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23 OUT | QUARTA-FEIRA | 21h00Igreja de São Roque

DIVINO SOSPIRO Passio Ibérica

Massimo Mazzeo Diretor Musical

Bárbara Barradas Soprano

Lucia Napoli Mezzo-Soprano

André Baleiro Barítono

Iskrena Yordanova, Elisa Bestetti, Giacomo Coletti Violinos I Paolo Perrone, Valeria Caponnetto, Nuno Mendes Violinos II

Krishna Nagaraja, Maria Bocelli, Lucio S. Ferreira Violas

Ana Raquel Pinheiro, Fernando Santiago Violoncelos

Marta Vicente Contrabaixo José Carlos Araujo Cravo

PROGRAMA

Francisco Xavier Garcia Fajer (1730 – 1809)Siete Palabras de Cristo en la Cruz

1. Introducción, (al calvario..)

2. Primera palabra, Pater dimitte illis (Pues que fui vuestro enemigo)

3. Segunda palabra, Hodie mecum eris in Paradiso (Reverente el buen ladrón)

4. Tercera Palabra, Mulier, ecce filius tuus (Jesús en su testamento)

5. Cuarta palabra, Deus meus, Deus meus, ut quid dereliquisti me (Desamparado se ve)

6. Quinta palabra,Sitio (Sed dice Cristo)

7. Sexta palabra, Consummatum est (Com voz quebrada mi Dios)

8. Séptima palabra In manos tuas, Domine, comendo spiritum meum (A su Eterno Padre ya)

José Joaquim dos Santos (1747 – 1801)Stabat Mater

1. Stabat Mater Dolorosa,

2. Cujus Animam Gementem,

3. O Quam Tristis et Afflicta,

4. Quis Est Homo Qui Non Fleret,

5. Vidit Suum Dulcem Natum,

6. Fac Ut Ardeat Cor Meum,

7. Sancta Mater Istud Agas,

8. Juxta Crucem Tecum Stare,

9. Fac Ut Portem Christi Mortem,

10. Fac Me Plagis Vulnerari,

11. Quando Corpus Morietur,

12. Amem

13. Miserere Mei Deus,

14. Amplius Lava Me,

15. Tibi Soli Peccavi

16. Ecce Enim Veritatem

17. Auditui Meo

18. Cor Mundum

19. Redde Mihi Laetitiam

20. Libera Me

21. Quoniam Si Voluisses

22. Benigne Fac Domine

23. Tunc Imponent

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Notas de Programa“Uma Dor Mediterrânica ou “Uma dor que não conhece ocaso”, uma visão da piedade culta e popular sobre o tema das Sete Palavras de Cristo na Cruz e do Stabat Mater na tradição ibérica, são o epicentro desta proposta.Ao compor musicalmente as Siete Palabras de Cristo en la Cruz, F.X. Garcia Fajer situa-se dentro de uma tradição antiga na Espanha do Séc. XVI, onde a distinção se encontra na forma invulgar e apenas aparentemente incomum, com que Garcia trata o texto musical e “literário”; duas vozes de soprano e cordas descrevem e sublinham aquelas que são verdadeiras meditações escritas em castelhano, relativamente ao conteúdo de cada uma das palavras do Senhor. A peça abre com uma introdução que nos prepara para a “dramaturgia”, acabando numa verdadeira “Liturgia da Palavra” com uma das vozes a declamar sozinha e sem acompanhamento os últimos versos, deixando o espaço no mais completo silêncio.José Joaquim dos Santos, no seguimento de uma tradição devocional muito longa compôs vários Stabat Mater, o último dos quais publicado em Lisboa com a data de 1792 e com o título de Stabat Mater a três vozes, Dois Sopranos e Baixo, com duas Violetas e Violoncelo.

É a única peça de música sacra publicada em Lisboa na segunda metade do século XVIII, acabando por corresponder ao estilo italiano então largamente difundido em Portugal, graças à presença neste país de grandes compositores, entre os quais se destaca o italiano David Perez e ainda ao envio de estagiários portugueses a Itália.Trata-se de uma peça de origem litúrgica (sequência da Missa) que canta o sofrimento da Mãe de Cristo em pé junto da Cruz, que o crente pretende partilhar na intenção de obter a intercessão divina na hora da morte.Utilizado fora da Liturgia em novenas devocionais, deu origem a grandes composições como a de Pergolesi no estilo barroco. A sua execução em Lisboa no ano de 1787 poderá ter sido o que motivou esta nova composição de José Joaquim dos Santos. De facto, ele utiliza basicamente a mesma forma musical de Pergolesi, convertendo as 22 estrofas da sequência em 12 andamentos distribuídos por três, dois ou apenas um solista. Dos Santos , o “Mestre da Muzica do Real Seminario da Santa Igreja Patriarcal e compositor da mesma”, soube utilizar subtilmente e além da forma os mesmos barroquismos estilísticos de Pergolesi no tratamento das palavras e dos versos da antiga sequência litúrgica, como se poderá apreciar neste concerto.

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Francisco Javier García Fajer (Logroño, 1730 - Zaragoza 1809)

Desde 1748 teve uma longa estadia em Nápoles, onde estudou no “Conservatorio della Pietá dei Turchini”, um dos mais prestigiados de Italia. Teve aí aulas com Nicola Fago, Grão- Mestre da música sacra e Antonio Brunetti.Começou a produzir música sacra (marcante na produção deste compositor), sendo depois chamado a exercer o cargo de Mestre de Capela na Sé de Zaragoza em 1756.Desde então será autor de Missas, Lamentações, um Magnificat, um Stabat Mater, Miserere, Motetes, Salmos, Ofício de Defuntos e Arias Sacras. Entre as composições mais significativas figura a “Siete Palabras de Cristo en la Cruz” com texto em Castelhano, composição que não sendo propriamente litúrgica é densamente impregnada de espirito devocional.

José Joaquim dos Santos (Óbidos, 1747 - … 1801)

José Joaquim dos Santos nasceu em 1747 em Óbidos, Portugal. O seu Stabat Mater terá sido considerado muito especial, pois foi a única obra sacra editada durante o final do Século XVIII ainda em vida do compositor. O “Stabat Mater” tem uma longa tradição litúrgica e devocional, tanto erudita como popular, que remonta pelo menos ao século XIV. O Stabat Mater a três vozes (Dois Sopranos e Baixo), com duas Violetas e Violoncelo. Este “instrumentarium” realizado por cordas graves e com duas violetas concertantes é tanto mais significativo se consideramos a raridade com a qual este conjunto era utilizado na época setecentista. Esta característica tem uma especificidade de “colorir” o texto com intensa dramaticidade de forma perfeita, constituindo um arquétipo que acabou por ser reutilizado por outros compositores até aos dias de hoje.

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Dados BiográficosDivino SospiroO Divino Sospiro, sob a direção artística de Massimo Mazzeo e em colaboração com vários artistas de renome, orgulha-se de ter visto o seu repertório e o número dos seus concertos aumentarem ao longo dos anos desde a sua data de fundação, numa diversidade de formações que vão desde o agrupamento de câmara até à orquestra de ópera, apresentando-se não só em Portugal, como também em digressões por todo o mundo. Esta aposta na internacionalização, desde a sua formação, posiciona o Divino Sospiro na vanguarda da divulgação do património cultural português e dos seus intérpretes.Desde a sua fundação, em 2004, o agrupamento tem-se apresentado em importantes palcos, como a Fundação Calouste Gulbenkian, o Centro Cultural de Belém, o Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, a Casa da Música, no Porto, e o Auditório Nacional de Espanha,

em Madrid. Participou em vários dos mais prestigiados festivais de música, como os Nacionais Festa da Música, e os Internacionais Festival d’Ile de France, cujo espetáculo apresentado foi gravado e emitido pela Radio France, Folle Journée de Nantes, Folle Journée au Japon, Festival de Varna, Mozartiana Festival em Gdansk, MusikFest Bremen e o Conceituado Festival d’Ambronay, onde o Divino Sospiro, primeira orquestra portuguesa convidada, teve a honra de participar em duas ocasiões.Ao longo do seu percurso o Divino Sospiro desenvolveu também uma atenta atividade de aperfeiçoamento pedagógico e musical, promovendo e organizando várias master classes com eminentes figuras do panorama musical mundial, como Chiara Banchini, Enrico Onofri, Rinaldo Alessandrini, Alfredo Bernardini, Alberto Grazzi, Vittorio Ghielmi, Kenneth Weiss, Emma Kirkby ou Maurice Steger.

O trabalho de investigação e recuperação do património musical português ou ligado a Portugal, nomeadamente, o do século XVIII, tem sido uma das primordiais prioridades da atividade deste agrupamento, tendo apresentado em estreia moderna mundial a ópera “Antigono”, de Antonio Mazzoni, a terceira e última produção a ter sido apresentada na ópera do Tejo, destruída pelo terramoto de 1755, as oratórias “Morte d’Abel” e “Gioás, re di Giudá”, de Pedro António Avondano, as Serenatas “L’Isola Disabitata”, de David Perez e “L’Endimione”, de Niccoló Jommelli.São extensos os registos televisivos e radiofónicos deste agrupamento, dos quais destacamos os da: Radio France, Antena 2, RTP e Mezzo. O CD “Chiaroscuro”, com repertório dedicado a W. A. Mozart, gravado para a editora japonesa Nichion, mereceu o galardão de bestseller naquele país e foi divulgado em concerto pelo canal Mezzo.

Em 2012, sob a direção de Enrico Onofri e com a participação da soprano Gemma Bertagnolli, apresentou o trabalho discográfico “1700, the Century of the Portuguese” totalmente dedicado a obras do património musical português setecentista, gravadas em estreia mundial.Atualmente, o Divino Sospiro tem desenvolvido uma relação de grande valor artístico e ideal com a “Parques de Sintra – Monte da Lua”, gestora do Património UNESCO da Humanidade na área de Sintra, em Portugal, criando o “Centro de Estudos Musicais Setecentistas de Portugal” e dando vida a um núcleo de atividades de programação, de investigação e de divulgação que se têm imposto à atenção de todo o ambiente cultural nacional e internacional.

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Massimo Mazzeo Diretor MusicalDiplomado pelo Conservatório de Veneza, aperfeiçoou-se sucessivamente em viola--d’arco com Bruno Giuranna e Wolfram Christ, em música de câmara e quarteto de cordas com os membros dos célebres Quarteto Italiano e Quarteto Amadeus. De seguida, fez parte de algumas das mais representativas orquestras do panorama musical italiano dirigidas por ilustres maestros, entre os quais se destacam Leonard Bernstein, Zubin Metha, Carlo Maria Giulini, Yuri Temirkanov, Giuseppe Sinopoli, Georges Prêtre, Lorin Maazel, Valery Gergiev. Massimo Mazzeo já actuou em prestigiadas orquestras de câmara, tais como I Virtuosi di Roma, I Virtuosi di Santa Cecilia, Accademia Strumentale Italiana, Musica Vitae Chamber Orchestra (Suécia), Caput Ensemble de Reykjavik.Na primeira fase da sua carreira, no domínio da música contemporânea, colaborou com vários artistas, entre os quais se destacam Luciano Berio, Salvatore Sciarrino, Mauricio Kagel, Aldo Clementi, Franco Donatoni, Alessandro Solbiati, e ainda, merecendo felicitações públicas, o compositor Giacomo Manzoni.No campo da música de câmara, colaborou com alguns músicos ilustres, tais como Salvatore Accardo, Bruno Canino, entre outros.Na área da música antiga, depois de ter colaborado com agrupamentos e artistas de grande renome em Itália forma, no ano

de 2004, a orquestra barroca Divino Sospiro, que se afirma, num curto espaço de tempo, como uma das orquestras de referência em Portugal. Com este grupo, já se apresentou em alguns dos mais prestigiados festivais a nível internacional.Massimo Mazzeo dirigiu orquestras em vários festivais, nacionais e estrangeiros, entre os quais se destacam o Auditório Nacional de Espanha - Madrid, Centro Cultural de Belém - Lisboa, Orquestra Gulbenkian e colaborou com alguns dos solistas mais prestigiados tais como Karina Gauvin, Gemma Bertagnolli, Deborah York, Christophe Coin, Pedro Burmester, Ana Quintans, Giuliano Carmignola, Angelika Kirschslager.Dedica o seu percurso interpretativo à procura de um estilo singular e de um equilíbrio entre uma visão historicamente informada e uma atitude que olha para a essência da música, transcendendo posições preconceitas. Marcantes, neste sentido, foram as interpretações das Sinfonias nr. 4, nr. 1 e da “Canção da Terra” de Gustav Mahler á frente do Mahler Ensemble.Desde vários anos colabora com as mais importantes entidades artísticas do País como o Fundação Calouste Gulbenkian,

Casa da Música, Companhia Nacional de Bailado, Centro Cultural de Belém entre outros. Massimo Mazzeo tem gravado para as editoras BMG, Erato, Harmonia Mundi France, Deutsche Harmonia Mundi, Nuova Era, Movieplay, Nichion, Dynamic e Panclassics.É diretor artístico e fundador da orquestra barroca Divino Sospiro e diretor do “Centro de estudos musicais setecentistas de Portugal”, sediado no Palácio Nacional de Queluz em colaboração com a “Parques de Sintra – Monte da Lua”. Massimo Mazzeo foi agraciado pelo Presidente da Republica Italiana com o título de Cavaliere dell’Ordine della Stella d’Italia pelo trabalho de divulgação das relações artísticas entre Portugal e Itália.

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Bárbara Barradas SopranoSoprano Lírico de coloratura, apontada por Ingo Kolonerics Intendant - Opera im Berg Festival, como “an outstanding artist, a born singer (…) with a round and beautiful voice, an exceptional stage presence, and a messa di voce that after Caballe was barely to find”. Fez recentemente o seu Debut em Salzburg com a Lucia – Lucia di Lammermoor – Donizetti – no Oper im Berg Festival, onde foi bastante acarinhada pela Critica e pelo público.Na ainda breve carreira já inclui os papeis de Lucia - cover (Lucia di Lammermoor) – OHP – Londres e também na De Nederlandse Opera, Amsterdam (Workshop ENO); Gilda (Rigoletto); Le Feu e Le roussignol (L’enfant et les Sortiléges – TSNC); Nice 1 (Peter Grimes – David Alden’s production at TNSC); Susanna (ENOA) e Barbarina (Le Nozze di Figaro) – F. C. Gulbenkian, dirigido pelo Maestro Paul McCreesh; Inês, na estreia modera da opera Inês de Castro de G.Giordani na 25ª edição do Cistermúsica em Alcobaça, e gravação da mesmo para a Antena 2 e para uma discografia Italiana; A Fada – (La Fèe) na versão portuguesa da opera “Cendrillon” – Cinderela de Pauline Viardot no TNSC; Branca (Tição Negro – Augusto Machado); Frasquita (Carmen) – UK; Amore na Serenata “L’Endimione” de Jommelli com os Divino Sospiro; Delia (Il Viaggio a Reims) – TNSC; Princesa (O Gato das Botas) – TNSC; Donna Anna e Zerlina (D.Giovanni); Königin der

Nacht (Die Zauberflöte); Emmie- cover (Albert Herring), Maria (WSS); Bellinda (Dido & Aeneas).Foi convidada para varias Opera Galas: no St James Theatre (Londres); Verdi Gala – TNSC; com Orquestra do Algarve no CCB (Maestro Rui Pinheiro); no Teatro Luísa Todì com a Orquestra Metropolitana foi solista convidada na gala do 70º aniversário do Tenor Carlos Guilherme; no Tivoli e no Campo Pequeno com Orquestra da Cidade; com Orquestra do Clássica do Centro; com Clonter Opera Farm Music Trust (UK) e no De Singel (Antuérpia), entre outras.Participou também como cantora convidada no concerto de encerramento da temporada 2015/16 da Orquestra Gulbenkian e no Festival de Música de Almada (Julho, 2016); no Festival Terras sem Sombra com Divino Sospiro - Maestro Massimo Mazzeo com quem gravou recentemente em CD as obras: “Las ultimas palavras de Cristo en la Cruz” de Fajer e o Stabat Mater de Joaquim dos Santos; Integrou em vários projectos nos Dias da Musica no CCB. E é uma das cantoras convidadas do Classical Kick’s em Londres, com quem tem actuado em vários festivais e salas conceituadas pelo Reino Unido e Europa.

Futuros compromissos incluem vários concertos pelo pais, com o projecto TEFUTZAH. Com a Orquestra Divino Sospiro, em Junho 18’ cantará na inauguração dos jardins do Palacio Nacional de Queluz, e em Outubro 18’ cantará Andromede na produção da ópera “Perceu” de João Sousa Carvalho, também no Palácio Nacional de Queluz. Com os MPMP, em Junho 2018’ fará “Sonho de uma noite de Verão” de Mendelsshon; Em Setembro 18’ cantará o Soprano solo no Requiem de Mozart com a Orquestra Gulbenkian, e em Dezembro 18’ no Concerto de Fim de Ano, com a Orquestra Divino Sospiro e o coro da F.C.Gulbenkian, fará o soprano Solo no Te Deum de Francisco António de Almeida. Em Novembro 2018 integrará o elenco da nova opera “Canção do Bandido” de Nuno Côrte-Real e Encenação de Ricardo Neves-Neves, na sua estreia absoluta no Teatro da Trindade. Em 2019 integrará o elenco de “Tudo Nunca Sempre o Mesmo Diferente Nada”, na estreia absoluta deste projecto operático do compositor Tiago Cutileiro; entre outros projectos a anunciar em breve.Bárbara estudou canto e piano na EMCN. Aos 20 anos, bolseira da Fundação C. Gulbenkian, ingressou na GSMD

em Londres concluindo o Bmus e Mmus em Canto com Distinção. Fez parte do Flandres OperaStudio e da WIAV. Participou em Masterclasses com Dame Kiri Te Kanawa, Enza Ferrari; Mara Zampiere, Ann Murray, Graham Johnson, Dennis O’Neill, Sarah Walker, Nelly Miricioui, Tom Krause (ENOA), entre outros. Ganhou vários prémios e bolsas de estudo: F.C. Gulbenkian, Vasconcellos award, City of London Corporation; Prémios do Público; Primeiros Prémios; Prémios de melhor Interpretação de Canção, em mais de 10 competições Nacionais e Internacionais.

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Lucia Napoli Mezzo-SopranoTerminou estudos de violino e canto com classificação máxima, após o que tem vindo a ganhar várias competições na área do canto, entre as quais o Concurso Internacional de Canto Barroco Francesco Provenzale, Centro di Musica Antica Pietã de’ Turchini em Nápoles, o Concours International de Chant de Clermont--Ferrand, o Concorso Città di Cagli e Città di Terni. Especializou-se em belcanto, música barroca e repertório de câmara pela Academia Arturo Toscanini de Parma, onde trabalhou com artistas como Sara Mingardo, Gloria Banditelli e Dalton Balwin. Tem aperfeiçoado o estudo da música de J.S. Bach com Michael Radulescu, que a levou a apresentar inúmeras cantatas: o Magnificat, as Paixões, o Salmo 51 e os Motetes.Desenvolve intensa atividade concertística, convidada por prestigiados festivais e em importantes salas, como: o Festival de Música Antiga Resonanzen de Viena, o Sommer Internationale Barocktage Stift Melk, o MiTo SettembreMusica, o Ravenna Festival, o Maggio Musicale Fiorentino, o Salzburger Festspiele, o White Light Festival Lincoln Center New York, o Concertgebouw Amsterdam, o Teatro La Fenice de Veneza e o Teatro Olímpico de Vicenza. Colaborou como solista com os maestros Riccardo Muti, Gustav Leonhardt, Sigiswald Kuijken, John Eliot Gardiner, Philippe Herreweghe, Christopher

Hogwood, Frans Brúggen, Fabio Ciofini, Claudio Cavina, Michael Radulescu ou Umberto Benedetti Michelangeli. É solista com vários ensembles italianos e europeus como La Petite Bande, o Ensemble Arte Música, a Accademia Hermans, o Concerto Romano e La Stagione Armonica. Já gravou vários CD, interpretando obras de Nino Rota, Rossini, Monteverdi, Charpentier e Purcell. É docente de Canto e Música de Câmara na Associazione Enarmonia de Montefiascone e, desde 2013, apresenta-se em conferências sobre História da Música.

André Baleiro BarítonoAo vencer 17º Concurso Internacional Robert Schumann em Zwickau em 2016, o barítono André Baleiro tornou-se o primeiro cantor português a obter um reconhecimento internacional ao mais alto nível enquanto intérprete de Lied. No ano seguinte foi distinguido com o Prémio Most Promising Talent no concurso Das Lied, em Heidelberg e com o Prémio Theodor Heuss, em Schwetzigen. Apresenta-se regularmente em recital na Alemanha e em Portugal, nomeadamente com o maestro João Paulo Santos e o pianista David Santos, destacando-se também as suas colaborações com Eric Schneider e Axel Bauni. Os seus papéis operáticos incluem TARQUINIUS em The Rape of Lucretia (Britten) no Teatro Nacional São Carlos (TNSC),FIGARO em Il Barbiere di Siviglia (Rossini) e KASPAR HAUSER em Kasper Hauser (Schubert/Wilgenbus) com a Kammeroper München, DON PARMENIONE em L’occasionne fa il ladro (Rossini) no Teatro Pérez Galdós, PANTALONE em Turandot (Busoni) e CAPORALE em Il cappello di paglia di Firenze (Nino Rota) no TNSC. Em concerto apresentou-se com as Paixões, Cantatas e o Magnificat de J.S. Bach, os Requiem de Brahms, Fauré e Duruflé, as Vésperas de Monteverdi, Dixit Dominus de Händel, Peer Gynt de Grieg, a Cantata Dona nobis pacem de Vaughan Williams, Don Quichotte à Dulcinée de Ravel e os Gurrelieder

de Schönberg em salas como o Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, o CCB e a Casa da Música, bem como nos Festivais Folle Journée em Nantes e em Tóquio, Festival de Aix-en-Provence, e Salle Metropole de Lausanne. Tem colaborado com agrupamentos como a Orquestra Gulbenkian, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Divino Sospiro, Les Cornets Noirs, Sinfonia Varsovia, Landesjugendorchester NRW e Kammerphilharmonie Graubünden. André Baleiro iniciou a sua formação musicalno Instituto Gregoriano de Lisboa onde começou formalmente a sua educação vocal com Elsa Cortez. Licenciou-se em Direção Coral e Formação Musical na Escola Superior de Música de Lisboa, e em Canto na Universidade das Artes em Berlim na classe de Siegfried Lorenz. Venceu em 2016 o Primeiro Prémio bem como o Prémio do Público e o Prémio de Canção Portuguesa no 9º Concurso de Canto Lírico da Fundação Rotária Portuguesa.Foi bolseiro da Fundação Walter & Charlotte Hamel em Hannover e da Fundação Calouste Gulbenkian.

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(S12B) 1. Stabat mater dolorosa,Iuxta crucem lacrimosa,Dum pendebat filius.

(S1) 2. Cuius animam gementemContristatam et dolentemPertransivit gladius.

(S1S2) 3. O quam tristis et afflictaFuit illa benedictaMater unigeniti.Quae maerebat et dolebat.Pia Mater dum videbatNati poenas incliti.

(S1S2B) 4. Quis est homo qui non fleret,Matrem christi si videretIn tanto supplicio? Quis non posset contristari,Christi matrem contemplariDolentem cum filio?Pro peccatis suae gentisVidit Jesum in tormentisEt flagellis subditum.

(S2) 5. Vidit suum dulcem natumMoriendo desolatumDum emisit spiritum.Eja mater fons amoris,Me sentire vim dolorisFac ut tecum lugeam.

(S1S2B) 6. Fac ut ardeat cor meumIn amando Christum Deum,Ut sibi complaceam.

A Mãe dolorosaEstava de pé lacrimejanteJunto da cruz donde pendia o Filho.

Um espada atravessouA sua alma gemente,Contristada e dorida.

Oh como estava triste e aflitaAquela benditaMão do seu filho único.Uma Mãe piedosa, entristecida pela dor enquanto assistia ao sofrer do seu filho ínclito.

Quem é que não chorariaSe visse a Mãe de CristoEm tão grande sofrimento?Quem é que não deveria entristecer-seAo contemplar a Mãe de CristoA sofrer com o seu Filho?Ela viu Jesus em tormentosSujeito a flagelos Pelos pecados do seu povo.

Viu o seu doce filhoA morrer desoladoQuando expirou.Oh Mãe fonte de amor,Faz-me sentir a força da dorPara eu chorar contigo.

Faz que o meu coração ardaAmando Cristo Senhor,Para lhe agradar.

STABAT MATER

(S1S2) 7. Sancta mater, istud agas,Crucifixi fige plagasCordi meo valide.Tui nati vulneratiTam dignati pro me pati,Poenas mecum divide!Fac me tecum pie flere,Crucifixo condolere,Donec ego vixero.

(S1) 8. Juxta crucem tecum stareEt me tibi sociareIn planctu desidero.Virgo virginum praeclara,Mihi jam non sis amara,Fac me tecum plangere.

(B) 9.Fac ut portem Christi mortem,Passionis fac consortemEt plagas recolere.

(S2) 10. Fac me plagis vulnerari,cruce hac inebriariob amorem filii.Inflamatus et accensus,Per te ,virgo, sim defensusIn die judicii.Fac me cruce custodiri , Morte Chrtisti praemuniriConfoveri gratia.

(S1S2B) 11. Quando corpus morieturFac ut animae doneturParadisi gloria. Amen.

(S1S2B) 12. Amen.

Santa Mãe, faz-me sentirNo meu coração eficazmenteAs chagas do Crucificado. Divide comigo o sofrimentoDo teu Filho ferido que Se dignou sofrer por mim.Faz-me chorar piedosamenteContigo, condoer-me com o crucificadoEnquanto viver.

Desejo estar de pé junto da cruzE associar-me ao teu pranto.Ilustre Virgem das virgens,Não sejas amarga comigoFaz-me chorar contigo.

Faz-me levar a morte de Cristo,Faz-me participar da sua PaixãoE cultivar a suas chagas.

Faz-me sofrer as suas chagas, Inebriar-me na sua cruz Por amor do teu Filho.Inflamado e fervoroso,Seja defendido por tiNo dia do juízo.Faz-me guardar a cruz,Defender-me com morte de Cristo,Ser protegido pela graça.

Quando o meu corpo morrer,Faz que à minha alma se concedaA glória do paraíso. Amém.

Amém.

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INTRODUCCIÓNAl calvário almas llegad,Que nuestro Dulce Jesus,Desde el ara de la cruz,Hoy a todos quiere hablar

1ª PALAVRA(Pater domitte illis quia nesciunt quid faciunt, Lucas 23,3)Pues que fui vuestro enemigo,Mi Jesus, como confieso,Rogad por mí, pues con eso,,Seguro ell perdón consigo, seguro el perdón os pido.Cuando loc te ofendí,No supe lo que me hacía, ay Jesus del alma mía,rogad al Padre por mí.

AS SETE PALAVRAS DE CRISTO NA CRUZ

INTRODUÇÃOVinde almas ao calvário, Que o nosso doce Jesus, Desde o ala da cruz, Hoje a todos quer falar.

1ª PALAVRA(Pai, perdoa-lhes pois não sabem o que faze, Lucas 23,3)Já que fui vosso inimigo,Como confesso, meu Jesus,Rogai por mim, pois assimTerei seguramente o perdão,Peço-vos sinceramente perdãoQuando louco te ofendi,Não sabia o que fazia,Ai Jesus da minha alma, Pedi ao Pai por mim.

2ª PALAVRA(Hodie mecum eris in paradiso, Lucas 23, 43)Reverente el buen ladrón, imploró vuestras piedadesyo también de mis maldades os pido, Señor, perdón.Si al ladrón arrepentidoDaus lugar allá en el cielo,Ya yo también sin receloLa gloria, mi Dueño, os pido.

3ª PALAVRA(Mulier, ece filius tuus, João 19,26)Jesús en su testamentoA la Virgen hoy nos da.Oh María, quién podráExplicar tu sentimentoHijo vuestro quiero ser,Sed vos mi madre, Seõra,Que os prometo desde ahoraFinalmente obedecer.

2ª PALAVRA(Hoje estarás comigo no paraíso, Lucas 23, 43)Reverente o bom ladrão, Implorou a vossa piedade.Eu também da minha maldade,Vos Peço, Senhor, perdão.Se ao ladrão arrependidoDais lugar lá no céu,Eu também sem receioA glória, meu Dono, vos peço.

3ª PALAVRA(Mulher, eis aí o teu filho, João 19, 26)No seu testamento JesusDá-nos hoje a sua mãe.Oh Maria, quem poderáExplicar o teu sentimento?Quero ser vosso filho, Sede vós minha mãe, Senhora.Que vos prometo desde agoraFinalmente obedecer.

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4ª PALAVRA(Deus meus, Deus meus, ut quid dereliquisti me? Marcos 15, 34)Desamparado se ve de su Padre el Hijo amado.Ah, maldito mi pecado,Que de esto la causa fue.Quien quisiere consolar A Jesus en su tormentoDiga de veras, Señor,Me pesa, no mas pecar.

5ª PALAVRA(Sitio, João, 19, 28)Sed disse Cristo que tiene.Mas si quieres mitigarLa sed que le llega a ahogar,Darle lágrimas conviene.La hiel que le brinda el ministroSi la gusta no la bebe.Cómo quieres tu que pruebeLa hiel de tu culpa Cristo?

4ª PALAVRA(Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste? Marcos, 15, 34)O Filho amado sente-seDesamparado do seu Pai.Ah maldito o meu pecado, que foi a causa disto.Quem quiser consolar Jesus no seu tormentoDiga deveras, Senhor,Pesa-me, não pecarei mais.

5ª PALAVRA(Tenho sede, João 19, 28)Cristo disse que tem sede, Mas se queres mitigarA sede que o faz afogar,Convém dar-lhe lágrimas.O fel que o ministro lhe serve,Ao prova-lo no o bebe.Como queres que proveCristo o fel das tuas culpas?

6ª PALAVRA(Está consumado, João, 19, 39)O meu Deus com voz quebradaFala já a desmaiarE disse que do pecadoConsumou a redençãoo.Vê-se Jesus a expirar, Vê-se Jesus a morrer.Quem é que não chega a entregarA vida com o pesar?

7ª PALAVRA(Nas tuas mãos. Senhor, entrego o meu espírito, Lucas 23, 46)Já ao seu Pai EternoO seu espírito encomenda.Se a tua vida não se emenda, Em que mãos irá parar?Nas tuas, desde agora,Meu Jesus, entrego a minha alma.Não desvies de mim os teus olhosNaquela hora fatal.Se a tua vida não se emenda, Em que mãos irá parar?

6ª PALAVRA(Consumatum est, João 19, 39)Con voz quebrada mi DiosHabla ya muy desmayadoY disse, que del pecadoLa redención consumó.Ya Jesus se ve expirar.Ya Jesús se ve morir.Quién, pues, no llega a rendirLa vida con el pesar?

7ª PALAVRA(In manus tuas, Domine, conmendo spiritum meum, Lucas 23, 46)A su Eterno Padre yaSu espírito recomenda.Si tu vida no se enmienda,En que manos parará?En las tuyas, desde ahora, mi alma entrego, Jesús mío.No me mires con desvioEn aquella hora fatal.Si tu vida no se enmienda,En que manos parará?

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Igreja de São RoqueEdificada pela Companhia de Jesus, num local que anteriormente era dedicado ao culto a São Roque, a igreja representa um dos mais belos exemplares da arquitetura maneirista nacional. Resistiu praticamente intacta ao terramoto de 1755, tendo sido incorporada na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa em 1768, por doação régia de D. José I. É um dos edifícios mais emblemáticos do século XVI que remanescem na capital.

Evidencia-se, neste edifício, a qualidade do seu património artístico, constituído por azulejaria, mármores policromos, ourivesaria, talha dourada, pintura, escultura e relicários, património este que tem sido valorizado por sucessivas campanhas de conservação e restauro. Destaque ainda para o teto, o único exemplar lisboeta que resta dos grandes tetos pintados no período maneirista, da autoria do pintor régio Francisco Venegas, mestre de origem espanhola.

Filipe Carvalheiro é formado em Composição pela Escola Superior de Música de Lisboa e em Direção pela Universidade de Cincinnati (Estados Unidos). Desenvolveu ainda estudos de aperfeiçoamento em Composição com Emmanuel Nunes (França) e Karlheinz Stockhausen (Alemanha) e de Direção de Orquestra com Donato Renzetti (Itália) e Jorma Panula (Finlândia). Como maestro tem-se apresentado sobretudo na Dinamarca, Suécia, Áustria, Inglaterra, Polónia e Alemanha.

É atualmente maestro titular da Kammerorkestret Musica e do Kammerkoret Musica (Copenhaga).

Como maestro convidado ou assistente tem ainda colaborado com diversas orquestras e coros no norte da Europa, destacando-se a sua colaboração com o Teatro Real (Ópera de Copenhaga) e a Opera Hedeland (Hillerød).

Em concursos internacionais conquistou por duas vezes o Conductors Prize, na Polónia em 2013 e em Espanha em 2015.

Em 2015 gravou o CD “Kvindestemmer” e dirigiu no Castelo de Kronborg, Helsingør, o concerto de gala para o lançamento da organização de cooperação internacional “Transition”, transmitido em direto para a Dinamarca, Suécia, Hungria, Japão e Índia.

A convite da Rainha Margrethe II da Dinamarca dirigiu o concerto comemorativo dos 100 anos de direito de voto feminino naquele país. Desde 1989, o Maestro e compositor Filipe Carvalheiro é o diretor artístico da Temporada Música em São Roque, organizada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

25 OUT | SEXTA-FEIRA | 21h00Convento dos Cardaes

VOZES ALFONSINAS Itinerâncias trovadorescas: cantigas medievais

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