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Mães esperando no SenhorCopyright © 2016 WS Editora

1ª edição: 2016

ISBN 978-85-92959-01-2

RevisãoRita Leite

Capa e diagramação Inventus Criação e Comunicação

Impressão Gráfica e Encadernadora Sodré - Vitória, ES

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)Carla Lopes Ferreira (Bibliotecária CRB1-2960)

As citações bíblicas usadas neste livro são das seguintes versões:ARC - Almeida Revista e Corrigida (1969)ARA - Almeida Revista e Atualizada (1999)

NTLH - Nova Tradução na Linguagem de Hoje (2002)

Todos os direitos reservados. A permissão para o uso ou reprodução de qualquer parte deste livro para outro propósito diferente que o

da condução dos grupos autorizados pela WS Editora, deve ser requerida aos publicadores por escrito.

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daisymarchetti@hotmail.com

N782m Noia, Daisy Mães esperando no Senhor / Daisy Noia. – Vila Velha: WS Editora, 2016. 184 p. ; 14x21cm.

ISBN 978-85-92959-01-2

1. Gestação. 2. Maternidade. 3. Mães cristãs. I. Título.

CDU 618.272/279 CDD 612.6

ExistênciasAfinal, o que esperar? E... onde esperar?Existe o céu. Existe a terra. E existem pessoas diferenciadas.E essas pessoas levantam as mãos ao céuEsperando, aleatoriamente, tocar em cabeças e corações.E quando o fazem, modificam-nasTrazendo esperança. Trazendo luz. Trazendo fé.E quando essas mãos, antes aleatórias, se juntam a outras mãos,E a outras, e a outras... fazem um cordão.E como rede, pescam peixes, pescam vidasE lhes dão amor. E lhes dão perspectiva.Dão a elas amizade.E quando essa corrente se une, ela se torna indestrutível,Ungindo a todos com sua unção. Emanadas de Deus.Deus soberano. Sabedor. Deus que te fez.Obrigado, Deus, por colocá-la em nossos caminhosPara nos amparar nessa luta,Dar-nos o ombro amigo e secar nossas lágrimas.Para vencer com a gente e cair de joelhos de alegria,Para levantar-se de glória em glória,Acreditando que sonhos são possíveis.Afinal, o que esperar? E... onde esperar?Eu espero no Senhor. Eu me debruço sobre o seu ombro. E espero.Afinal, Deus traz à existência coisas que não existem.Existe o céu. Existe a terra.E existe Daisy e seu imenso coração.Te amamos muito!!!!!!

– Sandro Bahiense

Dedicamos este trabalho a todas as mulheres que, de forma heroica, lutam para conceber filhos e deixar um legado de crianças que nascem a partir da oração.

Parabéns a todas as mães que esperam no Senhor...

Introdução 0 9Entendendo os planos do Senhor 0 16Plantando as sementes 0 18Esperar em Deus 0 20

Voto na angústia 0 23Dor x esperança 0 25Maior milagre x batalha 0 27O limite está onde você estabelece 0 29Testemunhos 0 33Conclusão 0 182

Sumário

9

“Deus... chama à existência as coisas que não existem” (Romanos 4.17 – ara).

O desejo de escrever este livro nasceu após pensar que ele poderia alcançar mulheres através da história de outras mulheres. Simples assim; o testemunho de uma

edificaria e motivaria outras a esperarem, no Senhor, o milagre da vida.

Como registrado no livro de Isaías 41.6 e parafraseado para o mundo feminino: “Uma a outra ajudou e à sua companheira disse: Esforça-te!”

Nestes pouco mais de três anos lidando com mulhe­res que tinham o desejo de gerar filhos e possuíam impe­dimentos físicos, emocionais ou do parceiro, ouvimos coi sas extraordinárias. E a partir dos relatos dessas heroínas, en­tendemos que muitas outras pretendentes ao cargo máximo e sublime de mãe poderiam ter a vida mudada após lerem as desventuras, lutas, dilemas e conquistas de outras mulheres de diversos lugares do Brasil, com costumes e problemas diferentes, porém com um sonho em comum: ser mães.

Introdução

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O texto registrado em Gênesis 30 expressa claramente a dor de uma mulher que, mesmo tendo um marido aben­çoado, uma vida estabilizada, pais amorosos, saúde física e tudo quanto o dinheiro poderia comprar, pranteava com a alma por um filho. Seu nome era Raquel, esposa amada do patriarca Jacó. Em um momento de desespero, ela diz ao marido: “Dá-me filhos, senão morrerei” (v. 1 – ara).

Repare a intensidade dessa pequena frase. Quanta angústia, quanta tristeza e amargura inundavam o coração dessa jovem amada. Tudo que tinha ou fazia, tudo que recebia de seu marido, nada nem ninguém conseguiam demover a dor do coração de uma mulher casada que ainda não tinha um filho.

O texto áureo deste livro foi escrito pelo apóstolo Paulo, quando exortava a igreja de Roma a ter esperança de um fu­turo melhor. Ele afirma categoricamente: “Deus... chama à existência as coisas que não existem” (Romanos 4.17 – ara).

A partir do momento que lemos esse versículo, ele passou a permear a nossa mente e, baseados nele, passamos a buscar todas as promessas que ele nos fez. Nosso coração ardia cada dia mais para viver esse trecho da Bíblia de uma forma intensa.

A maioria das mulheres nasce com alguns desejos, e o mais comum deles é crescer, casar e ter filhos. Auto­maticamente, quando vão crescendo, algumas cobranças são clássicas: “Vai arrumar namorado?” “Quando vai se casar?” “E os filhos, quando terão?”

Infelizmente, nem sempre as coisas são assim, fáceis, cronometradas e factíveis quanto queremos. Algumas mulheres, na hora de se prepararem para conceber um filho, esbarram em dificuldades e impedimentos. E, na maioria dos casos, por vergonha, medo ou orgulho ferido,

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não compartilham isso com ninguém. Algumas até se isolam e chegam a negar esse desejo diante da dificuldade que enfrentam.

Criamos esse grupo, que carinhosamente chamamos de “Mães Esperando no Senhor”, a partir de um pedido de oração de uma mulher, uma jovem cristã casada e muito abençoada. Seu nome é Vivy. Ela não conseguia engravidar e sofria muito por isso. Contudo, ao contrário de outras, ela escolheu compartilhar com pessoas essa dificuldade e pedir ajuda de oração. Assim, conhecemos um pouco mais da sua história, pela confiança que ela depositou em mim e em outras mulheres de oração, pedindo que a ajudássemos em oração. E nós nos comprometemos a orar pelo seu caso.

Assim como ela, muitas mulheres já haviam cruzado nosso caminho e pedido oração por diversos motivos. E assim como acontece com a maioria, comigo não foi diferente. Orei alguns dias e logo em seguida aquilo passou a não ser mais prioridade nas minhas orações; esqueci­me completamente. Outros motivos de oração mais recentes entraram na fila e foram tomando o espaço dos mais antigos, inclusive o daquela moça, que, até então, para mim era apenas mais um motivo de oração. Contudo, para aquela mulher, era o seu maior sonho: ser mãe...

Para ela aquele desejo, na época, era o maior de sua vida e creio que isso tomava bastante seu tempo de oração. Mas, para nós, era apenas mais um.

Os dias foram passando e, num final de culto, en con­trei­a no pátio da igreja onde congregávamos. Ela estava muito triste, e perguntei­lhe o motivo de tamanha tristeza. Ela me respondeu que já estava cansada de esperar por esse filho que nunca chegava. A cada dia, os diagnósticos estavam piores e ela se encontrava emocionalmente exaus­

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ta. Senti­me constrangida e triste por não haver honrado meu compromisso de orar por ela. E, para piorar a minha situação, olhando dentro dos meus olhos, ela me perguntou:

– Daisy, você tem orado por mim?Confesso que foi uma pergunta que entrou como uma

faca em meu coração; senti­me impotente, envergonhada, sem ter o que falar. Mas creio que, naquele momento, Deus queria puxar minhas orelhas pela minha displicência.

Naquele mesmo momento, eu lhe disse:– Programe seu relógio para todos os dias às 12 horas.

Eu estarei orando por você, e onde você estiver vai apenas colocar a mão sobre o seu vente e receberá a oração.

Fui para casa com aquilo na cabeça, pensando em uma forma de institucionalizar, fazer crescer dentro de mim esse chamado a ponto de eu vir a sonhar esse sonho dela, viver as suas dores e me alegrar com sua vitória.

A primeira ideia foi criar um grupo secreto no face-book; só eu e ela iríamos ver e ter acesso. Eu lhe enviaria mensagens diárias, enquanto ela poderia desabafar, falar um pouco do seu dia, suas ansiedades etc.

Dias mais tarde, pedi sua autorização para incluir outras duas intercessoras, e ela prontamente aceitou. Ali, naquele momento, nascia o “Mães Esperando no Senhor”.

Os dias foram se passando e ela me perguntou se poderia incluir uma amiga que também tinha dificuldade de engravidar. Fomos falando do grupo para algumas pessoas e outras foram entrando. E cada pessoa incluída deixava o seu testemunho de dor, depositava ali suas esperanças, compartilhava conosco coisas que não falava com ninguém.

Nosso envolvimento foi aumentando, e a oração nos unia cada dia mais, e Deus quis nos brindar com uma experiência única, nos orientando a fazer um ato profético

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na vida dessa mulher que deu origem ao grupo. Para isso, convidei algumas mulheres de oração e pedi que cada uma levasse um presente de bebê, algo que fosse neutro, mas que seria ungido e entregue àquela mulher em um ato simbólico materializando nossa fé pela chegada desse bebê. Foi um momento incrível, uma oração que rompeu barreiras. Houve muito choro; o pranto invadiu aquela sala de uma forma sobrenatural e pudemos sentir dentro de nós a dor daquela mulher. Deus nos fez bradar sobre a vida dela e, naquele momento, sonhar junto com ela e gerar aquele filho na oração.

Para nossa surpresa, seis meses depois ela estava grá­vida. Essa resposta de oração encheu nosso coração de alegria e certeza de que estávamos no caminho certo. Era como se Deus estivesse falando para nós que Ele queria nos levar a um patamar mais nobre de oração; uma unidade que nós não conhecíamos até então.

O grupo foi crescendo, e com ele nossa fé ia aumen­tando. A cada dia, ver a alegria dela enchia nosso coração de fé e, através da vida dela, levávamos esperança para as demais que iam se juntando ao grupo.

Começamos a fazer pequenos encontros onde tínha­mos a oportunidade de nos conhecer, pois muitas não faziam parte de nossa igreja. Deus queria unir mulheres sem placa denominacional, sem capas eclesiásticas, sem indumentárias ritualísticas. Deus queria unir corações, vidas, servas, mulheres de fé.

Foram momentos lindos que marcaram nossas vidas – cada história de espera, de diagnósticos ruins e a maioria sempre compartilhando as dificuldades que enfrentava até então, como se sentiam sozinhas, cobradas, culpadas por não gerar; um sentimento de abandono por acharem

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que ninguém se importava com a dor delas. Foram horas maravilhosas que passávamos juntas; tudo sempre com uma decoração bem delicada que o Senhor nos deu para nossos encontros. Tudo feito com muita dedicação e o carinho que cada uma merecia.

Mulheres vinham de todas as partes e iam se anelando a esse grupo de mulheres. Então, nossa segunda resposta de oração veio e com ela um desafio ainda maior, pois o bebê nasceu prematuro. A glória e o cuidado do Senhor se manifestaram na vida daquela família. Um bebê tão frágil, mas uma família com muito amor para derramar sobre ele. E mais uma vez, o grupo vencia na oração.

Logo em seguida, outro milagre marcava o MES. Um bebê que o Senhor dera para um casal, cujo pai havia passado por um período árduo de tratamento de um câncer muito agressivo. Segundo os médicos, ele não seria capaz de ser pai, pois já atingira um índice de aspermia máxima.

Deus, sempre atento aos mínimos detalhes para aben­çoar essas mulheres, nos deu a ideia de criar um docinho que, a cada gestação anunciada, a mãe ganharia. Um mimo, uma demonstração de carinho, uma marmitinha cheia de docinhos. Ah! como esse mimo passou a ser esperado!

Talvez seja algo simples, sem sentido para você que lê este livro, mas de uma importância extraordinária para aquelas mulheres que se sentiam amadas ao recebê­lo.

Outra coisa mudou e trouxe algo que não fazia mais parte da vida de quase mulher nenhuma: quando elas engravidavam faziam surpresas para seus maridos, honravam os pais e os futuros avós com um comunicado sempre acompanhado de um presente. Isso tem feito a diferença numa época em que a honra se encontra em extinção. Vivemos em um mundo tão mau e com tantas

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dificuldades e barreiras, que o amor tem se esfriado. E nós temos buscado reacender essa chama através do cuidado, do carinho e da atenção ao próximo, com momentos únicos na vida de cada mulher.

Hoje, o MES está presente em minha vida, não somente ao soar do alarme do relógio ao meio­dia, mas permeia a minha mente praticamente o dia inteiro. Estamos sempre preocupadas umas com as outras, e nos importamos de verdade com o próximo. Cada exame, cada indicação mé­dica, tudo vai se encaixando e sendo compartilhado com aquelas mulheres. Algumas já com os filhos nos braços; outras, futuras mamães esperando no Senhor!

A cada dia, Deus vem atraindo outras mulheres, outras vidas, e nossa oração é que Ele nos capacite en­quanto intercessoras para que venhamos a honrar nosso compromisso diário de vigília e oração.

16

“O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor. Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espírito. Confia ao Senhor as tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos” (Provérbios 16.1­3 – ara).

Deus tem sempre os caminhos dele e nós nem ima­ginamos a sua dimensão. Por mais que nossa mente tente imaginar, jamais conseguiremos alistar tudo o que

o Senhor tem para nós. Quando completei 40 anos, meu esposo quis tentar mais um bebê, mas eu fizera ligadura no nascimento da nossa última filha. Então, buscamos ajuda médica com um especialista em reprodução humana, e passei por todo aquele lon go tratamento – agulhadas intermináveis na barriga, hormônios com hora marcada para ingerir e por aí vai. Fizemos a FIV (fertilização in vitro), mas não deu certo. Entendi que era a vontade de Deus, mas no fundo me perguntava: “Se não iria dar certo, por que Deus permitiu isso?” Afinal, já éramos pais de três filhos. Por quê? Por que deixou ir até o fim e não funcionar?

Entendendo os planosdo Senhor

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Fui entender todo aquele processo quando o grupo nasceu. Eu não sabia, mas passaria a ter contato com várias mulheres que já haviam passado ou que ainda enfrentariam esse tratamento, e entendi que Deus me permitiu passar por esse processo para que eu conhecesse todas as etapas – consultas, exames, expectativas, dor e ansiedade. Sim, eu estava preparada para amparar essas mulheres em seus momentos de dúvidas, incertezas e tristezas.

Passados alguns anos, o grupo de Mães Esperando no Senhor tem vários testemunhos de sucesso desse tipo de tratamento, mas também temos alguns históricos de frustração.

A cada dia que passa, percebo o trabalhar de Deus na vida de cada mulher que ele tem atraído para dividir esse sonho conosco. Vejo o Senhor cuidando de cada uma delas.

Ele nos surpreende a cada instante, fazendo com que mulheres gerem em idade que, para os médicos, seria pouco provável. A medicina está sendo constantemente desafiada com crianças sendo geradas ao lado de grandes miomas, quadros de aspermia se revertendo, entre outros lindos milagres que o Senhor tem feito em nosso meio.

18

“Por causa da vossa pequena fé; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá – e há de passar; e nada vos será impossível” (Mateus 17.20 – arc).

E m julho de 2014, ganhei uma caderneta e nela passei a registrar todos os nascimentos. Nela, registro o nome dos pais, do bebê, o dia em que ele nasceu, peso e medida

de cada um. Passar cada folha desse pequeno livrete enche meu coração de alegria, pois mostra o quanto Deus tem sido fiel a cada família dessas.

Escrever esse registro é poder, de alguma forma, tocar no invisível e fazê­lo ficar visível, para que outras mulheres venham a ter forças para esperar no Senhor através do poder da oração. Esses registros que fazemos neste livro são para convencer você, mulher, e por que não, você, futuro papai, que o Senhor é capaz de trazer vida a todos os sonhos que morreram.

Louvo ao Senhor por ter tocado nosso coração para que venhamos a ser esse veículo para que o milagre aconteça.

Plantando as sementes

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Fiz um propósito com meu esposo de que, em todos os lugares que o Senhor nos levasse para falar a casais, deixaríamos essa semente. Sempre ao final de cada en­contro, encerramos nossa participação profetizando vida sobre esses ventres e Deus tem respondido de uma forma sobrenatural cada passo de fé que temos dado através da oração.

Hoje, mais do que nunca, acreditamos que o poder da oração sempre rompe as barreiras.

Outra ação que Deus também tem nos direcionado a praticar é desafiar outras mulheres a simbolizarem, representarem amigas, parentes e irmãs em Cristo que desejam gerar filhos e não se encontram naquele evento ou naquele momento da oração. E por mais que pareça absurda essa proposta, muitas mulheres, que sequer conhecemos pessoalmente, testemunham dos milagres que Deus operou através da fé e da intercessão de suas amigas.

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“Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor” (Salmos 40.1 – arc).

E sperar em Deus por algo que está bem distante é muito difícil, principalmente quando existem diversos obstáculos e dificuldades. A situação fica mais com­

plicada ainda e exige muita perseverança e fé. Você olha para todos os lados e não vê nenhuma saída lógica; sua mente passa a processar com uma velocidade mais intensa, mas nada aplaca esse tempo de espera.

Geralmente, enquanto espera, o coração da mulher é abatido pelas impossibilidades e a alma fica fragilizada e os sentimentos se misturam.

Devido às lógicas que a vida tem, é inevitável usarmos das mesmas em todas as situações, mas nem sempre essa lógica acontece. Há momentos em que Deus nos surpreende no detalhe, e o que era racional se torna sobrenatural.

A Bíblia nos relata a história de Ana, uma mulher temente ao Senhor, casada com um homem que a amava. Essa mulher muito esperou e desejou um filho, e podemos

Esperar em Deus

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imaginar como lágrimas rolaram de seu rosto. Naquela época, a sociedade considerava como a mais importante característica da mulher a capacidade de gerar filhos. Fico pensando que, ao andar pela cidade, era apontada por todos. Ali vai uma mulher com o útero seco... uma mulher infeliz... Ela não completa seu esposo, e por aí vai...

Quando uma mulher anseia por um filho, só o Senhor é capaz de aplacar a dor desse coração. Seu marido, Elcana, a amava, dava­lhe todo carinho e amor, e a porção que ele dava para ela era dobrada, mas nem isso a fazia feliz. Ela precisava chegar a um nível de intimidade com Deus, que é único e individual.

Nos dias de hoje, isso acontece também. A sociedade está sempre pronta para cobrar e julgar aquilo que destoa do que ela acha ser o padrão.

E como ficam as mulheres que enfrentam dificuldades para engravidar? No momento que uma pessoa cobra tal filho, ela não está levando em conta que, por trás dessa ausência de gravidez, pode haver uma impossibilidade, uma enfermidade e um mar de lágrimas.

Ana orou tanto que chegou a ser confundida com uma pessoa embriagada. Creio que naquele momento ela estava se esvaziando por completo na presença de Deus Pai, lançando ali, em seu período de oração e adoração, todos os seus medos, fraquezas e frustrações.

Baseados nesse exemplo que a Bíblia nos deu, pre­cisamos aprender que, para quem precisa de um milagre grandioso, é necessária uma entrega plena e absoluta ao Senhor.

Não tenha vergonha de se lançar aos pés do Senhor, derramando em seu altar os seus medos mais secretos. Diga para Ele que seu coração está angustiado. Sabemos

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que, em sua soberania, Ele já sabe, mas quer ouvir sua voz, tocar em suas lágrimas, dar­lhe colo, acariciar seus cabelos e dizer que está vendo a sua dor.

Pode parecer que, em alguns momentos, Ele não esteja ouvindo­a. O silêncio é tão grande que você é capaz de ouvir o eco de sua respiração. Mas o silêncio do Senhor, na maioria das vezes, é muito precioso, pois durante esse tempo Ele está nos preparando para nos enviar a sua resposta.

O ensinamento nesse tempo de espera é diretamente com Ele. Não há um homem sobre a face da terra capaz de nos ensinar algo nesse tempo de espera. Mas tenha fé e creia que, sempre após uma longa espera, vem a resposta e só então entenderemos muitas coisas que passamos.

Deus sempre sabe o melhor para nossas vidas e, no tempo certo, Ele nos dará aquilo que buscamos. Assim como um pai sabe a hora certa de apresentar para seus filhos os ensinamentos, permitindo que cada etapa seja vivida e vencida e que eles possam viver aquilo na plenitude, assim o nosso Deus também faz com cada um de seus filhos.

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“E fez esta promessa solene: – Ó Senhor Todo-Poderoso, olha para mim, tua serva! Vê a minha aflição e lembra de mim! Não esqueças a tua serva! Se tu me deres um filho, prometo que o dedicarei a ti por toda a vida e que nunca ele cortará o cabelo” (1 Samuel 1.11 – ntlh).

Ana foi uma mulher que nos deixou grandes lições; um verdadeiro exemplo de mulher perseverante. Um ou­tro ensinamento que essa mulher nos deixou foi o voto

que fez ao Senhor. Ali, no momento de entrega do seu sonho, ela prometeu ao Senhor devolver­lhe o filho de uma forma plena e absoluta. E assim ela fez. Mesmo tendo sonhado tantos anos com esse filho, ao receber a promessa, ela cumpriu o que tinha prometido: entregou seu filho no templo para que vivesse só para Deus.

Esse exemplo para nós é fantástico. Por vezes, no momento de aflição, no momento em que as ondas estão grandes, fazemos pactos com o Senhor, mas quando as águas se acalmam nos esquecemos do que prometemos.

Voto na angústia

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Que o Senhor nos ajude a sermos fiéis a Ele na angústia e, sobretudo, na alegria, quando a resposta do milagre chegar.

Algumas pessoas não sabem lidar com a bênção e per­mitem que ela seja maior que o Abençoador. Nada pode ocupar o espaço do nosso Deus; somente Ele é digno de toda glória e adoração.

Existem casos de mulheres que, devido à espera ser grande, ao conseguirem o filho, o colocam num pedestal de idolatria. A criança passa a ocupar um lugar em sua vida que não pertence a ela. Mas Deus é perfeito em tudo que faz, por isso conseguiu de uma forma sobrenatural nomear os lugares no coração das mulheres. Ele determinou os espaços na vida de uma família. Cada amor tem seu selo especial, seu lugar, e desempenha funções diferentes – amor de mãe, amor de filho, amor do marido, amor dos amigos, e outros.

Mas existe um trono em nós, um amor que só Deus pode ocupar, e nada e ninguém pode estar nesse lugar, muito menos um filho que, apesar de amado, não pode ser maior do que aquele que o gerou nas nossas entranhas femininas. Deus escolheu você para trazê­lo à vida, mas ele não pode estar no trono de Deus.

Que o Senhor venha nos ensinar a cada dia a cumprir nossos pactos e a entender qual é o nosso papel dentro da família abençoada que Ele nos deu. Que a inteligência e o discernimento venham estar em cada coração que estiver lendo estas linhas.

25

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mateus 11.28 – arc).

E ssa palavra vem como um bálsamo para as nossas vidas nos momentos de angústias, fraquezas e tristezas. Existem tempos que as lutas são tão grandes que chegamos a

pensar em desistir de tudo e de todos. Alguns desistem até da vida; acham que não vale mais a pena lutar e que não tem mais saída para sua situação. Mas isso é um engano. O segredo, nessas horas, é nos voltarmos para o Autor da vida. Ele, sim, é fonte inesgotável de bênção; só dele vem o nosso socorro; só Ele renova as forças do abatido e alivia os nossos fardos. Somente Ele pode fazer o cansaço cessar, nossa esperança se renovar e nos abastecer de combustível emocional para que nossa vida prossiga.

Dentro do Mães Esperando no Senhor, temos vivido muitas experiências lindas. Cada vida que o Senhor nos acrescenta vem com uma linda história, e eu, como in­tercessora, sempre digo que para mim é um grande pri­

Dor x esperança

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vilégio fazer parte de cada história dessas. Como tenho aprendido com cada uma delas! E estar ao lado de cada uma nos momentos de dor, mas também de alegria, não tem preço.

Aprendi nesse tempo como foi importante abraçar essa causa, sonhar junto com cada uma dessas mulheres. Muitas nos relatam como suas vidas mudaram, quantas emoções são saradas, e as que antes caminhavam sozi­nhas, não tinham com quem falar, sentiam vergonha da situação, não queriam se abrir, hoje têm alguém para compartilhar, e, diante das intercessoras, elas desabafam seus medos, incertezas e acabam vendo situações até mais complicadas que as que elas vivem.

Passamos por momentos de dificuldades, sim, e em alguns deles meu coração ficou tão pequeno que, se pudesse simbolizar, diria que ele caberia na palma da minha mão. Já recebi muitas ligações e mensagens de desespero, e já enfrentamos a dor da perda, morte, falta de esperança. Confesso que, às vezes, parece que o ar fica pesado no meu peito, as palavras fogem e um nó se forma em minha garganta. Mas, nesses momentos, meus olhos focam o céu, e Deus do seu alto trono enche meu coração novamente para que eu possa dar uma palavra de conforto e, mais uma vez, meu ser se enche de fé para que possamos prosseguir nesse caminho que Deus nos mostrou.

Peço a você, que está lendo estas linhas, que, em suas orações, nunca se esqueça desse grupo de mulheres. Elas estão em várias partes do Brasil, e algumas até fora dele, e pode ter certeza de que todos os dias e em todos os lugares existem mulheres clamando e outras esperando a tão grande e sonhada promessa – a chegada de um filho.

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Maior milagre x batalha