pentagrama · o homem moderno tornou-se um fator econômico da rede mundial, fazendo crescer as...

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ÍNDICE: 2 A LUTA PELO FUTURO 3 A TRÍPLICE REVOLUÇÃO DO SÉCULO XX 6 O FERMENTO DA ERA DE AQUÁRIO 10 O ENCONTRO ENTRE MATÉRIA E ANTIMATÉRIA 15 KHUM E AMON, OS NASCIDOS DO OVO16 QUE TIPO DE TRANSFORMAÇÃO ACAR- RETA O FIM DE UM SÉCULO? 23 O FUTURO: ILUSÃO E REALIDADE 27 AS DUAS LUTAS PELO FUTURO 31 A GRANDE DESCONHECIDA 35 A NOVA ERA QUE ESTÁ DIANTE DE NÓS 40 O TEMPO ESTÁ ACELERANDO-SE? 43 P ASSADO, PRESENTE, FUTURO 1997 ANO DEZENOVE NÚMERO 3 A revista Pentagrama propõe-se a atrair a atenção de seus leitores para a nova era que já se iniciou para o desenvolvimento da humanidade. O Pentagrama tem sido, através dos tempos, o símbolo do homem renascido, do novo homem. Ele Também é o símbolo do universo e de seu eterno devir, por meio do qual o plano de Deus se manifesta. Entretanto, um símbolo somente tem valor quando se torna realidade. O homem que realiza o Pentagrama em seu microcosmo, em seu próprio pequeno mundo, consegue permanecer no caminho da transfiguração. A revista Pentagrama convida o leitor a operar esta revolução espiritual em seu próprio interior. © Stischting Rozekruis Pers. Reprodução proibida sem autorização prévia. PENTAGRAMA

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ÍNDICE:

2 A LUTA PELO FUTURO

3 A TRÍPLICE REVOLUÇÃO

DO SÉCULO XX

6 O FERMENTO DA ERA DE

AQUÁRIO

10 O ENCONTRO ENTRE

MATÉRIA E ANTIMATÉRIA

15 KHUM E AMON, OS

“NASCIDOS DO OVO”

16 QUE TIPO DE

TRANSFORMAÇÃO ACAR-RETA O FIM DE UM

SÉCULO?

23 O FUTURO: ILUSÃO E

REALIDADE

27 AS DUAS LUTAS PELO

FUTURO

31 A GRANDE DESCONHECIDA

35 A NOVA ERA QUE ESTÁ

DIANTE DE NÓS

40 O TEMPO ESTÁ

ACELERANDO-SE?

43 PASSADO, PRESENTE,FUTURO

1997ANO DEZENOVE

NÚMERO 3

A revista Pentagrama propõe-se a atrair a

atenção de seus leitores para a nova era que

já se iniciou para o desenvolvimento da

humanidade.

O Pentagrama tem sido, através dos tempos,

o símbolo do homem renascido, do novo

homem. Ele Também é o símbolo do universo

e de seu eterno devir, por meio do qual o

plano de Deus se manifesta.

Entretanto, um símbolo somente tem valor

quando se torna realidade. O homem que

realiza o Pentagrama em seu microcosmo,

em seu próprio pequeno mundo, consegue

permanecer no caminho da transfiguração.

A revista Pentagrama convida o leitor a operar

esta revolução espiritual em seu próprio interior.

© Stischting Rozekruis Pers. Reprodução proibida sem autorização prévia.

PENTAGRAMA

2

Este número de Pentagrama tem

como tema: “A luta pelo futuro”.

Enquanto o ser humano estiver inte-

riormente preso a conceitos como

“morte” e “imortalidade”, este proble-

ma ainda lhe oferecerá duas possi-

bilidades e sua luta interior será

determinante para seu futuro.

a vida cotidiana, ele é obrigado a es-colher entre dois extremos: a vida ou amorte. É sua própria condição biológicaque o força a esta escolha. E isto duraaté o momento em que ele chega a per-guntar-se: que sentido pode haver nestaexistência? Por que vivo? Como irá aca-bar minha vida? O que o futuro me re-serva? É então que ele tem a oportuni-dade de deslocar o interesse de sua lutapela vida e pode dizer adeus à luta ba-nal pela existência e voltar-se para o fu-turo que está depositado no coração detodos os seres humanos.

Todos podem empenhar-se na lutapara o futuro dentro de si mesmos, en-quanto indivíduos, membros de uma fa-mília, de um povo, de uma raça, comocélula da humanidade inteira. Quem vai-se enterrando cada vez mais profunda-mente na matéria, e que, portanto, re-nuncia a seus poderes superiores, está-se arriscando a já não ter a capacidadede reagir ao chamado quando ele soardentro de seu coração.

Naturalmente, o futuro já começou hámuito tempo! Há séculos, dois caminhossão indicados e descritos claramente aobuscador sério. Mas também há séculosos seres humanos tomaram a direçãoerrada, engano que está sendo des-mascarado neste final do século XX.Portanto, ainda há tempo para todos es-colherem a estrada certa.

Sonhar com o futuro não faz sentido,pois os dois caminhos já estão presen-tes. Mas somente um coração aberto écapaz de fazer a escolha que preserva-rá a alma de afundar-se um pouco maisnas trevas da sociedade materialista.

Esperamos, caro leitor, cara leitora,que todos encontrem nesta edição te-mática as reflexões a partir das quaispossam examinar seus pensamentos erever suas idéias, a fim de poderem em-penhar-se na luta pelo futuro, que jáestá presente dentro do coração de ca-da um.

A Redação

A LUTA PELO FUTUROTÍTULO

N

Nosso futurojá está traça-do? (FotoPentagrama)

No início do século XX, sabíamos,

nos meios esotéricos, que teríamos

de atravessar três grandes revolu-

ções nos próximos decênios. Elas

seriam tão radicais e subversivas

que não poderiam ser comparadas a

nenhuma revolução anterior. Estas

três revoluções arrastariam com sua

violência a humanidade inteira e

transformariam a face do mundo.

primeira, esboçou-se como uma e-volução tecnológica que trouxe com elauma revolução material, econômica esocial. Em uma época em que aindanão existiam nem computadores, nemsatélites no espaço, nem aviões a jato,alguns autores tomaram suas canetaspara descrever sua visão destes fenô-menos. O percurso Londres-Melbourneaconteceu com muita dificuldade em1934, com aviões muito rudimentares,com cadeiras de vime e um barômetropara medir a altitude! Os cálculos eramfeitos de cabeça, às vezes com um ába-co; e o telefone era dos mais primitivos.No rádio, dava para ouvir o latido doscães mexicanos; o automóvel era umluxo; os aparelhos domésticos funcio-navam à manivela. As pessoas de 80anos viram tudo isto mudar em umritmo incrível, principalmente depois daSegunda Guerra Mundial. Somente umdesenvolvimento tecnológico extremoteria podido manter o crescimento des-mesurado de um conflito mundial comoeste. Aviões, navios e armamentosfabricados em cadeia não paravam dechegar para continuar as destruições.Depois da guerra, esta tendência per-sistiu. A Europa tinha de reconstruir-serapidamente e consigo os países cha-

mados subdesenvolvidos.

O PODER DA ELETRÔNICA

A segunda revolução foi social e eco-nômica e deveria colocar fim à pobrezae também à riqueza. A quebra da Bolsaem 24 de outubro de 1929 ensinou aosexperts em finanças que o dinheirotinha uma vida independente. Depois daPrimeira Guerra Mundial, hábeis espe-culadores puseram em circulação umamassa monetária tão grande que, desde1923, foi surgindo a inflação na Alema-nha. A desvalorização foi-se agravandorapidamente. Alguns empresários mui-tas vezes tinham de correr duas vezesao banco para retirar as somas neces-sárias para pagar seus assalariados,pois logo que abriam faltava dinheiro emcaixa. Quando aconteceu a quebra deWall Street, uma das maiores orques-tras tocou “Os velhos tempos estão devolta” enquanto os banqueiros, repenti-namente arruinados, se suicidavam.

Era preciso redistribuir de outra formao dinheiro e os bens. O economista Key-nes estudou os planos de uma econo-mia dirigida: seria preciso incrementar aprodução e mantê-la em equilíbrio comas despesas, a poupança e o investi-mento. Estes conceitos permitem, atual-mente, comprar uma calça jeans ecomer um hambúrguer em quase todo omundo, seja vegetariano ou não. A cul-tura tornou-se um negócio comercialmundial. Quem via o perigo de tudo istose opunha ferozmente a esta banaliza-ção e a esta uniformidade. O homemmoderno tornou-se um fator econômicoda rede mundial, fazendo crescer as fi-nanças e a tecnologia.

Mas houve também uma terceira re-

A TRÍPLICE REVOLUÇÃO DO SÉCULO XX

3

A

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volução que ultrapassou de longe as du-as outras: é a revolução que há anos es-tá tomando força e que vai rompendo a-qui e ali com os limites impostos. A reli-gião imposta, a educação imposta, o po-der imposto... parece que já não estãopreparados para dominar as forças in-conscientes do indivíduo e as da huma-nidade, em seu conjunto. A consciênciado buscador que está sondando os bas-tidores da Criação realmente percebe a-gora o que ainda estava oculto há al-guns anos. A investigação das regiões

invisíveis está sendo praticada intensi-vamente e muitos estão buscando a sal-vação na extensão e no aprofundamen-to da consciência. Este é o início da ter-ceira revolução: a modificação completada consciência de toda a humanidade.Mas é preciso fazer a distinção entre osdois caminhos que se estão abrindo: deum lado, o desenvolvimento da consci-ência totalmente sintonizado com a vo-cação universal do ser humano (verPentagrama nº 2 de 1997); e de outro,um encolhimento, um endurecimento,

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que vai até o estado animal mínimo.

EXISTE LIVRE-ARBÍTRIO? SIM E NÃO!

Do ponto de vista astrológico, o serhumano já está totalmente programado,mesmo que ele não se dê conta disto.Os astros traçam pistas em sua consci-ência e ele somente tem de segui-las.Neste sentido, não há livre-arbítrio. Masé totalmente diferente o que ocorre comaquele que reage ao chamado divino in-terior. Neste caso, ele é colocado diantede uma escolha, e esta escolha é livrena medida em que ele mesmo toma pa-ra si esta liberdade. Quando C. PiazziSmyth [1] e o egiptólogo Y. Flinders Pe-trie [2] tiraram as medidas da Grande Pi-râmide de Gisé, estabeleceram que adiferença entre a pirâmide projetada e apirâmide construída seria designada pe-la expressão “pirâmide-polegada” (umapolegada mede 2,54 cm). Em todos osseus detalhes a pirâmide construída sedesvia deste valor da pirâmide projeta-da. Poderíamos dizer que entre o planodivino e sua realização pelo homem, atolerância é de uma “pirâmide-polega-da”. É uma margem estreita. E a vidasobre a terra também tem uma margemestreita. Para que ela seja possível, a re-lação entre a posição do eixo da terra edo eixo do sol, assim como as distân-cias entre o sol, a lua e a terra tem limi-tes estreitos. E agora que sabemos queos “buracos” do cinturão de van Allennão foram causados pelas “bombas” an-timosquitos, mas pelo vandalismo atô-mico, podemos imaginar que esta cons-ciência, completamente ocupada emdesnaturar e a viciar nossa atmosfera vi-

tal já ultrapassou os limites toleráveis.Os irmãos da Rosa-Cruz clássica

previram estes processos de desenvol-vimento através dos séculos. Em seusmanifestos eles se colocam contra o en-durecimento e a degeneração da cons-ciência e mostram o caminho de um no-vo futuro. Felizmente, cada vez maispessoas no mundo inteiro reconheceme vivenciam esta nova etapa. E é preci-so esperar que muitos outros seguirão enão se contentarão em falar sobre a in-fluência libertadora que terá uma novaconsciência, mas que praticarão um no-vo comportamento concreto que é de-corrente dela: um comportamento queimplica em respeito mútuo e na prote-ção da vida de uns e outros, assim co-mo a possibilidade de se direcionar paraum objetivo muito puro de vida e de to-mar parte em toda a Criação.

Certamente tudo isto não poderá a-contecer antes do ano 2000, pois esta-mos apenas no começo. Mas o ponto departida está sendo conduzido com tantaforça que um grande número poderáseguir e entrar com alegria na nova era.

Somos nós mesmos que devemos e-laborar o futuro que está chegando. Oimpulso que os homens estão dandojuntos agora será determinante parasua descendência. Será que eles vão a-garrar-se a sua velha consciência ali-mentada pelas recaídas de cerca de 6bilhões de seres humanos, ou será quevão aspirar pela nova consciência, guia-da, alimentada e protegida pelo Criadordo universo?

O pintor belgaJames Ensor(1860-1949),com seu quadro “Aentrada deJesus emBruxelas” fazviolenta críticaà igreja, aosmilitares e ao estado(Pintura a óleo,KoninklijkMuseum voorSchoneKunsten,Anvers,Bélgica).

1. C. Piazzi Smyth, Our inheritance in the GreatPyramide 1864.2. W. F. Flinders Petrie, Les Pyramides et lesTemples de Gizeh, 1883.

O FERMENTO DA ERA DE AQUÁRIO*

Todas as lutas deste mundo têm

dois aspectos. Da mesma forma que

o ser humano, que sai da noite do

seio materno surge para a luz,

assim a humanidade que se eleva

sobre a natureza terrestre é chama-

da a voltar-se para a luz. Assim, há

um homem natural e um homem

espiritual. Muitos problemas enig-

máticos e obscuros nos encarceram

e nos prendem; e muitas soluções

luminosas iluminam nossa cons-

ciência e nos libertam.

este mundo, negativo e positivo,masculino e feminino se opõem. E o fer-mento é a força revolucionária que noscoloca face a face com esta dualidade.O fermento provoca um processo de fer-mentação por putrefação que acarretauma transformação radical e uma se-qüência de explosões. Este processotem por fim desintegrar e destruir, e co-mo conseqüência, traz a desnaturaliza-ção. Mas o fermento, quando misturadoà massa, também resulta em um pão in-digesto. É por isso que o fermento temduas ações: uma boa e uma má. De umlado, vemos uma degeneração moral eorientações enganosas e nocivas; deoutro, uma ação perseverante e contagi-ante. É assim que, em nossa época, ageo fermento de Aquário.

A era de Aquário é um período de ex-tensão, de liberdade e de iluminação.Que ardor provocam estas palavras:“Era de Aquário” naquele que conheceseu verdadeiro significado! Muitos, eprincipalmente aqueles que estão volta-dos para o lado espiritual da vida, diri-

gem seus pensamentos para o objetivoda era de Aquário, para o ideal ao qualaspiram há muito tempo.

Ninguém escapa à influência de A-quário. Como o fermento impregna opão, a força de irradiação de Aquáriotrabalha sobre toda a humanidade. Ela éuma bênção para aqueles que se abrema seus efeitos positivos, de tal modo queeles perseveram na endura para atingira verdadeira vida espiritual. Enquantoisto, aqueles que reagem negativamen-te a esta influência e atividade cósmica,sofrem os efeitos de Aquário como umaforça que lhes faz mal, destrói e dege-nera. Eles se sentem tomados por umaforça que os arranca de todos os valo-res que eles amam e logo são assalta-dos pelo medo.

Há pessoas que pensam que Aquárioverá a apoteose tão desejada pela civili-zação ocidental: que o mundo inteiro co-nhecerá sua cultura e seus efeitos be-néficos. Realmente, é o que se passa a-tualmente, mas nem todo o mundo reco-nhece esta cultura moderna e a religiãocristã como uma grande bênção! A ver-dadeira irradiação de Aquário, entretan-to, somente pode trazer alegria: ela pro-vém do coração crístico.

QUE RELAÇÃO EXISTE ENTRE AQUÁRIO

E CRISTO?

É justamente porque o seres huma-nos não querem nem podem compreen-der como Aquário, o Cosmos, está uni-do a Cristo, que estão fazendo e dizen-do tantas e enormes besteiras pelomundo afora. Nem sempre a humanida-de capta o profundo mistério crístico:

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N

“Eu vim pôrfogo sobre aterra” (Lucas,12:49).

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Nascidos de Deus: Ex Deo nascimur;Mortos em Jesus: in Jesu morimur;Renascidos pelo Espírito Santo: perSpiritum Sanctum reviviscimus.Quando nós, buscadores espirituais,

morremos segundo a natureza, em umúltimo suspiro, na solidão do eu que seretira, a alma entra em contato com oEspírito e renasce em Cristo. Aí está osegredo! Para compreender a ação deAquário, é preciso conhecer a

“Santíssima Trindade”: Natureza-Cris-to-Espírito. Se não compreendermosesta ação e considerarmos apenas anatureza, então o fermento de Aquárionos arrastará para a perdição e afunda-remos sem ter a possibilidade de renas-cer pelo Espírito Santo.

AQUÁRIO OBRIGA A HUMANIDADE A FAZER

UMA ESCOLHA

Conhecemos o símbolo de Aquário: ohomem que carrega um cântaro de á-gua que os discípulos encontram naporta, segundo as indicações de Cristo.“Segui o Aguadeiro”, diz ele, “até a casaem que ele entrar.” Segui o caminho tra-çado pela Água Viva no mundo que cor-re para a perdição e encontrareis prepa-rada a ceia do Senhor. Todos os que se-guem o Aguadeiro serão chamados pa-ra cumprir a “Via Dolorosa”. E aquelesque reconhecerem nele o guia, o fer-mento que os destruirá para o bem, ha-verão de tornar-se os discípulos do Se-nhor. E Urano, que domina a eletricida-de e a força etérica, está derramandonas correntes da Água Viva o fogo queilumina e aquece. Se somos seres espi-rituais, unimos coração e cabeça. A Á-gua da Vida escorre de nosso coraçãopara o fogo sagrado de nosso pensa-

mento, e então já somos novos homens,que revelam as descobertas realmentenovas, descobertas extraordinárias emaravilhosos segredos. Se somos ho-mens comuns, estas duas correntes nosarrastam para a decadência e para des-cobertas que, consideradas negativa-mente, estilhaçam e destroem. É este ti-po de reação negativa que nasce nasmáquinas de guerra que derramam so-bre a humanidade seu fogo devorador.

Sintonizados com a tríplice possibili-dade da Unidade divina, os seres huma-nos estão sendo orientados a ultrapas-sar os limites de sua consciência e à ex-pansão de seus horizontes espirituais.Este é um momento particularmente in-dicado para a expansão do ocultismo,fato que já está manifestando-se com in-teresse cada vez maior pelos segredosda magia da Idade Média e das popula-ções mais próximas da natureza. A-quário traz algo completamente diferen-te, seja para o bem, seja para o mal. Éum tríplice fermento para nosso cosmoe trabalha sobre a humanidade em gerale a impulsiona para seu destino. O resul-tado final demonstrará se a matéria serácapaz de suportar a ação deste fermento.

AQUÁRIO PRECIPITA AS EXPERIÊNCIAS

INTERIORES

O espírito banal que deseja exploraro além por curiosidade doentia e primiti-va pode manifestar-se e falar de manei-ra muito interessante sobre coisas queele absolutamente não compreende!Ele se sente tomado pela influência deAquário e acha que se tornou um ho-mem espiritualizado. Que ilusão! O fer-mento de Aquário trabalhou sobre ele e

uma força revolucionária remexeu todoo seu ser, do fundo até a superfície. Ne-le, foram acontecendo algumas explo-sões, sob a forma de uma série de ex-periências. Querendo ou não, ele é em-purrado para o caminho das experiên-cias interiores.

Será que nós seríamos capazes denos adaptar ao altruísmo do qual Uranonos apresenta a exigência, sem passarpela “morte em Jesus”, “in Jesu mori-mur”? Ninguém escapa à influência zo-diacal. Ninguém, a não ser aquele queestá inteiramente anulado em JesusCristo, para ressuscitar, em seguida, noEspírito Santo. E, para ele, surge um no-vo mundo!

E qual será o insensato que grita edelira clamando pela liberdade e que,para ultrapassar seus limites, já cumpriuum processo como este? O nazismoque coloca o mundo no fogo e no san-gue é a conseqüência da ação negativade Aquário. Joga-se com a realidade eviola-se a verdade. Vive-se no sonho ex-tático do idealismo e da realização. Onazismo detesta o cristianismo porqueele iria ao encontro dos princípios depovo, de raça e de nação, e exerceriauma influência fatal sobre os caracteresraciais hereditários. É somente acaban-do completamente com o cristianismoque um povo poderia encontrar sua uni-dade. Estas palavras dos dirigentes donacional-socialismo mostram claramen-te sua atitude negativa ao encontro deAquário e da Triunidade divina. Então, ofermento volta-se para o exterior e pro-voca explosões, e daí resultam o aniqui-lamento e a degeneração. Urano se o-cupa deste gênero de homem, o fogoímpio o ataca interiormente e explodeexternamente.

O cristianismo da Gnosis é uma forçadivina: não é um dogma. É por isso que

a Rosacruz atual, imitando seu prede-cessor, Christian Rosenkreuz, diz: “Jesumihi omnia”, Jesus é tudo para mim! To-dos os que pensam que podem sair-sebem sem Cristo como força e verdadei-ro salvador, e que portanto não se anu-lam nele, serão estilhaçados por Aquá-rio e se perderão no declínio do materia-lismo natural. É compreensível que ohomem natural, morrendo de medo etremendo, procure escapar à força revo-lucionária e radical de Cristo. Somenteos heróis e heroínas que possuem cora-gem suficiente e compreensão para a-nular sua natureza poderão viver o ver-dadeiro cristianismo.

Então o cristianismo mostrará seuverdadeiro rosto. Seu véu exterior serálevantado e veremos se a Gnosis aí es-tá presente, o Conhecimento de Deusque guia o homem para a verdade datríplice fórmula mágica:

Ex Deo nascimur, in Jesu morimur,per Spiritus Sanctum reviviscimus.

Nós nascemos de Deus- pela vontade.Nós morremos em Jesus- pela sabedoria.Nós renascemos do Espírito Santo- pela ação.Aí está a tríplice tarefa do cristão

gnóstico. E todo aquele que passa poresta tríplice experiência, renasce e setorna um sábio e diz: Jesus é tudo paramim!”

9

* Alocução de Z. W. Leene, um dos três fundado-res da Escola Internacional da Rosacruz Áurea,em Haarlem, na Holanda, em 14 de abril de1935.

Sem dúvida muitos já ouviram falar

sobre as pesquisas a respeito de an-

timatéria e sua influência sobre a ma-

téria tal como a conhecemos. Ao lado

de formações estelares perceptíveis

(como nosso sistema solar) parece

que existem zonas de antimatéria

cujos átomos são diametralmente

opostos ao da matéria comum. A

antimatéria aniquila a matéria.

uando pesquisadores, como biólo-gos, examinam pequenas combinaçõesmicroscópicas de células que possuempropriedades bem conhecidas, elesdescobrem um espetáculo incrível demassacres e de combates horríveis.Muitos microorganismos, de formas ede natureza variadas, se agridem sempiedade, com um só objetivo: destruí-rem-se mutuamente, de uma maneiratão atroz que desafia a imaginação maisdesenfreada. Assim, acontece um pro-cesso metabólico, uma transformaçãoda matéria em uma outra matéria.Assim vão-se formando, incessante-mente, novas combinações e realiza-seo que chamamos de processo de evolu-ção, a partir de formas de vida as maisinferiores que conhecemos, até a maisevoluída: o homem civilizado.

Nós, personalidades desta natureza,fomos constituídos, sem exceção, nodecorrer de uma evolução metabólicaque implicou morte, assassinatos, hor-ror, sofrimento. E isto, desde o início.Nem bem nascido, nosso corpo já é a-meaçado por um batalhão de vírus e deoutros microorganismos, até que, paraterminar, o corpo inteiro pára de lutar eabandona a partida.

Escutamos os pássaros cantandomaravilhosamente nos bosques das re-dondezas, mas de repente eles pou-sam, em grande número, no gramadoem frente de nossa casa, com agitação,com pressa e a nervosidade de quemse pergunta: “Como fazer para, no tem-po mais curto, engolir o máximo possí-vel?”.

Olhamos o lugar onde eles se encon-tram e vemos muitos insetos que se me-xem na grama. Não é preciso microscó-pio para vê-los: formigas, aranhas, grilosetc. continuam seu caminho na naturezavivente em direção de um objetivo... queeles jamais atingirão! Eles serão devo-rados vivos por lindos passarinhos quecelebram cantando a glória de Deusnesta bela primavera, como dizem ospoetas. E todos conhecem como istofunciona no plano da natureza humana:assassinatos e massacres organizados.

Certamente, não queremos emocio-nar os leitores, dizendo coisas como:“Olhem esta linda aranha, que o bico a-fiado de um passarinho cortou em dois!”Pois esta aranha, ela também, estavaprocurando uma presa para sugar viva:talvez até uma outra aranha!

A VERDADEIRA NATUREZA DA MATÉRIA

Portanto, trata-se de conhecer bem ofato de que a natureza dialética, em to-da a sua extensão, desde a forma maisminúscula até o homem, vive da morte eexiste pela morte. E não somente a mor-te, mas também o assassinato. Aí está opróprio princípio da natureza. Nossocorpo é composto por células. E, é claro,a cada instante, estas células são ata-

10

O ENCONTRO ENTRE MATÉRIA E ANTIMATÉRIA

O novo milênio verá um salto quântico no desenvolvimento da alma?

Q

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cadas por inúmeros organismos inimi-gos. Este é o drama da natureza dialéti-ca!

Mas, agora, vem a ciência moderna ea confronta com a antimatéria, semcompreender o significado inteiro disso.

Imensas galáxias não conhecem as pro-priedades e as atividades de nossa ma-téria: elas são totalmente diferentes.

É absolutamente certo que um dia fa-remos descobertas que mostrarão oquanto nossa natureza é decaída, o queimpulsionará a humanidade para um ou-tro rumo e acabará com a religiosidadenatural. O fato é que a antimatéria é amatéria da alma, a matéria de onde de-ve nascer o novo homem.

Cada planeta de nosso universo de-caído contém em seu núcleo ainda algu-ma coisa desta matéria denominada an-timatéria e que não carrega dentro de sio selo da morte. Pensemos nas palavrasde Jacob Boehme: “Por mais distanteque nosso olhar chegue (e o telescópioespacial Huble mostra agora imagenstão distantes que remontam a 12 mi-lhões de anos!) estaremos contemplan-do o universo da morte”. Mas além des-te universo, dizemos que há o universoda antimatéria, a fonte da graça, da qualtodos nós temos necessidade.

Compreendemos, portanto, que é im-possível que a transfiguração aconteçaa partir e por meio da matéria comum. Éque, assim como nós já demonstramos,desde seus elementos fundamentais emicroscópicos até seus elementos maisfacilmente visíveis, esta matéria existepela aniquilação e pela morte.

Desde a queda do homem, a matériada qual vivemos atualmente (matériaque outrora era antimatéria) foi corrom-pida e existe no centro dos campos devida planetários pequenos oásis de anti-matéria, oásis que são protegidos pelosEspíritos planetários para garantir, final-mente, a regeneração de cada ser hu-mano.

Assim, fica fácil compreender que tu-

Em 1928, o físico Paul Diracdemonstrou por seus cálculos quedeveria existir uma espécie de“negativo” da matéria. Em 1932, foi descoberto um anti-elétron quecorrespondia às propriedades esperadas. Somente por volta de1950 foi demonstrada a existênciade anti-átomos, e apenas há algunsanos uma unidade especialmentecriada para esta finalidade, do acelerador de partículas, do CERN,em Genebra, na Suíça, produziunove anti-átomos de hidrogênio queduraram 40 milésimos de segundo.Fala-se de “antimatéria” porque,quando estas partículas encontramseus homólogos materiais, elas se aniquilam mutuamente, pois elas têm cargas contrárias. Nestesentido, a antimatéria da ciência é, de fato a imagem negativa damatéria, pois tem, sistematicamente,propriedades contrárias. Enquantoisso, Jan van Rijckenborgh descrevea antimatéria com propriedades que não podem ser representadascomo contrárias, mas como absolutamente estranhas a todas as propriedades da matéria conhecida. Esta antimatéria não seaniquila em contato com a matéria,mas a transfigura, elevando-a a uma ordem superior.

12

do o que está oculto será revelado. É ló-gico que a antimatéria ainda presentena natureza da morte não se misturesimplesmente com a matéria. O “SALNI-TER corrompido” logo a absorveria e aneutralizaria. Não: ela está protegida porsuas próprias leis e serve apenas paraexecutar um trabalho verdadeiramenteútil e libertador. O Espírito do planeta esua hierarquia aí estão velando e éassim que fica assegurada a única sal-vação dos seres decaídos no interior decada cosmo do “SALNITER corrompi-do”.

A ANTIMATÉRIA É O PRINCÍPIO DA ALMA

NO CORAÇÃO HUMANO

O mistério do microcosmo é seme-lhante ao do cosmo. De fato, a cadanascimento de um homem mortal, umasemente de antimatéria é semeada nosantuário do coração, sob determinadascondições, e esta alma em germe so-

mente poderá crescer se o homem na-tural servir-se dela da única maneirapossível, senão, este germe lhe será re-tirado na hora certa.

Sabemos que já existiram períodosmais ou menos longos (e que ainda e-xistem) em que as forças-luzes dos pu-ros átomos libertadores foram-se unin-do para formar um só campo de luz, u-ma só esfera de luz, e que, em conse-qüência disso, o desenvolvimento demuitos pôde ser miraculosamente ace-lerado por muitas vezes. Reconhece-seo início de um período como quando osinstrutores conhecidos começam seutrabalho no mundo.

Para explicar o que se passa então,podemos dizer que, quando algumaspessoas, em determinado momento,percorrem verdadeiramente o caminhoda auto-renúncia e da autodemolição, eisto na força do átomo do coração, elasemitem naturalmente uma irradiação.Esta irradiação liga-as aos mesmos va-lores radiativos de outras pessoas e as-sim se desenvolve um campo de irradia-ção que, no mínimo, é mais puro do queum campo de vida normal da naturezada morte, e portanto é muito melhor emais ativo. Assim, pode-se dizer que vaisurgindo uma aurora, a aurora de umdia em que se destacarão novos valo-res, a serviço de todos.

Foi em um período como este queHermes Trismegisto, o Três vezes Gran-de, pôde elevar a voz para a iluminaçãode muitos. Foi em um período como es-te que houve o confronto entre Khum eAmon. Será em um período como esteque todos nós seremos confrontadoscom a natureza superior de nossa alma,a natureza superior que habita dentrode nós mas que não é nossa.

Será em um período como este quefaremos a descoberta de nossa vida,

O professor Walter Oelert, do acelerador de partículas “Desy” , de Hamburgo, na Alemanha, diz:“A respeito de mundo e de antimundo, de partícula e de antipartícula, não está claro porquenão se revela pelo universo a presença de “antimundos”, de “antimatérias” e de “antipartículas”.Se, no Big-Bang tivessem surgidopartículas elementares, tanto quarks quanto antiquarks, isto terialevado ao aniquilamento geral e a um universo sem matéria, constituído unicamente por irradiações”.

quando a força de irradiação de Plutãovier tocar-nos e nos preencher, e queentão, ou nos elevaremos para novaspossibilidades, ou nos será retirado oque não quisermos utilizar! Todos nóstemos esta escolha.

Assim passa, de tempos em tempos,alguma coisa que poderíamos chamarde sopro ou alento divino, através de to-dos os espaços da natureza da morte.Trata-se de algo como um toque eletro-magnético destinado a ativar os oásisde antimatéria e de estimulá-los parauma nova atividade. É um toque que ca-da um destes que percorrem seriamen-te o caminho pode sentir dentro de seucoração. Quem tem uma faísca como es-ta ardendo dentro de si sabe que o tem-po já chegou e que o sol se levanta sobreo vale cheio de ossadas da morte ... paratentar reanimar o reino dos mortos.

UM SALTO QUÂNTICO NO DESENVOLVIMENTO

DA ALMA?

Todos os oásis de força-luz do siste-ma solar estão sendo profundamentetocados e isto está acontecendo em to-dos os planetas. Estão acontecendocoisas grandiosas e processos de de-senvolvimento maravilhosos, porqueestá surgindo uma outra natureza den-tro de nossa natureza.

Mas por quê? Poderíamos perguntar-nos. Só para despertar os seres huma-nos que estão tão completamente ab-sorvidos na matéria? Não! Trata-se deum plano de evolução superior que estásendo cumprido. Em conseqüência dis-to, todos aqueles que são prisioneirosda natureza da morte e que se empe-nham e se esforçam seriamente para li-bertar-se são elevados a uma ordem

No alto: acelerador de partículas circular em Serpukhov, próximo a Moscou.A velocidade da luz é atingidaem um anel de 600 ímãs.(CERN)

Ao centro: acelerador linear de Genebra. Aqui, um prótonatinge uma energia de 50milhões de eletrovolts.(UK Atomic Energy Authority)

Embaixo: alguns dos 600 ímãs do acelerador deSerpoukhov. O complexo mede 1.500 m de comprimentoe metade dele está debaixo da terra.

14

superior, qualquer que seja seu reino deexistência. A colheita de todos os cam-pos de vida está no celeiro.

Todos estes períodos de revoluçõesapocalípticas, cósmicas e intercósmicastêm muitos pontos em comum. Recon-hecemos claramente: uma progressão,uma assinatura cada vez mais nova nalinguagem das coisas. Esta é a razãopela qual falamos agora de Plutão e desuas intenções para com todos aquelesque estão abertos à Luz divina.

Devemos procurar refletir profunda-mente neste novo alento divino que a-inda está passando através dos espa-ços da natureza da morte. Um novo to-que universal está acontecendo. E nós,se o quisermos interiormente, devemo-nos preparar para ele, para libertar A-mon, o homem oculto, de Khum, o ho-mem já manifesto.

Jan van Rijckenborgh

Partículas sub-atômicas maisimportantes(ilustração deTony Birks, emA explosão daciência, deBernard Lovell,1966).

15

O homem é uma criatura, uma cria-

ção de Deus. Somos filhos de Deus,

criaturas provenientes do plano divi-

no. Na antiga doutrina universal e-

gípcia encontramos duas represen-

tações, que também se apresentam

como dualidade, a saber, Khum e A-

mon. Ambos são representados com

cabeça de carneiro, e por issoo são

freqüentemente confundidos.

em dúvida, tendes conhecimentodas muitas antigas representações doassim chamado ovo do mundo e dos“nascidos do ovo”, e de todas as espe-culações que foram oferecidas ao mun-do, com toda a confusão. Segundo nos-sa concepção, sempre se pensou noovo e na forma oval como representa-ção do microcosmo, do ser aural, que,como o sabeis, é oviforme, pois tudo oque vive como homem verdadeiro, tudoo que se deve manifestar segundo o pla-no de Deus, deve elevar-se do micro-

cosmo para a vida. Por isso, somos esempre permaneceremos “nascidos doovo”, isto é provenientes do microcos-mo”.

A antiga concepção egípcia não é,portanto, estranha, e não perdeu aindanada de sua verdade e força. A apariçãodo homem como microcosmo deve serindicada como um tipo de criação pri-mordial. Todas as possibilidades huma-nas, tudo aquilo para o que um dia o ho-mem estará capacitado deve provir des-se microcosmo. O autor dessa criaçãoprimordial foi chamado Khum, isto é “oMaior”. Desse Maior, desse microcos-mo, desse ovo, deve agora surgir o ho-mem verdadeiro e oculto. Amon, quecontudo foi e é inteiramente uno comKhum, e que portanto é chamado deKhum-Amon, o Maior, que envolve o o-culto, cuja manifestação provém do An-cião”.

Jan van RijckenborghA ArquignosisEgípcia, Tomo IV, 1ª edição, p. 205 e206.

KHUM E AMON, OS “NASCIDOS DO OVO”

À esquerda:o deus Amonsob a formade um carnei-ro portandouma coroa tríplice (Livrodos Mortosegípcio).À direita: baixorelevo do tem-plo do deusKhum.

S

16

Daqui a três anos o vigésimo século

da era cristã chegará ao fim e este

acontecimento provoca reflexão, es-

perança, emoção. Todas as festivi-

dades já estão sendo programadas

para celebrar a entrada no terceiro

milênio. Enquanto exteriormente os

preparativos começam com grandio-

sidade, nem todos sentem a mesma

expectativa.

homem do século vinte, que estáterminando, já não acredita há muitotempo no progresso em geral. Ele aspi-ra cada vez mais a sua segurança ma-terial. Quem, hoje, não está sendo atin-gido por algum conflito nacional, umaguerra ou uma catástrofe? Os políticosnão têm nem o poder nem a vontade demanter suas promessas; as realizaçõese os projetos científicos mostram-sequase sempre contrárias ao que estavasendo previsto; a voz das igrejas nãotraz nenhum consolo. As forças vão-sedesencadeando, com conseqüênciasimprevisíveis, sem falar do fato de quenão conseguimos dominá-las. Muitaspessoas se sentem ameaçadas. O am-biente característico de um fim de perío-do se faz sentir, cada vez mais manifes-tamente.

Quando se apresenta a oportunidadede recomeçar tudo de novo, muitos pro-gnósticos são feitos. Depois da expul-são do povo judeu, surgiram movimen-tos espirituais com nuanças apocalípti-cas que encontraram eco entre os pri-meiros cristãos. No século XII surgiu pe-la primeira vez o conceito de “terceiroreino”, onde se subentende: o reino do

Espírito Santo. Mais tarde, esta imagemreapareceu entre os católicos e os pro-testantes durante a Guerra dos 30 anos,que maltratou a Europa central (1618-1648), época em que muitos pensavamque o fim dos tempos estava próximo.Esta guerra foi tida, com razão, como “amais horrível que jamais houve no mun-do”.

DEVEMOS DEIXAR-NOS LEVAR POR ESTE

SENTIMENTO DE FIM DO MUNDO?

Geralmente, quem relaciona os acon-tecimentos que se passam a sua voltacom o “fim do mundo” é o cristão. O A-pocalipse de João, que é o ápice do No-vo Testamento, o inspira neste sentido.Além disso, o cristianismo exotérico, emtempos difíceis, sempre levanta diantedos fiéis a ameaça do anticristo. Por-tanto, é compreensível que os novostempos provocam em muitos o senti-mento de fim do mundo. Ouvem-se vá-rios profetas, sendo que muitos delesarrastam seus adeptos para novas ilu-sões ou pintam o declínio da humanida-de para tirar proveito disto.

A passagem de uma era a outra (co-mo por exemplo a de Áries para Peixes)provoca grandes mudanças. É o que es-tá acontecendo agora, quando a era dePeixes dá lugar à era de Aquário: ascondições atmosféricas se modificam. Aera de Aquário será a causa de grandestransformações, dizem. Aqueles quenão têm nenhuma idéia a respeito dissoserão facilmente enfraquecidos e induzi-dos a erro pelos acontecimentos.

O homem comum mal reconhece nosfatos da história moderna o esplendor e

QUE TIPO DE TRANSFORMAÇÃO VEM COM O FIM DE

UM SÉCULO?

O

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o declínio das civilizações e dos povostais como são descritos por OswaldSpengler em De ondergang van het a-vondland* (O Declínio do ocidente).

UMA VITÓRIA SOBRE A ANTIGA VIDA?

É sempre uma pequena minoria que,em tempos difíceis, percebe uma evolu-ção apocalíptica e as forças que estãopor trás dela. Trata-se, primeiramente,para esta minoria, do encerramento deum período antigo e da chegada de umnovo tempo; do fim da antiga vida e damanifestação da salvação. Neste mo-mento, o “fim do mundo” para quem“vence a si mesmo” é o ponto em queele entra na grande renovação. “E vi umnovo céu e uma nova terra, porque o pri-meiro céu e a primeira terra passaram eo mar já não existe”(Apocalipse, 21:1).Este fim, este novo começo no micro-cosmo ressuscitado, realiza-se verda-deiramente quando aquele que estábuscando a Verdade divina se desem-baraça de suas prisões dialéticas; nestecaso, ele entra no “Reino de mil anos”, omundo da vida perfeita.

DESCRÉDITO POR INCOMPREENSÃO

Mas qual é a situação do mundo ex-terior? O fim do mundo está realmentepróximo? Trata-se cada vez mais, commais freqüência e mais força, do medoque é provocado pela idéia de uma ca-tástrofe no fim da evolução atual. Em al-gumas seitas, estes sentimentos já pro-vocaram reações fatais e psicoses degrupo que provocaram suicídios coleti-vos. Se estes grupos ocultos se atribu-em, além disso, o nome de “Rosa-Cruz”a Escola Espiritual passará, evidente-mente, por um descrédito. Uma pessoainformada superficialmente, e que con-fia apenas no nome Rosa-Cruz, tiraráconclusões precipitadas. Mas, todos osque se dedicarem a estudar mais pro-fundamente a doutrina da Rosacruz Áu-rea observará rapidamente, por exem-plo, que um conceito como o de “endu-ra” nada tem a ver com um auto-aniqui-lamento qualquer, com um suicídio estú-pido; que se trata, na realidade, da dimi-nuição progressiva do egocentrismo. Noevangelho, é dito: “É necessário que elecresça e que eu diminua.”(João, 3:30).

O APEGO AO PASSADO PROVOCA O

ROMPIMENTO

A pessoa que se agarra ao passado,ao que ela adquiriu, sente-se ameaçadapor novos processos de desenvolvimen-to. Algumas transformações acontecemcom uma velocidade tão vertiginosa esão tão radicais que é difícil achar umponto de apoio. Estas mudanças dizemrespeito a valores ou princípios queestão ocorrendo em todas as camadasda sociedade: trata-se de uma revolu-

A bomba atô-mica que as-solou Naga-saki.

19

ção mundial. Os modernos meios decomunicação já estão mantendo umacorrente contínua de informações a res-peito de catástrofes, o que atiça aindamais o medo de um apocalipse. Mas re-almente não há nenhuma necessidadede uma rede fechada de mídia para pro-vocar uma inquietude generalizada, poisas mudanças começam nas regiõessutis e ninguém pode escapar a estainfluência: nem mesmo um aluno de u-ma escola espiritual.

Há duas razões pelas quais esta in-quietude trabalha profundamente sobrea humanidade:• primeiro, estas transformações estão

acontecendo no mundo inteiro; ahumanidade inteira está passandopor isto e emprega todos os meiospossíveis para evitar os acontecimen-tos. Por causa disto, a terra, como umorganismo vivo, está sobrecarregadae perde seu próprio poder de cura ede regeneração;

• em segundo lugar, cada vez menospessoas dispõem de uma armadurareligiosa confiável: para muitos, a féprotetora de antigamente tornou-seletra morta. Eles se sentem direta-mente ameaçados pelos perigos queos cercam e não podem defender-sedeles, nem interiormente, nem exte-riormente. Além disso, muitos proble-mas políticos e econômicos parecemainda impossíveis de serem solucio-nados.As transformações atuais são dife-

rentes das do passado. De um lado, hámeios tecnológicos fantásticos que sãocolocados a nossa disposição e a terrajá se encontra mais radicalmente muda-da que nos séculos precedentes. De umoutro lado, a população mundial estácrescendo em um ritmo que provocará,no final, a ruína de todo o sistema eco-

nômico e ecológico.De um lado, os humanos estão fazen-

do cada vez mais as máquinas trabalha-rem em seu lugar. Elas estão-se tornan-do cada vez mais produtivas e dimi-nuem a necessidade de mão-de-obra,de tal modo que o desemprego está au-mentando consideravelmente no mundointeiro. Ora, alguns acham que a massacrescente de pessoas que procuramemprego poderia dedicar-se a açõesrevolucionárias imprevisíveis, pois elaseria facilmente manipulada pelos de-magogos.

Pergunta-se, então, se aqueles quecomandam têm realmente a compreen-são dos problemas que devem ser re-solvidos para evitar a ameaça da totalasfixia da vida sobre a terra. As NaçõesUnidas calcularam que, dentro de 30anos, dois terços da população mundialviveria em cidades. Nesta época, Dja-karta teria 21 milhões de habitantes,sendo que ela tem 9 milhões atualmen-te. (Conferência sobre habitação e cons-trução urbanas, junho de 1996, Is-tambul). A partir de algumas fotos tira-das por satélites, parece que 80% dasflorestas primitivas já desapareceram.Em 1982, 1 entre 5 americanos morriade câncer; agora, são 7 entre 10! Duran-te a Conferência da Organização dasNações Unidas (ONU) sobre o meio am-biente, no Rio de Janeiro e no Cairo, pa-recia que as Nações Unidas eram inca-pazes de estabelecer um plano de so-corro mundial que fosse eficaz e realizá-vel. Para conseguir isto, todos os povosdeveriam esforçar-se por limitar-se a su-as necessidades essenciais, levando u-ma vida ascética, mas esta idéia real-mente não atraiu ninguém! Um proble-ma insolúvel? Se os humanos tivessemoutros pontos de vista e renunciassem atodos os tipos de interesses materiais, a

20

A poluição domeio ambien-te, cuja idéiabásica já vemdo século XIX.

demanda por muitos produtos diminui-ria a tal ponto que seria preciso tomarmedidas radicais. Mas qual é o governoque aceitaria arriscar sua vida por isto?A fome está-se estendendo por toda aparte, com uma rapidez espantosa e onúmero de pessoas subalimentadas es-tá crescendo cada vez mais. Para ali-mentar todas estas bocas, o mundo de-veria tornar-se uma só empresa de pro-dução e de consumo. Mas isto aumen-taria ainda mais os problemas que jásão imensos, como:• o desaparecimento de homens, vege-

tais e animais pelo escoamento de á-guas e aumento de lixo por parte dasindústrias químicas e da fissão nuclear;

• radiatividade crescente em torno dascentrais nucleares, que já torna inabi-táveis grandes espaços;

• destruição da camada protetora de o-zônio pelo vandalismo atômico;

• efeito de aquecimento, que é devido,entre outras causas, à emissão ex-cessiva de óxido de carbono, pelacombustão do carbono, da madeira,de derivados de petróleo e de gás;

• transformações daí decorrentes: noar e nas correntes marinhas, e derre-timento das calotas glaciares;

• manipulação dos genes e clonagemde seres humanos, animais e vege-tais;

• a pilhagem das reservas mundiais decombustíveis fósseis e matérias-pri-mas minerais.

O HOMEM PRECISA FUGIR. MAS, PARA

ONDE?

Como estes problemas estão ligadose se reforçam mutuamente, os ciclosestão naturalmente tão perturbados quetodo o sistema ecológico corre o riscode arruinar-se. E teme-se que os paísessubdesenvolvidos sejam os mais preju-dicados.

Quem pode, tenta fugir destas re-giões onde reina a grande miséria, paralugares onde “tudo vai bem”. No entan-to, se 500 milhões de homens, como te-mem os pesquisadores, deixassem oTerceiro Mundo rumo à Europa Ociden-tal, estes dois sistemas entrariam emruína. E mesmo a partida de 500 mi-lhões de emigrantes não seria nenhumalívio para seu país de origem, poisdentro de sete anos sua população játeria aumentado nesta mesma propor-ção.

A SAÍDA PELA LINHA HORIZONTAL NÃO LEVA

A LUGAR NENHUM

Em Een planet wordt geplunderd (Apilhagem de um planeta), o ecologistaHerbert Gruhl diz que seria preciso umaintervenção da “Sabedoria e da Provi-dência divinas” para encontrar outro ru-mo. Será que o homem pode adquiriresta Sabedoria? A Doutrina Universalnos ensina que o processo de desenvol-vimento terrestre da humanidade hámuito tempo aconteceu dentro de cer-

tos limites, para conduzi-la à maturida-de. Tratava -se, principalmente, de de-senvolver o poder mental até o pontoem que o homem pudesse aderir ao pla-no divino por sua livre e espontâneavontade. O momento em que os guiasdeste processo evolutivo começaram ase retirar corresponde aproximadamen-te ao início da era cristã, quando um no-vo impulso para um novo processo dedesenvolvimento foi dado à humanida-de, sob a direção da Fraternidade da Vi-da. A humanidade (da qual cada indiví-duo é uma célula) deveria progredir atéo estado de alma vivente, e depois res-tabelecer a ligação com o Espírito.

Desde o início do século XX, a huma-nidade está entregue a si mesma e de-ve demonstrar de que é capaz. Imagi-namos facilmente que isto é a causa dadesordem que está reinando em todosos níveis. Sob a influência das irradia-ções, sempre mais intensas da era deAquário, os antigos valores estão vaci-lando. O que estava estabelecido até a-gora, em forma de normas e de regrasreligiosas, está perdendo seu império eos homens estão buscando desespera-damente novos princípios, novas for-mas, novas certezas. Eles não as en-contrarão fora deles, mas bem no fundodeles mesmos. Os que buscam fora desi mesmos encontrarão no máximo so-luções provisórias, que por sua vez setornarão impraticáveis a partir de deter-minado momento.

A PRIMEIRA EXIGÊNCIA: O CRESCIMENTO

ESPIRITUAL

A humanidade entrou no período emque ela deve chegar à maturidade espi-ritual. Este tempo está anunciado no

Novo Testamento pelas palavras: “OReino de Deus está em vós. Buscai pri-meiro o Reino de Deus e tudo o maisvos será dado em acréscimo”. Será quea humanidade está pronta para isto?Será que ela já fez tudo o que estavaem seu poder para descobrir este reinointerior?

No final da era de Peixes, ela deveriapoder ser responsável por seus atos.Mas, de modo geral, parece que estefardo foi muito pesado para ela. E osproblemas individuais e coletivos torna-ram-se tão enormes agora que apenasresta à humanidade o tempo e os meiosde prevenir os males do dia-a-dia e deremediá-los. O fardo sob o peso do quala humanidade está suspirando atual-mente somente se aliviará se conside-rarmos a vida de maneira menos irrefle-tida, se começarmos a ver as conse-qüências de nosso comportamento, ecomeçarmos a assumir nossas respon-sabilidades.

Em resumo, em todos os níveis de vi-da, é preciso encontrar uma solução: éuma questão de vida ou de morte. Mui-tos projetos maravilhosos estão sendoestudados, sem que realmente se dêemconta das possibilidades atuais. Talvezeles tragam um pouco de esperança,mas, por falta de verdadeira compreen-são da realidade, eles estão todos con-denados.

E AGORA, QUE BÚSSOLA IRÁ CONDUZIR-NOS?

“A humanidade voltará, ainda a tem-po, 1a adquirir razão?” pergunta Jan vanRijckenborgh em seus comentários dasNúpcias Alquímicas de Christian Ro-senkreuz, análise esotérica cuja primei-ra edição foi publicada na Holanda em

21

1967. “Será que a humanidade encon-trará realmente o único caminho, queleva a uma saída?”

De tempos em tempos, a humanida-de, que se encontra sem rumo, seguin-do falsas pistas, é trazida de volta ao ca-minho verdadeiro por intervenções cós-micas, a fim de ser preservada de umadecadência mais profunda ou de um a-niquilamento total. Atualmente, no finalde um ciclo cósmico, este auxílio estásendo novamente oferecido. Agora queela se encontra impotente, e que buscasair dela, a Sétupla Fraternidade Mun-dial de Cristo exerce sobre o mundo in-teiro sua influência poderosa. Os ho-mens estão em um impasse completo,do ponto de vista social, econômico, ci-entífico e religioso, sem contar as misé-rias psíquicas inerentes a esta situação.“A própria humanidade pede um julga-mento de tudo o que ela própria crioucoletivamente, e ela jamais passou poruma experiência como esta”, prossegueJan van Rijckenborgh.

NOVAS POSSIBILIDADES CRIAM NOVAS

NORMAS

Nesta fase de iluminação temporária,a humanidade deverá tomar decisõesradicais. Esta manifestação acontecerá,se assim for necessário, em um total detrês vezes, diz este autor, a fim de curara psique humana e purificar todos osreinos de vida. O poder de discernimen-to será reforçado, de tal modo que pode-rá ser visto claramente o que está ounão está de acordo com o plano divino.A conseqüência será uma reviravoltafundamental de toda a sociedade. Todasas especulações religiosas acabarão ea ciência será construída sobre basescompletamente diferentes. No decorrerdesta revolução que acontecerá nomundo inteiro, o homem descobriránovas regras e valores e as tomarácomo base em seu novo caminho inte-rior, que estará centrado na regenera-ção da alma. A ilusão e as falsas apa-

rências, que são características do eu,darão lugar à realidade e à verdade queemanam da eterna Sabedoria divina.

Mas como a humanidade irá entrarnesta nova era? “Será que ela ainda sa-berá, realmente, encontrar o único ca-minho que leva a uma saída?”

22

* O filósofo alemão Oswald Spenglerescreveu esta obra em duas partes,entre 1918 e 1922. Segundo ele, a civi-lização ocidental deveria desaparecerpor volta do ano 2.000 em conseqüên-cia da urbanização irrefreável e docrescente irracionalismo dos meiosdirigentes. Nesta época, muitos histo-riadores não quiseram absolutamenteaderir a esta tese. Em 1997 nós com-preendemos que ele tinha razão.

23

Governar é prever; querer saber o

que se vai passar no dia de amanhã,

saber o que reserva o futuro, para

preparar-se para ele e começar a a-

gir com vontade e dinamismo. Quem

não gostaria de fazer isto?

ão são apenas os governantes quese voltam para o futuro, mas no mundointeiro há pessoas responsáveis que seinteressam pelas possibilidades que ofuturo trará. Esta é uma verdade para osestudantes, as donas de casa, os mete-orologistas, os camponeses, os homensde negócio, os especuladores, os astrô-nomos, e certamente é extremamenteimportante para os crentes que queremsaber tudo sobre o que deve ser espera-do depois desta vida.

Praticamente não há quem não esperenada no futuro. Muitas vezes as pessoasmanifestam abertamente este interesse;às vezes, também ele parece quaseausente, mas todos seguem seu caminhoe vão seguindo seu próprio futuro.

Na história da humanidade, às vezeshá períodos de tranqüilidade aparente,enquanto que, ao mesmo tempo vãoacontecendo acelerações e revoluçõesnos planos religiosos, cultural e social. Aciência estuda todos estes fenômenose, sempre com novos conceitos e varia-dos pontos de vista, vai oferecendo in-terpretações interessantes e quadroscheios de cores. Mas, como os mate-riais concretos aí reunidos trazem qua-se sempre elementos contraditórios esão interpretados sem a real compreen-são, nada pode ser verdadeiramente ti-rado destes fatos.

Por outro lado, há obras que são o re-sultado direto de uma sabedoria interior.Estes autores expõem visões radical-

mente diferentes e esclarecem a lei decausa e efeito em seu mais alto nível. As-sim, eles demonstram processos relati-vos ao curso de vida da humanidade e àregião que ela habita: a terra. Eles tam-bém podem ler na memória da natureza.

O FUTURO: UMA MALDIÇÃO OU UMA BÊNÇÃO?

Para quase todos, o futuro é incerto,imprevisível e quase sempre angustian-te! Por um lado, ele oferece grandespossibilidades; por outro, ele projeta asombra de grandes desastres. Em cadaum destes casos, é certo que ele faz acolheita do passado e do presente.Quando é chegada a hora e quando umprocesso de desenvolvimento atingeseu ponto culminante, a humanidadeencontra-se na passagem para um novoperíodo que ela pode considerar total-mente novo. Este período pode ser com-parado a uma espiral que sempre estácriando diferentes possibilidades emcondições totalmente inesperadas. Paraos seres enclausurados nas dimensõesde tempo e espaço, tanto os que estãosobre a terra como os que estão maisacima ou por debaixo dela, esta é umapromessa preciosa. É por isso que elesestão interessados em compreenderestes sinais para poder reagir de manei-ra sensata.

O que entendemos por “futuro”? E oque são estes “sinais que anunciam ofuturo”? O tempo é uma realidade quepode ser medida matematicamente,mas também é relativo e parece que háum valor diferente de tempo para cadaum. Apesar de a história se repetir, elapassa, e já não pode voltar atrás. Ape-sar de ela ser intemporal do ponto devista filosófico, ela faz sentir sua influên-

N

O FUTURO: ILUSÃO E REALIDADE

cia e pode obrigar e forçar os homens apassar por um processo de amadureci-mento. Neste sentido, o “tempo” é sem-pre presente, e bem real.

O cálculo do tempo ao qual estamoshabituados nos ensina que estamosquase chegando ao ano 2000. Estaidéia é familiar a todos os que seguem ocalendário gregoriano, que é baseadosobre os movimentos aparentes do sol.Outros dizem que o segundo milênio jáestá começando ou que ele vai começardaqui a um ano. A tradição judia calculao tempo de uma forma bem diferente eo Islã leva em consideração anos sola-res e lunares de 354 dias. Tudo isto émuito complicado e nenhuma destas a-proximações tão variadas informa qual éa idade do gênero humano nem qual éseu passado.

A era cristã sugere que a humanida-de ainda é relativamente jovem e quetem um vasto futuro diante dela. Há mi-lênios atrás já existiram tantas civiliza-ções brilhantes que o homem modernonão precisa iludir-se de que está na van-guarda. Ora, os vestígios destas civiliza-ções servem, na maioria das vezes,para alimentar a pesquisa científica oupara atrair os turistas.

O FUTURO COMEÇA NO PASSADO

A janela que dá para o dia de amanhãmostra o futuro. Quem ousar olhar atra-vés dela poderá ver uma imagem daqui-lo que é preciso atingir. Ele perceberá,talvez, uma outra perspectiva, um outromundo. Às vezes, o vidro da janela écolorido, às vezes ele está recoberto deaço como um espelho e apenas refleteos pensamentos da pessoa; outrasvezes ainda ele é tão transparente quemostra o que está por trás dos aconteci-mentos. Para os primeiros, o futuro écor-de-rosa e traz esperança; para ossegundos, ele é sombrio e ameaçador.

Quando olhamos por esta janela,geralmente pensamos que o futuro ain-da não começou. É um erro. O futuro já

começou: ele foi semeado ontem, eleestá amadurecendo hoje, ele será colhi-do amanhã. O futuro começa no passa-do. Se considerarmos as coisas em fun-ção do espaço e do tempo, parece queexiste apenas um tipo de futuro: aquelefuturo do tempo que ainda está diantede nós e que marca com seus sinais osprocessos vitais do universo visível.Ora, por detrás deste futuro ainda se o-cultam outros, outros universos sem fimainda maiores, que não são perceptíveispelos sentidos terrestres. Em outraspalavras: o universo onde estamos reti-dos e que estamos explorando é o reinoda noite, um aspecto muito exterior emuito limitado da realidade total.

Nosso universo visível, que JacobBoehme qualifica como a incomensura-velmente grande “casa da morte” jámostra inúmeras manifestações no do-mínio mental, astral, etérico e material,sob todas as possíveis formas grossei-ras ou sutis de energia e de matéria. Aconcepção, o nascimento, o crescimen-to, a formação da consciência de todasas manifestações desempenham, naconsciência humana, um papel impor-tante para que o homem possa ter umavisão ampla do futuro, que englobe to-das as ilusões e realidades.

A era de Peixes dá lugar à de Aquá-rio. Há séculos os primeiros sinais destapassagem são “mensageiros” que vêmcomo precursores, traçando as linhasda tão necessária renovação. Tudo oque estava ou ainda parecia estar invisí-vel para muita gente, já pode ser vistopor todos, agora. Aquário: este é o ho-mem da era que começa para a huma-nidade de hoje. Aquário é quem destróio que é velho e renova o que tem umachance de viver. Aquário traz o impulsopara que o plano divino seja cumprido elibera a humanidade das correntes quea prendem. Mas ele não vem para mo-dernizar as normas sociais, religiosas eculturais comuns: estas já tiveram seutempo e não estão adaptadas para cum-prir o novo processo de desenvolvimen-to. Trata-se, agora, exclusivamente daespiritualização do homem, do homem

24

verdadeiramente espiritual que deveressuscitar do velho homem e tomar for-ma no coração dos seres que estão pre-parados para isto. Aquário provoca a“volta de Cristo”, o novo impulso do cris-tianismo interior que deve renascer den-tro do coração humano.

MAS O QUE SABEMOS SOBRE ESTE

ACONTECIMENTO?

A água que dá Vida já está correndosobre o mundo e sobre a humanidade,mas somente um número muito peque-no de pessoas sente este fato comouma influência positiva. Eles o sentemcomo uma corrente que carrega tudo eque os deixa em um vazio doloroso, queeles tentam preencher de todas as ma-neiras, e pelos mais diversos meios. Co-mo conseqüência, surgem reações so-bre o plano material e sobre o plano dasregiões sutis, por parte daqueles queestão direcionados para o desenvolvi-mento da personalidade. Entretanto, asenda que a humanidade deve tomar,depois de haver constatado a derrota dadivisão, da sublimação ou da espirituali-zação da antiga personalidade, é aque-la que o elevará de tal modo que a almaimortal encontrará seu verdadeiro lugar.

Nosso planeta é como uma rodinha,uma peça do imenso relógio universal.As leis de irradiação que dirigem o sis-tema e lhe oferecem uma finalidade de-terminam e governam todos os proces-sos de desenvolvimento do mundo e dahumanidade, que devem reagir a elas.Os astros determinam o futuro, segundodizem, e isto é perfeitamente certo, masnão do ponto de vista da astrologia co-mercial que conhecemos. Há constela-ções, em especial, que impulsionam ahumanidade e determinam seu destino.É assim que há séculos foi dito que ossignos de Serpentário e Cisne provoca-riam uma revolução mundial e fariamcom que a humanidade entrasse em umperíodo totalmente novo.

É agora que a tempestade de fogo de

Aquário sacode as bases sobre asquais todos haviam construído seusideais, e oferece ao mesmo tempo aocasião de ultrapassar seus próprioslimites: não no domínio do espaço e dotempo, não no sentido exterior, mas oslimites que se contrapõem ao cresci-mento interior e não permitem ultrapas-sar as fronteiras da natureza dialética.Os antigos rosa-cruzes chamam estessignos ou sinais de “mensageiros deDeus”. No manifesto intitulado“Confessio Fraternitatis R.C.” (1615)eles referem-se a estes mensageirosem uma época em que os astrônomosainda não haviam descoberto estesnovos astros.

Atualmente, 400 anos mais tarde, conhecemos não somente Serpentário (Ophiucus) e Cisne, mas também os três“Planetas dos Mistérios”: Urano (que foidescoberto por Herschel em 1781), Ne-tuno (descoberto por Galle em 1846) ePlutão (1930). Os esoteristas falam a-tualmente de três planetas que aindavão ser descobertos próximo ao sol:Ísis, Hermes e Horus. Esta “pequenaparte” do futuro está presente há muitotempo, mas a ciência ainda não a des-cobriu. Em 1949, A. E. Thierens escre-via, em “Cosmische Wet” (Lei Cósmica):“Podemos esperar que planetas (abstra-tos) sejam descobertos, nas esferas de

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Todos os seres vivos guardam na memória lembranças de acontecimentos e suas conseqüências. Se forem acontecimentos coletivos, podemosfalar em memória coletiva. O mesmo acontece com os animais eos vegetais. Mas, como toda a extensão do processo de desenvolvimento da terra e de seushabitantes aconteceu no sistemasolar, as linhas de força que um diaforam traçadas no macrocosmo também foram gravadas e formam,juntas, o que chamamos a “memóriada natureza”.

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Ísis, de Hermes e de Horus, que são asimagens reflexas de Vênus, de Mercúrioe do Sol”.

O universo visível constitui uma faseevolutiva da manifestação universal. To-das as formas aparentes são provisóriase estão submetidas a uma perpétuatransformação. O espaço e o tempo pa-recem ser verdadeiramente irreais quan-do pensamos que hoje descobrimosastros novos que já desapareceram hámilhares de anos, ou que existem plane-tas que ainda não foram descobertos. Oespaço, regido pelo tempo, continua limi-tado e enclausurado em um movimentocíclico. Se nos lembrarmos das palavrasdo Eclesiastes: “Não há nada de novosob o sol” e “tudo o que já foi será nova-mente”, podemo-nos perguntar com todoo direito, se o futuro realmente existe e oque representa este conceito. Não seriauma isca para manter a esperança des-perta e continuar mantendo a humanida-de em movimento?

A EVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA DE TUDO O

QUE É VIVO

Todos os acontecimentos da regiãodo espaço-tempo servem para desen-volver a consciência de seus habitantes.Alguns pesquisadores atuais negamsua existência; outros, constatam quecada forma vital possui uma consciên-cia, uma consciência em crescimento.Para o homem, particularmente, eles di-zem que sua consciência lhe mostra, nofim deste processo, que ele é prisionei-ro do espaço e do tempo. Espaço e tem-po constituem, portanto, a “escola deaprendizagem da eternidade” em que aconsciência se eleva em espiral até umcerto limite. Neste ponto culminante, oser humano é colocado diante de uma

escolha: renunciar a uma consciênciaampliada para adquirir uma consciênciaque dá acesso a uma dimensão queainda é desconhecida; ou voltar ao pon-to de partida para que a consciência re-comece novamente todo o seu desen-volvimento. Quem compreende “os si-nais dos tempos” e capta as novas pos-sibilidades constrói para si mesmo e pa-ra todos os outros um novo futuro. As-sim como foi, é; e assim como é, será. Éeste fato que causa as famosas lamen-tações do Eclesiastes.

INTERPRETAÇÃO DO FUTURO

O conceito de “futuro” pode, portanto,ser interpretado, compreendido, vivido eexperimentado de muitas maneiras. Oque é futuro para uns é uma etapa que jáfoi ultrapassada há muito tempo por ou-tros. O que para alguns vai acontecer da-qui a pouco, ainda está-se esboçandomuito vagamente em um futuro longínquopara outros. O que está para acontecerpara alguns já é muito atual e vivo paraoutros. O futuro não é somente determi-nado pelo decorrer do tempo, mas princi-palmente pela maneira pela qual o indiví-duo, com a coletividade à qual ele perten-ce, compreende e executa a missão desua vida. Que missão, que vocação, quedestino? O futuro é sua realidade, comouma soma de seus atos, de suas rela-ções com seu próximo, de sua evoluçãocármica e das leis da natureza. Quanto aisto, existem grandes diferenças entre osseres. O futuro de cada ser humano estábaseado no passado, na medida em queele se pergunta, e em que já se pergun-tou de onde vem, quem ele é e para ondeele vai. É a resposta que ele dá por meiode seu comportamento que determina

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“E estando assentado no monte das

Oliveiras, chegaram-se a ele seus

discípulos, em particular, dizendo:

‘Dize-nos, quando serão essas coi-

sas, e que sinal haverá de tua vinda

e do fim do mundo?’ E Jesus, res-

pondendo, disse-lhes: ‘Acautelai-vos

que ninguém vos engane; porque

muitos virão em meu nome, dizendo:

Eu sou o Cristo; e enganarão a mui-

tos. E ouvireis de guerras e de rumo-

res de guerras; olhai não vos pertur-

beis, porque é mister que tudo isso

aconteça, mas ainda não é o fim´.”

(Mateus, 24: 3-6)

uitas vezes é possível interpretar aspassagens da Bíblia de duas maneiras:no sentido literal ou no sentido espiri-tual. No caso presente pode-se conside-rar exteriormente que a cena de Jesussobre o monte das Oliveiras, rodeadopelo círculo de seus discípulos, aconte-ceu em algum lugar, em uma certa épo-ca do mundo. Mas pode-se tambémmergulhar em si mesmo com esta ima-gem e observá-la como uma mensagempessoal muito particular que diz respei-to ao caminho gnóstico da realização.No primeiro caso, alguns discípulos per-guntam a Jesus como ir-se-á apresentaro fim do mundo, quando isto aconteceráe como sua vinda poderá ser reconheci-da. Em sua resposta, Jesus os advertea respeito de certos personagens quese farão passar por seus enviados a fimde enganar os homens. Será precisoque eles desconfiem deles e não se dei-xem enganar. Em seguida, eles ouvirãofalar de “guerras e de rumores de guer-ras”, mas isto ainda não será o fim.

Tudo isto não é muito confortador.

Mas não há nada de surpreendente, po-is por mais pacíficos que queiramos sercom o próximo, sem dúvida, a caracte-rística da vida sobre a terra é sempre aluta. Somos educados com o seguinteobjetivo: “Não leve desaforo para casa!Não seja um fantoche na mão dos ou-tros! Não se deixe enrolar!” Por um aca-so não são estes os conselhos que ascrianças recebem durante toda a sua in-fância e juventude? E alguém poderiadizer: “E com razão, pois a vida nos es-pera com suas lutas, de todas as manei-ras: luta para ganhar o pão de cada dia,luta para se impor, luta para triunfar so-bre os outros. A vida social não passade uma luta! É um combate incessantede todos contra todos – desde a concor-rência obstinada até a competição es-portiva, sempre estamos encontrandoum adversário”.

ENTRETANTO, TODOS ASPIRAM A UM

FUTURO MELHOR

Mas, e quando lutamos pelo futuro,estamos lutando também contra um ad-versário? Não podemos traçar nosso fu-turo de outra maneira e sentir o idealis-mo ardente, fazer todos os esforços pa-ra melhorar nossa própria sorte, a denosso país, o de nosso grupo? Pode-mos fazer o melhor possível para erradi-car certas doenças, ou para acabar coma corrida armamentista. Em nossa é-poca, são tomados todos os tipos de ini-ciativa para prevenir o esgotamento dosolo e o declínio do meio ambiente e domundo. As possibilidades são infinitas...

Por mais nobre que seja o objetivopretendido, uma imensidão de interes-ses contrários se opõem dentro da so-ciedade. Cada tentativa idealista, cedo

AS DUAS LUTAS PELO FUTURO

M

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ou tarde haverá de encontrar resistên-cias. A história mostra que todos os es-forços que têm em vista o bem acarre-tam “guerras e rumores de guerras”.Deste ponto de vista, as palavras deJesus citadas mais acima não contêmnada de novo, principalmente em nossaépoca em que a mídia nos fala todos osdias de “guerras e rumores de guerras”sob todas as formas, até as mais horri-pilantes.

Esta luta é o resultado do incessante“subir, brilhar e descer” que caracterizaa natureza dialética. Ela está direciona-da para um futuro em que o homem dirádefinitivamente adeus a todo o tipo deluta sobre o plano de vida terrestre. A

tendência é sentir-se em um estado deser livre de todos os laços aprisionado-res e de todas as ilusões decepcionan-tes que intimamente fazem parte da e-xistência cotidiana. Neste estado de serespecial, renuncia-se a todas as preo-cupações da vida terrestre. Quem esco-lhe este caminho também conhece“guerras e rumores de guerras”, mas deuma natureza completamente diferente!

Assim, quase involuntariamente, per-guntamos por que acontecem todas es-tas lutas pelo futuro. A razão é o des-contentamento: um descontentamentofundamental, um estado de espírito cu-jas causas profundas são explicadasdetalhadamente na Doutrina Universal.

Passado, pre-sente, futuro.(Ticiano, 1477-1576, NationalGallery, Lon-dres)

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No coração humano está oculta umacentelha divina, como se fosse uma es-tação receptora dos raios provenientesda natureza divina (denominados pelaDoutrina Universal de impulsos crísti-cos). São raios que se dirigem ao cam-po de vida dialético com a intenção dedespertar os humanos para impulsioná-los a voltar para a região de onde vie-ram. Estes impulsos provocam neles u-ma grande perturbação, e lhes dá o de-sejo de ter outras condições de existên-cia, como uma vida melhor onde reina-ria a paz.

Entretanto estes impulsos estão bemlonge de ser compreendidos pela huma-nidade que os transpõe com esforçoscada vez mais intensos para transfor-mar a sociedade existente, ou para lutarcontra as doenças, para proteger o meioambiente etc.. É bem compreensível,pois todos os males do mundo (e hámuitos!) estão batendo a nossa porta.Aqueles que se animam com a idéia deque o mundo e a humanidade devemser socorridos vêem, de início, o quenão está certo e se consagram a melho-rar tal ou tal situação. Não devemos de-saprovar sua ação, sem mais nem me-nos, nem rejeitá-la, pois a miséria é i-mensa e toma muitas formas. E, alémdisso, quem se devota a aliviar os outrose lutar contra os males da terra prova,em todo o caso, que tem coração. Éalguém que não dorme, está sempreagitado, e não se deixa mergulhar naletargia da auto-satisfação. E principal-mente, neste caminho, esta pessoavivencia muitas experiências quepodem conduzi-la à consciência doslimites da vida e fazer com que ela reco-nheça interiormente que nesta terra “tu-do é vaidade e desejo vão (Eclesiastes,1:14) Tudo, aqui, se transforma em seucontrário. No Evangelho dos Doze

Santos, no capítulo 37, Jesus diz: “Bem-aventurados os que passam por muitasexperiências, porque pelo sofrimentotornar-se-ão perfeitos”.

O ser que adquiriu experiência sufici-ente passando por inúmeras vidas, co-meçará a mudar, graças aos impulsosque recebe da centelha divina, e se tor-nará consciente de que a esfera de vidadialética não é uma região feita para a-brigar a ele, a seus semelhantes; queele próprio e todos os que estão com eledevem “voltar a face”, isto é, mudar o ru-mo, para tomar o caminho de volta, co-mo a única possibilidade verdadeira-mente libertadora.

Como ele entrará neste caminho?Preparando-se para esta volta por meiodo processo de enfraquecimento do eu.Isto quer dizer que ele deve aceitarseguir este caminho de volta testemu-nhando isto diante dos demais por meiode seu comportamento. Com efeito,depois que o impulso crístico, que agepor meio da centelha divina, começa aperturbar alguém, que logo sai à procu-ra de algo, esta centelha divina se trans-forma em uma nova alma sempre cres-cente, em uma nova consciência, emum “Jesus recém-nascido” ele segue ocaminho de volta. O eu da natureza dei-xa-se aprisionar pelo Ser da naturezacrística. Jesus começa sua peregrina-ção no candidato e chama seus dozediscípulos (os doze pares de nervos cra-nianos) que controlam e dirigem o siste-ma vital em toda a sua extensão. Nesteprocesso de enfraquecimento do eu,que vai desenvolvendo-se gradativa-mente e se chamava “endura” entre oscátaros, o eu morre em Jesus, o Senhor.

Quem cumpre este caminho podetambém compreender profundamente osentido espiritual da citação que enca-beça este artigo. Ele aí reconhece seu

beça este artigo. Ele aí reconhece seupróprio caminho. Ele sente que tambémestá aguardando “a vinda do Senhor so-bre as nuvens do céu”. E os discípulos,dentro dele, perguntam: “Quando serãoessas coisas? Que sinal haverá de tuavinda?” Assim, Jesus começa advertin-do-os contra os falsos Cristos que que-rem enganá-los. Em outras palavras, oaluno deve-se examinar constantemen-te, a fim de não tomar como “a volta deCristo” alguns estado de alma que even-tualmente podem ser eufóricos. É preci-so que ele esteja bem vigilante e não sedeixe seduzir. E em seu ser interior eleouvirá falar de “guerras e de rumores deguerras”. Seu adversário interior, quequer conservar o microcosmo para si, ocoloca diante de tudo o que ele acumu-lou durante séculos de experiências. Elesemeia dentro do aluno a dúvida: “Mas,no fundo, quem sou eu realmente? Oque é que estou fazendo aqui?” Em se-guida, ele o assedia de repente com de-sejos inflamados, que ele pensava jánão possuir tinha há muito tempo e tam-bém cria angústias, preocupações, me-dos: “Será que isto vai dar certo? Seráque eu não estou andando muito deva-gar no caminho? E como os outros vão

julgar os meus esforços?”Portanto, o aluno deve aceitar a “luta

pelo futuro”. Ele deve ousar observarseu adversário direto nos olhos e teruma confiança inabalável em Jesus,que está dentro dele, através de todasas astúcias e todas as armadilhas do in-telecto e de seu próprio adversário inte-rior. Então, sem que nada ou ninguémpossa impedir, chega a hora em que aluta interna termina. O adversário se re-tira. E aquele que combate desta forma,percebe que já não está só: muitos oacompanham nesta senda. As forças seunem e o caminho é aberto para os inú-meros buscadores que se seguirão. Por-tanto, sua luta espiritual pelo futuro pro-duz frutos em abundância: uma abun-dância de uma riqueza que ultrapassatodos os sonhos.

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“Os cavalosdo sol e da luapuxam o Tem-po, que tudoarrasta emseu carro ve-loz, deixandopara trás suacompanheira,a Morte, queele não pôdetransportar.”(Foto Galle,Anvers, seun-do o quadro“O triunfo deSaturno” deBruegels,1574)

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Inconsciência? Esquecimento? Po-

de-se compreender a luta pelo futu-

ro de diferentes maneiras. Mas qual

é o jogo? Trata-se de estabelecer

quais são os mais belos e melhores

lugares sob o sol, celebrando assim

o triunfo do materialismo e do egoís-

mo? Ou de reconhecer os valores,

qualidades e poderes que represen-

tam o triunfo da cultura? Ou ainda

de uma dimensão totalmente dife-

rente, fundamentada na libertação

interior e na verdade divina?

rês tempos se sucedem: o passado,o presente e o futuro. Quem não com-preende o presente é surpreendido pelopassado e segue até o futuro sem com-preender nada. É por isso que é neces-sário ter uma imagem clara dos aconte-cimentos que estão acontecendo agora,dentro de nós e a nossa volta e de ondedecorre, por exemplo, uma inquietudenão somente individual mas também co-letiva, como nos tempos das grandesmigrações (séculos IV e VII).

Agora que o século XX está chegan-do ao fim, milhares de seres humanosno mundo se sentem impulsionados abuscar as raízes

de sua existência. E isto acontece ex-teriormente, quando as pessoas se re-portam ao passado e a seus vestígios; einteriormente, quando adquirem profun-dos conhecimentos ocultos e esotéricossobre o que é a própria essência do serhumano. Quando alguém empreendeseriamente esta pesquisa interior, pare-ce que ela está em ligação com fenôme-nos ainda desconhecidos, mas que jásão pressentidos. É como se um livro seabrisse e que, linha após linha, letra a-

pós letra, novos mundos se revelassemcomo se as letras se unissem para fazerpalavras, as palavras se unissem paracompor frases, as frases se unissem pa-ra apresentar imagens que dizem res-peito a dimensões e vidas ainda desco-nhecidas – ou esquecidas. Estas ima-gens podem dar uma nova compreen-são e suscitar novas experiências, e,neste turbilhão, pode nascer o conheci-mento do verdadeiro objetivo do ho-mem.

UM APOCALIPSE NO FUTURO?

Às vezes, passado, presente e futuroparecem não ter ligação entre si. Quan-do vivemos conscientemente, entretan-to, compreendemos cada vez mais queeles estão indissoluvelmente associa-dos. O homem de hoje é o produto dopassado e o fundamento do futuro. Porum lado, há em cada um de nós algo de“misterioso” que quer desenvolver-separa florescer como uma flor em botão,que quer manifestar-se, exprimir-se .Por outro lado, há também interior e ex-teriormente uma força poderosa que setenta contrapor a esta manifestação.

A palavra grega “apocaluptein” signifi-ca desvelar ou revelar. No século II a.C,este conceito foi empregado pelos ju-deus, e depois foi retomado pelos cris-tãos no século I d.C. Geralmente estetermo era associado a uma realidade o-culta, ao futuro ou ao mundo superior.Quando ele dizia respeito ao futuro,consideravam-se as visões apocalípti-cas como predições do final dos tem-pos. Combinando desastres, catástrofese outros aspectos exaustivos, este tipode predição evocava geralmente gran-des infelicidades. O filme Apocalipse

A GRANDE DESCONHECIDA

T

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Now (1979), do produtor americanoFrancis Ford Coppola mostra, nestesentido, a monstruosa guerra de aniqui-lamento do Vietnã (1959-1965).

No século XX, o termo apocalipsesurge cada vez mais em cena. Autorescomo A. H. de Hartog (1869-1938), Ru-dolf Steiner (1861-1925) e Jan van Rij-ckenborgh (1896-1968) serviram-sedesta palavra para atrair a atenção so-bre o fim do processo de desenvolvi-mento de um ciclo sobre o qual o ho-mem do século XX testemunhará. EmApocalipse de João (1935) A. de Hartogescreve:

“Deste ponto de vista, o fim do mun-do, em razão de sua evolução, é aqui re-velado em ‘a rosa deveria florir sobre acruz’. Gostaríamos que ‘a rosa sobre acruz’ fosse a imagem da irradiação solardespedaçada, de tal forma que os raios(estilizados pela linha vertical e horizon-tal da irradiação) parecessem ser umacruz. A cruz é a irradiação solar do uni-verso, e a rosa – que começou a evoluirde acordo com o reino natural – é o raiosolar tal como ele aparece agora, con-centrado no reino espiritual da oferendadivina e humana (como uma coroa triun-fante sobre a cruz quebrada). Portanto,dócil torna-se aquele que vê assim exe-cutado, seguido e cumprido o plano divi-no (da eternidade silenciosa na agita-ção do tempo, até a paz da reconquista,no tempo, do reino imutável da eternida-de)”.

Rudolf Steiner diz em sua décima-ter-ceira e última conferência sobre o Apo-calipse de João (30 de junho de 1908):“É necessário, entretanto, que tudo pos-sa ser dito, e é possível aprofundar ain-da mais os valores do Apocalipse e oque está em sua base. E se penetrásse-mos até o fundo, então o que vos reve-lei agora pareceria para vós nada maisque uma discrição superficial... Pois hámuitas coisas sobre a superfície, dasquais eu somente fiz surgir aqui ou alialguns conceitos. E se vos adiantardesno caminho que empreendestes de umacerta maneira, agora que estais interes-sados na explicação do Apocalipse de

João, então penetrareis lentamente nasprofundezas do Espírito. Chegareis aoconhecimento de profundezas sobre asquais atualmente ainda é impossível fa-lar, porque a consciência ainda não po-deria captá-las, porque ninguém aindatem ouvidos para ouvir o que seria dito”.

Jan van Rijckenborgh diz, em 1945,em Dei Gloria Intacta*:

“Um sentimento de impotência devetomar todo aquele que empreende a lei-tura desta estranha e poderosa visão deJoão; e no entanto o homem é irresisti-velmente atraído para a última parte daBíblia... Todas as religiões do mundopossuem um texto dos Mistérios, umtestamento espiritual para ser usado poriniciados e seus discípulos. O testamen-to espiritual cristão irradia uma glória in-comparável no Apocalipse de João... OApocalipse é, por sua própria natureza,como que um labirinto onde, incontesta-velmente, alguém pode perder-se. En-tretanto, existe um fio condutor estendi-do, com o qual podemos, com toda a se-gurança, nos dirigir através de seu ema-ranhado. Todas as regiões do mundofazem conhecer sete Espíritos originaise os Filhos do Mistério, em um certoplano de seu desenvolvimento, devemsubir sete degraus, passar por sete pro-vas, dominar as sete leis e experimentarsete dons da graça. Podemos agora lero prólogo com suficiente clareza. Há,neste mundo, uma revelação de Deus,um Santo Mistério é oferecido em nossaépoca, em e por Jesus Cristo, a todosos que são libertados com esta intençãoe prepararam-se para recebê-la. OSanto Mistério toca “um tal João” e este,em virtude de seu ser, não pode fazeroutra coisa a não ser dar testemunho detudo o que se revela a ele neste influxoque o penetra”.

A INFLUÊNCIA DO CONCEITO DE

“APOCALIPSE”

Segundo a história, parece que a idé-ia de apocalipse falou a muitos pensa-

A “coluna semfim” de 30mde altura doescultor suíçoC. Brancusi:uma tentativade representa-ção do infinito.(1935)

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dores e escritores. O donatista Tyconius(século IV) escreveu um poderoso co-mentário do Apocalipse de João influen-ciado pelo pensamento maniqueísta,em que surge em primeiro plano a dou-trina do dualismo. Este tema de dois rei-nos, ou de duas cidades, da “Luz” e das“Trevas” foi, sem dúvida, bem conhecidoaté nos primeiros séculos depois deCristo. Este tema também é representa-do pela oposição entre Jerusalém, a ci-dade celeste, e Babilônia, a cidade cor-rompida.

O Pastor de Hermas, o Evangelho deTomás, os Pseudo-Clementinos, os es-critos de Nag Hammadi e os Atos dosApóstolos citam esta oposição. Agos-tinho, entre outros, desenvolveu sua te-ologia a partir destas fontes e coloca aNova Jerusalém em um contexto morale racional. Ainda hoje parece que é estaa maneira de pensar predominante en-tre inúmeros grupos cristãos católicosou protestantes.

Nos séculos que se seguiram, o temada Nova Jerusalém foi retomado em ACidade do Sol, de Tomaso Campanella(1568-1639), na Utopia (do grego “nen-hum lugar”), de Thomas More (1516) ena Descrição da República de Chris-tianopolis*, de Valentin Andreae (1619),em que ele descreve uma cidade deestrutura sócio-religiosa muito diferenteda visão teológica conhecida.

Segundo o exemplo dos rosa-cruzesdo século XVII, Jan van Rijckenborgh to-mou o Apocalipse de João como fontede inspiração de sua doutrina. Em 1957,é editado Dei Gloria Intacta* (“A glóriade Deus é inatacável”), uma exposiçãoemocionante dos “Mistérios de iniciaçãocristã da Santa Rosa-Cruz para a novaera”. Aí, ele mostra em detalhes por qualcaminho deve passar o homem quebusca seu Deus interior a fim de atingiras “sete comunidades que estão naÁsia”, as sete iniciações. A Nova Je-rusalém é a Cidade de Deus, não cons-truída por mãos humanas; a cidade dapaz que é a meta de todos os peregri-nos que estão a caminho. Dei GloriaIntacta é um apocalipse – uma revela-

ção de segredos que vai acontecendona medida em que o buscador vai-se li-bertando em seu caminho de iniciação.Não se trata da iniciação tal como elaera reservada antigamente a uma pes-soa isolada; trata-se menos ainda deuma moral imposta ao pé da letra e semforça; mas trata-se de um caminho con-creto em que a natureza mortal devediminuir para que a outra natureza, anatureza divina, possa desenvolver-se.

RESTABELECIMENTO DO MICROCOSMO

DECAÍDO

O sistema microcósmico original, tãoluminoso, sempre está presente, emprincípio. Mas sua luz, suas forças ati-vas são apagadas e o plano que aí foidepositado somente se manifesta comoum princípio latente. Para restabelecereste sistema, foi constituída, a partir danatureza terrestre, uma personalidadeligada às leis do espaço e do tempo. Há,portanto, no microcosmo, dois sistemasativos, duas almas: a alma terrestre quedeve ir-se retirando aos poucos, pro-gressivamente, e a alma imortal que de-ve ressuscitar da morte na natureza ter-restre.

Na história do mundo, há momentosem que a humanidade chega à fronteiraentre estas duas naturezas, momentosem que a “mão de Deus” está mais pró-xima de nós do que nunca. Em razão decondições macrocósmicas, cósmicas emicrocósmicas, torna-se possível, en-tão, estabelecer uma ligação temporáriacom o campo de vida original, de tal mo-do que a humanidade possa elevar-se auma espiral superior. Atualmente, o de-senvolvimento da humanidade chegoua um destes momentos excepcionais eimportantes. Deste ponto de vista, o fimdo século XX é considerado como o fimde uma fase preparatória. A humanida-de deve despertar de seu entorpeci-mento e mostrar que ela está preparadapara elevar-se à espiral seguinte, ondeé chamada pela imortalidade da alma.

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Os que nos precederam no caminho jádescreveram esta hora em detalhes, eminúmeras obras esotéricas; e já mostra-ram por suas palavras e por seu com-portamento, que conhecem o segredodo microcosmo e que estavam prepara-dos para fazer crescer o princípio daverdadeira alma. Eles deram testemu-nho de que a chama da alma imortal tor-nou-se um fator vivo dentro de seu mi-crocosmo.

Como as regiões do espaço e dotempo são cambiantes, empreendere-mos continuamente muitas tentativaspara expulsar a morte e vencê-la. Estecombate surge bem claramente na his-tória da humanidade, mas sobretudonos inúmeros testemunhos gnósticosdaqueles que traziam este combatedentro de seu ser. Suas palavras e seuspensamentos sobreviveram ao tumultodas lutas terrestres e agora são acessí-veis aos que buscam seriamente o ca-minho. Estas palavras reconduzem à o-rigem do homem – o passado – colo-cam aquele que busca na realidade desua existência – o presente – e lhe mos-tra o resultado de seus esforços e de se-us atos – o futuro. Quem busca a Vidaverdadeira, pura e imortal, irá reconhe-cer no apocalipse do século XX a portaaberta pela qual terá acesso a um de-senvolvimento completamente inédito.

* Jan van Rijckenborgh Lectorium, Dei Gloria Intac-ta, 2ª edição,Rosicrucianum, e Christianopolis, 1ªedição.

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“Assim como a cabeça humana pos-

suiu dois órgãos para ouvir e dois

para ver, dois para cheirar e um para

falar, e que seria inútil exigir que os

olhos falassem e que os ouvidos

vissem, assim também houve épo-

cas que viram, outras que ouviram e

outras ainda que sentiram odor, e

em muito pouco tempo, virá a épo-

ca, se aproxima a grandes passos,

em que a língua receberá a honra

de exprimir tudo o que antes foi vis-

to, ouvido e percebido pelo olfato.

Depois que o mundo houver desper-

tado de seu sono de embriaguês,

bebido na taça envenenada, o ho-

mem irá ao encontro do Sol nascen-

te, ao raiar do dia, com o coração a-

berto, a cabeça descoberta e os pés

nus, jubiloso e transbordante de ale-

gria.”

esta passagem do Confessio Frater-nitatis R.C. (O Testemunho da Fraterni-dade da Rosa-Cruz*) os antigos rosa-cruzes deram, em 1615, sua visão dosséculos que estavam por vir. Agora quea humanidade está às portas de um de-senvolvimento totalmente novo, suaspalavras proféticas são perfeitamente a-tuais.

O “pensamento” do Criador do univer-so diz respeito ao devir de toda a cria-ção: macrocosmo, cosmo e microcos-mo. Neste processo de desenvolvimen-to, o homem, enquanto “pensamento di-vino”, surge como um ser divino sétuploperfeito e completamente autônomo.Em outras palavras, no final de seu pro-cesso de desenvolvimento, ele está

apto para possuir um sistema completode sete corpos. Em seu ápice, há trêsaspectos espirituais, e depois se se-guem o corpo mental, astral, etérico ematerial. Estes sete corpos são concên-tricos em um foco sétuplo pelo qual todoo sistema é animado e conduzido. Deacordo com a Doutrina Universal, o Soldivino, Vulcano, envia sete raios parasua criatura, para a execução do planode construção original.

OS SETE SENTIDOS SUPERIORES, EM GERME

Sabe-se há muito tempo que a ener-gia do sol que vemos contém todos oscomprimentos de onda e todas as estru-turas, que se manifestam entre outrasno mundo material não somente sob aforma de vegetais, animais e humanos,mas também nas correntes e princípiosfundamentais dos elementos terra, fogo,ar e água. Por toda a parte há Luz (comletra maiúscula) que contém a estruturado plano divino e que traz em si cadacriatura neste processo de desenvolvi-mento.

A Doutrina Universal fala de sete sen-tidos superiores que foram obstruídosna queda do homem na matéria e que,em seguida, perderam seu valor origi-nal. Pode-se considerar que estes setesentidos superiores dão uma primeiraimagem do pensamento divino. Setegermes contém o código do plano deseu desenvolvimento, como uma se-mente contém em si o código da planta.

Como cada um destes sete raios deVulcano cria um campo de desenvolvi-mento específico onde um só destesgermes pode crescer, podemos consi-derar nossos sentidos inferiores comouma resposta material caricatural a este

A NOVA ERA QUE ESTÁ DIANTE DE NÓS

N

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código. Enquanto que estes sentidos sedesenvolvem e se manifestam como po-der sensorial, as percepções são con-troladas pelo código inato. O homem,enquanto pensamento divino, é assimconduzido de campo de vida para cam-po de vida, para aí se orientar e se ma-nifestar. Neste processo, os sentidos sedesenvolvem como órgãos, de tal modoque eles vão percebendo cada vez ma-is, em interação com os sentidos supe-riores anexos que contêm o código. Deacordo com este código, o homem deveorientar-se a fim de satisfazer às condi-ções do plano divino.

No artigo intitulado Enfraquecimentodo sistema imunitário: uma característi-ca da época apocalíptica atual (Penta-grama nº6 de 1995, uma edição que te-ve como tema a consciência), foi expli-cado que cada célula possuía um códi-go graças ao qual ela reconhecia e de-terminava seu meio, e as influências ex-teriores necessárias ou não para seupróprio desenvolvimento. O mesmo a-contece para um grupo de células, paraum órgão. No início, o homem orientou-se a partir do código de seus sentidossuperiores. Mas quanto mais ele ia mer-gulhando na matéria, mais o código foi-se deformando, e ele acabou desenvol-vendo um código pessoal adaptado, so-bre o qual está baseada a consciênciaterrestre.

Posto que cada ser humano é umacriação única, podemos dizer que, emreação ao código original, a consciênciaque se formou também era única. Cadafase do processo de desenvolvimentode um ser humano é paralela à fase deuma campo de vida ao qual ele está de-terminado. Portanto, há interação entre“um campo” e ‘uma consciência emcrescimento”, e a reação se manifestapor meio de sentidos específicos a cadafase. É por isso que é dito que houveuma “época que sentiu odores, que foi operíodo em que se deu a construção docorpo material. Em seguida, houve a é-poca que “sentiu sabores”, que foi o pe-ríodo em que se manifestou a imagemastral. Depois, houve a época em que

se “viu”: é o período em que se desen-volveram o desejo e a ambição. Em se-guida, houve a época em que s e “sen-tiu”: é o período em que se desenvolveuo mental inferior. A entidade que deve e-voluir até o homem divino está, portan-to, submetida a sete campos de criação.Por meio de seus órgãos sensoriais, elavai formando uma consciência que se a-dapta a seu meio e que vai sendo conti-nuamente controlada pelos códigos desentidos superiores, os códigos do pla-no de desenvolvimento do processo ori-ginal.

A primeira consciência construída éterrestre e mortal. A consciência quesurge no início da busca consciente docódigo original é característica do bus-cador que se encontra no eterno confli-to interior. Em cada um dos campos decriação sucessivos surge uma nova di-mensão e acontece a assimilação dasexperiências anteriores.

AGORA, A LINGUAGEM TERÁ LUGAR DE

HONRA

“A língua receberá a honra de expri-mir tudo o que antes foi visto, ouvido epercebido pelo , diz a Confessio. De a-cordo com a Doutrina Universal, o “men-tal inferior”, governado pelos sentidos, étransformado pelo poder mental origi-nalmente concebido como um poder li-vre de desejo e de ambições inferiores.Este processo acontecerá por intermé-dio da escuta interior, pela percepçãoda “voz” da Fonte original que guia suacriatura no caminho de volta. A respostaa esta voz é expressada pela nova pala-vra, ou seja: pelo poder criador que sur-ge do coração receptivo e que se ex-pressa através do chakra da laringe. De-pois vem a fase em que a chama divina,o Espírito, desce na nova alma que jáestá completamente formada e prepara-da para isto. O órgão sensorial adequa-do é o entendimento espiritual ou podermental divino, que recebe e reflete osimpulsos da Sabedoria proveniente da

Ao alto: Perci-val Lowell(1855-1916)descobriu apresença dePlutão pormeio de seuscálculos. Onono planetade nosso sis-tema solar só foi desco-berto depoisde sua morte.Embaixo: foiW. Herschel(1738-1822)quem desco-briu o planetaUrano em1781: daí veioo símbolo doplaneta: “H”.

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niente da Fonte original, sem nenhumadeformação. Graças a este poder, o Ho-mem Alma-Espírito transmite perfeita-mente a Sabedoria iluminadora e a for-ça libertadora. A linguagem, então, terálugar de honra. Três estrelas brilham emSerpentarius e Cygnus: Urano, Netuno ePlutão. São três sinais poderosos doConselho de Deus. Nós vos transmiti-mos aqui, alguma coisa das intençõessublimes de Urano, a fim de que possaisrefletir sobre elas.

Os desenvolvimentos que acontecemo campo de Serpentário e Cisne corri-gem e aceleram todo o processo. Osplanetas Urano, Netuno e Plutão aí de-sempenham um grande papel. Urano foi

O SOL, UM CORPO CELESTE INVISÍVEL*“Nós, seres humanos dialéticos,

que vivemos num mundo de ilusões, estamos completamentefamiliarizados com a idéia de querecebemos do sol a luz e o calor,bem como diversos outros fluidos eforças. Do ponto de vista da nossapercepção sensorial, nada se podeobjetar contra isto. Contudo, sepudéssemos penetrar, por ummomento, na ordem de vida cósmica, poderíamos constata, pordiversos fatos, que o sol é um corpoceleste invisível. O sol não possuiluz, calor e tampouco outros fluidos e nem os irradia! O sol é um campo magnético com um foco magnéticoprimário e numerosos outros poderes magnéticos. Denominamosesse múltiplo campo magnéticoabrangente e misterioso, de“Vulcano”. Com sua esfera deinfluência, esse campo magnéticotoca o coração da nossa terra.Sabeis que o interior do nosso globoterrestre é constituído de uma massaincandescente. O campo vulcânicoque nos envolve por todos os lados,desperta e extrai do coração da Terra todos os poderes e forças que conhecemos como luz, calor eoutras energias naturais. No campoetérico circundante, cria-se então um firmamento, onde se formam concentrações de diversas forças epoderes anteriormente extraídos daterra. Desse modo, desenvolvem-seno firmamento o sol, a lua, os planetas, e as estrelas, os quaissimultaneamente se em órbitas harmoniosas. De acordo com certasleis e determinadas maneiras, elesirradiam de volta à terra e aos seus ,a luz e as diversas forças que delas extraíram. Assim, vemos eexperimentamos a luz e a radiaçõesde calor do múltiplo sistema planetário. Este, pois, é o quadro da lipika macrocósmica.”

* Texto extraído de A Grande Revolução, deJan van Rijckenborgh e Catharose de Petri,Lectorium Rosicrucianum, 1986, 1ª edição.

descoberto em 1718. Da mesma formaque Netuno (1846) e Plutão (1930), esteplaneta segue seu curso na periferia denosso sistema solar e portanto é qualifi-cado como planeta exterior. Estes trêsplanetas influenciam a vida sobre a ter-ra. Eles fazem com que a humanidadesaia dos caminhos nos quais ela setransviou há séculos. Urano ensina apensar com o coração, a dominar ossentimentos caóticos, a fim de percebera Força crística. Netuno despedaça asidéias desvalorizadas e apresenta no-vos conceitos, completamente diferen-tes da antiga consciência. Plutão aplai-na todos os obstáculos e coloca o ho-mem face à recriação, à atividade liber-tadora. Assim, a consciência da humani-dade em geral e de cada um em particu-lar é tomada de modo radical. Se al-guém não teve nem a vontade nem acapacidade de mudar, três poderosasforças cósmicas o tomam nos três cen-tros de seu ser, pois a consciência mor-tal deve mudar de tal modo que o serhumano possa adaptar-se positivamen-te à próxima etapa de seu desenvolvi-mento.

Esta também é a opinião de muitos e-ruditos e políticos que se preocupamcom o futuro da humanidade. Em umamassa crescente de relações, eles assi-nalam que a humanidade está mental-mente bloqueada e que deve voltar-secomplemente para uma direção que so-mente uma mudança de consciênciapermitirá descobrir (ver também, nestenúmero, o artigo intitulado A tríplice re-volução do século XX)

O sistema sensorial inferior que aindaserve como informante e construtor daconsciência mortal deve, portanto, per-der sua influência, pois do contrário ele

constituirá um obstáculo para a passa-gem à etapa seguinte. Por esta razão,diz-se justamente que os órgãos dossentidos enganam porque eles defor-mam os impulsos provenientes da vidasuperior e fazem com que o homem seperca em falsas pistas. É por isso queas influências de Urano, de Netuno e dePlutão fazem-se sentir cada vez mais.Elas captam a humanidade sem rumopara romper com tudo o que é velho erevelar a cada um novo processo dedesenvolvimento. Os três planeta dosMistérios conferem uma força renovado-ra extremamente poderosa tendo emvista a próxima etapa que já está sendopreparada há muito tempo: uma etapaem que o homem irá “ao encontro doSol nascente, ao raiar do dia, com ocoração aberto, a cabeça descoberta eos pés nus, jubiloso e transbordante dealegria”.

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Aquário, o A-guadeiro. (A-fresco do sé-culo XV, emPádua, naItália).

“As forças regeneradoras de Netunoe as forças de Plutão que devemromper as situações existentes, não são menos importantes. EmSerpentarius e Cygnus, na Serpentee no Cisne, irradiam três poderososmensageiros de Deus. Três forçassublimes se elevam da clássicasabedoria das serpentes e do puroamor do símbolo do cisne: Urano,que renova o coração; Netuno, que renova a cabeça; e Plutão, queé o impulso dinâmico que rompeincansavelmente.”

*Texto extraído da Confessio Fraternitatis, Jan van Rijckenborgh,

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Quando em agosto de 1914, em u-

ma semana, dez países europeus

declararam a guerra, setenta mil vo-

luntários ingleses embarcaram para

“dar ao inimigo uma boa lição”.

“Keep the homefires burning”,

(“mantenham acesas as lareiras”)

cantavam eles, para indicar que es-

tariam de volta em alguns dias. Mas

o conflito se estendeu bem depressa

e transformou-se em uma guerra de-

cisiva, desde Bâle até o Canal da

mancha. Sete milhões de homens

encontraram-se face a face e, na ba-

talha de Verdun, mais de cinqüenta

mil perderam a vida a cada dia.

m quatro anos de combate, toda umageração desapareceu. Cidadezinhas eregiões inteiras ficaram despovoadas,pois milhares de homens que partirampara o front jamais voltaram. A ideologiae a ação cega das autoridades militarese políticas obrigaram vinte milhões dehomens a sacrificar suas vidas e a opi-nião pública mal se perturbou com isso!

Algumas empresas que se foram tor-nando muito grandes começaram acambalear como dinossauros perdidosem um lamaçal viscoso. Pequenos gru-pos foram-se fundindo, enquanto osgrandes se fragmentavam. Os paísespobres foram-se enriquecendo, os paí-ses ricos foram tendo seu tempo de gló-ria, e todos foram assaltados por apro-veitadores que os exploraram e os esva-ziaram. Novos ricos, grandes cabeças,acrobatas da política foram-se exibindona cena mundial, da qual eles iam fugin-do o mais rápido possível, debaixo de

vaias.Todos estes ciclos foram diminuin-do e se acelerando. Onde reinava a cal-ma, multidões de turistas bem vestidosvieram correndo para perturbá-la. Erapreciso beijar as baleias, dar bom-diaaos pingüins reais e praticar mergulhosubmarino, pois tudo já havia sido vistoe feito.

DE ONDE VEM ESTA ACELERAÇÃO DO TEMPO

E DA VIDA?

Por volta de 1930, foi construído o pri-meiro acelerador de partículas, nos Es-tados Unidos, a fim de penetrar ossegredos do átomo. Algumas destasinstalações têm muitos quilômetros decomprimento. O acelerador profundo, de100m , sob a cidade de Genebra, temum diâmetro de 8km e um comprimentototal de cerca de 26km. As bobinas sealinham duas a duas, formando umcampo magnético. Se um elétron (que éa menor parte de um átomo que possuisua própria carga) chegar entre duasbobinas, ele será impulsionado de umpólo a outro, e sua carga e sua velocida-de irão crescer. Se este mesmo elétronchegar ao campo magnético seguinte,ele ainda estará carregado e acelerado,e assim por diante, até que este elétronquase atinja a velocidade da luz e setorne visível ao olho do físico.

Como este elétron, a humanidade in-teira está prisioneira entre dois pólos,que podemos chamar de “matéria” e de“antimatéria”. Além disto, cada indivíduoestá, da mesma forma, aprisionado en-tre dois campos magnéticos da própriamatéria: os pólos positivos e negativosda natureza. Na realidade, pouco impor-

O TEMPO ESTÁ-SE ACELERANDO?

E

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ta que um ser humano seja atraído porum pólo ou outro, pois sempre continua-rá entre os dois, sem saber como deixara natureza. E ele é forçado a participardo processo de aceleração. Muitas pes-soas se queixam de que o tempo estápassando muito depressa, que elas jánão têm tempo para si. Elas se encon-tram entre os dois pólos do bem e domal, são atraídas e perseguidas por umdos dois e são incapazes de escapar aeste processo, pois fazem parte inte-grante da natureza e estão sob suasleis.

Quando a aceleração da velocidade égrande, o motorista perde o controle deseu carro e então acontece a tragédia.Ele perde o controle porque ele se dei-xa atrair ou afastar pela lei de simpatiaou de antipatia: assim, ele perde sua di-reção.

ACELERAÇÃO ESPIRITUAL NA REGIÃO DO

TEMPO

Paralelamente ao processo de mer-gulho na matéria, assim como de fixa-ção cada vez mais forte à matéria e aotempo, acontece uma linha de desenvol-vimento e de aceleração espirituais.Suponhamos que exista um campo deenergia em que a espiritualidade do ho-mem seja acelerada. Um campo ener-gético como este deve ter um pólo emum “campo espiritual” e um pólo nocampo em que o homem está começan-do a se desenvolver. É este o campoque existe desde que a humanidade va-gueia sobre a terra. Este campo é cadavez mais reforçado por todos os que jáo descobriram e se esforçam por preen-

cher suas exigência particulares. Entreos dois pólos, existe igualmente umaaceleração, um processo de desenvolvi-mento acelerado da alma humana pre-parada para receber o Espírito divino.

Este processo começou há muitotempo. Cada vez que um campo micro-cósmico recebe um novo habitante, estepassa a ter uma missão. Agindo entreos dois pólos do bem e do mal, eleaprende as lições da vida e seu desen-volvimento espiritual se acelera. Istoacontece até o momento em que, de-pois de inúmeras experiências na maté-ria, ele já adquiriu peso suficiente paratornar possível uma nova aceleração. Fi-nalmente a alma renascida obtém umaqualidade tal que ela pode suportar aalta vibração do Espírito divino, com oqual ele já pode viver em estreito conta-to. A Rosacruz Áurea chama esta condi-ção de “estado de Alma-Espírito”.

A aceleração da matéria e o desen-volvimento espiritual evoluem paralela-mente durante um certo tempo, até quea matéria atinja seus limites. Neste mo-

O tempocomeçou coma queda dohomem e com a separa-ção dos se-xos. (MarcChagall, em“Homenagema Apollinaire”,em 1911,Abbemuseum,Eindhoven,Holanda).

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mento, a alma deve mostrar se ela estáapta para receber o Espírito.

UM UNIVERSO NO INTERIOR DO UNIVERSO

A imagem de um universo no interiorde outro universo já não parece impos-sível de ser imaginada. Um campo mag-nético que está no interior de outro cam-po magnético já é uma hipótese de tra-balho admitida. Uma lei eletromagnéticamantém a coesão do universo. Esta leigoverna o sol, a terra e os planetas, osistema solar, a galáxia e milhares degaláxias que ainda mal foram descober-tas pelos telescópios os mais podero-sos. Todos estes sistemas pertencem àsétima região cósmica, a natureza queaparece e desaparece, que é “exalada einalada” segundo a expressão dos anti-gos filósofos. No passado longínquo jáse sabia que estes processos tinhamuma duração inimaginavelmente longa,e a ciência também reconhece este fatoatualmente.

Existe também um universo totalmen-te oposto, chamado de Sexta RegiãoCósmica. Esta região não surge nemdesaparece: ela existe eternamente, elanão tem limites. Tudo o que existe no in-terior da sétima região move-se entreseus dois pólos em uma troca incessan-te, mas também é tocado e perturbadopelas influências da Sexta Região Cós-mica.

Este toque, a partir do momento emque é sentido como uma perturbação docoração, provoca uma aceleração, poisaquele que caiu no impasse da sétimaregião cósmica percebe que não podeultrapassar certos limites, e se sente co-

mo que acossado pelo Bem absoluto.Ele reage, ele tem de reagir, pois possuiem seu coração a parcela, a “carga” mí-nima imaginável proveniente daquelaregião.

Esta carga, chamada de “átomo docoração” na filosofia rosa-cruz, é acele-rada até que atinja a vibração superiorque a torna apta para a fase de acelera-ção espiritual seguinte. O campo mag-nético terrestre deste homem vai-se en-fraquecendo cada vez mais e já nãopode satisfazê-lo. Uma nova luz começaa irradiar a partir do núcleo espiritual deseu coração e favorece o desenvolvi-mento da nova alma imortal. Assim, oprocesso vai avançando, de uma mani-festação microcósmica a outra. Este ho-mem vai buscando cada vez mais inten-samente, e acaba reagindo conscientee positivamente. Então, começa a faseseguinte: a carga e a velocidade au-mentam. Finalmente, a velocidade ad-quirida fica quase igual à da Luz divina,e atinge um nível em que o princípiocentral do homem se eleva até tornar-seuma alma imortal cheia de maturidadeque pode reencontrar seu Criador. OEspírito e a Alma se unem e a alma per-dida volta a sua verdadeira Pátria.

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O que se passava no mundo antigo,

na aurora do século XX antes de

Jesus Cristo? Os povos sumérios se

encontravam no duro período que

segue as guerras internacionais: o

emprego de forças nucleares, a

ruína de um sistema político podero-

so que reunia diferentes culturas, o

declínio de uma religião que ultra-

passava as fronteiras e era substituí-

da por deuses nacionais. Nós, que

vivemos no final do século XX pode-

mos facilmente imaginar isto, pois

em nossos dias a situação é a

mesma1.

s sofrimentos que seguem duasguerras mundiais, o emprego de armasnucleares, a ruína de um sistema políti-co e ideológico poderoso... os conflitosprovocados por sentimentos nacionalis-tas... De fato, nada é diferente em nossoséculo XX.

Passamos da Era de Peixes à Era deAquário, e há 20 séculos antes de Cristoa Era de Carneiro (Áries) sucedia a Erade Touro. Esta época também foi agita-da, enquanto a passagem do ano 1000para 1001 foi razoavelmente calma.

Segundo muitos mitos, tradições eprofecias, nossa sociedade será tingida,nos próximos decênios, por inundações,tremores de terra e outras calamidadesque porão fim a uma fase do processode desenvolvimento da humanidade.Com o auxílio de computadores, foi des-coberto que os povos Maia haviam indi-cado o ano 2012 como o final de nossacivilização. Os índios Hopi e muitos ou-tros videntes, situam esta catástrofe noprimeiro decênio do século XXI. Algunscálculos, que mostraram um desloca-

mento do eixo terrestre não excluem apossibilidade de a Era de Aquáriocomeçar com um destes deslocamen-tos. Além disso, em 5 de maio de 2005acontecerá, por detrás do Sol, uma con-junção entre o Sol, Netuno, Urano,Vênus, Mercúrio e Marte com a Terra, oque poderia causar grandes conse-qüências em nosso planeta.

Além das teorias sobre o fim de nos-sa civilização atual, há predições que a-nunciam que a humanidade continuaráa desenvolver-se em uma linha horizon-tal. Assim, Nostradamus predisse umperíodo de caos, de grande confusão,seguido por um milênio de paz e de uni-dade religiosa. Rudolf Steiner explicaque a humanidade ainda se manterá atéo ano de 7893, que é um número que a-parece também na Grande Pirâmide deGisé. Em seu livro Dei Gloria Intacta2,Jan van Rijckenborgh menciona que osdiferentes processos de seleção e decolheita ainda continuarão até o ano de2658.

OS SINAIS DA GRANDE FARSA3

A propósito da aparição do anticristo,por volta do ano de 1998 (que é 3 vezes666) foi lançada uma advertência.Segundo as predições, ele se apresen-taria sob a forma de uma pessoa ou deum movimento que desejaria um grandebem à humanidade no plano social; e amídia e os meios de comunicação mo-dernos teriam um grande papel a de-sempenhar neste caso. Quem perceberclaramente esta fase do Grande Jogo enão escutar a “algazarra das rãs”, comoescreve Jan van Rijckenborgh em Des-mascaramento, vai-se encontrar em u-ma situação delicada, pois “surgirão fal-

PASSADO, PRESENTE, FUTURO

O

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sos cristos e falsos profetas; e farão tãogrande sinais e prodígios que, se possí-vel fora, enganariam até os escolhidosEis que eu vo-lo tenho predito (Mateus,24:24).

UMA VERDADE DIFERENTE CRIANDO UM

FUTURO DIFERENTE

Para escapar a este cenário, a huma-nidade deve novamente aprender amensagem original. Ela deve vivenciar,aceitar e aplicar a sabedoria, o amor e aforça da Gnosis e ligar-se novamente àúnica “Fonte de Vida”, que nenhuma“potestade superior” saberia conceder-lhe. A influência deste tipo de usurpado-res parece estar crescendo, mas bempoderia ser, com toda lucidez, que sejao sinal de sua agonia. Quem for capazde não se importar com os “falsos cris-tos” e de, por si mesmo, penetrar até aFonte de Vida, verá o caminho que ahumanidade pode seguir: o da elevaçãorumo a Luz, ou o da ruína nas trevas desua própria ignorância. Quanto maior foro número de pessoas conscientes docaminho ascendente, menos as forçasopostas, que ainda agora estão agindo,poderão influenciá-las e arrastá-las emsua queda. Isto é válido para o futuro,mas também para o presente, com oqual o futuro está sempre em concor-dância para aqueles que seguem ocaminho, sobre a base do livre-arbítrio,conforme as leis joanitas e cristocêntri-cas.

1 Z. Sitchin, When Time Began, a PrimeiraNova Era, Avon Books, New York, 1993.2 Jan van Rijckenborgh, Dei GloriaIntacta,Lectorium Rosicrucianum, 2ª edi-ção.1982.3 Jan van Rijckenborgh, Desmascaramento,Lectorium Rosicrucianum, 2ª edição, 1983.