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EXMO (A) SR (A) DR (A) JUIZ (A) DA MMª ______VARA FEDERAL DO TRABALHO DE MACEIÓ /AL . Rito Ordinário – Alçada de R$ 40.000,00 LAERCIO D, brasileiro, casado, aposentado, nascido em 02/04/1959, filho de Lisete D, portador do RG n° 33333 SSP/AL, CPF n° 333.3333.033-30, CTPS nº 033333 – Série 0333 – AL e PIS n° 3333333, residente e domiciliado a Rua A, nº 01 SL, Lote 01, Quadra B-1, Gruta de Lourdes, Maceió/AL, CEP 33.333-560, respeitosamente comparece perante Vossa Excelência, por seu procurador infra-assinado, para apresentar RECLAMATÓRIA TRABALHISTA Contra PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. – PETROBRÁS, sociedade de economia mista, inscrição no CNPJ nº. 1

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Page 1:  · Web viewCom base nestes ensinamentos, não há dúvida de que a parcela anuênio integra o salário de forma definitiva e, por tal, não se confundir com as gratificações de

EXMO (A) SR (A) DR (A) JUIZ (A) DA MMª ______VARA FEDERAL DO TRABALHO DE MACEIÓ /AL .

Rito Ordinário – Alçada de R$ 40.000,00

LAERCIO D, brasileiro, casado, aposentado, nascido em 02/04/1959, filho de Lisete D, portador do RG n° 33333 SSP/AL, CPF n° 333.3333.033-30, CTPS nº 033333 – Série 0333 – AL e PIS n° 3333333, residente e domiciliado a Rua A, nº 01 SL, Lote 01, Quadra B-1, Gruta de Lourdes, Maceió/AL, CEP 33.333-560, respeitosamente comparece perante Vossa Excelência, por seu procurador infra-assinado, para apresentar

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

Contra

PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. – PETROBRÁS, sociedade de economia mista, inscrição no CNPJ nº. 33.000.167/0805-47, com endereço para citação em Av. Comendador Gustavo Paiva, Edifício Norcon, 2789, sala 808, Cep 57031-530, pelos motivos e direitos a seguir aduzidos:

P R E L I M I N A R M E N T E

I – DAS COMUNICAÇÕES E ATOS PROCESSUAIS:

Inicialmente requer que as comunicações dos atos processuais sejam feitas em nome do advogado GEOVANI VACISKI BARBOSA (OAB/AL 14.670-A), apresentando desde logo o endereço de seu escritório profissional, a Avenida da

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Paz, nº 1864, 11º andar, Cj. 1105, Centro, CEP. 57.020-440, Maceió/AL - fone (82) 3028-9288, e-mail: [email protected].

II - DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA:

As Comissões de Conciliação Prévia, implantadas pela Lei nº 9.958, de 12/01/2000, albergada pelo Artigo 625 – A. da CLT. “data vênia”, são apenas mais um meio de composição de conflitos posto à disposição das partes, cabendo ao trabalhador avaliar ao seu alvedrio sobre a conveniência de nela demandar, uma vez que o direito ao acesso ao Poder Judiciário foi alçado ao “status” de garantia constitucional, e por isto, não admite limitação imposta pela legislação ordinária.

Assim, sob pena de se ferir direitos e garantias individuais do reclamante, bem como, com fulcro no Princípio da Celeridade e Economia Processual, requer-se o recebimento e regular processamento da presente Reclamatória Trabalhista, por ser de direito e Justiça!

N O M É R I T O

1º - DA ADMISSÃO, CARGO E SALÁRIO:

O Reclamante foi admitido em 13/08/1979, exercendo por último cargo a função de técnico de segurança de trabalho, percebendo como salário básico a quantia de R$ 6.969,43 (seis mil novecentos e sessenta e nove reais e quarenta e três centavos). Teve rescindido seu contrato de trabalho em 15/06/2015.

2º - DA REVERSÃO DO PEDIDO DE DEMISSÃO PARA DEMISSÃO SEM JUSTA CAUSA:

Conforme prefacialmente exposto, o reclamante pediu demissão em 15/06/2015. Todavia, essa não era a real intenção do trabalhador. Explica-se:

A Reclamada não respeitava o intervalo intrajornada, bem como intervalo interjornada, além de excessivas horas extras diárias e sobreaviso. O quadro agravou-se quando o obreiro sofreu injusta redução salarial. Desta forma o autor estava arcando com prejuízos para continuar laborando na ré. Em decorrência da pressão psicológica diária sofrida pelo reclamante, sendo obrigado a cumprir jornadas excessivas de trabalho, não usufruindo de intervalos legais pelo excesso de demanda, humilhação pela chefia, sofrendo danos morais, o reclamante foi forçado a pedir demissão, pelo que requer a reversão do pedido de demissão para dispensa sem justa causa, que deverá ser declarada em sentença, tendo direito o obreiro ao pagamento das verbas rescisórias, até aqui não pagas, como aviso prévio a indenizar, integração do período de aviso prévio ao tempo de serviço da reclamante, 13º salário proporcional, FGTS + multa fundiária de 40%, bem como liberação das guias para percepção de seguro-desemprego. Requer a baixa na CTPS do autor para constar a data de demissão, com o computo do aviso prévio.

Autoriza-se desde já os valores pagos sob idêntico título, desde que devidamente comprovados nos autos

3º - VERBAS RESCISÓRIAS:

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Como dito no item pretérito, considerando a demissão sem justa causa em 15/06/2015, o reclamante nada recebeu de suas verbas rescisórias, pelo que faz jus ao percebimento das verbas rescisórias abaixo:

Aviso prévio: 90 dias, a indenizar; integração do período de aviso prévio ao tempo de serviço da reclamante, e, consequentemente faz jus à 10/12 avos de férias + 1/3, e 10/12 avos de 13º salário; Férias proporcionais de 10/12 avos + 1/3 constitucional; 01 Férias integrais + 1/3 constitucional; 01 Férias em dobro + 1/3 constitucional 13º proporcional de 10/12 avos; FGTS (8% + 40%) de todo o período contratual - comprovação dos depósitos fundiários mês a mês, com a liberação das guias pelo código 01, acrescido da multa de 40%, sob pena do art. 359 do CPC e de execução direta pelo equivalente a 8% da última remuneração, multiplicado pelo número de meses em que perdurou o contrato de trabalho (Resolução MTPS/CCFGTS NR. 28, de 06/02/91) Seguro Desemprego em número de 05 (cinco) parcelas, apuráveis pela média dos salários dos últimos (03) três meses anteriores à dispensa, conforme dispõe a Lei nº 7.998/90, em seus artigos 4º e 5º, § 1º e Art. 5º inciso III, da Resolução CODEFAT nº 64, de 28/07/94;

Desde já impugna-se o Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho, se por ventura, for apresentado pela reclamada, bem como os eventuais documentos emitidos e não assinados pelo reclamante.

Por fim, a empresa deverá ser condenada a indenizar-lhe os prejuízos sofridos, "ex vi" do artigo 927 do Código Civil.

4º - DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE:

Labutou o reclamante em condições insalubres, eis que exposto durante toda a contratualidade, a níveis inadequados de iluminação; temperatura; ventilação; e ruídos, além de contato com produtos químicos, estando os mesmos fora dos limites de tolerância ditados pela legislação vigente.

Faz jus, assim, em perceber o adicional de insalubridade em grau máximo, ou em grau e percentual a ser arbitrado em sentença, com base em perícia técnica que desde já requer.

A verba epigrafada deverá ter como base a remuneração do autor, ou, sucessivamente, o piso salarial da categoria, ex vi do artigo 7º, IV, in fine, combinado com o inciso, XXIII, do mesmo artigo, bem como pela disposição contida na Súmula 17 do C. TST, “verbis”:

“Nº 17    ADICIONAL DE INSALUBRIDADE (restaurada) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - O adicional de

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insalubridade devido a empregado que, por força de lei, convenção coletiva ou sentença normativa, percebe salário profissional será sobre este calculado.”

O referido adicional deverá integral o seu salário para todos os efeitos legais, refletindo em toda parcela salarial fixa paga mensalmente, a exemplo de RSR e com este em horas extras, férias + 1/3, 13º salário, aviso prévio, adicional noturno, horas extras e FGTS.

5º - DIFERENÇA DE PAGAMENTO DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE:

O adicional de periculosidade é pago a menor, vez que não incide sobre as parcelas salariais habitualmente pagas, tais como ATS, adicional de trabalho noturno, adicional de HRA, anuênio e complemento de RMNR e todas as demais parcelas salariais fixas, vez que pago com habitualidade. Pegue por exemplo o adicional de tempo de serviço, vez que este reveste de natureza salarial e, como tal, deve ser computado na base-de-cálculo do Adicional de periculosidade.

Estabelece o art. 457 da CLT que integra o salário não só o valor fixo ajustado, mas também as comissões, percentagens, gratificações, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador. Referido dispositivo está a indicar que as parcelas excluídas da base de cálculo do adicional de periculosidade, indicadas no §1º, do art. 193, da CLT, seriam aquelas de natureza indenizatória ou de pagamento eventual, nelas não podendo se incluir o adicional por tempo de serviço e demais parcelas elencadas na exordial.

Vejamos a lição de SÉRGIO PINTO MARTINS, onde o

mesmo, de forma enfática, esclarece a incidência do anuênio no cômputo do adicional de periculosidade, verbis:

"Na verdade, o adicional por tempo de serviço não pode ser chamado de adicional pois não visa ao maior esforço do empregado ou é devido por este ter trabalhado em condições mais gravosas, mas representa salário, que muitas vezes é chamado de anuênio, quinquênio, etc. O Enunciado nº 203 do TST estabelece que o adicional por tempo de serviço integra o salário para todos os efeitos legais. Entrará no cálculo de periculosidade, pois não se trata de gratificação, prêmio ou participação em lucros. O próprio Enunciado nº 226 do TST diz que a gratificação por tempo de serviço, isto é, o adicional por tempo de serviço, integra o cálculo das horas extras, justamente por se tratar de salário. O En. 240 do TST esclarece que o adicional por tempo de serviço integra o cálculo da gratificação dos bancários".

Com base nestes ensinamentos, não há dúvida de que a

parcela anuênio integra o salário de forma definitiva e, por tal, não se confundir com as gratificações de que trata o art. 193, §1º, da CLT, encontrando-se inserida no próprio conceito de salário, para fins de cálculo do adicional de periculosidade, a teor do entendimento expresso na Súmula nº 203 do Colendo Tribunal Superior do Trabalho.

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Diante disso, é devida a integração do anuênio e demais verbas declinadas ao salário do autor para efeito de cálculo do pagamento do adicional de periculosidade.

6º - PROMOÇÕES / CONGELAMENTO SALARIAL:

O reclamado instituiu, via norma interna de nº 30-04-00, de setembro de 1992, fixando procedimentos para concessão de aumentos por mérito e antiguidade a todos os empregados da companhia. A referida norma fixava reajuste salarial automático, variando a cada 12, 18 ou 24 meses, dependendo das avaliações.

No entanto, a partir de 1994 a ré não mais concedeu os aumentos por méritos automáticos, passando a conceder níveis, reajustes, de forma aleatória, violando portanto a norma fixada bem como o direito isonômico, também devido ao obreiro, já que todas suas avaliações foram positivas no decurso do contrato de trabalho.

E como sequer houve revogação formal e expressa da norma interna 30-40-00, as alterações posteriores não poderiam mutilar qualquer direito do operário, o que violou o artigo 7º, inciso VI da CF/88, artigos 9º, 444, 468 e 503 da CLT e Súmula de nº 51 do C. TST.

Estima o obreiro de deixou de receber 15 (quinze) promoções por mérito, evidenciando-se assim prejuízo ao trabalhador, estimando-se que a diferença entre um nível e outro seja de 10% (dez por cento), do ordenado do obreiro.

Assim, conforme exposto, são devidas diferenças de ordenado padrão ao autor, desde 1994, devendo a reclamada ser condenada a promover o aumento por mérito a cada interstício de 12 (doze) meses, face ao desempenho superior e satisfatório do obreiro durante toda a contratualidade.

Cumpre ainda esclarecer que os níveis concedidos através de CCT´s não se confundem com os aumentos por mérito ora requeridos e tampouco obsta a concessão dos mesmos.

Tais diferenças salariais geram diferenças em salários, horas extras pagas e reclamadas e repousos semanais remunerados, férias + gratificação de férias, 13º salários, FGTS + 40%, adicional de periculosidade, RMNR, anuênio, qüinqüênio, licença prêmio, gratificações semestrais e demais parcelas fixas salariais de todo o período contratual.

7º. - REDUÇÃO SALARIAL – ILEGALIDADE / FRAUDE:

Durante o período imprescrito, ocorreu redução salarial do autor, eis que sem qualquer justificativa a reclamada suprimiu a gratificação de cargo/função percebida pela autora havia mais de 10 (dez) anos, agindo assim em

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total afronta ao artigo 7º, VI da CF/88, art. 468 da CLT e da Orientação Jurisprudencial nº 45 da SDI-I do C. TST, atual Súmula de nº 372, I do C. TST.

Ainda, o art. 9º Consolidado reputa nulo de pleno direito qualquer ato praticado com o objetivo de impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos trabalhistas nela previstos.

Em razão de tal fato, o reclamante sofreu redução salarial, cujo percentual, estima-se ser na ordem de R$ 7.000,00 (sete mil reais). Lembre-se que tais verbas também eram observados para efeitos de pagamento de férias + 1/3, 13º salário, horas extras, anuênios, RMNR e FGTS, o que também acarreta a existência de mais perdas salariais.

Destarte, faz jus o obreiro, ao pagamento de tais verbas, desde a redução ocorrida até a sua demissão, a ser paga na primeira oportunidade em que a ré falar aos autos, sob às cominações impostas pelo art. 467 da CLT. Deverá ainda a reclamada colacionar aos autos as fichas financeiras e funcionais do autor, sob pena da norma insculpida no artigo 359 do CPC.

8º – DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL / DIFERENÇA SALARIAL: Labutou o autor durante toda contratualidade, em igual

função que seus colegas, Sr. JACQUESON DA SILVA, Sr. PAULO ROBERTO RANGEL e Sr. ELICSON OLIVEIRA, também com igual produtividade e perfeição técnica, percebiam salários superiores ao seu em 60% (sessenta por cento).

Para comprovação do exposto, requer, a apresentação pela reclamada, na primeira oportunidade em que falar nos autos, de todas as fichas funcionais e financeiras do autor e de seu paradigma, de todo período em epígrafe contratual, tudo sob as cominações do art. 400, incisos I e II do novo CPC, ressalvando-se o direito de manifestar-se sobre os mesmos.

Presentes os requisitos do artigo 461 da CLT, faz jus assim às

diferenças oriundas da equiparação salarial, referentemente a todo o período contratual, conforme apurado for em regular execução, com reflexos em salário base, gratificação de função/cargo, anuênio, férias + gratificação de férias, gratificações, comissões, adicional por tempo de serviço, 13º salário, horas extras pagas e reclamadas, aviso prévio indenizado, FGTS de 11,20% e repouso semanal remunerado.

Sucessivamente, no caso da reclamada alegar a existência de um plano de cargos e salários, legalmente constituído e válido, a autora formula o seguinte pleito: requer seja promovido o seu reenquadramento para o mesmo cargo ocupado pelo empregado acima citado e consequente pagamento das diferenças salariais, estimadas em 60% (sessenta por cento), considerando o desvio de funções e o princípio da isonomia, com reflexos em salário base, gratificação de função/cargo, adicional por tempo de serviço, anuênio, férias + gratificação de férias (100%), gratificações, comissões, 13º salário, adicional de periculosidade, adicional de

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insalubridade, RMNR, adicional por tempo de serviço, horas extras pagas e reclamadas, aviso prévio indenizado (90 dias), FGTS de 11,20% e repouso semanal remunerado, pelo motivos acima já informados.

Ressalte-se que o princípio isonômico também reforça a tese do reclamante e autoriza o deferimento da pretensão.

9º - HORAS EXTRAS / REFLEXOS LEGAIS:

O Demandante, desenvolveu seu labor nos campos de produção de petróleo, trabalhando em escala de 14 (catorze) dias de trabalho por 21 (vinte e um) dias de folga, ou mesmo 1 x 1,5, em regime de sobreaviso, com jornada que iniciava às 06:00hs às 22:00hs, com pausa de 15 minutos para almoço e jantar, mas sem pausa para descanso, mas era quitado parcialmente na forma de HRA. Enfim trabalhava em total confinamento em plataforma de petróleo sendo submetido a jornadas superiores a estatuída na Lei 5.811/72.

Laborava o obreiro em dias de folga, numa média anual de 4 (quatro) convocações, sendo que cada convocação ocorria por 4 (quatro) dias consecutivos, com jornada de trabalho idêntica a mencionada no item retro, ou seja, das 08:00hs ás 19:00hs, com 30 minutos para alimentação, sem contudo a empresa remunerar pelas atividades realizadas no período da folga.

O reclamante era também convocado para realização de cursos e treinamento no período da folga, numa média anual de 4 (quatro) cursos de 40 horas cada, sem, contudo a empresa quitar as horas extras correspondentes aos dias de curso.

A empresa habitualmente pagava horas extras (dobras) quando coincidia trabalho em feriados nacionais, estaduais e municipais e dias santificados. Acontece que a partir de outubro de 1998 a Reclamada deixou de pagar horas extras a título de dobras. Só a partir do ACT - 2009/2011, com vigência iniciando em 01.09.2009, se propôs a pagar apenas os feriados de natal, ano novo, carnaval (segunda-feira, terça-feira e meio dia da quarta-feira de cinzas) e dia do trabalhador (01/05/2010) consoante se verifica na cláusula 24ª do ACT-2009/2011 e a partir de 01.09.2011 passou também a pagar com horas extras (dobras) o trabalho no de 7 de setembro, conforme se infere na cláusula 26ª do ACT - 2011/2013.

 Durante todo o pacto o Reclamante trabalha, anualmente, 15 (quinze) feriados, quais sejam: 01/01 - Ano Novo; carnaval (segunda, terça e meio dia da quarta-feira); 24/01 a 02/02 – festa da padroeira de N. Sra. Pilar; 16/03 - Emancipação política de Pilar; Sexta Feira da Paixão; 21/04 - Dia de Tiradentes; 28/04 – última pena morte do Brasil; 01/05 - Dia do Trabalhador; Corpus Christi; 24/06 – Feriado de São João; 29/06 – dia de São Pedro; 07/07 – celebração de Artur Ramos; 07.09 - Dia da Independência; 16/09 - Emancipação Política de Alagoas; 12.10 - Padroeira do Brasil; 02/11 - Dia de Finado; 15/11 - Proclamação da República; 20/11 – consciência negra; 25/12 - Natal; contudo a reclamada não pagou as dobras devidas em tais datas, a exceção dos feriados de natal (2009, 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014), ano novo (2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015), segunda-feira, terça-feira e meio dia da quarta-feira de cinzas (2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015) e dia do trabalhador (2010, 2011, 2012, 2013 e 2014)

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abrangido pela cláusula 24ª do ACT-2009/2011, e sete de setembro dos anos 2011, 2012, 2013 e 2014, por conta da cláusula 26ª do ACT - 2011/2013.

Pelas horas extras prestadas, não percebeu o reclamante a devida contraprestação pecuniária de direito.

Assim, tem direito ao recebimento de: a) todas as horas excedentes da sexta diária e trigésima semanal, sucessivamente as excedentes da oitava diária e quadragésima semanal, alternativamente as excedentes da décima segunda diária e quadragésima oitava semanal, de segunda a domingo; b) pagamento de horas extras realizadas nos períodos de folga, seja para convocação ao trabalho ou convocação para cursos (cláusula 16ª e 22ª do ACT 2009/2011, cláusulas 17ª e 24ª do ACT 2011/2013, cláusulas 16ª e 24ª do ACT 2013/2015); c) o pagamento das dobras pleiteadas, com acréscimo de 100%, dobrada para domingos e feriados, tendo-se como divisor 168 horas, nos termos das cláusulas 16ª e 22ª do ACT 2007/2009, cláusulas 16ª e 22ª do ACT 2009/2011, e cláusulas 17ª e 24ª do ACT 2011/2013; d) horas extras decorrentes dos intervalos intrajornada e inter jornada não concedidos (arts. 66, 67 e 71 da CLT), na sua integralidade, garantido o mínimo de uma hora diária e onze horas diárias integrais, respectivamente, com reflexos salariais (Súmula 437 do C. TST). Ainda, as horas extras, inclusive decorrentes dos intervalos intrajornada e inter jornada, devem ser calculadas levando em conta a totalidade das verbas salariais recebidas, além dos demais pleitos da presente demanda (Súmula 264 do C. TST), utilizando-se o divisor 168 (cláusula 17ª e 24ª do ACT/2011/2013 e cláusulas 16ª e 24ª do ACT 2013/2015 c/c Súmula 124 do C.ª TST), com acréscimo mínimo legal de 100%, (CCT´s), e, para as laboradas em sábados, domingos e feriados, a dobra (CF/88, art. 7º, XVI), ou seja: nos termos da Súmula 146 do C. TST. Sendo habituais, as horas extras devem ser computadas no cálculo de descansos semanais remunerados, assim considerados os sábados (cláusulas convencionais), domingos e feriados (Súmula 172 do C. TST) quais sejam: 13º salários, férias, gratificações de férias (100%) e FGTS, durante o pacto. A remuneração do Repouso Remunerado deverá refleti-las na mesma proporção existente entre uma jornada normal de sobreaviso e o correspondente período de Repouso Remunerado, observada a seguinte proporção: No regime de turno ininterrupto de revezamento de 12 horas, a proporção de 1,5 (um e meio) dia de repouso remunerado para cada dia de trabalho, conforme cláusulas 98 (ACT 2011/2013), 87 (ACT 2009/2011), 79 (ACT 2007/2009) e 76 (ACT 2005/2007), em anexo. É indubitável que o regime de trabalho do Reclamante é de 14 x 21 (catorze dias de trabalho por vinte e um dias de folga), sendo o limite de dias confinados trazido também na redação do artigo 8º, da lei 5.811/72. Portanto, quaisquer embarques, por exemplo, que ultrapassem os 14 dias deverão ser computados como horas extras, bem como deverão ser pagas as correspondentes folgas suprimidas (não pagas pela Reclamada). Contudo, se, por exemplo, o Reclamante fica um dia a mais, o valor da folga que deverá ser paga tem que equivaler a 1,5 (um dia e meio), conforme exposto no parágrafo anterior. Cabe ainda destacar que o repouso remunerado da Lei 5.811/72 tem em tudo sentido idêntico ao da Lei 605/49 – até por determinação expressa do artigo 7º do primeiro diploma – sendo ainda mais importante seu gozo imediatamente subsequente a cada período de trabalho, em razão do também extraordinário desgaste físico implicado. Apurado corretamente o real “saldo de folgas” – na verdade, repouso remunerado suprimido - do Reclamante, deverá este ser remunerado: A) com o normativo acréscimo de 100%, por sua natureza extraordinária, como previsto nas

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atuais Cláusulas 22, 24 e 27 do atual Acordo Coletivo dos empregados da Ré, como sempre integrantes dos pactos coletivos anteriores (em anexo), e abaixo transcritas, ou; B) SUBSIDIARIAMENTE, em “dobro”, na forma com que dispõe o artigo 9º, da Lei 605/49. Portanto deve a Reclamada proceder ao pagamento do Descanso Semanal Remunerado (DSR) sobre as horas extras e dobras quitadas na forma acima disposta, ou seja, na razão de 1,5 horas para cada hora trabalhada (1,5 x 1,0), bem como, sobre as horas extras e dobras não quitadas, por ser verba acessória, seguindo assim a mesma sorte da principal. Por fim, cumpre-nos informar que o objeto da presente demanda já é por demais conhecida em nossos Tribunais, motivo pelo qual o Autor faz a juntada de julgados de 04 (quatro) Turmas do Tribunal da 1ª Região que analisaram o objeto, embora existente decisões no mesmo sentido nas demais turmas, relacionados aos seguintes processos: 0000235-70.2013.5.01.0482 (4ª TURMA); 0000783-98.2013.01.0481 (6ª TURMA); 0001226-51.2010.5.01.0482 (9ª TURMA); 0000892-80.2011.5.01.0482 (1ª TURMA). Ambos, horas extras e DSR's, repercutem no cálculo de férias + 90% (condição contratual, norma mais benéfica), 13º salário, aviso prévio (90 dias – Lei 12.506/11) e FGTS + 40%.

10º - DO TRABALHO REALIZADO NO 15º DIA - DIA DA RENDIÇÃO).

Em que pese a escala ser de 14 x 21 (14 dias de trabalho x 21 dias de folga) o Demandante trabalhava no 15º dia, posto que só largava o trabalho no dia seguinte ao fim de sua jornada do 14º dia, uma vez não existir voo noturno de helicóptero. Considerando que a saída sempre se dava no 15º dia, especificamente as 15h00min horas, o reclamante sempre era solicitado para alguma atividade até deixar a plataforma.

Assim deve a Reclamada 09h00min (nove) horas extras pelo labor no 15º dia, devendo ser pagas na base de 100%, considerando como divisor 168 horas, conforme previsto nas cláusulas 17ª e 22ª do ACT 2011/2013.

11º - DO TRABALHO REALIZADO NO 8º DIA - DIA DA RENDIÇÃO):

Em que pese a escala ser de 14 x 21 (14 dias de trabalho x 21 dias de folga) em jornada das 06h00hs e se prolongando até às 22:00hs, uma vez por ano o reclamante laborava durante 7 dias no turno das 19:00hs até as 07:00hs. Em virtude desta jornada o Demandante trabalhava no 8º dia, posto que só largava o trabalho no dia seguinte ao fim de sua jornada do 7º dia, uma vez qe deveria cumprir a jornada até o dia seguinte. Considerando que a saída sempre se dava no 8º dia, o reclamante sempre era solicitado para alguma atividade até deixar a plataforma.

Assim deve a Reclamada 09h00min (nove) horas extras pelo labor no 8º dia, devendo ser pagas na base de 100%, considerando como divisor 168 horas, conforme previsto nas cláusulas 17ª e 22ª do ACT 2011/2013.

12º - DA REDUÇÃO FICTA DA HORA NOTURNA:

Com o vigor do art. 73, § 1º da CLT, a hora de trabalho noturna é computada como 52' e 30" (cinquenta e dois minutos e trinta segundos). Portanto, a Reclamada durante todo o pacto laboral não observou o dispositivo

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Page 10:  · Web viewCom base nestes ensinamentos, não há dúvida de que a parcela anuênio integra o salário de forma definitiva e, por tal, não se confundir com as gratificações de

consolidado quando o Demandante laborou na escala noturna, trabalhando a mais 7',30" (sete minutos e trinta segundos) por hora, considerando como hora noturna o horário das 22:00 às 07:20, face a prorrogação da hora noturna uma vez que cumprida integralmente a jornada no período noturno Perfaz um total de 01:30 (uma hora e trinta minutos) diária devido a título hora ficta noturna. Este tem sido, inclusive, o entendimento já pacificado por esta Corte, por meio da Orientação Jurisprudencial da SBDI-1/TST nº 342.

Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas.

Desta forma, deve ser computada a redução ficta da hora noturna até e devem ser pagas na base de 100% e devendo ser considerando como divisor 168 horas, nos termos das cláusulas 16ª e 22ª do ACT 2009/2011, cláusulas 17ª e 24ª do ACT 2011/2013 e cláusulas 16ª e 24ª do ACT 2013/2015.

13º - SUCESSIVAMENTE AINDA / DO ADICIONAL NOTURNO / PRORROGAÇÃO DA JORNADA / DIFERENÇAS:

Sobre as horas labutadas entre as 22:00 horas de um dia

até o término da jornada do outro dia, observada a jornada reduzida disposta no artigo 73, § 1º e 5º da CLT c/c Súmula 60, II do C. TST, evidentemente, faz “jus” ao adicional noturno com o adicional constitucional de 100% (cem por cento), vide cláusula 20ª (exemplo: CCT´s 2014/2015, o qual deverá integrar o salário do obreiro para todos os efeitos legais, refletindo em férias + 90% (condição contratual, norma mais benéfica), 13º salário, aviso prévio (90 dias – Lei 12.506/11) e FGTS + 40%, observando o contido na Súmula 362 do C. TST.

14 - HORAS DE SOBREAVISO / DIFERENÇAS:

O reclamante, desde a sua admissão, sempre ficou de sobreaviso, em estado de alerta 24 horas por dia, já que laborava em plataforma marítima.

Afaste-se a OJ nº 49, do C. TST, uma vez que a norma instituída pelos réus, mais benéfica ao empregado, deve ser aplicada no presente caso. O pagamento das horas de sobreaviso, sejam aquelas prestadas pelo telefone celular, residencial ou por qualquer outro meio de comunicação, merece ocorrer.

Desta forma, o reclamante faz jus ao recebimento correto (eis que os réus não cuidaram de efetuar o pagamento da forma devida) das horas de sobreaviso, no percentual de 40% sobre o valor da hora normal, devendo ser observado o salário devido ao empregado, após todas às integrações postuladas no presente feito. As horas prestadas em sábados, domingos e feriados merecem pagamento dobrado.

As horas de sobreaviso devem ser computadas no cálculo de descansos semanais remunerados, assim considerados os sábados (cláusulas convencionais), domingos e feriados (Súmula 172 do C. TST). Ambos, horas extras e DSR's, repercutem no cálculo de férias + 90% (condição contratual, norma mais benéfica), 13º salário, aviso prévio (90 dias – Lei 12.506/11) e FGTS + 40%, observando o contido na Súmula 264 e 362 do C. TST.

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15º - HORAS EXTRAS / IN ITINERE:

O obreiro era coletado pelo reclamado 24 horas de antecedência no início da jornada e devolvido a sua residência 24 horas posterior a saída da plataforma marítima.

Pelo que, faz jus o obreiro a receber as horas extras in itinere, consoante preceitua o artigo 58, § 2º da CLT, alterada pela lei 10.243/2001 c/c Súmula 90 do C. TST.

Deste modo, pugna o obreiro pelo acolhimento do pleito, devendo ser considerado o tempo gasto com transporte fornecido pela reclamada como tempo à disposição.

Desta forma, o reclamante faz jus ao recebimento da hora extra a disposição da reclamada – “in Itinere”, no percentual de 100% sobre o valor da hora normal, ser computadas no cálculo de descansos semanais remunerados, assim considerados os sábados (cláusulas convencionais), domingos e feriados (Súmula 172 do C. TST). Ambos, horas extras e DSR's, repercutem no cálculo de férias + 90% (condição contratual, norma mais benéfica), 13º salário, aviso prévio (90 dias – Lei 12.506/11) e FGTS + 40%, observando o contido na Súmula 264 e 362 do C. TST.

16º. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS – PLR:

A Reclamante não recebeu o PLR referente ao exercício de 2015, sendo certo que, a Lei 10.101/2000, e a prevê a obrigatoriedade de pagamento deste consectário, devendo a Reclamada ser condenada ao pagamento de tal consectário.

Desta feita, considerando que sempre tem lucro, deverá a mesma ser compelida ao pagamento do PLR, inclusive projetando o aviso prévio indenizado, julgando procedente este pedido.

17º. DA PERDA DE UMA CHANCE – DOS DANOS MATERIAIS:

O autor, face a pressão psicológica, ante redução salarial, condições mínimas de trabalho, se viu coagido a pedir demissão, todavia a reclamada estava em processo de desligamento de funcionários do seus quadros via PDV, o que amenizaria o drama sofrido pelo obreiro, pois ao menos receberia uma vantagem financeira que o mesmo sequer teve.

Diante do pedido de demissão do autor, o mesmo perdeu toda vantagem de aderir ao PDV, cujo dano estima-se seja em R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais). Caso não seja o entendimento de Vossa Excelência, da extensão do verdadeiro dano material, roga seja a reclamada compelida a carrear nos autos, a cartilha de desligamento de PDV, aplicando-se a vantagens alí consignadas no caso concreto do autor, para condenar a reclamada ao pagamento das verbas trabalhistas a que o autor faria jus naquela modalidade de

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desligamento ofertada a todos empregados que detinham direito ao enquadramento da referida adesão, como é o caso do obreiro.

O autor está tendo seus direitos trabalhistas ceifados, uma vez que fora coagido a desligar-se numa insanidade sem tamanho, pois apenas em dois dias, pasmem: dois dias de seu desligamento, a reclamada implantou o programa de desligamento voluntário – PDV, com condições de desligamento mais amenas a ruptura contratual.

Imperiosa, portanto, é a condenação da reclamada em pagamento de indenização pelas chances de emprego perdidas, e pelos valores que receberia se estivesse trabalhando para outra empresa.

Cristalina é o dano material sofrido, sendo este o posicionamento do nosso E. Tribunal:

23093508 - DANO PRÉ-CONTRATUAL. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. EXPECTATIVA DE CONTRATAÇÃO. PERDA DE UMA CHANCE. A existência de atuação desleal, ilícita ou imoral antes, durante, ou depois da vigência do contrato e que acarrete dano deve ser devidamente indenizada, considerando os danos morais ou materiais decorrentes dos atos ou omissões irregulares. A reparação do dano pré-contratual atende aos prejuízos relativos à frustração da formação do contrato, o que ocorreu no caso dos autos, pois a empresa chegou a reter a CTPS do reclamante bem como lhe cedeu uniformes para utilização no trabalho, lhe incutindo razoável expectativa de contratação, a qual não se efetivou. No período em que a reclamada reteve a CTPS obreira não pode o autor procurar novo emprego, devendo a reclamada indenizá-lo em razão da teoria da "perda de uma chance". Assim, comprovados os prejuízos relativos à frustração da formação do contrato de trabalho, é devida indenização pelos danos materiais e morais. (TRT 9ª R.; RO 01266/2013-322-09-00.5; Quarta Turma; Rel. Des. Célio Horst Waldraff; DEJTPR 07/10/2014) - Nota: Repositório autorizado do STF nº 41/2009, do STJ nº 67/2008 e do TST nº 35/2009

RESPONSABILIDADE CIVIL PRÉ-CONTRATUAL. ATO DISCRIMINATÓRIO. PERDA DE UMA CHANCE. INDENIZAÇÃO DEVIDA. A aplicação da teoria da responsabilidade civil por perda de uma chance exige prova de que o ato ilícito retirou do ofendido uma oportunidade real e séria de obter uma situação futura melhor. Demonstrada a frustração da promessa concreta de admissão, em razão da perpetração de ato discriminatório por parte da empresa pré-contratante, o trabalhador preterido faz jus à indenização pela perda da chance de ingressar no emprego que lhe garantiria maiores condições de crescimento profissional, além de melhores remuneração e benefícios. Recurso ordinário da reclamada a que se nega provimento. (TRT-PR-01472-2011-025-09-00-8-ACO- 22890-2012 - 7A. TURMA. Relator: BENEDITO XAVIER DA SILVA. Publicado no DEJT em 25-05-2012).

23084880 - INDENIZAÇÃO PELA PERDA DE UMA CHANCE. EX. EMPREGADA COAGIDA A NÃO AJUIZAR AÇÃO TRABALHISTA PARA ASSEGURAR A MANUTENÇÃO DO EMPREGO DO MARIDO, NA MESMA EMPRESA. DANOS MATERIAIS CONFIGURADOS. Sofre inegáveis danos materiais a empregada dispensada e que sofreu coação, por parte da empresa onde também trabalha seu marido, para que não ajuizasse ação trabalhista, de forma a manter o emprego do cônjuge. A coação, exercida de forma ostensiva até que decorresse o prazo de prescrição bienal, impediu que a trabalhadora postulasse em juízo as verbas a que

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entendia fazer jus, no momento oportuno. Os danos consistem nas parcelas que deixou de obter porque sua exigibilidade foi fulminada pela prescrição parcial, bem como no desfalque financeiro pela demora em ver os direitos reconhecidos e os valores executados oportunamente. A despeito de o primeiro acórdão haver afastado a prescrição total, com base no entendimento de que ocorreu uma condição suspensiva atípica e abusiva, os prejuízos remanescem, pois a disponibilidade de verbasdevidasfoi consideravelmente postergada. Liame causal direto que se reconhece para o fim de conferir indenização por danos materiais, com base no art. 422, do Código Civil Brasileiro, que preconiza os princípios da probidade e da boa-fé, seja ao longo da execução dos contratos, seja após sua dissolução. Recurso provido para condenar o réu ao pagamento de indenização por danos materiais. (TRT 9ª R.; RO 1623-92.2010.5.09.0028; Segunda Turma; Relª Desª Ana Carolina Zaina; DEJTPR 11/06/2013)

Roga pelo acolhimento da pretensão autoral, condenando a reclamada dano material, conforme pleiteado.

18º. ALTERNATIVAMENTE / DO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO PREVISTA EM CASO DE DESLIGAMENTO:

Como dito alhures, o reclamado instituiu um programa para os empregados que são desligados, por PDV, mas não oportunizou o mesmo ao obreiro, em total deslealdade com o operário.

A reclamada, ciente do programa, se valeu da condição psicológica do obreiro, para prejudica-lo.

Logo, sem qualquer justificativa e ferindo o princípio da isonomia - o reclamado não adimpliu ao reclamante a verba aludida aos demais trabalhadores desligados, atacando o direito adquirido seu, eis que se trata de indenização paga aos demais empregados.

Assim, como não dispensou o mesmo tratamento a todos os seus empregados, beneficiando uns com o pagamento de uma indenização e não outros, feriu o princípio da igualdade, assegurado pelo art. 5º, caput, da Constituição Federal, pelo qual é ilegal qualquer discriminação, ainda que indireta, não permitindo qualquer distinção entre aqueles que se encontram em uma mesma situação jurídica.

E, ressalte-se, não se está aqui falando a respeito de um prêmio, uma mera liberalidade do empregador, mas de um verdadeiro regulamento interno da empresa, gerador de direitos e obrigações, bem como pago habitualmente, conforme demonstra o cenário probatório da demanda.

Para comprovar tais fatos, a reclamante acosta aos autos alguns TRCT's que comprovam tal pagamento, o que presta a fundamentar a sua pretensão, através destes paradigmas, indicando de forma inquestionável o

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ferimento ao princípio da isonomia, requerendo desde já sejam admitidos como prova emprestada (CPC art. 332). Seguem referidos documentos:

a) TRCT de MARCOS EUGENIO DE SOUZA CLIMACO, onde consta que o mesmo recebeu a título de “INCENTIVO A TITULO DE DEMISSÃO” o valor de R$ 585.160,12.

A teor do art. 444, da CLT, as partes podem pactuar livremente, em tudo o que não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos e às decisões de autoridades competentes.

Contudo, uma vez estipulada a benesse, mesmo que por mera liberalidade do reclamado, esta incorpora-se ao contrato de trabalho, não podendo ser alterada sem consentimento e em prejuízo do obreiro.

Destarte, com fundamento nas próprias normas do Reclamado e nos princípios da equidade previstos na CF, art. 5º, caput e 7º, inciso XXX, e nos artigos 9° e 547, parágrafo 1º, da CLT, o Reclamante faz jus à gratificação noticiada.

Desta forma, postula o reclamante que o reclamado seja compelido a pagar uma indenização correspondente a mesma indenização paga aos demais funcionários, já computando inclusive a inclusão da parcela pleiteada referente a redução salarial, devidamente corrigida e acrescida de todos os pedidos de natureza salarial constantes nesta lide trabalhista, devendo esta refletir em FGTS + 40%.

Requer que a referida indenização seja paga na primeira audiência sob pena da dobra prevista no artigo 467 da CLT. Requer ainda, que o réu apresente o regulamento de instituição do benefício, sob pena do art. 400 CPC, sendo considerados verdadeiros os fatos acima articulados.

19º - DANO MORAL:

Tem direito o reclamante em receber indenização por danos morais, devendo a reclamada ser condenada a indenizar-lhe os prejuízos sofridos, “ex vi” dos artigos 186 c/c 924 e 927, ambos a do Código Civil Brasileiro.

Dos fatos ocorridos: Deseja o reclamante relatar episódios decorrentes de seu trabalho, que fatalmente acarretarão uma indenização por DANO MORAL E MATERIAL.

Como já noticiado, o autor trabalhou junto à reclamada, confiando e acreditando na empresa, mas teve que conviver com a decepção de ser traído pela empresa, sendo prejudicado pela sua conduta.

A reclamada, sabedora da implantação de um programa de demissão voluntária na ré, criou em relação aos seus funcionários um clima de terror, para que muitos pedissem demissão. Após certo período, para os que restaram, implantou um programa de PDV.

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No caso do obreiro, a reclamada retirou cerca de R$ 7.000,00 (sete mil reais) de sua remuneração, o que importou numa drástica redução salarial. Ainda, não contente, a reclamada alterou o local de trabalho do obreiro, passando este a trabalhar em uma sala no administrativo, sem as mínimas condições de trabalho. Tal fato humilhou o obreiro, criando uma pressão psicológica diante do abalo moral que indubitavelmente ocasionou sua atitude de desligamento, tudo premeditado pela empresa, em total torpeza e vilania.

Registre-se que há colegas do obreiro se inclusive, diante de tal conduta, tendo o Sr. Luiz Carlos Mendonça Almeida, que diante da pressão, cometeu suicídio, deixando uma carta onde incriminou a empresa. Tal fato está contido na RT de nº 0001424-44.2016.5.19.0008.

Segundo o festejado jurisconsulto Maurício Rands, na obra “O Direito e o Combate ao Racismo” atesta que “... referida lei veio a dar concretude aos princípios da não discriminação proclamados no caput do art. 5º, e nos incisos XXX, XXXI e XXXII do art. 7º da Constituição Federal. A partir de sua vigência, a proteção do trabalhador em face do comportamento discriminatório do empregador passou a ser assegurada nas três fases relacionadas com o contrato de trabalho. Veda-se a discriminação nas fases de acertamento (pré-contratual), de desenvolvimento do contrato e na terminação do vínculo”.

Tem direito, portanto o reclamante em receber indenização por dano moral, devendo a reclamada ser condenada a indenizar-lhe os prejuízos sofridos, “ex vi” do artigo 186 do Código Civil Brasileiro.

A reparação esperada, há de ser arbitrada pela Justiça, considerando-se o salário do reclamante e a situação criada. Espera-se a fixação de valor correspondente a 200 (duzentas) vezes a sua última remuneração, a título de indenização por dano moral.

O reclamante trabalhou junto aos réus por anos, sempre cumprindo seu trabalho com honestidade, profissionalismo e esmero, nada tendo de desabonar para que a ré agisse com as condutas tomadas.

Cumpre aqui citar um trecho da obra do eminente e atual doutrinador MARCO ANTONIO SCHEURER DE SOUZA, “O dano moral nas relações entre empregados e empregadores”, página 344:

“O empregado, outrossim, também possui o direito de ver mantida íntegra a imagem que ele conseguiu, pelos esforços próprios, criar em torno de sua pessoa, como homem de bem, como profissional de competência e confiança, e assim, por diante. O empregador não poderá atacar essa imagem, sem que com isso venha ter que reparar os danos morais resultantes”.

Cabe ao autor o ressarcimento de todos os males que o empregador lhe causou por um ato abusivo e discriminatório, que causou tantos aborrecimentos e danos morais.

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Certamente a situação gerada pela empresa proporcionou um campo fértil para prejudicar o autor em seu íntimo, com reflexos em toda a sua atividade profissional, já que a reclamada era sabedora da implantação de PDV, assim prejudicou o obreiro, reduzindo seu salário e alterando seu local de trabalho, tudo para que o mesmo se desligasse.

A respeito do dano moral, citamos o Ilustre Dr. CLAYTON REIS, que em sua obra “DANO MORAL”, 4ª edição, 1995, pág. 103 e seguintes, ensina:

“A finalidade da reparação dos danos extrapatrimoniais não se assenta em fatores de reposição senão de compensação”.

Podemos dizer que a indenização tem função sancionatória ao causar dor do dano e é muito importante até sob o ponto de vista psicológico-social. Aquele que indenizar, mesmo que forma amigável, sentirá o aspecto sancionatório da indenização. O dano eminentemente moral uma vez causado, não volta ao seu estado anterior, portanto a reparação, reside em pagamento pecuniário, que possibilite ao lesado uma satisfação compensatória da sua dor intima, em virtude de ação ilícita do lesionador.

O fato, de ser o agente do ato ilícito, compelido a pagar indenização, faz com que seus atos (doloso ou culposo), sejam repensados, antes de praticá-los novamente.

O ato de não oferecer atenção devida a seus empregados causa desconforto espiritual ao reclamante, bem como danos externos de monta, independente de prova, pois presumido, mesmo assim, basta o dano interno para que se configure a existência do dano moral.

O dano moral constitui um atentado a valores extra-patrimoniais, como o bom nome, a saúde, a integridade física, a honra, a intimidade de alguém ou quaisquer outras situações individuais da vida do homem, como sustenta MARIA JOSÉ F. BARREIRA ARAÚJO, no artigo “O Dano Moral e sua Identificação”, publicado na Revista da Faculdade de Direito de Fortaleza, julho/dez/89, p. 114.

Por todo o exposto, requer seja o reclamado condenado a pagar ao reclamante indenização por dano moral, correspondente ao valor de 200 vezes o seu salário atual com juros e correção monetária até a data do pagamento ou algum outro valor que venha a ser arbitrado por este MMº Juízo, respeitando o pleito mínimo de cem vezes sua última remuneração.

A fixação do montante indenizatório deve ser rigorosa, na medida em que esta postura contribuirá para a ação delituosa do ofensor. Aliás, é uma maneira adotada pelos países civilizados para penalizar de forma contundente aqueles que praticam atos ilícitos.

Espera-se com este pedido de indenização, a compensação pelos danos morais sofridos e que o Ilustre Magistrado defina os valores com base em seu poder discricionário, fixando o “quantum” indenizatório por arbitramento, a teor do artigo 1553 do CCB.

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Porém, para atender o dispositivo do artigo 286 do CPC, levando em conta o critério da proporcionalidade e razoabilidade, entende-se por justa a indenização a título de dano moral correspondente ao mínimo de 200 vezes a sua última remuneração.

20º - CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA:

Com a publicação da Emenda Constitucional nº 20, passou a Justiça do Trabalho a ter competência para exigir o recolhimento da contribuição previdenciária (parte da reclamante) sobre as parcelas salariais decorrentes da execução, respeitando o limite máximo de contribuição, o qual deve ser calculado sobre o montante da execução e não mês a mês, porque há prejuízo ao reclamante, pois, a incidência mês a mês produz incidência diversa da realidade, visto que se tivesse sofrido o desconto nos seus vencimentos à época própria, certamente haveria meses que teria contribuído com teto (limite máximo da contribuição previdenciária).

21º - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA:

O reclamante, por ser pessoa pobre na acepção jurídica do termo, terá dificuldade em arcar com custos processuais, pericias etc., sem prejuízo do sustento de sua família. Logo, com base no permissivo legal (Leis 1.060/50 e 5.584/70), roga pelo acolhimento do pedido.

22º - DO INDEXADOR PARA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA / DO INPC:

Cumpre ainda mencionar que, cada vez mais nítido é o fato de que a utilização da TR – taxa referencial – como indexador não preserva o crédito trabalhista da inflação havida.

Comparando-se a atualização baseada na TR e no IPCA-E (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial), calculado pelo IBGE, com variação do IGP-M (Índice Geral de Preços Médios), também utilizado como indexador por alguns Tribunais, considerando um período médio, é possível observar, com clareza, que aqueles que se utilizaram da Taxa Referencial de Juros sofreu grande perda, restando, o direito, defasado.  

Diante deste fato, requer seja a verba a ser deferida ao empregado, atualizada pelo indexador INPC (com supedâneo isonômico a IN nº 3 do C.TST, em seu inciso VI), ou sucessivamente, o IPCA-E (com supedâneo no julgado ArgInc-479-60.2011.5.04.0231 do C.TST).

Isto porque segundo a IN nº 3 do C.TST, em seu inciso VI, determina que os valores recolhidos a título de garantia do Juízo sofrerão correções pelo INPC, ou seja, roga também pelo princípio isonômico entre as partes. Ora Excelências, não é justo que somente uma das partes – no caso a empresa – seja beneficiada ao ver seus créditos sendo corrigidos de maneira superior ao do trabalhador, já que em assim sendo, muitas vezes deixará de ser apenada pela evidente corrosão salarial ocorrida pela inflação, que somente prejudicará o obreiro.

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23º - INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS / HONORARIOS ADVOCATÍCIOS: Quanto aos honorários advocatícios, a Lei n. 5.584/70

estabelece que fará jus à assistência judiciária gratuita o demandante que demonstrar que sua situação econômica não lhe permite demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou da família.

O reclamante declara-se nessas condições neste ato, fazendo jus, assim, à condenação dos Reclamados ao pagamento dos honorários advocatícios nos termos do art. 16 da Lei supracitada e também nos termos do Estatuto da Advocacia.

Sobre o tema, nossa melhor jurisprudência:

22743311 - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. O Pleno do Tribunal Regional do Trabalho desta Região, em sessão realizada no dia 25-05-2015, aprovou a Súmula de nº 61 que concede honorários assistenciais, independente da parte estar assistida por sindicato de sua categoria profissional, desde que atendidos os pressupostos elencados na Lei nº 1.060/50, posição que se adota no presente caso. Recurso ordinário da reclamada que se nega provimento. (TRT 4ª R.; RO 0021008-91.2014.5.04.0006; Relª Desª Lucia Ehrenbrink; DEJTRS 13/07/2015; Pág. 90).

TRT-PR-09-12-2008 HONORÁRIOS DE ADVOGADO. PROCESSO DO TRABALHO. Prevalece o entendimento de que são devidos quando o trabalhador declara, mesmo que de forma sucinta, a impossibilidade de arcar com as despesas do processo sem prejuízo do sustento próprio e da família. A assistência pelo sindicato da categoria não se erige, nessa posição, como requisito essencial à concessão dos honorários de advogado, pois se entende que se o trabalhador não tem acesso à assistência do sindicato, ou essa assistência não lhe convém, pode se valer de advogado de sua escolha ou indicado pelo juiz. Recurso ordinário da ré a que se nega provimento para manter a condenação ao pagamento de honorários advocatícios, havendo, apenas, redução do percentual. TRT-PR-00621-2008-658- 09-00-6-ACO-43138-2008 - 2A. TURMA - Relator: MARLENE T. FUVERKI SUGUIMATSU - Publicado no DJPR em 09-12-2008. (destacamos)

Ainda por estas veredas, o novo Código Civil dispõe acerca da inovação quanto aos honorários advocatícios, visto que, para referido texto legal, tal condenação também ocorre quando não houver cumprimento de uma obrigação contratual assumida, senão vejamos:

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária, segundo índices oficiais estabelecidos, e honorários do advogado.

Ademais, diante do alto grau de complexidade das teses jurídicas ventiladas nos dias de hoje, por certo que o jus postulandi tornou-se incompatível com o Processo do Trabalho.

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Outrossim, o novo Código Civil, no capítulo referente às Perdas e Danos, dispõe, em seu art. 404, que:

Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários do advogado, sem prejuízo da pena convencional.

O entendimento de que no Processo do Trabalho não há condenação em honorários advocatícios, trata-se de posicionamento que fere preceitos constitucionais e não se sustenta diante dos preceitos jurídicos que lhe dizem respeito, ainda mais diante das alterações legislativas supracitadas.

Diante do exposto, requer a condenação de honorários advocatícios em 20% (vinte por cento) do total da condenação, bem como o benefício da assistência judiciária gratuita.

Sucessivamente, requer-se o pagamento de indenização correspondente a 20% do valor total da condenação, nos termos da fundamentação supra.

24º - DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS:

Ex positis, requer:

a) requer seja declarado nulo o pedido de demissão formulado pelo obreiro, com o consequente reconhecimento da sua dispensa sem justa causa, com a devida baixa na CTPS, bem como seja a reclamada condenada ao pagamento de todas as verbas rescisórias devidas, quais sejam: saldo de salário, FGTS + 40%, 13º salário proporcional, horas extras, férias em dobro, integrais e proporcionais + 1/3 e aviso prévio indenizado, nos termos do item retro. Requer, ainda, expedição de alvará para saque do FGTS e ofício para habilitação no seguro desemprego, sob pena de indenização, conforme item retro;

b) pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo, ou em grau ou percentual a ser arbitrado em sentença, cujo percentual deverá incidir sobre a remuneração do autor ou sucessivamente sobre o piso normativo da categoria da mesma, “ex vi” do art. 7º, inciso XXIII da CF/88 e Súmula de nº 17 do C.TST, durante todo período contratual, conforme postulado no item retro;

c) do pagamento da diferença do adicional de periculosidade, vez que o pagamento das diferenças salariais decorre da não observação pela ré no pagamento do adicional de periculosidade as parcelas: ATS, adicional de trabalho noturno, adicional de HRA - hora repouso alimentação; anuênio, complemento de RMNR e todas as demais parcelas salariais fixas, vez que pago com habitualidade, sendo que referida diferença refletem nas parcelas vencidas e vincendas, até a efetiva implantação em folha de pagamento, tudo conforme pleiteado no item retro;

d) diferença de ordenado padrão, face o congelamento salarial desde 1994 ante a não concessão dos aumentos salariais por progressão automática, com reflexos em diferença de salários, férias + gratificação de férias, 13º salário, anuênios, qüinqüênios, gratificação semestral, horas extras e dsr´s, adicional de periculosidade e RMNR, FGTS + 40% e demais parcelas salariais fixas, tudo conforme postulado no item retro;

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Page 20:  · Web viewCom base nestes ensinamentos, não há dúvida de que a parcela anuênio integra o salário de forma definitiva e, por tal, não se confundir com as gratificações de

e) pagamento da redução salarial ocorrida no período imprescrito até a sua recomposição, a ser paga na primeira oportunidade em que a ré falar aos autos, sob às cominações impostas pelo art. 467 da CLT, tudo conforme exposto no item retro;

f) Pagamento das diferenças salariais, durante todo o período contratual, face à equiparação salarial do autor com os paradigmas de nome Sr. JACQUESON DA SILVA, Sr. PAULO ROBERTO RANGEL e Sr. ELICSON OLIVEIRA, no percentual de 60% ou conforme for apurado em regular execução de sentença, pelas fichas financeiras da reclamante e seus paradigmas, com as cominações do art. 359 do CPC, ressalvando-se o direito de impugnar os documentos que vierem a ser carreados aos autos, com reflexos em férias, gratificação de férias, 13º salário, anuênios, gratificação de função, comissões, horas extras pagas e reclamadas, repouso semanal remunerado, ATS, RMNR, adicional de periculosidade, adicional por tempo de serviço, adicional de periculosidade e FGTS de 11,20% e demais parcelas salariais fixas, tudo conforme postulado no item retro;

g) pedido sucessivo ao de letra retro - reenquadramento do autor, no mesmo cargo ocupado pelos empregados de nome Sr. JACQUESON DA SILVA, Sr. PAULO ROBERTO RANGEL e Sr. ELICSON OLIVEIRA, face o desvio de funções e o princípio da isonomia, com o pagamento das diferenças salariais, durante todo o período contratual, decorrentes do correto enquadramento do autor, no percentual de 60% ou conforme for apurado em regular execução de sentença, pelas fichas financeiras do reclamante e seus paradigmas, com as cominações do art. 359 do CPC, ressalvando-se o direito do obreiro em manifestar-se sobre os documentos, com reflexos em férias, gratificação de férias, 13º salário, anuênios, gratificação de função, comissões, horas extras pagas e reclamadas, repouso semanal remunerado, ATS, RMNR, adicional de periculosidade, adicional por tempo de serviço, adicional de periculosidade e FGTS de 11,20% e demais parcelas salariais fixas, tudo conforme postulado no item retro;

h) pagamento das horas extras decorrentes das seguintes situações: a) todas as horas excedentes da sexta diária e trigésima semanal, sucessivamente as excedentes da oitava diária e quadragésima semanal, alternativamente as excedentes da décima segunda diária e quadragésima oitava semanal, de segunda a domingo; b) pagamento de horas extras realizadas nos períodos de folga, seja para convocação ao trabalho ou convocação para cursos (cláusula 16ª e 22ª do ACT 2009/2011, cláusulas 17ª e 24ª do ACT 2011/2013, cláusulas 16ª e 24ª do ACT 2013/2015); c) o pagamento das dobras pleiteadas, com acréscimo de 100%, dobrada para domingos e feriados, tendo-se como divisor 168 horas, nos termos das cláusulas 16ª e 22ª do ACT 2007/2009, cláusulas 16ª e 22ª do ACT 2009/2011, e cláusulas 17ª e 24ª do ACT 2011/2013; d) horas extras decorrentes dos intervalos intrajornada e inter jornada não concedidos (arts. 66, 67 e 71 da CLT), na sua integralidade, garantido o mínimo de uma hora diária e onze horas diárias integrais, respectivamente, com reflexos salariais (Súmula 437 do C. TST). Ainda, as horas extras, inclusive decorrentes dos intervalos intrajornada e inter jornada, devem ser calculadas levando em conta a totalidade das verbas salariais recebidas, além dos demais pleitos da presente demanda (Súmula 264 do C. TST), utilizando-se o divisor 168 (cláusula 17ª e 24ª do ACT/2011/2013 e cláusulas 16ª e 24ª do ACT 2013/2015 c/c Súmula 124 do C.ª TST), com acréscimo mínimo legal de

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Page 21:  · Web viewCom base nestes ensinamentos, não há dúvida de que a parcela anuênio integra o salário de forma definitiva e, por tal, não se confundir com as gratificações de

100%, (CCT´s), e, para as laboradas em sábados, domingos e feriados, a dobra (CF/88, art. 7º, XVI), ou seja: nos termos da Súmula 146 do C. TST. Sendo habituais, as horas extras devem ser computadas no cálculo de descansos semanais remunerados, assim considerados os sábados (cláusulas convencionais), domingos e feriados (Súmula 172 do C. TST) quais sejam: 13º salários, férias, gratificações de férias (100%) e FGTS, durante o pacto. A remuneração do Repouso Remunerado deverá refleti-las na mesma proporção existente entre uma jornada normal de sobreaviso e o correspondente período de Repouso Remunerado, observada a seguinte proporção: No regime de turno ininterrupto de revezamento de 12 horas, a proporção de 1,5 (um e meio) dia de repouso remunerado para cada dia de trabalho, conforme cláusulas 98 (ACT 2011/2013), 87 (ACT 2009/2011), 79 (ACT 2007/2009) e 76 (ACT 2005/2007), em anexo. É indubitável que o regime de trabalho do Reclamante é de 14 x 21 (catorze dias de trabalho por vinte e um dias de folga), sendo o limite de dias confinados trazido também na redação do artigo 8º, da lei 5.811/72. Portanto, quaisquer embarques, por exemplo, que ultrapassem os 14 dias deverão ser computados como horas extras, bem como deverão ser pagas as correspondentes folgas suprimidas (não pagas pela Reclamada). Contudo, se, por exemplo, o Reclamante fica um dia a mais, o valor da folga que deverá ser paga tem que equivaler a 1,5 (um dia e meio), conforme exposto no parágrafo anterior. Cabe ainda destacar que o repouso remunerado da Lei 5.811/72 tem em tudo sentido idêntico ao da Lei 605/49 – até por determinação expressa do artigo 7º do primeiro diploma – sendo ainda mais importante seu gozo imediatamente subsequente a cada período de trabalho, em razão do também extraordinário desgaste físico implicado. Apurado corretamente o real “saldo de folgas” – na verdade, repouso remunerado suprimido - do Reclamante, deverá este ser remunerado: A) com o normativo acréscimo de 100%, por sua natureza extraordinária, como previsto nas atuais Cláusulas 22, 24 e 27 do atual Acordo Coletivo dos empregados da Ré, como sempre integrantes dos pactos coletivos anteriores (em anexo), e abaixo transcritas, ou; B) SUBSIDIARIAMENTE, em “dobro”, na forma com que dispõe o artigo 9º, da Lei 605/49. Portanto deve a Reclamada proceder ao pagamento do Descanso Semanal Remunerado (DSR) sobre as horas extras e dobras quitadas na forma acima disposta, ou seja, na razão de 1,5 horas para cada hora trabalhada (1,5 x 1,0), bem como, sobre as horas extras e dobras não quitadas, por ser verba acessória, seguindo assim a mesma sorte da principal. Por fim, cumpre-nos informar que o objeto da presente demanda já é por demais conhecida em nossos Tribunais, motivo pelo qual o Autor faz a juntada de julgados de 04 (quatro) Turmas do Tribunal da 1ª Região que analisaram o objeto, embora existente decisões no mesmo sentido nas demais turmas, relacionados aos seguintes processos: 0000235-70.2013.5.01.0482 (4ª TURMA); 0000783-98.2013.01.0481 (6ª TURMA); 0001226-51.2010.5.01.0482 (9ª TURMA); 0000892-80.2011.5.01.0482 (1ª TURMA). Ambos, horas extras e DSR's, repercutem no cálculo de férias + 90% (condição contratual, norma mais benéfica), 13º salário, aviso prévio (90 dias – Lei 12.506/11) e FGTS de 11,20%, observando o contido na Súmula 264 e 362 do C. TST, conforme item retro;

i) pagamento de 09 (nove) horas pelo labor no 15º dia de trabalho, devendo ser pagas na base de 100%, considerando como divisor 168 horas,

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Page 22:  · Web viewCom base nestes ensinamentos, não há dúvida de que a parcela anuênio integra o salário de forma definitiva e, por tal, não se confundir com as gratificações de

conforme previsto nas cláusulas 17ª e 22ª do ACT 2011/2013 e seguintes, com mesmos reflexos do item retro, tudo conforme pleiteado no item retro;

j) pagamento de 09 (nove) horas extras por embarque/rendição, pelo trabalho realizado no 8º dia (dia do desembarque - dia da rendição), com acréscimo de 100%, tendo-se como divisor 168 horas, conforme previsão nas cláusulas 16ª e 20ª do ACT 2009/2011 e cláusulas 17ª e 22ª do ACT 2011/20113 e cláusulas 16ª e 22ª do ACT 2013/2015, com os mesmos reflexos do item retro, tudo conforme pleiteado no item retro;

k) pagamento horas extras referentes à hora noturna ficta, assim consideradas do horário da 22:00 às 07:50, com acréscimo de 100%, tendo-se como divisor 168 horas, nos termos das cláusulas 16ª e 22ª do ACT 2009/2011, cláusulas 17ª e 24ª do ACT 2011/20113 e cláusulas 16ª e 24ª do ACT 2013/2015, com reflexos consoante a Súmula 264 do C. TST;

l) sucessivamente requer o pagamento de diferenças de adicional noturno, sobre as horas labutadas entre as 22:00 horas de um dia até o término da jornada do dia seguinte, observada a jornada reduzida disposta no artigo 73, § 1º, da CLT, com o adicional normativo ou condição contratual mais benéfica, respeitando o mínimo constitucional de 100%, o qual deverá integrar o salário do obreiro para todos os efeitos legais, refletindo em férias + 90% (condição contratual, norma mais benéfica), 13º salário, aviso prévio (90 dias – Lei 12.506/11) e FGTS 11,20% e todas as demais parcelas salariais fixas, observando o contido na Súmula 264 e 362 do C. TST, conforme item retro;

m) requer o pagamento de diferenças de horas de sobreaviso, durante todo o pacto contratual imprescrito, no percentual de 40% sobre o valor da hora normal, devendo ser observado o salário do empregado, após todas às integrações postuladas no presente feito. As horas prestadas em sábados, domingos e feriados merecem pagamento dobrado. As horas de sobreaviso devem ser computadas no cálculo de DSR’s, assim considerados os sábados (cláusulas convencionais), domingos e feriados (Súmula 172 do C. TST). Ambos, horas extras e DSR's, repercutem no cálculo de férias + 90% (condição contratual, norma mais benéfica), 13º salário, aviso prévio (90 dias – Lei 12.506/11) e FGTS 11,20%, observando o contido na Súmula e 264 e 362 do C. TST, conforme item retro;

n) requer o pagamento do adicional de horas extras in itinere, tudo conforme exposto no item retro;

o) Pagamento de Participações de Lucros e Resultados, conforme item retro;p) Seja o reclamado condenado a indenizar o reclamante nos danos materiais

sofridos em face dos fatos narrados acima (R$ 600.000,00) ou sucessivamente no valor arbitrado por Vossa Excelência com base nas regras do edital do PDV proposto pela reclamada, que entender como justo, tudo conforme exposto no item retro;

q) Alternativamente, seja deferido o pagamento de indenização correspondente aos critérios de PDV, em isonomia aos demais funcionários, devidamente corrigida e acrescida de todos os pedidos de natureza salarial constante nesta lide trabalhista, devendo esta refletir em FGTS com a multa de 40%. Requer ainda que a noticiada indenização seja paga na primeira audiência sob pena da dobra prevista no artigo 467 da CLT, conforme item retro;

r) Pagamento da indenização por danos morais, tudo conforme pleiteado no item retro;

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Page 23:  · Web viewCom base nestes ensinamentos, não há dúvida de que a parcela anuênio integra o salário de forma definitiva e, por tal, não se confundir com as gratificações de

s) Contribuição previdenciária, em conformidade com o disposto na Emenda Constitucional nº 20, sobre o total da execução (parte da reclamante), respeitando o teto previsto em Lei, conforme item retro;

t) o Deferimento dos benefícios da gratuidade da justiça, conforme item retro; u) Juros e Correção Monetária (INPC, sucessivamente IPCA), sobre todos os

pleitos da presente reclamatória, na forma da lei, conforme item retro;v) Honorários advocatícios no importe de 20% do valor total da condenação,

em razão do inadimplemento de obrigação contratual.

REQUER que os valores decorrentes dos pedidos acima sejam apurados em regular liquidação de sentença, descontados os valores eventuais e comprovadamente pagos a tais títulos.

Dá-se a causa para efeitos de alçada o valor de R$

40.000,00 (quarenta mil reais).

25º - REQUERIMENTOS FINAIS:

Requer a notificação do reclamado, para que apresente defesa no momento oportuno, sob pena de confissão e revelia.

Protesta pela produção das provas em direito admitidas, sem exceção, inclusive com o depoimento do representante do reclamado, sob pena de confissão, juntada de documentos, perícias, e outras que se fizerem necessárias, para a instrução do feito.

Espera seja a ação julgada procedente, com a condenação da reclamada, conforme for apurado em regular execução de sentença, acrescida de juros e correção monetária, mais custas e honorários advocatícios.

Nestes Termos,Pede Deferimento.Imperatriz, 23 de janeiro de 2017.

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