objeto geral : explorar a interrupção da gestação na maternidade escola januário cicco com o...

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. OBJETO GERAL: Explorar a interrupção da gestação na Maternidade Escola Januário Cicco com o propósito de construir um Diário de Campo. Compreendendo a teoria de Michel Foucault sobre o dispositivo da sexualidade e o bio-poder como forma de técnicas diversas para obter a sujeição dos corpos e o controle das populações. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 1.Esboçar questões sobre a proibição do aborto como um evento político exercido a partir das transformações de sistemas culturais de dominação, como, a Igreja, o Direito e a Medicina, que atualmente agem de forma punitiva reforçando a culpabilização da mulher em relação a essa prática; 2. Através de fotografias do corredor, da sala onde são realizadas curetagem e aborto legal da maternidade em questão, elucidar a questão do bio- poder, em contradição ao descumprimento dos manuais de norma técnica, que preconiza a humanização no atendimento ao aborto. Uma experiência sociológica e etnográfica em uma Sala de Curetagem na Maternidade Escola Januário Cicco - Natal/ RN Fabiana Damasceno Galvão Universidade Federal do Rio Grande do Norte REFERÊNCIAS BUTLER, Judith. Sujeitos do sexo/gênero/desejo. In: Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2003. p. 15-60. CAVALCANTE, Alcilene e XAVIER, Dulce (org.). Em defesa da vida: aborto e direitos humanos. São Paulo: Católicas pelo Direito de Decidir, 2006. CHAUÍ, Marilena. [O Conhecimento]. In: Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1994. p.170-176. ELANI CICLO: comprimidos. Responsável Técnico: Cíntia Delphino de Andrade. São Paulo: LIBBS, 2009. Bula de remédio. FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 1977. ______. O nascimento da medicina social. In: Microfísica do Poder. 24. ed. Rio de Janeiro: edições Graal, 1979. p. 79-98. HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. JAMES, Clifford. Sobre a autoridade etnográfica. In: A experiência Etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: UFRJ, 1998. MENEZES, Cynara. Na Idade Média. Carta Capital. São Paulo, ano 16, n. 617, p. 20-25, 13 out. 2010. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Ciência e Tecnologia. Aborto e Saúde Pública no Brasil: 20 anos. Brasília, 2009. (Série B. Textos Básicos de Saúde). ______. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Norma Técnica: Atenção Humanizada ao Abortamento. Brasília, 2005. (Série A. Normas e Manuais Técnicos; Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, caderno n. 4). MOTTA, Alda Britto da; SARDENBERG, Cecilia; GOMES, Márcia (Org.). Um diálogo com Simone de Beauvoir e outras falas. Salvador: NEIM, 2000. PRADO, Danda. O que é aborto. 2.ed. São Paulo: Brasiliense, 2007. SECRETARIA ESPECIAL DE POLITICAS PARA AS MULHERES. Revisão da Legislação Punitiva que trata da interrupção voluntaria da gravidez . Brasília, 2005. RESULTADOS: A pesquisa revelou que no ano de 2010 foram realizados mensalmente em torno de 400 procedimentos relacionados ao aborto/pós-aborto nas maternidades de Natal, dos quais cerca de 250 ocorrem na Maternidade Escola Januário Cicco; 100 na maternidade do Hospital Santa Catarina e 50 na Maternidade Leide Moraes. Os estudos, possibilitaram um aprofundamento teórico sobre os dispositivos de poder estudados por Foucault, e também presentes no ambiente hospitalar observado. Os dados revelam, que mesmo com o discurso da proibição, um grande número de curetagens são realizadas, em um ambiente que muitas vezes não segue as normas de humanização. METODOLOGIA: É feita uma abordagem sobre o Aborto aliando literatura feminista, teoria sociológica e direitos humanos explorando o exercício dos profissionais da área médica e o ambiente hospitalar destinado ao serviço de curetagem e aborto legal. Para tanto, foram utilizadas entrevistas estruturadas, pesquisa de bibliografia sobre o tema e observação participante para a construção de um diário de campo, fazendo uma fotografia do espaço destinado ao serviço do aborto em Natal. FIGURA 1: Cartaz no corredor da MJEC [1]. Fonte: Autoria própria. Material de Campo (em 28 de outubro de 2009). Figura: 3: Sala de Descanso? [2] Fonte: Autoria própria. Material de Campo (em 09 de novembro de 2009). FIGURA 2: Sala de Curetagem da MEJC. Fonte: Autoria própria. Material de Campo (em 28 de outubro de 2009). FIGURA 4: Sala de Descanso? [1] Fonte: Autoria própria. Material de Campo (em 09 de novembro de 2009).

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Page 1: OBJETO GERAL : Explorar a interrupção da gestação na Maternidade Escola Januário Cicco com o propósito de construir um Diário de Campo. Compreendendo

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OBJETO GERAL: Explorar a interrupção da gestação na Maternidade Escola Januário Cicco com o propósito de construir um Diário de Campo. Compreendendo a teoria de Michel Foucault sobre o dispositivo da sexualidade e o bio-poder como forma de técnicas diversas para obter a sujeição dos corpos e o controle das populações.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 1.Esboçar questões sobre a proibição do aborto como um evento político exercido a partir das transformações de sistemas culturais de dominação, como, a Igreja, o Direito e a Medicina, que atualmente agem de forma punitiva reforçando a culpabilização da mulher em relação a essa prática;

2. Através de fotografias do corredor, da sala onde são realizadas curetagem e aborto legal da maternidade em questão, elucidar a questão do bio- poder, em contradição ao descumprimento dos manuais de norma técnica, que preconiza a humanização no atendimento ao aborto.

Uma experiência sociológica e etnográfica em uma Sala de Curetagem na Maternidade Escola Januário Cicco - Natal/ RN

Fabiana Damasceno Galvão

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

REFERÊNCIAS BUTLER, Judith. Sujeitos do sexo/gênero/desejo. In: Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2003. p. 15-60.

CAVALCANTE, Alcilene e XAVIER, Dulce (org.). Em defesa da vida: aborto e direitos humanos. São Paulo: Católicas pelo Direito de Decidir, 2006.

CHAUÍ, Marilena. [O Conhecimento]. In: Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1994. p.170-176.

ELANI CICLO: comprimidos. Responsável Técnico: Cíntia Delphino de Andrade. São Paulo: LIBBS, 2009. Bula de remédio.

FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 1977.

______. O nascimento da medicina social. In: Microfísica do Poder. 24. ed. Rio de Janeiro: edições Graal, 1979. p. 79-98.

HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.

JAMES, Clifford. Sobre a autoridade etnográfica. In: A experiência Etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: UFRJ, 1998.

MENEZES, Cynara. Na Idade Média. Carta Capital. São Paulo, ano 16, n. 617, p. 20-25, 13 out. 2010.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Ciência e Tecnologia. Aborto e Saúde Pública no Brasil: 20 anos. Brasília, 2009. (Série B. Textos Básicos de Saúde).

______. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Norma Técnica: Atenção Humanizada ao Abortamento. Brasília, 2005. (Série A. Normas e Manuais Técnicos; Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, caderno n. 4).

MOTTA, Alda Britto da; SARDENBERG, Cecilia; GOMES, Márcia (Org.). Um diálogo com Simone de Beauvoir e outras falas. Salvador: NEIM, 2000.

PRADO, Danda. O que é aborto. 2.ed. São Paulo: Brasiliense, 2007.

SECRETARIA ESPECIAL DE POLITICAS PARA AS MULHERES. Revisão da Legislação Punitiva que trata da interrupção voluntaria da gravidez. Brasília, 2005.

RESULTADOS: A pesquisa revelou que no ano de 2010 foram realizados mensalmente em torno de 400 procedimentos relacionados ao aborto/pós-aborto nas maternidades de Natal, dos quais cerca de 250 ocorrem na Maternidade Escola Januário Cicco; 100 na maternidade do Hospital Santa Catarina e 50 na Maternidade Leide Moraes. Os estudos, possibilitaram um aprofundamento teórico sobre os dispositivos de poder estudados por Foucault, e também presentes no ambiente hospitalar observado. Os dados revelam, que mesmo com o discurso da proibição, um grande número de curetagens são realizadas, em um ambiente que muitas vezes não segue as normas de humanização.

METODOLOGIA: É feita uma abordagem sobre o Aborto aliando literatura feminista, teoria sociológica e direitos humanos explorando o exercício dos profissionais da área médica e o ambiente hospitalar destinado ao serviço de curetagem e aborto legal. Para tanto, foram utilizadas entrevistas estruturadas, pesquisa de bibliografia sobre o tema e observação participante para a construção de um diário de campo, fazendo uma fotografia do espaço destinado ao serviço do aborto em Natal.

FIGURA 1: Cartaz no corredor da MJEC [1]. Fonte: Autoria própria. Material de Campo (em 28 de outubro de 2009).

Figura: 3: Sala de Descanso? [2] Fonte: Autoria própria. Material de Campo (em 09 de novembro de 2009).

FIGURA 2: Sala de Curetagem da MEJC. Fonte: Autoria própria. Material de Campo (em 28 de outubro de 2009).

FIGURA 4: Sala de Descanso? [1] Fonte: Autoria própria. Material de Campo (em 09 de novembro de 2009).