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Barra GrandeFortaleza da

Patrimônio histórico recuperado

E D I T O R A U N I V E R S I T Á R I A

Universidade Católica de Santos

Santos – 2000

Robnaldo SalgadoEraldo Silva

Chanceler:Dom Jacyr Francisco Braido

Reitor:Francisco Prado de Oliveira Ribeiro

Pró-Reitor Executivo e Vice-Reitor Acadêmico (pro tempore):Bento Ricardo Corchs de Pinho

Vice-Reitor Comunitário: Antonio Fernando C. SantosVice-Reitor Administrativo:

Fúlvio Casal

UniSantoS

Universidade Católica de Santos

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Patrimônio histórico recuperadoFortaleza da Barra Grande

4

Catalogação na Fonte do departamento naCional do livro (rJ)

S264F

Salgado, Robnaldo Fidalgo. Fortaleza da Barra Grande: patrimônio histórico recuperado/Robnaldo Fidalgo Salgado, Eraldo Silva. – Santos, SP: Leopol-dianum, 2000, 88 p. : 21X21cm

ISBN 85-86434-10-8

1. Fortaleza da Barra Grande (Guarujá, SP). 2.Patrimônio cul-tural – Proteção – Guarujá (SP) – Conservação e restauração. I. Silva, Eraldo. II. Título.

CDD – 725.18098161

Revisão Final

Edna Maria Alessio de Aguiar

laboRatoRistas

Marcello Netto GonçalvesAsclepíades Gonçalves de Souza

PRodução GRáFica e editoRação

Matiz Comunicação • Santos - SP • (013) 221.1701

Fotolito

Type New

imPRessão e acabamento

Edições Loyola

Coordenadora:Ivani Ribeiro da Silva

Conselho Editorial:Antonio Frederico O. C. Souto Corrêa

Clotilde PaulElcio Rogerio Secomandi

Maria Rita de Cássia Rebello Anastacio

rua euClides da Cunha, 241CEP 11060-902 - Santos SP

Tel: (013) 250-5555

E D I T O R A U N I V E R S I T Á R I A

Universidade Católica de Santos

85

BibliografiaAção ComunitáRiA Ano 1. núcleo de Extensão Comunitária.

universidade Católica de Santos. Janeiro de 1996.

infoRmAtivo uniSAntoS no 157. Página 8. Santos, abril

de 1998.

infoRmAtivo uniSAntoS no 167. Página 8. Santos, 1a quin-

zena de maio de 1999

infoRmAtivo uniSAntoS no 172. p. 8. Santos, 2a quinzena

de agosto de 1999.

infoRmAtivo uniSAntoS no 178. Página 8. Santos, 2a quin-

zena de novembro de 1999.

JoRnAl A tRibunA. fortaleza vai ser transformada em espaço

cultural. p. A-16. Região, 25 de agosto de 1996.

JoRnAl A tRibunA. Até o ano 2000, a fortaleza estará restaura-

da. At Especial. p. 8. Santos, domingo 10 de agosto de 1997.

JoRnAl A tRibunA – Porto&mar – Há um século, o forte dis-

parava seu último tiro. p. b1 – domingo, 19 de setembro

de 1993.

REviStA foRtAlEzA dA bARRA. Capela restaurada ganha painel

de manabu mabe. Wilma therezinha fernandes de Andrade.

A Capela de Santo Amaro na fortaleza da barra Grande. 8

de agosto de 1999.

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Catalogação na Fonte do departamento naCional do livro (rJ)

S264F

Salgado, Robnaldo Fidalgo. Fortaleza da Barra Grande: patrimônio histórico recuperado/Robnaldo Fidalgo Salgado, Eraldo Silva. – Santos, SP: Leopol-dianum, 2000, 88 p. : 21X21cm

ISBN 85-86434-10-8

1. Fortaleza da Barra Grande (Guarujá, SP). 2.Patrimônio cul-tural – Proteção – Guarujá (SP) – Conservação e restauração. I. Silva, Eraldo. II. Título.

CDD – 725.18098161

Revisão Final

Edna Maria Alessio de Aguiar

laboRatoRistas

Marcello Netto GonçalvesAsclepíades Gonçalves de Souza

PRodução GRáFica e editoRação

Matiz Comunicação • Santos - SP • (013) 221.1701

Fotolito

Type New

imPRessão e acabamento

Edições Loyola

Coordenadora:Ivani Ribeiro da Silva

Conselho Editorial:Antonio Frederico O. C. Souto Corrêa

Clotilde PaulElcio Rogerio Secomandi

Maria Rita de Cássia Rebello Anastacio

rua euClides da Cunha, 241CEP 11060-902 - Santos SP

Tel: (013) 250-5555

E D I T O R A U N I V E R S I T Á R I A

Universidade Católica de Santos

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BibliografiaAção ComunitáRiA Ano 1. núcleo de Extensão Comunitária.

universidade Católica de Santos. Janeiro de 1996.

infoRmAtivo uniSAntoS no 157. Página 8. Santos, abril

de 1998.

infoRmAtivo uniSAntoS no 167. Página 8. Santos, 1a quin-

zena de maio de 1999

infoRmAtivo uniSAntoS no 172. p. 8. Santos, 2a quinzena

de agosto de 1999.

infoRmAtivo uniSAntoS no 178. Página 8. Santos, 2a quin-

zena de novembro de 1999.

JoRnAl A tRibunA. fortaleza vai ser transformada em espaço

cultural. p. A-16. Região, 25 de agosto de 1996.

JoRnAl A tRibunA. Até o ano 2000, a fortaleza estará restaura-

da. At Especial. p. 8. Santos, domingo 10 de agosto de 1997.

JoRnAl A tRibunA – Porto&mar – Há um século, o forte dis-

parava seu último tiro. p. b1 – domingo, 19 de setembro

de 1993.

REviStA foRtAlEzA dA bARRA. Capela restaurada ganha painel

de manabu mabe. Wilma therezinha fernandes de Andrade.

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de agosto de 1999.

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palavra patrimônio significa etimo lo gi-ca mente herança pa terna, o dote que é transmitido de geração a geração, o vínculo ancestral que estabelece nos-

sas origens e, portanto, define quem somos.

Restaurar o patrimônio significa muito mais do que recuperar heranças perdidas ou restabelecer vínculos de identidades. “Nós não queremos conservar os monumentos do passado como um mundo de imagens difusas para o refúgio da nostalgia”, afirmou Roberto Pane no celebrado Congresso Internacional

APRESENTAÇÃO

O restauro comoprocesso de conhecimento

“Antes de ser uma técnica, o restauro deve ser uma filosofia.” Roberto Pane

de Veneza, em 1964. O moderno conceito de restauro patrimonial fundamenta-se no legado de continuidade cultural entre o passado, o presente e o futuro.

Restaurar é, sobretudo, um processo crítico de produção de conhecimento, é o instante privilegiado do “reconhecimento da obra de arte, na sua consistência física e na sua dupla polaridade, estética e histórica, tendo-se em vista a sua transmissão para o futuro”, como bem conceituou Cesare Brandi em sua obra clássica “Teoria del Restauro”. Assim, esse momento metodológico constitui-se num átimo de tempo histórico, quando se reco-nhece o monumento como arte.

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A restauração da Fortaleza da Barra Grande, em Guarujá, empreendida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em parceria com a Universidade Católica de Santos, revelou à nossa geração algo que há quatrocentos anos permanecia discretamente assentado na entrada do Ca-nal da Barra. Nos austeros volumes brancos desta fortificação hoje percebemos aquilo que Le Corbusier tão bem traduziu em “Vers une Architecture”: um perfeito ordenamento de formas funcionais obtidas pela criação do gênio humano, “cujas relações que criam, despertam-nos profundas ressonâncias, nos dão a medida de uma ordem que se sente de acordo com a do mundo, determinam reações diversas no nosso espírito e em nossos corações; e então percebemos a beleza”.

A obra de Manabu Mabe executada na Capela pode ser vista como o paradigma desse processo de produção de conheci-mento através do restauro. A inserção da arte moderna nesta estrutura representa a continuidade histórica que se buscou.

As imagens não constituem apenas uma seqüência cronológica do estado de conservação deste monumento. Fazem parte do processo de renascimento da Fortaleza e conseqüentemente devem ser percebidas como produtos culturais.

Não existe neutralidade nas imagens. A simples intenção de documentar sistemati-camente um objeto denuncia o aguçado juízo crítico. São registros históricos e estéticos, que precisamos aprender a ler: descrevem o desprezo pela memória e o abandono con-sentido; falam da retomada da consciência histórica e da participação social; mostram o reatamento dos vínculos do passado com o futuro; mas sobretudo, trazem à luz, com grande sensibilidade, o instante quase mági-co da revelação desta arquitetura de pedra como obra de arte.

Arq. Victor Hugo Mori (IPHAN-SP)

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A restauração da Fortaleza da Barra Grande, em Guarujá, empreendida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em parceria com a Universidade Católica de Santos, revelou à nossa geração algo que há quatrocentos anos permanecia discretamente assentado na entrada do Ca-nal da Barra. Nos austeros volumes brancos desta fortificação hoje percebemos aquilo que Le Corbusier tão bem traduziu em “Vers une Architecture”: um perfeito ordenamento de formas funcionais obtidas pela criação do gênio humano, “cujas relações que criam, despertam-nos profundas ressonâncias, nos dão a medida de uma ordem que se sente de acordo com a do mundo, determinam reações diversas no nosso espírito e em nossos corações; e então percebemos a beleza”.

A obra de Manabu Mabe executada na Capela pode ser vista como o paradigma desse processo de produção de conheci-mento através do restauro. A inserção da arte moderna nesta estrutura representa a continuidade histórica que se buscou.

As imagens não constituem apenas uma seqüência cronológica do estado de conservação deste monumento. Fazem parte do processo de renascimento da Fortaleza e conseqüentemente devem ser percebidas como produtos culturais.

Não existe neutralidade nas imagens. A simples intenção de documentar sistemati-camente um objeto denuncia o aguçado juízo crítico. São registros históricos e estéticos, que precisamos aprender a ler: descrevem o desprezo pela memória e o abandono con-sentido; falam da retomada da consciência histórica e da participação social; mostram o reatamento dos vínculos do passado com o futuro; mas sobretudo, trazem à luz, com grande sensibilidade, o instante quase mági-co da revelação desta arquitetura de pedra como obra de arte.

Arq. Victor Hugo Mori (IPHAN-SP)

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ouve um tempo em que a Fortaleza de Santo Amaro da Bar-ra Grande era apenas uma lembrança de um período em que esta tinha a missão de defender Santos

e a região provinciana.

Enfrentando terríveis corsários fran-ceses, ingleses e holandeses, conquistou inúmeras batalhas, mas quase não resistiu à ação do tempo e dos vândalos.

Apesar de todo abandono, a Fortaleza da Barra nunca perdeu a sua imponência, e foi essa impressionante solidez que chamou a atenção de um grupo de estudiosos, consciente da ne-cessidade de preservação do mais importante monumento militar do Estado de São Paulo.

Muitos planos, sugestões, reuniões e cam-panhas surgiram para a restauração do velho

Fortaleza da Barra mantémimponência na Baía de Santos

monumento, mas nada se comparou ao traba-lho do Núcleo de Extensão Comunitária, da Universidade Católica de Santos - UniSantos.

Através do desenvolvimento do seu tra-balho comunitário, na Praia de Santa Cruz dos Navegantes, o núcleo, sob o coordenação da professora Carmen Lydia Dias Carvalho Lima, grande incentivadora desse projeto, não pôde ignorar a destruição do monumen-to. Vizinho à comunidade, ele tornava-se tema das discussões em grupo.

Cumpria-se, assim, a árdua tarefa de conscientizar a população sobre a importância histórica do Forte, não só para a preservação, mas, principalmente, para que a comunidade o valorizasse como elemento histórico e cultural.

Assumindo a iniciativa de organizar uma comissão de trabalho pró-recuperação, o núcleo reuniu autoridades, instituições e segmentos da sociedade para que cada um apresentasse intenções e compromissos em

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relação à Fortaleza da Barra.

Surgia, então, em novembro de 1991, a Comissão de Trabalho/Fortaleza, com o ob-jetivo de restaurar e ocupar o monumento. A formalização de um convênio, em 1993, foi a certeza de que os esforços não foram em vão. Assinado entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a UniSan-tos e a Prefeitura Municipal de Guarujá, o Protocolo de Intenções foi o aval necessário para a oficialização do trabalho.

Proteger e preservar foram as metas desse

trabalho que mobilizou, ainda, associações, clubes, entidades, sem esquecer de colabora-dores ilustres e comuns que sempre atuaram com muita eficiência, sem perder de vista o foco central do projeto, a recuperação da Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande.

A UniSantos, a primeira universidade da região, honrou o seu compromisso de Institui-ção de Ensino Superior, voltada para a edu-cação, a pesquisa e a extensão. Preocupada com as necessidades e aspirações da própria comunidade, valorizou a pessoa humana e contribuiu para a preservação da história, fonte de referência para as futuras gerações.

Às vésperas de completar 50 anos de existência, desde a criação de sua primeira

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relação à Fortaleza da Barra.

Surgia, então, em novembro de 1991, a Comissão de Trabalho/Fortaleza, com o ob-jetivo de restaurar e ocupar o monumento. A formalização de um convênio, em 1993, foi a certeza de que os esforços não foram em vão. Assinado entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a UniSan-tos e a Prefeitura Municipal de Guarujá, o Protocolo de Intenções foi o aval necessário para a oficialização do trabalho.

Proteger e preservar foram as metas desse

trabalho que mobilizou, ainda, associações, clubes, entidades, sem esquecer de colabora-dores ilustres e comuns que sempre atuaram com muita eficiência, sem perder de vista o foco central do projeto, a recuperação da Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande.

A UniSantos, a primeira universidade da região, honrou o seu compromisso de Institui-ção de Ensino Superior, voltada para a edu-cação, a pesquisa e a extensão. Preocupada com as necessidades e aspirações da própria comunidade, valorizou a pessoa humana e contribuiu para a preservação da história, fonte de referência para as futuras gerações.

Às vésperas de completar 50 anos de existência, desde a criação de sua primeira

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faculdade, a UniSantos intensificou a sua ação, recuperando esse patrimônio que hoje está aberto a todos que quiserem conhecer e pesquisar.

A história do monumento, intimamente ligada ao desenvolvimento da região, está sal va e demonstra como a atividade da u ni -ver sidade é dinâmica, transformadora e atual. A frase Coragem! Estamos fazendo a história, pronunciada várias vezes pelo professor doutor Waldemar Valle Martins, primeiro reitor da UniSantos, resume bem o espírito dos homens que comandam a instituição. Foi com este ideal que professores, alunos e funcionários dedicaram dias e noites, finais de semana e feriados, em prol da cons ci en-tização sobre a importância da Fortaleza.

Em um período dedicado às comemo-rações dos 500 anos de Descobrimento do Brasil, nada mais justo do que mostrar a recuperação desse símbolo da resistência, que ressurge como protagonista de uma nova história, como exemplo de preservação e orgulho para toda Baixada Santista.

Hoje, a Fortaleza está salva e no cami-nho de transformar-se em um importante pólo cultural, inclusive atraente comercial-mente, com biblioteca, loja, restaurante, mu-seu, salas para cursos, espaço para exposições e performances teatrais.

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rguida em 1584, du-rante o reinado de Felipe II da Espa-nha e I de Portugal, a Fortaleza de Santo Amaro da Bar ra Gran-de passou por diversas reformas que lhe de-

ram maior capacidade bélica. Sua localização privilegiada, na Ilha de Santo Amaro, entre a Praia de Santa Cruz dos Navegantes e a Praia do Góes, impediu que piratas continuassem a invadir e saquear Santos e São Vicente. O seu visual estratégico alcança os municípios de Praia Grande, São Vicente, Santos, e o Estuário, além dos contrafortes das serras de Cubatão e do Quilombo.

Ocupando um esporão rochoso, a fortaleza está projetada sobre o estreito canal de acesso ao maior porto da América Latina. Suas paredes e muralhas espessas, cons truídas em imensos blocos de pedras,

Construção impediu que piratascontinuassem a invadir a região

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chamam a atenção. Sua potência também era sentida através de seus canhões, cujo estam-pido ecoava até Cananéia, no Vale do Ribeira, a aproximadamente 140 quilômetros de distância.

Sua construção teve início após uma investida do corsário inglês Edward Fenton, que pretendia sobrepor a Barra de Santos a fim de atingir a Província. O capitão-mor de São Vicente, Jerônimo Leitão, preocupado com a defesa do principal Porto da Capitania de São Vicente, entrada e saída para São Paulo e para o sertão, pediu a construção de uma fortaleza. O trabalho coube ao almiran-te espanhol Diogo Flores Valdez.

Defendendo a região de diversos ata-ques, como do holandês Joris Van Spilber-guen (1615) e do francês Jean-François Du-clerc (1710), a Fortaleza disparou seu último tiro em 20 de setembro de 1893, durante a Revolta da Armada.

O Ministério da Guerra, em aviso diri-gido ao chefe do Estado-Maior, determinou o seu desarmamento, no dia 6 de abril de 1905. Com toda sua bateria, foi removida e transferida para o 24o Batalhão. Transfor-mada em sede do Círculo Militar de Santos,

foi tombada em 1967 e entregue ao antigo SPHAN – Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

A Sociedade Amigos da Marinha – Soamar – também ocupou o monumento, o que favorecia a preservação do local. No entanto, após a desocupação, na década de 70, começava a fase de decadência .

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chamam a atenção. Sua potência também era sentida através de seus canhões, cujo estam-pido ecoava até Cananéia, no Vale do Ribeira, a aproximadamente 140 quilômetros de distância.

Sua construção teve início após uma investida do corsário inglês Edward Fenton, que pretendia sobrepor a Barra de Santos a fim de atingir a Província. O capitão-mor de São Vicente, Jerônimo Leitão, preocupado com a defesa do principal Porto da Capitania de São Vicente, entrada e saída para São Paulo e para o sertão, pediu a construção de uma fortaleza. O trabalho coube ao almiran-te espanhol Diogo Flores Valdez.

Defendendo a região de diversos ata-ques, como do holandês Joris Van Spilber-guen (1615) e do francês Jean-François Du-clerc (1710), a Fortaleza disparou seu último tiro em 20 de setembro de 1893, durante a Revolta da Armada.

O Ministério da Guerra, em aviso diri-gido ao chefe do Estado-Maior, determinou o seu desarmamento, no dia 6 de abril de 1905. Com toda sua bateria, foi removida e transferida para o 24o Batalhão. Transfor-mada em sede do Círculo Militar de Santos,

foi tombada em 1967 e entregue ao antigo SPHAN – Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

A Sociedade Amigos da Marinha – Soamar – também ocupou o monumento, o que favorecia a preservação do local. No entanto, após a desocupação, na década de 70, começava a fase de decadência .

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Abandonada, a fortaleza deteriorou-se rapidamente, não só com a ação do tem-po. Invasores retiraram madeiras, telhas e tijolos. Enquanto o altar, revestido de azulejos brancos e azuis, era arruinado pelos vândalos, o teto cedeu e o piso foi totalmente destruído.

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beleza natural e o passado histórico re-velam que o turismo é a principal vocação da Fortaleza. Não há navio que aporte em Santos sem passar pelo monumento,

um dos únicos modelos da construção espanhola no Brasil. Testemunha viva da história de Santos e região, possui uma área de 200 mil m2, sendo 55 mil só de edificação, que lembra a forma de um navio pirata atracado. Dividida em três patamares, no interior, próximo ao nível do mar, estava instalada a primeira bateria de canhões. No intermediário, a cerca de 25 metros de altura, está o antigo quartel e, no superior, o depósito de pólvora.

Um dos únicos modelos daarquitetura espanhola no Brasil

No século XVII foi utilizada como presídio político, onde ficavam detidos os inimigos da coroa portuguesa; hoje, conhe-cer a Fortaleza é mergulhar no passado, época das grandes navegações; é lembrar personagens, verdadeiros mitos da história, que por ali passaram.

Moradores do bairro vizinho ao mo-numento falavam de túneis, tesouro, lagoa no meio da montanha, calabouços, antigo cemitério e correntes que mantinham os prisio neiros. Histórias misteriosas não faltam, mas a sensação para os visitantes é apenas de harmonia e paz. A visão privilegiada, em todos os ângulos, proporciona a contempla-ção das belezas naturais.

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A configuração primitiva do monu-mento é desconhecida entre o primeiro e o segundo século de existência. É a partir do primeiro projeto de reestruturação, no início do século XVIII, que podemos acompanhar a sua evolução arquitetônica.

O projeto de restauração empreendido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN – não buscou a imitação do passado. Apenas optou por

assumir a arquitetura contemporânea, como verdade do nosso tempo.

O compromisso foi reintroduzir o monu-mento na vida cotidiana da Baixada Santista. A proposta buscou o respeito entre a nova arquitetura e a estrutura antiga, mantendo as marcas de um passado de lutas e conquis-tas. Um conceito moderno de preservação cultural, buscando, fundamentalmente, uma função social.

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ntiga casa de pólvo-ra, a capela, cons-tru ída em 1742, está ao lado da casa de comando. Altar, conjunto de cas-tiçais e a imagem de Santo Amaro já

criaram o cenário do local, onde diversas celebrações foram realizadas. A fachada é em estilo barroco e os 80 metros quadrados, protegidos por paredes espessas, despertam a curiosidade. Elas são feitas de pedras e tijolos, ligadas por argamassa de conchas, areia de praia e óleo de baleia.

Em 1885 a capela passou por grandes re-formas e contou com o prestígio de diversas autoridades. Voltada para o mar, ela sempre

Conjunto arquitetônicosofreu várias intervenções

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Todo trabalho de mobilização serviu para levantar hipóteses e interpretações sobre o tempo passado e o presente. A expectativa é que o monumento se torne um dos mais importantes espaços culturais, pedagógicos, artísticos e religiosos da Baixada.

As águas circundantes, a riqueza dos recursos naturais e as cores fascinantes dos morros formam a moldura perfeita para o conjunto arquitetônico. Mais do que a imponência e o valor histórico, a Fortaleza da Barra representa a comunhão dos povos, das raças e das culturas.

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Vítor Hugo Mori.

A proposta de projeto contemporâ-neo, como verdade desse tempo, foi cum-prida e assimilada por todos aqueles que lutaram pela recuperação. A Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande passou a ser um exemplo de acertos e ações deci-sivas transformadoras, tornando-se docu-

mento necessário para contar a história.

Sua hegemonia em relação aos inte-resses particulares demonstra o seu valor como signo cultural, inserido no planeja-mento urbano, resgatando assim a cons-ciência da sociedade sobre a importância da memória, até em manifestações que promovam uma melhor qualidade de vida.

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se destacou e foi motivo de orgu-lho para os fiéis.

Há 45 anos, novas reformas; sua reinauguração fez parte das comemorações do 116o aniver-sário da elevação de Santos à categoria de cidade. O evento contou com o apoio do bispo diocesano de Santos, Dom Idílio José Soares, um dos fundadores da Sociedade Visconde de São Leopoldo, mantenedora da Uni-Santos.

Na década de 70, novamente o conjunto sofreu com a destrui-ção. A capela perdeu azulejos, porta, telhas e o teto veio abaixo. Ao relento, a imagem de Santo Amaro foi salva por um grupo de crianças e foi para o Museu de Arte Sacra de Santos.

Quando foi iniciado o recente processo de recuperação, a capela foi restaurada, recebendo novo forro, telhado e piso em madeira.

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que o monumento era o maior bem material, a referência e a garantia de desenvolvimento sustentável. Sua composição, em uma ex-tensa área preservada, já cria uma espécie de admiração, revelando a comunhão das cores, entre os verde da vegetação e o branco das muralhas.

Incorporar essa obra ao ambiente urba-

no não foi uma tarefa difícil, pois o município de Guarujá orgulha-se do patrimônio em suas terras e Santos não se cansa de admi-rá-lo como um grande cartão postal. Está concretizado o compromisso de reintroduzir o monumento à vida cotidiana da Baixada Santista, conforme anunciava, como ob-jetivo, o próprio arquiteto de Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,

Patrimônio histórico recuperadoFortaleza da Barra Grande

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Vítor Hugo Mori.

A proposta de projeto contemporâ-neo, como verdade desse tempo, foi cum-prida e assimilada por todos aqueles que lutaram pela recuperação. A Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande passou a ser um exemplo de acertos e ações deci-sivas transformadoras, tornando-se docu-

mento necessário para contar a história.

Sua hegemonia em relação aos inte-resses particulares demonstra o seu valor como signo cultural, inserido no planeja-mento urbano, resgatando assim a cons-ciência da sociedade sobre a importância da memória, até em manifestações que promovam uma melhor qualidade de vida.

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Baixada Santista.

Os esforços empreendidos nesses 10 anos têm um significado especial que envolvem determinação, comprometimento e consciên-cia. A Fortaleza está aos olhos de todos, dos mais desavisados aos grandes conhecedores da história. O processo de restauro não foi criação do imaginário, nem tampouco um ato para satisfazer um desejo. Acima de tudo, priorizou-se a cultura, a memória e a extra-ordinária beleza tão bem captada pelo olhar fotográfico, preservando dessa forma todos os momentos da trajetória de reconstrução e (re) organização do passado.

Acrescentamos a imagem cotidiana à imagem documentada como registro vivo ao alcance dos interessados, com o objeti-vo de promover uma investigação ampla e profunda sobre o patrimônio cultural. As referências contidas são a certeza de que o trabalho de restauro foi um novo alento para os historiadores dedicados à árdua tarefa de conscientizar, pesquisar e buscar justifica-tivas que comprovem o sentido natural da ordem e das coisas.

Perspectivas surgem com esse processo, em que a própria comunidade local percebeu

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o dia 7 de novembro de 1991, a Fortaleza da Barra ressurge como protagonista de uma nova his-tória. Autoridades, entidades e comu-nidade reúnem-se

em busca da recuperação do conjunto ar-quitetônico.

Começam a surgir os efeitos positivos da iniciativa da Universidade Católica de Santos, com a formação da Comissão de Trabalho/For-taleza. O grupo, constituído por representantes de instituições públicas e privadas, promoveu uma série de trabalhos, como: limpeza do mo-numento, vigilância e defesa do patrimônio, trabalho de conscientização da população local, divulgação do movimento, incentivo às visitas de alunos e realização de alguns eventos.

A consciência do valor histórico

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o dia 7 de novembro de 1991, a Fortaleza da Barra ressurge como protagonista de uma nova his-tória. Autoridades, entidades e comu-nidade reúnem-se

em busca da recuperação do conjunto ar-quitetônico.

Começam a surgir os efeitos positivos da iniciativa da Universidade Católica de Santos, com a formação da Comissão de Trabalho/For-taleza. O grupo, constituído por representantes de instituições públicas e privadas, promoveu uma série de trabalhos, como: limpeza do mo-numento, vigilância e defesa do patrimônio, trabalho de conscientização da população local, divulgação do movimento, incentivo às visitas de alunos e realização de alguns eventos.

A consciência do valor histórico

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A consolidação do projeto aconteceu no dia 2 de setembro de 1993, com a assinatura do Proto-colo de Intenções entre a UniSantos, a Prefeitura Municipal de Guarujá e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.

Com vistas a fomentar uma ação con-junta para a recuperação e valorização do monumento, o documento prevê a implan-tação de um programa de utilização do local.

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atrimônio nacional, a Fortaleza de San-to Amaro da Barra Grande, restaurada, é uma dádiva para um país com tantos equívocos e carente de referenciais so-

bre a sua história. Negar a importância do monumento é negar a existência do próprio povo brasileiro.

Fruto de um árduo trabalho, o processo de recuperação prova que a conscientização da comunidade e a união de alguns setores da sociedade podem alterar conceitos e pro-mover ações transformadoras.

Símbolo da trajetória de uma nação, a Fortaleza representa uma das formas de redescobrir Santos. É a inspiração para estudos que são e serão peças-chaves para compreender a formação das cidades da

Monumento é símbolo da história da região

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As entidades envolvidas assumiram projetos, pesquisas, estudos, obras, vigilância, além de ati-vidades de turismo, lazer e educação. A conscien-tização de sua importância e a busca de parcerias para o custeio de atividades e adequação de espaços também foram previstas.

Na época, o professor da UniSantos, Élcio Rogério Secomandi, responsável por uma série de promoções e eventos, já profetizava a realização desse trabalho, assim: A missão de salvamento daquele colosso da arquitetura militar brasileira – que guarda entre suas muralhas histórias de uma Colônia, de um Império e de uma jovem República – está apenas começando... .

Bombas coloridas, dis-paradas simultaneamente em toda extensão da mu-ralha, representaram os cometas e formaram uma grande cortina que cla-reou toda a extensão do monumento. Seguiram-se quatro sessões de morteiros de três, quatro, cinco e seis polegadas, sendo que cada um teve características e cores próprias.

Autoridades e con-vidados acompanharam o show pirotécnico nas dependências do Museu de Pesca de Santos, local privilegiado pela visão pa-norâmica da Fortaleza.

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A consolidação do projeto aconteceu no dia 2 de setembro de 1993, com a assinatura do Proto-colo de Intenções entre a UniSantos, a Prefeitura Municipal de Guarujá e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.

Com vistas a fomentar uma ação con-junta para a recuperação e valorização do monumento, o documento prevê a implan-tação de um programa de utilização do local.

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atrimônio nacional, a Fortaleza de San-to Amaro da Barra Grande, restaurada, é uma dádiva para um país com tantos equívocos e carente de referenciais so-

bre a sua história. Negar a importância do monumento é negar a existência do próprio povo brasileiro.

Fruto de um árduo trabalho, o processo de recuperação prova que a conscientização da comunidade e a união de alguns setores da sociedade podem alterar conceitos e pro-mover ações transformadoras.

Símbolo da trajetória de uma nação, a Fortaleza representa uma das formas de redescobrir Santos. É a inspiração para estudos que são e serão peças-chaves para compreender a formação das cidades da

Monumento é símbolo da história da região

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o dia 31 de dezem-bro de 1999, a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande se prepa-rou para a chegada do novo ano. Pal-co de um grande

show pirotécnico, o espetáculo, em suas dependências, marcou a desativação do painel que a Universidade instalou no monumento para a contagem regressiva dos 2000 anos do nascimento de Cristo.

O show pirotécnico, numa parceria da Universidade com a Indústria de Fo-gos Xingu, foi dividido em oito sessões que começaram com uma salva de 21 morteiros de três polegadas de tiro seco, simbolizando saudação a chefe de Estado, lançados a até 150 metros de altura, em intervalos de 5 segundos.

Show pirotécnico marca a chegada do ano 2000

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arte integrante do cotidiano dos mo-radores da Praia de Santa Cruz dos Na-vegantes, ela passou a ser estudada por alguns jovens da co-munidade. Assim,

nasceu o projeto “Guias-mirins da Fortaleza”, coordenado pela UniSantos, com o objetivo de promover a responsabilidade participativa de preservação. Eles são preparados por moni-tores e professores da universidade, nenhum pode servir voluntariamente se não estiver estudando.

Localização geográfica, datas, ocupação e acontecimentos que marcaram a vida útil da Fortaleza são descritos pelos “Guias”. Des-pertando a consciência histórica, eles ainda orientam os visitantes sobre os cuidados em relação à preservação ambiental.

Responsabilidade participativa

As características do trabalho proporcio-naram a criação, nos jovens, de um espírito de civilidade e patriotismo, traduzido no próprio compromisso verbal assumido pelos primeiros guias, formados em 1994. Nós, guias mirins, nos comprometemos a divulgar e a informar aos que procuram e visitam a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande sobre a origem, a construção do monumento e sua participação histórica na vida desta parte do litoral paulista. Queremos lutar pela manutenção, preservação e restau-ração da nossa fortaleza. Sonhamos passar aos visitantes o amor que aprendemos a ter por essas muralhas que querem ser respeitadas... .

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o dia 31 de dezem-bro de 1999, a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande se prepa-rou para a chegada do novo ano. Pal-co de um grande

show pirotécnico, o espetáculo, em suas dependências, marcou a desativação do painel que a Universidade instalou no monumento para a contagem regressiva dos 2000 anos do nascimento de Cristo.

O show pirotécnico, numa parceria da Universidade com a Indústria de Fo-gos Xingu, foi dividido em oito sessões que começaram com uma salva de 21 morteiros de três polegadas de tiro seco, simbolizando saudação a chefe de Estado, lançados a até 150 metros de altura, em intervalos de 5 segundos.

Show pirotécnico marca a chegada do ano 2000

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“La Plata Maru” e, durante mais de 60 anos, permaneceu em terras brasileiras, sendo considerado um dos maiores embaixadores da cultura do Brasil em diversos países da América, Europa e Ásia.

Suas obras estão expostas pelo mundo, em diversos museus, como: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Museu de Arte Moderna da Bahia,

Museu de Arte Contemporânea de Boston, Walker Art Center, Dallas Museum Of Fine Arts, Museu de Munique, Museu de Arte de Porto Alegre, Museu de Arte de Belo Horizonte, The Museum Of Fine Art-Hous-ton-Texas.

É autor do mural para Organização dos Estados Americanos, em Washington, e do palco do Teatro de Kumamoto, com 200 M2.

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ara homenagear a população da Bai-xada Santista, a UniSantos inaugu-rou, no dia 7 de dezembro de 1996, cerca de 10 mil lâm-padas que envol-

veram a capela, casa de comando, arcos, muralha e minaretes. A iluminação revelou a beleza noturna da Fortaleza, até então desconhecida pelos que trafegavam pela orla de Santos.

Representando a luz da consciência, da realização e do novo mundo, a iniciativa da universidade procurou despertar o interesse de empresários locais para as vantagens de apli-cação de recursos em eventos promocionais.

Palco de inúmeros acontecimentos, a Fortaleza também inspirou artistas e fotó-grafos da Baixada Santista para o evento

Iluminação natalina revela a beleza noturna do monumento

Pintando e Fotografando a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande. Um dos objetivos foi buscar as belezas arquitetônicas e naturais, através das sensações de cada artista.

Cada participante utilizou o seu próprio material e procurou o melhor ângulo para o trabalho. O encontro sensibilizou os artistas, levando a maioria a doar a obra para o acervo artístico do patrimônio.

Estudos e visitas tornaram-se constantes. Escolas da região organizaram cada vez mais grupos de alunos para elaboração de trabalhos práticos. História, Geografia, Arte e Meio Ambiente foram disciplinas facilmente estu-dadas, a partir das visitas feitas à Fortaleza.

Os alunos observaram mapas, cartas, fizeram perfis topográficos, análise de re-levo, de material rochoso e da vegetação dos arredores, além da relação de materiais encontrados na construção e análises sobre

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marca da conte m po -ra neidade simboliza a sua nova função social. Foi assim que o Vento Vermelho invadiu a capela da Fortaleza, inspirado pela obra de Mana-

bu Mabe, um dos mais importantes abstra-cionistas do nosso século.

A evolução do gosto estético no Brasil, presente na Fortaleza, com o maneirismo do primeiro século, passando pelo barroco e o eclético, ressurge com o estilo e caracte-rísticas do mestre das cores e dos grafismos.

Filmando e observando cada detalhe da construção, Mabe não retornaria mais à Fortaleza, mas confidenciou à esposa que se empenharia muito para ali deixar sua obra. Falecendo seis meses após a visita, ele deixou o esboço do que seria o seu painel.

Manabu Mabe traz a arte moderna com o “Vento Vermelho”

Inspirado pela luz e brisa natural que entram pela única janela do ambiente, o artista criou o Vento Vermelho para ocupar a parede de fundo da capela.

Sensibilizada, a família Mabe autorizou o desenvolvimento do projeto. Utilizando uma centena de cores e pedras de vidro, os artistas do Atelier Sarasá trabalharam com 350 mil peças, entre placas, pastas e pastilhas para a montagem do painel de 20 m2.

A obra mantém as características do autor, fugindo do relativo e apontando um abstracionismo rigorosamente absoluto, para confirmar a ausência de recursos que possam lembrar preferências figurativas. Vento Ver-melho tem um fundo escuro, de onde surge uma mancha iluminada, rasgando sobre o preto, da esquerda para a direita, dissipando-se em cores e grafismos.

Nascido no Japão, Mabe chegou ao Bra-sil com 10 anos de idade, a bordo do navio

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ara homenagear a população da Bai-xada Santista, a UniSantos inaugu-rou, no dia 7 de dezembro de 1996, cerca de 10 mil lâm-padas que envol-

veram a capela, casa de comando, arcos, muralha e minaretes. A iluminação revelou a beleza noturna da Fortaleza, até então desconhecida pelos que trafegavam pela orla de Santos.

Representando a luz da consciência, da realização e do novo mundo, a iniciativa da universidade procurou despertar o interesse de empresários locais para as vantagens de apli-cação de recursos em eventos promocionais.

Palco de inúmeros acontecimentos, a Fortaleza também inspirou artistas e fotó-grafos da Baixada Santista para o evento

Iluminação natalina revela a beleza noturna do monumento

Pintando e Fotografando a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande. Um dos objetivos foi buscar as belezas arquitetônicas e naturais, através das sensações de cada artista.

Cada participante utilizou o seu próprio material e procurou o melhor ângulo para o trabalho. O encontro sensibilizou os artistas, levando a maioria a doar a obra para o acervo artístico do patrimônio.

Estudos e visitas tornaram-se constantes. Escolas da região organizaram cada vez mais grupos de alunos para elaboração de trabalhos práticos. História, Geografia, Arte e Meio Ambiente foram disciplinas facilmente estu-dadas, a partir das visitas feitas à Fortaleza.

Os alunos observaram mapas, cartas, fizeram perfis topográficos, análise de re-levo, de material rochoso e da vegetação dos arredores, além da relação de materiais encontrados na construção e análises sobre

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Confeccionado em papel couché, gomado, fosforescente, foram impressos 1,8 milhão de selos. Aproximadamente 24 horas após o lan-çamento, a Baixada Santista já havia esgotado a sua cota, cerca de 5 mil reproduções.

Durante a solenidade de lançamento, centenas de autoridades e convidados es-tiveram presentes. Na ocasião, o arquiteto do IPHAN, Victor Hugo Mori, disse que a Fortaleza já havia nascido com espírito de globalização, com características inter-

nacionais, apresentando diferentes estilos arquitetônicos.

O selo autenticou a identidade do mo-numento e o caráter de símbolo da História, lembrando que foi em Santos que surgiu o sentimento nacional de repúdio aos invasores.

O selo postal destacando a Fortaleza é um veículo de marketing cultural, como todos os selos brasileiros comemorativos e especiais, que atraem o interesse dos filatelistas pela variedade temática e aprimoramento.

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Confeccionado em papel couché, gomado, fosforescente, foram impressos 1,8 milhão de selos. Aproximadamente 24 horas após o lan-çamento, a Baixada Santista já havia esgotado a sua cota, cerca de 5 mil reproduções.

Durante a solenidade de lançamento, centenas de autoridades e convidados es-tiveram presentes. Na ocasião, o arquiteto do IPHAN, Victor Hugo Mori, disse que a Fortaleza já havia nascido com espírito de globalização, com características inter-

nacionais, apresentando diferentes estilos arquitetônicos.

O selo autenticou a identidade do mo-numento e o caráter de símbolo da História, lembrando que foi em Santos que surgiu o sentimento nacional de repúdio aos invasores.

O selo postal destacando a Fortaleza é um veículo de marketing cultural, como todos os selos brasileiros comemorativos e especiais, que atraem o interesse dos filatelistas pela variedade temática e aprimoramento.

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Eventos diversos aconteceram com o objetivo de sensibilizar a população em geral sobre a importância do patrimônio. O I Concurso de Slogans, Poesias e Contos foi um exemplo e superou todas as expec-tativas, com a participação de centenas de alunos de escolas de 5a a 8a séries do Ensino Fundamental.

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ímbolo da identida-de do litoral do Es-tado de São Paulo, a Fortaleza ganhou um novo reconhe-cimento histórico, no dia 21 de abril de 1999. Transfor-

mada em selo postal comemorativo, sua beleza e imponência estão destacadas pelo contraste entre o branco das muralhas e o verde exuberante da Mata Atlântica.

Selo comemorativo destacaa beleza do monumento

A aprovação pelo Ministério das Co-municações não tardou, vindo logo após a formalização do pedido pela UniSantos. O ângulo explorado pela lente do fotógrafo Eraldo Silva sensibilizou as autoridades e mereceu tratamento especial para a ilustração de Luciana Hirata e Dickson Távora. Os ar-tistas utilizaram técnicas mistas de ilustração e computação gráfica. Em primeiro plano, destaque para o canhão Blomefield, do século XIX, réplica construída pelo artista plástico Daniel Gonzalez.

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Os professores das escolas envolvidas, de Santos e Gua-rujá, selecionaram 173 trabalhos (85 poesias, 52 slogans e 36 contos). Os alunos conheceram a história e visitaram o monumento, buscando inspiração para criar slogans como o de Luciana Rocha Camargo, do Colégio Liceu Santista: Ajude a Fortaleza. Ela já segurou uma barra... 1584 – 1999 – 415 anos de vigília.

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o impacto ambiental.

A sua arquitetura permite a múltipla utilização do local, seja para fins religiosos, comerciais ou culturais. Prova disso foi a apresentação do espetáculo As Troianas,

encenado pelo Grupo de Teatro UniSantos – Gextus. As paredes rústicas e colunas da Fortaleza deram mais realismo ao espetácu-lo, proporcionando a criação de um grande cenário para a tragédia do grego Eurípides.

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ois tiros, simulados, de salva de canhão lembraram o ano de 1800, quando de-nunciavam a che-gada de algum navio suspeito. Logo de-pois, um espetáculo

de luzes e cores marcou o início do Projeto Viva a Fortaleza Ano 2000. Após o show pi-rotécnico e a cascata de luzes que “banhou” as muralhas, um placar eletrônico, fixado no muro interno, marcava os 853 dias que faltavam para o ano 2000. Era o dia 31 de agosto de 1997, o início de mais uma etapa a fim de atrair a atenção dos visitantes e da população da Baixada Santista para a impor-tância do monumento e simbolizar a união entre a UniSantos, o IPHAN e a Prefeitura Municipal de Guarujá.

Centenas de pessoas acompanharam a inauguração do placar, em frente ao Museu

Projeto Viva a Fortaleza

de Pesca. Um coral, formado por crian-ças do bairro da Praia de Santa Cruz dos Navegantes, marcou presença cantando o Hino Nacional Brasileiro. Era mais uma demonstração de valorização de um símbolo nacional e estímulo à criação de um espírito de patriotismo.

O Projeto Viva a Fortaleza Ano 2000 buscou sensibilizar a iniciativa privada. Os diversos eventos culturais, religiosos, educacio nais, esportivos, pedagógicos e assistenciais aconteceram com a finalidade de se descobrir uma finalidade digna para a Fortaleza. A cultura e o turismo despontaram como vocações naturais.

Contemplada pela beleza arquitetônica, a população santista pôde vislumbrar o seu visual no período da noite, com a iluminação da casa de comando e capela, além de acom-panhar a contagem regressiva, diariamente, para 2000.

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A Celebração da Palavra, realizada pelo então Bispo Diocesano Dom David Picão, emocionou a comunidade e demais con-vidados, no dia 21 de dezembro de 1997. Lembrando o Natal, a celebração marcou a caminhada dos preparativos para os 2000

anos do nascimento de Jesus Cristo. A inte-gração com os moradores da Praia de Santa Cruz dos Navegantes foi demonstrada pela apresentação de um espetáculo teatral pre-parado pelas crianças do bairro.

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tracadouro da For-ta leza da Barra Grande. Constru-ído por ordem do Rei de Portugal, em 1712. Engenheiro responsável: Briga-deiro João Massé.

Reconstruído pela Universidade Católica de Santos, em 1997. Engenheira responsável: Zildete Teixeira Ferraz do Prado”. Assim, uma placa comemorativa, com os brasões do Reino de Portugal e da UniSantos anun-ciava a inauguração do novo atracadouro da Fortaleza.

No dia dedicado aos ideais republicanos, 21 de abril, e lembrando o mártir Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, a Ban-deira do Brasil tremulou no monumento histórico e 19 tiros de canhão (simulados) ecoa ram na Baía de Santos, lembrando o ano de 1893, quando a artilharia executava

Atracadouro facilita visitação

a sua última missão de tiro, contra o cruzador República, na Revolta da Armada.

Então diretor geral da Sociedade Vis-conde de São Leopoldo, o professor Cyro Raphael Monteiro da Silva, lembrando pa-lavras do prof. Secomandi, resumiu o sentido daquela reconstrução: “Triste o povo que não tem história. Mais triste ainda o que não sabe preservá-la”.

O novo atracadouro facilitou o acesso ao monumento, incentivando à visitação, prin-cipalmente de turistas nos finais de semana.

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tracadouro da For-ta leza da Barra Grande. Constru-ído por ordem do Rei de Portugal, em 1712. Engenheiro responsável: Briga-deiro João Massé.

Reconstruído pela Universidade Católica de Santos, em 1997. Engenheira responsável: Zildete Teixeira Ferraz do Prado”. Assim, uma placa comemorativa, com os brasões do Reino de Portugal e da UniSantos anun-ciava a inauguração do novo atracadouro da Fortaleza.

No dia dedicado aos ideais republicanos, 21 de abril, e lembrando o mártir Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, a Ban-deira do Brasil tremulou no monumento histórico e 19 tiros de canhão (simulados) ecoa ram na Baía de Santos, lembrando o ano de 1893, quando a artilharia executava

Atracadouro facilita visitação

a sua última missão de tiro, contra o cruzador República, na Revolta da Armada.

Então diretor geral da Sociedade Vis-conde de São Leopoldo, o professor Cyro Raphael Monteiro da Silva, lembrando pa-lavras do prof. Secomandi, resumiu o sentido daquela reconstrução: “Triste o povo que não tem história. Mais triste ainda o que não sabe preservá-la”.

O novo atracadouro facilitou o acesso ao monumento, incentivando à visitação, prin-cipalmente de turistas nos finais de semana.

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A Celebração da Palavra, realizada pelo então Bispo Diocesano Dom David Picão, emocionou a comunidade e demais con-vidados, no dia 21 de dezembro de 1997. Lembrando o Natal, a celebração marcou a caminhada dos preparativos para os 2000

anos do nascimento de Jesus Cristo. A inte-gração com os moradores da Praia de Santa Cruz dos Navegantes foi demonstrada pela apresentação de um espetáculo teatral pre-parado pelas crianças do bairro.

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o impacto ambiental.

A sua arquitetura permite a múltipla utilização do local, seja para fins religiosos, comerciais ou culturais. Prova disso foi a apresentação do espetáculo As Troianas,

encenado pelo Grupo de Teatro UniSantos – Gextus. As paredes rústicas e colunas da Fortaleza deram mais realismo ao espetácu-lo, proporcionando a criação de um grande cenário para a tragédia do grego Eurípides.

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ois tiros, simulados, de salva de canhão lembraram o ano de 1800, quando de-nunciavam a che-gada de algum navio suspeito. Logo de-pois, um espetáculo

de luzes e cores marcou o início do Projeto Viva a Fortaleza Ano 2000. Após o show pi-rotécnico e a cascata de luzes que “banhou” as muralhas, um placar eletrônico, fixado no muro interno, marcava os 853 dias que faltavam para o ano 2000. Era o dia 31 de agosto de 1997, o início de mais uma etapa a fim de atrair a atenção dos visitantes e da população da Baixada Santista para a impor-tância do monumento e simbolizar a união entre a UniSantos, o IPHAN e a Prefeitura Municipal de Guarujá.

Centenas de pessoas acompanharam a inauguração do placar, em frente ao Museu

Projeto Viva a Fortaleza

de Pesca. Um coral, formado por crian-ças do bairro da Praia de Santa Cruz dos Navegantes, marcou presença cantando o Hino Nacional Brasileiro. Era mais uma demonstração de valorização de um símbolo nacional e estímulo à criação de um espírito de patriotismo.

O Projeto Viva a Fortaleza Ano 2000 buscou sensibilizar a iniciativa privada. Os diversos eventos culturais, religiosos, educacio nais, esportivos, pedagógicos e assistenciais aconteceram com a finalidade de se descobrir uma finalidade digna para a Fortaleza. A cultura e o turismo despontaram como vocações naturais.

Contemplada pela beleza arquitetônica, a população santista pôde vislumbrar o seu visual no período da noite, com a iluminação da casa de comando e capela, além de acom-panhar a contagem regressiva, diariamente, para 2000.

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Os professores das escolas envolvidas, de Santos e Gua-rujá, selecionaram 173 trabalhos (85 poesias, 52 slogans e 36 contos). Os alunos conheceram a história e visitaram o monumento, buscando inspiração para criar slogans como o de Luciana Rocha Camargo, do Colégio Liceu Santista: Ajude a Fortaleza. Ela já segurou uma barra... 1584 – 1999 – 415 anos de vigília.

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Eventos diversos aconteceram com o objetivo de sensibilizar a população em geral sobre a importância do patrimônio. O I Concurso de Slogans, Poesias e Contos foi um exemplo e superou todas as expec-tativas, com a participação de centenas de alunos de escolas de 5a a 8a séries do Ensino Fundamental.

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ímbolo da identida-de do litoral do Es-tado de São Paulo, a Fortaleza ganhou um novo reconhe-cimento histórico, no dia 21 de abril de 1999. Transfor-

mada em selo postal comemorativo, sua beleza e imponência estão destacadas pelo contraste entre o branco das muralhas e o verde exuberante da Mata Atlântica.

Selo comemorativo destacaa beleza do monumento

A aprovação pelo Ministério das Co-municações não tardou, vindo logo após a formalização do pedido pela UniSantos. O ângulo explorado pela lente do fotógrafo Eraldo Silva sensibilizou as autoridades e mereceu tratamento especial para a ilustração de Luciana Hirata e Dickson Távora. Os ar-tistas utilizaram técnicas mistas de ilustração e computação gráfica. Em primeiro plano, destaque para o canhão Blomefield, do século XIX, réplica construída pelo artista plástico Daniel Gonzalez.

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Os professores das escolas envolvidas, de Santos e Gua-rujá, selecionaram 173 trabalhos (85 poesias, 52 slogans e 36 contos). Os alunos conheceram a história e visitaram o monumento, buscando inspiração para criar slogans como o de Luciana Rocha Camargo, do Colégio Liceu Santista: Ajude a Fortaleza. Ela já segurou uma barra... 1584 – 1999 – 415 anos de vigília.

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Eventos diversos aconteceram com o objetivo de sensibilizar a população em geral sobre a importância do patrimônio. O I Concurso de Slogans, Poesias e Contos foi um exemplo e superou todas as expec-tativas, com a participação de centenas de alunos de escolas de 5a a 8a séries do Ensino Fundamental.

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ímbolo da identida-de do litoral do Es-tado de São Paulo, a Fortaleza ganhou um novo reconhe-cimento histórico, no dia 21 de abril de 1999. Transfor-

mada em selo postal comemorativo, sua beleza e imponência estão destacadas pelo contraste entre o branco das muralhas e o verde exuberante da Mata Atlântica.

Selo comemorativo destacaa beleza do monumento

A aprovação pelo Ministério das Co-municações não tardou, vindo logo após a formalização do pedido pela UniSantos. O ângulo explorado pela lente do fotógrafo Eraldo Silva sensibilizou as autoridades e mereceu tratamento especial para a ilustração de Luciana Hirata e Dickson Távora. Os ar-tistas utilizaram técnicas mistas de ilustração e computação gráfica. Em primeiro plano, destaque para o canhão Blomefield, do século XIX, réplica construída pelo artista plástico Daniel Gonzalez.

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Confeccionado em papel couché, gomado, fosforescente, foram impressos 1,8 milhão de selos. Aproximadamente 24 horas após o lan-çamento, a Baixada Santista já havia esgotado a sua cota, cerca de 5 mil reproduções.

Durante a solenidade de lançamento, centenas de autoridades e convidados es-tiveram presentes. Na ocasião, o arquiteto do IPHAN, Victor Hugo Mori, disse que a Fortaleza já havia nascido com espírito de globalização, com características inter-

nacionais, apresentando diferentes estilos arquitetônicos.

O selo autenticou a identidade do mo-numento e o caráter de símbolo da História, lembrando que foi em Santos que surgiu o sentimento nacional de repúdio aos invasores.

O selo postal destacando a Fortaleza é um veículo de marketing cultural, como todos os selos brasileiros comemorativos e especiais, que atraem o interesse dos filatelistas pela variedade temática e aprimoramento.

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ara homenagear a população da Bai-xada Santista, a UniSantos inaugu-rou, no dia 7 de dezembro de 1996, cerca de 10 mil lâm-padas que envol-

veram a capela, casa de comando, arcos, muralha e minaretes. A iluminação revelou a beleza noturna da Fortaleza, até então desconhecida pelos que trafegavam pela orla de Santos.

Representando a luz da consciência, da realização e do novo mundo, a iniciativa da universidade procurou despertar o interesse de empresários locais para as vantagens de apli-cação de recursos em eventos promocionais.

Palco de inúmeros acontecimentos, a Fortaleza também inspirou artistas e fotó-grafos da Baixada Santista para o evento

Iluminação natalina revela a beleza noturna do monumento

Pintando e Fotografando a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande. Um dos objetivos foi buscar as belezas arquitetônicas e naturais, através das sensações de cada artista.

Cada participante utilizou o seu próprio material e procurou o melhor ângulo para o trabalho. O encontro sensibilizou os artistas, levando a maioria a doar a obra para o acervo artístico do patrimônio.

Estudos e visitas tornaram-se constantes. Escolas da região organizaram cada vez mais grupos de alunos para elaboração de trabalhos práticos. História, Geografia, Arte e Meio Ambiente foram disciplinas facilmente estu-dadas, a partir das visitas feitas à Fortaleza.

Os alunos observaram mapas, cartas, fizeram perfis topográficos, análise de re-levo, de material rochoso e da vegetação dos arredores, além da relação de materiais encontrados na construção e análises sobre

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ara homenagear a população da Bai-xada Santista, a UniSantos inaugu-rou, no dia 7 de dezembro de 1996, cerca de 10 mil lâm-padas que envol-

veram a capela, casa de comando, arcos, muralha e minaretes. A iluminação revelou a beleza noturna da Fortaleza, até então desconhecida pelos que trafegavam pela orla de Santos.

Representando a luz da consciência, da realização e do novo mundo, a iniciativa da universidade procurou despertar o interesse de empresários locais para as vantagens de apli-cação de recursos em eventos promocionais.

Palco de inúmeros acontecimentos, a Fortaleza também inspirou artistas e fotó-grafos da Baixada Santista para o evento

Iluminação natalina revela a beleza noturna do monumento

Pintando e Fotografando a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande. Um dos objetivos foi buscar as belezas arquitetônicas e naturais, através das sensações de cada artista.

Cada participante utilizou o seu próprio material e procurou o melhor ângulo para o trabalho. O encontro sensibilizou os artistas, levando a maioria a doar a obra para o acervo artístico do patrimônio.

Estudos e visitas tornaram-se constantes. Escolas da região organizaram cada vez mais grupos de alunos para elaboração de trabalhos práticos. História, Geografia, Arte e Meio Ambiente foram disciplinas facilmente estu-dadas, a partir das visitas feitas à Fortaleza.

Os alunos observaram mapas, cartas, fizeram perfis topográficos, análise de re-levo, de material rochoso e da vegetação dos arredores, além da relação de materiais encontrados na construção e análises sobre

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ara homenagear a população da Bai-xada Santista, a UniSantos inaugu-rou, no dia 7 de dezembro de 1996, cerca de 10 mil lâm-padas que envol-

veram a capela, casa de comando, arcos, muralha e minaretes. A iluminação revelou a beleza noturna da Fortaleza, até então desconhecida pelos que trafegavam pela orla de Santos.

Representando a luz da consciência, da realização e do novo mundo, a iniciativa da universidade procurou despertar o interesse de empresários locais para as vantagens de apli-cação de recursos em eventos promocionais.

Palco de inúmeros acontecimentos, a Fortaleza também inspirou artistas e fotó-grafos da Baixada Santista para o evento

Iluminação natalina revela a beleza noturna do monumento

Pintando e Fotografando a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande. Um dos objetivos foi buscar as belezas arquitetônicas e naturais, através das sensações de cada artista.

Cada participante utilizou o seu próprio material e procurou o melhor ângulo para o trabalho. O encontro sensibilizou os artistas, levando a maioria a doar a obra para o acervo artístico do patrimônio.

Estudos e visitas tornaram-se constantes. Escolas da região organizaram cada vez mais grupos de alunos para elaboração de trabalhos práticos. História, Geografia, Arte e Meio Ambiente foram disciplinas facilmente estu-dadas, a partir das visitas feitas à Fortaleza.

Os alunos observaram mapas, cartas, fizeram perfis topográficos, análise de re-levo, de material rochoso e da vegetação dos arredores, além da relação de materiais encontrados na construção e análises sobre

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“La Plata Maru” e, durante mais de 60 anos, permaneceu em terras brasileiras, sendo considerado um dos maiores embaixadores da cultura do Brasil em diversos países da América, Europa e Ásia.

Suas obras estão expostas pelo mundo, em diversos museus, como: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Museu de Arte Moderna da Bahia,

Museu de Arte Contemporânea de Boston, Walker Art Center, Dallas Museum Of Fine Arts, Museu de Munique, Museu de Arte de Porto Alegre, Museu de Arte de Belo Horizonte, The Museum Of Fine Art-Hous-ton-Texas.

É autor do mural para Organização dos Estados Americanos, em Washington, e do palco do Teatro de Kumamoto, com 200 M2.

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arte integrante do cotidiano dos mo-radores da Praia de Santa Cruz dos Na-vegantes, ela passou a ser estudada por alguns jovens da co-munidade. Assim,

nasceu o projeto “Guias-mirins da Fortaleza”, coordenado pela UniSantos, com o objetivo de promover a responsabilidade participativa de preservação. Eles são preparados por moni-tores e professores da universidade, nenhum pode servir voluntariamente se não estiver estudando.

Localização geográfica, datas, ocupação e acontecimentos que marcaram a vida útil da Fortaleza são descritos pelos “Guias”. Des-pertando a consciência histórica, eles ainda orientam os visitantes sobre os cuidados em relação à preservação ambiental.

Responsabilidade participativa

As características do trabalho proporcio-naram a criação, nos jovens, de um espírito de civilidade e patriotismo, traduzido no próprio compromisso verbal assumido pelos primeiros guias, formados em 1994. Nós, guias mirins, nos comprometemos a divulgar e a informar aos que procuram e visitam a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande sobre a origem, a construção do monumento e sua participação histórica na vida desta parte do litoral paulista. Queremos lutar pela manutenção, preservação e restau-ração da nossa fortaleza. Sonhamos passar aos visitantes o amor que aprendemos a ter por essas muralhas que querem ser respeitadas... .

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arte integrante do cotidiano dos mo-radores da Praia de Santa Cruz dos Na-vegantes, ela passou a ser estudada por alguns jovens da co-munidade. Assim,

nasceu o projeto “Guias-mirins da Fortaleza”, coordenado pela UniSantos, com o objetivo de promover a responsabilidade participativa de preservação. Eles são preparados por moni-tores e professores da universidade, nenhum pode servir voluntariamente se não estiver estudando.

Localização geográfica, datas, ocupação e acontecimentos que marcaram a vida útil da Fortaleza são descritos pelos “Guias”. Des-pertando a consciência histórica, eles ainda orientam os visitantes sobre os cuidados em relação à preservação ambiental.

Responsabilidade participativa

As características do trabalho proporcio-naram a criação, nos jovens, de um espírito de civilidade e patriotismo, traduzido no próprio compromisso verbal assumido pelos primeiros guias, formados em 1994. Nós, guias mirins, nos comprometemos a divulgar e a informar aos que procuram e visitam a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande sobre a origem, a construção do monumento e sua participação histórica na vida desta parte do litoral paulista. Queremos lutar pela manutenção, preservação e restau-ração da nossa fortaleza. Sonhamos passar aos visitantes o amor que aprendemos a ter por essas muralhas que querem ser respeitadas... .

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o dia 31 de dezem-bro de 1999, a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande se prepa-rou para a chegada do novo ano. Pal-co de um grande

show pirotécnico, o espetáculo, em suas dependências, marcou a desativação do painel que a Universidade instalou no monumento para a contagem regressiva dos 2000 anos do nascimento de Cristo.

O show pirotécnico, numa parceria da Universidade com a Indústria de Fo-gos Xingu, foi dividido em oito sessões que começaram com uma salva de 21 morteiros de três polegadas de tiro seco, simbolizando saudação a chefe de Estado, lançados a até 150 metros de altura, em intervalos de 5 segundos.

Show pirotécnico marca a chegada do ano 2000

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As entidades envolvidas assumiram projetos, pesquisas, estudos, obras, vigilância, além de ati-vidades de turismo, lazer e educação. A conscien-tização de sua importância e a busca de parcerias para o custeio de atividades e adequação de espaços também foram previstas.

Na época, o professor da UniSantos, Élcio Rogério Secomandi, responsável por uma série de promoções e eventos, já profetizava a realização desse trabalho, assim: A missão de salvamento daquele colosso da arquitetura militar brasileira – que guarda entre suas muralhas histórias de uma Colônia, de um Império e de uma jovem República – está apenas começando... .

Bombas coloridas, dis-paradas simultaneamente em toda extensão da mu-ralha, representaram os cometas e formaram uma grande cortina que cla-reou toda a extensão do monumento. Seguiram-se quatro sessões de morteiros de três, quatro, cinco e seis polegadas, sendo que cada um teve características e cores próprias.

Autoridades e con-vidados acompanharam o show pirotécnico nas dependências do Museu de Pesca de Santos, local privilegiado pela visão pa-norâmica da Fortaleza.

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A consolidação do projeto aconteceu no dia 2 de setembro de 1993, com a assinatura do Proto-colo de Intenções entre a UniSantos, a Prefeitura Municipal de Guarujá e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.

Com vistas a fomentar uma ação con-junta para a recuperação e valorização do monumento, o documento prevê a implan-tação de um programa de utilização do local.

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atrimônio nacional, a Fortaleza de San-to Amaro da Barra Grande, restaurada, é uma dádiva para um país com tantos equívocos e carente de referenciais so-

bre a sua história. Negar a importância do monumento é negar a existência do próprio povo brasileiro.

Fruto de um árduo trabalho, o processo de recuperação prova que a conscientização da comunidade e a união de alguns setores da sociedade podem alterar conceitos e pro-mover ações transformadoras.

Símbolo da trajetória de uma nação, a Fortaleza representa uma das formas de redescobrir Santos. É a inspiração para estudos que são e serão peças-chaves para compreender a formação das cidades da

Monumento é símbolo da história da região

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o dia 7 de novembro de 1991, a Fortaleza da Barra ressurge como protagonista de uma nova his-tória. Autoridades, entidades e comu-nidade reúnem-se

em busca da recuperação do conjunto ar-quitetônico.

Começam a surgir os efeitos positivos da iniciativa da Universidade Católica de Santos, com a formação da Comissão de Trabalho/For-taleza. O grupo, constituído por representantes de instituições públicas e privadas, promoveu uma série de trabalhos, como: limpeza do mo-numento, vigilância e defesa do patrimônio, trabalho de conscientização da população local, divulgação do movimento, incentivo às visitas de alunos e realização de alguns eventos.

A consciência do valor histórico

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Baixada Santista.

Os esforços empreendidos nesses 10 anos têm um significado especial que envolvem determinação, comprometimento e consciên-cia. A Fortaleza está aos olhos de todos, dos mais desavisados aos grandes conhecedores da história. O processo de restauro não foi criação do imaginário, nem tampouco um ato para satisfazer um desejo. Acima de tudo, priorizou-se a cultura, a memória e a extra-ordinária beleza tão bem captada pelo olhar fotográfico, preservando dessa forma todos os momentos da trajetória de reconstrução e (re) organização do passado.

Acrescentamos a imagem cotidiana à imagem documentada como registro vivo ao alcance dos interessados, com o objeti-vo de promover uma investigação ampla e profunda sobre o patrimônio cultural. As referências contidas são a certeza de que o trabalho de restauro foi um novo alento para os historiadores dedicados à árdua tarefa de conscientizar, pesquisar e buscar justifica-tivas que comprovem o sentido natural da ordem e das coisas.

Perspectivas surgem com esse processo, em que a própria comunidade local percebeu

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se destacou e foi motivo de orgu-lho para os fiéis.

Há 45 anos, novas reformas; sua reinauguração fez parte das comemorações do 116o aniver-sário da elevação de Santos à categoria de cidade. O evento contou com o apoio do bispo diocesano de Santos, Dom Idílio José Soares, um dos fundadores da Sociedade Visconde de São Leopoldo, mantenedora da Uni-Santos.

Na década de 70, novamente o conjunto sofreu com a destrui-ção. A capela perdeu azulejos, porta, telhas e o teto veio abaixo. Ao relento, a imagem de Santo Amaro foi salva por um grupo de crianças e foi para o Museu de Arte Sacra de Santos.

Quando foi iniciado o recente processo de recuperação, a capela foi restaurada, recebendo novo forro, telhado e piso em madeira.

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que o monumento era o maior bem material, a referência e a garantia de desenvolvimento sustentável. Sua composição, em uma ex-tensa área preservada, já cria uma espécie de admiração, revelando a comunhão das cores, entre os verde da vegetação e o branco das muralhas.

Incorporar essa obra ao ambiente urba-

no não foi uma tarefa difícil, pois o município de Guarujá orgulha-se do patrimônio em suas terras e Santos não se cansa de admi-rá-lo como um grande cartão postal. Está concretizado o compromisso de reintroduzir o monumento à vida cotidiana da Baixada Santista, conforme anunciava, como ob-jetivo, o próprio arquiteto de Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,

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Vítor Hugo Mori.

A proposta de projeto contemporâ-neo, como verdade desse tempo, foi cum-prida e assimilada por todos aqueles que lutaram pela recuperação. A Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande passou a ser um exemplo de acertos e ações deci-sivas transformadoras, tornando-se docu-

mento necessário para contar a história.

Sua hegemonia em relação aos inte-resses particulares demonstra o seu valor como signo cultural, inserido no planeja-mento urbano, resgatando assim a cons-ciência da sociedade sobre a importância da memória, até em manifestações que promovam uma melhor qualidade de vida.

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ntiga casa de pólvo-ra, a capela, cons-tru ída em 1742, está ao lado da casa de comando. Altar, conjunto de cas-tiçais e a imagem de Santo Amaro já

criaram o cenário do local, onde diversas celebrações foram realizadas. A fachada é em estilo barroco e os 80 metros quadrados, protegidos por paredes espessas, despertam a curiosidade. Elas são feitas de pedras e tijolos, ligadas por argamassa de conchas, areia de praia e óleo de baleia.

Em 1885 a capela passou por grandes re-formas e contou com o prestígio de diversas autoridades. Voltada para o mar, ela sempre

Conjunto arquitetônicosofreu várias intervenções

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Todo trabalho de mobilização serviu para levantar hipóteses e interpretações sobre o tempo passado e o presente. A expectativa é que o monumento se torne um dos mais importantes espaços culturais, pedagógicos, artísticos e religiosos da Baixada.

As águas circundantes, a riqueza dos recursos naturais e as cores fascinantes dos morros formam a moldura perfeita para o conjunto arquitetônico. Mais do que a imponência e o valor histórico, a Fortaleza da Barra representa a comunhão dos povos, das raças e das culturas.

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A configuração primitiva do monu-mento é desconhecida entre o primeiro e o segundo século de existência. É a partir do primeiro projeto de reestruturação, no início do século XVIII, que podemos acompanhar a sua evolução arquitetônica.

O projeto de restauração empreendido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN – não buscou a imitação do passado. Apenas optou por

assumir a arquitetura contemporânea, como verdade do nosso tempo.

O compromisso foi reintroduzir o monu-mento na vida cotidiana da Baixada Santista. A proposta buscou o respeito entre a nova arquitetura e a estrutura antiga, mantendo as marcas de um passado de lutas e conquis-tas. Um conceito moderno de preservação cultural, buscando, fundamentalmente, uma função social.

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beleza natural e o passado histórico re-velam que o turismo é a principal vocação da Fortaleza. Não há navio que aporte em Santos sem passar pelo monumento,

um dos únicos modelos da construção espanhola no Brasil. Testemunha viva da história de Santos e região, possui uma área de 200 mil m2, sendo 55 mil só de edificação, que lembra a forma de um navio pirata atracado. Dividida em três patamares, no interior, próximo ao nível do mar, estava instalada a primeira bateria de canhões. No intermediário, a cerca de 25 metros de altura, está o antigo quartel e, no superior, o depósito de pólvora.

Um dos únicos modelos daarquitetura espanhola no Brasil

No século XVII foi utilizada como presídio político, onde ficavam detidos os inimigos da coroa portuguesa; hoje, conhe-cer a Fortaleza é mergulhar no passado, época das grandes navegações; é lembrar personagens, verdadeiros mitos da história, que por ali passaram.

Moradores do bairro vizinho ao mo-numento falavam de túneis, tesouro, lagoa no meio da montanha, calabouços, antigo cemitério e correntes que mantinham os prisio neiros. Histórias misteriosas não faltam, mas a sensação para os visitantes é apenas de harmonia e paz. A visão privilegiada, em todos os ângulos, proporciona a contempla-ção das belezas naturais.

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beleza natural e o passado histórico re-velam que o turismo é a principal vocação da Fortaleza. Não há navio que aporte em Santos sem passar pelo monumento,

um dos únicos modelos da construção espanhola no Brasil. Testemunha viva da história de Santos e região, possui uma área de 200 mil m2, sendo 55 mil só de edificação, que lembra a forma de um navio pirata atracado. Dividida em três patamares, no interior, próximo ao nível do mar, estava instalada a primeira bateria de canhões. No intermediário, a cerca de 25 metros de altura, está o antigo quartel e, no superior, o depósito de pólvora.

Um dos únicos modelos daarquitetura espanhola no Brasil

No século XVII foi utilizada como presídio político, onde ficavam detidos os inimigos da coroa portuguesa; hoje, conhe-cer a Fortaleza é mergulhar no passado, época das grandes navegações; é lembrar personagens, verdadeiros mitos da história, que por ali passaram.

Moradores do bairro vizinho ao mo-numento falavam de túneis, tesouro, lagoa no meio da montanha, calabouços, antigo cemitério e correntes que mantinham os prisio neiros. Histórias misteriosas não faltam, mas a sensação para os visitantes é apenas de harmonia e paz. A visão privilegiada, em todos os ângulos, proporciona a contempla-ção das belezas naturais.

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Abandonada, a fortaleza deteriorou-se rapidamente, não só com a ação do tem-po. Invasores retiraram madeiras, telhas e tijolos. Enquanto o altar, revestido de azulejos brancos e azuis, era arruinado pelos vândalos, o teto cedeu e o piso foi totalmente destruído.

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chamam a atenção. Sua potência também era sentida através de seus canhões, cujo estam-pido ecoava até Cananéia, no Vale do Ribeira, a aproximadamente 140 quilômetros de distância.

Sua construção teve início após uma investida do corsário inglês Edward Fenton, que pretendia sobrepor a Barra de Santos a fim de atingir a Província. O capitão-mor de São Vicente, Jerônimo Leitão, preocupado com a defesa do principal Porto da Capitania de São Vicente, entrada e saída para São Paulo e para o sertão, pediu a construção de uma fortaleza. O trabalho coube ao almiran-te espanhol Diogo Flores Valdez.

Defendendo a região de diversos ata-ques, como do holandês Joris Van Spilber-guen (1615) e do francês Jean-François Du-clerc (1710), a Fortaleza disparou seu último tiro em 20 de setembro de 1893, durante a Revolta da Armada.

O Ministério da Guerra, em aviso diri-gido ao chefe do Estado-Maior, determinou o seu desarmamento, no dia 6 de abril de 1905. Com toda sua bateria, foi removida e transferida para o 24o Batalhão. Transfor-mada em sede do Círculo Militar de Santos,

foi tombada em 1967 e entregue ao antigo SPHAN – Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

A Sociedade Amigos da Marinha – Soamar – também ocupou o monumento, o que favorecia a preservação do local. No entanto, após a desocupação, na década de 70, começava a fase de decadência .

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rguida em 1584, du-rante o reinado de Felipe II da Espa-nha e I de Portugal, a Fortaleza de Santo Amaro da Bar ra Gran-de passou por diversas reformas que lhe de-

ram maior capacidade bélica. Sua localização privilegiada, na Ilha de Santo Amaro, entre a Praia de Santa Cruz dos Navegantes e a Praia do Góes, impediu que piratas continuassem a invadir e saquear Santos e São Vicente. O seu visual estratégico alcança os municípios de Praia Grande, São Vicente, Santos, e o Estuário, além dos contrafortes das serras de Cubatão e do Quilombo.

Ocupando um esporão rochoso, a fortaleza está projetada sobre o estreito canal de acesso ao maior porto da América Latina. Suas paredes e muralhas espessas, cons truídas em imensos blocos de pedras,

Construção impediu que piratascontinuassem a invadir a região

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faculdade, a UniSantos intensificou a sua ação, recuperando esse patrimônio que hoje está aberto a todos que quiserem conhecer e pesquisar.

A história do monumento, intimamente ligada ao desenvolvimento da região, está sal va e demonstra como a atividade da u ni -ver sidade é dinâmica, transformadora e atual. A frase Coragem! Estamos fazendo a história, pronunciada várias vezes pelo professor doutor Waldemar Valle Martins, primeiro reitor da UniSantos, resume bem o espírito dos homens que comandam a instituição. Foi com este ideal que professores, alunos e funcionários dedicaram dias e noites, finais de semana e feriados, em prol da cons ci en-tização sobre a importância da Fortaleza.

Em um período dedicado às comemo-rações dos 500 anos de Descobrimento do Brasil, nada mais justo do que mostrar a recuperação desse símbolo da resistência, que ressurge como protagonista de uma nova história, como exemplo de preservação e orgulho para toda Baixada Santista.

Hoje, a Fortaleza está salva e no cami-nho de transformar-se em um importante pólo cultural, inclusive atraente comercial-mente, com biblioteca, loja, restaurante, mu-seu, salas para cursos, espaço para exposições e performances teatrais.

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faculdade, a UniSantos intensificou a sua ação, recuperando esse patrimônio que hoje está aberto a todos que quiserem conhecer e pesquisar.

A história do monumento, intimamente ligada ao desenvolvimento da região, está sal va e demonstra como a atividade da u ni -ver sidade é dinâmica, transformadora e atual. A frase Coragem! Estamos fazendo a história, pronunciada várias vezes pelo professor doutor Waldemar Valle Martins, primeiro reitor da UniSantos, resume bem o espírito dos homens que comandam a instituição. Foi com este ideal que professores, alunos e funcionários dedicaram dias e noites, finais de semana e feriados, em prol da cons ci en-tização sobre a importância da Fortaleza.

Em um período dedicado às comemo-rações dos 500 anos de Descobrimento do Brasil, nada mais justo do que mostrar a recuperação desse símbolo da resistência, que ressurge como protagonista de uma nova história, como exemplo de preservação e orgulho para toda Baixada Santista.

Hoje, a Fortaleza está salva e no cami-nho de transformar-se em um importante pólo cultural, inclusive atraente comercial-mente, com biblioteca, loja, restaurante, mu-seu, salas para cursos, espaço para exposições e performances teatrais.

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relação à Fortaleza da Barra.

Surgia, então, em novembro de 1991, a Comissão de Trabalho/Fortaleza, com o ob-jetivo de restaurar e ocupar o monumento. A formalização de um convênio, em 1993, foi a certeza de que os esforços não foram em vão. Assinado entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a UniSan-tos e a Prefeitura Municipal de Guarujá, o Protocolo de Intenções foi o aval necessário para a oficialização do trabalho.

Proteger e preservar foram as metas desse

trabalho que mobilizou, ainda, associações, clubes, entidades, sem esquecer de colabora-dores ilustres e comuns que sempre atuaram com muita eficiência, sem perder de vista o foco central do projeto, a recuperação da Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande.

A UniSantos, a primeira universidade da região, honrou o seu compromisso de Institui-ção de Ensino Superior, voltada para a edu-cação, a pesquisa e a extensão. Preocupada com as necessidades e aspirações da própria comunidade, valorizou a pessoa humana e contribuiu para a preservação da história, fonte de referência para as futuras gerações.

Às vésperas de completar 50 anos de existência, desde a criação de sua primeira

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ouve um tempo em que a Fortaleza de Santo Amaro da Bar-ra Grande era apenas uma lembrança de um período em que esta tinha a missão de defender Santos

e a região provinciana.

Enfrentando terríveis corsários fran-ceses, ingleses e holandeses, conquistou inúmeras batalhas, mas quase não resistiu à ação do tempo e dos vândalos.

Apesar de todo abandono, a Fortaleza da Barra nunca perdeu a sua imponência, e foi essa impressionante solidez que chamou a atenção de um grupo de estudiosos, consciente da ne-cessidade de preservação do mais importante monumento militar do Estado de São Paulo.

Muitos planos, sugestões, reuniões e cam-panhas surgiram para a restauração do velho

Fortaleza da Barra mantémimponência na Baía de Santos

monumento, mas nada se comparou ao traba-lho do Núcleo de Extensão Comunitária, da Universidade Católica de Santos - UniSantos.

Através do desenvolvimento do seu tra-balho comunitário, na Praia de Santa Cruz dos Navegantes, o núcleo, sob o coordenação da professora Carmen Lydia Dias Carvalho Lima, grande incentivadora desse projeto, não pôde ignorar a destruição do monumen-to. Vizinho à comunidade, ele tornava-se tema das discussões em grupo.

Cumpria-se, assim, a árdua tarefa de conscientizar a população sobre a importância histórica do Forte, não só para a preservação, mas, principalmente, para que a comunidade o valorizasse como elemento histórico e cultural.

Assumindo a iniciativa de organizar uma comissão de trabalho pró-recuperação, o núcleo reuniu autoridades, instituições e segmentos da sociedade para que cada um apresentasse intenções e compromissos em

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A restauração da Fortaleza da Barra Grande, em Guarujá, empreendida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em parceria com a Universidade Católica de Santos, revelou à nossa geração algo que há quatrocentos anos permanecia discretamente assentado na entrada do Ca-nal da Barra. Nos austeros volumes brancos desta fortificação hoje percebemos aquilo que Le Corbusier tão bem traduziu em “Vers une Architecture”: um perfeito ordenamento de formas funcionais obtidas pela criação do gênio humano, “cujas relações que criam, despertam-nos profundas ressonâncias, nos dão a medida de uma ordem que se sente de acordo com a do mundo, determinam reações diversas no nosso espírito e em nossos corações; e então percebemos a beleza”.

A obra de Manabu Mabe executada na Capela pode ser vista como o paradigma desse processo de produção de conheci-mento através do restauro. A inserção da arte moderna nesta estrutura representa a continuidade histórica que se buscou.

As imagens não constituem apenas uma seqüência cronológica do estado de conservação deste monumento. Fazem parte do processo de renascimento da Fortaleza e conseqüentemente devem ser percebidas como produtos culturais.

Não existe neutralidade nas imagens. A simples intenção de documentar sistemati-camente um objeto denuncia o aguçado juízo crítico. São registros históricos e estéticos, que precisamos aprender a ler: descrevem o desprezo pela memória e o abandono con-sentido; falam da retomada da consciência histórica e da participação social; mostram o reatamento dos vínculos do passado com o futuro; mas sobretudo, trazem à luz, com grande sensibilidade, o instante quase mági-co da revelação desta arquitetura de pedra como obra de arte.

Arq. Victor Hugo Mori (IPHAN-SP)

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Catalogação na Fonte do departamento naCional do livro (rJ)

S264F

Salgado, Robnaldo Fidalgo. Fortaleza da Barra Grande: patrimônio histórico recuperado/Robnaldo Fidalgo Salgado, Eraldo Silva. – Santos, SP: Leopol-dianum, 2000, 88 p. : 21X21cm

ISBN 85-86434-10-8

1. Fortaleza da Barra Grande (Guarujá, SP). 2.Patrimônio cul-tural – Proteção – Guarujá (SP) – Conservação e restauração. I. Silva, Eraldo. II. Título.

CDD – 725.18098161

Revisão Final

Edna Maria Alessio de Aguiar

laboRatoRistas

Marcello Netto GonçalvesAsclepíades Gonçalves de Souza

PRodução GRáFica e editoRação

Matiz Comunicação • Santos - SP • (013) 221.1701

Fotolito

Type New

imPRessão e acabamento

Edições Loyola

Coordenadora:Ivani Ribeiro da Silva

Conselho Editorial:Antonio Frederico O. C. Souto Corrêa

Clotilde PaulElcio Rogerio Secomandi

Maria Rita de Cássia Rebello Anastacio

rua euClides da Cunha, 241CEP 11060-902 - Santos SP

Tel: (013) 250-5555

E D I T O R A U N I V E R S I T Á R I A

Universidade Católica de Santos

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BibliografiaAção ComunitáRiA Ano 1. núcleo de Extensão Comunitária.

universidade Católica de Santos. Janeiro de 1996.

infoRmAtivo uniSAntoS no 157. Página 8. Santos, abril

de 1998.

infoRmAtivo uniSAntoS no 167. Página 8. Santos, 1a quin-

zena de maio de 1999

infoRmAtivo uniSAntoS no 172. p. 8. Santos, 2a quinzena

de agosto de 1999.

infoRmAtivo uniSAntoS no 178. Página 8. Santos, 2a quin-

zena de novembro de 1999.

JoRnAl A tRibunA. fortaleza vai ser transformada em espaço

cultural. p. A-16. Região, 25 de agosto de 1996.

JoRnAl A tRibunA. Até o ano 2000, a fortaleza estará restaura-

da. At Especial. p. 8. Santos, domingo 10 de agosto de 1997.

JoRnAl A tRibunA – Porto&mar – Há um século, o forte dis-

parava seu último tiro. p. b1 – domingo, 19 de setembro

de 1993.

REviStA foRtAlEzA dA bARRA. Capela restaurada ganha painel

de manabu mabe. Wilma therezinha fernandes de Andrade.

A Capela de Santo Amaro na fortaleza da barra Grande. 8

de agosto de 1999.

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Barra GrandeFortaleza da

Patrimônio histórico recuperado

E D I T O R A U N I V E R S I T Á R I A

Universidade Católica de Santos

Santos – 2000

Robnaldo SalgadoEraldo Silva

Chanceler:Dom Jacyr Francisco Braido

Reitor:Francisco Prado de Oliveira Ribeiro

Pró-Reitor Executivo e Vice-Reitor Acadêmico (pro tempore):Bento Ricardo Corchs de Pinho

Vice-Reitor Comunitário: Antonio Fernando C. SantosVice-Reitor Administrativo:

Fúlvio Casal

UniSantoS

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