Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Edição Junho/2008

Gerência de Comunicação

Ana Paula Costa

Transcrição:

Eliane Condinho Vieira

Copidesque:

Jussara Fonseca

Revisão:

Adriana Santos

Capa e Diagramação:

Junio Amaro

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Introdução

Eu não conheço ninguém que não fique todos os dias, pelo menos por breve tempo, diante do

espelho. Uns ficam mais tempo e outros, menos. O espelho revela o que somos no nosso exterior, a nossa aparência, se estamos bem vestidos ou não; se estamos com os cabelos bem penteados ou de-salinhados; se estamos com o rosto limpo ou não; se precisamos fazer a barba, enfim, o espelho mostra a nossa aparência para nós mesmos e para quem es-tiver ao nosso lado. E a Palavra de Deus é como se fosse um espelho a revelar nosso caráter para nós mesmos e para o mundo.

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Certa vez, o profeta Oséias recebeu uma palavra do Senhor, e ele proclamou: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, tam-bém eu me esquecerei de teus filhos.” (Oséias 4.6).

Aqui, vamos meditar sobre o livro de Habacuque, que significa “abraço”. O livro de Habacuque é um livro de consolo. Normalmente, quando vamos consolar al-guém, nós abraçamos essa pessoa. Até podemos con-solar alguém de longe, quando não podemos estar perto, mas o ideal é que o abracemos fraternalmente. Habacuque significa literalmente “aquele que abraça, aquele que traz consolo”. Ao terminar de ler os três ca-pítulos, você perceberá que em cada frase encontrará consolo.

É certo que não conseguiremos nos aprofundar muito no livro de Habacuque, da Bíblia, porque o es-paço neste livro é muito pequeno. Mas o que desejo é provocar em você, leitor, um desejo intenso de querer conhecer mais as Escrituras, conhecer mais o poder de Deus, conhecer mais a misericórdia do Senhor.

Que nesta hora, o Senhor vivifique esta palavra para que o seu coração seja consolado pelo Se-nhor.

Boa leitura!

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OraçãO“Pai celeste, que neste momento, a sua Palavra

nos edifique, nos console e nos exorte. Que me-diante a revelação da sua palavra, o Senhor Jesus seja exaltado em nossa vida. Conceda-nos sabedo-ria ó Pai, e que o seu Espírito de revelação esteja na minha vida e no coração de quem está lento este livro, no precioso nome de seu Filho Jesus, amém”.

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SobrE o lIvro dE HabacuquE

acredito que você nunca mais vai se esquecer de que Habacuque significa “abraço”. O livro de

Habacuque foi escrito na Palestina por volta de 679 a 648 a.C., aproximadamente dois mil e seiscentos anos atrás. Porém, a Palavra de Deus não fica presa, ela transcende ao tempo, ela é maior que as eras e permanece para sempre. É por isso que a mensa-gem do Senhor é sempre real e presente, atual. Ha-bacuque é o trigésimo quinto livro da Bíblia, ele tem apenas três capítulos, cinqüenta e seis versículos e mil quatrocentas e setenta e seis palavras. Encontra-

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mos nele doze perguntas, um único mandamento e não percebemos nenhuma promessa, mas vemos nele vinte predições. Existem onze versículos profé-ticos e duas mensagens bastante claras e distintas do próprio Senhor Deus.

No capítulo 1.5 o Senhor mesmo diz: “Vede entre as nações, olhai, maravilhai-vos e desvanecei, porque realizo, em vossos dias, obra tal, que vós não crereis, quando vos for contada.” Essa é a voz de Deus.

“O Senhor me respondeu e disse: Escreve a visão, grava-a sobre tábuas, para que a possa ler até quem passa correndo.” (Habacuque 2.2).

Quando começamos a entender o propósito do livro de Habacuque, e o próprio nome significa “abraço”, e abraço é aquele momento em que as pessoas se comunicam nos momentos de alegria e nos momentos de dor. Mesmo quando abraçamos sem motivo algum, ainda assim estamos nos comu-nicando com alguém. Quando abraçamos alguém, em um momento de alegria, aquilo traz gozo. Quando o fazemos em um momento de dor, sem expressar uma única palavra, um único som, aquele abraço conforta, esse abraço é consolo. Meu queri-do leitor, nós vivemos em uma época em que senti-do da palavra “consolo” tem sido negligenciado.

As pessoas devem se consolar mutuamente, devem oferecer, umas às outras o ombro, o colo, o coração, a vida. E Habacuque, esse profeta de Deus,

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cujo nome já traduzia o seu ministério, transformou a própria vida em um ministério de consolar.

Embora Habacuque tenha vivido há muitos anos, ele nos ensina como enfrentar as dificuldades, as cir-cunstâncias difíceis, a opressão, a insegurança e os pro-blemas da vida. Esta é a mensagem central do livro de Habacuque.

Durante mil anos de fé cristã, as pessoas não tive-ram acesso à Bíblia. Ela ficou confinada apenas nas Abadias, nos Mosteiros, até que, na Alemanha, no final da Idade Média, um homem frustrado que clamava pelo auxílio divino encontrou um versículo que, ainda hoje, encontramos no livro de Habacuque. Isso foi a alavanca que mudou a história do Planeta e terminou exatamente na Idade Média. Este homem, um monge, encontrou no livro de Habacuque o versículo que di-zia: “O justo viverá pela sua fé.” (Habacuque 2.4).

Quando essa mensagem bateu em seu cora-ção, sua vida e o mundo foram transformados; a luz entrou na igreja, a superstição voou, a poeira foi levantada e iniciou-se aquilo que foi chamado de “A Reforma Protestante”. O mundo nunca mais foi o mesmo, tudo mudou. O livro de Habacuque é um intenso diálogo entre Habacuque, que pergunta, e Deus, que responde.

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dEuS, um PaI SEmPrE ouvIntE

muitas pessoas sempre tiveram um entendi-mento que Deus é uma pessoa austera, que

não dá a seus filhos o direito de dialogar com Ele. Entretanto, Deus é uma pessoa, embora Espírito, com a qual podemos falar, a que podemos ouvir e que se faz ouvir. Ele é um Pai superior, a quem pode-mos lançar as nossas inquietações. Podemos ouvir a voz do Senhor de forma muito clara e direta.

“Sentença revelada ao profeta Habacuque. Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escuta-

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rás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás? Por que me mostras a iniqüidade e me fazes ver a opressão? Pois a destruição e a violência estão diante de mim; há contendas, e o litígio se suscita. Por esta cau-sa, a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta, porque o perverso cerca o justo, a justiça é torcida.” (Habacuque 1.1-4).

Habacuque começa a rasgar o seu coração dian-te de Deus, mas de maneira errada. Ele começa per-guntando “por quê?” Por que não é a maneira mais apropriada de nos aproximarmos de Deus. Tudo de que precisamos é entender que Ele está no trono e tem tudo sob seu controle. Precisamos entender que nossa vida está em suas mãos e que Ele nos ama. Existem muitas pessoas que ficam confusas porque não conseguem entender a soberania de Deus. Quando estava no Gólgota, houve um mo-mento em que o Senhor Jesus clamou: “[...] Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27.46). Algumas horas antes, no jardim do Getsêmani Ele disse: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu que-res.” (Mateus 26.39).

O silêncio foi a resposta de Deus. Quantas ve-zes temos questionado o porquê disso ou daquilo? Tudo o que o Senhor deseja é que o conheçamos. E à medida que vamos conhecendo o caráter de Deus

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e o seu amor, chegamos à conclusão de que, no Cal-vário, Ele nos deu a mais cabal prova de amor. A própria Palavra de Deus diz que Ele “prova o seu pró-prio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Romanos 5.8). Precisamos crer que Deus nos ama, que Ele já deu prova suficiente do seu amor, que Ele é fiel e mise-ricordioso. Precisamos entender que Ele é o nosso consolo e que a nossa vida está em suas mãos.

Muitas vezes, cantamos este hino maravilho: “nosso Deus é soberano, Ele reina antes da funda-ção do mundo...”, mas na prática, agimos como se rejeitando os caminhos de Deus, como se Ele esti-vesse fazendo as coisas completamente erradas. Por isso o interrogamos com tantos por quês. O li-vro de Habacuque começa com uma interrogação e termina com um ponto de exclamação.

Habacuque perguntava: “Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Vio-lência! E não salvarás?” (Habacuque 1.2). Quantas pessoas, mesmo sendo crentes em Jesus, freqüen-tadoras da igreja, se impacientam por pensarem que “as coisas” estão demorando demais? Quan-tas vezes agimos como se Deus tivesse de acertar o relógio dele pelo nosso, quando exatamente o contrário deve acontecer? Deus sabe o momento certo, Ele tem minutos, horas, dias e anos sob o seu controle. Você não precisa arrancar os cabelos em

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desespero porque Deus não lhe respondeu. Você não precisa deixar se angustiar porque pensa que Deus está atrasado. Deus não se atrasa. Quantas ve-zes, diante de problemas, circunstâncias e momen-tos ruins, as pessoas começam a gritar: “até quando Senhor?”

Mas quando buscamos conhecer o caráter de Deus, seu poder e seu amor, nossa ótica toma ru-mos bem diferentes, porque passamos a ver todas as circunstâncias da nossa vida pela fé. Crer é muito mais que simplesmente acreditar. Crer é confiar e descansar plenamente. É isto que significa crer.

Habacuque faz quase que uma descrição atual do nosso País, da nossa sociedade, dos nossos po-líticos e da nossa justiça, quando ele diz: “Por que me mostras a iniqüidade e me fazes ver a opressão? Pois a destruição e a violência estão diante de mim; há contendas, e o litígio se suscita. Por esta causa, a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta, porque o perverso cerca o justo, a justiça é torcida.” (Habacu-que 1.3-4). Ele olha à sua volta e percebe exatamen-te esse quadro. A situação moral, a situação política e a situação do judiciário.

Mas Deus não fica em silêncio, Ele responde e diz: “Vede entre as nações, olhai, maravilhai-vos e desvanecei, porque realizo, em vossos dias, obra tal, que vós não crereis, quando vos for contada.” (Haba-cuque 1.5). Em outras palavras, Deus estava respon-

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dendo a Habacuque: “Você me pergunta? Pois eu vou responder. Habacuque, você acha que a situa-ção está difícil? Pois ela vai ficar ainda pior”. Deus manda que Habacuque fique atento aos aconteci-mentos. Há muitas pessoas que não conseguem ver as respostas de Deus porque permitem que a an-siedade lhes cegue a visão espiritual. A história está nas mãos dele. Veja bem, a cortina de ferro caiu, o comunismo acabou não porque bombas e guerras aconteceram. O muro de Berlim, da noite para o dia, ruiu não porque os políticos o fizeram ruir. Comece a perceber que tudo está sob o controle de Deus.

Você pode até dizer assim: “Bem, nada está acontecendo, eu não estou vendo nada”. A palavra proferida por Deus é: “Vede... porque realizo...” O ver-bo realizar aqui está no presente. Deus realizou an-tes, realiza hoje e realizará no futuro. Muitas vezes, nós e nossos filhos dizemos: “não está acontecendo nada”. Mas Deus está dizendo: “Eu realizo”. Você olha para o seu marido que ainda não é crente em Jesus e diz: “não está acontecendo nada”, mas Deus está dizendo: “Eu realizo”. Você olha a sua esposa e diz: “ela está longe dos caminhos do Senhor”, mas Deus está dizendo: “Eu realizo”. Você vê um corpo doente, em estado terminal, mas Deus está dizendo: “Eu rea-lizo”. É esta a verdade das Escrituras, “porque realizo, em vossos dias, obra tal, que vós não crereis, quando vos for contada.”

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Deus é um Deus que está trabalhando. O pró-prio Jesus, fala do trabalho e diz: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” (João 5.17). Sabe o que está acontecendo neste momento? Deus está trabalhando na sua vida. Pode parecer que não, mas Deus está trabalhando. O trabalho de Deus, o alvo final dele é a santidade. O Senhor deseja que nossa vida reflita a imagem de Jesus Cristo. Ele quer que seja-mos completos nele, salvos, santos. A obra de Deus é esta, que no final, é termos a graça e a unção do Senhor, que sejamos “íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” (1 Tessalonicenses 5.23).

Em outras palavras o que o Senhor diz aqui no texto de Habacuque 1.5 é: “Eu estou trabalhando, e eu vou fa-zer uma obra tão grande que vocês ficarão estupefatos ao ouvir as pessoas contarem”. E que obra Deus estaria fazen-do? Ele diz: “eu vou suscitar os caldeus” (v. 6). Os caldeus são dos babilônicos, o mesmo povo do Iraque. Só que, naquela época, eles eram um povo muito pequeno ain-da, era uma nação bastante inexpressiva, mas o Senhor disse: “Eu vou levantar os caldeus”.

Muitas vezes, pensamos que o trabalho de Deus é apenas atender aos nossos pedidos, mas a visão de Deus é infinitamente mais abrangente que a nossa. Por isso Ele disse: “Assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos.” (Isaías 55.9).

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Habacuque, naquela situação, pensava que Deus mandaria alguns anjinhos para consolá-lo e aos outros. Só que aquele povo estava longe da vontade de Deus e precisava da disciplina e da cura do Senhor. Aquele povo precisava de uma intervenção celestial, então o Senhor disse: “Eu vou levantar os caldeus”.

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dEScanSando na SobEranIa

dE dEuS

“Pois eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que marcham pela largura da terra, para apoderar-se de moradas que não são suas. Eles são pavorosos e terríveis, e criam eles mesmos o seu direi-to e a sua dignidade. Os seus cavalos são mais ligeiros do que os leopardos, mais ferozes do que os lobos ao anoitecer são os seus cavaleiros que se espalham por toda parte; sim, os seus cavaleiros chegam de longe, voam como águia que se precipita a devorar. Eles to-dos vêm para fazer violência; o seu rosto suspira por

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seguir avante; eles reúnem os cativos como areia. Eles escarnecem dos reis; os príncipes são objeto do seu riso; riem-se de todas as fortalezas, porque, amonto-ando terra, as tomam. Então, passam como passa o vento e seguem; fazem-se culpados estes cujo poder é o seu deus.” (Habacuque 1.6-11).

Habacuque acabara de ouvir a obra maravilhosa que Deus faria, mas o que aconteceria agora? Proble-mas, dificuldades e circunstâncias delicadas. Tudo isso existe, mas nós precisamos ter a certeza de que todo problema tem solução. Não existe um problema que dure para sempre. Os problemas são fatos, mas eles passam. Talvez você esteja vivendo um momento as-sim, de muitos problemas, mas eles serão solucionados um dia. Existem problemas passageiros e problemas permanentes. Imagine que uma pessoa vá ao cabelei-reiro e ele a deixe careca. Isso é um fato, um problema passageiro, porque dentro de dois ou três meses o ca-belo dela terá crescido novamente. Entretanto, se ela sofresse um acidente e as suas pernas fossem ampu-tadas, isso também seria um fato, mas um problema permanente. Mas, ainda assim, Deus pode realizar um milagre! O que não pode faltar em ambas as situações é a fé neste Deus soberano e amoroso. Com cabelo ou careca, com ou sem pernas, podemos ser plenos, total-mente felizes se descansarmos na soberania de Deus.

O trágico é que muitas pessoas, por não terem essa compreensão, optam pelo suicídio, como se

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isso resolvesse o problema; na verdade, arrumaram um muito maior. Outros rompem o casamento, se mergulhando nas drogas e na bebida. Temos de es-tar todo o tempo ligados em Deus, porque a Bíblia declara que “todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.” (1 João 5.4).

As dificuldades e os obstáculos passam como passa o vento. Habacuque, diante de tudo isso, co-meçou a tremer. Quando ele percebeu que os cal-deus viriam e que o tempo ainda não estava deter-minado, veio um estupor sobre o seu corpo, e ele disse:

“Não és tu desde a eternidade, ó Senhor, meu Deus, ó meu Santo? Não morreremos. Ó Senhor, para execu-tar juízo, puseste aquele povo; tu, ó Rocha, o fundaste para servir de disciplina.” (Habacuque 1.12).

Na tradução da Bíblia, os nomes de Deus foram todos traduzidos para a expressão: Senhor. No origi-nal, porém, os nomes de Deus são sempre compos-tos e, algumas vezes, trazem o sentido do próprio caráter do Senhor. O nome do Senhor é Jeová, que, muitas vezes, está associado a um tipo de interven-ção: Jeová Rafá, Jeová Jiré, Joevá Shalon, El Shamá. Deus não está preso ao tempo, Ele vive. Jeová é o Deus que é, que era e que sempre será. Quando Moisés perguntou, qual era o nome de Deus, Ele lhe respondeu: “Eu sou o que sou”. Não há outro Deus.

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Todos os outros deuses são apenas mentira e en-gano.

Quando Habacuque dizia, “meu Deus”, ele expres-sava sua intimidade com Deus e o conhecimento que tinha dele. Hoje, tantas pessoas estão buscando outras doutrinas e filosofias sem qualquer significa-do espiritual da Salvação eterna, que só há em Jesus. Mas somos exortados a conhecer e a prosseguir em conhecer ao Senhor (Oséias 6.3). O ideal da nossa vida deveria ser este: conhecer Deus, ter a intimidade com o Senhor e conhecer a sua Palavra.

Quando você tem o conhecimento da grande-za e da soberania de Deus, do poder, da majestade e do amor dele, então consegue descansar total-mente, certo de que a sua vida está sob o controle dele. Então você pode declarar: “meu casamento não morrerá, meus negócios não morrerão, meus sonhos não morrerão”. Ainda que todas as circuns-tâncias à sua volta estejam mostrando o contrário, acredite no que a Palavra declara: “Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.” (Romanos 8.37).

Deus está no trono desde a eternidade. Ele é o Senhor meu Deus, o meu santo. A expressão: “não morreremos”, fala de vitória, fala de descanso, fala de paz, fala de certeza.

E Habacuque teve a visão de que Deus usaria os caldeus e que essa disciplina do Senhor viria sobre

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a nação no intuito de trazê-la para mais perto dele. Os babilônicos vieram e destruíram Jerusalém, leva-ram as coisas do templo sagrado para a Babilônia, e o povo ficou no cativeiro durante setenta anos. Quando o povo voltou do cativeiro, trouxe consigo a idolatria. Muitas vezes, nós somos disciplinados por Deus para aprendermos a ter paciência, a ter e exercitar a fé e sermos mais semelhantes a Ele.

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança in-corruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo. Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais con-tristados por várias provações.” (1 Pedro 1.3-6).

É muito bom não precisar de disciplina, mas a disciplina é sempre uma demonstração do amor de Deus. Muitas vezes, ficamos preocupados com as circunstâncias em si, sendo que o nosso coração deveria entender o que Deus quer nos ensinar por intermédio delas, no amor e na fidelidade do Pai.

Há um momento quando Habacuque diz: “Eu quero que esse momento seja mudado”. “Pôr-me-ei na minha torre de vigia, colocar-me-ei sobre a fortaleza e vigiarei para ver o que Deus me dirá e que resposta eu

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terei à minha queixa.” (Habacuque 2.1).Oração é diálogo, conversa com Deus; é abrir o

coração para Deus, mas também é ouvir Deus falar. Deus nunca irá lhe dizer nada que seja contrário à sua Palavra, nunca! Porque não querem se subme-ter à vontade de Deus é que muitas pessoas têm dificuldades para orar. Então, vivem pedindo que o pastor e os irmãos orem por elas. E, muitas delas, estão fora dos caminhos de Deus. Deus não vai falar outra coisa. Quantas vezes, a pessoa está na torre, mas não vigia, não fica atento àquilo que Deus está falando? Deus é um Deus que não muda. Quantas vezes você fica aguardando para tomar uma deci-são na sua vida, sendo que o dia de Deus é hoje, é o agora?

“O Senhor me respondeu e disse: Escreve a visão, grava-a sobre tábuas, para que a possa ler até quem passa correndo.” (Habacuque 2.2).

Habacuque disse: Que resposta eu terei à minha queixa? Nós vamos vigiar e o que Ele diz? “Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes.” (Jeremias 33.3). A oração é exatamente isto, é você clamar, é você buscar. E, então, terá a resposta. É tão bom quando você pode testemunhar: “O Senhor me respondeu. O Senhor me respondeu na enfermidade, o Senhor me respondeu diante do desemprego, o Senhor me respondeu nos conflitos familiares, o Senhor

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me respondeu na área financeira, o Senhor me respondeu”. Deus responde do modo dele, não da nossa maneira. Quando você está em desobedi-ência, Deus não vai responder. O diabo responde. Não adianta você pedir assim: “Senhor, vou jogar no bicho amanhã, eu vou jogar no macaco, ou em um outro bicho qualquer, e o Senhor vai me respon-der”. Ele não vai lhe responder nada. “O Senhor sabe que sou homem, e eu não posso ficar assim. Eu vou me encontrar com alguém e vou levar essa pessoa para o motel, mas me abençoe para eu não contrair Aids”. Queremos, na realidade, que Deus nos condu-za pelos caminhos que nós traçamos, mas isso nun-ca vai acontecer. Precisamos conhecer a sua Palavra. Existem muitas pessoas que caminham por uma fé superficial, ou uma fé só de sentimentos e não uma fé firmada na Palavra de Deus. Eu não preciso ter sentimentos para obedecer à Palavra. Eu preciso apenas crer e obedecer a Palavra.

Quando Habacuque estava com todas as inquie-tações a respeito dos caldeus, o Senhor respondeu a ele com cinco “ais”, a respeito dos caldeus.

“Não levantarão, pois, todos estes contra ele um provérbio, um dito zombador? Dirão: Ai daquele que acumula o que não é seu (até quando?), e daquele que a si mesmo se carrega de penhores! [...] Ai daquele que ajunta em sua casa bens mal adquiridos, para pôr em lugar alto o seu ninho, a fim de livrar-se das garras do

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mal! [...] Ai daquele que edifica a cidade com sangue e a fundamenta com iniqüidade! [...] Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro, misturando à bebida o seu furor, e que o embebeda para lhe contemplar as vergonhas! [...] Ai daquele que diz à madeira: Acorda! E à pedra muda: Desperta! Pode o ídolo ensinar? Eis que está coberto de ouro e de prata, mas, no seu interior, não há fôlego nenhum.” (Habacuque 2.6,9,12,15,19).

Deus respondeu para Habacuque citando as ca-racterísticas dos caldeus, a sua própria intervenção com esses cinco “ais”. Muitas vezes, podemos ter al-gumas coisas dos caldeus, dos babilônicos em nossa vida. Veja o que Ele diz no versículo 6, na parte final: “Ai daquele que acumula aquilo que não é seu, até quando?” Tem gente que acumula tanta coisa em casa e, principalmente hoje, que é tão fácil comprar fiado. Aí, tem muita coisa na casa dele, mas nada é dele. Existem pessoas que têm dois, três carros, mas nenhum é dele. Aí, a financeira corre atrás dele e ele corre de um lado para o outro e dá um cheque sem fundo ali, corre de cá e enrola. Essas não são atitu-des de um crente em Jesus.

Não devemos querer ser aceitos pelo que pos-suímos, mas pelo que somos. Você precisa entender que o seu valor é você mesmo, é Cristo em você, não os seus bens materiais. A única pessoa que você tem de superar é você mesmo. Você tem de ser o seu melhor. A melhor coisa que existe é viver com sim-

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plicidade, ainda que se seja um milionário. Simplici-dade está no espírito e não nos bens. Se você puder ter uma Mercedes, que tenha. Se você puder ter um avião, que tenha. Se você puder ter uma mansão, que tenha, mas que nada disso venha a possuir sua alma. Que nenhum bem venha a escravizá-lo, mas que você seja livre no Senhor.

Quando meus pais casaram, eles comiam na lata de marmelada, mas o que eles tinham era deles. Nós temos a vida toda para conquistar as coisas. Fique solto, livre. Quantas pessoas que podem investir no reino de Deus, mas não conseguem porque estão sob pressão para pagar dívidas e cobrir cheques? Quantas pessoas poderiam ser bênçãos, mas não são porque aquilo que elas poderiam investir no reino de Deus estão usando para pagar juros e mais juros? Algumas pessoas têm muita sabedoria nessa área e outras são muito fragilizadas. O que você ti-ver dentro de casa, você vai olhar e dizer: graças a Deus, Deus me deu isso, está pago. Você assenta em uma cadeira e diz: que bom, esta cadeira está paga. Mas, o que adianta você ter muitas coisas, mas não ter paz? Não impressione as pessoas pela aparência, mas pelo que você é como filho de Deus.

Veja o que está escrito no versículo 9: “Ai daquele que ajunta em sua casa bens mal adquiridos.” Passou a perna nos outros, enganou, usou de má fé, usur-pou. Aja para que tudo que você tiver na sua casa

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seja abençoado. Não tenha nada em casa que seja maldito, que tenha sido adquirido sem a bênção do Senhor.

O versículo 12 diz: “Ai daquele que edifica a ci-dade com sangue, e a fundamenta com iniqüidade!” Você não vai edificar uma cidade, se edificar, tudo bem, mas você está edificando a sua casa. Exis-tem pessoas que vão edificar a casa, mas pisam em cima dos outros e os exploram e enganam.

O versículo 15 diz: “Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro, misturando à bebida o seu furor, e que o embebeda para lhe contemplar as vergonhas!” Em um sentido, hoje, muitos embe-bedam um ao outro, para lhe contemplar as ver-gonhas, dentro do contexto profético, isso é no sentido de ter relação sexual com aquela pessoa.

O versículo 19 diz: “Ai daquele que diz à madei-ra: Acorda! E à pedra muda: Desperta! Pode o ídolo ensinar? Eis que está coberto de ouro e de prata, mas, no seu interior não há fôlego nenhum”. Quan-do não conhecemos a Deus achamos que uma imagem de barro ou pedra ou madeira poderá fazer alguma coisa. Isso é falta de conhecimento de Deus.

“O Senhor, porém, está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra.” (Habacuque 2.20).

Hoje, o templo do Senhor é bem diferente do templo da época de Habacuque. O prédio que cha-

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mamos de igreja não é mais o templo do Senhor, hoje, nós somos esse templo. No Antigo Testamen-to o Tabernáculo e o Templo eram figuras, ou espe-lhos para o que seria hoje, a realidade de que somos o templo, a morada de Deus. As Escrituras dizem: “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1 Coríntios 6.19).

Quando você começa a entender que Deus não é um ser distante, bem longe, além das galá-xias, mas que Ele mora aqui, dentro de você, com certeza que a sua maneira de agir, será totalmente diferente. Jesus disse: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada.” (João 14.23). “O Senhor, porém, está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra.” (Habacuque 2.20). Muitas vezes, nós falamos muito. A própria Bíblia diz que devem ser poucas as nossas palavras.

No capítulo 3, Habacuque começa a oração sob a forma de canto. Nós podemos orar cantando. Nem todo cântico é uma oração, mas existem ora-ções em forma de canto, e Habacuque começou a cantar. “Tenho ouvido, ó Senhor, as tuas declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a co-nhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia.” (Haba-

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cuque 3.2). Habacuque não começou pedindo por ele, mas pela obra de Deus. Ele disse: “Aviva a tua obra, ó Senhor.”

A Guatemala, durante trinta e seis anos, viveu uma guerra civil. Irmãos matavam irmãos, uma car-nificina durante trinta e seis anos. Mas houve um momento que o Espírito de Deus começou a soprar. Hoje, o país mais evangelizado do Planeta é a Gua-temala. Quarenta e oito por cento da população da Guatemala, é evangélica. Milagres. Um irmão da igreja do pastor Haroldo, da Guatemala, disse: “eu vou ser candidato a Presidente da República”. Eram doze candidatos, e nas pesquisas ele estava no dé-cimo segundo lugar. Mas Deus é um Deus que di-rige as coisas, a história está nas mãos do Senhor. O candidato que estava em primeiro lugar, sofreu um atentado, foi baleado e conduzido para os Esta-dos Unidos. As coisas começaram a mudar e aquele irmãozinho foi eleito Presidente da Guatemala! O mandato dele terminou há pouco. Deus está fazen-do grandes coisas na Guatemala. Os irmãos de lá, têm a visão de uma universidade cristã, dos gru-pos de crescimento, do louvor, da intercessão, dos meios de comunicação.

E Habacuque continua em oração, cantando: “Deus vem de Temã, e do monte Parã vem o Santo. A sua glória cobre os céus, e a terra se enche do seu lou-vor. O seu resplendor é como a luz, raios brilham da

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sua mão; e ali está velado o seu poder. Adiante dele vai a peste, e a pestilência segue os seus passos. Ele pára e faz tremer a terra; olha e sacode as nações. Esmiga-lham-se os montes primitivos; os outeiros eternos se abatem. Os caminhos de Deus são eternos. Vejo as tendas de Cusã em aflição; os acampamentos da terra de Midiã tremem. Acaso, é contra os rios, Senhor, que estás irado? É contra os ribeiros a tua ira ou contra o mar, o teu furor, já que andas montado nos teus cava-los, nos teus carros de vitória? Tiras a descoberto o teu arco, e farta está a tua aljava de flechas. Tu fendes a terra com rios. Os montes te vêem e se contorcem; pas-sam torrentes de água; as profundezas do mar fazem ouvir a sua voz e levantam bem alto as suas mãos. O sol e a lua param nas suas moradas, ao resplandecer a luz das tuas flechas sibilantes, ao fulgor do relâmpago da tua lança. Na tua indignação, marchas pela terra, na tua ira, calcas aos pés as nações. Tu sais para sal-vamento do teu povo, para salvar o teu ungido; feres o telhado da casa do perverso e lhe descobres de todo o fundamento. Traspassas a cabeça dos guerreiros do inimigo com as suas próprias lanças, os quais, como tempestade, avançam para me destruir; regozijam-se, como se estivessem para devorar o pobre às ocultas. Marchas com os teus cavalos pelo mar, pela massa de grandes águas. Ouvi-o, e o meu íntimo se comoveu, à sua voz, tremeram os meus lábios; entrou a podridão nos meus ossos, e os joelhos me vacilaram, pois, em si-

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lêncio, devo esperar o dia da angústia, que virá contra o povo que nos acomete.” (Habacuque 3.3-16).

Nós falamos muito, mas sabemos falar em silên-cio? Em silêncio devemos esperar. Vamos falar? Pois que seja em silêncio. Agora, é como se Habacuque tivesse sido transportado para um campo e ele con-templasse tudo, e ele estivesse tendo uma visão da realidade. As coisas se apresentavam diante dele como um retrato de coisas negativas, de frustração, de angústia e pessimismo.

Mas quando ele começa o verso 17, ele decla-ra: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salva-ção. O Senhor Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramen-te. A o mestre de canto. Para instrumentos de cordas.” (Habacuque 3.17-19). Você pode dizer esta palavra aí onde está? Então diga sussurrando ou gritando, mas diga: “Eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação.”

A fé, hoje, está sendo para muitos um objeto de troca. Há muitas pessoas que dizem assim: “eu vou para a igreja, e se arranjar um casamento eu fico lá, senão vou cair na gandaia”. Outros dizem: “Ah! Eu vou para a igreja. Se Deus consertar a minha empre-

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sa, então eu fico lá”. O problema é que muita gente ouve alguns testemunhos, mas há outros tantos que não têm o mesmo testemunho para dar. Exis-tem pessoas que acham que a fé deve ser medida por aquilo que nós recebemos no sentido natural, apenas se as bênçãos materiais vierem.

Qual seria a sua atitude se você plantasse e não colhesse? Se você só investisse e não tivesse retor-no? Mas Habacuque estava dizendo que se isso viesse a acontecer ele declararia antecipadamente a sua fé no Senhor, a despeito de todas as coisas que pudessem vir a acontecer.

A fé de Habacuque era tal que ele proclama com toda a força do seu coração “Ainda que a figueira não floresça”, nem haja fruto na vide; o produto da olivei-ra minta e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco e nos currais não haja gado.” Se esse fosse o testemunho, ou o retra-to de muitas pessoas que estão na igreja, hoje, muitos diriam, eu não quero isso para mim. É por isso que tem tanta gente correndo de uma igreja para outra.

Podemos perceber a expressão de alegria e con-tentamento e fervor de Habacuque nos versos 18 e 19 quando ele professa estas maravilhosas palavras: “todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar al-taneiramente. Ao mestre de canto. Para instrumentos

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de cordas.” (Habacuque 3.18-19). Nossa alegria não pode ser medida pelo fruto da videira. Nossa alegria não pode ser motivada apenas, se a figueira estiver florescendo, ou se a videira estiver cheia de fruto, ou se a oliveira só estiver sempre carregada, ou se os campos estiverem produzindo mantimento.

Deus está formando um povo, e eu oro para que realmente você faça parte desse povo. Um povo que não é medido pelas circunstâncias, mas pela fé, pelo caráter, pela pureza, pela integridade, pelo testemunho, pela face de Jesus nele. As declarações de Habacuque fazem nosso coração vibrar e clamar a plenos pulmões: o Senhor é a minha fortaleza. No Senhor eu estou entrincheirado. O Senhor é a minha trincheira”. Não podem ser as circunstâncias, ou as coisas, a minha fortaleza, e segurança. Mas o Senhor!

Você pode dizer: Mas, pastor, de onde vem a for-ça desse homem? No início, nós o vemos tão frustra-do. E, agora, tão cheio de vitória? Os caldeus tinham um problema muito sério, a alma deles não era reta. Diz no capítulo 2.4: “Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé.” (Habacuque 2.4). Habacuque aprendeu o segredo: O justo viverá pela fé. Hoje, a expressão “viver pela fé” para algu-mas pessoas é como se: “ah! Eu estou desemprega-do, então eu vivo pela fé”. Uma coisa é viver pela fé e outra coisa é viver desempregado. Viver pela fé é

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tomar a Palavra de Deus seguramente. Viver pela fé é viver na dependência de Deus.

Viver pela fé tem um preço. É não viver mentin-do, é viver segundo os princípios da Palavra, é edu-car os filhos usando a vara, alguns dizem que não se pode usar a vara nas crianças, mas viver pela fé é colocar os princípios da Palavra de Deus em dia. Moça, viver pela fé é ter a compreensão de que deve chegar pura até o seu casamento. Mesmo que você tenha tido um comportamento totalmente inade-quado aos padrões da Palavra de Deus, mas no mo-mento em que você se entregou a Jesus Cristo, Ele lhe perdoou. Viver pela fé é chegar puro e casto até o seu casamento. Você pode ter um namoro bonito e santo, isso é viver pela fé. Viver pela fé não é algo assim mirabolante, mas é algo do nosso dia-a-dia.

Alguns podem até dizer: “mas todo mundo faz, eu tenho que fazer também”. Não. Viver pela fé é viver como aqueles três jovens, lá em Babilônia, diante do ídolo, quando tinham que se dobrar, e os três preferiram morrer a se dobrar para o pecado. Viver pela fé é você não se vender, pode até perder seu emprego, perder a sua posição, por causa das suas convicções. Isso é que é viver pela fé. O justo viverá pela sua fé. O grande problema, hoje, é que tem muita gente vivendo pela fé do outro, não é a própria experiência, ele vive descansado na fé do outro. “Ah! Pastor ora por mim”, e lá vai o pastor orar

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exercendo a fé pelo outro. O justo viverá pela sua fé. Viver pela fé é viver dependente de Deus, é viver contemplando a grandiosidade do nosso Deus e do seu poder eternamente.

Talvez você esteja, neste momento, dizendo como Habacuque disse: “Até quando, Senhor, até quando clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: violência! E não salvarás?” Talvez você esteja dizendo: “está demorando muito”. O Senhor traz Habacuque como testemunho para dizer-lhe que Ele tem tudo sob o controle dele. Você não precisa se desesperar, Ele sabe a hora. Veja-o no controle da sua vida, contemple a realidade do seu amor e da sua misericórdia para com você. Ainda que tudo em sua volta esteja proclaman-do que vai morrer, que vai acabar, o Senhor está dizendo: “Eu sou a ressurreição e a vida, e aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá.” Ainda que o casamento esteja em crise, ele pode trazer solução. Ainda que um corpo esteja mar-cado pela enfermidade, em estado terminal, Ele é a vida. Ainda que muros e circunstâncias se le-vantem, Ele pode fazer cair, em uma única noite, como fez o muro de Berlim cair. Não morreremos. Contemple o Senhor na sua soberania.

Mas, se na sua história existem brechas que você tem dado, a disciplina virá, e a disciplina machuca, dói, mas é para o seu bem. E essas coisas precisam ser arran-

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cadas. Comece a perceber na sua própria casa os “ais”. Quem sabe você esteja caminhando, acumulando coi-sas que não são suas, bens mal adquiridos, edificando a sua casa com sangue, fundamentando-a com iniqüi-dade. Aquele que vai dando de beber ao companhei-ro, ou aquele que está misturado com a idolatria. Mas, que você tome uma atitude como a de Habacuque: “Por-me-ei na minha torre de vigia, colocar-me-ei sobre a fortaleza e vigiarei para ver o que Deus me dirá e que resposta eu terei à minha queixa.” Acredito que o Espírito Santo esteja falando ao seu coração e trazendo aquilo que você precisa entender, perceber e mudar. Comece a perceber que os caminhos do Senhor são eternos.

Talvez você esteja contemplando esta realida-de: a figueira não está florescendo. Não há fruto na vide. O produto da oliveira está mentindo. Os campos não estão produzindo mantimento, e até as ovelhas foram arrebatadas do aprisco e nos cur-rais não há mais nenhuma cabeça de gado. Não é o momento de você fugir do Senhor. É o momento de você correr para o Senhor e se entrincheirar nele, fa-zendo dele a sua fortaleza. Imprima em seu espírito: “Todavia eu me alegro no Senhor, eu exulto no Deus da minha salvação, porque o justo viverá pela fé.”

Deus abençoe,

Pr. Márcio Valadão

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