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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Período: Setembro/2014 a julho /2015 ( ) PARCIAL ( X ) FINAL IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO Título do Projeto de Pesquisa: Sojicultura e mercado de terras na região do Baixo Amazonas no Pará Nome do Orientador: Dra. Solange Maria Gayoso da Costa Titulação do Orientador: Doutora em Ciências Socioambientais Faculdade: Faculdade de Serviço Social (FASS) Instituto: Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas (ICSA) Título do Plano de Trabalho: Cadastro Ambiental Rural e regularização de terras na região do Baixo Amazonas. Nome do Bolsista: Stefany Rafaela Ferreira e Silva Tipo de Bolsa: ( X ) PIBIC/PRODOUTOR INTRODUÇÃO Percebe-se que nas três últimas décadas houve uma expansão, na Amazônia, da agricultura mecanizada, a exemplo desse fenômeno temos as grandes extensões de terra destinadas ao cultivo da soja. A partir do Estado do Mato Grosso a soja é introduzida na Amazônia sendo um dos fatores mais importantes para tal a rápida expansão das lavouras de soja nos estados

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁPRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

DIRETORIA DE PESQUISAPROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC

RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO

Período: Setembro/2014 a julho /2015 ( ) PARCIAL ( X ) FINAL

IDENTIFICAÇÃO DO PROJETOTítulo do Projeto de Pesquisa: Sojicultura e mercado de terras na região do Baixo Amazonas no Pará

Nome do Orientador: Dra. Solange Maria Gayoso da CostaTitulação do Orientador: Doutora em Ciências SocioambientaisFaculdade: Faculdade de Serviço Social (FASS)Instituto: Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas (ICSA)Título do Plano de Trabalho: Cadastro Ambiental Rural e regularização de terras na região do Baixo Amazonas.

Nome do Bolsista: Stefany Rafaela Ferreira e SilvaTipo de Bolsa: ( X ) PIBIC/PRODOUTOR

INTRODUÇÃO

Percebe-se que nas três últimas décadas houve uma expansão, na

Amazônia, da agricultura mecanizada, a exemplo desse fenômeno temos as

grandes extensões de terra destinadas ao cultivo da soja. A partir do Estado do

Mato Grosso a soja é introduzida na Amazônia sendo um dos fatores mais

importantes para tal a rápida expansão das lavouras de soja nos estados

amazônicos que precisou de um grande “estoque” de terras, com características

favoráveis à implantação das lavouras comerciais, a preços reduzidos.

O mercado de terras nas áreas de fronteira sofrem grandes influências das

ações de agentes locais, que atuam no sentido de reduzir a mobilização de capital

na aquisição de novas áreas. Os resultados obtidos através do levantamento de

imóveis registrados junto ao Cartório do 1º Oficio de Santarém no período que

compreende os anos de 1997 à 2009, indicaram o aquecimento nas vendas de

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terras destinadas a agricultura familiar, expressos na expressiva quantidade de

negócios realizados envolvendo os imóveis abaixo de 100ha, que em sua

totalidade correspondem a Títulos emitidos pelo INCRA, fruto da Política de

Colonização e ocupação da Amazônia.

O presente projeto de pesquisa encontra-se vinculado, como plano de

trabalho, ao projeto intitulado Sojicultura e mercado de terras na região do Baixo

Amazonas no Pará, coordenado pela Professora Dra. Solange Gayoso. O objetivo

da presente pesquisa finca-se na avaliação dos avanços da sojicultora e as

negociações de terras ocorridas nas regiões do Baixo Amazonas. Usa-se como

procedimentos metodológicos o levantamento bibliográfico e estatístico em

instituições vinculadas às questões de terras rurais no Estado e na região do Baixo

Amazonas, acrescido de pesquisa no banco de dados do Programa Terra Legal e

no Cadastro Ambiental Rural, assim como pesquisa de campo.

JUSTIFICATIVA

Não foi preciso que o ano eleitoral de 2014 chegasse ao final para que a

formação da “nova” bancada ruralista se tornasse pauta do dia. Uma das primeiras

declarações da nova Ministra da Agricultura fazendo referencia aos latifúndios

dizendo que os mesmos não existem mais1, só reflete o perfil que a bancada

ruralista deste novo mandato terá, ou continuará a ter durante seu mandato

político. A “menina dos olhos” da Bancada ruralista é o agronegócio2, este tem se

expandido sobre amplas extensões de terra e cada vez mais tem buscado coloca-

las a disposição de transações do/e para o mercado, através de suas

agroestratégias3.

[...] as recentes iniciativas das ações fundiárias governamentais [...] evidenciam mudanças no processo político [...] e configuram um novo arranjo aos elementos interligados que copõem as chamadas agroestratégias. Tanto no Legislativo quanto no Executivo

1 Declaração realizada pela Senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), Ministra da Agricultura, em entrevista cedida ao Jornal Folha de São Paulo, na coluna poder, em 05/01/2015. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/01/1570557-nao-existe-mais-latifundio-no-brasil-diz-nova-ministra-da-agricultura.shtml2 Agronegócio é a soma das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades agrícolas, do armazenamento, processamento e comercialização dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles. E envolve desde a pesquisa científica até a comercialização de alimentos, fibras e energia. Disponível em: http://www.abagrp.org.br/agronegocioConceito.php

3 ALMEIDA (2009), defini agroestratégias como: Compreende-se um conjunto heterogênio de discursos e alocuções, de mecanismos jurídico-formais e de ações ditas empreendedoras. [Ver referencias bibliográficas].

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registrasse uma nova correlação de forças que empresta a essas agroestratégias uma característica mais ofensiva.(ALMEIDA, 2011, p 27)

Essa correlação de forças materializada em agroestratégias reflete

diretamente no mercado de terra, ou seja, na compra e venda de terras. Os

ruralistas consideram os imóveis rurais como uma forma de lucratividade e de

valoração para o mercado, desprezando a sustentabilidade e a função social da

terra4, e essa perspectiva capitalista, em vista da obtenção de lucro sobre a terra,

acaba por gerar conflitos sociais.

A tensão aumenta a partir do período de maio de 2010, com a retomada do debate sobre as alterações no Código Florestal, diretamente relacionadas com a prevalência de uma visão triunfalista dos agronegócios e com o fortalecimento da bancada ruralista, em sua aproximação com o governo.(ALMEIDA, 2011, p 29)

É com a chegada do novo Código Florestal (Lei 12.651/2012), combinado a

outras iniciativas de leis e decretos, que juntos formam um conjunto normativo,

tornando-se assim, um facilitador, fazendo com que os proprietários ou possuidores

de imóveis rurais “possam ter conhecimento das obrigações legais instituídas pelo

governo” (REVISTA CONJUR, 2014). Esse conjunto normativo também é composto

pela Instrução Normativa Nº-2, DE 05 DE MAIO DE 2014 que dispõe sobre os

procedimentos para a integração, execução e compatibilização do Sistema de

Cadastro Ambiental Rural (SICAR) e define os procedimentos gerais do Cadastro

Ambiental Rural (CAR) (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2014).

O CAR nada mais é do que o resultado de um processo que se iniciou no

estado de Mato Grosso com o desenvolvimento por meio da extinta Fundação

Estadual de Meio Ambiente (FEMA), do então chamado Sistema de Licenciamento

das Propriedades Rurais (SLAPR), que surgiu “[...] de um pacto político entre o

4 Definição de ‘função social da terra’ segundo a LEI Nº 4.504, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1964: A propriedade da terra desempenha integralmente a sua função social quando, simultaneamente: a) favorece o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores que nela labutam, assim como de suas famílias; b) mantém níveis satisfatórios de produtividade; c) assegura a conservação dos recursos naturais; d) observa as disposições legais que regulam as justas relações de trabalho entre os que a possuem e a cultivem. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4504.htm

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governo estadual e os setores da soja, cana de açúcar e algodão” (PIRES, 2013,

p15).

Segundo Costa (2011), há pelo menos três décadas nota-se a forte

influência dos setores produtores de soja aos estados amazônicos. Ainda segundo

a autora, este processo de cultivo da soja teve início nas regiões do sul do país,

alastrando-se para outros estados. Hoje este tipo de produção já se expandiu em

dezessete estados brasileiros juntamente com o Distrito Federal.

[...] Um dos fatores mais importantes que contribuiu para a rápida expansão das lavouras de soja nos estados amazônicos foi o grande “estoque” de terras, com características favoráveis à implantação das lavouras comerciais, à preços reduzidos. O mercado de terra das áreas de fronteira sofre grande influencia da ação dos agentes locais, que atuam no sentido de reduzir a mobilização de capital na aquisição de novas áreas.(COSTA, 2011, p.70)

A soja, para expandir-se, precisa da incorporação de novas terras e, para

tanto, seu maior beneficiário, o agronegócio, utiliza-se de meios ilícitos, que muitas

vezes tem como facilitador “[...] rede de agentes com influência em cartórios e

órgãos públicos, que apoiados a atos normativos/jurídicos, buscam revestir de

regularidade a aquisição ilegal de terras” (COSTA, 2011, p 70).

Esse processo de aquisição ilegal e concentração de terras, reflete na

agricultura familiar e nas comunidades e povos tradicionais que residem em áreas

com “potencial” para o cultivo da soja, contribuindo assim para a incitação de

conflitos agrários. O pequeno agricultor é o “[...] que têm sofrido mais diretamente

os efeitos das atividades empreendidas desse setor, principalmente naquelas que

envolvem a disputa pela apropriação e uso dos recursos naturais” (COSTA, 2012, p

69). E é o mesmo agente que, junto com as comunidades e povos tradicionais, no

discurso do “desenvolvimento” é caracterizado como o entrave para a “expansão

da produção moderna, capitalista ou, como se denomina hoje, do agronegócio”

(MESQUITA, 2011, p 49)

A disputa por terras resulta na expressiva alta no valor das terras, pois,

juntamente com a expansão das áreas de cultivo da soja, expande-se também a

infraestrutura necessária para o escoamento da produção, fazendo assim com que

haja um crescente no deslocamento de pequenos agricultores familiares e de

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macro agricultores rumo ao Norte do País, mais especificamente as regiões do

Baixo Amazonas.

Esse processo pode ser percebido através do numero de registros de títulos

emitidos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), como

é mostrado na tabela abaixo:

Fonte: Cartório do 1º Ofício de Santarém, 2010 apud (COSTA 2012, p174).

Se nos atentarmos para os dados da tabela referentes aos anos de 2006 a

2009, perceberemos o aumento no percentual de registros de imóveis com áreas

acima de 1000 ha, este percentual reflete diretamente na aquisição de imóveis com

menos de 1000 ha no mesmo período, que desce de 39,70% no período de 2001 à

2005 para 2,93% no período de 2006 a 2009.

O aumento do numero de registros de títulos, emitidos pelo INCRA, durante os referidos anos acompanhou o volume de transações de vendas realizadas no período. Isso indica que os produtores que chagaram à região do Baixo Amazonas compuseram o volume de terras necessários à produção de grãos, além das áreas acima de 100ha que foram objeto das investigações sobre grilagem, adquirindo vários imóveis com áreas menores que 100ha, antes pertencentes à agricultura familiar(COSTA, 2012, p.174)

Esse cenário de aquisição de imóveis nos remete a questão da

regularização fundiária, mais precisamente aos mecanismos de controle fundiário,

dentre os quais a legislação fundiária representada pelo Artigo 22 da Lei nº

4.947/1966 modificado pelo artigo 1º da Lei nº 10.267/2001, tem como

indispensável à obtenção do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR), para

qualquer transação de imóvel rural no país, este documento é

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[...] emitido pelo INCRA que constitui prova do cadastro do imóvel rural, bem como a certificação georreferenciada. Para obtê-los, os interessados devem apresentar os seus documentos pessoais e do imóvel, incluindo informações sobre estrutura e uso e, acima de tudo, contratar técnicos especializados, com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica.”(PIRES, 2013 pg.57)

Fazendo parte destes mecanismos de controle está também o CAR, um

registro eletrônico, público, de âmbito nacional e obrigatório, que entrou em vigor

em 2012, e “[...] tem como finalidade integrar informações ambientais criando assim

um banco de dados nacional para controle, monitoramento, combate ao

desmatamento e planejamento ambiental e econômico” (NOTICIAS AGRÍCOLAS,

2014).

Por esse motivo as informações a respeito das solicitações de cadastro no

CAR contribuirão para a pesquisa no que diz respeito aos processos de

regularização e formalização das terras adquiridas por ou para produtores de soja

na região do Baixo Amazonas, permitindo assim o aprofundamento dos estudos

sobre o processo de implantação da sojicultura na região em questão.

OBJETIVOS:

Objetivo geral: Identificar os imóveis rurais, localizados nos municípios de

Santarém, Belterra e Mojuí dos Campos, em processo de regularização juto ao

Cadastro Ambiental Rural.

Objetivos específicos:

a) Levantar informações de fontes secundárias sobre o processo de

implantação do Cadastro Ambiental Rural;

b) Identificar o quantitativo das solicitações de regularização de imóveis

junto ao banco de dados do Cadastro Ambiental Rural;

c) Prestar apoio as atividades de trabalho em pesquisas desenvolvidas no

projeto.

Considera-se que nessa etapa da pesquisa os objetivos forma alcançados.

MATERIAIS E MÉTODOS:

Sabemos que toda pesquisa cientifica tem em suma a intenção de produzir e

desenvolver conhecimento cientifico, assim como sabemos que também tem como

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objetivo fundamental a descoberta de respostas para problemas através do uso de

procedimentos científicos (GIL, 2011, 26). Segundo Rodrigues (2006, p 141)

compreende-se que as mudanças quantitativas que ocorrem no desenvolver dos

processos e acontecimentos acabam por gerar mudanças no aspecto qualitativo de

uma pesquisa. Diante disto, lançaremos mão na presente pesquisa das

abordagens qualitativa e quantitativa no que tange o tratamento dos dados

recolhidos.

A pesquisa documental tem a capacidade de proporcionar ao pesquisador a

obtenção de dados tanto qualitativos quanto quantitativos (GIL, 2011, p 147). Por

tanto, na tentativa da operacionalização dos objetivos deste plano de trabalho,

daremos continuidade ao levantamento bibliográfico e documental em busca de

obtermos maiores informações e conhecimentos a respeito do problema de

pesquisa. Realizaremos também levantamentos e sistematização dos dados de

solicitações de cadastro de imóveis rurais na região do Baixo Amazonas,

informações estas disponíveis na plataforma de dados do CAR.

Com o resultado do levantamento será organizado um banco de dados no

programa Excel, em seguida estes dados serão tabulados em formato de planilha e

gráficos qualitativos e quantitativos.

RESULTADOS:As taxas de emissão de gases de efeito estufa no Brasil tem colocado o país

no 5º lugar entre os maiores emissores mundiais, segundo dados no site do

Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) 61% dessas emissões são

resultado do desmatamento. Como resposta a isso o Governo tem adotado uma

serie de iniciativas para a redução do desmatamento e consequentemente das

emissões de gases de efeito estufa.

Dentro dessa política de redução de desmatamento foi criado, através da Lei

12.651/2012, o Cadastro Ambiental Rural (CAR), com a finalidade de monitorar e

controlar a questão do desmatamento. Nele é realizado o levantamento de

informações georreferenciadas5 de imóveis, com delimitação das Áreas de

Proteção Permanente (APP), Reserva Legal (RL), remanescentes de vegetação

nativa, área rural consolidada, áreas de interesse social e de utilidade pública. Um 5 Segundo definição do INCRA georreferenciar um imóvel é definir a sua forma, dimensão e localização, através de métodos de levantamento topográfico. Disponível em: http://www.incra.gov.br/perguntas

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detalhe importante segundo informações do próprio Ministério do Meio Ambiente

(2014), é que mesmo com a existência do CAR outros estados, que já obtinham

seus próprios sistemas, vão continuar a utiliza-los, entre eles destacamos: Bahia

(BA), Espírito Santo (ES), São Paulo (SP), Pará (PA), Mato Grosso do Sul (MS),

Tocantins (TO), Minas Gerais (MG) e Rondônia (RO)

Como visto acima, o CAR constitui-se como instrumento de registro

eletrônico ainda em período de implementação. Nesse processo de implementação

o Governo tem reunido esforços através da pasta do Ministério do Meio Ambiente,

para cumprir a meta de que até o mês de maio do corrente ano sejam realizadas os

cadastros dos 7,1 mil assentamentos que estão sob responsabilidade desta pasta e

do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Esse é o prazo

legal para requerer o cadastro, podendo ser prorrogado por mais um ano.

Porém, ainda existem muitas dúvidas e críticas a respeito do CAR, apesar

de considerar que será um bom instrumento de controle junto ao mercado de terra.

É preciso atentar para uma das maiores preocupações, o respeito da sobreposição

de informação que possa vir a acontecer no período de cadastro de imóveis rurais

no CAR. Sobre isso Pinheiro Filho e Salles (2014) nos dizem que

Algumas dúvidas objetivas, cuja resposta legal não é suficientemente esclarecedora e para as quais o órgão ambiental ainda está buscando a solução adequada, tem sido um grande entrave à realização do CAR e tem deixado alguns proprietários e posseiros angustiados. Informações aparentemente óbvias tem se mostrado não tão óbvias na prática e tem causado transtornos.(PINHEIRO FILHO E SALLES, 2014, p1)

Uma dessas dúvidas tem relação com os possíveis transtornos futuros,

como por exemplo, a perda no acesso dos créditos agrícolas em razão da ausência

de inscrição no CAR. Ou também a dificuldade no acesso dessa inscrição em

decorrência dos altos custos para contratação de profissionais e técnicos

capacitados a fazer o georreferenciamento dos imóveis rurais.

Considera-se ainda, a dificuldade encontrada pelos pequenos agricultores

e comunidades tradicionais no entendimento e atendimento das exigências

técnicas e legais possibilitando assim a regulação do seu imóvel rural6.

6 Frente a essas preocupações a respeito da implementação e realização do CAR, o Governo através do Ministério do Meio Ambiente em parceria com a Universidade de Lavras, o Serviço Florestal Brasileiro e o IBAMA, criou no ano de 2014 um curso gratuito de Capacitação para o

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Num levantamento bibliográfico preliminar identificou-se que mesmo após

quase três anos de vigência do CAR, ainda existem poucas informações oficiais

publicadas sobre o assunto. A maioria das informações que debatem sobre o CAR,

sobre sua implantação, dificuldades ou criticas são oriundas de observatórios ou

ONG’s.

Quadro 1: demonstrativo de publicações e divulgação sobre o CAR.

Tipo de publicação

Quantitativo Fonte Resumo do conteúdo

Oficial

governamental

05 MMA;

Governo do

Pará; Governo

Federal; e

INCRA.

São documentos Legislativos,

manuais explicativos sobre a

implantação e declaração do

CAR.

Matérias

jornalísticas

05 CONJUR,

Mundogeo,

Noticias

agrícolas,

FGV-EAESP

Conteúdos variam, de criticas,

dúvidas e divulgação de notícias

oficiais e extraoficiais sobre o

CAR.

Cursos 01 MMA Curso de capacitação para

facilitadores.

Artigos 10 ONG’s;

Observatórios;

e Associações

jurídicas.

Discorrem sobre histórico,

críticas e experiências de

recentes tentativas de

implantação do CAR, bem como

Cadastro Ambiental Rural (CapCAR), objetivando capacitar facilitadores para a inscrição de imóveis rurais no CAR, tendo como prioridade nessa capacitação os agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais. Como pré-requisitos para a inscrição, segundo o MMA (2014) é necessário ter completado o ensino médio, ter 18 anos ou mais, obter conhecimentos básicos em informática, incluindo uso das ferramentas de navegação na Internet, edição de textos e ferramentas como o Google Earth, dispor de 78 horas a serem dedicadas aos estudos e atividades online. Além dos pré-requisitos do candidato, é necessário também uma infraestrutura básica tecnológica e de conexão para se ter acesso a este curso de capacitação, ou seja, dispor de um computador com processador Dual Core 1.33 ou equivalente 1 Gb de RAM, placa de som, sistema operacional windows 98 ou superior, com Windows Media Player versão 7 ou superior, navegador de internet deve ser o Internet Explorer 6 ou superior, caixas de som ou fone de ouvido. O candidato deve possuir também conta de email, ter acesso constante e se possível diário a esta conta e a sua conexão de internet deve ser mínima de 512 kbps,  preferencialmente banda larga. Com essas necessidades tecnológicas resta saber quem e quantos poderão ter acesso ao curso.

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experiências com outros

sistemas de cadastros. Fonte: Levantamento bibliográfico e documental, 2013/2014.

O ano de 2014 foi importante para o avanço em direção contrária a este

déficit de informação por parte do governo, com a criação do curso de Capacitação

para o Cadastro Ambiental Rural (CapCAR) que já está com sua terceira turma

sendo capacitada.

Com o objetivo de acumular maiores conhecimentos sobre a implantação e

manuseio do CAR, e assim se consiga de forma qualitativa identificar o quantitativo

de regularização de imóveis rurais junto ao banco de dados do CAR, que é um dos

objetivos do plano de trabalho, realizou-se inscrição no CAPCAR e aguardamos a

inclusão na quarta turma de facilitadores, que está com previsão para iniciar no

final do mês de fevereiro.

Acreditamos que se apropriando do CAR e lançando mão desses dados de

solicitações de cadastro de imóveis rurais, poder-se-á contribuir na verificação da

ação de regularização e formalização de terras por parte dos produtores de grãos

que objetivam o avanço no plantio. E consequentemente obteremos também

maiores informações sobre os conflitos agrários relacionados ao processo de

regularização de imóveis rurais.

1. Cadastro Ambiental Rural: dados disponíveis e estatísticas possíveis.

Os dados do Cadastro Ambiental Rural não estão disponíveis em um único

sistema que permita o fácil acesso e consulta dos mesmos, e nestes bancos de

dados existem diferenças entre as informações disponibilizadas tanto entre

municípios quanto em ano de análise. A ilógica entre os números disponibilizados e

a organização dos dados entre os sistemas, dificultou a construção de tabelas que

pudessem apresentar informações lineares sobre a evolução de realização de

Cadastro Ambiental Rural no Estado e consequentemente na região do Baixo

Amazonas.

Para obter acesso aos dados mais gerais recorremos as informações

contidas no Boletim Informativo do Cadastro Ambiental Rural, disponibilizado pelo

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Serviço Florestal Brasileiro (SFB), em junho de 2015. O boletim considera os dados

inseridos no Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SICAR) até 31/05 e

nele existem dados sobre a adesão ao cadastramento em todas as unidades

federativas do país.

O Boletim apresenta o número de mais de 1,5 milhão de imóveis rurais

cadastrados em todo o país. Através dos extratos regionais é possível observar

que o Norte se destaca como a região mais avançada em cadastros realizados,

com 71,46 milhões de hectares cadastrados, o que corresponde a 75,32% da

estimativa da área a ser cadastrada, dados melhor retratados na Figura 01.

Figura 01: Cadastro Ambiental rural: distribuição dos imóveis rurais cadastrados por região.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (SFB)

1.1 O Programa Municípios Verdes (PMV) e o CAR no Estado do Pará.

No Pará o governo lançou no ano de 2011, por meio do Decreto Estadual nº

54/2011, o Programa Municípios Verdes (PMV), objetivando a redução do

desmatamento. O programa foi estabelecido em três eixos principais de ação:

“ordenamento ambiental e territorial, apoio à produção sustentável e fortalecimento

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dos sistemas municipais de meio ambiente para gestão ambiental compartilhada”

(PMV 2015).

O Programa Municípios Verdes dispõem de um banco de dados, onde se

encontra os dados mais atualizados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) com

informações de área cadastrável e área já cadastrada por município,

disponibilizados pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMA) do Pará. Por

esse motivo usamos o banco de dados em questão, para obter informações de

realização e solicitação de cadastro no CAR, pois permitem o aprofundamento dos

estudos sobre o processo de implantação da sojicultura na região do Baixo

Amazonas.

No que diz respeito a coleta e acesso a esses dados nos deparamos com

vários complicadores, como por exemplo, a não linearidade das informações

disponibilizadas nas fichas por município, o que acabou por dificultar a construção

de um comparativo mais detalhado entre os anos de 2012 e 2015, anos que

compreendem o inicio e o prazo final da realização do cadastro.

O programa municípios verdes estabeleceu uma meta anual para cada

município e uma meta geral, igual a 80% de cadastros ambientais rurais, para

todos os municípios e que deveria ser cumprida até o mês de maio do ano

corrente. Sobre as metas apontadas para cada município realizamos um

comparativo entre os municípios da região do baixo amazonas, porém não foi

possível a finalização do quadro pelo fato das informações de alguns municípios

que compõem a região não estarem completas, algumas fichas técnicas trazem

informações de área cadastrável do ano de 2013, e outras de 2012 ou 2014. Sendo

que nas informações de áreas cadastradas os mesmos municípios não

correspondem as informações dos anos expostos na sessão de área cadastrável,

que nos serviria para analisar a evolução da realização dos cadastros.

Considerando tais inconsistências optamos por analisar os dados do ano de

2015, que no sistema do PMV é o único ano que possui informações de todos os

municípios da região do Baixo Amazonas, contendo informações sobre a área

cadastrável, a área cadastrada e a área a ser cadastrada para alcançar a meda

dos 80%.

Segundo a PORTARIA CONJUNTA SEMA/PMV Nº 03/2012, Considera-se

área cadastrável a soma das áreas públicas ou privadas, incluídos destes os

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Assentamentos da Reforma Agrária; os Territórios Quilombolas e as Áreas de

Proteção Ambiental - APA Federais ou Estaduais, com exceção apenas das áreas

protegidas, as Terras Indígenas demarcadas ainda que não homologadas e as

Áreas Militares; também é excluído o perímetro urbano e as massas d’água quando

identificadas em base de dados georreferenciados, conforme os critérios

estabelecidos pela SEMA.

Ainda segundo a Portaria área cadastrada é a soma das áreas

devidamente registradas no Cadastro Ambiental Rural – CAR incidentes sobre a

área cadastrável do município, subtraindo as sobreposições existentes.

Na Tabela 01 é possível observar que os municípios da região do Baixo

Amazonas que tem a meta do CAR completa é o município de Juruti, com área

cadastrável em 2015 de 1.597,28 km² (19.23%), ultrapassando a meta de 80% de

cadastros, compreendendo o número de 1.422,01 km² (89.03%) de cadastros

realizados. E o município de Óbidos, com área cadastrável em 2015 de 5.818,13

km² (20.76%), também ultrapassando a meta de 80% de cadastros,

compreendendo o número de 4.801,86 km² (82.53%) de cadastros realizados.

Tabela 01: Cadastro Ambiental Rural: distribuição de áreas cadastrável e cadastradas por municípios da Região do Baixo Amazonas – Pará/2015.

Tabela 01: Cadastro Ambiental Rural - 2015

Pelo fato do município de Mojuí dos Campos ter sido criado recentemente,

suas informações de CAR dos anos anteriores a 2014 estão incluídas no município

de Santarém.

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Dos seis municípios mais aproximados da meta dos 80 % de cadastros

destacamos os municípios de Alenquer que tem o solo com grande potencial para

a produção de soja, o município de Monte Alegre pela sua proximidade da BR 163

e apresenta grande numero de conflito por grilagem de terras, e o município de

Santarém onde é localizado o complexo portuário. Mostrando que os municípios de

maior proximidade da meta tem também grande relação com o mercado da soja.

1.2 Os dados do CAR disponibilizados no SIMLAM

O Sistema Integrado de Monitoramento e Licenciamento Ambiental

(SIMLAM) é um sistema ligado a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e

Sustentabilidade (SEMAS/PA), e tem como objetivo, disponibilizar para o publico

em geral um acompanhamento dos processos e das atividades licenciadas pela

SEMAS/PA, objetivando que o publico em geral tenha acesso transparente e

eficiente à política ambiental desenvolvida pelo estado.

Há no sistema do SIMLAM um banco de dados do CAR, onde é possível ter

acesso de forma mais organizada as informações de solicitações de Cadastro

Ambiental Rural.

As informações que são disponibilizadas pelo SIMLAM podem ser obtidas

pela categoria modelo de CAR, que pode variar entre CAR provisório, CAR

Definitivo e CAR/ Pará, e informa também a situação atual em que estão os títulos.

O CAR provisório é aquele que está apenas inscrito no sistema da SEMA,

e que no momento da inscrição apresentou somente os dados de perímetro do

imóvel, para receber o CAR provisório não é obrigatório o registro das feições

ambientais intrínsecas (APP, RL etc.). Já o CAR Definitivo é aquele em que o

interessado deve protocolar toda a documentação na SEMA, cuja área técnica,

posteriormente avalia e analisa as informações, o mapa digital apresentado, a

localização e a situação das Áreas de Preservação Permanente APPs e Reserva

Legal RLs. E só após constatar nenhuma pendência, a SEMA aprova o processo e

a emissão do mesmo (INOVACAR, 2013).

Quadro 02: Demonstrativo dos imóveis cadastrados no CAR provisório e definitivo de acordo com a situação pro município do Baixo Amazonas – Pará/2015.

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Ao observar os dados disponibilizados pelo SIMLAM, percebemos que a

quantidade de realizações do Cadastro Ambiental Rural não tem significado

relevante se compararmos a quantidade de CAR definitivos e ativos, a diferença

entre os números é exorbitante.

PUBLICAÇÕES:

Nessa fase da pesquisa não houveram ainda publicações, tendo em vista

que as informações ainda estão em fase de sistematização. .

ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS NOS PRÓXIMOS MESES As atividades a serem desenvolvidas no próximo período correspondem a

continuidade de sistematização dos dados e elaboração de artigos.

CONCLUSÃO:As informações levantadas nos permite afirmar que o CAR tem sido

apresentado pelos organismos governamentais como um instrumento eficaz no

combate ao desmatamento e ao processo de registro imobiliário rural com fins de

controle da posse e propriedade.

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Contudo, ao analisarmos os dados verificou-se as inconsistências

estatísticas que nos leva a hipótese de que dados estatísticos da simples

realização do cadastro, sirvam apenas para que o município alcance a meta

estabelecida pelo Ministério de Meio Ambiente, e assim saia da lista dos municípios

prioritários ao combate do desmatamento.

Uma questão curiosa é que os municípios que apresentam maiores

informações ou maiores números de cadastros realizados são exatamente os

municípios que compõem as microrregiões e que estão à margem da BR 163,

principal via de escoamento da soja.

Outro ponto a respeito da grande diferença entre os números de CAR

provisório e CAR definitivo, é a hipótese apontada no relatório parcial e que se

materializa nos dados apresentados na tabela, sobre a dificuldade no acesso dessa

inscrição em decorrência dos altos custos para contratação de profissionais e

técnicos capacitados a fazer o georreferenciamento dos imóveis rurais, resultando

em um maior numero de CAR provisórios.

Considera-se ainda, a dificuldade encontrada pelos pequenos agricultores e

comunidades tradicionais no entendimento e atendimento das exigências técnicas

e legais impossibilitando assim a regularização do seu imóvel rural, o que abre

possibilidade para a perda dos “benefícios” que a realização do CAR lhe permite, e

automaticamente gerando um grande numero de terras com a situação ambiental

inativa, o que possibilita aos grandes produtores arrendarem os imóveis.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ALMEIDA, Alfredo. W. B. de. Agroestratégias e desterritórialização: Os direitos territoriais e étnicos na mira dos estrategistas dos agronegócios. In: Alfredo Wagner Berno de Almeida e Guilherme Carvalho. (ORG.) – Belém: Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional/FASE. O plano IIRSA na visão da sociedade civil pan-amazônica. Belém: 2009

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<http://www.incra.gov.br/noticias/governo-federal-concentra-esforcos-para-implementacao-do-car> Acesso em: 04.02.2015

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COSTA, Solange Maria Gayoso da. Agronegócio e terras na Amazônia: conflitos sociais e desterritorialização após a chegada da soja na região do Baixo Amazonas no Pará. In: Sérgio Sauer e Wellington Almeida. (ORG.). Terras e Territórios na Amazônia: Demandas, desafios e perspectivas. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2011. p. 69- 89.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2001.

IPAM. Qual é a contribuição do Brasil nas emissões de gases de efeito estufa via desmatamento? Disponível em: <http://www.ipam.org.br/saiba-mais/abc/mudancaspergunta/Qual-e-a-contribuicao-do-Brasil-nas-emissoes-de-gases-de-efeito-estufa-via-desmatamento-/30/20>. Acesso em: 04.02.2015

MESQUITA, Benjamin. A. de. A dinâmica recente do crescimento do agronegócio na Amazônia e a disputa por territórios. In: Sérgio Sauer e Wellington Almeida. (ORG.). Terras e Territórios na Amazônia: Demandas, desafios e perspectivas. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2011. P. 45 – 68.

SIMLAM. Disponível em: <http://monitoramento.sema.pa.gov.br/simlam/MapaNavegacao/Flex/MapaCAR.html> Acesso em: 06.08.2015.

RODRIGUES, Auro de Jesus. Metodologia cientifica. São Paulo: Avercamp, 2006.

NOTICIAS AGRICULAS. Cadastro Ambiental Rural- Quanto Vale um erro? Disponível em: <http://www.noticiasagricolas.com.br/artigos/artigos-geral/142824-cadastro-ambiental-rural-car-quanto-vale-um-erro.html#.VNOUcdLF-MW> Acesso em: 04.02.2015

PINHEIRO FILHO, J. N. C; SALLES, P. A. Cadastro Ambiental Rural ainda necessita de esclarecimentos. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2014-out-06/cadastro-ambiental-rural-ainda-necessita-esclarecimentos>. Acesso em: 04.02.2015

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PIRES, Mauro Oliveira. O cadastro ambiental rural: das origens às perspectivas para a política ambiental. Brasília: Conservação Internacional, 2013. INOVACAR. Disponível em: <http://inovacar.org.br/uploads/documents/O%20Cadastro%20Ambiental%20Rural%20-%20Origens%20e%20Perspectivas.pdf>. Acesso em: 04.02.2015

PIRES, Mauro Oliveira; ORTEGA, Valmir Gabriel. O cadastro ambiental rural na Amazônia. Brasília: Conservação Internacional, 2013. Disponível em: <http://inovacar.org.br/uploads/documents/O%20Cadastro%20Ambiental%20Rural%20na%20Amazonia..pdf>. Acesso em: 04.02.2015

PORTARIA CONJUNTA. Disponível em: http://municipiosverdes.com.br/files/999816d7a617e650c796109566e1337c/a5771bce93e200c36f7cd9dfd0e5deaa/Portaria%20Conjunta%20SEMA_PMV%20n%C2%BA%2003_2012%20-%20metodologia%20para%20c%C3%A1lculo%20do%20CAR.pdf. Acesso em:06.08.2015

PROGRAMA MUNICIPIOS VERDES. Disponível em: <http://municipiosverdes.com.br/relatorios/ficha_car/1503903> Acesso em: 06.08.2015.

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DIFICULDADES

Visto que se tem pouca produção teórica e principalmente informações provenientes de fontes oficiais a respeito do Cadastro Ambiental Rural, no desenvolver das atividades encontrou-se dificuldade no que tange a obtenção de informações sobre o mesmo, fazendo com que tivéssemos de recorrer a informações e produções em arquivos de observatórios e ONG’s que tem acompanhado o processo de implantação do CAR, bem como as experiências de sistemas anteriores a ele. Sobre a busca de dados a respeito de conflitos agrários relacionados à sojicultura, a situação se agrava pelo fato de haver poucas denuncias registradas pela mídia local, fonte usada para obtenção dos dados em questão, porém na tentativa de balizar este fator, tem se buscado ampliar as buscas em jornais de circulação estadual e até nacional.

Outra dificuldade corresponde a organização dos bancos de dados do CAR, como apresentado no relatório foram encontrados dois bancos de dados: o SIMLAM e o banco de dados do Programa Município Verdes, ambos com informações incompletas e com organizações e sistematizações diferenciadas o que gera dificuldades na compilação e sistematização dos dados. A forma de organização dos dados nos dois bancos impede uma análise comparativa ou complementar das estatísticas. Há necessidade de complementar as informações de outra maneira. Em decorrência disso há atraso na elaboração dos artigos para publicação.

PARECER DO ORIENTADOR:

Consideramos que a bolsista Stefany Rafaela F. e Silva cumpriu com as atividades prevista no plano de trabalho, mesmo diante da dificuldades na obtenção de informações sistematizada sobre o assunto da pesquisa e no acesso ao banco de dados do CAR/Pará para levantamento das informações. Diante disso, avaliamos que a referida aluna desenvolveu com responsabilidade as atividades de iniciação científica.

DATA : 10/ 08/ 2015

________________________________________ASSINATURA DO ORIENTADOR

______________________________________ASSINATURA DO ALUNO

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INFORMAÇÕES ADICIONAIS: Em caso de aluno concluinte, informar o destino do mesmo após a graduação. Informar também em caso de alunos que seguem para pós-graduação, o nome do curso e da instituição.

A aluna é concluinte e pretende seguir para a pós-graduação. Contudo a greve atrasou a conclusão do curso, inviabilizando, nesse momento, sua inscrição na seleção do mestrado.

FICHA DE AVALIAÇÃO DE RELATÓRIO DE BOLSA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

O AVALIADOR DEVE COMENTAR, DE FORMA RESUMIDA, OS SEGUINTES ASPECTOS DO RELATÓRIO:

1. O projeto vem se desenvolvendo segundo a proposta aprovada? Se ocorreram mudanças significativas, elas foram justificadas?

2. A metodologia está de acordo com o Plano de Trabalho?

3. Os resultados obtidos até o presente são relevantes e estão de acordo com os objetivos propostos?

4. O plano de atividades originou publicações com a participação do bolsista? Comentar sobre a qualidade e a quantidade da publicação. Caso não tenha sido gerada nenhuma, os resultados obtidos são recomendados para publicação? Em que tipo de veículo?

5. Comente outros aspectos que considera relevantes no relatório

6. Parecer Final: Aprovado ( ) Aprovado com restrições ( ) (especificar se são mandatórias ou

recomendações)

Reprovado ( )

7. Qualidade do relatório apresentado: (nota 0 a 5) _____________Atribuir conceito ao relatório do bolsista considerando a proposta de plano, o desenvolvimento das atividades, os resultados obtidos e a apresentação do relatório.

Data: _____/____/_____.

________________________________________________Assinatura do(a) Avaliador(a)