este trabalho foi-nos proposto para a disciplina de história. acho que com este trabalho vamos...
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Portugal no contexto dos séculos XII e
XIV
Este trabalho foi-nos proposto para a disciplina de História. Acho que com este trabalho vamos aprender alguma coisa
sobre Portugal no contexto dos séculos XII e XIII. Com este trabalho pretendemos também que fiquem a
saber mais sobre Portugal no contexto dos séculos XII e XIII.
Introdução
Desenvolvimento económico, relações sociais e poder político
Ocupação de novos espaços
Em toda a Europa, incluindo Portugal, houve um grande aumento da
população durante os séculos XII e XIII.
Nalguns países, a população quase triplicou. Esse crescimento
demográfico deveu-se essencialmente à diminuição da mortalidade.
A mortalidade, por sua vez, decresceu porque houve uma melhoria das
condições de vida das populações, provocada pelo aumento da produção
agrícola.
Em Portugal, a zona mais densamente povoada era o Noroeste, mais
exactamente a região entre o rio Minho e o rio Douro (entre Douro e
Minho). Tratava-se, como sabes, da região há mais tempo reconquistada
e onde primeiro se tinham tomado medidas para fixação de população.
O crescimento demográfico
O aumento da população foi, em Portugal, um factor fundamental para a
conquista e povoamento do conjunto do território. De facto, as populações do
Norte do País, em rápido crescimento, sentiam a necessidade de novas terras
para cultivar. O avanço para o Sul, mais rico e muito menos habitado, era uma
oportunidade que muitos quiseram aproveitar.
Outras vezes, o povoamento foi entregue a estrangeiros, sobretudo
flamengos e francos, que receberam autorização para se instalarem em certas
áreas.
O que acontecia em Portugal não era muito diferente do que se passava
noutros países. Toda a Europa ocidental se encontrava em expansão, isto é,
em busca de novos espaços, devido ao aumento constante da população.
Fizeram-se expedições militares a zonas distantes, como foi o caso das
Cruzadas do Oriente, que, como sabes, tinham como objectivo reconquistar
a Palestina. Avançou-se também para regiões da Alemanha, a leste do rio
Elba, até aí pouco cristianizadas.
A procura de novas terras
Além da obtenção de novos territórios, procurou-se aproveitar
melhor as zonas já povoadas.
Por toda a parte há notícias de arroteias, isto é, do abate de
florestas e da secagem de pântanos para criação de terras de
cultivo. Sabemos, por exemplo, que em Portugal, durante o século
XII, se fez o arroteamento de muitos terrenos alagadiços, bem
como de áreas de matos e florestas.
Desta forma, muitas áreas até aí desertas ou pouco povoadas
iriam receber vagas sucessivas de habitantes. Por todo o País, nos
séculos XII e XIII, formaram-se novas povoações.
Arroteias e novas povoações
Datas Europa Portugal
1000 42 -
1100 48 0.4
1200 61 1.0
1300 73 1.5
Evolução da população da Europa e de Portugal, entre 1000 e 1300 (em milhões)
Progressos técnicos e desenvolvimento
O crescimento demográfico que se dá por toda a Europa está ligado
ao aumento da produção agrícola. Esse aumento resultou não só do
alargamento das áreas cultivadas, mas também da introdução de novos
instrumentos e de novas técnicas, no seguimento de um processo que
vinha a acontecer desde o século X.
No fabrico da maior parte dos instrumentos agrícolas generalizou-se
o uso do ferro, o que os tornava mais sólidos e eficazes. Surgiu também
a charrua, que é um tipo de arado mais aperfeiçoado. Era mais fácil de
manobrar e permitia lavrar as terras mais pesadas e a maior
profundidade.
Um outro progresso técnico foi a divulgação dos moinhos de água
(e, mais tarde, dos moinhos de vento), utilizados para moer cereais.
Melhoria nas técnicas agrícolas
Novos processos de cultivo
Simultaneamente, deram-se avanços significativos nos
processos de cultivo. Aperfeiçoaram-se os métodos de rega e
começou a fazer-se uma melhor adubação dos campos,
através de cinzas e, sobretudo, do estrume dos animais.
Além disso, generalizou-se o sistema de afolhamento
das terras: divisão dos campos em folhas que eram,
alternadamente, cultivadas com cereais diferentes, sendo
menores as extensões de terra que ficavam em pousio. Nas
regiões do Norte da Europa começou mesmo a utilizar-se a
chamada rotação trienal das culturas.
◦ O transporte terrestre de mercadorias, fazia-se , normalmente,
em carroças puxadas por animais. O principal progresso neste
domínio deu-se no sistema de atrelagem dos animais, de forma
a aproveitar melhor a sua força de tracção.
◦ Nos transportes marítimos, ocorreram, a partir da segunda
metade do século XIII, algumas inovações muito importantes.
Uma das principais foi o uso do leme fixo à popa, que permitia
manobrar mais facilmente o navio do que o processo
tradicional, melhoraram-se as formas de orientação no mar alto
através da utilização da bússola, do astrolábio e das cartas
marítimas (os portulanos).
Inovações nos transportes
A reanimação do comércio e
das cidades
◦ A partir do século XI, dá-se uma reanimação das trocas comerciais. Isso só foi possível devido à conjugação de vários factores:
a existência de excedentes possibilitada pelos progressos na produção agrícola;
a maior segurança nas vias de comunicação, devida ao fim das invasões;
a melhoria nos transportes, quer terrestres quer marítimos.
Desta forma, a situação de quase auto-suficiência que caracterizava, até então, as comunidades rurais começou a ser ultrapassada.
A intensificação das trocas
Além dos comerciantes que vendiam os seus produtos de terra em terra, também as feiras e mercados passaram a desempenhar um papel muito importante na renovação do comercio interno.
Os mercados tinham um âmbito apenas local ou regional e realizavam-se com relativa frequência ( eram normalmente quinzenais ou mensais). As feiras eram, em geral, anuais, atraindo muito mais mercadores. Podiam ter uma dimensão regional, nacional e até internacional, de acordo com a proveniência dos seus frequentadores. Um dos exemplos mais famosos de feiras de carácter
internacional eram as feira da região de champagne (França). Em Portugal, sabemos da existência de feiras a partir do século XII
(por exemplo em Ponte de Lima). Nos séculos XIII e XIIII, a rede das feiras cobria já praticamente todo o país. Os próprios reis estimularam a criação de novas feiras, como forma de activarem o comércio.
As feiras e os mercados
Feira medieval
O renascer do comércio deu um novo vigor à vida urbana.
Por toda a Europa, até aí profundamente ruralizada,
surgiram novas cidades e reanimaram-se as antigas.
Em muitas delas, começaram a ser edificados novos
bairros. Eram habitados sobretudo por comerciantes e
artesãos e ficavam fora das muralhas, pois já não cabiam
no seu interior. Esses bairros constituíam o burgo novo. Por
isso se deu, ao grupo social que aí morava, o nome de
burguesia.
O regresso às cidades
A permanência do poder senhorial
Em toda a Europa, o crescimento da produção agrícola e
da actividade comercial não alterou de forma significativa
as características da sociedade senhorial, que já atrás
estudaste.
Durante os séculos XII e XIII, os grandes senhores,
possuidores de extensos senhorios, viram mesmo reforçado
o seu poder: o aumento da produção permitiu-lhes dispor
de maiores rendimentos, logo de maior riqueza e influência.
Reforço da sociedade senhorial
Em Portugal, os senhorios laicos (isto é, não pertencentes à Igreja) chamavam-se normalmente honras. A maioria concentrava-se no Norte do País, sobretudo na região de Entre Douro e Minho. Não admira que assim acontecesse, pois tinha sido a região mais cedo reconquistada e onde há mais tempo eram feitas doações à nobreza.
A Igreja Católica dispunha também de grandes senhorios (os senhorios eclesiásticos), muitas vezes chamados coutos. Tinham sido obtidos através de concessões régias ou de doações feitas por particulares.
Embora alguns mosteiros, como por exemplo o de Alcobaça, fossem particularmente ricos, os maiores domínios pertenciam às ordens religiosas militares e situavam-se a sul do Mondego.
Tanto os senhorios nobres como os eclesiásticos gozavam, na sua maior parte, de imunidade, isto é, não pagavam quaisquer imposto ao rei e os próprios funcionários régios não podiam penetrar nos seus limites. Eram os grandes senhores nobres ou eclesiásticos que aí exerciam a justiça e cobravam impostos aos camponeses.
Senhorios laicos e senhorios eclesiásticos
Nas regiões de Portugal onde predominava a propriedade senhorial, os pequenos e médios proprietários livres ( os herda dores) eram muito poucos. A maior parte dos camponeses trabalhava nos domínios nobres ou eclesiásticos. Uns eram camponeses livres (chamados colonos ou malados), outros eram servos.
Era-lhes, normalmente, entregue uma extensão de terra para cultivarem (o casal, equivalente ao manso, que já conheces). Em troca, ficavam obrigados ao pagamento ao senhor de vários impostos em géneros ou em dinheiro e ainda, muitas vezes, à prestação de dias de trabalho gratuito (as jeiras, designação portuguesa das corveias) na reserva do senhor.
A dependência dos camponeses
Propriedade eclesiásticaPropriedade nobrePropriedade vilã (herdadores)Propriedade régia
Distribuição da propriedade no século XIII numa região de predominância senhorial.
Um castelo senhorial
A força dos concelhos
Os grandes domínios laicos e eclesiásticos não abrangiam todo o espaço português. Extensos territórios eram propriedade régia (os reguengos). Outras zonas, constituídas pela maioria das localidades e respectiva área envolvente, embora submetidas à autoridade do rei, gozavam de bastante autonomia. Eram os concelhos, também chamados, por vezes, municípios.
Havia concelhos em todo o País, mas eram em número mais reduzido na parte norte do território, onde, como já sabes, predominavam os senhorios laicos. No interior e no sul, à medida que a Reconquista avançava, o rei passou a reservar para si as principais povoações e os terrenos imediatamente em volta. Como forma de garantir o povoamento e a defesa dessas zonas, o rei apoiou a sua organização em concelhos.
Distribuição dos concelhos no País
Todos os habitantes de um concelho (os vizinhos) eram homens livres. Isso não quer dizer que fossem iguais em riqueza ou em direitos.
Os grandes proprietários rurais e os ricos comerciantes constituíam os elementos mais influentes dos concelhos. Eram designados por cavaleiros - vilãos ou por homens - bons.
Os restantes habitantes eram chamados peões (porque serviam a pé nos exércitos). Formavam a grande maioria da população concelhia. Uns viviam do trabalho artesanal ou da exploração de pequenas propriedades agrícolas; outros, os jornaleiros, trabalhavam, a troco de um salário (a jorna), nas terras dos homens - bons.
A sociedade concelhia
A vida dos concelhos era regulada pelo costume e pelo foral, documento através do qual o rei estabelecia os direitos e obrigações dos moradores.
Os homens - bons reuniam-se periodicamente em assembleia, para tomarem decisões e para escolherem entre si os magistrados do concelho. Os mais importantes desses magistrados do concelho. Os mais importantes desses magistrados eram os juízes. Eram eles que, durante um ano, governavam o concelho e exerciam a justiça. O símbolo da justiça concelhia era o pelourinho junto do qual eram aplicados os castigos mais graves.
O rei estava sempre representado, em cada concelho, por um alto funcionário, directamente escolhido por si, o alcaide, que vivia normalmente no castelo da povoação.
Como eram governados os concelhos?
Sortelha (Sabugal)
O fortalecimento do poder régio
Na maior parte dos países da Europa, alguns senhores feudais eram tão ricos e poderosos como o próprio rei e dificilmente se submetiam às suas ordens. Só através de um longo processo de luta, esses monarcas conseguiram, a partir do século XII, ir recuperando a força perdida.
Em Portugal, a autoridade dos reis foi sempre à de qualquer elemento da nobreza. Ao contrário do que aconteceu noutros países, o direito de cunhar moeda e a justiça suprema nunca deixaram de ser poderes exclusivos da realeza. No entanto, ao longo dos séculos XIII e XIV, os reis portugueses tiveram também de lutar contra os abusos dos privilegiados. As principais medidas tomadas foram:
as inquirições, inquéritos rigorosos com vista a conhecer exactamente as terras e os direitos que pertenciam à Coroa e de que os grandes senhores se tinham apropriado;
as leis de desamortização, pelas quais se tentou impedir que o clero aumentasse ainda mais as extensas propriedades que já possuía.
O rei enfrenta os privilegiados
Até ao fim do século XIV, o poder central estava ainda muito mal estruturado. Só um pequeno grupo de funcionários auxiliava o monarca nas suas funções governativas. Os principais funcionários eram o alferes-mor (que comandava o exército) e o chanceler (responsável pelo selo régio).
Esses altos funcionários, em conjunto com os membros da família real e alguns elementos da grande nobreza e do alto clero, formavam uma espécie de conselho, a Cúria Régia, que o rei consultava com frequência.
O poder central
Sempre que era necessário resolver uma questão mais grave, a Cúria Régia era alargada a um maior número de elementos (todos os bispos e abades, bem como os ricos - homens do reino), chamando-se então Cúria Plena ou <cúria Extraordinária ou ainda Corte Geral.
Mais tarde, também os representantes dos concelhos começaram a participar nessas reuniões, as quais passaram a ser designadas por Cortes. As primeiras Cortes realizaram-se em Leiria, em 1254. As Cortes não faziam leis, pois esse poder pertencia exclusivamente ao monarca. Tinham apenas um carácter consultivo e só eram convocadas pelo rei quando era necessário tomar decisões importantes.
As Cortes
O rei e a corte
O crescimento urbano na Europa
Nos séculos XII e XIII, muitas cidades europeias, apesar do seu crescimento, continuavam sujeitas ao poder dos grandes senhores feudais.
Para se libertarem do poder senhorial, essas cidades, sob a direcção dos burgueses mais influentes, tiveram de travar prolongadas lutas, por vezes violentas. Conquistaram, assim, a sua autonomia e puderam formar governos próprios. Nalguns casos tornaram-se mesmo repúblicas independentes, como aconteceu na Itália. Em Portugal, como viste, os concelhos gozavam de grande autonomia.
Em luta pela autonomia
Nos séculos XII e XIII, as cidades europeias mais prósperas situavam-se na Itália e na Europa do Norte.
Na Itália, destacavam-se, entre outras, as cidades-repúblicas de Veneza, Génova e Florença. Além de dominarem o comércio mediterrânico, passaram a ser intermediários entre o Ocidente e o Oriente: através dos contactos estabelecidos com os Muçulmanos, os comerciantes Italianos traziam para a Europa as ricas mercadorias orientais (especiarias, sedas, etc.).
Na Europa do Norte, eram as cidades da Flandres e do mar Báltico que dominavam o comércio.
As cidades da Flandres (sobretudo Bruges e Gand) fabricavam e exportavam, principalmente, tecidos de lã. Na área do mar Báltico, as principais cidades (Lubeque e Hamburgo, entre outras) aliaram-se numa associação comercial, a Liga Hanseática ou Hansa, que tinha sucursais em quase todos os portos do Norte da Europa. As cidades da Hansa vendiam, principalmente, trigo, peixe seco, peles e metais.
As principais áreas urbanas
Nesta época, cada país e até cada região tinham moedas diferentes. Com o desenvolvimento comercial, uma actividade nova surgiu nas principais cidades e nas grandes feiras: a dos cambistas. Na sua maioria italianos, os cambistas avaliavam as diversas moedas e faziam as respectivas trocas, isto é, p câmbio. Mais tarde, passaram a efectuar empréstimos em troca do pagamento de juros. Tornaram-se, pois, os primeiros banqueiros.
Nos fins do século XIII, esses banqueiros inventaram a letra de câmbio, uma espécie de cheque que permitia levantar, numa outra cidade e noutra moeda, a importância que constava desse documento.
Os primeiros banqueiros
Lisboa nos circuitos do comércio europeu
A partir do século XIII, uma rede de rotas comerciais punha em contacto todos os países do continente europeu e relacionava-os com outras partes do mundo.
No mar Mediterrâneo, as principais rotas uniam as cidades italianas a alguns portos do Norte de África e da Ásia, fazendo, dessa forma, a ligação da Europa com o próspero mundo muçulmano, onde era intensa a actividade comercial.
Entre as zonas de Mediterrâneo e da Europa do Norte os contactos eram também frequentes, quer por terra quer por via marítima. A partir do século XIII, estabeleceu-se mesmo uma rota marítima regula que contornava as costas da Península Ibérica. Essa rota tinha em Lisboa um importante porto de escala, o que muito contribuiu para o desenvolvimento da capital portuguesa.
O grande comércio internacional
O comércio externo português fazia-se quer com a Europa do Norte (França, Inglaterra e Flandres), quer com as regiões mediterrânicas (Itália, Norte de África e Sul de Espanha). As exportações portuguesas consistiam sobretudo em produtos agrícolas - vinho, azeite, cortiça, frutos secos - e em sal. Em troca, importávamos tecidos, ferro, armas e outros produtos, além de cereais, nos maus anos agrícolas.
Frequentemente, eram os mercadores portugueses que iam comerciar aos portos estrangeiros, sobretudo do Norte da Europa. Outras vezes, eram os mercadores estrangeiros que vinham a Lisboa, tendo-se fixado na cidade grupos de mercadores italianos, ingleses e de outras nacionalidades.
O comércio externo português
Os reis portugueses, sobretudo depois de D.Dinis, apoiaram o crescimento da marinha mercante e da actividade comercial, estimulando, nomeadamente, as relações com países estrangeiros.
Na segunda metade do século XIV, o rei D.Fernando concedeu aos mercadores portugueses grandes facilidades para a construção e a compra de navios acima de determinada tonelagem. No mesmo reinado, foi também fundada, em Lisboa, a companhia das naus, que era já uma verdadeira companhia de seguros marítimos (mediante o pagamento de uma certa percentagem dos lucros de cada viagem, os mercadores podiam ser indemnizados em caso de naufrágio ou prejuízo grave).
Apoio à marinha e ao comércio
Tanoeiros
Concluímos que ao realizar este trabalho de história proposto pelo nosso Professor, conseguimos aprender mais sobre Portugal no contexto dos séculos XII a XIV.
Conclusão
Trabalho elaborado por:
Gervásio Vieira Nº 13 7ºB Rúben Vieira Nº 20 7ºB
FIM