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WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 1 TEORIA DA PENA UNIDADE II – PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE VALDINEI CORDEIRO COIMBRA Mestrando em Direito Penal Internacional pela Universidade de Granada/Espanha Especialista em Direito Penal e Processual Penal pelo ICAT/UNIDF Especialista em Gestão Policial Judiciária – APC/FORTIUM Delegado de Polícia Civil do Distrito Federal Ex-analista judiciário do TJDF Ex-agente de polícia civil do DF Ex-agente penitenciário do DF Ex-policial militar do DF [email protected] Penas Privativas de Liberdade (CP, art. 33 – reclusão e detenção) As penas privativas de liberdade são as mais utilizadas e surgiram em época remota, inicialmente não era pena propriamente dita, e sim uma retenção provisória para assegurar a presença do réu durante o processo de julgamento, para ao final, aplicar-lhe a pena (morte, banimento, mutilação, o exílio, trabalho forçado). O Código Penal adota dois tipos de pena privativa de liberdade, ou seja, a de reclusão e a de detenção, não havendo nenhuma distinção ontológica (valorativa) entre elas. Ambas visam despojar o apenado de sua liberdade. Nosso Direito Penal prevê ainda a pena de prisão simples, como privativa de liberdade (só para as contravenções penais). Curiosamente, na parte especial do Código Penal, temos dois delitos punidos alternativamente com pena de reclusão ou detenção, sendo eles o crime de bigamia, previsto no art. 235 § 1º do CP; e o de Falsificação de sinal empregado no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária em sua forma qualificada, no art. 306, § único. As penas privativas de liberdades serão cumpridas em regimes prisionais, que estão definidos no CP, como sendo regime fechado, semi- aberto e aberto. A pena de Reclusão: é cumprida em três regimes (art. 33 do CP), fechado, semi-aberto e o aberto. A Detenção: é cumprida em regime semi-aberto e o aberto (art. 33 do CP). Poderá ser cumprida em regime fechado, mas apenas na hipótese de regressão de regime. A Prisão Simples, em regime semi-aberto ou aberto, sem rigor penitenciário.

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TEORIA DA PENA

UNIDADE II – PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

VALDINEI CORDEIRO COIMBRA

Mestrando em Direito Penal Internacional pela Universidade de Granada/Espanha Especialista em Direito Penal e Processual Penal pelo ICAT/UNIDF

Especialista em Gestão Policial Judiciária – APC/FORTIUM Delegado de Polícia Civil do Distrito Federal

Ex-analista judiciário do TJDF Ex-agente de polícia civil do DF Ex-agente penitenciário do DF

Ex-policial militar do DF [email protected]

Penas Privativas de Liberdade (CP, art. 33 – reclusão e

detenção) As penas privativas de liberdade são as mais utilizadas e surgiram

em época remota, inicialmente não era pena propriamente dita, e sim uma retenção provisória para assegurar a presença do réu durante o processo de julgamento, para ao final, aplicar-lhe a pena (morte, banimento, mutilação, o exílio, trabalho forçado).

O Código Penal adota dois tipos de pena privativa de liberdade, ou seja, a de reclusão e a de detenção, não havendo nenhuma distinção ontológica (valorativa) entre elas. Ambas visam despojar o apenado de sua liberdade. Nosso Direito Penal prevê ainda a pena de prisão simples, como privativa de liberdade (só para as contravenções penais).

Curiosamente, na parte especial do Código Penal, temos dois delitos punidos alternativamente com pena de reclusão ou detenção, sendo eles o crime de bigamia, previsto no art. 235 § 1º do CP; e o de Falsificação de sinal empregado no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária em sua forma qualificada, no art. 306, § único.

As penas privativas de liberdades serão cumpridas em regimes prisionais, que estão definidos no CP, como sendo regime fechado, semi-aberto e aberto.

A pena de Reclusão: é cumprida em três regimes (art. 33 do CP), fechado, semi-aberto e o aberto.

A Detenção: é cumprida em regime semi-aberto e o aberto (art. 33

do CP). Poderá ser cumprida em regime fechado, mas apenas na hipótese de regressão de regime.

A Prisão Simples, em regime semi-aberto ou aberto, sem rigor penitenciário.

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Algumas conseqüências quanto ao fato do crime ser punido

com reclusão ou detenção: a) Para a infração penal punida com reclusão a medida de

segurança será sempre detentiva (manicômio judiciário); já para o autor de crime punido com detenção, a medida de segurança poderá ser convertida em tratamento ambulatorial (hospital psiquiátrico), ou seja, de natureza restritiva;

b) Nos crimes punidos com reclusão, praticados com dolo, pelos pais, tutores ou curadores contra os respectivos filhos, tutelados ou curatelados, como efeito da condenação, tem-se a perda da capacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela.

c) Executa-se primeiro os crimes punidos com reclusão, depois a detenção ou prisão simples, em caso de condenação por mais de um crime;

d) A prisão temporária somente poderá ser decretada, em alguns crimes punidos com reclusão, previstos na Lei 7.960/89 (rol taxativo);

e) Os crimes punidos com reclusão admitem a decretação de interceptação das comunicações telefônicas (Lei nº 9.296/96), os punidos com detenção não;

Regimes de cumprimento de pena Pena de reclusão: 1) Regime Fechado: (estabelecimento penal de segurança máxima, ou média, de acordo com o mérito do condenado), quando a pena de reclusão for superior a oito anos, ou reincidente em pena de reclusão (ver § 2º e 3º do art. 33 do CP1). Regras do regime fechado:

a) o condenado será submetido a exame criminológico2 (art. 8º da LEP), para individualização da execução; 1 § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.

§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código. 2 Exame criminológico: trata-se de uma investigação médica, psicológica e social do condenado, com vista a designá-lo ao estabelecimento adequado e a escolha dos métodos de tratamento. É realizado pelo Centro de Observação- CO (art. 96 da LEP) ou na falta deste pela Comissão Técnica de Classificação - CTC (art. 98 da LEP), que utilizará peças ou informações do processo e poderá entrevistar pessoas, requisitar de repartições ou estabelecimentos privados dados e informações a respeito do condenado e realizar outras diligências e exames necessários (art. 9° da LEP).

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b) não pode freqüentar curso superior, todavia pode trabalhar externamente em serviços ou obra pública (§ 3° do art. 34 do CP).

c) A LEP3 – Lei 7.210/84, nos arts. 31/35, dispõe sobre a obrigatoriedade do trabalho interno, sendo que os arts. 36 e 37 regulam o trabalho externo para o condenado cumprindo pena no regime fechado. Penitenciária (LEP – Lei nº. 7.210/84)

A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regime fechado (Art. 87). O condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório (art. 88).

São requisitos básicos da unidade celular: a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de

aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana; b) área mínima de 6,00 m2 (seis metros quadrados). Além dos requisitos referidos no item anterior, a penitenciária de

mulheres poderá ser dotada de seção para gestante e parturiente e de creche com a finalidade de assistir ao menor desamparado cuja responsável esteja presa.

A penitenciária de homens será construída, em local afastado do centro urbano, à distância que não restrinja a visitação (Art. 90 da LEP). 2) regime semi-aberto (colônia agrícola, industrial ou em estabelecimento similar), quando o quantum da pena for de reclusão superior a quatro anos e inferior a oito anos e o condenado não for reincidente. Regras do regime semi-aberto:

a) Se o condenado estava no regime fechado exige-se cumprimento de 1/6 da pena para alcançar o semi-aberto, exceto nos casos de crimes hediondos e delitos assemelhados (tortura, tráfico de drogas e o terrorismo) cujo requisito temporal será de cumprimento de 2/5 (se primário) ou 3/5 (se reincidente) da pena, conforme Lei nº. 8.072/90, com a redação dada pela Lei 11.464/07.

b) Se no semi-aberto, pode regredir para o regime mais grave; c) pode freqüentar cursos diversos à noite (supletivos

profissionalizantes e de instrução de segundo grau e superior - Art. 35,§ 2º do CP).

d) pode obter autorização para sair do presídio temporariamente sem qualquer vigilância direta, para visitar a família e também para participar de atividades que proporcionem condições para seu retorno ao convívio social (art. 122 da LEP).4 A Lei nº 10.792/03, alterou a LEP, quanto à exigência do Exame Criminológico como condição para a concessão de progressão de regime, livramento condicional e indulto. 3 Lei de Execuções Penais. 4 Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos: I - visita à família; II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução;

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Colônia agrícola, industrial ou similar (LEP)

A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao cumprimento

da pena em regime semi-aberto (Art. 91). O condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo,

observados os requisitos de salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana (Art. 92).

São também requisitos básicos das dependências coletivas: a) a seleção adequada dos presos; b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de

individualização da pena. 3) Regime aberto: a execução se dá em casa de albergado ou estabelecimento adequado, quando o condenado não é reincidente e sua pena for igual ou inferior a quatro anos. Se as circunstâncias judiciais forem desfavoráveis ao réu, poderá o juiz aplicar o regime mais gravoso. Regras do regime aberto (art. 36 do CP):

a) Se estava no regime semi-aberto, deverá cumprir 1/6 da pena para alcançar o regime aberto, exceto nos casos de crimes hediondos cujo requisito temporal será de cumprimento de 2/5 (se primário) ou 3/5 (se reincidente) da pena conforme Lei nº. 8.072/90, com a redação dada pela Lei 11.464/07.

b) baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado;

c) o condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar e estudar;

d) o condenado deverá se recolher onde o juiz indicar, no período noturno (art. 115 da LEP5);

e) poderá regredir a regime mais rigoroso caso pratique crime doloso, falta grave, frustre os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativa aplicada.6 Casa do Albergado

III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social. 5 Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias: I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga; II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados; III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial; IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determinado. 6 a hipótese sublinhada foi revogada com a Lei nº 9.268/96, que considerou a multa como dívida de valor para fins de cobrança, sem qualquer possibilidade de repercutir negativamente o seu não pagamento, no direito de liberdade do condenado.

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A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena privativa de liberdade em regime aberto e da pena de limitação de fim de semana (Art. 93 da LEP).

O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga (Art. 94 da LEP).

Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos para acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras (Art. 95 da LEP).

O estabelecimento terá instalações para os serviços de fiscalização e orientação dos condenados.

Prisão domiciliar: não existe no CP a hipótese do condenado

cumprir a pena em prisão domiciliar (entre as restritivas de direitos), mas a LEP traz a previsão nas hipóteses relacionadas no art. 117 da LEP, quais sejam:

I - condenado maior de 70 (setenta) anos (estatuto do idoso não alterou e não importa a idade na data do crime, mas sim a da execução); II - condenado acometido de doença grave; III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; (em face do art. 5º, I, da CF, essa hipótese de prisão albergue domiciliar também terá aplicabilidade ao sentenciado do sexo masculino, desde que comprove a dependência do filho). IV - condenada gestante.

Observações em prisão domiciliar: a) A lei 9.605/98, que trata dos crimes ambientais, também prevê a prisão

domiciliar. b) A inexistência de casa de albergado, segundo o STF, não autoriza a

prisão domiciliar, devendo o réu ser recolhido em presídio comum, cadeia pública ou local adequado e não deixado em inteira liberdade, pois este não é o fim da pena. O STJ tem posição diferente7, sob o argumento que o réu não pode ser punido por uma ineficiência do Estado. O TJDF, também8.

c) Crime hediondo e prisão domiciliar: STF: “O fato de o paciente estar condenado por delito tipificado como hediondo não enseja, por si só, uma proibição objetiva incondicional à concessão de prisão domiciliar, pois a dignidade da pessoa humana, especialmente a dos idosos, sempre será preponderante, dada a sua condição de princípio fundamental da República

7 A inexistência de Casa do Albergado não pode impor ao condenado regime mais rigoroso; caso contrário, afrontar-se-á o princípio da legalidade, com flagrante desrespeito do título executório. Na falta de local próprio, por analogia e precariamente, recomenda-se a prisão domiciliar, enquanto inexistente o local próprio (STJ, HC 8.070-MG, rel. Min. Vicente Cernicchiaro, DJU de 07.12.1998, p. 113) 8 TJDF: 1ª Turma Criminal: PRISÃO DOMICILIAR. REGIME ABERTO. INEXISTÊNCIA. ESTABELECIMENTO PRISIONAL ADEQUADO. POSSIBILIDADE. Em face da inexistência de estabelecimento prisional adequado no Distrito Federal, admite-se a prisão domiciliar ao sentenciado sob a égide do regime aberto, de acordo com precedentes do STJ. 20060110001618RAG, Rel. Des. MARIO MACHADO, Data do Julgamento 23/03/2006.

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(art. 1º, inciso III, da CF/88). Por outro lado, incontroverso que essa mesma dignidade se encontrará ameaçada nas hipóteses excepcionalíssimas em que o apenado idoso estiver acometido de doença grave que exija cuidados especiais, os quais não podem ser fornecidos no local da custódia ou em estabelecimento hospitalar adequado.” (HC 83.358, Rel. Min. Carlos Britto, DJ 04/06/04)

Observações gerais: a) Se o condenado a pena de reclusão for reincidente, iniciará o cumprimento

da pena, sempre em regime fechado, não importando a quantidade de pena imposta. Há, contudo, uma possibilidade excepcional de o juiz conceder o regime aberto ao sentenciado à reclusão mesmo que reincidente (se reincidente em pena de multa, posição do STF, em analogia ao Art. 77, § 1°, do CP, que trata do sursis ao reincidente condenado à pena de multa no delito anterior).

b) Se as circunstâncias do art. 59, do CP, forem desfavoráveis ao condenado: poderá o juiz determinar o inicio do cumprimento da pena em regime fechado, mesmo que a pena de reclusão seja inferior a oito anos (decisão deve ser fundamentada, em face do que dispõem as alíneas “a”, “b” e “c”, do § 2° do art. 33, do CPB e também do § 3° c/c art. 59).

c) Se houver condenação por mais de um crime, o regime inicial será determinado com observância do resultado da soma ou da unificação das penas (art. 111 da LEP).

d) O art. 10 da Lei n. 9.034/98 dispõe que: Os condenados por crimes decorrentes de organização criminosa iniciarão o cumprimento da pena em regime fechado.

Pena de detenção

• Se detenção superior a 4 anos, inicia-se em regime semi-aberto: se houver unificação em crimes cujas penas sejam de detenção e ultrapasse quatro anos será aplicado o regime mais grave, ou seja, semi-aberto;

• Se igual ou inferior a 4 anos, inicia-se em regime aberto; • Se reincidente, inicia-se no regime mais gravoso, ou seja, o semi-

aberto; • Se as circunstâncias do art. 59 do CP forem desfavoráveis, o juiz

pode determinar o inicio da pena no mais gravoso, ou seja, o semi-aberto, independentemente da pena de detenção aplicada.

Obs.: não existe regime inicial fechado para a pena de detenção, entretanto admite-se regime fechado para pena de detenção apenas no caso de regressão.

Nos crimes decorrentes de organização criminosa, há uma exceção em que o cumprimento da pena privativa de liberdade, sendo ela detenção ou reclusão, será no regime inicial fechado (Lei n. 9.034/95, art. 10).

Prisão simples: semi-aberto ou aberto, devendo a pena ser cumprida em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, sem rigor penitenciário (LCP, art. 6°). Não há regressão para o regime fechado,

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apenas para o semi-aberto. O trabalho é facultativo no caso de pena até quinze dias e o condenado à prisão simples fica separado dos condenados por pena de detenção ou reclusão. Quadro sintético dos regimes prisionais:

Reclusão Regime inicial Detenção Regime inicial

+ 8 anos Fechado + 4 anos semi-aberto

+ 4 a 8 anos semi-aberto até 4 anos aberto

até 4 anos Aberto

Reincidente fechado reincidente Semi-aberto

art. 59 ↓ : autoriza o mais grave art. 59 ↓ : Autoriza o mais grave

Sentença omissa quanto ao regime inicial: a dúvida deve ser

resolvida em prol do regime mais benéfico, desde que juridicamente cabível. Crimes Hediondos, tortura, tráfico de drogas e terrorismo o

regime inicial de cumprimento da pena será sempre fechado. Jurisprudência selecionadas:

SÚMULA STF, verbete n° 719 – “A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada exige motivação idônea”. SÚMULA STF, verbete n° 718 – “A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada”. SÚMULA STF, verbete n° 717 - Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial. SÚMULA STF, verbete n° 716 - Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. Súmula STJ, verbete n. 341 - A freqüência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução de pena sob regime fechado ou semi-aberto. Súmula STJ, verbete n. 269 – “É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais”. SÚMULA STJ, verbete n° 192 – “Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos à administração estadual”.

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STF - ROUBO. DETERMINAÇÃO DE REGIME FECHADO PELO FUNDAMENTO DA GRAVIDADE DO DELITO. IMPOSIBILIDADE: “Fixada a pena para o crime de roubo duplamente qualificado em patamar que permite a imposição do regime semi-aberto, o juiz não pode determinar regime fechado com base apenas na opinião pessoal sobre a gravidade do crime e as conseqüências patrimoniais suportada pela vítima, por serem ínsitas ao tipo penal em apreço.” (RHC n. 84.822/SP 1ª Turma, REL.MIN. Eros Grau)

Progressão de regime

O sistema penal brasileiro adotou o sistema progressivo das penas privativas de liberdade (art. 112 da LEP): “A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão”

A progressão de regime exige o preenchimento de dois

pressupostos (Art. 33, §2° do CP e art. 112 da LEP): a) Objetivo: cumprimento de 1/6 da pena, no regime anterior, sendo

que a cada nova progressão exige-se o requisito temporal. O entendimento do STF é que a contagem do prazo de 1/6, se dá pela quantidade da pena imposta ao condenado que está executando e não o tempo que resta a cumprir. Esta não é a melhor posição, face a disposição do art. 113 do CP, ante o princípio de que pena cumprida é pena extinta.

b) Subjetivo: compreende o mérito do executado, ou seja, o preenchimento de uma série de requisitos de ordem pessoal, tais como a autodisciplina, o senso de responsabilidade, o esforço voluntário e responsável em participar do conjunto das atividades destinadas a sua harmônica integração social, avaliado de acordo com seu comportamento perante o delito praticado, seu modo de vida e sua conduta carcerária.

No caso de crimes hediondos e assemelhados (tráfico de drogas,

tortura e o terrorismo) os requisitos são outros, tendo em vista a nova redação dada à Lei n. 8.072/90, pela Lei n. 11.464/2007, estabelecendo que os condenados por crime hediondo, poderão ter progressão de regime após o cumprimento de 2/5 (quarenta por cento), se primário e 3/5 (sessenta por cento) se reincidente9.

9 Execução penal. Crime hediondo. Progressão de regime. Aplicação retroativa da Lei nº 11.464/07 “Dispõe e o inciso XL, do artigo 5º, da Constituição da República, que a lei penal posterior, que de qualquer modo favorece o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Entrando em vigência a Lei nº 11.464/07, que, dando nova redação ao artigo 2º da Lei nº 8.072/90, dispõe que — par. 1º: 'A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado' —, deve, por ser mais benéfica ao condenado, retroagir, e, conseqüentemente, perderam sustentação jurídica os motivos que embasaram este mandamus. Pelo exposto, considerando a perda de objeto, com base no artigo 31, inciso VIII, do Regimento Interno deste Tribunal de Justiça, extingo o

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Neste caso, havendo mais de uma condenação, sendo elas por crime hediondo e não hediondo, o cálculo para progressão de regime, deverá levar em consideração sempre a análise do crime hediondo primeiro. Ex.: “A” primário foi condenado por crime hediondo a uma pena de 12 anos de reclusão e por um crime não hediondo a uma pena de 6 anos de reclusão. A soma das duas penas totalizará 18 anos. Para fins de progressão de regime, temos que achar 2/5 de 12 anos, pois este é hediondo, que será 4 anos, 9m e 19 dias, enquanto que 1/6 de 18 anos (total da pena), será de 3 anos. Assim, após cumprir 4anos, 9 meses e 19 dias, o condenado preencheu o requisito temporal para adquirir progressão de regime para as duas penas.

A progressão pode ser requerida pelo: a) Ministério Público; b)

pelo advogado; c) pelo próprio sentenciado; e d) concedida pelo Juiz de ofício. Observações sobre progressão de regime:

• O benefício da progressão, em regra, pressupõe sentença condenatória definitiva. Porém, o STF, com a edição das Súmulas 716 e 717, entendeu possível a execução provisória, bastando o trânsito em julgado da sentença para o órgão acusador, cabendo, desse modo, a aplicação da progressão de regime prisional, depois de cumpridos seus requisitos legais.

• E o exame criminológico? com a nova redação dada ao art. 112 da Lei 7.210, através da Lei nº 10.792/03, não é mais necessário a realização do exame criminológico para a progressão de regime (também inexiste tal exame no livramento condicional).

• O § 4º do art. 33 do CP - O condenado por crime contra a administração pública (art. 312 e seguintes, ex.: peculato, concussão, corrupção passiva etc) terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais (parágrafo acrescentado pela Lei nº. 10.763 de 12.11.03).

• Falta de vaga: O sentenciado não pode arcar com a ineficiência do Estado, não sendo admissível que condenados ao regime semi-aberto, ou que já alcançaram os requisitos para progressão de regime, cumpram pena em estabelecimento de regime fechado, por falta de vaga no regime semi-aberto. Neste sentido já decidiu o STJ:

Execução penal. Condenação em regime semi-aberto. Falta de vaga. Cumprimento da pena em regime fechado. Constrangimento ilegal caracterizado. – “1. Na hipótese de ter sido, na condenação, o regime semi-aberto definido como o inicial, é vedado manter-se o réu em regime fechado, enquanto se aguarda vaga no regime semi-aberto. Constrangimento ilegal caracterizado. 2. Provimento concedido para que o paciente cumpra a pena no regime prisional definido na condenação, ou, não sendo isto possível, para permitir que aguarde, em regime aberto, a referida abertura de vaga em

Recurso de Agravo sem julgamento do mérito” (TJRJ - 8ª C. - Agr. Exec. 2007.076.00291 - rel. Marcus Quaresma Ferraz - j. 04.04.2007).

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estabelecimento próprio” (STJ – 6ª T. - 18.990/MG – rel. Paulo Medina – j. 30.11.2006 – DJU 26.02.2007, p. 641).

• Progressão por salto: consiste na passagem direta do regime fechado para o aberto. Não é permitida pela LEP. O que eventualmente ocorre é do condenado a regime fechado, após cumprir 1/6 em tal regime, não encontrar vaga no regime semiaberto, permanecendo mais 1/6 (mas com os benefícios do regime semiaberto) e posteriormente alcança o regime aberto, o que tecnicamente não caracteriza progressão por salto.

Regressão de regime: é a passagem do condenado de um regime

mais brando para o regime mais severo, ou ainda o simples indeferimento do pedido de progressão.

A LEP, em seu art. 118, estabelece as causas de regressão: “A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos10, quando o condenado”:

I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave11: deve ser garantido o direito à ampla defesa (cabe regressão preventiva); II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (art. 111) 12. O CP, em seu art. 36, § 2º prevê a hipótese de regressão do

condenado que esteja em regime aberto e vier a praticar fato definido como crime doloso, frustrar os fins da execução ou se podendo não pagar a multa cumulativamente aplicada (essa última hipótese foi revogada com a Lei nº 9.268/96, que considerou a multa como dívida de valor para fins de cobrança, sem qualquer possibilidade de repercutir negativamente o seu não pagamento, no direito de liberdade do condenado)

Falta grave e regime fechado: a prática de falta grave, nos termos do art. 118 da LEP, sujeita o condenado à regressão de regime. Ocorre que se ele estiver no regime mais grave (no fechado), não se poderia regredir o seu regime. Daí o entendimento dos tribunais, inclusive do STF, é que estando o condenado no regime fechado e sendo punido por falta grave, a partir desta punição, inicia-se um novo marco de contagem do tempo para obtenção da progressão de regime (STF, HC 85.141 – 0 – SP, 1ª T. rel. Min. Carlos Britto, j. em 5.4.2005, DJ, 12.05.2006).

TJDF, Súmula Nº 13: é nula a decisão que acarreta a regressão

definitiva de regime prisional quando não há oitiva pessoal do sentenciado por ferir o princípio da ampla defesa.

Obrigatoriamente o Ministério Público deve se manifestar acerca da progressão de regime, sob pena de nulidade absoluta, pois é sua função indelegável fiscalizar integralmente a execução penal (LEP art. 67).

10 Admite regressão por salto (passagem do regime aberto para o fechado) 11 Art. 50 da LEP define o que é falta grave. 12 Art. 111 da LEP: Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.

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Permissão de Saída (Art. 120 da LEP): aos condenados em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios, mediante autorização do Diretor do Presídio, poderão obter permissão para sair do estabelecimento prisional, mediante escolta quando ocorrer:

a) falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão;

b) necessidade de tratamento médico.

Saída Temporária (art. 122 da LEP): os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta para:

a) visitar a família; b) freqüentar curso supletivo profissionalizante de instrução do segundo grau ou superior, na comarca do juízo da execução; c) participar de atividades que concorram para o retorno ao convívio social A ausência de vigilância direta não impede a utilização de

equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução, conforme parágrafo único do art. 122 da LEP13.

A competência para autorizar a saída temporária é do juízo da

execução14, ouvido o MP (art. 123 da LEP), devendo o condenado satisfazer alguns requisitos:

a) comportamento adequado; b) cumprimento mínimo de 1/6 da pena, se o condenado for

primário, e 1/4 se reincidente: este requisito só deve ser exigido do condenado oriundo do regime fechado, visto que no regime semi-aberto, após cumprir 1/6 de pena, o condenado já poderia obter progressão de regime, passando para o aberto 15. Ademais o § 2° do art. 35 do Código Penal admite o trabalho externo ao condenado em regime semi-aberto, independentemente de cumprimento de 1/6 da pena. 16 17

13 Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010. 14 Execução penal. Administrador de presídio. Competência para decidir sobre pedido de saída temporária. “A autorização do benefício de saída temporária deve ser concedida por ato motivado do juiz da Execução, dependendo de prévia manifestação ministerial, não podendo ser transferida ao administrador da casa prisional a competência para deliberar sobre o benefício, por total desconformidade com dispositivo legal. Agravo ao qual se dá provimento” (TJRS - 3ª C. - Agr. Exec. 70018800540 - rel. Vladimir Giacomuzzi - j. 02.04.2007 - DOE 10.04.2007 – ementa não oficial). 15 Súmula STJ n° 40: Para obtenção dos benefícios de saída temporária e trabalho externo, considera-se o tempo de cumprimento da pena no regime fechado. 16 STJ: “Admite-se o trabalho externo a condenado em regime semi-aberto, independentemente do cumprimento de 1/6 da pena, em função das condições pessoais favoráveis verificadas (primariedade, bons antecedentes, residência fixa, família constituída e exercício de trabalho fixo há mais de 11 anos na mesma empresa) e diante do critério de razoabilidade que sempre incide na adaptação das normas de execução à realidade social e à sua própria finalidade, ajustando-as ao caso concreto. Precedente. Ordem concedida para permitir que o paciente saia durante o dia para trabalhar, recolhendo-se a noite ao estabelecimento onde se encontra, sujeitando-se, por óbvio, às devidas cautelas legais – que

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c) se houver compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.

O prazo da saída temporária será de até 07 (sete) dias, podendo ser renovado por mais quatro vezes durante o ano (art. 124 da LEP) - (exceção: cursos profissionalizantes, trabalho externo, etc).

Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as

seguintes condições, entre outras que entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação pessoal do condenado:

I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo do benefício;

II - recolhimento à residência visitada, no período noturno; III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e

estabelecimentos congêneres. Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de

instrução de ensino médio ou superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes.

Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra.

O benefício da saída temporária será automaticamente revogado

quando o condenado praticar fato definido como crime doloso, for punido por falta grave, desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso. Havendo revogação do benefício, a recuperação do direito à saída temporária dependerá da absolvição no processo penal, do cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração do merecimento do condenado. Regime Especial

As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, as regras referentes às penas privativas de liberdade (art. 37, do CP e art. 82, § 1° da LEP). O art. 5° da CF, inc. LVIII dispõe que: “a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado”, sendo que o inc. L, dispõe que: “às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação”.

O maior de 60 anos, também tem direito a recolhimento em estabelecimento próprio e adequado a sua condição pessoal (art. 82, § 1° da LEP).

ficarão a cargo do juizo da execução” (STJ, HC N° 11.845/RS, 5ª Turma, rel. min. Gilson Gipp, unânime, DJU de 10.04.2000, p. 105). 17 STJ: “Encontrando-se devidamente demonstradas nos autos as condições pessoais favoráveis do ora paciente (réu primário, de bons antecedentes e com personalidade e conduta social normais), deve ser-lhe permitido o benefício do trabalho externo, independentemente do cumprimento de 1/6 da pena. Precedentes. Do STJ” (STJ, rhc n° 14325/RS, 5ª Turma, rel. min. Laurita Vaz, unânime, DJU de 15.09.2003, p. 330).

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Regime disciplinar diferenciado

A Lei 10.792/2003 alterou vários dispositivos da LEP e do CPP,

inovando ainda com a figura do REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO, como uma sanção disciplinar, ao lado de outras, conforme art. 52 e 53 da LEP.

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada - No caso de reincidência, a sanção diferenciada está limitada a 1/6 da pena efetivamente aplicada (e não a cumprida ou a que resta cumprir), podendo, desse modo, suplantar ou não o limite de um ano, tudo dependendo da reprimenda imposta na sentença. II - recolhimento em cela individual: o cumprimento da sanção se dará em cela individual (a conhecida solitária), com acompanhamento psicológico. O presente isolamento deve ser implantado sem se desconsiderar as proibições trazidas pelo artigo 45 da LEP, onde, no seu parágrafo primeiro veda o emprego de cela escura, acrescentando a doutrina, ainda, os alojamentos inabitáveis ou insalubres. III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas – quis o legislador excluir as crianças das visitas? Ou apenas não computá-las entre o número de visitantes? Será que faz bem à criança visitar o pai na cadeia?

IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol – fica a critério da Administração penitenciária o melhor horário. § 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. § 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando. • RDD x progressão de regime: questão tormentosa é se o preso no

regime disciplinar diferenciado tem direito à progressão de regime. A primeira resposta que vem a mente é que não poderia. Ocorre que estando o réu no RDD, e possuindo ele bom comportamento carcerário, vindo a alcançar os demais requisitos para progressão de

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regime, não haveria motivos para não conceder a progressão de regime18.

Direitos dos condenados (Art. 38 do CP e Art. 40/43 da LEP)

A Constituição Federal assegura aos presos o respeito à integridade física e moral (art. 5.°, inc. XLIX). Enquanto o CP, em seu art. 38, dispõe que o preso conservará todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral. É o que também determina a Lei de Execução Penal (Lei n. 7.210/84) no seu art. 3°, ao assegurar ao condenado e ao internado todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei. No mesmo sentido os arts. 40 e 41 da Lei de Execução Penal.

Todos aqueles que lidam com a execução penal, devem zelar pela integridade física e moral dos presos (condenados e internados), sob pena de responderem pelo crime de abuso de autoridade, conforme disciplinado nos arts. 3.° e 4.° da Lei n. 4.898/65 (Lei de Abuso de Autoridade). Tais obrigações se estendem aos presos provisórios (prisão temporária, em flagrante, preventiva, por pronúncia e decorrente de sentença condenatória recorrível).

São direitos dos condenados (art. 41 da LEP): I - alimentação suficiente e vestuário;

II - atribuição de trabalho e sua remuneração; III - Previdência Social;

Obs.: os dependentes do segurado têm direito ao auxílio-reclusão19 durante todo o período da prisão (condenação, prisão provisória - art. 80 da Lei 8.213/91). Não há tempo mínimo para que a família do segurado possa receber o benefício, mas é necesário que o trabalhor (que foi preso) seja segurado da previdência social. O auxílio reclusão deixará de ser pago: a) morte do segurado, o benefício será convertido em pensão por morte; b) fuga, livramento condicional, prisão albergue ou extinção da pena; c) Quando o dependente completar 21 anos e; d) com o fim da invalidez ou morte do dependente.20

IV - constituição de pecúlio; V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação; VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena; VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa; VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo; IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado; X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;

18 MARCÃO. Renato Flávio, Curso de Execução Penal. São Paulo: Saraiva. p. 142. 19 O "auxílio-reclusão" constitui benefício da Previdência Social, regulado pela Lei n.8.213, de 24 de junho de 1991, que visa a proteção dos dependentes carentes do segurado preso, impossibilitado de prover a subsistência dos mesmos em virtude de sua prisão. 20 Auxílio-reclusão: http://www.mpas.gov.br/pg_secundarias/beneficios_08.asp

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Visita intima: o preso tem direito a visita íntima (sexo), que deve ser disciplinado por cada estabelecimento prisional (Res. 1/1999, do C.N.P.C.P)21

XI - chamamento nominal; XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena; XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento; XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito; XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes;

“A administração penitenciária, com fundamento em razões de segurança pública, de disciplina prisional ou de preservação da ordem jurídica, pode, sempre excepcionalmente, e desde que respeitada a norma inscrita no art. 41, parágrafo único, da Lei nº. 7.210/84, proceder à interceptação da correspondência remetida pelos sentenciados, eis que a cláusula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas.” (HC 70.814, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 24/06/94)

XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente (inc. acrescentado pela Lei 10.713/03). Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento. Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segurança, no que couber, o disposto nesta Seção. Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado ou do submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento. Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o particular serão resolvidas pelo Juiz da execução.

Direitos Políticos: o condenado tem seus direitos políticos suspensos enquanto durarem os efeitos da condenação criminal transitada em julgado (art. 15, III, da CF).

E como vota o preso provisório? A Resolução n° 21633/04, do TSE, previa a possibilidade de seções eleitorais especiais em penitenciárias para presos provisórios votarem (artigos 30 e 85). Deveres dos condenados (Art. 39 da LEP) Art. 39. Constituem deveres do condenado:

I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença; II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se;

21 http://www.mj.gov.br/cnpcp/resolucoes/res1999_03_30_n1.htm

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III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados; IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina; V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas; VI - submissão à sanção disciplinar imposta; VII - indenização a vitima ou aos seus sucessores; VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho; IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento; X - conservação dos objetos de uso pessoal. Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto neste artigo.

Trabalho do preso

A Lei de Execuções Penais, em seu art. 31, prevê a obrigatoriedade do trabalho do preso da seguinte forma: “o condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e capacidade”. No art. 200, a mesma Lei excepciona a obrigatoriedade do trabalho ao condenado por crime político. Ressalte-se que o preso provisório não tem obrigação de trabalhar ( parágrafo único do art. 31 da LEP).

Por outro lado, verifica-se que a Constituição Federal (art. 5° XLVII) não admite o trabalho forçado. No entanto, a não execução do trabalho pelo condenado à pena privativa de liberdade, constitui falta disciplinar de natureza grave (art. 50, inc. VI da LEP).

O trabalho do preso além de servir como fator de reinserção social, terá ele o benefício da remição (a cada três dias de trabalho, desconta-se um dia de pena – art. 126 da LEP).

O art. 39 do CP prevê que o trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social.

No Regime Fechado o trabalho do preso será em comum dentro do estabelecimento prisional, na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena (§ 2º do Art. 34 do CP).

O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas (§ 3º do art. 34, do CP) Na LEP (Art. 28/37):

• Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva. § 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene. § 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho.

• Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.

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§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender: a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por outros meios; b) à assistência à família; c) a pequenas despesas pessoais; d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores. § 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade.

• Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas.

Do Trabalho Interno (LEP):

• Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao

trabalho na medida de suas aptidões e capacidade. Parágrafo único: Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado no interior do estabelecimento.

• Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado. § 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expressão econômica, salvo nas regiões de turismo. § 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação adequada à sua idade. § 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apropriadas ao seu estado.

• Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados. Parágrafo único: Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos presos designados para os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento penal.

• Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou empresa pública, com autonomia administrativa, e terá por objetivo a formação profissional do condenado. Parágrafo único: Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora promover e supervisionar a produção, com critérios e métodos empresariais, encarregar-se de sua comercialização, bem como suportar despesas, inclusive pagamento de remuneração adequada.

• Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da União, Estados, Territórios, Distrito Federal e dos Municípios adquirirão, com dispensa de concorrência pública, os bens ou produtos do trabalho prisional, sempre que não for possível ou recomendável realizar-se a venda a particulares. Parágrafo único: Todas as importâncias arrecadadas com as vendas reverterão em favor da fundação ou empresa pública a que alude o artigo anterior ou, na sua falta, do estabelecimento penal.

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Do Trabalho Externo (LEP):

• Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime

fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina. § 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento) do total de empregados na obra. § 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa empreiteira a remuneração desse trabalho. § 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimento expresso do preso.

• Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena. Parágrafo único: Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato definido como crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo.

Remição (art. 126 da LEP): é o resgate de parte do tempo da

execução da pena, na razão de um dia de pena por três dias trabalhados, assim como 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias.

As atividades de estudo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos freqüentados.

O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de

1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação (§ 5º do art. 126 da LEP).

O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o

que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova. Aqueles submetidos à prisão domiciliar também possuem estes mesmos direitos (§ 6º e 7º do art. 126 da LEP).

Ocorrendo acidente de trabalho que impossibilite o preso a trabalhar

ou a estudar, este continuará beneficiando-se com a remição (art. 126 §4°, LEP).

O trabalho é um direito e dever do preso que cumpre pena em regime fechado ou semi-aberto (não alcança o aberto ou penas restritivas de direitos). É direito porque ao preso deve ser assegurada a oportunidade

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de trabalho, pois, além de se manter, o preso consegue, assim, diminuir a pena. É um dever porque, se o preso não trabalha, ele deixa de obter uma série de benefícios. Observações:

• Art. 299 CP, dispõe que declarar ou atestar falsamente prestação de serviço como objetivo de instruir pedido de remição, constitui crime de Falsidade ideológica.

• O tempo de remição é considerado, para efeitos de livramento condicional, progressão de regime, indulto e comutação (art. 128). Enfim, é considerado para todos os benefícios de execução penal.

• Um dos problemas quanto à remição é que nem todos os presos têm a chance de trabalhar ou estudar por ineficiência do Estado. Pode o preso ser prejudicado por isso? Poderia ele ter remição ficta? O sujeito diminui a pena mesmo sem estar trabalhando? Não é a posição dos Tribunais.

• A partir do trânsito em julgado para a acusação (execução provisória de sentença), o réu já pode começar a trabalhar e a remir pena (súmulas recentes do Supremo).

• Não tem direito à remição agente que está submetido à medida de segurança.

• Se o condenado for punido por falta grave (art. 127, c/c 50 e 52), o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57 da LEP22, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar.

• Há divergência quanto a forma do desconto dos dias remidos,

vejamos:

1ª posição: o tempo remido deve ser somado ao tempo de pena cumprida (posição mais benéfica): a utilização deste critério (pena cumprida + dias remidos) será favorável ao réu na aquisição de benefícios que exigem o cumprimento de um quantum de pena, tais como progressão de regime e livramento condicional.

Nesse sentido é tranqüila a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça: "O tempo remido pelo trabalho do preso deve ser considerado como pena efetivamente cumprida" (STJ, REsp 200.712/RS, 5ª T., rel. Min. Edson Vidigal, j. 20-4-1999, DJ, 24.5.1999 p. 195). "Tendo a pena criminal, em nosso sistema, como função precípua a reeducação do condenado e a sua integração no convívio social, as regras que informam a execução penal devem ser interpretados em consonância com tais objetivos. Dentro dessa visão teleológica, a remição pelo trabalho, segundo o modelo do art. 126, da Lei de Execução Penal, deve ser compreendida na mesma linha conceitual da detração penal, computando-se o tempo remido como tempo de efetiva execução da pena restritiva de liberdade" (STJ, REsp

22 Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as conseqüências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão.

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188.219/RS, 6ª T., rel. Min. Vicente Leal, j. 29-5-2001, DJ, 27-8-2001 p. 420).

2ª posição: o tempo remido deve ser abatido do total da pena aplicada.

Exemplificando: condenado a 6 anos de reclusão no regime

fechado, terá direito a progressão para o regime semi-aberto após cumprir 1/6 da pena, ou seja 01 (um ano). Se ele trabalhar nove meses, terá direito a 3 meses de remição que somado aos nove meses será igual a 01 (um) ano, alcançando o período para progressão de regime (primeira posição).

Se aplicarmos a segunda posição (em que os dias remidos devem ser abatidos do total da pena) o réu teria um total de 5 anos e 9 meses a serem cumpridos, ou seja, para ter progressão de regime deveria cumprir 1/6 que é igual a 11m e 15 dias, como ele só cumpriu nove meses de pena, ainda não poderia obter o benefício.

Detração: é o desconto do tempo de prisão provisória23 cumprida

durante o processo ou inquérito policial, na pena privativa de liberdade e na Medida de Segurança, aplicada definitivamente.

A detração penal vem regulada no art. 42, do CP que dispõe: “computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior”. Hipóteses de cabimento da detração:

a) Quando houver nexo entre a prisão provisória e a pena imposta, terá direito a detração: ex.: preso preventivamente por crime de roubo, permanece determinado tempo até ser julgado, quando da condenação terá direito a detração.

b) Quando houver prisão provisória em qualquer dos crimes, julgado no mesmo processo, mesmo sem nexo, sem nenhuma relação entre os fatos que motivaram a prisão provisória, terá direito à detração quando da condenação em um deles: ex.: preso em flagrante delito de homicídio e denunciado por homicídio e ocultação de cadáver, se absolvido no homicídio e condenado na ocultação de cadáver, terá direito a descontar o período que ficou preso com relação ao homicídio.

c) Quando o preso provisório se vê absolvido pelo crime que estava preso e passa, sem interrupção de prisão, a cumprir pena por condenação em outro crime, decidido em outro processo, podendo ser até por outro juízo, terá direito ao desconto, desde que não haja a interrupção entre a prisão provisória e a condenação: ex.: cumprindo prisão provisória por crime de roubo no juízo da 5ª Vcrim., é absolvido. Simultaneamente está sendo julgado em outro processo

23 Espécies de prisão provisória: prisão temporária, prisão em flagrante, prisão preventiva, prisão por força de sentença de pronúncia, prisão em virtude de sentença condenatória recorrível

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por outro juízo, que o condena e expede guia de recolhimento, passando da condição de preso provisório para preso condenado, sem descontinuidade da prisão, terá direito à detração.

d) Quando o preso provisório é absolvido pelo crime que ensejou a sua prisão e em seguida condenado por um outro crime ocorrido antes do crime que fora absolvido, poderá detrair o tempo que permaneceu preso provisoriamente. STF: “A detração do período de prisão a que se seguiu à absolvição do réu pode ser concedida se se tratar de pena por outro crime anteriormente cometido. Não porém, em relação à pena por crime posterior à absolvição” (STF – HC – RTJ 70/324). Dessa forma evita-se que a pessoa fique com um crédito de prisão contra o Estado, autorizando-o a cometer novo delito, sob o argumento de não poder mais ser preso, pois já cumpriu pena antecipada.

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1) JUIZ DE DIREITO PR 2006 TJPR (questão 41). Recentemente, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL editou várias Súmulas relacionadas ao regime de execução da pena. Entre estas, destacam-se as seguintes, EXCETO:

a) A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada.

b) Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença não transitada em julgado, o fato de o réu encontrar-se em prisão especial.

c) Não se admite a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.

d) A imposição do regime de cumprimento, mais severo do que a pena aplicada permitir, exige motivação idônea.

2) Sobre os regimes de cumprimento de pena, assinale a alternativa INCORRETA:

a) Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição. b) A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário. c) A legislação local poderá estabelecer normas complementares para o cumprimento da pena privativa de liberdade em regime aberto. d) O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade, observado o disposto no artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal. e) O Juiz não poderá modificar as condições estabelecidas para o cumprimento de pena em regime aberto de ofício, apenas a requerimento do Ministério Público, da autoridade administrativa ou do condenado e desde que as circunstâncias assim o recomendem.

3) Um julgador, ao aplicar uma pena de 6 anos e 3 meses de reclusão, a um réu reincidente, poderá determinar o início de seu cumprimento no seguinte regime:

a) fechado b) semi-aberto c) semi-aberto ou fechado, a critério do juiz d) semi-aberto ou fechado, dependendo de parecer da Comissão Técnica de

Classificação e) semi-aberto se não for reincidência específica.

4) A Constituição Federal de 1988 assegura ao preso: (OAB/DF12_2005)

a) O direito de permanecer calado, podendo seu silêncio ser interpretado em prejuízo da defesa;

b) O direito da assistência à sua família, em caso de condenação; c) O direito à identificação do Juiz que o interrogar; d) O direito de ser assistido por advogado.

5) O tempo de cumprimento da pena privativa de liberdade não pode ser superior a:

a) 20 (vinte) anos; b) 25 (vinte e cinco) anos; c) 30 (trinta) anos; d) 35 (trinta e cinco) anos; e) 40 (quarenta) anos;

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6) No tocante à remição penal, assinale a alternativa CORRETA: (OABDF8_2005)

a) A remição tem como objetivo básico, o de abreviar, pelo tempo de prisão provisória, parte do tempo da condenação; b) Na remição penal, 1 (um) dia de trabalho corresponde a três (3) dias de resgate da condenação; c) O tempo remido poderá computado para a concessão do livramento condicional da pena; d) O agente que está submetido à medida de segurança de internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico tem direito à remição penal.

7) A execução da pena de reclusão está sujeita à forma regressiva, o que impõe a transferência do preso para regime mais rigoroso. Assinale qual a opção abaixo que engloba todos os pressupostos da lei para que possa o juiz da execução aplicar ao preso a regressão:

a) praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; sofrer condenação por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução torne incabível o regime vigente; no caso de regime aberto, ocorrer frustração dos fins da execução, ou não houver pagamento, sendo solvente o condenado, da multa cumulativamente imposta; prévia ouvida do condenado nos casos de prática de crime doloso ou cometimento de falta grave nos casos de regime aberto. b) praticar fato definido como crime ou falta grave; sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, unificada com a restante da pena em execução torne incabível o regime vigente; no caso de regime aberto deixar o condenado de pagar a multa cumulativamente imposta; prévia intimação do condenado nos casos de prática de falta grave ou nos casos de regime aberto. c) praticar qualquer das faltas graves definidas no artigo 50 da Lei de Execuções Penais; sofrer condenação por crime anterior; no caso de regime aberto, ocorrer a frustração dos fins da execução, descumprindo-se as condições impostas pelo juiz da sentença; prévia notificação do condenado na hipótese de prática de fato definido como crime. d) praticar fato definido como crime; sofrer condenação pela prática de crime doloso anterior, cuja pena, somada com a que está em execução, ultrapasse doze anos, tornando incabível o regime; no caso de regime aberto, sendo solvente o preso, deixar de pagar multa imposta na sentença; ouvida do preso antes da decisão que determina a regressão. e) praticar crime doloso ou culposo, ou falta grave; sofrer condenação por crime doloso ou culposo anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime vigente; no caso de regime aberto, ocorrer o descumprimento das condições impostas no juízo da sentença; intimação pessoal, posterior, do condenado.

8) A execução da pena de reclusão é feita de forma progressiva, transferindo-se o preso para regime menos rigoroso após o cumprimento de requisitos objetivos e subjetivos. Assinale o conjunto de requisitos objetivos e subjetivos exigidos pela Lei de Execução Penal para o processo e concessão da progressão:

a) cumprimento de um quarto da pena no regime anterior; parecer do conselho penitenciário; homologação do juiz da execução penal; exame criminológico. b) cumprimento de um sexto da pena no regime anterior; parecer do conselho penitenciário; decisão do juiz de execuções penais; exame criminológico. c) cumprimento de um sexto da pena no regime anterior; parecer do conselho penitenciário indicando o mérito do preso para a progressão; decisão do juiz. d) cumprimento de um sexto da pena no regime anterior; parecer da comissão técnica de classificação; exame criminológico, quando necessário; decisão motivada do juiz de execuções penais. e) cumprimento de um quarto da pena no regime anterior; decisão fundamentada do juiz de execuções penais; exame criminológico obrigatório, parecer da comissão técnica de classificação.

9) O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semi-aberto, tem direito a remição, pelo trabalho, de parte do tempo da execução da pena. Cometendo falta grave, durante a execução da pena e vindo a ser punido, o preso perderá o direito ao tempo

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remido anteriormente. O novo período para que possa ter direito a nova remição do tempo de execução começa a contar à partir de quando?

a) data da decisão do juiz que impôs a punição. b ) data do trânsito em julgado da decisão que impôs a punição. c ) data da infração disciplinar. d ) data em que é comunicada à direção do presídio da decisão que impôs a punição. e ) data da intimação para a defesa.

10) Os regimes de cumprimento de pena privativa de liberdade previstos no atual ordenamento jurídico penal são: (OABDF11_2004)

a) Regime de reclusão, detenção e prisão simples; b) Regime fechado, semi-aberto e aberto; c) Regime de segurança máxima e média; d) Regime integral e parcial.

11) O regime semi-aberto deve ser inicialmente concedido

a)- aos condenados não reincidentes cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não superior a 8 (oito) anos. b)- aos condenados não reincidentes cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos; c)- aos condenados a mais de 8 (oito) anos de reclusão; d)- aos condenados não reincidentes cuja pena seja igual ou inferior a 2 (dois) anos); e)- Nenhuma das respostas anteriores.

12) Não é correto afirmar que:

a)- O condenado no regime fechado poderá remir, pelo trabalho, parte do tempo de sua pena; b)- condenado no regime semi-aberto poderá remir, pelo trabalho, parte do tempo de sua pena; c)- O condenado que for punido com falta grave perderá o direito ao tempo remido; d)- O tempo remido não será computado para a concessão do livramento condicional; e)- O condenado por tráfico de entorpecentes poderá ser beneficiado pela remição.

13) A detração penal poderá ocorrer apenas nos casos de a) condenação a uma pena de reclusão. b) condenação a uma pena de reclusão ou detenção. c) condenação a uma pena privativa de liberdade ou medida de segurança. d) condenação a uma pena de detenção ou medida de segurança. e) aplicação de medida de segurança ou absolvição.

14) Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas do texto abaixo.

As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: o condenado a pena superior a ........ anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a ......... anos e não exceda à pena referida no item anterior, poderá desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior àquela referida no item anterior, poderá desde o início, cumpri-la em regime semi-aberto.

a) 15(quinze) - 8 (oito) b) 10(dez) - 5 (cinco) c) 8 (oito) - 4 (quatro) d) 6 (seis) - 3 (três) e) 4 (quatro) - 2 (dois)

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15) A execução penal se desenvolve interligando os planos jurisdicional e administrativo. Nos termos da Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84) pode-se dizer:

I - compete ao juiz da execução decidir sobre detração, suspensão condicional do processo, livramento condicional e, na hipótese de causas extintas ocorridas após o trânsito em julgado da sentença, extinção da punibilidade; II - a forma progressiva de execução da pena privativa de liberdade implica na transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz da execução, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e seu mérito a progressão; III - a expedição da guia de recolhimento para execução constitui exigência para o início do cumprimento da pena privativa de liberdade no regime estabelecido na sentença condenatória transitada em julgado; IV - o tempo remido pelo condenado que cumpre a pena em regime fechado, semi-aberto ou aberto será computado para a concessão de livramento condicional e anistia; V - admite-se o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se tratar de condenado maior de 70 (setenta) anos; condenado acometido por doença grave; e condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental.

a) I, II e V estão corretas b) II, III e IV estão corretas c) I, IV e V estão corretas d) II, III e V estão corretas

16) As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado. O sentenciado não reincidente, cuja pena seja superior a quatro anos e não exceda a oito, poderá, desde o início, cumpri-la em:

A) regime aberto; B) regime semi-aberto; C) regime domiciliar; D) regime albergue-domiciliar.

17) Determinado réu foi condenado por roubo qualificado (concurso de pessoas) à pena de 05 (cinco) ano e 04 (quatro) meses de reclusão. O réu é primário, de bons antecedentes, pessoa trabalhadora, e todas as circunstâncias lhe são favoráveis. Neste caso, para início do cumprimento da pena, o Juiz:

A) fixará obrigatoriamente o regime fechado. B) fixará obrigatoriamente o regime aberto. C) poderá fixar o regime semi-aberto. D) Não poderá fixar o regime semi-aberto.

18) Remição penal: (OABDF3_2005) a) ocorre quando, através do trabalho, em regime fechado ou semi-aberto, o condenado poder remir parte do tempo da execução da pena, na proporção de um dia de pena por três dias de trabalho; b) é a possibilidade de quitar todos os débitos civis antes de ser recolhido à prisão para que não incorra em mora; c) é a concessão do cumprimento de pena no regime de prisão aberta em residência particular (prisão domiciliar) aos maiores de setenta anos, gestantes e deficientes físicos ou mentais; d) é a possibilidade de se cumprir a pena privativa de liberdade em regime semi-aberto, após já ter cumprido um terço da mesma, em regime fechado.

19) Assinale a alternativa correta.

A) Na detração penal não se computa, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão administrativa determinada pela autoridade judiciária. B) Na segunda fase da operação de dosagem da pena, após fixar a pena-base, deve o juiz levar em consideração as causas de diminuição e de aumento.

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C) No concurso formal e no crime continuado, a dosagem da multa segue o mesmo critério adotado para a pena privativa de liberdade. D) A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão da suspensão condicional da pena.

20) Constituem deveres do condenado, exceto:

a) Conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina. b) Exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena. c) Execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas. d) Indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho.

21) As penas privativas de liberdade de reclusão ou detenção.

a) na forma alternativa somente aparecerão com a pena de multa. b) podem aparecer de forma alternativa mas apenas para os crimes culposos. c) sempre estarão previstas de forma isolada e não de forma alternativa. d) podem aparecer em nosso Código Penal de forma alternativa.

22) As penas privativas de liberdade têm seus limites estabelecidos a) na parte geral do Código Penal. b) no capítulo referente à cominação das penas. c) na sanção correspondente a cada tipo legal de crime. d) no capítulo da aplicação da pena. e) no capítulo dos efeitos da condenação.

23) Detração pena significa: (OABDF11_2004)

a) A análise da conduta do criminoso para saber se agiu com dolo ou culpa; b) O cômputo, na pena privativa de liberdade, do tempo de prisão provisória; c) Punição para o condenado que tenta evadir-se do presídio; d) O cumprimento da pena e, regime mais rigoroso, em virtude de nova condenação.

24) Em relação às penas previstas no Código Penal, é possível afirmar que

A ) há uma única espécie de pena privativa de liberdade. B ) quatro são os regimes para o cumprimento da pena privativa de liberdade. C ) são classificadas em: privativas de liberdade, restritivas de direito, multa e medida de segurança. D ) não se computa na pena privativa de liberdade o tempo de prisão provisória a que ficar submetido o acusado. E ) a pena tem finalidade retributiva e de prevenção especial e geral.

Gabarito : 1) C, 2) E, 3) A, 4) D, 5) C, 6) C, 7) A, 8) D, 9) C, 10) B, 11) A, 12) D, 13) C, 14) C, 15) D, 16) B, 17) C, 18) A, 19) D, 20) B, 21) D, 22) C, 23) B, 24) E.

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Bibliografia:

1. BARROS, Flávio Augusto Monteiro de. Direito Penal. Parte Geral v. 1. São Paulo: Saraiva, 2004.

2. BITTENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral - Vol. 1 - 13ª

Ed. . São Paulo: Saraiva, 2008

3. CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Parte Geral. São Paulo: Saraiva, 2008.

4. CAPEZ, Fernando e BONFIM, Edilson Mougenot. Direito penal. Parte Geral. São Paulo: Saraiva, 2004.

5. GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal. Culpabilidade e Teoria da pena. São Paulo: Editora

Revista dos Tribunais, 2005.

6. JESUS, Damásio de. Direito Penal Vol. 1 - Parte Geral - 29ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

7. MASSON. Cleber. Direito Penal Esquematizado. Parte Geral. Rio de Janeiro: Forense;

São Paulo: Método, 2008.

8. MIRABETE, Julio Frabbrini. Execução Penal. 11ª ed. rev. e atual. por Renato N. Fabbrini. São Paulo: Atlas, 2004.

9. MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Dirieto Penal. Parte Geral. 21ª ed. São Paulo:

Atlas, 2003.

10. NORONHA, Edgard Magalhães. Direito Penal. São Paulo: Saraiva. v.1. 2004

11. NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. Parte Geral. Parte Especial. 4ª ed. Editora Revista dos Tribunais, 2008.

12. GRECO, Rogério. Curso de direito penal: parte geral, 3ª ed. Editora Impetus, Rio de

Janeiro – 2003.

13. PRADO, Luiz Régis. Curso de Direito Penal Brasileiro - Vol. 1 - Parte Geral - 8ª Ed. São Paulo: RT. v.1. 2008

14. QUEIROZ, Paulo. Direito Penal: parte geral. 2 ed. rev. aum. – São Paulo: Saraiva,

2005.

15. TELES, Ney Moura. Direito Penal Vol. I - Parte Geral - Art. 1 a 120 - 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 2006

16. Questões extraídas do BANCO DE QUESTÕES do WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR. Obs: no dia 21.07.2009, constatei a existência de 104 questões no Banco de Questões do www.conteudojuridico.com.br relacionadas às “Penas Privativas de Liberdade”.