| entre margens 27 abril 2017 fim de semana02 · primeira saída de abril foi o nosso estimado...

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entre MARGENS BIMENSÁRIO | 27 ABRIL 2017 | N.º 581 DIRETOR: LUÍS AMÉRICO FERNANDES APARTADO 19 . 4796-908 VILA DAS AVES. TELF. E FAX.: 252 872 953 EMAIL: [email protected] PROPRIEDADE: COOPERATIVA CULTURAL DE ENTRE-OS-AVES, CRL 1,00 EURO PUBLICIDADE HOM’ESSA ! ( Maria Augusta Carvalho é aposta da CDU para a Câmara O jantar de celebração da revolu- ção dos cravos serviu de platafor- ma para apresentação dos dois prin- cipais nomes candidatos às elei- Passaporte da 1ª Liga está pronto, só falta carimbar ções autárquicas de outubro pró- ximo da CDU. José Alberto Ri- beiro candidata-se à Assembleia Municpal. PÁGINA 05 DESPORTO | PÁGINA 16 Andreia Neto inspira tinder da catequese Chama da amizade pode iluminar inauguração de rua Hom’Essa! não faz notícia do 25 de Abril pois políticos esqueceram-se de atualizar os discursos PÁGINAS CENTRAIS ANTÓNIO ALVES DA SILVA PIMENTA OBITUÁRIO MANUEL AZEVEDO MENDES DE CARVALHO ALBERTO CARNEIRO SÁTIRA / HUMOR

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entreMARGENSBIMENSÁRIO | 27 ABRIL 2017 | N.º 581 DIRETOR: LUÍS AMÉRICO FERNANDES

APARTADO 19 . 4796-908 VILA DAS AVES.TELF. E FAX.: 252 872 953

EMAIL: [email protected]: COOPERATIVA CULTURAL

DE ENTRE-OS-AVES, CRL1,00 EURO

PUBLICIDADE

HOM’ESSA!(

Maria Augusta Carvalho éaposta da CDU para a CâmaraO jantar de celebração da revolu-ção dos cravos serviu de platafor-ma para apresentação dos dois prin-cipais nomes candidatos às elei-

Passaporte da 1ª Liga estápronto, só falta carimbar

ções autárquicas de outubro pró-ximo da CDU. José Alberto Ri-beiro candidata-se à AssembleiaMunicpal. PÁGINA 05

DESPORTO | PÁGINA 16

Andreia Netoinspiratinder dacatequeseChama da amizadepode iluminarinauguração de rua

Hom’Essa! não faznotícia do 25 de Abrilpois políticosesqueceram-se deatualizar os discursos

PÁGINAS CENTRAIS

ANTÓNIO ALVESDA SILVAPIMENTA

OBITUÁRIO

MANUELAZEVEDOMENDESDE CARVALHO

ALBERTOCARNEIRO

SÁTIRA / HUMOR

||||| TEXTO: MIGUELMIGUELMIGUELMIGUELMIGUEL MIRANDMIRANDMIRANDMIRANDMIRANDAAAAA

Entre os Belle Chase Hotel e o inevitá-vel lançamento a solo, o conimbricen-se JP Simões fundou o projeto Quin-teto Tati. Em 2004 sairia o único frutodesse grupo de curta duração. Anali-sando a ficha técnica que acompanhao CD, detetamos vários instrumentosque vão para além dos normalmenteassociados ao rock convencional: flau-tas, acordeão, saxofone, trompete etrombone. “Exílio” não está ancoradono padrão da música que se fazia na-quela fase no nosso país. Invade terri-tórios pouco explorados, entrandoem ambientes intimistas e jazzísticos.As fronteiras ficam pouco definidasmas ficamos com a sensação de es-tarmos em terras da América Latina.Para além de pitadas de bossa nova,há pinceladas de rumba, salsa e bole-ro. Ainda com o booklet na mão, con-tamos seis músicos e não cinco. Petra,Luís Rodrigues, Danilo e Stone (Refi-lon) complementam a base do sexteto.

À exceção de “No Jazz”, as pala-vras saem na nossa língua. Tanto en-contramos rimas que nos obrigam asorrir (“Foge comigo na última voltada maratona; nada comigo num lagoindeciso de metadona”), como asachamos forçadas (“Ele era um jo-vem só e ela começou a fazer pão-de-ló”). O tom irónico de “A Flor daVida, A Arte do Encontro, Etc…” ate-nua esta leveza lírica. Da melancoliaà resignação é um pequeno passo.A história dramática de “Rumba dosInadaptados (Ou A Morte do JovemContribuinte)” segue um guião quelembra comicidade. É admirável comoo texto de um problema social encai-xa tão bem naquela exótica sonori-dade tropical.

O trajeto de JP Simões já é longo.Quem se lembra dele nos PopDell´Arte? Em nome próprio tem, atéao momento, quatro registos: “1970”,“Boato”, “Onde Mora o Mundo” (par-ceria com Afonso Pais) e “Roma”. Re-centemente fez um corte com o pas-sado e rebaptizou-se como Bloom.Desta iniciativa nasceu “Tremble Likea Flower”, de 2016. Resta saber seesta nova identidade artística será tãoefémera como foi o Quinteto Tati. “Avida é difícil, sempre foi”. |||||

FIM DE SEMANA02 | ENTRE MARGENS | 27 ABRIL 2017

Sextetoportuguês emterritório daAmérica Latina

GANHE UM ALMOÇO PARA DUAS PESSOAS

DEVE O PREMIADO RACLAMAR O SEU JANTAR NO PRAZO DE 3 SEMANAS (SALVO OS SORTEADOS QUE RESIDAM NO ESTRANGEIRO)

O premiado com um almoço para duas pessoas desta quinzena,deve contactar a redação do Entre Margens.

Restaurante Estrela do Monte | Lugar da Barca - Monte | Telf: 252 982 607

No restaurante ESTRELA DO MONTE o feliz contemplado nestaprimeira saída de abril foi o nosso estimado assinante Manuel José CarneiroMelo e Maia, residente na rua Comércia e Indústria, em S. Tomé de Negrelos.

Dentro de portas - “Exílio”

“ O café-concerto do Centro CulturalVila Flor continua a dar destaque aosgrupos de música locais, cabendo napróxima sexta-feira a vez ao trio ElRupe. Com início marcado para as24 horas, este será também o con-certo de apresentação do álbum maisrecente da banda constituída por RuiSouza (hammond e sintetizadores),Samuel Coelho (guitarra elétrica) ePedro Gonçalves Oliveira (bateria). Odisco chama-se “Suite 3,14” e reflete“um trabalho que se encontra nummundo em que o natural vive em har-monia com a tecnologia mais avan-çada”. “E se, nas cidades, pudésse-

mos abrir as portas de um elevadore encontrar uma floresta lá dentro?”é uma das questões levantadas pelogrupo e que serve de metáfora paraa música que se ouve em “Suite 3,14”.

Na sua essência, este trio (e se-gundo descrição dos próprios) “pro-cura refletir e redescobrir-se a si pró-prio na criação de novas texturas,sendo a intensidade sonora partefulcral da sua composição musi-cal. Com uma forte componente me-lódica, a sua música tanto se revelafrágil e capaz de exprimir suaves edelicadas intimidades, como se trans-forma em algo mais cru e sagaz. |||||

Esta quinta-feira, às 21h45, aCasa das Artes de Famalicãoacolhe a exibição do filme SãoJorge do realizador Marco Mar-tins (que em Guimarães, doisdias depois, se epresenta comoencenador, conforme se podeler no texto da página 3).

O filme, que valeu a NunoLopes o prémio de Melhor Atorno Festival Internacional deCinema de Veneza 2016 (naimagem), conta-nos a históriade Jorge, um boxeur desempre-gado que corre o risco de per-der o seu filho e a sua mulher,quando esta decide regressarao Brasil. Em desespero, aceitatrabalho nu-ma empresa de co-branças difíceis. Ironicamente,Jorge passa a intimidar aque-les que, como ele, se veem abraços com dívidas que nãoconseguem pagar. Impele-o afé numa vida melhor para asua família, mesmo quando sevê empurrado para um cami-nho de margina-lidade. Doelenco, para além de NunoLopes, fazem parte: BeatrizBatarda, Mariana Nunes eGonçalo Waddington, assimcomo um vasto elenco deatores não profissionais. |||||

FAMALICÃO | CINEMA

Um boxerna falência

Analisando a ficha téc-nica do CD, detetamosvários instrumentosque vão para além dosnormalmente associa-dos ao rock convencio-nal: flautas, acordeão,saxofone, trompete etrombone. “Exílio” nãoestá ancorado no pa-drão da música quese fazia no nosso país.

A ‘jogar em casa’, trioEl Rupe revelasegundo discoEL RUPE APRESENTAM O DISCO “SUITE 3,14”ÀS 24H00 DESTA SEXTA-FEIRA, 28 DE ABRIL

GUIMARÃES | MÚSICA

SEXTA, DIA 28 SÁBADO, DIA 29Aguaceiros. Vento fraco.Max. 22º / min. 8º

Aguaceiros. Vento fraco.Máx. 19º / min. 9º

Aguaceiros. Vento fraco.Máx. 16º / min. 8º

DOMINGO, DIA 30

ENTRE MARGENS | 27 ABRIL 2017| 03

Dra. Lídia LeitePediatriaDra. Ana LanzinhaGinecologiae Obstetrícia

Contactos: 252 874 508 /932 056 797Edifício Torre 2º F -Fontainhas - Vila das Aves

ENTREMARGENS

Assine edivulgue

Rua da Indústria, 24 - 4795-074 Vila das Avestelefone 252 820 350 | fax 252 820 359E-mail: [email protected]

GUIMARÃES | TEATRO

SANTO TIRSO | TEATRO

Este sábado, a Black Box da Plataformadas Artes e da Criatividade, em Gui-marães, transforma-se num ringueclaustrofóbico para receber a incon-tornável peça de Jean Genet, “As Cria-das”. Com encenação de Marco Mar-tins (o realizador de São Jorge), a peçaconta com as interpretações de BeatrizBatarda, Sara Carinhas e Luísa Cruz.

Fechadas numa arena limitada pelopúblico, as personagens digladiam-se e expõem todas as perversidades

Na arena com BeatrizBatarda, Sara Carinhase Luísa CruzÉ ESTE O ELENCO DE LUXO DE “AS CRIADAS”, EM CENA ESTE SÁBADO, NAPLATAFORMA DAS ARTES E DA CRIATIVIDADE, EM GUIMARÃES.

da condição humana, num registo“cru, sem esconderijos, nem eufemis-mos”. Ao público, pede-se coragempara não se tolher nas cadeiras quecircundam as atrizes, animais na his-tória e no palco, a quem ouvirão arespiração sôfrega.

Genet escreveu “As Criadas” nu-ma das suas incursões pela prisão,fascinado por um crime cometido porduas irmãs, em 1933, que mataramde forma violenta a patroa e a sua

filha. Genet, ele próprio um pária dasociedade, revela aqui o seu fascíniopelos malditos.

Na peça, as duas irmãs, as criadas,alimentam o ódio através de fantasi-as de uma vida que não é a delas.Mais do que o crime importa o escalarda tensão, o delírio crescente queacontece naquele espaço confinado.“A representação das criadas é me-tafórica. Genet dizia que para as de-fender havia os sindicatos. O que im-porta, aqui, é falar da natureza do te-atro enquanto cerimónia, da relaçãodo indivíduo com o poder e dos in-divíduos uns com os outros”, explicaMarco Martins.

“As Criadas” é uma peça sobre oque de mais perverso habita em cadaum de nós, porque todos podemosser vítimas ou carrascos. Com a plateiaconfinada ao espaço onde se desen-rola toda a raiva, Marco Martins e oseu elenco lançam-nos os ingredi-entes de uma peça que vai deixar opúblico desconfortável na cadeira.

“As Criadas” é apresentada às 22horas de sábado. Bilhetes a 7,50. Maisinformação em: www.ccvf.pt |||||

BEATRIZ BATARDA E SARACARINHAS NUMA FOTODE ENSAIO DE “AS CRIADAS”.FOTO: FILIPE FERREIRA

Este sábado, 29 de abril, a BibliotecaMunicipal de Santo Tirso acolhe a es-treia de “Balança”; uma criação de MartaCosta que nos conduz pelo “mundo en-cantado da diabetes”. O espetáculo, inte-grado no Ciclo de Teatro para a Infância,tem entrada livre, e é dirigido a criançascom idades superiores a 4 anos.

Mas que mundo é este o da “Diabe-tes”?. É um mundo em que se pode fazertudo, mas há que cumprir uma regra: oequilíbrio. Tudo tem de ser feito com equi-líbrio. Tem de se ter atenção aos valores,medir os valores, controlar os valores. Edepois? Depois tem de se procurar equi-librar os valores.

O projeto Balança é uma ideia da atrizMarta Costa posta em prática em cocria-ção com Alexandre Sá. Em termos artísti-cos, a peça conta com o apoio da com-panhia Clown Laboratori Porto e do Tea-tro e Marionetas de Mandrágora e, emtermos cientifico, da Associação Protetorados Diabéticos de Portugal (APDP). Esteprojeto tem como objetivo falar sobre oequilíbrio como um desafio permanentee dinâmico, sensibilizando para o temada diabetes tipo 1. |||||

Marta Costarecorre ao teatropara falarda diabetes

Só percebemoso valor da águadepois quea fonte seca.

FOTO: RITA CARMO MARTINS

04 | ENTRE MARGENS | 27 ABRIL 2017

ATUALIDADESANTO TIRSO | 25 DE ABRIL

||||| TEXTO: ELELELELELSSSSSAAAAA CARCARCARCARCARVVVVVALHOALHOALHOALHOALHO

O dia foi de liberdade e foi de liber-dade que se falou no átrio dos Paçosdo Concelho. Da exaltação dos va-lores que abril instaurou, da importân-cia do rigor e da transparência, danecessidade de aproximar eleitos eeleitores. Numa cerimónia onde todosos discursos estiveram cargo de ho-mens falou-se do papel da mulhertambém, houve referências, ainda quebreves, aos momentos de crise naci-onal e ao medo que prolifera por todoo mundo.

Foi dito e repetido por diversasvezes, por vários intervenientes, queo poder local é uma das grandes con-quistas da revolução”. Nas palavrasde Fernando Benjamim, que este anodeu a voz ao discurso do PS, “nãofalar de poder local seria um sacrilé-gio”. Tudo porque, acredita, é-lhe de-vida “uma parte muito significativa dasgrandes transformações democráti-cas, que se realizaram no pós 25 de

“Não falar de poderlocal seriaum sacrilégio”AS COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL QUE INCLUEM DIS-CURSOS DE TODAS AS FORÇAS POLÍTICAS REPRESENTADASNA ASSEMBLEIA MUNICIPAL FEZ-SE, ESTE ANO, SOB ASOMBRA DAS AUTÁRQUICAS DE OUTUBRO. OS DISCURSOSESTIVERAM LONGE DE SER SURPREENDENTES E, ENTRE OPASSADO E O PRESENTE DE UM PAÍS HOJE COMLIBERDADE, O FOCO FOI MESMO O PODER LOCAL.

volvem “partidos e personalidades detodos os quadrantes por esse mun-do fora”, não só contribuem para o“descrédito do sistema, o desencan-to dos eleitores e o seu alheamentoda politica”, como são fomento prin-cipal de “movimentos populistas queacenam com medidas drásticas, re-dutoras, irracionais”. “Aos políticosdo nosso tempo exige-se a imagina-ção, a coragem, a determinação, oespírito de liderança tão necessáriosà descoberta das soluções. Exige-se,também, a seriedade e a honestida-de de quem deve ser um exemplopara a sociedade”, continuou.

Tanto José Pacheco pelo movimen-to independente Água Longa é deTodos, como Henrique Pinheiro Ma-chado, do movimento P’ra frente Santo

Tirso, destacaram a importância demovimentos independentes na de-mocracia. Por um lado, Henrique Pi-nheiro Machado, acredita que “os“Grupos de Cidadãos Eleitores” in-dependentes dos partidos continu-am a ser discriminados, na justa ra-zão de que não têm as mesmas con-dições de igualdade dos partidosaquando das candidaturas aos ór-gãos autárquicos, como são as Fre-guesias, as Câmara Municipais e asAssembleias Municipais”. Por outro,José Pacheco, salienta: “a esperançade vida dos partidos é duradouracomparada com a duração previsíveldos movimentos de cidadãos masperspetivamos a regeneração e aampliação destes que não duvidamosengrandecem a qualidade da demo-cracia, são em prol de todos e obri-gam a maior exigência no interior dospartidos”. “Falta-nos a capacidade detodos podermos participar na cons-trução do futuro do país pela partici-pação nas eleições locais e nos ór-gãos autárquicos, independentemen-te de sermos, ou não, de um parti-do”, continuou o representante doP’ra Frente Santo Tirso.

José Alberto Ribeiro foi a voz daCDU e deixou claro que “comemo-rar o 25 de abril é acabar com odiscurso de que só pode ser assim enão pode ser de outro modo”, lem-brando as alternativas de governaçãoque surgiram num passado recentee sublinhando: “apesar dos constran-gimentos, das dificuldades e dasamarras com que nos pretendem li-mitar, alguma esperança volta a en-trar no imaginário dos portugueses”.

A última palavra foi mesmo dopresidente da Câmara, Joaquim Cou-to, que num longo discurso onde re-cordou o passado e se mostrou orgu-lhoso pelo trabalho desenvolvido aolongo do mandato, sublinhou a im-portância de reforçar a força do po-der local. “Só mais próximo dos cida-dãos, o poder local estará em condi-ções de concretizar, em absoluto, ofim para o qual foi criado há 42 anos”,adiantou explicando que a proximi-dade significa menos dependência dopoder central, “maior autonomia po-lítica, administrativa e financeira” e“maior capacidade de decisão política”.

Sobre o presente, não se coibe deassumir que o executivo que lideracumpriu abril, porque cumpriu oscompromissos que assumiu. A certe-za que deixa, no dia em que a liber-dade foi palavra de ordem, é simples:“Nós temos políticas para todos. Dosmais velhos aos mais novos. Connos-co, ninguém fica para trás”. ||||

abril de 1974, com ganhos muito sig-nificativos para o povo”. E falar depoder local, adianta, “é também falarde Santo Tirso e da grande evoluçãoverificada no Portugal democrático”.

“Não estarei longe da verdadese disser que o poder local foi o mo-tor de arranque pós revolução parao desenvolvimento de Portugal de-mocrático, uma tarefa complexa, tan-tas vezes ignorada pelo poder cen-tral, mas que nunca deixou de serrígido, reivindicativo e atuante comtodas as limitações impostas pela es-cassez de meios”, sublinhou RomeuSilva que, este ano, substituiu RicardoRossi em representação do CDS-PP.No mesmo sentido foi parte da in-tervenção de Rui Batista, em nomedo PSD/PPM, sublinhando que “detodos os poderes políticos o poderlocal é aquele que, ao longo destes43 anos, foi uma referência de esta-bilidade e o mais direto responsávelpela melhoria das condições de vidadas populações”. Mas Rui Batista nãodeixou de parte o ‘populismo’ e con-sequente necessidade de “credibiliza-ção” da imagem dos políticos. “Emano de eleições autárquicas, onde otema da política estará mais presente,todos terão a obrigação de dar seucontributo para a credibilização dosdiscursos e para uma conduta degenuinidade”, continuou, referindoque “quem governar tem que o fazera pensar na próxima geração e nãona proxima eleição”.

Já o presidente da AssembleiaMunicipal, Rui Ribeiro, não tem dúvi-das de que os escândalos que en-

ENTRE MARGENS | 27 ABRIL 2017 | 05

AUTÁRQUICAS 2017 | CDU

||||| TEXTO: PPPPPAULAULAULAULAULOOOOO RRRRR. . . . . SILSILSILSILSILVVVVVAAAAA

Aposta na continuidade. Os candidatosrevelados pela CDU para a Câmara e As-sembleia municipal são os mesmos dehá quatro anos, respetivamente, Maria Au-gusta Carvalho e José Alberto Ribeiro. Alógica demonstra confiança nas persona-lidades, mas talvez ainda mais do que isso,uma tentativa de utilizar rostos reconhe-cíveis para aproveitar um contexto políti-co nacional onde a Coligação Democrá-tica Unitária (CDU) tem aparecido commais desenvoltura. Facto, aliás, bem pa-

O JANTAR/COMÍCIO DE CELEBRAÇÃO DA REVOLUÇÃODOS CRAVOS SERVIU DE PLATAFORMA PARA APRE-SENTAÇÃO DOS DOIS PRINCIPAIS NOMES CANDIDA-TOS ÀS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS DE OUTUBRO PRÓ-XIMO DA COLIGAÇÃO ENTRE O PCP E OS ‘VERDES’.

Maria AugustaCarvalho éaposta da CDUpara a Câmara

tente em todas as intervenções da noite.Quando José Alberto Ribeiro afirma

que o “PS para fazer uma governação àesquerda, precisa de um reforço da CDU”,está a remeter o combate autárquico parao universo nacional, no qual o partido temuma intervenção mais ativa em termos me-diáticos do que em termos concelhios.

O apelo dos intervenientes foi sim-ples: reforçar a votação na CDU é a úni-ca forma de retirar a maioria absoluta aum PS que, quando “sozinho ou coliga-do à direita é igualmente muito prejudi-cial para a maioria da população.”

Não que a intervenção local tenha si-do esquecida, bem pelo contrário. “Esti-vemos na linha primeira contra o ataqueaos serviços sociais do Estado, a privatiza-ção dos serviços públicos, a retirada decompetências ao tribunal da nossa comar-ca, a retirada de valências ao nosso hos-pital”, elencou Maria Augusta Carvalho.“Quem não se lembra da marcha contrao desemprego? Quem não se lembra daluta em defesa da maternidade? Quemnão se lembra da defesa da Escola Pro-fissional? Quem não se lembra de todaa nossa intervenção em torno dos cen-tros de saúde das Caldas da Saúde e deS. Martinho do Campo?”.

Aliás, relativamente à saúde, mais pre-cisamente ao Centro Hospitalar do Mé-dio Ave (CHMA) é opinião da coligaçãoque “apenas um hospital construído de raiz,um hospital que sirva os três concelhosatualmente abrangidos pelas duas uni-dades do CHMA pode ser a solução.”

Nas palavras de Maria Augusta Carva-lho, a plataforma comunista para a cam-panha que se avizinha incluirá propostasde “combate ao desemprego, garantia deum total rede de saneamento e distribui-ção de água a preços justos e o alarga-mento da rede TUST a todas as freguesi-as.” Mais, afirma a candidata que “A vozdo trabalho, da honestidade e da com-petência, não um slogan publicitário, masum lema” que reflete uma certa forma“de estar e de pensar.”

José Alberto Ribeiro é natural de Viladas Aves e foi sindicalista no setor metalúr-gico entre 1980 e 2012. É membro dacomissão concelhia de Santo Tirso e dadireção da organização regional do Portodo Partido Comunista Português. É atual-mente representante da CDU na Assem-bleia Municipal de Santo Tirso desde2013, posição para a qual se recandidata.

Maria Augusta Carvalho é natural deSanto Tirso, professora de física e quími-ca na escola D. Dinis. É sócia fundadorado sindicato de professores do norte,membro da FENPROF. Foi candidata naslistas da APU e CDU em várias eleiçõesautárquicas, tendo encabeçado a lista àCâmara Municipal de Santo Tirso em 2013,lugar que volta a ocupar em 2017. |||||

‘Varanda para apraça CoronelBatista Coelho’já está concluída

Custou cerca de 300 mil euros e jáfoi inaugurada. A praceta do Alto dafeira, no coração da cidade de SantoTirso têm um aspeto totalmente reno-vado e o presidente da Câmara, Mu-nicipal Joaquim Couto, assegura tra-tar-se de uma nova “varanda para aPraça Coronel Batista Coelho”, e uma“obra para todos”.

“A praça essencialmente fica isentade tráfego automóvel com exceçãodos moradores, das cargas e descar-gas para o funcionamento dos estabe-lecimentos comerciais”, explicou o pre-sidente da Câmara, Joaquim Couto,sublinhando que “essa é uma filoso-fia que será mantida e aprofundadaem todos os outros espaços de re-forma do centro da cidade, na áreaperiférica e até nas freguesias ondeestão a ser feitas intervenções destanatureza”. É que a requalificação emcausa surge associada a um lequemaior. “Com os fundos 2020 esta emmarcha uma reformulaçao completado centro da cidade, aproximando acidade e os espaços da cidade docidadao, reorganizando e requalifi-cando esses espaços para uma me-lhor qualidade de vida, reorganizan-do a situaçao viária e é um processoque começou em 2013-2014 e ter-

AUTARQUIA INAUGUROU REQUALIFICAÇÃO DA PRACETADO ALTO DA FEIRA NO PASSADO DIA 22

minara em 2020”, explica o autarca.Já o presidente da União de Fre-

guesia de Santo Tirso, Couto (SantaCristina e S. Miguel) e Burgães, JorgeGomes acredita que foi dada umanova “dignidade” ao local e assim sen-do, é possivel agora que “as pessoasagora não só passem os seus dias e oseu tempo no largo coronel BatistaCoelho mas tambem nesta praceta,no alto da feira”. Jorge Gomes de-fende ainda que o grande objetivoda autarquia ao criar “uma obra paratodos” é “não discriminar se é jovem,se é menos jovem. Este espaço temtodas as condições de mobilidadepara todas as pessoas”. |||||

SANTO TIRSO | QUALIFICAÇÃO URBANA

OS CANDIDATOSREVELADOS PELA CDUPARA A CÂMARA EASSEMBLEIA MUNICI-PAL SÃO OS MESMOSDE HÁ QUATRO ANOS,RESPETIVAMENTE,MARIA AUGUSTACARVALHO E JOSÉALBERTO RIBEIRO

“A voz do trabalho, da honestidadee da competência, não umslogan publicitário, mas um lema”MARIA AUGUSTA CARVALHO, CANDIDATA DA CDU

06 | ENTRE MARGENS | 27 ABRIL 2017

OPINIAO

Pela primeira vez em muitos, muitosanos, não passei a semana grandeda Páscoa na minha paróquia localpara a viver por vários locais italia-nos, culminando em Roma onde tivea alegria de passar o dia da Ressur-reição no coração da Igreja, na dioce-se de Roma, com o seu carismáticobispo, o papa Francisco, no meio deuma multidão imensa de gente oriun-da dos mais diversos países, povos,raças e línguas. Uma experiênciavivencial que todos devíamos poderusufruir pelo menos uma vez na vida,tal como ocorre noutros credos eculturas de que o exemplo mais con-vincente é o que ocorre entre os mu-çulmanos, não para nos sentirmosorgulhosos da Fé que professamosmas para nos mantermos dignos doscaminhos que ela nos inspira e exi-ge! E digo isto sem qualquer senti-mento sectário e totalitário e, no casodos católicos, sem aquele preconcei-to romano que fez do papa uma es-pécie de imperador da cristandade eo centro de um poder real e cultualque ficou conhecido como “papola-tria”. O que experimentei neste espa-

Uma semanade Páscoapouco habitual

das; e tem o coração ferido pelas vio-lências sofridas no interior dos mu-ros da sua própria casa. Faz-se compa-nheiro de estrada de todos aquelesque são constrangidos a deixar a suaterra por causa de conflitos armados,de ataques terroristas, de fomes, de re-gimes opressivos. A estes emigrantesà força, Ele faz com que sejam aco-lhidos sob todos os céus por irmãosque partilham o pão e a esperançanum caminho comum.”

E se, por todas as razões de turis-mo, de história, de cultura e de pere-grinação a lugares sagrados, “todosos caminhos vieram dar a Roma” nes-ta semana, é justo referir outros luga-res: Nápoles, a terceira cidade mais po-pulosa de Itália depois de Roma eMilão, fundada pelos gregos, ocupa-da depois pelos romanos e que veioa pertencer desde o século XII ao Rei-no de Aragão, cujo centro históricoé hoje património da Unesco pela suabeleza e diversidade englobando tam-bém a cidade arqueológica de Pom-

peia, sarcófago de uma esplendorosarelíquia que ficou congelada duran-te séculos na lava do Monte Vesúvionuma das suas mais potentes erup-ções, e toda a costa Amalfitana compaisagens e cidades aninhadas nasencostas alcantiladas do Golfo de Sa-lerno, dois dos pontos visitados. Ou-tro ponto de visita, foi o Monte Cas-sino, onde S. Bento, que viria a serdeclarado patrono da Europa, cons-truiu a sua primeira abadia de mon-ges beneditinos e que, destruída porcataclismos naturais e bélicos por trêsvezes (mais recentemente na 2ª Guer-ra Mundial), conserva ainda, a impo-nência e a traça restaurada do que foino passado. Finalmente, a norte de Ro-ma, a cidade de Assis, cidade tambémPatrimónio da Humanidade onde amemória e a espiritualidade de S. Fran-cisco de Assis e de Santa Clara conser-vam um cunho original, mereceu-nosuma estadia bem gozosa por entre overde das oliveiras e a fertilidade daspaisagens da região de Umbria. |||||

Luís Américo FernandesO DIRETOR

ço cheio de história e de memóriaem Roma e, sobretudo na Praça de S.Pedro, na Eucaristia do dia de Páscoapresidida pelo papa Francisco, foi omistério de uma Igreja Católica, vivae atuante, que é do mundo (e mui-tas vezes foi mundana!) e é divina, etanto assume os sinais majestosos deuma liturgia rica em rituais e cantosgregorianos, em música coral e ins-trumental condizente com a excelên-cia da arte, da escultura e da arqui-tetura que em Roma se respira, comoa sua identificação com um Cristosofredor numa humanidade fratura-da pela fome, pela guerra e pelo ter-ror, ou não fosse esse o registo lan-cinante das palavras proferidas peloSumo Pontífice apelando à esperan-ça, à misericórdia e à urgência deatitudes de fraternidade e de transfor-mação. O rosto sorridente e acolhe-dor de Francisco que tanto galvanizaos fiéis é também um rosto sofrido esofredor marcado pelas tragédiashumanas do nosso tempo e não foioutra a tónica da sua mensagem “ur-bi et orbi”, que pronunciou da janelada sua residência, depois de umadeslocação pelo recinto da Praça emque foi ovacionado pela multidão: “OPastor ressuscitado(…) assume as do-res de todos aqueles que são vítimasdas antigas e novas formas de escra-vatura: trabalhos desumanos, tráficosilícitos, exploração e discriminação,graves dependências. Ele acolhe ascrianças e adolescentes privados jádo desconforto por serem explora-

INSCRITO NA D.G. DA C.S. SOB O Nº112933

DEPÓSITO LEGAL: 170823/01

PERIODICIDADE: BIMENSAL

DIA DE SAÍDA: QUINTA-FEIRA

TIRAGEM MENSAL: 4.000 EXEMPLARES.

ASSINATURAS: PORTUGAL - 15 EUROS / EUROPA - 27,00 EUROS / RESTO DO MUNDO - 30,00 EUROS

NÚMERO AVULSO: 1,00 EURO. PARA PAGAMENTO POR TRANSFERÊNCIA UTILIZAR NIB: 0035 0860

00002947 030 05. IBAN: PT50 0035 0860 00002947 030 05. BIC: CGDIPTPL

PROPRIEDADE: COOPERATIVA CULTURAL DE ENTRE-OS-AVES, C.R.L. NIF: 501 849 955

DIREÇÃO DA CCEA: PRESIDENTE: AMÉRICO LUÍS CARVALHO FERNANDES; TESOUREIRA: LUDOVINA SILVA;

SECRETÁRIO: JOSÉ CARVALHO. VOGAIS: JOAQUIM FANZERES E JOSÉ MACHADO.

DIREÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E REDAÇÃO: LARGO DR. BRAGA DA CRUZ, Nº 234 (ANTIGO EDIF. DA ESCOLA DA PONTE)

APARTADO 19 - 4796-908 AVES - TELEFONE E FAX: 252 872 953

DIRETOR: LUÍS AMÉRICO CARVALHO FERNANDES (TE - 1172). CONSELHO DE REDAÇÃO: JOSÉ PEREIRA MACHADO,

LUÍS ANTÓNIO MONTEIRO, LUDOVINA SILVA. REDAÇÃO: LUÍS AMÉRICO FERNANDES, PAULO R. SILVA, LUDOVINA SILVA,

ELSA CARVALHO (C.P.N.º 9845).

COLABORAM NESTE JORNAL: JOSÉ PACHECO, JOSÉ PEREIRA MACHADO, TIAGO GROSSO, AMÉRICO LUÍS FERNANDES,

PEDRO FONSECA, NUNO MOTA, FERNANDO TORRES, MIGUEL MIRANDA, ANTÓNIO LEAL, ADÉLIO CASTRO, CATARINA

GONÇALVES, FELISBELA FREITAS E FELISBELA LUÍS FREITAS.

DESIGNER GRÁFICO: JOSÉ ALVES DE CARVALHO

REPORTER FOTOGRÁFICO: VASCO OLIVEIRA.

COMPOSIÇÃO E PAGINAÇÃO: JORNAL ENTRE MARGENS

COBRANÇAS/DISTRIBUIÇÃO E PUBLICIDADE: MANUEL AZEVEDO

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RUA CIDADE DO PORTO | PARQUE INDUSTRIAL GRUNDIG, LOTE 5 - FRACÇÃO A - 4700-087 BRAGA

ENTRE MARGENS - Nº 581 - 27 ABRIL 2017

O rosto sorri-dente e acolhe-dor de Francis-

co que tantogalvaniza os

fiéis é tambémum rostosofrido esofredor

marcado pelastragédias

humanas donosso tempo e

não foi outra atónica da sua

mensagem “ur-bi et orbi”.

CARTOON // VAMOS A VER...

ENTRE MARGENS | 27 ABRIL 2017 | 07

A intemporalidadede Dr. Strangelove

A premissa do filme Dr. Strangeloveé o desenrolar de um cenário deguerra nuclear. Quando um dos la-dos ataca, o outro vê-se obrigado areagir e, no caso de um ataque combombas nucleares, o resultado é otema central sobre o qual o filme sedebruça: o ridículo e o espectro docenário de destruição mutuamenteassegurada.

Num cenário deste estilo, ambosos lados sabem que, na eventuali-dade de guerra à escala total, o ou-tro lado pode obliterá-los. Em casosatuais, imagine-se o que acontece-ria se os Estados Unidos da Améri-ca detonassem uma bomba nuclearna Rússia. Ainda antes da explosão,os Russos já saberiam estar sob ata-que e retaliariam com todo o poten-cial do seu arsenal nuclear. Em res-posta ao contra-ataque, os america-nos teriam de fazer atacar na mes-

M.ª Assunção Lino

A invenção da escrita é um marcofundamental no desenvolvimento hu-mano, tanto que designamos o perí-odo antes da escrita de Pré-História.Os Historiadores, investigando o pas-sado da Humanidade, utilizam paraisso, obviamente, os vestígios deixa-dos pelos povos que nos precede-ram no tempo. Assim, a partir da in-venção da escrita, passam a dispor,além das fontes não escritas – ossadas,restos de cozinha, construções e ou-tros, de textos vários – documentosescritos - que possibilitam compreen-der melhor o pensamento e o modode vida dos povos em estudo.

Na civilização ocidental a escritafoi descoberta na zona da Mesopotâ-mia, chamada de “Crescente fértil”,zona compreendida entre os rios Ti-gre e Eufrates. Os carateres cuneifor-mes sumérios, os hieróglifos egípci-os e outros sistemas de comunicaçãonão oral estão na origem da criaçãodo alfabeto – sistema de sinais (letras)que permitem a construção de pala-vras e de frases, do alfabeto que usa-mos, de origem fenícia e aperfeiçoa-da, depois, por Gregos e Romanos.

E a imprensa? Magnífica invençãodo século XV, do alemão Gutenberg(1398? 1400? – 1468) permitiu, comonunca até então, a difusão de obrasescritas de índole diversa, o acessode muitos à informação, até aí restri-ta a uns quantos privilegiados comdinheiro e poder para adquirir os tex-tos manuscritos. É, de facto, uma téc-

nica revolucionária e exerceu um pa-pel fundamental no século das luzes(XVIII) – não são apenas livros quesão impressos: são também jornais, re-vistas, panfletos, toda uma panóplia detextos que contribuíram de forma de-cisiva para o esplendor do século dasluzes, para a divulgação de descober-tas científicas, notícias, opiniões, ideias.

A generalização do ensino demo-raria, ainda – no séc. XIX em Portugalcerca de 75% da população era anal-fabeta – mas a simples existência daimprensa, dos livros, jornais e revis-tas, constitui, só por si, uma imensajanela de libertação pela partilha doconhecimento.

Por tudo isso, VIVA A IMPRENSA!

Comunicação IVPERSPETIVAS

“E a imprensa? Magnífi-ca invenção do séculoXV, do alemãoGutenberg, permitiu,como nunca até então,a difusão de obrasescritas de índole diver-sa, o acesso de muitos àinformação, até aírestrita a uns quantos.

Tiago Grosso

ma medida. Estavam, assim, conde-nados os dois países.

Desta forma, em teoria, as quan-tidades massivas de explosivos depotência na ordem das mega tone-ladas funcionam como uma obriga-toriedade de paz. Em caso de guer-ra, ambos os lados perecem e, porisso, à partida, ninguém tem interes-se em quebrar a paz para não serdestruído. Mais uma vez, isto é ateoria, porque, na prática, e comoacontece no filme Dr. Strangelove,circunstâncias podem surgir em quea retaliação vem de um embuste, deuma má leitura de aparelhos dedeteção de mísseis, etc.. Por isso, amagnífica obra de Kubrick é umaincrível sátira às circunstâncias emque ainda hoje vivemos.

É, de facto uma obra intemporal,afirmação que se prova pela situa-ção na Coreia do Norte. Embora aCoreia possa não conseguir nenhu-ma forma de vitória tangível se reta-liar um eventual ataque dos ameri-canos, fá-lo na mesma, cumprindo-se o cenário de destruição mutua-mente assegurada, embora em es-cala reduzida. Levanta-se, por fim, aquestão que é, no fundo, aquilo quetemos de nos questionar quanto à

ética desta situação: Se um país sabeque vai ser destruído, deverá levarmais umas centenas de milhões depessoas consigo num esforço de re-taliação? Se sim, então os cenáriosde destruição mutuamente assegu-rada só funcionam ou como instru-mento de bluff ou para aumentar onúmero de fatalidades. Se não, en-tão não funcionam sequer, porquenão são detrimento à abertura deuma guerra. |||||

Se um país sabe quevai ser destruído,deverá levar maisumas centenas demilhões de pessoasconsigo num esforço deretaliação? Se sim,então os cenários dedestruição mutua-mente assegurada sófuncionam ou comoinstrumento de bluffou para aumentar onúmero defatalidades”.

08 | ENTRE MARGENS | 27 ABRIL 2017

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|||| TEXTO: ELELELELELSSSSSAAAAA CARCARCARCARCARVVVVVALHOALHOALHOALHOALHO

A coligação a que o PSD e o CDS dãocorpo em Santo Tirso já iniciou a apre-sentação daqueles que considera “osmelhores candidatos às juntas de fre-guesia” numa cerimónia que contou,inclusivamente, com a presença dosvereadores atualmente eleitos pelossocial-democratas. E o primeiro a serapresentado foi Paulo Bento, na Agre-la, uma aposta já bem conhecida dapopulação, não estivesse ele à frentedos destinos da freguesa há oito anos.Num discurso onde assegurou levara causa pública “com a maior dedi-cação e seriedade”, Paulo Bento ga-rantiu conhecer “os problemas reais”e os “anseios” da freguesia e assumira candidatura com o mesmo espíritode há dois mandatos: “humildade,confiança e transparência”.

No desempenho como presiden-te de Junta diz ter feito, “com poucosrecursos”, tudo o que estava ao seu

Paulo Bentorecandidata-se àjunta de AgrelaNO JOGO DAS AUTÁRQUICAS DESTE ANO, PAULOBENTO NÃO É SELECIONADOR, É ANTES O PONTA DELANÇA QUE ANDREIA NETO ESCOLHEU PARA ASSUMIRA LIDERANÇA DA FREGUESIA DA AGRELA. AS EQUIPASSÓ DISPUTAM O JOGO NO DIA 1 DE OUTUBRO MASPAULO BENTO É, PARA JÁ, O PRIMEIRO DOSCANDIDATOS ÀS JUNTAS DE FREGUESIASAPRESENTADO PELA COLIGAÇÃO POR TODOS NÓS.

alcance, mas admite que “ainda hámuito projetos que continuam porconcretizar”, que apesar do desen-volvimento que tem tido, “a Agrelatem muito para crescer”. O caminhoque tem seguido é, acredita, de de-senvolvimento e é assim que preten-de continuar. “Queremos que as no-vas gerações se sintam bem na nos-sa terra, queremos que os mais ve-lhos tenham as melhores condiçõespara viver”, explicou.

Que Andreia Neto poderá ser aprimeira mulher eleita para a Câmarade Santo Tirso já foi dito mil vezes maso que a população quer mesmo é“conhecer os projetos, a estratégia, asideias, os compromissos”. E esse dia,garante Andreia Neto, vai chegar. Parajá assume apenas alguns pontos es-senciais do que quer que seja umagovernação liderada por si. “Não que-remos que os presidentes de juntasejam vistos como são hoje, sempre dechapéu na mão à porta do presiden-te da Câmara”. O anseio não é novoe é repetido pelas várias forças políti-cas a cada quatro anos, mas AndreiaNeto é perentória: “para mim os pre-sidentes de junta têm que ser trata-dos todos, todos da mesma forma,sem qualquer tipo de discriminação”.

Lutar contra a falta de rigor e transpa-rência é outra das pedras basilaresda candidatura da presidente do PSDque recorda, a esse propósito, os “cer-ca de 2500 euros por dia gastos pelaCâmara Municipal em propaganda”.

Perante uma plateia recheada defiguras ligadas à coligação e simpati-zantes, apelou à necessidade de di-zer aos tirsenses que “não tenhammedo de mudar”. “Aquilo que nóspretendemos é fazer mais e melhorpelo nosso concelho”. Isso, passará,de resto, por fazer de Santo Tirso “omelhor de todos os concelhos paraviver”, quer na cidade, quer nas fre-guesias e “reconquistar a força e aimportância que as empresas já tive-ram”. Sobre Paulo Bento, assegura ser“um homem sério, um homem ho-nesto, um homem trabalhador, dedi-cado à freguesia”. |||||

AUTÁRQUICAS 2017 |AGRELA

Queremos que as novasgerações se sintam bemna nossa terra, quere-mos que os mais velhostenham as melhorescondições para viver”

“Mais de 1500 pessoas juntaram-seà iniciativa promovida pela CâmaraMunicipal em parceira com a CPCJ ecaminharam entre a Praça 25 de Abrile o Parque Urbano Sara Moreira. O pre-sidente da Câmara, Joaquim Couto,explicou que o grande objetivo dacaminhada foi “sensibilizar a opiniãopública contra a violência nos jovense nas crianças”, ao mesmo tempo queirão ser feitos os possiveis para evitaresses cenários. “Particularmente nocaso da Câmara Municipal, estamosaqui para trabalhar. Apraz-me dizerque a população de Santo Tirso é, semdúvida, muito solidária, e que ao lon-go do tempo tem manifestado umagrande adesão para todas as causassociais”, adiantou o presidente.

“Mesmo com uma Comissão deProteção de Crianças e Jovens quetrabalha intensivamente, a verdade éque a referência e o registo do fenó-meno de violência contra crianças ejovens tem vindo a aumentar, muitopela situação de crise que o país vi-veu, mas também pela maior insegu-rança no emprego e nas condiçõesfinanceiras. Daí que iniciativas comoesta tenham a maior pertinência, poissão uma chamada de atenção paraesta situação”, acrescentou.

A caminhada, realizada no dia 7de abril, terminou com a largada de ba-lões azuis, cor associada ao tema. ||||||

Caminhada pelaproteção dascrianças juntou1500 pessoas

SANTO TIRSO

NA IMAGEM, PAULO BENTO,CANDIDATO À JUNTA DE AGRELA

www.ortoneves.pt

ENTRE MARGENS | 27 ABRIL 2017 | 09

||||| TEXTO: PPPPPAULAULAULAULAULOOOOO RRRRR. . . . . SILSILSILSILSILVVVVVAAAAA

A candidata pela coligação “Por TodosNós” à câmara municipal de Santo Tirsosurgiu, na passada sexta-feira, 21 de abrilem Areias, com um discurso assertivo, on-

AUTÁRQUICAS 2017 | ALÉM-RIO

NA APRESENTAÇÃO DE GONÇALO SILVA COMO CANDIDATO À UNIÃO DEFREGUESIAS DE ALÉM-RIO, ANDREIA NETO PROMETEU QUE É “POSSÍVEL FAZERMAIS E MELHOR” FOCANDO O SEU DISCURSO NA POLÍTICA ECONÓMICA QUEVAI DESENVOLVER ENQUANTO AUTARCA.

Andreia Neto quer“Santo Tirso com aforça industrial eempresarial que já teve”

exaltava Andreia Neto, propondo a cria-ção de uma “fiscalidade municipal maiscompetitiva” e uma “diplomacia econó-mica mais agressiva”.

“Conhecem alguma medida da atualcâmara para atrair novas empresas e apoi-ar as existentes”, questionou a deputadalaranja. “Temos gente capaz de trabalharcom dedicação e competência. Assim oprovamos ao longo de todo o séculoXX. Só falta a ação da câmara para criarcondições para as empresas”, concluiu.

Numa noite onde os atributos “serie-dade, honestidade e trabalho” foram umaconstante, o nome de Gonçalo Silva sur-giu com naturalidade, sendo apresenta-do como “o homem certo” para a Uniãode Freguesias de Além-Rio (Areias, Lama,Sequeirô e Palmeira). O médico dentistade 59 anos, residente em Areias garantiuque não será um mero “burocrata dema-gógico” nem um presidente “de gabine-te, de costas voltadas para a população”,sublinhando que estará “sempre ao ladode cada um” e que não vai parar “atéconseguir satisfazer as necessidades bá-sicas” da população. A missão é, segun-do o candidato, “melhorar a qualidadede vida de todos aqueles que vivem nes-ta união de freguesias.”

Altino Osório, ex-presidente da juntade freguesia de Palmeira, abriu as hostili-dades com um discurso duro apontadoaos adversários da coligação, externos einternos. Sobre a gestão do atual executi-vo, Osório revelou que a autarquia gas-tou cerca de “um milhão e trezentos mileuros naquilo a que se pode chamar pro-paganda”, o que se traduz num númeroà volta dos três mil e setecentos eurospor dia. Já sobre as polémicas declara-ções de Ricardo Rossi, líder da concelhiado CDS/PP e parceiro de coligação, o ex-autarca declarou que esta campanha seráfeita pela positiva apontando, no entan-to, a mira a Joaquim Couto afirmandoque “é possível fazer mais e melhor doque a atual câmara municipal lideradapor um velho político”, já que, diz “quemestá há mais de trinta e cinco anos napolítica, praticando as mesmas políticas,é um velho político”. |||||

de mais do que atacar as políticas do exe-cutivo socialista, apresentou ideias con-cretas com as quais pretende convenceros eleitores. “Nós queremos e podemosfazer com que Santo Tirso volte a ter aforça industrial e empresarial que já teve”,

“O aterro está fechado, seguem-seagora as operações de manutençãode acordo com as normas comuni-tárias e com a legislaçao interna”, adi-antou Joaquim Couto, em conferên-cia de imprensa, sublinhando seguir-se, agora um periodo de cinco anos“para verificar abatimentos e verificarum conjunto de condiçoes tecnicasque é necessario analisar e registar.Depois há todo um programa queesta já apresentado ns CCDR Norte,um programa de reconversao e derecuperaçao e no fundo de vigilanciado aterro para os proximos 30 anos”.

O presidente da Câmara acreditaque este é o inicio de um ciclo quepassa sobretudo pela reconversãoambiental do espaço. O investimentoserá totalmente da Resinorte, fiscali-zado pela ERSAR e pela CCDR – Nor-te e a transformação passa por asse-gurar que “espaço do aterro, que sãovarios hectares, possa ser utilizado parafins públicos, para outras atividades”.

A funcionar fica ainda o econcen-tro e a recuperação de energia. O ater-ro servia os municipios de Santo Tir-so, Trofa Famalicão e Guimarães e che-gou mesmo, em alguns momentos, aser alvo de queixas por parte da popula-ção. Com o encerramento, os residuossolidos urbanos do concelho passama ser tratados em Riba de Ave. |||||

Já não háaterro emSanta Cristina

AMBIENTE

ENCERROU A 31 DEOUTUBRO MAS SÓ A 19 DEABRIL SE ANUNCIOUOFICIALMENTE O FECHODO ATERRO SANITÁRIO

É possível fazer mais e melhor do que a atual câmaraliderada por um velho político. Quem está hámais de trinta e cinco anos na política,praticando as mesmas políticas, é um velho político”.ALTINO OSÓRIO, EX-PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE PALMEIRA

ATUALIDADE12 | ENTRE MARGENS | 27 ABRIL 2017

||||| TEXTO: ELELELELELSSSSSAAAAA CARCARCARCARCARVVVVVALHOALHOALHOALHOALHO

Garante o presidente da Câmara,Joaquim Couto, que desde a toma-da de posse foi alcançado “um cli-ma de paz social fruto de uma novaforma de governança posta em prá-tica a partir de 2013” e a verdade éque a paz se reflete também na rela-ção entre o executivo. Couto apre-sentou as contas de 2016 e apeli-dou-as de ‘históricas’. A oposição nãoficou totalmente convencida, disseser “possível fazer um bocadinhomais” mas deu o “benefício ao exe-cutivo” e absteve-se.

O presidente assegura que a exe-cução orçamental se fixou nos 87por cento, e sublinha a existência deum superavit de 2,2 milhões de eu-ros. Explica que “há uma tendênciade redução do prazo médio de paga-mento”, de 143 dias em 2013 paramenos de um mês, em 2016 e que adívida está a descer. “Há uma quedacontinuada e sistemática ao longo dosúltimos três anos”, adianta, salien-tando “a redução de 10 milhões deeuros de dívida”. Há poupança nasdespesas correntes também, assegu-ra. Cerca de 5 milhões de euros, maisprecisamente, e “há um aumento dasverbas das freguesias”.

Mas Couto não se coibiu de apre-sentar o que considera serem situa-ções “não tão boas”. A primeira das

Oposição abstém-seperante “execuçãohistórica” do orçamento ||||| TEXTO: AMÉRICOAMÉRICOAMÉRICOAMÉRICOAMÉRICO LUÍSLUÍSLUÍSLUÍSLUÍS FERNANDESFERNANDESFERNANDESFERNANDESFERNANDES

O município de Santo Tirso recebeumais de 90 por cento do que orça-mentou receber e gastou 84 por cen-to do que previu gastar, tal é o signi-ficado da “execução orçamental” e adiferença entre a receita e a despesa(o superavit) foi de 2,2 milhões deeuros. A dívida total do municípiofoi reduzida de forma consistente,situando-se atualmente em valoresda ordem dos 314,54 euros por ha-bitante, cerca de 26% mais alto doque, por exemplo, os da dívida porhabitante de Famalicão. As despe-sas com pessoal têm valores (tam-bém por habitante) inferiores aosmunicípios vizinhos sendo, no en-tanto, o município tirsense o cam-peão nas despesas com a aquisiçãode bens e serviços (sempre a crescernos últimos anos e que já são maisdobro de 2013), com Famalicão umpouco atrás. Os prazos de pagamen-to a fornecedores foram muito en-curtados mas terão sofrido um re-trocesso no último ano.

E o investimento? De quase 11,5milhões de euros em 2013 passou-se a cerca de 3,6 milhões em 2016,um afundamento abrupto que repre-senta ter-se passado de investimen-to de 160 euros por habitante para50 (Famalicão investe, atualmente,90 euros por habitante). Os investi-mentos em acessibilidades caíram60 por cento em relação a 2013 e osinvestimentos com infraestruturasbásicas representam este ano menosde 17 por cento do valor de 2013.Como não haverá razões para dizerque todos os problemas fundamen-

Contas municipaisEXECUTIVO FAZ QUESTÃO DE SALIENTAR A “EXECUÇÃOORÇAMENTAL HISTÓRICA”, O SUPERAVIT DE 2,2 MILHÕES EA REDUÇÃO DA DÍVIDA. E O INVESTIMENTO?

tais do concelho estão resolvidos,estes indicadores deverão ser, jul-gamos, objeto de análise dos deciso-res com vista a uma correção derumo, tanto mais que há superavit eequilíbrio no endividamento e osprogramas europeus do Portugal2020 por aí a jorrar.

Do ponto de vista da receita há aregistar um crescimento da receitade IRC e Derrama de cerca de 40 porcento em relação ao ano anteriorque permite acreditar num cresci-mento assinalável da atividade eco-nómica não sem reconhecer que di-vidindo o montante global destareceita pelo número de habitanteschegamos a valores de cerca de 22euros quando a vizinha Trofa arre-cada 39 e Famalicão mais de 45 eurospor habitante.

Em suma, as contas do municípiode Santo Tirso parecem traduzir umasituação invejável em termos de equi-líbrio financeiro quando compara-das com tantos outros municípiosdo país mas a tendência para o au-mento das despesas na aquisição deserviços e a ausência de investimen-to e até mesmo de projetos de inves-timento não indiciam um crescimen-to sustentável do concelho, para ofuturo. Uma vez esgotado o stock deprojetos herdados de mandatos an-teriores e realizados os poucos ela-borados agora, o que fica? A “políti-ca dos amortecedores sociais” e afesta para que Santo Tirso continuaa demonstrar um ritmo de pedaladanotável? |||||

Os valores referidos no texto foram obtidosno Portal da Transparência daDireção Geral das Autarquias Locais

quais é o atraso nos fundos euro-peus 2013-2020, que levou a “osprimeiros dinheiros comecem a che-gar agora”. “ Alguns dirão mas nãoé por razões eleitoralistas que háagora um conjunto de obras em mo-vimento, em marcha. É porque issoresulta do andamento dos fundoscomunitários”. Disso e da planifica-ção do próprio município que “so-freu uma derrapagem no mínimo deseis a oito meses”. “Só a partir demeados do ano passado é que ascoisas começaram a galopar”, expli-cou. Acima de tudo, o executivo lide-rado por Joaquim couto garante queas contas de 2016 são a prova deque se caminha “para construir umconcelho mais justo e mais coeso”.“Dos municípios da Área Metropo-litana do Porto, do Tâmega e Sousae bacia do Ave, Santo Tirso é, com-provadamente, aquele que mais amor-tecedores sociais tem e que mais fezpela coesão social no respetivo ter-ritório”, congratula-se o autarca.

Já para a oposição PSD-PPM, odesempenho “está ainda aquém dodesejado”. “Em 2016 a maioria so-cialista continuou a ter alguma difi-culdade na execução do orçamen-to municipal, sobretudo nos compro-missos assumidos no plano pluria-nual de investimento, que é a gran-de pecha desta prestação de contas,não foi alem dos 50% de execu-

ção”, adiantou José Manuel Macha-do. A oposição considera haver “al-guma melhoria” face a 2015, “masnão o suficiente para evitar um re-sultado operacional negativo de 1.7milhões de euros”. Para além disso,os vereadores da oposição conti-nuam que sublinhar que “o ativo efundos próprios do município es-tão sobreavaliados em resultado daopção contabilística de considerarcomo proveitos as verbas que enten-de serem devidas pelo município daTrofa, fazendo antecipar uma recei-ta futura e incerta que está depen-dente do desfecho de uma decisãojudicial”, algo que não consideramrecomendável. Para além disso, re-ferem que “os impostos diretos tive-ram uma taxa de execução de108,5 por cento, a taxa de execu-ção do IMI, atingiu 107,9 por cen-to e a derrama 137 por cento. Nosimpostos indiretos, a taxa de execu-ção atingiu mesmo os 259 por cen-to”, o que demonstra “uma maiorapetência do município para cobrardo que para investir”.

Ainda assim, Joaquim Coutodestaca o rigor e transparência doexecutivo e acredita que “relarotioconfirma ainda a grande diversida-de e dinamismo da atividade de-senvolvida pelo municipio em areascomo a cultura, o turismo, a educa-ção, o desporto ou a saude”. |||||

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VILA DAS AVES (EM FRENTE AO MERCADO)

ENTRE MARGENS | 27 ABRIL 2017 | 13

VILA DAS AVES / ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE 8 DE ABRIL

O nosso dinheiro continua a ser gasto em tudo e mais algumacoisa, por valores que ninguém calcula. E nós, aqui,vamos continuar a discutir casas de banho e muros”.“CARLOS VALENTE, PRESIDENTE DOS BOMBEIROS DE VILA DAS AVES

||||| TEXTO: PPPPPAULAULAULAULAULOOOOO RRRRR. . . . . SILSILSILSILSILVVVVVAAAAA

Por entre elogios e parabéns pelascomemorações do 62º aniversárioda vila e da inédita performance daorquestra urbana, a primeira assem-bleia de freguesia ordinária do anoficou marcada pelo espectro do queestá para vir. Em ano de autárquicas,já se sabe, tudo vem à flor da pele,mesmo quando ainda faltam cercade cinco meses para o ato eleitoral.

Genericamente, os temas em dis-cussão parecem ser perpétuos na Viladas Aves e no discurso político produ-zido na reunião magna: a estação decaminhos-de-ferro, o parque do Ver-deal, o muro do cemitério, as casasde banho, o Amieiro Galego, a estra-da da Barca, a limpeza das ruas e oestado dos passeios. Volta e meia tudoregressa à ordem do dia. Qual eter-no retorno. Sintoma de uma políticaautárquica onde a culpa é um vaivém,entre a câmara e a junta local.

No que diz respeito à questão docemitério, Joaquim Carneiro, antigoautarca que vem colaborando com ajunta na sua gestão, deu o mote du-rante a sua intervenção no períododo público. Carneiro diz-se “desani-mado com a situação” a que a vila che-gou e que por vezes pensa que “nemvale a pena ter junta de freguesia, nemdeputados, mas se não tivéssemosjunta de freguesia ou deputados, nãoteríamos cemitério, nem muro.”

Com uma das intervenções maisassertivas da tarde, Carlos Valente, ex-presidente de junta agora no seupapel de cidadão, vincou a diferençade tratamento entre os investimen-tos realizados na Vila das Aves e osconstantes anúncios para a cidadesede de concelho. “O nosso dinhei-

Assembleia a aquecercom as autárquicas nohorizonteA DISCUSSÃO QUE GIROU EM TORNO DO MURO DO CEMITÉRIO EDAS CASAS DE BANHO UM POUCO POR TODA A VILA, BEM COMO DAREPAVIMENTAÇÃO DA ESTRADA DA BARCA, AQUECEU OS ÂNIMOS DOSPRESENTES, NUMA ALTURA EM QUE AS PRÓXIMAS ELEIÇÕESAUTÁRQUICAS JÁ ENSOMBRAM O FUTURO NÃO MUITO LONGÍNQUO.

ro continua a ser gasto em tudo emais alguma coisa, por valores queninguém calcula. E nós, aqui, vamoscontinuar a discutir casas de banhoe muros, essas obras de milhões…”,atacou. “Há um tempo para tudo ehá um tempo também para dizer bas-ta. Chega.”

O atual presidente da AssociaçãoHumanitária dos Bombeiros de Viladas Aves apontou ainda para o futu-ro centro de estágio do Clube Despor-tivo das Aves. Tendo como pretextoa visita “escondida” do presidente dacâmara aos terrenos, à qual não con-vidou os representantes dos terrenos,junta de freguesia e associação hu-manitária, Valente questionou o fac-to de “uma obra que apresentou umprojeto em julho e uma primeira pe-dra em setembro, ainda não tem li-cença? Ainda hoje não tem licença.”

Elisabete Faria, no âmbito da suaintervenção relativa à atividade e si-tuação da Junta, focou-se em trêsproblemáticas fundamentais. Para além,das referências à atividade da Uni-versidade Sénior, e às iniciativas “Avesem Natal”, “Aves em Movimento” e dasrecém-concluídas e inéditas Festas daVila, o principal destaque foi para asurpresa desagradável, relativamenteà estação de caminhos-de-ferro.

Segundo a presidente da junta, “foiuma situação engraçada, que não tempiada nenhuma”, já que após umavisita de uma representante da Infra-estruturas de Portugal (IP) onde foi da-do a conhecer o espaço e as inten-ções da junta de freguesia para odinamizar, o assunto parecia encami-nhado para uma resolução. Até queinformação chegou que a responsa-bilidade teria sido entregue à câma-ra municipal. “A informação que foi

dada”, à representante da IP, “foi quea câmara se ocuparia e estava emsintonia com a junta para desenvol-ver algum projeto que tenhamos paraa cedência da estação, quando a jun-ta não tinha conhecimento de abso-lutamente nada.”

Quanto ao Amieiro Galego, a jun-ta de freguesia abriu um concurso, nãoaparecendo algum candidato. A ges-tão continuará a ser feita pela mesmapessoa até ao final do ano, sendo que“as casas de banho estarão abertasapenas ao fim de semana” A presiden-te considera ainda que terá de serpensado “muito bem o que será feitoa seguir”, para que seja definitivo enão apenas “mais um remendo”.

No que diz respeito à questão docemitério, Elisabete Faria apela a queJoaquim Carneiro “não desista”. Quan-do dizemos que não é da nossa res-ponsabilidade, não significa que nãofaçamos exigências. Que conheci-mentos técnicos tem a junta para ava-liar o muro do cemitério? Para isso éque temos uma câmara municipal, pa-ra isso é que pagamos IMI. O assun-to está a ser estudado quer pela câma-ra, quer pela Universidade do Minho.

Com uma inédita intervenção nes-te mandato, que o próprio classificoucomo um “desabafo necessário”, Adal-berto Carneiro, resumiu de forma bemilustrativa os assuntos da reuniãomagna da freguesia. “O problema dascasas de banho não é só um proble-ma do Amieiro Galego. É um proble-

ma de Vila das Aves. A Vila das Avesnão tem casas de banho em ladonenhum. Os problemas das Avespodem não são só relacionados comcasas de banho, mas envolvem sem-pre muita porcaria”. O vogal da juntade freguesia deixou bem claro que“a estrada para Riba de Ave é umanecessidade”, em resposta ao apelodeixado pelos deputados SebastiãoLopes e Júlio Torres e à informaçãode que a câmara municipal tenciona“repavimentar” o piso, sem fazer obrasde fundo naquele troço.

Os ânimos da assembleia aque-ceram aquando da discussão das con-tas de gerência apresentadas pelotesoureiro, Rui Batista. Não tanto peloconteúdo das mesmas, embora a opo-sição tivesse questionado a execu-ção orçamental e aos números apre-sentados. O tom subiu, sim, quandoapós um conjunto de questões le-vantadas pelos deputados socialistasrelativamente ao significado de algunsdos itens apresentados no documen-to, levou a que Elisabete Faria reite-rasse que esse tipo de dúvida nãodeve ser levantado no âmbito daassembleia, mas sim na secretaria. Areação exaltada da presidente con-duziu a um coro de críticas por parteda oposição, colocando em causa o“espírito democrático.”

Quanto ao exercício orçamentalda junta de freguesia, para Rui Batis-ta o balanço é francamente positivo,frisando o contributo dos privadosnos números finais da execução doorçamento. “O que recebemos dacâmara municipal de Santo Tirso foi omesmo que recebemos no ano an-terior, o aumento da receita de capi-tal, ou seja daquilo que investimos,advém dos privados”, esclareceu. Orelatório de gestão de contas foi apro-vado com os votos da maioria e vo-tos contra de toda a bancada socia-lista, que levou o tesoureiro a deixarum comentário sarcástico, “No pas-sado votou-se contra porque os nú-meros não eram legíveis, hoje vota-secontra por serem legíveis de mais.” |||||

A ESTAÇÃO DE CAMINHOS-DE-FERRO, O PARQUE DOVERDEAL, O MURO DOCEMITÉRIO, AS CASAS DEBANHO, O AMIEIRO GALEGOE A ESTRADA DA BARCAFORAM ALGUNS DOSASSUNTOS TRAZIDOS ADISCUSSÃO NA ÚLTIMAASSEMBLEIA DE FREGUESIA

14 | ENTRE MARGENS | 27 ABRIL 2017

ATUALIDADE

VILA DAS AVES | PAROQUIANOS EMPENHAM-SE EM DIGNIFICAR O DIA DE PÁSCOA

||||| TEXTO: CELCELCELCELCELSOSOSOSOSO CAMPOSCAMPOSCAMPOSCAMPOSCAMPOS

As palavras ditas pretenderam mos-trar a gratidão da paróquia às cente-nas de pessoas que se juntam, paraque, desde o início do ano, se pre-

O CORTEJO PASCAL EM VILA DAS AVES É UM EVENTO “FEITOCOM MUITO AMOR” ENFATIZOU O PÁROCO, PADREFERNANDO ABREU, AO FINAL DA TARDE DE DOMINGO,MOMENTOS ANTES DE SE INICIAR O TRADICIONALCORTEJO PASCAL QUE MARCA ESTE DIA NESTA PARÓQUIADO ARCIPRESTADO DE FAMALICÃO E DA DIOCESE DE BRAGA

Amor é o centro doCortejo Pascalem Vila das Aves

como o novo e o antigo juiz da Cruz.O Padre Fernando mostrou gratidãopor todo os anos de serviço de Ma-nuel Lima e também a passagem detestemunho para José Almeida Men-des Leal, agora responsável por todaa vivência pascal.

Nota de destaque para a presen-ça inédita de uma delegação do Mo-çambique. Há alguns dias em Vila dasAves, fruto da ação de Abel Ferreira,presidente da Associação Luso-Mo-çambicana, estiveram presentes e vi-veram com entusiasmo vísivel, Bene-dito Eduardo Guimino, presidente domunicipio de Inhambane, acompa-nhado de Joaquina Namburete, verea-dora para a área da Mulher e AcçãoSocial, além de Americo Tomás Di-que de Jenga, assessor económico dopresidente e de Fernando Matias, em-presário na ára da construção.

Todos viram o elemento agregadordo cortejo, ou seja, o símbolo do co-ração e do amor, ao mesmo tempo quefoi dado o mote para o tempo pascalque agora se inicia e que anda em tor-no da expressão: “O tempo Pascal fazmemória da Páscoa de Cristo na Histó-ria”. E esta mensagem foi, de resto, o fiocondutor do cortejo, com a evocaçãodas várias aparições do ressuscitado,desde o Antigo Testamento com apassagem de Jonas, até ao Evangelhoe os atos dos Apóstolos, por exemplo.

Não poderia, este ano, e a dias dese assinalar o centenário, serem es-quecidas as aparições de Fátima, coma mensagem de que nesse local “ofuturo foi profetizado e vivivo pelos trêspastorinhos”. A esse propósito, milha-res viram ainda a mensagem das Gui-as de que Fátima é o coração de Portu-gal e que “a vida nasce do coração”.

O cortejo foi até à Igreja Matrizonde decorreu a eucaristia de encer-ramento do dia de Páscoa, que con-tou com a dinamização das criançasdo 3º ano da catequese que esteano farão a sua primeira comunhão.Na homilia, o pároco evidenciou queas 18 equipas do compasso “não an-daram a anunciar a Boa Nova porconta própria, mas por conta de Deus”,aliás, o padre Fernando, evidenciouque “todos andamos a anunciar nodia de hoje”, seja participando ativa-mente ou apenas sendo testemnhasde fé. Sempre a dar valor à música eao cântico litúrgico, indicou que “es-tamos a escrever a História de Deus,por isso vamos cantar sempre em todoo tempo pascal e fazer memória daPáscoa de Cristo na História”.

A festa terminou com um jantarconvívio que juntou todas as equi-pas do Compasso Visita Pascal. ||||

pare este cortejo. “Estamos a reco-nhecer o amor de muitas pessoas anó-nimas”, disse o pároco no quartel dosbombeiros locais, de onde partiu ocortejo rumo à Igreja Matriz.

Na mensagem pascal, o padreFernando Abreu falou de felicidadee disse que os avenses vivem uma“Páscoa feliz porque acreditamos”, ci-tando a sagrada escritura. Acrescen-tou que “é feliz todo aquele que acre-dita que Jesus Cristo é o Salvador,que ressuscitou dos mortos e que nospermite acreditar que também nós, umdia, ressuscitaremos”.

A ouvir estas palavras estavam jámilhares de pessoas concentradas nasruas, aproveitando o bom tempo quese fez sentir. Também as 18 equipasdo Compasso Visita Pascal ouviramo reconhecimento do sacerdote assim

||||| TEXTO: PPPPPAULAULAULAULAULOOOOO RRRRR. . . . . SILSILSILSILSILVVVVVAAAAA

Durante quatro dias, Santo Tirso re-cebeu visitantes nacionais interna-cionais para presenciarem as recri-ações históricas e o comércio de épo-ca que transformou a cidade numaaldeia com cerca de dois mil anos.

“Se ainda havia dúvidas, a quar-ta edição do Mercado Nazarenoconsagra esta iniciativa da CâmaraMunicipal como uma afirmação noconcelho e também no país. Tive-mos nestes quatro dias muitos mi-lhares de visitantes, que vieram nãosó de concelhos vizinhos como dediferentes pontos do país. Nos últi-mos anos já era crescente o núme-ro de visitantes espanhóis, da Gali-za, mas este ano foi notória uma di-versidade cultural ainda maior, dadoque recebemos também franceses,brasileiros, e muitos emigrantes. Éuma iniciativa que continua a ganharasas, e cuja projeção muito nosorgulha”, explicou Joaquim Couto.

Na tarde de sexta-feira, consa-grada “santa”, a abertura oficial domercado foi assinalada pela ence-

Embebido em espíritopascal, o MercadoNazareno voltou aSanto TirsoNO FIM-DE-SEMANA DA PÁSCOA, A PRAÇA 25 DE ABRILVESTIU OS TRAJES, RECUOU NO TEMPO ETRANSPORTOU OS VISITANTES PARA UMA ÉPOCA HÁMUITO PERDIDA EM FOLCLORE MITOLÓGICO

SANTO TIRSO | MERCADO NAZARENO

nação de três cenas vitais do câno-ne pascal, o Batismo, a Via Sacra ea fechar a noite a Crucificação. Já osábado ficou marcado pela recria-ção da “Descida da Cruz e Enter-ro”, bem como “O Milagre de SãoLázaro”, entre muitas outras ence-nações.

Em dia de Páscoa, domingo,atenção dos visitantes centrou-sena “Ressurreição e Aparição de Je-sus Cristo”, conto vital na simbologiacristã católica. Já na segunda-feira,derradeiro dia das festividades, oprato principal foi a recriação da“Última Ceia.”

Joaquim Couto congratulou-sepelo sucesso da iniciativa que peloquarto ano consecutivo invadiu San-to Tirso, afirmando que esta é jáfundamental para a dinamização tu-rística do concelho. “O número devisitantes cresceu significativamen-te, em relação ao ano passado. Éuma viagem no tempo que permite,simultaneamente, proporcionar diasdiferentes às pessoas do concelho,e promover o concelho regional-mente e além-fronteiras.” ||||||

ENTRE MARGENS | 27 ABRIL 2017 | 15

Aves TV - Aventuras analógicas

NA IMAGEM, LUÍS GUIMRÃES,EUGÉNIO ROMPANTEE JOSÉ MEIRELES.COLABORARAM AINDA COM AAVES TV: JÚLIA NEVES, CÂNDIDAFERREIRA, CAROLINAFERREIRA, FÁTIMA COSTA,ANABELA AZEVEDO, JOHNCASANOVA E XAVIER CALÇADA.

|||||| TEXTO: PPPPPAULAULAULAULAULOOOOO RRRRR. . . . . SILSILSILSILSILVVVVVAAAAA

A Aves TV tem uma história relativa-mente curta, mas de intensa atividade.São apenas dois anos de emissão,uma vez por semana, com uma mé-dia de duas horas, no canal 56 aoserão de segunda-feira com reposi-ção aos domingos pela manhã. Paralevantar esta ideia do chão e levá-la abom porto foi constituído um grupoinicial de seis pessoas. Para além deVasco Oliveira e João Gomes, insti-gadores da ideia e de Luís Guima-rães e Eugénio Rompante, desta pri-meira equipa fizeram parte José Mei-reles, à época sócio da “Foto Aviz” comJoão Gomes e o pároco da vila, Fer-nando Abreu que, mesmo por pou-co tempo, se juntou à equipa com afunção de emprestar um manto delegitimidade moral que de algummodo compensasse a clandestinida-de da operação.

Para João Gomes, quando se olhaem retrospetiva para o trabalho feitohá três décadas, o “profissionalismo”com que encaravam o trabalho en-quanto amadores, deixa-o impressi-onado. “Tínhamos uma preocupaçãoestética e técnica muito forte. Tivemossempre cuidado com os textos deapresentação de cada peça ou seg-mento, para que fossem o mais cor-retos possível.”

“Aliás”, acrescenta Vasco Oliveira,“tínhamos imenso cuidado com asimagens que passávamos. Em nãoferir suscetibilidades”. Ficou semprena sua memória as palavras de umjornalista da RTP que quando questi-onado sobre o que pensava sobre ofenómeno das televisões locais lhesrespondeu afirmando que não via malalgum na sua existência, alertando-os para algo absolutamente funda-mental para quem quer trabalhar nes-te meio, o poder da informação e daresponsabilidade que tal acarreta.

Depois de qualquer entrevista apergunta fundamental passou a ser,precisamente, o que pensa das tele-visões locais. Sendo assim, parte doespólio da Aves TV estão um conjun-

OS RELATOS DAS VIAGENS E DAS PERIPÉCIAS DA TELEVISÃO QUE LEVAVA PARA TODO O LADO O NOME DEVILA DAS AVES. DO RALI DE PORTUGAL A ESTUGARDA PARA A FINAL DA TAÇA DOS CLUBES CAMPEÕESEUROPEUS. CERIMÓNIA DE ENTREGA DO ESPÓLIO PARA A JUNTA DE FREGUESIA DECORRE SEXTA-FEIRA,28 DE ABRIL PELAS 21 HORAS NO SALÃO NOBRE DA JUNTA.

to de personalidades nacionais e re-gionais, de Eurico de Melo, a LeonorBeleza e até Amália Rodrigues e Car-los Paião. “Todos respondiam positi-vamente em relação à sua existência,com regras, claro”, citando a sua im-portância para o desenvolvimentolocal de cada região.

Durante os dois anos de emis-são, para além das personalidadesque passavam pela região, a Aves TVacompanhou o Rali de Portugal, deEspinho a Espinho, com entrevistas atodos os grandes pilotos da época,de Didier Auriol a Carlos Sainz e atése deslocaram a Estugarda aquandoda final da Taça dos Clubes Campe-ões Europeus que o Benfica dispu-tou em 1988.

“É INACREDITÁVEL COMOCONSEGUIMOS FAZERDIRETOS HÁ TRINTA ANOS”.Em 1987 os diretos faziam-se de umamaneira muito simples. Existiam duascâmaras no estúdio que ocupava oapartamento na Tojela. Enquanto umafocava no pivot que conduzia a emis-são, a outra, ligada por um cabo quedescia pela janela e pela fachada doprédio, encontrava-se ao nível da ruaonde se entrevistavam transeuntes eos comerciantes até onde o cabo opermitisse.

O primeiro direto surge cerca dedois meses após a primeira emissãopara a transmissão do concurso “MissRádio Aves” que envolveu uma ope-ração bem mais complexa, já que oevento decorria no Cine Aves. Paratal, foi instalado um segundo emis-sor no local que retransmitiria o si-nal para o principal sito na Tojela. “Ocafé do cinema, ao lado, estava cheioa ver a nossa emissão porque nãocabia toda a gente no Cine Aves.”

Já em abril de 1988,aquando dacelebração do primeiro ano de vidada televisão, a emissão foi especial.Seis horas ininterruptas, repletas dediretos e programas que pediam oenvolvimento e participação do pú-blico e prémios para oferecer. “Asemissões em direto eram fabulosas”,

confessava João Gomes. Fazia-se tu-do o que uma televisão na época fa-zia, mas com meios diferentes. “Demo-nos à ousadia de fazer concursoscom prémios para os espectadores.O que hoje se vê em todas as televi-sões, nós, naquela altura já fazíamos”,destacou Vasco Oliveira.

Todavia, existia um entrave dema-siado importante, impossível de ul-trapassar: a ilegalidade. A vertente “pi-rata” das televisões e rádios era umamarca de nascença indisfarçável peran-te a lei. Se nas rádios o futuro próxi-

mo se mostrou célere e promissor,com a liberalização do espectro radio-elétrico, permitindo que algumas des-sas estações saíssem do obscurantis-mo, o processo na televisão foi maismoroso e menos liberalizador. A dis-cussão deixou de fora as televisões lo-cais, condenando-as logo à partida.

Os serviços radioelétricos, respon-sáveis pela fiscalização à época, fize-ram duas visitas à Aves TV, uma an-tes da derradeira. Nas palavras deJoão Gomes, “vieram ter comigo edisseram-me que sabiam quem eu erae o que fazia. Dava prisão na altura.Mas disseram-me que se levassem oemissor não havia problema.” Con-versou puxou conversa até que o “OLuís Guimarães arranjou um emis-sor que não era o original e ele lálevou o equipamento convencido.”

A impossibilidade de continuarcom a atividade da televisão é vistahoje como inevitável, mas sobretudocom enorme nostalgia pelo que foiconstruído. “Desde a primeira con-versa que tivemos sobre a criação daAves TV, a nossa preocupação foisempre de nunca deixar que algumaforça política interfira no nosso gos-to. Não vamos estar subservientes aqualquer força política, seja ela qualfor”, garantiam-nos. “Queríamos in-dependência total. Íamos a tudo. Maséramos acusados de só mostrar igrejae o presidente da câmara”. Parece que,mesmo depois de todos estes anosvolvidos, pouco ou nada mudou.

O que fica de dois anos e cento eonze emissões? Um legado. Materi-al, correspondente ao arquivo queficará como património da junta defreguesia. E imaterial, as pessoas, to-dos aqueles que colaboraram com oprojeto. Do Eugénio Rompante, “queera o nosso motor” à Júlia Neves, “quetinha uma classe enorme a entrevis-tar.” Todos eles.

Ao olhar pelo retrovisor, trintaanos depois, João Gomes garante: “oprofissionalismo e a dedicação - édisso que mais me orgulho.” |||||

VILA DAS AVES | AVES TV

16 | ENTRE MARGENS | 27 ABRIL 2017

DESPORTO

2ª LIGA DE FUTEBOL - CDAVES, FUTEBOL SAD

17 - LEIXÕES 44

18 - FAMALICÃO 44

19 - VIZELA 42

20 - FREAMUNDE 3921 - FAFE 3922 - OLHANENSE 22

FUTEBOL // DISTRITAIS

09 - U. MADEIRA 54

10 - V. GUIMARÃES B 54

11 - ACADÉMICA 53

12 - SPORTING B 53

13 - SP COVILHÃ 52

15 - AC VISEU 4814 - FC PORTO B 51

4616 - COVA DA PIEDADE

FUTEBOL // DISTRITAIS

CLASSIFICAÇÃO II LIGA P01 - PORTIMONENSE 73

02 - CD AVES 71

03 - BENFICA B 5904 - PENAFIEL 5905 - BRAGA B 58

07 - SANTA CLARA 5606 - VARZIM 58

5608 - GIL VICENTE

FUTEBOL | DIVISÃO DEELITE PRO-NACIONAL

||||| TEXTO: PPPPPAULAULAULAULAULOOOOO RRRRR. . . . . SILSILSILSILSILVVVVVAAAAA

FOTO: VVVVVASCOASCOASCOASCOASCO OLIVEIRAOLIVEIRAOLIVEIRAOLIVEIRAOLIVEIRA

Num encontro muito dividido, espe-cialmente na primeira parte, os azarespareceram bater todos à porta da for-

DESPORTIVO DAS AVES PRECISA DE UM PONTO NAS QUATRO JORNADAS FINAIS DOCAMPEONATO PARA OFICIALIZAR A SUBIDA AO ESCALÃO MÁXIMO DO FUTEBOLNACIONAL. APESAR DA VITÓRIA FRENTE AO FAMALICÃO E A DERROTA DO VARZIM,O RESULTADO DO PENAFIEL ESTRAGOU UMA FESTA ANUNCIADA.

pleto a partir daí. Mais bola, mais in-tensidade, mais velocidade e com asnotícias que vinham da Póvoa deVarzim parecia possível comemorar jáa subida. Esse sonho pareceu maisreal quando aos 67’, Guedes desatao nó do marcador com uma cabeçavitoriosa a dar seguimento a um ex-celente cruzamento de Balogun.

Nove minutos depois, aparece o2-0 da responsabilidade de Tarcísio.O golo surge de uma bonita jogadade envolvimento pela direita de Cae-tano, com o médio camisola dez acolocar a bola com classe junto aoposte, fora das possibilidades do guar-da-redes famalicense.

Nas bancadas a festa ia-se fazen-do, os cânticos entoavam em todo oredor e subiram de tom quando asnotícias chegadas de Freamunde de-ram a ideia de que a subida ficariadecidida ali naquela tarde. Dois go-los anulados e queixas à equipa dacasa permitiram ao Penafiel manter avitória por 2-1 e adiar as decisões dasubida pelo menos mais uma jorna-da. Isto acontece porque penafidelensesainda têm que se deslocar à Vila dasAves, estando o modo de desempatepor confronto direto por fechar, o queobriga o Desportivo a alcançar maisum ponto nas próximas jornadas.

Contudo, nem este desenrolar deacontecimentos esfriou o ânimo dospresentes. No final do encontro, ospeaker do estádio pediu para quenão houvesse invasão ao campo, masa festa fez-se como se da subida setratasse. Uma comunhão total entreadeptos, jogadores e equipa técnica.Um agradecimento mútuo por épocaque foi histórica. |||||

Passaporte da 1ªLiga está pronto,só falta carimbar

mação da casa. José Mota foi obriga-do a esgotar as substituições nos pri-meiros quarenta e cinco minutos, comlesões a colocarem fora de jogo Eri-valdo (12’), João Pedro (25’) e NélsonPedroso (45’), entrando para os seuslugares, respetivamente, Zé Tiago,Xandão e Caetano.

Também devido a estas peripécias,jogou-se muito pouco futebol na pri-meira metade. As oportunidades fo-ram escassas, embora Guedes tenhaameaçado por duas ocasiões e Mércioquase inaugurava o marcador paraos forasteiros. Parca intensidade, pou-co qualidade de ambas as equipasditaram o nulo ao intervalo.

No segundo tempo, logo a abriro Famalicão esteve perto de fazer oprimeiro por intermédio de Lima. Con-tudo, o Desportivo dominou por com-

O Aves B ainda não perdeu ne-nhum jogo na fase de apuramentodo campeão e de promoção aoCampeonato de Portugal, tendo, noscinco jogos já disputados, obtidotrês vitórias e dois empates, o últi-mo dos quais na Lixa, no passadodomingo, a zeros. Na jornada an-terior, a 9 de abril, no Campo Ber-nardino Gomes, os avenses tinhamvencido o SC de Rio Tinto por trêsbolas a duas. A tabela classificativamostra o Aves B com onze pontos,seguido do Rebordosa com sete,sendo que o Canelas, que tem seispontos, conta com menos um jogo.É com esta equipa do concelho deGaia que se tornou notícia, pormotivos conhecidos, que o Aves Bvai medir forças na próxima jorna-da, marcada para o próximo domin-go, no estádio do Canelas. No jogoda primeira volta o Aves ganhou oconfronto com o confortável resul-tado de 4 -0. |||||

Aves B continuaisolado no play-off de promoção

O avense André Mesquita partici-pou como guarda-redes na seleçãonacional que se sagrou vice-cam-peã do mundo de futsal adaptadopara jogadores com Síndrome deDown. O campeonato decorreu emViseu entre 8 a 15 de abril, sob aégide da Federação Portuguesa deDesporto para Pessoas com Deficiên-cia (ANDDI). André Mesquita repre-senta o CAID (Cooperativa de Apoioà Integração do Deficiente) de San-to Tirso, de que é utente. Parabénsao André e à seleção pelo êxito, peloempenho e pela participação. |||||

André Mesquitaé vice-campeãomundial deFutsal Adaptado

DOIS GOLOS ANULADOSE QUEIXAS À EQUIPA DACASA PERMITIRAM AOPENAFIEL MANTER AVITÓRIA POR 2-1 E ADIARAS DECISÕES DA SUBIDAPELO MENOS MAIS UMAJORNADA.

ENTRE MARGENS | 27 ABRIL 2017 | 17

FUTEBOL | CAMPEONATO DE PORTUGAL PRIOFASE DE MANUTENÇÃO

CAMPEONATO NACIONAL II DIVISÃO SUB-19

FUTSAL

VOLEIBOL FEMININO

Cristiano Machado - Comércio de Tintas, Lda.Av. Comendador Silva Araújo, nº 3594795-003 Vila das AvesTel/Fax: 252 941 105TLM: 919 696 844Email: [email protected] www.cinaves.com

Quatro candidatos para três lugaresde promoção: eis o problema comque se defrontam os juniores do Clu-be Desportivo das Aves. O Boavista,que lidera isolado a classificação, pa-rece garantir, desde já um dos luga-res. Para os outros dois, Aves (queé segundo), Tondela e Marítimomantêm em aberto todas as espe-ranças, uma vez que é mínima adiferença de pontos. O Aves, nos

S. Martinho tranquilorelativamente à manutençãoEm terceiro lugar com 27 pontos,mais nove que a equipa que, nestemomento, estaria fora da despro-moção automática e disputaria amanutenção em novo play-off, aequipa campense está praticamen-te livre de problemas e irá garantira permanência no Campeonato dePortugal. Isto apesar de ter sido sur-preendido pelo Limianos, que veioempatar a uma bola em S. Martinhodo Campo e de ter perdido em Pon-te da Barca, com o clube local que

Juniores do Aves bemposicionados para a subida

Três vitórias em outras tantas jorna-das simbolizam um domínio esclare-cedor do Desportivo na sua série. Emsete jogos apenas um empate, seisvitórias e uma diferença de golos +14,fazem da formação de Vila das Aveso claro e óbvio candidato a atingir otopo da modalidade no nosso país.

Os avenses receberam e bateramno passado dia 22 de abril o Mora-dores da Granja por três bolas a uma,com golos de Mário Barbosa, PauloKhan e Ismael com Pedro Frias a re-duzir para os forasteiros. Na deslo-ca-ção à Póvoa de Varzim a vitóriachegou por 2-1 com golos de Cláu-dio Carvalho e Alex Ribeiro do ladodo Desportivo e Pirata para os da casa.

A visita ao pavilhão do LamasFutsal casou mais calafrios, com umavitória pela margem mínima (3-2) euma expulsão a complicarem a parti-da para as hostes avenses. Zé Rui foiexpulso e o Lamas empatou o resul-tado a dois golos (Cereja e Kéké –Tiago Pinto e Guedes, respetivamente),até que Ismael no penúltimo minutodo encontro desfez a igualdade egarantiu mais uma vitória.

A oitava jornada disputa-se nopróximo dia 30 de abril com adeslocação ao pavilhão do Caxinaspelas 18 horas. |||||

A um pequenopassodo sonhoA SUBIDA ESTÁ ALI MESMOÀ FRENTE DOS SEUSOLHOS. FUTSAL RUMAVITORIOSO PARA UMASUBIDA HISTÓRICA PARA A1ª DIVISÃO NACIONAL.

Seniores seguem invencíveisno Campeonato Nacional

ocupa o último lugar da tabela. Jáno jogo do último domingo oscampenses derrotaram por largamargem de 6 bolas a uma a equi-pa que mantém o segundo lugarda tabela, o Aliança de Gandra. OFelgueiras lidera isolado a classifi-cação do grupo.

Na próxima jornada o S. Marti-nho desloca-se à Trofa para um jo-go que a equipa da casa precisa deganhar para assegurar alguma tran-quilidade quanto à manutenção. |||||

dois próximos jogos, vai defrontar,fora de casa, o Tondela (dia 29) eo Marítimo (dia 6 de maio), peloque os resultados destes jogos po-derão ser cruciais para as aspira-ções avenses.

O Aves registou uma derrota como Boavista por 3 bolas a uma (jogorealizado em 8 de abril) e venceuem casa o Fafe por duas bolas azero no passado dia 15 de abril. |||||

A equipa principal do voleibol doCD Aves continua a passear todo oseu talento pelo campeonato naci-onal da terceira divisão. A forma-ção aos comandos de Manuel Bar-bosa segue imaculada na competi-ção averbando mais três vitórias pelamargem máxima, seguindo na lide-rança da sua série.

A equipa avense derrotou emcasa o ADES Penafiel pelos parciais25-19; 25-16; 25-14 e fora o Ins-tituto Politécnico do Porto (CD IPP)

com os parciais de 16-25; 16-25 e13-25. Já no dia 25 de abril, o CDAves recebeu e venceu o VC Vianapor 25-15; 25-10 e 25-13.

A equipa júnior realizou dois jo-gos com resultados distintos. Nadeslocação ao terreno do AJ Mo-reira saíram derrotadas por 3-0 comos parciais de 25-14; 25-21 e 25-13, sendo que na receção ao CDPóvoa conseguiram uma vitória pelamargem máxima pelos parciais de25-16; 25-8 e 25-12. |||||

Nove medalhas para oShotokan no OpenInternacional da MaiaMais de 870 atletas estiveram emcompetição no Open Internacionalda Maia, do passado dia 8 de abrilno pavilhão municipal de Gueifães.A prova que juntou atletas nacio-nais de um pouco de todo o paíscontou com presença de participan-tes de Espanha, França e Angola,sendo que o Shotokan de Vila dasAves esteve em destaque conquis-tando nove medalhadas, vencendotodas as finais que disputaram.

Em iniciados, Emma Barros obte-ve o 1º lugar katas e kumite na ca-tegoria menos de35kg. Nos juvenis,Noah Moreira alcançou o 3º lugarkumite menos de 55kg e RodrigoAzevedo venceu o categoria kumitemais de 55kg. Em cadetes, Lea Bar-ros conquistou a 1ª posição em ku-mite menos de 54kg feminino; José

Pereira o 3º lugar em kumite menosde 57kg e Júlio Silva o 3º lugar emkumite mais de 65kg. Nos juniores:Tânia Barros venceu a competiçãoem kumite menos de 54kg, já nosseniores, Manuel Ribeiro surgiu no3º lugar em kumite mais de 80kg.

No fim do torneio decorreu umtorneio das seleções regionais, oskaratecas avenses Tânia Barros e Jú-lio Silva foram seleccionados pararepresentar a selecção regional nor-te, a qual ficou em 2º lugar. |||||

VILA DAS AVES | KARATÉ

TRILHO DOS CARRETEIROS ESTE DOMINGONo próximo domingo, dia 30 de abril, pelas 9 horas da manhã, será dado o tiro de parti-da para a quinta edição do Trilho dos Carreteiros, promovido pela Associação RorizAventura. A prova terá início em Roriz, passando pela Assunção, Pilar, Santa Cruz,Rebordões, São Tomé de Negrelos e Redundo, antes de regressar a Roriz para a chegada.Para além de duas provas de BTT, de 25 e 40 quilómetros, a iniciativa integra ainda umacaminhada de oito quilómetros.

18 | ENTRE MARGENS | 27 ABRIL 2017

OBITUARIO´́́́́

||||| TEXTO: PPPPPAULAULAULAULAULOOOOO RRRRR. . . . . SILSILSILSILSILVVVVVAAAAA

A obra está à vista de todos. Bastaandar pelas ruas de Santo Tirso e vê-lo lá. O seu trabalho, o que deixa àcomunidade é mais do que as suasesculturas. É tudo o resto. É a sua es-fera de influência. É a cidade comomuseu. Ela própria. No obituário dojornal Público dizia-se que AlbertoCarneiro levou a natureza para osmuseus. Neste caso, foram os mu-seus que vieram para as ruas.

Nascido a 20 de setembro de1937 em São Mamede de Coronado,no que era Santo Tirso e hoje é Trofamuito cedo iniciou a sua aprendiza-gem artística numa oficina de santeiroonde trabalhou durante cerca de umadécada. Fez os estudos liceais no en-sino noturno da Escola de ArtesDecorativas Soares dos Reis, Porto ena Escola António Arroio, Lisboa atéque em 1961 começou a frequentarcurso de Escultura na Escola Superi-or de Belas Artes do Porto, que con-cluiu em 1967.

Durante o final da década de ses-senta e setenta, Alberto Carneiro foiconciliando a atividade artística e assuas viagens um pouco por toda aEuropa e mais tarde Ásia, devido aoseu interesse pela espiritualidade e

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A natureza deAlberto CarneiroFALECEU UM DOS MAIORES VULTOS DA ESCULTURA NACIONAL EUMA DAS FIGURAS DE PROA DO CONCELHO DE SANTO TIRSO.ALBERTO CARNEIRO DEIXA UM LEGADO INIGUALÁVEL NO QUAL SERÁPOSSÍVEL CONSTRUIR O FUTURO E NÃO APENAS REVISITAR O PASSADO

[1937-2017]

filosofia orientais, com o percurso aca-démico. Desde a sua pós-graduaçãoem Londres na Saint Martin’s Schoolof Art, o período como bolseiro daFundação Calouste Gulbenkian ecomo professor na Escola Superior deBelas Artes e na Faculdade de Arqui-tetura já nos anos oitenta.

Com obras espalhadas um poucopor todo o mundo e mais de setentaexposições em nome próprio, incluin-

nião pública do executivo camarário.Segundo o autarca tirsense, “a

notícia foi recebida por Santo Tirsocom grande consternação, porqueAlberto Carneiro teve connosco umarelação de profunda afetividade. Nas-ceu no concelho e era uma pessoacom quem tivemos uma relação mui-to próxima.”, acrescentando que era“um visionário excecional, muito in-teligente e com uma visão de futuro.”

No ano de 2015, Alberto Carnei-ro e a Câmara Municipal de SantoTirso anunciaram que parte do es-pólio do artista, no valor de um mi-lhão e meio de euros, ficaria com aautarquia. Nas palavras de JoaquimCouto, “temos e teremos sempre umadívida de gratidão para com o escul-tor e amigo Alberto Carneiro, cujaobra queremos perpetuar e homena-gear com a construção de um centrode artes com o seu nome, para sal-vaguardar, preservar e divulgar a artecontemporânea”.

Alberto Carneiro faleceu a 15 deabril com 79 anos no hospital deSão João onde se encontrava inter-nado após uma sucessão de váriosproblemas de saúde. |||||

do a Bienal de Veneza e São Paulo(1976 e 77, respetivamente), AlbertoCarneiro notabilizou-se dentro do seuconcelho natal, quando no início dadécada de noventa propôs a criaçãode um projeto de grande fôlego que,para sempre, transformaria a face dacidade de Santo Tirso - o sonho defazer um museu ao ar livre com es-culturas de todo o mundo.

O artista plástico foi o grandeimpulsionador dos simpósios de es-cultura que deram origem, em mea-dos da última década do século XXà instalação do Museu Internacio-nal de Escultura Contemporânea deSanto Tirso (MIEC), do qual foi diretorartístico nacional e principal promo-tor do projeto único no mundo. “Eraum homem à frente do seu tempo,inteligente e com uma visão excecio-nal. Se hoje Santo Tirso é a capital daescultura contemporânea, com umconjunto de obras composto por 54esculturas dispersas pela cidade euma sede-museu da autoria de SizaVieira e Souto de Moura, em boamedida o deve a Alberto Carneiro”,declarava Joaquim Couto no voto depesar votado unanimemente em reu-

OBRA DE ALBERTOCARNEIRO EXPOSTA NAEXTINTA CASA DA GALERIA,EM SANTO TIRSO

José Miguel Torres

MassagistaRecuperação Física

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ENTRE MARGENS | 27 ABRIL 2017 | 19

[1924 - 2017]

MANUEL AZEVEDOMENDESDE CARVALHO

||||| TEXTO: AMÉRICOAMÉRICOAMÉRICOAMÉRICOAMÉRICO LUÍSLUÍSLUÍSLUÍSLUÍS FERNANDESFERNANDESFERNANDESFERNANDESFERNANDES

Faleceu no passado dia 23 de abril, com93 anos de idade, o médico AntónioPimenta, que foi residente na rua SilvaAraújo, na Vila das Aves e desde há al-guns anos residente em Areias (SantoTirso). António Pimenta realizou toda asua vida profissional como médico naVila das Aves, tendo tido consultório nasua residência e sido colaborador doCentro de Saúde de Negrelos e de diver-sas empresas da região enquanto médi-co do trabalho. Era filho de GermanoPimenta, o saudoso médico que fez tam-bém toda a sua carreira na Vila das Avese freguesias vizinhas e era casado comMaria Silvina Pinto Ribeiro, médica, e paide António Manuel Pimenta também elelicenciado em medicina e de Ana MariaPimenta, ambos já falecidos.

António Pimenta, para além da suaatividade enquanto médico com consultó-rio particular, foi médico dos Serviços deAssistência Médica Familiar, criados em1948, que resultaram, por diligências dopróprio e de seu pai junto da adminis-

ANTÓNIO ALVESDA SILVAPIMENTA

tração da Fábrica do Rio Vizela e da entãochamada Caixa de Previdência, na aber-tura, em 1958, do Posto Médico, no edi-fício onde funciona atualmente o Cen-tro de Saúde de Negrelos. Teve tambémuma intervenção cívica assinalável quecomeçou com a participação na “Comis-são Pró-Aves”, de que também fizeramparte, entre outros, Narciso Machado Gui-marães, Germano Pimenta, Artur Alves eCastro, Dílio Silva, Monsenhor José Fer-reira, Manuel Carvalho e Bernardino Go-mes e foi presidente da Junta de Vila dasAves entre 1960 e 1963 e entre 1972 e1974 e vereador da Câmara Municipalde Santo Tirso durante vários anos na dé-cada de sessenta. A dinâmica de desen-volvimento da Vila das Aves nos anos ses-senta do século vinte resultou, em largamedida, da ação dos elementos ligadosà referida Comissão Pró-Aves contandocom a dedicação de António Pimenta. Acriação do “Ciclo Preparatório” (1971) eas Festas da Vila foram iniciativas a queAntónio Pimenta esteve associado de for-ma empenhada e melhoramentos comoa pavimentação e arborização da Aveni-da Conde de Vizela e a construção daEscola de Quintão resultaram da inter-venção da junta por ele liderada. Outrainiciativa em que António Pimenta teveassinalável presença, com Monsenhor Jo-sé Ferreira, Albano Gomes, Joaquim Abreu,José Moreira de Araújo e BernardinoGomes foi a “Comissão Pró-Estádio”, quedesenvolveu as primeiras diligências e lan-çou os fundamentos do que é hoje oestádio do Clube Desportivo das Aves

O funeral de António Pimenta reali-zou-se no passado dia 25 de abril, apartir da capela funerária e da Igreja deVila das Aves para o cemitério de S. Si-mão de Novais. |||||

||||| TEXTO: LUÍSLUÍSLUÍSLUÍSLUÍS AMÉRICOAMÉRICOAMÉRICOAMÉRICOAMÉRICO FERNANDESFERNANDESFERNANDESFERNANDESFERNANDES

Faleceu com 91 anos no passado dia 13de abril na freguesia de Avidos, Vila Novade Famalicão, onde residia, o avense Ma-nuel Azevedo Mendes de Carvalho, quefoi presidente da Junta de Vila das Avesentre 1968 e 1971 e que nesta sua terranatal exerceu a atividade profissional deescriturário, primeiro na Fiatece e depoisna Fábrica do Rio Vizela quando estapassou a integrar o grupo de empresasde Narciso Machado Guimarães. Ma-nuel Carvalho estudou nos semináriosde Braga e frequentou a Universidade deSalamanca e, para além das atividadesprofissionais, teve importante intervenção

[1926 - 2017]

cívica e cultural pois fez parte do execu-tivo da Junta de Freguesia de que foi de-pois presidente e colaborou intensamen-te no Jornal das Aves, semanário localsurgido em 1955, tendo sido duranteanos o seu principal dinamizador. Em1982 ainda voltou a relançar este peri-ódico de que foi editor durante os cercade dois anos que durou uma segundasérie de edições.

No campo da música, manteve na paró-quia das Aves enquanto aqui residiu, umacolaboração intensa com o pároco, Mons.José Ferreira, assumindo a direção docoro feminino da paróquia durante lon-gos anos; foi um dos entusiastas da rea-lização das festas da Vila na década desessenta, um bairrista apaixonado peloClube Desportivo das Aves tendo assu-mido a sua presidência em 1957/58.

Casou Ana Maria Castelo Branco, comquem teve 4 filhos e a partir desta altura,foi em Avidos e em Famalicão que de-senvolveu também intensa atividade cívi-ca: foi autarca e dirigiu ou colaborou in-tensamente com vários coros paroquiaisdo arciprestado de Vila Nova de Famali-cão, nomeadamente de Esmeriz, S. Tiagoda Carreira e Avidos. Fez também partedo Orfeão Famalicense onde fez muitosamigos. Nos anos mais recentes, quandodeixou de poder exercer a sua disponi-bilidade para a música litúrgica, ao ter me-nor mobilidade, concentrou as suas ener-gias numa terapêutica curiosa: compunhamelodias para os salmos que domingo adomingo iam sendo objeto da liturgia,passando horas e horas junto do seu ór-gão e transcrevendo depois essas salmo-dias para pautas que ele próprio traçavaà régua e que ia anotando manualmen-te e compilando, fazendo questão quefossem cantaroladas e apreciadas por quemo visitava e era entendido na matéria.

Manuel Azevedo Mendes de Carva-lho foi a enterrar no cemitério de Avidosna sexta-feira santa, dia 14 de abril, ten-do sido alvo de profundo reconhecimen-to por parte dos muitos amigos e conhe-cidos que souberam do seu falecimentoe se incorporaram nas homenagens fú-nebres e de sétimo dia. |||||

MANUEL AZEVEDOMENDES DECARVALHO, QUEFOI PRESIDENTEDA JUNTA DEVILA DAS AVESENTRE 1968 E 1971

1992 - 2017Rua do Rio Ave, 4574795 - 107 VILA DAS AVES

email: [email protected]: 918 883 704

LIVRARIA E PAPELARIABRINQUEDOS E BIBLOTSLETLETLETLETLETIIIII

20 | ENTRE MARGENS | 27 ABRIL 2017

A FECHARPróxima edição

do Entre Margensnas bancas

a 11 de maio

Atualmente situado na Praça de BomNome, em Vila das Aves, o Gabinete deContabilidade Castro e Castro traz nocurrículo uma história de trabalho queconta já com 25 anos. Criada a dois demaio de 1992, pelas mãos dos sóciosBenjamim e Julieta Castro e Luís e LurdesCastro, a empresa nasceu na Praceta dasFontainhas, fruto da necessidade de cri-ar um posto de trabalho para Lurdes. “Noinício estava sozinha, tínhamos poucotrabalho e foram os nossos familiares quenos deram o serviço”, conta. Com o au-mento de volume de trabalho surgiu anecessidade de um novo espaço e dealargar a aquipa e Julieta passou a integrá-la. Luís Castro juntou-se à equipa há 18

25º Aniversáriode Castro eCastro Lda.

anos e Benjamim há três. Hoje, volvidos25 anos, têm uma oferta de serviços mui-to mais alargada. Oferecem serviços decontabilidade, seguros, consultoria na áreafiscal, na área financeira, na área de pro-jetos quer do IEFP, do QREN ou do Por-tugal 2020 e estão empenhados em tercada vez mais e melhores serviços.

Exemplo disso é a loja Fidelidade quetêm já na rua Zulmira de Azevedo, emSanto Tirso. O segredo do sucesso, ga-rante, é a proximidade aos clientes. “Osnossos clientes são nossos parceiros e onosso lema é servir, servir bem e commuito rigor”, explicam, sublinhando aimportância que dão à própria formaçãode estagiários que passam pela empresa.“Pautámo-nos sempre por ter relaçõesmuito boas com escolas profissionais atéporque acho que temos essa obrigaçãosocial de colaborar e ajudar na forma-ção dos miúdos, sempre estivemos dis-poníveis para o fazer, sabendo que aquifaziam mesmo estágio”.

Transposta a fasquia dos 25 anos, ofuturo é cheio de projetos. “Estamos, nestemomento, a consolidar o projeto de SantoTirso, e estamos a tentar que cresça paraoutros lados, nomeadamnete num raiode ação de 20 km”. E continuar a cres-cer em termos de serviços. |||||

PUBLIREPORTAGEM

“Os nossosclientes sãonossosparceiros eo nossolema éservir,servir beme com mui-to rigor.”

Um hino para avila de RorizAs comemorações do 6º aniversário daelevação a vila de Roriz ficaram marcadaspela apresentação do novo hino da fre-guesia, entoado pela voz de José Moraise do agrupamento de escuteiros locais.

Durante a tarde de domingo, 9 deabril e após a primeira edição do festi-val de talentos das festas, o muito pú-blico na audiência foi presenteado coma estreia do hino da vila de Roriz. Odesafio fora lançado pelo presidenteda junta, Moisés Andrade, a José Mo-

rais, cantautor local que, apresentoumeros dias depois a canção que a par-tir de agora será conhecida como hinoda freguesia.

As celebrações do sexto aniversárioda elevação a vila estenderam-se portodo o fim-de-semana, combinandoatividades de índole desportiva e espe-táculos com “prata da casa” como refe-riu o presidente na sua intervenção pré-via ao cantar de parabéns. No sábadoà tarde realizou-se a já habitual cami-nhada pela vila seguida de uma aulade zumba, sendo que no domingo, bemcedo pela manhã decorreu um passeiode bicicleta que juntou os amantes dospedais, organizado pela Roriz-aventura.A principal noite das festividades ficouentregue a “C&R”, dupla de Cristina Sil-va e Rui Costa com o espetáculo “Acre-ditar” que precedeu o fogo-de-artifício.A noite terminou com a animação deum Dj a pedir um pezinho de dançados presentes. |||||