes atores sociais: sindicatos, advogados, médicos do trabalho e outros profissionais de saúde, sociólogos, antropólogos e grupos de reflexão sobre o assédio moral.

Estes são passos iniciais para conquistarmos um ambiente de trabalho saneado de riscos e violências e que seja sinônimo de cidadania.

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Aos empregadores, ou colegas assediantes, não se pode esquecer, fato de natureza grave e relevante quando assediam, permitem ou induzem o assédio moral:

Assédio Moral é crime, estipulado no artº 203 do Código Penal:

Frustração de Direito Assegurado por Lei Trabalhista

Art. 203, do Código Penal

“Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho:

Pena – detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

§ 1º Na mesma pena incorre quem:

1. obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida;

2. impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus documentos pessoais ou contratuais.

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental.”

Reflitam, pensem, repassem, denunciem.

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Deputados assitem pornô durante votação da reforma política; veja vídeoO parlamentar João Rodrigues (PSD-SC) afirmou que recebeu as imagens em um grupo de WhatsApp

Nesta quinta-feira (28), o SBT Brasília publicou no Facebook um vídeo que mostra deputados assistindo a um pornô no celular de um parlamentar em meio à votação da reforma política. O primeiro que aparece no vídeo foi identificado como João Rodrigues (PSD-SC).

No início, Rodrigues assiste ao vídeo sozinho e só depois reúne outros colegas para verem também. Ele explicou ao BuzzFeed Brasil que recebeu as imagens por meio do WhatsApp. “Tenho 80 grupos e não consigo controlar tudo o que é compartilhado neles. Imagina que tenho cerca de 30 prefeitos e uns 150 vereadores em grupos de WhatsApp. Tem alguns que postam coisas e eu abro para ver", justificou Rodrigues.

Ele ainda completou que esse comportamento é comum nas sessões. 

Trabalho: Carteira de Trabalho para Estrangeiros29 mai 2015 - Trabalho / Previdência

A Portaria do Ministério do Trabalho nº 699/2015 altera o § 3º, do artigo 1º, da Portaria nº 369/2013, para autorizar os órgãos da administração pública direta e indireta, no âmbito federal, estadual, distrital e municipal, a prestarem o atendimento de solicitação de Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) ao estrangeiro, bem como a entrega do respectivo documento; estabelece critérios para a celebração de Acordo de Cooperação Técnica e de Termo Aditivo.

A Portaria MTE nº 699, de 28/05/2015 foi publicada no DOU em 29/05/2015.

Fonte: LegisWeb - Trabalho e Previdência Social

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Trabalho: conversão em advertência das penalidades ao disposto na Lei nº 12.619/2012 – Lei do Motorista29 mai 2015 - Trabalho / Previdência

A Portaria nº 706/2015 do Ministério do Trabalho dispõe sobre a conversão em advertência das penalidades decorrentes de infrações ao disposto na Lei nº 12.619/2012, que trata sobre o exercício da profissão de motorista, bem como do ressarcimento a que terão direito aqueles que já pagaram as multas impostas.

A Portaria MTE nº 706, de 28/05/2015 foi publicada no DOU em 29/05/2015.

Fonte: LegisWeb - Trabalho e Previdência Social

Justiça dos Homens Publicado por Francisco Luiz Macedo Jr. - 1 semana atrás

Assim que cheguei no Juizado Especial de Curitiba, ao me aproximar da entrada ouvi diversos estampidos... Na hora não pensei em nada, apenas que aquele barulho era estranho. Mas, de repente, a Secretária Maria Luíza saiu correndo lá de dentro, gritando que estava havendo um tiroteio no saguão, que haviam mortos e vários feridos pelo chão...

Minha primeira reação foi querer entrar, para ajudar aos feridos, mas logo percebi que estava completamente impotente naquela situação.

A Secretária queria sair dali imediatamente e suplicava para que me protegesse também. Aos gritos disse que os tiros haviam sido disparados quase na porta do fórum.

- Ele vai sair... Ele vai sair... Proteja-se dr. Francisco – gritava ela, desesperada.

Minha única reação foi me esconder atrás do muro e ficar ouvindo os tiros que ainda ocorriam lá dentro.

Passado algum tempo, todo barulho cessou e diversas pessoas começaram a sair do fórum, apressadamente (no local deviam estar cerca de cem pessoas).

Quase todas carregavam um semblante de desespero e estavam sem saber para onde ir ou o que fazer.

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Comecei a orientá-las a irem para longe, bem além do portão do fórum, até porque depois daquilo o serviço do Juizado ficaria suspenso. Por vezes necessitei ser enérgico para conseguir que entendessem.

Após algum esforço conjunto, eu e alguns funcionários conseguimos conduzir aquelas pessoas todas para além do portão - que fechamos.

Foi quando percebemos duas mulheres e um homem, que haviam se escondido na cantina do fórum (ao lado da porta de entrada) e que gritavam desesperados por estarem feridos.

Nem sei como conseguimos retirá-los de lá, para que um dos funcionários os encaminhasse ao hospital.

Lembro que antes de entrarem no carro ainda conversaram comigo, contando que o atirador era ex-marido daquela mulher ferida, sendo genro do casal que a acompanhava.

Insistentemente aquelas pessoas afirmavam que o atirador havia ido ao fórum para matá-los (todos), porque era louco!

Aparentavam estar bem, embora a sogra do atirador tivesse um ferimento no peito, o sogro um ferimento no braço (que me pareceu fraturado) enquanto a ex-mulher apresentava um buraco bem abaixo do olho (um furo que sangrava muito). Acredito que o tiro acertou nos óculos dela, que deve ter amortecido o impacto, pois (como soube posteriormente), foi dado a queima-roupa e os óculos estavam em desalinho e meio pendurados (quebrados).

Ela estava conversando normalmente e dirigiu-se até o carro a andar sozinha e bem consciente, apesar do ferimento. Aliás, todos os três estavam caminhando regularmente e conversando como se não estivessem feridos.

Eu tive que apressá-los para irem ao hospital, ou ficariam ali a me contar as loucuras daquele atirador.

Depois que eles foram socorridos, fui verificar se ainda havia mais algum ferido dentro do fórum.

Na medida que os funcionários saiam, eles iam contando sobre o número de pessoas que ainda estava lá dentro. Eles já haviam me informado que o atirador, no desespero de uma fuga, adentrara na sala do Ministério Público - ficando encurralado naquele local e que as poucas pessoas que lá ficaram se transformaram em reféns dele.

Assim, me esgueirei pela entrada para olhar lá dentro. Havia um homem caído, bem no meio do saguão, que me pareceu morto.

Mais adiante estava o policial militar do fórum, de arma em punho, a correr feito um desvairado.

- Tem um morto aqui – disse-lhe eu.

O policial imediatamente me contou que ele estava somente ferido e que ninguém mais havia sido morto ou ferido (a não ser os parentes do atirador). Aquele homem se moveu e me disse que fora ferido na barriga, mas que passava bem.

Eu o orientei a ficar como estava até que o socorro chegasse.

Só então resolvi telefonar para a polícia, para avisar sobre o ocorrido.

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Ao ligar fui atendido por uma máquina de gravação, que me pediu para esperar o atendimento. Aquela música que tocou naquele instante tornou-se imensamente irritante e longa - frente a situação.

Ao informar sobre o tiroteio no fórum, o atendente ficou me questionando sobre os dados do local, que devido ao nervosismo eu não conseguia mais lembrar.

O policial militar, que continuava a correr de arma em punho, começou a gritar para que eu desse o código militar de emergência, afirmando que eles viriam atender imediatamente. Gritava para informar sobre os reféns.

Enquanto corria ele ficou gritando o código, para que eu o falasse ao telefone. Mas como a essa altura eu não conseguia entender o tal código, resolvi lhe passar o telefone celular e ele, que não parou um instante sequer, foi com o meu telefone para próximo da porta do Ministério Público - a gritar o código, repetidamente. (Eu só consegui reaver meu celular seis horas depois).

Em questão de minutos o batalhão anti-sequestro chegou e imediatamente os policiais procuraram se inteirar sobre a ocorrência.

Foi nessa hora que soube que o atirador, chegando por trás, agarrou a ex-esposa pelo pescoço – numa gravata – e num movimento brusco a virou e lhe desferiu um tiro – (que pegou no aro dos óculos, penetrando bem abaixo dos olhos). O pai dela, que estava ao lado, então, tentou empurrar o atirador, sendo que esse lhe desferiu o segundo tiro, acertando-lhe no braço esquerdo – (que com o impacto acabou fraturado). A sogra do atirador, então, pulou em cima dele e por isso recebeu o terceiro tiro – (no peito).

O policial do fórum, que estava no outro lado do saguão, reagiu e desferiu dois tiros em direção ao atirador, sendo que esse respondeu aos tiros, mas na tentativa de fugir acabou indo para o lado contrário ao da porta. Nessa hora um ex-policial, que estava ali para uma audiência, tentou deter o atirador, mas esse se livrou dele, acertando-lhe um tiro na barriga.

Ao chegar a sala do Ministério Público, o atirador verificou que não poderia mais sair, pois para isso teria que voltar e enfrentar o policial militar. Resolveu, então, render aos três funcionários que ali estavam e esperar para ver como sairia dali.

Assim que souberam disso tudo, os vários policiais, armados até os dentes - adentraram no fórum.

As imediações foram isoladas, restando o quarteirão inteiro sob o domínio dos policiais de elite. Alguns se posicionaram no telhado, outros no muro e nas ruas do fórum, cercando o prédio com um contingente capaz de enfrentar a todo um batalhão de bandidos.

Lá dentro as negociações se iniciaram e acabaram se arrastando por doze horas seguidas, num clima tenso e progressivo, até que, finalmente, o objetivo final foi atingido.

Os negociadores, os delegados e chefes das várias equipes se posicionaram em uma sala que dava vistas a sala do Ministério Público. Os telefones foram cortados e um técnico fez uma ligação direta entre o ramal do Ministério Público e o daquela sala.

As negociações se iniciaram. A conversa do atirador girou em torno da sua adoração pela ex-esposa e sobre o quanto não suportava ser desprezado por ela.

Ele contou que ela havia ido até a delegacia da mulher, tendo efetuado queixa pelo fato dele estar perturbando a sua tranquilidade. Que na delegacia quis conversar, pedir desculpas e prometer não mais se aproximar da ex-esposa, mas a escrivã não permitiu nenhuma aproximação, afirmando que ele deveria

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esperar até o dia de ir ao juizado ou seria preso, naquela mesma hora. Disse que só queria uma chance com a ex-esposa – mas que ela estava irredutível. Que acreditava que iria preso após a audiência do Juizado – pois, realmente, estava a incomodá-la, a ponto de persegui-la e querer, insistentemente, ficar perto dela.

O médico psiquiatra o ouvia com paciência e interesse, tendo mediado aquela conversa com sabedoria e maestria.

Aos poucos, o psiquiatra foi captando a confiança do atirador, convencendo-o a entregar-se.

Aquelas conversações começaram a girar em torno do problema amoroso do atirador, atestado pelos familiares dele, que a essa altura haviam sido encontrados e foram trazidos até ali.

As conversações demoraram porque o atirador não conseguia elaborar uma proposta para negociação, apenas acreditando que suas alternativas seriam a prisão perpétua ou a morte, pois para ele aquele amor não correspondido acarretava uma dor eterna. Uma dor que aos poucos consumia todo o seu ser, não havendo outra solução para aquela dor perpétua senão a morte.

Ele acreditava que havia matado sua ex-esposa, bem como aos dois sogros e que, por isso, merecia apodrecer na prisão, devendo ser morto pelos policiais – ou pelos futuros colegas de cela, logo a seguir.

Essas crenças dificultaram as conversações, pois o chefe dos atiradores de elite, queria abatê-lo sem tardar, afirmando que era uma pessoa perigosa e que acabaria matando alguns reféns, para poder morrer também. Asseverava que ninguém sabia se ele havia ou não recarregado a arma e o que ele poderia fazer. Falava isso com uma tal convicção que se não fosse a presença do Corregedor Geral da Polícia naquele local, talvez o atirador não saísse dali com vida.

Mas o psiquiatra começou a controlar a negociação e, aos poucos, foi adquirindo a confiança do atirador.

O psiquiatra então contou que sua ex-esposa e os sogros não haviam morrido e que estavam no hospital. Por isso as conversações se voltaram para a possibilidade de encaminhamento do atirador para um hospital também (para tratamento).

Nesse momento, como os policiais que chefiavam a operação hesitavam quanto a possibilidade jurídica desse tratamento, acabei intervindo e afirmando que:

- A lei estabelecia que a prisão somente era possível aos mentalmente sãos e que as atitudes do atirador, tentando praticar homicídios públicos, para depois morrer, indicavam a existência de um perfil de desequilíbrio – autorizando a pensar que haviam indícios (pelo menos) de insanidade mental.

Conclui afirmando que se ele se entregasse eu seria obrigado a determinar que fosse submetido a exame médico-psiquiátrico, pois a “teatralidade da situação de tentativa de assassinatos públicos, para provocação de sua própria morte, indicava problemas mentais”…

O psiquiatra negociador, nessa hora, atestou que o discurso do atirador era confuso, parecendo ser o de um suicida em potencial e que deveria ser verificada a sua saúde mental, pois existiam sérios indícios quanto a problemas.

O Chefe dos atiradores de elite também insistiu que o achava perigoso e que embora "essa coisa de tratamento fosse próprio para mocinhas", tinha que respeitar o psiquiatra e concordar que o atirador era um louco. Asseverou, por fim, que em vez de tratamento, ele deveria ir direto para o manicômio judiciário.

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A partir daí surgiu a proposta real de encaminhamento a um hospital, sendo que o atirador demorou a acreditar que isso seria cumprido.

A resistência do atirador acabou quando o promotor do juizado falou com ele, explicando as possibilidades processuais e atestando que caso concordasse em se entregar iria ficar no hospital - para atendimento e exames.

Foi a partir desse momento que o atirador, convencido, entregou-se calmamente, libertando os reféns.

Interessante pontuar que nessa altura dos acontecimentos uma equipe de televisão estava no local, filmando a tudo, sendo que o atirador usou de teatralidade, aproveitando o seu momento de fama.

Ele veio andando calmamente em meio aos reféns, sendo que foi soltando um a um - até ficar ali, sozinho, sob a forte luz da televisão, onde ficou falando com o repórter – a quem pretendia dar entrevista, contar sua história de amor eterno e de liberdade pela morte.

Mas antes que continuasse, aproveitando essa distração, os policiais pularam em cima dele e o levaram para longe das câmaras.

Dali ele foi levado diretamente ao hospital evangélico, onde passou dois dias a fazer exames psiquiátricos.

Eu fiquei como juiz responsável tão somente até o início dos exames – sendo que se realmente foram executados e qual foi o resultado – acabei não sabendo. Tudo que ocorreu depois passou a ser de responsabilidade do juiz da vara criminal.

Eu só soube que ele respondeu pelas tentativas de homicídio que praticara. E que foi parar na prisão e lá acabou sendo morto, pelo colega de cela (como havia profetizado).

Segundo disseram ele contratou sua morte a esse colega de cela, que por ser homem de palavra e cumpridor de seus acordos, sem piedade o matou.

Infelizmente tudo isso ocorreu em virtude da falta de informações do atirador quanto ao serviço de psicologia e mediação do juizado especial, pois em seu discurso ele pedia, tão somente, para ser ouvido quanto ao problema que não conseguia resolver...

Caso tivesse aguardado a audiência, segurando seus impulsos letais, talvez nada disso tivesse ocorrido. Mas ele não conseguiu esperar, liberando toda aquela teatralidade e com ela a sua agressividade, para, na sequência, causar imensa discussão sobre sua sanidade.

Essa teatralidade, por outro lado, lhe trouxe alguns poucos minutos de fama, permitindo que, insistentemente, afirmasse em frente as câmaras da TV, que a justiça dos homens nada sabia sobre problemas do coração e que por isso devia respeitar as emoções das pessoas, em vez de apenas querer impor punições, numa tentativa vã de educar pela dor – a quem precisava tão somente de amor…

E aqui é impossível não questionar sobre o que teria ocorrido se aquela escrivã da delegacia da mulher tivesse lhe explicado as possibilidades de uso do serviço de psicologia do Juizado ou, quem sabe, tivesse tido um décimo da paciência do psiquiatra negociador e o ouvido por um pequeno instante.

Mas como a vida acontece como deve acontecer, ela não agiu assim, fazendo o que costumeiramente fazia e ele acabou morrendo, provavelmente, na tentativa de provar suas ideias sobre quanto vã seria a justiça dos homens e sobre o quanto precisava de amor…

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PS:Não foi possível se confirmar a notícia sobre a morte do atirador, pois não se tratava de fonte oficial.

Surgiu, também, outra versão:

- que dizia que, no processo, o atirador alegou insanidade, mas essa não foi aceita. - que ele havia mesmo contratado alguém para matá-lo, mas que tal contrato não foi cumprido. - que isso serviu, tão somente, como motivo de desaprovação psicológica em seu exame

criminológico. - que tal exame criminológico foi usado para negar qualquer benefício de progressão de pena. que ele, ainda está, a apodrecer na prisão...

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Transtorno da Personalidade: mau humor crônico, instabilidade emocional. Conhece alguém com essas características? Publicado por Elane Souza Advocacia & Consultoria Jurídica - 1 semana atrás

A Medicina Legal e a Psiquiatria nos apresenta diversos tipos de transtornos da personalidade, uns mais graves outros menos; desta feita iremos discorrer acerca de um que muita gente nem imagina tratar-se de doença, mas sim, apenas uma forma crônica de mal humor que possuem alguns indivíduos.

Com Certeza, a maioria de nós em algum momento da vida, já se deparou com alguém assim, ou teve o “desprazer” de trabalhar ou conviver com quem sofre de “mal humor crônico”.

No entanto não se trata apenas de “mal humor crônico, ou instabilidade emocional” como alguns querem crer, o nome disso é Distimia, é um transtorno psicológico e portanto uma doença que pode evoluir, inclusive, para uma depressão. Há que se respeitar.

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Aqui no nordeste é difícil conhecer alguém que nunca tenha ouvido falar de “Seu Lunga” (o homem mais bruto e ignorante do mundo). Cearense, de Barbalha, falecido em novembro de 2014 aos 87 anos; conhecido, praticamente no Brasil todo, pela “tolerância zero” que tinha para “perguntas e diálogos bestas”, ou “ignorância alheia” como ele mesmo dizia. Personalidades assim, ou fazem parte da vida do indivíduo ou tem a ver com um fundo psicológico mais para o doentio.

A distimia corresponde a uma alteração crônica do humor, mas que não preenche os critérios necessários para ser considerada um quadro depressivo. Os pacientes com distimia apresentam uma alternância entre períodos de depressão e períodos em que se sentem relativamente bem. Na maioria do tempo, entretanto, sentem-se deprimidos, preocupados excessivamente e sobrecarregados; tudo é um esforço, e nada basicamente é desfrutado; apresentam pouca energia e pouca disposição, sentem-se cansados, com mau humor e irritados em graus variáveis; não obstante, são capazes de lidar com as exigências do dia a dia, como as responsabilidades domésticas e profissionais, mas sofrem uma queda na qualidade de vida.

Os estudos científicos demonstram que a distimia aumenta consideravelmente o risco de depressão. Uma pesquisa realizada por Akisal mostrou que 90% dos pacientes com distimia evoluem para um episódio de depressão maior. A maioria destes pacientes sequer sabe que está doente e que poderia ganhar qualidade de vida se estivesse em tratamento.

Entrevista realizada por Drázio Varela com um especialista no assunto

Drauzio – Além do comportamento explosivo, que outros sintomas caracterizam o quadro de distimia?

Taki Cordas – Na distimia, não é tanto o comportamento explosivo que chama a atenção. É a irritabilidade. No entanto, quando se avalia o paciente pela primeira vez, é difícil diferenciar distimia de depressão. Embora seja uma depressão mais leve, ela deixa o indivíduo predominantemente mais triste, desanimado, sem vontade de agir. Às vezes, dependendo do nível cultural, torna-se pedante, acha que nada está bom nem é original, não vê nada de novo sobre a face da Terra que mereça sua atenção. São pessoas que passam a maior parte do tempo irritadas, mal humoradas.

Diferentemente da depressão, cujos sintomas são evidentes – hoje estou bem, batendo papo de maneira natural e tranquila, mas amanhã você me encontra na cama, pensando em morrer, tomado por pensamentos negativos e não resta a menor sombra de dúvida de que estou deprimido.

A distimia não tem essa marca de ruptura. Desde a infância ou adolescência, os distímicos são considerados pela família (primeiro pelos pais e pelos irmãos e depois pelo cônjuge quando se casam) desagradáveis, pessoas de difícil relacionamento. No emprego, chegam irritados, de cara amarrada, e os colegas os definem como resmungões e pouco sociáveis.

Embora façam o trabalho corretamente, não são muito criativos, porque criatividade tem a ver com bom humor, com capacidade de abstrair e o mal humorado dificilmente está aberto para o novo, para o desconhecido.

DIAGNÓSTICO

Drauzio – A distimia está sempre relacionada com a depressão?

Táki Cordas – Pode-se dizer que a distimia é uma depressão crônica, de moderada intensidade. Para estabelecer o diagnóstico é preciso que pelo menos durante dois anos a pessoa esteja apresentando os sintomas. Se seguirmos a história dos distímicos, veremos que, de tempos em tempos, eles fazem

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episódios de depressão grave e depois voltam a um patamar considerado normal para eles, mas seu humor está sempre um piso abaixo do humor das pessoas que têm a capacidade de viver normalmente.

FAIXA DE IDADE

Drauzio – Em que idade costuma instalar-se esse tipo de transtorno?

Táki Cordás– Em geral, instala-se na infância ou na adolescência, mais comumente na adolescência, mas pode manifestar-se também no idoso. No entanto, nessa faixa de idade, a maioria dos pacientes diz – “No colegial eu tinha muitos amigos, era bem humorado, minha família me achava brincalhão. Depois, comecei a ficar introvertido, quietão, a não achar graça nas coisas, a me irritar com tudo”. Essas lembranças são prova de que o problema já tinha se manifestado bem antes, na adolescência.

Drauzio – Aqueles velhos ranzinzas e mal humorados, que reclamam de tudo, agem assim porque são portadores de distimia?

Táki Cordás – Os portadores de distimia são indivíduos casmurros, que estão sempre reclamando. É preciso, no entanto, olhar o caso com atenção (e isso é uma questão quase acadêmica) para diferenciar a distimia da depressão. O fundamental é não considerar esse tipo de comportamento como próprio da terceira idade. Idosos casmurros e irritados, mal humorados e queixosos, devem ser investigados para saber se esse estado de ânimo não é sinal de algum transtorno psiquiátrico.

PROCURA DE AJUDA

Drauzio – Imagino que seja difícil para essas pessoas procurarem o médico porque, de uma forma ou outra, foram assim durante a vida inteira. O que pode levá-las a procurar ajuda?

Táki Cordás – Quando a Organização Mundial de Saúde patrocinou um programa a respeito de distimia no qual trabalhei aqui no Brasil, houve divulgação do assunto na imprensa e algumas famílias nos procuraram porque identificaram os sintomas num de seus membros. Lembro de uma mulher que apresentou o esposo nos seguintes termos: “Olhe, os filhos e os amigos acham meu marido um chato. Eu mesma, que estou casada há trinta anos, tem horas que não aguento. Está sempre reclamando, nada para ele vale a pena. Muitas vezes, abusa do álcool para aliviar a tensão”.

Geralmente, as pessoas não procuram ajuda porque acham que são assim mesmo, que aquele é o seu jeito. Mas, quando começam a ser tratadas, ocorrem mudanças extraordinárias. Dois ou três meses de uso da medicação, voltam sorridentes para a consulta, sentindo-se mais leves e mais tranquilas.

Drauzio – A distimia é mais comum nos homens ou nas mulheres?

Táki Cordás – É mais comum nas mulheres, mas não tanto quanto a depressão clássica. Há três casos de depressão em mulher para um caso em homens. Na distimia, são duas, duas e meia mulheres com o transtorno para cada homem.

DISTIMIA E SUICÍDIO

Drauzio – A vida das pessoas distímicas pode transformar-se num verdadeiro inferno. Imagine passar o dia inteiro irritado e descontente com tudo. Qual é a relação entre distimia e suicídio?

Táki Cordás – A relação entre distimia e suicídio é estreita e perigosa. Por isso, o fato de provocar depressão menos intensa, porém mais prolongada, não significa que seja mais leve. Imagine qual é a

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sensação do indivíduo que vai somando só perdas ao longo da vida. Talvez isso explique por que 15%, 20% dos pacientes com distimia tentem suicídio.

Drauzio – Mas é um número muito alto!

Táki Cordás – Muito alto mesmo. A situação é mais grave ainda na infância e adolescência. Sabe-se que 90% das crianças e adolescentes que tentam ou cometem suicídio são portadoras de alguma doença psiquiátrica, em geral, esquizofrenia, depressão, distimia, dependência de drogas. Nos casos de distimia, tudo começa com a irritação e mal-estar que não conseguem controlar.

Antigamente, algumas pessoas acreditavam que adolescente não tinha depressão, porque o ego não estava completamente formado nem a personalidade. Hoje, está provado que crianças e adolescentes têm depressão, têm distimia. Às vezes, é difícil caracterizar o transtorno porque o paciente não relata todos os comemorativos. É preciso chegar ao problema por outros sintomas, como irritabilidade, baixo rendimento escolar, etc.

POSSÍVEIS CAUSAS

Drauzio – Existe alguma alteração cerebral, alguma modificação de neurotransmissores descrita para esse tipo de distúrbio?

Táki Cordás – Pacientes com distimia, quando submetidos à polissonografia (exame para avaliar o tempo e a qualidade do sono), apresentam o mesmo padrão de sono que os pacientes com depressão. Os dados obtidos revelam que a fase REM dos movimentos oculares e do sonho aparece antes dos 70 minutos.

Além disso, se analisarmos as famílias dos distímicos, encontraremos um número grande de pessoas com depressão (pai, primos, tios, etc.) o que indica a influência da carga genética. Alguns testes de estimulação hormonal mostram esse mesmo perfil depressivo. Felizmente, essas pessoas respondem muito bem ao tratamento com antidepressivos e, como por milagre, ficam boas.

Drauzio – A psicoterapia tem bom resultado quando realizada sem o tratamento medicamentoso?

Táki Cordás – Eu diria que, nos quadros orgânicos seja de distimia, depressão ou pânico, sem o tratamento medicamentoso, a psicoterapia é má prática. Não funciona para os casos crônicos. Na verdade, coloca o indivíduo em mobilização emocional, física e econômica inútil. Por quê? Porque todas as linhas psicoterápicas passam a mensagem de que cada um é responsável por sua vida, por escrever a sua história. Não adianta dizer que o outro é culpado pelo inferno que estamos vivendo. Somos responsáveis por nossas escolhas. No entanto, se a doença é biológica, ninguém consegue planejar o futuro, nem raciocinar, nem controlar o mau humor, nem ser responsável por sua história.

Na verdade, isoladamente, a psicoterapia acaba cobrando um desempenho, uma performance inatingível para esses pacientes que têm uma limitação orgânica que os impede de mudar. Por isso, eu me permitiria afirmar que determinados tipos de psicoterapia podem ser deletérios, prejudiciais sem o tratamento medicamentoso.

Drauzio – Por quanto tempo deve ser mantido o tratamento medicamentoso?

Táki Cordás – Cada vez mais, o psiquiatra pensa no tratamento das doenças psiquiátricas em geral e não só da distimia, pânico, depressão e transtorno obsessivo-compulsivo como o clínico pensa no tratamento do diabetes e da hipertensão, ou seja, num tratamento para a vida toda. Claro que depois de um ano, um ano e meio, tentamos reduzir a medicação para ver como o indivíduo se mantém, mas o índice de recaída é

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altíssimo. Via de regra, grande parte dos pacientes tem recaída e não se pode permitir que ela se repita uma, duas, três vezes. Atualmente, os trabalhos mostram depressão – e estou colocando a distimia dentro das depressões – como doença degenerativa que compromete a capacidade intelectiva do indivíduo, o que justifica a manutenção ininterrupta do tratamento.(Publicado em 09/01/2012)

Fontes: http://www.minhavida.com.br/bem-estar/materias/18526-distimia-pode-evoluir-para-depressao-se-nao-for-tratada?utm_source=news_mv&utm_medium=hoje_no_mv&utm_campaign=11838429

http://drauziovarella.com.br/letras/d/distimia-3/

Autoria/Comentários: Elane F. De Souza OAB-CE 27.340-B

CIPA – Atribuições25/05/2015

A CIPA terá por atribuição:

a) Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver e elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho;

c) Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;

d) Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;

e) Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;

f)  Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;

g) Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;

h) Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;

i) Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;

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j) Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;

l) Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados;

m) Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;

n) Requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;

o) Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;

p) Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS.

As Remunerações “Extra-Folha” e os Riscos Desta Prática para as Empresas.26/05/2015

Algumas empresas optam pelo pagamento de salário e remunerações “por fora”. Essa prática amplamente propagada no meio empresarial configura um ilícito trabalhista e previdenciário, quando constatada por fiscalização do trabalho, da Receita Federal ou judicialmente comprovada por ocasião de eventual ação trabalhista.

Diversas denominações e eventos são criados para pagamento desses valores. Com essa prática as empresas deixam de efetuar o recolhimento de encargos trabalhistas e previdenciários, beneficiando-se com esse procedimento.

O principal argumento para o pagamento extra-folha é a alta carga tributária dos encargos sociais, o que acaba motivando tal espécie de sonegação que não é facilmente percebida e que geralmente ocorre somente quando detectada por auditor fiscal por ocasião de fiscalização do trabalho ou quando o trabalhador ingressa com ação trabalhista buscando o reconhecimento dessas verbas “extra-folha” e consegue comprovar o fato em questão.

Mesmo assim o empresariado acaba optando por essa prática, pois o “custo-benefício” acaba sendo vantajoso já que não são todos os empregados que ingressam com reclamatória trabalhista.

Porém, as empresas devem ter cautela com essa prática, pois diariamente vemos condenações na Justiça do Trabalho, onde são condenadas a pagarem novamente as verbas pagas extra-folha.

VEJA ABAIXO a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região – Brasília – DF, ilustrando situação semelhante.

PAGAMENTO DE COMISSÕES "POR FORA" GERA CONDENAÇÃO DE 2,8 MILHÕES

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 Fonte: TRT/DF - 25/05/2015 - Adaptado pelo Guia Trabalhista

Uma empresa de soluções e tecnologia foi condenada a pagar R$ 2.825.370,23 a um executivo de contas. O valor é referente ao total de comissões devidas sobre contratos comerciais assinados pela empresa antes do empregado ser dispensado, em fevereiro de 2014. De acordo com os autos, a comissão pactuada entre o trabalhador e a empresa era de 1% sobre o faturamento dos contratos.

O caso foi julgado pelo juiz Luiz Henrique Marques da Rocha, titular da 21ª Vara do Trabalho de Brasília. Segundo ele, a reclamada não fez nenhuma consideração sobre as comissões devidas no processo. Na sentença, o magistrado explica que, quando isso ocorre, deve ser aplicado o artigo 302 do Código de Processo Civil, de acordo com o qual, se presumem verdadeiros os fatos não impugnados pelo réu.

Na mesma ação trabalhista, o executivo de contas também alegou ter trabalhado para empresa durante sete anos como pessoa jurídica, sendo contratado com carteira assinada somente em 2012. Em sua defesa, a reclamada disse que aceitou contratar os serviços de consultoria e assessoria técnica na área de informática, oferecidos pela empresa individual do trabalhador. Afirmou ainda que nunca houve relação de subordinação entre o trabalhador e a empresa durante o período de vigência desse contrato.

Ocorre que o executivo de contas possuía procuração da reclamada para fazer transações comerciais desde junho de 2007. “Este é o primeiro, e talvez o mais forte, indício de confiança que a empresa depositava no autor, pois não se outorga procuração com poderes negociais a quem pode, em tese, prejudicar os interesses empresariais. Por outro lado, os contracheques juntados pela reclamada evidenciam indícios de fraude, pois o autor já recebia ‘proventos’ fixos, a título de ‘processamento de dados’, no valor de R$ 10 mil”, constatou o juiz.

Para o magistrado, foram verificados outros indícios, como o pagamento de “gratificação” mensal no valor de R$ 3.651,00 e a realização de descontos nos “proventos” do executivo, o que reforça a fraude. Além disso, o contrato de trabalho firmado em 2012, com o empregado, atesta que já existia relação de emprego antes. O depoimento de testemunhas também confirmou que havia vínculo de emprego no período anterior ao registrado na carteira de trabalho. “Todos os elementos característicos do artigo 3º da CLT ficaram demonstrados nos autos”, concluiu o juiz Luiz Henrique Marques da Rocha.

Ficou comprovado ainda o pagamento de comissões “por fora” ao executivo de contas, também sem apresentação de recibo. “Não há nos recibos de pagamento apresentados pela reclamada, no período de 2009 a 2011, o pagamento de nenhuma comissão ao autor, muito embora haja previsão de seu pagamento no ‘contrato de representação comercial’”, pontuou o magistrado.

Com isso, além de reconhecer o vínculo de emprego no período de 2007 a 2012 e a unicidade contratual com o período posterior, o juiz da 21ª Vara do Trabalho também reconheceu que a remuneração do executivo era R$ 10 mil mais R$ 3 mil da média de comissões recebidas mensalmente. A reclamada foi condenada ainda a pagar repousos semanais remunerados sobre as comissões, férias, 13º salários, diferenças de verbas rescisórias e os reajustes salariais previstos nas convenções coletivas da categoria do trabalhador no período de 2009 a 2012, bem como R$ 264,00 por mês de vales-refeição referente a esses quatro anos. Foram declaradas prescritas as parcelas anteriores a maio de 2009. Processo nº 0000691-59.2014.5.10.021.

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Registro de Empregado: Informatização e Restrições28/05/2015

Para efetuar o registro de empregados, em observância às exigências legais relativas ao contrato de trabalho, as empresas poderão adotar sistema informatizado que garanta a segurança, inviolabilidade, manutenção e conservação das informações.

É proibido ao empregador que, na contratação ou na manutenção do emprego do trabalhador, faça a exigência de quaisquer documentos discriminatórios ou obstativos para a contratação, especialmente certidão negativa de reclamatória trabalhista, teste, exame, perícia, laudo, atestado ou declaração relativos à esterilização ou a estado de gravidez.

O empregador que optar pelo sistema informatizado,  além de garantir a segurança, inviolabilidade, manutenção e conservação das informações, deverá também:

I – manter registro individual em relação a cada empregado;

II – manter registro original por empregado, acrescentando-lhe as retificações ou averbações, quando for o caso;

III – assegurar, a qualquer tempo, o acesso da fiscalização trabalhista, por meio de tela, impressão de relatório ou meio magnético às informações contidas nos módulos

É vedado ao empregador efetuar anotações que possam causar dano à imagem do trabalhador, especialmente referentes a sexo ou sexualidade, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, idade, condição de autor em reclamações trabalhistas, saúde e desempenho profissional ou comportamento.

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INSS – Contribuinte Individual – Cooperativa de Trabalho – Recolhimento26/05/2015

O contribuinte individual que presta serviço a empresa por intermédio de cooperativa de trabalho deve recolher a contribuição previdenciária de 20% (vinte por cento) sobre o montante da remuneração recebida ou creditada em decorrência do serviço, observados os limites mínimo e máximo do salário de contribuição.

Base: Ato Declaratório Interpretativo RFB 5/2015.

Prorrogação de Jornada nas Atividades Insalubres Somente com Autorização da SRT.29/05/2015

Foi publicada nesta sexta-feira (29/05) no Diário Oficial da União, a Portaria MTE nº 702/2015, estabelecendo regras para a prorrogação de jornada nas atividades insalubres.

Importante que as empresas que necessitarem realizar jornadas extraordinárias naqueles setores onde a atividade seja insalubre, que antecipadamente façam o requerimento a Superintendência Regional do Trabalho de sua região, a fim de evitar possíveis autuações e consequentemente o pagamento de multas trabalhistas.

Veja no link abaixo a íntegra da Portaria publicada nesta data.

Portaria MTE 702/2015.

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SEGURADA QUE APRESENTOU FALSA DECLARAÇÃO DE AGRICULTORA PARA ANTECIPAR APOSENTADORIA DEVERÁ

RESSARCIR COFRES PÚBLICOS

Fonte: TRF4 - 20/05/2015 - Adaptado pelo Guia Trabalhista 

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) decidiu, na última semana, manter sentença que condenou uma idosa de Castro (PR) a ressarcir os cofres do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por recebimento ilegal de aposentadoria.

Em 2002, a mulher aposentou-se como trabalhadora rural. Durante todo o processo de concessão, ela alegou ter atuado na lavoura pelo tempo exigido por lei.

Ao analisar o pedido, o INSS chegou a indeferi-lo por insuficiência de provas. Entretanto, por motivos desconhecidos, o pedido acabou concedido. 

Em 2003, a Previdência recebeu denúncia a respeito de irregularidades nos pagamentos e iniciou investigação. O benefício foi suspenso em 2005 e, por fim, ficou constatado que a idosa não trabalhou como agricultora e, sim, em atividades urbanas, preparando marmitas para vender.

O INSS entrou com ação na Justiça Federal de Ponta Grossa (PR) pedindo a devolução de todos os valores pagos.

Para o juízo, não restou dúvidas de que a segurada agiu de má-fé e, apesar de os servidores terem cometido erros durante o processo, o benefício foi concedido mediante declaração falsa. Em primeira instância, a idosa foi condenada à devolução do montante recebido indevidamente.

Ela apelou ao tribunal argumentando que realizou o pedido com a certeza de que não estaria cometendo qualquer ato ilícito e que só tomou conhecimento de irregularidades depois da suspensão do benefício.

A 3ª Turma negou o recurso. Segundo o desembargador federal Fernando Quadros da Silva, “ficou caracterizada a má-fé da beneficiária quando constatado que sua aposentadoria foi concedida com base em suas declarações falsas”. O magistrado afirmou ainda que “verificada a existência de conduta da ré que prejudicou o INSS, cabe o dever de ressarci-lo”.

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Pausa térmica

JBS firma acordo com MPT e pagará R$ 1,3 milhão a trabalhadores por violações26 de maio de 2015, 15h25

O Ministério Público do Trabalho e a JBS celebraram um acordo judicial que põe fim a duas ações civis públicas movidas contra a empresa em 2013 na Vara do Trabalho de Lins (SP). Pelo documento, o frigorífico se compromete a destinar R$ 1,3 milhão aos seus funcionários que sofreram danos por irregularidades trabalhistas, e a pagar R$ 100 mil por danos morais coletivos à Polícia Rodoviária Federal.

Na conciliação relativa à primeira ação, serão distribuídos R$ 600 mil entre os empregados da JBS (na unidade Lins) admitidos antes de 1º de janeiro de 2013, que ainda estejam com contrato ativo na data da assinatura do acordo e que sejam beneficiários da chamada “pausa térmica”, concedida àqueles que trabalham em câmaras frias.

O acordo relativo à segunda ação prevê a distribuição de R$ 700 mil a empregados da unidade Lins admitidos antes de 1º de setembro de 2013, que estejam com contrato ativo com a JBS na data de assinatura do acordo e que tenham sido prejudicados pela não inclusão do período para a troca de uniformes na sua jornada de trabalho. Outros R$ 100 mil serão destinados à PRF nos autos deste acordo.

A partir do acordo, a JBS respeitará a pausa térmica dedicada a empregados que trabalham em câmaras frias, obrigação trabalhista prevista em lei, e deverá celebrar com o sindicato da categoria um acordo coletivo para regular a média de tempo destinado à troca de uniforme e ao percurso ao posto de trabalho para regular o cômputo da jornada de trabalho.     

Tempo desconsideradoEm 2013, o procurador Marcus Vinícius Gonçalves processou a JBS na Justiça do Trabalho em Lins, pedindo a condenação do frigorífico ao pagamento de R$ 10 milhões. Em inquérito ficou provado que a empresa não faz o registro de jornada dos empregados durante a troca de uniformes, tanto na entrada quanto na saída do expediente.

Em diligências nas dependências do frigorífico, o MPT constatou que os trabalhadores demoram de 17 a 30 minutos se trocarem, e que esse período não é computado, uma vez que o registro de ponto é feito apenas no início e no término da prestação de serviços. O tempo de deslocamento do vestiário até a linha de produção também não é contabilizado.

Foram juntadas no inquérito sentenças condenatórias proferidas em processos individuais de ex-trabalhadores da empresa, que confirmam o entendimento do judiciário acerca da irregularidade, com base na Consolidação das Leis do Trabalho e na Súmula 429 do Tribunal Superior do Trabalho.

Pausa térmicaO MPT ajuizou uma segunda Ação Civil Pública, também em Lins, pedindo a condenação da JBS ao pagamento de horas extras aos funcionários que trabalham em ambientes frios (até 12 °C) e deixaram de usufruir de intervalos para recuperação térmica, previstos em lei. O valor se referia aos últimos cinco anos de pausas não concedidas, e alcançava o montante de R$ 10 milhões.

A ação atingia os empregados da unidade de Lins que trabalham nos setores cuja temperatura não pode ser superior a 12 °C, segundo exigência do Ministério da Agricultura. Para fazer o pedido, os procuradores se apoiaram no artigo 253, da CLT, que prevê paradas de 20 minutos a cada 1 hora e

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40 minutos trabalhada dentro de câmaras frigoríficas. A aplicação da lei em relação a empregados que trabalham em ambientes artificialmente frios sempre foi necessária, mas se consolidou em 2012, com a Súmula   438  do TST. Com informações da Assessoria de Imprensa do MPT.

Clique aqui para ler a íntegra do acordo.Processo 0010538-55.2013.5.15.0062Processo 0002859-04.2013.5.15.0062

Revista Consultor Jurídico, 26 de maio de 2015, 15h25

Gritos e insultos

Empregada chamada de gorda e incompetente receberá indenização de R$ 50 mil25 de maio de 2015, 19h00

O uso de ofensas e pressão psicológica contra funcionários é considerado assédio moral, pois essas atitudes ultrapassam os limites do poder empregatício e ferem a dignidade do trabalhador. Por isso, a 5ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho determinou o pagamento de indenização de R$ 50 mil a uma funcionária da Catho Online que era insultada a gritos por seu superior.

Consta na decisão que a trabalhadora era chamada de gorda e incompetente, sofria ameaças de demissão e de que o bônus ao qual teria direito não seria pago, além de ouvir que o que ela fazia ela era uma “merda”. Segundo testemunhas do caso, esse tipo de tratamento dado pelo supervisor era voltado às mulheres. Também há relatos de que o presidente da companhia fazia brincadeiras impróprias com os empregados, entre elas, simular o uso de arma de fogo contra seus funcionários.

Em segunda instância, a Catho foi condenada a indenizar a funcionária em R$ 100 mil. Na decisão, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região destacou o tratamento mais hostil com as mulheres, as ofensas gratuitas do empregador e as "brincadeiras" do presidente da empresa.

No recurso ao TST, a Catho solicitou na redução da indenização, alegando que o valor era desproporcional. Ao analisar o processo, o relator do caso, o ministro Guilherme Augusto Caputo Bastos, considerou que o montante foi definido sem considerar os critérios da proporcionalidade e da razoabilidade.

Para definir o valor, o ministro usou decisão recente da corte trabalhista em caso semelhante contra a mesma empresa (AIRR-261300-61.2008.5.02.0084). A compensação, então, foi fixada em R$ 50 mil. Com informações da Assessoria de Imprensa do TST.

Processo RR-1780-49.2012.5.02.0203

Revista Consultor Jurídico, 25 de maio de 2015, 19h00

Sem ligação

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Vínculo empregatício não vale para funcionário que tem privilégios de sócio25 de maio de 2015, 18h31

Por   Brenno Grillo

Funcionários incorporados à empresa como sócios, mesmo que prestem contas a superiores, não podem ter o vínculo empregatício reconhecido se as condições reais de trabalho seguirem parâmetros de uma relação societária. A decisão é da 24ª Vara do Trabalho de São Paulo.

Desse modo, um ex-diretor de uma empresa de recrutamento e seleção não conseguiu o vínculo empregatício junto à companhia. Na ação, o executivo pedia, além da formalização do vínculo, integração das comissões, adicional de transferência, diferenças dos salários reduzidos, reconhecimento da dispensa imotivada, férias mais 1/3, 13º salário, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço mais 40% e indenização por danos morais. A empresa foi representada pela advogada Fernanda Perregil do escritório Melcheds.

A decisão da corte foi tomada com base nos depoimentos do autor da ação, que, ao descrever sua relação com a empresa, citou várias particularidades existentes em uma relação societária. Segundo o reclamante, seu acordo com a companhia lhe permitia negociar os percentuais das comissões e dos lucros da companhia recebidos por ele; havia liberdade para negociar taxas de novos negócios e salários dos membros da sua equipe; e indicar contratações. Além disso, no acórdão é citado que o autor da ação participava de assembleias societárias e que tinha acesso aos registros das finanças da companhia.

De acordo com a juíza Fátima Ferreira, não há como questionar que as atividades e os privilégios do autor da ação eram condizentes com a posição de sócio. “Inquestionável que tais poderes e atividades desenvolvidas pelo demandante coadunam-se com a sua condição de sócio da reclamada e não de um gerente regional, que laborava na condição de celetista”, disse.

A juíza ainda apontou que a contratação como associado é conveniente ao autor da ação, pois, caso contrário, ele procuraria uma outra maneira de se colocar no mercado de trabalho.

Clique aqui para ler a decisão.

Brenno Grillo é repórter da revista Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 25 de maio de 2015, 18h31

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Carga pesada

Casas Bahia pagará pensão vitalícia a empregado com doença laboral27 de maio de 2015, 14h35

A Justiça do Trabalho condenou a rede varejista Casas Bahia a pagar pensão vitalícia e indenização por danos morais a um empregado que desenvolveu doenças laborais degenerativas devido à função de carga e descarga de mercadorias.

O profissional foi contratado em maio de 2004 e, em agosto de 2005, foi afastado pela primeira devido a lesão na coluna lombar e danos nos joelhos, ocasionados pelo esforço excessivo. Em janeiro de 2008, dores nas articulações dos dedos das mãos resultaram em novo afastamento.

De acordo com o laudo pericial, o ajudante adquiriu hérnia de disco, artrose e alterações degenerativas nos joelhos e lesão no nervo radial que fez com que perdesse o movimento do braço. Impossibilitado de retornar ao trabalho, ele ajuizou ação na 69ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro com pedido de pensão e indenização por dano moral.

A empresa sustentou que, segundo o artigo 20, paragrafo 1º, da Lei 8213/91 (Lei de Benefícios da Previdência Social), doenças degenerativas não devem ser consideradas como acidente de trabalho. Alegou ainda que não deveria ser "responsabilizada perpetuamente" pelas enfermidades do trabalhador.

A sentença determinou que a empresa pague pensão vitalícia de 1/3 da última remuneração e indenização de R$ 30 mil pelos danos morais de R$ 30 mil. A varejista opôs recurso ao Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ), que manteve a sentença. O caso então foi levado ao Tribunal Superior do Trabalho, onde a 6ª Turma negou o recurso das Casas Bahia.

O relator do recurso de revista no TST, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, não acolheu novo apelo da empregadora. Para o ministro, mesmo que a enfermidade degenerativa não seja resultado apenas do trabalho, as atividades exercidas também influenciaram no agravamento do quadro.

"A culpa está presente na constatação de que o empregador deixou de agir de modo a minimizar ou reduzir os efeitos nocivos do trabalho exercido. Havendo dano, nexo de concausalidade e culpa, há o dever de reparar", concluiu. A decisão foi unânime e já transitou em julgado. Com informações da Assessoria de Imprensa do TST.

RR-83900-98.2009.5.01.0069

Revista Consultor Jurídico, 27 de maio de 2015, 14h35

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Jornada exaustiva

Empregado será indenizado por trabalhar mais de 70 horas por semana27 de maio de 2015, 14h50

Um trabalhador vai receber R$ 8,5 mil de indenização por ser obrigado a trabalhar 70 horas por semana e a usar camiseta com publicidade de fornecedores da empresa, sob pena de ser demitido. A decisão é 7ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, que manteve a sentença que condenou a uma empresa de materiais de construção. Na avaliação do colegiado, a jornada exaustiva suprimiu do empregado o direito constitucional ao lazer e a utilização de uniforme obrigatório violou o seu direito de imagem.

O acórdão manteve a sentença proferida pela juíza Wanessa Donyella Matteucci de Paiva. Segundo os autos, o auxiliar trabalhava na empresa de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, de segunda-feira a sábado, das 8h às 18h. Ele tinha apenas uma hora de intervalo, mesmo nos dois dias da semana, quando prolongava as atividades até as 20h. O trabalhador também dava expediente ainda em três domingos por mês, em jornada de cinco horas e 30 minutos, sem intervalo.

De acordo com a relatora do caso, desembargadora Sayonara Grillo Coutinho Leonardo da Silva, “o autor chegava a ultrapassar 70 horas extras mensais, ativando-se continuamente, com apenas uma única folga em cada quatro semanas”, o que configura jornada exaustiva.

“Os danos sofridos pelo trabalhador privado da convivência familiar, social, comunitária, política, religiosa e de seu direito constitucional ao lazer e ao descanso, por força do regime de trabalho exaustivo, devem ser reparados por meio de indenização por danos extrapatrimoniais”, destacou a desembargadora.

Ainda segundo a relatora, além de submeter o empregado a trabalho excessivo, a empresa o obrigou, durante todo o contrato, sem sua autorização e sob pena de dispensa, a usar uniforme com marcas de fornecedores. A publicidade redundava em ganho financeiro para a loja, mas o trabalhador nunca recebeu compensação pecuniária pela atividade promocional. A conduta da empregadora “feriu os direitos da personalidade do demandante” — no caso, o de imagem. Cabe recuso. Com informações da assessoria de imprensa do TRT-1.

Clique aqui para ler a decisão.

Revista Consultor Jurídico, 27 de maio de 2015, 14h50

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Reversão da justa causa não garante indenização por dano moralMas daí a reconhecer que a situação causou dano moral ao trabalhador, vai uma longa distância

A simples reversão da justa causa não é suficiente para gerar o direito à indenização por dano moral. Com esse entendimento, o juiz substituto Leonardo Tibo Barbosa Lima, em atuação na 4ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, afastou a possibilidade de um trabalhador vir a ser indenizado apenas por ter sido dispensado por justa causa de forma indevida.

O empregado trabalhava em uma empresa de transporte coletivo e, segundo revelou a prova, foi dispensado em razão de um desfalque no caixa, no valor de R$45,00. A penalidade foi considerada desproporcional pelo magistrado, que observou que a empresa sequer pagava quebra de caixa. O juiz constatou pelas provas que a conferência dos valores não era feita na frente dos cobradores. A culpa do empregado era presumida pela empresa. Ele considerou a diferença apurada pequena em relação às quantias recebidas pela ré.

"Estou convencido de que a conduta da parte autora não foi grave o suficiente para quebrar a fidúcia contratual", registrou o julgador na sentença, acolhendo o pedido de reversão da justa causa. O fundamento apontado para tanto foi a falta de proporcionalidade da pena aplicada e a mínima gravidade da conduta do reclamante. Nesse contexto, a reclamada foi condenada a cumprir as obrigações devidas na dispensa sem justa causa.

Mas daí a reconhecer que a situação causou dano moral ao trabalhador, vai uma longa distância, no entender do juiz. "Não há provas de que a conduta da parte ré teve aptidão para gerar dano moral, porque a justa causa foi aplicada sem publicidade e desacompanhada de atos vexatórios ou capazes de ofender atributos físicos, psíquicos e morais da parte autora", constou da sentença. O julgador se referiu a outros julgados do TRT de Minas no mesmo sentido do posicionamento adotado. Sem reconhecer o dano no caso, julgou improcedente o pedido de indenização. Há recurso em tramitação no TRT de Minas.

Link: http://as1.trt3.jus.br/noticias/no_noticias.Exibe_Noticia?p_cod_noticia=12349&p_cod_area_noticia=ACS Fonte: TRT3 (MG) - Tribunal Regional do Trabalho da 3ª (Terceira) Região - Minas Gerais As matérias aqui apresentadas são retiradas da fonte acima citada, cabendo à ela o crédito pela mesma.

Motorista de ônibus obrigado a permanecer na função mesmo com problemas de saúde tem contrato rescindido de forma indireta Publicado por Ihana Braga - 5 dias atrás

A 5ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) declarou rescindido o contrato de um motorista de uma empresa de transportes coletivos que presta serviços em Porto Alegre. Este procedimento, chamado de rescisão indireta, ocorre quando fica comprovada uma falta grave cometida pela empresa - a chamada justa causa do empregador. No caso julgado, a empresa exigiu que o trabalhador realizasse trabalho além de suas forças, já que permitiu que ele permanecesse nas atividades de motorista mesmo após laudos médicos que determinavam mudança de tarefas devido a problemas vasculares.

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A decisão confirma sentença do juiz Andre Ibaños Pereira, da 7ª Vara do Trabalho de Porto Alegre. Ao julgar o caso em primeiro grau, o magistrado baseou-se em laudos de médicos do Trabalho que diagnosticaram o motorista como portador de arterosclerose das artérias das extremidades. Também conforme os atestados médicos, o empregado apresentava varizes nos membros inferiores e tinha seus sintomas agravados ao ficar sentado por longos períodos. Neste contexto, a recomendação médica foi no sentido de que a empresa providenciasse mudança de função do empregado, mas, no entendimento do juiz da 7ª VT, a empregadora não tomou esta providência ao longo do período de tramitação do processo.

Por isso, o julgador enquadrou a conduta da empresa como falta grave prevista pelo inciso I do artigo 483 da Consolidação das Leis do Trabalho, ou seja, a situação em que a empregadora exige um serviço que está além da capacidade física ou psicológica do empregado. "Ao exigir que o autor siga no exercício desta função, a empresa está exigindo do obreiro serviço que excede a sua capacidade normal de trabalho haja vista as restrições médicas já mencionadas", afirmou o juiz. "Ao colocar trabalhador clinicamente debilitado para transportar passageiros, a ré não apenas está assumindo o risco de agravar a doença de seu empregado como, ainda, está colocando em risco os usuários de seus serviços", concluiu.

Descontente com o entendimento, a empregadora recorreu ao TRT-RS, mas o relator do recurso na 5ª Turma do Tribunal, desembargador Clóvis Fernando Schuch Santos, optou por confirmar a sentença pelos seus próprios fundamentos. O voto foi seguido pelos demais integrantes da Turma Julgadora. Cabe recurso da decisão ao Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Processo 0000649-54.2013.5.04.0007 (RO)

Sem prêmio

Itaú indenizará funcionário excluído de festa por ser dirigente sindical23 de maio de 2015, 10h31

Por   Brenno Grillo

Excluir funcionários de eventos da empresa devido à vinculação a atividades sindicais é considerado discriminação e gera dano moral. Desse modo, o banco Itaú deverá indenizar um de seus empregados em R$ 34.555,40 por não tê-lo premiado pelos seus 30 anos de empresa, assim como faz com outros colaboradores. A decisão é do juiz Gustavo Naves Guimarães, da 1ª Vara do Trabalho de Catanduva (SP). O valor indenizatório será acrescido de juros e correção monetária.

Consta nos autos que o banco tem o costume de organizar, sem período pré-estabelecido, uma homenagem a todos os funcionários que completaram 30 anos de serviços prestados à instituição financeira. Os homenageados são presenteados com um relógio de ouro e ações do banco, que totalizam o equivalente aos três últimos salários do funcionário à época do evento.

No caso, o autor da ação, representado pelo advogado Vitor Monaquezi Fernandes, do escritório Crivelli Advogados, foi excluído da festa de homenagem e solicitou indenização por danos morais

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e materiais, que compreende os valores equivalentes ao relógio de ouro e às ações negadas a ele. De acordo com a testemunha ouvida no processo, o relógio é avaliado em torno de R$ 5 mil. Já os papéis financeiros foram calculados em R$ 12.555,40.

Segundo citação da corte, o motivo para a exclusão da festa seria a participação do autor da ação em atividades sindicais, pois, graças ao depoimento de testemunha, foi relatado que esse fato já ocorreu com outros empregados na mesma situação.

“É de clareza irrefutável que foi pelo fato de ser dirigente sindical que o reclamante foi discriminado e não recebeu o prêmio costumeiramente distribuído pelo reclamado. Ressalte-se que dos depoimentos testemunhais transcritos no acórdão recorrido só houve um único outro exemplo de empregado que não recebeu o prêmio, e que, por coincidência ou não, assim como o reclamante, era dirigente sindical”, relatou o julgador.

Para Guimarães, a ação do banco comprovou “a existência de uma discriminação clara e evidente” e “também caracteriza uma atitude antissindical, de forma a coagir, indiretamente, toda a categoria profissional”. Segundo o juiz, essa atitude afronta a liberdade sindical e o exercício da representação dos trabalhadores, que estão protegidos pelo artigo 8 da Constituição Federal e pelo artigo 1º, parágrafo 1º da Convenção   98 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) .

O dispositivo da OIT delimita que "os trabalhadores deverão gozar de adequada proteção contra todo ato de discriminação tendente a diminuir a liberdade sindical em relação ao seu emprego." Já o artigo da Constituição destaca de impõe regras à livre associação profissional ou sindical.

Como defesa, o Itaú alegou que a premiação era uma ação feita por livre e espontânea vontade, sendo caracterizada como mera liberalidade do empregador. Sobre o argumento, o juiz citou que “a situação peculiar do reclamante, de estar no exercício de atividade sindical, não autoriza o tratamento diferenciado dado a esse empregado para não permitir que recebesse o prêmio costumeiramente distribuído pelo reclamado, não podendo ser acatada a tese de que a referida prática se consubstancia em mera liberalidade do empregador”.

Guimarães destacou, ainda, que a atitude do Itaú viola o princípio da isonomia e da liberdade de atividade coletiva dos funcionários do banco. “Esclareça-se, ainda, que não se trata, aqui, de tutelar apenas o direito individual do empregado litigante neste feito, mas principalmente de toda a coletividade de trabalhadores desta instituição reclamada, constitucionalmente assegurado”, disse.

Processo 0012155-21.2014.5.15.0028

Ação recisória

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TST mantém condenação de Oi por verbas trabalhistas de terceirizado24 de maio de 2015, 15h45

Ação rescisória — processo pelo qual se tenta desconstituir uma decisão já transitada em julgado — só é cabível quando a decisão questionada resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei. E, no caso de dolo processual, o cabimento está relacionado ao ato da parte que prejudica o vencido e induz o juiz a erro.

Assim decidiu a Subseção II Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho ao negar recurso da Oi (Brasil Telecom) que pretendia desconstituir decisão que reconheceu o vínculo de emprego de um trabalhador terceirizado e a condenou subsidiariamente pelas verbas trabalhistas do empregado.

A empresa pretendia a desconstituição da decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, por meio de ação rescisória, argumentando que o reconhecimento de vínculo de emprego decorreu de dolo processual do advogado do empregado, da utilização de prova falsa e de erro do magistrado ao examinar o conjunto dos fatos da reclamação trabalhista.

Entretanto, para relator, ministro Emmanoel Pereira, os fatos apontados pela empresa na petição inicial da rescisória e no recurso ordinário não estão relacionadas a atos que pudessem impedir a sua defesa ou induzir o juiz a erro na reclamação trabalhista. O fato de o advogado do empregado ter localizado trabalhadores da empresa contratada com o objetivo de ajuizar várias reclamações não caracteriza, por si só, obstáculo à defesa da Oi na ação matriz, afirmou. 

Quanto ao argumento de prova falsa, o magistrado esclareceu que a decisão regional manteve o reconhecimento do vínculo de emprego com base em prova emprestada utilizada com a concordância das partes, inclusive da Oi. Segundo ele, a empresa não demonstrou a alegada falsidade do depoimento utilizado como prova emprestada, de forma que não prospera a sua pretensão de ver desconstituída a decisão desfavorável.

Por último, o ministro afirmou que a pretensão desconstitutiva da Oi, fundamentada no inciso IX do artigo 485 do Código de Processo Civil, esbarra na Orientação Jurisprudencial 136 da SDI-2, uma vez que não houve erro de percepção pelo magistrado, mas mero inconformismo da empresa com a interpretação dos fatos e provas na decisão regional, o que não configura erro de fato, como alegado. Com informações da Assessoria de Imprensa do TST.

Processo RO-106200-79.2008.5.09.0000

Revista Consultor Jurídico, 24 de maio de 2015, 15h45

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