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Gratuito SCUT: Governo tem nova proposta - PT: Telefónica vendeu 8% - FUTEBOL: União de Leiria muda-se para Torres Novas Leia mais ÚLTIMAS Directora Graça Franco Editor Raul Santos Grupo r/com www.rr.pt www.rfm.pt www.mega.fm www.radiosim.pt Quarta-feira 23 Junho de 2010 Porto Lisboa Sexta Quinta Mário Soares indignado com cortes nas prestações sociais Pág.2 » Selecção Vencer o Brasil e ganhar o grupo é o objectivo “Queremos ganhar para sermos primeiros”, disse Tiago, na conferência de imprensa do dia. O jogador elogiou ainda o gesto de Cristia- no Ronaldo que lhe entregou o troféu de “me- lhor em campo”, atribuído pela FIFA no final da goleada frente aos coreanos. Págs.12 a 14 » Thiago Sampaio/EPA Brasil Autoridades em busca de 600 desaparecidos O nível da água baixou, permitindo o início das operações de busca pelas centenas de desa- parecidos, na sequência das cheias dos últimos dias, no Nordeste brasileiro. O balanço oficial aponta, agora, para 44 vítimas mortais. Pág. 7 » OPINIÃO A periferia da periferia José Miguel Sardica Vícios antigos... Graça Franco Pág.3 » SCUT Autarcas do interior querem excepções Presidentes de câmara do PSD e do PS rejeitam o princípio da uni- versalidade. Pág.4 » Comissão de Ética Parlamento mantém imunidade a Sócrates A Comissão de Ética não se pronun- cia sobre o pedido judicial para o le- vantamento da imunidade. Pág.5 » União Europeia Incumprimento poderá ser taxado A Comissão Europeia prepara-se para criar novas sanções para pa- íses incumpridores. Pág.9 » Afeganistão Comandante americano poderá ser afastado O general McChrystal, que lidera as tropas no Afeganistão, fez de- clarações polémicas. Pág.8 » Arqueologia Descoberta revela rostos dos Apóstolos Os arqueólogos do Vaticano reve- laram a descoberta dos mais anti- gos ícones dos Apóstolos. Pág.11 » A 23 de Junho... 1940: abertura da Exposição do Mundo Português Pág.15 »

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Gratuito

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Gratuito SCUT: Governo tem nova proposta - PT: Telefónica vendeu 8% - FUTEBOL: União de Leiria muda-se para Torres Novas Leia mais ÚLTIMAS

DirectoraGraça Franco

EditorRaul Santos

Grupo r/comwww.rr.pt

www.rfm.ptwww.mega.fm

www.radiosim.pt

Quarta-feira23 Junho de 2010

Porto LisboaSe

xta

Qui

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Mário Soares indignado com cortes nas prestações sociais Pág.2 »

Selecção

Vencer o Brasil e ganhar o grupo é o objectivo“Queremos ganhar para sermos primeiros”, disse Tiago, na conferência de imprensa do dia. O jogador elogiou ainda o gesto de Cristia-no Ronaldo que lhe entregou o troféu de “me-lhor em campo”, atribuído pela FIFA no fi nal da goleada frente aos coreanos. Págs.12 a 14 »

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Brasil

Autoridades em busca de 600 desaparecidosO nível da água baixou, permitindo o início das operações de busca pelas centenas de desa-parecidos, na sequência das cheias dos últimos dias, no Nordeste brasileiro. O balanço ofi cial aponta, agora, para 44 vítimas mortais. Pág. 7 »

OPINIÃO

A periferia da periferia

José Miguel Sardica

Vícios antigos...

Graça FrancoPág.3»

SCUT

Autarcas do interior

querem excepções

Presidentes de câmara do PSD e do PS rejeitam o princípio da uni-versalidade. Pág.4 »

Comissão de Ética

Parlamento mantém

imunidade a Sócrates

A Comissão de Ética não se pronun-cia sobre o pedido judicial para o le-vantamento da imunidade. Pág.5 »

União Europeia

Incumprimento poderá

ser taxado

A Comissão Europeia prepara-se para criar novas sanções para pa-íses incumpridores. Pág.9 »

Afeganistão

Comandante americano

poderá ser afastado

O general McChrystal, que lidera as tropas no Afeganistão, fez de-clarações polémicas. Pág.8 »

Arqueologia

Descoberta revela

rostos dos Apóstolos

Os arqueólogos do Vaticano reve-laram a descoberta dos mais anti-gos ícones dos Apóstolos. Pág.11 »

A 23 de Junho...

1940: abertura da

Exposição do Mundo

Português Pág.15 »

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r/com renascença comunicação multimédia, 2010

Mário Soares criticou, em entrevista ao Terça à Noite, da Renascença, os cortes nos apoios sociais, conside-rando que isso “não vai resolver o problema” do país.O antigo Presidente da República diz que está em cur-so um “ataque ao Estado Social” e que, com medidas deste tipo, o desfecho só poderá ser “outra crise”.Face a este cenário, Soares está de acordo com o de-sagrado manifestado pelas centrais sindicais e acusa o Governo de estar a privilegiar políticas neo-liberais que só protegem os mais favorecidos fi nanceiramen-te.“A teoria neo-liberal é o darwinismo social: os fortes vencem e os fracos morrem. As medidas que estão a ser tomadas são medidas neo-liberais que vão levar a outra crise”, disse Soares, sugerindo que se ataque o despesismo noutras áreas, como nos gastos dos pode-res Local e Regional e, por exemplo, em assistência ju-rídica solicitada a privados por organismos do Estado.“O que é importante é manter o Estado Social”, re-matou.

Alegre sem dimensãoAlegre sem dimensão

Na entrevista a Raquel Abecasis, o ex-Presidente da República falou ainda sobre as Presidenciais, insistin-do em que Manuel Alegre “não tem dimensão” para o cargo.Negando que Fernando Nobre seja o seu candidato, So-ares acrescentou que ainda não decidiu sobre se vai apoiar alguém.

Mais iberismoMais iberismo

Noutro ponto da entrevista à Renascença, Mário Soares defendeu que Portugal e Espanha devem afi nar estraté-gias políticas e avançar mesmo “para um governo mais iberista, com conselhos de ministros conjuntos.O antigo presidente sustenta que, desse modo, os dois países ganhariam peso na Europa, potenciando o facto de Portugal e Espanha manterem relações privilegiadas com África e a América Latina.

O candidato presidencial Manuel Alegre acusou, em entrevista à SIC-Notícias, o actual Presidente da República de estar em campanha e de ter sido um “factor de perturbação” em várias ocasiões.As actuações de Cavaco Silva nas alte-rações à Lei do Divórcio, no Estatuto dos Açores e na polémica das alegadas escutas em Belém são, para Alegre, exemplos de acções perturbadoras.

O candidato presidencial do Bloco de Esquerda e do PS também criticou o actual Presidente da República por ter promulgado a lei dos casamentos ho-mossexuais contra os seus próprios va-lores e usando o argumento da crise.Sobre a oposição de Mário Soares ao apoio do PS à sua candidatura, Manuel Alegre respondeu que “não é um pro-blema” seu e que respeita a opinião do

antigo Presidente.Na entrevista, Alegre criticou algumas medidas de austeridade do Governo, mas sublinhou que José Sócrates “fez coisas que outros secretários-gerais do PS mais à esquerda não fi zeram”, como a mudança da Lei do Aborto, a Lei do Divórcio, a Lei da Paridade ou a questão da procriação medicamente assistida.

Alegre acusa Cavaco Silva de ser “factor de perturbação”

Terça à Noite

Mário Soares critica cortes nas prestações sociaisMário Soares está indignado com o “ataque ao Estado Social” que os cortes das prestações sociais prefi guram. Em entrevista ao Terça à Noite, da Renascença, o antigo Presidente da Re-pública disse também que Manuel Alegre não tem dimensão para o cargo a que se candidata.

OPI

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A periferia da periferia

As bodas de prata são sempre ocasião de balanço e de comemoração em qualquer casamento. Portugal e a União Europeia casaram há 25 anos e seria uma enorme injustiça factual não reconhecer que o noivo ganhou imenso com o dote trazido pela noiva. O país está, hoje, em 2010, irreconhecível em relação ao que era em 1985, mesmo que os últimos dez anos tenham sido de divergência e crise. Portugal aderiu à então chamada CEE na melhor al-tura, em tempo de vacas (bastante) gordas e numa conjuntura em que a solidez do mercado comum per-mitia as expectativas mais benévolas sobre o reforço da integração política, consagrada em 1992, em Maas-tricht. Entrámos no clube na época em que o clube era dos mais exclusivos e respeitados em todo o mundo. Se Francis Fukuyama fosse europeu, teria escrito que o “fi m da história” se atingira nos corredores de Bru-xelas. A Europa era o melhor dos mundos: à grande maioria oferecia riqueza, bem-estar, democracia sóli-da e grandeza civilizacional. A fragmentação da URSS e a exibição da linha dura chinesa, em Tiananmen, funcionavam como provas de que o progresso (de pre-ferência com liberdade), não existia fora dos 12 mag-nífi cos que constituíam a CEE no fi nal dos anos 80, ou dos Estados Unidos de Reagan e Bush, que eram o seu aliado e espelho.Mas um quarto de século é muito tempo e nenhum casamento de 25 anos é impermeável a atritos. Paira no ar, em Portugal, um certo desencanto em relação a Bruxelas, à Comissão, a Estrasburgo ou ao Banco Central Europeu. Há talvez até muitos que, não sendo comunistas, estão dispostos a pensar acerca da Europa o que o PCP dela achava em 1985. Em alguns aspectos, a culpa desse desencanto é nossa. A “festa” de sermos “europeus” e de vivermos “à europeia” foi bonita, mas alguém tem de a pagar. Em 1985, o desemprego

era de 8,5% e a dívida representava 56% do PIB; em 2010, essas percentagens subiram para 10,6% e 86%. Mário Soares fez, em entrevista ao «Expresso», a per-gunta que nos obriga a um penoso “mea culpa”: como é que tantos anos depois, apesar de termos recebido “pipas de dinheiro”, estamos nesta situação? Porque nos deram muito e não o gastámos bem. É por isso que estando melhor em 2010 do que estávamos em 1985, era possível termos convergido mais, minorando o que sempre foi o nó górdio de todos os nossos saltos de de-senvolvimento: quando crescemos, nunca crescemos o sufi ciente para apanharmos os que também crescem. A outra parte do nosso desencanto não é propriamen-te portuguesa mas europeia. Há 25 anos, a Europa (ainda) era uma das cabeças do mundo. Entretanto, mesmo tendo engolido a outra metade do velho conti-nente com os alargamentos de 2004 e de 2007, viu-se ultrapassada por novos actores (China, Índia, Rússia, Brasil, etc.), que a globalização dos mercados e das trocas promoveu a centros da nova economia para o século XXI. Na recomposição mundial a que se assistiu nos últimos anos, a Europa foi quem mais perdeu relevo, poder e competitividade – e não se vê como os possa recuperar, mergulhada que está no seu “inverno demográfi co”, nas quezílias políticas entre governos-vizinhos dema-siado nacionalistas, na crise dos seus Estados-sociais ou na esquizofrenia do Euro, uma moeda caríssima e afi nal frágil. Em 1985, Portugal estava fora da Europa, mas a Europa era o centro do mundo, e estava à nossa espera; hoje, estamos dentro dela, mas o centro do mundo já se transferiu para parte incerta. É por isso que o drama nacional é em parte nosso e em parte a expressão indígena dos grandes problemas europeus da actualidade. Em 1985, éramos a periferia do centro; em 2010, porém, já só somos a periferia da periferia.

Vícios antigos...Quem já viveu num país do norte da Europa sabe que seria impossível encontrar funcionários públicos, em pleno horário de expediente, em amena cavaqueira nos bares e cafés das proximidades do respectivo lo-cal de trabalho.Esse comportamento seria de tal forma condenado, pelos pares e pela comunidade envolvente, que o abusador rapidamente sofreria as consequências ób-vias: processo disciplinar e despedimento.Em Portugal, pelo contrário, é de tal forma tolerado que o presidente da Câmara de Faro decidiu pôr-lhe cobro. Não só teve de o fazer recorrendo a um des-pacho interno, proibindo o abuso das pausas labo-rais, como foi forçado a vir para os jornais explicar

a medida. Macário Correia fala de um “mau hábito” enraizado, “vício antigo”, e justifi ca o despacho com “milhares de processos em atraso” de cidadãos e empresas à espera “ansiosamente, por respostas a que têm direito” e que tardam porque “dezenas de funcionários (exactamente: dezenas!….) passam ho-ras do tempo de serviço pago pelos contribuintes em amena conversa nos bares”.Quem quiser procurar as causas do nosso empobreci-mento e atraso encontra aqui boa parte da explica-ção. Que sentirão os funcionários obrigados, anos a fi o, a trabalhar sem descanso, vendo os processos a acumular-se, porque, ao seu lado, há colegas que vão tranquilamente passar a tarde no café?! Quem lhes garante o direito à indignação?

Graça Franco

José Miguel SardicaProfessor da Universidade Católica Portuguesa

r/com renascença comunicação multimédia, 2010

Vários autarcas, tanto do PSD como do PS, manifestam-se contra o princípio da universalidade no portajamen-to das SCUT, ao contrário da posição enunciada pela direcção dos social-democratas e que o Governo já ad-mitiu vir a adoptar.Uma das vozes dissonantes é a do presidente da Asso-ciação Nacional de Autarcas Social-Democratas, Manuel Frexes, que vê o princípio de coesão territorial e social como estando acima do princípio da universalidade. Frexes, que é também presidente da Câmara do Fun-dão, sublinhou, em declarações à Renascença, que o interior-centro é uma das regiões mais pobres do país, pelo que se justifi ca que benefi cie de um critério de excepção na introdução de portagens.Manuel Frexes garantiu, por outro lado, que a eventual introdução de portagens nas SCUT do interior irá moti-var a revolta das populações.Ainda no universo das autarquias social-democratas, o presidente da Câmara Municipal da Covilhã também defende o regime de excepções. Carlos Pinto sustenta que a eventual introdução de por-tagens vai comprometer, ainda mais, o desenvolvimen-to do interior. O presidente da Câmara da Covilhã sublinhou, ainda, que o princípio da igualdade não pode valer apenas para a angariação de receita para o Estado.A sul, o presidente da Câmara de Faro contesta a even-tual introdução de portagens na Via do Infante. Macário Correia lembra que a auto-estrada algarvia não acarreta qualquer custo para o Estado. Em declarações à Renascença, Macário pediu coerência ao Governo, recordando sucessivas declarações feitas em defesa de um regime excepcional para a Via do Infante.

Contra as portagens e contra a disciplina de votoContra as portagens e contra a disciplina de voto

Na esfera socialista, o deputado Defensor Moura é uma das vozes que se faz ouvir contra a introdução de por-tagens nas SCUT.O líder da bancada parlamentar, Francisco Assis, já dis-se que haverá imposição de disciplina de voto no de-bate dos diplomas da oposição que pretendem revogar a aplicação dos chips para pagamento de portagens, mas o antigo presidente da Câmara de Viana do Castelo

reafi rmou, hoje, à Renascença, que não vai respeitar a imposição.Defensor Moura manifestou, contudo, compreender os que reclamam o princípio de igualdade neste caso.Por seu lado, o presidente da Federação da Guarda do PS, José Albano Marques, sustenta que a introdução de portagens nas SCUT se traduziria num duro golpe para a região. O autarca disse acreditar que o Governo vai reconsiderar e manter a A23 e a A25 isentas de paga-mento.O também socialista Joaquim Morão, lamenta a even-tual introdução de portagens na A23. O presidente da Câmara de Castelo Branco acrescen-ta que, a concretizar-se, a medida vai contribuir para uma ainda mais acentuada desertifi cação do interior.Para hoje, está agendada nova reunião entre o Governo e o PSD. O maior partido da oposição já fez saber que, se o pagamento não for alargado a todo o país, votará contra os chips das matrículas. Perante este ultimato, o ministro dos Assuntos Parla-mentares, Jorge Lacão, deu sinais de possível cedência ao princípio da universalidade, posição que, até agora, o Governo tinha recusado.

A análise de dois economistasA análise de dois economistas

O tema do pagamento de portagens nas SCUT é susci-tado numa altura em que o país atravessa momentos de difi culdades económicas e em que o nível da dívida pública e do défi ce permanecem preocupantes. João Cantiga Esteves, professor do Instituto de Superior de Economia e Gestão, lamenta que o défi ce continue a ser combatido apenas pelo lado da receita.Certo é que a manutenção das SCUT traduzir-se-ia numa elevada despesa para o Estado.O economista João Ferreira do Amaral defende a inevi-tabilidade da introdução de portagens como forma de combater o défi ce excessivo. O colunista do Página1 sublinha, contudo, a necessi-dade de estabelecer critérios para avançar com a me-dida.O Governo prevê encaixar entre 120 a 150 milhões de euros por ano, com a cobrança de portagens nas SCUT Norte Litoral, Grande Porto e Costa de Prata.

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SCUT

Autarcas do interior insistem nos regimes de excepção

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Os deputados da Comissão de Ética decidiram não se pronunciar sobre o pedido judicial para o levantamen-to da imunidade ao Primeiro-ministro. O pedido está relacionado com um processo judicial por difamação, apresentado pela jornalista Manuela Moura Guedes. O presidente da Comissão de Ética, o social-democrata Luís Marques Guedes, disse que ainda não chegou o momento de a Assembleia da República se pronunciar. “Será dado conhecimento deste processo ao Primeiro- -ministro, na sequência da decisão da Comissão”, disse Marques Guedes.

Comunicado do CSMComunicado do CSM

Entretanto, o Conselho Superior da Magistratura (CSM) esclareceu que o Primeiro-ministro não é arguido no processo que teve origem na queixa de Moura Guedes.Em comunicado, o órgão responsável pela magistratu-ra esclarece que o processo está na fase de inquérito e que o pedido apresentado, ontem, pelo Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, junto da Assembleia da República, foi enviado pelo Ministério Público “por en-tender ser esse o mecanismo que permitirá, eventual-mente, a sua constituição como arguido”.

O CSM acrescenta ainda que, para já, o Tribunal de Ins-trução Criminal de Lisboa “não tem poderes para valo-rar a matéria em discussão, limitando-se a assegurar a legalidade processual”, razão pela qual entendeu que não se justifi cava a intervenção do Supremo Tribunal de Justiça. Por fi m, entendeu igualmente o Tribunal “que apenas a Comissão de Ética da Assembleia da República poderá decidir se autoriza, ou não, a constituição como argui-do” do Primeiro-Ministro.Na análise do politólogo Manuel Meirinho, este é mais um caso que contribui para o desgaste da imagem do Primeiro-ministro.

Levantada imunidade de Ricardo RodriguesLevantada imunidade de Ricardo Rodrigues

Noutro caso analisado hoje, a Comissão de Ética apro-vou o pedido de levantamento da imunidade parlamen-tar do deputado Ricardo Rodrigues, do PS. O deputado açoriano deverá responder no Departa-mento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, no âmbito de uma queixa apresentada por dois jornalistas da revista “Sábado”, depois de Ricardo Rodrigues ter sido fi lmado a surripiar os gravadores dos repórteres, durante uma entrevista na Assembleia da República.

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Comissão de Ética

Parlamento não levanta imunidade de José Sócrates

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r/com renascença comunicação multimédia, 2010

Campanhas eleitorais

Gastos nas autárquicas dispararam de 2005 para 2009

A despesa feita pelos maiores partidos na campanha das eleições autárquicas de 2009 aumentou 45% face à campanha de 2005. PS, PSD, CDS, PCP e BE gastaram 49,5 milhões euros, contra 34 milhões gastos em 2005.A maior fatia da despesa foi feita pelo PS, que gastou 24 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de cerca de 48%, face às eleições de 2005.O PSD foi o partido que deu o maior “salto” de uma eleição para a seguinte, com um crescimento superior a 83%. Passou de 9,5 milhões para 17,6 milhões. A CDU também aumentou a despesa em 15%, enquanto o CDS-PP protagonizou a maior descida - 33% - e o Bloco de Esquerda reduziu a sua despesa em 13%. Estes números são divulgados pelo “Diário Económico” no dia em que a Assembleia da República debate pro-jectos do CDS-PP, PCP e BE com medidas para a redu-ção de gastos nas campanhas eleitorais.

PS viabilizaPS viabiliza

O PS já anunciou que vai viabilizar a iniciativa, para levar o debate para a especialidade. O líder parlamen-tar socialista, Francisco Assis, diz que existe “um cam-po de trabalho” para explorar e que o PS parte “com abertura de espírito para encontrar as soluções mais adequadas”.Já o PSD não se compromete com a viabilização dos projectos que vão estar em discussão no parlamento. O

secretário-geral social-democrata, Miguel Relvas, dis-se, no entanto, que os partidos têm de dar o exemplo de poupança em tempo de crise e, por isso, o PSD vai avançar com propostas que visem o corte das subven-ções estatais.O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, tinha apelado a PS e PSD para viabilizarem o projecto da sua banca-da para acabar com a subvenção do Estado a despesas feitas pelos partidos com a concepção e afi xação de outdoors.Portas argumentou que, se o diploma do CDS-PP for aprovado, Portugal “ganhará em economia e ganhará em ambiente, porque a proliferação de cartazes tem também um preço ambiental”.De acordo com o líder do CDS-PP, nos três últimos actos eleitorais foram gastos cerca 75 milhões de euros, dos quais um terço com cartazes.

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Função Pública

Teixeira dos Santos quer cancelar prémios de gestão

O ministro das Finanças re-conheceu que o pagamento de prémios de gestão na Função Pública deverá ser cancelado, enquanto per-sistirem os problemas orça-mentais.Numa audição, no Parlamen-to, perante os deputados da Comissão de Trabalho, Segurança Social e Adminis-tração Pública, Teixeira dos Santos sublinhou, também, a necessidade de continuar a apostar na moderação sa-larial. O ministro disse que a apos-ta passa por uma disciplina salarial que permita o re-forço da competitividade: “Temos, por um lado, de melhorar a produtividade do trabalho. Isto tem obvia-mente que ver com qualifi -cações, formação do pes-soal, inovações, melhorias

na gestão. E tem que ver também com uma disciplina salarial, em termos de afi -xação dos salários, que nos garanta que a afi xação dos salários tenha uma evolução compatível com a evolução da produtividade”.Teixeira dos Santos explicou que, “para Portugal refor-çar a competitividade, os ganhos de produtividade que o país conseguir têm de ser ganhos que permitam efectivamente reforçar a competitividade e que não podem ser todos, ou intei-ramente, neutralizados com aumentos de salários ou, muitas vezes, até ultrapas-sados por aumentos de sa-lários que vão além desses ganhos de produtividade”.“Aí estamos a comprometer a competitividade do nosso país”, defendeu.L

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Água

Entidades continuam a desrespeitar direitos dos consumidores

A Associação Portuguesa de Direito do Consumo (APDC) acusa as enti-dades gestoras de água de continu-arem a não respeitar os direitos dos consumidores.Dois anos depois da entrada em vi-gor do diploma que regulamenta os serviços públicos essenciais, a APDC não aceita os sucessivos atropelos a que os consumidores estão sujeitos. Facturação bimensal, consumo feito por estimativa e apresentação de di-vidas já prescritas são algumas das queixas que os consumidores fazem chegar à associação. A APDC sublinha ainda a questão do aluguer de contador, cuja cobrança

a lei proíbe: muitas entidades abastecedoras de água contornam a situa-ção substituindo, nas facturas, esta parcela por outra de taxa de manuten-ção ou de conservação. Segundo o presidente da APDC, Mário frota, há outras situações de abuso que afectam o bolso dos consumidores, como as cobranças de ramais de ligação, onde estão causa valores da ordem dos 2.500 a 3.750 euros.Uma facturação transparente da água é um assunto que preocupa também a Direcção-geral do Consumidor, que pediu às autarquias uma justifi cação para os valores fi xos que estão a ser cobrados. De acordo com fonte daque-le organismo estatal, as respostas tardam em chegar.

Hospital Garcia de Orta

Crianças tiveram alta

As duas crianças que sofreram queimaduras na sequência de uma troca de medicamentos, no Hospi-tal Garcia de Orta, em Almada, ti-veram alta ontem.De acordo com fonte hospitalar, o estado clínico dos dois meninos, um com 18 meses e outro com três anos, continua a evoluir favoravel-mente.As crianças deverão voltar ao servi-ço de pediatria em meados de Ju-lho, altura em que será feita uma nova avaliação do seu estado clíni-co e se fi cará a saber se têm ou não sequelas.A troca de medicamentos provo-cou queimaduras nos intestinos das duas crianças e também na tra-queia e no esófago de uma delas.A médica responsável por este erro não foi suspensa, mas prossegue o inquérito interno e a Entidade Re-guladora da Saúde formaliza hoje a abertura de um inquérito próprio, como aconteceu no caso similar ocorrido no Hospital de Santa Ma-ria, em que vários doentes acaba-ram por perder a visão.

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Brasil/Cheias

Número de vítimas continua a subir

As chuvas torrenciais e os deslizamentos de terras no Nordeste do Brasil mataram, pelo menos, 44 pessoas. Há ainda cerca de 600 desaparecidos e mais de 200 mil desalojados.

O último balanço divulgado pela Protecção Civil con-sidera os estados Alagoas e Pernambuco como os mais afectados. O número de cidades em situação de emer-gência passou de 13 para 30 e outras nove cidades

estão em estado de calamidade pública. Ao todo, foram 54 os municípios afectados. As buscas pelos desaparecidos foram hoje re-tomadas. Quatro cães pisteiros estão a parti-cipar nas operações de resgate.O secretário de Comunicação de Alagoas, Nelson Ferreira, revelou à imprensa que a enxurrada destruiu o caminho de ferro Trans-nordestino. O trecho mais danifi cado foi o de União dos Palmares, que já tinha sido destruído durante as cheias em 2000.Muitas cidades continuam sem luz nem água. O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Sil-va, já anunciou 120 milhões de euros de ajuda às vítimas e mobilizou as Forças Armadas.

Sucedem-se histórias de sobrevivência surpreendentes no Brasil, mas também de tristeza, violência e saques.O nascimento de Maria Angelina, anteontem, foi das pou-cas razões de festejo que se sentiram nas zonas atingidas pelas fortes chuvas e consequentes cheias em diferentes pontos do Brasil. A mãe, Maria Jaciara, de 19 anos, vive com o seu marido num ponto alto, pelo que não foi atingi-da pelas fortíssimas águas.Mas as cheias têm criado mais histórias de tristeza do que de alegria. Enquanto nascia Maria Angelina, uma outra criança, de três anos, era levada pela torrente. O seu pai, Carlos Alberto Brasil, mostrou-se conformado com a tragé-dia quando explicou ao jornal “Estado de São Paulo” o que se passou: “Aqui a água subiu de noite, salvei os outros fi lhos, mas estava tudo escuro, eu não vi, não deu para salvar minha fi lha”.Impressionante é a história de Cícero Mariano da Silva, que apenas se salvou porque teve a sorte de se agarrar a um coqueiro, e a força e tenacidade de permanecer agarrado durante as nove horas que durou a cheia.A água, recorda este homem de 45 anos, “batia tão forte que arrancou a minha roupa. Fiquei nu, pelado mesmo, agarrado naquele pé de árvore das 20h00 de sexta até às 05h00 de sábado”. Mais sorte teve o seu genro, explica Cícero, que conse-guiu trepar até ao topo de outra árvore: “Mas para ele a situação foi melhor, porque é magrinho e conseguiu subir nas folhas. Tenho 1,62 metros e 92 quilos. Nem sei como aguentei”, explicou à “Folha de São Paulo”.Durante as nove horas que lá esteve, Cícero contou “umas oito pessoas” a passar por ele. “Não ouvi ninguém gritar. No escuro, só via as mãos apontadas para cima”.Entretanto, no rescaldo da destruição, começam a surgir relatos de saques e de violência. Tudo serve para roubar, incluindo portões e janelas metálicas, explica a “Folha de São Paulo”.José Medeiros, de 36 anos, passou a acampar nos escom-bros da sua casa, onde passa os dias à procura de objec-

tos de valor. Estava a passar a noite quando surpreendeu um ladrão que, todavia, lhe roubou a botija de gás, outro objecto que, com na actual situação, se tornou muito va-lioso.

“Estive nove horas agarrado a um coqueiro”

Filipe d’Avillez

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EUA

Obama recebe comandante militar no Afeganistão envolvido em polémica

O Presidente norte-americano, Barack Obama, vai reunir-se hoje com o general que lidera as tropas ame-ricanas no Afeganistão, Stanley McChrystal, antes de decidir se o demite pelas críticas feitas a altos funcio-nários da administração. Stanley McChrystal foi chamado a Washington para reu-niões no Pentágono e na Casa Branca, depois da publi-cação de uma entrevista à revista “Rolling Stone”, na qual se mostrou céptico relativamente a alguns altos funcionários da administração norte-americana.Na Casa Branca, McChrystal vai participar na reunião sobre o Afeganistão que Obama realiza mensalmente

com a equipa de segurança nacional e na qual o gene-ral costuma participar por videoconferência.Obama declarou, ontem, depois de uma reunião do seu gabinete, que o militar – que a cadeia de televi-são CBS disse estar pronto para apresentar a demissão – demonstrou um “erro de avaliação” ao formular as críticas.“Vou reunir-me com ele. É claro que o artigo mostra um erro de avaliação, mas quero assegurar-me de que falo com ele directamente antes de tomar qualquer de-cisão”, disse Barack Obama, ao salientar também que a decisão será determinada pelo objectivo de “fazer com que a estratégia para o Afeganistão funcione”.No artigo da “Rolling Stone”, Stanley McChrystal mos-trou-se muito crítico relativamente ao enviado norte-americano para o Afeganistão e Paquistão, Richard Holbrooke, que descreve como um “animal ferido” e de quem teme ler as mensagens de correio electróni-co. O general, que já pediu desculpa pelo sucedido, foi, também, irónico em relação a fi guras como o vice-Presidente Joe Biden.Outros assessores do general proferiram também co-mentários pouco abonatórios para altos quadros da administração norte-americana, como a descrição de “palhaço” feita ao conselheiro de Segurança Nacional, James Jones.

Golfo do México

Bloqueada moratória para novas explorações de petróleo

Um juiz federal de Nova Orleães bloqueou uma moratória de seis meses para novos projectos de pesquisa de petróleo em águas profundas, que fora imposta na sequência do desastre ambiental no Golfo do México. A Presidência dos Estados Unidos já disse que iria apelar da decisão. O Governo de Barack Obama suspendeu a aprovação de novas autorizações para pesquisa de petróleo em águas profundas e suspendeu trabalhos em curso em 33 plataformas no Golfo do México. O assessor de imprensa do Presidente, Robert Gibbs, disse que este acredi-ta que a pesquisa em águas profundas não faz sentido e coloca a segurança

dos trabalhadores “a um tal nível de perigo que o Presidente não acredita que seja su-portável”. Várias empresas que abastecem as platafor-mas de exploração petrolífera no mar alto com trabalhadores, alimentação, equipa-mentos e serviços solicitaram ao juiz distrital Martin Feldman, em Nova Orleães, que anu-lasse a moratória, argumentando que fora imposta arbitrariamente. A decisão de Washington surgiu depois da explosão em 20 de Abril da plataforma Dee-pwater Horizon, operada pela BP, que matou 11 trabalhadores e provocou um derrame de milhões de litros de petróleo no Golfo do Mé-xico.

Medvedev nos EUA

Presidente russo visita Califórnia

O Presidente russo Dmitry Medve-dev iniciou hoje uma visita ofi cial de dois dias à Califórnia com o ob-jectivo de estreitar laços com o Es-tado americano. Medvedev aterrou em São Francisco, onde foi recebido pelo governador Arnold Schwarze-negger e pelo Secretário de Estado George Shultz.

r/com renascença comunicação multimédia, 2010

Jamaica

Detido barão da droga

Foi detido o principal responsável pela guerra urbana na Jamaica que provocou a morte de 73 pessoas. A polícia jamaicana anunciou ter capturado o barão da droga Chris-topher Dudu’s “Coke” nos arredores da capital, Kingston. O trafi cante é alvo de um pedido de extradição enviado pelos Estados Unidos.

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O padrão-ouro dominou as transacções económicas internacionais até há quase um século. Depois, o ouro foi perdendo importân-cia como valor de reserva dos bancos centrais, sendo o seu papel assumido sobretudo pelo dólar. O economista Keynes chamava ao ouro a “relíquia bárbara”, propondo a sua eliminação do sistema de pagamentos internacionais.

O Banco de Portugal, em coordenação com outros bancos centrais, foi vendendo ouro ao longo dos últimos vinte anos, ouro acumu-lado principalmente durante a II Guerra Mundial. A nossa moeda agora é o euro e as reservas que o garantem são as do Banco Cen-tral Europeu.

Mas em tempo de crise e incerteza, como aquele que hoje vive-mos, o ouro volta a ser apetecível, embora não renda juros. É um valor de refúgio para os investidores. Esta semana soube-se que a Arábia Saudita possui reservas em ouro muito superiores às esti-madas. A cotação deste metal subiu para máximos de sempre. E os Estados Unidos são os primeiros detentores de ouro nas reservas – ainda possuem mais de oito mil toneladas. A “relíquia bárbara” tarda em abandonar a cena.

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G20

Barroso quer fi m de estímulos orçamentaisO presidente da Comissão Eu-ropeia, Durão Barroso, apelou hoje ao fi m dos estímulos or-çamentais no seio do G20 de uma forma concertada, ainda que adaptada à realidade de cada país, de modo a assegu-rar a sustentabilidade das fi -nanças públicas.A posição de Durão Barroso é expressa numa carta conjunta com o presidente do Conse-lho, Herman van Rompuy, enviada hoje aos líderes do G20, em vésperas da cimeira que se celebra sábado e domingo em Toronto, no Canadá, e para a qual Estados Unidos e Europa partem com posições diferentes rela-tivamente às medidas públicas de estímulo à economia.Enquanto Washington advoga a manutenção por mais tempo dos estímu-los, de forma a assegurar a consolidação do crescimento, a União Europeia defende que é tempo de se dar prioridade à luta contra o défi ce público.

Soros deixa alertaSoros deixa alerta

O multimilionário e investidor George Soros afi rmou hoje que “se os ale-mães não mudarem a sua política, não se pode excluir o colapso do euro”. Soros deixou o alerta em entrevista ao semanário germânico “Die Zeit”.

CE

Bruxelas estuda imposto sobre países incumpridores

Daniel Rosário »

A Comissão Europeia prepara-se para criar novas sanções para paí-ses incumpridores. Uma das medi-das em discussão é a criação de um imposto sobre as emissões de dívida dos países que violem as suas pro-messas orçamentais. Esta é uma das propostas que está a ser ponderada no quadro das me-didas de reforço das sanções pre-vistas no Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), avança hoje a agência Bloomberg. É neste contexto que surge agora a ideia de taxar as emissões de dívi-da pública dos mais endividados. O juro extra seria, depois, bloqueado numa conta e confi scado se o Esta-do-membro falhar no cumprimento das suas promessas orçamentais. Outras medidas previstas pelo do-cumento é obrigar os países a publi-car mais informação sobre as suas emissões de dívida e cortar o acesso dos incumpridores ao fi nanciamento do Banco Europeu de Investimento. Estas ideias juntam-se a outras que já circulam há mais tempo e que preconizam a suspensão temporá-ria dos direitos de voto dos países infractores ou a anulação do aces-so a alguns fundos estruturais e de coesão.O documento está hoje a ser ana-lisado em Bruxelas e será discutido na próxima semana pelo colégio de comissário e colocado à disposição dos ministros europeus em meados de Julho. O principal objectivo é assegurar que não se repetem casos como o da Grécia.

Ponto de vista

A relíquia bárbara

Francisco Sarsfi eld CabralJornalista

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Refugiados

Vaticano elogia acção de António Guterres A Santa Sé manifestou o seu apoio “ao esforço intenso realizado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) para chamar a atenção, melhorar e avançar na questão da necessidade de uma protec-ção alargada ao refugiados e às populações de risco”.O representante permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, Arcebispo Silvano Tomasi, elogiou, desta forma, a acção de António Guterres ao lon-go de cinco anos de mandato, ao dirigir-se, hoje, ao Comité Executivo do ACNUR, por ocasião do seu 48.º encontro, em Genebra.D. Silvano Tomasi referiu também que esta acção é ainda mais oportuna “numa altura em que os confl itos têm vindo a deslocar cada vez mais pes-soas, numa conjuntura em que os requerentes de asilo têm sido obrigados a retornar, devido à grave crise económica que afecta os países”.O problema, destacou o Arcebispo italiano, tem vindo a agravar-se e dei-xou o exemplo: “Os últimos números das Nações Unidas apontam para 43,3 milhões de pessoas em risco, o número mais alto desde 1990”.Tomasi realçou ainda a situação da Colômbia, com 4,9 milhões de refugia-dos internos, e a nova onda de deslocados no Quirguistão.

À atenção dos governos mundiaisÀ atenção dos governos mundiais

O responsável do Vaticano reforçou a mensagem global do ACNUR, apon-tando questões que deverão merecer maior atenção por parte dos gover-nos mundiais.Nesse sentido, o representante da Santa Sé defendeu alternativas à de-tenção de refugiados e requerentes de asilo, considerando-a inapropriada; apelou à criação de condições de segurança e ao respeito pela dignidade humana; apontou à necessidade de criar mecanismos de protecção para os refugiados; destacou o papel que os órgãos de comunicação poderão ter, passando para o público a dimensão real do problema.D. Silvano Tommasi não deixou de criticar “a desinformação e a manipu-lação política dos medos de culturas e pessoas desconhecidas”, algo que muitas vezes faz parte da acção dos governos. “Não podemos dizer que um estado cumpre o seu papel, quando pessoas em risco são deixadas ao abandono”, disse ainda, no decurso da sua intervenção.Fundado em 1951, o ACNUR protege e apoia 31 milhões de refugiados em mais de 110 países, tendo sido agraciado com o Prémio Nobel da Paz em 1954 e em 1981.

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Pobreza

Bispo do Porto diz que sem as redes sociais já teria havido uma “explosão”

O Bispo do Porto elogiou o trabalho que está a ser executado pelas re-des sociais, lembrando que nenhum Governo consegue resolver problemas como os que o país enfrenta “sem um grande reforço e um grande apoio da parte de uma sociedade consciente”.D. Manuel Clemente falava na sessão de apresentação do livro “O que Sabemos Sobre a Pobreza em Portugal?”, obra de homenagem póstuma a Leonor Vasconcelos Ferreira, falecida há dois anos, que foi uma das mais reputadas investigadoras portuguesas na área da mensuração da pobreza e distribuição de rendimentos. O Bispo do Porto reconheceu que há falta de apoios fi nanceiros para os mais necessitados em Portugal e sublinhou que sem as redes sociais a situ-ação já tinha explodido. Apesar das difi culdades, D. Manuel Clemente congratula-se porque há gen-te que não desiste: “O problema existe, a falta de apoios fi nanceiros é, no fundo a situação económica e fi nanceira do país e uma sua resultante. Agora, que em tudo isto haja gente que não desiste e reforça a presença, a refl exão, a actuação e a motivação, isso é que é positivo”.

YouTube

Hit musical islâmico provoca polémica

“Quando formos martirizados” é o título do mais recente hit musical no mundo árabe.A canção é interpretada por crian-ças e o respectivo clip já foi visto por centenas de milhares de pes-soas no site de partilha de vídeos YouTube.Quem não compreende a letra di-fi cilmente imaginará a mensagem passada por este clip, que foi pro-duzido pelo canal de televisão in-fantil “Pássaros do Paraíso”, sedea-do na Jordânia.“Quando formos martirizados/ire-mos para o Céu”, canta a peque-na vocalista do grupo de crianças. Enquanto isto, os outros elementos vão encenando cenas do dia-a-dia, enquanto o coro entoa “Não digam que somos crianças/a vida tornou--nos adultos/Sem a Palestina/que signifi cado tem a infância?”.Em palco, surgem crianças com fardas militares e kipás, usados na cabeça por judeus devotos, que fi ngem metralhar os pacífi cos tra-balhadores, que caem mortos por terra.“Podem-nos dar o mundo inteiro/que não a esqueceremos/O meu país e o meu sangue por ela/Sem a Palestina/que signifi cado tem a infância?”, diz, mais adiante, a le-tra da canção. No vídeo, entra, en-tão, em cena um adulto, o único de todo o clip, que assegura às crian-ças martirizadas que “cumpriram” o seu “dever religioso”. O coro res-ponde: “Não há outro Deus que não Alá/e o mártir é o seu preferido”.Enquanto a imagem mostra duas crianças vestidas de militantes is-lâmicos a disparar sobre um solda-do israelita e a matá-lo, o adulto canta: “Vocês mostraram-nos o que signifi ca ser adulto”.Já perto do fi nal do vídeo, surge uma menina, com não mais do que quatro anos, de mãos juntas e voz suave, pedindo a Deus que a ajude, que salve os muçulmanos e as crian-ças da Palestina e que as vingue.O vídeo já recolheu centenas de comentários, na sua esmagadora maioria a criticar o conteúdo. Igual-mente, porém, têm sido colocados no YouTube dezenas de vídeos rela-cionados, alguns contêm fi lmagens amadoras de crianças a cantar a música. Outras mostram grupos mi-litantes a treinar ao som do tema.

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CULT

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Arqueologia

Vaticano descobriu os mais antigos ícones dos Apóstolos

Os arqueólogos do Vaticano dizem que se tra-ta dos mais antigos ícones dos Apóstolos jamais encontrados e que terão sido eles a determinar as imagens que temos hoje de São Pedro, São André, São João e São Paulo.Os frescos, que estão numa artéria das cata-cumbas de Santa Tecla, perto da Basílica de São Paulo, já eram conhecidos, mas os seus detalhes só foram revelados depois de uma intervenção de dois anos com recurso a uma nova tecnologia

laser. O laser funcionou como um “bisturi óptico” que permitiu retirar a camada grossa de carbonato de cálcio que escondia os ícones, explicou à agência Reuters Barbara Mazzei, que coordenou o projecto.“Estas são as primeiras imagens que conhecemos das faces destes quatro Apóstolos”, disse ontem Fabrizio Bisconti, responsável pelos trabalhos ar-queológicos na rede de catacumbas romanas. Estima-se que as imagens tenham sido pintadas no fi nal do século IV ou no início do século V.Pormenores como a testa enrugada, a calvície e a barba afi ada de São Paulo reforçam a tese de que estas imagens serviram de molde para re-tratos posteriores destes apóstolos. Imagens mais antigas dos apóstolos mostravam-nos em grupo, com os rostos mais pequenos e cujos detalhes eram difíceis de distinguir.As faces foram pintadas em quatro círculos de 50 centímetros de diâmetro pintados no tecto de uma sepultura subterrânea de uma mulher nobre. “É uma descoberta muito importante para compreender a história das primei-ras comunidades cristãs de Roma”, disse Bisconti. Bisconti afi rmou que o Vaticano não tem planos para abrir as catacumbas de Santa Tecla ao público, apesar de, ocasionalmente, ser dada permissão para visitas de grupos.

Festival MED

Música de todo o mundo em Loulé

A música do mundo e a gastronomia mediterrânica são os pratos fortes do MED 2010, que arranca hoje no centro histórico de Loulé.A sétima edição do Festival do Me-diterrâneo estende-se até sábado. Por sete palcos vão passar 50 artis-tas e grupos.Hoje, há concertos de Zeca Medei-ros, Cerca Amparo Sanchéz, Femi Kuti & The Positive Force, Macacos do Chinês e, a fechar, Vieux Farka Touré.O bósnio Goran Bregovic, que actua amanhã, é outro dos nomes fortes do cartaz do MED. Os portugueses The Legendary Tiger Man, Virgem Suta, Anaquim, Mazga-ni ou Cacique 97 também passam pelo MED, no Palco Castelo. Para além da música, o MED mostra uma fusão de sabores do mundo e manifestações artísticas, como o teatro e o artesanato. O festival vai também oferecer espaços de cozi-nha de autor com os Chefs Chakall, Bernardo Sousa Coutinho e Jonnie Pratt.Os bilhetes para o MED variam en-tre os 12,5 euros (bilhete diário) e os 60,5 euros (bilhete Premium).

Porto

Rock num autocarro? É só uma das formas de passar o São João

A noite de São João, no Porto, foi o momento escolhi-do para os Blind Zero apresentarem o seu novo álbum “Luna Park”. Não será um concerto normal: vai acon-tecer num autocarro que percorrerá as principais ruas e avenidas da cidade. A banda resolveu que fazia sentido fazer algo especial para o dia da festa da sua cidade. “Queríamos trazer a festa às pessoas. Toda a gente pode subir para o auto-carro, das 22h00 às 2h00”, explicou o guitarrista Vasco Espinheira.Antes de se aventurarem pelas ruas do Porto durante as festas sanjoaninas, os Blind Zero encerram o Con-certo de São João da Casa da Música, que tem início às 22h00, com a apresentação da Orquestra Nacional do Porto, com a trompa alpina de Carlo Torlontano.Os outros cabeças de cartaz são os Trabalhadores do Comércio, outras das mais emblemáticas bandas do Porto, que vão actuar pela primeira vez na Casa da Música. Do alinhamento vão fazer parte os temas mais conhe-cidos dos Trabalhadores do Comércio, como “Chamem a pulissia”, mas também canções do novo álbum, que

deverá sair em meados de Outubro.O concerto de São João da Casa da Música arranca às 22h00 e prolonga-se até às 4h00 de amanhã.Os mais tradicionalistas podem fi car pelos bailaricos, mas há também propostas alternativas, com a música electrónica a ocupar um lugar de destaque. É o caso do “Arraial Minimal”, na Rua Cândido dos Reis, onde tam-bém cabe a música pop, e do Baile Electrónico Edição de São João, nos Jardins do Palácio de Cristal, que as-sinala o regresso dos Hercules & Love Affair, instituição do novo disco, ao Porto.

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“É uma descoberta muito

importante”, disse Fabrizio Bisconti

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Os Blind Zero vão mostrar o novo “Luna Park” pelas ruas do Porto

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Líder que é líder, assume-se dentro e fora do relvado. Foi o que fez Cristiano Ronaldo no fi nal do jogo da Ci-dade do Cabo, ao entregar o prémio de “homem do jogo” a Tiago. Ao que soubemos, não só o entregou, como rubricou e dedicou. Uma atitude que o enobrece, mas que sinceramente não surpreende, porque Cristiano Ronaldo, por muitas histórias que se contem, é mesmo assim.Outra atitude nobre, a de Deco, merecedora dos maiores encómios ao elogiar Tiago, o seu substituto na equipa. A propósito, o que tenho lido e ouvido sobre Deco, é próprio de gente mal agradecida, que não sabe reconhecer a sua trajectória de sucesso ao serviço da selecção portuguesa. Não nasceu em Portugal, mas não pode, ou pelo menos não deve, ser acusado de não ter defendido as cores nacionais ao longo de 75 jogos ofi ciais, com dois Mundiais e dois Europeus.Posso me enganar muito, mas palpita-me que Deco ainda vai ser útil, muito útil, no decorrer deste Mun-dial, assim as lesões o protejam.

Telegrama da nobreza

Pedro Sousa

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Selecção

Tiago reafi rma vontade de vencer o grupo

Portugal vai entrar no jogo de sexta-feira, frente ao Brasil, a contar para a terceira jornada do Grupo G do Mundial de 2010, com o intuito de vencer e assegurar o primeiro lugar do grupo.“Queremos ganhar para sermos primeiros”, afi rmou, hoje, em conferência de imprensa, o médio Tiago.“Quero fi car em primeiro, sem dúvida. Estamos num grupo muito forte, mas dependemos só de nós. Vamos entrar com o intuito de sermos primeiros”, sublinhou Tiago, que, recordando a copiosa goleada sofrida em Novembro de 2008, em Brasília, perante o Brasil (6-2), disse que não acredita que o reencontro seja dominado pelo tom da vingança.“Nunca iremos esquecer esse jogo, mas não vai ser um ajuste de contas. São jogos completamente diferen-tes, noutro contexto”, considerou, antevendo, desde já, um “Brasil bem organizado e com transições rápidas para os homens da frente”.Assumindo-se como um dos jogadores em destaque na goleada imposta pela equipa nacional à Coreia do Nor-te, Tiago voltou a mostrar-se emocionado pela atitude de Cristiano Ronaldo, que lhe ofereceu o prémio de melhor em campo para a FIFA, já nos balneários: “Foi uma atitude linda do Cristiano. Não estava à espera, e quando voltei do banho o prémio estava no meu sítio, com o Cristiano a dizer-me que achava que eu o mere-cia. Foi uma atitude linda, de «capitão», e encheu-me o coração. Não é todos os dias que se vêem atitudes destas”.“Quando entramos em campo esperamos fazer o me-lhor, mas é verdade que saiu um jogo estupendo [con-tra os norte-coreanos], com dois golos, como nunca tinha marcado na selecção, e assistências. Fiz um jogo muito completo, agora é esperar que contra o Brasil as coisas continuem a sair-nos bem”, desejou.Sobre a lesão de Deco e a possibilidade de se poder manter no meio-campo escolhido por Carlos Queiroz, o médio da Juventus mostrou-se altruísta: “Ainda não

sei se o Deco vai recuperar ou não. Gostaria que conse-guisse recuperar, porque é um grande jogador e seja no onze, ou a entrar a partir do banco, faz-nos muita fal-ta. Quanto a eu jogar de início ou não, cabe ao mister decidir. Se chegou a minha hora? Claro que a continui-dade é importante, mas vamos ver, jogando ou não, é a minha hora de continuar a ajudar, como sempre fi z na selecção, como vocês sabem. Sempre estive disponível para ajudar”.

Deco treinou à parteDeco treinou à parte

Carlos Queiroz contou com duas baixas no treino desta tarde, no centro de treinos de Bekker, em Magalies-burg. O seleccionador nacional português não pôde contar com Deco e Rúben Amorim.O médio-luso brasileiro treinou à parte, efectuando apenas corrida, juntamente com o fi sioterapeuta An-tónio Gaspar, nos primeiros 15 minutos do treino que foram abertos à comunicação social.Já o médio do Benfi ca, com uma lesão na região ante-rior da coxa esquerda, não treinou esta tarde.

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Grupos C e D

Inglaterra e Alemanha não querem imitar a França

As históricas selecções da Alemanha e de Inglaterra jo-gam hoje o futuro no Mundial de 2010, na África do Sul, diante de equipas mais inexperientes, mas mais confortáveis na classifi cação dos dois grupos, Gana e Eslovénia, respectivamente na terceira jornada dos Grupos D e C.A Alemanha goleou a Austrália por 4-0, mas foi batida pela Sérvia por 1-0 nesta sua 17.ª fase fi nal e busca o triunfo sobre o Gana, num jogo que já decorre à hora de fecho desta edição, em Joanesburgo. Os alemães procuram evitar uma inédita eliminação prematura e o fi m do sonho do “tetra”, depois de terem sido cam-peões do mundo na Suíça, em 1954, na Alemanha, em 1974, e em Itália, em 1990.Um empate é sufi ciente para o Gana garantir a sua segunda presença nos oitavos-de-fi nal de um Mundial, após a estreia no Alemanha 2006 - no qual foi elimina-do pelo Brasil -, resultado que coloca os germânicos atentos ao resultado do Austrália-Sérvia, que também já teve início, em Nelspruit, à hora de fecho desta edi-ção, já que as quatro equipas têm ainda múltiplas hi-póteses de se qualifi carem.

Inglaterra joga apuramento ao fi m da tardeInglaterra joga apuramento ao fi m da tarde

A Inglaterra, campeã em casa em 1996 e pela 12.ª vez num Mundial, empatou com os Estados Unidos (1-1) e com Argélia (0-0) e precisa de bater a Eslovénia, líder do Grupo C nesta sua segunda experiência depois do Coreia do Sul/Japão 2002, para não recorrer à máquina calculadora.A partir das 19h30, em Port Elizabeth, a selecção bri-tânica defronta a Eslovénia, que já venceu a Argélia (1-0) e empatou com os norte-americanos (2-2), en-quanto o conjunto africano, com apenas um ponto, se bate com a equipa dos Estados Unidos, em Pretória,

alimentando igualmente, ainda, legítimas esperanças de apuramento.

Grécia volta para casaGrécia volta para casa

Depois da França, outra selecção europeia, a Grécia, não conseguiu garantir o apuramento para os oitavos-de-fi nal do Mundial da África do Sul. Ontem à noite, os gregos foram derrotados por 2-0 pela Argentina que se qualifi cou para os “oitavos” só com vitórias.No outro jogo do Grupo B, a Coreia-do-Sul empatou (2-2) com a Nigéria e também passou à segunda fase.Nos oitavos-de-fi nal, a Argentina vai defrontar o Méxi-co, que fi cou no segundo lugar do Grupo A, enquanto que o Uruguai (vencedor do Grupo A) joga com a Coreia do Sul.

Depois da decepcionante participação da selecção fran-cesa no Mundial da África do Sul, o avançado Thierry Henry vai ser recebido já amanhã pelo Presidente fran-cês, Nicolas Sarkozy. A notícia foi avançada pela esta-ção de rádio “RMC” e, mais tarde, confi rmada por fon-tes ofi ciais do Governo.De acordo com aquela rádio, “Thierry Henry já aban-donou a África do Sul num avião particular. Passará a noite em Paris antes do encontro de amanhã, com o Presidente da República”.O avançado, que entrou em campo apenas nos minutos fi nais da derrota francesa frente à África do Sul (2-1), foi acusado de ter sido um dos líderes da revolta dos jo-gadores contra a equipa técnica, depois do afastamento de Anelka da selecção.

Sarkozy vai receber

Thierry Henry

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Ponto Final

Azul em vários tons

Ribeiro CristóvãoJornalista

O azul dominou as cores da jornada de terça-feira neste Mundial. Nuns casos, mais vivo, como foram os da Argentina e do Uruguai mas, infelizmente, muito esbatidas as cores francesas, que nem sequer fazem parte do calendário em vigor a partir de agora.A França, que chegara a este campeonato envolta numa vasta onda de contestação, devido a um apuramento alcançado através de ba-tota inaceitável, nunca conseguiu anular esse sentimento à escala internacional e, pior do que isso, só agravou a sua situação devido ao condenável comportamento de alguns dos seus jogadores.Comportamento desportivo, por um lado, por se ter transformado numa selecção incapaz de impor o seu estatuto de vice-campeã mundial, e logrando apenas a conquista de um ponto e a obtenção de um único golo, em três jogos e num grupo em que se apresen-tava como candidata a seguir em frente.Comportamento ético e disciplinar de alguns dos seus atletas, por terem faltado ao respeito ao grande acontecimento em que esta-vam envolvidos e, não menos importante, aos seus compatriotas que sempre os apoiaram, mesmo nos momentos em que deram duvidosas provas de merecer esse apoio.Os gauleses estão assim a empreender a viagem de regresso a casa, e certamente a aguardar uma recepção pouco amistosa. Os ecos que têm chegado de França, através de uma imprensa que não tem poupado criticas às indignidades cometidas na África do Sul, deixam antever uma inevitável e profunda revolução num futebol que já foi o orgulho dos seus compatriotas. Felizmente bem mais pacífi cas são as viagens de volta de outras representações que também já deram por terminadas as suas ta-refas neste Campeonato do Mundo. A inevitável selecção de valores começa agora a fazer-se de forma mais acentuada, e nem sequer se pode falar de injustiça nos des-fechos até aqui registados.África vê cair duas das suas selecções, Nigéria e África do Sul, acontecendo pela primeira vez o país organizador não ir além da fase de grupos. Saíram deste modo frustradas as expectativas criadas à volta do valor do futebol do continente negro. Desapontamento igualmente em relação à Grécia, um ex-campeão da Europa que se mostrou incapaz de proceder à renovação que a equipa de 2004 impunha.Por isso, para alguns, há agora que começar tudo de novo.

Ouça a crónica de Ribeiro Cristóvão às 22h30, em Bola Branca

r/com renascença comunicação multimédia, 2010r/com renascença comunicação multimédia, 2010

Espanha

FIFA não castiga David Villa

A FIFA afastou hoje a possibilidade de abrir um processo disciplinar para castigar o futebolista espanhol David Villa por agressão ao hondu-renho Emílio Izaguirre, durante o Espanha-Honduras, do Grupo H do Mundial, disputado na segunda-feira.O porta-voz da FIFA, Pekka Odro-zol, disse hoje que a comissão dis-ciplinar do organismo que dirige o futebol mundial não encontrou ra-zões para abrir qualquer processo ao internacional espanhol, autor dos dois golos da vitória (2-0) sobre as Honduras.Villa atingiu Izaguirre na cara no interior a área, mas o árbitro, o japonês Yuichi Nishimura, não san-cionou o lance, aparentemente por não ter visto o acto do jogador es-panhol.No Mundial 1994, nos Estados Unidos, a FIFA castigou o italiano Mauro Tassotti com sete jogos de suspensão, depois de este ter atin-gido com uma cotovelada a cara do espanhol Luís Henrique, lance igualmente não sancionado pelo árbitro.

Espanhóis sem preferência Espanhóis sem preferência

O médio espanhol Xabi Alonso afi r-mou hoje que não está preocupa-do em defrontar Brasil ou Portugal nos oitavos-de-fi nal, referindo que o importante é garantir “o apura-mento para a próxima fase”. Xavi analisou de forma breve na conferência de imprensa as selec-ções que estão a brilhar no Mundial 2010, entre elas Portugal. “O Brasil mantém-se fi el ao futebol dos últi-mos anos, a Argentina é objectiva, a Holanda competitiva e Portugal não me parece nada mal. Mas não tememos ninguém”, concluiu.

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Para já, é só para testar...

Novos elementos do CSP realizam exer-cícios de protecção

pessoal durante a cerimónia de en-

cerramento do 33.º Curso de Segurança Pessoal da Unidade Especial de Polícia, onde 86 novos ele-mentos se forma-

ram, em Belas.

Olhar

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A 23 de Junho de 1940...

Abre a Exposição do Mundo PortuguêsFilipe d’Avillez »

Um regime ditatorial que se afi rmava e uma data re-donda, que assinalava tanto os 800 anos da fundação da Pátria como os 300 da restauração da independên-cia. Estavam reunidos os ingredientes para uma mani-festação, megalómana para alguns, de patriotismo.Faz hoje 70 anos que se inaugurou a grande Exposição do Mundo Português, um evento como nunca se tinha realizado em Portugal e que se manteve sem paralelo até 1998, com a realização da Expo de Lisboa.Os responsáveis pela concepção e execução do pro-jecto foram Augusto de Castro Sampaio Corte-Real, Manuel Duarte Moreira de Sá e Melo, José Leitão de Barros e Cottinelli Telmo, todos eles fi guras ligadas ao Estado Novo.Cottinelli Telmo assumiu o cargo de arquitecto-chefe, tendo projectado as obras massivas que foi necessá-rio erguer para preparar o espaço. Estas consistiram na demolição de muitos edifícios, deixando terre-no disponível para criar a Praça do Império, entre os Jerónimos e o Tejo. A Fonte Luminosa e o Pavilhão dos Descobrimentos, juntamen-te com a gigantesca Rosa dos Ventos no pavimento,

datam dessa época. 560 mil metros quadrados foram preenchidos com pavilhões que glorifi cavam Portu-gal e o seu legado histórico e cultural, com destaque particular para a expansão. Toda a zona ocidental de Lisboa fi cou transformada, sendo que até o Aeroporto da Portela deve a sua construção àquele evento, para o qual serviu de infra-estrutura de apoio.Não deixa de ser signifi cativo que o único país con-vidado a marcar presença com um pavilhão fosse o Brasil, precisamente a única colónia portuguesa que tinha conquistado a independência.Dos restantes pavilhões, o destaque foi para o Pavi-lhão da Honra e de Lisboa, cujas linhas rectas e impo-nentes personifi cavam o estilo arquitectónico que o regime popularizou e que fi cou bem patente também no Padrão dos Descobrimentos.Contudo, a importância da exposição não se limitou às mudanças no panorama de Lisboa nem aos mo-numentos que restaram. No plano simbólico, foi a grande consagração do regime, cerca de uma década depois do seu início. Os traços essenciais do salazaris-mo, incluindo o conservadorismo, o nacionalismo e a autoridade, atravessavam cada vertente do evento.Para o regime, a importância da exposição, inclusiva-mente no domínio da projecção internacional, fi cou bem patente no dia da inauguração. Salazar, acompa-nhado do Presidente da República, Marechal Carmo-na, compareceu para dar início à mostra do Mundo Português que se prolongou por quase meio ano.

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Foto: José Sena Goulão/LUSA

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Futebol

União de Leiria muda-se para Torres NovasA equipa profi ssional da União de Leiria vai mudar a sua estrutura para Torres Novas, onde irá disputar todos os jogos da nova temporada.A decisão foi anunciada pelo presi-dente da SAD leiriense, João Barto-lomeu.Com o argumento de não poder “su-portar os 250 mil euros” que a União paga, anualmente, à Leirisport, em-presa municipal que gere o estádio Dr. Magalhães Pessoa, construído para o Euro 2004, o presidente da SAD anunciou a mudança para Torres Novas, onde a autarquia local dispo-nibiliza o estádio gratuitamente.“Não queremos que nos paguem nada, mas também não queremos pagar para jogar no estádio de Lei-ria”, salientou Bartolomeu, lamen-tando ter de tomar esta posição.O clube vai disponibilizar autocarros aos sócios para assistirem aos jogos da equipa em Torres Novas.

José Sócrates

Questão do pedido de levantamento de imunidade desvalorizada

O Primeiro-ministro recusou fazer comentários sobre a questão do pe-dido de levantamento da sua imuni-dade parlamentar.Ainda assim, José Sócrates conside-rou irónico ter sido ele o acusado de difamação: “Não deixa de ser uma ironia da história o facto de, depois de tudo o que se passou, ser eu acu-sado de difamação. Mas ponhamos isso de lado e deixemos para o sítio próprio”, disse o Primeiro-ministro, esta tarde, na Lousã. Sócrates garante que esta polémi-ca “não é matéria” que lhe ocupe o “espírito”, acrescentando que não tem qualquer relevância para ele ou para o país.O pedido surgiu no âmbito de um processo judicial que a jornalis-ta Manuel Moura Guedes levantou contra Sócrates.

Banco de Portugal

Crédito malparado volta a subir

O crédito malparado voltou a au-mentar no mês de Abril em todos os segmentos, com o crédito ao consu-mo a atingir recordes neste tipo de empréstimos.De acordo com o Banco de Portu-gal, o peso da cobrança duvidosa atingiu os 7,29%, o valor mais alto desde que há registo, representan-do 1,129 mil milhões de euros.No segmento da habitação, o crédi-to malparado aumentou para 1,73%, atingindo os 1,93 mil milhões de eu-ros. Já nas empresas, o malparado também está a aumentar, tendo atingido em Abril os 4,36%.

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SCUT: Governo tem nova proposta

O Governo vai apresentar, ainda esta tarde, ao PSD uma nova proposta que passa por portajar todas as sete SCUT do país. A proposta prevê isenções para residentes e para quem desenvolva actividade económica registada.

Telefónica vendeu 8% da PT

O “Negócios online” avança que a espanhola Telefónica vendeu 8% da PT. A venda foi feita em vários blocos a outros accionistas, em vésperas de assembleia geral.

Parlamento: silêncio por Saramago

O Parlamento aprovou hoje um voto de pesar e observou um minuto de silêncio em plenário pela morte do escri-tor José Saramago.

Casino Estoril: providência cautelar rejeitadaO Tribunal de Cascais rejeitou a providência cautelar apresentada pelos trabalhadores do Casino do Estoril contra o despedimento colectivo na empresa.