º lembran as de d cio pignatari - linguagem vivatrovas: ii antologia - 2008 - espiral de trovas ......

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Ano XXIII Nº 280 dezembro de 2012 Lembranças de Décio Pignatari Fábio Lucas Décio Pignatari sempre manteve o gosto da audácia, no limite entre o compromisso e o descom prom isso. Ao trasladar-se da mensagem visual do design, da publicidade e do desenho industrial para a aventura da poesia concretista, tornou-se o mais criativo do grupo. A ponto de extrair o m ais bem-logrado sucesso num a com- posição em língua inglesa, idioma por excelên- cia da mensagem comercial. Refiro-me ao poe- ma “Life”, que, ao lado dos poemas “She” e “Zen”, de Pedro Xisto, são os únicos “brasileiros” re- produzidos na The Chicago Review Anthology of Concretism (Chicago: The Swallow Press Inc., 1967, edited by Eugene Wildman). Penso que “vanguarda”, do ponto de vista do criador , não se desgarra do objetivo comer- cial da obra, não se distancia do princípio com- petidor, de estar na frente dos demais. Ameu ver, o céu das Belas Letras compreende todas as estrelas, inclusive as narcíseas, aquelas que não dispensam o espelho e a m otivação de con- templar-se admirativamente. A outra “vanguarda”, eterna, diz respeito à do leitor, cujo prazer advém do conhecimento e da apreciação da obra. Os Clássicos são obras de vanguarda que atravess am os tem pos, ilum i- nando gerações e gerações de bons leitores. Décio Pignatari, na sina do compromisso com a nação brasileira, contou-me certa vez que, na ocasião da tentativa de golpe posterior à re- núncia de Jânio Quadros, foi juntar-se aos gaú- chos que, liderados por Leonel Brizola, exigiram a posse do Presidente João Goulart. Praticou, a meu ver, engajamento público na defesa da li- berdade. Noutra ocasião, quando estivemos em mesa-redonda em Belo Horizonte, nas celebra- ções do centenário da m orte de Machado de As - sis, Décio Pignatari, com irreverente desafio, la- mentou que os professores brasileiros estives- sem cultuando dois poetas sub-literatos: Adélia Prado e Manuel de Barros. Deu-se o maior reboliço. Parte do público e da imprensa revol- tou-se. Tive oportunidade de exam inar duas teses universitárias acerca da produção concretista. Am bas apresentadas na PUC/SP. Rinaldo Gam a, jornalista e poeta, cogitou da prosa de Décio Pignatari. A propósito: hom em de m uitos atribu- tos intelectuais, Décio compôs um drama em tor- no da vida íntima de Machado de Assis e Caroli- na. Julguei desrespeitosas certas cenas pornô- eróticas, extraídas da fértil im aginação do autor. Pude estudar mais afincadamente o curso do lendário concretismo brasileiro, ao examinar a tese de BeatrizHelena Ramos Amaral a res- peito da criação poética do seu tio Edgard Braga. Poeta, artista, compositora de fina inspiração musical, além de Promotora Pública, Beatriz Helena prom ete para 2013 a publicação da tese, oferecendo ao público melhor conhecimento da poesia de Edgard Braga. Décio Pignatari, na profusa carreira intelec- tual, proferiu, numa tem porada em Bloomington, Indiana, USA, um curso de Semiologia. Na oca- sião,aproximou-se do Profes sor T.A. Sebrok, um dos corifeus da Zoosemiótica,disciplina que es- tuda os procedimentos intercomunicativos que os animais desenvolvem para sobreviver. Na li- nha teórica, preferiu acompanhar as diretrizes de C. S. Peirce. Chegou a escrever um trabalho de cunho didático e reflexivo: Semiótica e Litera- tura (1974). Desta forma, manteve-se conceitualmente distante dos seguidores de Saus sure e do legado francês perfilado s ob o ter- mo “Sem iologia”. Quando se comemorou o centenário do nascimento de Mário de Andrade, em 1993, to- m ei a iniciativa de reverenciar o m aior m is sivista da Literatura Brasileira, convidando autores re- levantes para escreverem cartas póstumas dirigidas ao grande prom otor do Movimento Mo- dernista. Organizei a coletânea para a Editora Nova Fronteira, do Rio, que a publicou com o tí- tulo Cartas a Mário de Andrade. Produzi breve es tudo sobre a epis tolografia de Mário de Andrade e redigi-lhe também a m inha carta. Entre os con- vidados, esteve Décio Pignatari, que rebuscou o lado hom os sexual do m is sivis ta, exaltou a litera- tura hispano-americana, diante da qual a brasi- leira não chegava aos pés, e se declarou “oswaldiano por temperamento e convicção”. Bem ao modo Décio Pignatari, polêmico e pro- vocador. Os outros autores: Affonso Romano de Sant’Anna, Antônio Arnoni Prado, Antônio Candido, Geraldo Vidigal, José Paulo Paes, Lygia Fagundes Telles, Ruth Guimarães, Silviano San- tiago e Telê Porto Ancona Lopes acabaram por expor o Mário de Andrade de cada um. Uma co- leção de pontos de vista, uma festa da inteligên- cia brasileira. Poeta imaginoso, agitador cultural, adepto do grafismo e da exploração do poema visual, hábil manipulador de signos verbais e visuais, Décio Pignatari retira-s e do cenário da Literatura Brasileira, pois, futurólogo, chegou a participar da publicação Cultura pós-nacionalista, em 1998. Será lembrado pelo talento e pela capacidade de criação na era industrial. Era da massificação, da indústria cultural, de impasse da comunica- ção interpes soal, do solips is mo autopunitivo. Fábio Lucas é escritor, crítico literário e membro da Academia Paulista de Letras e da Academia Mineira de Letras. di vulg aç ão Décio Pignatari

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Ano XXIII Nº 280 dezembro de 2012

Lembranças de Décio PignatariFábio Lucas

Décio Pignatari sempre manteve o gosto daaudácia, no limite entre o compromisso e odescom prom isso. Ao trasladar-se da mensagemvisual do design, da publicidade e do desenhoindus trial para a aventura da poesia concretis ta,tornou-se o mais criativo do grupo. A ponto deextrair o m ais bem-logrado sucesso num a com-pos ição em língua inglesa, idioma por excelên-cia da m ensagem comercial. Refiro-me ao poe-ma “Life”, que, ao lado dos poemas “She ” e “Zen ”,de Pedro Xisto, são os únicos “brasileiros” re-produzidos na The Chicago Review Anthology ofConcretism (Chicago: The Swallow Press Inc.,1967, edited by Eugene Wildman).

Penso que “vanguarda”, do ponto de vistado criador , não se desgarra do objetivo com er-cial da obra, não se dis tancia do princípio com -petidor, de estar na frente dos demais. A meuver, o céu das Belas Letras compreende todasas estrelas, inclus ive as narcíseas, aquelas quenão dispensam o espelho e a m otivação de con-templar-se admirativamente.

A outra “vanguarda”, eterna, diz respeito àdo leitor, cujo prazer advém do conhecim ento eda apreciação da obra. Os Clássicos são obrasde vanguarda que atravessam os tem pos, ilum i-nando gerações e gerações de bons leitores .

Décio Pignatari, na sina do compromissocom a nação brasileira, contou-me certa vez que,na ocas ião da tentativa de golpe posterior à re-núncia de Jânio Quadros, foi juntar-se aos gaú-chos que, liderados por Leonel Brizola, exigirama posse do Presidente João Goulart. Praticou, ameu ver, engajamento público na defesa da li-berdade.

Noutra ocasião, quando estivemos emm esa-redonda em Belo Horizonte, nas celebra-ções do centenário da m orte de Machado de As -s is , Décio Pignatari, com irreverente desafio, la-mentou que os professores bras ileiros estives-sem cultuando dois poetas sub-literatos : AdéliaPrado e Manuel de Barros. Deu-se o maiorreboliço. Parte do público e da imprensa revol-tou-se.

Tive oportunidade de exam inar duas tesesunivers itárias acerca da produção concretis ta.Am bas apresentadas na PUC/SP. Rinaldo Gam a,jornalista e poeta, cogitou da prosa de DécioPignatari. A propósito: hom em de m uitos atribu-tos intelectuais, Décio compôs um drama em tor-no da vida íntima de Machado de Ass is e Caroli-na. Julguei desrespeitosas certas cenas pornô-eróticas , extraídas da fértil im aginação do autor.

Pude estudar mais afincadamente o cursodo lendário concretism o brasileiro, ao examinara tese de Beatriz Helena Ramos Amaral a res-peito da criação poética do seu tio Edgard Braga.Poeta, artista, compositora de fina inspiraçãomusical, além de Promotora Pública, BeatrizHelena prom ete para 2013 a publicação da tes e,oferecendo ao público m elhor conhecim ento dapoes ia de Edgard Braga.

Décio Pignatari, na profusa carreira intelec-tual, proferiu, numa tem porada em Bloomington,Indiana, USA, um curso de Semiologia. Na oca-sião, aproximou-se do Profes sor T.A. Sebrok, umdos corifeus da Zoosemiótica, dis ciplina que es-tuda os procedimentos intercomunicativos queos animais desenvolvem para sobreviver. Na li-nha teórica, preferiu acompanhar as diretrizesde C. S. Peirce. Chegou a escrever um trabalhode cunho didático e reflexivo: Semió tica e Litera-tura (1974). Des ta form a, m anteve-s econceitualmente distante dos seguidores deSaus sure e do legado francês perfilado s ob o ter-mo “Sem iologia”.

Quando se comemorou o centenário donascim ento de Mário de Andrade, em 1993, to-m ei a iniciativa de reverenciar o m aior m issivistada Literatura Bras ileira, convidando autores re-levantes para escreverem cartas póstumasdirigidas ao grande prom otor do Movimento Mo-dernista. Organizei a coletânea para a EditoraNova Fronteira, do Rio, que a publicou com o tí-

tulo Cartas a Mário de Andrade. Produzi brevees tudo sobre a epis tolografia de Mário de Andradee redigi-lhe também a m inha carta. Entre os con-vidados, esteve Décio Pignatari, que rebuscou olado hom ossexual do m issivis ta, exaltou a litera-tura hispano-americana, diante da qual a brasi-leira não chegava aos pés, e se declarou“oswaldiano por temperamento e convicção”.Bem ao modo Décio Pignatari, polêmico e pro-vocador. Os outros autores: Affonso Romano deSant’Anna, Antônio Arnoni Prado, AntônioCandido, Geraldo Vidigal, José Paulo Paes, LygiaFagundes Telles, Ruth Guimarães, Silviano San-tiago e Telê Porto Ancona Lopes acabaram porexpor o Mário de Andrade de cada um . Uma co-leção de pontos de vis ta, uma fes ta da inteligên-cia bras ileira.

Poeta imaginoso, agitador cultural, adeptodo grafismo e da exploração do poema visual,hábil manipulador de s ignos verbais e visuais,Décio Pignatari retira-s e do cenário da LiteraturaBras ileira, pois, futurólogo, chegou a participarda publicação Cultura pós-nacionalista, em 1998.Será lembrado pelo talento e pela capacidade decriação na era industrial. Era da massificação,da indústria cultural, de impasse da comunica-ção interpessoal, do solips ismo autopunitivo.

Fábio Lucas é escritor, crítico literário emembro da Academia Paulista de Letras

e da Academia Mineira de Letras.

di vulgação

Décio Pignatari

Página 2 - dezembro de 2012

Rodolfo Konder

Rodolfo Konder é jornalista,Diretor da ABI em São Paulo

e membro do ConselhoMunicipal de Educação.

Rosani Abou Adal

Eles insistem em juntar pala-vras, formar fras es e organi¬zar pa-rágrafos, para transmitir idéias esuscitar em oções . A es tes artífices ,aos donos deste misterioso oficio,damos o nome de escritores .

Anna Maria Martins é um a es -critora. Mais: é uma escritora mili-tante. Escreve e participa. Faz par-te da di retoria da Acade¬m iaPaulista de Letras e do conselho daUnião Bras ileira de Escritores. Vaia lançamentos e exposições, estápresente em encontros e debates,é jurada em concursos literários,conferencista, ouvinte atenta.

Contis ta consagrada, tambémé excelente tradutora. Já traduziuAgatha Chris tie, Aldous Haxley, JohnKenneth Galbraith, Heinrich Heine eRay Bradbury.

Como contista, publicou "Atrilogia do emparedado", "Sala deEspera”, “Katm andu”, “Retrato semLegenda” e “Mudam os Tempos ”.

Sem m edo da es padaimpiedosa de alguns críticos ou deum a poss ível rejeição por parte dosleitores , ela es creve e conquista. Járecebeu o Prêmio Jabuti e o

, da Academia Brasileira deLetras . Além disso, seus contos fi-guram em diver¬sas antologias.

Seu único temor, na verdade,é a volta da censura. Defensora in-trans igente da democracia e da li-berdade, Anna Maria vê a literatura,o mundo das palavras, como umes cudo de proteção à integridade doser hum ano.

Com um es tilo ágil e elegante,

Anna Maria Martins,escritora e militante

ela registra seu tempo com preci-são, coragem e independência. Masnão quero falar somen¬te da escri-tora, da tradutora, da contista, dam ilitante. Quero di¬zer algum a coi-sa sobre a am iga, viúva do escritorLuis Martins e m ãe de Ana Luíza.

Anna Maria é uma presençasolidária e íntegra. Até nos hábitosdiários mostra seu equilíbrio. Nãobebe, não fuma, não come carnevermelha. Dirige bem, dirige sem-pre, com excelente coordenaçãoóculo-m otora. É guardiã de valoresessenciais que me parecem cadadia mais am eaçados, num presen-te em declínio. Não conheço pes-soa mais educada, mais ética. Pa-rece frágil? Não se enganem. É umamulher forte, segura e persis tente,com uma inesgotável capacidadede trabalho.

di vulgação

Anna Maria Martins

Boas Festas e um Ano Novo repleto depaz , amor, saúde, realizações e muita leitura é o que desejamosaos nossos amigos, colaboradores, clientes, assinantes, leitores eà equipe da Tribuna Piracicabana que nos acompanha ao longo des-ses 23 anos de existência.

Aproveitamos para agradecer e retribuir os cartões e mensa-gens recebidos.

No Natal existe muita far tura nas mesas que necessita sermoderada. Esperamos que em todos os lares o desperdício sejaevitado, porque existem milhões de pessoas no Planeta a morrer defome. Dessa forma, nenhum animal será morto desenfreadamen-te, sem alimentar nenhuma boca, e, assim, poder ter a chance deviver mais um dia.

Esperamos que a fartura alimentar seja equilibrada e que emtodas as mesas o livro, também, esteja presente para alimentar aalma.

Almejamos que o espírito natalino permaneça ao longo de 2013e que todos dêem livros de presente, com frequência, aos parentese amigos.

Todo dia é dia de Livro e Leitura. Uma boa leitura a todos.

Boa Leitura

Página 3 - dezembro de 2012

Poemas: II Antologia - 2008 - CANTO DO POETA

Trovas: II Antologia - 2008 - ESPIRAL DE TROVAS

Haicais: II Antologia - 2008 - HAICAIS AO SOL

Débora Novaes de Castro

Opções de compra: Livraria virtual TodaCultura: www.todacultura.com.brvia telefax: (11)5031-5463 - E-mail:[email protected] - Correio:

Rua Ática, 119 - ap. 122 - São Paulo - SP - Cep 04634-040.

Poemas: GOTAS DE SOL - SONHO AZUL - MOMENTOS- CATAVENTO - SINFONIA DO INFINITO –

COLETÂNEA PRIMAVERA - AMARELINHA - MARES AFORA...

Antologias:

Haicais: SOPRAR DAS AREIAS - ALJÒFARES - SEMENTES -CHÃO DE PITANGAS -100 HAICAIS BRASILEIROS

Poemas Devocionais: UM VASO NOVO...

Trovas: DAS ÁGUAS DO MEU TELHADO

Em m ãos , ess e livro de AudálioDantas narrando As duas guerrasde Vlado Herzog. Pode ser lidocom o ficção. Ass im como pode serlido com o documento de um a reali-dade que s uperou a ficção. De qual-quer forma, são 400 páginas, edi-ção da Civilização Brasileira, quenos ins tigam a não parar um só ins-tante, até a conclusão da leitura.

Naqueles tempos, depois de1964 e, mais especificamente, noperíodo pós 13 de dezembro de1968, quando ficamos sob a égidedo Ato Institucional nº 5, não erasequer necessário viver a pior fic-ção para sofrer a realidade: estareproduzia o que de pior se poderiaim aginar para o estudo, a pesquisae o trabalho, s obretudo quando es tesignificava buscar a dimensão darealidade dos fatos cotidianos, noexercício do jornalismo.

O livro relata a fas e prim eira davida de Vladimir Herzog, cuja famí-lia, afetada pela guerra nazista, tevede fugir da Iugoslávia e acabouaportando em terras brasileiras,onde ele estudou, formou-se e in-gressou na profissão. Lastimavel-m ente tornou-se vítim a – e símbolomaior – da opressão daqueles tem-pos. Morreu sob a custódia do Es-tado quando era subm etido a inter-rogatório, em São Paulo, nas mãosde torturadores do Departamento deOperações de Informações (Centrode Operações de Defesa Interna –

Sobre As duas guerras de Vlado HerzogNildo Carlos Oliveira

DOI-Codi). Estes forjaram o suicí-dio na tentativa de justificar o quena consciência dos cidadãos e navisão fotográfica do mascaram entoda ignom ínia, jamais seria justifica-do.

Esses fatos ocorreram emmeio a uma guerra de bastidoresdeflagrada para fragilizar o entãogoverno de Paulo Egydio Martins eatingir o poder central, que àquelaaltura expunha algumas fraturasprovocadas pelas exigências de al-gum a abertura, de algum sopro deoxigênio, mínim o que fosse, reivin-dicado pela realidade interna e pe-las condições políticas internacio-nais.

A tragédia de Herzog, na faseda caça aos jornalistas em SãoPaulo, viria a inaugurar o mom en-to em que a categoria - e a socie-dade – já não suportavam mais acu lm inância da i legal idadetravestida de legalidade. Aquilo ti-nha de parar. O império do m edono Pa ís, nos sindicatos, nas casas,nas esquinas, nas redações, noParlam ento, nos partidos políticos,teria de ter um fim. O arbítrio teriade ser barrado. E, rigorosamentenaquele momento, o Sindicato dosJornalis tas viveu a s ua época, coma diretoria certa e, sobretudo, como pres idente certo: Audá lio Dantas.

P r o f i s s i o n a lcomprovadamente competente,com dezenas de reportagens au-daciosas publicadas nos maioresveículos, havia assumido o sindi-cato e, diante dos fatos, se aper-

cebeu de que não poderia es quivar-se à m issão que o ins tante his tóri-co lhe im punha.

O Sindicato preparava-se paradesmontar a farsa da morte deVladimir. E, ess a operação, teria deser organizada juntando todas aspeças conscientes da sociedade.Diretoria e presidente interagiramde mãos dadas com o conjunto dacategoria diante dos primeiros do-cumentos que deveriam s er coloca-dos a público para denunciar o as-sass inato. Audálio lembra: “Vi emtodos os ros tos (dos colegas da di-retoria) sinais de aprovação. Com e-çava a nascer e a se fortalecer, nasala apinhada, a unidade da qual

resultaria a mais contundente de-núncia até então feita a um crimeda ditadura militar”.

Dali o movimento contra abarbár ie derivou para o cul toecumênico na Sé e extrapolariamais tarde para as praças , rom pen-do comportas com tal ímpeto, quenunca mais poderia ser contido pe-las forças da intolerância. O Sindi-cato tornou-se um dos lugares (ooutro seria a Cúria Metropolitana)onde, parafraseando uma frase doJuca Kfouri, quem tivesse medo,poderia, ali, tê-lo com segurança.

O autor da obra viveu na pele ena alm a aqueles fatos , no trato co-tidiano com os colegas e nos diálo-gos que precis ou m anter, porinjunções do cargo, com segmen-tos dos que haviam usurpado e seempoleirado no poder. E ele reco-nhece: “Percebi a importância, agrandeza daquele momento. Erapreciso ser digno dele”. E foi.

O livro é o documento acaba-do, elaborado pelo profissional quesofreu o impacto das pressões deum regime para o qual, sobretudopara os seus órgãos de repressão,todos eram culpados, antes mes-mo de serem suspeitos. Foi escri-to por quem soube estabelecer umnexo entre a emoção e a razão emanteve a coerência do testemu-nho his tórico. Acredito que nenhu-m a outra pessoa, senão ele, pode-ria tê-lo escrito.Nildo Carlos Oliveira é escritor

e jornalista. Autor da novelaM adalena e Com a idade da terra

(contos).

Página 4 - dezembro de 2012

Indicador Profissional

“Passei este f im de semanamergulhada no húmus de seubelo/comovente Sangue Por-tuguês. Transpor tou-mepara os longínquos temposem que eu viajava frequen-temente para as terras lu-sas... Saudades!!! Que domo seu! Transformar as emo-ções em palavras... Comodisse Elisa Guimarães, nafunda / certeira apresenta-ção, “arte é resgate- formamágica de recriar o mundo edesvelar o real”. Oxalá, estasua épica/emocionante reco-lha seja descoberta pelos lei-tores brasileiros, como umaespécie de “mapa” que oslevará a encontrar as nossas“raízes, formação, lusofonia” ... o nos-so oculto “sangue por tuguês”.. . onosso “pertencimento” às origens...as nossas Raízes na História...”

Nelly Novaes Coelho é escritora,professora da Universidade de SãoPaulo e crítica literária.

“Sangue Português é conjuntode inspirados poemas de culto à mi-tologia luso-brasileira, herança cul-tural que nos embala e ajuda a com-por a consciência crítica possível. Aautora evoca os grandes escritores,assim como destaca a cultura popu-lar. Gostei da canção “Neguinho daGuiné” e das compos ições deexaltação dos espaços da lusofonia.”

Fábio Lucas é professor, crítico lite-rário e membro da Academia Paulistade Letras e da Academia Mineira deLetras.

Sague Português: Raízes, Formação e Lusofonia, de Raquel Naveira, São Paulo, Editora Arte e Ciência, 2012.

Fortuna Crítica sobre o Livro Sangue Português

“Já li, vou reler com frequência,o seu último li-vro Sangue Por-tuguês. Não co-meterei injustiçase disser queesse é seugrande livro,com atonicidade líricaocupando todosos espaços. Apr imeira parte,temática, envol-vendo literatu-ra, história e mi-tos de Portugal,é um admirávelapoio culturalpara professo-

res e alunos, embora se destine àcomunidade de leitores: essa bravagente que mantém viva a fé na lite-ratura de qualidade. Os seus poe-mas continuam belos e plenos de lu-cidez.”

M afra Carbonieri é poeta e mem-bro da Academia Paulista de Letras.

“Tive o amável privilégio de es-cutar a campainha do meu aparta-mento tocando pela manhã e o car-teiro entregava-me uma encomendaque continha o livro Sangue Portu-guês: raízes, formação e lusofonia.Ainda ensonado, assinei o impressoconfirmando a recepção.

Abri o envelope com cuidado eolhei de modo inquisitivo a brochurade azulejos e cor púrpura do livro depoemas de Raquel Naveira conten-do uma agradável dedicatória: “Aoescritor português, Miguel Martins de

Menezes, com amizade e admiração,envio estes poemas luso-brasileiros”.De imediato abri o livro de modo ale-atório deparando-me com o poema“Confissão de Mariana”, dedicado àextraordinária poetisa portuguesaSóror Mariana Alcoforado, começan-do uma autêntica viagem pela erudi-ção da língua, cultura e história dePor tugal.

Estava abismado, passei o diatodo lendo e relendo esta obra fan-tástica, surpreendido pelo facto de asua autora ser de origem brasileira,o domínio da língua portuguesa fas-cinava-me. Hav ia uma palavra nacapa que me era muito cara“lusofonia”, e nessa viagem perdi-mereconfortado pelo facto da autora serde origem brasileira. Af inal essa via-gem era partilhada por um estado deconsciência comum que ao longo dolivro me devolvia a identidade de serportuguês sem bandeiras ou cruza-das, apenas um estado de consci-ência...

A poesia de Raquel Naveira érica. A autora encontra a beleza noselementos descritivos que constroembreves traços de uma ideia. Depres-sa percebi a liberdade de sua cons-trução, desligada das limitaçõesrímicas e sonoras, e mais preocupa-da na estruturação mental da ima-gem que transmite ao leitor que co-meça uma viagem de erudição sema obrigatoriedade compulsiva de umchicote, mas sim com o êxtase incom-parável do deleite.

Voltei à primeira página e ao ín-dice remissivo da obra completamen-te encantado, viajando entre “LordByron em Sintra”, “Florbela Espan-ca” , “D. Mar ia, a Louca” ,“Moçambique” (dedicado a MiaCouto) e perdi-me na viagem épico-lusitana assombrado pelo que via.

Mas quem era Raquel Naveira?Perguntava a mim próprio intrigadopor aquele percurso sem destinoonde acabava mergulhado sem es-forço. Pouco a pouco ia descobrin-do a autora que aqui tenho o privilé-gio de divulgar a todos os países delíngua portuguesa, mas em especi-al a um: Portugal.

Raquel Naveira transmite umestado de consciência lusófona quetodos os portugueses de boa cepadeveriam possuir. Aconselho viva-mente a leitura de Sangue Portugu-ês de Raquel Naveira a todos os apai-xonados pela poesia e pela culturalusófona. Aos brasileiros pretendoapenas dizer que Raquel Naveira éa prova viva de que o domínio deuma língua, nada tem a ver com aorigem, nem com a vontade políticados Homens, mas sim com o seu es-tado de consciência no uso dessaferramenta a que se chama escrita.”

M iguel M artins de Menezes é esc ri-tor moçambicano, radicado emCoimbra/Por tugal.

Página 5 - dezembro de 2012

Vestibular & Concursos

Sonia Adal da Costa

Sonia Adal da Costa, professora de cursos preparatórios paraconcursos públicos e v estibular, formada pela Univ ersidade

de São Paulo, é pós-graduada em Teatro Infanto-Juvenilpela Univ ersidade de São Paulo.

Caio Porfírio Carneiro

Caio Porfírio Carneiro é escritor,crítico literário e membro

do Instituto Histórico eGeográfico de São Paulo.

1 - Coloque o pronome pes-soal, fazendo as adaptações ne-cessárias:

a) Ajudaram o rapaz.b) Vou divid ir os pães .c) Vou ajudar a professora.d) Vamos fazer as tarefas .e) Vou arrum ar o quarto.

R:a) Ajudaram-nob) Dividi-losc) Ajudá-La

d) Fazê-lase) Arrumá-lo

2 – Ass inale a alternativa cor-reta quanto ao us o do hífen.

a) Microondasb) Contraataquec) Auto – es tradad) Extraescolare) Microônibus

R: d – Coloca-se hífen quan-do a 1º palavra term inar com vo-gal igual à letra que começar a s e-gunda.

Valendo-se de suaversatilidade e sens ibili-dade poéticas, Rita deCássia surpreende de li-vro para livro. Não noformalism o criador, quesua poesia, liberta demetáforas enganosas,quase sempre elítica eessencial, é de umaexpressividade grande ecós m ica; mas na variaçãotemática, com o seu como dizerpoético multifacetado, a um tem-po contido e inversam ente expan-sivo, fo tográ fico, em ci randaim pres sionista, palp itante evívido,lírico, humano e denuncian-te . Toda esta pu lsação criadora sur-preende, palpita, e não cai na re-dundância.

Cajueiro florido (Fortaleza,CE., 2012, de belíss ima apresen-tação grá fica, capa e fo tosilus trativas de Beatriz Alcântara),oúltimo livro entregue ao público éum degrau a m ais na sua caminha-da poética. Cada criação,tal com onos l ivros anteriores, é umasequência de achados poéticos. Aautora, sens ível observadora davida sentida, ida ou presente, tudotransmuda vibrantemente em po-esia. Voltada sentimentalmentepara as belezas ecológicas , fez deCajueiro florido, já pe lo títu lo , um asíntese de sensações humanas esociais . Citação ao acaso: "Amorescondido/ Amor guardado/Amoresquecido . . ."in Amor& Cia. Ou-tra: "Na espera do tempo/percom inha identidade". . . in Identida-de. As citações seriam continua-

VERSATILIDADE POÉTICA

das para esta afirmação: a poetisaestá em permanente tempo de es-pera, e o que lhe vem a relevo, derepente, é ungido, dentro da variaçãotemá tica, de uma benquerençasubjacente notável. Um anjo bomacompanha a sua poesia, e dele sesocorre, como contra-espelho, nãoem busca de dualidade na mensa-gem criada, antes para que a cria-ção poética caminhe por veredasm ais profundas, com o acontece.

Tal como afirm a a autora no iní-cio do poema Certeza :

"Questiono, questionamos/avida doce e am arga/dos dias curtos ,corridos/no espaço perdido/nos tem-pos febris ". . . .

Eis aqui, neste livro, o exem plodo s imples s em ser fácil. Cajueiro flo-rido é a mais recente floração de umapoetisa irmanada e sacralizada àspalpitações da Vida, na sua essên-cia e es s encial idade, s emfulgurações duvidosas , tal o fruto deum cajueiro ou um pássaro que ape-nas voa.

Conheci o mestreHernâni Donato emconversas abertasacerca dos velhos ca-minhos que formavam oPiabiyu (ou Peabiru) e,logo, também sobre ahistoriografia luso-ame-ricana, e aí revelou-seo amigo a propor op-ções de estudos, aferi-ções. Hernâni Donatoera um intelectual semtempo, pois, atravessougerações com os seusestudos e os seus livros.

A coleção literária que noslegou posiciona-o no patamarda rara intelectualidade que sou-be, e sabe, honrar as raízessócio-his tóricas . A essênc iahumaníssima de Hernâni Donatologrou abastecê-lo com o olharholístico, livre de patrulhamento

Hernâni Donatoum mestre e um amigo

João Barcellos

Hernâni Donato

ideológico e outros crimes queassolam a função de escritor[a].Por isso, a sua vida foi um abra-ço fraternal a abrir novas estra-das culturais para um Brasilmais brasileiro.

di vulgação

João Barcellos – escritor /conferencista.

Página 6 - dezembro de 2012

A formação do único grandemonarca brasileiro, o imperador domPedro II, tem sido tomada por histori-adores e educadores no Brasil e noexterior como modelo refinado deseriedade, dedicação, eficiência edignidade. Os que procuram em nos-sa história uma imagem destacadade administrador e juiz, a uma só vezisento e devotado defensor das cau-sas e dos interesses nacionais, vol-tam sempre à mesma figura de ho-mem culto, elegante e discreto querecebeu por batismo, como era cos-tume nas  monarquias da época, olongo nome de Pedro de AlcântaraJoão Carlos Leopoldo SalvadorBibiano Franc isco Xav ier de PaulaLeocádio Miguel Gabriel Raf aelGonzaga.

Dom Pedro II f oi uma c riançasolitária e pouco cercada do afetotradicional que envolve a família bra-sileira, uma vez que perdeu sua mãecom apenas um ano de idade, tendoo pai, dom Pedro I, casado em se-gundas núpcias com a princesa d.Amélia. Aos cinco anos ele já era oimperador do Brasil, estando o po-der de fato nas mãos da chamadaRegência Trina, composta pelo mar-quês de Caravelas , pelo senadorVergueiro e pelo general Lima e Sil-va. Em 1837, ao completar noveanos, o imperador já falava e escre-via em francês e inglês.

Seus professores foram, natu-ralmente, os melhores de sua épocano Brasil. Seu primeiro amigo foi FélixEmílio Taunay, que lhe ensinava gre-go e história universal sob um ângu-lo liberal e independente. O latim, areligião e a matemática, ministradospor f rei Pedro de Santa Mar iana,eram temperados com ideiashumanis tas e ao disc ípulo eramabertas questões de todo gênero. Asciências e as artes vinham acompa-nhadas dos of ícios mecânicos, demodo a não separar teoria e práticaem todos os conhecimentos. O ra-paz alto, de olhos azuis e muito tími-do que cresceu no palácio de SãoCristóvão, no Rio, foi desde cedo umapaixonado da arte e da beleza e foitambém fascinado pela ciência e pelatécnica. 

Essa formação ajudou a criar osábio moderno que de f ato domPedro II foi no tempo em que viveu.

D. Pedro II e seus amigos judeusLuiz Carlos Lisboa Quando em 18 de julho de 1840 foi

coroado  imperador do Brasil, tinhaamadurecido como pensador, masainda havia nele um vazio afetivo etrês anos depois acabou por cederà sugestão de conselheiros de pro-curar uma esposa nas casas reaisda Europa. Casou-se com TherezaMaria Christina, descendente dosBourbon e dos Habsburgo, e com elateve três f ilhos, d. Afonso, a prince-sa Isabel e d. Pedro A fonso, quemorreu precocemente.

Por esse tempo, os sempre re-novados conflitos e perseguiçõesreligiosas no continente europeu f i-zeram com que muitos estrangeirosmigrassem para o Brasil. Dedicadoaos estudos de história e ao apren-dizado de línguas, o imperador ha-v ia se interessado, além dosânscrito,  pela língua hebraica, pelahistória do povo judeu e suas vicissi-tudes.

No Brasil, os judeus só come-çaram a se organizar após 1808,depois que novas ondas migratóriaschegaram a Pernambuco e a outrosEstados brasileiros. Nas f inanças, ojudeu Dênis Samuel fora dos primei-ros a ganhar a confiança da CasaReal. Em 1872, d. Pedro II foi a Lon-dres e lá se encontrou com esse ex-perimentado banqueiro que hav iaservido com lealdade o primeiro e osegundo impérios no Brasil, na suarelação com os mercados f inancei-ros europeus. Também o f inancistaJosé Buchental, casado com a f ilhada baronesa de Sorocaba, havia im-pressionado o imperador com a se-riedade com que abordava os temasde sua especialidade. Eram homenshonrados e muito minuciosos.

A partir daí, o imperador aproxi-mou-se cada vez mais daqueles quepartilhavam com ele a objetividade ea inclinação pelo desenvolvimentopessoal e, principalmente, pelas cau-sas nac ionais. Essa aproximaçãonatural e esse interesse mútuo sãomostrados com elegância e simplici-dade na obra D. Pedro II e seus ami-gos judeus, de Sonia Sales (editoraKelps, 2011, Goiás), a partir de ela-borada pesquisa nos arquivos doMuseu Imperial de Petrópolis, no Ins-tituto Histórico e Geográf ico Brasilei-ro e na Biblioteca Nacional no Rio deJaneiro.

Com o problema das secas edas enchentes no Brasil abordadocom notável minúc ia por Charles

Nathan em carta dirigida ao impera-dor, este descobriu que podia con-tar com estrangeiros que ofereciamsua experiência no Brasil para aju-dar em diferentes e variadas circuns-tâncias. Foram muitos os nomes dedescendência judaica que ajudaramcom ideias e f inanciamento aqueleBrasil que começava a crescer noSegundo Império brasileiro, mas ha-via também os inúmeros outros quepartilharam da amizade pessoal doimperador por seu brilho pessoal esua preferência por discutir as ques-tões que empolgavam d. Pedro II. Odr. Karl Henning, prof essor dehebraico e sânscr ito do imperador,os pianistas Louis Moreau Gottschalke Alexandre Levy foram alguns de-les.

A correspondência do impera-dor com artistas e intelec tuais nomundo chamou sempre a atenção dehistoriadores que es tudaram suavida. Intelec tuais judeus, como ogrão- rabino f rancês BenjamimMossé, declaravam de público suaadmiração pelo grande f ilósofo epensador de brilho, dono de admirá-vel modéstia, que era o monarca bra-sile iro.

O livro de Sonia Sales é ilustra-do com fotos, cartas recebidas e cor-respondência enviada pelo impera-dor àqueles que o honraram, segun-do ele mesmo dizia e escreveu, comsua amizade. E entre as cartas háuma do escritor francês Victor Hugoque traça um perf il do monarca doSegundo Império brasileiro: “Soishomem de sentimentos elevados:sois uma nação generosa. Tendes adupla vantagem de uma terra virgeme de uma raça antiga. Um passadohistórico vos prende ao continentecivilizador. Reunis a luz da Europa aosol da América. É em nome da Fran-ça que vos glorif ico”.  

Luiz Carlos Lisboa é jornalista eescreve de Princeton, EUA.

OH,vai-te por entre essas brumasEm busca da nova vida que te esperaQuerubins forrarão de alvíssimas plumasTeus novos caminhos nessa outra esfera.

Quantas vezes peguei-te a contemplarOlhos no horizonte tentando buscarO Paraiso sonhado em terrena vidaVá agora em paz,irmã querida.

Foi tua humana lida de dedicaçãoAo próximo com amor e desvelo cuidasteTens hoje por recompensa de tua missãoAs preces daqueles que ajudaste.

Quantas vezes a censurei dizendoAjudas a quem talvez nem mereçaMas há crianças, ias me respondendoE nessa idade a fome tem pressa.

Vai-te agora,irmã queridaA Deus entrega tua alma puraTriste vai ser sem ti a vidaEm meu coração,só amargura.

Hilda Mendonça é professora,folclorista, contista, cronista e poeta.

Hilda Mendonça

MINHA IRMÃ

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Notícias de PiracicabaLançamentos & Livros

di vulgação

Profa. Sonia Adal da Costa

Revisão - Aulas Particulares - Digitação

Tel.: (11) 2796-5716 - [email protected]

Malditos Paulistas , romance de Marcos Rey, Glo-bal Editora, São Paulo, 160 páginas, 2ª edição.

A obra pós tuma foi publicada inicialmente em2003. O enredo acontece na cidade de São Paulo e apersonagem central é um carioca que trabalha comomotorista numa mansão do Morumbi e desperta a suavontade de ser um Sherlock. Ao sair da prisão, acusa-do de roubo, descobre a joia que fora acusado de rou-bar, recupera o bom nome e desvenda o mistério dafortuna do patrão.

Editora Global: w w w.globaleditora.com.br

Águas Turvas, de Rodolfo Konder, RG Edito-res , São Paulo, 152 páginas .

O autor é escritor, jornalis ta, diretor da repre-sentação São Paulo da Ass ociação Brasileira de Im-prensa e membro do Conselho Municipal de Edu-cação.

A obra, um diário de viagem, reúne crônicasque têm como cenário os Países que percorreuquando foi exilado político.

RG Editores: www.rgeditores.com.br

Estranhos Próximos, poem as de És io MacedoRibeiro, FAC, São Paulo, 134 páginas .

A obra foi publicada com recursos do Fundo deArte e da Cultura da Secretaria de Estado da Cultura.

O autor é es critor, bibliófilo, fotógrafo e Mestre emTeoria Literária e Literatura Com parada e Doutor emLiteratura Bras ileira pela USP.

Segundo Luiz Rufato, “O convite que o poeta fazé esse: dê-m e a mão e deixe-se conduzir para os ig-notos recônditos do ontem, que eu o trarei de voltapara a luz que já vejo m ais além.”

Ésio Macedo Ribeiro: [email protected]

Ária Imperfeita, poemas de Francisco MouraCampos, RG Editores, São Paulo, 88 páginas.

O autor, escritor, poeta e engenheiro, foi sócio-fundador da Editora Metrópolis.

Segundo Levi Bucalem Ferrari, “O que esse li-vro nos oferece é a poesia simples, da melhor qua-lidade, para ser lida e relida, amada e rememorada,cumprindo o Legado pretendido pelo autor: ‘MinhaPoesia. / Sinto que vieste para f icar: / - Só te importecantar o transitório, no timbre inconfundível do pere-ne’.”.

RG Editores: w w w.rgeditores.com.br

A Festa de Confraterniza-ção do Centro Literár io dePiracicaba, Grupo Oficina Literáriade Piracicaba, Clube dos Escrito-res de Piracicaba e da AcademiaPiracicabana de Letras, realizadano sábado, dia 15 de dezembro, às15 horas, na Biblioteca Municipalde Piracicaba, reuniu membros deseis entidades literárias e contoucom a presença de Rosani AbouAdal, editora do jornal LinguagemViva, e de Lucila Silvestre, queexerceu o cargo de bibliotecária daBiblioteca Municipal de Piracicaba.

Estação Grande Sertão, jogocriado com base na obra do escritorGuimarães Rosa sobre a jornada dopersonagem Riobaldo em sua traje-tória pelo sertão, será realizado até30 de dezembro, de terça a sexta,das 13h15 às 21h30; sábado, do-mingo, das 9h30 às 17h45, no SESCPiracicaba. Projeto cenográf ico:TG3. Conteúdo interativo: EstúdioUsina Animada.

Irineu Volpato lançou o livro depoemas e por que não vão um vauum vôo.

POESIA AO VENTO, evento co-ordenado por Irineu Volpato, que terácomo tema 90 anos da Semana deArte Moderna, será realizado no dia21 de dezembro, sexta- feira, às18h30, no SESC Piracicaba.

Esta Sala é Um a Piada, exposi-ção que abriga charges, cartuns, ti-ras, caricaturas e microcontos de hu-mor inspirados na temática “Intolerân-cia” expostos na edição 2012 do Sa-lão Internac ional de Humor dePiracicaba, f icará em cartaz até o dia24 de dezembro, de terça a domingo,das 10 às 18 horas, no Museu da Lín-gua Portuguesa, Praça da Luz s/n, emSão Paulo.

A mos tra, com curador ia deRaphael Ramos da Costa FioranelliVieira, é realizada pela Secretaria deEstado da Cultura de São Paulo, emparceria com a Prefeitura Municipalde Piracicaba.

Informações: (11) 3326-0775.

Ana Marly Jacobino e Angela Reyes

Rosani e Iv ana de Negri

Confraternização na Biblioteca de Pircacicaba. Em pé: João Negreiros Athayde.

Golp

Golp

Linguagem Viva

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Prof. Sonia

Notícias

Ana Maria Machado foi agra-ciada com o VIII Prêmio Ibero-ameri-cano de Literatura Infantil e Juvenilda Feira Internacional do Livro deGuadalajara. A presidente da Acade-mia Brasileira de Letras receberá 30mil dólares.

Ana Maria Machado, Presiden-te da Academia Brasileira de Letras,foi agraciada com a Medalha MéritoTamandaré pela Marinha do Brasil,no dia13 de dezembro, no Quartel dacorporação, no Rio de Janeiro.

Academia Brasileira de Le-tras realizou sessão solene de pos-se da nova diretoria no dia 13 dedezembro, no Petit Trianon. A direto-ria empossada foi Ana Maria Macha-do (Presidente), Geraldo HolandaCavalcanti (Secretár io-Geral) ,Domício Proença Filho (Primeiro-Se-cretário), Marco Lucchesi (Segundo-Sec retário) e Evanildo CavalcanteBechara (Tesoureiro).

O Fundo Nacional de Desen-volvimento da Educação está cominscrições abertas para a edição2014 do Programa Nacional Biblio-teca da Escola. As editoras poderãoinscrever crônicas, novelas, roman-ces, bibliograf ias, entre outros gêne-ros, até o dia 13 de fevereiro de 2013,no Sistema de Material Didático doFNDE.

A Biblioteca de São Paulodisponibiliza na internete o catálogode liv ros e DV Ds no link http://bi bl iot ec ade sa op aul o. org .b r /catalogo_bn/

A Câmara Brasileira do Livrorealizará eleições para eleger a novadiretoria no dia 22 de fevereiro de2013, sexta-feira, na sede da enti-dade. As chapas poderão ser inscri-tas até o dia 23 de janeiro. Informa-ções: [email protected].

Ediçõe s Loyola e o Spor tClub Corinthians Paulista fecha-ram parceria para promover a açãode incentivo à leitura intitulada: “Pe-quenos Torcedores, Grandes Leito-res”, que conta com o apoio da Fieltorcida.

O Fórum Nacional Setorial doLivro, Leitura e Literatura, realiza-do nos dias 13 e 14 de dezembro,elegeu representantes para o man-dato 2013/2014. A relação está emforumdeliteraturace.w ordpress.com/Nesse fórum .

O Grupo Editorial Recor dcompletou 70 anos em dezembro. Aempresa, fundada por Alf redo Macha-do e Déc io Abreu em 1942, come-çou como uma distribuidora de his-tórias em quadrinhos. A Record doa-rá 70 mil livros do seu acervo para aFundação Biblioteca Nacional.

Mary Del Priori foi agraciadocom o Prêmio Pen Clube Brasil comHistórias íntimas, Editora Planeta. Oc ineasta Julio Lellis f ará umdocumentár io da obra que serálançada em 2013.

A Associação Paulista de Crí-ticos de Artes laureou O céu dossuicidas, de Ricardo Lísias (roman-ce), O som da revolução - Uma his-tória cultural do rock 1965/1969, deRodrigo Merheb (Ensaio/Crítica), Amáquina do poeta, de Nelson Cruz(Infanto-Juvenil), Um útero é do ta-manho de um punho, de AngélicaFreitas (Poesia), Aquela água toda,de João Anzanello Carrascoza (Crô-nicas/Reportagens ), Ul ysses , deCaetano W. Galindo (Tradução) eMarighella, o Guerrilheiro que Incen-diou o Mundo, de Mário Magalhães(Biograf ia).

A Editora Unesp inaugurou aLivraria Unesp móvel, no dia 11 dedezembro, em frente à Catedral daSé, em São Paulo. A livraria, adapta-da em um trailer personalizado, cir-culará pelas praias do litoral paulistano mês de janeiro.

M ar co Mar conde s lançouBIOGRAPHIA, poemas que retratamexperimentações de linguagem nasobservações de realidades intrínse-cas e extrínsecas do ser humano.

A Editora Mackenzie lançouCristianismo Reformado: Uma histó-ria contada por meio da filatelia, deMaurício Melo de Meneses - presi-dente do Conselho Deliberativo doInstituto Presbiteriano Mackenzie. Aobra foi premiada pela AssociaçãoBrasileira de Jornalistas Filatélicos.

Larissa Pelúcio, professora doDepartamento de Ciências Humanasda Faculdade de Arquitetura, Artese Comunicação da Unesp de Bauru,lançou a coletânea Olhares Pluraispara o Cotidiano – Gênero, Sexuali-dade e Mídia.

O Senado aprovou o projetoque cria o Vale-Cultura que seguirápara sanção da presidente DilmaRoussef f . O benef ício, no valor de R$50,00 por mês, será destinado a tra-balhadores que ganham até cincosalários mínimos para compra de li-vros, ingressos para shows e peçasde teatro.

O Ministério da Educaçãoreeditará obras de Paulo Freire, Ce-cília Meireles, Fernando Azevedo eDarcy Ribeiro.

CATADOR – Uma história daCoope rativa dos Catador es daBaixada do Glicér io , doCooperglicério, foi lançada no dia 8de dezembro, na sede da cooperati-va. A obra apresenta um pocket show"Canções Velhas Para EmbrulharPeixes", com Peri Pane, Arruda, Mar-celo Dw orecki e Otávio Ortega. Oslivros serão distribuídos gratuitamen-te.

A Biblioteca Padre AntônioVieira, do Pateo do Collegio, em SãoPaulo, reúne um acervo de livros ra-ros, manuscritos escritos por jesuí-tas desde o século XVI, coleções defolhetos sobre política e eventos doBrasil e amplo acervo fotográf ico dahistór ia do País. http://w w w.pateocollegio.com.br/new site/conteudo.asp.

Décio Pignatari, poeta,ensaísta, contista, romancista, pro-fessor, advogado e tradutor, faleceuno dia 2 de dezembro, aos 85 anos,no Hospital Universitário da USP, emSão Paulo. Foi um dos fundadoresdo movimento Concretista junto comAugusto e Haroldo de Campos. Au-tor do ensaio Informação, Linguageme Comunicação, Poesia Pois é Poe-sia (obra reunida), O Rosto da Me-mória (contos), Panteros (roman-ce), entre outros livros.

Jos é Manuel Caballe r oBonald foi laureado com o PrêmioCervantes 2012, pelo conjunto desua obra.

O Prêmio Jabuti realizou ses-são solene de entrega dos prêmiosno dia 28 de novembro, na Sala SãoPaulo. Miriam Leitão, com o livro Sagabrasileira: a longa luta de um povopor sua moeda, foi laureada com oPrêmio de Livro do Ano de Não Fic-ção, e Stella Maris Rezende, com Amoc inha do Mercado Central, f oiagraciada com o Prêmio Livro do Anode Ficção. A lista dos vencedores emhttp://w w w.premiojabuti.com.br/resul-tado-fase-vencedores-2012 .

Galeno Amorim, presidente daFundação Biblioteca Nacional, eWolf gang Bader, diretor geral doCentro Cultural Brasil-Alemanha /Goethe-Institut São Paulo, assina-ram, no dia 29 de novembro, termode parceria para aprofundar as co-operações entre o Brasil e a Alema-nha no campo da literatura, da tra-dução e do intercâmbio cultural. Aparceria prevê o desenvolvimento deprojetos para fortalecer a presençado Brasil no contexto da Feira do Li-vro de Frankfurt 2013, quando o Bra-sil será o país homenageado.

Eunice Arr uda, MarcelinoFreire, Thiago Cervan e GuilhermeZarvos participaram da Balada Lite-rária!, no dia 1 de dezembro, na Bi-blioteca A lceu Amoroso Lima, em SãoPaulo. http://baladaliteraria.zip.net/

Dalton Trevisan foi agraciadocom o Diploma Prêmio Camões 2012,promovido pelo Ministério da Cultu-ra, Instituto Camões e Fundação Bi-blioteca Nacional.

Maria Lucia Homem lançou Nolimiar do silêncio e da letra - traçosda autoria em Clarice Lispector, pelaEditora Boitempo.

Guimarães Rosa em tradu-ção: o texto literário e a versãoalemã de Tutaméia, de Gilca Ma-chado Seidinger, integra a ColeçãoPropg ebook da Editora Unesp.

O Fe st ival L ite ratur a e mVídeo 2012 divulgou os f inalistas nosite w ww.literaturaemvideo.com.br.

Luiz Alberto Machado lançou,na Feirinha Literária e Cultural da 3ºFesta Literária de Marechal Deodoro,30 anos de arte cidadã, que reúnepoemas, letras de músicas e fotos.

A Revista da Biblioteca Má-rio de Andrade, edição nº 68, 224páginas, foi lançada em Coediçãocom a Editora Imprensa Of icial doEs tado de São Paulo e BibliotecaMário de Andrade.

O Prêmio Vivaleitura, promo-vido pelo Ministér io da Cultura, Mi-nistério da Educação, Plano Nacio-nal do Livro e da Leitura, pela Fun-dação Biblioteca Nacional e Organi-zação dos Estados Ibero Americanos,divulgou os projetos f inalistas emw w w.premiovivaleitura.org.br .

di vulgação

Ana Maria Machado

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Galeno Amorim